Paralelo ECO - 4ª Edição

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  • 8/12/2019 Paralelo ECO - 4 Edio

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    EducaoAmbiental

    Meio Ambiente

    As doenascausadas pelapoluiopgina 03

    Comportamento

    O destinode carrosabandonados

    pgina 09

    Poder

    Ludotecarevive jogostradicionais

    pgina 12

    Futuro

    Programarecicla lixouniversitriopgina 18

    pg. 16

    A importncia dos pais e da escola

    para conscientizar crianas e jovenssobre a preservao do meioambiente

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    Este jornal um trabalhodesenvolvido pela turma

    54 de Jornalismo daUniversidade Estadual deLondrina, coordenado eorientado pelo professor

    mestre Silvio RicardoDemtrio

    Somos a turma do 4 ano de jornalismo matutino da Universidade Estadual

    de Londrina, de 2014. Nosso projeto foi desenvolvido com a coordenao e

    orientao do Prof. Ms. Silvio Ricardo Demtrio,e com o apoio da UEL.

    Editor Chefe:Prof. Silvio Ricardo

    Demtrio

    Uma conversa e

    meio ambiente

    Rafael Gratieri

    Jorge e Alberto tinham paradopara descansar depois de uma ca-minhada no entorno do Lago Igap.Tudo estava tranquilo at algumos expulsar dali aos berros. Era umparticipante da Maratona Fotogrfcade Londrina tentando tirar a 59 fotoindita do por do sol da competio.

    - Jorge, o que voc acha que

    acontece se eu pular a no lago?- Sei no, mas se voc quiser ter

    uma ideia de como voc vai fcar sver um documentrio que eu assistisemana passada sobre Chernobyl.

    - Infelizmente o lago est muitopoludo.

    - No que ele esteja poludo. s que at os peixes to nadandocom o nariz tampado.

    - Falando em meio-ambiente, euacho que Londrina tem um problemasrio com pombas.

    - Problema? Eu acho at que asduas se to muito bem.- Calado, Jorge. Agora voc h

    de convir comigo que as pombascontribuem para o crescimento donmero de empregos da cidade.

    - Ah, ? Como?- simples. O mendigo olha pra

    baixo e acha a calada to suja, masto suja de coc de pombo que pen-sa: p, melhor eu arranjar um tra-balho.

    - Realmente, t complicado. E oscarros, que s aumentam?

    - Eles andam aumentando tantoque outro dia vi um Fusca virar umaKombi.

    - Voc entendeu o que eu quisdizer. A frota s cresce. E a poluiodo ar, como fca?

    - Vem c, eu sei que isso notem muito a ver com o assunto, masvoc que mora aqui h mais temposabe me dizer se aqui em Londri-na as concessionrias vendem setacomo opcional de fbrica?

    - Provavelmente. Voltando ao as-sunto, Alberto, o ar e o trnsito pio-ram a cada dia.

    - Voc tem razo. A gente preci-sava era de menos carros nas ruas.

    Ambos reetiram por um mo-

    mento e resolveram ir embora. Jcaminhavam quando ouviram um cli-ck. Era o participante da maratona.

    - Olha l, Alberto, o cara tirandofoto de rvore. Que ridculo! Quemprecisa de rvore? Haha!

    Superintendente:Rafael Gratieri Reviso:

    Carol FereziniIsadora LopesRafael GratieriJoo Victor

    Barbosa Evangelista

    Diagramao:Alessandra Galletto

    Milliane LauizeNabila HaddadYudson Koga

    Tiragem: 500 cpiasImpresso - Grfica da UEL

    Entre em contato!

    Mande sua opinio, sugestes e ideias para o Paralelo:

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    Doenas respiratrias afetam a populaoEmisses de gases

    poluentes tm prejudicadocada vez mais a sade

    Milliane Lauize

    A poluio do ar est cau-sando mal a sade de mui-tas pessoas. Pode-se perce-ber uma quantidade cada vezmaior de resduos lanados

    pelo trfego de veculos etambm pela atividade indus-trial, sendo que esses so osprincipais apontados pela mcondio do ar. Com isso, vemcrescendo o ndice de doenasrespiratrias, como a asma,pneumonia, bronquite e rini-te - essas afetam diretamenteo sistema respiratrio - sendoque pode vir a piorar com aquantidade de gases poluentesinalados diariamente. Segundoo mdico Vinicius Couco, 50%da poluio se do ao combus-tvel queimado pelo automvel.

    O monxido de carbono (CO)emitido pelos automveis oprincipal poluente nas grandescidades e quando inalados emalto nvel, pode provocar doresde cabea e problemas card-acos, comenta. A poca que

    mais favorece a concentraode poluentes so os meses en-tre maio e setembro, principal-mente por se destinar esta-o fria, como o inverno. O queocasiona o aumento de mortepor doenas respiratrias, che-gando aos 12% segundo dadodo IBGE de 2012. Segundo oMinistrio do Meio Ambiente,os veculos emitem at 50 g deCO por km rodado, o que se-

    gundo Couco um risco para

    a sade. Essas partculas pre-sentes na fuligem lanada por

    veculos podem irritar os olhos,causam doenas respiratriascrnicas e a queda da resistn-cia s infeces, explica.

    Sistema respiratrioCouco explica como funcio-

    na o sistema respiratrio, Asdoenas respiratrias atacamprincipalmente o nariz, a boca,a laringe, a faringe, a traquiae os pulmes. Nos alvolospulmonares, o oxignio (O2)

    passa para o sangue (glbu-

    los vermelhos), enquanto odixido de carbono (CO2) o

    abandona. Ento quando ins-piramos, obtemos oxignio equando expiramos, liberamoso gs carbnico. Ainda assimtem duas divises: vias reassuperiores, conjunto de estru-turas que permitem a entradae a sada do ar, desde a cavi-dade nasal at a glote. Dessaforma faz parte das reas su-periores a cavidade nasal, osseios da face (cavidades cheias

    de ar localizadas nos ossos da

    Doenas respiratrias e alrgicas tm causado mortes em milhares de brasileiros a cada ano

    Reproduo

    face, ao redor das cavidadesnasais); faringe, laringe, cor-

    das vocais e glotes. J as viasreas inferiores so a traquia,os brnquios, os bronquolos eos alvolos pulmonares.

    De acordo com dados daOrganizao Mundial da Sade(OMS), 300 milhes de pessoassofrem de asma, 210 milhesde pessoas acometidas pelaDoena Pulmonar ObstrutivaCrnica (DPOC), 100 milhessofrem de apnia do sono e a

    cada ano, oito mil novos casos

    de tuberculose so registradosno Brasil. Laura Costa asm-

    tica e diz que sofreu com issoa vida toda, Desde pequenaeu vou internada, fao uso debombinha e estou sempre fa-zendo inalao. O nico pro-blema que isso no tem cura,estou tentando apenas ameni-zar a doena. As doenas res-piratrias so as terceira causade mortalidade no Brasil, fican-do atrs dos problemas car-diovasculares e dos cnceres.

    As doenas alrgicas tm um

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    ndice alto e vem aumentandocada ano mais. Segundo o Mi-

    nistrio da Sade, desde 1990aumentou 20% o nmero depessoas alrgicas.

    SintomasNo inverno aumenta o n-

    mero de casos de doenasrespiratrias porque o climafica frio e mido, com am-bientes mais fechados, compouca ventilao. Dessa for-ma o ar tem pouca circulaoe compartilha-se um ambiente

    possivelmente contaminado.O que no deixa de fora ainda poluio, fumaas, poeirase fungos, essas so as princi-pais responsveis pelas aler-gias causadas ao ser humano.Cada doena tem seu prpr iosintoma, por isso deve-se ficaratento e procurar um mdicoem caso da insistncia dos sin-tomas, mas de modo geral osprincipais sintomas so: tos-

    se, rouquido, nariz entupido,

    dores no peito, dores de gar-ganta, garganta irritada e di-

    ficuldade em respirar, explicaVinic ius.Preveno

    O ideal para se manter pre-venido cuidando da sade emanter-se saudvel e forte. Oprimeiro passo tomar vaci-nas contra gripe, ter uma boaalimentao com frutas e le-gumes, evitar ambientes con-glomerados e lavar sempre asmos. muito importante se

    cuidar, mas s vezes no per-cebemos que a doena podeestar dentro da nossa prpriacasa. o caso do caro quevive na poeira e na umidade,Eles so os grandes respon-sveis pelas alergias como ri-nites, por exemplo. Por isso muito importante ficar atento limpeza da casa, para que elano se transforme em mais umcausador de doenas respirat-

    rias, comenta Couco.

