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40 MÚSICA

Paper 40 :: Música

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Para aprender, namorar, entender o mundo ou se encaixar em uma tribo. A verdade é que muitos fatores podem permear a criação e veiculação de uma música. Coloque um bom álbum para tocar e entenda alguns desses conceitos.

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Page 1: Paper 40 :: Música

Que tal aproveitar o tempo livre com as crianças para estimular o contato com a música e, de quebra, ajudar a preservar o meio ambiente? Com um pouco

de dedicação, é possível construir vários instrumentos musicais a partir de materiais recicláveis que você tenha em casa. Se precisar de alguma inspiração, o site Ecoviver ensina a fazer diversos instrumentos, como: um pandeiro com pratinho de vaso, tampinhas e arame; uma flauta com cano de PVC, bexiga e fita crepe; e até um saxofone com cano, fita crepe e garrafa plástica. Veja mais opções no site www.ecoviver.com.br/default.asp?id=6a e dê asas à imaginação.

NA PRÓXIMA EDIÇÃO: Certifi cações

AGOSTO 2011

ESTA É UMA PUBLICAÇÃO MENSAL DA

Pense nisso

Pape

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sa e

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apel

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tern

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caliz

ado.

• Diretoria Jurídica e de Assuntos Corporativos Ricardo C. Zangirolami• Direção do Projeto Alessandra Fonseca - Gerente de Comunicação e Marketing Institucional / e-mail [email protected] • Coordenação do Projeto Tayla Monteiro - Comunicação e Marketing Institucional / e-mail [email protected]• Estagiária de Comunicação Fernanda Camargo• Criação e Produção Agência Ideal • Direção de Arte e Projeto Gráfi co Tom Comunicação • Coordenação Editorial Marina Rodriguez • Redação Camila Gonçalves e Marina Rodriguez • Revisão Ricardo César • Impressão Ogra • Jornalista responsável Ricardo Cesar – MTB 33669• Colaboraram nesta edição André Barcinski, jornalista, crítico do jornal Folha de S.Paulo e coapresentador do programa de rádio Garagem; Beto Schkolnick, educador musical e instrumentista e integrante do Fórum Latino-Americano de Educação Musical; Fernanda Aquino, analista de Comunicação e Relações com a Comunidade da IP; Jéssica Beletatti, analista de Comunicação da IP; Samuel Araujo, professor da escola de etnomusicologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Zuza Homem de Mello, musicólogo e jornalista• Sugestões e Correspondências Avenida Paulista, nº 37, 14° andar – CEP 01311-000

ESTA PUBLICAÇÃO FOI IMPRESSA EM PAPEL CERTIFICADO PELO PROGRAMA BRASILEIRO DE CERTIFICAÇÃO FLORESTAL

MÊS DE IMPORTANTES PREMIAÇÕES PARA A INTERNATIONAL PAPER

Em junho, foi realizado o Prêmio Melhores Marcas 2011, promovido pela Agnelo Editora, que reconheceu as marcas que mais se destacaram no ano passado. O papel Chamex venceu a categoria “papel branco”, na qual concorreu com importantes marcas do mercado. Já o Prêmio Consumidor Moderno de Excelência em Serviços ao Cliente condecorou a área de serviço de Atendimento ao Consumidor (sAC) da IP pela sétima vez consecutiva na categoria “papel e celulose”. Organizada pelo Grupo Padrão Editorial e avaliada pelo Instituto GFK Indicator, a premiação tem o objetivo de identificar e disseminar as melhores práticas em serviços ao cliente no País e reconhecer as empresas que priorizam a excelência no atendimento.

IP É A PRIMEIRA EMPRESA DO SETOR A RECEBER A CERTIFICAÇÃO EUROPEAN ECOLABEL FLOWER

Após um rigoroso processo de auditoria, as áreas de suporte Técnico Operacional da unidade de Luiz Antônio e de Tecnologia e Meio Ambiente da companhia foram certificadas com o European Ecolabel Flower (Rótulo Ecológico Europeu Flower). A IP será a primeira empresa do setor no Brasil a receber a recomendação do selo, um reconhecimento de sua preocupação com a sustentabilidade. A auditoria do European Ecolabel Flower responde às exigências do mercado europeu, e o selo só é concedido a empresas que atendem aos mais altos padrões ambientais.

