OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7Cadernos PDE

II

Ficha para catálogo Produção Didático-Pedagógica

Título: Produzindo textos com o auxílio do jornal escolar.

Autor Irene Aparecida Gonçalves

Escola de Atuação CE Maria Diva Ribeiro de Proença

Município da Escola Curiúva-PR

Núcleo Regional de Educação Telêmaco Borba

Orientador Paulo Rogério de Almeida

Instituição de Ensino Superior Universidade Estadual de Ponta Grossa

Disciplina/Área Língua Portuguesa

Produção Didática – Pedagógica Unidade Didática

Público Alvo Alunos

Localização Praça da Matriz, S/Nº- Alecrim Curiúva-Paraná CEP 84280-000 Telefone/Fax (43) 3597 1118

Resumo O presente material didático tem por objetivo a melhoria da produção de textos dos alunos por meio do jornal escolar. É grande a deficiência dos alunos nesse eixo da Língua Portuguesa e isso se deve também à falta de leitura entre os alunos, cuja carência os leva a ter grandes dificuldades na escrita. A produção de textos na escola passou a ser, muitas vezes, uma atividade maçante e sem objetivos claros, sendo a obtenção da nota a principal intenção dos alunos ao produzir um texto. A reescrita dos textos – atividade primordial no ensino de línguas tornou-se atividade realizada com pouca frequência nas aulas de Língua Portuguesa, o que dificulta ainda mais o processo de aprendizagem. A elaboração de um jornal escolar, produzido pelos alunos com auxílio e orientação da professora, no contraturno escolar, objetiva diminuir a deficiência da escrita pelos alunos, estabelecer vínculo entre a escola e a comunidade, que terá participação direta nas reportagens do jornal e ainda explorar os diversos gêneros textuais presentes em um jornal.

Palavras-Chave Leitura; escrita, jornal, textos.

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ – SEED

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL - PDE

IRENE APARECIDA GONÇALVES

UNIDADE DIDÁTICA

PRODUZINDO TEXTOS COM O AUXÍLIO DO JORNAL ESCOLAR

CURIÚVA 2014

1. APRESENTAÇÃO Este material é uma produção resultante dos estudos realizados

no Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE e tem como objetivo

a melhoria da produção de textos com o auxílio do jornal escolar.

Sabemos das dificuldades dos alunos em escrever textos dentro

das normas da Língua Portuguesa, e isso se deve também à falta do hábito

da leitura, tão importante para desenvolver a capacidade de interpretação

de textos orais ou escritos e transcrever e organizar as ideias no papel.

Muitas vezes nos deparamos com as seguintes falas dos alunos: não

“consigo me expressar”, ou “quantas linhas?”; esta última indicando a

dificuldade a ponto de contar as linhas e até mesmo controlar o tamanho

da letra. Isso, infelizmente, não é um exagero, são constatações de anos

de experiência de sala de aula com todas as turmas de Ensino

Fundamental e Médio.

É de conhecimento de todos que para produzir bons textos, é

necessário que sejamos leitores e também que tenhamos objetivos claros

para tal produção. Que essas produções não fiquem apenas na esfera

avaliativa do professor, que os textos sejam socializados por todos. Ao

produzir um texto em sala de aula, sabendo que apenas o professor irá ler,

o aluno escreve de acordo com o que o professor gostaria de ler, raras

vezes ele age como sujeito de sua própria história.

Segundo consta nas DCEs de Língua Portuguesa (2003), é

preciso que o aluno se envolva com os textos que produz e assuma a

autoria do que escreve, visto que ele é um sujeito que tem o que dizer.

A Unidade Didática está organizada em quatro capítulos, com

atividades referentes à produção de texto. Os encaminhamentos

metodológicos aqui propostos visam desenvolver em sala de aula

atividades práticas com produções de textos dos gêneros discursivos

presentes em um jornal, culminando na elaboração de um jornal escolar

segundo a realidade da escola envolvida no projeto.

2. Contribuições do jornal na prática da leitura e produção de textos Não deixa de ser um desafio propor a produção de um jornal

escrito e impresso nos dias atuais, em que a tecnologia está tão presente

em nosso meio, seja através da mídia, notícias ou aparelhos eletrônicos,

tão comuns entre nossos alunos. Um blog seria ideal, se a escola

dispusesse do aparato necessário para tal e também se todos os alunos

tivessem computadores conectados à Internet em suas casas. Propõe-se,

portanto, a produção de um jornal escolar porque se entende que a essa

mídia todos terão acesso.

