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V H*ij Çi:MaSH ASSIGNATURA ANNUAL Brazil 6$000 PAGAMENTO AOIANTADO PUBLICA-SE NOS DIAS 1 E 15 DE CADA MEZ PSíKKíBMCO EVãU.UCIOlíISTA ASSIGNATURA ANNUAL Extrangeiro 7$00Q PAGAMENTO ADIANTADO ORGAQ DA FEDERAÇÃO SPIRITA BRAZILEIRA PÜBLIcl„^; É » DE CADA MEZ í^feCA ?14C/fi7 gran a b aattses Toda correspondência deve ser dirigida a PEDRO RICHARD Rua do Rosário n. 68 A ii» o W tf. 3414 wgaasf -"CM^ EXPEDIENTE Continuam a «er nossos agentes nos se- guintes logare»: - Amazonas—O Sr. Bernardo Rodrigues de Almeida, em Manftos, rua .Tose Paraná- qua 37. Pará—Recaredo Laudegario da Silva Prego, em Belém, rua Conselheiro Jofto Alfredo n. 10. Ceará—O Sr. Dometrio de Castro Mo- nczes, na Fortaleza. Rio Grande do Noute—O Sr. Fortu- nato Rufiiio Aranha, no Natal, rua 13 de Maio n. 51. PARAHYBA—O Sr. Emiliano Rodrigues Pereira, na capital, rua da Viracao n. 27. Pernambuco—O Sr. Theodomiro Du- arte, no Recife, rua Primeiro de Março n. 7. Alagoas—O Sr. Jofto Nunes dos Santos, em Penedo. Bahia—O Sr. Francisco Xavier Vieira Gomes, na Cachoeira. O Sr. Manoel Ferreira Villas Boas em S. Salvador, rua de Santa Barbara n. 114. Rio de Janeiro—O Sr. Luiz Baptista Coelho, em Petropolis, rua 15 de Novem- bro n. 50. O Sr. Luiz Lopes da Silva, em Friburgo. O Sr. Júlio Feydit, em Campos, rua Vis- conda do Rio Branco n. 36. Minas G-ekaes— O Sr. Modestino Ar- mide, em Ouro Preto. S. Paulo—O Sr. Antônio Gonçalves da Silva Batuira, na capital, rua da Indepeu- dencia n. 4. O Sr. Benedicto José do Souza Júnior, em Santos, rua General Câmara n. 120. O Sr. Jofto Manoel Malheiros, na Fran- ca, rua do Commercio n. 10. Paraná—O Sr. Joao Moacs Pereira Go- mes, em Paranaguá. Santa Catharina O Sr. Joaquim Antônio S. Thiago, etn S. Francisco. Rio Gkande do Sul—O Sr. José' Ga- fariél Teixeira, no Rio Pardo. Matto Gnosso—O Br. Flaviò Crescen- cio do Mattos, em Cuyabà. O PERDÃO Deus perdoa a todo o que se arrepen- de de suas culpas: é principio corrente na igreja romana e em todas as seitas dissidentes. E' também a «vença inabalável dos spiritas, que têm mais perfeita compre- hensão dos attributos divinos. Os catliolicos, porem, e os scismati- cos, marcam o prazo fatal para o pecca- dor arrepender-se ; ao passo que o spi- rita, mesmo porque tem melhor com- prehensão de Deus, não põe limites ao perdão. Até á hora da morte, dizem os ca- tholicos, protestantes e scísmaticos. Em todo o tempo, antes e depois da morte, dizem os sectários da doutrina spirita. Esta divergência requer explicação, assim como o que é o perdão, em sua extensão e comprehensão. haverá perdão até o momento de morrer ? Se assim for, todo o que morrer em peccado não tem mais perdão e, por- tanto, está condemnado in eiernum. Contra semelhante hypothese levan- tam-se argumentos indestructiveis. Primeiro : o homem não é um ser perfectivel, e sim somente o são alguns, desde que uma grande massa d'elles é condemnada a penas eternas, que lhe tolhem o aperfeiçoamento, até porque nada lhe aproveita tal aperfeiçoamento no eterno viver dos coudemnados. SigiouU : a parábola do filho pródigo que tem sentido entendida como promessa da salvação universal, foi en- godo á humanidade e não uma promes- sa de N. S. Jesus Christo. Terceiro : é hoje facto experimental que os que vão d'esta vida voltam á ella. Como isto, se os que morrem em peccado não podem mais voltar, e se os que morrem arrependidos são perdoa- dos e não têm mais o que fazer em nos- so mundo de sonrimentos ? Deus não seria o infinito amor se condemnasse seus filhos a penas éter- nas, por não se terem arrependido de suas faltas (de um momento) até um determinado momento de sua ex-istencia sem fim. O pae humano, com todas as suas imperfeições, nunca recusa o perdão ao filho que o procura arrependido, qual- quer que seja o (empo cm que o faça. Será o Pae dos pães menos amoroso que estes ? Como, se o amor é o laço divino qne liga a creatura ao Creador e se a pureza do amor está na razão do aperfeiçoa- mento do espirito ? Se a justiça divina é puro amor, como ser o castigo eterno e som remis- são ? A igreja romana não pode cevar o seu demônio senão creando a lei da coiulemnação eterna senão descrevendo o amor infinito do Pae com as cores de um sentimento impio. Jesus, o divino pensamento do Pae, a essência de sua caridade, não podia permittir que em seu nome se injuriasse o Pae ; e para salvar a humanidade do veneno distillado em Roma, fez baixar á terra a Revelação da Revelação, ou Revelação Spirita, que trouxe a luz aos homens. Deus é amor, e amor é perdão. Deus pune seus filhos para corri- gil-os, para digniíieal-os, parafazel-os dignos das promessas do Christo—da vida eterna. Deus pune o peccador ; mas em todo o tempo em que este se arrepende e procura-o, Elle, como o disse por Eze- quiel, faz o banquete do filho pródigo, perdoa.# O perdão, porem, não é a lavagem do peccador, porque em tal caso elle ficaria limpo de todo o mal e não teria que voltar a um mundo de expiação, onde os soífrimentos por que passasse, seriam penas impostas ao purificado: injustiça. Não. O perdão suspende o castigo e habilita o perdoado a entrar nas vias do progresso, pela purificação e para a purificação. O espirito perdoado, em vista de seu arrependimento, não fica puro do mal que praticou ; tem de purificar-se e é para isto que recebe, pelo perdão, a graça de reincarnar, para, nas mesmas condições em que delioquiu contra a lei, praticar de conformidade com a lei. O perdão conquista-se fazendo-se tanto bem quanto se fez mal ; e o que o consegue está de facto e de direito, em justiça, perdoado e purificado. Vè-se, pois, quanto differe a vasta, quasi infinita, comprehensão do perdão segundo o spiritisrno, da estreita e blasphema comprehensão da igreja ro- mana, e quanto o spiritisrno exalta Deus, passo que Roma o reduz a proporções menos que humanas. .j3ISZE«JZK!atfJSS5IJ33B;MaSI3^^ 53MBC3BCI J)A NOTICIAS Lemos no La Lumière a noticia de um interessante caso telepathico, que vem transcripta no seu unumero de 27 de abril e que solicitamos veuia para reproduzir n'estas columnas. «O Sr. Max Rahn, refere o collega, accedeudoao convite de um celebre me- dium demateri.liziQao.de Gatésliead ou Tyne, a senhora Hall, embarcara-se com sua esposa, Na noite de 2 para 3 de junho de 1893 teve esta, a bordo, a visão de um homem bastante idoso, em trajo de ca- çador, que ella não conhecia ; conserva- va-se elle a cerca de um metro e olha- va-a fixamente. Não obstante ser noite, a Sra. Rahn poude observar os detalhes da apparição, graças á luz que d'esta parecia emanar. Fez esforços para cha- mar o marido, mas n'esse momeuto a apparição sumiu-se. No dia seguinte á tarde desembarca- ram os dois esposos em Gateshead e, chegando á casa da Sra. Hall, soube- ram com grande surpreza que esta fal- lecera na véspera, em conseqüência de uma queda que dera, batendo com a ca- beca de encontro a uma grade metálica. O Sr. e a Sra. Rahn dirigiram-se á ca- mara mortuaria e ahi a Sra. Rahn reco- nlieceu o seu visitante'nocturno n'nm quadro collocado por cima do leito. Era o retrato do Sr. Hall que era, ao que parece, dotado de dupla vista, ernquan- to que a Sra. Rahn era um tanto me- dium.» Sob a epigraphe Os presentimentos de Lincoln, encontramos ainda no referido collega o seguinte, extraindo do The pliilosophical journal: «A narração que segue, devida a Staunton, qne a communicou a Charles Dickens, foi publicada no Journal do Sr. E. Grant Duff. Staunton fora chamado a assistir a um conselho por convocação de Lincoln, mas havia chegado atrazado. Ao sahir disse-lhe o procurador-geral: —Não sabeis o que se passou antes da vossa chegada ? —Não. Que aconteceu ? —Pois bem. Todos nós, que fomos muito pontuaes, encontramos sentado o presidente, com a cabeça apoiada nas mãos, n'uma attitude que lhe não é ha- bitual. Levantou por fim a cabeça e, olhando ao redor de si, disse—«meus senhores, dentro de algumas horas rece- beremos noticias verdadeiramente ex- tranhas.»—Muito surprehendido, per- guntei-lhe :—«recebestes más noticias (da guerra)?»—«Não, disse elle, mas em poucas horas teremos singulares no- vas.» Absolutamente admirado, disse eu ;—«poderemos saber o que vos faz falar assim ?»—Tive um sonho, retor- quiu elle, o mesmo sonho que tive n.-t véspera da batalha de BulPs Ruu. Tive-o mnitas vezes e na noite pas- sada eíle se me apresentou novamente.» Cada vez mais impressionado, disse- jjie eu :—«permittir-nos-heis queinda- guemos da natureza d'esse sonho ?»— «Encontro-me n'um escaler e vejo- me n'um rio largo impetuoso ; sinto-me arrastado, arrastado, com uma violeu- cia crescente.»—Foi n'esse momento que batestes á porta. O presidente acerescentou : aos nossos aftazeres agora, meus senhores.—Eis aqui. Sr. Staunton. Cinco horas depois o presidente era assassinado,»' * 0 in ... m

