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ECONOMIA BRASILEIRA Heliton C. Hirt Viviani Velozo de Oliveira Professore -Rosangela Aparecida da Silva Centro Universitário Leonardo da Vinci - UNIASSELVI Curso (Direito 1.5 ) – Economia 25/04/14 RESUMO O estudo da Economia Brasileira abrange a microeconomia e a macroeconomia, sendo esta última nosso objetivo. A macroeconomia estuda a economia como um todo, analisando e determinado o comportamento de seus agregados. Tem como foco o crescimento econômico do país, como também formular propostas para resolver os problemas econômicos e melhorar a qualidade de vida das pessoas. Palavras-chave: Macroeconomia. Governo. Inflação. 1 INTRODUÇÃO Verificaremos nestas laudas, o conceito de macroeconomia, os objetivos da política economia; como o Estado equilibra as demandas e ofertas tanto no mercado interno e externo. Dentre os principais objetivo da política econômica, encontramos o crescimento de produção e do emprego, tema que estudaremos juntos, pois quando ocorre o crescimento de produção automaticamente o nível de desemprego cai. No que tange a inflação abordaremos dentro dos objetivos da política econômica sinteticamente. Para depois estudarmos profundamente este tema E por fim faremos um breve estudo sobre os instrumentos de política econômica, como o governo controla através deles, a

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ECONOMIA BRASILEIRA

Heliton C. HirtViviani Velozo de Oliveira

Professore -Rosangela Aparecida da Silva Centro Universitário Leonardo da Vinci - UNIASSELVI

Curso (Direito 1.5 ) – Economia25/04/14

RESUMO

O estudo da Economia Brasileira abrange a microeconomia e a macroeconomia, sendo esta última nosso objetivo. A macroeconomia estuda a economia como um todo, analisando e determinado o comportamento de seus agregados. Tem como foco o crescimento econômico do país, como também formular propostas para resolver os problemas econômicos e melhorar a qualidade de vida das pessoas. Palavras-chave: Macroeconomia. Governo. Inflação.

1 INTRODUÇÃO

Verificaremos nestas laudas, o conceito de macroeconomia, os objetivos da política

economia; como o Estado equilibra as demandas e ofertas tanto no mercado interno e externo.

Dentre os principais objetivo da política econômica, encontramos o crescimento de

produção e do emprego, tema que estudaremos juntos, pois quando ocorre o crescimento de

produção automaticamente o nível de desemprego cai. No que tange a inflação abordaremos dentro

dos objetivos da política econômica sinteticamente. Para depois estudarmos profundamente este

tema

E por fim faremos um breve estudo sobre os instrumentos de política econômica, como o

governo controla através deles, a economia brasileira, após veremos a estrutura de análise

econômica e suas variáveis econômicas. Após este estudo retomaremos a pesquisa sobre a inflação

seus tipos, conceitos e atualidades deste tema.

2 MACROECONOMIA

Podemos conceituar que a macroeconomia, estuda o funcionamento da economia de um país

de uma forma mais abrangente. Estuda a economia como um todo, analisando e determinado

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grandes agregados. Este estudo abrange o nível geral de preços, emprego e desemprego, renda,

produto nacional, investimentos, taxa de câmbio, balanço de pagamento, inflação, poupança e

consumo, estoque de moeda, políticas fiscais, monetárias, cambiais entre outros fatores.

Convém dizer que a Macroeconomia está relacionada a Microeconomia, sendo esta segunda

responsável pelo estudo do comportamento das unidades econômicas individuais e de mercados

específicos. Enquanto a Macroeconomia trata o mercado de bens e serviços como um todo,

incluindo nesta visão os produtos agrícolas, industrias e serviços de transporte e no mercado de

trabalho, a microeconomia visa neste último diferenças na qualificação, sexo, idade, origem da

força do trabalho. Podemos dizer então que a microeconomia faz partes da macroeconomia. Sendo a

Macroeconomia o estudo de diversas microeconomia contidas em um pais, mais outros índices

relacionados ao Estado e produções no Exterior.

“Entretanto, embora exista um aparente contraste, não há conflito entre a Micro e a

Macroeconomia, uma vez que o conjunto de economia é a soma de seus mercados individuais. A

diferença é primordialmente uma questão de ênfase, de enfoque. Ao estudar a determinação de

preços numa indústria, na Microeconomia consideram-se constantes os preços das outras indústrias

(a hipótese de coeteris paribus). Na Macroeconomia, estuda-se o nível geral dos preços, ignorando-

se as mudanças de preços relativos dos bens das diferentes industrias”1

A Macroeconomia preocupa-se mais com os aspectos de curto prazo. Tratando de questões

como o desemprego, níveis de produção, variações de mercado e estabilização do nível geral do

preços. A parte teórica econômica que estuda questões de longo prazo é denominada teoria do

desenvolvimento e crescimento econômico. Esta teoria analisa os grandes agregados mas com

enfoque diferenciado, preocupando-se com a trajetória de longo prazo. No que se refere a teoria de

desenvolvimento e crescimento está fundamentada às questões estruturais, que não envolvem

apenas utilização de instrumentos de política econômica, mas também a fatores institucionais,

sociais, tecnológicos, como qualificação de mão de obra, melhoria tecnológica, qualidade de vida

da população, distribuição de renda.

Assim concluímos que a teoria macroeconômica tradicional trata das questões de

desemprego e inflação, problemas de curto prazo, enquanto as teorias de desenvolvimento e

crescimento tratam de questões estruturais, que envolvem politicas cujo efeitos serão a longo prazo,

pois necessitam de mudanças profundas nas estruturas econômica e institucional de um país.

