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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · objetivo será desenvolvida uma pesquisa de campo, tendo como instrumentos para a coleta de dados dois questionários. Um deles

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

Ficha para identificação da Produção Didático-pedagógica – Turma 2013

Título: Plantas Medicinais, a experiência popular e o conhecimento científico.

Autor: Ninfa Maria Delmônaco

Disciplina/Área: Química

Escola de Implementação do Projeto e sua localização:

Colégio Estadual Theobaldo Miranda dos Santos

Município da escola: Maringá

Núcleo Regional de Educação: Maringá

Professor Orientador: Dr. Marcelo Maia Cirino

Instituição de Ensino Superior: Universidade Estadual de Maringá

Relação Interdisciplinar: Química e Biologia

Resumo: Observa-se atualmente um distanciamento entre a realidade do aluno e o ensino da química orgânica em sala de aula e um dos fatores que tem contribuído para isso é a valorização do detalhamento conceitual, deixando muitas vezes de lado a contextualidade desses conhecimentos. Porém, contextualizá-los não é somente promover uma ligação artificial entre o cotidiano do aluno e o seu conteúdo, mas sugerir situações problemáticas reais e buscar o conhecimento necessário para compreendê-las e resolve-las. Diante disto esta unidade didática tem o objetivo de estimular o processo de elaboração de alguns conceitos de Química Orgânica com alunos do 3º ano do Ensino Médio utilizando o tema Plantas Medicinais com suas interdisciplinaridades. Para alcançar este objetivo será desenvolvida uma pesquisa de campo, tendo como instrumentos para a coleta de dados dois questionários. Um deles será aplicado no início do projeto para investigar o conhecimento prévio dos alunos sobre o conteúdo a ser abordado e outro no final, para verificar se houve ou não aprendizagem significativa, além da observação direta do pesquisador durante as aulas. A análise e interpretação dos dados serão realizadas no decorrer do projeto, com

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a análise dos dados colhidos, dos questionários e das observações feitas em sala de aula.

Palavras-chave: Plantas Medicinais, Aprendizagem Significativa, Sociedade, Ambiente.

Formato do Material Didático: Unidade Didática

Público: Professores do 3º ano do Ensino Médio

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1. INTRODUÇÃO

As Diretrizes Curriculares de Química para o Ensino Médio alertam para a

existência, no ambiente escolar, de uma relação entre os saberes cotidianos e os

científicos. Isso ocorre quando as atividades desenvolvidas em sala de aula estimulam o

aluno a refletir sobre essa relação tornando os conteúdos da disciplina mais

interessantes. Portanto, a partir de atividades investigativas e contextualizadas, o aluno

poderá construir questões, levantar hipóteses, analisar evidências e comunicar os seus

resultados.

Assim, esse material didático propõe, através da pesquisa com Plantas Medicinais,

o ensino de conteúdos de química orgânica pertinentes ao 3º ano do Ensino Médio,

através das relações entre o conhecimento popular e o científico.

A Química é considerada pelos alunos como uma disciplina de conteúdos difíceis e,

dentre os tópicos de maior dificuldade está a Química Orgânica, devido às suas

características especiais, em função da sua nomenclatura, representação estrutural espacial

e suas propriedades químicas e físicas.

Isto acontece porque na maioria das vezes esta disciplina tem como característica

a valorização do ensino pela memorização de fórmulas, leis e conceitos.

Assim, ensiná-la para os alunos do 3º ano do Ensino Médio de forma que se possa

unir o cotidiano sem dissociá-la da teoria, é um desafio que deve ser trabalhado para que

o mesmo não se torne simplesmente um elemento ilustrativo, mas de efetivas

possibilidades de contextualização dos conhecimentos químicos, tornando-os mais

relevantes socialmente.

Poucas vezes a química é tratada como ciência que participa no âmbito social,

econômico e tecnológico, contribuindo assim para o desenvolvimento da sociedade

moderna.

As pesquisas educacionais têm buscado recursos para a promoção de uma

aprendizagem mais significativa, e um fato de extrema relevância para alunos do ensino

regular é a imprescindível adoção, pelos docentes, de metodologias que contemplem o

dia-a-dia do alunado.

O que se pode observar é que atualmente existe um abismo na relação realidade

do aluno e o ensino da química em sala de aula, onde se prima pelo detalhamento

conceitual deixando muitas vezes de lado a preocupação com a contextualidade desses

conhecimentos.

No entanto, contextualizar a Química não é somente promover uma ligação artificial

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entre o cotidiano do aluno e o conteúdo, mas propor “[...] situações problemáticas reais e

buscar o conhecimento necessário para entendê-las e procurar solucioná-las” (BRASIL,

2002, p. 93).

Pois como coloca Chassot (1990, p. 30), para que o ensino da química forme

cidadãos conscientes e críticos é preciso que a mesma seja “[...] um facilitador da leitura

de mundo. Ensina-se Química, então, para permitir que o cidadão possa interagir melhor

com o mundo”.

No entanto, apesar das colocações acima, muitas matérias que se autodenominam

contextualizados, restringem os contextos sociais à mera transmissão e informação, pois

o mesmo não promove o diálogo do aluno com o conhecimento, no sentido de procurar

relacionar os alunos em problemas tecnológicos, sociais éticos e ambientais.

Sendo assim, apensar destes materiais serem considerados adequados pelos

professores, as suas estratégias de ensino deixam a desejar.

Neste contexto busca-se através deste trabalho modificar alguns conceitos pré-

concebidos dos alunos sobre a disciplina de Química Orgânica, como os conhecimentos

científicos têm utilidade e podem ser vivenciados na prática social através da utilização de

plantas medicinais.

Com o desenvolvimento desta proposta, pensa-se que os alunos terão

conhecimentos de quais componentes químicos estão presentes nas plantas que atuam

nos poderes curativos, quais as partes mais adequadas da planta em que esses

componentes são encontrados, bem como o grau de toxidade num uso inadequado da

quantidade da mesma.

Para tanto, é preciso:

- Utilizar o tema ‘plantas medicinais’ como forma de abordar conteúdos da Química

Orgânica;

- Ampliar o conhecimento sobre a diversidade da flora medicinal, disponível no Brasil;

-Reconhecer os componentes químicos das plantas medicinais, seus efeitos

preventivos e curativos na melhoria da qualidade de vida;

- Acompanhar as etapas de elaboração conceitual dos alunos sobre os conteúdos

de Química Orgânica durante a evolução da unidade didática ‘Plantas Medicinais’;

- Possibilitar uma aprendizagem significativa sobre o tema ‘Plantas Medicinais’,

suas utilizações, características e propriedades químicas.

Vale salientar que o cumprimento de tais objetivos, depende da interação dos

alunos com a proposta.

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Sendo que para tanto serão desenvolvidas as seguintes atividades: aplicação de

questionário para levantamento do conhecimento sobre as plantas medicinais; pesquisa

das plantas medicinais citadas no questionário de levantamento; conceitos sobre os

conteúdos específicos da química orgânica e funções orgânicas; leitura de textos ligados

aos conteúdos trabalhados; jogos; realização de aulas práticas como: preparo e

experimentação de chás; extração de um óleo essencial; construção de mapa conceitual

com dados de todas as atividades desenvolvidas; palestra com professor de biologia

sobre Fitoterápicos, visita no horto (UEM, UNICESUMAR ou HERBÁRIO).

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A educação brasileira tem passado por várias transformações nas últimas décadas

com discussões sobre tecnologia, trabalho, inclusão e meio ambiente (RUSCHEINSKY,

2002, p. 9). A abordagem ambiental permeia as novas diretrizes para o Ensino Médio e

tem sido uma das temáticas mais importantes dentro do ensino de Química.

Para tanto, para seguir o fio condutor proposto para o ensino de Química, há

necessidade de se reorganizar os conteúdos químicos atualmente ensinados, bem como

a metodologia empregada (BRASIL, 1999, p. 67).

Assim, diante da necessidade de contribuir com o processo de ensino e

aprendizagem de uma forma diferenciada, mais dinâmica e interessante, a metodologia

de se utilizar um tema gerador oferece várias opções para sanar, senão todas, pelo

menos algumas das dificuldades de aprendizagem.

2.1. APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA DE AUSUBEL

2.1.1 A Teoria de Ausubel

O objetivo maior da educação é o de auxiliar as pessoas na elaboração dos

conhecimentos e significados através de um processo sistemático e interativo e desta

forma incorporando-as à estrutura cognitiva do homem e ao patrimônio cultural coletivo.

No entanto, apesar da educação ter uma grande repercussão na vida do homem

ela também participa no crescimento da sociedade, pois como coloca Jaeger (1995):

Antes de tudo, a educação não é uma propriedade individual, mas pertence por essência a comunidade. O caráter da comunidade imprime-se em cada um dos seus membros e é o homem, [...], fonte de toda a ação e de todo comportamento. Em nenhuma parte o influxo da comunidade nos seus membros tem maior força

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que no esforço constante de educar, em conformidade com o seu próprio sentir, cada nova geração. A estrutura de toda a sociedade assenta nas leis e nas normas escritas e não escritas que a unem e unem os seus membros. Toda educação é assim o resultado da consciência viva de uma norma que rege a comunidade humana [...] (JAEGER, 1995, p. 4).

E esta articulação entre o coletivo e o sujeito vem influenciar profundamente um

dos aspectos mais significativos da educação o modo a se compreender o processo

ensino-aprendizagem, escrevem Gomes et al. (2010). Ainda segundo estes autores a

maneira pelos quais estes processos se unem têm sido desde a antiguidade, objeto de

debates,

[...] evidenciando-se correntes de inspiração tanto racionalista quanto empirista, na dependência do elemento considerado prioritário: a razão/entendimento – como no caso da reminiscência platônica [...] – ou a experiência/sensibilidade – como formulado pela idéia de mente como lousa vazia, em John Locke [...] (GOMES et al., 2010, p. 24).

Ideias estas que foram muito bem aproveitadas por Kant quando na elaboração da

sua teoria do conhecimento, considerada segundo Gomes et al. (2010) a precursora do

construtivismo. E é nesse horizonte conceitual que aparece a teoria cognitivista de

Ausubel, a aprendizagem significativa. Nela Ausubel demonstra sua preocupação com o

processo de compreensão, transformação, armazenamento e uso da informação

envolvida na cognição.

Para Ausubel, segundo Moreira e Masini (1982) a aprendizagem significativa é,

[...] um processo pelo qual uma nova informação se relaciona com um aspecto relevante da estrutura de conhecimento do indivíduo. Ou seja, neste processo a nova informação interage com uma estrutura de conhecimento específico, [...] conceitos subsunçores, [...] existentes na estrutura cognitiva do indivíduo. A aprendizagem significativa ocorre quando a nova informação ancora-se em conceitos relevantes preexistentes na estrutura cognitiva de quem aprende (MOREIRA; MASINI, 1982, p. 07). (grifo do autor)

Isto quer dizer que aprendizagem significativa acontece através da interação de

novas informações com as já existentes estruturas cognitivas específicas e individual do

aluno (subsunçor), facilitando assim a aprendizagem subseqüente.

Moreira e Masini (1982, p. 07-08) relatam que Ausubel “[...] vê o armazenamento de

informações no cérebro humano como sendo altamente organizado, formando uma

hierarquia conceitual na quais elementos mais específicos de conhecimento são ligados (e

assimilados) a conceitos mais gerais, mais inclusivos”.

Diante do exposto acima, verifica-se que para Ausubel as estruturas cognitivas

nada mais são do que estruturas hierárquicas de conceitos que o aluno já conhece ou já

teve alguma experiência.

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Porém, nem sempre este conhecimento prévio está presente na estrutura cognitiva

do aluno, para suprir esta ausência Ausubel propôs a utilização dos chamados

organizadores prévios que irão deliberadamente, manipular as estruturas cognitivas com

o objetivo de facilitar a aprendizagem significativa.

Desta forma os organizadores prévios servem de “[...] ancora para nova

aprendizagem [...]” (MOREIRA: MASINI, 1982, p.11), facilitando assim a aprendizagem

subseqüente, através do desenvolvimento de conceitos subsunçores. Sobre isto

escrevem Moreira e Masini (1982, p. 10-11),

Organizadores prévios são materiais introdutórios apresentados antes do próprio material a ser aprendido. Contrariamente a sumários, que são ordinariamente apresentados ao mesmo nível de abstração, generalidade e inclusividade, simplesmente destacando certos aspectos do assunto, os organizadores são apresentados num nível mais alto (MOREIRA; MASINI, 1982, p. 10-11).

Assim, os organizadores prévios funcionam como ‘pontes cognitivas’ que irá

preencher a lacuna existente entre o que o aluno sabe e o que ele precisa saber.