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H*ij Çi: MaSH

ASSIGNATURA ANNUAL

Brazil 6$000PAGAMENTO AOIANTADO

PUBLICA-SE NOS DIAS 1 E 15 DECADA MEZ

PSíKKíBMCO EVãU.UCIOlíISTAASSIGNATURA ANNUAL

Extrangeiro 7$00QPAGAMENTO ADIANTADO

ORGAQ DA FEDERAÇÃO SPIRITA BRAZILEIRA PÜBLIcl„^; É » DECADA MEZ

í^feCA ?14C/fi7

gran a b aattses

Toda correspondência deve ser dirigida a PEDRO RICHARD — Rua do Rosário n. 68

A ii» o W tf. 3414wgaasf -"CM^

EXPEDIENTE

Continuam a «er nossos agentes nos se-

guintes logare»: -

Amazonas—O Sr. Bernardo Rodriguesde Almeida, em Manftos, rua .Tose Paraná-qua 37.

Pará—Recaredo Laudegario da SilvaPrego, em Belém, rua Conselheiro JoftoAlfredo n. 10.

Ceará—O Sr. Dometrio de Castro Mo-nczes, na Fortaleza.

Rio Grande do Noute—O Sr. Fortu-nato Rufiiio Aranha, no Natal, rua 13 deMaio n. 51.

PARAHYBA—O Sr. Emiliano RodriguesPereira, na capital, rua da Viracao n. 27.

Pernambuco—O Sr. Theodomiro Du-arte, no Recife, rua Primeiro de Marçon. 7.

Alagoas—O Sr. Jofto Nunes dos Santos,em Penedo.

Bahia—O Sr. Francisco Xavier VieiraGomes, na Cachoeira.

O Sr. Manoel Ferreira Villas Boas emS. Salvador, rua de Santa Barbara n. 114.

Rio de Janeiro—O Sr. Luiz BaptistaCoelho, em Petropolis, rua 15 de Novem-bro n. 50.

O Sr. Luiz Lopes da Silva, em Friburgo.

O Sr. Júlio Feydit, em Campos, rua Vis-conda do Rio Branco n. 36.

Minas G-ekaes— O Sr. Modestino Ar-mide, em Ouro Preto.

S. Paulo—O Sr. Antônio Gonçalves daSilva Batuira, na capital, rua da Indepeu-dencia n. 4.

O Sr. Benedicto José do Souza Júnior,em Santos, rua General Câmara n. 120.

O Sr. Jofto Manoel Malheiros, na Fran-ca, rua do Commercio n. 10.

Paraná—O Sr. Joao Moacs Pereira Go-mes, em Paranaguá.

Santa Catharina — O Sr. JoaquimAntônio S. Thiago, etn S. Francisco.

Rio Gkande do Sul—O Sr. José' Ga-fariél Teixeira, no Rio Pardo.

Matto Gnosso—O Br. Flaviò Crescen-cio do Mattos, em Cuyabà.

O PERDÃO

Deus perdoa a todo o que se arrepen-de de suas culpas: é principio correntena igreja romana e em todas as seitasdissidentes.

E' também a «vença inabalável dosspiritas, que têm mais perfeita compre-hensão dos attributos divinos.

Os catliolicos, porem, e os scismati-cos, marcam o prazo fatal para o pecca-dor arrepender-se ; ao passo que o spi-rita, mesmo porque já tem melhor com-

prehensão de Deus, não põe limites aoperdão.

Até á hora da morte, dizem os ca-tholicos, protestantes e scísmaticos.

Em todo o tempo, antes e depois damorte, dizem os sectários da doutrinaspirita.

Esta divergência requer explicação,assim como o que é o perdão, em suaextensão e comprehensão.

Só haverá perdão até o momento demorrer ?

Se assim for, todo o que morrer empeccado não tem mais perdão e, por-tanto, está condemnado in eiernum.

Contra semelhante hypothese levan-tam-se argumentos indestructiveis.

Primeiro : o homem não é um serperfectivel, e sim somente o são alguns,desde que uma grande massa d'elles écondemnada a penas eternas, que lhetolhem o aperfeiçoamento, até porquenada lhe aproveita tal aperfeiçoamentono eterno viver dos coudemnados.

SigiouU : a parábola do filho pródigoque só tem sentido entendida comopromessa da salvação universal, foi en-godo á humanidade e não uma promes-sa de N. S. Jesus Christo.

Terceiro : é hoje facto experimentalque os que vão d'esta vida voltam áella.

Como isto, se os que morrem empeccado não podem mais voltar, e se osque morrem arrependidos são perdoa-dos e não têm mais o que fazer em nos-so mundo de sonrimentos ?

Deus não seria o infinito amor secondemnasse seus filhos a penas éter-nas, por não se terem arrependido desuas faltas (de um momento) até umdeterminado momento de sua ex-istenciasem fim.

O pae humano, com todas as suasimperfeições, nunca recusa o perdão aofilho que o procura arrependido, qual-quer que seja o (empo cm que o faça.

Será o Pae dos pães menos amorosoque estes ?

Como, se o amor é o laço divino qneliga a creatura ao Creador e se a purezado amor está na razão do aperfeiçoa-mento do espirito ?

Se a justiça divina é puro amor,como ser o castigo eterno e som remis-são ?

A igreja romana não pode cevar oseu demônio senão creando a lei dacoiulemnação eterna senão descrevendoo amor infinito do Pae com as cores deum sentimento impio.