1 VASCONCELLOS 2005 P.86

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2.OBJETIVOS DE POLITICA ECONOMICA

A macroeconomia possui algumas metas como aumentar o nível de empregos, estabilizar os

preços, distribuir renda, crescer a economia, solucionar conflitos de objetivos. As questões relativas

ao emprego e a inflação, são consideradas conjunturais, de curto prazo, enquanto as questões

relativas ao crescimento econômico e a distribuição de renda envolvem aspectos estruturais, que são

predominantemente de longo prazo.

“A política macroeconômica refere-se ao conjunto de medidas adotadas pelo Governo

visando afetar agregados econômicos, como crescimento da economia, inflação, taxa de

desemprego, balanço de pagamentos e distribuição de renda. Para a formulação e tomada de

decisões de política econômica, é fundamental a avaliação oportuna e consistente da evolução da

economia e de diferentes estratégias e alternativas de política”2.

2.1 CRESCIMENTO DA PRODUÇÃO E DO EMPREGO

O crescimento econômico é a meta mais importante a ser perseguida pelos formuladores da

política econômica. Refere-se a expansão de produção de um país, isto é uma quantidade crescente

de mercadorias e serviços para serem adquiridos pela sociedade. Quando a produção de um país

cresce rapidamente, mais do que a população, diz-se que a produção por pessoa (ou renda per

capita) está aumentando. Importante salientar que o aumento de produção está diretamente ligado

ao aumento do nível de renda de uma sociedade. Assim nenhum país conseguira melhorar o nível

de renda de sua sociedade se não aumentar a produção. Percebemos que há uma correlação entre

produção e emprego, pois com o objetivo de crescimento de produção automaticamente aumentará

o nível de emprego, porque para produzir mais, precisa de mais mão de obra.

“Quando se fala de crescimento econômico, estamos nos referindo da renda nacional per

capita, ou seja colocar à disposição da coletividade uma quantidade de mercadoria e serviços que

supere o crescimento populacional. A renda per capita é considerada um razoável indicador – o

mais operacional – para se referir a melhoria do padrão de vida da população, embora apresente

falhas (os países árabes têm as melhores renda per capita no mundo, mas não o melhor padrão de

vida em relação a outros países com renda per capita elevada).3

2SPE- Secretaria-Adjunta de Políticas Macroeconômicas https://www1.fazenda.gov.br/spe/novo_site/home/pol_macro.html3 VACONCELLOS 2005 p.90

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Devido a deterioração do meio ambiente, poluição, ecologia, dentre outros, países

desenvolvidos questionaram a importância do crescimento como meta principal da política

econômica, e nos países subdesenvolvidos, como o Brasil, argumentava-se que seria preferível

crescer mais devagar, mas com melhor distribuição de renda. Esse questionamento aconteceu

durante os anos 60 e 70.Hoje em dia esse parâmetros foram adequados é o que chamamos de

crescimento econômico sustentável, isto quer dizer aumentar a produção respeitando o meio

ambiente.

As políticas econômicas procuram estimular o crescimento da capacidade produtiva da

economia (PIB) de uma maneira sustentável, ou seja, o aumento da quantidade de bens e serviços

ofertados acompanhado do aumento do nível de emprego.

É importante ressaltar que crescimento econômico é diferente de desenvolvimento

econômico. Sendo que, crescimento econômico é o aumento da renda nacional, já o

desenvolvimento econômico, inclui melhoria nos indicadores sociais (pobreza, desemprego, meio

ambiente, moradia etc.).

2.2 CONTROLE DA INFLAÇÃO

Podemos definir como inflação o aumento descontrolado do nível geral de preços. O

objetivo de controlar a inflação não é mantê-la igual a zero. O que se busca é evitar o período de

aceleração permanente no crescimento dos preços e manter a inflação em parâmetros reduzidos

situados entre taxas de 6% a 7% ao ano, desde que estáveis ou descendentes.

Aceita-se que um pouco de inflação faz parte dos ajustes de uma sociedade, dinâmica, em

crescimento é isto que considera VASCONCELLOS; coloca ainda que algumas condições

inflacionarias são inerentes ao próprio processo de crescimento econômico. E que mesmo em países

mais desenvolvidos, o controle da inflação também é uma preocupação presente, pois quanto maior

o nível de atividade econômica, mãos próxima permanece a utilização de recursos produtivos de seu

limite máximo, gerando tensões inflacionarias.

Estas preocupações em controlar a inflação se justifica pois uma vez que a inflação sobre,

acarretam muitas distorções na economia: afetam negativamente a distribuição de renda, à medida

que os mais pobres não conseguem se proteger da inflação ( porque não conseguem aplicar seus

recursos no mercado financeiro);reduzem os prazos das aplicações financeiras, fazendo desaparecer

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os recursos para financiar os investimentos, a compra de moradias; dificultam e até mesmo

impossibilitam planejamento empresarial que não seja a curto prazo; e podem levar até uma

hiperinflação, que pode levar a destruição do parque produtivo, como ocorreu na Alemanha, pôs

guerra e mais recentemente na Argentina no final dos anos 80.

A experiência mundial prova que os países que não conseguiram controlar as taxas da

inflação não conseguiram obter de forma sustentável o crescimento da produção de bens e serviços.

Isto ocorreu com o Brasil nos anos 80, em que o pais ficou praticamente estagnado durante toda a

década e viveu um processo inflacionário agudo. Tais fatos faz com que o controle inflacionário

seja um dos objetivos primordiais da política econômica, principalmente nos países em

desenvolvimento.

2.3 EQUILIBRIO NAS CONTAS EXTERNAS

O Brasil, assim como outros países mantém relações comerciais e financeiras como o resto

do mundo. O registro contábil dessas transações compõe o balanço de pagamentos.

