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Para Compreender o Que é Budismo

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Para compreender o que Budismo, o que fez Nitiren Daishonin, necessrio fazer um apanhado da histria do budismo que come

1- Breve Histrico do Budismo

Para compreender o que Budismo e o que fez Nichiren Daishonin, necessrio fazer um apanhado da histria do budismo, que comeou com Shakyamuni, mais conhecido como Sidarta Guatama, ou O Pequeno Buda. Na ndia, h quase 3000 anos.

Sidarta era filho do rei da regio de Shakya na antiga ndia, regio que corresponde fronteira da ndia com Nepal.Antes de nascer. Alguns sbios disseram aos pais de Sidarta que ele seria um iluminado. Porm, isso contrariava o desejo de seu pai, que o queria como herdeiro do reinado do cl Sakya. Assim, seu pai organizou o reino, deixando-o somente com pessoas saudveis e jovens. Entretanto, um dia, Shakyamuni despertou para o fato de que o mundo no era perfeito. Decidiu, ento, sair de seu palcio e ao faz-lo, deparou-se com uma realidade, at ento, desconhecida pelo jovem. Encontrara em seu caminho, pessoas doentes, de idade, crianas, pessoas falecendo, e alguns ascetas tentando se libertar da iluso. Tivera sua primeira percepo, de que aqueles eram os 4 sofrimentos da vida, de nascimento, envelhecimento, adoecimento e morte. Dos quais, nenhum ser vivo escapa. Quando chegou a essa compreenso, o jovem prncipe abandonou sua posio e o cl saindo valentemente para tentar compreender aqueles sofrimentos.

Sidarta peregrinou por parte da ndia praticando meditao. Finalmente, aos 30 anos de idade chegou iluminao e se auto-denominou Buda ou, o Iluminado em snscrito. Alm de mudar seu nome para Shakyamuni (Sbio dos Shakyas, em snscrito). A fim de transmitir a sua iluminao s demais pessoas, exps um grande nmero de ensinos durante 50 anos, a esse conjunto fora associado o nome de Budismo.

Shakyamuni teve que preparar muito seus discpulos antes de revelar a eles a enorme extenso de sua doutrina e sua iluminao. Pregava, constantemente a lei que havia compreendido a eles, atravs de parbolas e situaes causais. Porm, jamais em vida, registrou em escrita se quer um de seus ensinamentos. Escrever, naquela poca era uma prtica indigna, ensinada apenas a pessoas das castas mais baixas. Como Sidarta era prncipe, jamais foi ensinado a faz-lo Somente seus discpulos o faziam e fizeram ao longo de suas pregaes. Aps o falecimento de Shakyamuni, seus discpulos se reuniram e copilaram seus ensinamentos em Sutras (Sutra significa Palavra/ som e leva esse nome precisamente por serem os registros grafados dos ensinamentos orais do Buda) que posteriormente seriam divididos em categorias conforme sua profundidade. O principal Sutra do budismo conhecido como Sutra do Ltus. Shakyamuni o pregou nos seus ltimos 8 anos de vida. L ele revela a essncia real de sua iluminao, e a maneira correta de se praticar o budismo.

Embora no seja preciso, seu perodo de vida datado de 563 a.C. a 483 a.C. (80 anos)Nota: Algumas fontes apontam que sua existncia ocorreu entre os anos de 900 a 600 A.C

Ao longo de mil anos aps o falecimento de Shakyamuni, o conjunto de ensinos se separou. Os ensinamentos primrios de Shakyamuni se espalhou por toda ndia, Tibet e o ocidente asitico. J os mais completos, entre eles o Sutra do Ltus, por toda China, Japo e o todo oriente asitico. Na China, por volta do Sc. VI nasceu Tiantai (538-597 D.C)., Chii, como tambm era conhecido, comeou a estudar o budismo aos 18 anos de idade. Extremamente estudioso, Tiantai chegou a essncia do ensinamento do buda o Sutra do Ltus, ento, passou a propag-lo e a refutar as escolas da poca que no o faziam. Tiantai foi uma figura importante para o budismo dos mdios dias. Seus tratados e teorias, bem como a sistematizao do Ichinen Sanzen serviram como base para que o budismo tivesse ampla propagao na China. Todos esses tratados culminaram com a fundao de sua escola; o Budismo Tendai. Dentre os praticantes do ensino Tendai, Dengyo, o mais notvel entre eles. Nascido por volta de 767 D.C. Saityo como era conhecido, estudou profundamente a Escola Tendai e o Sutra do Ltus e viajou ao Japo com o senso de misso de fundar uma slida base do Budismo l. .

