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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Artigos Versão Online ISBN 978-85-8015-080-3 Cadernos PDE I

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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Artigos

Versão Online ISBN 978-85-8015-080-3Cadernos PDE

I

PRÁTICAS DE LABORATÓRIO SOBRE ELETROMAGNETISMO PARA O ENSINO MÉDIO

Edson da Costa Freitas1

Américo Tsuneo Fujii2

RESUMO

Neste artigo apresentaremos práticas de laboratório sobre Eletromagnetismo. O presente

projeto objetiva discutir aspectos históricos sobre a Física e desenvolver atividade

experimental de baixo custo como uma alternativa para o aluno interessar pelo

Eletromagnetismo, um conteúdo fascinante da Física mais abstrato, com isso o professor, por

meio de experimentos, leve seus alunos a desenvolverem hábitos de investigar e pesquisar

assuntos que contribuam para o aprimoramento de um saber científico, indispensável a uma

atuação social e crítica para a transformação de sua vida e do meio em que o cerca. Faremos

também um relato sobre os resultados obtidos por meio da aprendizagem, em relação aos

tópicos acima citados, com os alunos do terceiro ano do Ensino Médio do Colégio Estadual

Polivalente – Apucarana/PR.

Palavras-chave: Ensino de Física – Experimentação – Eletromagnetismo–Motor elétrico.

_______________________________________________________________

1 Aluno da disciplina de Física do Programa PDE 2014/2015 pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) – Londrina/PR. Professor da Rede Pública Estadual de Educação. Especialista em Ensino de Matemática e Educação a Distância com Ênfase na Formação de Tutores . E-mail:[email protected].

2 Professor/Orientador da disciplina de Física do Programa PDE 2014/2015 da Universidade Estadual de Londrina (UEL) – Londrina/PR.

1 INTRODUÇÃO

Atuando como professor de Física, percebo que a disciplina não é a preferida dos

alunos considerada uma matéria abstrata e de muitos cálculos pelos educandos que ingressam

no ensino médio.

A falta de interesse dos alunos, verificada na prática docente, pode relacionar-se à

ênfase que os livros didáticos dão à aplicação de fórmulas e resolução de exercícios, focada a

preparação para o vestibular, pode ser uma das causas da Física não ser a disciplina preferida

pelos alunos. Analisando os livros didáticos nas escolas verifica-se que os conteúdos são

tratados a partir de conceitos isolados, passando uma imagem da Física pronta e terminada,

pois os alunos tem sido expostos ao aparato matemático-formal, antes mesmo de terem

compreendido os conceitos de física. O que leva os alunos à falsa ideia de que “estudar Física

é o mesmo que estudar Matemática” ou que “Física é pura Matemática”.

O conceito ainda permanece ausente na maioria dos livros didáticos e, por

conseguinte, dos planos de trabalhos docentes. Neste sentido, Martins (2007) argumenta sobre

a importância de trabalhar os conceitos físicos utilizando a História e a Filosofia da Ciência:

A relevância da História e da Filosofia da Ciência para a pesquisa em ensino de ciências, sob diversos aspectos, tem sido apontada com bastante frequência na literatura especializada da área. A necessidade de incorporação de elementos históricos e filosóficos no ensino médio chega a ser praticamente consensual, o que passou a orientar currículos de parcela significativa das licenciaturas. No entanto, os professores do nível médio dificilmente incorporam esse tipo de conhecimento em suas práticas (MARTINS, 2007, p. 112).

Conforme a Diretriz Curricular da Educação Básica (DCE) (PARANÁ, 2008, p. 56):

[...] ainda que a linguagem matemática seja por excelência uma ferramenta para essa disciplina, saber matemática não pode ser considerado um pré-requisito para aprender Física. É preciso que os estudantes se apropriem do conhecimento físico, daí a ênfase aos aspectos conceituais sem, no entanto, descartar o formalismo matemático.

Tradicionalmente a Física é considerada pelos professores, uma disciplina difícil de

ensinar e consequentemente, os alunos relatam dificuldades de aprendizagem dos conteúdos.

