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PATRICIA BANHE CABRAL
OS EFEITOS DAS MUDANÇAS HISTÓRICAS NA RELAÇÃO-RESPONSÁVEIS/ESCOLA NO MUNICÍPIO DE ICARAÍMA ENTRE OS
ANOS DE 1980 E 2016: UM ESTUDO DE CASO
OS EFEITOS DAS MUDANÇAS HISTÓRICAS NA RELAÇÃO-RESPONSÁVEIS\ESCOLA
NO MUNICÍPIO DE ICARAÍMA ENTRE OS ANOS DE 1980 E 2016:
UM ESTUDO DE CASO
CAMPO MOURÃO
2016
Ficha para identificação da Produção Didático-pedagógica – Turma 2016
Título: Os efeitos das mudanças históricas na relação-responsáveis\escola no município de Icaraíma entre os anos de 1980 e 2016: um estudo de caso
Autora: Patrícia Banhe Cabral
Disciplina/Área: História
Escola de Implementação do Projeto e sua localização:
Colégio Estadual Desembargador Antonio F. F. da Costa – Ensino Fund. e Médio.
Município da escola: Icaraíma
Núcleo Regional de Educação:
Umuarama
Professora Orientadora
Claudia Priori
Instituição de Ensino Superior:
UNESPAR – Universidade Estadual do Paraná – Campus de Campo Mourão
Relação Interdisciplinar:
Arte – Pedagogia – Gestão Escolar
Resumo: Esse projeto de intervenção tem o propósito de analisar a interação família/escola e destacar suas realidades, limitações e formas de relacionamentos sociais, visto que a relação entre ambas tem sido destacada de grande importância no processo educativo de aprendizagem, nos pautamos em referências de pesquisa que destacam a importância da parceria entre escola e família no papel de integração das famílias ou pessoas responsáveis no processo pedagógico. As questões em torno da educação remetem à família como o responsável direto sobre a educação dos(as) filhos(as), no senso comum o papel da educação está direcionado à escola e esta, por sua vez, tem o papel do conhecimento científico, contribuição para formação de caráter e de opiniões. Mas devido às mudanças sociais e econômicas que a sociedade vive hoje em dia e a busca familiar por um patamar de sobrevivência é transferida para a escola a responsabilidade de educação e cuidados. Baseado neste contexto, minha proposta é promover o máximo de interação possível de famílias dos(as) estudantes do 7º ano A, do Colégio Desembargador Antônio F. F. da Costa – Ensino Fundamental e Médio, do Município de Icaraíma/PR, para acompanhar seus filhos e filhas na vida escolar. Vale ainda ressaltar que escola e família precisam se unir e juntas procurar entender os conceitos de família, e de escola, bem como suas mudanças e permanências. Em estratégia de ação tenho como objetivo realizar coletas de dados históricos familiares, desenvolver atividades artísticas com
OS EFEITOS DAS MUDANÇAS HISTÓRICAS NA RELAÇÃO- RESPONSÁVEIS/ESCOLA NO MUNICÍPIO DE ICARAÍMA ENTRE OS
ANOS DE 1980 E 2016: UM ESTUDO DE CASO
Esta unidade didática pedagógica tem por objetivo trabalhar as
mudanças ocorridas em torno da educação nas últimas três décadas,
especificamente as décadas de 1980, 1990 e década seguinte, identificando as
práticas e representações que estudantes e famílias (pais, mães ou
responsáveis) e a própria escola (profissionais da educação e equipe gestora)
como um todo têm da relação entre ambos, analisando as expectativas,
possíveis frustrações e avanços. Nosso propósito também é abordar como
essas transformações são visíveis e se manifestam na sociedade atual.
Há algum tempo, não muito distante, considerava-se a família como a
responsável direta na educação das crianças e adolescentes, enquanto que o
papel da escola estava restrito à função de transmitir o conhecimento
sistematizado/científico, contribuindo para a formação de caráter e senso-
crítico dos(as) educandos(as).
direcionamento para as famílias, realizar reunião posterior com pais mães e/ou responsáveis, bem como questionamentos individuais para os(as) estudantes acerca do assunto e finalizar com um bate papo para compartilharem suas experiências.
Palavras-chave: Educação. Aprendizagem. Família. Escola.