MAIS DE 100 PROFISSIONAIS SE VOLUNTARIAM PARA O FORMARE DE LUIZ ANTÔNIO

A unidade de Luiz Antônio se prepara para receber sua primeira turma da Escola Formare, composta por 20 alunos que irão frequentar o curso de Operações

Industriais. Os profissionais da planta foram convidados a participar de workshops para conhecer o projeto e, em

caso de interesse, se inscrever para atuar no posto de educadores. 105 profissionais da IP serão voluntários

no projeto, contando com o total apoio da empresa.

IIP EM PARCERIA COM A CESP ORGANIZAM ATIVIDADE EDUCACIONAL PARA CRIANÇAS

O projeto de responsabilidade socioambiental Guardiões: Projeto Nascente, patrocinado pelo Instituto International Paper e coordenado pela Prefeitura de Três Lagoas, realizou atividades educacionais para alunos de duas escolas do campo do município. Essas atividades foram coordenadas pela CEsP - Companhia Energética de são Paulo, parceira do projeto, que nessa iniciativa desenvolveu com 324 alunos e 23 professores participantes atividades sobre vegetação e os recursos hídricos da região. Foi abordada a importância do tema de preservar a água potável, que é tarefa de todos. As crianças assistiram a uma peça de teatro e, ao final da atividade, os alunos se comprometeram a preservar os recursos hídricos. Este ano, também aconteceu uma capacitação de multiplicadores socioambientais nas duas escolas, reunindo 35 profissionais de educação e 52 alunos. Entre as atividades realizadas com as crianças, estão a confecção e montagem de herbário com espécies da flora regional e o replantio de mudas nos córregos Oriundiuva e Vertente. A ação também contou com a participação dos pais.

LIVROS DERUBEM FONSECASÃO LANÇADOSNA FLIP COMPATROCÍNIODA IP

Com patrocínio da IP, a editora Nova Fronteira editou dois livros inéditos de Rubem Fonseca: José e Axilas e Outras Histórias Indecorosas, além da coleção Fronteira. As obras foram apresentadas ao público na 9ª Festa Literária Internacional de Paraty (FLIP), realizada de 6 a 10 de julho. A impressão das publicações foi feita em

Chambril Avena, papel off-white que proporciona uma leitura mais agradável, com bom corpo, opacidade ideal,

suavidade ao toque e conforto visual. O papel também combina resistência e uniformidade, garantindo a alta

qualidade de impressão.

40música

Page 2: Paper 40 :: Música

De volta para casa

De 23 de setembro a 2 de outubro, o Rio de Janeiro se transformará na capital da música, com a quarta edição do Rock in Rio. Após percorrer Portugal e Espanha, o festival volta à sua cidade natal, reforçando a entrada do Brasil na rota dos shows internacionais. Confira alguns números das edições passadas, realizadas no Rio de Janeiro, e se prepare para o que vem por aí.

A primeira edição, em 1985, reuniu quase 1,4 milhão de pessoas em 10 dias. Foram vendidos 1,6 milhão de litros de bebidas em 4 milhões de copos e o McDonald’s bateu seu recorde mundial de venda de hambúrgueres com a marca de 58 mil lanches, registrada no Guinness Book.

Em 1991, 700 mil pessoas se dividiram entre nove dias de atrações. O palco construído possuía 85 metros de frente por 25 metros de profundidade, com telões de nove metros de altura por sete metros de comprimento. O evento foi transmitido ao vivo para 55 países, contabilizando 580 milhões de telespectadores.

A terceira edição, em 2001, durou sete dias e reuniu mais de 1,2 milhão de pessoas. Foram consumidos 600 mil litros de cerveja e 630 mil sanduíches. O evento apoiou causas sociais e, por meio dele, foram desenvolvidos 28 projetos educativos para jovens de todo o Brasil. Também foi investido R$ 1,5 milhão em projetos com a Viva Rio (ONG) e a UNEsCO.

ei, cara!Que música você

está ouvinDo?