Por isso procedimentos alternativos de ensino certamente são necessários, para instigar a

participação dos alunos e aumentar o interesse pelos conteúdos ministrados nas aulas de

Física. Esses procedimentos devem ser dinâmicos e permitirem a participação interativa dos

alunos. Ou seja, é possível despertar no aluno o gosto pela disciplina a partir da

experimentação em sala de aula? Assim considerando que a Física está, em constante

evolução.

2 O ESTUDO DA FÍSICA

A física encorpora o estudo dos constituintes fundamentais do universo, as

forças e as interações que elas exercem entre si, e os resultados produzidos por essas

interações. Em geral, a física é considerada como a ciência fundamental já que as outras

ciências naturais utilizam e obedecem os princípios e leis estabelecidas por este campo .

O campo da física é extremamente vasto, e pode incluir diversos estudos

como a mecânica quântica e a física teórica a física aplicada o magnetismo e a óptica .

2.1 Aspectos Históricos da Física e do Ensino de Física

A origem exata do magnetismo ainda é um grande mistério. Uma lenda diz que um

pastor de ovelhas da Grécia Antiga, fez a primeira observação das propriedades magnéticas de

uma pedra, chamada de magnetita. Diz a lenda, que o pastor possuía um cajado com a ponta

de ferro, e cada vez em que era encostado na pedra, seu cajado ficava preso por uma força

inexplicável.

O nascimento do eletromagnetismo se deu no século XIX, com a clássica experiência

do físico dinamarquês Hans Christian Oersted (1771-1851). Em 1820, ele verificou que, ao

colocar um bussola sob um fio onde passava uma corrente elétrica, verificava-se um desvio na

agulha dessa bussola. A partir dessa experiência Oersted estabeleceu uma relação entre as

propriedades elétricas e magnéticas, dando origem ao eletromagnetismo. O físico e

matemático André-Marie Ampère (1775-1836) construiu o primeiro eletroímã. Esse

dispositivo foi fundamental para a invenção de aperfeiçoamento de vários aparelhos, como o

telefone, o microfone, o alto-falante, o telégrafo etc. Michael Faraday (1791-1867), cientista

autodidata inglês, deu sua grande contribuição ao eletromagnetismo com a descoberta da

indução eletromagnética, fundamental para o surgimento dos motores mecânicos de

eletricidade e os transformadores.

Outros físicos também devem ser lembrados, por contribuições feitas ao

eletromagnetismo, como o físico norte-americano Josph Henay (1797-1878), que deu

continuidade aos trabalhos de Faraday sobre a indução eletromagnética, Heinrich Lenz (1804-

1865), físico russo que também se dedicou a estudar esse fenômeno, Nicolas Tesla que

estudou o campo magnético.

Finalmente, podemos citar em especial James Clerk Maxwell (1831-1879), notável

físico escocês, cuja participação teve importância teórica fundamental. Maxwell em sua obra

Tratado sobre eletricidade e magnetismo (publicada em 1873), generalizou os princípios da

eletricidade descobertos por Coulomb, Ampère, Faraday e outros. Entre outros feitos,

Maxwell descobriu através de equações matemáticas a velocidade da luz com um percentual

de erro muito pequeno, com relação aos dados experimentais que temos hoje. A descoberta

posterior das ondas eletromagnéticas constituiu a verificação experimental do acerto da

Teoria de Maxwell.

2.2 O Ensino da Física

Podemos afirmar que a Física “deve educar para a cidadania”. A Física é uma das

ciências mais cativantes para se estudar, pois ela vem desvendando os fenômenos naturais do

Universo. É essa Física que temos que mostrar para nossos alunos para instigá-los a serem os

nossos cientistas de amanhã. Mas para isso, a disciplina de Física do Ensino Médio deve ser

trabalhada de forma que os alunos, em sua maioria, sintam prazer em estudar física.

