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Organização: Hilma Cristina Maia Guedes Ilustração: Jonilson Lima de Souza o Belém - 2 semestre de 2000

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Organização: Hilma Cristina Maia Guedes

Ilustração: Jonilson Lima de SouzaoBelém - 2 semestre de 2000

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Diretor do MPEGPeter Mann de Toledo

Diretor Adjunto de Difusão CientíficaAntonio Carlos Lobo Soares

Chefe do Departamento de MuseologiaLuiz Fernando Fagury Videira

Chefe do Serviço de Educacão e Extensão CulturalHilma Cristina Maia Guedes

Coordenador do Clube do Pesquisador MirimLuiz Fernando Fagury Videira

GRUPO: Sócio e BiodiversidadeInstrutora: Hilma Cristina Maia Guedes- DMU/SECIlustrações: Jonílson Lima de Souza

APOIO TÉCNICO-CIENTÍFICOAna Cláudia dos Santos da Silva - SEC/DMU

Helena Doris Barbosa Quaresma- DCHAntonio Messias Costa - SPZAntonio Elielson Rocha - SEC

REVISÃOIraneide Silva - COED

COLABORADORESAlcemir de Souza Aires - SEC/DMU

Norberto Teixeira Ferreira - SMPM/DMULuiz Guilherme Campos Reis

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Autores da cartilha

Flávia Teixeira Paes Carolina Cardoso e CardosoBrenda Brandão MoreiraAdriana Teixeira Gomes

Amanda da Almeida MonteAna Manoela RadriguesCiro Clímaco Rodrigues

Vinícius Moreira MartinsDeise Mesquita Oliveira

Loana Pastana do NascimentoLívia Oliveira Cunha

Elizabeth Araújo QuaresmaLucas Santiago S. do CarmoKelly Cristine C. PinheiroBrenda do Vale AraújoWilliana da Casta LimaJulyana de Souza Paes

Keverson Anselmo S. Mendes

Hilma Cristina Meia Guedes - SEC/DMU

Jonilson Lima de Souza

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Dedicatória

Dedicamos esta cartilha aos moradores na ilha de Cotijuba e em especial aos estudantes e professores do Anexo da Escola Bosque que nos auxiliaram durante as pesquisas de campo, e ao Seu Arthur que nos forneceu dados valiosos sobre a história da ilha. A todos vocês o nosso muito obrigado!

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Após uma viagem a Ilha de Cotijuba, localizada a 22km da capital do

Pará, Belém, os pesquisadores mirins do Grupo "Sócio e Biodiversidade” resolveram escrever esta história com o objetivo de apresentar a seus leitores um pouco da fauna, da flora e da vida das pessoas que moram na ilha. Quando você tiver oportunidade de visitá-la, procure desfrutar de sua beleza de seus inúmeros encantos, percebendo mais de perto um pedacinho ainda preservado da região que possui a maior biodiversidade do planeta: a Amazônia!

Hilma Cristina Maia GuedesINSTRUTORA DO GRUPO “SÓCIO E BIODIVERSIDADE”

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Um grupo de estudantes do Clube do Pesquisador Mirim aguarda a viagem a Ilha de Cotijuba, no Trapiche de Icoaraci, quando de repente um garoto se aproxima...

-Olá, meu nome é Chico e moro numa ilha que se chama Cotijuba. Gostaria muito que vocês visitassem o local onde moro, pois lá existem muitas coisas interessantes para se conhecer.

- Que coincidência, é pra lá que estamos indo! Eu sou Manoela e nós fazemos parte de um grupo de pesquisadores mirins e escolhemos Cotijuba para realizar nossas pesquisas de campo. Você gostaria de ser nosso guia ?

- Bem, então vou contar-lhes um pouco da história da ilha que teve como seus primeiros habitantes os índios Tupinambá. Foram eles que deram este nome, que em língua indígena quer dizer “Trilha Dourada”.