De vez em quando, uma pessoa na rua está empolgada ouvindo uma música e dá vontade de saber que som está tocando. Tyler Cullen decidiu deixar a vergonha de lado e saiu pelas ruas de Nova York perguntando para as pessoas “Hey you! What song are you listening to?”, algo como “Ei, cara! Qual música você está ouvindo?” O resultado está disponível no canal do videomaker no YouTube (www.youtube.com/user/TyCullen, em inglês). Após o sucesso do projeto, versões de várias cidades apareceram na internet. Para assisti-las, basta fazer uma busca pelo nome do projeto no YouTube e anotar as dicas.

para aprender, namorar, entender o mundo ou se encaixar em uma tribo. a verdade é que muitos fatores podem permear a criação e veiculação de uma música. coloque um bom álbum paratocar e entenda alguns desses conceitos

Atribui-se a Friedrich Nietzsche a ideia de que, sem música, a vida seria um erro. Ela é uma das manifestações culturais de maior importância na nossa vida desde o nascimento. Que mãe não embalou o filho ao som de uma canção? Todo casal tem um “hit” que marcou o relacionamento. É certo que, conforme o tempo passou, a relação das pessoas com a cultura também foi mudando. Mas o que se mantém constante é que a música é uma ferramenta fundamental para sabermos mais sobre a história de uma pessoa ou, porque não, de toda uma sociedade.

Um dos fatores que aproximam as pessoas da música é a facilidade com a qual ela se faz presente no nosso cotidiano. seja pelo rádio, pela televisão ou na trilha sonora de um filme, a música nos é entregue de bandeja praticamente todos os dias. “Ela está entre as manifestações mais fortes das artes, é um dos pilares da cultura”, garante Beto schkolnick, educador musical e instrumentista, integrante do Fórum Latino-Americano de Educação Musical.

Mesmo com o “turbilhão” de notas musicais ao qual estamos submetidos, cada um acaba por construir seu “repertório” pessoal. “A música é muito midiática. É preciso escutar com cautela o que nos é oferecido”, explica Beto. Criar uma coleção musical não é tarefa fácil. “As obras que estão fora da mídia devem ser apresentadas aos novos ouvintes. É difícil que uma criança ou adolescente conheça espontaneamente a música erudita, ou mesmo compositores atuais que não aparecem na TV ou no rádio”, aponta.

O jornalista André Barcinski, crítico do jornal Folha de S. Paulo e co-apresentador do programa de rádio Garagem, há quase 20 anos no ar, concorda com a opinião de Beto. “As pessoas começam a gostar de música dentro de casa. sempre tem um amigo ou parente mais velho que é fã e passa a admiração quase que por ‘osmose’”, reflete. Para as novas gerações, que já cresceram com a internet, pode ser mais fácil chegar até um artista ou a uma música, mas isso não invalida a grande influência exercida pelas pessoas próximas. “Às vezes, uma criança tem contato com um disco na casa dos pais e fica com sua melodia na mente. Anos depois, volta a escutá-lo e ele passa a ser um dos seus favoritos”, completa Barcinski.

caDa um na sua tribo

O primeiro contato dos seres humanos com a música é quase instintivo: a mãe que canta para o bebê adormecer, a criança que aprende a cantar Parabéns para você enquanto bate palminhas, as cantigas para brincar de roda ou pular corda durante a infância. “Quando têm contato diário com a música, os pequenos desenvolvem habilidades como a fala e a coordenação motora”, ressalta Beto.

Durante a adolescência, o caráter pessoal começa a se formar. Não por coincidência, na maioria das vezes, é nessa época que o gosto musical também começa a se moldar e os jovens passam a andar em “tribos”. “Gostar de uma música é um processo de identificação que pode envolver muitos fatores: a classe econômica, a atuação social e cultural e até mesmo a personalidade”, explica Beto. A nova geração, sempre conectada à internet, tem mais facilidade para conhecer vários estilos e influências. Mas nem sempre isso é positivo. “Como existem muitas opções, sempre há o risco de o jovem ficar preguiçoso e parar de procurar novidades. Ou observar a infinidade de informações e achar que não precisa pesquisar nada porque já conhece tudo”, filosofa André Barcinski.

aQui e lá foraCom um território extenso e habitado por descendentes de diversas etnias, o Brasil possui grande variedade de ritmos e gêneros que compõem o cotidiano de seus habitantes, independentemente da classe social ou localização. “Essa marca visível da nossa cultura é traduzida pela forma como a música toma parte nas celebrações. Os indivíduos mais sensíveis têm peculiar interesse em se expressar por meio de composições próprias, independentemente do seu conhecimento musical”, reflete Zuza Homem de Mello, musicólogo e jornalista.

