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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Artigos

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · 2.4 APRESENTAÇÃO DO MAPA CONCEITUAL Esta proposta remete aos escritos de David Ausubel (1982) que foca a aprendizagem cognitiva

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Artigos

USO DE MÍDIAS TECNOLÓGICAS NO ENSINO DA CONSERVAÇÃO DE

ENERGIA

SOUZA, Diva Ribeiro de1

BATISTA, Irinéa de Lourdes 2

Resumo

Este artigo apresenta os resultados de um Plano de Implementação Pedagógica, alcançados juntos aos alunos do 2º. Ano do Ensino Médio do Colégio Estadual “14 de Dezembro”, da cidade de Alvorada do Sul, Núcleo Regional de Educação de Londrina, cujo tema abordava o uso de mídias tecnológicas como metodologias para o ensino da conservação de energia. A Proposta é parte do Programa de Desenvolvimento da Educação –PDE, que apresenta-se como um desafio aos professores da Rede Estadual de Educação no sentido de promoverem e executarem um trabalho inédito juntos aos alunos das escolas públicas onde lecionam, objetivando o despertar de interesse para o aprender e o anseio de fazer com que estes alunos compreendam a importância de serem cidadãos. Estes são, portanto, os resultados das atividades realizadas, que foram divididas em quatro etapas: diagnóstico sobre o que os alunos já conheciam a respeito de energia a partir de um questionário investigativo, em seguida um trabalho com Mapas Conceituais, depois a aplicação de atividades voltadas a pesquisa da história e dos conceitos de energia conservativa e, para finalizar o uso de um software educativo que teve o objetivo de simular situações do cotidiano e relacionar a teoria aprendida com a prática do dia a dia. Os resultados foram para além do esperado e todos os alunos responderam às expectativas realizando com primor todas as atividades e se apresentando como desejosos de mais saber a respeito do tema. Aqui são apresentados os principais momentos que levaram a esta agradável conclusão. Palavras-Chave: Energia. Mídias Tecnológicas. Física. Ensino Médio. Metodologia.

1 INTRODUÇÃO

É imprescindível que ações positivas e propositivas do âmbito escolar sejam

divulgadas para servirem como subsídios e promover a discussão a respeito dos mais

variados temas, especialmente quando se tratam de propostas metodológicas que

poderão delinear novos modos de fazer a Educação.

Este trabalho apresenta a busca por melhorias na Educação, o esforço em

fazer melhor, a dedicação de professores, autores, orientadores, da escola e da

Secretaria de Estado em promover meios para que alunos e professores, sejam

1 Professora de Física, lotada no Colégio Estadual “14 de Dezembro” - Ensino Médio e Profissional, da cidade de Alvorada do Sul- PR, NRE de Londrina, cursista do Programa de Desenvolvimento da Educação PDE (2013). Email: [email protected] 2 Professora Dra. da Universidade Estadual de Londrina- UEL, Orientadora do PDE 2013. Email:

beneficiados dentro do processo de ensino e de aprendizagem enquanto participam

de uma Educação de qualidade.

Neste caso específico, a Proposta de Implementação,que já se tornou uma

Unidade Didática, esteve situada junto as aulas de Física, disciplina que exige

cuidados para não ficar somente na matematização, que necessita que o aluno saia

da sala de aula e aprecie os fenômenos naturais nos quais ela acontece.

Partindo deste pensamento, as atividades das quais se apresentam os

resultados, estiveram voltadas para a percepção dos alunos sobre Energia e recursos

da mídia tecnológica e aulas passeios, foram utilizados como metodologia a fim de

que eles experimentassem a Física e pudessem fazer acontecer.

Para que os leitores consigam visualizar tais conquistas a partir desta Proposta

Didática, analisa-se aqui as respostas apresentadas pelos alunos no decorrer do

desenvolvimento das atividades e questionamentos sobre o tema, e as considerações

e discussões embasadas no referencial teórico do projeto, que deu origem ao Plano

que foi implementado. Ao final são tecidas considerações que avaliam os resultados

para perceberem o quanto eles corroboraram os autores revisados.