No entanto para que a aprendizagem significativa aconteça é preciso que existam

duas condições de acordo com Ausubel: que o material instrucional a cerca do conteúdo

(figuras, gravuras, aula de laboratório etc.) a ser trabalhado seja potencialmente

significativo, isto é, este material deve ter ligação com a estrutura de conhecimento do

aluno de maneira substantiva e não arbitrária, e, que exista uma pré-disposição do aluno

em aprender, isto é, o aluno precisa manifestar uma disposição para relacionar, de

maneira não-arbitrária e substantiva, o novo conteúdo à estrutura cognitiva. (MOREIRA;

MASINI, 1982).

Trindade (2011, p. 8-9) escreve que:

Relacionar de maneira não-arbitrária (não-aleatóriamente) implica a capacidade de relacionar logicamente o novo conhecimento aos subsuçores. [...] Por outro lado, uma relação substantiva, [...], significa um mesmo conceito ou proposição poder ser expresso por meio de uma linguagem sinônima, que vai remeter exatamente ao mesmo significado (TRINDADE, 2011, p. 8-9).

De acordo com Gomes et al. (2010), existem alguns aspectos que são essenciais

para facilitar a construção desse conhecimento, merecendo destaque a

[...] (1) a diferenciação progressiva – na qual os conceitos que interagem com os novos conhecimentos e servem de base para atribuição de novos significados vão se modificando em função dessa interação – e (2) a reconciliação integrativa – que consiste na construção ou criação de relações entre ideias, conceitos e proposições já estabelecidas na estrutura cognitiva (GOMES et al., 2010, p 27).

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Segundo a concepção de Ausubel, escreve Trindade (2011) existem três

modalidades de aprendizagem significativa: a subordinada ou de subsunção, que se

baseia na relação de conceitos novos com conceitos que já existem na estrutura cognitiva

do aluno, através de uma interação entre os dois; a superordenada é quando uma nova

informação é tão ampla que ao invés dela ser assimilada por um subsunçor, ela é que os

assimila (MOREIRA; MASINI, 1982) e, a combinatória, esta modalidade acontece quando

a nova informação não é suficientemente ampla para assimilar subsunçores, e nem, é

ampla demais para ser assimiladas por eles. Passando a se associar com outros

associáveis quaisquer, no entanto ainda mantendo uma determinada independência.

Diante do exposto até o momento observa-se que a teoria de Ausubel tem um

grande potencial de aplicabilidade em sala de aula, devido a sua característica, de criar a

possibilidade de contextualizar os conhecimentos, propiciando um aprendizado capaz de

tornar o indivíduo ator de sua formação.

2.1.2 Mapas Conceituais

Apesar dos mapas conceituais estarem profundamente relacionados com a teoria

de aprendizagem significativa de Ausubel, este nunca fez referência a eles em sua teoria,

quem na realidade desenvolveu a técnica de mapeamento conceitual foi Joseph Novak,

sendo a mesma fundamentada na teoria de aprendizagem significativa de Ausubel.

Ausubel apenas sustentava que existia em cada disciplina uma “[...] estrutura

articulada e hierarquicamente organizada de conceitos que constitui o sistema de

informações dessa disciplina” (MOREIRA; MASINI, 1982, p. 23). No entanto, estabelecer

a diferença entre quais são os conceitos mais inclusivos e gerais dos quais são

subordinados de um determinado conteúdo e como todos estes conceitos estão

organizados, hierarquicamente e estruturalmente não é uma tarefa fácil.

Moreira e Masini (1982, p. 24-25) destacam que:

[...] para atingir-se a reconciliação integrativa de forma mais eficaz, deve-se organizar o ensino ‘descendo e subindo’ nas estruturas conceituais hierárquicas, à medida que a nova informação é apresentada. [...] começa-se com os conceitos mais gerais, mas é preciso ilustrar logo de que modo os conceitos subordinados estão a eles relacionados e então voltar, através de exemplos, a novos significados para os conceitos de ordem

mais alta na hierarquia (MOREIRA; MASINI, 1982, p. 24-25).

Um modelo de hierarquia conceitual é apresentado na figura 1, nele se sugere as

direções recomendadas para a diferenciação conceitual progressiva e para a

reconciliação integrativa. Após o reconhecimento dos conceitos superordenados e

subordinados de uma determinada disciplina ou de um determinado conteúdo, os mesmo

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podem ser dispostos hierarquicamente num diagrama bidimensional, sendo o mesmo

utilizado para fins de instruções.

Estes diagramas são chamados de Mapas Conceituais, e se caracterizam como

um poderoso instrumento, que podem ser utilizados tanto para o ensino, como elementos

auxiliares na estruturação e planejamento de um conteúdo e, também, como um

instrumento de avaliação da aprendizagem significativa.

Segundo Trindade e Hartwing (2012, p. 84) um mapa conceitual é “[...] um recurso

esquemático para representar um conjunto de significados conceptuais incluídos numa

estrutura de proporção”.

Vale advertir que o mapa conceitual é muito mais que um simples esquema, ele é

um rico instrumento de ensino e de aprendizagem, que auxilia os professores a organizar

o material de aprendizagem e os alunos a aprender. Através do mapa conceitual,

[...] o conhecimento pode ser externado por meio da utilização de conceitos e palavras de ligação que formam proposições; essas mostram as relações existentes entre conceitos percebidos por um individuo, e são representadas pelo tripé: conceito – palavra (frase) de ligação – conceito (TRINDADE, 2011, p. 15).

Nesse contexto, os mapas conceituais podem ser utilizados nas mais diferentes

áreas de conhecimento. Podendo ter diferentes finalidades, como na aprendizagem, no

ensino e na avaliação.

Trindade (2011) elenca algumas aplicações na educação dos mapas conceituais:

- exploração do que os alunos já sabem; - análise e seleção de itens do conteúdo curricular; - planejamento do ensino (plano de aula); - extração de significados dos livros de texto; - extração de significado de trabalhos de laboratório e de campo; - leitura de artigos em jornais e revistas; - preparação de trabalhos escritos ou de exposições orais (TRINDADE, 2011, p. 15).

Observa-se que são muitas as aplicações dos mapas conceituais, no entanto é

preciso que se siga uma metodologia, para que o mesmo não perca seu foco.

Jaques et al. (2007) descrevem quais são os passos necessários para a

elaboração de um mapa conceitual:

a) primeiro o professor deve explicar brevemente, e com exemplos, os termos, conceitos e palavras conectivas; b) selecionar um ponto de um tema de um livro texto ou artigo, com o qual o aluno esteja familiarizado; c) convidar os alunos a realizarem a leitura do tema selecionado; construir uma lista dos conceitos-chaves mais importantes do tema; e) ordenar os conceitos da lista, iniciando-se do mais geral e seguindo por ordem de redução dos conceitos essenciais; f) situar o conceito principal na parte maior do mapa e, a partir dele, unir os conceitos

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secundários e terciários aos primários e secundários [...]; g) por último, assinalar graficamente as ligações que se relacionam aos conceitos pertencentes aos distintos ramos de hierarquia do mapa conceitual (JAQUES et al., 2007, p. 72).

Os mapas conceituais podem ser elaborados manualmente, no entanto, atualmente

existem vários recursos tecnológicos que vêm auxiliar nesta elaboração, como o software

Cmap Tools, que permite construir, navegar e compartilhar mapas de forma individual ou

em grupo.

2.2. AS PLANTAS MEDICINAIS COMO INSTRUMENTO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Os aglomerados urbanos têm imposto ao homem atual um ritmo de vida que

dificulta cada vez mais o contato direto com a natureza.

Sobre isto Rachwal (2002) escreve que,

A cada dia, crianças em idades cada vez mais tenras se desvinculam da natureza em função da urbanização acelerada devido às transformações na forma de produção e dos mecanismos de atração das grandes cidades e metrópoles. As ferramentas e estratégias de educação ambiental passam a ter extrema importância para o resgate deste vínculo (RACHWAL, 2002, p. s/n).

Diante deste contexto, as plantas medicinais podem ser estrategicamente utilizadas

como um elo integrador dos temas ambientais. Apesar de ter como pressuposto central a

aprendizagem da química orgânica, o estudo das plantas medicinais dentro de uma visão

sistêmica possibilita uma interligação entre os aspectos naturais, tornando amplo o raio de

ação para os mais diferentes temas necessários para que se concretize esta

conscientização.

O desenvolvimento do tema plantas medicinais abre um amplo leque para a

realização de trabalho não só com a química orgânica, mas também com a biologia e

educação ambiental, facilitando o estudo pelas perspectivas culturais, econômicas e

sociais que levaram e ainda levam muita gente a utilizar as plantas medicinais ao invés da

alopatia.

Como já visto anteriormente o Brasil é considerado o país com a maior diversidade

vegetal do mundo, no entanto, esta diversidade está em perigo da perda de espécies

potencialmente medicinas e das pessoas que possuem o conhecimento de como utilizar

as mesmas. Apresentando um adendo, Marcatto (2003) revela que nos países em

desenvolvimento como o Brasil essa situação é muito perigosa, pois,

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[...] não só as plantas medicinais estão correndo riscos, como também os conhecimentos relativos a elas. A marginalização crescente de comunidades tradicionais (agricultura familiar, tribos indígenas, etc.), o abandono de antigas práticas, ritos e costumes, provocam a redução da importância relativa das plantas medicinais para estas comunidades e interrompem o processo secular de experimentação e transferência de conhecimentos para as gerações seguintes (MARCATTO, 2003, p. s/n).

Ainda segundo este autor, esta situação poderá levar ao desaparecimento de

conhecimentos acumulados durante séculos, como: “[...] formas de extração, preparo e

conservação dos preparados, como reproduzir e cultivar as plantas envolvidas, como e

quando utilizar, que partes das plantas utilizarem, eficácia e eficiência dos medicamentos,

etc.” (MARCATTO, 2003).

Informações como estas, são importantes e se forem perdidas impossibilitarão o

uso de inúmeros medicamentos.

Desta forma, a conservação da biodiversidade é uma das mais urgentes tarefas

colocadas para as atuais e as futuras gerações.

Então estudar as plantas medicinais é não só importante como necessário, pois as

mesmas são partes importantes deste universo de espécies vegetais (em vias de

desaparecer) que necessitam ser preservadas. No entanto, para que se possa preservar

este conhecimento é necessário conhecê-las, e só se pode conhecê-las através do uso.

Vale lembrar que esta conservação não se refere somente a sua coleta e catalogação,

ela precisa ir mais além, são necessários que seja realizado trabalhos que tenham como

objetivo, preservar os conhecimentos relativos às suas diferenças e quais são suas

possibilidades de uso.

Como já visto anteriormente, por possuírem um forte componente cultural, ao se

preservar o conhecimento sobre plantas estaremos preservando um patrimônio cultural

das populações que as utilizam durante século.

3. ATIVIDADES

Essa Unidade Didática será subdivida nas seguintes atividades: específicas que

irão abordar os conteúdos específicos da disciplina de química orgânica;

complementares onde estão sugeridas atividades que irão ser trabalhadas entre as

atividades específicas, com o objetivo de contextualizar o conteúdo e experimentais.

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3.1 ATIVIDADES ESPECÍFICAS

Essas atividades correspondem ao desenvolvimento de conteúdos específicos da

disciplina de química orgânica que servirão de embasamento para o entendimento e

reconhecimento das funções orgânicas presentes nos princípios ativos das plantas

medicinais.

Objetivo:

- Reconhecer fórmulas representativas das funções orgânicas: hidrocarbonetos;

álcool, fenol, aldeído, cetona, éter, acido carboxílico, éster, nitrocompostos, aminas e

amidas.

- Compreender o contexto, a aplicação e as relações de interdisciplinares em cada

função orgânica no cotidiano.

- Trabalhar as atividades específicas com a apresentação das funções orgânicas,

hidrocarbonetos, oxigenadas e posteriormente as nitrogenadas com suas respectivas

diferenças na composição e efeitos químicos ambientais (Anexo 1). Serão oportunizados

momentos nos quais serão introduzidos produtos químicos orgânicos utilizados no

cotidiano da vida social e que também fazem parte dos princípios ativos das plantas

medicinais.

3.2 ATIVIDADES COMPLEMENTARES

Atividade 1

No primeiro contato com os alunos será feita a apresentação da proposta desta

Unidade Didática Plantas Medicinais, oportunizando momentos para que expressem

ideias prévias, com diálogo e questionamentos.

Após será entregue um questionário ao aluno, para que o mesmo leve para casa e

realize um levantamento com sua família. Este questionário tem como objetivo realizar um

levantamento prévio das plantas medicinais conhecidas e utilizadas pelos alunos e sua

família, descobrir quais plantas medicinais os mesmos mais utilizam, para que as utilizam,

como utilizam e com quem adquiriram este conhecimento, e dar inicio a conscientização,

resgate e valorização do conhecimento popular, pois o aluno nos dias atuais, tem mais

acesso a informações sobre o conhecimento cientifico.

Esse questionário é do tipo chek list que de acordo com Ming (2005), é um tipo de

entrevista em que as perguntas já estão contidas em uma lista. Um aspecto positivo

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desse tipo de questionário é que durante esta coleta de dados, os alunos têm a

oportunidade de contextualizar o conteúdo trabalhado, o que se constitui numa

experiência diferenciada de aprendizagem.