    ASMA - uma doenainamatria crnica e afetaindivduos de todas as ida-des. Mais especicamente aasma uma inamao dos

    brnquios que sofrem um es-treitamento por inchao dasparedes, provocada pela in-amao, pela contrao dosmsculos que esto ao redordos brnquios e pelo aumen-to de produo de escarro.

    BRONQUITE - uma do-ena pulmonar caracterizada

    pela inamao dos brn-quios. Existem outros tipos debronquite, como a bronquite

    crnica do fumante invetera-do, a bronquite catarral agu-da (inamao aguda, masreversvel, dos brnquios) e abronquiolite. Esta ltima, co-mum na infncia.

    PNEUMONIA - conhe-cida como uma doena que

    As principais doenas respiratriasvem do frio, pois no invernoh um aumento de sua inci-dncia, principalmente emidosos, crianas, e fuman-tes. Trata-se de uma infec-

    o aguda que pode atingirparcial ou inteiramente ospulmes e caso no seja bemtratada pode levar ao bito.

    RINITE - uma inama-o das mucosas do nariz,geralmente crnica, e quasesempre causada por aler-gias. Ela ajuda a aumentaras ocorrncias de sinusites eotites, contribuindo em deter-minados casos para o cres-

    cimento desarmnico crniofacial. Estudos constataramque a rinite alrgica atin-ge cerca de 20 % a 30% da

    populao e sua maior ocor-rncia nos dias frios e nasmudanas bruscas de tempe-ratura.

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    A Floresta Amaznica no salvar oestoque de oxignio no mundo

    PRODUO DE OXIGNIO

    NO MUNDOAlgas marinhas - 54,7%

    Bosques e forestas - 24,9%Estepes, campos e pastos - 9,1%

    reas cultivadas - 8,0%Algas de gua doce - 0,3%

    H alguns anos difundiu-se a ideia de que a Floresta Amaznica o pulmo do mundopor ser uma grande produtora de oxignio,mas na prtica o grande espao verde existente na Amrica do Sul um grande pulmo para si mesmo

    Paola Cuenca Moraes

    provvel que voc tenhaescutado em alguma aula decincias no colgio que a Flo-resta Amaznica deveria serpreservada a todo custo, poisela mantia a qualidade do arno mundo com a alta produode oxignio a partir da fotos-sntese. Infelizmente, diversosestudos cientcos descobriramque provvel que a Amazniano mande, na vedade, oxig-nio algum para o mundo.

    Como assim? Bom, cla-

    ro que as plantas produzemuma enorme quantidade deoxignio durante o dia, mas aora vascularizada (rvores)e outras plantas associadasa ela utilizam esse gs para

    sua prpria respirao. Con-trariando o simples esquemada fotossntese aprendido noEnsino Fundamental, as rvo-res consomem gs carbnico,mas o lanam novamente nomeio-ambiente no processorespiratrio. Ou seja, o oxi-gnio produzido pelas plantasno processo de alimentao utilizado pelas mesmas plantasna respirao.

    Mas pode se acalmar. Seusprofessores no o enganaram- pelo menos no totalmente.A oresta deve ser preservada,pois mesmo no contribuindocom a emisso de oxignio aomeio-ambiente, ela tampoucoo prejudica quando est emequilbrio. Quando a Amaz-nia desmatada ou sofre comqueimadas, uma grande quan-tidade de gs carbnico libe-rado. O que, segundo algunscientistas, contribui para a

    atuao do efeito estufa (outro

    conceito ecolgico muito con-testado na atualidade).

    Alm da preocupao com oar, em uma viso holstica sobreo meio-ambiente, a destruioda Floresta Amaznica afeta auxo hidrco de algumas regi-es do pas. Grande parte daschuvas precipitadas no Centro-Oeste brasileiro so causadaspor vapores de gua levadospelo vento do Norte at aque-la regio. Sem uma ora queproduza esse vapor de gua, aumidade no seria carregada

    at outro local. E, consequen-temente, as reservas eltricasdo Pas seriam afetadas, poisa energia gerada pelas usinashidreltricas no Brasil so ali-mentadas pelas chuvas queenchem as barragens.

    Ento, como ainda temosoxignio no ar?. As reais ami-gas do pulmo humano so asalgas marinhas. O planeta

    formado 70% de gua e aindaque no possamos ver, o oce-

    ano contm milhes de algasvsiveis e microscpicas queproduzem oxignio constante-mente. A enorme quantidadede algas nos oceanos lanatanto oxignio nos mares queele acaba sendo expelido parafora das guas salgadas e utilizado pelos outros seres vi-vos - como ns, humanos!

    Na verdade, acredita-se ques passamos a existir na Terragraas produo de oxignioa partir de algas azuis que jexistiam no planeta h mais de

    3,5 bilhes de anos.No nal das contas, o pul-

    mo do mundo so seres,em sua maioria, invisveis aoolho nu e que nem ao menosvivem em solo rme. As o-restas ainda nos ajudam, massua importncia para ns estmais relacionada homeosta-se ecolgica do que qualida-

    de do ar. Agora voc j sabe:quando discutirem a poluiodo ar diga que, mais do que asorestas, quem devem ser pre-servadas so as guas. E isso,s possvel com a limpeza demares e oceanos.

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    Muito alm de um esportePraticantes do jiu-jitsu brasileiro superam preconceito e destacam os benefcios da arte marcial que adotam como filosofia de vida

    Joo Victor Evangelista

    Criado como uma forma de de-fesa pelos monges budistas indianos2.000 anos antes de Cristo, o sistemade defesa pessoal que permite quese neutralize uma agresso sem ne-cessariamente machucar o agressorfoi adotado pelos samurais japone-ses para situaes de combate ondeprecisavam enfrentar oponentesarmados e de armadura. Depois deser proibida aps a revoluo Meijie de um longo perodo de tempo, o

    jiu-jitsu acabou chegando ao Brasilpelas mos de Misuyio Esai Maeda,conhecido como Conde Koma.

    O principal aluno do mestre japo-ns foi um garoto rebelde e incontro-lvel chamado Carlos Gracie. Atravsdo jiu-jitsu Carlos aprendeu discipli-na e autocontrole, anos depois, jun-to de seu irmo Hlio, acabou trans-formando a arte marcial de maneira

    que um oponente mais fraco poderiavencer um mais forte usando a tc-nica. Nos anos 30 e 40 isto causougrande espanto na sociedade cario-ca. Atravs de desaos promovidospor Carlos, Hlio provou a ecinciado jiu-jitsu brasileiro contra adver-srios de variados estilos e sempremais fortes que o franzino Gracie, oque os lanou ao status de grandescelebridades na poca.

    Porm, se em meados do sculoXX o jiu-jitsu e seus praticantes vive-ram uma poca de ouro para depoisganhar o mundo, nos anos 80 e 90comearam a ser discriminados euma imagem negativa foi surgindoem torno da arte marcial. O motivofoi a associao do jiu-jitsu aos pit-boys que saiam em busca de brigasnas noites cariocas e paulistanas.

    Norival Diego Rossi, faixa preta eprofessor na Gracie Barra Londrina,defende o esporte desta associao.

    Foi passada essa imagem de o jiu-

    ReproduoFacebook

    jitsu ser uma luta de quem brigo,mas se voc for ver bem, na realida-de o contrrio. Uma pessoa que re-almente treina e se dedica ao jiu-jit-su uma pessoa mais serena. Tanto que jiu-jitsu signica arte suave, apessoa tem que ser calma e prestarateno ao que vai fazer. O mestreCarlos Gracie sempre disse que nstemos que ser to fortes ao pontode que nada possa abalar a paz denossas mentes, nos fazer perder acalma. Ento a imagem do brigono a imagem da pessoa que trei-na jiu-jitsu, quem treina jiu-jitsu apessoa que come direito, que dormecedo, que no perde um treino. O pi-tboy usa um pouco do que aprendeuou viu na internet para tentar bater

    nos outros, mas sempre vai atrs dealgum que no sabe se defender.Ele no vai em competies fazercom quem treina, ele tenta fazer narua com quem no sabe. Por isso eleno e nem nunca vai ser um ver-dadeiro lutador, arma.

    Mais que uma arte marcial, Die-go e seus alunos adotam o jiu-jitsucomo uma losoa de vida. O faixapreta diz que no jiu-jitsu como estilode vida porque pelo fato da supera-o, com o esporte eu aprendi a su-perar muito os meus limites. Eu tiveuma leso no joelho, tenho leso naclavcula e continuo treinando. Tudoque voc aprende no tatame, vocpode levar para sua vida. Quandovoc est treinando, nem sempre

    voc est em uma posio muitoboa, mas voc no pode desistir. E o

    jiu-jitsu nos ensina a sair dessas po-sies de diculdade, nos ensina quesempre tem uma forma de mudar asituao. Quando voc vai passarpor uma diculdade, ns sabemosque aquilo temporrio.