Foi l, em 16 fevereiro de 1222 que nascera Zennichi-maro, (zennichi significa explndido Sol e maro era nome comum dado s pessoas do Japo daquele tempo) que mais tarde seria mais conhecido como Nichiren Daishonin (Daishonin Grande Sbio, em japons). Em 1233, Zennichi entrou para o sacerdcio da escola Tendai do Japo, onde recebeu o nome de Rentyo (Ltus em desenvolvimento, em japons). Da pra diante, estudou profundamente o budismo viajando de templos em templos. At que em 28 de Abril de 1253 estabeleceu o verdadeiro budismo, no templo Seityoji, recitando pela primeira vez o Nam-Myoho-Renge-Kyo e adotou o nome de Nichiren (Ltus do Sol, em japons). Teve como seus primeiros convertidos seus pais. Aps este perodo, comeou um forte movimento de propagao de seu budismo, sendo impedido pelas autoridades japonesas por diversas vezes, j que a religio oficial do Japo na poca, Nembutsu, era contra as idias de Nitiren.

Dentre todas as perseguies, duas so essenciais para a histria do budismo:

No dia 10 de setembro de 1271, por ordem de um sacerdote rival de Daishonin. Hei no Saemon, subdelegado de Kamakura o condenou pena de morte. Daishonin foi arrastado pelas ruas de Kamakura dois dias depois. Porm, no momento da decapitao, um corpo celeste to brilhoso quanto a lua iluminou o cu de Enoshima (Local da decapitao). Alguns soldados, temendo o ocorrido fugiram, outros se esconderam e conta-se que alguns cobriram os olhos alegando estarem cegos. Nesse momento, Daishonin percebeu que havia cumprido a profecia do Sutra do Ltus, e revelou sua verdadeira identidade de Buda Original dos ltimos Dias da Lei. Esse ocorrido ficou conhecido como Perseguio de Tatsunokuti Em 1 de Outubro 1279, o governo japons, arbitrariamente invadiu a pequena vila de Atsuhara, onde havia alguns discpulos, obrigando-os a abandonarem a crena a Nichiren e abraarem a Nembutsu, nenhum deles recuou em nenhum momento e trs deles foram mortos ento. Nichiren, ao saber disso percebeu que era chegado o momento de propagar sua principal doutrina. Inscreveu, no dia 12 de Outubro o Dai-Gohozon, objeto de devoo para observao da prpria mente, para toda humanidade. Permitindo a todos praticarem o Budismo e transformarem, assim, suas vidas.Aps uma existncia de no poupar a prpria vida Nichiren faleceu em 1282 aos 61 anos.

Embora tenha visto seu budismo ser respeitado e praticado por variados pontos pelo Japo, no havia ainda propagado para o mundo inteiro. E nem seu discpulo, ou o discpulo de seu discpulo o fez.

Em 1930, Quase 700 anos aps sua morte, fora fundada a Soka kyoiku Gakkai (sociedade educacional de criao de valores) por Tsunessaburo Makiguchi, seu primeiro presidente. Professor, e diretor de uma escola. Makiguchi acreditava que a educao humanista, ensinada para as crianas, era a chave para o desenvolvimento de uma nao pacfica e justa. Com base nos ensinamentos do Sutra do Ltus, Makuguchi escreveu um livro chamado Teoria Educacional de Criao de Valores (Soka kyoikugaku taikei). Que mais tarde serviria de base para a criao da organizao. Devido a ecloso da segunda guerra. O governo japons estipulou a unificao das religies ao xintosmo. Makiguchi refutou veementemente as autoridades. Ele e seu discpulo Jossei Toda foram presos. Makiguchi falece na priso, e toda libertado em 3 de julho de 1945. A partir de 1951, Jossei Toda, assume a presidncia da Soka Gakkai e inicia uma grande onda de propagao. Em uma tradicional reunio de palestra da organizao. Daisaku Ikeda fora convidado a participar. Aps conhecer Toda e tirar inmeras dvidas, Ikeda se torna seu discpulo, e juntamente com seu mestre consegue converter 750.000 famlias japonesas ao budismo. E aps uma luta incansvel em prol do Kosen-Rufu Toda falece em 1958. Porm, isso serviu de incentivo ao 3 Presidente, Daisaku Ikeda, para cumprir o desejo de seu mestre. E em 1960, Ikeda inicia o movimento de propagao mundial do budismo, viajando para

EUA, Brasil e Canad. Devido aos seus incansveis esforos, hoje o budismo de Nichiren praticado em mais de 192 pases e territrios e a Gakkai conta com 13 milhes de associados. Alm de ser plenamente condecorada e reconhecida como a principal propagadora da paz, cultura e educao para toda humanidade.