O fato do nome das plantas já estar listado pode conduzir a erros, pois a mesma

planta pode ter diferentes nomes populares, ou plantas diferentes apresentarem o mesmo

nome popular. Porém esta é uma forma de delimitar as plantas mais conhecidas na

região.

Após a entrega do questionário, explicar aos alunos as questões e orienta-los

quanto aos procedimentos que devem ser adotados ao respondê-lo (Anexo 2).

A partir da analise do questionário será solicitado que os alunos se dividam em

duplas. Após, será realizado um sorteio das plantas mais citadas entre estas duplas e

este servirá de suporte para pesquisas necessárias à realização das atividades

subsequentes.

Sugestão de filme:

Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos. (5 min.)

Atividade 2

Para esta atividade esta prevista a leitura, analise e questionamento do texto

abaixo, o qual possibilita interação e fundamentação.

HISTÓRICO DAS PLANTAS MEDICINAIS

O uso das plantas como alimento sempre existiu; os homens sempre buscaram

retirar da natureza recursos para melhorar sua qualidade de vida. As plantas sempre

foram utilizadas como alimento e, aos poucos, como matéria prima para fabricar roupas,

ferramentas e outros objetos. É provável que as observações dos aspectos peculiares

das plantas, como modificações nas diversas estações do ano, poder de regeneração e

outros tenham contribuído decisivamente para o uso dessas plantas em rituais de cura.

As plantas chegaram a ser elevadas à categoria de divindade, uma vez que seus

poderes alucinógenos serviam para fazer crer que no estado de torpor o homem se

aproximava de Deus.

Uma das mais antigas utilizações foi do tabaco, que rapidamente foi transferido a

diversas civilizações. Conta a história que, desde 3000 a.C., na China, o Imperador

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Sheng- Nung experimentava o poder do ginseng. Destaca-se que esse imperador viveu

123 anos.

Também na China, o Imperador Huang Ti mencionava 252 plantas em seu

“Cânone das Ervas”(2.798 a. C.). Um dos herbários mais antigos pode ser encontrado

atualmente no Egito, os papiros de Erbs, que catalogou 125 plantas medicinais e 811

receitas. Destacou-se no Egito o médico Imhotep, que utilizava ervas medicinais em

suas curas. Além da cura, os egípcios utilizavam plantas no famoso método de preparo

das múmias que, até os dias atuais, não está totalmente desvendado. No ano de 400

a.C., Diocles escreveu o primeiro livro conhecido sobre ervas medicinais,

sistematizando os conhecimentos adquiridos até aquele momento.

Hipócrates, denominado “Pai da Medicina”, idealizou sua obra “Corpos

Hipocratium”, onde, dentre outras informações médicas, apontou para cada doença o

remédio vegetal e o tratamento. Já na era cristã, preciosa contribuição foi deixada por

Pelácius, médico de Nero, que realizou estudos sobre mais de 500 espécies de plantas

medicinais. Plínio, o Velho, em sua obra “História Natural”, escreveu sobre as plantas

medicinais em oito dos trinta e sete volumes.

O fortalecimento da Igreja Católica na Idade Média determinou o esquecimento

das pesquisas já realizadas, bem como o desenvolvimento de novas pesquisas sobre as

plantas medicinais. Isso se deu porque a Igreja Católica era contrária ao

desenvolvimento dos conhecimentos científicos.

Somente no século XIII, com o surgimento das Escolas de Salerno e Montpelier,

na Europa, o assunto sobre plantas medicinais é tomado. No ano de 1484 foi impresso

o primeiro livro sobre o cultivo das planas medicinais, com base nos escritos do século

IV por Dioscórides. A partir daí diversos livros surgem na Europa contemporânea com a

invenção da imprensa.

Na Alemanha, em 1542, foi elaborada uma lista com mais de 300 espécies de

plantas medicinais, sendo a primeira farmacopeia. Em 1533 foi criada a primeira cátedra

de botânica na Escola de Medicina de Pádua, contribuindo para a ascensão da

fitoterapia e a difusão da publicação de herbários.

Importante salientar que a própria história da botânica se confunde com a busca de

plantas com interesse medicinal. Muitos dos primeiros trabalhos que buscavam nomear e

categorizar os vegetais tinha como objetivo catalogar plantas medicinais. A influência das

plantas medicinais na botânica é tão forte que os primeiros autores da botânica são

denominados “herbalistas”, alusão às compilações sobre o uso de ervas. Enfim, a busca

por novas plantas medicinais acabou levando à descobertas botânicas e vice-versa.

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O português Garcia Orta utilizando os conhecimentos trazidos da Índia, editou em

1563 a obra Colóquios dos Simples, das Drogas e Cousas Medicinais da Índia. O inglês

Nicolas Culpeper publica, no século XVII, o tratado “Herbário Completo”, que relaciona

as plantas e os planetas. Trabalho inédito e bem ilustrado foi escrito no século XVIII por

Sir John Hill em “Virtudes de las Hierbas Britânicas”. Há que se destacar o trabalho de

alquimistas que impulsionaram a arte de curar com plantas.

No século XIX, o processo de produção industrial de medicamentos cresceu

deixando para traz os processos de cura por meio de ervas medicinais. Ressalta-se que

durantes as grandes guerras mundiais, com o direcionamento à produção de material

bélico, a produção industrial em grande escala foi interrompida, fato que novamente

favoreceu a utilização de ervas medicinais.

O primeiro herbário do nosso continente data do século XVI é o Manuscrito

Badanius, de origem asteca. No Brasil o uso das ervas medicinais era prática utilizada

pelos índios que aqui viviam nos rituais praticados pelos “pajés”. O conhecimento dos

poderes de diversas ervas eram adquiridos e repassados de geração em geração. Com

a chegada dos colonizadores europeus, esse conhecimento também foi repassado a

esses, que exploraram as diversas regiões do país. Na verdade, o conhecimento aqui

encontrado foi somado ao conhecimento trazido pelos europeus, incentivando ainda

mais os estudos e a utilização das ervas.

Inevitável a comparação entre as ervas conhecidas na Europa e as nativas que

foram objeto de testes de similaridade. Além dos europeus, também a cultura africana

foi adicionada a toda essa gama de conhecimento, uma vez que os escravos utilizavam

as ervas em seus rituais religiosos e para cura de diversas doenças. A união das três

vertentes de conhecimento se traduziu na base do conhecimento sobre ervas

medicinais no Brasil.

A sistematização do conhecimento a respeito das plantas medicinais brasileiras

foi obtida em diversos trabalhos, dentre os quais podemos destacar: “Matéria Médica

Brasileira” de Manuel Freire Allemão de Cysneiros (1862 a 1864); “Elementos de

Botânica Geral e Médica” de Joaquim Monteiro Caminhoá (1877); “Formulário Official e

Magistral” de José Ricardo Pires de Almeida que reuniu a contribuição de vários

especialistas, publicando 4 volumes (1877); “ Dicionário das Plantas Úteis do Brasil e

das Exóticas Cultivadas”, coleção com 6 volumes, de caráter nacional (1926 a 1975) e

“Farmacopéia Brasileira”, publicada em 1929 por Rodolpho Albino Dias da Silva.

Atualmente, no Brasil e no mundo, as novas tendências globais de uma

preocupação com a biodiversidade e as ideias de desenvolvimento sustentável

16

trouxeram novos ares ao estudo das plantas medicinais, que acabaram despertando

novamente um interesse geral na fitoterapia.

Referência: BRAGA, C. M. Histórico da utilização de plantas medicinais. 2011. 24f. Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura em Biologia)- Universidade de Brasília, 2011. p. 10-12.

Após a leitura, solicitar que os alunos escrevam o que consideraram mais

interessante no texto, e logo em seguida socializem com toda a turma, possibilitando um

momento de debate entre professor e alunos.

Sugestões de Texto:

Barraca, S. A. Relatório do Estágio Supervisionado Produção Vegetal-II: manejo e produção de plantas medicinais e aromáticas. p. 2-4. Disponível em: <http://www.esalq.usp.br/siesalq/ pm/p02.pdf>

Atividade 3

Visita ao horto de plantas medicinais / herbário, com o objetivo de levar o aluno a

interagir com os diferentes espécimes de plantas medicinais, podendo com isso apreciar

sua forma, sentir seu sabor, seu odor a textura de suas folhas, conhecer o nome dado

pelos botânicos e pela população, e estar ciente de que um mesmo nome popular pode

se referir a várias plantas diferentes, um mesmo espécime (planta) pode ter vários nomes

populares ou científicos e, para um mesmo mal ou doença existem várias plantas

indicadas.

Com o propósito de verificar o resultado de aprendizagem desta visita, um

questionário fará parte desta atividade, sendo o mesmo entregue no inicio, para que os

alunos o preencham durante o desenvolvimento da mesma (Anexo 03).

Atividade 4

Solicitar aos alunos a realização de uma pesquisa bibliográfica das espécies

medicinais que cada dupla sorteou, destacando o nome cientifico, nome popular, família,

indicação de uso, modo de preparo, partes utilizadas e compostos químicos presentes na

mesma. Esta visita e pesquisa serão observadas e acompanhadas também pelo

professor de Biologia na qual fará observações e avaliações pertinentes ao tema.

17

Nesta ocasião cada dupla de alunos fará uma ficha contendo todos os dados desta

pesquisa, facilitando a socialização com o resto da sala (Anexo 4).

Sugestão de livro: SILVA, I. et al. Noções sobre o organismo humano e utilização de plantas medicinais. Cascavel: Assoeste, 1995. Sugestão de site: <http://www.medicinacaseira.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=170&Itemid=66>

Atividade 5

1-Para esta atividade esta prevista a apresentação de um vídeo ‘Plantas Medicinais –

Documentário’. Disponível em:

http://www.youtube.com/watch?v=Kw6ko7mWBVc (14:05 min.). A apresentação deste

vídeo tem como objetivo observar a grande variedade de plantas medicinais existentes no

Brasil, em seguida será realizado uma analise e questionamento sobre o assunto

apresentado.

2-Palestra sobre Plantas Medicinais com a Professora Dra Adriana Lenita Meyer Albiero

do departamento de Farmácia da U.E. M; versando sobre: Utilização correta das Plantas

Medicinais (Reconhecimento Botânico, Cultivo, Coleta, Secagem, Armazenagem e

Compostos Químicos presentes nas drogas vegetais das Plantas Medicinais).

Atividade 6

Levar os alunos para o laboratório de informática, orientados pelo (a) professor (a)

e auxiliados pelo (a) responsável pela administração dos recursos tecnológicos, com o

encaminhamento de endereços eletrônicos sugeridos irão pesquisar as fórmulas

estruturais do principal principio ativo da sugerida planta. Utilizando os conhecimentos

adquiridos sobre funções orgânicas farão o reconhecimento dessas funções no principio

ativo pesquisado. O resultado dessa pesquisa também fará parte do fichário.

Atividade 7

Depois da pesquisa realizada e registrada o (a) professor (a) deve orientar sobre

como trabalhar com mapas conceituais. Desta maneira é importante que o professor ao

iniciar essa atividade demonstre ao aluno um mapa conceitual referente ao conteúdo

18

trabalhado na unidade didática. O objetivo desta ação é situar o aluno a partir desse

organizador prévio e iniciar um primeiro contato do aluno com o instrumento. (Anexo 5).

Sugestão de Texto PERUZZO, F. M.; CANTO, E. L. Química na abordagem do cotidiano. Como construir Mapas Conceituais – suplemento para o professor, p. 07-08 – v. 03.

Atividade 8

Nesta atividade será aplicado novamente um questionário (pós-teste), utilizando as

mesmas questões do pré-teste. Essa atividade tem como objetivo observar se ocorreram

realmente mudanças conceituais significativas com o desenvolvimento da Unidade Didática

referente ao conhecimento sobre o uso e as propriedades preventivas e curativas das

Plantas Medicinais (Anexo 06).

Atividade 9

Essa atividade tem como objetivo a socialização do conteúdo trabalhado na unidade

didática através da discussão em sala de aula e depois da disponibilização do mesmo no

pátio da escola, a fim de socializar o conhecimento e divulgar as ações dos alunos.

Assim a proposta será dos alunos confeccionarem um folder por dupla, no qual

constarão as informações adquiridas sobre as plantas pesquisadas, por meio de textos com

ilustrações produzidas por eles, através de desenhos e ou fotografias. É importante que os

alunos sintam-se autores do seu material. Neste momento será servido vários tipos de chás

de plantas medicinais para que todos os alunos percebam os diferentes sabores, odores e

cores.

3.3 ATIVIDADES EXPERIMENTAIS

Atividade 1

Analisando teor de álcool na gasolina.

19

Objetivo: Determinar a quantidade de álcool presente na gasolina vendida no postos de

abastecimento e verificar se ela está dentro dos padrões estabelecidos por lei.