O jornal escolar oferece rico material para contextualização do

currículo escolar. Nele pode conter informações da escola e comunidade,

com assuntos relevantes para todos, já que se trata da realidade daquela

comunidade na qual a escola está inserida.

Segundo Paulo Freire (1999, p. 34), “o homem deve aprender a

falar sua própria palavra e não apenas repetir a do outro”, sendo assim, a

escola deve se preocupar com a formação integral do aluno, com sua

capacidade de reflexão e criticidade e deixar apenas de repassar

conteúdos, muitas vezes ultrapassados.

Num jornal são encontrados diversos gêneros textuais, sendo

possível o estudo dos mesmos por meio de oficinas e depois dessa prática,

incluir num jornal escolar textos produzidos pelos próprios alunos, sendo

que os textos também conversarão com a comunidade.

Produções textuais realizadas de maneira mecânica e artificial

não combinam com produções de um jornal escolar, onde há interlocutores

reais e, principalmente, interesse real em realizar tais leituras. Segundo as

Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná (2003, p. 56), as condições em

que a produção acontece determinam o texto.

Dentro das mesmas DCEs, ANTUNES (2003), salienta a

importância de o professor desenvolver uma prática de escrita escolar que

considere o leitor, uma escrita que tenha destinatário e finalidades, para

então se decidir sobre o que será escrito, tendo visto que “a escrita, na

diversidade de seus usos, cumpre funções comunicativas socialmente

específicas e relevantes” (ANTUNES, 2003, P. 47).

O jornal tem sido um grande aliado na educação com vistas ao

incentivo à leitura e melhoria da produção de textos. De alguma forma,

então, o jornal, como instrumento pedagógico tem contribuído para uma

prática de sucesso, de debate e aceitação de todas as pessoas envolvidas.

Joana Cavalvanti Pontual (1999) afirma que “o jornal é,

certamente, um veículo fundamental na escola por possibilitar muitos

caminhos, além de ser sedutor, pois representa a vida no seu cotidiano,

dizendo respeito à experiência real”. (PONTUAL, 1999).

A autora (1999) ainda vai adiante, afirmando que:

O jornal na sala de aula produz um efeito significativo naqueles que

participam de sua leitura. Surge a necessidade de se comentar os

fatos, de se opinar, trocar ideias, refletir e abrir-se para discussões. Ler

uma notícia ou matéria de jornal é também poder olhar um pouco para

si mesmo, é o: Eu faço parte de..., ou: Será que isso é mesmo

verdade?, ou: Como mudar isso? (PONTUAL, 1999)

Pensando dessa maneira, quando nossos alunos produzirem

textos, eles devem praticar o exercício da interação, seja entre eles ou em

outras esferas, pois um texto nunca pode ser uma atividade isolada, mas um

exercício com iniciativa própria de estabelecer comunicação com alguém,

nunca para ninguém, ou para ser encerrado em si mesmo.

Nesse contexto, um jornal escolar no colégio pode despertar

interesse de todos: alunos, funcionários, professores e comunidade, pois se

trata do cotidiano daquele meio, fotos e fatos de pessoas ao alcance de todos e

ainda leva seus leitores à reflexão a respeito de determinados textos.

As atividades aqui propostas buscam criar um diálogo entre os

alunos e os gêneros textuais presentes num jornal e, posteriormente, produzir

um jornal na escola. Os alunos trabalharão com jornais escritos, com a

finalidade de conhecer sua estrutura e os gêneros textuais desse meio de

comunicação. Pretende-se que, após o domínio dessa linguagem, que será

bastante trabalhada, eles produzam seus próprios textos, conforme um jornal

apresenta: reportagem, entrevista, relato, artigo de opinião, anúncio publicitário,

passatempo, sempre dialogando com a realidade da escola e comunidade.

3. UNIDADE DIDÁTICA

3.1 Capítulo 1

Tema

Conhecendo um jornal

Objetivo

Levar ao conhecimento dos alunos a proposta de trabalho.

