31
Os recursos naturais e o ambiente na história da ciência económica Sustentabilidade fraca e forte

Os recursos naturais e o ambiente na história da ciência ...idinis.weebly.com/uploads/5/6/3/9/5639534/ea_1_-_ambiente_e... · ECONOMIA DOS RECURSOS NATURAIS Descreve os princípios

  • Upload
    leque

  • View
    217

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Os recursos naturais e o ambiente na história da ciência económica

Sustentabilidade fraca e forte

� ECONOMIAEstudo da forma como as pessoas fazem escolhas em condições de escassez e das consequências dessas escolhas para a sociedade.

� RECURSOS NATURAISSão aqueles recursos que não podem ser produzidos pelo Homem.

� ECONOMIA DOS RECURSOS NATURAISDescreve os princípios segundo os quais se realiza a extracção dos recursos que, após transformação, vão originar os bens económicos.

Afectação inter-temporal dos recursos naturais renováveis e não renováveis.

� ECONOMIA DO AMBIENTEDescreve as modalidades segundo as quais podem ser geridos os desperdícios, poluições ou nocividades provocados pelas actividades económicas.

�Regulação das actividades poluentes�Avaliação das amenidades ambientais.

1) Os Fisiocratas (Sec. XVII-XVIII)

A terra é a base da riqueza.

Ex: François Quesnay (1694-1774)

Os agricultores são a única classe produtiva

2) Os Clássicos (Séc. XVIII-XIX)

Uma questão central: o que determina o nível de vida e o crescimento económico de um país?

Os recursos naturais vistos como a principal determinante da riqueza

2) Os Clássicos (Ex.)� Thomas Malthus (1766-1834) e David Ricardo (1772-1823)

Efeito do crescimento populacional sobre a oferta fixa da terra.

� Stuart Mill (1806-1873) e William Jevons (1835-1882)

O progresso económico face à depleção dos recursos

3) Os NeoclássicosNegligência das questões relacionadas com o crescimento demográfico e a escassez dos recursos.

Entre 1870 e 1970 a maioria dos economistas acreditava que era possível garantir indefinidamente o crescimento

3) Os Neoclássicos (Ex.)� Harold Hotteling (1895-1973)

Economia dos recursos não renováveis

� Alfred Marshall (1842-1924) e Arthur Pigou (1877-1959)

Externalidades

� Difusão de novas ideologias ambientalistasAté meados do séc. XX, os problemas ambientais eram localizados, afectando apenas um pequeno número de pessoas mas, desde os anos sessenta, a poluição ambiental intensificou-se e começou a ter efeitos em larga escala.

�Crise do petróleo no início dos anos setenta

� Ecos do livro Silent Spring, escrito pela bióloga Rachel Carson (1962);

� Emergência da questão anti-nuclear no final dos anos sessenta que constituiu a base para o aparecimento de movimentos e organizações ambientalistas poderosos, tais como a Greenpeace, os quais captaram o interesse da opinião pública;

� Publicação em 1972 do relatório The Limits of Growth (Meadows et al., 1972),

� Recursos RenováveisRecursos naturais que podem fornecerindefinidamente inputs a um sistemaeconómico (animais e vegetais; ar, água,camada de ozono).

� Recursos Não Renováveis ou EsgotáveisRecursos com um stock finito (conhecido ounão) ou uma oferta finita (recursos mineraisenergéticos e não energéticos)

Identificados Não descobertos

Provados

Medidos Avaliados

Prováveis

Sítios

conhecidos

Sítios

desconhecidos

Economicamente

exploráveis

RESERVAS

Economicamente

não exploráveis

Certeza geológica crescente

Sustentabilidade e desenvolvimento sustentável são expressões que entraram no discurso político e académico e no vocabulário de todos os dias a partir da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento – Cimeira do Rio, organizada em 1992 pelas Nações Unidas.

Mas o que significa exactamente Sustentabilidade ou Desenvolvimento

Sustentável?watch%3Fv%3DaEy6S7vfMKY&rct=j&sa=X&ei=jqlQUMCLI4q2hQfB2IDICA&ved=0CDkQuAIwATgK&q=sustainability&usg=AFQjCNGeaEsaLnbnt61gJ2z_Dr8Xl8DCpA.url

� 1972: Conferência das Nações Unidas sobre Ambiente Humano foi o primeirogrande evento onde se abordou a questão da sustentabilidade a nível global;

� 1983: As Nações Unidas convocam a Comissão Mundial sobre Ambiente e Desenvolvimento (WCED), presidida pelo primeiro ministro norueguês GroHarlem Brundtland. Composta por representantes de países desenvolvidos e em desenvolvimento, a Comissão resultou da preocupação com a deterioração acelerada do meio ambiente humano e dos recursos naturais e com as suas consequências para o desenvolvimento económico e social.

� 1987: A WCED publica Our Common Future (ou Relatório Brundtland) que faz um diagnóstico dramático da situação do ambiente. O relatório popularizou a definição mais comumente usada de desenvolvimento sustentável

� 1992: Cimeira do Rio que lançou as bases para a institucionalização global do desenvolvimento sustentável – Declaração do Rio e Agenda 21.

