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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE …...onde os alunos estão inseridos. Para atingir esse objetivo buscou-se fundamentação metodológica na pesquisa-ação, pois corresponde

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

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Título: O uso da cartografia social no ensino da geografia no curso de formação docente.

Autor: Juliana Carla Muterlle

Disciplina/Área: (ingresso no PDE)

Geografia

Escola de Implementação do Projeto e sua localização:

Instituto de Educação do Estado do Paraná Professor Erasmo Piloto Rua Emiliano Perneta, 96.

Município da escola: Curitiba

Núcleo Regional de Educação: Curitiba

Professor Orientador: Ângela Massumi Katuta

Instituição de Ensino Superior: UFPR - Litoral

Relação Interdisciplinar:

Resumo:

A base para a construção dos conhecimentos geográficos escolares ocorre na educação infantil e nos anos iniciais da educação fundamental. Por isso, a importância em elencar os conteúdos básicos de geografia e a construção de metodologias adequadas, auxiliando no aprendizado desses alunos. Portanto, fortalecer a formação de docentes das séries iniciais do ensino fundamental contribuiria na organização do trabalho com esses alunos consolidando os saberes geográficos. Assim, propõem-se: desenvolver atividades embasadas na cartografia social a fim de entender os arranjos espaciais locais, onde os alunos estão inseridos. Para atingir esse objetivo buscou-se fundamentação metodológica na pesquisa-ação, pois corresponde a uma pesquisa social que surge a partir das necessidades de um grupo.

Palavras-chave: Ensino da Geografia. Cartografia Social

Formato do Material Didático: Unidade Didática

Público:

Alunos do Ensino Médio, no Curso de Formação de Docentes.

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O uso da cartografia social no ensino da geografia no

curso de formação docente

Fonte: Torres-Garcia (1935) Disponível em: < http://www.torresgarcia.org.uy/index_1.html> Nota: Obra intitulada “Mapa Invertido”, ano de 1.935.

Juliana Carla Muterlle

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Introdução

Para que serve a geografia na escola? A cartografia apresenta alguma importância no dia a dia de nossos alunos? Na escola frequentemente escutamos que as disciplinas mais importantes são a Matemática e a Língua Portuguesa, as demais ficam em segundo plano, mesmo porque alguns índices são calculados a partir de ambas. Mas a geografia poderia colaborar no aprendizado dos alunos? Como trabalhar com os alunos a Geografia? De que forma torna-lá mais próxima dos alunos? Nossos alunos são "estrangeiros" no lugar onde moram? Por quê? Mediante essas questões e por defender que a Geografia é tão importante como as demais disciplinas, ou melhor, todas são importantes na construção do conhecimento e na formação de nossos alunos. Assim, o desafio é organizar um material didático que colabore na busca por respostas mais adequadas às questões anteriormente colocadas. Assim, a tentativa foi de organizar um material que discuta a Cartografia social organizando discussões para que os alunos analisem os lugares onde moram, onde estudam e onde circulam. Optou-se pelos 5º anos, com alunos de 10 a 12 anos que, teoricamente, já iniciaram o seu processo de alfabetização cartográfica, conseguindo fazer uma leitura do lugar onde estão inseridos, apresentando uma mobilidade maior nesses espaços. Como a proposta é trabalhar com o Ensino Médio no curso de Formação de Docentes outro desafio que surgiu foi: Como trabalhar metodologia no ensino da geografia pensando nas alunas e alunos do curso e, ao mesmo tempo, como prepara-los para trabalhar com os anos iniciais a cartografia social e a autocartografia. O desafio está posto.

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1 O ensino de geografia na Educação Infantil e a cartografia

"Como o rio não cabia no meu mapa, eu resolvi tirá-lo [...]" (Gebran, 1990)

Unidade I

O estudo do espaço é importante no desenvolvimento de uma criança? A criança inicia a observação de seu entorno desde muito cedo, já na fase de recém-nascido. Ao observar o que a cerca, delimita o seu espaço, destacando-o dentre outros. A cada etapa de sua vida estabelece novas relações entre os novos espaços conhecidos. As etapas de desenvolvimento de uma criança, desde o sentar, engatinhar e andar dão início ao processo de conhecimento do espaço. “Nesse processo de conscientização do espaço ocupado pelo próprio corpo há dois aspectos essenciais: o esquema corporal e a lateralidade.” (ALMEIDA, PASSINI, 1999, p. 18). Já na escola a criança passa a frequentar um espaço diferente de sua casa, de sua vizinhança, de seus amigos e familiares aprendendo a ver, analisar e conviver nessa realidade. Naturalmente, ela desenvolve ainda mais sua curiosidade na busca de novos conhecimentos e soluções para situações e desafios de seu dia-a-dia, desenvolvendo certa autonomia. (ANTUNES, MENANDRO E PAGANELLI, 1999) O estudo dos arranjos espaciais ocorre de forma diferenciada dependendo da idade e da série que está frequentando. O aluno participa como sujeito ativo na construção do conhecimento, ampliando seu entendimento sobre os lugares. O professor, ao organizar as suas aulas de forma dialógica contribui para que os saberes que os alunos trazem de seu cotidiano sejam sistematizados para ampliar os entendimentos dos arranjos espaciais. Para tanto é fundamental o papel do professore como mediador. A cada conjunto de experiências que propiciam seu desenvolvimento a criança estabelece novas relações, verificando o que está próximo ao lugar onde mora, qual e como é a sequência de estabelecimentos de sua rua, como os elementos estão organizados no espaço, o que separa a sua casa daquela do vizinho, ou o seu prédio do vizinho, enfim como os objetos que fazem parte do espaço encontram-se organizados. Essas percepções, observações e relações são a base para o entendimento do espaço geográfico. A partir delas a criança estará preparada para aprofundar o entendimento sobre estudos de fronteiras e as divisões políticas entre municípios, estados e países. Cabe destacar que os conceitos geográficos são importantes para o entendimento dessas relações. O sucesso no processo de ensino-aprendizagem depende de todos os sujeitos envolvidos, porém, a forma como o professor organiza os conteúdos a serem trabalhados, a seleção da metodologia e dos recursos didáticos influencia nesse processo.

[...] a eficiência ou não do processo de ensino e aprendizagem vai depender, em grande parte, da forma como o professor se relaciona com o saber a ser ensinado, isso porque muitas vezes o mesmo também é um saber a ser aprendido, ou de outra forma, constitui-se num saber a ser ensinado e que não foi aprendido pelo docente. (KATUTA, 2000, p. 13).

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Pensando nos processos de desenvolvimento de uma criança a Atividade I, propõe como desafio que ela represente o seu lugar. O objetivo aqui é acessar pistas que indiquem como a criança percebe, observa e, portanto, representa os arranjos espaciais que compõem o lugar dela.

Atividade I Cartografando o seu lugar

Como é a sua casa, apartamento ou o lugar onde você mora? Quantos ambientes têm sua casa? Qual desses ambientes é o seu preferido? Quantas pessoas moram com você? A partir dessas questões desenhe sua casa, em uma folha de papel sulfite. Lembre-se de destacar o seu ambiente preferido.