Questão prévia

Como podemos determinar a quantidade de álcool na gasolina? Materiais

- proveta de 100 mL;

- amostras de gasolina de postos diferentes e amostras adulteradas pelo professor

- pisseta com água;

- água;

- filme plástico.

Procedimentos

1 – colocar 50 mL da amostra de gasolina em uma proveta de 100 mL;

2 – completar o volume até 100 mL com água;

3- fechar a proveta com filme plástico, misturar os líquidos invertendo-as 5 vezes;

4 – manter em repouso até a separação das duas fases;

5- ler o volume de ambas as fases;

6- calcular a porcentagem de álcool na gasolina.

Discussão

A gasolina é uma mistura de hidrocarbonetos obtida a partir da destilação de

petróleo, não sendo, portanto, uma substância pura. No Brasil, antes da comercialização,

adiciona-se álcool anidro à gasolina. A mistura resultante é homogênea (monofásica).

A mistura água-álcool também é um sistema homogêneo (monofásico), com

propriedades diferentes daquelas das substâncias que a compõem (densidade, ponto de

fusão, ponto de ebulição, etc.). Já a mistura água-gasolina é um sistema heterogêneo,

bifásico. Quando a gasolina (que contém álcool) é misturada à água, o álcool é extraído

pela água e o sistema resultante continua sendo bifásico: gasolina-água/álcool.

O álcool contido na gasolina dissolve-se na água porque suas moléculas são

polares como as da água. Isto é, aqui se aplica o dito ‘semelhante dissolve semelhante’:

substâncias polares dissolvem-se melhor em solventes polares e substâncias apolares

dissolvem-se melhor em solventes apolares. (Conteúdo retirado do site http://www.cdcc.sc.

usp.br/quimica/experimentos/teor.html)

20

Questões

- Por que o álcool foi extraído pela água?

- É possível separar o querosene (mistura de hidrocarbonetos, que são substâncias

apolares) de uma mistura querosene-gasolina colocando-a em contato com água

(substância polar)? Por quê?

- Uma mistura de duas substâncias, A (polar) e B (apolar), pode ser separada com a

utilização de uma substância C (apolar)? E com a utilização de uma substância D (polar)?

Por que?

Texto de Apoio

A gasolina é um produto combustível derivado intermediário do petróleo, na faixa

de hidrocarbonetos de 5 a 20 átomos de carbono. Uma das propriedades mais

importantes da gasolina é a octanagem. A octanagem mede a capacidade da gasolina

de resistir à detonação, ou sua capacidade de resistir ás exigências do motor sem entrar

em auto-ignição antes do momento programado. A detonação (conhecida como "batida

de pino") leva à perda de potência e pode causar sérios danos ao motor. Existe um

índice mínimo permitido de octanagem para a gasolina comercializada no Brasil, que

varia conforme seu tipo. O álcool etílico, umas das substâncias adicionadas à gasolina

tem vital papel na sua combustão, pois sua função é aumentar a octanagem em virtude

do seu baixo poder calorífico. Além disso, o fato propicia uma redução na taxa de

produção de CO. A porcentagem de álcool é regulamentada por Lei, a partir de 1º de

maio de 2013, o percentual de etanol no combustível passa de 20% para 25%.

Se por um lado existem vantagens, existem as desvantagens também, como

maior propensão à corrosão, maior regularidade nas manutenções do carro, aumento do

consumo e aumento de produção de óxidos de nitrogênio. Disso tudo, nota-se a

importância para a frota automotiva brasileira e para o meio ambiente, o rigoroso

controle dessa porcentagem (LVQ, 2013, p. s/n).

Referencia:

- LVQ-Laboratório Virtual de Química UNESP Bauru. Disponível em: <http://www2.fc. unesp.br/lvq/LVQ_cursos/quimica.php>. Acesso em: 15 set. 2013.

21

Sugestão de Leitura REIS, M. Meio ambiente cidadania e tecnologia. São Paulo; FTD, 2010. (Coleção Química, v. 03). p. 85.

Atividade 2

Exame da composição do extrato etanólico de folhas de planta medicinal

Objetivo: observar os pigmentos coloridos presentes nas folhas das plantas medicinais.

Material

- 50 mL de álcool etílico

- 1 pode plástico

- tira de papel de filtro

- 1 almofariz

- 1 pistilo

- durex

- lápis ou caneta

- folhas frescas de plantas medicinais

Procedimentos

Em um almofariz, triturar algumas folhas frescas de uma planta medicinal com

álcool etílico e deixar macerando por alguns minutos. Introduzir um instrumento de ponta

afilada no extrato da planta e fazer um traço de extrato próximo a uma das extremidades

de uma tira de papel de filtro de 3 x 8 cm. Enrolar a oura extremidade do papel num lápis

ou caneta e apoia-lo sobre as bordas de um Becker ou um pote plástico contendo 1 a 2

cm de altura de etanol. Mergulhar a extremidade do papel no etanol, cuidando que o traço

feito com extrato da planta fique acima do nível do álcool. Deixar o álcool eluindo as

substancias do extrato até cerca de ¾ da altura do papel. Então, retirar o papel e expor ao

ar para secar.

Questões

1- Descrever os fatos observados e tirar uma conclusão.

2 - Analisar o cromatograma, considerando que:

22

- A clorofila é azul-esverdeada;

- O caroteno é alaranjado.

3 - O que você entende por extrato de uma planta?

4 - Pesquisar sobre a estrutura da molécula de betacaroteno e clorofila. Escrever a

estrutura de linhas e sua formula estrutural plana.

5 - Na experiência foi usado álcool de farmácia/ posto:

- citar regras de segurança no manuseio desse álcool.

- dizer qual é o grupo funcional que caracteriza os alcoóis.

6 - Usando a regra do octeto, fazer a estrutura de Lewis do etanol, bem como sua fórmula

estrutural plana e de linhas. Construir um modelo da molécula de etanol com auxilio da

caixa de modelos moleculares.

Discussão

Cada mancha do papel de filtro corresponde a uma substancia colorida existente

na planta medicinal, e o aparecimento de muitas manchas indica que as folhas da planta

são constituídas de uma mistura complexa de muitas substancias. As duas manchas

principais, de cor verde e amarela são devidas a presença de clorofilas e carotenos na

planta medicinal. O betacaroteno é um hidrocarboneto insaturado e ramificado que

confere a cor amarela alaranjada à cenoura.

Referência: Experimento adaptado da aula no 11 Separação de pigmentos foliares por cromatografia em papel da apostila. UFPI/DQ – Química Orgânica Experimental. Disponível em: <crispassinato.files.wordpress.com/2008/06/apostila-pratica.doc>. Acesso em: 8 out. 2013.

Sugestão de texto

LISBOA, J. C. F. Química. São Paulo: SM, 2010. p. 71. v. 03. (Coleção Ser

Protagonista).

Atividade 3

Extração do óleo essencial de citronela, capim cidreira, cravo da índia e canela.

Várias são as técnicas que podem ser utilizadas na extração dos óleos essenciais,

sendo que, o uso de cada uma delas depende da quantidade “[...] a planta de onde se

deseja extrair, por exemplo, sementes, frutos, folhas, raízes, caule ou flores, e da própria

23

natureza química do óleo essencial” (PINHEIRO, 2003 apud MACHADO, 2011, p. 30).

Dentre os métodos mais utilizados, a destilação por arraste a vapor é a mais comum.

Essa atividade consiste na extração de óleos essências por arraste de vapor onde

serão utilizados materiais de fácil acesso, como panela de pressão, garrafas de plástico,

isopores, mangueiras plásticas entre outros, sendo que a utilização destes “[...] pode ser

associada à importância ambiental da reciclagem” (MACHADO, 2011, p. 40).

Questionamentos

- Você sabe o que é um óleo essencial?

- Você conhece alguma utilização de óleo essencial no seu cotidiano? Quais são elas?

Objetivos - Extrair óleo essencial de planta aromática;

- Observar aromas;

- Executar técnicas simples de laboratório;

- Motivar os alunos quanto ao estudo das disciplinas científicas;

- Promover interação com outras disciplinas;

- Mostrar a importância da pesquisa;

- Contribuir para desmistificar o ensino de química.

Materiais - Panela de pressão com tampa, sem o pino;

- Veda-rosca;

- Mangueira fina de PVC;

- Pote de maionese ou tubo PVC;

- Cola de silicone ou de isopor;

- Caixa de isopor pequena (4L);

- Fonte de calor;

- Frasco coletor: garrafas ou copos de plástico;

- Seringa descartável sem agulha, conta gotas ou funil de separação;

- Pregador de roupas;

- Fita adesiva;

- Água;

- Gelo;

24

Montagem

A panela de pressão servirá como fonte de produção de vapor e colocação da

matéria-prima.

A inserção tanto da água como do material a ser extraído serão feitos pela abertura

da panela, e em quantidades suficientes para que não seja necessário abri-la durante o

experimento. A mangueira PVC deve ser encaixada diretamente no bico (de saída do

vapor) da panela de pressão sem o pino e sem mais conexões, ela deve passar por um

furo na lateral da caixa, na parte superior, fazendo um espiral em torno do vidro de

maionese ou tubo PVC, de cima para baixo, e saindo na face oposta da caixa, compondo

o condensador.

Para que o condensador possa escorrer por gravidade a armação deve ser colocada

dentro de uma caixa de isopor, com uma madeira (ou outro suporte) inclinada ou na vertical.

Fazer um furo na lateral da caixa de isopor para o encaixe de uma pequena mangueira (mais

maleável que a de PVC), com o objetivo de ser o escape da água de degelo, este escape

pode ser fechado com um pregador de roupas. Observar as figuras abaixo.

Montagem do destilador por arraste a vapor. Fonte: Machado (2011, p. 41-42)

O vaso coletor pode ser uma garrafa PET ou um copo, que pode ou não estar

diretamente ligada à mangueira do condensador. A seringa deve ser empregada para

separar a fase superior oleosa da inferior aquosa ou ainda pode-se utilizar um funil de

separação.

Procedimento experimental Coloca-se em torno de 200 g da planta a ser utilizada na panela de pressão e água

suficiente para cobrir. Fecha-se a panela e conecta-se a extremidade superior da

mangueira do condensador à saída do vapor da panela. Coloca-se a panela sobre a fonte

de aquecimento em fogo baixo. Dentro da caixa de isopor, colocam-se gelo até cobrir todo

25

o espiral, e água gelada. Sempre que for verificado que o gelo derreteu retira-se a água

de degelo e acrescenta-se mais gelo e água gelada. O tempo de extração é de

aproximadamente 1 hora.

O Material, a montagem e os procedimentos experimentais foram retirados da

monografia “A química da criação de perfumes – uma abordagem educativa” de Paula

Marcelly Alves Machado.

Texto de Apoio

Os óleos essenciais, também conhecidos como óleos voláteis etéreos ou simplesmente

essências, são definidos pela Internation Standart Organization (ISO) como produtos

obtidos de partes das plantas, através da destilação por arraste a vapor.

Nos óleos essenciais podem-se encontrar:

• ésteres: principalmente de ácidos benzóico, acético, salicílico, cinâmico;

• álcoois: linalol, geraniol, citronelol, terpinol, mentol, borneol;

• aldeídos: citral, citronelal, benzaldeído, aldeído cinâmico, aldeído cumínico e

vanilina;

• ácidos: benzóico, cinâmico e mirístico;

• fenóis: eugenol, timol, carvacrol;

• cetonas: carvona, mentona, pulegona, irona, cânfora;

• ésteres cineol, éter interno ( eucaliptol ), anetol, safrol;

• lactonas: cumarina.

Os óleos essenciais são usados, principalmente por seus aromas agradáveis, em

perfumes, incenso, temperos e como agentes flavorizantes em alimentos. Alguns óleos

essenciais são também conhecidos por sua ação antibacteriana e antifúngica. Outros

são usados na medicina, como a cânfora e o eucalipto.

Existem vários métodos de extração de óleos essenciais. O método de extração mais

adequado dependerá da matéria prima (folha, flor, fruto, semente, casca, cerne raiz).

Dentre os métodos de extração de óleos essenciais, o mais usado é o da destilação.

Destilação é uma técnica geralmente usada para remover um solvente, purificar um

líquido ou para separar os componentes de uma mistura de líquidos, ou ainda separar

líquidos de sólidos. Os tipos mais comuns de destilação são: destilação simples,

destilação fracionada, destilação a vácuo e destilação por arraste de vapor.

26

Referências:

CARVALHO, A. P. O.; SOUZA, K. C. R. Extração do óleo essencial de eucalyptus globulus utilizando material alternativo no ensino de química. OLIVEIRA, O. R. Prática n. 06 - Destilação por Arraste de Vapor. Disponível em: <http://pessoal.utfpr.edu.br/poliveira/arquivos/EXP%2006.pdf>. Acesso em: 20 nov. 2013.