    E os alunos levam conrmamos ensinamentos. Junior Cesar de

    Almeida fala que o principal ensi-namento (do jiu-jitsu) que termosque ter calma e tranquilidade dian-te dos momentos de diculdades epresso que sofremos, sempre preci-samos racionar para tomar a melhordeciso. O faixa azul casado hdois anos e meio com Bruna DaniellaSouza Mattos e os dois treinam jun-

    tos h sete meses. Jnior conta queos treinos compartilhados melhora-ram o relacionamento do casal. Eucomecei primeiro pois sempre gosteide artes marciais e o jiu-jitsu semprefoi uma paixo antiga. J a Bruna -cava em casa sozinha no horrio dotreino e reclamava disso, alm dechorar. Durante uma conversa ela

    resolveu que iria experimentar umaaula para carmos juntos e acabouindo treinar sempre. Isso melhorounosso relacionamento porque para-mos de brigar quando eu voltava dotreino e ela parou de chorar. Almde que agora o esporte mais umadas muitas coisas que temos em co-mum, diz.

    Ele tambm arma que o es-porte signica qualidade de vida e no tatame que eu descarrego todoo stress de um dia de trabalho edescanso a mente. Ns dois enten-demos que o esporte indispens-vel na rotina da semana. J MayaraMonteiro Custdio comeou a treinarpara acompanhar o irmo mais novoe destaca outros aspectos da artemarcial. O esporte fundamentalpara a nossa sade. Alm de trazervrios outros benefcios como forta-lecimento da musculatura, melhorada autoestima e aumento do crculode amizades, fala.

    Mayara ainda arma que minhavida melhorou muito depois que eucomecei a praticar o Jiu-jitsu. Prticoa musculao j h dez anos, maso Jiu-jitsu me trouxe muito mais e-xibilidade, concentrao e coordena-o motora. O esporte timo paradefesa pessoal, trabalha e dene ocorpo, acelera o metabolismo e au-menta a resistncia do organismo,alm de melhorar as capacidadescardiovascular e respiratria.

    Turma da Gracie Barra Londrina no comeo do ano, aps uma cerimnia de graduao

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    Hoje no vai ter videogameO avano da tecnologia faz com que as crianas se interessem cada vez mais cedo por diverses eletrnicas. Mas onde ficam as brincadeiras tradicionais?

    Fernando Bianchi

    H nove anos, a jornali-

    sta Denise Gentil resolveu sededicar s crianas. Aps seinteressar por temas como arelao entre pais e lhos, De-nise montou uma loja de bri-nquedos em Londrina. Porm,a loja no como qualqueroutra do tipo. Ao contrrio dasgrandes redes de lojas infan-tis, que exaltam brinquedosbaseados em grandes marcasou personagens do momento,os brinquedos comercializadosna loja de Denise tm, em suamaioria, o objetivo de educar.So vrias as opes, desdequebra-cabeas, passando porjogos de tabuleiro e chegandoaos livros com temticas infan-tis.

    Sobre a concorrncia da tec-nologia, que est presente cadavez mais cedo na vida das cria-

    nas atravs de videogames,computadores e outros disposi-tivos, Denise acredita que, atu-almente, as pessoas pressupeque as crianas preram estesmeios eletrnicos para brincar,mas que nem sempre assim.Se voc tiver um pai e umame brincando de quebra-ca-beas, dando ateno pra estacriana, ela vai se divertir mais,

    ter mais aprendizagem e maislembranas do que brincan-do de uma forma unilateral nocomputador, diz a proprietriada loja.

    De acordo com Denise, o in-teresse da criana por formastradicionais de brincadeiras de-pende de vrios fatores. Entreeles, esto a educao escolare, principalmente, a conduta

    dos pais. Tem crianas que

    frequentam a loja desde quenasceram, trazidas pelos pais.Estas crianas tem um dife-rencial, conhecem autores delivros desde cedo, por exem-plo. Segundo Denise, os paisque frequentam a loja tm estaconscincia educadora. Tempais que me contam que o lhopediu um brinquedo da modade presente, mas eles no de-

    ram e preferiram trazer a cria-na aqui. E a criana se ada-pta, volta feliz da vida, contaDenise.

    Sobre o aparente desapare-cimento das brincadeiras tradi-cionais frente ao crescimentotecnolgico e s mudanas so-ciais, Denise acredita que issono signica que as crianasno necessitem destas brinca-

    deiras. necessrio um tra-

    balho de resistncia por partede pais e educadores para queestas brincadeiras, que no somais comuns, continuem a exi-stir, destaca. Nesta questo, aloja de Denise atua como umaespcie de centro cultural vol-tado para a manuteno debrincadeiras educativas. Vriosprojetos nasceram aqui dentro,como grupos de contadores dehistrias e outros projetos quehoje tm at mesmo alcancenacional, diz a lojista.

    Ludoteca

    A Universidade Estadualde Londrina (UEL) tambmmantm um espao voltado brincadeiras educativas. Desde1990, a Ludoteca da UEL dese-nvolve atividades para crianasligadas comunidade londri-

    nense e grupos escolares que

    agendem visitas. No local, pro-fessores e alunos do Departa-mento de Educao da UEL de-senvolvem diversas atividadescom as crianas, num espaovoltado para o desenvolvimen-to da linguagem, imaginrio,interao social e estruturaoda personalidade atravs de jo-gos, brincadeiras e objetos ldi-cos mais tradicionalistas.

    De acordo com a coordena-dora da Ludoteca, a professorado Departamento de EducaoMarta Silene Ferreira Barros,especializada em educao in-fantil, o objetivo principal doprograma trabalhar junto comdocentes e discentes dos diver-sos cursos da Universidade,com o intuito de oportunizar scrianas momentos livres que

    envolvem o Brincar. Segundo

    a professora, o grupo pensa obrincar como um elemento pro-

    piciador do desenvolvimentocognitivo, motor, social e afeti-vo da criana, fazendo com queela possa desenvolver-se intere intrasubjetivamente.

    Na Ludoteca, crianas dequatro a dez anos de idade po-dem interagir em um espaoonde so incentivadas a escol-her com o que brincar, tendo disposio temticas como

    livros, teatro de fantoches,msica, jogos ou lmes infan-tis. As brincadeiras tradicio-nais tambm esto presentes,em um espao externo ondeas crianas podem brincar deamarelinha, entre outras ati-vidades. Videogames e com-putadores no fazem parte docenrio da Ludoteca. De acordocom a educadora infantil Elia-

    ne Bonfadini, que atua direta-mente com as crianas, aquielas aprendem a compartilharcom os amigos, e conhecembrinquedos e brincadeiras quepodero vivenciar de formaldica.

    O projeto Ludoteca tambmmantm vrias outras ativi-dades, como palestras e oci-nas para pais e professores e

    cursos de formao para pro-fessores e alunos da rea daEducao, sempre com o ob-jetivo de trabalhar com temasque destacam a importncia daludicidade como uma prticatransformadora. Os professorese alunos do Departamento deEducao o tambm levam oprojeto Ludoteca para fora daUEL, com atividades desenvo-

    lvidas em escolas da regio.

    Ludoteca da UEL proporciona aprendizado atravs de brincadeiras tradicionais

    AgnciaUEL

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    Guerreiro OrientalHoje fisioterapeuta e professor de jud, Hisashi Takahira vem lutando com disciplina e humildade a vida inteira

    Alessandra GallettoAo se encontrar pela primeira

    vez com Hisashi Takahira, pode-sesentir um pouco do peso de suahistria. Quando o conheci emuma aula experimental de jud, vio que realmente era ter um sen-sei: um exemplo a se seguir; umhomem com uma ampla experin-cia de vida que no deixa nada ser

    insignicante em seu trajeto.Tive esta semana, trs mesesaps ter aulas com ele, a oportuni-dade de ouvir sua histria em pri-meira mo. Filho de testemunhasdo bombardeio atmico, veio ain-da criana do Japo para o Brasile s depois dos 30 conseguiu umavida estvel. Com pesado sotaque

    japons, narrou-me seus fatos.Em 1945 seus pais estavam

    nos arredores de Nagasaki quan-do a bomba caiu. Sua me esta-

    va a 40km do local, a caminho dacasa da av, e sentiu o calor dofogo de sso aquecer suas cos-tas. O pai estava na marinha, emum submarino na costa, e sentiuos tremores que vieram do bom-bardeio na gua. O tio nadava norio Inasa; mergulhou 5 metrosgua adentro; quando voltou superfcie seus colegas haviam so-frido queimaduras com o ataque.

    Ele, com 11 anos, e seus pais,

    sairam do Japo, graas guerrae s campanhas do governo paraenviar pessoas s novas colniasda Amrica do Sul. Chegaramna baa de Santos em janeiro de1961.