2 PRODUÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO DO MATERIAL DIDÁTICO PEDAGÓGICO

2.1 OS PARTICIPANTES DA IMPLEMENTAÇÃO

O público-alvo da implementação deste trabalho foram os alunos de um 2º. do

Ensino Médio do Colégio Estadual “14 de Dezembro” – Ensino Médio e Profissional

da cidade de Alvorada do Sul, Estado do Paraná. Sendo que a faixa etária variava

entre 15 a 17 anos e frequentavam o período matutino. Uma turma com 32 alunos

tornando o processo de desenvolvimento muito peculiar porque o número de alunos

era maior que o esperado.

Durante o desenvolvimento das atividades propostas junto aos alunos desta

turma, também participaram deste trabalho alguns professores deste colégio, bem

como, outros professores que também podem ser chamados de colaboradores, num

total de 15 (quinze) professores da rede Estadual de Educação, que optaram por este

tema no Grupo de Trabalho em Rede, da Educação do Paraná, pois, eles agiram

intervindo e participando da proposta, colaborando com suas informações e troca de

experiências, enquanto percebiam como é que se desenvolve o Programa de

Desenvolvimento da Educação, PDE.

2.2 ELABORAÇÃO DO MATERIAL DIDÁTICO-PEDAGÓGICO

Para a produção do material didático pedagógico, pensou-se no público-alvo,

na estrutura e nos conceitos que eles já tinham sobre o assunto. O Programa do

Desenvolvimento da Educação – PDE, estabelece, a partir da proposta da formação

continuada dos professores, que seja estabelecido um diálogo, a partir do qual,

professores e alunos possam produzir resultados e mudanças de qualidade na prática

escolar e na vida de cada um deles.

Para definição do tema foi pensado num assunto que a primeira autora

interpretava como sendo difícil de ser apresentado na prática para os alunos, e num

conteúdo que abrangesse a turma de 1º. ou do 2º. Ano do Ensino Médio, definindo-se

então pelo tema da Conservação de Energia.

Os conteúdos e ações da disciplina foram adaptados de forma a poder elaborar

as atividades que constam na Unidade Didática, e as estratégias metodológicas a

serem utilizadas. Enquanto os trabalhos eram desenvolvidos, todos os passos da

Implementação eram sendo divulgados juntos aos professores do Grupo de Trabalho

em Rede, e quando do seu término partiu-se para elaboração deste artigo onde

constam os resultados e que são apresentados como material que poderá subsidiar

novas pesquisas e implementações sobre o mesmo tema.

2.3 APRESENTAÇÃO DA IMPLEMENTAÇÃO PEDAGÓGICA

A ideia principal do Plano de Implementação Pedagógica era trazer à tona o

tema Conservação de Energia, utilizando-se de estratégias metodológicas que

atraíssem os alunos à pesquisa e à prática de observação dos fenômenos.

Para que se possa perceber as conquistas e dificuldades que ocorreram

durante e após a implementação, os resultados são apresentados a seguir, de acordo

com os passos do cronograma proposto pela Unidade Didática que embasou tais

concretudes.

Os resultados são apresentados conforme foram desenvolvidos, ou seja, em

quatro etapas.

A primeira etapa, um questionário investigativo; a segunda, o trabalho com

mapas conceituais; a terceira com atividades voltadas a pesquisa da história do

conceito de energia e ao conteúdo de energia conservativa a ser explorada e a quarta

etapa, a utilização de software educativo que buscou explorar os conceitos, ligando-

os a exemplos de situações do cotidiano, dando significado ao trabalho pedagógico.

2.4 APRESENTAÇÃO DO MAPA CONCEITUAL

Esta proposta remete aos escritos de David Ausubel (1982) que foca a

aprendizagem cognitiva e como tal, propõe uma explicação teórica do processo de

aprendizagem. Para ele, o fator que mais influencia a aprendizagem é aquilo que o

aluno já sabe ou que pode funcionar como ponto de ancoragem para as novas ideias.