Formato do Material Didático:
Unidade didática
Público:
7º ano A do referido Colégio
APRESENTAÇÃO
Assim, nosso foco é analisar como práticas e representações dos
agentes envolvidos no processo educacional – como alunos (as), direção,
professores(as) e responsáveis – contribuem para a construção da ideia e do
papel que esses grupos (famílias e escola) devem ou deveriam assumir neste
mesmo processo. Parte-se, portanto, de dois conceitos complementares que
foram formulados pelo historiador Roger Chartier (1990; 1991), e que pautam
muito das discussões das Diretrizes Curriculares da Educação Básica do
Paraná (2008).
A partir da abordagem cultural do historiador francês, Roger Chartier,
compreendemos o conceito de representação como o modo a partir do qual
indivíduos, grupos ou sociedades expressam, imaterial ou materialmente, uma
forma particular de interpretar algum aspecto das circunstâncias nas quais
estão inseridos. Essa interpretação é circularmente definida pela experiência e
pela cultura: ambas se retroalimentam. Da relação entre elas, portanto, surgem
as representações. Não existe, a priori, preponderância entre elas: uma dada
experiência pode ressignificar valores e sentidos culturais, ao mesmo tempo
que, os valores culturais podem direcionar o comportamento de determinado
indivíduo frente a uma experiência nova. Já as práticas podem ser
consideradas desdobramentos de determinada representação, que constroem
o próprio mundo social ou mesmo se origine dela. Há, portanto, uma relação
intercambiante entre as práticas e as representações. (CHARTIER, 1991).
A presente proposta será implementada numa turma de 7º ano no
Colégio Desembargador Antonio Franco Ferreira da Costa – Ensino
Fundamental e Médio, do município de Icaraíma/PR, e na aplicação deste
material pedagógico se pretende envolver as famílias dos (as) alunos(as) da
turma escolhida, para que juntos possamos discutir e compreender a relação
entre responsáveis e escola, repensando, assim, as práticas e representações
envolvidas entre os sujeitos e o ambiente.
Nessa perspectiva entendemos ser relevante a investigação para
conseguir situar no tempo e no espaço, o papel desejado/ idealizado e possível
de cada um(a) desses(as) agentes envolvidos no processo escolar e de
ensino-aprendizagem, considerando assim, prioritariamente, a relação entre as
mudanças históricas – em âmbito mundial, nacional, estadual, regional e do
nosso município – e as circunstâncias específicas do alunado e de seus
responsáveis. Desta maneira, pretende-se historicizar a relação entre
responsáveis e escola a fim de sensibilizar todos os agentes envolvidos no
amplo processo educacional, para melhorar as condições de trabalho,
relacionamento e aprendizagem.
A partir de leituras críticas e reflexivas, nos pautando em alguns
autores como Miguel Arroyo e Michel de Certeau, e autoras como Circe
Bittencourt, bem como no desenvolvimento de atividades e análise do material,
conseguiremos contribuir mediante essa intervenção pedagógica, para a
ampliação do debate e conhecimento de como acontece a interação entre
famílias e escola, as práticas e representações que essas instituições têm do
processo educacional, percebendo as mudanças e permanências nesse
processo nas últimas três décadas, especialmente no contexto local da escola
e da turma do 7º ano.
É lugar-comum nas discussões sobre o complexo processo
educacional que a interação família/escola é fundamental para alcançar metas
positivas na qualidade do ensino-aprendizagem. Pode-se destacar o fato de
que muitos professores e professoras em suas prática docente diária associam
o rendimento escolar à participação de familiares na vida escolar dos(as)
educandos(as), ou, por outro lado, relacionam as dificuldades de aprendizagem
a problemas vinculados às condições materiais e também psíquicas, que
crianças e adolescentes são submetidos no seu convívio privado e social.
Evidentemente, a família não é a única instituição a ser apontada como
responsável pelo rendimento escolar. Ao sistema educacional, como um todo,
e às escolas, especificamente, geralmente são atribuídos responsabilidades as
mais variadas. Com constância, ouvimos, por exemplo, que a escola não
consegue atingir índices desejados de desenvolvimento cognitivo porque falta
competência a professores(as) e gestão escolar, ou que as políticas públicas
são insuficientes ou, ainda, que o governo trata a educação com descaso.