O equilíbrio no balanço de pagamentos se faz necessária para evitar uma série de

dificuldades para o adequado funcionamento da economia. Assim se o país tem déficits

permanentes nas contas externas, em algum momento vera esgotadas suas reservas,

impossibilitando de honrar seus compromissos ou limitando sua capacidade de importar por falta de

divisas (moeda estrangeira). Mas também se houver superávits permanentes podem geram

dificuldade na condução da política econômica. Porque a entrada excessiva de dólares na economia,

obriga o Banco Central a emitir mais moedas local, no caso o real, pois o agente que recebe moeda

estrangeira efetua a troca por moeda nacional. E quanto mais moeda existir na economia, maior o

risco de inflação.

Importante ressaltar que superávits ou déficits esporádicos não são preocupantes. Em alguns

casos os superávits nas contas externas são necessários para recompor as reservas; em outros casos,

os déficits ajudam o controle da política monetária.

Sobre este tema Vasconcellos discorre: “A oferta de divisa depende das exportações e da

entrada de capitais financeiros, enquanto a demanda de divisa é determinada pelo volume de

importações e as da de capital financeiro. Coloca como condição de equilíbrio que a oferta de

demanda tem que ser igual a demanda de divisas, sendo que a variável determinada nesse mercado

é a taxa de cambio.

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“O Banco Central interfere no mercado de divisas fixando antecipadamente a taxa de

cambio (regime de taxa de cambio fixas) ou deixando a taxa flutuar (regime de taxas de câmbio

flutuantes ou flexíveis), mas praticamente determinando a taxa de equilíbrio, pois ele atua tanto na

compra como na venda de divisas flutuação suja, ou dirty floating)4

No Brasil na década de 80, houve uma completa sangria das divisas internacionais, as quais

começaram a se recuperar em 1984.Em 1986-1987, com o Plano Cruzado, o pais teve resultados

negativos no balanço de pagamentos e o nível de reserva declinou. Daí até o Plano Real, o país teve

um processo permanente de crescimento de reservas, que superavam US$ 70 bilhões em 1998.No

início de 1999, encontravam-se pouco acima dos US$ 30 bilhões.

2.4 DISTRIBUIÇÃO DE RENDA

Mesmo que seja difícil argumentar que a sociedade deva remunerar igualmente a todos, não

se pode deixar de atribuir à melhoria da distribuição de renda como um objetivo de política

econômica. No Brasil isso é claro, uma vez que uma das características de nossa economia é a

péssima distribuição de renda, tal situação é grave que ultrapassa os limites da área econômica,

repercutindo na área social, para tornar-se uma questão política. É importante salientar que para que

haja uma mudança fortes na distribuição de renda, a não ser por reduções bruscas das taxas

inflacionarias, não ocorrem em pouco tempo, fato que justifica porque esse objetivo não tem sido

considerado elemento determinante das oscilações da política econômica, apesar de sua

importância.

Segundo Vasconcellos, no países que tiveram um crescimento bastante rápido como o

Brasil, Chile, México e Coreia do Sul, gerou-se um aumento abrupto da demanda por mão de obra

qualificada, que por não existir muitos profissionais qualificados, os salários dos que possui

qualificação são mais altos, assim mesmo que os menos qualificados tiveram ganhos, a diferença

salarial é percebida. Sendo considerada a falta de qualificação de mão de obra, a principal causa da

piora distributiva de renda.

Podemos considerar que devido a diversos projetos sociais com finalidade de qualificar ao

mão de obra, como por exemplo o PRONATEC, desenvolvido atualmente, alterando esta situação,

mas como falamos anteriormente será relativamente a longo prazo.

2.5 OUTROS OBJETIVOS

4 VASCONCELLOS 2005 p.95

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Podemos considerar outros objetivos incluídos atualmente, como por exemplo a

sustentabilidade econômica, Há um ordenamento das ações em todo o planeta, com objetivos

interligados entre o modo de escolher qual o caminho de crescimento econômico que a sociedade

quer, para que vise ao atendimento das necessidades ilimitadas da população sem, contudo,

impactar na degeneração do ecossistema. Há forte influência do meio para elevação do consumo,

como a mídia, a cultura, os motivadores sociais. A própria influência da abertura comercial entre

países faz com que os preços caiam, influenciando o aumento das importações, facilitando mais

ainda as compras pela sociedade.Com o avanço tecnológico, os produtos antes inatingíveis

tornaram-se gêneros de primeira necessidade. Como também a liberdade econômica, maior

concorrência. Porém estes objetivos são menos explícitos na economia brasileira. A maior

concorrência, por exemplo representa uma contribuição importante para combater a inflação. Porém

a discussão fica centrada no crescimento da produção e do emprego, controle da inflação e

equilíbrio do setor externo, a curto prazo, além da distribuição de renda, numa visão a longo prazo.

2.6 CONFLITOS ENTRE OS OBJETIVOS

Importante salientar que os objetivos de política econômica muitas das vezes são

conflitantes, e que em algumas vezes atingir um objetivo facilitará o êxito de outro, o crescimento,

por exemplo, pode facilitar o problema da pobreza, mas isto não é regra, como falamos

anteriormente. Nos países subdesenvolvidos, as metas de crescimento e equidade distributiva, se

mostram conflitantes. Outro conflito ocorre entre as metas de crescimento da produção e do

emprego e a estabilidade dos preços. O aumento da demanda que contribui para o aumento da

produção e reduzir o desemprego pode agravar a inflação e desequilibrar o setor externo, pelo

crescimento excessivo das importações, como aconteceu no plano Real em 95.

A experiência brasileira, em termos de conflitos entre os objetivos, merece ser destacada.