Diferenciar os diversos tipos de cadernos de um jornal. Recursos

Jornais; Tempo previsto

Um encontro de 4 horas

Organização do trabalho

Trabalhar em equipes de no máximo quatro integrantes.

Metodologia

Inicialmente, já que é a primeira aula, apresentar aos alunos a

proposta do projeto e ouvir suas opiniões, comentários e sugestões.

Algumas questões que nortearão as discussões:

Que tipo de leitura você considera importante? Por quê?

Você tem acesso a jornais escritos?

Você costuma ler jornais disponíveis na internet?

Quais leituras você costuma realizar?

Você se considera um leitor?

Cite razões para ler um jornal impresso.

Antes da existência do jornal, como circulavam notícias de sua cidade,

de seu país e do mundo?

Em sua escola há jornais disponíveis para leitura?

Um jornalista ao produzir uma reportagem deve ser imparcial. Você

concorda com essa afirmação? Justifique.

Depois, serão distribuídos aos alunos, em grupos de quatro

integrantes vários jornais da região e será pedido que eles realizem uma rápida

leitura dos mesmos. Após a leitura, será entregue a eles um documento onde

constam as características de cada caderno presente em um jornal.

Posteriormente à leitura e análise, os grupos identificarão os cadernos e suas

características.

3.2 Capítulo 2

Tema

Lendo jornais e produzindo textos.

Objetivo

Conduzir o aluno à leitura de textos jornalísticos;

Treinar a diferenças de cada caderno dos jornais;

Produzir textos segundo as especificidades de cada caderno;

Praticar a oralidade Recursos

Jornais;

Laboratório de informática. Tempo previsto

Um encontro de 4 horas.

Organização do trabalho

Trabalhar em equipes de no máximo quatro integrantes.

Metodologia

No laboratório de informática, acessar o link

http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?cont

eudo=87, disponível no portal dia a dia educação, da SEED – Recursos

Didáticos. Esse link leva a uma lista de diversos jornais de qualquer estado

brasileiro, clicando em um deles, é possível realizar a leitura, por meio de um

mecanismo que possui zoom e também permite folhear as páginas.

Selecionar antecipadamente os cadernos dos jornais, tomando o

cuidado de separá-los por assuntos, por exemplo: um caderno de cada seção,

sendo: notícias nacionais, notícias internacionais, cultura, esporte, economia.

Os alunos receberão as cópias das seções de maneira aleatória,

a princípio sem divisão por equipes, depois realizarão as leituras e cada um

procurará seu grupo, respeitando as características de cada caderno. Após

lerem cada um a reportagem do outro, os grupos (agora já constituídos)

escolherão a mais interessante para ser relatada para o restante da turma.

Depois da apresentação, cada grupo deverá produzir um texto,

em conformidade com as características presentes em seu caderno e

apresentará para a turma. Será utilizado para pesquisa o laboratório de

informática do colégio. A reestruturação dos textos será realizada em conjunto

pelos grupos e pela professora.

3.3 Capítulo 3

Tema

Diferenciando: Relato / Notícia / Reportagem / Anúncio Publicitário. Objetivo

Conduzir os alunos à leitura dos gêneros textuais: relato, notícia, reportagem, anúncio publicitário;

Produzir textos conforme tais gêneros;

Realizar pesquisa na escola e/ou comunidade e produzir textos segundo essa realidade.

Reescrever os textos conforme as normas da Língua Portuguesa.

Recursos

Jornais;

Cartazes.

Tempo previsto

Dois encontros de quatro horas

Organização do trabalho

Trabalho individual ou no máximo quatro integrantes.

Metodologia

Selecionar e entregar aos alunos diversos textos sendo eles dos

gêneros textuais trabalhados neste capítulo. Solicitar que realizem a leitura e

depois, em conjunto, fazer a análise detalhada de cada texto, diferenciando-os

pelas características.

Pedir a sua opinião sobre o título da reportagem presente neste

capítulo (Imagem 1).

Inicialmente esta atividade será realizada individualmente,

devido à complexidade da mesma, para que os alunos não se dispersem e

também para que todos realizem a atividade. Após a explicação, pedir que

enumerem as características de seus textos, classificando-os conforme a

tabela disposta na unidade (este material será entregue aos alunos para

facilitar o trabalho).