2 Os Quatro Sofrimentos da Vida

O Presidente Ikeda diz: A vida uma jornada atravs de vales e montanhas. De fato, no seria exagero afirmar que a vida uma imensa luta contra os sofrimentos. Quando examinarmos esses problemas a fundo. Conclumos que todos eles se originam de quatro espcies de sofrimento: nascimento, velhice, doena e morte. Esses quatro abrangem o problema fundamental da vida, a questo ultima, nenhuma ser humano pode evitar.

Os sofrimentos de envelhecimento, doena e morte, que ao lado do nascimento, ou da prpria vida, so chamados de quatro sofrimentos. O nascimento representa o incio da manifestao crmica; a doena, a agonia; o envelhecimento, a solido; e, a morte, o medo. Esses sofrimentos so inerentes vida

Shakyamuni, ao se confrontar com o nascimento, o envelhecimento, a doena e a morte compreendeu o vazio do desejo e percebeu que tudo estava sujeito a mudanas. Em consequncia, ele renunciou ao modo de vida no qual havia crescido e embarcou numa busca por respostas

Os quatro sofrimentos da vida so causados pelo pensamento de que a pessoa existe separada do universo, sendo possvel viver de forma egocntrica, baseada nos apegos pessoais e guiada pela indiferena em relao ao sofrimento alheio. Ao basear sua existncia na vida csmica que eternamente permeia o imenso universo, possvel transformar os quatro sofrimentos em quatro nobres virtudes do Buda eternidade, felicidade, verdadeiro eu e pureza.

O que torna o nascimento, o envelhecimento, a doena e a morte um sofrimento o apego ao externo. Os quatro sofrimentos provocam a separao e a mudana de tudo que mutvel. Se a pessoa basear sua vida em fenmenos mutveis, sempre viver num impasse e sofrer.

O Sutra do Ltus pode abrir os olhos das pessoas. Somente quando compreendemos as questes da vida e da morte que despertamos para o verdadeiro significado de nossa existncia. Para completar, o mesmo Presidente Ikeda encerra:

Com a finalidade de solucionar essas questes foram fundadas vrias religies, em torno das quais surgiram inmeras culturas e civilizaes. Plato afirmou que a filosofia uma exerccio da morte. Nenhum pensamento ou filosofia pode existir separadamente da questo das quatro espcies de sofrimentos. As pessoas tm conhecimento desse fato desde o inicio, porm, temendo-o, desviavam seus olhos dele, e continuam a ser meramente arrastadas pelas ondas de angustias

3 Noes do Carma

No Ocidente, costuma-se associar a palavra destino a carma. Contudo, destino e carma possuem bases de ensinamentos e crenas totalmente distintas.

Entre alguns dos significados da palavra destino esto: encadeamento de fatos supostamente fatais, fatalidade; fado, sorte ou ainda, entidade misteriosa que determina as vicissitudes da vida.1 Esse termo est intrinsecamente ligado crena da existncia de um ser supremo, que predetermina para cada ser uma sorte e condies diversas, conforme sua vontade e considerao. Cada pessoa vive sua existncia sobre trilhos j preestabelecidos. As pessoas, nesse caso, so meros coadjuvantes numa grande pea teatral na qual no lhes cabe a opo de alterar seu roteiro.

A palavra Carma vem do Snscrito, e quer dizer ao. O budismo prega que a vida eterna e que o carma que determina a trajetria de uma pessoa, ou seja, as aes por ela praticadas o que traa sua sorte nesta existncia e nas futuras, assim como suas aes de um tempo passado so os fatores que definiram sua realidade atual. Essas aes so divididas em trs categorias: As palavras que falamos, as aes que empreendemos e os pensamentos que temos.

O Budismo ensina que as aes de todos os tipos fsicas, verbais ou mentais - tornam-se causas, para efeitos futuros tanto negativos, como positivos. Nichiren dizia: Se deseja saber que causas foram feitas no passado, observe os resultados que se manifestam no presente. E se deseja saber que resultados sero manifestados no futuro, observe as causas que esto sendo feitas no presente".

A seqncia para a formao do carma ocorre da seguinte maneira: primeiramente, as intenes tanto positivas como negativas agem na mente da pessoa. Em seguida, essas intenes originam palavras ou aes manifestas. Os efeitos dessas causas (pensamentos, palavras ou aes) ficam registrados na vida como uma espcie de fora ou energia latente que ir compor seu destino.