No início da década de 80, para equilibrar o balanço de pagamentos, a produção (e, portanto, o

emprego) e a inflação foram objetivos sacrificados. No Plano Cruzado, o crescimento foi atendido

com sacrifício do setor externo; a inflação reduziu-se enquanto o congelamento durou, mas depois

saiu do controle. O Plano Bresser voltou a sacrificar o crescimento, objetivando o reequilíbrio

externo e o combate à inflação. O Plano Verão visou reduzir a inflação, mesmo com queda no nível

do produto. O Plano Collor tentou (sem êxito) combater a inflação às custas de forte queda da

produção (1990-1991). Por fim, o Plano Real conseguiu reduzir a inflação, mas a situação externa

foi sacrificada.5

5 LANZANA 2001 p.20

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O administrador público tem de fazer escolhas quanto à ênfase a ser dada a diferentes

objetivos. Pois cada combinação afetará diferentes grupos na sociedade de diferentes maneiras, e

sua escolha estará sujeita à objeção política pelos representantes dos grupos para os quais a escolha

alternativa é pior.

O Plano real no Brasil, a partir de 94 teve como meta de reduzir a inflação e estabilizar os

preços, com a queda de aproximadamente 45% na taxa de inflação. Dentre os instrumento

utilizados, recorreu-se à valorização da moeda nacional perante o dólar, o que promoveu um

aumento das importações e da concorrência de produtos estrangeiros com os nacionais internos e

consequentemente a queda dos preços dos produtos internos. Entretanto houve uma redução do

ritmo das exportações (os produtos brasileiros ficaram mais caros em relação ao dólar), a balança

comercial tornou-se deficitária e aumentou a vulnerabilidade externa da economia brasileira.

Assim o conflito entre os objetivos de política econômica as vezes nos leva a avaliações

econômicas diferenciadas. Um programa de estabilização que consegue reduzir a taxa de inflação,

mas gera simultaneamente a recessão, pode ter uma avaliação positiva na visão sobre o controle da

avaliação como principal objetivo, mas para os que tem o objetivo de crescimento da produção faz-

se uma visão negativa.

3. INSTRUMENTOS DA POLÍTICA MACROECONOMICA.

Com o objetivo de permitir que a economia opere e pleno emprego, o governo atua sobre a

capacidade produtiva (oferta agregada) e despesas planeja (demanda agregada), com baixas taxas de

inflação e com uma distribuição de renda justa. Para tais objetivos o governo utiliza as políticas

fiscal, monetária, cambial e comercial e de rendas.

3.1 POLÍTICA FISCAL

Pode ser dividida em duas grandes partes: a política tributária e a política dos gastos

públicos. O governo nas esferas federal, estadual e municipal; efetua despesas na economia com

pagamentos dos funcionários, construção e manutenção de escolas, hospitais e pagamento de juros

de juros da dívida interna. Quando o governo aumenta esses gastos, diz-se que a política fiscal é

expansionista); caso contrário, tem-se uma política fiscal contracionista. A política fiscal será

expansionista ou contracionista dependendo do que o governo está pretendendo atingir com a

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política de gastos. No outro lado da política fiscal, o governo pode atuar Sobre o sistema tributário

de forma a alterar as despesas do setor privado (entre bens, entre consumo e investimento etc.), a

incentivar determinados segmentos produtivos, e assim por diante. Os impostos podem ser diretos

ou indiretos. Os primeiros (diretos) são aqueles que incidem diretamente sobre a renda e a

propriedade, como é caso do Imposto de Renda (IR), do Imposto sobre a Propriedade de Veículos

Automotores (IPVA), do Imposto sobre a Propriedade Territorial e Urbana (IPTU) e do Imposto

sobre a Propriedade Rural (ITR). Já os impostos indiretos estão "embutidos" na produção, vendas e

consumo de mercadorias, incluindo-se aí o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), o

Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), a Contribuição para o Financiamento

da Seguridade Social (Finsocial), o Programa de Integração Social (PIS) etc. A composição de

gastos e arrecadação leva ao conceito de déficit público.

Acerca do gasto público no Brasil, após análise detalhada encontramos aspectos

importantes: a excessiva rigidez do gasto público federal, a parcela não desprezível do gasto na área

social (ao contrário do que se imaginaria em princípio) e a ineficiência desse mesmo gasto social.

O gasto público constituiu um importante instrumento do governo para controlar a atividade

econômica. É comum, em vários países, observar-se períodos de expansão e contração dos gastos

públicos, em face das necessidades da política econômica, fato esse que não ocorre no Brasil. da

arrecadação que precisa ser destinada sino, a programas de alimentação etc.

3.2 POLÍTICA MONETÁRIA

Afetam o comportamento da economia as condições de credito, isto é a disponibilidade ou

não de empréstimos, juros altos ou baixos. Por exemplo quanto mais baixos forem os juros da

economia, haverá mais consumo, as pessoas não pouparão, serão incentivadas a consumir, mais

propicias as comprar os produtos em prestações e em utilizar linhas de credito, diante disso as

empresas tendem a investir mais, o investimento fica mais fácil e aplicar no mercado financeiro é

menos rentável. A avaliação de credito é farto. Mas se oposto acontecer, ficando o credito difícil, os

consumidores tendem a consumir menos, as empresas diminuem seus investimentos e a

inadimplência aumenta na economia. Para que isso fique equilibrado o governo utiliza a política

monetária, podendo aumentar ou diminuir o dinheiro que circula na economia, podendo aumentar e

diminuir a capacidade dos bancos emprestarem (obrigando os bancos a depositarem parcela maior

ou menor de seus recursos no Banco Central, deposito compulsório), e pode também atuar sobre as

taxas de juros quando vende ou compra seus títulos no mercado.