Jesus, o divino pensamento do Pae,a essência de sua caridade, não podiapermittir que em seu nome se injuriasseo Pae ; e para salvar a humanidade doveneno distillado em Roma, fez baixará terra a Revelação da Revelação, ouRevelação Spirita, que trouxe a luz aoshomens.

Deus é amor, e amor é perdão.Deus pune seus filhos para corri-

gil-os, para digniíieal-os, parafazel-osdignos das promessas do Christo—davida eterna.

Deus pune o peccador ; mas em todoo tempo em que este se arrepende eprocura-o, Elle, como o disse por Eze-quiel, faz o banquete do filho pródigo,perdoa. #

O perdão, porem, não é a lavagemdo peccador, porque em tal caso elleficaria limpo de todo o mal e não teriaque voltar a um mundo de expiação,onde os soífrimentos por que passasse,seriam penas impostas ao purificado:injustiça.

Não. O perdão suspende o castigo ehabilita o perdoado a entrar nas viasdo progresso, pela purificação e para apurificação.

O espirito perdoado, em vista de seuarrependimento, não fica puro do malque praticou ; tem de purificar-se e épara isto que recebe, pelo perdão, agraça de reincarnar, para, nas mesmascondições em que delioquiu contra alei, praticar de conformidade com a lei.

O perdão conquista-se fazendo-setanto bem quanto se fez mal ; e o queo consegue está de facto e de direito,em justiça, perdoado e purificado.

Vè-se, pois, quanto differe a vasta,quasi infinita, comprehensão do perdãosegundo o spiritisrno, da estreita eblasphema comprehensão da igreja ro-mana, e quanto o spiritisrno exaltaDeus, a» passo que Roma o reduz aproporções menos que humanas..j3ISZE«JZK!atfJSS5IJ33B;MaSI3^^ 53MBC3BCI J)A

NOTICIAS

Lemos no La Lumière a noticia deum interessante caso telepathico, quevem transcripta no seu unumero de 27de abril e que solicitamos veuia parareproduzir n'estas columnas.

«O Sr. Max Rahn, refere o collega,accedeudoao convite de um celebre me-dium demateri.liziQao.de Gatéslieadou Tyne, a senhora Hall, embarcara-secom sua esposa,

Na noite de 2 para 3 de junho de1893 teve esta, a bordo, a visão de umhomem bastante idoso, em trajo de ca-çador, que ella não conhecia ; conserva-va-se elle a cerca de um metro e olha-va-a fixamente. Não obstante ser noite,a Sra. Rahn poude observar os detalhesda apparição, graças á luz que d'estaparecia emanar. Fez esforços para cha-mar o marido, mas n'esse momeuto aapparição sumiu-se.

No dia seguinte á tarde desembarca-ram os dois esposos em Gateshead e,chegando á casa da Sra. Hall, soube-ram com grande surpreza que esta fal-lecera na véspera, em conseqüência deuma queda que dera, batendo com a ca-beca de encontro a uma grade metálica.O Sr. e a Sra. Rahn dirigiram-se á ca-mara mortuaria e ahi a Sra. Rahn reco-nlieceu o seu visitante'nocturno n'nmquadro collocado por cima do leito. Erao retrato do Sr. Hall que era, ao queparece, dotado de dupla vista, ernquan-

to que a Sra. Rahn era um tanto me-dium.»

Sob a epigraphe Os presentimentos deLincoln, encontramos ainda no referidocollega o seguinte, extraindo do Thepliilosophical journal:

«A narração que segue, devida aStaunton, qne a communicou a CharlesDickens, foi publicada no Journal doSr. E. Grant Duff.

Staunton fora chamado a assistir aum conselho por convocação de Lincoln,mas havia chegado atrazado. Ao sahirdisse-lhe o procurador-geral:

—Não sabeis o que se passou antesda vossa chegada ?

—Não. Que aconteceu ?—Pois bem. Todos nós, que fomos

muito pontuaes, encontramos sentadoo presidente, com a cabeça apoiada nasmãos, n'uma attitude que lhe não é ha-bitual. Levantou por fim a cabeça e,olhando ao redor de si, disse—«meussenhores, dentro de algumas horas rece-beremos noticias verdadeiramente ex-tranhas.»—Muito surprehendido, per-guntei-lhe :—«recebestes más noticias(da guerra)?»—«Não, disse elle, masem poucas horas teremos singulares no-vas.» Absolutamente admirado, disseeu ;—«poderemos saber o que vos fazfalar assim ?»—Tive um sonho, retor-quiu elle, o mesmo sonho que tive n.-tvéspera da batalha de BulPs Ruu.Tive-o já mnitas vezes e na noite pas-sada eíle se me apresentou novamente.»Cada vez mais impressionado, disse-jjie eu :—«permittir-nos-heis queinda-guemos da natureza d'esse sonho ?»—«Encontro-me só n'um escaler e vejo-me n'um rio largo impetuoso ; sinto-mearrastado, arrastado, com uma violeu-cia crescente.»—Foi n'esse momentoque batestes á porta. O presidenteacerescentou : — aos nossos aftazeresagora, meus senhores.—Eis aqui. Sr.Staunton.

Cinco horas depois o presidente eraassassinado,»'

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O Sr. D. Jesus Ceballos üosamantes.do Observatório Astronômico da cida-de do México, explica da seguinte ma-neira os signaes observados tiltimamen-te no planeta Marte :

« Na minha opinião, as figuras obser-vadas no disco de Marte não somenterevelam origem de artificial e intelli-gente obra, vista a sua exacthlão geo-métrica e a acertadissima escolha qued'ellas se fez por serem bem conheci-das na sciencia astronômica, mas tam-bem constituem um liieroglypho dispostopor um modo habilissimo,para assim fa-lar á intelligencia com a linguagemuniversal da idéa.

Tentemos decifral-o :O triângulo equilatero, que occupa o

primeiro logar das figuras observadas,significa, nos symbolos das diversastheogonias,asties potências da Consci-encia, e, na Sciencia Occulta. a tria-de superior ou potências psychicas ; as-sim pois, n'esse caso, o triângulo re-presenta a Vida Consciente.

O circulo com o seu raio significa afôrma dos mundos.

A ecliptica com os seus eixos, maiore menor, indica as orbitas de gravita-ção, em razão da primeira lei deKepler.

Emiim, a parábola sobre unia rectaque estende as suas extremidades parao infinito, syinboliza esse infinito.

Attendendo ao que fica exposto, asfiguras expressam o seguinte :

A vida consciente irradia nos mundose gravita no infinito.»

Acabam-se de executar,na igreja deVervier ( França), fragmentos impor-tantes de uma missa, posta em musicapor um menino cego de 1.1 annos deidade.

Esse menino escreveu essa partiturasem ter o menor conhecimento teclmi-co das leis e regras da harmonia.

O spiritismo explica perfeitamenteesse phenomeno.

Um illustre physico inglez, o Sr. W.F. Barrett, enviou ao Light, de Lon-dres, a narrativa do seguinte facto :

« Uni dos meus amigos, diz o Sr.Barrett, trouxe da Criméa um cãoque muito estimava, e que também ti-nha-lhe muito affecto.

Poucas vezes o amo salda sem elle.Entretanto, estando um dia na Irlanda,teve, com grande pezar, de o deixarem casa para assistir a um ltuich paraque fora convidado porem antes de sahirordenou que o segurassem á corrente.

Durante o ltincli, um dos convidados,chamando a sua attenção, disse :

—Olhai, olhai o vosso cão.—E' impossível, contestou elle; fi-

cou em casa preso á corrente.Quando esse meu amigo voltou

para casa, reprehendeu o criado, porlhe ter desobedecido, soltando o cão ;mas o criado affirmou que havia res-trictaniente cumprido as ordens recebi-das.

Então, dirigindo-se ao pateo, encon-traiam o cão preso á corrente, poremestava morto.»