Assim sendo, no podemos culpar outras pessoas por nossa prpria condio de vida. Ns mesmos geramos nosso carma a cada instante, o Dai-Gohonzon , segundo Nichiren, o objeto de observao da prpria mente, se o utilizarmos corretamente, e observamos nossos pensamentos, aes e palavras, e convertemos eles em positivo, geraremos carmas positivos em nossas vidas.

O grau do carma que a pessoa forma depende da fora da inteno. Quanto maior for, mais intenso ser esse registro. Por exemplo, quanto maior o dio que uma pessoa alimenta, maior ser o grau do efeito que se manifestar em sua vida. Conforme os pensamentos ou intenes vo sendo expressos em palavras ou aes, o grau do carma formado torna-se cada vez maior. A quem direcionado esse dio tambm um fator que deve ser considerado. No Gosho Carta aos Irmos, Nichiren Daishonin exemplifica essa questo: Para simplificar, se algum golpear o ar, seu punho no ficar ferido, mas se bater numa rocha, sentir dores... A gravidade de um pecado depende de quem ferimos.

Todo o carma formado a cada instante da vida acumulado num repositrio chamado alaya, ou oitava conscincia. Todas as experincias so depositadas nessa conscincia e elas o acompanham por todas as existncias, passando pelo ciclo de nascimento e morte. As aes crmicas, positivas e negativas, continuaro a existir na conscincia alaya at que encontrem situaes propcias para manifestar seus efeitos. A fora dessas aes depositadas como energia latente nunca diminui nem desaparece por si s. Ela sempre se manifestar. Mas, como tudo depende de cada indivduo, ele prprio possui as condies de transformar seu mau carma e direcionar sua vida para a felicidade, alm de amenizar seus efeitos crmicos. O modo mais rpido para obter essa transformao recitar o Nam-myoho-rengue-kyo, ou a Lei Mstica que permeia todo o universo, e atuar em benefcio de outras pessoas realizando o bem maior, ou ensinar-lhes o caminho dessa felicidade.

O budismo Nichiren nos ensina uma forma correta de levar a vida e uma sabedoria extremamente vigorosa para transformar o mau carma em positivo. E quanto mais pesado compreendemos que nosso carma, mais devemos nos dedicar prtica ao budismo, pois somente assim poderemos suportar, lutar contra e mudar qualquer carma. essa a segurana que o Budismo, o Sutra do Ltus e o Dai-Gohozon passam a seus adeptos. Em mais de 700 anos, jamais houve um nico ser que no o praticasse de maneira correta e no conseguisse! Assim, devemos sempre lembrar que mudar o nosso carma ou no, depende totalmente da fora de nossa f!

4 Sobre a Lei de Causa e efeito e o que o Nam-Myoho-Rengue-Kyo?

Um buda aquele que compreendeu a lei nunca antes revelada Shakyamuni.

Todo o budismo se baseia na lei de simultaneidade de causa e efeito, que elucida que toda causa produz ou registra seu efeito no exato momento em que foi praticada, sendo que esse efeito pode se manifestar imediatamente na vida da pessoa, num tempo futuro, na existncia seguinte ou mais alm, dependendo do grau de importncia dessa causa, tanto boa como ruim, e ainda conforme estmulos e condies externas. Para cada causa, haver sempre um efeito correspondente.

Podemos exemplificar da seguinte maneira:

Aes (Pensamentos, palavras e aes) geram uma causa, essa gera um carma (positivo ou negativo), e em um dado momento, o carma se manifesta (efeito). como se existisse um saco preto que carregamos por todas as nossas existncias (Repositrio de carma), e conforme vamos vivendo, vamos enchendo-o (causa) de bolinhas; azuis para causas boas e vermelhas para causas ruins. Mas, ao mesmo tempo, tirssemos essas bolinhas e colhssemos os efeitos das causas geradas. Assim funciona a lei de causa e efeito. Atravs da prtica budista, aprendemos a controlar nossas aes (causas) e, conseqentemente, controlar os resultados dessas aes (efeitos).

Esta lei rege o universo desde sua criao. Por exemplo, no livro Astronomia e Budismo; Uma jornada rumo ao distante universo de Daisaku Ikeda e Rogrio Mouro, ambos dialogam sobre a existncia do universo e da raa humana. Explanam sobre como a exploso de estrelas, geram outras estrelas novas, e como a mudana da atmosfera terrestre, resultou na possibilidade da mesma abrigar vida humana. Portanto, a lei de causa e efeito aplica-se a tudo que h nesse universo.