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“Uma vantagem frequentemente apontada da política monetária sobre a fiscal é que a

primeira pode ser implementada logo após a sua aprovação, dado que depende apenas de decisões

diretas das autoridades monetárias, enquanto a implementação de políticas fiscais depende da

votação no Congresso, e deve obedecer ao princípio da anterioridade, o que aumenta a defasagem

entre a tomada de decisão e implementação das medidas fiscais”6.

3.3 POLÍTICA CAMBIAL E DE COMÉRCIO EXTERIOR

A política cambial e de comércio exterior corresponde à ações do governo que atingem

diretamente as transações internacionais do país. Por meio da política cambial, o governo pode atuar

no mercado de divisas de diversas formas, dependendo da política que está sendo adotada: fixando

o dólar, determinado “bandas” para a variação do dólar, comprando e vendendo diretamente moeda

estrangeira.

Na política de comercio exterior à atuação do governo age na área de exportação e

importação. Se for na área de exportação será por meio de medidas de promoção comercial, de

estímulos fiscais (crédito-prêmio à exportação) e creditícios (taxas de juros subsidiadas), entre

outros, e na área de importação via impostos de importação, estabelecendo alíquotas, práticas

antidumping.

3.4 POLÍTICAS DE RENDAS (PREÇOS E SALÁRIOS)

Na década de 80 várias tentativas frustradas de efetivar um pacto social, trouxeram à tona

uma discussão que se chamou política de renda, isto é estabelecimento de critérios para reajuste de

preços e salários.

Alguns tipos de controle exercidos pelas autoridades econômicas podem ser considerados

dentro do âmbito das políticas monetária, fiscal ou cambial. Por exemplo, o controle das taxas de

juros e da taxa de cambio. Entretanto, os controles sobre os preços e salários situam-se em categoria

própria de política econômica. A característica especial é que, nesses controles, os preços são

congelados e os agentes econômicos não podem responder às influencias econômicas normais do

mercado.

A fixação da política salarial, o salário mínimo, a atuação do Conselho Interministerial de

Preços (CIP), depois da Secretaria Especial de Abastecimento e Preços (Seap), e os congelamentos

6 VASCONCELLOS 2005 p.92

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de preços e salários nos recentes planos econômicos estão no contexto de políticas anti-

inflacionárias.

4. CONTALIBIDADE SOCIAL

Contabilidade Social é uma técnica de registro e de mensuração de um conjunto interligado

de grandezas e de variáveis definidas pela Ciência Econômica. E, com efeito, uma forma especial

de estatística econômica, de natureza contábil, que se propõe a apresentar valores que expressam os

montantes das transações econômicas verificadas em determinada economia nacional. Em resumo o

propósito da Contabilidade Social é fornecer informações que permitam avaliar os efeitos das

atividades das empresas sobre a sociedade.

Devido à crescente responsabilidade social que devem assumir as entidades econômicas,

surge a necessidade de elaborar e apresentar informação sobre as atividades relacionadas com essa

responsabilidade. Este volume de informações agrupa aspectos do tipo social, ético, ambiental ou

ecológico, e ainda tem recebido diversas denominações como Contabilidade Social. A

Contabilidade Social não só busca medir resultados no processo monetário, mas também toma o

recurso humano desde a ótica humana, vendo-o como um ser que sente e que tem necessidades a

satisfazer.

Para Vasconcellos, alguns princípios devem ser observados no levantamento e medição dos

agregados macroeconômicos7:

Consideram-se apenas as transações com bens e serviços finais, não sendo computados bens

e serviços intermediários. Os custos de produção, referem-se apenas a remuneração dos fatores de

produção, não considerando os custos de mateiras primas e demais produtos intermediários;

Mede-se apenas a produção corrente do próprio período. Não levando em conta os valor das

transações com bens produzidos em períodos anteriores. Entretanto como as atividades econômicas

compõem-se também do setor de serviços, a atividade comercial é um serviço correte. Então

considera-se a remuneração do vendedor, como parte do produto corrente, mas não o valor do

objeto de transação.

As transações refere-se a um fluxo, isto é são definidas ao longo de um certo período de

tempo. Considera-se o ano, embora existam também estimativas trimestrais, como no Brasil.

7 VASCONCELLOS, 2005 p.99

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A moeda é neutra, sendo considerada apenas como unidade de medida, ou seja um padrão

para permitir a agregação de bens e serviço e s fisicamente diferentes e instrumento de troca;

Não são considerados os valores de transações puramente financeiras, dado que essas

medidas não representam diretamente acréscimos do produto real da economia. Esses agregados

(depósitos em empréstimos bancários, transações na Bolsa de Valores) são considerados como

transferências financeiras entre aplicadores e tomadores. Sendo assim neste mesmo sentido, as taxas

de juros e taxa de cambio não são apresentadas no sistema de contabilidade social.

4.1 OTICAS DE MENSURAÇÃO DAS ATIVIDADE ECONOMICAS

Produto Nacional (PN): É o valor de todos os bens e serviços finais produzidos em

determinado período de tempo. Medida do fluxo de produção. Valor: os preços permitem agregar

bens diferentes; moeda é a unidade-padrão de agregação. Bens e serviços finais: não se consideram

os bens e serviços intermediários. Período de tempo: mês, ano.

Despesa Nacional (DN): É o valor das despesas dos vários agentes na compra de bens e

serviços finais. DN = Despesas de consumo (C). Despesas das famílias com bens de consumo,

despesas com investimentos das empresas, gastos do governo e gastos do setor externo.

Renda Nacional (RN): É a soma dos rendimentos pagos às famílias, que são proprietárias

dos fatores de produção, pela utilização de seus serviços produtivos.