A vida futura perante

MSSB^SÊ.MAl&OBV"--tS^S'— Julho I1iu^imÊàmimÊ!SBB^S!9SSSBSBÊ/(SS

a sciencia( La Revue Spirite )

Penetremos, porem, mais fundo nacritica das concepções metaphysicás doSr. C. B., concepções cuja importânciaé tanto maior quanto são verdadeira-mente audaciosas e poderão incitar ou-tros sábios a adoptal-as,no todo ou emparte.e a desenvolvel-as.

A existência do principio immaterialespalhado em todo o universo, segundoo Sr. C. B., é limito contestável. Comeffeito, é muito difficil explicar comoalguma coisa de immaterial pode, de-pois de se haver diversificado, agir so-brea matéria. Ou ha ahi a difterençade natureza entre esse principio e amatéria, e seu accordo torna-se impôs-sivel ou iuconipreheusivel para a nossarazão ; ou têm ambos a mesma origemqualitativa, e como o principio hnm tte-liai é dynamicp, o traço de união entreessas duas substancias é a força.

Conviria então dizer que um tal prin-cipio, se existisse, seria antes amateri-ai do que immaterial, do mesmo modoque philosophos tèm dito que a iiature-za é não immoral mas amoral. A junte-mos qne pode-se muito bem conceberque a matéria seja uma força tornadainerte, graças á interferência das linhasde força primitivas com a corrente na-tarai partida do polo negativo, como omostra o Sr. Vau der Naillen no seu li-vro No Sancluario. N'este sentido po-de-se dizer que a matéria é a força li-mitada, tendo por isso mesmo uma for-ma, propriedades, que são n'uma pala-vra, uma força manifestada. D'ahi, éverdadeiro dizer que existe no universoa matéria e a força; n'outros termos,que existem unia matéria tendo recepti-vidade para vibrar, pois que seu fundooriginal é a força; e vibrações d'essamatéria que se propagam por elia detoda sorte, seja essa matéria ether,gaz, liquido ou solido. A força está in-dissoluvelmeiite ligada á matéria, e oconcurso das duas serve para dirigir aevolução dos seres.

A força pura, tanto como á matériabruta, está submettida á lei da vibra-ção. Tudo o que não pertence á forçainfinita propriamente dita, a Deus, ésusceptível de formar uma matéria ; equanto mais apurada tor essa matéria,tanto mais numerosas serão as suas pro-priedadus ; é o que resaita, por exem-pio, da comparação entre um gaz e umsolido. Do mesmo modo a força vital, aforça pensante, não nos parecem cons-tituir excepção na materialidade, ouantes, ua amaterialidade que, por suaorigem dynainica, não tem relação coma iniinaterialidade propriamente dita.

A matéria mais ínfima as contem emseu domínio, e vale mais isto do questippor que ha desprendimento d'esseprincipio immaterial para constituir aalma ou a força vital propriamente dita.Quanto ao ether, ou é elle de uma ma-terialidade muito tênue, e não vemos«orno possa constituir-se um maciçopara perinittir ás vibrações o propaga-reni-se, pois que deve sempre ficar unicerto espaço entre suas moléculas, outorna-se o alcasa dos occuitistas, ou so-mos emiim obrigados a identifical-o commaior razão, para conservar-lhe seu pa-pel, com a aura infinita que é uai dosattributos entre o infinito numero dosque possue a divindade.

Não resta mais então, fora de Deussenão a aura na qual evoluem todos osseres de unia materialidade maior oumenor, e a isto ajunta-s.e a força. Mate-ria, força e aura divina, taes são, porconseguinte,três dos elementos qu i con-correm na formação do universo.

Tomemos dois átomos ue uma mole-cuia qualquer, inertes em priiieipio.Como toda molécula gosa de unia forcade cohesão, quer entre os átomos qne aconstituem, quer em suas relações comoutras moléculas, segue-se (pie"existementre esses átomos, depois entre essasmoléculas, linhas de força. Mas istobasta para constituir tuna energia uni-versai ? Não, seguramente ; isto basta-ria apenas para constituir um universon'uni estado estático ou de completaim mobilidade desde o inomeni

vida universaes ; devemos introduzi]' omagnetismo de Deus, cujas vibraçõesmateriaes, iiitellectuaes ou espirituaespodem, dirigindo-se, a diversas catego-rias de seres, favorecer o seu desenvol-vimento por unia evolução entretidapeia divindade e dirigida para ella.Assim, pois, o facto de que tola forçafora de Deus deve manifestar-se porvibrações, como resaita de modernostrabalhos scientilicos, é devido mesmoá presença da aura divina que asseguraa conservação da matéria e ao mesmotempo permitte á força n'ella circular.

Matéria e força, sob -a aura e o mag-netismo da divindade, constituem a ma-teria que vibra de um modo variávelsegundo o estado de suas moléculas ; eseu calor, luz, etc, considerados n'es-te ponto de vista, sobresahein tanto ámatéria, que propaga-os vibrando, comoa força viva propriamente dita que apercorre. Se não houvesse inércia, aforça dada de uma expansão infinitanão se poderia propagar : e se não liou-vesse energ

o ua

a activa, o movimento de

creação.Devemos, portanto, fazer intervir um

Deus motor por attracção qü0 permitteaos corpos desenvolvei em suas energiasreciprocas n'u,m movimento e n'uma

propagação nao se daria mais e ter-se-liia uni repouso absoluto, bastando-se ainércia a si mesma, ou então os corposcuja natureza original é a força, deseu-volvel-a-hiam, o que é impossível, sen-do dada n'esse caso a náo-existenciade um movimento interno. Ajunte-se,pois, mais alguma coisa para fazer pas-sar um corpo do estado de inércia aode actividade ; é a força ou antes o con-junto das vibrações que a constituem.

A força não pode ser uma entidade ;ella desenvolve-se n'esses próprios cor-pos propagando-se n'elles, e tudo se re-duz, para dotar a matéria de forçasactivas, a um primeiro movimento, aoqual pode-se acerescentar a direcção.Está ahi a intervenção a que o Sr. Vauder Naillen chamou o Verbo, e foi omagnetismo que, por assim dizer, fezdesenvolverem-se na matéria todas asforças que ella continha.

Quanto ao facto da propagação, po-de-se ella reduzir a uma attracção, poisque a energia é sempre orientada deum certo modo, graças á attracção ou árepulsão dos corpos, e basta considerara polaridade divina para explicar a pro-pagaçáo da vibração. i\lateria, força,polaridade, magnetismo intervém cou-joiictamente,e é na aura divina que asua acção se effectua. Mas o mundocreado deve ser conservado e não sepoderia conceber que a força, despren-dida da divindade, uma vez que consti-tuiu a matéria, se extinguisse pouco apouco e que o mundo recahisse no nada.Do mesmo modo a conservação do nina-do exige um accumulo de forças novasisto e, precisamente a existência domagnetismo de Deus, de que acima fa-iámos.

Eis-nos longe do elemento dynamicoimmaterial do Sr. C. B. Do que ahi ficaresaita alem de tudo que não se podeadmittir esse principio immaterial, oumelhor amateriai, senão com a condiçãode o confundir com a aura divina. Poroutro lado essa aura cria um meio snfíi-cientemente elástico para que a vibra-ção se possa propagar,e o ether,sob esteponto de vista, torna-se inútil, e seexiste, com essa materialidade tão te-nue que se lhe attribue, faz parte inte-grante da matéria espalhada no univer-so, com o mesmo motivo que os gazesservindo apenas de traço de união en-tre os gazes e as manifestações maisquintessenciadas da força divina. Asemelhante titulo aclmittühos sua exis-teucia. O Sr. 0. B. deveria ter melhorprecisado as relações entre o principioimmaterial dynamico e as energias ca-lorrficas, sonoras, etc, de um lado, eas forças vitaes e conscientes do outro.Deveria ter-nos mostrado como a forçavital, n um dado momento, tornou-semanifesta, coneordando-se em que amatéria em que reside tinha adquiridoa seu respeito uma certa receptivida-de,

Em siimina, e por mais (pie faça,aphilosophia do Sr. C B.', é um dualis-mo pantheistico. Levou-a elle ao extre-mo : vai mais longe do que os dualistasantigos, taes como Aristóteles, porque,mesmo no systema d'este philosopho. amatéria sendo increada não possue,desde o infinito original, ser próprio ;não passa de unia. tendência que é umacapacidade de existir. No systema doSr. C. B., dar á matéria a eternidadeimporta dar attributos divinos, em suainfinidade, a tudo o que existe. N'es.secaso a energia, tanto como a matéria,como o ether, é eterna. E' íPuuia palavra tudo o (pie coustitue Deus disper-saio na natureza, um pantheismo, porconseguinte.