Desta feita o objetivo foi o de identificar em um texto, a respeito da

Fotossíntese, as ideias- chaves, bem como, dar a conhecer o que é um mapa

conceitual de forma que eles construíssem tal instrumento.

Apresentado o texto As Plantas e a Fotossíntese 3 e um modelo de Mapa

Conceitual, os alunos se envolveram na elaboração de seus próprios mapas, e a sala,

dividida em grupos, foi capaz e apresentar resultados excelentes que superaram os

estimados.

Os alunos se envolveram e divulgaram que esta metodologia tornava mais fácil

a compreensão dos temas propostos.

Um esquema traçado por Souza (2008, p. 2) que mostra uma estruturação

inicial dos mapas conceituais, baseado em Novak (1981) foi apresentado aos alunos.

Nele a autora descreve que “os conceitos são apresentados no interior de ‘caixas’ ou

3 AS PLANTAS E A FOTOSSÍNTESE. As plantas sintetizam seu próprio alimento por meios de um processo chamado fotossíntese. O termo fotossíntese significa, literalmente "síntese por meio de luz". Os seres que fazem fotossíntese (certas bactérias, as algas e as plantas em geral) são capazes de produzir glicose (açúcar) a partir de gás carbônico e água, tendo luz solar como fonte de energia. Os produtos da fotossíntese (glicose e derivados), junto com substâncias inorgânicas obtidas do solo, são processados pelas células vegetais dando origem a uma variedade de outras substâncias de que elas necessitam (outros açúcares, proteínas, gordura e ácidos nucléicos). Essas substâncias matem a vida da planta e garantem seu crescimento. A fotossíntese pode ocorrer em qualquer parte do corpo da planta que possua células com clorofila vivas e que esteja exposta à luz. Mas as folhas são as principais estruturas responsáveis pela fotossíntese. Além de serem formadas por células ricas em clorofila, sua forma laminar e sua disposição no corpo da planta permitem maior eficiência na absorção da energia luminosa e maior facilidade para as trocas gasosas. (MOÍSES, 2012, p.210).

alguma forma geométrica, enquanto as relações entre eles são especificadas por

linhas às quais são agregadas frases explicativas”.

Souza (2008, p.124) apresenta uma sugestão de estruturação de uma Mapa

Conceitual que foi divulgada para os alunos.

Figura 1- Possiblidade de estruturação de uma Mapa Conceitual

FONTE: Souza (2008, apud SOUZA, 2014, p. 7)

Partindo desta possiblidade, os alunos perceberam que o mapa é um diagrama

apresentado numa certa hierarquia, mostrando, a partir de linhas e setas qual a

relação que há entre eles, a partir de uma primeira palavra-chave, que vai dando a

ideia de como são tais relações.

Valeu explicar a eles que os mapas podem ser refeitos quantas vezes acharem

necessário. E assim, desta forma, os grupos conseguiram chegar a muitos mapas que

continham os resultados da compreensão sobre o tema apresentado.

Abaixo um dos Mapas apresentado a respeito do tema:

Figura 2: Mapa Conceitual sobre As Plantas e a Fotossíntese FONTE: arquivo da autora (2014).

Esta proposta foi para familiarizar os alunos à construção de Mapas

Conceituais que seriam utilizados quando da apresentação do tema da Proposta.

2.5 APRESENTAÇÃO DA SEQUÊNCIA DAS ATIVIDADES

2.5.1 Atividade: Vídeo “História da Energia”

Para adentrar ao tema, a professora se utilizou de um vídeo sobre a História da

Energia4, com intuito de analisá-lo logo após a exibição construindo outro Mapa

Conceitual com as ideias-tema surgidas no decorrer da discussão.