Sugestão de Texto

GUIMARÃES, P. I. C.; OLIVEIRA, R. E. C.; ABREU, R. G. Extraindo óleos essenciais de plantas. Química Nova na Escola, n. 11, p. 45-46, maio, 2000.

Além destas atividades, sugerimos também os jogos, pois eles são ótimas

estratégicas pedagógicas, pois durante a sua atividade o aluno tem a oportunidade de

articular teoria e prática, tornando a aprendizagem atrativa e eficiente, além de possibilitar

a interação entre o grupo. Um exemplo deste é o QUI-MICO.

Desta forma são sugeridos a seguir alguns livros, apostilas e sites relacionados ao

conteúdo de química orgânica que poderão vir a ser ferramenta importante a ser utilizada

nas aulas de química.

- CUNHA, M. B. Jogos Didáticos de química. Santa Maria, 2000.

- Jogos Didáticos no Ensino da Química – Disponível em: <<http://www.educacional.com.br/Recursos/ConteudoMultimidia/scorm/02_021/03/01/principal.htm>.

- Dados orgânicos: um jogo didático no ensino de química. Disponível em < http://www2.ifrn.edu.br/ojs/index.php/HOLOS/article/view/737/559>.

- Jogos de Química Orgânica on-line: <http://professormazzei.com/mazzei-com/jogos-de-quimica>

4. AVALIAÇÃO DO PROCESSO

A avaliação formativa será desenvolvida ao longo das etapas de

implementação/execução desse trabalho, através de: leitura e interpretação de textos,

27

pesquisas, relatórios, elaboração do fichário e folder, participação dos jogos químicos,

construção do mapa conceitual e identificação dos grupos funcionais os quais serão

elaborados pelos alunos com nossa tutoria ao término de todas as intervenções.

5. RECURSOS

● Sala de aula com quadro para uso de giz;

● Aparelho de som;

● TV Multimídia;

● Projetor Multimídia;

● DVDs;

● Laboratório de Informática com conexão a internet;

● Biblioteca da escola;

● Materiais de laboratório;

● Maquina Fotográfica.

6. REFERÊNCIAS

BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio. Brasília: MEC; SESU, 1999.

BRASIL. Química. In: PCNs Ensino Médio. Ciências da Natureza, Matemática e suas tecnologias. Brasília: MEC, 2002. p. 87-110.

CHASSOT, A. I. A educação no ensino da química. Ijuí: Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, 1990.

GOMES, A. P.; RÔÇAS, G.; DIAS-COELHO, U.C.; CARVALHO, P.O.; GONÇALVES, C.A.N.; SIQUEIRA-BATISTA, R. Ensino de ciências: dialogando com David Ausubel. Revista Ciências & idéias, n. 1, v. 1, p. 23-31, out./mar., 2010.

JAEGER, W. Paidéa: a formação do homem grego. São Paulo: Martins Fontes, 1995.

JAQUES, A. E.; ODA, J. Y.; GOMES, C. M. Mapa conceitual: abordagem da aprendizagem significativa. Educare – Revista da Educação, v. 7, n. 1, p. 63-76, jan./jun., 2007.

28

MACHADO, P. M. A. A química da criação de perfumes – uma abordagem educativa. 2011. 69f. TCC. (Licenciatura em Química)- Instituto de Química da Universidade de Brasília, Brasília, 2011. MARCATTO, C. Utilização de plantas medicinais em educação ambiental. 2003. Disponível em: <http://www.redeambiente.org.br>. Acesso em: 13 jun. 2013.

MOREIRA, M. A.; MASINI, E. F. S. Aprendizagem significativa: a teoria de David Ausubel. São Paulo: Moraes, 1982.

TRINDADE, J. O. Ensino e aprendizagem significativa do conceito de ligação química por meio de mapas conceituais. 2011, 183f. Dissertação (Mestrado em Química)- Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2011.

TRINDADE, J. O.; HARTWIG, D. R. Uso combinado de mapas conceituais e estratégias diversificadas de ensino: uma análise inicial das ligações químicas. Química Nova na Escola, v. 34, n. 2, p. 83-91, maio, 2012.

29

ANEXOS

30

ANEXO 01

QUIMICA ORGÂNICA E O COTIDIANO

I – HIDROCARBONETOS: a) Definição: compostos constituídos por hidrogênio e carbono, somente

compostos binários (de carbono e hidrogênio).

b) Principal origem: destilação fracionada do petróleo.

c) Classificação: de acordo com o tipo de cadeia e saturação, os hidrocarbonetos

são classificados em alcanos (alifáticos e saturados), alcenos (alifáticos e insaturados por

dupla), alcinos (alifáticos e insaturados por tripla), alcadienos (alifáticos e insaturados por

duas duplas), ciclanos (cíclicos e saturados), ciclenos (cíclicos e insaturados por dupla) e

aromáticos (cíclicos, insaturados, com ressonância das ligações visando a estabilização

do composto).

d) Principais representantes dos hidrocarbonetos:

COMPOSTOS DENOMINAÇÃO ORIGEM UTILIZAÇÃO

CH4, C2H6 (metano e etano)

- GNV, biogás

Bolsões de gás e fermentação de matéria orgânica

Combustível e componente do Biogás

C3H8, C4H10 (propano e butano)

- G.L.P.

1ª. Fração destilada do petróleo

-gás de cozinha -substituto do fréon (CFC) nos sistemas de refrigeração e gás propelente

C5H12 a C10H22 (pentano a decano) C6

- solventes leves (nafta leve, hexana e éter do petróleo)

2ª. Fração destilada do petróleo

Solventes industriais (extração de óleos vegetais)

C7H16 a C10H22 (heptano a decano) C8

- gasolina

3ª. Fração destilada do petróleo

Combustível e solvente

C8H18 a C14H30 (octano a tetradecano) C10

- nafta pesada, ligroína, thinner, água-raz.

4ª. Fração destilada do petróleo

Solventes. Atualmente, é a fração empregada para adulterar a gasolina.

C10H22 a C16H34 (decano a hexadecano) C12

- querosene

5ª. Fração do petróleo.

-solvente -combustível de aviões.

C12H26 a C18H38 (dodecano a octadecano) C14

- óleo diesel

6ª. Fração do petróleo.

-combustível. Sua grande utilização no transporte o faz a mais necessária das frações.

(Média) C16H34 Óleos lubrificantes 7ª. Fração do lubrificantes

31

petróleo

(Média) C18H38 Graxas 8ª. Fração do petróleo

Lubrificantes industriais.

H

H

H

H

-eteno (gás etileno)

-produto natural -pirólise do petróleo

- amadurecimento precoce de frutos. - síntese de plásticos (polietileno)

H

CH3

H

H H

H

-2-metil-but-1,3-dieno. (isopreno)

-produto natural de origem vegetal.

-síntese da borracha natural. - síntese de terpenos (óleos essenciais)

H H

-etino (gás acetileno)

- reação de carbureto de cálcio (CaC2) com água.

- produz, com O2, a chama natural mais quente (3.800 ºC) e, por isso, é utilizado nas soldas metálicas.

-ciclopropano - petróleo Anestésico gasoso.

- benzeno

- petróleo - alcatrão da hulha

- solvente - síntese orgânica (muito cancerígeno)

CH=CH2

-vinil-benzeno (estireno)

- petróleo - alcatrão da hulha

- síntese do isopor (poliestireno extrusado)

- naftaleno (naftalina) - petróleo -alcatrão da hulha

- solvente sólido - inseticida

II - ÁLCOOIS:

a) Definição: compostos que apresentam uma ou mais hidroxilas ligadas a

carbonos saturados (acíclicos ou cíclicos).

b) Principal origem: os alcoóis são muito comuns na natureza, podendo se

originar de processos fermentativos (metanol e etanol, por exemplo) ou de complexas

reações bioquímicas, tais como o colesterol e a glicerina.

c) Classificação: são classificados de acordo com o número de hidroxilas (monóis,

dióis ou glicóis e polióis). Os monóis são reclassificados de acordo com a posição que a

hidroxila ocupa (primários secundários e terciários). Os alcoóis, genericamente, são

classificados como compostos anfótero (se comportam como ácidos em meio fortemente

básico e, como básico, em meio fortemente ácido), embora os alcoóis primários sejam

levemente mais ácidos e os terciários, mais básicos.

d) Principais álcoois: ÁLCOOL DENOMINAÇÃO ORIGEM UTILIZAÇÃO

CH3-OH

- metanol, álcool metílico, álcool da madeira.

- fermentação e destilação seca da celulose.

- combustível - síntese do biodiesel. - síntese do formol.

- combustível nos

32

CH3-CH2-OH

- etanol, álcool etílico, álcool da cana.

- fermentação de sacarose ou amido. - hidratação ácida do eteno

carros a álcool e gasolina. - bebidas alcoólicas. - síntese do biodiesel.

OH

C

H2

CH

C

H2

OH

OH

- propanotriol (glicerina ou glicerol)

- produto natural, mas pode ser obtido a partir da saponificação de triglicérides.

- umectante utilizado em alimentos e produtos cosméticos. - síntese de explosivos.

OH

- colesterol

-produto natural sintetizado em animais.

- síntese de hormônios esteróides; - constituinte da bainha de mielina

III – ENÓIS:

a) Definição: Compostos que apresentam a hidroxila localizada em carbono

insaturado por dupla ligação.

b) Origem: a partir da hidratação de alcinos ou compostos insaturados por tripla

ligação. Em solução ficam em equilíbrio dinâmico (tautomeria) com aldeídos ou cetonas.

c) Principal característica: a instabilidade, transformando-se em aldeídos ou

cetonas, conforme a posição ocupada pela hidroxila (se em carbono primário,

tautomeriza-se com aldeídos; se em carbono secundário, tautomeriza-se com cetonas).

d) Principais enóis:

ENOL

DENOMINAÇÃO

ORIGEM

COM QUEM TAUTOMERIZA-SE

H

H

H

OH

Etenol (álcool vinílico)

- hidratação do etino CH

3

H

O

aldeído acético

H

H

CH3

OH

prop-1-en-2-ol

- hidratação do propino

CH3

CH3

O

propanona (acetona)

IV – FENÓIS:

a) Definição: compostos que apresentam hidroxila (s) ligada (s) diretamente em

parte aromática.

b) Principal origem: Oxidação de hidrocarbonetos aromáticos.

33

c) Principal característica: são ácidos fracos e atuam como antioxidantes e

germicidas em diversos produtos cosméticos e comestíveis.

d) Principais fenóis:

FENOL DENOMINAÇÃO ORIGEM UTILIZAÇÃO

OH

-hidróxi-benzeno (fenol comum ou ácido fênico)

- oxidação do benzeno -conservante germicida

OHCH3

- p-hidróxitolueno (p-cresol)

- alquilação (Friedel-Crafts) do fenol

- germicida; principal constituinte da creolina.

OH

O

R-O

-alquil-parabeno (p-hidróxibenzoato de alquila)

- oxidação do p-cresol - antioxidante e germicida em cosméticos e xampus.

OOH

OH

- ácido salicílico (ac. o-hidróxi-benzóico)

- produto natural extraído da casca do salgueiro (Salix Alba)

- antitérmico e analgésico. Por acetização, origina o AAS.

V – ÉTERES:

a) Definição: compostos provenientes da substituição dos dois hidrogênios da

água por dois radicais não acílicos.

b) Principal origem: desidratação intermolecular de álcoois.

c) Principais características: são muito pouco polares e, portanto, pouco solúveis

em água. Os menores são muito voláteis e inflamáveis e são utilizados como solventes

industriais.

d) Principais Éteres:

ÉTER DENOMINAÇÃO ORIGEM UTILIZAÇÃO

CH3

C

H2

OC

H2

CH3

- éter etílico (etóxi-etano)

- Desidratação intermolecular do etanol

- solvente - anestésico local

CH2

CH

OCH

CH2

- éter divinílico (etenóxi-eteno)

- reação entre o cloreto de vinila e o etenóxido de sódio

- solvente com afinidades hidrofílicas e lipofílicas.

CH2

CH2 O

CH2

CH2

O

- dietileno-epóxi (dioxano)

- dimerização do etilenoglicol.

- solvente de características anfifílicas

VI – ÁCIDOS CARBOXÍLICOS

a) Definição: compostos que apresentam como grupamento orgânico

representativo, a carboxila, que é proveniente da união de uma carbonila (C=O) com uma

hidroxila (OH), normalmente representada por - COOH.

34

b) Principal Origem: oxidação enérgica de álcoois, aldeídos e hidrocarbonetos.

c) Principais características: são ácidos fracos (normalmente com grau de

dissociação menor do que 1%), que ocorrem nos organismos provenientes da oxidação

de alimentos. Atuam como reguladores de pH, antioxidantes e conservantes.

e) Principais representantes:

ÁCIDO CARBOX. DENOMINAÇÃO ORIGEM UTILIZAÇÃO

H

OH

O

-ác. metanóico (fórmico)

- oxidação do metanol.

- presente em algumas espécies de formigas, é um produto germicida e utilizado na síntese de polímeros.