A inteno do budismoNichirenao explicar sobre a lei de causa e efeito e o carma apresentar um meio prtico de transformao da nossa realidade por meio da manifestao do estado de Buda. Todos tm o estado de Buda; a questo como manifest-lo na vida real, e o mais importante: agora!

O presidente Ikeda explana como isso possvel da seguinte maneira: A causalidade para atingir o estado de Buda implica eliminar o mal fundamental e manifestar com vigor o estado de Buda que existe na essncia da vida. Esta a "causalidade da Lei Mstica implcita no Sutra do Ltus; ou seja, no Nam-myoho-renge-kyo.

Em outras palavras, ao recitarmos daimoku e realizarmos o shakubuku, podemos evidenciar o estado de buda em nossas vidas e na de outras pessoas, dessa forma, controlar nossas aes e gerar causas positivas em nossas vidas, o que resultar em benefcios. S depende de ns.

Agora, vamos compreender melhor o que o Nam-Myoho-Renge-Kyo e como ele age.

Se acreditamos na Lei Mstica e recitamos o Nam-myoho-renge-kyo, pondo nossa vida ao ritmo da Lei do universo, podemos desenvolver um eu forte, rico e saudvel que brilha com intelecto e sabedoria e transborda de felicidade por toda a eternidade Dr. Daisaku Ikeda

A recitao do Nam-Myoho-Renge-Kyo a principal prtica do budismo de Nichiren Daishonin; consiste na recitao continua do mantra (Man = Mente; Tra = Alavanca snscrito), diante do Gohonzon, e possibilita o praticante a elevar seu estado de vida.

Nichiren Daishonin revelou o Nam-myoho-renge-kyo, recitando-o pela primeira vez em 28 de abril de 1253 e apresentou o caminho direto para a iluminao de todas as pessoas das futuras geraes.Myoho-renge-kyo o ttulo do Sutra do Ltus, o ensinamento do Buda Shakyamuni, Aps ter estudado a fundo as principais doutrinas, Daishonin chegou concluso de que o Sutra do Ltus continha o ensinamento mais profundo de Shakyamuni e que o ttulo Myoho-renge-kyo era sua essncia. Ao antepor a palavra Nam, que deriva do snscrito Namas e significa devotar a prpria vida, aos cinco ideogramas do Myoho-renge-kyo, ele transformou o que seria um simples ttulo em um ato de devoo para atingir a suprema condio de vida do estado de buda, ou iluminao.

Nam Do snscrito namas: Devoo.

Myo Mstico ou incompreensvel.

Ho- Lei

Ren- Flor

Gue Lotos

Kyo Ensino, energia, eternidade, som ou sutra pra uma traduo especfica. (A palavra Sutra significa som ou voz, o que denota que o Sutra um registro dos ensinamentos orais do buda)

Separadas assim elas se compreendem, porm, se juntarmos partes dela como Myoho e Rengue temos:

Myoho: Lei mstica, a realidade imutvel e essencial de todos os fenmenos

Rengue: Representa a Flor de Ltus. Esta simboliza todo o budismo, devido a sua analogia com a lei de causa e efeito; A flor de ltus a nica do mundo que, simultaneamente germina a flor e a semente, assim como a lei que permeia o universo faz com que causa e efeito sejam geradas simultaneamente.

Finalmente, ao juntarmos todos os caracteres temos Nam-Myoho-Renge-Kyo ou: Devoto a minha vida lei mstica de casualidade e efeito atravs da eternidade de passado presente e futuro.

Ou devoto a minha vida ao sutra do ltus Uma vez que Myoho-Rengue-Kyo o ttulo do sutra de ltus e pode ser traduzido como Sutra do Ltus da Lei Mstica.

Assim, do ponto de vista do significado literal, o Nam-myoho-renge-kyo abrange todas as leis, toda a matria e todas as formas de vida existentes no universo. Se expandirmos ao espao ilimitado, o mesmo que a vida do universo, e, se condensarmos ao espao limitado, igual vida individual dos seres humanos. No entanto, essa ideia superficial, pois a mera traduo dos ideogramas no expe a profundidade da Lei Mstica em sua totalidade. Na verdade, o budismo no se compreende racionalmente apenas, mas sim com a nossa prpria vida.

Na prtica, essa recitao nos proporciona sentimentos positivos, como alegria, coragem, esperana, sabedoria para desafiar e superar as dificuldades do dia a dia. Em Resposta a Kyoo, Daishonin nos orienta sobre a fora do Nam-myoho-renge-kyo por meio da clebre frase: O Nam-myoho-renge-kyo como o rugido de um leo. Que doena pode, portanto, ser um obstculo? (CEND, v. I, p. 431).