De acordo com Moreira (2010), deve-se abordar mapas conceituais

essencialmente como mapas de conceitos e propô-los como uma estratégia

facilitadora de aprendizagem significativa em sala de aula. E pensando nisso, seguiu-

4 BERDEA, Berne. Energia: História. Disponível em:<http://www.youtube.com/

watch?v=A2ire1Uzru0>. Acesso em: 13 nov. 2013.

se com o vídeo, que se utilizou da tecnologia da TV Pen Drive para ser exibido em

sala de aula, conforme nota-se na figura abaixo:

Figura 3: Alunos assistem ao vídeo A História da Energia Fonte: Arquivo da autora (2014)

Os resultados foram coletados a partir da observação do interesse deles pelo

tema quando no momento do debate sobre conteúdo do vídeo e a partir dos textos

que eles desenvolveram, de onde foi possível partir para uma retomada de alguns

pontos que eram cruciais para dar sequência as atividades da Proposta Pedagógica.

No entanto, isso não atrapalhou os resultados que foram considerados excelentes.

2.5.2 Atividade: Exibição do Vídeo “Criando Maravilhas - As Consequências da

Revolução Industrial”

O vídeo “Criando Maravilhas - As Consequências da Revolução Industrial”5 foi

amparado pelo texto “Trabalho e Energia” 6 para que ambos pudessem aprofundar o

conhecimento histórico a respeito do tema Conservação de Energia, haja vista se

tratar de um conteúdo que é considerado pelas Diretrizes Curriculares do Estado do

Paraná, como uma das mais importantes Leis da Física (PARANÁ, 2008). Servindo

5 VIDEOTECA DO ESTUDANTE. Criando Maravilhas: as consequências da Revolução Industrial.

Disponível em:<http://www.youtube.com/watch? v=mhHqsWxzXM0>. Acesso em: 13 nov. 2013. 6 FUNDAÇÃO ROBERTO MARINHO. O novo telecurso: 2. grau: fisica. 5. ed. Rio de Janeiro: Ed. Globo, 1988. p. 127- 132.

para lembrar-lhes também que o princípio da conservação da quantidade de

movimento, estabelecido por Descartes, e o princípio da conservação das forças vivas

(Energia), estabelecido por Leibniz e Huygens, e que hoje são tidos como

interdependentes, são leis científicas universais (SOUZA, 2014).

Após assistirem o vídeo e discutirem o texto sobre Trabalho e Energia, os

alunos foram capazes de compreender as consequências da Revolução Industrial a

partir da Invenção da Máquina a Vapor, bem como, foram capazes de perceber que a

energia não pode ser criada nem destruída, mas apenas transformada.

Como resultado desta compreensão, os alunos elaboraram esta maquete que

sugeriu a transformação e adaptação as quais os homens foram sendo submetidos

após a Revolução Industrial.

Figura 4: Maquete consequência da Revolução Industrial FONTE: arquivo da autora (2014)

2.5.3 Atividade: Exibição do Vídeo “Física e Energia Mecânica”

Sobre a Energia Mecânica 7, os alunos assistiram a um vídeo elucidativo que

os levou a compreender que a energia em um sistema pode apresentar-se sob

diferentes formas, sendo elas ligadas ao tipo de interação existente. Estas

transformações entre as energias ocorrerão, justamente, através de alterações de

diferentes formas de interação.

Figura 5: Exibição do vídeo Física e Energia Mecânica Fonte: Arquivo da autora (2014)

Bucussi (2006 apud PARANÁ, 2008) esclarece que a lei de conservação de

energia tem fortes vínculos com as relações entre calor e trabalho. Conceitos que os

alunos compreenderam como processos de transferência e transformação de energia,

observando que o calor estava relacionado com uma certa energia cinética das

partículas que constituem os corpos, passando a se estruturar cada vez mais uma

Teoria Cinética baseada nas leis de Newton.

Esta atividade culminou na elaboração de vários Mapas Conceituais, todos de

excelente qualidade. Atentos ao conteúdo dos vídeos e textos os alunos apresentaram

palavras-chave que demonstravam a compreensão do tema, contemplando os

objetivos propostos por esta atividade.