Precisamos de pressupostos teórico-práticos para revertermos este quadro, pois o que

interessa é que o aluno aprenda física e ao ressaltar o sentido da física como visão de mundo,

como cultura em seu sentido mais amplo, no seu dia a dia e nas novas tecnologias,

desenvolvendo assim um espírito crítico que lhe permite opinar e julgar acontecimentos

relevantes à sua formação cultural e científica.

Para isso, precisamos aprofundar nossos conhecimentos buscando meios que

proporcionem aos nossos alunos uma interação entre a teoria, a prática com o seu dia a dia,

viabilizando condições para que partam do senso comum para construção do seu saber

escolar.

Aos professores, este Artigo, tem por objetivo propor aulas práticas e provocar a

necessidade dessa interação entre teoria-prática. É preciso ter claro que este é um material de

apoio, ao qual o professor fará as intervenções que achar necessário para facilitar aos alunos

um aprendizado, partindo da teoria e da prática de forma consistente ao desenvolver os

experimentos, cujo objetivo é dar condições a eles para refletirem sobre os conteúdos que

contemplem a realidade vivenciada no seu dia a dia.

3 APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA

De acordo com DCE de Física p.25-2006: o fazer ciência está, em geral, associado a

dois tipos de trabalhos: um teórico e um experimental. Em ambos, o objetivo é estabelecer um

“modelo” de representação da natureza ou de um fenômeno. No teórico, é feito um conjunto

de hipóteses, acompanhadas de um formalismo matemático, cujo conjunto de equações deve

permitir que se façam previsões, podendo, às vezes, receber o apoio de experimentos, em que

se confrontam os dados coletados com os previstos pela teoria.

Para este trabalho, discutiremos práticas de laboratório para o 3º ano do Ensino Médio

com experimentação em Física sobre indução magnética e da aprendizagem significativa.

Segundo a DCE para a disciplina de Física (p.29, 2006,): Sob o pressuposto de que o

ensino de Física considera a ciência uma produção cultural, objeto humano construído e

produzido nas e pelas relações sociais, entende-se: que a experimentação no ensino de Física é

importante se entendida como metodologia de ensino que contribui para relacionar teoria e

prática, por proporcionar melhor interação entre professor e estudantes e entre grupos de

estudantes, o que propicia o desenvolvimento cognitivo e social, no ambiente escolar.

A escola atual frequentemente promove um ensino de Física com a apresentação de

leis e conceitos que nem sempre têm significado no cotidiano do educando. Um ensino de

mera aplicação de fórmulas, baseando em memorização e resolução de problemas em

situações artificiais, que pouco tem a ver com a realidade do estudante.

A Física deve ser apresentada como instrumento para a compreensão do mundo em

que vivemos. Essa disciplina possui uma beleza, no entanto é compreendida pelos tropeços

num instrumental matemático com o qual a Física é frequentemente confundida, pois os

alunos têm sido expostos ao aparato matemático-formal antes mesmo de terem compreendido

os conceitos de Física, como esta fosse uma ciência já completamente definida e imutável.

Como argumenta Álvares (1991, p.42), “muitas vezes ideias como as de partículas gás

ideal, queda livre, potencial elétrico, eletromagnetismo e muitas outras são apresentadas sem

nenhuma referência à realidade que representam, levando o estudante a julgá-lo sem utilidade

prática”. Essa visão tende a criar no estudante uma ideia desvirtuada do que é a Física, com o

consequente desinteresse pela matéria.

De acordo com Rocha (2002), a teoria eletromagnética desempenha papel semelhante

ao estudo dos movimentos, sistematizados na mecânica de Newton e da termodinâmica.

De fato, uma atividade experimental privilegia as interações entre os estudantes e entre

eles e professor. Os experimentos podem suscitar a compreensão de conceitos ou a percepção

da relação de um conceito com as ideias discutidas em aula, para que os estudantes reflitam

sobre a teoria e a prática e para que o professor perceba as dúvidas dos alunos.

