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Para uma história do livro
impresso em Portugal
João José Alves Dias – Universidade Nova de Lisboa
Centro de Estudos Históricos
CHAM – FCSH/NOVA-UAcU
Centro Cultural de Belém (maio-junho 2015)
Para uma história do livro impresso em Portugal
Bibliografia (principal) Anselmo, Artur, Origens da Imprensa em Portugal, Lisboa, INCM, 1981.
Dias, João José Alves, «Incunábulos Hebraicos em Portugal», in Dicionário do Judaísmo Português, coord. de Lúcia Liba Mucznik, José Alberto R. da Silva Tavim, Esther Mucznik & Elvira de Azevedo Mea, Lisboa, Editorial Presença, 2009, pp. 278-281.
Dias, João José Alves, Iniciação à Bibliofilia, Lisboa, Pró-Associação Portuguesa de Alfarrabistas, 1994.
Dias, João José Alves, «Com letras metálicas se começa a escrever», in Portugal-China: 500 Anos, coord. de Miguel Castelo-Branco, Lisboa, Babel, Biblioteca Nacional de Portugal, 2014, p. 71-76.
Jüsten, Helga Maria, Incunábulos e Post-Incunábulos Portugueses […], Lisboa, Centro de Estudos Históricos, 2009.
Nova História de Portugal, direção de Joel Serrão & A. H. de Oliveira Marques,, vol. V, Portugal do Renascimento à Crise Dinástica, coord. de João José Alves Dias, Lisboa, Editorial Presença, 1998.
Para uma história do livro impresso em Portugal
Incunábulo
Todo e qualquer impresso do séc. XV
Post-Incunábulo
Todo e qualquer impresso posterior a 1501
mas que nunca ultrapasse os primeiros 50 anos
da tipografia no país em estudo
Portugal 1487-1500 Incunábulo
Portugal 1500-1537 Post-Incunábulo
Para uma história do livro impresso em Portugal
A tipografia (do gregos
typos — "forma" — e
graphein — "escrita")
Processo de escrita com o
auxilio de uma prensa em
que são usados tipos
móveis.
Por analogia, tipografia é
também associada à oficina
onde se executa esse
mesmo trabalho. Horae in laudem beatiss. semper virginis Mariae
secundum consuetudinem curiae Romanae, Paris,
Simon Colinaeus, 1524/1525
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RESENDE, Garcia de, 1470?-1536
Liuro das obras de Garcia de Reesende [sic] que tracta da
vida & grandissimas virtudes & bondades, magnanimo
esforço, excelentes costumes & manhas & muy craros feitos
do christianissimo [...] rey dom Ioam ho segundo deste nome
[...]. Vay mais acrescentado nouamente a este liuro hũa
Miscellanea em trouas do mesmo auctor & hũa variedade de
historias, custumes, casos, & cousas que em seu tempo
accontesceram [sic]. – (Évora : em casa de André de
Burgos, Maio 1554). [cit. f. T6].
Para uma história do livro impresso em Portugal
De perto nos chegaram, há pouco, novidades sobre as quais um filho nunca teria interrogado o seu pai. Na verdade, é caso para perguntar se alguma vez existiu um facto como este, desde os tempos mais recuados da história da Humanidade. A mão escreve um livro às avessas; abaixa o que está elevado e sobe o que está em baixo. A escrita é produzida com metal, graças a uma ponta de ferro.
Nevi’im rishonim [= Profetas Primeiros]. – Leiria : Samuel d’Ortas & filhos,1494.
[cit. cólofon]; citado a partir de Artur Anselmo, Origens da Imprensa em Portugal, Lisboa, INCM, 1981,
p. 345, traduzindo e citando Moïse Schwab, «Deux singuliers éléments de bibliographie orientale», in Journal Asiatique, 11.ª série, Paris, v.6 (1915) p. 313.
Para uma história do livro impresso em Portugal
Para uma história do livro impresso em Portugal
Esta oração foi pronunciada
«pridie kalendas septembris» [no
dia 31 de Agosto] do ano da
salvação 1481, undécimo do
pontificado de Sisto IV e no
mesmo ano impressa em Roma.
Garcia de Meneses, bispo de
Évora – quando, como legado do
ínclito Rei de Portugal e capitão-
mor da armada real contra os
turcos que pelas armas ocupavam
Otranto [= Idruntum] na Apúlia,
chegou à cidade e foi solenemente
recebido na Igreja de S. Paulo –
pronunciou, perante o sumo
pontífice Sisto IV e o sacro senado
dos cardeais, a seguinte oração
*Orationem habuit / Garsias
Menesius eborensis presul […]*
huiuscemodi. – Rome [=Roma] :
[Georg Herolt], [31.08.]1481.
Para uma história do livro impresso em Portugal
Para uma história do livro impresso em Portugal
1 Bíblia Hebraica
(Torah = Pentateuco). Faro, para Samuel Gacon, 1487
Faro 20.06.1487
2 Nahmanides, Moses
(Perus hatorah = Comentário ao Pentateuco). Lisboa, Eliezer (Toledano), 1489
Lisboa 15.07.1489
3 Abudraham, David
(Perush haberakhot vehatefilot = Comentário ao Livros das Bênções e Orações). Lisboa, Eliezer (Toledano), 1489
Lisboa 25.11.1489
4 Bíblia Hebraica
(Hamishah Humshe Torah = Os Cinco Livros da Lei). Acompanhados de Targum Onqelos, comentado por Salomão ben Isaac.