7 TELECURSO 2000. Física - Energia mecânica - Parte 1 Aula 16/50. Disponível

em:<http://www.youtube.com/watch?v=8hUZQ04xiXA>. Acesso em: 13 nov. 2013

Abaixo um dos mapas conceituais produto final desta atividade

Figura 6: Mapa Conceitual sobre Energia FONTE: arquivo da autora (2014)

Os resultados apresentados demonstraram que os alunos entenderam

perfeitamente o conteúdo e que os mapas conseguiram organizar o conhecimento

deles a partir da demonstração disso na representação gráfica das relações de

conceitos com a palavra-chave.

2.5.4 Atividade: Conservação dos Movimentos

Esta atividade teve como objetivo fazer com que os alunos compreendessem o

conceito de Conservação dos Movimentos 8. Para isso eles foram levados ao

laboratório de informática para que desenvolvessem uma pesquisa sobre a

conservação de energia e logo em seguida elaborassem uma síntese com as

principais ideias encontradas sobre o assunto.

2.5.5 Atividade: O Simulador

8 MENEZES, Luiz Carlow; HOSAUME, Yassuko. (Coord.). Conservação de movimentos. São Paulo:

Instituto de Física, USP. 1998. Disponível em:<http://fisica.cdcc.usp.br/ GREF/meca01.pdf>. Acesso em: 13 nov. 2013

A partir desta atividade os alunos foram capazes de compreender como energia

potencial e a energia cinética mudam de energia de um objeto que se move e como

energia total de um objeto permanece constante. Os alunos determinaram as variáveis

que afetam o potencial e energia cinética e propuseram modificações no Skate Basics

simulação PhET Energia9.

Isso tudo considerando que as DCE’S enfatizam que o professor deve planejar

o uso do recurso tecnológico conforme a necessidade, a serviço de formação integral

dos sujeitos, de modo a permitir o acesso, a interação e, também, o controle das

tecnologias e de seus efeitos (SOUZA, 2014).

Figura 7: Alunos no Simulador FONTE: arquivo da autora (2014)

Os alunos conseguiram elaborar mapas conceituais, em que mostraram o

conhecimento adquirido a respeito da energia potencial e cinética, demonstrando que

deve-se abordar mapas conceituais e propô-los como uma estratégia facilitadora de

aprendizagem significativa em sala de aula (MOREIRA, 2010), conforme

exemplificado pelo mapa a seguir:

9 UNIVERSIDADE DO COLORADO. Simulador. Disponível em:

<http://phet.colorado.edu/pt_BR/simulation/energy-skate-park-basics>. Acesso em: 13 nov. 2013.

Figura 8: Mapa Conceitual do Simulador do Skate FONTE: arquivo da autora(2014)

Também foram capazes de demonstrar esta compreensão desenvolvendo uma

maquete de uma pista de skate onde testaram as suas hipóteses.

Figura 9: Maquete do Skate FONTE: arquivo da autora (2014)

Os alunos se sentiram muito à vontade quanto a utilização do simulador,

fazendo com que a teoria a respeito do uso das mídias tecnológicas para o ensino de

Física fosse checado com sucesso.

2.5.6 Atividade: Exibição do Vídeo “Física- Energia Potencial e Trabalho

Com o objetivo de levar os alunos ao conhecimento a respeito da Energia

Potencial e sua relação com Trabalho, foi exibido o vídeo “Física- Energia Potencial e

o Trabalho” 10explorando o conteúdo de energia para posterior análise e discussão

dos conteúdos apresentados.

Os resultados foram apresentados a partir da elaboração de vários mapas

conceituais, aqui representados por um deles.

Figura 10: Mapa Conceitual sobre Energia e Trabalho FONTE: arquivo da autora (2014)

Esta atividade somada aos conhecimentos adquiridos no momento da

utilização do simulador, originou a busca por outros conceitos, como magnetismo,

atrito etc.

10 TELECURSO 2000. Física - Energia potencial x trabalho. Aula 15/50 - Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=x2g-opS832o>. Acesso em: 13 nov. 2013.