Sofra o que tiver de sofrer, desfrute o que existe para ser desfrutado. Considere tanto o sofrimento quanto a alegria como fatos da vida e continue recitando Nam-myoho-renge-kyo, independentemente do que acontea. Que outro significado isso poderia ter seno a alegria ilimitada da Lei? Fortalea o poder de sua f mais do que nunca Nichiren Daishonin

5 O Sutra de Ltus e o Dai-Gohonzon

O Sutra do Ltus (ou Saddharma-pundarika Sutra em snscrito) um dos mais importantes textos do Budismo Mahayana, utilizado amplamente por religiosos da China, Coria, Japo e de outras regies do Leste Asitico. Na China, ele chamado Miao-fa lien-hua ching, ou Fa-hua Ching, e no Japo, Myoho-renge-kyo, ou Hokekyo.Esse ttulo remete idia de que, embora o ltus cresa no pntano, as ptalas de suas flores so puras e imaculadas. Assim, a flor de ltus um smbolo de pureza em meio impureza, ou da iluminao em meio s questes seculares. Alm disso, a Flor de Ltus a flor e o fruto desenvolvem-se ao mesmo tempo, simbolizando a simultaneidade de causa e efeito. A palavra Sutra vem do snscrito e quer dizer: palavra/ voz/ ensinamento/ tratado. E os sutras levam esse nome por serem registros dos ensinamentos orais do Buda. Dos 30 aos 80, perodo que atingiu a iluminao at o seu falecimento, Shakyamuni veio ensinando constantemente a seus discpulos a sabedoria para qual havia despertado. Entretanto, como membro da casta mais alta da ndia, ele no fora ensinado a escrever, portanto no deixou nenhum registro em vida. Apenas seus discpulos tomavam por vontade fazer anotaes dos ensinamentos do Buda, e, aps a sua morte, esse movimento deu origem compilao de seus ensinamentos. Desse momento em diante, vrios Sutras foram escritos, Corao, Dainichi, Kengon, Nirvana e Ltus, so alguns deles. Porm, durante sua trajetria de vida, Shakyamuni havia exposto seus ensinos se valendo de parbolas e situaes causais para ensinar a seus discpulos que, por mais que se esforassem, na poca, no assimilariam o ensinamento. Contudo, em seus ltimos 8 anos de vida, concentrou seus esforos para transmitir a lei pura a seus discpulos. Anotado inicialmente por Shari Hotsu e Ananda (Primo de Shakyamuni), Shakyamuni exps o que futuramente seria o Sutra do Ltus, onde ele expe toda sua doutrina de maneira integra, e dando mxima importncia para a propagao deste sutra especfico. Ele diz em um de seus captulo que propagar este sutra seria imensamente difcil, mas seria o mais correto para as pocas futuras.

O Sutra do Ltus composto por 28 captulos e contm os ensinamentos deixados por Shakyamuni em seus ltimos 8 anos de existncia. Passa pela revelao de sua sabedoria e de sua verdadeira identidade, misso de todos os praticantes do budismo de propagar amplamente este sutra.

Hoje a Soka Gakkai utiliza o sutra na prtica do Gongyo (Exerccio dirio), pela manh e pela noite. E, conforme estabelecido por Nichiren, recitam-se o captulo Hoben (Meios), e o trecho Jigage (Verso do eu superior) do captulo Juryo (Revelao da vida eterna do Buda)

No captulo Hoben, Shakyamuni revela pura e essencialmente a lei para qual havia se iluminado aos 30 anos de idade, revela o quo difcil compreender essa lei apenas com a sabedoria, sendo a f o mecanismo chave para compreenso dessa lei, e revela tambm a essncia real de todos os fenmenos, os 10 fatores. Que mais tarde serviria de referncia para diagramao do Ichinen Sanzen e o Da Gohonzon

J no captulo Juryo, como o nome diz, Shakyamuni revela a eternidade da vida e da lei, e louva, atravs de versos o eu superior que todos os seres contm dentro de si (Por isso Jigage)

O budismo Nichiren estimula a recitao desses captulos pois Nichiren revela que neles e em seu ttulo (Nam-Myoho-Renge-Kyo) esto contidos toda essncia dos ensinamentos de Shakyamuni.