    Muita gente chorava, diziamque foram enganados, comentasobre a viagem de trem que leva-va vrias famlias japonesas a Ou-rinhos. Passavam sede e fome, otrem cou sem gua, e levou 12horas para chegar. Da cidade,

    Alessandra

    Galletto

    Alessandra

    Galletto

    tomaram dois caminhes e pas-saram a noite ao relento, numestdio em Maring, um ltimocaminho levou-os a Umuarama.

    Todo mundo cou loiro do p queos caminhes levantavam, co-menta entre risos.

    L Hisashi e sua famlia passa-

    ram 3 anos plantando algodo emuma colnia. Depois disso, forampara a Colnia Lorena, onde plan-tavam caf, uva, pokan e hortali-as. L, passaram 12 anos.

    No tinha como enrique-cer fazendo aquilo, ele lamenta.

    Quando eu ia nos bailes ningumqueria danar com ele. japonspobre, ningum queria conversa,nem falava portugus direito!, eleno poupa o riso.

    Aos 23 anos uma chuva de

    granizo - com pedras de gelo dotamanho de golfe - destruiu o par-reiral em que ele e a famlia tra-balhavam. Trocaram o cultivo deuvas pelo de tomates. Mas o cli-ma se voltou contra eles uma se-gunda vez, e uma geada queimoua nova safra.

    Cansado da vida repetitiva docampo e da falta de sucesso, re-solveu mudar-se para a cidade etentar l a sorte. Agora eu tenhoque estudar, seno no vou casarnunca, disse aos 23 anos paraseu pai.

    Foi para Santos onde encon-trou um emprego vendendo sal-gados e pastis no porto. Logo emseu primeiro ano na cidade, bus-cou uma academia de jud e co-meou a treinar, alm de estudar

    para o vestibular. Com 31 anos, in-teressado em ajudar dedientes,tentou e conseguiu entrar no cur-so de Fisioterapia na UniversidadeMetodista de Piracicaba. 4 anosdepois, estava formado.

    J com 34 anos, a presso eragrande para que se casasse. Na

    minha casa eu tinha apelido dejapons veado, porque eu no ca-sava nunca! ele ri. Acabou vindopara Londrina para ajudar o paino restaurante que a famlia abriu.Chegou a trabalhar em 4 empre-gos ao mesmo tempo, inclusivedar aulas de jud.

    Em 1992 conseguiu abrir um aacademia de ginstica e jud nacidade, onde tambm fazia con-sultas de sioterapia. 4 anos de-pois, comprou o terreno onde est

    at hoje dando aulas e fazendoconsultas.

    Quando ele tinha 43 anos deidade, sua mulher adoeceu comesclerose mltipla. A doena incu-rvel paralisou-a da cintura parabaixo. Ele obrigava os trs lhosa fazer aulas de jud com ele, quehoje esto na faixa dos 20 anos,e so faixa marrom (ltima faixa

    antes da preta). Graas ao judconseguimos cuidar da nossame, dizem ao pai. Minha lhaconsegue levar a me no colo.

    Apesar das diculdades, aoshoje 65 anos, Hisashi permaneceotimista. Tendo fora de vontade,f em Deus e honestidade, nada impossvel. Nasceu budista, masaos 14 anos, j no Brasil, foi ba-tizado catlico. Mas Deus umacoisa s viu, a gente tem que res-peitar todo tipo de religio; no

    pode dizer que s voc est certono, comenta.

    Para cuidar da esposa alm daajuda dos lhos ele conta com oapoio moral de um cachorro deestimao que adotou h um anoe meio. Hoje ele companheirodela, e a alegria da casa. Quandoeu levei ele pra casa meus lhoschoraram de alegria, depois detanto tempo com a me doente,estavam sem vontade de chegar

    em casa no m do dia.Sempre redescobrindo a vida,hoje o sensei comprou um saxofo-ne e voltou a ter aulas aps 1 anoparado. Sempre quis aprender, eagora estou conseguindo. Fiqueiseis meses eocnomizando e agoracomprei.

    Para ele, o Brasil uma terraque d a quem se esfora. Tudoaqui possvel desde que a genteno desista, ele sorri, saxofoneem mos.

  • 8/12/2019 Paralelo ECO - 4 Edio

    12/20

    Carol Ferezini

    Um dos momentos demaior orgulho na vida daspessoas a compra do pri-meiro carro. Seja ele novo,com cheirinho de fbri-ca, ou usado. No impor-

    ta. Parece que um mundode possibilidades se abre, eagora j no existem bar-reiras fsicas que dificultemo acesso elas. Alguns do-nos tm mais cuidado queos outros, e a idade quechega para todos tem efei-tos diferentes em cada umdeles.

    Carros antigos viram pe-as raras e conservadas nas

    mos de colecionadores,mas so poucos os auto-mveis que tm essa sorte.

    A grande maioria, quandono tem mais a capacidadede desempenhar sua fun-o, transportar acabavirando sucata amontoa-da em ferros-velhos. Noentando, h uma pequenaparcela que tem um destino

    ainda pior: o total aban-dono.

    Em 2013 foi criada emLondrina uma lei que obri-ga o municpio a retirar dasruas carros abandonadosem vias pblicas. Essa leimodifica o pargrafo 2. doart. 38 do Cdigo de Pos-turas do Municpio e acres-centa um novo pargrafo

    norma, que obriga a Com-

    pania Municipal de Trnsitoe Urbanismo (CMTU) a re-colher veculos abandona-dos por mais de 30 dias nasruas e avenidas da cidade.

    Proposta pelo vereadorGustavo Richa, a iniciativa

    pretende, segundo o diretorde trnsito da CMTU, Majo rSebastio, reduzir o gran-de problema que esses car-ros e sucatas podem cau-sar, que servir como focode doenas como a den-gue, ser abrigo para pragascomo ratos e baratas, ou setransformar at mesmo emesconderijo para bandidos,armas e drogas.

    Alm da fiscal izao re-alizada por agentes daCMTU, outra forma deidentificao de autom-veis e sucatas abandona-dos pela cidade se d pormeio de denncias da po-pulao. Aps a confirma-o de que o veculo estabandonado por mais de30 dias, a CMTU entra em

    contato com o proprietriodo mesmo, notificando-oe lhe dando o prazo de 10dias para que remova suapropriedade do local. Casoisso no acontea dentrodo prazo, o veculo ou su-cata retirado do local elevado para o depsito doDepartamento de Trnsito(DETRAN), que dar seu

    destino final.

    Segundo moradores, este Chevette est abandonado no local h quase 1 ano

    Destino certoCarros abandonados passam a receber

    tratamento correto em Londrina

    O que feito com a sucata?No ltimo dia 10, o

    Departamento de Trn-

    sito do Paran realizou

    em Curitiba a destruio

    de 824 veculos para

    reciclagem. Essa ao

    fez parte do primeiro

    leilo realizado no es-

    tado em parceria com

    as Polcias Civil e Mili-

    tar, Procuradoria Geral

    do Estado e Tribunal deJustia do Paran .

    Este novo mode-

    lo evita o descarte e o

    acmulo de lataria nos

    p tios do Governo e n os

    ferros-velhos privados.

    Assim, possvel com-

    bater proliferao de

    mosquitos e ratos e a

    poss ib il idade de conta-

    to dos materiais poluen-

    tes dos carros - comogasolina, leo e bateria

    - com o solo, evitando

    tambm a contaminao

    das guas.

    Essa primeira destrui-

    o abrangiu somente

    veculos parados em p-

    tios das Polcias Cvil e

    Militar da capital, acumu-

    lando mais de 400 tone-

    ladas de sucata que emseguida foi leiloada. Se-

    gundo o diretor-geral do

    DETRAN, Marcos Taad,

    a ideia que essa ao

    possa ab rang ir todo o

    Paran.

    Para que esse mate-

    rial fique pronto para o

    leilo, preciso que que

    todos os veculos pas-

    sem por um processo

    de descontaminao edescaracterizao. A

    triturao deve, neces-

    sariamente, ocorrer no

    pr pri o p tio pa ra ev it ar

    que peas, partes ou o

    pr pri o ve culo in te ir o

    voltem circulao. A

    lataria transformada

    em material para cons-

    truo, pregos, arame e

    p de fe rr o, por exem-pl o. Os vidros , espu-

    mas, plsticos e pneus

    tambm so reciclados

    e destinados para em-

    pr esas especial izadas ,

    que tm compromisso

    ambiental com o destino

    do material. No primeiro

    leilo realizado, o valor

    arrecadado ultrapassou

    os 215 mil reais.