2.5.7 Atividade: Aula Passeio- Visita a Usina Hidrelétrica de Capivara

A partir do conteúdo Conservação do Momento Linear e Conservação da

Energia Mecânica, buscou-se sua aplicabilidade no funcionamento de uma Usina

Hidrelétrica para que fosse possível compreender a importância do ciclo da água e

sua vazão para transformação da energia.

Para isso os alunos foram levados a conhecer a usina Hidrelétrica de Capivara,

localizada na cidade de Iepê, Estado de São Paulo.

Nesta etapa eles contextualizaram e tiveram a oportunidade de checar a teoria

e a prática, por isso, prestaram muita atenção e satisfizeram sua curiosidade a partir

das perguntas respondidas pelo guia da empresa e pela professora, esclarecendo que

conseguiram compreender o conteúdo da disciplina.

Figura 11: Comportas da Usina Capivara FONTE: arquivo da autora (2014)

É de Celestin Freinet (1969) a metodologia das aulas-passeio que ele chamou

de método natural de aprendizagem, por se tratar de uma pedagogia experimental e

livre, levando os alunos a tomarem consciência sobre o tema, tornando-se

responsáveis para agir com autonomia durante suas vivências.

Figura 12: Alunos na Visita a Usina Hidrelétrica FONTE: arquivo da autora (2014)

De acordo com Freinet (1969, p.85), “os únicos conhecimentos que podem

influenciar o comportamento de um indivíduo são aqueles que ele descobre sozinho

e dos quais se apropria”. Quando o aluno tateia a realidade ele aprende.

Figura 13: Sala de Controle da Usina Hidrelétrica Capivara FONTE: arquivo da autora (2014)

Por isso, nas aulas seguintes a esta visita, os alunos se dedicaram a explicar

os conceitos físicos por trás do funcionamento de uma usina hidrelétrica e quais os

pontos positivos e os pontos negativos dessa fonte de energia. Para a apresentação

eles elaboraram maquetes de uma Usina Hidrelétrica, expostas para toda escola.

Figura 14: Maquete de uma Usina Hidrelétrica FONTE: arquivo da autora (2014)

Durante a construção da maquete sobre a energia elétrica eles apresentaram

seus conceitos, definindo energia elétrica como a capacidade de trabalho de uma

corrente elétrica e que pode ser obtida de diversas formas, pois ela é um subproduto

das diversas formas de energia.

Figura 15: Distribuição da Energia Elétrica FONTE: arquivo da autora (2014)

A maquete da usina hidrelétrica foi apresentada aos colegas de turma deixando

claro que esta é uma das maneiras de se gerar energia. Ali é onde a energia potencial

da água é utilizada para movimentar turbinas (energia mecânica) que estão ligadas a

geradores, onde a energia mecânica é transformada em energia elétrica, obedecendo

sempre ao princípio de conservação de energia.

Os alunos diagnosticaram que a energia elétrica é a energia mais utilizada no

mundo todo e que a principal fonte são as usinas hidrelétricas, pela força das águas,

e seus grandes volumes represados, visto por eles caindo pelas tubulações e fazendo

girar gigantescas turbinas ligadas a um gerador, de onde se produz a energia.

Entenderam que sendo a água um bem finito, outras formas de energia devem

ser avaliadas. Desta forma eles revelaram terem compreendido o conteúdo, ou seja,

a de que existem outras formas de obtenção de energia.

Posteriormente, apresentaram maquetes representando estas possiblidades.

Figura 16: Maquete de uma Usina Termoelétrica FONTE: arquivo da autora (2014)

Figura 17: Maquete sobre Energia Solar FONTE: arquivo da autora (2014)

Figura 18: Maquete sobre Energia Nuclear FONTE: arquivo da autora (2014)

Figura 19: Maquete sobre Energia Eólica FONTE: arquivo da autora (2014)

2.5.8 Atividade: Conservação do Momento Linear e da Energia Mecânica.

Novamente os alunos foram levados ao laboratório de informática para

pesquisarem sobre conservação de energia linear e mecânica, de forma a

compreenderem situações do cotidiano onde isso acontece. Pesquisaram e

apresentaram os resultados com Mapas Conceituais.