A título de exemplo, realizamos o trabalho com duas crianças que apresentam visões semelhantes, quanto ao lugar de suas casas que mais gostam, os cantinhos que mais lhe agradam e que sentem certo domínio sobre ele. Tanto para o Rafael quanto para o Pedro, além do quarto de dormir, a sala torna-se um lugar importante. Para o Rafael a sala é onde a família se reúne, para o Pedro porque a televisão é melhor. Assim, verifica-se que ambos possuem percepções e leituras dos lugares bastante distintas, que valorizam de modo diferenciado os cômodos das casas, o que expressa uma certa diversidade das relações geográficas que estes sujeitos estabelecem com o seu entorno. A seguir a representação das duas crianças:

Pedro, 10 anos Rafael, 10 anos

Figura 1 - Cartografando o seu lugar

É possível analisar como a criança estruturou a representação de sua casa, seus elementos constituintes fundamentados no que é realmente importante para ela. Contudo, observando esses dois exemplos, podemos afirmar que essas crianças passaram por um processo de alfabetização cartográfica? Antes de ser um leitor ou um decodificador dos signos existentes em um mapa, é preciso mapear o seu espaço, aprendemos a ler signos utilizando-os. O lugar onde seu espaço de moradia está localizado, o entorno de sua escola ou o

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caminho de sua residência até a escola, são lugares cotidianamente vivenciados, e fundamentais a serem considerados no processo de iniciação da atividade de mapear. Torna-se mais significativo partir dos espaços conhecidos para, posteriormente, ampliar a representação destes para espaços desconhecidos, mais amplos, distantes da criança a fim de fazer relações entre os mesmos. Assim, os objetos e lugares a serem inicialmente mapeados devem ser do conhecimento do aluno. Esse recorte é importante para o aprendizado e para o (re) conhecimento do lugar onde sua casa está localizada, além do entorno de sua residência, ou seja, a quadra, o bairro e, posteriormente, ampliando para outros espaços, na medida em que o horizonte geográfico da criança é ampliado. Assim, propomos mais um desafio para as crianças: Percorrendo o bairro (Atividade II).

Atividade II Percorrendo o bairro

Imagine que você fará uma reunião, evento ou festa em sua casa. Seus convidados não têm a mínima noção de onde você mora. Você deverá passar as informações necessárias para que o seu convidado chegue à sua casa. Portanto... Qual é o nome do seu bairro? Qual é o nome de sua rua e o número de sua casa (ou edifício e número do apartamento)? Quais são os locais mais conhecidos (pontos de referência) de seu bairro? E para você, quais são os locais mais importantes de seu bairro? Assim, em uma folha sulfite, desenhe o seu bairro destacando sua casa e os locais que considera mais importantes.

Para exemplificar a atividade proposta apresentamos duas representações: uma do Rafael e outra do Pedro. A partir delas é possível perceber o interesse de cada menino por determinados aspectos do bairro em moram.

Pedro, 10 anos Rafael, 10 anos

Figura 2 - Percorrendo o bairro

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Ao perguntarmos o que é mais importante no bairro onde moram, os meninos responderam:

Amigos, minha família [...], prédios, casas, é... a quadra pra brincar. (Rafael, 10 anos). Casas, prédio, [...] a quadra do condomínio. (Pedro, 10 anos)

Questionando os mesmos sujeitos sobre qual é o lugar mais importante para eles, responderam:

Minha casa. (Rafael, 10 anos).

Minha casa. (Pedro, 10 anos).

Agora chegou a nossa vez de analisarmos as produções das crianças.

Para Refletir Analisando os desenhos

O que você pode observar nos desenhos (Atividade I e II) elaborados pelos meninos? O que podemos concluir com os desenhos elaborados pelos meninos?

Espaço... Para Almeida e Passini (1999) as noções de espaço de uma criança passam por sucessivas transformações. O espaço vivido é aquele onde a criança se movimenta, brinca, desloca-se, organiza tudo de acordo com os seus interesses. No momento em que a criança consegue memorizar os caminhos percorridos, lembrando como este se apresenta organizado, pode compreender o significado de espaço percebido. O espaço concebido é aquele em que os alunos estabelecem relações espaciais, adquirindo a capacidade de entender sobre a área apresentada em um mapa. Considerando o espaço vivido, percebido e concebido outro desafio foi proposto a essas crianças que saem diariamente do condomínio onde moram para estudar no período da tarde em uma escola municipal, localizada no bairro vizinho ao seu, numa distância de aproximadamente 1,6 km. Para chegarem à escola podem seguir por rotas diferentes de acordo com a situação, na maioria das vezes, quando vão caminhando seguem pela Rota 2, em outras situações, quando vão de carro seguem pela Rota 1. Na imagem que segue foram traçadas as duas rotas a partir da casa dos meninos com o auxílio do Google Earth.

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Figura 3 - Rotas Casa-Escola Fonte: Google Earth

Seguem as respostas das crianças quando perguntamos por onde passaram e o que chamou a atenção no trajeto: O que mais chama sua atenção no percurso entre a casa e a escola?

O Cemitério Água Verde... Porque tem os malabaristas legais que fazem as coisas para as pessoas verem e eles ganham dinheiro (Rafael, 10 anos). A mesma coisa do Rafael quando a gente vê os malabaristas quando a gente atravessa a rua na frente do Cemitério Água Verde [...] pra mim, quando eu caminho eu gosto de ver a banca do Rogério que lá às vezes eu compro [...] (Pedro, 10 anos).

Tanto para o Rafael quanto para o Pedro são poucas coisas que chamam a atenção no percurso. O que ficou mais marcado foi o cemitério, não pelo significado em si, mas pelas apresentações que os artistas de rua fazem diariamente no semáforo que fica próximo ao lugar. Após a entrevista, foi proposta a Atividade III para verificar como os meninos desenvolveriam o percurso de casa a escola.

Vamos ver Qual é a rota que esses meninos resolveram fazer? E o que chama a atenção deles durante o percurso? Após a entrevista foi proposta a Atividade III, para fazermos essa verificação.

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Atividade III Como chegar a minha escola...

A partir da localização da escola, temos algumas possibilidades de chegar até ela. Pense nessas possibilidades. Agora é sua vez, mãos à obra. Pensou no percurso para chegar em sua escola? Com base no que você pensou, nos locais que passa, desenhe esse percurso destacando o que mais chama a sua atenção

Pedro, 10 anos Rafael, 10 anos

Figura 4 - Caminho Casa-Escola e elementos que chamam a atenção

As representações elaboradas pelos alunos podem servir de base para trabalhar alguns conceitos geográficos como: lugar e paisagem. Para isso, há que considerar os conhecimentos prévios desses alunos, valorizar suas experiências e saberes, a fim de reelaborar significados e ampliar suas visões de mundo. Algumas questões1 podem nortear essa construção:

Como é este lugar?

Por que este lugar é assim?

Por que aqui e não em outro lugar?

1 Questões extraídas das Diretrizes Curriculares da Educação Básica, Geografia, 2008, p. 52.

Disponível em: < http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/diretrizes/dce_geo.pdf>. Acesso em 20 ago.2013.