O povo brasileiro possui uma relação tão forte com a música que, junto do futebol, esse é seu principal elemento de reconhecimento em termos de cultura. E engana-se quem pensa que apenas o samba-enredo dos carnavais é famoso no exterior. “Desde a Bossa Nova, a música popular passou a ser conhecida e admirada. João Gilberto e Tom Jobim abriram a estrada para os demais artistas brasileiros muito respeitados”, afirma Zuza. Não é à toa que músicos do Brasil lotam as casas de show mundo afora.

pátria amaDa, brasilEntre as décadas de 20 e 50, os intelectuais brasileiros mantiveram uma forte preocupação em redescobrir do que, afinal, é composta a cultura brasileira. E foi na música popular que Mário de Andrade buscou ferramentas para entender nossa sociedade tão complexa. O intelectual modernista foi o pioneiro, no Brasil, a dedicar-se aos estudos de etnomusicologia, a análise

interdisciplinar das músicas de um povo. Com interesse especial pela cultura popular e tradição oral brasileiras, em 1928, viajou pelo interior do Nordeste, ouvindo as canções populares e

registrando o conteúdo em partituras. “Ele recolheu material da mesma maneira que um botânico colheria matéria para estudo”, compara samuel Araujo, professor da escola de etnomusicologia da

Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O material coletado por Mário foi publicado em vários livros póstumos, que se tornaram base para os estudos que se desenvolvem até hoje.

Também é possível entender um país pelas suas músicas oficiais. Você sabia que até a Proclamação da República nós tínhamos outro Hino Nacional? “Era uma letra belíssima, mas que representava os

interesses da monarquia, cantada por um soprano agudo. O povo não conseguia cantar no mesmo tom”, explica samuel. A República exigia um novo hino e foi realizado um concurso para escolher a letra. A vencedora,

Liberdade, liberdade!, não agradou às autoridades nacionais e se tornou o Hino da Proclamação da República. Posteriormente, a atual letra foi escolhida como o Hino Nacional Brasileiro, e o tom da música foi mudado para que

o povo pudesse acompanhar, em coro. “Todos os hinos ao redor do mundo são pensados como forma de criação de uma unidade nacional e representação de um povo”, explica samuel.

www.issuu.com/paperDigital

no embalo Da música

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De volta para casa

De 23 de setembro a 2 de outubro, o Rio de Janeiro se transformará na capital da música, com a quarta edição do Rock in Rio. Após percorrer Portugal e Espanha, o festival volta à sua cidade natal, reforçando a entrada do Brasil na rota dos shows internacionais. Confira alguns números das edições passadas, realizadas no Rio de Janeiro, e se prepare para o que vem por aí.

A primeira edição, em 1985, reuniu quase 1,4 milhão de pessoas em 10 dias. Foram vendidos 1,6 milhão de litros de bebidas em 4 milhões de copos e o McDonald’s bateu seu recorde mundial de venda de hambúrgueres com a marca de 58 mil lanches, registrada no Guinness Book.

Em 1991, 700 mil pessoas se dividiram entre nove dias de atrações. O palco construído possuía 85 metros de frente por 25 metros de profundidade, com telões de nove metros de altura por sete metros de comprimento. O evento foi transmitido ao vivo para 55 países, contabilizando 580 milhões de telespectadores.

A terceira edição, em 2001, durou sete dias e reuniu mais de 1,2 milhão de pessoas. Foram consumidos 600 mil litros de cerveja e 630 mil sanduíches. O evento apoiou causas sociais e, por meio dele, foram desenvolvidos 28 projetos educativos para jovens de todo o Brasil. Também foi investido R$ 1,5 milhão em projetos com a Viva Rio (ONG) e a UNEsCO.

ei, cara!Que música você

está ouvinDo?

