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Os mais graduados da Companhia Nº 2 de Fuzileiros
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O Nosso Quartel-Mestre
Dos números só ele sabia
E ninguém se podia enganar
Habilidades ele não permitia
Se alguém o quisesse aldrabar
Um Bom Sargento
Deste homem que posso dizer
Se era a bondade em pessoa
Melhor que ele não pode haver
Neste mundo de gente boa
Sem pelo na careca
Sem um pelo na sua cabeça
Protege-se do sol com o boné
Bem gostaria de pregar-lhe uma peça
Mas não me atrevo assim é que é
O Mais Malandro de Todos
O certo é que ele tinha pinta
Mais que outros que eu cá sei
No livro fez gastar muita tinta
E por sorte eu disso escapei
Amigo como este não havia
Se alguém estivesse enrascado
E a precisar de uma ajudinha
Tinha-o sempre do seu lado
Disso podem ter a certezinha
O Homem da Manobra
De entre todos o mais velho
Homem de juízo e de bem
A quem se pedia conselho
E claro, a sua amizade também
O Chefe da Dispensa
Manhã cedo lá ia ao Mercado
Trazia o peixe e a carne, fruta e legumes
Levantar cedo custava um bocado
Do seu cargo ninguém tinha ciúmes
O Homem da Cantina
Andava sempre risonho e contente
E não era nada desconfiado
Mas corria com toda a gente
Que ousasse pedir-lhe fiado
Arria o guincho, oh Manobra
Certo que antiguidade é um posto
Disso ninguém se pode esquecer
O nosso homem tomou-lhe o gosto
E todos lhe tinham de obedecer
Grande amigo e companheiro
Versado nas artes da Marinharia
De navegar já estava saturado
Sem saber o que o futuro lhe traria
Mudou de rumo, acabou ao nosso lado
Chefe do Martelo e do Serrote
Da carpintaria ele era o Cabo
Homem sincero e com muito siso
Quando pela frente lhe aparecia algum nabo
O mais certo era perder o juízo
O Homem da Secretaria
Sabia mais com os olhos fechados
Do que muitos com eles abertos
Com números e livros bem controlados
E tudo o resto nos sítios certos
O Homem dos toiros e toiradas
Oriundo da lezíria ribatejana
Enfrentava tudo com valentia
E há uma força que dele emana
Na rotina do seu dia-a-dia
O Homem dos Tachos e Panelas
Na cozinha outro chefe não havia
Autoridade só ele é que tinha
Tudo marchava como ele queria
Faxinas e rancheiros na linha
Artilheiro com Bazuca e Morteiro
Se outras armas não havia
E não por falta de dinheiro
Pegar na bazuca e fazer pontaria
Se não preferisse o morteiro
O Meu Chefe Matias
Ele era alto como o Cristo-Rei
Um pouco marreco também
Mas há uma coisa que eu sei
Ele era um homem de bem!
Foi à Índia e lá preso ficou
Chegou a hora e do Alentejo abalou
Foi para a Marinha, fizeram dele marinheiro
Para seguir seu destino ele cedo embarcou
Navegou até à Índia e lá preso ficou
Fuzileiro Reconvertido
Que interessa o que foi primeiro
Se todos somos da Marinha
Um dia decidiu ser fuzileiro
Deixou a dele, juntou-se à minha
Fuzileiro, pois então
Vaidoso como qualquer marinheiro
À civil ou com a farda vestida
Na estica era sempre o primeiro
Era disso que ele gostava na vida
O Homem da Escrita Fina
Na Marinha foi homem da escrita
Mas isso não lhe dava dinheiro
Decidiu escolher vida mais bonita
E acabou convertido em fuzileiro
Mais um das armas pesadas
Era a guerra, que se havia de fazer
Todos deviam alinhar na Companhia
Naquela altura estavam longe de saber
Nessa guerra não entrou a artilharia
Ajudante de Artilheiro
Pois é, artilheiros há muitos
Mas sozinhos não fazem nada
Se não fossem os seus adjuntos
Teriam a vida mais complicada
O Especialista em Morse
Com as comunicações na Pré-História
Seria preciso um homem assim
Sem ele não haveria vitória
E a guerra não chegaria ao fim
O nosso Herói da India
Veio de Peniche para ser marinheiro
Meteram-no a bordo e foi navegar
Estava na Índia e ficou prisioneiro
E na Companhia 2 viria aterrar