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Nesse momento o papel do professor é auxiliar a criança a entender o seu lugar, como é organizado, os elementos presentes, a função desses elementos e a importância para sua vida. Dessa forma proporcionando o entendimento da realidade em que vive e a relação com outros lugares, permitindo “fazer a cisão espaço-temporal sem perder de vista a totalidade-mundo” (STRAFORINI, 2008, p. 103). Pensando nessa perspectiva, vamos utilizar como exemplo nossos voluntários: Pedro e Rafael. O objetivo é verificar os espaços importantes para essas crianças, ou seja, as relações estabelecidas com outros lugares. Vamos à entrevista... Quais são os espaços mais importantes em sua vida?

Aaaah só a minha casa e dos meus parentes [...] meu tio só (Rafael, 10 anos).

Santa Cecília, Maximiliano de Almeida, Bahia, Itapoá, Guaratuba essas são as cinco cidades que eu conheço [...] minha casa. Ah e também quando eu vou para a Bahia. Eu adoro ir pra lá porque o sol é quente e lá tem praias. (Pedro, 10 anos).

Onde seu tio mora?

Ahhh, ichiiiii e agora? Ele mora aqui em Curitiba, mas a rua esqueci. (Rafael, 10 anos).

Na fala dos meninos é possível perceber que eles apresentam relação com outros espaços, no momento da conversa, o Rafael enfatizou a casa do tio que mora na mesma cidade, mas não lembrava o nome do bairro e da rua. O Pedro relacionou outros espaços, pois costuma visitar a casa das avós no estado do Rio Grande do Sul e de Santa Cataria, da tia e, em alguns momentos, vai à praia com a família. Após a entrevista foi proposta a Atividade IV, vamos ver o que eles desenharam...

Atividade IV Espaços importantes na minha vida...

Pense nos espaços que são importantes em sua vida. Por que você os escolheu? Procure fazer um desenho ilustrando esses espaços.

O ensino da Geografia preocupado com a totalidade de mundo busca desenvolver junto aos alunos o exercício filosófico do estabelecimento de relações entre os mais diferentes elementos explicativos da realidade. Se acreditamos que o mundo se apresenta no período atual globalizado, onde todos os objetos e ações fazem parte de uma lógica local e global, não podemos mais fazer de nossas aulas mera descrição do que é percebido na paisagem local. (STRAFORINI, 2008, p. 166).

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Pedro, 10 anos

Rafael, 10 anos.

Figura 5 - Espaços importantes na minha vida

Na atividade IV, as representações das crianças demonstram a inexistência da noção de escalas cartográficas, apresentando os lugares importantes às suas vidas, desconsiderando distâncias e hierarquias (relações espaciais euclidianas), mostrando a ligação do lugar onde moram com outros lugares, ou seja, a relação com outros espaços.

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Unidade II

As atividades I, II, III e IV foram realizadas voluntariamente por duas crianças de 10 anos. Portanto, temos apenas duas visões de como uma criança entende o seu lugar, como percebe o percurso de sua casa à escola e quais são os lugares mais importantes para ela. Vamos ampliar essas atividades com outras crianças. Organizando a atividade: 1 – Montar equipes com quatro pessoas. 2 – Cada integrante escolherá uma criança que esteja frequentando o 5º ano e aplicará uma das atividades (Atividades I, II, III e IV). No final a equipe terá as quatro atividades. 3 – A atividade deve ser entregue à criança em folha sulfite A4, com o enunciado e identificação. (Anexo) 5 – Conclusão: O que é observado em cada uma das atividades desenvolvidas pelas crianças? O que podemos concluir com os desenhos elaborados por elas? 6 - Após a pesquisa e análise dos desenhos elaborados pelos alunos de 5º ano vamos fazer um levantamento de conteúdos.

Analisando

1 - Ao verificar as atividades desenvolvidas pelos alunos é necessário analisarmos os elementos evidenciados por eles. A partir dos desenhos e da fala dessas crianças, quais são os conteúdos que poderíamos trabalhar no 5º ano do Ensino Fundamental? 2 – Com base no currículo do município de Curitiba, do estado do Paraná e dos livros didáticos, quais são os conteúdos sugeridos para o 5º ano? 3 – Qual a ligação entre o currículo oficial e a realidade demonstrada nos desenhos elaborados pelos meninos? 4 – Devemos considerar o conhecimento das crianças para elaborarmos as aulas de geografia? Por quê?

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2 A cartografia dos sujeitos

Você se considera um “estrangeiro” em seu próprio lugar? Por quê?

Unidade III

Para ampliarmos nosso entendimento sobre os diferentes espaços é necessário lembrar que ele foi produzido pela sociedade em distintos contextos geográficos e históricos, portanto, repleto de fenômenos complexos. A geografia inicia este entendimento através da linguagem cartográfica, que localiza os fenômenos nos lugares, nos permitindo elaborar um conjunto de raciocínios, hipóteses visando compreendê-los. Cabe ao professor romper com o processo de alienação e estrangeirização do aluno colaborando no entendimento do espaço onde está inserido. Dessa forma torna-se importante:

Ler, decifrar a grade dos lugares por meio da grade das linguagens (uma na outra, uma pela outra), a fim de agir e conhecer: eis a passagem-caminho que poderá auxiliar na ruptura com o processo de estrangeirização e alienação ao qual estão sujeitos os alunos da escola formal, atualmente estrangeiros no “mundo da geografia”. (KATUTA, 2004, p. 223)

O trabalho do professor é algo complexo, pois é a partir do planejamento do mesmo, com o uso de linguagens diversificadas que irá auxiliar o aluno a entender o seu lugar, os mais variados lugares, habitados por grupos diferentes, com organizações distintas. Partindo desse pressuposto qual é a sua visão do lugar onde você mora?

Entender a ordenação e a materialidade dos espaços, eis o objetivo fundamental do ensino da geografia na escola básica, que uma parte considerável das práticas docentes tenta atingir e que o audacioso educador colocou em relevo, como consta na epígrafe do presente item. Apesar de aparentemente simples, esse objetivo pedagógico dificilmente tem sido alcançado, o que pode ser facilmente comprovado pelas representações sociais que as pessoas possuem sobre o significado de se estudar a geografia. Não raro, essa disciplina é identificada como um discurso sobre os fenômenos que ocorrem na superfície terrestre, desvinculados da vida dos sujeitos que os vivenciam. Daí ser a memorização descontextualizada a principal habilidade construída no contexto dessa disciplina (KATUTA, 2004, p. 244).

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Atividade I

A partir desse questionamento o desafio é Conhecer o lugar. 1 - Para isso elabore um mapa do lugar onde você mora. Pense em todos os elementos existentes e que considera fundamental. Crie uma legenda e título.

Título

2 – Quais foram os lugares que você destacou em seu mapa? Por quê? 3 – O lugar onde você mora tem relação com outros lugares? De que forma? 4 – O que difere o seu mapa daqueles elaborados pelo Rafael e pelo Pedro?