De vez em quando, uma pessoa na rua está empolgada ouvindo uma música e dá vontade de saber que som está tocando. Tyler Cullen decidiu deixar a vergonha de lado e saiu pelas ruas de Nova York perguntando para as pessoas “Hey you! What song are you listening to?”, algo como “Ei, cara! Qual música você está ouvindo?” O resultado está disponível no canal do videomaker no YouTube (www.youtube.com/user/TyCullen, em inglês). Após o sucesso do projeto, versões de várias cidades apareceram na internet. Para assisti-las, basta fazer uma busca pelo nome do projeto no YouTube e anotar as dicas.

para aprender, namorar, entender o mundo ou se encaixar em uma tribo. a verdade é que muitos fatores podem permear a criação e veiculação de uma música. coloque um bom álbum paratocar e entenda alguns desses conceitos

Atribui-se a Friedrich Nietzsche a ideia de que, sem música, a vida seria um erro. Ela é uma das manifestações culturais de maior importância na nossa vida desde o nascimento. Que mãe não embalou o filho ao som de uma canção? Todo casal tem um “hit” que marcou o relacionamento. É certo que, conforme o tempo passou, a relação das pessoas com a cultura também foi mudando. Mas o que se mantém constante é que a música é uma ferramenta fundamental para sabermos mais sobre a história de uma pessoa ou, porque não, de toda uma sociedade.

Um dos fatores que aproximam as pessoas da música é a facilidade com a qual ela se faz presente no nosso cotidiano. seja pelo rádio, pela televisão ou na trilha sonora de um filme, a música nos é entregue de bandeja praticamente todos os dias. “Ela está entre as manifestações mais fortes das artes, é um dos pilares da cultura”, garante Beto schkolnick, educador musical e instrumentista, integrante do Fórum Latino-Americano de Educação Musical.

Mesmo com o “turbilhão” de notas musicais ao qual estamos submetidos, cada um acaba por construir seu “repertório” pessoal. “A música é muito midiática. É preciso escutar com cautela o que nos é oferecido”, explica Beto. Criar uma coleção musical não é tarefa fácil. “As obras que estão fora da mídia devem ser apresentadas aos novos ouvintes. É difícil que uma criança ou adolescente conheça espontaneamente a música erudita, ou mesmo compositores atuais que não aparecem na TV ou no rádio”, aponta.

O jornalista André Barcinski, crítico do jornal Folha de S. Paulo e co-apresentador do programa de rádio Garagem, há quase 20 anos no ar, concorda com a opinião de Beto. “As pessoas começam a gostar de música dentro de casa. sempre tem um amigo ou parente mais velho que é fã e passa a admiração quase que por ‘osmose’”, reflete. Para as novas gerações, que já cresceram com a internet, pode ser mais fácil chegar até um artista ou a uma música, mas isso não invalida a grande influência exercida pelas pessoas próximas. “Às vezes, uma criança tem contato com um disco na casa dos pais e fica com sua melodia na mente. Anos depois, volta a escutá-lo e ele passa a ser um dos seus favoritos”, completa Barcinski.

caDa um na sua tribo

O primeiro contato dos seres humanos com a música é quase instintivo: a mãe que canta para o bebê adormecer, a criança que aprende a cantar Parabéns para você enquanto bate palminhas, as cantigas para brincar de roda ou pular corda durante a infância. “Quando têm contato diário com a música, os pequenos desenvolvem habilidades como a fala e a coordenação motora”, ressalta Beto.

Durante a adolescência, o caráter pessoal começa a se formar. Não por coincidência, na maioria das vezes, é nessa época que o gosto musical também começa a se moldar e os jovens passam a andar em “tribos”. “Gostar de uma música é um processo de identificação que pode envolver muitos fatores: a classe econômica, a atuação social e cultural e até mesmo a personalidade”, explica Beto. A nova geração, sempre conectada à internet, tem mais facilidade para conhecer vários estilos e influências. Mas nem sempre isso é positivo. “Como existem muitas opções, sempre há o risco de o jovem ficar preguiçoso e parar de procurar novidades. Ou observar a infinidade de informações e achar que não precisa pesquisar nada porque já conhece tudo”, filosofa André Barcinski.

aQui e lá foraCom um território extenso e habitado por descendentes de diversas etnias, o Brasil possui grande variedade de ritmos e gêneros que compõem o cotidiano de seus habitantes, independentemente da classe social ou localização. “Essa marca visível da nossa cultura é traduzida pela forma como a música toma parte nas celebrações. Os indivíduos mais sensíveis têm peculiar interesse em se expressar por meio de composições próprias, independentemente do seu conhecimento musical”, reflete Zuza Homem de Mello, musicólogo e jornalista.

