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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE DO PARANÁ CAMPUS DE CORNÉLIO PROCÓPIO
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE
ÂNGELA SCHEFFER PORTELA
O GÊNERO TEXTUAL CONTOS DE FADAS COMO
INSTRUMENTO DE INTEGRAÇÃO DO ALUNO DE 6º
ANO
CORNÉLIO PROCÓPIO
2014
ÂNGELA SCHEFFER PORTELA
O GÊNERO TEXTUAL CONTOS DE FADAS COMO
INSTRUMENTO DE INTEGRAÇÃO DO ALUNO DE 6º ANO
Artigo apresentado ao Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE) da Secretaria do Estado da Educação (SEED) do Paraná. Orientadora: Profª. Mestre Tania Regina Montanha Toledo Scoparo
CORNÉLIO PROCÓPIO
2014
O GÊNERO TEXTUAL CONTOS DE FADAS COMO
INSTRUMENTO DE INTEGRAÇÃO DO ALUNO DE 6º ANO
Angela Scheffer Portela1
Tania Regina Montanha Toledo Scoparo2
RESUMO: O presente artigo é fruto das reflexões teóricas oriundas do Projeto de Intervenção
Pedagógica do Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE) da Secretaria Estadual de
Educação do Paraná, bem como da análise e repercussão dos resultados obtidos através da
aplicação do projeto “O gênero textual contos de fadas como instrumento de integração do
aluno de 6º ano”. O trabalho teve como objetivo demonstrar que a partir de aplicação de
Sequência Didática através do Gênero textual Contos de Fadas em aulas de língua
portuguesa, podemos integrar o aluno de 6º ano de forma mais natural e menos impactante,
uma vez que a mudança de série/ano acarreta inúmeras alterações ao cotidiano escolar deste
aluno. Por meio de várias histórias de Contos de Fadas - os originais, as versões e as versões
modernas -, podemos observar que o aluno ultrapassa a primeira leitura dos textos, que é a
fase de apreciação, e passa a questioná-las e a contrapor as ideias, observando as diferentes
adaptações e podendo ele próprio produzir outra versão para as mesmas histórias.
PALAVRAS-CHAVE: Gêneros textuais. Sequência didática. Leitura. Escrita.
1. Introdução
O presente artigo é resultado da implementação do projeto de
intervenção pedagógica realizado com os alunos do 6º ano do Ensino
Fundamental, na Escola Estadual João XXIII, localizada no município de São
Jerônimo da Serra. O projeto está inserido nas ações do Programa de
Desenvolvimento Educacional (PDE - 2013/2014) do Estado do Paraná em
parceria com a Instituição de Ensino Superior UENP (Universidade Estadual do
1 Aluna do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE. Graduada em Letras /Anglo pela
Universidade do Oeste Paulista de Presidente Prudente/SP. Especialista em Gestão de Qualidade na Educação pela Faculdade Integrada Espírita – Campus Universitário Bezerra de Menezes de Curitiba/Pr. Professora na Escola Estadual João XXIII, em São Jerônimo da Serra. 2 Orientadora PDE pela Universidade Estadual do Norte do Paraná – UENP.
Norte do Paraná). É fruto de momentos de pesquisa, estudo aprofundado,
discussões e reflexão. Reflexão que leva ao repensar as aulas de Língua
Portuguesa, com foco nos eixos principais da língua: a leitura, a oralidade, a
escrita e a análise linguística, com especificidade no gênero textual Contos de
Fadas.
Este artigo fundamenta-se na metodologia das Sequências Didáticas de
gêneros, proposta pelos pesquisadores da Universidade de Genebra filiados ao
Interacionismo Sociodiscursivo (ISD). Tem como objetivo unificador
desenvolver capacidades de leitura e produção de textos do gênero “contos de
fadas” nos alunos envolvidos, assim como demonstrar que a partir de aplicação
em aulas de língua portuguesa de sequência didática desse gênero podemos
integrar o aluno de 6º ano de forma mais natural e menos impactante, uma vez
que a mudança de série/ano acarreta inúmeras alterações ao cotidiano escolar
desse aluno. Por meio das várias histórias dos Contos de Fadas - os originais,
as versões e as versões modernas -, podemos observar que o aluno ultrapassa
a primeira leitura dos textos, que é a fase de apreciação e passa a questioná-
las e a contrapor as ideias, observando as diferentes adaptações e podendo
ele próprio produzir outra versão para as mesmas histórias.
A publicação pelo MEC dos Parâmetros Curriculares Nacionais, em
1998, e posteriormente das Diretrizes Curriculares para o Ensino Fundamental
brasileiro, apoiou-se em concepções teóricas relativamente recentes e
inovadoras, trazendo a noção de gênero para o primeiro plano do debate
didático. O gênero como instrumento de ensino-aprendizagem é importante
pelo fato de o educando entrar em contato com textos de diversos formatos e
diversas concepções de mundo, de realidades, podendo, assim, comunicar-se
com mais propriedade com seus pares na sociedade contemporânea.