Além disso, os experimentos privilegiam o confronto entre concepções prévias e a

concepção científica, o que facilita a formação de um conceito científico. Para que isso seja

possível, antes do experimento, devem ser acolhidas as idéias espontâneas dos alunos, em

questões verbais ou escritas. Depois o próprio estudante pode comparar as suas concepções

iniciais com a concepção científica. Uma das formas de o professor verificar a aprendizagem

do aluno é retomar as questões anteriores ao experimento, compará-las às novas respostas

para, assim, perceber a medida de assimilação dos conceitos trabalhados e, conforme o caso

intervir.

Uma experiência que permite a manipulação de materiais pelos estudantes ou uma

demonstração experimental, pelo professor, nem sempre esta associada a um aparato

experimental sofisticado, mas à sua organização, discussão e reflexão, o que propicia

interpretar os fenômenos físicos e trocar informações durante a aula.

4 Eletromagnetismo

4.1 Campo Magnético

Em física, definimos o campo magnético de forma bem análoga ao que estudamos a

respeito do campo elétrico e gravitacional. Nesses dois casos definimos um campo

gravitacional ou um campo elétrico como sendo a modificação no espaço em função da

presença de massa ou de cargas elétricas. Portanto, analogamente, definimos o campo

gravitacional como sendo a região do espaço onde um ímã, seja ele em forma de barra ou de

ferradura, manifesta sua ação. O campo magnético é representado por um vetor chamado de

vetor indução magnética, que pode ser representado por B .

Usamos como unidade de campo magnético o símbolo T, denominado tesla. Portanto,

no SI a unidade de é tesla (T).

A direção do vetor indução magnética é aquela em que se dispõe a pequena agulha e o

sentido do vetor indução é aquele para onde o polo norte da agulha aponta. Vejamos a

representação abaixo.

Figura 1 – Direção do Vetor

Fonte: Marques (2015a).

4.1.1 Campo magnético dos ímãs

Figura 2 – Campo magnético de imãs

Fonte: Marques (2015a).

Vejamos a figura acima, nela temos um ímã em forma de barra que cria à sua volta um

campo magnético. Limalhas de ferro colocadas à sua volta dão uma noção de como é o campo

magnético em torno desse ímã. Podemos ver que o campo é mais intenso nas extremidades do

ímã. A representação do campo magnético de um ímã pode ser feita através das linhas de

indução magnética.

A figura abaixo nos mostra uma representação gráfica do comportamento das linhas de

indução magnética de um ímã. Por convenção adotou-se que as linhas de indução saem do

polo norte do ímã e chega ao polo sul.

Figura 3 – Linhas de Indução

Fonte: Marques (2015a).

4.1.2 O Campo magnético da Terra

“A terra possui uma alma magnética”, descreveu em 1600 o inglês William Gilbert,

primeiro cientista a estudar o fenômeno. Foi ele também quem comparou o planeta a um ímã,

o que explicaria o funcionamento das bússolas. Gilbert nunca conseguiu provar sua teoria,

mas estava no caminho certo: a terra tem um campo magnético ao seu redor, formado por dois

pólos que não coincidem com os geográficos.

Hoje, a ciência sabe que esse campo magnético tem origem numa área próxima ao

centro da terra. Entre 2900 e 5200 quilômetros de profundidade, há um fluido metálico

constituído principalmente de ferro. Ele está em constante movimento, graças à rotação da

terra, a variações de temperatura e ao atrito com partes sólidas. Essa movimentação forma

uma corrente elétrica que acaba gerando o campo magnético terrestre.

5 Eletromagnetismo no Ensino Médio

Os motores elétricos modernos, utilizados na maior parte dos eletrodomésticos,

brinquedos acionado por pilhas, o “motor de arranque” de um carro e em máquinas

industriais, necessitam de um giro regular contínuo. Para tanto, possuem várias bobinas, que

são ligadas e desligadas alternadamente, mantendo o motor sempre funcionando. Vários

aperfeiçoamentos vêm sendo feitos na construção de motores. Um dos mais importantes é a

substituição dos ímãs permanentes, fixados à carcaça, por outras bobinas. Quando é

estabelecida uma corrente elétrica nessas bobinas, cria-se um campo magnético, idênticos ao

dos ímãs permanentes. São construídos dessa forma os motores de furadeira, enceradeira e

espremedor de frutas. Em motores de pequena potência, como os do carrinho de autorama e

os que fazem girar o CD, por exemplo, ainda são utilizados ímãs permanentes.