CH3

OH

O

-ác. etanóico (acético)

- oxidação do etanol. Produto natural proveniente da fermentação de bebidas alcoólicas.

- presente no vinagre, atua como antioxidante e germicida.

OH

O

- ác. benzóico - oxidação do tolueno.

- fungicida e antioxidante (bebidas gasosas)

OH

OO

OH

- ác. p-benzenodióico (ác. tereftálico)

- oxidação do p-xileno (p-dimetil-benzeno)

- síntese da embalagem P.E.T.

VII – ÉSTERES:

a) Definição: compostos provenientes da substituição do hidrogênio da carboxila

de um ácido por um radical não acílico.

b) Principal origem: provém da desidratação intermolecular de ácidos carboxílicos

com álcoois (esterificação de Fischer) ou de ésteres com álcoois formando novos ésteres

(transesterificação).

c) Principais características: os ésteres menores são caracterizados pela maior

volatilidade e odor característico (essências de frutas). Fazem parte dessa função os

triglicérides (triacilgliceróis), as ceras e os poliésteres, como a embalagem PET, por

exemplo; estes de cadeias longas.

d) Principais ésteres:

ÉSTER DENOMINAÇÃO ORIGEM UTILIZAÇÃO

CH3-COO-CH3

CH3

O

O

CH C

H2

CH3

CH3

- etanoato de metila - acetato de secbutila

- natural - reação do ácido acético com o butan-2-ol

- essência de macã - essência da banana

C17

H35

O

O

C21

H43

-octadecanoato de uneicosila

- natural (partes de triglicérides com partes de terpenos)

- cera biológica

C17

H35

O

O

CH3

- octadecanoato de metila (ou de etila)

- triglicérides e metanol (ou etanol)

- biodiesel

35

O

O

CH

2

C

H2

*

O

O*

n

- poli etileno tereftalato (PET)

- tereftalato de dimetila com etilenoglicol

- embalagens plásticas de refrigerantes.

OHO

O CH3

O

- ác. acetil salicílico (AAS)

Ác. o-hidróxi- benzóico (salicílico) e ácido acético

- analgésico - antitérmico

VIII – ALDEÍDOS:

a) Definição: compostos carbonílicos puros que apresentam a carbonila localizada

em carbono primário.

b) Origem principal: oxidação branda de álcoois primários.

c) Principais características: os menores são voláteis de cheiro desagradável

(formol e aldeído acético). Os maiores são insolúveis em água e de odor mais agradável.

Quando combinados com várias hidroxilas alcoólicas (poli-hidróxi-aldeídos), constituem

vários tipos de carboidratos.

d) Principais compostos:

ALDEÍDO DENOMINAÇÃO ORIGEM UTILIZAÇÃO

H H

O

- metanal (aldeído fórmico, formol)

- oxidação do metanol

- conservante - síntese de polímeros e resinas.

CH3

H

O

- etanal (aldeído acético, acetaldeído)

- oxidação do etanol

- síntese do ác. acético - síntese do clorofórmio

H

OOH

OH

OH

OH

OH

OOH

OH CH2OH

OH

OH

estrutura plana estrutura espacial

- penta-hidróxi-hexanal (glicose)

- natural (fotossíntese)

- principal fonte de energia dos seres vivos

O

H

- fenilmetanal (aldeído benzóico, benzaldeído)

- oxidação do tolueno ou do álcool benzílico

- aroma da amêndoa.

IX – CETONAS

a) Definição: compostos carbonílicos puros que apresentam a carbonila em

carbono secundário.

b) Origem principal: oxidação enérgica de álcoois secundários.

c) Principais características: as de menor cadeia são voláteis e de odor

característico (acetona, por exemplo). As de maior cadeia são pouco polares, insolúveis

em água e pouco voláteis. Quando apresentam várias hidroxilas alcoólicas, também

36

atuam como carboidratos.

d) Principais compostos:

CETONA DENOMINAÇÃO ORIGEM UTILIZAÇÃO

CH3

CH3

O

- propanona (acetona)

- oxidação do propan-2-ol ou pelo método de Piria, com o acetato de sódio

- solvente de pigmentos - sínteses diversas

O

OHOH

OH

OH

O

OH

OH CH2OH

OH

estrutura plana estrutura espacial

- tetra-hidróxi-pentan-2-ona (ribose)

- produto natural - molécula integrante do DNA

O

CH3

- metil-fenil- cetona - oxidação da fenilalanina (aminoácido)

- responsável pela fenilcetonúria

X – AMINAS:

a) Definição: compostos provenientes da substituição de hidrogênio (s) da amônia

(NH3) por radical (ais) não acílicos.

b) Principal origem. Natural: decomposição de aminoácidos e proteínas. Sintética:

reação de amônia com haletos de alquila (derivados halogenados).

c) Principais características: são compostos alcalinos (básicos), de odor

desagradável. Os menores apresentam cheiro de amônia ou peixe podre.

d) Principais compostos:

AMINA DENOMINAÇÃO ORIGEM UTILIZAÇÃO

NH2

- fenil-amina (anilina) - redução do nitro benzeno

- síntese de corantes e da sulfa

CH3

NCH

3

CH3

- trimetil amina - decomposição de proteínas dos peixes

- odor do peixe podre.

NH2

C

H2

CH

2

C

H2

CH

2

NH2

- but-1,4-ileno diamina

- decomposição de aminoácidos e proteínas

- responsável pelo odor fétido das decomposições dos animais

NH2

C

H2

CH

2

C

H2

CH

2

C

H2

CH

2

NH2

- hex-1,6-ileno diamina

- decomposição de proteínas animais

- responsável pelo odor fétido das decomposições dos animais

XI – AMIDAS:

a) Definição: compostos nitrogenados que apresentam grupo (s) acila (s) unido (s)

a Nitrogênio.

b) Principal origem: existem amidas naturais, como a uréia, que provém da

decomposição de aminoácidos e proteínas. As proteínas são poliamidas. Existem

37

poliamidas sintéticas, como o náilon e o kevlar, provenientes de polimerizações.

c) Principais características: as amidas são básicas, mas, menos básicas que as

respectivas aminas. Tem grande importância biológica, já que vários compostos

heterocíclicos amídicos (bases púricas e pirimidicas, drogas alcalóides etc.).

d) Principais amidas:

AMIDAS DENOMINAÇÃO ORIGEM UTILIZAÇÃO

NH2

NH2

O

- metanodiamida (carbodiamida) - uréia

- decomposição de aminoácidos e proteínas

- adubo - síntese de poliamidas diversas

NH

O

NH

O

* NH *n

- náilon kevlar

- polimerização entre o ácido p-benzenodióico e p-fenileno - diamina

- coletes a prova de bala - peças automotivas - brinquedos

NH

OR

NH

*

O

R

NH

*n

- proteína - polimerização

de -aminoác.

- enzimas - antígenos e anticorpos - constitucional

NH

O

CH3

- acetanilida (antifebrina)

- reação entre o ácido acético e a anilina

- antitérmico

XII – NITROCOMPOSTOS

a) Definição: compostos provenientes da substituição da hidroxila do ácido nítrico por um radical orgânico. b) Principal origem: reação de hidrocarbonetos com mistura sulfonítrica (HNO3/H2SO4). c) Principal característica: por conterem grupo fortemente oxidante unido a carbonos (redutores), constituem compostos muito reativos e explosivos. d) Principais compostos:

NITRODERIVADO DENOMINAÇÃO ORIGEM UTILIZAÇÃO

OC

H2

CH C

H2

O

ONO2

NO2

NO2

-tri nitroglicerina (TNG ou nitroglicerina)

- reação da glicerina com mistura sulfo - nítrica.

- explosivo

CH3

NO2

NO2

O2N

- trinitro-tolueno (TNT)

- reação do tolueno com mistura sulfo – nítrica

- explosivo

NH

NH

NH

NO2

NO2

O2N

- C4

- reação da metilamina com ácido nítrico.

- explosivo

38

NO2

O2N

NO2

O2N

-tetranitrocubano (TNC)

- dimerização do ciclobutano e tratamento com ácido nítrico

- explosivo de última geração.

XIII- DERIVADOS HALOGENADOS: R-X ou Ar-X

a) Definição: compostos provenientes da substituição de um ou mais hidrogênios

de um hidrocarboneto por halogênio (s) qualquer.

b) Principal origem: reação de halogenação de hidrocarbonetos.

c) Principais características: não formam pontes de Hidrogênio e, portanto,

tendem a ser pouco solúveis em água. A importância dessa função está relacionada à

sínteses orgânicas diversas e grande utilização cotidiana.

d) Principais compostos:

DER. HALOGEN. DENOMINAÇÃO ORIGEM UTILIZAÇÃO

Cl

Cl

ClCl

Cl

Cl

- HCH (hexa cloro cicloexano) – antigamente denominado BCH

- tratamento do benzeno com 2 mols de Cl2 em condições especiais

- inseticida

Cl

Cl

Cl

Cl

Cl

- dicloro difenil tricloro etano (DDT)

- reações sucessivas partindo do etanal e subseqüentes halogenações.

- inseticida

H Cl

Cl

Cl

- tricloro-metano (clorofórmio)

- halogenação do metano.

- antigamente era utilizado como anestésico. - solvente orgânico

F Cl

Cl

F

- diflúor dicloro metano (componente do CFC ou fréon)

- halogenação do metano

- gás propelente - sistemas de refrigeração (ar condic. e geladeira)

OO

OH

Cl

Cl

- ácido 2,4-dicloro fenóxi acético (2,4-D) (agente laranja)

- ácido hidróxi acético e 2,3- dicloro benzeno

- agente desfolhante utilizado na guerra do Vietnã.

ClH

H H

- cloro eteno (cloreto de vinila)

- reação do acetileno com HCl

- síntese do PVC (poli cloreto de vinila)

O

O

Cl

Cl

Cl

Cl

- tetra cloro dioxina

- subproduto da síntese do 2,4-D

- veneno altamente tóxico e cancerígeno

39

ANEXO 2

QUESTIONÁRIO DIAGNÓSTICO

COLÉGIO ESTADUAL THEOBALDO MIRANDA DOS SANTOS

DISCIPLINA: Química

ALUNO (A): ____________________________________ Data: ___/___/_____

PROFESSORA:_________________________________________

1. Quais das plantas medicinais abaixo você conhece:

( ) Boldo ( ) Alecrim ( ) Babosa ( ) Hortelã ( )Cravo ( )Alho

( ) Canela ( ) Quebra pedra ( ) Espinheira Santa ( ) Eucalipto ( ) Carqueja

( ) Cebola ( ) Camomila ( ) Capim Cidreira ( ) Erva-doce ( ) Funcho

( ) Pata de vaca ( ) Valeriana ( ) Erva de Santa Maria ( ) Gengibre ( ) Maracujá

( ) Melissa ( ) Ginkgo biloba ( ) Chapéu de couro ( ) Urtiga ( ) Manjerona

( ) Cana do brejo ( ) Romã ( ) Salgueiro ( ) Hibisco ( ) Sabugueiro ( ) Guaco

( ) Urucum ( ) Cânfora ( ) Boldo ( ) Babosa ( ) Calêndula ( ) Erva cidreira

( ) Capuchinha ( ) Anis Estrelado (...) Citronela.

2. Na sua casa você ou sua família fazem uso de plantas medicinais? ( ) sim ( ) não

3. Se sim, em qual forma? ( ) In natura ( ) Beneficiada

4. Quais são as plantas medicinais que você usa na sua casa? Por que?

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

5. Você vê alguma relação entre a química que você estuda e as plantas medicinais?

( ) sim ( ) não

Se sua resposta for sim, escreva o por que.

________________________________________________________________________

40

________________________________________________________________________

6. Cite algumas receitas preventivas ou curativas em que foram utilizadas Plantas

Medicinais que deram resultados positivos.

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

7. Que vantagens se têm na utilização das plantas medicinais?

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

41

ANEXO 3

ROTEIRO PARA VISITA AO HORTO / HERBÁRIO

Disciplina de Química e Biologia.

Aluno (a): _________________________________________ Data: ____/____/______.

Local de visita: _________________________________________________________.