    CarolFerezini

  • 8/12/2019 Paralelo ECO - 4 Edio

    13/20

    Energia subaproveitadaNo Brasil, faltam investimentos para que

    se possa avanar na produo de energia solar

    Nathalia CorsiO Brasil tem um grande po-

    tencial de aproveitamento daenergia solar, graas aos altos n-dices de radiao, mas esse tipode energia supre menos de umpor cento da demanda do pas.

    Apesar do clima favorvel, faltaminvestimentos para que o recur-so renovvel seja mais explora-do, segundo o professor italianoFranco Decker, do departamentode qumica da Universidade LaSapienza, de Roma. O professoresteve na UEL, no dia 30 de maio,

    ministrando uma palestra sobreenergia solar a convite do Depar-tamento de Fsica da UEL. Duran-te a visita, Decker apresentou osnovos materiais que podem serutilizados para a converso da luzsolar em energia, em substituioao silcio, que tradicionalmente usado na fabricao dos painissolares.

    Para o pesquisador italiano, amatriz hidreltrica, principal fon-te de energia do pas, vive um

    momento crtico. Neste ms daCopa j est se falando em umracionamento de energia eltricae de gua. Devido s mudanasclimticas, o Brasil no tem tidoa quantidade de chuvas a que es-tava acostumado a receber noslugares onde esto situadas asusinas hidreltricas, comentou,indicando que a matriz hidreltri-ca pode sofrer os efeitos colate-rais das mudanas climticas.

    Ele explica, ainda, que mesmo

    com o tempo nublado e o cu en-coberto por nuvens, sempre vaihaver luz suficiente para alimen-tar uma central solar. Por isso,trata-se de uma fonte alternativaeficiente. A energia solar est,no momento, subaproveitada noBrasil, e o Brasil deveria desen-volv-la muito mais porque temtanto sol opinou, ressaltando aextenso do territrio do Brasil edizendo que a maioria das regi-es tem o clima propcio para um

    bom aproveitamento da energia

    solar: H regies mais secas,como o serto e o cerrado. Essas

    so ideais, mas nas demais regi-es tambm possvel aproveitaressa forma de energia. O pesqui-sador tambm afirmou que, em-bora no exista fonte de energiacem por cento limpa, as energiasrenovveis (como a solar) so asque geram menor impacto am-biental e, portanto, deveriam serpriorizadas.

    As usinas hidreltr icas podemproduzir muito mais energia, noentanto, em um lugarejo, vila ou

    aldeia, segundo o pesquisador, mais vantajoso recorrer a energiasolar, instalando uma pequenausina solar que pode ser constru-da em um tempo rpido e depoispode ser ampliada, do que levarmuito tempo construindo umaenergia hidreltrica ou puxar ca-bos por centenas de quilmetros.

    O que falta, ento, para o Bra-sil explorar melhor o potencialque tem para usar esse tipo deenergia, investimento. O pla-

    no de desenvolvimento sempresegue, de alguma forma, umatrilha conhecida, no caso do Bra-sil, a hidreltrica tem se repetido- afirmou Decker, sem ser pessi-mista As decises polticas po-dem ser impulsionadas pela opi-nio pblica, por isso as pessoasprecisam questionar mais. Se naEuropa 20% da energia eltrica proveniente da luz solar, mes-mo com um clima frio e nublado,o Brasil tem toda a condio de

    produzir energia solar que suprao pico de energia durante o dia,nem que no seja 20% como naEuropa, mas pelo menos 5%. Ahidreltrica pode continuar forne-cendo a energia de base: aque-la que necessria tanto de diaquanto noite, explicou.

    Para se ter uma ideia da apli-cao prtica da energia solar emsolo europeu, o pesquisador citoucomo exemplo os telefones deemergncia dispostos nas auto-

    estradas, que funcionam a partir

    de um pequeno painel solar queconverte luz solar em energiaeltrica. Da mesma maneira, fun-cionam parqumetros. Alm disso,as pessoas que possuem painissolares em suas residncias e ge-ram energia, vendem o excedente

    produzido para a rede pblica.O Brasil ainda est engati-nhando no que diz respeito ge-rao domstica de energia, queconta com milhares de adeptosem outros pases. De acordo coma Agncia Nacional de EnergiaEltrica (Aneel), em janeiro desteano, apenas 38 brasileiros esta-riam gerando e vendendo para asdistrubuidoras do setor sua pr-pria energia captada a partirdos painis solares fotovoltaicos

    que absorvem e armazenam aenergia do sol , sendo que essaprtica foi autorizada pela Aneelem abril de 2012. Em contraste, a

    Alemanha, conta com cerca de 1,5milho de produtores individuaisde energia. No pico, esses consu-midores chegam a fornecer 60%da energia consumida no pas. OBrasil, que conta com uma dasmaiores radiaes solares, enfim,precisa se espelhar na experin-cia europeia e dar mais atenopara esse tipo de energia.

    Usina solar na Europa, onde 20% da energia eltrica provm da luz solar

    Para o professor italiano Franco Decker, as decises

    polticas no tm dado a merecida ateno ao potencial

    que o Brasil tem para a produo de energia solar, mas

    podem ser impulsionadas pela opinio pblica

    Divulgao

    Divulgao

  • 8/12/2019 Paralelo ECO - 4 Edio

    14/20

    Pesquisa traa as transformaesde Londrina e regio

    Projeto do Departamento de Geocincias da UEL pesquisou as transformaes dadinmica urbana e industrial ocorridas em Londrina e em sua Regio Metropolitana

    Vanessa TolentinoAo longo do tempo Londrina

    passou por grandes transfor-maes. Antes, a economia dacidade era puramente agroin-dustrial. Atualmente, a cida-de desenvolve atividades no

    industriais, porm, de grandeimportncia para a sua regioe no menos atrativas parapessoas de outras localidades, o que diz a professora MrciaSiqueira de Carvalho, respon-svel por uma pesquisa que foidesenvolvida no Departamentode Geocincias da Universida-de Estadual de Londrina (UEL).

    Motivados pelas novasfunes que a cidade desen-

    volveu e a inuncia dissona formao de um territriometropolitano, o projeto con-tou com outros pesquisadoresque o desenvolveram no in-tuito de caracterizar Londrinapelo papel que tem desem-penhado nos ltimos anos eno apenas pela quantidadepopulacional do municpio.

    A coordenadora do proje-

    to cita como exemplo de no-vas atividades desenvolvidasna cidade, um plo crescentede universidades, faculda-des e institutos de pesquisaque produzem cada vez maiscincia e tecnologia. Issoatrai desde estudantes, pes-quisadores, eventos e recur-sos para a produo de novosprojetos, complementa. Alm

    disso, a pesquisadora tam-

    bm cita a mudana no perfldas indstrias que passarama se instalar em Londrina, ea transformao nas relaesde dentro e de fora da cidadeno mbito da violncia, focodo trabalho da professora.

    Mrcia Siqueira estudou onmero de pessoas feridas porarma de fogo, por arma brancae por agresso. Dados da pes-quisa mostraram todas as mor-tes por armas de fogo ocorri-das no municpio entre 1999 a2007. Em 2003, o nmero maisalto revelado pelo estudo, de160 mortes, mostrou tambmum aumento no homicdio dejovens entre 20 e 29 anos.

    Alm disso, possvel obser-var um crescimento na parti-cipao de jovens entre 15 a19 anos a partir de 2001, e umsignifcativo aumento nas mor-tes de crianas e adolescen-tes de 10 a 14 anos em 2007.

    Apesar de ser comum ima-ginarmos que a violncia um aspecto mais frequenteem grandes cidades, a pes-

    quisadora diz que esse fatoindepende do tamanho domunicpio, j que pesquisasmostraram que atualmente aviolncia est crescendo maisem cidades tidas como de m-dio porte do que em grandesmetrpoles. Quando vocpega o nmero de homicdiose faz uma proporo por 100mil habitantes, no so as

    maiores cidades que tem esse

    nmero alto, mas sim as cida-des de fronteiras ou cidadesque tm problemas que envol-vam trfco de drogas e mer-cado ilegal de armas de fogo,esclarece a pesquisadora.

    O projeto tambm estudou

    acidentes de trnsito ocorridosem Londrina nos ltimos anos.A pesquisa de acidentes commotociclistas mostrou que noano de 2007, 54% do total fo-ram colises envolvendo auto-mveis, seguido por quedas demoto, com 28%. Com o estudotambm foi possvel observarque as maiores vtimas naque-le ano foram jovens entre 20 e24 anos. Quando se tem um

    adensamento de populao,h uma maior probabilidade deocorrer acidentes de trnsito.E quando se tem um espalha-mento dessa cidade, ou seja,a criao de bairros mais afas-tados, tambm se tem um au-mento nos acidentes de trn-sito, pois acontece um maiordeslocamento dos veculos, eisso um aspecto da violncia

    urbana, que acaba por dar umaconfgurao nova para uma ci-dade, explica Mrcia Siqueira.