Ajuntemos (pie esse systema poderia,com algumas modificações e addições,conciliar-se muito bera, pelos documeu-tos scientilicos (pie fornece, com o doSi'. Van der ISaillen.

(Continua)Dit. Daniel.

m capituloew York D

Journal

doaiiy

O professor William Crookes, o maisproeminente chimico da Inglaterra, aca-lia de aimunciarao mundo que acreditana possibilidade da transmissão do pen-samento.

Não somente crê, mas também fazsaber que isso está estabelecido pelaevidencia scientilica, conforme declarouem um discurso que fez na Sóeiely forPsychical llesearch, da qual foi ultima-mente eleito presidente.

Demonstrou que a verdade da trans-missão do pensamento está provada comevidencia nos trabalhos (pie têm sidopublicados por essa sociedade e na obraPhanlasnís of the living.

O correspondente em Londres, doNew York Daily Journal,foi á casa doprofessor Crookes, e teve com elle oseguinte inierview;

— Considerais a possibilidade datransmissão do pensamento como scien-tificameute provada?—perguntou o cor-respondeuíe.

—Indubitavelmente, replicou elle.E'tão real como o telegrapho electrico.

—Mas ha alguma outra prova alemda que foi publicada nos trabalhos daSocieUj for Psi/chical Research, como,por exemplo, os desenhos nlunialouza,que foram imitados com mais ou menosexactidão por uma terceira pessoa aquem foi a idéa transmittida pelo es-forço mental ?

—Sim, respondeu o professor, aquel-Ias que, sem duvida, nós consideramoscomo evidencias valiosas, pois temoscentenares de mensagens vindas pelatransmissão do pensamento ; exemplo :uma dama escoceza veiu a Londrestendo deixado os seus chinelos em casa.Depois que chegou aqui, imprimiu, pelatransmissão do pensamento, e^se desejoem sua irmã que estava na Escócia, eesta lhe mandou os chinelos belo pri-meiro trem.

—Poderia haver alguma chinciden-'cia, suggeriu o correspondente, ftranatural que a irmã tendo visto) os chi-nelos, e .sabendo que elles (deveriamter seguido, procurasse inand/al-os im-niediataniente.

— Sim, admittiu o professor; sefosse somente esse caso, j nada pro-varia; mas ha c«nteuar&s d'elles.Essas duas irmãs, por mu/i tos annoshabituaram-se a transmittirj mutuameíi-te os seus pensamentos poi>' essa mesmaforma, e eu no daria oitarMie muitos ca-sos em que elia*, a iong/is distancias,trausniittir.ini íecados uvhia á outra só-mente pelo esforço nieuítal.

« E' evidente, diz ò correspondeu-te, que o professor estava uni tanto re-

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ceioso de ser contado no numero dosdemasiado crédulos, emquanto eraainda um sincero enthusiasta; mas agora o seu nome é muito considerado erespeitado, e julgo que as suas opiniõese as dos seus companheiros de crençase espalham rapidamente».

ü professor Ürookes e os que con-cordam com elle asseguram que pode-reinos commuuicar-nos mentalmente semser pelos meios communs.

As distancias e os corpos materiaes.em certos casos, não são obstáculos a'taes communicações.

A alma de cada um pode, sem acçãophysica de qualquer espécie, não só-mente communicar os seus próprios pen-samentos a outrem, mas também iudu-zir-lhe sensações de audição, gosto,olfato, vista e tacto. Uma pessoa po-de, por uma simples operação mental,projectar na vista de outra a allucina-ção sensorial, que será real a todos ossentidos da segunda e mesmo ao tacto.Tal theoria admitte a possibilidade dasalmas. Segundo o professor Orookes, éindubitavel que unia pessoa pode sug-gerir n'outra uma ailiicinação ou ma-infestação da própria alma. Se se crêna immortalidade da alma, qual a razãopor que um espirito desiucarnado nãoproduzirá semelhante alluciuação? Emtodo caso, a probabilidade da historiados irmãos corsos é mantida pelas pro-vas da Soeiety for Riychical Research.

As historias medievaes de feitiçariae apparições sobreuaturaes são agorareconhecidas como baseadas no mesmoplienomeno observado por aquella socie-dade. Assim a sciencia moderna encoii-tra um elemento de verdade n'aquüÍoque por muito tempo fui tratado comomera superstição.

Nenhum homem de sciencia poderiadar maior valor á demonstração dassuas convicções do que o professorWiiliam Orookes. Elle tem actualmente65 annos de idade, e desde os 17 an-nos, quando ganhou o prêmio Ashbur-ton 110 Royal Oplíege of Chemeslry , asua carreira tem sido um grande sueces-so.Em 1S54 foi nomeado superintendeu-te do Observatório Eadclitfe em Oxford.Em 1861 descobriu o matai thuilium pormeio de observações no spectruin. Emltíbõdescobrio o processo de amálgama-ção do sodium para separar o ouro e aprata dos corpos extrauho.. Desenhou________agMj__jj_««^ ¦

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o radiometro e o olheoscopio, sendo porisso honoriiicado pela Academia Pran-ceza de Scieneias.O seu methodo de produzir o extremovácuo tornou possível o tubo, hoje como nome de Orookes, os raios de Kcent-

geu e a lâmpada electrica incándescen-te. E presidente da Chemical Soeietye membro da Royal Soeiety.

_ O professor Orookes esboçou a theo-na, de accordo com a qual a transmis-são do pensamento, é aifectada por on-das du ether, inconcebiveimente peque-nas e rápidas. Depois de mostrar queas vibrações do ether de uma certa ra-pidez produzem a luz, diz que ha vibra-ções em tão alto grau (pie são inteira-monte imperceptíveis aos nossos senti-dos.

« Será inconcebível, pergunta elle,que o intenso pensamento concentradopara actuar em um ser sensitivo comquem o suggestionador esteja em estiei*ta sympathia, possa formar uma correu-te telepathica pela qual as ondas men-taes possam ir direito ao seu Um semperda de energia devida á distancia ?

_ A Soeiety for Psychical Research temliliaes n'este paiz. O vice-presidente echefe da filial ein New York é o pro-fessor J. H. Hyslop, que oecupa a ca-deira de lógica e ethica no ColumbiaCollcye.

O professor Hyslop, discutindo o as-sunipto, disse :« Na minha opinião,não ha duvida

que a possibilidade da transmissão dopensamento ou telepathia esteja prova-da. Eu próprio fiz algumas experieu-cias.lia alguns annos visitei um espiri-tualista, cujos trabalhos eu desejavainvestigar.

Exprimi a opinião de que eu poderiarepetir algumas das suas experiênciase pedi a um joven, que se achava presente e a quem eu nunca vira antesque me auxiliasse. '

Elle voltou as costas, e então, to-mando eu uma folha de papel, traceium triângulo com um circulo uo ceu-tro. Algumas pessoas viram isto.Depois, perguntando a elle o quevia, disse-me :« Um triângulo com um circulo nocentro». Em seguida me explicou quehavia tido unia ailuciiiação de trian-

gulos e círculos, mas que os círculoseram mais persistentes.