RN = salários (w) + juros (j) + aluguéis (a) + lucros (l)

Identidade básica: PN (produto nacional) = DN (despesa nacional) = RN (renda nacional)

Valor Adicionado: Consiste no cálculo do que cada ramo da atividade adicionou ao valor do

produto final, em cada etapa do processo produtivo.

VA = VBP - consumo de produtos intermediários; Então: PN = DN = RN = VA

Poupança (S): É a parcela da RN não consumida no período, isto é, da renda gerada

(salários, juros, aluguéis, lucros), parte não é gasta em bens de consumo.

S = RN - C

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Investimento (I): É o gasto em bens que representam aumento da capacidade produtiva da

economia, isto é, da capacidade de gerar rendas futuras; É o gasto em bens produzidos, que não

foram consumidos no próprio período e que serão utilizados para consumo futuro. I = PN - C I =

Ibk + DE. Depreciação: É o consumo do estoque de capital físico, em dado período.PNL = PNB - d

Produto Nacional a preços de mercados e a custo de fatores :PN a preços de mercado

(PNpm): é o PN medido a partir dos valores transacionados no mercado (ou seja, medido pelo preço

pago pelo consumidor final).PN a custo de fatores (Pncf): é o PN medido a partir dos valores que

refletem os custos de produção, a remuneração aos fatores.PNpm = Rncf + Ti - Sub

Renda Líquida de fatores externos (RLFE) : é a remuneração dos ativos pertencentes a

estrangeiros, divide-se em:

Renda Enviada ao Exterior (RE): parte do que foi produzido internamente não pertence aos

nacionais (capital e tecnologia). A remuneração desses fatores vai para for a do país. 2-Renda

Recebida do Exterior (RR): recebemos renda devido à produção de nossas empresas operando no

exterior.

PIB (Produto Interno Bruto): é a renda devida à produção dentro dos limites territoriais do

país. RLFE = RR - RE

Produto Nacional Bruto (PNB): renda que pertence efetivamente aos nacionais, incluindo a

renda recebida de nossas empresas no exterior, e excluindo a renda enviada para o exterior pelas

empresas estrangeiras localizadas no Brasil. PNB = PIB + RLFE

DESPESA NACIONAL DN = C + I + G + X – M

4.ESTRUTURA DE ANALISE DA MACROECONOMIA

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A Estrutura básica do modelo macroeconômico compõe-se de cinco mercados: mercados de

bens e serviços, mercado de trabalho ambos fazem parte real da economia e do mercado monetário,

mercado de títulos e de divisas, estas parte monetária da economia.

As variáveis ou agregados macroeconômicos soa determinados pelo encontro da oferta e da

demanda em cada um dos mercados.

• Mercado de Bens e Serviços: Determina o nível de produção agregada bem como o nível

de preços.

• Mercado de Trabalho: Admite a existência de um tipo de mão-de-obra independente de

características, determinando a taxa de salários e o nível de emprego.

• Mercado Monetário: Analisa a demanda da moeda e a oferta da mesma pelo Banco Central

que determina a taxa de juros.

• Mercado de Títulos: Analisa os agentes econômicos superavitários que possuem um nível

de gastos inferior a sua renda e deficitários que possuem gastos superiores ao seu nível de renda.

• Mercado de Divisas: Depende das exportações e de entradas de capitais financeiros

determinada pelo volume de importações e saída de capital financeiro.

5. INFLAÇÃO

A inflação é um dos temas mais discutidos na economia brasileira. A inflação pode ser

entendida como um processo de aumento continuo e generalizado dos níveis de preço. Importante

destacar que a inflação é um processo, não é um fato isolado; envolve aumentos contínuos e não

esporádicos de preços; e aumento generalizado de preços e não isolados. São de três tipos básicos:

demanda, custos e inercial.

5.1 INFLAÇAO DE DEMANDA

É causada por um excesso de procura em relação à oferta disponível. Entre os fatores que

podem causar pressão de demanda na economia, cabe destacar

a) Aumento de renda disponível, pode ocorrer por meio de aumentos reais de salários,

efeito-riqueza, ou mesmo redução da carga tributária., por exemplo, menor imposto de

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renda na fonte; no caso de aumento reais de salario podemos colocar o aumento salarial

estabelecido pela média real dos seis meses, mais um aumento de 8%, fato que ocorreu

no Plano Cruzado em 1986; os efeito-riqueza esteve presente no meses que seguiram à

implantação do Plano Verão de 89, pelos significativos rendimentos gerados pelas

aplicações financeiras; e por fim, a elevação da renda disponível por redução do

imposto de renda na fonte que ocorreu em janeiro de 86( véspera do plano Cruzado).

b) Expansão dos gastos públicos, dado que o governo é um dos agentes que demandam

bens e serviços na economia, um aumento dos gastos públicos pressiona o nível da

demanda agregada;

c) Expansão do credito e redução das taxas de juros, interferem na demanda de consumo e

de investimento; quando o credito é abundante (aumento da liquidez) há uma tendência

à elevação do consumo( maior facilidade de obter recursos), bem como do

investimento; da mesma forma, reduzidas taxas de juros estimulam o consumo: de um

lado, quem não dispõe de recursos para efetivar a compra à vista pode obter recursos

com uma prestação mais baixa; por outro, quem dispõe dos recursos; sente-se pouco

atraído a poupa-los, o que aconteceu no plano cruzado; o mesmo verifica-se em

relação à demanda de estoques: juros reduzidos podem estimular a aplicação de

estoques;

d) A expectativa dos agentes econômicos, também influencia o nível de demanda de

demanda da economia; logo após a implantação do Plano Verão, o receio do

descongelamento levou muitos agentes a antecipar compras, pressionando o nível de

demanda, foi o mesmo que ocorreu no Plano Cruzado; por outro lado, existem períodos

nos quais a incerteza em relação à manutenção do próprio emprego leva os

trabalhadores a reduzir os níveis de consumo ( e aumentar a poupança) para se preparar

no caso de um futuro período de dificuldades, como ocorreu em 81/83 na recessão e

também no Plano Real em função das mudanças que ocorreram no mercado do

trabalho.