Os documentos oficiais explicitam a noção de gêneros e sua
importância: “Todo o texto se organiza dentro de determinado gênero em
função das intenções comunicativas, como parte das condições de produção
dos discursos, os quais geram usos sociais que os determinam” (BRASIL,
1998, p.21). As Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa para a Educação
Básica (2006, p. 21) ressaltam a importância de “aprimorar, pelo contato com
os textos literários, a capacidade de pensamento crítico e a sensibilidade
estética, bem como propiciar pela Literatura a constituição de um espaço
dialógico que permita a expansão lúdica da oralidade, da leitura e da escrita”.
O sujeito é agente de seu fazer e como tal deve se apropriar da
linguagem de forma competente para agir no mundo. Dessa forma acreditamos
que nosso trabalho irá propiciar aos educandos uma interação mais efetiva às
interlocuções presentes na comunicação humana bem como uma
compreensão melhor dos textos veiculados na esfera social. Deixemos Geraldo
explanar sobre a importância da linguagem na sociedade:
[...] a questão da linguagem é fundamental no desenvolvimento de todo e qualquer homem; de que ela é condição sine qua non na apreensão de conceitos que permite aos sujeitos compreender o mundo e nele agir; de que ela é ainda a mais usual forma de encontros, desencontros e confronto de posições, porque é por ela que estas posições se tornam públicas, é crucial dar à linguagem o relevo que de fato tem: não se trata evidentemente de confinar a questão do ensino de língua portuguesa, mas trata-se da necessidade de pensá-lo à luz da linguagem. [...] E o lugar privilegiado [...] é a interlocução, entendida como espaço de produção de linguagem e de constituição de sujeitos. (GERALDI, 1997, p.4).
2. Fundamentação Teórica
Atualmente associamos Contos de Fadas com a literatura infantil, mas
eles foram originalmente destinados para um público misto de adultos e
crianças. Os Contos de Fadas tradicionais surgiram através de autores
desconhecidos em tempos antes de muitas pessoas poderem ler ou escrever.
Contavam as histórias uns dos outros que foram passadas de geração em
geração, de forma oral. Os detalhes das histórias podem ter mudado um pouco
de acordo com cada autor, mas a mensagem principal permaneceu a mesma.
Os Contos de Fadas são narrativas onde aparecem seres encantados
e elementos mágicos pertencentes a um mundo imaginário, maravilhoso. Estes
contos têm quase sempre uma estrutura simples e fixa. Possui uma
característica marcante como na sua fórmula inicial “Era uma vez...‟‟ e no seu
final: “...foram felizes para sempre‟‟. Há neles uma ordem na sequência
narrativa, ou seja, uma situação inicial, uma ordem perturbadora, quando a
situação de equilíbrio inicial se desestabiliza, gerando uma série de conflitos
que só se interrompem com o aparecimento de uma força maior que
reestabelece a ordem. Geralmente há personagens do bem e do mal, e a
vitória, apesar do sofrimento, sempre é do personagem do bem. O „‟ Era uma
vez...‟‟ nos remete ao passado e serve de passaporte do mundo real para um
mundo irreal, mundo da fantasia. (GAGLIARDI e AMARAL, 2001)
Ao longo das narrativas, as indicações da natureza são limitadas e
vagas, o que não permite determinar com rigor a duração de ação ou
localização num contexto histórico preciso. O mesmo ocorre relativamente com
espaço: um palácio, uma casa, uma floresta. Tais características permitem aos
contos um caráter atemporal e universal, concedendo a eles uma reatualização
permanente, pois podem acontecer em qualquer lugar e tempo. São textos
carregados de simbologia: “rosa: símbolo do amor; beijo: desperta e faz
renascer; lobo mal: algo ou pessoa que, de repente, quer fazer o mal a
alguém”. (GAGLIARDI e AMARAL, 2001).