Figura 4 - Motor elétrico

Fonte: Google.com

Temos a presença de motores elétricos por toda a parte, esses motores têm como

princípio básico transformar energia elétrica em energia mecânica. Temos basicamente dois

tipos de motores elétricos: o motor de corrente contínua (CC) e o motor de corrente alternada

(CA); ambos trabalham pela interação entre campos elétricos e campos magnéticos.

Neste experimento vamos construir um sistema simplificado de motor de corrente

contínua e fazer uma aplicação de eletromagnetismo levando o aluno a ter um contato maior

com os motores elétricos, bem como ajudá-lo a entender o princípio de funcionamento desses

motores, reconhecer os fatores que influem no funcionamento de um motor elétrico de

corrente contínua, descrever o efeito do campo magnético em cargas em movimento,

descrever a ação do campo magnético sobre uma corrente e analisar como funciona um motor

elétrico.

Dois conceitos importantes, circuito elétrico e corrente elétrica, aparecem,

favorecendo o entendimento dessa atividade do Eletromagnetismo. Assim, os elementos

básicos de um circuito elétrico são associados a um aparelho utilizado em casa. O princípio de

funcionamento desses motores consiste num condutor podendo girar em torno de um eixo,

percorrida por uma corrente elétrica e mergulhada em um campo magnético. É necessário

entender a interação entre campo magnético com corrente elétrica. Se um condutor percorrido

por uma corrente elétrica está imerso. em um campo magnético ele sofre a ação de uma força.

A proposta dessa atividade é fazer os alunos pensarem nessa força magnética que age na

bobina, onde ocorre a transformação da energia elétrica em energia cinética.

Contexto

O princípio básico do funcionamento do motor elétrico é a variação do fluxo magné-

tico e consequente geração da corrente induzida. Os motores elétricos possuem seu funcio-

namento baseado na existência de uma força magnética, associada à corrente elétrica em

campos magnéticos, com a utilização de espiras.

O motor elétrico proposto funciona com base na repulsão entre imãs, um natural e ou-

tro não-natural.

Lei de Faraday

Em relação ao fenômeno da indução eletromagnética, podemos afirmar que uma

corrente elétrica será induzida em um circuito fechado quando ele estiver sujeito a um campo

magnético que varia com o tempo. Essa afirmação é conhecida como Lei de Faraday.

O sentido da corrente induzida é tal que o campo magnético por ela gerado

“compensa” a variação do campo magnético que a gerou (Lei de Lenz). Ou seja:

Se com o passar do tempo há um aumento das linhas de campo que atravessam uma

espira, aparecerá nela uma corrente induzida que criará um campo magnético no sentido

contrário ao do que induziu a corrente. Se com o passar do tempo há uma diminuição das

linhas de campo que atravessam uma espira, aparecerá nela uma corrente induzida que criará

um campo magnético no mesmo sentido do que já existe no seu interior.

Em algumas experiências, Faraday percebeu que ao introduzir um ímã em uma

bobina esta acusava a presença de uma corrente elétrica na mesma. Este fenômeno foi

caracterizado qualitativamente e quantitativamente e deu origem à Lei da Indução de

Faraday que é expressa matematicamente como:

(1)

Ou seja, a intensidade da força eletromotriz induzida (ε) é igual à variação do fluxo

magnético no interior da espira. Esta é uma das quatro equações de Maxwell para o

Eletromagnetismo.

Lei de Lenz

Lenz observou que a corrente elétrica induzida produzia efeitos opostos as suas

causas. Mais especificamente estabeleceu que o sentido da corrente elétrica induzida é tal que

o campo magnético criado por ela opõe-se à variação do campo magnético que a produziu.