Imagem 1

Disponível em: http://www.jcnet.com.br/Geral/2013/06/pais-e-escola-sem-parceria-educacao-fracassa.html. Acesso em 10/11/2014.

Imagem 2

Disponível em: http://pt.slideshare.net/VirginiaFortes/gnero-textual-

notcia?utm_source=slideshow02&utm_medium=ssemail&utm_campaign=share_slideshow_loggedout. Acesso em

30/11/2014.

Após esta atividade, serão formados os grupos e disponibilizados aos

alunos cartolinas e jornais, para que eles localizem os gêneros estudados

fazendo recortes e colagens em cartolinas. Depois de realizado o trabalho,

cada grupo apresentará seu trabalho ao restante da turma.

Agora, será solicitado aos alunos que, em grupo, realizem na

escola e comunidade uma pesquisa e produzam um texto de cada gênero para

ser publicado no jornal escolar, cuja produção será o término deste trabalho. A

reestruturação dos textos será realizada em conjunto pelos grupos e pela

professora.

Entregar aos alunos as imagens abaixo e pedir que as “leiam” e

expressem suas impressões a respeito delas.

Imagem 3:

Disponível em: http://www.portugues.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=47&evento=1. Acesso em 10/11/2014.

Realizar os seguintes questionamentos:

Qual a relação presente na imagem abaixo entre o papel e o celular?

Caso não tivesse um celular, você compraria um a partir desse

anúncio?

Imagem 4

Disponível em: http://www.portugues.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=47&evento=1#menu-

galeria. Acesso em 10/11/2014.

Realizar os seguintes questionamentos:

Qual o caminho que o carro está trilhando, literalmente?

Explique as seguintes relações que o anúncio está tentando

transmitir: coração/vida/dificuldade.

Qual a relação entre a frase: “Bem vindo à vida” e o carro

presente no anúncio?

Por que motivo a revista Quatro Rodas é citada no anúncio?

Imagem 5: (texto presente na imagem)

“Praia de Guanabara. A poesia tranquila da ilha de Paquetá. Cenário

de exótica beleza admirado por visitantes de todas as partes do

mundo. Que também apreciam Minister.”

Disponível em: http://www.portugues.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=55&evento=1. Acesso em 10/11/2014.

Realizar os seguintes questionamentos:

Que produto o anúncio quer vender?

Qual relação o anúncio estabelece entre a natureza e o produto

ofertado?

Em sua opinião, tal relação é verdadeira?

De que década você acredita ser esse anúncio?

Atualmente é proibido realizar anúncios de cigarro. Você concorda

com essa medida governamental? Justifique.

Sugerir aos alunos que criem um produto e elaborem um anúncio

publicitário convincente, que desperte o interesse em quem ler o anúncio.

Também propor que sejam fotografados os momentos do trabalho para serem

inseridos no jornal.

3.4 Capítulo 4

Tema

Artigo de Opinião Objetivo

Desenvolver nos alunos a capacidade de argumentação, expressando suas opiniões com coerência.

Recursos

Jornais

Revistas

Laboratório de informática com acesso à internet.

Tempo previsto

Dois encontros de quatro horas

Organização do trabalho

Individual e em grupos.

Metodologia

É necessário aqui um breve esclarecimento a respeito dos textos de

opinião. O artigo de opinião é utilizado por pessoas que desejam expor suas

opiniões publicamente sobre assuntos que causam controvérsias na

sociedade. No entanto, há situações nas quais parece não haver divergências,

porém as atitudes concretas são contraditórias. Ninguém acha correto, por

exemplo, que a cidade esteja suja, mas muitas pessoas jogam lixos nas ruas.

Todos os governantes dizem que querem proteger as crianças, mas milhares

sofrem violências. Sendo assim, as pessoas podem escrever um artigo de

opinião criticando a omissão do poder público (ou sua incapacidade), como

também a atitude das pessoas que poluem a natureza indiscriminadamente.

Nesses casos, a polêmica envolve atitudes. Importante salientar que não basta

o autor de um artigo de opinião defender sua tese. Ele deve considerar a

existência de pessoas que pensam de maneira diferente ou mesmo oposta à

sua e, para isso, deve ter argumentos. Não é ético deformar as ideias das

outras pessoas para facilitar as críticas que se faz delas, essa seria uma

maneira de enganar os leitores.