Com a invenção da imprensa, para que as histórias não fossem perdidas
ou esquecidas, foram recolhidas, escritas e adaptadas por escritores e
estudiosos como Hans Christian Andersen (1805-1875), Charles Perrault
(1805-1875), Andrew Lang (1844-1912), Jacob Grimm (1785-1863) e seu irmão
Wilhelm Grimm (1786-1859) e assim registradas em livros. (GAGLIARDI e
AMARAL, 2001)
Embora os Contos de Fadas tenham surgido séculos antes de Cristo
(aC), são clássicos literários que se estruturam em sonhos, escritos em
linguagem simples e condensada, carregadas de simbolismo, metamorfoses e
metáforas, que possibilitam o diálogo do aluno com o texto (Parreira, 2009). O
enredo é atrativo, figurando num primeiro momento como inocente e sem
pretensões. Apresenta um narrador onisciente que sabe de tudo e até facilita a
vida do leitor-crítico/iniciante, esclarecendo fatos e relações. Bettelheim
corrobora essa assertiva e acrescenta:
É característico dos contos de fadas colocar um dilema existencial de forma breve e categórica. Isto permite a criança aprender o problema em sua forma mais essencial, onde uma trama mais complexa confundiria o assunto para ela. O conto de fadas simplifica todas as situações. Suas figuras são esboçadas claramente; e detalhes, a menos que muito importantes, são eliminados. Todos os personagens são mais típicos do que únicos. (BETTELHEIM, 2002. p.7)
Ao leitor em formação é importante o contato com esse gênero textual
para a construção de valores, não somente para aceitá-los como verdade
absoluta, mas para conhecê-los e questioná-los, pois, de acordo com a autora,
se o aluno não for instigado a isso na escola, certamente muitos não o farão
em outros locais. Conforme Parreira, cabe aos professores e educadores:
[... [serem os mediadores dessa literatura capaz de entreter e formar os pequenos. Sem didatismos, nem moralismos, nem estereótipos, maniqueísmos e preconceitos. Uma literatura que suscita dúvidas, debates, que traga inquietações. Que não transmita ideias prontas e mastigadas, mas que provoque associações com as experiências de vida dos leitores. Que não estabeleça padrões ou rótulos, mas que mostre diferentes identidades. Que traga uma variedade de expressões literárias e de abordagens. Que mostre uma criança vista de lugares diferentes, do ponto de vista dela e do adulto. Que apresente o dia, a noite, a cidade grande, o caos urbano, o cemitério, a morte, o fascismo, a loucura, as almas penadas. E a memória, a saudade, o passado. O escárnio, o vômito, o escracho. Que mostre o lado escuro e sombrio da nossa existência, para a criança experimentar, por meio das palavras, das histórias, lugares diversos do que ela vive e conhece. Em textos que não agridam a dignidade de ser criança. E que respeitem a sensibilidade dessa faixa etária. (PARREIRA, 2009, p.98)
O trabalho com este gênero proporcionará, aos alunos de 6º ano, a
oportunidade de inserir-se no mundo da escrita, como personagens da
humanidade, contextualizados aos dias atuais. Lembrando ainda que Vygotsky
(1935), em sua teoria sócio construtivista, afirma que o indivíduo aprende com
o meio e o meio precisa apresentar-lhe situações diversas de aprendizagem
para que possa desenvolver-se e tornar-se crítico.
3. Sequência Didática
A implementação do projeto através do gênero textual Contos de Fadas
perpassou por processos e questionamentos que recriaram a conscientização
por parte do aluno/leitor/produtor de textos. Assim, esta Sequência Didática
teve a intenção de propor a leitura/releitura dos Contos de Fadas para a
formação do aluno como leitor e produtor de textos em língua materna. Para
esse fim, as atividades foram divididas em oficinas.
Sequência Didática (SD), segundo Dolz, Noverraz, Scheneuwly (2011, p.
82), é “um conjunto de atividades escolares organizadas, de maneira
sistemática, em torno de um gênero textual, oral ou escrito”. Seu objetivo é o
de auxiliar os alunos a dominar um gênero, para melhorar sua escrita e sua
oralidade.
Uma sequência didática tem precisamente, a finalidade de ajudar o aluno a dominar melhor um gênero de texto, permitindo-lhe, assim, escrever ou falar de maneira mais adequada numa dada situação de comunicação. (DOLZ, NOVERRAZ; SCHENEUWLY, 2011, p.83)
Consoante as DCE é na escola que o aluno se apropria efetivamente
das práticas de linguagem:
É na escola que o aluno, e mais especificamente o da escola pública, deveria encontrar o espaço para as práticas de linguagem que lhe possibilitem interagir na sociedade, nas mais diferentes circunstâncias de uso da língua, em instâncias públicas e privadas. Nesse ambiente escolar, o estudante aprende a ter voz e fazer uso da palavra, numa sociedade democrática, mas plena de conflitos e tensões. (PARANÁ, 2008, p. 38)
Isto implica aproximar o máximo possível as atividades em sala de aula
das reais situações interlocutivas. Deste modo e tendo em vista que o trabalho
com língua portuguesa deve ser pautado nos gêneros textuais, é importante
levar em consideração que a introdução de um gênero na escola é uma
decisão didática que tem objetivos precisos de aprendizagem e é necessário
estar fundamentado no Modelo Didático do gênero, como propõe o grupo de
Genebra para
[...] subsidiar o ensino de língua materna e o aprendizado do aluno por meio de atividades destinadas ao desenvolvimento das capacidades necessárias para a produção de textos pertencentes a diferentes gêneros. (MACHADO; CRISTÓVÃO, 2006, p.559).