INTRODUÇÃO
O que se percebe, no contexto dos últimos trinta anos, é que houve
mudanças históricas bastante significativas, as quais, sem dúvida, alteraram o
comportamento dos(as) estudantes, a relação destes com os(as)
professores(as), e também as atribuições de responsabilidades no processo
educacional e na relação entre a escola e os(as) responsáveis (CASTELS,
1999).
Contemporaneamente, porém, há uma nova configuração que envolve
responsáveis, estudantes e ambiente escolar. Na virada para o século XXI,
devido à rapidez das transformações históricas, a escola tornou-se uma
instituição mais complexa, com a presença de um “novo” público escolar que
traz para dentro da escola, juntamente com os valores tradicionais, os “influxos
culturais” próprios da sociedade contemporânea.
A escola, a partir de então, tornou-se, um “espaço ecológico de cruzamento de culturas”: cultura crítica, alojada nas disciplinas científicas, artísticas, filosóficas; cultura acadêmica, que corresponde às definições que constituem o currículo; cultura social, constituída pelos valores hegemônicos do cenário social; cultura institucional, constituída de um conjunto de práticas, rotinas e rituais próprios da escola; e, por fim, além dos elementos típicos da sua organização curricular, a escola passou a contar, de forma cada vez mais desafiadora, com a presença de uma nova e diferenciada “cultura experiencial” dos alunos (PEREZ; GOMES, apud SOBRINHO, 2010, p. 5).
Juntamente com esse novo contexto, boa parte do processo
educacional, antes sob-responsabilidade das famílias (pais, mães ou
responsáveis) foi transferido para a escola: o aluno e a aluna tornaram-se
protegidos e as famílias, em busca de melhores condições financeiras, nem
sempre se faz presente na vida escolar, e, assim, o encargo da construção da
moralidade, com objetivo da construção do conhecimento da criança é
transferido para a escola.
Entretanto, a escola como um todo não foi preparada a assumir
determinadas funções, o que gerou conflitos e cobranças impertinentes entre
escola e responsáveis. Tudo isso, sem dúvida, tem efeitos na própria qualidade
do ensino, marcado, por si só, como um processo complexo no qual estão
envolvidos diversos agentes.
Algumas dessas mudanças já estão presentes em estudos e pesquisas
da literatura educacional, que discutem suas implicações pedagógicas, bem
como sua dimensão histórico-cultural. Green e Bigun (1995) têm se destacado
por estabelecer a diferença histórica entre o(a) aluno(a) de ontem e o de hoje.
Para eles, os(as) alunos(as) que estão em nossas escolas são radicalmente
diferentes dos(as) de épocas anteriores por apresentarem uma “historicidade
pós-moderna”, constituída por um conjunto de práticas culturais responsáveis
pela “produção” de sujeitos particulares, específicos, com identidades e
subjetividades singulares.
Nesse sentido, Mariano Narodowzky salienta que tanto a infância
quanto a adolescência devem ser vistas na perspectiva do cruzamento de dois
grandes polos:
Um é o pólo da infância hiper-realizada, da infância da realidade virtual. Trata-se das crianças que realizam sua infância com a Internet, os computadores, os sessenta e cinco canais da TV a cabo, os videogames, e há tempo deixaram de ocupar o lugar do não-saber [...] O outro ponto de fuga é constituído pelo pólo que está conformado pela infância dês-realizada. É a infância que é independente, autônoma porque vive na rua, porque trabalha desde muito cedo, é a infância não da realidade virtual, mas da realidade real (2001, p. 12).
Tal realidade desta geração pós-moderna, com pais e mães e/ou
responsáveis com grande jornada de trabalho, contribui para as mudanças no
contexto das famílias, o que atinge a interação com a escola e o processo de
ensino-aprendizagem, as expectativas em relação ao papel da escola na
sociedade.
O período entre as décadas de 1980 e o momento atual é considerado
de profundas alterações sociais e identitárias, e nesse quesito, temos que nos
reportar às reflexões de Stuart Hall (1998) e a sua concepção de mundo pós-
moderno.