O povo brasileiro possui uma relação tão forte com a música que, junto do futebol, esse é seu principal elemento de reconhecimento em termos de cultura. E engana-se quem pensa que apenas o samba-enredo dos carnavais é famoso no exterior. “Desde a Bossa Nova, a música popular passou a ser conhecida e admirada. João Gilberto e Tom Jobim abriram a estrada para os demais artistas brasileiros muito respeitados”, afirma Zuza. Não é à toa que músicos do Brasil lotam as casas de show mundo afora.

pátria amaDa, brasilEntre as décadas de 20 e 50, os intelectuais brasileiros mantiveram uma forte preocupação em redescobrir do que, afinal, é composta a cultura brasileira. E foi na música popular que Mário de Andrade buscou ferramentas para entender nossa sociedade tão complexa. O intelectual modernista foi o pioneiro, no Brasil, a dedicar-se aos estudos de etnomusicologia, a análise

interdisciplinar das músicas de um povo. Com interesse especial pela cultura popular e tradição oral brasileiras, em 1928, viajou pelo interior do Nordeste, ouvindo as canções populares e

registrando o conteúdo em partituras. “Ele recolheu material da mesma maneira que um botânico colheria matéria para estudo”, compara samuel Araujo, professor da escola de etnomusicologia da

Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O material coletado por Mário foi publicado em vários livros póstumos, que se tornaram base para os estudos que se desenvolvem até hoje.

Também é possível entender um país pelas suas músicas oficiais. Você sabia que até a Proclamação da República nós tínhamos outro Hino Nacional? “Era uma letra belíssima, mas que representava os

interesses da monarquia, cantada por um soprano agudo. O povo não conseguia cantar no mesmo tom”, explica samuel. A República exigia um novo hino e foi realizado um concurso para escolher a letra. A vencedora,

Liberdade, liberdade!, não agradou às autoridades nacionais e se tornou o Hino da Proclamação da República. Posteriormente, a atual letra foi escolhida como o Hino Nacional Brasileiro, e o tom da música foi mudado para que

o povo pudesse acompanhar, em coro. “Todos os hinos ao redor do mundo são pensados como forma de criação de uma unidade nacional e representação de um povo”, explica samuel.

www.issuu.com/paperDigital

no embalo Da música

Page 4: Paper 40 :: Música

Que tal aproveitar o tempo livre com as crianças para estimular o contato com a música e, de quebra, ajudar a preservar o meio ambiente? Com um pouco

de dedicação, é possível construir vários instrumentos musicais a partir de materiais recicláveis que você tenha em casa. Se precisar de alguma inspiração, o site Ecoviver ensina a fazer diversos instrumentos, como: um pandeiro com pratinho de vaso, tampinhas e arame; uma flauta com cano de PVC, bexiga e fita crepe; e até um saxofone com cano, fita crepe e garrafa plástica. Veja mais opções no site www.ecoviver.com.br/default.asp?id=6a e dê asas à imaginação.

NA PRÓXIMA EDIÇÃO: Certifi cações

AGOSTO 2011

ESTA É UMA PUBLICAÇÃO MENSAL DA

Pense nisso

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ado.

• Diretoria Jurídica e de Assuntos Corporativos Ricardo C. Zangirolami• Direção do Projeto Alessandra Fonseca - Gerente de Comunicação e Marketing Institucional / e-mail [email protected] • Coordenação do Projeto Tayla Monteiro - Comunicação e Marketing Institucional / e-mail [email protected]• Estagiária de Comunicação Fernanda Camargo• Criação e Produção Agência Ideal • Direção de Arte e Projeto Gráfi co Tom Comunicação • Coordenação Editorial Marina Rodriguez • Redação Camila Gonçalves e Marina Rodriguez • Revisão Ricardo César • Impressão Ogra • Jornalista responsável Ricardo Cesar – MTB 33669• Colaboraram nesta edição André Barcinski, jornalista, crítico do jornal Folha de S.Paulo e coapresentador do programa de rádio Garagem; Beto Schkolnick, educador musical e instrumentista e integrante do Fórum Latino-Americano de Educação Musical; Fernanda Aquino, analista de Comunicação e Relações com a Comunidade da IP; Jéssica Beletatti, analista de Comunicação da IP; Samuel Araujo, professor da escola de etnomusicologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Zuza Homem de Mello, musicólogo e jornalista• Sugestões e Correspondências Avenida Paulista, nº 37, 14° andar – CEP 01311-000