Começar as atividades fazendo as seguintes perguntas aos estudantes:

Vocês conseguem expressar suas opiniões oralmente?

Vocês acreditam que suas opiniões são ouvidas?

A escola ouve as opiniões dos alunos?

Será proposto aos alunos que identifiquem temas relacionados à

escola, à comunidade ou ao mundo, que mereçam ser discutidos. Anota no

quadro as ideias que forem surgindo.

Explica, então, o que é um artigo de opinião, conversando sobre

os temas listados no quadro e os questiona se há opiniões diferentes sobre

aqueles temas.

Entrega aos alunos artigos de jornais e revistas e pede que eles

leiam e “conversem” com os textos. Depois, cada aluno expressa sua opinião

acerca do artigo lido, dizendo ser a favor ou contra, sempre explicitando com

argumentos coerentes.

Depois, entregar aos alunos o texto abaixo, ler com eles e solicitar

que escrevam um texto argumentando sua opinião. Explicar aos alunos que os

textos serão reestruturados posteriormente e que farão parte do jornal escolar,

término deste trabalho. É sempre importante provocar os alunos e leva-los a

expor suas opiniões de maneira livre, deixa-los à vontade para falar o que

pensam e, na restruturação dos textos ter o cuidado para não provocar

constrangimentos. É sempre importante lembrar que um dos objetivos da

revisão é perceber que um bom texto não nasce pronto. Sugerir aos estudantes

desenvolver o hábito de consultar o dicionário, para sanar dúvidas sobre a

escrita de palavras ou mesmo para consultar sinônimos, evitando a repetição

de termos no texto. Uma maneira eficiente de reestruturar textos é digitá-los

conforme foi escrito e expô-los na transparência ou data show, ocultando o

nome do autor, evidentemente. Essa é uma maneira eficaz e produtiva de

revisar textos em conjunto com os alunos, pois todos têm acesso ao conteúdo

e podem acompanhar a correção interagindo com o texto e com a professora.

Texto de apoio

É justo proibir o uso do celular na sala de aula?

Em muitos lugares do Brasil e do mundo já vigora a proibição do uso de celulares em sala de aula. Em outros, a ideia está em discussão. Conforme noticiou o UOL Educação, em janeiro de 2010, na rede municipal de ensino de Juiz de Fora (MG) não somente os celulares foram proibidos, como também os bonés. A situação com certeza é polêmica. Trata-se de mais um caso em que a esfera pública (o Estado) resolve invadir assuntos da esfera privada, como na restrição ao fumo em locais fechados? Os legisladores estariam se intrometendo em questões da vida individual do estudante que não lhes dizem respeito? Ou são os jovens que abusam e não conseguem compreender quanto o uso do celular, durante a aula, lhes é prejudicial? O que você pensa da proibição do celular em sala de aula? E do boné? Disponível em: http://educacao.uol.com.br/bancoderedacoes/redacao/ult4657u644.jhtm. Acesso em 28/11/2014

3.5 Capítulo 5

Tema

Entrevista

Objetivo

Conhecer o gênero textual entrevista;

Levantar critérios para a escolha de um entrevistado;

Produzir uma entrevista.

Recursos

Textos impressos;

Revistas;

Máquina fotográfica;

Jornais.

Tempo previsto

Um encontro de quatro horas.

Organização do trabalho

Em grupos de quatro integrantes.

Metodologia

Primeiramente, levar para o encontro revistas diversas tanto no

conteúdo quanto na faixa etária a que se propõem, para que individualmente

ou em grupos todos possam: folhear as revistas e ler as entrevistas presentes

em cada uma delas. Depois, será entregue a eles a entrevista com o jogador

Zico, presente neste capítulo (imagem seis) e texto.

Imagem 6

Entrevista de Zico à revista Veja

Alguns trechos da entrevista de Zico as páginas amarelas da revista Veja dessa semana:

A matéria começa com um título polêmico: O Fla não aceita bandido.

Segundo Zico, para evitar novos casos policiais do Flamengo, é necessário, de uma vez por

todas, fazer com que os jogadores entendam o básico: como qualquer profissional, ele têm um

conjunto de regras, e essas regras não é apenas comparecer aos treinos e aos jogos, e que

as vezes nem acontece, como também ter que dar bom exemplo para os garotos da base, e

isso deve ser inegociável.