5.2 INFLAÇÃO DE CUSTOS

A inflação de custos é causada por pressões de custos e consequente repasse para os preços.

Entre os fatores que podem causar aumentos de custos, cabe destacar:

a) Taxa de juros, dado que as empresas utilizam capital de terceiros; vale destacar que ao

mesmo tempo em que contribui parta reduzir a demanda, um aumento das taxas de juros eleva os

custos de produção;

Page 16: Paper Economia

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b) Desvalorização cambial, com o aumento dos preços dos produtos importados (tantos bens

de consumo final, como matérias-primas e equipamentos);

c) Preços externos, podem subir (em dólares), como ocorreu com o petróleo nas crises de

74,79 e mais recentemente, no ano 2000;

d) o custo de mão de obra, que é composto por salários mais encargos; sempre que há um

aumento do salário nominal, seja por política salarial, seja por acordos salariais com os sindicatos,

os custos elevam-se, a menos que se tenha um ganho proporcional de produtividade; a mesma

situação verifica-se com o aumento dos encargos sociais, como ocorreu na Constituição de 1988;

e) aumento impostos, pressionam os preços, como ocorreu em 1999, com a elevação da

COFINS (2% para 3%); importante ressaltar que os impostos em cascata e os indiretos (ICMS, IPI),

que seus impactos atingem diretamente os preços, o que não ocorre com os impostos diretos, como

o Imposto de Renda, cuja incidência é sobre o resultado do negócio.

5.3 INFLAÇÃO INERCIAL

Ocorre independente de pressões de demanda ou de custos está associado aos mecanismos

de indexação da economia, isto é a garantia (legal ou por prática) de reajustar preços, a partir da

constatação de inflação. Ocorre quando os preços de uma economia oferecem resistência às

políticas de estabilização para atacar as causas primárias da inflação, é a chamada memória

inflacionária. Essa inflação inercial é decorrente de mecanismos de indexação, que reajustam o

valor das parcelas de contratos pela inflação do período passado, ou seja, mesmo que não tenha uma

razão do preço aumentar, ele aumenta baseado nessa memória inflacionária.

Vasconcellos define inflação inercial, como sendo o processo automático de realimentação

de preços. Isto é, uma inflação corre tente que tem sua origem na inflação passada, perpetuando-se

uma inercia ou memoria inflacionaria. Sendo provocada principalmente por mecanismos de

indexação formal (salários, aluguéis, contratos financeiros) e indexação informal (preços em geral e

impostos, preços e tarifas públicas)8.

Quando uma economia sofre um choque de custos (por desvalorização cambial), o impacto

desse aumento de custos sobre os preços dependerá das condições de demanda da economia.

Quanto mais aquecida estiver a economia, maior será o impacto dos custos nos preços, portanto

maior taxa de inflação. Mas se a demanda estiver contraída, as empresas tentarão repassar os

8 VASCONCELLOS,2005 p.186

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aumentos dos custos para os preços, mas o mercado não aceitará totalmente, tais aumentos gerando

impactos menos significativos sobre a inflação.

Sendo assim verificamos que por ocasião de pressões de custos na economia observamos a

adoção de uma política de concentração de demanda para dificultar o repasse aos preços. Tal

situação foi observada em janeiro de 1999, devido à forte desvalorização do real, com o substancial

aumento das taxas de juros, provocando uma inflação de custos com redução de demanda.

Nas economias indexadas verificamos que, quanto menos rígida for a demanda, maior a

facilidade com que se espalham os mecanismos de indexação e se reduz a periodicidade dos

reajustes.

5.4 INDICADORES DE INFLAÇÃO E INFLAÇÃO ATUAL DO BRASIL

Há vários indicadores da inflação no Brasil. Alguns deles medem a evolução do preços no

nível do consumidor, outros medem o comportamento dos preços no atacado. O período de coleta

também varia, como também a região, em termos de orçamento familiar. Faremos uma síntese

sobre os principais indicadores utilizados em 20129:

IPC (Índice de Preço ao Consumidor): aumento de preços no varejo para famílias com

renda mensal entre 1 e 33 salários mínimos. Características: os dados utilizados são referentes a sete

capitais. Instituto responsável: FGV - Fundação Getúlio Vargas.

IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo): variação de preços no varejo para

famílias com renda mensal entre 1 e 40 salários mínimos. Características: utiliza dados de 11

capitais. Instituto responsável: IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor): variação de preços no varejo de itens

consumidos por famílias com renda mensal entre 1 e 5 salários mínimos . Características: medido

nas 11 principais regiões metropolitanas do Brasil. Instituto responsável: IBGE - Instituto Brasileiro

de Geografia e Estatística.

IPA (Índice de Preços ao Produtor Amplo): variação de preços de produtos industriais e

agrícolas dos atacadistas ao varejo. Características: calculado para três intervalos diferentes (M, DI

e 10). Instituto responsável: FGV - Fundação Getúlio Vargas.

9 INDICES DE INFLAÇÃO 2014

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INCC (Índice Nacional de Preços da Construção Civil): variação de preços na construção

civil como, por exemplo, mão-de-obra, materiais de construção e serviços. Características: usado no

financiamento direto das construtoras. Instituto responsável: FGV - Fundação Getúlio Vargas.