Segundo Baltar (2004), o objetivo maior da Sequência Didática é criar
situações em que o aluno desenvolva sua “competência discursiva” mediante
atividades que o levem a refletir sobre a linguagem. De acordo com Dolz,
Noverraz e Schneuwly (2004), a metodologia da Sequência Didática comporta
quatro etapas. Abaixo um quadro com as etapas sintetizadas:
Figura 1: Sequência Didática
Fonte: Adaptado de Dolz, Noverraz e Schneuwly (2004).
4. Sinopse da Sequência Didática
Para situar o leitor na proposta deste projeto, segue abaixo um resumo
da aplicação:
SINOPSE DA SEQUÊNCIA DIDÁTICA DE CONTOS DE FADAS
MÓDULOS OBJETIVOS DO
PROJETO
ATIVIDADES CONTEÚDOS/
OBJETOS
Apresentação
da situação
(1 aula)
• Estabelecer
contato dos alunos
com os gêneros
Crônica, Histórias
em Quadrinhos,
Biografia e Contos
de Fadas.
• Evento inicial com a
apresentação de uma
peça teatral que envolva
os gêneros Crônica,
Histórias em Quadrinhos,
Biografia e Contos de
Fadas (Anexos – Peça
Teatral);
• Gênero Contos de
Fadas.
OFICINA 1
(2 aulas)
• Apresentação do
Gênero Contos de
Fadas.
• Perguntas sobre o que
sabem sobre o gênero;
• DVD-Salto para o
Futuro;
• Gênero Contos de
Fadas.
• Atividade de quebra-
cabeça: Título, resumo e
ilustração de Contos de
Fadas.
• Portfólios.
OFICINA 2
(2 aulas)
• Reconhecimento
das características
dos Contos de
Fadas.
• Presentear os alunos
com livros de Contos de
Fadas;
• Construção de quadro
com as características
dos Contos de Fadas em
papel Kraft;
• Elaboração de conceito
de Contos de Fadas;
• Características do
Gênero Contos de
Fadas.
OFICINA 3
(1 aula)
• Produção de
texto.
• Apresentação de
imagem para produção de
texto
• Produção de texto.
OFICINA 4
(3 aulas)
• Estudo das
diferentes
linguagens
utilizadas nos três
textos em estudo:
“Chapeuzinho
Vermelho” –
Irmãos Grimm
(Anexo 3); “Fita
Verde no Cabelo”
– Guimarães Rosa;
“Chapeuzinho
Amarelo” – Chico
Buarque de
Holanda.
•Elaboração, em duplas,
de quadro comparativo da
linguagem utilizada em
cada texto.
• Uso da linguagem:
ritmo, sonoridade,
intencionalidade,
ambiguidade.
OFICINA 5
(5 aulas)
• Estabelecer
contato com a
estrutura narrativa
e os elementos da
narrativa através
dos textos: “A Bela
Adormecida do
Bosque” – Irmãos
Grimm; “O Príncipe
Desencantado” –
Flávio de Souza e
“Até as princesas
soltam pum” – Ilan
Brenam.
• Montagem de quebra-
cabeça textual.
• Produção de mapa
conceitual sintetizando a
estrutura narrativa e os
elementos que a compõe.
• Estrutura narrativa;
• Elementos da
narrativa;
OFICINA 6 • Dar sequência à
narrativa. • Após a leitura do livro “O
que os olhos não veem”
de Ruth Rocha, produzir
• Sequência narrativa.
(3 aulas) um final para a história.
OFICINA 7
(2 aulas)
• Reconhecimento
e utilização da
descrição;
• Utilização de
adjetivos.
• Fazer a leitura do conto
de fadas moderno “Fada
Malvada, Bruxa
Encantada” de Ramon M.
Scheidemantel e grifar as
características de cada
personagem;
•Analisar “sequência do
touro” de Pablo Picasso
para perceber os
processos da descrição.
• Descrição;
• Adjetivos.
OFICINA 8
(2 aulas)
•´Criação de
personagens.
• Produzir a ilustração e a
descrição de um
personagem de Contos
de Fadas que será
utilizado na produção
final.
• Descrição;
• Adjetivos;
• Construção de
personagem de Contos
de Fadas.
OFICINA 9
(4 aulas)
• Desenvolver a
leitura oral;
• Retextualização
de textos
cinematográficos.
• Realizar a leitura
compartilhada do texto,
na íntegra, “João e o Pé
de Feijão” Histórias da
Carochinha.
• Assistir ao filme “Jack, o
Caçador de Gigantes” e
fazer a retextualização da
versão cinematográfica,
comparando ao original,
• Leitura oral e
compartilhada;
• Retextualização.
OFICINA 10
(2 aulas)
• Produção de
sequência
narrativa;
• Utilização de
discurso direto;
• Uso de diálogos;
• Utilização de
pontuação.