� Desde 1992: realizou-se uma série de importantes conferências internacionais sobre desenvolvimento sustentável, incluindo a Cimeira da Terra+5, em1997, em Nova York e a Cimeira Mundial de 2002 sobre Desenvolvimento Sustentável (WSSD) em Joanesburgo.

Propriedade de qualquer sistema cujo desempenho pode ser mantido ao longo do tempo

Frequentemente estas expressões são usadas como sinónimos

Medida em que o desenvolvimento pode ter sustentabilidade

Sustentabilidade

Desenvolvimento Sustentável

� Desenvolvimento que permite a satisafação das necessidades das gerações atuais sem comprometer a capacidade de satisfação das necessidades das gerações futuras (WCED, 1987).

� Gestão dos recursos existentes de forma a que a qualidade de vida média que garantimos a nós próprios possa ser potencialmente partilhada pelas futuras gerações (Asheim, 1994)

Contudo, o desenvolvimentosustentável requer aindaque os recursos sejamusados a um ritmo quepermita a sua reposição eque os desperdícios sejamproduzidos a uma taxa quepermita a sua assimilaçãopelo ambiente.

Trata-se de uma situação ideal à qual podemos aspirar mas que é quase impossível de obter.

Comprometimento com Comprometimento com Comprometimento com Comprometimento com a equidade e a justiçaa equidade e a justiçaa equidade e a justiçaa equidade e a justiça

Quando houver ameaça de danos graves ou irreversíveis, a ausência de certeza científica absoluta não será utilizada como razão para o adiamento de medidas economicamente viáveis para prevenir a degradação ambiental”. (Princípio 15 da Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento)

O desenvolvimento sustentável incorpora a integração, a compreensão e a ação nas complexas interconexões que se estabelecem entre o ambiente, a economia e a sociedade.

Deve ser dada prioridade à melhoria das condições de vida dos mais pobres do mundo; as decisões devem ter em conta os direitos das futuras gerações

Princípio da precauçãoPrincípio da precauçãoPrincípio da precauçãoPrincípio da precaução

Interdependência entre Interdependência entre Interdependência entre Interdependência entre 3 pilares: Ambiente, 3 pilares: Ambiente, 3 pilares: Ambiente, 3 pilares: Ambiente, Economia e SociedadeEconomia e SociedadeEconomia e SociedadeEconomia e Sociedade

Sociedade

Ambiente EconomiaViável

EquitativoSuportável

Sustentável

Adptado de: http://www.thwink.org/sustain/glossary/ThreePillarsOfSustainability.htm

Adptado de: http://www.thwink.org/sustain/glossary/ThreePillarsOfSustainability.htm

Sustentabilidade económicaÉ a capacidade de uma economia manterindefinidamente um certo nível de produção.

Sustentabilidade socialCorresponde à capacidade de um sistema socialtal como um país, uma família ou umaorganização funcionar a um certo nível de bem-estar social indefinidamente

Sustentabilidade ambientalÉ a capacidade de o ambiente manter umdeterminado nível de qualidade ambiental esuportar uma certa taxa de extração de recursosnaturais indefenidamente.

A sustentabilidade pode ser medida pelo valor do stock de capital total, uma vez que este representa o valor actualizado do consumo futuro que dele poderá ser gerado.

A sustentabilidade requer níveis de stock de capital não decrescentes ao longo do tempo, pelo que os indicadores de sustentabilidade podem ser baseados quer no valor dos activos totais de cada período, quer na sua variação ao longo do tempo (Pearce et al., 1989)

Dentro da avaliação do stock de capital total, distinguem-se habitualmente três tipos de activos com diferentes características: o capital construído ou fíico, o capital natural e o capital humano

Sustentabilidade fraca

Sustentabilidade Sustentabilidade Sustentabilidade Sustentabilidade forteforteforteforte

Retirado de Palma e Meireles, 2008

A biosfera contém o sistema humano, o qual, por sua vez, inclui os sistemas social e económico..

Quanto mais degradado estiver o ambiente, menor a capacidade do sistema social para fornecer bens

públicos e menor a produção alcançada pelo sistemaeconómico.

Adptado de: http://www.thwink.org/sustain/glossary/ThreePillarsOfSustainability.htm

Mais recentemente tornou-se claro que o bem-estar estáintimamente ligado à qualidade do meio ambiente e que asactividades económicas desenvolvidas, quer as de produçãoquer as de consumo, apresentam efeitos ambientais muitasvezes nefastos, alguns dos quais serão suportados pelasgerações futuras.

A destruição ou degradação dos ecossistemas pode, por seuturno, por em causa a sobrevivência do próprio sistemaeconómico que usa o ambiente como fonte de recursos.

Amenidades positivas(+)

R P C (+) U

RNR RR (-) (-) (+)

h>y h>y h<y

(-) Amenidades negativas

W (-)

r

A

W<A W>A

(Pearce e Turner, 1990)

A - Assimilação no ambienteC – Consumoh – taxa de extraçãoP - Produçãor - reciclagemR – Recursos RNR – Recursos não renováveisRR – Recursos renováveisU – UtilidadeW – Desperdíciosy – taxa de reposição

� Multidimensionalidade� Irreversibilidade� Equidade intrageracional e intergeracional� Incerteza

(Faucheux e Noël, 1995)