Para refletir A complexidade dos desenhos varia de acordo com a faixa etária e a série frequentada pelo aluno. Utilizar a escola como ponto de partida, na elaboração e no entendimento das representações cartográficas e geográficas, bem como da legenda facilita a compreensão, pois partimos do concreto, da materialidade existente na perspectiva do educando para o abstrato. Como o lugar é conhecido pelo aluno, uma possibilidade é fotografar a escola. A partir dessa imagem o aluno fará a representação, tendo a visão lateral como foco. A estruturação da legenda é iniciada através dos elementos da foto. Posteriormente, com o auxilio das imagens de satélite a representação será elaborada a partir da visão oblíqua. Nesse processo, o aluno amplia seu entendimento sobre a representação cartográfica e a legenda (SIMIELLI, 2007). Almeida e Passini (1999) defendem que somente aos 11-12 anos é que a criança começa a entender o espaço concebido. A partir dessa fase a criança compreenderá, por exemplo, a área representada em um mapa. A linguagem cartográfica é introduzida gradativamente, através do trabalho pedagógico realizado pelo professor. Portanto, para saber

[...] interpretar cartas geográficas e ser capaz de produzir representações próprias, do espaço, são habilidades que todo o aluno que terminou o ensino fundamental deveria ter no entanto, para realizar tais tarefas com desenvoltura é necessário uma série de conhecimentos que são adquiridos num processo de alfabetização que envolve linhas, cores e formas. (GENTILE, 2002, s.p.).

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Legenda

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A linguagem cartográfica permite apreender as diferentes territorialidades organizadas e definidas pelas sociedades humanas, espacializando os fenômenos naturais ou culturais ocorridos, estabelecendo a relação intrínseca da Cartografia com a Geografia. A linguagem cartográfica permite a apreensão e compreensão da distribuição espacial dos fenômenos, contemplando as especificidades do objeto de estudo da Geografia. Assim, se

[...] o professor concebe a Geografia, como uma disciplina que tem por função descrever lugares, o uso que se fará do mapa possivelmente será o de mera localização e haverá maior ênfase na realização de descrições. Por outro lado, se o docente concebe a Geografia como uma disciplina que tem por função ensinar ou contribuir para que o aluno entenda melhor as territorializações produzidas pelos homens, o uso que se fará do mapa possivelmente será outro, pois apesar de ser utilizado enquanto meio de orientação e localização, poderá também ser utilizado enquanto recurso que pode encetar análises e explicações geográficas da realidade mapeada. (KATUTA, 2000, p.6).

Considerando toda a discussão proposta na alfabetização cartográfica para as distintas séries do Ensino Fundamental e entendendo como fundamentais para a assimilação dos signos que compõem a linguagem cartográfica, é necessário pensar a abordagem dada pelo professor na utilização dos mapas no cotidiano escolar. Associado ao conhecimento adquirido (ou não) pelo aluno na sua caminhada escolar, o enfoque primordial na discussão dos conteúdos geográficos, que utilizem ferramentas fornecidas pela linguagem cartográfica, é o que Katuta (1997) chama de “leiturização cartográfica”. O conhecimento dos elementos que compõem um mapa é fundamental para a leitura deste, mas a garantia de uma abordagem geográfica ocorre com a leitura do fenômeno representado cartograficamente e com a pergunta: por que aí?

Durante a alfabetização cartográfica o aluno desenvolverá as noções de “[...] visão oblíqua e visão vertical, imagem tridimensional, imagem bidimensional, alfabeto cartográfico (ponto, linha e área), construção da noção de legenda, proporção e escala; lateralidade/ referência, orientação. O desenvolvimento destas noções contribui para a desmistificação da cartografia como apresentadora de mapas prontos e acabados. O objetivo das representações dos mapas e dos desenhos é transmitir informações e não simplesmente objeto de reprodução.” (SIMIELLI, 2007, p. 98).

O discurso geográfico escolar que foi imposto a todos no fim do século XIX e cujo modelo continua a ser reproduzido hoje [...] De todas as disciplinas ensinadas na escola, no secundário, a Geografia, ainda hoje, é a única a aparecer, por excelência, como um saber sem a menor aplicação prática fora do sistema de ensino (Lacoste, 1988, p. 56).

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Atividade II Cartografando o meu lugar

Para refletir Você já pensou em estudar os espaços que são essenciais à sua sobrevivência? Quais são os saberes necessários para a sua sobrevivência? Como você organiza o seu espaço de vivência? Considerando as questões desenvolva um mapa representando os espaços necessários à sua sobrevivência e os que você considera importantes em sua vida. Lembre-se de desenvolver um título, legenda e identificação. Para essa atividade você tem a liberdade de usar o material mais adequado. Para finalizarmos a atividade organizaremos uma exposição e cada trabalho será explicado pelo autor.

O exercício da autocartografia é uma forma de explicitar os lugares fundamentais à nossa existência e autoidentificação.

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Unidade IV

Você já ouviu ou leu a história do Palácio da Instrução de 1922? A seguir temos um trecho da reportagem do Jornal Comércio do Paraná de 09 de setembro de 1922. Quadro 1 – Palácio da Instrução

A hora 10,30, foi inaugurado o Palácio da Instrução na rua Aquidaban. Às dez horas formaram em frente ao grande edifício os alunos dos grupos escolares Oliveira Belo e Carvalho, em completo uniforme branco, o grupo Annexo e a Escola Normal estando todos os alunos de uniforme. As normalistas ocuparam as alas de entrada, em uma linha do portão ao centro do edifício para prestar honras ao Presidente do Estado. Às 10 horas e 30, o sr. Munhoz da Rocha chegou ao Palácio da Instrução, sendo recebido pelo Dr. Lisymaco Ferreira da Costa, diretor da Escola Normal, Profº. Pietro Martinez, Inspetor Geral de Ensino, e José Conrado, Secretário do Ginásio Paranaense. Em seguida, entraram o Sr. Bispo Diocesano, Gal. Comandante da Circunscrição Militar, Dr. Romualdo Baraúna, Presidente do Congresso do Estado, Desembargador Vieira Cavalcanti Fº., Presidente do Supremo Tribunal de Justiça, várias autoridades estaduais e federais, deputados e lentes do Ginásio e Escola Normal. Colocaram-se todos na sala de entrada da parte térrea do edifício, em cuja parede se achava uma placa, velada pela Bandeira Nacional... (Comércio do Paraná, 9/set/1922).

Fonte: IWAYA (2000) Nota: Disponível em: <http://www.sbhe.org.br/novo/congressos/cbhe2/pdfs/Tema3/3103.pdf> Acesso em 17 nov. 2013

Você identificou o local que descreveram? A cidade passa por constantes transformações, prédios que mudam de função, uns são destruídos, outros são reestruturados, o antigo e o moderno andam lado a lado. Um exemplo disso é a região central de Curitiba. Há locais que possuem marcas desse processo na cidade, outros passam despercebidos pela agitação de nossos dias repletos de compromissos.

Atividade I

Observe as imagens e procure identificá-las:

Figura 1: Figura 2:

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Figura 3: Figura 4:

Figura 5: Figura 6:

Figura 7: Figura 8:

Fonte: A autora, 2013.

Essas imagens correspondem a alguns detalhes de lugares que ficam no entorno de nossa escola. O ontem e o hoje durante décadas de histórias.

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Atividade II Pelo centro de Curitiba: de Kolody a você, o que mudou?

Diariamente você transita nas ruas do entorno da escola? Por onde passa? Que meio de transporte você utiliza para chegar até a escola? Qual é a distância de sua casa até a escola? Quanto tempo você gasta em seu deslocamento? 1 - Considerando o que você observa do entorno de nossa escola faça uma representação (croqui) sobre ele.

Curitiba, cidade-menina

Curitiba, cidade menina, paisagem do meu amanhecer.

Por toda parte, a marca de meus passos,

o fantasma de meus sonhos.