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E Chico continua sua explicação: - Bom, gente! Para chegar em Cotijuba é mais fácil do que se imagina. Os barcos saem daqui do Trapiche de Icoaraci e chegam na ilha em apenas quarenta e cinco minutos de viagem. Mas, acho bom nos apressar e comprar as nossas passagens,pois o barco que faz linha regular para lá já está para sair.

- Então vamos nessa para conseguirmos um local bacana no barco.Comenta Adriana.

E no caminho, Brenda pergunta a Chico...- Você pode nos dar detalhes de como é este local?- Claro ! Afinal não fui convidado para acompanhá-los nesta viagem? Bom, a ilha tem aproximadamente 20 quilômetros de praia e possui ambientes bastante diversificados como, mata de terra firme, manguezais, lagoas de águas pretas, rios, igarapés...

- Poxa, que legal ! Quer dizer que não precisa sair de nossa cidade para conhecer de perto um pouco mais da nossa região! Exclama Carol.

- É verdade, sem falar que se gasta pouco para chegar até lá. Completa Vinícius.

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- Nossa que paisagem maravilhosa! Que paz! Não sabia que saindo um pouquinho do caos urbano, pudesse me sentir tão bem... “viaja” Ciro.

- É pessoal.... Na ilha vocês terão a oportunidade de perceber mais de perto como vivem os seus habitantes, o que utilizam da natureza para sobreviver, como a coleta de frutos e raízes, a pesca de camarão, caranguejos e peixes típicos de nossa região, que aliás, são a base de sua alimentação, sem falar nos utensílios utilizados para no dia-a-dia, suas festas, entre outras coisas...

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-Olha, que legal! já estou vendo o trapiche Municipal; Já estamos chegando né, Chico? Pergunta Adriana.

- Isso mesmo, agora é só esperar o barco atracar para sairmos com segurança.

- Nossa, que casa mal assombrada é aquela, Chico? Espanta-se Flávia.

- Trata-se do Educandário Nogueira de Farias. É aqui que começa a história mais recente de ocupação da Ilha. Este local que hoje encontra-se em ruínas foi construído em 1932 e era uma espécie de colônia reformatória para alojar menores infratores daquela época, e em 1955 foi transformado em presídio.

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-Esta praça é nova né, Chico? Indagou Deise.

-É sim, e na verdade antigamente os barcos atracavam num outro local. Esta praça foi recentemente inaugurada e faz parte do complexo do Trapiche Municipal que se chama Porto Hidroviário Poeta Antônio Tavernard, com lanchonetes., banheiros públicos e guichês para compra de passagens para retornar a Belém. Explica Chico.

- Ih! Parece que vai cair uma chuva forte. Lamenta. Manoela.

- É bem possível. Aqui na Ilha como em toda a Amazônia, o clima é equatorial, tem época que pra chover é um milagre, mas agora estamos no período chuvoso.

- Mas, não é uma chuvinha que vai estragar nosso passeio. Finalmente, a mais calada do grupo, Amanda, se manifesta.

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- Onde está o ônibus que vai nos levar a praia ? Indaga Manoela.

- Ah, ah, ah! Aqui na ilha não temos carro a não ser da Secretaria de Saúde. Quando não vamos andando, o nosso meio de transporte são as bicicletas, o bondinho ou estas charretes que estão na praça. Responde Chico.

- Nossa, que emocionante! Estou me sentindo viajando no tempo... Fala Manoela.

- Bom, temos que dividir o grupo em quatro charretes e vamos dar uma volta para conhecer algumas praias, ok?

- Vamos lá...

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- Esta é a praia do Farol. Nela existem bares e restaurantes, além de pousadas para abrigar os visitantes que desejam ficar na ilha por alguns dias. Ela tem esse nome, porque existe um farol que serve de orientação para os barcos que trafegam próximo a ilha.

-Hoje tem bastante gente na praia nê, Chico? Pergunta Ciro.

