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Trabalho
Os trabalhadores da indústria da alimentação do Estado de São
Paulo debaterão o tema ‘Organiza-ção sindical, presente e futuro’, no próximo dia 30, na Fetiasp (Federa-ção dos Trabalhadores nas Indús-trias da Alimentação do Estado de São Paulo). “A base do debate será o cancelamento da OJ (Orientação Jurídica) 419. Por interpretação, a OJ possibilitava o enquadramento sindi-cal dos trabalhadores da agroindús-tria como rurícolas. Todos os funcio-nários da indústria de transformação de produtos oriundos da agricultura poderiam ser classificados como ru-rais, como por exemplo os das usinas de açúcar, frigoríficos e indústrias de sucos”, explica Melquíades de Araú-jo, presidente da Fetiasp.
Segundo Araújo, a medida trans-feriria aproximadamente 80% dos trabalhadores das bases dos Sindi-catos, Federações e Confederações das indústrias da alimentação de todo Brasil – cerca de um milhão de pessoas – para os Sindicatos rurais, mudando suas vidas e conquistas. Por exemplo, as Convenções Cole-tivas destas categorias são diferen-tes e. sendo assim, os trabalhadores
mudariam de entidade sindical, mas não levariam os benefícios que con-seguiram nos Sindicatos de origem, ou seja, da indústria.
A OJ 419 não atingiria somente os trabalhadores da alimentação, mas também aqueles que trabalham em usinas na fabricação do álcool e es-tão nas bases dos Sindicatos, Fede-rações e Confederações dos quími-cos, além de atingir segmentos na área de transportes.
A indignação era total por parte dos sindicalistas e dos trabalhado-res dessas áreas, que promoveram mobilizações especialmente no Estado de São Paulo. Araújo, com Sergio Luiz Leite, Serginho, presi-dente da Fequimfar (Federação dos Químicos do Estado de São Paulo), e acompanhado pelos presidentes das Confederações de suas categorias, estiveram reunidos com desem-bargadores de Tribunais Regionais do Trabalho e do Tribunal Superior do Trabalho (TST) para esclarecer o equívoco e sensibilizá-los pelo can-celamento da medida. A Fetiasp e a Fequimfar realizaram seminários sobre o tema com a participação dos desembargadores.
“O primeiro passo para a extinção da OJ foi dado pelo desembargador Lorival Ferreira, do TRT de Campi-nas”, lembra Araújo. E, no dia 27 de outubro de 2015, o TST decidiu, por unanimidade, o cancelamento da OJ 419. “Este ato do TST merece ser celebrado. É a reafi rmação de repre-sentação sindical destes trabalhado-res, que tem mais de setenta anos”, destaca o advogado José Carlos Arouca, que não mediu esforços para esclarecer a situação aos integran-tes da Justiça.
Arouca, que, desde estagiário, sempre defendeu os trabalhadores, será palestrante neste debate pro-movido pela Fetiasp, junto com o sin-dicalista Arnaldo Gonçalves e o con-sultor sindical João Guilherme Vargas Neto. Eles se destacaram na organi-zação dos trabalhadores e pela luta ferrenha contra a ditadura militar.
Publieditorial
A base de toda a discussão será o enquadramento de trabalhadores da agroindústria em rurícolas
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O crescimento até agora incon-trolável da infl ação – graças aos desacertos da política econômi-ca do governo – traz, em seu bojo, uma gama de difi culdades, princi-palmente para os trabalhadores de menor renda.
Só nos últimos doze meses, concluídos em outubro, a infl ação, como apontam dados divulgados pelo IBGE, fi cou em 9,93%, índice mais elevado desde 2003, quando alcançou 11,02%. Lembramos que os 9,93% aferidos tratam-se de uma média, mas muitos produtos foram majorados por percentuais bem maiores.
E este índice tem como vilões três grupos, que são os que mais pesam no orçamento das famílias: alimentação, habitação e transpor-tes, sendo que só a alimentação, nos mesmos doze meses, subiu até 68%. Os índices citados represen-tam 72,73% do resultado.
E os analistas ainda preveem que, caso o governo aumente o Cide (tri-buto cobrado no preço da gasolina), a taxa pode, até, ultrapassar os 11%, o que representaria a maior infl ação do País desde os 12,53% de 2002.
E, enquanto o povo brasileiro, aguardando por dias melhores, se-gue sendo penalizado, o governo segue atacando direitos, provo-cando o achatamento dos salários e demissões, mantendo os juros altos, privilegiando os grandes es-peculadores e tentando manter-se no poder.
Miguel TorresPresidente
da Força Sindical
Inflação pune trabalhadores de baixa renda
OPINIÃO
Araújo e Serginho (ao centro), no TST, com desembargadores e representantes da Alimentação e dos Químicos
ALIMENTAÇÃO
Trabalhadores debaterão organização sindical
www.fsindical.org.br
facebook.com/CentralSindical
twitter.com/centralsindicalSerginho: “O reajuste salarial benefi cia 150 mil trabalhadores no Estado”
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A Fequimfar (Federação dos Quí-micos do Estado de São Paulo) e a bancada patronal assinaram a Con-venção Coletiva da Categoria, que tem data-base em 1º de novembro. “O reajuste salarial é de 10,33%, e injetará cerca de R$ 1,26 bilhão na
Trabalhadores químicos conquistam reajuste 10,33%
Em Campinas, foi dado o primeiro passo
economia do Estado, além de be-neficiar 150 mil químicos”, declara Sérgio Luiz Leite, presidente da Fe-deração.
Entre as principais conquistas es-tão o piso salarial de R$ 1.354,41 para os trabalhadores de empresas com até 49 empregados e a PLR (Participação nos Lucros ou Resul-tados) no valor de R$ 930,00. Para empresas com cinquenta emprega-dos ou mais, o piso salarial é de R$ 1.388,39 e a PLR de R$ 1.030,00. “O reajuste é muito importante para todos. E, neste processo de muita mobilização e luta, conquistamos, também, a manutenção de todos os direitos já previstos em nossa Con-venção Coletiva”, informa Serginho.
CAMPANHA SALARIAL