Na concepção de Hall, ocorreram várias mudanças estruturais nas
CONCEPÇÕES TEÓRICAS
sociedades modernas, as quais têm modificado e fragmentado a compreensão
do que entendemos por classe, gênero, sexualidade, etnia, raça,
nacionalidade, assim como nosso modo de ver e de nos relacionar com as
identidades pessoais dos indivíduos. Para o autor, essa mudança estrutural
tem abalado a ideia que fazemos de nós mesmos. É essa perda de um “sentido
estável”, que tem provocado, pois, o deslocamento de centralidade do sujeito.
Deslocamento de seu lugar no mundo social e cultural (a globalização seria
uma das causas disso) e deslocamento central de si mesmo (HALL, 1998).
Nessa perspectiva histórico-cultural, a escola deixou de ser uma
comunidade de ouvintes, centrada no discurso unilateral de professores(as),
mas tem se aberto para “territórios existenciais coletivos”, expressão utilizada
por Guattari (1992), ou seja, espaços, territórios para os quais os(as)
estudantes trazem para dentro das salas de aula as suas representações e
práticas culturais, uma vez que são produtos diários de uma cultura-ação.
Desse modo, com base nos conceitos de práticas e representações, de
Roger Chartier, e de pós-modernidade, de Stuart Hall, buscamos entender
como a escola é compreendida pelos (as) agentes que estão envolvidos no
processo educacional e, sobretudo, quais são as responsabilidades que cada
um(a) atribui à escola e às famílias.
Na perspectiva de analisar as mudanças ocorridas em torno da
educação nas últimas três décadas, e na ânsia de identificar as práticas e
representações que estudantes e famílias (pais, mães ou responsáveis) e a
própria escola (profissionais da educação e equipe gestora) têm da relação
entre ambos, apresentamos a seguir como esta unidade didática está
organizada.
A primeira atividade será a realização de um levantamento das Atas
das reuniões com pais, mães e mestres, a partir da década de 1980 do Colégio
Estadual Antonio Franco Ferreira da Costa – Ensino Fundamental e Médio,
DESENVOLVIMENTO
com o objetivo de entender qual era o comportamento e posicionamento
dessas pessoas, quando convocadas pela escola, em virtude de algum
problema envolvendo seus filhos e filhas estudantes.
Após esse levantamento, na segunda atividade, faremos a análise do
material coletado, identificando os assuntos abordados, agentes envolvidos no
processo, tomada de posição de cada parte, argumentações e medidas
tomadas em relação aos conflitos. Na sequência, na terceira atividade
realizaremos entrevistas com pedagogas de anos anteriores, com o objetivo de
resgatar conceitos, comportamentos, posições das famílias e da escola no que
diz respeito aos (às) alunos(as) em se tratando de compromisso com as
atividades escolares e também com o comportamento.
Num segundo momento, na quarta atividade, a professora PDE fará
uma apresentação às famílias da turma do 7º ano A, do referido colégio, dos
resultados da análise das Atas de reuniões de anos anteriores, trazendo à tona
as lembranças com resgates históricos de como o comportamento de nossos
alunos e alunas sofreu uma brusca mudança nas últimas décadas. Um
exemplo disso é a Ata de 30 de março de 1984, na qual aparece a descrição
das pessoas presentes na reunião, desde o prefeito municipal, pessoas da
comunidade, assim como da escola. Apresentaremos os significados e
valoração que a escola representava naquele contexto.
Ainda nesta etapa da atividade, será aplicado um questionário às
famílias, no intuito de resgatar as memórias de seu perfil como estudante, da
forma como viam a escola e como vêem hoje, realizando um comparativo entre
a concepção de escola em sua idade escolar e a da idade escolar de seus
filhos e filhas.
Na quinta atividade será ofertada às famílias uma palestra com a
psicóloga “Luana Meirinho” do município, em que abordará o tema “Nossos
filhos, nosso reflexo”.
E para a turma do 7º ano A, a sexta atividade será a proposição do
filme “Ao Mestre com carinho”, buscando demonstrar e problematizar o
contexto e valor do diálogo, respeito, superação e a importância da
contribuição que a escola pode trazer para a vida de cada estudante.
Na atividade seguinte, a turma será dividida em pequenos grupos para
que cada um construa um trabalho expositivo com cartazes, slides ou outra
metodologia para apresentar as reflexões acerca de cenas do filme que mais
lhe chamaram a atenção e construam uma argumentação acerca do assunto
abordado.