ESTA PUBLICAÇÃO FOI IMPRESSA EM PAPEL CERTIFICADO PELO PROGRAMA BRASILEIRO DE CERTIFICAÇÃO FLORESTAL

MÊS DE IMPORTANTES PREMIAÇÕES PARA A INTERNATIONAL PAPER

Em junho, foi realizado o Prêmio Melhores Marcas 2011, promovido pela Agnelo Editora, que reconheceu as marcas que mais se destacaram no ano passado. O papel Chamex venceu a categoria “papel branco”, na qual concorreu com importantes marcas do mercado. Já o Prêmio Consumidor Moderno de Excelência em Serviços ao Cliente condecorou a área de serviço de Atendimento ao Consumidor (sAC) da IP pela sétima vez consecutiva na categoria “papel e celulose”. Organizada pelo Grupo Padrão Editorial e avaliada pelo Instituto GFK Indicator, a premiação tem o objetivo de identificar e disseminar as melhores práticas em serviços ao cliente no País e reconhecer as empresas que priorizam a excelência no atendimento.

IP É A PRIMEIRA EMPRESA DO SETOR A RECEBER A CERTIFICAÇÃO EUROPEAN ECOLABEL FLOWER

Após um rigoroso processo de auditoria, as áreas de suporte Técnico Operacional da unidade de Luiz Antônio e de Tecnologia e Meio Ambiente da companhia foram certificadas com o European Ecolabel Flower (Rótulo Ecológico Europeu Flower). A IP será a primeira empresa do setor no Brasil a receber a recomendação do selo, um reconhecimento de sua preocupação com a sustentabilidade. A auditoria do European Ecolabel Flower responde às exigências do mercado europeu, e o selo só é concedido a empresas que atendem aos mais altos padrões ambientais.

MAIS DE 100 PROFISSIONAIS SE VOLUNTARIAM PARA O FORMARE DE LUIZ ANTÔNIO

A unidade de Luiz Antônio se prepara para receber sua primeira turma da Escola Formare, composta por 20 alunos que irão frequentar o curso de Operações

Industriais. Os profissionais da planta foram convidados a participar de workshops para conhecer o projeto e, em

caso de interesse, se inscrever para atuar no posto de educadores. 105 profissionais da IP serão voluntários

no projeto, contando com o total apoio da empresa.

IIP EM PARCERIA COM A CESP ORGANIZAM ATIVIDADE EDUCACIONAL PARA CRIANÇAS

O projeto de responsabilidade socioambiental Guardiões: Projeto Nascente, patrocinado pelo Instituto International Paper e coordenado pela Prefeitura de Três Lagoas, realizou atividades educacionais para alunos de duas escolas do campo do município. Essas atividades foram coordenadas pela CEsP - Companhia Energética de são Paulo, parceira do projeto, que nessa iniciativa desenvolveu com 324 alunos e 23 professores participantes atividades sobre vegetação e os recursos hídricos da região. Foi abordada a importância do tema de preservar a água potável, que é tarefa de todos. As crianças assistiram a uma peça de teatro e, ao final da atividade, os alunos se comprometeram a preservar os recursos hídricos. Este ano, também aconteceu uma capacitação de multiplicadores socioambientais nas duas escolas, reunindo 35 profissionais de educação e 52 alunos. Entre as atividades realizadas com as crianças, estão a confecção e montagem de herbário com espécies da flora regional e o replantio de mudas nos córregos Oriundiuva e Vertente. A ação também contou com a participação dos pais.

LIVROS DERUBEM FONSECASÃO LANÇADOSNA FLIP COMPATROCÍNIODA IP

Com patrocínio da IP, a editora Nova Fronteira editou dois livros inéditos de Rubem Fonseca: José e Axilas e Outras Histórias Indecorosas, além da coleção Fronteira. As obras foram apresentadas ao público na 9ª Festa Literária Internacional de Paraty (FLIP), realizada de 6 a 10 de julho. A impressão das publicações foi feita em

Chambril Avena, papel off-white que proporciona uma leitura mais agradável, com bom corpo, opacidade ideal,

suavidade ao toque e conforto visual. O papel também combina resistência e uniformidade, garantindo a alta

qualidade de impressão.

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