• Através da imagem de
uma sequência narrativa
sem uso de texto verbal,
solicitar ao aluno que
reconstrua a sequência
de forma escrita,
acrescentando diálogos.
•Paragrafação;
•Pontuação;
•Diálogos;
•Discurso direto;
•Estrutura narrativa.
OFICINA 11
(3 aulas)
•Produção de
Conto de Fadas
Moderno.
• Partindo da personagem
criada na oficina 8,
produzir um conto de
fadas moderno, que reflita
os problemas atuais, sem
perder a magia, que é
característica deste
gênero textual.
•Produção textual.
OFICINA 12 • Correção dos • Os textos produzidos na
oficina 11 serão lidos e
• Reestruturação de
textos. analisados pelos próprios
alunos, que pontuarão
eventuais acréscimos,
exclusões e/ou
reestruturação, com
auxílio do professor.
texto.
FECHAMENTO
DO PROJETO
• Criar um blog do
professor, onde
serão expostas as
produções dos
alunos;
• Lançamento do
livro com as
produções dos
alunos,
• Socializar no Blog as
atividades produzidas
durante o Projeto;
•Editar e publicar livro
com a Coletânea de
Textos produzidos pelos
alunos.
•Blog;
•Coletânea de
Produção de textos.
Total de aulas previstas: 32 aulas
5. Relato reflexivo da experiência didática
O Projeto foi implementado na Escola Estadual João XXIII – Ensino
Fundamental, na turma 6º ano C, período vespertino, no município de São
Jerônimo da Serra –Pr. No primeiro momento, foi explicado aos alunos que
este projeto seria desenvolvido em aproximadamente 32 aulas, que seriam
denominadas de oficinas, e que a proposta era trazer as personagens clássicas
dos Contos de Fadas para a realidade brasileira, com seus costumes,
preconceitos, problemas sociais, etc. Importante mostrarmos que toda pessoa
circula entre o real e o imaginário e que precisamos disso para uma vida mais
plena. Explicamos que o trabalho seria realizado com Contos de Fadas
Clássicos, versões dos Contos de Fadas Clássicos e Contos de Fadas
Modernos. Devido à faixa etária (entre onze e doze anos), a aprovação do
projeto foi unânime, o que os motivou durante todo o desenvolver das oficinas.
Cada oficina teve como foco principal preparar o aluno para a produção
final, objetivo principal da sequência didática, sendo devidamente registrada
pelos alunos em seus portfólios.
Para a apresentação da situação, primeiro momento de uma SD, com o
objetivo de levar os alunos a um primeiro contato com o gênero, foram
convidados a assistir a uma peça de teatro intitulada “O mundo fantástico da
imaginação”. Esta peça foi elaborada por quatro professoras PDE – 2013
(Angela Scheffer Portela, Angela Maria Sampaio Baptista, Clélia Maria Costa
Fogaça e Neiva Pereira Martins). Foi encenada por ex-alunos, que atualmente
estão no Ensino Médio. O Teatro envolveu personagens das temáticas dos
quatro projetos: Contos de Fadas, Histórias em Quadrinhos, Crônicas
Esportivas e Biografia. Geralmente quando reunimos muitas turmas, há
dificuldade de obter atenção e silêncio, por este motivo os levamos ao Salão
Paroquial da cidade, preparamos cenário, sonoplastia, figurino, etc. O resultado
foi surpreendente, alunos envolvidos na encenação e deslumbrados com a
narrativa e seus personagens. Observou-se que a SD possibilita a articulação
dos variados eixos da língua, ou seja, as capacidades de leitura e oralidade (a
dramatização da peça também possibilita articulação com a oralidade, a leitura,
a escrita, assim como com outras áreas do saber).
Ao retornar à sala de aula, após a encenação da peça teatral, iniciou-se
a primeira oficina desta SD. Inicialmente, foi apresentado aos alunos o Gênero
Contos de Fada, buscando remeter-lhes ao contexto de criação e veiculação
do mesmo. Procurou-se ainda, mostrar-lhes que estes textos, embora
considerados infantis, apresentam versões direcionadas ao público adulto e
que nos últimos anos há vários lançamentos em livros e vídeos. Foi feito um
paralelo entre os Contos de Fadas originais com suas várias versões.
Apresentou-se também a ruptura com a linearidade que se dá através dos
contos de Fadas modernos, onde o inusitado traz empatia aos textos. Foram
mostradas aos alunos as inúmeras possibilidades de se trazer o impacto do
inesperado dos Contos de Fadas modernos para a realidade.
Ainda como parte da oficina um, pediu-se aos alunos que falassem o
que sabiam sobre este tipo de texto. Foram feitas variados questionamentos
aos alunos, como: “Quais Contos de Fadas conheciam, quem gosta de ler e o
que gostam de ler. Se contam histórias em suas casas e que histórias contam.”