Zico disse que os jogadores não poderão mais fazer o que bem quiserem, sem uma punição

severa por parte do Clube, pois segundo o galinho, a crise de valores que se instalou na

Gávea tem relação direta com a leniência.

Mais uma vez ele afirmou que as conquistas recentes mascararam questões graves. "Que

enquanto ganhávamos títulos, os jogadores faziam suas próprias regras", e deu um exemplo,

que quando o treinador marcava um treino para a manhã, aparecia sempre alguém que pedia

para colocar o treino para a tarde, "senão vai dar problema" e que muitos jogadores não

concordavam com isso.

“É papel do Clube, como instituição de tanto peso, zelar também pelos valores. Para mim, o

jogador que faz isso (envolvimento com criminosos) não merece vestir a camisa do Clube, por

mais talento que tenha”

“Os times com resultados mais sólidos nos últimos anos foram justamente aqueles que se

preocuparam em formar atletas no sentido mais abrangente”

E cita o exemplo de Telê Santana, que sob o comando do treinador, "o São Paulo implantou

um eficiente centro de formação de jogadores que, entre outras coisas, ensina o exato valor

de vestir uma camisa oficial.”

Sobre a faixa de capitão: "É preciso exercer uma efetiva liderança sobre o grupo, respeitar a

torcida antes de tudo e ser o primeiro a dar bom exemplo. Quem não entende isso não ficará

no Clube".

"Já cansei de ver empresários oferecendo dinheiro ao treinador para escalar o jogador dele"

"É preciso profissionalizar a gestão. A primeira lição que se aprende de países como o Japão

diz respeito aos contratos. "

Zico disse que era proibido jogar uma pelada sem antes consultar o Clube, porque lá no Japão

como treinador, os dirigentes zelavam pela integridade física dele.

Um exemplo negativo, foi o Adriano, que mesmo com a bendita ferida no pé em fase de

cicatrização, jogou peladas no final do ano, inclusive na praia.

Sobre a Espanha, Zico afirma que foi o futebol que mais o encantou: "Eles não têm medo do

jogo e não entram em campo pensando em outra coisa que não seja aquela partida."

Seria uma boa o Rogério Lourenço saber o que Zico pensa sobre o verdadeiro futebol e parar

de ser retranqueiro.

Sobre a CBF: "Está claro que eu e o Ricardo Teixeira não temos nenhuma afinidade. Além

disso, meu compromisso com o Flamengo é até 2012. Sei que será duríssimo, mas não tinha

como recusar um convite como esse justamente no Clube em que me formei e tive mais

alegrias no futebol. "

Para concluir, sobre outros ex-jogadores que chegaram ao Flamengo com a mesma missão,

mas saíram decepcionados, dizendo que seria impossível implantar uma gestão profissional

no Clube:

"Seria ingenuidade minha achar que posso transformar de uma hora para outra, uma cultura

de leniência tão arraigada no clube. Não vou instaurar uma ditadura, mas estou preparado

para que algumas posições e atitudes suscitem polêmicas. Tenho a independência necessária

para mudar e convicção sobre os rumos a tomar. Com tantos anos passados no Clube, sei

bem o que a torcida quer. “Mais do que um time vitorioso, espera-se que o Flamengo volte a

ser um celeiro de jogadores que entendam, como todas as letras, o que é ser um atleta de

verdade”.

Sobre o texto, realizar os seguintes questionamentos:

Por que motivo o jornalista escolheu esse título para a entrevista?

Que exemplo Zico cita em relação ao time do São Paulo?

Segundo o jogador, o que é necessário para que não se instaure no

clube novos casos policiais?

Após o exercício, debater com os alunos sobre possíveis

entrevistados na escola e ou comunidade e propor que tais entrevistas

sejam realizadas em grupos. Após a realização das mesmas, cujas

reestruturações serão realizadas em conjunto, será selecionada uma delas

ou duas para compor a edição do jornal, término deste trabalho.

3.6 Capítulo 6

Tema

Passatempos e charges

Tempo previsto

Um encontro de quatro horas. Objetivos

Estimular a criatividade dos alunos;

Despertar o gosto e interesse pelo gênero charge.

Recursos

Gibis;

Tiras,

Charges;

Revistas,

Jornais;

Laboratório de informática.