    A pesquisadora esclareceque a regio metropolitana deuma cidade tem por objetivocompletar aspectos econmi-cos e sociais, o que signifcaque os municpios passam aresolver em conjunto os pro-blemas urbanos que surgiro.

    Para a Geografa, quando se

    fala em regio, se fala em in-tegrao, complementaridade

    e de uma inuncia exercida etecida pela maior cidade, diz.

    Apesar disso, de acordo coma coordenadora do projeto, emalguns casos as cidades dasregies metropolitanas pos-suem muito pouco em comumcom a cidade central. Muitasvezes ns nos defrontamoscom a criao de uma regiometropolitana que poltico-

    -administrativa, na qual, no

    h a preocupao sobre a realfuno da cidade. No entan-

    to, a regio metropolitana devepossuir uma integrao emsuas semelhanas. A no inte-grao das cidades seria muitodifcil, pois no se somaria es-foros, nem verbas. Quando setem um consrcio com outrosmunicpios para se resolver oproblema do lixo, por exem-plo, a verba maior, o quefacilita a resoluo do proble-

    ma, completa a pesquisadora.

    Mrcia Siqueira de Carvalho coordenou o projeto

    e estudou a violncia urbana em Londrina

    VanessaTolentino

  • 8/12/2019 Paralelo ECO - 4 Edio

    15/20

    Preservao com incentivo econmico

    Nathalia CorsiAdrian Saegesser proprietrio

    da Pousada Marab, onde feita aproduo orgnica de frutas, bemcomo a posterior transformaodessas frutas em produtos a se-rem comercializados, como geleias.

    Alm de hpedes, a pousada rece-be famlias para degustarem umalmoo rural. O agricultor teve a

    ideia de prover o seu sustento deforma ecologicamente correta, pre-servando a rea nativa da proprie-dade que herdou dos avs. DanielSteidle realiza em sua fazenda, aBimini, um trabalho de educaoambiental. Visitantes so recebidosno espao e tm a oportunidade devivenciar o contato prximo com anatureza. A fazenda cou conhe-cida por ter uma sala de projeomontada em um paiol, que passoua ser chamada de Cine Paiolzo.

    As experincias da Chcara Ma-rab e da Fazenda Bimin, ambasem Rolndia, provam que a sus-tentabilidade possvel, no s noplano do discurso, mas por meio deaes concretas. Tanto Saegesserquanto Steidle, no entanto, concor-dam que a falta de incentivo pre-servao de rvores nativas umafalha que precisa ser repensada.

    preciso que haja um incenti-vo a quem mantm reas verdes,no importa o tamanho, por quno ajudar as pessoas que estomantendo a mata nativa em p?Economicamente temos que vi-ver.... ento estamos batendo nes-sa tecla com os vereadores, pre-feitos e com a Secretaria do Meio

    Ambiente e Recursos Hidrcos,que lanou a ideia do pagamentopor servios ambientais, para queisso seja realmente concretizadoe que no se espere muito, por-que ainda h 40 mil hectares demata nativa em p em Rolndia,por exemplo, e preciso apoiar

    as pessoas que esto mantendoisso ainda, argumenta Saegesser.

    Em complemento, para Steidle,existe a necessidade de se encon-trar maneiras de dialogar com o sis-tema capitalista vigente, que estsempre voltado para o lucro: no que as pessoas que esto detonan-do o mundo no gostem das ideiassustentveis, mas a questo econ-mica sempre colocada frente.O educador ambiental arma, ain-da, que no possvel exigir queo agricultor preserve as matas seele no ir ganhar nada com isso

    ns temos que ir de encontro comos agricultores, onde esto ainda osremanescentes orestais; eles de-veriam ser recompensados por es-tarem cuidando do meio ambiente.

    Aqueles que protegem o meioambiente - bem de uso comum do

    povo - reivindicam benefcios, poisa sua propriedade est atenden-do funo socioambiental. Esseassunto rende muita discusso.

    Ao poder pblico lanado o de-sao de dar efetividade ao trin-mio: meio ambiente sociedade

    economia. O desenvolvimentosustentvel prope uma harmo-nizao socioeconmica com aconservao do meio ambiente.

    A instituio de incentivos deordem tributria, por enquanto, pa-rece ser o estmulo mais ecientepara a preservao ambiental. Naspalavras do lsofo poltico italianoNorberto Bobbio, o uso dos incen-tivos e dos prmios uma formade dirigismo social. Nesse contex-to, o Direito est inclinado a esta-belecer medidas administrativaspara induzir comportamentos tidos

    como desejveis, no estando li-mitadas apenas a proibir, obrigarou permitir. Segundo a advogada

    Andrelize Parchen, especializandaem Direito Ambiental, os incenti-vos tributrios esto em conformi-dade com o princpio inovador doprotetor-benecirio (de incentivostributrios, isenes, comensaes,etc.), que na sociedade atual e sobo prisma da sustentabilidade temmuito mais eccia que o antigoe conhecido princpio do poluidor-pagador. O maior desao, contudo, a adaptao do poder pblico. mais confortvel e, em tese, vanta-

    joso aplicar multas, em vez de criarmecanismos tributrios capazes deincentivar os proprietrios a pro-teger e manter ntegra e saudveluma rea de relevante interesseambiental, escreveu a advogada

    em artigo publicado no jornal Ga-zeta do Povo. O Pagamento porServios Ambientais tem experin-cias em outros pases e tambmem alguns estados brasileiros, pormeio do poder pblico e de or-ganizaes no governamentais.

    No Paran

    Em 2012, o governo do Esta-do encaminhou para a AssembleiaLegislativa dois projetos de lei quedariam supor ao programa BioclimaParan, um amplo projeto ambien-tal pensado para estabelecer es-tratgias para aliar a expanso daatividade econmica com a preser-vao do meio ambiente. Uma daspropostas de lei previa a remune-rao aos produtores que contri-buem para a conservao da matanativa alm do que j previsto nalei (atualmente, o mnimo de vege-tao a ser preservada de obriga-toriamente 20%). Os critrios paraorganizar os valores pagos seriambaseados no tamanho do imvel,da rea de cobertura vegetal na-tiva conservada e da regio ondeestivesse inserida a propriedade.

    Procurando saber sobre os enca-minhamentos desse projeto de lei,o Paralelo Eco foi orientado pelo ex-secretrio da SEMA Jonel Iurk a falarcom a Engenhara Florestal MarieseMuchailh, hoje chefe do Departa-mento Biodiversidade do IAP, masque trabalhava na SEMA durante asua gesto, quando as propostasde lei foram elaboradas. Mariesearmou que a lei (17.134/2012) foiaprovada, mas ainda no foi con-cretizada na prtica. De acordo comela, faltam alguns passos, como aregulamentao de cada tipo demodalidade de servios ambientais.Com as eleies sendo neste ano, oLuiz Eduardo Cheida foi substitudona SEMA por Antonio Caetano dePaula Jr. Est nas mos dele, agora,a concluso (ou no) dessa pauta.

    Proprietrios rurais que mantm reas de vegetao nativa reivindicam apoio financeiro; no Paran, lei existe, mas ainda no foi posta em prtica

    Vista area da Pousada Marab; pagamento por servios ambientaisbeneciaria produtores que efetivamente contribuem com a preservao

    do meio ambiente, mantendo rea verde maior do que o obrigatrio

    Reproduo:PginaPousadaMarab

  • 8/12/2019 Paralelo ECO - 4 Edio

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    Meio ambiente na ponta do lpisAlm de matemtica, portugus e histria, as escolas devem se preocupar tambm com o ensino que aborde o meio ambiente e a sustentabilidade

    Rafael Gratierie Yudson Koga

    Moramos no pas com a maiororesta tropical do mundo. Con-forme o Greenpeace, ali morametade das espcies terrestresdo planeta. So pelo menos 5mil espcies de rvores, 300 demamferos, pssaros ultrapassamas 1.300 e os insetos, milhes.Desde 1550, com a chegada dosportugueses,at 1970, o des-matamento na Amaznia nopassava de 1% de toda a ores-ta. Desde ento, em 40 anos, onmero chegou aos 17% - reaequivalente aos territrios do RioGrande do Sul, Santa Catarina,Paran, Rio de Janeiro e EspritoSanto. O site Desmatamento Zerodiz que a oresta j perdeu maisde 720.000 km nos ltimos 50anos.