Jardins, pomares, pinheiros e mais pinheiros,

onde moravam sabiás cantores e bem-te-vis moleques.

As torres da Catedral

olhavam por cima dos sobrados. [...]

Bondes elétricos circulavam, vagarosos, do centro para os bairros.

[...] Corria pelas ruas

o anúncio dos pequenos jornaleiros: – “Gazeta e Dia”

– “Diário da Tarde!”

Estudantes eletrizavam a cidade com sua ruidosa juventude.

Acotovelavam-se risos e conversas de crianças,

pombos brancos a caminho da escola.

Recordo Curitiba adolescente... Uma névoa de saudade me envolve o coração.

Helena Kolody

Sinfonia da Vida, 1997

2 – Faça um paralelo entre o que você observou e desenhou com o poema de Curitiba, cidade-menina.

Entre as semelhanças e as diferenças do passado e do presente temos suas marcas registradas na paisagem

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Atividade III Você reconhece este lugar?

Fonte: Google Earth

1 – Analise a imagem do Google Earth e identifique o máximo de elementos que conseguir.

Os mapas fazem parte do nosso dia a dia, eles aparecem nos jornais, na venda de imóveis, na previsão do tempo, os utilizamos para o nosso deslocamento etc. Cada pessoa atribui um significado para o mapa de acordo com suas necessidades. Para que o mapa cumpra sua tarefa é necessário apreendermos a ler o que ele tem a nos dizer, não apenas localizar elementos cartográficos ou algum fenômeno qualquer, é necessário decodificá-lo. Dessa forma, os mapas devem fazer parte do cotidiano da escola, não somente nas aulas de geografia, mas nas demais disciplinas. “A vivência com os mapas deve ser vista como uma possibilidade admirável de comunicação.” (CASTROGIOVANNI, 2003, p. 31). Para Castrogiovanni (2003) o trabalho com os mapas deve iniciar na pré-escola e nos anos iniciais, considerando o espaço de ação da criança.

[...] Ela perceberá o seu espaço vivido, antes de representá-lo empregará símbolos, codificando-os. Ao reverter esse processo (reversibilidades) estará lendo o mapa; primeiro o seu espaço de ação, onde mais claramente está inserida, para conseguir aos poucos, estabelecendo interações, abstrair espaços mais distantes, através das generalizações e transferências de conhecimentos, isto empregando noções lógico–matemáticas, já na idade do pensamento formal, por volta dos 12 anos de idade. (CASTROGIOVANNI, 2003, p. 35-36).

Para muitos, os mapas são desafios difíceis de vencer, mas depende da escola trabalhar com seus alunos já nos anos iniciais do ensino fundamental para superarem esses desafios.

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Para verificarmos o quanto entendemos de mapas e de sua importância, vamos percorrer um trecho da área central de Curitiba, para posteriormente construirmos um novo mapa a partir de nosso olhar e pesquisa.

Atividade IV O que tem no entorno da escola?

1 - Vamos percorrer o entorno da escola a partir de um roteiro estabelecido, com sete pontos de parada. Ao percorrermos esse espaço, faremos nossas anotações no Diário de Bordo e registraremos através de fotos ou desenhos. Percurso:

1- Praça Rui Barbosa 2- Santa Casa de Misericórdia 3- Praça Osório 4- Boca Maldita 5- Praça Tiradentes 6- Paço Municipal 7- Praça Zacarias

2 - Agora que realizamos a preparação para o trabalho de campo e a aula de campo, iremos traçar o nosso entendimento sobre o espaço percorrido utilizando um croqui. 3 – Elabore um texto sobre o que você observou. Crie um titulo para descrever esse percurso, pense que esse material será disponibilizado para outras pessoas para elas entenderem melhor esses lugares no centro de Curitiba.

Para você, o mapa é um bicho de 7 cabeças?

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Unidade V

Mapas participativos desenvolvidos pelas comunidades tradicionais Quando pensamos na cartografia como uma ciência que auxilia no entendimento da geografia, geralmente a cartografia temática é trabalhada, a partir de uma concepção cartesiana de espaço, por meio da qual o espaço é homogêneo e possui as mesmas qualidades. Na década de 1970, desenvolvem-se outras correntes epistemológicas na geografia, voltadas a uma representação social do espaço, considerando os espaços habitados pelas minorias. Na cartografia social os mapas participativos elaborados pelas comunidades tradicionais representam o seu território de forma qualitativa. Essas representações estampam os diversos tipos de poder e usos do território. (LOBATÓN, 2009)

A cartografia social é considerada um ramo do conhecimento cartográfico que está voltado a questões sociais, proporcionando aos povos tradicionais auxílio na demarcação de seu território, reafirmando seus direitos sobre ele. Nesse processo de “mapeamento participativo” ocorre em determinados momentos a participação de pesquisadores e o uso das técnicas cartográficas para a construção desses mapas. Essa questão é reforçada na apresentação da obra Cartografia Social e Território, por Aurélio Vianna (2008) que enfatiza a importância da produção acadêmica contribuindo com a sociedade em seus movimentos sociais nos processos de “mapeamento participativo” para o reconhecimento de novas territorialidades em terras quilombolas, reserva de desenvolvimento sustentável, indígenas, reservas extrativistas, e, em áreas de assentamento. Assim, “[...] o Brasil apresenta-se como um caso exemplar de transformação de demandas sociais em políticas publicas [...]”2 (VIANNA, 2008, p. 7). Assim, ao

[...] considerar o andamento do debate contemporâneo sobre cartografias sociais e mapeamentos participativos, tais iniciativas poderão ser vistas ora como esforços de resistência às dinâmicas da globalização, ora como instrumento de apoio à efetivação mesma destas dinâmicas. O modo como cada experiência interage com os processos geoestratégicos mais gerais poderá revelar, dentro do subcampo da cartografia participativa, diferentes linhas de aglutinação: algumas delas, constituindo práticas visando “integrar” territórios – inclusive através da fixação harmônica de limites e fronteiras. (ACSELRAD, 2008, p.10)

É possível considerar que a construção de mapas com a participação da comunidade, venha proporcionar ao leitor e aos demais sujeitos uma visão diferenciada da área mapeada, pois nela estará materializada a visão do grupo que desenvolveu esse trabalho. Assim, como o significado e a importância dados por ele a cada elemento presente nesse mapa. Considerando ainda a importância da construção dos mapas participativos pela comunidade, dentro dessa lógica, a Cartografia Social poderia auxiliar também os alunos do Curso de Formação Docente no entendimento dos arranjos espaciais onde vivem. A experiência em construir um mapa do lugar onde residem, destacando os elementos mais importantes para sua sobrevivência e existência poderia ser uma experiência importante para os alunos, durante o processo de aprendizagem relacionado à linguagem cartográfica. Isso porque, em geral, passam

2 Apresentação da obra Cartografias sociais e território, realizada por Aurélio Vianna e organizada por Henri

Acselrad (2008).

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a olhar os espaços cotidianos de outra forma, inclusive questionando os significados dos mesmos. “O mapa é hoje, ao mesmo tempo, supervalorizado e largamente ignorado. O mundo do mapa continua a ser um domínio à parte que traz uma série de efeitos específicos de linguagem, muito além de sua mensagem explícita.” (LÉVY, 2008, p. 154). O quadro a seguir traça um comparativo entre a cartografia social e a temática a partir de alguns elementos. Quadro comparativo 2 – Cartografia Social e Cartografia Temática

Elementos de comparação Cartografia Social Cartografia Temática

Território

Representa as variáveis importantes para cada território a partir do auto-conhecimento através da participação da comunidade.