Em seguida passou-se um fragmento do DVD escola – TV escola Secretaria de
Educação a Distância - Salto Para o Futuro – MEC – Volume II: “A narrativa na
Literatura para crianças e jovens” – Parte I, com duração de três minutos, no
qual várias pessoas contam um pequeno trecho de uma história que gostaram
muito. Com base no vídeo assistido, solicitou-se aos alunos que fizessem o
mesmo, relatando uma história que tenham lido e que gostaram.
A próxima atividade desta oficina foi um quebra-cabeça que apresentou
aos alunos imagens de vários Contos de Fadas Clássicos, trechos
selecionados que correspondiam à síntese de cada história e outra folha
contendo os títulos das histórias. Os alunos deveriam identificar a síntese, as
imagens e os títulos correspondentes a cada história, fazendo, então a relação
entre si.
Após correção, intermediada pelo professor e comentários em grupos, a
atividade foi recolhida e armazenada em portfólios individuais para
acompanhamento do desenvolvimento da aprendizagem de cada aluno. Esta
atividade teve a duração de duas aulas. Os alunos participaram ativamente das
atividades e demonstraram terem apreciado muito as leituras propostas.
Para que se iniciasse a oficina de número dois a professora presenteou
seus alunos com livros de contos de fadas. Isto causou certo espanto nos
alunos porque não estão acostumados a fatos como estes e imaginamos que
este foi o grande incentivo para a continuidade dos trabalhos. Já acomodados,
os alunos fizeram suas leituras e na sequência foram trabalhadas as
características dos contos de fadas.
Dando prosseguimento às atividades desta oficina, os alunos foram
instruídos a construírem um quadro com as características marcantes deste
gênero textual, os Contos de Fadas, que serviu de subsídio para que
elaborassem os seus próprios conceitos sobre o que seria um conto de fadas.
Em círculo, fizeram as apresentações para toda classe e o professor
anotou no quadro de giz as impressões de cada equipe.
Essa atividade foi bem apreciada pela maioria dos alunos. Percebeu-se
diante desse fato que o tema foi bem trabalhado.
A oficina de número três oportunizou a primeira produção escrita dos
alunos através da observação de uma imagem do conto “A Branca de Neve e
os Sete Anões” que se originou da tradição alemã e foi compilada pelos Irmãos
Grimm. Contou-se a história para que se lembrassem do enredo e só depois
fariam a produção escrita.
Essa atividade foi bem recebida pelos alunos, porém, no momento da
produção, sentiram dificuldades em escrever, supostamente porque não
sabiam como e nem o que exatamente deveriam escrever. Após conversas
sobre o assunto, os alunos conseguiram fazer a produção solicitada. Essa
resistência na escrita já era esperada, pois os alunos ainda não tinham
passado por um processo sistemático de ensino do gênero, já que na
metodologia da Sequência Didática, a primeira produção tem teor diagnóstico.
A quarta oficina proporcionou o estudo das diferentes linguagens
utilizadas nos três contos: “Chapeuzinho Vermelho”, “Fita Verde no cabelo” e
“Chapeuzinho Amarelo”. Após as leituras foi solicitado aos alunos que, em
grupos, apresentassem comentários comparativos aos contos lidos e então,
elaborassem um quadro comparativo das linguagens utilizadas nas histórias.
Procurou-se analisar a postura da personagem principal de cada história diante
dos conflitos enfrentados. Para a finalização desta oficina, foi trabalhada
análise linguística do texto, com atividades sobre a língua e sua aplicabilidade,
fazendo a aluno refletir sobre sua organização. Direcionamos questões amplas
a propósito do texto, entre as quais podemos citar coesão e coerência,
recursos expressivos, entre outros.
Constatou-se que as atividades da SD contribuíram para melhorar a
competência comunicativa nos alunos, principalmente, porque fizeram
exposições orais de suas ideias, conseguindo assim, desenvolver e aprimorar
as suas habilidades de linguagem.
A quinta etapa da sequência didática proporcionou aos alunos o contato
com a estrutura narrativa e os elementos da narrativa. Foi realizada a leitura
dos Contos de Fadas “A Bela Adormecida do bosque”, dos Irmãos Grimm; “O
Príncipe desencantado”, de Flávio de Souza; e “Até as Princesas soltam pum”,
de Ilan Brenman e Lonil Zilberman. Depois foram entregues cópias de textos
aos alunos, recortados em vários parágrafos, misturados, para que os mesmos
organizassem os textos com coerência e sequência corretas.
Houve apreciação geral por parte dos alunos no decorrer desta
atividade.
Ainda como parte integrante desta oficina, foi produzido o mapa
conceitual da estruturação da narrativa, onde os alunos foram convidados ao
laboratório de informática para construírem seus mapas conceituais com os
elementos da narrativa, seguindo um esquema apresentado pelo professor.