    De acordo com dados divul-gados em abril pela Organiza-o das Naes Unidas (ONU), aemisso de gases do efeito estufacresceu em nveis preocupantesnos ltimos anos. O relatrio ar-ma que a substituio de com-bustveis fsseis por alternativaslimpas de energia, como a eli-ca, solar ou nuclear, teria impactode somente 0,06% por ano nocrescimento econmico mundial.Essa emisso desenfreada temafetado diferentes ambientes doplaneta: cerca de 30% do dixidode carbono emitido atmosfera absorvido pelos oceanos, tornan-do-os mais cidos, fato que, porsua vez, prejudica a sade dosanimais marinhos.

    , ento, essencial a preocu-pao com o meio ambiente. Oscuidados com o planeta e com

    a sustentabilidade devem par-tir, entretanto, no apenas dospolticos e grandes empresrios,mas de toda a populao. Jogaro lixo no lixo, por exemplo, podeparecer uma pequena atitude,mas j um grande passo paraa conscientizao ecolgica. Este o papel da educao ambien-tal: adotar medidas que visammelhorar a qualidade de vida dapopulao, alm de proporcionaruma compreenso da importn-cia da preservao ambiental.

    Segundo o artigo 1 da Lei n9.795/99, entende-se como os

    processos por meio dos quais oindivduo e a coletividade cons-troem valores sociais, conheci-mentos, habilidades, atitudes ecompetncias voltadas para aconservao do meio ambiente,bem de uso comum do povo, es-sencial sadia qualidade de vida esua sustentabilidade. Para CarlosToscano, professor do departa-mento de Educao da Universi-dade Estadual de Londrina (UEL),a educao ambiental umaresposta em termos educacionaisaos problemas que o mundo en-frenta nessa rea que, hoje, so

    objetos de estudos, pesquisas,discusses e propostas.

    Existem dois mbitos de aoda educao ambiental: a formale a no-formal. O artigo 9 dalei arma que a educao formaldeve estar presente em todos osnveis da educao, ou seja, daeducao bsica educao su-perior. Deve ser implantada emdiferentes modalidades, comoeducao de jovens e adultos,educao distncia, educaoespecial, educao escolar in-dgena, entre outros. Embora aeducao ambiental apresente

    uma caracterstica interdisciplinare, assim, impedida de ser implan-tada como matria especca nocurrculo do ensino, permitidoaos cursos de ps-graduao,extenso e reas voltadas ao as-pecto metodolgico da educaoambiental a criao de uma disci-plina. A educao ambiental sse torna uma disciplina em esfe-ras de capacitao de tcnicos,como, por exemplo, em universi-dades. Na escola ela precisa serdesenvolvida de forma interdisci-plinar: todas as disciplinas traba-lhando com o tema. Para que isto

    Os cuidados

    com o planeta

    e com a

    sustentabilidadedevem partir no

    apenas dospolticos

    e grandes

    empresrios,

    mas de toda a

    populaowww.pensamentoverde.com.br

  • 8/12/2019 Paralelo ECO - 4 Edio

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    acontea, preciso que o corpodocente seja integrado, que tra-balhe na forma de projetos emque uma disciplina possa auxiliara outra por um objetivo comum.Este trabalho interdisciplinar palco de muitas crticas e con-trovrsias at hoje no ambienteescolar, arma a Eloiza Torres,professora do departamento deGeograa da UEL.

    Torres explica que a esco-la responsvel por auxiliar nasensibilizao sobre os elemen-tos do meio: ser no ambienteescolar que o professor poderesclarecer dvidas, capacitar osalunos perante as mais variadasproblemticas ambientais, sejamdenncias, atividades de recuper-o de reas, mobilizao social.Assim, de acordo com a profes-sora, o papel da escola crucialno desenvolvimento das prticasde educao ambiental formal etambm como ponte para a no-formal.

    O mbito no-formal tratadas aes e prticas educati-vas voltadas sensibilizao dacoletividade sobre as questes

    ambientais e sua organizaoe participao na defesa da qua-lidade do meio ambiente, comoescreve o artigo 13 da legislaobrasileira. Ou seja, a educaoambiental no desenvolvida emescolas, mas em comunidades,em associaes de moradores,em organizaes, etc.

    Toscano tambm ressalta aimportncia de se discutir a ques-to ambiental em casa, cabendoaos pais conscientizar seus lhosdesde pequenos: nos dias dehoje, a educao ambiental podeser iniciada a partir do momentoem que se nasce, j que as con-dies de vida e sua qualidadetero papel decisivo em nossapossibilidade de existirmos e emquais condies seria essa exis-tncia. A gua que utilizamos tratada? Existe esgoto? H cole-ta de lixo? Para onde ele vai? Hreaproveitamento? E a qualidadedo ar que respiramos? H con-trole daquilo que lanado noar, nas guas? E sobre o que secome, convel?.

    Carlos Frederico Bernar-do Loureiro expe em seu tex-

    to Educao ambiental crtica:contribuies e desaos trsquestes a serem resolvidas emrelao educao ambiental: aprimeira seria repensar osobjetivos de projetos eprticas pedaggicas ese atentar ao conceitode conscientizar. Nor-

    malmente as pesso-as entendem porconscientizar ape-nas como se sen-sibilizar s causasambientais. Parauma educaoambiental crti-ca, importanteentender a cons-cientizao comoum processo de

    mtua aprendiza-gem pelo dilogo,reexo e aono mundo.

    O segundodesao est nana capacidade derepensar a estruturacurricular levantandoos motivos histricosque conduziram a deter-minada congurao disci-plinar e sua importncia parao atendimento dos interessesdominantes na sociedade. Issopode facilitar a construo de ati-vidades integradas, considerandoas possibilidades de cada escolae seus objetivos institucionais.E o ltimo ponto a ser debatidoseria a necessidade de uma atu-ao efetiva dos educadores am-bientais no mbito poltico, o queestimularia a construo de umsistema de educao ambientalecaz no pas.

    Deve-se salientar que o ensi-no ambiental dever do Estadobrasileiro, como previsto na legis-lao. A Constituio Federal de1988 menciona que a educaoambiental um componente es-sencial para a qualidade de vida.O Estado deve, ento, promovera educao ambiental em todosos nveis de ensino e a conscien-

    t i za -o p-blica para apreservao do meioambiente, de acordo com o ar-tigo 225.

    De acordo com o relatrio cita-do no incio da matria, possvellimitar o aquecimento global emat 2C at 2100 caso os pasesreduzam as emisses globais defases do efeito estufa. possvel,desse modo, perceber que a pre-ocupao com o meio ambiente de extrema importncia. A edu-cao ambiental atua como umadas principais ferramentas nesseprocesso de promoo do equil-brio entre o homem e a natureza,sendo essencial para preservar oplaneta para as futuras geraes.

    O homem vem utilizando a

    natureza de forma predatria

    desde o sculo XVIII, quando

    teve incio a Revoluo Indus-trial. Avanos tecnolgicos

    contriburam para a degrada-

    o do ecossistema global,como, por exemplo, mudan-

    as climticas, poluio e ex-tino de espcies animais.

    Preocupada com o futuro do

    planeta, a Organizao das

    Naes Unidas (ONU) reali-

    zou a Primeira Conferncia

    Mundial sobre o Homem e oMeio Ambiente, que tambm

    cou conhecida como Confe-

    rncia de Estocolmo, entre 5

    e 16 de junho de 1972. Osprimeiros apontamentos de

    educao ambiental vieram

    Estocolmo, 1972 junto com a conferncia, ar-ma Torres.

    Do encontro surgiu a De-

    clarao de Estocolmo, que

    trazia sete pontos com res-

    ponsabilidades e compor-tamentos a serem seguidos

    pelas naes em relao

    ao meio ambiente. Entre ositens, ca estabelecido, por

    exemplo, que o homem deve

    prestar ateno s consequ-ncias de seus atos na natu-

    reza e deve estar, com ela,

    em harmonia. O evento foi

    o primeiro do gnero. Dele,

    surgiram outras reunies in-ternacionais, como a de Kyo-

    to (dando origem ao Proto-

    colo de Kyoto, em 1997), e a

    ECO-92, conferncia ocorri-da no Rio de Janeiro, 20 anos

    aps a pioneira.

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    Economia de dinheiro e de recursosPrograma de Gesto Ambiental da UEL traz outras formas de pensar o lixo do Campus Universitrio

    Ana Maria SimonoEstudantes. Movimento. Cam-

    pus Universitrio. A comunidadede 25 mil pessoas que frequenta

    o Campus da UEL produz mais de50 toneladas mensais de lixo, en-tre resduos orgnicos e materiaisreciclveis. Mas o que acontececom esses rejeitos? O Programade Gesto Ambiental ReciclaUEL tem adotado medidas paraviabilizar a destinao correta dolixo na Universidade.