— Julho 1

23

IIST.1I_..I.M!II_IPOR

XXIIISim; dle (ove misericórdia!Nem por outro modo so pode explicar ofaeto de ter acertado eom o pouso ondeagon zttva «nu amada, para suavizar-lhe o.últimos momentos, grande bem para oque ama o eme (pie se flua.A misericórdia é uma graça, e as ..-ricas**> sao distribuídas senti J; ^^«ao, -Deus teruv preferencias c cxclu.ões,u detrimento de seu principal attributoAlei da graea requer títulos da parte

feL-ja, quemfôr o que os possuir.E assim como ella . gemi, e,'poi. ieú.üproporcional aos titulo, de be/iemerenci !Quem praticar o bem eomo 1, recebegraya como 1, e quem merecer como 10receberá eomo Jo. 'O que merece como 100, e tem mi,,,,coino.l.^OO^ao recebe agraçl,^"e, £S

a aquellas que suas boas obras resgataram.A lei da graça 6 parállèla á do perdãoque nao se tem por todas as culpE 2na razão dos merecimentos que se vai fa-zoiulo, ale fazer-se tantos que cubramtodo o mal feito, todo o passivo. m

aM^^!MMas^^ iiiÉ__-__jj

. .Assim, pois, quando Bartholomeu dosMartyres disse : por aquelle acto de pie-üdde para com a pobre velha, elle recebeuniiseneurdia, nao se deve entender queelle licou perdoado e purificadoE tanto 6-assim que tendo tido a satis-íaçao do seu maior desejo • descobrir acara esposa, embora moribunda, recebeuogo nq golpe de perdel-ajuina dó f quenao lhe vina.se purificado estives.e • nor-que somente soffre quem tem culpas aresgatar. *-"-i*as a

O moco licou prostrado aquelle froípè omais cruel que podia ferir-lhe o 4-iÍIo-zíss r1"1""a ,m<iü e- "°"511»» zy--Ames tel-a morta em meus braço--pura e bella como veiu a vida, do quo ,-e'ce-bel-a viva e polluida pelo lnUitb internaido miserável. Morrer ó lei para todo-, e eusabia, quando lhe dei o coração Qll. .morte, mais cedo ou mais tarde, nos seDaruna. Vem mais cedo do que eu esperaria-

porem antesassim do que saber que eravivue nao conhecer-lhe o paradeiro, dòque descobra-- he <» paradeiro e enconfcral-apolluida. Que horror ! Anuir com todas aspotências da alma _ saber que o ente ¦unado já teve os beijos embora por violênciade um outro! Nada tao egoísta como oamor e o que seria do meu, se ao contactoda mulher amada, me viesse a;lembrançade <pie aquele corpo ja satisfizera a con-cupisceucia de outro ?! Em toi caso devese sentir prazer e dôr ; prazer porque seama, dor porque es_e amor nao pode satis-lazer seu egoísmo, que _ o seu néótar, a suaambrosia, a sua razão de ser. A mulheramada, que íui violentada, é nau ptinlcnacom lorm.ide aspide: atfcrahe <¦ i-oneUeao mesmo tempo. Deseja-se. com tUa aforça do amor, e evita-se como a frescasombra da maucenilha. Amor requer ou-reza e pureza nao possue, senão na aí, ia,a mulher que soílreu violência em seu pu -dor. í eliamente a minha amada morre </

Em seguida desenhei dois lados de; um triângulo com um signal mais. Elleteve impressão dos dois lados do trian-

guio. mas não d'esse signal. Desenheitambém um porco, e então elle disse :« Vejo um porco ou uma cobra.»

No seu actual estado, a telepathiadeixa muitos problemas que somenteparecem ser explicáveis pelo espiritua-lismo. Por exemplo, um médium diz-vos quatro factos sobre vós mesmo,cada um do.s quaes é conhecido somente'por um de quatro amigos vossos, que mo-ram em logares separados e di_tantes,epor um outro amigo que veiuafallecer:tornaram-se então todos esses factosconhecidos. Tal caso achareis nas ex-nenencias sobre a Sra. Piper. Serámais razoável suppôr se que esse medi-um soube d'esses factos pala transmis^sao do pensamento das quatro pessoasvivas, do ipie da outra pessoa falleci-ua r

Quando íicar completamente prova-da a communicação telepathica1 entrepessoas vivas, s,,rá difflcil negar quecom ellas não se poderá communicaruma alma desincarnada.O professor Hyslop fez ver qae naobra - Thought Transference 2Appardions, por Frederick Podraorese achava um excellente summario daspnncipaes provas colhidas pela Soeiet,Jo> Psyehieal Research, pois foi d'ellaque colhgiu os lactos acima apontadosAs experiências sobre a transmissãodo pensamento ha muitos annos que

"reahzam com todas as precauções 2en hcas, pois esses systematicos, tra-balhos começaram em Inglaterra noanno 1882, quando a Soeiety «,,. Vtf°chieal Research foi fundada sob a pre-sidencia do professor Henry Sid<nvirkde Cambridge. ^"bWicic,

O essencial das experiências é queum pensamento possa communicar-seSp°í& Sei?-

^P^â^-se os meiosusuaes dos sentidos.A pessoa que actua por esse processoc lama-se-agente ; a outra-percipi-ente;Assim, o agente, desenhando n'umcartão uma figura geométrica, o per-cipiente, que nada ponde ver, ouvir

provar, tocar ou cheirar sobre o que séíez,^ reproduz então essa figura.Este meio é o mais empregado.ü Sr. iMalcom Guthrie, deLiverpoolrealizou 457 experiências,237 das quaes

tiveram suecesso completo e bom 70"ao tiveram resultado, 82 foram nárci-almente bem suecedidas e as 68 res-tantes não tiveram bom effeito.Também muitas experiências instruc-ti vas foram realizadas em Paris pelosSrs. Herr Schmoll e Mabrie. Primeira-mente o percipiente com os olhos ven-dados sentou-se em um quarto com ascostas voltadas para os agentes e dis-tante d'elles cerca de 10 pés.Depois o percipiente foi a outro quar-to, emquanto os agentes ficaram esco-lhendo um objecto.

O .Sr. Mabrie poz sem ruido algumuns óculos sobre a mesa, mas á vista deduas ou iras pessoas.

A Sra. Lüuise, que estava com osolhos vendados e as costas voltadas,disse depois de 5 minutos :

« Vejo sobre a mesa duas curvas quenão tocam uma na outra.»Um dos assistentes desenhou um

gato, ó que foi visto por 6 assistentes.A Sra. Jane, que tinha estado fórádo qm.rto, voltou, e sem ver o desenho

disse depois de õ minutos :« Vejo a ca-beca de um gato »; e desenhou-a emseguida(Continua)

0 SPIRITISMO ANTE A RAZÃOtor

Valentia Touiniei-

pura, morreu digna rio meu amor, morreupor meu amor. Foi uma sombra que meencantou a vista e perdeu-se nos espaçosgravando em meu peito uma impressa.,quejaina.s se apagara, que será cada vezmais resplendente. Foi um sonho, que sedeslez ao acordar, mas .pie nunca niaispagara de minha memo.-ia. Foi uma es-Udla brilhante «pie surgiu no horizontede minha vida, _ que densa nuvem me

''encobriu dos olhos. iVao importa, tíombra¦sonho, esireila, prenderão meus pensa-meiito-s, íarau palpitar meu coração, mar-carap o norte de minha alma, por todo- osnZu?

lnhlhlL lV1t0 vidtl-Adeus, mulherqueiida, wdeus, atóque eu vá encontrar-teno seio do iníinito.Em Venus, como em todos os mundosha a imuiyã., da existência de Deus-oCreador elieguladwr dos seres do üniver-ao. A differenga está .,0 em ser mais i-ros-seira ou mais uitidu aquella intuição?^Venus ainda hoje, ella correspondo