Durante a sexta oficina, foi realizado um trabalho com a sequenciação
da narrativa. Os alunos foram convidados a ouvir a leitura de um Conto de
Fadas Moderno “O que os olhos não veem” de Ruth Rocha, sem ter contato
visual com as imagens. Como a história lida não apresenta final, foi solicitado
aos alunos que terminassem o texto a seu modo. Com esse tipo de atividade
percebeu-se que os alunos desenvolveram a linguagem relacionada ao gênero
“Contos de Fadas” porque eles puderam observar o que descobriram ao
relacionar imagens e textos, possibilitando assim a observação das sequências
nas narrativas, bem como a coerência nas mesmas. Em seguida foi entregue
aos alunos uma caixa de massinha de modelar para que o grupo produzisse
formas que ilustrassem a história criada por eles, visto que os mesmos não
tiveram contato com a ilustração do livro.
Este momento foi muito bem recebido pelos alunos do sexto ano porque,
aparentemente, ainda encontram-se na fase da “brincadeira”. Esta atividade
lúdica levou os alunos a criarem seus personagens de maneira livre e tranquila,
resultando em produções artísticas muito bem elaboradas.
Na oficina sete, em prosseguimento às atividades desta SD, foi realizado
um trabalho de reconhecimento e utilização da descrição, focando as
características marcantes das personagens do texto “Fada Malvada e Bruxa
Encantada” de Ramon M. Scheidemantel. Solicitou-se aos alunos que lessem
o texto com atenção e grifassem as palavras que dão características aos
personagens, explicado aos alunos que estas palavras são chamadas de
adjetivos e houve o esclarecimento da sua função nos textos.
Logo após, os alunos foram convidados a criar uma personagem atual
com algum poder, com algum tipo de magia ou qualquer outro elemento
fantástico que seria posteriormente personagem de sua produção textual. Eles
deveriam utilizar os adjetivos para a descrição de seu personagem.
Estas atividades fizeram parte da oficina de número oito e foram
realizadas de maneira eficiente e tranquila, os alunos demonstraram
compreensão dos conceitos esperados, para depois fazerem uso dos mesmos
na produção final da SD.
A nona oficina proporcionou a realização de leitura compartilhada do
texto - O Conto de Fadas “João e o Pé de Feijão” – Histórias da Carochinha e
O filme “Jack o caçador de gigantes”, objetivando produzir a retextualização de
textos cinematográficos. A socialização das produções possibilitou a distinção
entre o original e a versão cinematográfica. Todas as atividades desta oficina
foram aplicadas e trabalhadas conforme o planejado e os alunos cumpriram
todas de modo que puderam construir sentido nos textos apresentados.
Também objetivando proporcionar aos alunos subsídios para a produção
final da SD, na oficina de número dez, os alunos realizaram uma produção de
texto, fazendo uso de sequência narrativa e do discurso direto. Para esta
atividade, utilizaram imagens da História em Quadrinhos de “João e o Pé de
Feijão”. A partir do texto não verbal os alunos deveriam produzir um texto
verbal (escrito). Solicitou-se que os alunos utilizassem parágrafos, diálogos em
discurso direto e que, ainda, empregassem a pontuação adequada para
compreensão do texto.
Na oficina onze, foi realizada a produção final desta SD com a escrita de
um conto de fadas. Foi solicitado aos alunos que produzissem um conto de
fadas moderno, empregando uma personagem criada na oficina oito. Este
personagem, conforme já foi destacado na referida oficina, deveria ser um
personagem atual com algum tipo de poder, de magia ou outro elemento
fantástico que abrilhantassem o enredo de seus contos de fadas. A presença
de seres fantásticos ou imaginários, dotados de virtudes e poderes
sobrenaturais, interfere na vida dos homens, para auxiliá-los em situações-
limite, quando já nenhuma solução natural seria possível, com a finalidade de
que o texto proporcionasse comparações entre os conflitos vividos pelas
personagens e aqueles que estão presentes em suas vidas.
Esta produção objetivou a contextualização das situações-problemas
encontradas nos Contos de Fadas com problemas contemporâneos. Os alunos
esforçaram-se bastante nessas produções. Procuraram aplicar os
conhecimentos adquiridos durante as aulas em seus textos e atividades
propostas. Percebeu-se maior facilidade na escrita, em comparação à primeira
produção feita por eles. Isso se deu devido ao fato de que desenvolveram
todas as atividades da SD. Durante cada oficina buscou-se levar atividades de
enriquecimento e novas informações para que subsidiassem a sua produção
final. Esse objetivo foi atingido integralmente porque os alunos demonstraram
mais preparados para sua escrita final, tendo em vista os conhecimentos
adquiridos durante as aulas e que se tornaram conhecimentos efetivamente
aprendidos.