Ele representa o que é de interesse e prioridade para o fortalecimento do Estado-nação.

Posição política

Há uma clara intenção e postura política.

Ele assume uma objetividade aparente e imparcialidade dos dados obtidos

Interesses Legitima um processo que reconhece os interesses da comunidade como um ator de processos sociais. Assim, torna-se consciente do poder de autodeterminação e transformação do território.

É levado em conta apenas o interesse institucional ou de negócios.

Representação do espaço Combinação de espaço percebido, concebido e vivido. Representações de relacionamentos (construção de redes, fluxos) que compõem um território.

Representação do espaço percebido (euclidiana), onde prevalece o georreferenciamento.

Metodologia Os métodos qualitativos e participativos que proporcionam a comunidade e os especialistas: no mapa de desenvolvimento conjunto incorpora o conhecimento coletivo, o meio ambiente cultural, a qual é mediada pelas necessidades da comunidade e do potencial da região para ser representado.

Métodos Quantitativos. Grupo de "especialistas". Eles representam os interesses da instituição e do Estado.

Tempo de execução A utilização de metodologias qualitativas leva mais tempo para a finalização do trabalho, porém os resultados são menos excludentes.

Existem procedimentos padrão para que os elementos sejam facilmente sistematizados.

Escala Definido pelo nível de participação, geralmente as escalas são mais detalhadas.

Nível de agregação. Diversas escalas e níveis de generalização.

Fonte: LOBATÓN, 2009, p. 19

Em 2007 nasce o projeto “Cartografia Social: Terra e Cidadania”, com o objetivo de contribuir na auto-identificação das comunidades tradicionais e populações rurais do estado do Paraná, preservando e promovendo o patrimônio cultural dessas comunidades, assim como, garantindo seu direito a cidadania. Para ter subsídios na construção desse projeto envolvendo a Cartografia Social, o

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Instituto de Terras, Cartografia e Geociências (ITCG), convidou o professor Alfredo Wagner, devido a sua experiência no assunto, para ministrar uma oficina de Cartografia Social em Curitiba. Essas oficinas auxiliaram o ITCG em suas ações de:

Regularização Fundiária e Cidadania,

Cadastro de Imóveis Rurais,

Mapeamento Sistemático e o

Zoneamento Ecológico-Econômico. (Fonte: <http://www.itcg.pr.gov.br/arquivos/File/Cartografia_Social_ITCG.pdf>. Acesso em out. 2013). Dessa forma, o projeto desenvolvido pelo ITCG, tem por objetivo dar visibilidade às comunidades de faxinalenses, caiçaras, quilombolas que, ao longo da história, permaneceram esquecidas ou estão com seus territórios e existência ameaçados. ‘ Quem somos?

Atividade Compreendendo a elaboração de Mapas participativos

Entre no site: <http://www.novacartografiasocial.com/index.php?option=com_phocadownload&vie

w=category&id=1&Itemid=64> e acesse um dos trabalhos de cartografia social. Neste endereço existem várias cartografias de povos tradicionais do estado do Paraná. Que elementos estão presentes na produção da comunidade que selecionou? Faça um comparativo desse mapa com outro do mesmo lugar (em várias escalas), produzido através da cartografia temática.

Somos indígenas, quilombolas assentados,

acampados. somos povo, somos gente, somos gente

que luta, que sonha por um mundo diferente.

Desunidos somos peças, todos juntos somos soma.

Somos gente resistente, ousadia e coragem.

Nossas marcas.

Somos gente que luta por um pedaço

de chão, somos gente que luta pelos direitos de

nossos irmãos.

Somos iguais e diferentes, e na

nossas diferenças, continuamos

sendo gente.(PARANÁ, 2010, p.12)

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Creio que podemos semear a sede por um mundo menos desigual e injusto. (KAERCHER, 2003, p. 54)

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Orientações metodológicas 1 O ensino de geografia na Educação Infantil e a cartografia

O desafio proposto para esse material é: Como a Cartografia Social pode contribuir na disciplina de Metodologia da Geografia, do Curso de Formação de Docentes, para o entendimento dos arranjos espaciais locais?

Parte-se do princípio de valorização do conhecimento prévio dos alunos, de sua realidade. Dessa forma, cabe à geografia abordar de forma reflexiva o papel dos atores sociais no seu espaço, entendendo o conjunto de objetos e ações que o formam. (FERNANDES, GEBRAN, 2010).

Assim,

[...] é necessário abordar uma Geografia reflexiva, capaz de considerar o papel dos atores sociais no seu espaço cotidiano, a fim de que professores e alunos possam compreender a importância dos conteúdos geográficos na sua vida. (FERNANDES, GEBRAN, 2010, p. 257)

O intuito do presente material é implementá-lo no Curso de Formação de

docentes no formato de uma oficina, relacionando as realidades dos alunos que frequentam o curso e o cotidiano dos educandos do 5º ano do ensino fundamental com os quais estes últimos irão trabalhar.

Iniciou-se o material didático com uma imagem do “Mapa Invertido” de Joaquin Garcia-Torres (1935), justamente para chamar a atenção de nossos alunos. O artista Uruguaio ao colocar em uma posição inversa o mapa da América do Sul, diferentemente da posição que, em geral estamos acostumados a vê-lo, ou seja, com o sul na parte superior da imagem, defende a necessidade da busca por um caminho próprio por este continente, usando de uma representação cartográfica para chamar a atenção referente às questões políticas e sociais da America do Sul.

He dicho Escuela del Sur; porque en realidad nuestro norte es el Sur. No debe de Haber norte, para nosotros, sino por oposicion a nuestro Sur. Por eso ahora ponemos el mapa al reves, y entonces ya tenemos justa idea de nuestra posicion, y no como quieren en el resto del mundo. La punta de America, desde ahora, prolongandose, senala insistentemente el Sur, nuestro norte. Igualmente nuestra brujula: se inclina irremisiblemente siempre hacia el Sur, hacia nuestro polo. Los buques, cuando se van de aqui, bajan, no suben, como antes, para irse hacia el norte. Porque el norte ahora esta abajo. Y levante, poniendonos frente a nuestro Sur, esta a nuestra izquierda. Esta rectificacion era necesaria; por esto ahora sabemos donde estamos. (TORRES GARCIA, 1935 apud COSTA, 2012, p. 441).

Ao longo do material optou-se em acrescentar algumas citações em formato de

adesivo, com o objetivo de chamar a atenção dos alunos quanto ao pensamento de alguns pesquisadores como: Gebran (1990), Katuta (2000, 2004), Lacoste (1998), Smielli (2007) e Straforini (2008).

Unidade I

Objetivo:

Entender a realidade em que o aluno encontra-se inserido.

Analisar os elementos presentes na representação do espaço.

Valorizar o conhecimento prévio dos alunos.

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Introduzir os conceitos de lugar e paisagem.