IGP (Índice Geral de Preços): variação de preços através de uma média ponderada de três

índices: INCC (10%), IPA (60%) e IPC (30%). Características: muito usado em contratos de longo

prazo como, por exemplo, reajuste de aluguéis. Instituto responsável: FGV - Fundação Getúlio

Vargas.

IPC-Fipe (Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas

Econômicas): habitação, alimentação, transportes, despesas pessoais, saúde, vestuário e educação.

Características: dados referentes à cidade de São Paulo. Verifica o custo de vida das famílias com

ganhos mensais de 1 a 20 salários mínimos. Instituto responsável: Fundação Instituto de Pesquisas

Econômicas da USP. -

IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado): formado por 60% do IPA, 30% do IPC e

10% do INCC. Mede as mudanças de preços de matérias-primas agrícolas e industriais no atacado e

de bens e serviços finais no consumo. Características: pesquisado entre os dias 21 de um mês e 20

do mês seguinte. Calculado para três intervalos diferentes (M, DI e 10). Instituto responsável: FGV

- Fundação Getúlio Vargas.

Índices de inflação em 2012:

- IPCA: 5,84% - IPC: 5,73% - INCC: 7,12%

- INPC: 6,20% - IPC-Fipe: 5,11% - IGP-M: 7,81%

- IPA: 8,90%

Em uma pesquisa feita pela internet verificamos a projeção para inflação de 2014:

A projeção para a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2014 saltou de 6,28% para 6,30%, de acordo com a pesquisa Focus divulgada nesta segunda-feira, 31, pelo Banco Central. Há quatro semanas, a estimativa também estava em 6,00%. Para 2015, a projeção segue em 5,80%, segundo a expectativa do mercado. Esse indicador está no mesmo patamar há uma semana. A previsão de inflação para os próximos 12 meses à frente recuou de 6,20% para 6,14%, conforme a projeção suavizada para o IPCA. Há quatro semanas, estava em 6,12%. Nas estimativas do grupo dos analistas consultados que mais acertam as

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projeções, o chamado Top 5 da pesquisa Focus, a previsão para o IPCA em 2014 no cenário de médio prazo aumentou de 6,39% para 6,43%. Para 2015, a previsão dos cinco analistas segue em 6,00%. Há quatro semanas, o grupo apostava em altas de 5,80% para 2014 e 5,71% para 2015.Entre todos os analistas ouvidos pelo BC, a mediana das estimativas para o IPCA de março passou de 0,83% para 0,84%. Há quatro semanas, estava em 0,55%. Para abril, a projeção segue em 0,60%. Selic-Os economistas consultados pelo BC mantiveram a previsão para a taxa Selic no fim de 2014 de 11,25% ao ano. Para 2015, a mediana segue em 12,00% ao ano há sete semanas. A taxa básica de juros está em 10,75% ao ano desde a última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em fevereiro. A previsão para a Selic média em 2014 passou de 10,94% ao ano para 11,06%. Para 2015, de 11,83% para 11,96%. Há quatro semanas, estavam em 10,91% e 11,77% ao ano, respectivamente. Nas estimativas do grupo dos analistas consultados que mais acertam as projeções, o chamado Top 5 da pesquisa Focus, a previsão para a Selic no fim de 2014 subiu de 11,70% ao ano para 12,06% e, para 2015, passou de 11,88% ao ano para 12,50%.10

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Após esta pesquisa concluímos que os principais objetivos da política macroeconômica são

o crescimento do produto agregado, o baixo desemprego, a estabilidade de preços e o equilíbrio das

transações externas, estes objetivos as vezes geram conflitos, neste sentido na gestão da política

macroeconômica quase sempre impõe a escolha de um objetivo prioritário, no caso do Brasil, seria

o crescimento do produto agregado, para que tais objetivos sejam alcançados o governo utiliza

instrumentos, ou seja meios para isto, que são: política fiscal , politica monetária, , política cambial.

A eficácia comparativa de cada um destes instrumentos é uma das mais controvertidas áreas da

macroeconomia moderna. Dada a multiplicidade dos fins da política macroeconômica, seus

resultados ao aferidos por vários indicadores de desempenho.

A inflação é um processo de elevação de preços que ocorre sempre que há procura maior do

que a capacidade de uma economia produzir determinado bem ou serviço. Em resumo, a inflação

pode ser de oferta – quando há escassez de produto – ou de demanda – quando a procura é maior do

que a quantidade ofertada. No Brasil, vivemos atualmente um período de inflação de demanda, haja

vista que o aquecimento econômico deixou as pessoas com maior poder aquisitivo, o que expandiu

o consumo, ao mesmo tempo em que a produção não conseguiu acompanhar este crescimento.

10 AGENCIA ESTADO 2014

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REFERÊNCIAS

AGENCIA ESTADO. Banco Central eleva previsão de inflação em 2014 disponível em http://www.em.com.br/app/noticia/economia/2014/03/31/internas_economia,513578/banco-central-eleva-previsao-de-inflacao-em-2014.shtml acessado 19/04

LANZANA, Antônio Evaristo Teixeira. Economia Brasileira: Fundamentos e Atualidades – São Paulo: Atlas 2001

SPE- Secretaria-Adjunta de Políticas Macroeconômicas. Disponível em https://www1.fazenda.gov.br/spe/novo_site/home/pol_macro.html acessado 20/04

VASCONCELLOS, Marco Antônio Sandoval de; GARCIA, Manuel Enriquez. Fundamentos de Economia- 2 Ed. – São Paulo: Saraiva 2005

KANDIR, ANTONIO. Índices de inflação no Brasil. disponível em www.suapesquisa.com/economia/indices_inflacao_brasil.htm acessado 20/04