Nessa última oficina aconteceu a correção dos textos produzidos pelos
alunos durante a oficina anterior. Num primeiro momento a correção foi feita
pelos próprios alunos que trocaram suas produções com outro colega, para
que este pudesse ler o seu texto e pontuasse eventuais acréscimos ou retirada
de palavras. Todas as correções aconteceram sob a orientação do professor,
observando-se os seguintes itens:
Finalmente, para dar encerramento à implementação desta Sequência
Didática, aconteceu uma tarde de autógrafos com exposição das produções
dos alunos e apresentação de uma peça teatral encenada pelos mesmos
alunos envolvidos nos projetos Biografia, Contos de fadas, HQ e Crônicas
esportivas.
Este evento aconteceu com a participação de todos os alunos das duas
escolas envolvidas, sendo assistido pela comunidade escolar e representantes
da administração do município.
Esta apresentação demonstrou a dedicação e capacidade dos alunos
em participarem de atividades dramáticas e musicais diferenciadas do seu
cotidiano em sala de aula.
Diante de todo o exposto conclui-se que a escola, por meio das aulas de
Língua Portuguesa, contribui muito para melhorar a tão sonhada competência
comunicativa dos alunos, levando-os a desenvolverem suas capacidades de
leitura, de linguagem e produção escrita, conforme preconizam as Diretrizes
Curriculares Estaduais de Língua Portuguesa.
Finalmente, fazendo-se um comparativo da primeira produção dos
alunos com sua última produção, pode-se perceber que melhoraram em alguns
vários aspectos, como:
Escrita - no sentido de que conseguiram apresentar um texto melhor
elaborado, coeso, com boas descrições e argumentações mais
convincentes;
Os alunos empregaram corretamente a estruturação composicional do
gênero Contos de Fadas, demonstrando em suas produções o
desenvolvimento das capacidades de ação, reconhecendo o gênero
como uma leitura prazerosa, bem como, fazendo uso da sua criatividade
durante a produção textual deste gênero.
No que se refere à capacidade discursiva, notou-se que os alunos
conseguiram empregar corretamente a característica estrutural do
gênero, fazendo, assim, a transformação de um conto de fadas clássico
em uma versão moderna dos fatos.
Na capacidade linguístico-discursiva, os alunos empregaram de maneira
cuidadosa os adjetivos, pronomes, substantivos, sinais de pontuações,
reticências, interjeições, repetições de palavras, frases exclamativas, e
os elementos paratextuais trabalhados durante as oficinas.
Considerações finais
Este artigo objetivou a busca por momentos de pesquisa, estudo
aprofundado, discussões e reflexões que levassem repensar as aulas de
Língua Portuguesa, focando os eixos principais da língua: a leitura, oralidade,
escrita e análise linguística; com especificidade no gênero textual “Contos de
Fadas”. Objetivou-se ainda interferir na realidade da aprendizagem em alunos
do sexto ano da Escola Estadual João XXIII, por meio do desenvolvimento e da
implementação de uma SD do gênero Contos de Fadas. Este trabalho visou,
assim, mostrar um processo de ensino e aprendizagem centrado na leitura e na
escrita dos contos de fadas.
Procuramos apresentar neste artigo os resultados dos trabalhos com as
Sequências Didáticas do gênero Contos de Fadas, realizados durante a
implementação do projeto de intervenção pedagógica, assim como as referidas
teorias que o fundamentaram.
Durante a implementação dessa Sequência, as atividades propostas
apresentaram a finalidade de estimular os alunos a lerem determinados textos
e também a buscarem a sua ressignificação. Quanto mais próximos os gêneros
textuais estiverem do conhecimento do aluno, maior será a chance de êxito na
leitura, na escrita e na oralidade.
Nessa experiência, utilizou-se o procedimento “sequência didática”,
procurando-se trabalhar os problemas de aprendizagens detectados na
primeira produção, em níveis diferenciados, variando as atividades e exercícios
com o objetivo de capitalizar as aquisições (DOLZ; NOVERRAZ;
SCHNEUWLY, 2011), o que resultou em ações educacionais que consideraram
as diversidades possíveis do aluno em situações escolares.
Este artigo possibilitou a observação dos pontos positivos e negativos
encontrados durante o trabalho com a sequência didática do gênero Contos de
Fadas. Possibilitou ainda perceber que os objetivos traçados no início foram
alcançados devido ao fato de que houve preparação antecipada e os alunos
participaram das atividades propostas.
Os resultados aqui apresentados proporcionaram algumas conclusões
para o contexto trabalhado. Percebeu-se que existe a necessidade de o
professor trabalhar com os gêneros textuais, utilizando-os como instrumento de
ensino para o desenvolvimento da linguagem. Dessa forma, pode-se
desenvolver a tão sonhada competência comunicativa nos nossos alunos.
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