Na oitava atividade será ofertada aos pais, mães e responsáveis, bem
como aos(às) estudantes, uma palestra com o Juiz da Comarca da Cidade de
Icaraíma, na qual abordará a temática do perfil do(a) adolescente e pré-
adolescente em nossas escolas, assim como as responsabilidades de cada
agente: família, escola, estudante, município, estado e união.
Com o auxílio da professora de arte, organizaremos a nona atividade
que será uma peça de teatro, em que a turma do 7º ano será dividida em dois
grupos, sendo que um grupo terá que representar a interação da família com a
escola dos anos 1980, e o outro grupo a escola do começo do século XXI.
Para finalizar, será feita a apresentação teatral buscando retratar as
práticas e representações acerca da escola dos anos 1980, o papel da escola
naquele momento, o perfil dos(as) estudantes e professores(as), e também as
mudanças e permanências no comportamento, responsabilidades atribuídas à
escola, interação entre famílias e escola, e perceber as quais as diferenças
vividas atualmente, o que progredimos e o que deixamos de ganhar. A
apresentação teatral será realizada no pátio da escola para todas as turmas do
período matutino.
Ao final da implementação didático-pedagógica, a professora PDE fará
uma análise das atividades desenvolvidas e do material produzido e redigirá
um artigo final com os resultados dessa aplicação, apontando como acontece a
interação entre famílias e escola, as mudanças históricas no que diz respeito a
essa interação, bem como as permanências na relação entre essas duas
esferas – famílias e escola -, no comportamento dos(as) estudantes, nas
responsabilidades e papéis atribuídos à escola pelas famílias, nesse processo
de ensino-aprendizagem.
Esperamos assim que as atividades propostas nesta unidade didática
venham contribuir para que as famílias e a escola tenham uma visão diferente
do seu dia a dia, e que as famílias (pais, mães e/ou responsáveis) se
despertem para suas responsabilidades e que os (as) estudantes
compreendam melhor o papel da escola em suas vidas, considerando que se
trata de uma turma do sétimo ano, que ainda terão longos anos de estudo.
Esta proposta de intervenção pedagógica tem como objetivo identificar e
refletir acerca dos efeitos das mudanças históricas na relação-
responsáveis/escola no município de Icaraíma entre os anos de 1980 e 2016,
realizando um estudo de caso no Colégio Estadual Desembargador Antonio
Franco Ferreira da Costa – Ensino Fundamental e Médio, especificamente na
turma do 7º ano A. Para isso, desenvolveremos várias atividades que envolvem
estudantes, famílias e escola, na busca de maior entendimento para a relação
entre esses (as) agentes. No decorrer das discussões e efetivação da
proposta faremos anotações dos relatos, analisaremos os materiais coletados,
e ao final a elaboração de um artigo para finalizar a atividade PDE.
Atividades
ETAPA I Arquivo e História
Fonte: www.ead.unb.br
IMPLEMENTAÇÃO DA PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA NA
ESCOLA
ATIVIDADE I
Levantamento das Atas das reuniões com pais, mães e mestres, a partir
da década de 1980 até 2016, do Colégio Estadual Antonio Franco Ferreira da
Costa – Ensino Fundamental e Médio, e sistematização das informações
coletadas produzindo um rol de assuntos abordados, agentes envolvidos no
processo, tomada de posição de cada parte, argumentações e medidas
tomadas frente aos conflitos escolares. Em seguida, a professora fará uma
exposição às famílias resgatando a história, e a mesma conduzirá o discurso
para que as pessoas envolvidas participem da reflexão.
Nesta etapa, a professora coletará dados de opiniões dos pais, mães e
ou responsáveis com a intenção de firmar um compromisso “Contrato
Pedagógico”, para que ao final da implementação possa relatar os possíveis
benefícios de tal compromisso, assim como as falhas que apareceram. Neste
contrato todas as pessoas envolvidas assumirão o compromisso da
participação assídua e em tempo real na vida escolar de seus filhos e de
alguma interferência externa que poderá acontecer; se acontecer.
Fonte: profneusaspinelli.blogspot.com
Realização de entrevistas com a pedagoga profª.