-Você ainda não viu nada. Nos finais de semana de julho, isto aqui vira uma loucura, 'é gente pra todo lado. Esclarece Chico.

- Acho que vou convidar minha família para vir aqui qualquer final de semana. Planeja Brenda.

- É, mas não esqueça de avisar aos seus parentes que aqui não tem energia elétrica, apenas alguns comércios como bares e pousadas que possuem motores geradores que ficam até as 22 horas. A partir daí é breu total na Ilha .....

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- Agora vamos até a praia do Vai Quem Quer... é a mais distante e mais selvagem da ilha, pois a mata é bastante fechada.

-Praia do quê ? "Vem Quem Tem"???... espanta-se Keverson.

-"Vai Quem Quer", ajuda Brenda. Como o próprio nome já diz, deve ficar muito longe, por isso os nativos devem ter dado este nome que tem tudo a ver, não é verdade Chico ?

- Isso mesmo, obrigado pela ajuda. Bom, enfim chegamos e como vocês podem ver a areia é branca, solta e grossa, possui muitas árvores e nos meses de maior movimento a poluição sonora e o lixo acumulado prejudicam a paz do ambiente.

- Mas para conhecer esta praia, precisamos passar mais de um dia, pois vale a pena ficar até mais tarde, né pessoal? Sugere Manoela.

- É, mas vamos nos apressar que gostaria de levá-los em outros locais.

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- Vai dar pra conhecer as outras praias, Chico ? Indaga Amanda.

- Infelizmente não, a Praia do Amor, da Saudade, a Praia Funda e a da Flexeira também são belíssimas, mas devem ficar para uma próxima visita.

Agora vamos dar uma volta pela cidade para conhecer as pessoas e como elas vivem aqui na Ilha. Geralmente, são casas de madeira e com quintais, com hortas além de plantas medicinais emuitas árvores frutíferas como o taperebazeiro, a goiabeira, o açaizeiro.

- Já estou com água na boca, se pudesse ficaria a manhã inteirinha comendo estas frutas deliciosas...comenta Vinícius

- Chegamos! Eu moro aqui e esta é minha mãe, Arlete, trançando as talas de guarumã para fazer um cesto, que nós conhecemos como rasa e serve para carregar o açaí. Meu pai, se chama Carlos e saiu para pescar, e meu irmão Toninho está lá no fundo do quintal apanhando açaí para completar o almoço, vamos até lá... Convida Chico.

- Oba ! Eu nunca vi ninguém apanhando açaí, deve ser emocionante... Comenta Ciro.

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- Que coragem o Toninho tem de subir tão alto nessa palmeira de tronco tão fino. Espanta-se Brenda.

- Mas o que é aquilo no pé dele? Pergunta Adriana.

- É a peconha, uma espécie de alça de fibras trançadas feitas da própria palmeira, e ela serve para facilitar a subida no açaizeiro.

- Toninho, como você sabe que o açaí está bom? Pergunta Flávia.

- Pela cor .... responde Toninho lá do alto do açaizeiro.

- Como assim?! Indaga Ciro.

- Isto eu posso explicar, responde Chico: Quando o fruto está verde, chamamos de Vitrim, quando está preto e brilhante é o Parau ou Paró e quando está preto e recoberto por uma camada de pó branco acinzentado é o tuíra, e exatamente nessa fase que colhemos.

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- Mas Chico, além do fruto o que mais se pode utilizar da palmeira do Açaí?Pergunta Carol.

- Extraímos o palmito, utilizamos as folhas para fabricar cestos, cobrir casas e fazer chapéus. Das raízes, fazemos remédios caseiros; o caule serve para fazer paredes de casas, pontes para atravessar igarapés; dos cachos fazemos vassouras e, finalmente o carroço utilizamos como adubo.

- Nossa, o açaizeiro tem mil e uma utilidades e nós nem damos tanto valor, né pessoal? Comenta Adriana.

- Vejam, minha mãe agora está amassando o açaí na peneira. Alerta Chico.