A lei de Faraday expressa somente a intensidade da força eletromotriz induzida. Então

em 1834 Heinrich E. Lenz (1804-1865) define que a força eletromotriz é igual ao

negativo da variação do fluxo magnético no interior da espira, assumindo a forma:

(2)

Ou seja, esta lei especifica o sentido da força eletromotriz induzida. Neste caso, o

sentido da corrente elétrica é anti-horário para quando o norte do ímã se aproxima da espira

ou conjunto de espiras.

5.1 Resultados Obtidos

O plano de Intervenção Pedagógica com o título “Práticas de laboratório sobre

Eletromagnetismo para o Ensino Médio”. Foi aplicado no Colégio Estadual Polivalente, na

cidade de Apucarana, Estado do Paraná, com alunos devidamente matriculados no 3°ano do

Ensino Médio, período matutino, no decorrer do segundo semestre de 2015, num total de 32

horas/aula, conforme a Matriz Curricular do PDE 2014/2015.

Iniciamos o trabalho em 2014 ao elaborar uma produção didático pedagógica sobre os

conteúdos que foram abordados com os educandos e desenvolvidos no laboratório , para que

os conteúdos abordados na disciplina de física tenham significado e integre o aprendizado

teórico e prático, enriquecendo o conteúdo trabalhado, tornando as aulas mais interessante

para o educando a partir da experimentação, utilizando tecnologias de comunicação e

informação no ensino de Física.

As ações com os alunos começaram com a realização de pesquisas revendo o

desenvolvimento histórico, conceito e características do eletromagnetismo, seguindo para

aulas sobre indução magnética todos os alunos receberam com boa aceitação a proposta do

Projeto de Intervenção, bem como o Material Didático Pedagógico para a implementação do

mesmo.

Nas aulas práticas, os alunos em grupos construiram um sistema simplificado de

motor de corrente contínua e fizeram uma aplicação do eletromagnetismo, aproximando a

física escolar do universo cultural dos estudantes abordando questões tecnológicas,

complementando as aulas os alunos receberam um formulário com questões orientadas para

pesquisas com referência de internet e de biblioteca. Depois destas ações realizadas, os

grupos retornaram às práticas experimentais para efetuar novos testes. Após testes feitos, os

educandos fizeram novos registros em formulário de orientação de pesquisa do experimento.

Finalmente, análise qualitativa dos formulários de pesquisa desenvolvidos pelos alunos.

Na finalização da implementação do projeto, os alunos participantes organizaram uma

exposição, "feira de ciências" com os trabalhos práticos desenvolvidos no laboratório tendo a

visita dos alunos de outras séries.

6 Considerações finais

O PDE é um programa inovador, uma política pública de formação continuada,

compromissada com a valorização do professor, que leva em consideração a experiência

pedagógica da Educação Básica e os conhecimentos do Ensino Superior, proporcionando

subsídios teórico-práticos para o desenvolvimento de ações educacionais, sistematizadas que

resultam em redimensionamento da prática educativa e que cria condições materiais e

pedagógicas para a qualificação do professor, possibilitando a interação virtual entre professor

do PDE e demais professores da Rede Estadual, viabilizado num espaço de estudo e discussão

através do GTR (grupo de trabalho em rede), incentivando o aprofundamento teórico

metodológico, através de experiências, leituras e reflexões socializando-as com os demais

professores da rede pública.

A implementação do projeto Práticas de laboratório sobre Eletromagnetismo para o

Ensino Médio, realizada com os alunos do 3°ano Ensino Médio do Colégio Estadual

Polivalente , transcorreu conforme o planejado.

Concluiu-se que o resultado foi satisfatório, os educandos participaram das atividades,

pesquisando, aprendendo e socializando conhecimento com os colegas, o que trouxe um

crescimento intelectual a todos os participantes do projeto, mais que aprender os conceitos

físicos envolvidos em cada questão, todos os participantes, apropriaram-se de conhecimentos

científicos da Física, quanto a importância do Eletromagnetismo no nosso cotidiano .

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