Ermelinda Araujo:
ATIVIDADE III
Atividade I I
ETAPA II
Interação: Famílias e Escola
A
Apresentação do projeto da professora PDE às famílias da turma do 7º
ano A, e exposição dos resultados da análise das Atas de reuniões de anos
anteriores, apresentando as mudanças e permanências na relação entre
famílias e escola nos anos de 1980 a 2016, e também de como o
comportamento de nossos alunos e alunas sofreu uma brusca mudança nas
últimas décadas. A mesma apresentará às famílias algumas cópias de atas e
também a entrevista feita anteriormente à pedagoga, professora “Ermelinda
Araújo”, que há 51 anos trabalha em nosso colégio, a mesma já ocupou o
1- Há quantos anos a professora está na educação?
2- A professora pode nos descrever como era o perfil do (a) aluno (a),
30 anos atrás?
3- E quinze anos atrás, a professora consegue descrever a diferença?
4- E hoje, como a professora descreve o perfil de nosso alunado?
5- Como era a postura das famílias daquela época, a respeito da vida
escolar de seus filhos (as)?
6- Hoje, como a professora enxerga essa relação entre famílias e
escola?
7- A escola do passado é muito diferente da escola de hoje?
8- A professora pode fazer um comparativo entre o(a) professor(a) do
passado e o(a) professor(a) de nossos dias?
Atividade IV
cargo de diretora, supervisora, professora do curso de magistério e hoje exerce
sua função de pedagoga.
. Ainda nesta etapa, será aplicado um questionário às famílias, no
intuito de resgatar as memórias de seu perfil como estudante, da forma como
viam a escola e como vêem hoje, realizando um comparativo entre a
concepção de escola em sua idade escolar e a da idade escolar de seus filhos
e filhas.
Questionário I
Palestra ofertada às famílias (pais, mães e/ou responsáveis) da turma
do 7º ano A, com a psicóloga “Luana Meirinho”, do município de Icaraíma, em
que abordará o tema “Nossos filhos, nosso reflexo”.
Na sequência será aberto um espaço para debates e questionamentos,
e a professora PDE estará anotando numa espécie de caderno de campo, as
discussões realizadas.
Atividade V
1. Quando você era estudante, como você enxergava o papel da
escola em sua vida?
2. Você percebe mudanças no perfil dos(as) professores(as)?
Quais?
3. A escola de sua época de estudante recebia e tratava o alunado
de forma diferente da de hoje? Como era?
4. Como você enxerga o(a) estudante de hoje? E a escola?
5. O que você pensa da liberdade de expressão e os direitos
delegados ao(à) jovem e adolescente? Este direito reflete na
escola?
6. A mudança da sociedade e estrutura da família reflete na sala de
aula?
ETAPA IIi
Cinema em ação
Fonte: plus.google.com
Exibição do filme “Ao Mestre com carinho”, ofertada à turma do 7º
ano A. Em seguida, será realizada uma discussão e contextualização do filme.
A turma será dividida em pequenos grupos para que cada um construa
um trabalho expositivo com cartazes, slides ou outra metodologia para
apresentar as reflexões acerca de cenas do filme que mais lhe chamaram a
atenção e construam uma argumentação acerca do assunto abordado.
Atividade VI
Atividade VII
ETAPA Iv
Interação: Famílias e Escola
Palestra ofertada às famílias do 7º ano A, com o Juiz da Comarca do
município de Icaraíma, com a temática do perfil do(a) adolescente e pré-
adolescente em nossas escolas, assim como as responsabilidades de cada
agente: família, escola, estudante, município, estado e união.
Na sequência será aberto espaço para debates e questionamentos, e a
professora PDE estará anotando numa espécie de caderno de campo, as
discussões realizadas.
Atividade VIII
ETAPA V
ATIVIDADE IX
É HORA DE
TEATRO
Numa perspectiva interdisciplinar, organizaremos com o auxílio da
professora de arte, uma peça de teatro, em que a turma do 7º ano A será
dividida em dois grupos, sendo que um terá que representar a interação da
família com a escola dos anos 1980, e o outro grupo a escola do começo do
século XXI.
Apresentação da peça teatral no pátio da escola para todas as outras
turmas do período matutino do Colégio, bem como às famílias e a comunidade
escolar em geral. Nesse momento, a professora PDE contextualizará a peça
encenada pela turma do 7º ano A.
ATIVIDADE X
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