- Nossa ! Como é difícil preparar açaí só com as mãos, não é Chico ? Lá perto de casa, em Belém, tem uma máquina que faz isso rapidinho e sem muito esforço. Indaga Flávia.

- Mas, garanto que não fica tão gostoso, prova só... Fala Chico.

- Nossa, vale a pena o esforço, está realmente uma delícia, Chico! Responde Flávia.

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- Ah, ia esquecendo de falar pra vocês. Estão vendo aquela casa branca ali na frente? É lá que eu e meu irmão estudamos, é o anexo da Escola Bosque. Apesar de pequena, nos ajuda aprender muitas coisas, além de nos dar merenda, que por sinal é uma delicia...

No caminho Chico lembra...

- Esta é a casa da Dona Maroca. "Ela é a médica" da ilha. Conhece tudo de remédio caseiro e o quintal dela é uma verdadeira farmácia. Tem remédio para diarréia, vômito, dor de cabeça, gripe, baque, insônia e tudo que vocês possam imaginar ... Explica Chico.

- Com os preços dos remédios lá em Belém seria bom ter uma "médica" dessas lá perto de casa. Brinca. Ciro.

Ao sair do quintal, o grupo percebe alguns meninos brincando e Chico comenta...

- Hoje a garotada ta brincando de futebol no campinho, mas eles também gostam de brincar de cemitério, se esconder na mata, nadar nos igarapés e subir em árvores, fazem parte dos nossos momentos de lazer.

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- Geralmente no final da tarde, a nossa turma vai lá pra casa do Seu Antônio que é um dos moradores mais antigos da ilha e adora contar estórias fantásticas que aconteceram...

- Ah ! Devem ser lendas... Conta alguma pra gente, Chico. Sugere Carol.

- Bom, a que o seu Antônio mais gosta de contar é a do boto, muito conhecida na nossa região. Diz a lenda que o boto se transforma num belo rapaz que sai a noite para as festas próximas do rio para seduzir as mulheres. Ele escolhe a moça mais bonita da festa e a convida para dançar, depois de conseguir o que queria, mergulha no rio e vai embora...

- E depois a moça aparece grávida, não é mesmo Chico? Interrompe Adriana.

- Isso mesmo. E diz que o filho é do boto ... Responde Chico, com um sorriso na voz.

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- Gente!!! já são quatro e meia da tarde e precisamos nos apressar, pois o barco está para sair. Lembra Manoela..

- Chico. muito obrigada por ter nos acompanhado neste passeio. Realmente, para conhecer a Amazônia não precisamos ir muito longe, podemos desfrutar de momentos muito emocionantes, conhecendo coisas que estão ao nosso redor, a ilha de Cotijuba é uma prova disto, as pessoas e o ambiente daqui são maravilhosos e precisam ser preservados.

Valeu mesmo, e não esqueça de continuar recebendo bem os visitantes que vêm à ilha, pois conosco você foi muito gentil e nos ajudou bastante em nossa pesquisa de campo. Agradece Carol.

- Que tal vocês voltarem durante a Festa de Nossa Senhora da Conceição, que acontece na primeira semana de dezembro? Vai Ter procissão, festas no barracão da igreja e isto pode enriquecer ainda mais o trabalho de vocês ... Sugere Chico.

- Boa idéia, Chico, vamos fazer o possível para estar aqui neste período, responde Carol.

- Tchau Chico obrigado por tudo!!! Despede-se o grupo.

- Tchau pessoal ! Foi um prazer conhecê-los e sempre que quiserem, Cotijuba estará de braços abertos para recebê-los, boa viagem....

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Departamento de MuseologiaServiço de Educação e Extensão Cultural

Para maiores informações sobre o "Clube do Pesquisador Mirim" procure o Serviço de Educação e Extensão Cultural do Museu Goeldi, ou ligue para 219 3320, 219 3321, 219 3322, 219 3324 e 249 0760.

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