    De acordo com a coordenado-ra do Recicla UEL, Maria Jos Sar-tor, o programa surgiu como des-

    dobramento de um projeto frentes exigncias institudas por umdecreto municipal: Em 2009, omunicpio de Londrina publicouo decreto 4769, que estabeleciaa coleta para os grandes gerado-res. Aqueles que geram mais de600 litros de lixo por semana soconsiderados grande geradores.Ento a Universidade comeou aser notifcada. Ela precisava im-plementar um sistema de coletaseletiva e assumir a questo do

    gerenciamento de outros resdu-os.

    Mas foi s em meados de 2010que o programa comeou a rea-lizar medidas efetivas: o projetofazia levantamento de dados, masa questo era muito local. As ati-vidades eram bem concentradase no se difundiam pela Univer-sidade como um todo. A questoda coleta seletiva, em si, foi muitoprecria, destaca Maria Jos.

    Desde ento, o Programa vemdesenvolvendo outras formas derecuperar os resduos geradospela Universidade. A gente recu-pera quase tudo aqui. Utilizamosos restos de tinta para pintar pa-redes, pisos. Tambm extramosa prata de aparelhos raio-X, paraque o material seja reaproveita-do, e os restos de construes,madeiras, materiais de obras, agente reutiliza para fazer os ban-quinhos, as mesas de concreto,

    AnaMariaSimono

    os pisos, os bicicletrios, afrmaa coordenadora. Os materiais re-ciclveis so destinados a umacooperativa, a Cooperoeste, quetrabalha com cerca de 40 coleto-res.

    E os dejetos qumicos, segun-do Maria Jos, so quase todos

    reaproveitados: Na qumica, porexemplo, os resduos geradoschegam at ns, a gente recuperae eles voltam para o departamen-to na forma de outros produtos.Ou seja, eles no precisam gastarpara comprar isso. E interessan-te como cria-se, ento, uma lgi-ca de dependncia.

    Desde o ano passado, o Re-cicla UEL tem investido em umaoutra iniciativa: espalhou lixeiraspara trs tipos de resduos (reci-

    clveis, rejeitos, orgnicos) peloCampus Universitrio. A intenoera facilitar a segregao do ma-terial e incentivar a mudana dehbitos. Saldo positivo: houveadeso da comunidade univer-sitria, explica a coordenadora.Mas ainda faltam lixeiras a serem

    instaladas: temos cerca de 10lixeiras que ainda vamos instalarem pontos da Universidade, e issodeve ser feito esse ms, a partirdeste sbado (14/06), garanteMaria Jos.

    No comeo do ano, o res-taurante universitrio (RU), emparceria com o Recicla UEL, dis-tribuiu 10 mil canecas a estudan-tes e servidores, como forma desubstituio aos 690 copos pls-ticos que vinham sendo utilizados

    anualmente na Universidade. Deacordo com a direo do RU, amedida representa uma economiade 18 mil reais para os fundos daUEL.

    Economia de dinheiro e derecursos: ganha-se em termosambientais e poupa-se no mbito

    econmico. Com oramento redu-zido e mo-de-obra limitada emtermos quantitativos, o programasegue incentivando a mudana dehbitos na Universidade.

    Para a coordenadora do Re-cicla UEL, houve avano quanto conscientizao: os alunos decnicas, por exemplo, utilizaramalguns materiais essa semana eo zelador do CECA me ligou paraeu recolher o lixo, mas avisou queos alunos j haviam separado cor-

    retamente os resduos. Mas elaressalta que, de uma forma geral,ainda falta muito no que tange sformas de lidar com o lixo produ-zido: um problema cultural.

    ServioO Recicla UEL no possui

    previso para a execuo de no-vas aes ainda este ano, mas a

    coordenadora do programa pen-

    sa em iniciativas para o incio

    das aulas de 2015: talvez uma

    ao junto aos alunos que esto

    ingressando na Universidade,

    revela.

    Qualquer aluno ou servidor

    pode fazer reclamaes ou su-

    gestes pelo e-mail reciclauel@

    uel.br ou pelo telefone 3371-

    4350.

    Maria Jos Sartor, coordenadora do Recicla UEL, explica como funciona o Programa de Gesto Ambiental da Universidade

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    Gokey - mais que um pen drive

    A GOkey parece um pen drive com design diferente, mas muito mais que isso. Alm de ar-mazenar arquivos, tambm carrega dispositivos ligados a um computador ou autonomamente,funciona como Bluetooth e se voc coloca-lo como chaveiro, poder o usar o seu celular paraencontrar as suas chaves e vice-versa. Tudo o que os distrados que no sabem onde colocamas chaves sempre quiseram. A Gokey pode ser comprada a partir de 59 dlares.

    Chalkeeper - sustentabilidade em sala de aula

    O equipamento batizado de Chalkeeper, criado por Yonguu Do e Eunha Seo, transforma op do giz dos quadros negros em um novo basto. O equipamento, desenvolvido para as salasde aula, um hbrido entre apagador e aspirador que, depois de limpar a lousa, armazenaos resduos de giz, e, com um pouco de gua, consegue dar formato a um novo cilindro numcurto perodo de tempo. Assim, no s estimula o reaproveitamento do resduo, diminuindoos gastos com giz, como tambm reduz a poluio do ar nas salas de aula, o que evita crisesalrgicas e at diminui problemas respiratrios entre alunos, professores e outros funcionrios.

    Google Chromecast - no precisacomprar uma SmartTV

    A soluo perfeita para transmitir contedos multimdia para uma HDTV. A Google Chromecast uma pen HDMI que transforma qualquer HDTV numa SmartTV capaz de receber vdeos pessoaise de diferentes servios e plataformas, podendo ser controlada por qualquer dispositivo. Pode serencomendada na Google Playstore por 35 euros

    Sono - o fm da poluio sonora dentro de casa

    A poluio sonora um grande problema para quem mora em reas muito centrais degrandes cidades. Isso antes de surgir o Sono. Este um dispositivo que, quando colocado novidro da janela, a transforma em um avanado sistema de cancelamento de som. Ele funcionacom anis concntricos que trabalham como antenas que captam a energia eletromagnticado rudo, propagada como um sinal de Wi-Fi, e a reutilizam para produzir outros sons, como ocanto de pssaros, por exemplo. Este ainda um produto que est em desenvolvimento pelaNokia, e que promete transformar a sua casa, seu escritrio e qualquer lugar da cidade.

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    Phonebloks - o ltimo smartphoneque voc vai ter na vida

    O Phoneblok na verdade um conceito desenvolvido pelo designer Dave Hakkens. Elepensou em como seria mais fcil para os consumidores se eles pudessem criar seus prpriossmartphones, escolhendo quais seriam seus componentes de acordo com suas necessidades

    de consumo e montando os aparelhos da forma que achassem melhor. Alm disso, uma for-ma de diminuir o lixo eletrnico no planeta. O projeto est disponvel em uma plataforma decrowdspeaking chamada Thunderclap para espalhar a ideia para o maior nmero possvel depessoas no mundo. Quem quiser colaborar pode doar seu interesse para o produto, ajudan-do-o a atingir o maior impacto social possvele torna-lo realidade. Para fazer isso basta entrarno site www.thunderclap.it/projects/2931-phonebloks.

    iHealth - seguidor de atividades

    um dispositivo que permite o controle da atividade diria e do sono de quem utiliza o aparelho.Resistente transpirao, chuva e salpicos, funciona via Bluetooth 4.0 para medir o nmero depassos, calorias queimadas, distncia percorrida e a durao e ecincia de sono, sendo que todaa informao ser disposta na app iHeatlh MyVitals. um estmulo aos que buscam comear umavida com mais atividade fsica, alm de ajudar a incitar a opo de fazer atividades do dia a dia semusar automveis e ajudar o meio ambiente. Custa 59 euros.

    The Wattson

    Essa ingnua caixa branca muito mais que um aparelho bonito para enfeitar a sua casa.Ele marca o quanto voc usa de energia eltrica te ajudando a diminuir seus gastos para salvaro planeta e o seu dinheiro (diminui a sua conta de luz em 20%). Tudo o que voc precisa fazer ligar o sensor com wireless no seu medidor de eletricidade e deixar a caixa onde voc quiser.Tambm d para voc comparar o seu gasto de energia com os dos outros usurios do Wattson.O aparelho custa em torno de cem libras.

    Chillsner - cerveja gelada sempre

    Cerveja bom, mas tem que ser gelada. Chillsner a uma forma de conseguir ter cervejagelada quando voc quer. Ele feito de ao inoxidvel e bastam 45 minutos no congeladorque ele ca completamente gelado e pronto para ser colocado na garrafa de cerveja. O aogelado ca em contato com a bebida e ela passa por um bocal vazado para voc beber. De -pois s deixa-lo no cooler e usar quantas vezes quiser. O conjunto com dois esta a vendapor 25 libras.