Organização do trabalho

Em grupos.

Metodologia

Entregar aos grupos os materiais listados nos recursos deste

capítulo e solicitar que eles localizem passatempos e charges presentes em

tais materiais. Essa pesquisa também pode ser realizada no laboratório de

informática da escola.

Realizar com eles a leitura da charge (imagem sete) presente

neste capítulo e realizar os seguintes questionamentos:

De que se trata a charge?

O que a primeira personagem está fazendo?

Qual a mensagem que a charge transmite?

Imagem 7

Disponível em: http://www.portugues.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=130&evento=3.

Acesso em 10/11/2014.

Propor aos alunos que produzam charges a partir de sua

realidade. Socializar os resultados e, em conjunto, selecionar a que

comporá o jornal, término deste trabalho.

No caso dos passatempos, há neste capítulo uma sugestão do

jogo dos sete erros (imagem oito), entretanto, juntamente com os alunos,

este espaço no jornal pode ser alterado para classificados no colégio, ou

espaço para músicas, recados, dicas úteis entre outras sugestões da

comunidade escolar.

Imagem oito

Disponível em: http://2.bp.blogspot.com/-

JEcYRd6sGo8/ThvTYupSMzI/AAAAAAAASdA/XGzB6DGs_FI/s1600/7erros.bmp. Acesso em

10/11/2014.

4. Avaliação

A avaliação será contínua, observando sempre o processo de

apreensão dos conteúdos pelos alunos, bem como sua interação com o

grupo. Será observado todo o processo de aprendizagem, desde o aluno

conhecer a estrutura de um jornal, os gêneros textuais presentes nesse

meio de comunicação, até a produção e reestruturação dos textos

propostos nesta produção didático-pedagógica. Também será considerada

a capacidade do aluno em trabalhar em equipe, bem como sua criatividade

e coerência em todo o andamento das atividades.

5. Encaminhamentos Metodológicos

Depois de todas as atividades realizadas, os textos selecionados e

reestruturados é hora de tornar público os trabalhos dos alunos em forma de

um jornal escolar. Neste importante momento os alunos se perceberão autores

de suas próprias histórias, as quais terão objetivos claros e leitores que

socializarão tais produções. Mesmo que não se produzisse um jornal, da

maneira como foram realizadas as atividades, os textos dos alunos já teriam

sido socializados pelo grupo, o que já os torna sujeitos de suas próprias

histórias.

A proposta deste material didático é reduzir a deficiência em

produzir textos, demonstrada pelos alunos do Ensino Médio, bem como levar

ao seu conhecimento a estrutura de um jornal e os cadernos que o compõe,

além de trabalhar com os estudantes os gêneros textuais presentes nesse

meio de comunicação.

Esta unidade didática está organizada em seis capítulos, sendo

dois deles com a duração de oito horas e os outros quatro com duração de

quatro horas cada; perfazendo um total de trinta e duas horas de atividades.

Tais atividades foram pensadas e elaboradas conforme a realidade do Colégio

Maria Diva, na qual serão implementadas.

Não se tem aqui a pretensão de sanar totalmente essa

deficiência, detectada através de resultados de avaliações externas, mas é

possível diminuir, de maneira gradativa e ainda, despertar o gosto pela leitura e

socialização dos textos produzidos pelos alunos.

REFERÊNCIAS

ANTUNES, Irandé. Aula de Português: Encontro & Interação. São Paulo:

Parábola Editorial, 2003.

FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.

LOPES-ROSSI, Maria Aparecida Garcia. Gêneros discursivos no ensino de

leitura e produção de textos. Taubaté-SP: Cabral Editora e Livraria

Universitária, 2002.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação – SEED. Diretrizes Curriculares

da Educação Básica do Estado do Paraná: Língua Portuguesa. Curitiba,

2008.

PONTUAL, Joana Cavalcanti. O jornal como proposta pedagógica, - São

Paulo: Paulus, 1999.

SITES PESQUISADOS

http://www.jornalescolar.org.br/ensinar-e-aprender/

http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/index.php

http://pedagogiccos.blogspot.com.br/2011/07/jogo-dos-sete-erros.html

http://veja.abril.com.br/

http://educacao.uol.com.br/

https://www.slideshare.net

http://www.jcnet.com.br/