;';;,.s;;;:!:' "ii ^ —1-..,„!, ã<> príncipe pois, um dos espirito. ma;schamados da humanidade vJousin,;:Mlia mais do lJUli a idéa de Deus, nos ka-btimmortahda.ledaalma, em: o a ,'., ¦

uiasc aoeus a sim ntii.iri.. .-1/, '*¦¦.. ,j -V amada ate seu encontroloru da vida córporea. "Aquellas expansões, verdadeiro desa-hZtr^> P^vocaram-lheasfc!-

SEGUNDA PARTEAs tljn._.>aü_as

IXAté aqui, como se vê, chegamos asoluções de todo ponto conformes comas doutrinas spiritas. Já nos não restamsenão duas questões a tratar : a dasorigens da alma ea da creação.Se continua a produzir-se a mesmacontormidade, o spiritismo terá aindauma vez sabido triumphante da prova.Prosigamos.Não será o modo mais racional decomprehender o mundo—represental-o

como uma iumieusa ofíicina de que Deusé o chefe, onde trabalham operários detoda espécie e de toda categoria e ondeas funeções são distribuídas a cada umconforme a sua capacidade ?—EntreDeus e nós, quantos graus haverá,quantas naturezas de funeções e espe-

^•ãZT^^^^nany011-con^S^r r^^^or^, dascpn_,t&tpe, e do desespero.

foi m£&Srfm culmo' «ff""--"* d'a.lieduSítemn

li^l,aPa-niincinorar,ílmodat.M lenq.ocoe seu mundo, u con,, iua-mm.ali) na .,,,,. <.-,,... ,. <

cofre flíi iJ Por um momento otot-.de todos os seus anlíelos.«rem. tom

Úbl^òtiS> se="'Hlo o rito de -ua

fogíei CUVerua' lm'a 0ilde ü^ il

Mais um adeus, por entro lagrimas docoração, e aquelle thesouro foi entregue áschammas, (pae o reduziram ú cinza.°—Eis ao que fica reduzido, exclamousoluçando, o meteoro luminoso que ilhi-njina o espaço em ,pie gira, que arranca,cio seu ser, nas artes, nas scieneias, emtodas as relações, os elementos do progrès-so da humanidade, que dá encantos & vidapesada d este mundo, que descobre, porentre os hymnos da natureza, a origem dosseres, a causadas causas, o ser infinito!Mas, que digo? nao e a um punhado docinza que se reduz o rei da creação, nemo a esta cinza que se reduziu a minhaamada. O homem é pó pelo corpo, quenasceu do pó; mas sua essência, o seuverdadeiro ser vem do infinito; e vai parao infinito. Eu guardo a cinza, em que seconverteu o corpo da minha amada ; massua essência sobe, inalterável, para as es-trellas, e de estrella em cstrella, para....para o grande ser que açroou. E',lâ quese L>1 traiu osqutj se àitiaramáqui ; e híque se trocam as lagrimas por alegres riso*ó iá que tem solução'"o problema inyste-rioso do ser pensante, que é o homem, e (5lá que eu espero encontrar-te, alma damiiiha alma, doce bem que me fugisteetherea luz que me guiarás. Dorme, tran-qui kl, no seio da eternidade, que eu nãotardarei em ir desportar-te, para sermosfelizes, de uma felicidade que é pura comoo ar o transparente, (pie é límpida comoa ly.npha que brota da rocha, que não vemcontranedades, que não tem fim. ebino ad este mundo. Descança e espera, como euespero, lutando con tra as ondas oncapella-das do oceano d!esta vida, aniithese gros-seira da cryatallinú vida d'a!em. Dorme,

que eu velarei, até que, unidos como doismios dtí luz ou como òs perfumes do duasuores irmana, gosenios a mesma vida, omesmo amor, a mesma felicidade, na es-senciu purificada de todo. estes bens.(Continua)

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cies de seres ? Quem o poderia dizer ?Mas o que se não pode impedir de veré que o homem, desenvolvendo-se, devenecessariamente produzir um ser supe-rior a elle próprio, destinado a occuparno universo uma ordem mais elevada,a desempenhar um maior papel, lisseser immediatamente superior ao homemé o que chamamos anjo.

Se o anjo fosse uma creação a parte,se não fosse o ultimo termo das evolu-ções suecessivas da humanidade, teria-mos o direito de aceusar Deus de injus-tiça, e Deus não pode ser senão a pro-pria justiça.

Porque, com effeito, haver creaaoesse ser privilegiado? porque ter-lhedado gratuitamente todas as qualidadesque nós não adquirimos senão tão leu-tamente e pelo preço de tantos esfor-ços ? porque tel-o isentado das mise-rias do corpo e tornado de posse daimmensidade do espaço, ao passo quenós havíamos dé ser condemnados, ape-zar dos nossos méritos adquiridos, agirar eternamente no circulo fatal dasreihcarnaçõesV

E admittindo que devêssemos serum dia eximidos da necessidade dareincarnaçáo e que fossemos finalmenteadmittidos no numero d'esses espiritosprivilegiados, seus privilégios não setornariam então desvantagens e nãoteriam elles por sua vez u direito dequeixar-se, porque, tendo conquistadocom os nossos próprios esforços umaposição (pie elles não deveriam senãoao favor, ser-lhes-hiamos evidentemen-te superiores V Foi o que fez Bossuetdizer, se me não engano, que os eleitossão superiores aos anjos. E assim seriase as doutrinas que consideram os anjoscomo uma creação especial tossem ver-dadeiras.

O anjo portanto sai do homem. Masde onde sai o homem ? Omle estava aalma antes de vir pela primeira vezanimar um corpo humano V Esse graude sensibilidade, de intelligencia, devontade (pie ella apresenta no começoé um puro dom do Creador ou o adqui-riu ella n'uma longa estada nos mundosinferiores da creação ? N'outros termoso homem é, em relação ao animal, oque o anjo, é em relação ao homem otermo final de suas evoluções, ou exa-ctamente uma creação distineta, sepa-rada d'essa natureza inferior por umfavor especial ?

Se o homem é uma creatura privile-giada, se um abysmo intransponívelsepara-o do animal, este ultimo por suavez não tem o direito de endereçar suaqueixa ao Creador e de o aceusar deinjustiça?—O animal, como o disse onosso grande escriptor Michelet, nãotem também o seu direito peranteDeus ? Não é elle em muitos casosnosso indispensável collaborador ? Nãonos dá elle muitas vezes, depois do rudetrabalho de uma vida toda, seu sanguee sua carne para nutrir-nos? Não está,como nós, sujeito á dor ?

Este argumento da dôr é tão forteem favor da passagem do animal a umaexistência superior (pie muitos grandesplíilosophos, Malebranche, por exem-pio, não podendo furtar-se a elle deoutra maneira, chegaram a negar que oanimal fosse dotado de sensibilidade,a não consideral-o senão tuna simplesmachina. Até onde conduz o espiritode systema !—Hoje ainda encontram-seespiritualistas bastante inconseqüentespara recusarem uma alma aos animaes.Não peicebem que fornecem assim amais formidável arma aos materialistas.

Os animaes sentem,—isto^é inecn-testavel—ainda que, como acabamosde ver, tenha sido isso contestado. Ora,a sensibilidade acarreta necessária-mente a intelligencia e a vontade, comoestas duas faculdades por sua vez asuppõem. Se, pois, se pode sentir, com-prehender e querer, em qualquer grauque se esteja, sem possuir uma alma,não vemos porque o homem a teria. E£6 o animal tem uma alma, essa alma

tem tanto direito de, entrar na humani-dade, quando attingiu o summum dedesenvolvimento que a animalidadecomporta, quanto a nossa tem o de re-vestir a natureza angélica quando, porseus esforços, a mereceu.