1. Observar e citar os diversos tipos de plantas medicinais existentes no local.

2. Escolha uma das espécies observadas e faça a sua descrição botânica.

3. Qual a parte da planta escolhida que é utilizada com finalidade medicinal.

4. Qual a época e hora adequada para a sua coleta?

5. Qual o nome popular e científico da referida planta?

6. Quais são as formas de utilização desta planta?

42

ANEXO 4

FICHA DE CARACTERÍSTICAS QUÍMICA E BIOLÓGICA DAS PLANTAS MEDICINAIS

Colégio:___________________________________________________________ Disciplina: _________________________________________________________ Nome aluno (a)______________________________________________________ Data:______/______/_________________

NOME CIENTÍFICO

NOME POPULAR

PARTE UTILIZADA

INDICAÇÃO TERAPÊUTICA

COMPOSIÇÃO QUÍMICA

PRINCIPAL CONSTITUINTE

FÓRMULA MOLECULAR E ESTRUTURAL

ANEXO 5

EXEMPLO DE MAPA CONCEITUAL

Plantas

Medicinais

Biologia

Química

Classificação

Botânica

Partes

Utilizadas

Tipo de

ligações

Fórmula

molecular

e estrutural

Família

Espécie

Folha

Caule

Raiz

Propriedades

Principal

componente

quimíco

Reconhecer

o grupo

funcional

45

ANEXO 6

QUESTIONÁRIO FINAL

COLÉGIO ESTADUAL THEOBALDO MIRANDA DOS SANTOS

DISCIPLINA: Química

ALUNO (A): _________________________________________ Data: ___/___/_____

PROFESSORA: _______________________________________________

1. Quais das plantas medicinais abaixo você conhece:

( ) Boldo ( ) Alecrim ( ) Babosa ( ) Hortelã ( )Cravo ( )Alho

( ) Canela ( ) Quebra pedra ( ) Espinheira Santa ( ) Eucalipto ( ) Carqueja

( ) Cebola ( ) Camomila ( ) Capim Cidreira ( ) Erva-doce ( ) Funcho

( ) Pata de vaca ( ) Valeriana ( ) Erva de Santa Maria ( ) Gengibre ( ) Maracujá

( ) Melissa ( ) Ginkgo biloba ( ) Chapéu de couro ( ) Urtiga ( ) Manjerona

( ) Cana do brejo ( ) Romã ( ) Salgueiro ( ) Hibisco ( ) Sabugueiro ( ) Guaco

( ) Urucum ( ) Cânfora ( ) Boldo ( ) Babosa ( ) Calêndula ( ) Erva cidreira

( ) Capuchinha ( ) Anis Estrelado ( ) Citronela.

2. Na sua casa você ou sua família fazem uso de plantas medicinais? ( ) sim ( ) não

3. Se sim, em qual forma? ( ) In natura ( ) Beneficiada

4. Quais são as plantas medicinais que você usa na sua casa? Por que?

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

5. Você vê alguma relação entre a química que você estuda e as plantas medicinais?

( ) sim ( ) não

Se sua resposta for sim, escreva o por que.

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

46

6. Cite algumas receitas preventivas ou curativas em que foram utilizadas Plantas

Medicinais que deram resultados positivos.

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

7. Que vantagens se têm na utilização das plantas medicinais?

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

8. Em sua opinião a utilização do tema ‘Plantas Medicinais’ contribuiu para a sua

compreensão dos conteúdos de Química Orgânica?

( ) sim ( ) não

Se sua resposta for sim, escreva o por que:

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

47

ANEXO 7

TEXTOS COMPLEMENTARES

TEXTO 01

INTRODUÇÃO AS PLANTAS MEDICINAIS E AROMÁTICAS

Martins (1995) cita que o uso de plantas medicinais pela população mundial tem

sido muito significativo nos últimos tempos. Dados da Organização Mundial de Saúde

(OMS) mostram que cerca de 80% da população mundial fez o uso de algum tipo de erva

na busca de alívio de alguma sintomatologia dolorosa ou desagradável. Desse total, pelo

menos 30% deu-se por indicação médica.

A utilização de plantas medicinais, tem inclusive recebido incentivos da própria

OMS. São muitos os fatores que vêm colaborando no desenvolvimento de práticas de

saúde que incluam plantas medicinais, principalmente econômicos e sociais. Entretanto

segundo Furlan (1998), ainda hoje persiste um ar de mistério quando utilizamos estas

plantas, principalmente em virtude das suas relações com a mitologia.

"As plantas medicinais brasileiras não curam apenas, fazem milagres". Com esta

célebre frase, Von Martius definiu bem a capacidade de nossas ervas medicinais. É bem

provável que das cerca de 200.000 espécies vegetais que possam existir no Brasil, na

opinião de alguns autores, pelo menos a metade pode ter alguma propriedade terapêutica

útil à população, mas nem 1% dessas espécies com potencial foi motivo de estudos

adequados. As pesquisas com estas espécies devem receber apoio total do poder

público, pois, além do fator econômico, há que se destacar a importância para a

segurança nacional e preservação dos ecossistemas onde existam tais espécies -

MARTINS (1995).

Ainda segundo Martins (1995), muitas substâncias exclusivas de plantas brasileiras

encontram-se patenteadas por empresas ou órgãos governamentais estrangeiros, porque

a pesquisa nacional não recebe o devido apoio. Hoje em dia, o custo para desenvolver

medicamentos sintéticos ou semissintéticos é muito elevado e tem se mostrado pouco

frutífero.

Os trabalhos de pesquisa com plantas medicinais, via de regra, originam

medicamentos em menor tempo, com custos muitas vezes inferior e, consequentemente,

mais acessíveis à população, que, em geral, encontra-se sem quaisquer condições

financeiras de arcar com os custos elevados da aquisição de medicamentos que possam

48

ser utilizados como parte do atendimento das necessidades primárias de saúde,

principalmente porque na maioria das vezes as matérias primas utilizadas na fabricação

desses medicamentos são importadas. Por esses motivos ou pela deficiência da rede

pública de assistência primária de saúde, cerca de 80% da população brasileira não tem

acesso aos medicamentos ditos essenciais.

Outro ponto a se observar, segundo Furlam (1998), e que deverá contribuir para

uma maior atenção na área de cultivo é o fato de que cerca de 30% dos US$ 300 bilhões

referentes ao mercado de medicamentos são relacionados aos produtos obtidos de

vegetais.

Voltando a Martins (1995), as plantas medicinais, que têm avaliado a sua eficiência

terapêutica e a toxicologia ou segurança do uso, dentre outros aspectos, estão

cientificamente aprovadas a serem utilizadas pela população nas suas necessidades

básicas de saúde, em função da facilidade de acesso, do baixo custo e da

compatibilidade cultural com as tradições populares. Uma vez que as plantas medicinais

são classificadas como produtos naturais, a lei permite que sejam comercializadas

livremente, além de poderem ser cultivadas por aqueles que disponham de condições

mínimas necessárias. Com isto, é facilitada a automedicação orientada nos casos

considerados mais simples e corriqueiros de uma comunidade, o que reduz a procura

pelos profissionais de saúde, facilitando e reduzindo ainda mais o custo do serviço de

saúde pública.

Segundo Accorsi (1994), além da medicina popular existem inúmeras alternativas

terapêuticas, algumas muito antigas e outras mais contemporâneas. Entre elas, citamos:

Acunpuntura, Algoterapia, Balneoterapia, Climatoterapia, Dietética, Doin, Ergoterapia,

Fitoterapia, Hidroterapia, Homeopatia, Macrobiótica, Massoterapia, Oligoterapia,

Talasoterapia, Vertebroterapia, Probiótica, etc. Atualmente, as plantas medicinais são

estudadas cientificamente pela Fitoterapia, que explica, à luz da Fitoquímica, a razão

porque as plantas curam.

REFERÊNCIA

BARRACA, S. A. Relatório do Estágio Supervisionado Produção Vegetal-II: Manejo e produção de plantas medicinais e aromáticas. Piracicaba, 1999.

49

TEXTO 02

INFORMATIVO SOBRE PRINCÍPIOS ATIVOS

Em síntese uma planta é classificada como medicinal por possuir substâncias que tem

ação farmacológica. Estas substâncias são denominadas princípios ativos e, na maioria

das vezes, não se sabem qual princípio está atuando no organismo. Os princípios ativos

são classificados de acordo com as classes de substâncias que os constituem. A classe

de maior amplitude é a dos alcaloides pelo grande número de aplicações. Os fatores

internos e externos podem interferir no teor de princípio ativo de uma planta. Podem estar

concentrados nas raízes, rizomas, ramos, caules, folhas, flores ou sementes. O teor pode

variar de acordo com a época do ano, hora da coleta, solo e clima. É muito importante

que a planta seja coletada de forma que venha a preservar ao máximo o teor dos

princípios ativos.

ALCALÓIDES: Atuam no sistema nervoso central (calmante, sedativo, estimulante,

anestésico, analgésico). Nas células vegetais estão nos vacúolos.

Quando na forma de sais, encontram-se nas paredes celulares. Localizam-se nas folhas,

sementes, raízes e no caule. Não são bem definidas suas funções dentro da plantas, mas

acredita-se que os alcalóides sirvam como síntese de proteínas; proteção contra insetos e

animais herbívoros.

Exemplos:

- O Jaborandi contém a pilocarpina que é útil no tratamento do glaucoma.

- O Chondodendron tomentosum da família Menispermaceae, era utilizado pelos índios

para envenenar a ponta das flechas utilizadas na guerra e na caça. O princípio ativo

contém tubocurarina uma das substâncias conhecidas como curare, que tem

propriedade de paralisar os músculos esqueléticos. A tubocurarina é utilizada juntamente

com a anestesia nas cirurgias, paralisando o diafragma e dando ao cirurgião em seu

trabalho, sem a movimentação das vísceras torácicas ou abdominais.

- Das cápsulas jovens de uma determinada espécie de papoula, obtém-se um látex, que

após seco e tratado contém uma grande variedade de alcalóides, alguns importantes

medicinalmente, como a morfina, a codeína e papaverina. A morfina é um forte

anestésico e hipnótico. Só é utilizada em casos terminais de doenças, como o câncer,

para aliviar a dor. A codeína é um antitússico muito utilizado em xaropes. A papaverina é

um relaxante da musculatura lisa, útil, portanto nos casos de cólicas intestinais e uterinas.

- A planta Ctharanthus roseus da família das Aplocynaceae, popularmente conhecida

50

como vinca ou maria-sem-vergonha, é uma erva ornamental. As linhagens de

Madagáscar de onde é nativa têm valor comercial, contém substâncias para o tratamento

do câncer. Essa planta apresenta mais de setenta alcalóides, um deles é a Vimblastina

muito útil no tratamento de uma forma de câncer, chamada de mal de Hodgkin. Outro é a

vincristina, utilizada no tratamento da leucemia infantil.

- A Psychotria ipecacuanha da família Rubiaceae e nome popular ipeca é uma planta que

de suas raízes obtêm-se a emetina, um alcalóide que tem ação amebicida. É uma

espécie que corre o risco de extinção.

- A Chincona officinalis da família Rubiaceae conhecida como quinina tem uma longa

história no tratamento da malária. Este conhecimento foi passado pelos Índios aos

Jesuítas no começo do século XVII, os quais disseminaram este produto por toda a

Europa. Alguns compostos sintéticos como, por exemplo, a cloroquina e primaquina têm

sido produzidas e apresentando resultados superiores aos do quinina na cura da malária.

GLICOSÍDEOS: São produtos do metabolismo secundário da planta.

Compõem-se de duas partes. Uma contém açúcar e a outra possuí um efeito terapêutico

designado aglícono. Existem vários grupos de glicosídeos cada um é encontrado em

determinado tipo de planta. A planta conhecida popularmente como dedaleira do gênero

Digitalis, D. lanata e D. purpúrea, são cultivadas no Hemisfério Norte para extração de

glicosídeos que são utilizados para doenças cardíacas relacionadas ao baixo batimento

cardíaco, ou seja, quando o volume se sangue bombeado pelo coração é muito pequeno.

Em doses maiores os glicosídeos cardioativos paralisam o coração na fase de sístole,

levando à pessoa a morte. São vários os fármacos obtidos da dedaleira, como a

digitoxina, a digoxina, a gitoxina e outras substâncias, todas conhecidas em farmacologia

como digitálicos. Como medicamento é usado há séculos, sendo a primeira descrição

científica do uso na insuficiência cardíaca coube à William Withering em 1785 sobre a

eficácia terapêutica e a toxicidade da planta Digitalis purpúrea. A digoxina e a digitoxina

são derivados da Digitalis lanata.

Digoxina tornou-se o glicosídeo mais usado devido suas características farmacológicas. A

eliminação da digoxina é renal enquanto a digitoxina é metabolizada pelo fígado,

independentemente da função renal.

SAPONINAS: São muito comuns nas plantas medicinais. A sua propriedade física

principal é reduzir a tensão superficial da água. Todas as saponinas são fortemente

espumosas e constituem excelentes emulsionantes. Outra propriedade característica é

que algumas proporcionam a hemólise dos glóbulos vermelhos (eritrócitos), isto é,

libertam a sua hemoglobina, o que explica o efeito tóxico de algumas delas, tornando-as

51

impróprias para o consumo. As saponinas quando tratadas com ácidos minerais, obtêm-

se as geninas esteroidais, que são utilizadas na produção da cortisona e substâncias com

ação contraceptiva.

PRINCÍPIOS AMARGOS: Várias plantas medicinais apresentam substâncias de gosto

amargas, excitam as células gustativas, estimulam o apetite e aumentam a secreção dos

sucos gástricos. Doses elevadas podem acarretar problemas no fígado. Alcachofra e

boldo são exemplos de plantas com princípios amargos.