[Lisboa], Eliezer (Toledano) & Josef Kalfon,1491
Lisboa 8.07.1491
-6.08.1491
5 Bíblia Hebraica
(Mishle = Provérbios). Comm: David ibn Yahyah. Lisboa, Eliezer (Toledano),ca 1492
Lisboa ca 1492
6 Bíblia Hebraica
(Yeshayahu, Yirmeyahu = Isaías, Jeremias). Comentados por David Qimhi. Lisboa, Eliezer (Toledano), 1492
Lisboa 1492
7 Maimónides, Moses
(Halakhot shehitah = leis da Matança). [Lisboa?, Eliezer Toledano ?, ca 1492
Lisboa ca 1492
8 Bíblia Hebraica
(Nevi’im rishonim.= Profetas primeiros). Com: por David Qimhi & Levi Gersonides. Acompanhados de Targum Yonathan. Leiria,
(Samuel Dortas) & seus três filhos, 1494
Leiria 1494
9 Joshua ben Joseph, Halevi
(Halikhot olam = Caminhos do Mundo). Jonah ben Abraham Gerondi (Sefer hayir’ah, sod hateshuvah = Livro do temor, Segredo
do Arrependimento). Leiria, Samuel d’Ortas, ca 1494-1497
Leiria ca 1494-1497
10 Jacob ben Asher
(Tur orah hayin = Caminho da Vida). Leiria, Samuel d’Ortas, 1495
Leiria 1495
11 Talmud Bavli
(Masekhet Berakhot = Tratado dos Juramentos/Bênçãos). Com de Salomão ben Isaac. Faro, [para ?] Samuel Porteiro, 1496
Faro 17.12.1496
12 Talmud Bavli
(Masekhet Gitiu = Tratado do Divórcio). Com de Salomão ben Isaac. Faro, [para ?] Samuel Porteiro, 1496
Faro 17.12.1496
13 Bíblia Hebraica
(Mishle = Provérbios). Com. por Menahen Meiri & Levi Gersonides. Leiria, Samuel d’Orta & filho Abraão, 1497
Leiria 30.06.1497
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1 - Faro
[Torah = Pentateuco].
Faro, sem impressor, por
ordem de D. Samuel
Gacon, 30.VI.1487
London (UK), British
Library, C.49.c.1
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Tora – conjunto dos
primeiros 5 livros da Lei (Génesis; Êxodo; Levítico; Números; Deuterómio)
Cólofon: Acabou-se aqui em faro, aos 9 dias do mês de Tammuz, no ano Dizei aos justos que bem [Lhe irá], por ordem do nobre e alto Dom Samuel Gacon. Que Deus o proteja e guarde
Isaías 3, 10 «Dizei aos justos que bem lhes irá; porque comerão do fruto das suas obras. »
יֹאֵכלּו, ְפִרי ַמַעְלֵליֶהם-ִכי :טֹוב-ִכי, ִאְמרּו ַצִדיק .
מ ,1 = (aleph‘) א] 247 =(merw‘) ִאְמרּו(mem) = 40, ר (rés) = 200, ו (waw) = 6]
4240 [ano da destruição de Jerusalém] + 1000 + 247 = 5487
5487 - 4000 = 1487
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2 - Lisboa
[Perush hatorah =
Comentário ao
Pentateuco] / Moses
Nahmanides, Lisboa :
Eliezer
Toledano,15.VII.1489
Para uma história do livro impresso em Portugal
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Impresso cerca de 1488.04.10
PT- Lisboa, ANTT, Gavetas, Gav. 10, mç. 5, n.º 27
Para uma história do livro impresso em Portugal
18.Abril.1488
Segundo Francisco Freire de Carvalho um exemplar da edição de 1488 que ele consultou terminava com a saudação final em latim, uma poesia em português e o cólofon que se segue:
Sume trinitati ac genitrice Mariae Virgini Christi Laus inefabilis Libro ita patrato clavibus jtanis per jusu Gũdisalvi a magistro Johane Ovietẽsi Roderico ac Gũdisalvo hujus operis compositoribus. Anno domini mº quattuorcẽtessimo. lxxxviij Mense aprilis xviij.d.
Para uma história do livro impresso em Portugal
Sume trinitati ac genitrice Mariae
Virgini Christi Laus inefabilis Libro ita patrato clavibus jtanis per jusu Gũdisalvi a magistro Johane Ovietẽsi Roderico ac Gũdisalvo hujus operis compositoribus. Anno domini mº quattuorcẽtessimo. lxxxviij Mense aprilis xviij.d.
Rosemarie Erika Horch
À Suma Trindade e à Virgem Maria, mãe de Cristo, louvor inefável. O livro assim executado em Chaves, (cidade) portuguesa por ordem de Gundisalvo (= Gonzalez ou Gonçalves) e por obra do mestre Juan de Oviedo e Roderigo Gundizalvo (= Rodriguez Gonzalez), desta obra impressores. Ano do Senhor, milésimo quatrocentésimo octogésimo oitavo, no mês de Abril, no dia 18»
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Sume trinitati ac genitrice Mariae
Virgini Christi Laus inefabilis Libro ita patrato clavibus jtanis per jusu Gũdisalvi a magistro Johane Ovietẽsi Roderico ac Gũdisalvo hujus operis compositoribus. Anno domini mº quattuorcẽtessimo. lxxxviij Mense aprilis xviij.d.
José Marques coloca algumas reservas a esta tradução e propõe
uma outra: «À SS.ma Trindade e à Virgem Maria, Mãe de Cristo, louvor inefável, terminado que foi este livro, em Chaves, Portugal, por ordem de G(onçalo) (?), por mestre João de Oviedo, Rodrigo e Gonçalo, impressores desta obra, no dia 18 do mês de Abril do ano do Senhor de 1488»
Para uma história do livro impresso em Portugal
8.Agosto.1489