Duração: 4 horas

Na Atividade I, Cartografando o seu lugar..., parte-se da aplicação dessa atividade para os alunos de 5º ano do Ensino Fundamental, para posterior análise dos resultados obtidos pelos futuros professores, lembrando que primeiro o aluno desenvolve a representação do espaço para depois tornar-se um decodificador do mesmo.

Na Atividade II, Percorrendo o bairro..., com base nos exemplos disponibilizados

nesse material, espera-se que os alunos do curso de formação de docentes identifiquem os elementos presentes nos desenhos e tenham condições de entender:

Por que esse lugar é assim? Qual a ligação desse lugar com outros lugares. Ao desenhar o percurso da casa - escola, Atividade III, temos condições de

trabalhar alguns conteúdos geográficos com esses alunos, como a organização desse espaço, transporte, elementos que formam a paisagem, estabelecimentos comerciais presentes nesse percurso, orientação, etc.

Na Atividade IV, Espaços importantes na minha vida..., espera-se que o aluno

consiga relacionar o seu lugar com outros, entendendo o porquê dessa relação. No final dessa unidade é necessário preparar a pesquisa que os alunos do Curso

de Formação de Docentes deverão realizar com as crianças de 5º ano (Unidade II).

Unidade II

Objetivo:

Entender como as crianças relacionam-se com o seu lugar.

Identificar as relações do espaço onde essas crianças estão inseridas com outros espaços.

Analisar a compreensão de lugar apresentado por essas crianças.

Listar os conteúdos propostos para o 5º ano do Ensino Fundamental. Duração: 10 horas Nessa unidade espera-se que os alunos do curso de formação de Docentes, busquem através de uma pesquisa outras concepções de espaço. Para isso é proposto que entrevistem uma criança que frequente o 5º ano do Ensino Fundamental e, posteriormente, solicitem as atividades para a mesma. Essa pesquisa será realizada nas escolas que os alunos estão realizando o estágio. Com o material de pesquisa, no fechamento dessa unidade os alunos da Formação de Docentes analisarão os desenhos a partir das questões elaboradas no quadro: “Analisando”. 2 A cartografia dos sujeitos

Unidade III

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Objetivo:

Identificar os elementos apresentados e evidenciados pelos alunos e que compõem o lugar onde mora.

Investigar o motivo que levam muitos alunos a ser verdadeiros estrangeiros no lugar onde moram.

Entender a organização espacial desse lugar. Duração: 4 horas Ao propor a Atividade I aos alunos do curso de formação de docentes espera-se que busquem, no lugar onde moram, os elementos que consideram essenciais a sua permanência e existência. Por que propor essa autocartografia aos alunos do curso de formação de docentes? Esse desafio consiste em incentivá-los a analisarem o seu lugar, os elementos que o compõem para assim, perceber, conhecer melhor e entender a organização espacial desse lugar. Entenderem o lugar onde estão inseridos auxiliará no trabalho com as crianças dos anos iniciais do Ensino Fundamental. A Atividade II, o desafio é um pouco maior, pois ao solicitar que o aluno desenvolva um mapa dos espaços que considera importantes para a sua sobrevivência e existência, ele precisa desconsiderar a questão da escala, assim como muitas regras da cartografia temática. Mas, para que serve isso? Serve para entendermos nossos espaços, a partir de outras perspectivas, as cartografias dos sujeitos.

Unidade IV

Objetivo:

Identificar os elementos que fazem parte do entorno da escola, considerando a forma e a função dos mesmos na atualidade.

Relacionar as marcas do passado que sobreviveram à modernização da cidade. Duração: 12 horas Na Atividade I espera-se que os alunos consigam identificar os elementos selecionados e que fazem parte da paisagem central de Curitiba. Sabemos que no corre-corre nosso olhar fica viciado na paisagem e, nem sempre conseguimos visualizar os detalhes, por esse motivo, iniciamos essa unidade com uma reportagem antiga da inauguração do antigo Palácio da Instrução, hoje com o nome de Instituto de Educação do Paraná Professor Erasmo Pilotto. Resposta da atividade 1: Figura 1 – Boca Maldita Figura 2 – Instituto de Educação Figura 3 – Paço da Liberdade Figura 4 – Praça Osório Figura 5 – Praça Ruy Barbosa e Rua da Cidadania Figura 6 – Praça Tiradentes Figura 7 – Praça Zacarias Figura 8 – Santa Casa de Misericórdia

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A Atividade II é um complemento para que os alunos busquem, em suas observações, desenvolver um croqui sobre o entorno da escola. Posteriormente, realize um paralelo entre suas observações e a poesia Curitiba, Cidade Menina (Kolody, 1997). Na Atividade III, através da imagem de parte da região central, identificar alguns elementos nela presentes.

Fonte: Google Earth

O texto colabora no entendimento da importância do mapa para compreender o espaço no qual estamos inseridos. Para complementar a relação entre a geografia e a cartografia é possível assistir ao vídeo “Mapas da vida” (http://www.youtube.com/watch?v=ThS_K1zNTOg) que discute essa relação. Após as discussões, leitura do texto, identificação das imagens e mapas, os alunos estão preparados para a aula de campo, a Atividade 4. A proposta dessa aula de campo é percorrer os lugares selecionados na atividade1:

1. Praça Rui Barbosa: Com o objetivo dos alunos identificarem esse ponto importante do acesso da população ao centro da cidade através de inúmeros pontos de ônibus, além da Rua da Cidadania onde estão disponibilizados alguns serviços e comércio. Esse ponto sofreu modificações em sua forma e função, vamos verificar se os alunos apresentam esse conhecimento.

2. Santa Casa de Misericórdia: Sua construção iniciou em 1868 e concluída em 1880. Atualmente, a Santa Casa de Curitiba é referência em cardiologia de alta complexidade, pesquisas com células-tronco, transplantes e cirurgia bariátrica.

3. Praça Osório: Nasceu em 1874, atualmente é considerada como uma área de lazer com parque infantil, café e fonte luminosa.

4. Boca Maldita: Foi o primeiro calçadão construído no Brasil. A “Boca Maldita” é conhecida pelas manifestações públicas que ali ocorrem. É denominada

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também de Av. Luiz Xavier, sendo a continuação da Rua XV de Novembro, localiza-se entre a Rua Ébano Pereira e a Praça General Osório.

5. Praça Tiradentes: Marco zero da cidade, nela estão presentes elementos históricos como a Catedral Basílica de Nossa Senhora da Luz, em estilo gótico, há vários pontos de ônibus, taxi e um comércio popular.

6. Paço Municipal: O edifício histórico de arquitetura eclética, com elementos art-nouveau, foi construído de 1914 a 1916, no antigo Largo do Mercado. Até 1969 o prédio abrigou a sede da Prefeitura de Curitiba. Do ano de 1973 a 2002 abrigou a sede do Museu Paranaense, atualmente é um centro cultural multifuncional administrado pelo SESC Paraná, que obteve a concessão da prefeitura municipal por 25 anos3.

7. Praça Zacarias: Antigo Largo da Fonte, guarda a herança do engenheiro Antônio Rebouças que construiu o chafariz público em 1871.

O encerramento da aula de campo ocorre com a elaboração de um novo croqui com novas informações, juntamente com a de um Guia do Percurso realizado pelas alunas.

Unidade V

Mapas participativos desenvolvidos pelas comunidades tradicionais

Objetivos:

Reconhecer a importância da cartografia social para as comunidades tradicionais.