Eu, Nichiren, inscrevi minha vida em sumi, assim creia no Gohonzon com todo o seu corao. O corao do Buda o Sutra do Ltus, mas a vida de Nitiren nada mais que o Nam-myoho-renge-kyo. H 725 anos, Nichiren Daishonin cumpriu seu advento neste mundo inscrevendo o Dai-Gohonzon para toda a humanidade. Com esse ato, concedeu s pessoas, de sua poca e do futuro eterno, a chave para atingirem o estado de Buda e vencerem quaisquer sofrimentos da vida.

O Gohozon (Go = ttulo honorfico; Honzon = Objeto de respeito fundamental; Gohonzon = Objeto de profundo respeito), no seu aspecto fsico, um papel especial que contem escrito toda realidade da vida, humana e do universo. Foi inscrito por Nichiren Daishonin em 1279, e revelado como o verdadeiro objeto de devoo para observao da prpria mente.

Para fazer este mandala, Nichiren se valeu da diagramao do Ichinen Sanzen, e do Sutra do Ltus. Exps 34 aspectos em seu corpo, que variam de divindades e mestres a demnios, alm de algumas frases e consideraes. Porm nada to importante quanto seu centro onde est escrito Nam-Myoho-Rengue-Kyo Nichiren.

A sua diagramao representa todos os fenmenos do universo, ao centro, o nome da lei representa a perfeita integrao de todos os fenmenos, e o nome de Nichiren abaixo, representa todas as pessoas. H tambm a representao que todos esses aspectos, inclusive a lei, esto inerentes em nossas vidas, que a iluminao tambm pode ser encontrada no corao de cada pessoa.

Em outras palavras, o Gohonzon representa nossa prpria vida, e todos os fenmenos universais dentro de ns, dessa perspectiva, pode ser comparado como um grande espelho que reflete nosso interior, ou um mapa que nos conduz diretamente iluminao.

Nichiren revelou o Gohonzon, e a prtica do Nam-Myoho-Renge-Kyo, para possibilitar a todas as pessoas que pudessem chegar mesma condio de vida que ele. Ele revela em suas escrituras a importncia do mandala:

Estou lhe confiando o Gohonzon para a proteo de sua criana. Este Gohonzon o corao do Sutra do Ltus e os olhos de todas as escrituras. como o Sol e a Lua no cu, um poderoso governante na Terra, o corao de um ser humano, a jia da concesso dos desejos entre os muitos tesouros e o pilar de uma casa. Quando se abraa este mandala, todos os budas e deuses juntam-se ao redor da pessoa, acompanham-na dia e noite, como os guerreiros guardam seu soberano, como os pais amam seus filhos, como os peixes precisam da gua, como as rvores e plantas anseiam por chuva, ou como os pssaros dependem das rvores. Deve confiar nele com todo o seu corao..E ainda, conforme dizia Josei Toda, segundo presidente da Soka Gakkai: Perdoem-me a simplicidade, mas o Gohonzon pode ser comparado a uma mquina de fazer felicidade

O Budismo de Nichiren Daishonin expe que todas as pessoas possuem a natureza de Buda e podem atingir a iluminao por meio da f no Gohonzon.

6 Os Dez Estados da Vida

Para melhor compreendermos o que a vida, as manifestaes e as funes da mesma. Foram ensinado os Dez Estados de Vida ou Dez Mundos (Jikkai):

1 Estado de Inferno (Jigoku): Embora tenha-se a conotao de que o inferno um crcere subterrneo. No budismo ele classificado como algo que est dentro de ns, ou de nossas vidas. Daishonin afirma: O dio o inferno. Esse dio o sentimento que manifestado pela pessoa por tudo que a faz sofrer. Basicamente, o estado de inferno quando a pessoa tomada pelo impulso de arruinar a si mesma ou ao prximo.

2 Estado de fome (Gaki): Daishonin afirma: A fome um lamentvel estado em que a pessoa capaz de devorar os prprios filhos. J que a ganncia a fome Ou seja, no sentido literrio, est a condio de vida que dominada por interminveis desejos como fortunas, fama, prazer e outros que jamais satisfaro as pessoas.

3 Estado de Animalidade (Tikusho): Daishonin afirma: A tolice a animalidade. Ela a natureza dos animais de ameaar os fracos e temer os fortes. Matar ou ser morto Ou seja, a pessoa vive uma iluso de medo e insegurana a ponto de machucar os fracos para satisfazer os fortes e conquistar seus objetivos.

4 Estado de Ira (Shura) : Neste a pessoa fica cega devido ao seu prprio egosmo e ataca a dignidade dos outros sem pensar. Originalmente era simbolizado por Ashura, um demnio da mitologia indiana briguento e hostil por natureza.