Figura 20: Mural dos Mapas Conceituais FONTE: arquivo da autora (2014)

Os resultados culminaram num Mapa Conceitual no qual os estudantes

apresentaram todas as atividades desenvolvidas girando em torno da Energia

Conservativa.

Figura 21: Mapa Conceitual sobre Energia Conservativa FONTE: arquivo da autora (2014)

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Conforme descrito na Unidade Didática, o objetivo principal era o de construir

uma metodologia inovadora e dinâmica para a prática docente da disciplina de Física,

buscando recursos didáticos para a mobilização dos alunos com vista a

aprendizagem.

Na primeira parte do desenvolvimento das atividades propostas, foi

desenvolvido um breve diagnóstico a respeito da realidade do aluno, do seu

conhecimento e de como eram usadas as tecnologias educacionais nos processos

educativos que eles já haviam participado. Objetivou-se também identificar o que eles

realmente conheciam a respeito da linha do tempo da História da Energia, dos

avanços tecnológicos na área e a relação entre a Energia e a Física, bem como, a

percepção deles a respeito da dinâmica das aulas de Física, pedindo sugestões que

considerassem como elas poderiam ser mais motivadoras.

Os resultados exigiram que fossem retomados conceitos para além das

equações matemáticas, que valorizassem o pressuposto teórico mas levassem a

construção de significados históricos e sociais do tema.

Explorou-se o tema Energia a partir da consideração de que tal conceito é

essencial não apenas para a Física, mas, também para outras disciplinas como

Química, Biologia e até mesmo Economia.

Especialmente, foram anotadas as sugestões de como tornar as aulas de Física

mais interativas e muitos concordaram que as aulas devem ir além das salas de aula,

para serem mais atraentes e envolventes.

Desta forma, pode-se dizer que os resultados foram alcançados tais como

foram esperados, referendados pelas palavras de Celso Antunes (2007, p.10) quando

afirma que:

Associar o conhecimento novo aos saberes que os alunos possuem é ajudá-los a construir uma imagem pessoal sobre os temas tratados, trabalhar a aprendizagem significativa, contextualizar e transformar o aluno em agente de seu próprio crescimento intelectual.

Deve-se a isso a razão pela qual pode-se dizer que este Plano de Intervenção

alcançou a marca de 100% de aceitação e conclusão, haja vista que trabalhando em

grupos todos os alunos participaram e conseguiram desenvolver todas as atividades

e elaborar todos os mapas. Superando esta marca, eles ainda desenvolveram as

maquetes, que foram sugeridas por eles próprios, o que enalteceu o trabalho da autora

e deu grande repercussão na escola, pois, os alunos se sentiram capazes quando

tiveram suas maquetes visitadas e aplaudidas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A proposta-tema do Uso de Mídias Tecnológicas no Ensino da Conservação de

Energia, conteúdo associado à Disciplina de Física, constituiu-se numa metodologia

capaz de tornar o ensino de Física mais dinâmico e motivador, demonstrou ser

eficiente estratégia junto a alunos do Ensino Médio, haja vista, os bons resultados aqui

apresentados.

Verificou-se que estes bons momentos foram conseguidos a partir dos Mapas

Conceituais e da aula-passeio que, demonstrou o fenômeno conservação de energia

na prática, saindo das equações matemáticas e apresentando-o na natureza.

Melhor ainda foi concretizar tais aprendizados em maquetes, pois, a escola

toda ficou interessada e os alunos desejosos de irem além do conteúdo, sempre na

expectativa de novas propostas, provando que o tema foi dirigido, e o Programa de

Desenvolvimento da Educação é necessário para que inovações metodológicas sejam

divulgadas para todos os que desejam aprender a aprender.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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