Relacionar o ensino da geografia com a cartografia social.

Duração: 4 horas Com esta atividade espera-se que os alunos identifiquem as diferenças dos mapas que selecionaram com as representações cartesianas do mesmo espaço em distintas escalas.

3 Dados obtidos em <http://www.curitiba-parana.net/patrimonio/paco-liberdade.htm>. Acesso em 10 set.

2013

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REFERÊNCIAS

ACSELRAD, H. (org.) Cartografias Sociais e Território. Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro, Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional, 2008. ALMEIDA, R. D. de., PASSINI, E. Y. O espaço geográfico: ensino e representação. São Paulo: Contexto. 1999. 7. ed. ANTUNES, A. do R., MENANDRO, H. F., PAGANELLI, T. I. Estudos Sociais: teoria e prática. Rio de Janeiro: ACCESS. 1999. CASTROGIOVANNI, A. C. O misterioso mundo que os mapas escondem. In: CASTROGIOVANNI, A. C. et al (orgs.). Geografia em sala de aula: prática e reflexões. Porto Alegre: Editora da UFRGS/ AGB, 2003, p. 31 - 48. COSTA. M. L. C. de C. América Latina: Cartografias Poéticas. In: VIII EHA - Encontro de História da Arte – 2012. Disponível em: <http://www.unicamp.br/chaa/eha/atas/2012/Maria%20Luiza.pdf>. Acesso em: 20 out. 2013. FERNANDES, A. C., GEBRAN, R. A. Geografia e prática social: configurações no espaço da escola. Acta Scientiarum. Education, Maringá, v. 32, n. 2, p. 255-262, 2010. GEBRAN, R. A. Como o rio não cabia no meu mapa, eu resolvi tirá-lo: o ensino da Geografia nas séries iniciais do 1º grau. 1990. Dissertação (Mestrado em Educação)-Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 1990. GENTILE, P. O tesouro nos mapas: a cartografia nos permite ler e interpretar a realidade e pode entrar no currículo desde a Educação Infantil, com brincadeiras e jogos. Revista Nova Escola, São Paulo, ed. 150, março 2002. Disponível em: <http://revistaescola.abril.com.br/geografia/fundamentos/tesouro-mapas-426510.shtml>. Acesso em: 17 jul. 2013. IWAYA, M. Os rituais e o cotidiano escolar – Instituto de Educação do Paraná Professor Erasmo Pilotto (1940-1960). Disponível em: <http://www.sbhe.org.br/novo/congressos/cbhe2/pdfs/Tema3/3103.pdf>. Acesso em 17 nov. 2013 KAERCHER, N. A. Estudos Sociais: Reflexões, conflitos e desafios. In: CASTROGIOVANNI, A. C. et al (orgs.). Geografia em sala de aula: prática e reflexões. Porto Alegre: Editora da UFRGS/ AGB, 2003. p. 49 -55. KATUTA, A. M. O estrangeiro no mundo da geografia. Tese (Doutorado em Geografia) Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. Universidade de São Paulo. São Paulo: 2004. KATUTA, A. M. O Ensino e aprendizagem das noções, habilidade e conceitos de orientação e localização geográficas: algumas reflexões. Revista do Departamento de Geociências da Universidade Estadual de Londrina, no 01, p. 05-24, 2000.

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KOLODY, Helena. Sinfonia da vida. Curitiba: Pólo Editorial do Paraná / Letraviva, 1997. LACOSTE, Y. A geografia: isso serve, em primeiro lugar para fazer a guerra. Campinas: Papirus, 1988 LÉVY, J. Uma virada cartográfica? In: ACSELRAD, H. (org.) Cartografias Sociais e Território. Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro, Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional, 2008. p. 153-167. LOBATÓN, S. B.. Reflexiones sobre Sistemas de Información Geográfica Participativos (SIGP) y cartografia social. Revista Colombiana de Geografia. Bogotá (Cl), nº 18, p. 9-23, Outubro de 2009. PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação, Superintendência da Educação. Departamento de Diversidade, Cartografia social e alfabetização de Jovens, adultos e idosos. Curitiba: SEED, 2010. Disponível em: <http://www.nre.seed.pr.gov.br/cianorte/arquivos/File/pr%20alf/cartografia_ppa.PDF. Acesso em: 20 maio 2013. SIMIELLI, M. E. R., Cartografia no ensino fundamental e médio. In: CARLOS, A. F. A. (org). A Geografia na sala de aula. 8. ed. São Paulo: Contexto, 2007. STRAFORINI, Rafael. Ensinar Geografia: o desfio da totalidade-mundo nas séries iniciais. São Paula: Annablume, 2008. VIANNA, A. Apresentação. In: ACSELRAD, H. (org.) Cartografias Sociais e Território. Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro, Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional, 2008.

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ANEXOS

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Atividade I Cartografando o seu lugar. Nome: _________________________________________ Data: ___/ ___/ _____

Como é a sua casa, apartamento ou o lugar onde você mora? Quantos ambientes têm sua casa? Qual desses ambientes é o seu preferido? Quantas pessoas moram com você? A partir dessas questões desenhe sua casa, em uma folha de papel sulfite. Lembre-se de destacar o seu ambiente preferido.

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Atividade II Percorrendo o bairro Nome: _________________________________________ Data: ___/ ___/ _____

Imagine que você fará uma reunião, evento ou festa em sua casa. Seus convidados não têm a mínima noção de onde você mora. Você deverá passar as informações necessárias para que o seu convidado chegue à sua casa. Portanto... Qual é o nome do seu bairro? Qual é o nome de sua rua e o número de sua casa (ou edifício e número do apartamento)? Quais são os locais mais conhecidos (pontos de referência) de seu bairro? E para você, quais são os locais mais importantes de seu bairro? Assim, em uma folha sulfite, desenhe o seu bairro destacando sua casa e os locais que considera mais importantes.

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Atividade III Como chegar a minha escola Nome: _________________________________________ Data: ___/ ___/ _____

A partir da localização da escola, temos algumas possibilidades de chegar até ela. Pense nessas possibilidades. Agora é sua vez, mãos à obra. Pensou no percurso para chegar em sua escola? Com base no que você pensou, nos locais que passa, desenhe esse percurso destacando o que mais chama a sua atenção

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Atividade IV Espaços importantes na minha vida...

Pense nos espaços que são importantes em sua vida. Por que você os escolheu? Procure fazer um desenho ilustrando esses espaços.

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Aula de Campo

Aluno:____________________________________________________________________________ Data:____/____/________ Horário:____.____h Bairro:____________________________________________________________________________ Ruas:_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Elementos observados em campo:

Quantidade Elementos Observações

Áreas de lazer

Áreas de pousio

Áreas verdes

Construções

Rios/ córregos

Características das Moradias:

Quantidade Elementos Observações

Alvenaria

Madeira

Mista

Classificação das Moradias:

Quantidade Elementos Observações

Casas

Conjunto Habitacional horizontal

Conjunto Habitacional vertical

Prédios

Sobrados

Na área central de Curitiba existe algum problema ambiental? Relacione. __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ Existem problemas sociais? Quais? ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Como ocorre o transporte nessa área da cidade? Podemos considerá-lo eficiente? Por quê? ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ Como se encontra a infraestrutura da área percorrida durante a aula de campo? __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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