5 Estado de tranqilidade (Nin): Tambm conhecido como estado de humanidade. Esta a condio de vida em que a pessoa controla seus impulsos e desejos atravs da razo, tendo uma vida mais harmoniosa, mas que a qualquer momento pode ser dominada pela iluso e cair para estados inferiores. Nitiren afirma: Serenidade o Estado da Humanidade

6 Estado de Alegria (Ten): o estado em que a pessoa se sente contente ou aliviada dos sofrimentos quando seus desejos so satisfeitos. Todavia a alegria desse estado efmera e desaparece com o tempo.

7 Estado de Erudio (Shomon): Esta a condio experimentada por uma pessoa quando ela luta por um estado duradouro de contentamento e estabilidade atravs da auto-reforma e do desenvolvimento prprio adquirido pelo conhecimento. Resumidamente quando uma pessoa se dispe e aprende atravs de outros ou de um livro, por exemplo.

8 Estado de Absoro (Engaku): Resumidamente a mesma coisa que o estado de Erudio, porm, diferencia-se pela forma com a qual a pessoa aprende. Visto que nesse, a pessoa aprende por si s. Vendo, sentindo ou vivendo. Quase como uma criana que quer descobrir o gosto de alguma coisa e coloca o dedo para experimentar ou um msico que compe uma msica prpria apenas com os ouvidos.

9 Estado de Bodhisattva (Bosatsu): Bodhi significa sabedoria e Sattva ser ou pessoa, em snscrito. Pessoa de sabedoria, na traduo literria. o estado em que a pessoa est em plena benevolncia e chega concluso de que deve dedicar-se felicidade das demais, mesmo custa do prprio sacrifcio. Nitiren Daishonin afirma: At mesmo um criminoso ama sua esposa e filhos, ele possui certo grau do estado de Bodhisattva. Ou seja, um estado voltado para o bem das pessoas.

10 Estado de Buda (Butsu): Buda significa iluminado, porm o estado de Buda, no necessariamente quer dizer isso. Uma vez que este, tambm no pleno. Ou seja, todos temos e os atingimos, mas no uma condio absoluta. basicamente a condio de vida atingida por uma pessoa em que a sabedoria lhe permite compreender os fenmenos de sua prpria vida. Tambm, devido a isso um estado repleto de boa sorte, benevolncia constante e que o sentimento altrusta manifestado a cada momento, assemelha-se a iluminao atingida por Shakayamuni, Tiantai ou Nichiren. O fato desse estado no ser plano, implica unicamente na questo de ns sempre o buscarmos, No Sutra do Ltus, Buda diz que se as pessoas o viessem constantemente a arrogncia e o egosmo tomariam conta de seus coraes. Em outras palavras, a condio de vida de um Buda deve ser alcanada e, portanto, valorizada quando obtm-se o xito. Assim, devemos sempre lutar para manter nosso estado de vida na condio de um Buda. Alm disso, tambm no Sutra, Shakyamuni revela que atravs desse veculo que podemos atingir a iluminao, assim devemos orar com a mente nica desejando ver o buda.A compreenso real de todos os fenmenos e a condio de plena felicidade, so caractersticas deste estado. Conforme diria Jossei Toda O que o estado de Buda se no a plena satisfao e alegria de viver?. Buscar o estado de Buda, no um caminho em que devemos nos afastar da sociedade em monastrios. algo que pode ser atingido em seu dia-a-dia. Buscamos ele quando realmente temos o desejo de faz-lo e ajudar os outros a compreend-lo e busc-lo, e qual a melhor maneira de fazer isso se no recitando o Nam-Myoho-Renge-Kyo e ensinando a outras pessoas o mesmo? Quando Shakyamuni atingiu a iluminao, sua nica preocupao era como conduzir as pessoas a mesma condio. Como discpulos do Buda, todos os outros, Shari Hotsu, Ananda, Nargajuna, Tiantai, Miaole, Dengyo, Nichiren Daishonin, Makiguchi, Toda, Daisaku Ikeda, e todos ns, devemos ter esse desejo.

Vale lembrar que todos os dez estados de vida so transitrios e no tm uma ordem classificatria. Por exemplo, se uma pessoa do estado de inferno evoluir, necessariamente no quer dizer que ela v imediatamente para o estado de fome. Pode atingir o estado de Buda ou tranqilidade, ao mesmo passo em que, aps atingir um desses, pode cair. Os estados se manifestam de forma diferente a cada segundo de nossa existncia e de forma indeterminada. Recitar o Nam-Myoho-Renge-Kyo permite estar mais propcio aos estados mais elevados, diminuindo a probabilidade de cair para qualquer outro descontroladamente.