TANINOS: Tem natureza adstringente, possuí propriedade de coagular as albuminas das

mucosas e dos tecidos. Os taninos são encontrados em diversos órgãos da planta. Na

folha do abacate, confrei, espinheira-santa, goiabeira, pitanga, tanchagem, quebra-pedra

e chapéu-de-couro; nas flores da melissa e erva-cidreira; no caule do cipó-mil-homens e

frutos como a romã, a nogueira, a banana verde, o caqui e outros. Os taninos também

podem proteger a planta contra o ataque de microrganismos.

FLAVONÓIDES: São produtos do metabolismo secundário das plantas, que se

caracterizam pela sua diversidade estrutural. São encontrados principalmente nas folhas

e flores. Alguns são utilizados para produção de odores e sabores de alimentos e bebidas

de origem vegetal. Nas plantas os flavonóides podem ter diversas funções como:

proteção contra os insetos, fungos, vírus e bactérias. São os responsáveis pela coloração

das flores, frutos e algumas cascas. Possuem propriedades antioxidantes, atrasa o

envelhecimento celular.

MUCILAGENS: Nas plantas, estas substâncias servem de reservatórios, sobretudo pela

sua capacidade de reter água. Com água fria as mucilagens engrossam e formam gel.

São ricas em polissacarídeos. Plantas como a babosa e o guaco são ricas em

mucilagens.

ÓLEOS VOLÁTEIS: São misturas de substâncias que podem ser extraídos por destilação

com vapor da água, podem estar nas flores, folhas, cascas dos caules, madeiras,

raízes, rizomas, frutos e sementes. Mesmo os óleos estando presentes em quase todos

os órgãos da planta, eles podem variar quanto ao seu tipo, por exemplo, o óleo da casca

da canela é rico em aldeído cinâmico, e o das suas folhas e raízes é rico em eugenol e

cânfora. O uso da canela é muito antigo encontrando-se menções nos livros bíblicos

atribuídos a Moisés.

Algumas plantas que apresentam óleos voláteis como a Mentha spp. da família das

Lamiaceae, o óleo volátil da menta é utilizado principalmente em pastas dentríficas e

também na indústria de alimentos. Seu principal constituinte é o mentol um terpenóide

alcoólico. O mentol da sensação de frescor na boca. A Eugenia caryophyllus da família

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Myrtaceae conhecido como Cravo foi outra especiaria envolvida nos fatos que levaram à

descoberta do Novo Mundo, os seus botões florais fornecem um óleo que contém

eugenol, com largo emprego na odontologia, como forte antisséptico e suave analgésico.

Do eucalipto obtém-se o cineol um terpenóide ao qual se atribuí ação anti-séptica e

fluidificante das secreções brônquicas. Por essa razão emprega-se o cineol em injetáveis

usados para tratamento de gripes e outros males que afetam as vias respiratórias.

REFERÊNCIA: FONTANA, L. J. Etnobotânica: o conhecimento popular aliado ao ensino de ciências. PDE – 2010, NOVA CANTU.(Anexo 6). Disponível em: <http://www.diaadiaeducacao.pr. gov.br/portals/cadernospde/pdebusca/producoes_pde/2009_uem_ciencias_md_linei_jukoski.pdf>. Acesso em: 15 set. 2013.

53

TEXTO 3

MAS, AFINAL, O QUE SÃO ÓLEOS ESSENCIAIS?

Nos últimos anos muito se tem ouvido falar de óleos essenciais em produtos cosméticos,

em revistas para leigos, em propagandas de televisão. A publicidade descobriu o potencial

positivo do marketing dos óleos essenciais. Mas afinal, o que são óleos essenciais? Onde

se encontram na espécie vegetal? Qual sua relação com a aromaterapia? Apresenta

fundamentação científica? Estes produtos que encontramos facilmente em oferta nas

gôndolas de lojas com artigos populares são óleos essenciais terapêuticos?

Óleos essenciais são compostos voláteis produzidos pelas plantas para sua

sobrevivência. A espécie vegetal produz compostos primários, tais como açúcares e

nitrogenados, e também compostos secundários* (*definição não aceita por

unanimidade), que não são utilizados diretamente para sua alimentação e nutrição. Entre

os compostos secundários estão os alcalóides, os flavonóides, as saponinas e os óleos

essenciais. Os óleos essências são substâncias químicas que exercem as funções de

auto-defesa e de atração de polinizadores. A planta produz óleos essenciais nas

seguintes partes: flores, cascas de frutos (denominados cítricos), folhas e pequenos grãos

(“petitgrain”), raízes, cascas da árvore, resinas da casca, sementes. Denominam-se

tricomas as ”bolsas” onde ficam encapsulados o óleo essencial na planta. Estes tricomas

são rompidos naturalmente pela espécie vegetal, liberando o óleo essencial, que forma

uma espécie de “nuvem aromática” ao seu redor. Por isto são denominados como sendo

"A alma da planta" ou " A energia vital da planta".

Os tricomas também são rompidos durante os processos intencionais de extração do óleo

essencial. Existem inúmeros processos industriais e artesanais de extração, alguns deles

são: Extração a vapor (mais conhecido e comum); Extração por hidrodestilação (bastante

utilizado em bancada de laboratório); Extração supercrítica (utilizado em pesquisas de

universidades); Extração subcrítica; Extração por gás refrigerante; Extração por extrusão

ou prensagem (utilizado pela indústria de sucos cítricos);

Extração a vácuo; Extração enfleurage (tradicional e ainda utilizado); Extração por

solvente; Extração por óleo (para fins culinários e de massagens). Não se pode declarar

indistintamente que exista um método de extração melhor que todos os outros, pois cada

um deles gera óleo essencial puro com composição química específica. Deste modo, não

existe uma única composição química para um óleo essencial, esta difere quando forem

extraídos de partes diferentes da mesma espécie vegetal, cultivados de formas diferentes,

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os métodos utilizados para sua extração forem diferentes. Esta variação na composição

química dos óleos essenciais pode ser facilmente entendida e aceita ao percebermos que

estes são partes do metabolismo da planta, portanto estão em constante flutuação

enquanto houver vida. Assim as modificações ocorrerão transformando uns compostos

em outros, de acordo com a parte da planta, o momento de seu desenvolvimento ou

crescimento, o horário do dia de sua colheita. E mesmo após sua extração, devido a

complexidade de sua composição podem sofrer modificações físico-químicas através de

reações químicas entre seus constituintes e o próprio meio, como a luz solar, enzimas e o

vasilhame.

O óleo essencial não é um produto simples de 1 componente, é um produto composto

podendo a ultrapassar 300 componentes químicos diferentes. Tal diversidade e

complexidade fazem do óleo essencial puro um produto altamente valorizado, com

aplicação em diversas áreas: área da saúde devido ao seu potencial terapêutico, área da

perfumaria e cosmética devido a sua refinada e complexa composição aromática, área

alimentícia devido ao seu potencial como aditivo flavorizante, área de aromatização

ambiental e produtos domosanitários, e a mais nova área, que é a da moda,

confeccionando fibras onde os óleos essenciais inicialmente retidos vão sendo liberados

na medida da utilização das peças em couro, bolsas, cintos, roupas. Os componentes

químicos dos óleos essenciais apresentam estruturas diversas como terpenos,

sesquiterpenos, fenólicos, fenil propanóicos, alifáticos não-terpênicos, heterocíclicos,

álcoois, cetonas, aldeídos, ácidos carboxílicos, ésteres, acetatos, cada qual com sua

característica aromática e ação bioquímica. Tem-se registros da utilização dos óleos

essenciais desde épocas anteriores ao antigo Egito, passando pela Idade Média e

chegando ao início do século XX através de tratados de Aromaterapia. As pesquisas

científicas atuais, dando origem a novas nomenclaturas como Aromacologia e

Aromatologia, têm comprovado a ação dos óleos essenciais como bactericida, analgésica,

sedativa, estimulante, antifúngica, antiprurido, antidepressiva, repelente de insetos,

outros.

Os óleos essenciais são absorvidos pelo organismo humano através da pele, da

inspiração, da ingestão oral. Seus metabólitos (princípios ativos metabolizados) são

encontrados no sangue, na urina, no ar exalado, no suor, demonstrando que o óleo

essencial sofreu interação com o organismo. Por este motivo devemos estar atentos a

possibilidades de intoxicações e reações aos seus componentes, como por exemplo as

queimaduras na derme ao ser exposta a irradiação solar após o uso de óleos essenciais

contendo furanocumarinas, presentes nos óleos de cítricos. Várias são as metodologias

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utilizadas para fins de pesquisa e estudo científico, tanto in vitro como in vivo. Em

pacientes (in vivo) divide-se o grupo em: A- grupo exposto ao tratamento com óleo

essencial, B- grupo controle testado com placebo (formulação básica sem o óleo

essencial) e C-grupo tratado com medicação alopática. Recentes pesquisas utilizando

medições de RMN (Ressonância Magnética Nuclear) da região cerebral mostram que

todo o sistema límbico é ativado durante a inalação de óleo essencial de Lavanda

Lavandula officinallis, esclarecendo porque os aromas proporcionam um resultado tão

imediato nas nossas emoções, sensações, lembranças e recordações. Óleos essenciais

específicos estão sendo utilizados no tratamento de pacientes com problemas na área da

memória e mesmo em casos de amnésia total, Mal de Alzheimer e Demência Vascular.

Em 2004, o Prêmio Nobel de Medicina em Fisiologia foi concedido a dois cientistas,

Richard Axel e Linda B. Buck, por suas descobertas sobre os receptores odoríficos e a

organização cerebral do sistema olfativo, o que mostra a atual importância desta área

para a ciência. Outro fato interessante, em se tratando dos óleos essenciais, é que a sua

atuação e aroma dependem tanto da presença dos componentes majoritários, que estão

em alta concentração na mistura total (20% a 80%), como dos minoritários e mesmo os

que estão em níveis de traços (0,01%). Saiba que para se obter 300 mililitros de óleo

essencial de Rosa damascena necessitamos de 1000 Kg (1 tonelada) de pétalas oriundas

de plantação sem a utilização de agrotóxicos, justificando o elevado custo do óleo

essencial. Entendo que temos um belo trabalho a continuar realizando, e também

estarmos atentos para não permitir que os produtos falsificados, com baixo custo, que por

vezes podem ser encontrados nas gôndolas de lojas com artigos populares enganem

perigosamente os leigos.

REFERÊNCIA

WOLFFENBÜTTE, A. N. Mas afinal, o que são óleos essenciais? .CRQ-V, ano XI, n.105, p. 06-07, nov./dez., 2007. Disponível em: <http://www.esalq.usp.br/siesalq/pm/oe_lavanda_ aromaterapia.pdf>. Acesso em: 20 nov. 2013.

PROPOSTA DE CRONOGRAMA DA UNIDADE PEDAGÓGICA

Atividades Atividades a serem Desenvolvidas Nº. de aulas

Extraclasse Apresentação do trabalho para equipe gestora e pedagógica. 1 aula

Complementar Aplicação do questionário inicial; Exposição do projeto para os alunos; Formação de grupos e distribuição de atividades.

2 aulas

Complementar Histórico das Plantas Medicinais. 2 aulas

Complementar Visitação a um horto/herbário (atividade em conjunto com Biologia ). 4 aulas

Complementar Pesquisa bibliográfica das espécies medicinais, destacando o nome cientifico, nome popular, família, indicação de uso, modo de preparo, partes utilizadas e compostos químicos presentes na mesma.

2 aulas

Complementar Apresentação do documentário “Plantas Medicinais – Plantas Medicinais do Cerrado”; Palestra sobre Plantas Medicinais.

2 aulas

Específicas

Hidrocarbonetos: denominação, origem, principais utilizações e atividades.

Apresentação de vídeo “Maravilhas Modernas - Os Segredos do Petróleo”. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=RCih7Cd58BY&hd=1>.

4 aulas

Específicas

Álcool, Fenol, Aldeído, Cetona , Ácidos Carboxílicos: denominação, origem, principais utilizações e atividades. Apresentação de vídeo “Processo industrial açúcar e álcool”. Disponível em: <http://www. youtube.com/watch?v=xNHKSLMuCTA&hd=1>.

4 aulas

Extraclasse / Experimental

Analisando teor de álcool na gasolina. 2 aulas

Específica Éter, Ésteres, Nitro compostos, aminas , amidas: denominação, origem, principais utilizações e atividades.

4 aulas

Extraclasse / Experimental

Exame da composição do extrato etanólico de folhas de planta medicinal. 2 aulas

Complementar Levar os alunos para o laboratório de informática – pesquisa princípios ativos. 2 aulas

Complementar Mapas conceituais. 2 aulas

Extraclasse / Experimental

Extração do óleo essencial de citronela, capim cidreira, cravo da índia e canela. 12 aulas

Complementar Questionário final. 2 aulas

Complementar Socialização do conteúdo trabalhado (Atividade em conjunto com a aula de arte) Folder e chás. 2 aulas