Quantos animaes não existem, aosquaes. como se diz vulgarmente, sófalta falar para serem homens ! Quantaintelligencia no cão, esse candidato áhumanidade, segundo Michelet, e comotinha razão Montaigne quando diziaque lia mais distancia de tal a tal lio-mem do que de tal homem a tal ani-mal! Dupont de Nemours chamava osanimaes nossos irmãos mais novos, e S.Francisco de Assis, essa alma repassa-da de amor e que communicava com anatureza inteira, arengava-os, 'dando-lhes também o titulo de irmãos. Haviameditado sobre a Bíblia e descobriraque o homem, antes dessa evolução quenão sei porque, chamou-se a queda,quando se deveria chamal-a a ascenção,não passava de um animal, pois quenão conhecia o bem nem o mal, e queesse conhecimento é o caracter distinc-t vo entre o bruto e o homem.

Sinto que o amor próprio brada.Preíéreria elle ver-nos sahir do nada.Parece-lhe mais nobre semelhante ori-gem !

Mas o amor próprio é um perigosoguia pára quem busca a verdade, e omundo seria feito peor, sem duvidaalguma, se fosse tal como os seus pue-ris devaneios o representam.

Essa triste paixão tem sido semprepara o homem uma perniciosa fonte deerros. Inspirando-lhe o continuo desejode distinguir-se dos seus semelhantesantes por uma origem mais nobre doque pela pratica de virtudes, ella creoualmas de homens livres e almas de es-cravos ; almas de monarchas e de vas-sallos, de nobres e de plebeus, de bur-guezes e de villões, de ricos e de po-bres, de brancos e de negros, de ho-meus e de mulheres.

Já na índia antiga, não obstante amais sublime das revelações, não divi-dirá ella os homens em Brahmanes, ousacerdotes, sabidos da boca de Deus(Brabma) ; em Tchatryas, reis, gtter-reiros, sabidos do seu braço ; em Vay-sias, commerciantes, agricultores, sa-hidos de sua coxa ; e finalmente eraSoudras, operários, servos, escravos,sabidos do seu pé ?

Foi mais longe. Recusou a alma aoescravo e mesmo á mulher ; e foramprecisos todos os esforços dos philo-sophus para fazer comprehender, de-pois de muitos séculos, o ridículo e oodioso de semelhantes distincç.ões.

( Continua)

0 SPÍRITÍSMO ANTE A SGIESÜÍAPOR

Cwtt,ai>a»â.ül ábvhmn®

QUARTA PARTECAPITULO I

O QUE È O PERISPIRITO?

Um inglez chamado Cudworth tinhaimaginado uma substancia intermedia-ria entre a alma e o corpo, que ellechamava mediador plástico, e cujo papelconsistia em unir o espirito e a mate-ria, participando da natureza dos dois.Esta theoria poderia ser acceita mascom algumas modificações ; porque nãopodemps admittir que a alma, essênciaindivisível, se allie ao corpo cedendouma parte da sua substancia. Demaisa definição de Cudworth é muito vaga,e é por isso que preferimos a maneirade ver seguinte, que é a de alguus phy-siologistas.

Dizem elles:«Toda acção, quer continua e incons-

ciente, quer intermittenfce e voluntária

da alma sobre a matéria ponderável do

corpo, exerce-se por certas ondulaçõesdo fluido imponderável, ondulaçõesquetêm por condüctor o systema nervoso,tanto cerebro-espiiihal como gânglio-nario.»

E' absolutamente o nosso pensamen-to, e não podemos melhor definir o pa-

pel do perispirito do que assemelhando-o á acção de um fluido imponderável

que exerça sua influencia pelos nervos.A melhor prova a dar da existência

do perispirito, é mostrar (pie o homem

pode se desprender em certas circutns-tancias particulares. Se se vir de um

lado o corpo material e do outro a re-

producção exacta d*esse corpo, mas

íiuidica, a duvida não será mais per-mittida. O perispirito, como veremosdepois, serve não só para explicar a

acção reciproca da alma sobre o corpo,como também para nos fazer compre-hender qual é a vida do espirito des-

prendido da matéria e habitando o es-

paço.Até então não se tinha senão idéas

vagas sobre o futuro da alma. As reli-

giões e as philosophias espiritualistascontentavam-se com afirmar sua im-mortalidade, sem dar nenhum esclare-cimento sobre seu modo de vida dealem-tumulo. Para uns, a eternidadeespiritual se passava em um paraísomal definido onde se encontrariam asdelicias reservadas aos eleitos ; paraoutros, o inferno era um logar terrívelonde as almas sofriam torturas borro-rosas. Alem d'isso, as observações dasciencia, detendo-se na matéria tangi-vel, faziam surgir entre o mundo espi-ritual e o mundo corporal um abysmoque parecia intransponível. E' esseabysmo que novas descobertas e o es-tudo de phenomenos pouco conhecidosvêm em parte supprimir, oecupando-o.O spiritismo nos ensina que as relaçõesentre os dois mundos não são interrom-pidas, que constantemente ha permutaentre os vivos e os que chamaram mor-tos. Pelo nascimento o mundo espiri-ttial fornece almas ao mundo corporal,e pela morte este restitue ao espaço asalmas que vieram temporariamente ha-bilar a terra.

Ha, pois, numerosos pontos de con-tactu entre a humanidade e a espiri-tualidade, e a distancia que pareciaseparar o mundo visivei do invisívelfica consideravelmente diminuída.

Se mostramos que este mundo é comoo nosso formado de matéria, que os es-piritus tem Lambem um corpo material,as differenças que pareciam tão radi-cães se reduzirão a simples nuanças,indo do maior ao menor, e não eneou-traremos mais anomalias írisanies. Anatureza da alma nos e desconhecida,mas sabemos que ella é cercada, cir-cumscripta, por um corpo liuidioo quefaz d'ella depois da morte um ser dis-lindo e individual. A alma é, segundoAllan Kardec, o principio intelligenteconsiderado isoladanieute ; é a forçaagente e pensante que nao podemosconceber isolada da matéria senão comouma ubslracçáo. Revestida do seu invo-mero íiuiuioo, ou perispirito, a almacuiiatilue o ser chamado espirito, comoquando revestida do invólucro corpo-reo «onstitue o homem. Ora, bem queno estado de espirito ella goze de pro-priedades e faculdades especiaes, nãocessa ue pertencera humanidade.

Os espiritus são, pois, seres seme-Uiantes a nós, pois que cada um de nóstoiua-se espirito depois da morte doseu corpo, e cada espirito torna-se ho-

mem pelo nascimento. Esse involuovnão ê a alma, porque não pensa ; nao émais do que uma vestimenta ; sem aalma o perispirito, tanto como o corpo éuma matéria inerte privada de vida esensação. Dizemos matéria porque comeffeito o perispirito, embora de umanatureza etherea e subtil, não deixade ser matéria como os fluidos impon-deraveis, e de mais, matéria da mesmanatureza e da mesma origem que a ma-teria tangível mais grosseira, E oque demonstramos no capitulo segundo.

A alma não possue somente estaveste no estado de espirito; ella é in-separarei d'esse invólucro que a seguena incarnação e na erraticidade. Du-rante a vida humana o tíuido perispiri-tal identifica-se com o corpo e serve devehiculo ás sensações vindas do exte-rior e ás vontades do espirito ; é elleque penetra o corpo em todas as suaspartes, mas com a morte o perispiritose desprende com a alma, de quem par-tillia a immortalidade.

Poder-se-hia talvez contestar a uti-lidade d'esse órgão dizendo que a almapode agir directamente sobre o corpo,e a nossa theoria ficaria destruída ;mas como nos apoiamos sobre os factos,como a nossa convicção é o fructo doestudo e da observação, e não umaconcepção arbitraria, não depende denós mudar a nossa maneira de ver.Isto sobresae claramente dos factosque são expostos no capitulo seguinte.

(Continua)

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