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Paraná&Cia A Revista de Economia e Negócios do Paraná Ano 8 nº 57 - dezembro \ janeiro de 2010 - R$ 12,00 RECUPERANDO-SE DE VÁRIAS CRISES, O SETOR DEVE SER O DE MELHOR DESEMPENHO NO AGRONEGÓCIO EM 2010. VEJA TAMBÉM Thomas C. S. Kim, um dos maiores especialistas do país em comércio exterior na área de carnes, fala sobre aonde o setor pode chegar em 2010 PECUÁRIA NO TOPO

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A Re v is t a de Ec o n o mia e Negócios do Paraná recuperando-se de várias crises, o setor deve ser o de melhor desempenho no agronegócio em 2010. veja também Ano 8 nº 57 - dezembro \ janeiro de 2010 - R$ 12,00 Thomas C. S. Kim, um dos maiores especialistas do país em comércio exterior na área de carnes, fala sobre aonde o setor pode chegar em 2010 2. Revista Paraná&Cia | dezembro.janeiro de 2009 Revista Paraná&Cia | dezembro.janeiro 2009 .3

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Paraná&CiaA Revista de Economia e Negócios do Paraná

Ano

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recuperando-se de várias crises, o setor deve ser o de melhor desempenho no agronegócio em 2010.

veja tambémThomas C. S. Kim,

um dos maiores especialistas do país em

comércio exterior na área de carnes,

fala sobre aonde o setor pode

chegar em 2010

Pecuária no toPo

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A cadeia produtiva da carne bovina brasileira está prestes a dar um novo e grande salto em sua his-tória econômica depois de anos de dificuldades. Todas as condições es-tão propícias para que, a partir de 2010, o setor co-mece a crescer novamente em bases mais sólidas e numa situação de maior equilíbrio e, em longo prazo, o que deverá atrair novamente muita gente que abandonou a área nos últimos anos, em troca de atividades mais rentáveis e menos complicadas. Prova disso é a tentativa da Brasil Foods, empresa formada pelos grupos Sa-dia e Perdigão, de ingres-sar no setor rapidamente, via aquisições. Mas, como mostram a reportagem de capa e a entrevista da pre-

A Revista Paraná&Cia é uma publicação bimensal da Editora Ecocidade.Rua XV de Novembro, 1700 cj 07 Alto da Rua XV - Curitiba/PR CEP - 80.045-125Tel (41) [email protected]ão - Gráfica Capital

Jornalista Responsável - Bernardo Staviski | [email protected] - Luis Gaspar, Celsio Correato, João Alberto Simião,José Eduardo Moskevicz, José Roberto da Silva e Souza e Oscar C. Dizzimoto. Assistente de Arte - Lucas Staviski

sente edição, tudo conspira a favor: o rebanho brasilei-ro está sendo recomposto, os preços da arroba do boi são remuneradores, produ-tos que antes sequer eram

considerados como sebo e farinha de carne e ossos es-tão valendo um bom preço e tem mercado disputado na área de biocombustíveis, no caso do sebo, antes um pro-duto marginal. O preço do

couro também vem se re-cuperando, e as exporta-ções de carnes para gran-des mercados como o dos países da União Europeia e Rússia estão aumentan-do gradativamente. É por isso que se viu tanta mo-vimentação entre fusões e incorporações no setor, nos últimos meses, o que também prova de sua vi-talidade. Mas Paraná&Cia traz outros assuntos inte-ressantes como o prêmio do IBEF que foi concedi-do para um executivo que criou uma estratégia ven-cedora para superar a crise econômica e a conquista de pontos da Unimed PR na avaliação da Agência Nacional de Saúde Suple-mentar. Boa Leitura e até a Próxima.

O Editor

Da Redação

Conspiração a favor

Paraná&Cia

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Nesta Edição

Pecuária em AltaEm época de fortes definições e ajustes, o setor de carne bovina vive hoje relativa estabilidade. Com isso, 2010 pode ser o ano de retomada plena da atividade.

EntrevistaThomas C. S. Kim, um dos maiores especialistas do país em comércio exterior na área de carnes, fala sobre aonde o setor pode chegar em 2010.

Pontuação MáximaA Unimed Paraná está entre as oito melhores operadoras de planos de saúde do país segundo a ANS).

O Real forte já começa a acender uma luz de alerta no campo porque o ciclo de aumentos no preço das commodities agrícolas parece ter chegado ao fim

Acendendo a luz amarela

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Pág. 06

Pág. 20

Pág. 30

Índice

Finanças...........................................................16

Seguradoras...................................................23

Tecnologia da Informação................................24

Gestão.................................................................28

Trajetória............................................................32

Superação: Diretor da Renault recebe o prêmio Equilibrista 2009 do IBEF.

Previsul: controlada por um grupo paranaense desde 2007, a tradicional seguradora com sede em Porto Alegre amplia suas operações e já conta com 500 mil clientes em todo o país.

Ampliando Horizontes: Atuando em todo território nacional desde 1986, e em franca expansão, a Lume transferiu sua sede em Curitiba para Pinhais, na região metropolitana. A empresa é pioneira em Soluções de Tecnologia de Informação.

Poison Pills: depois da crise, IBGC lança seu manual da boa governança corporativa atualizado.

Determinação: livro “Na Intimidade do Sucesso” traz a trajetória do fundador da Rede Condor que está em 11 municípios paranaenses e pretende faturar R$ 2 bilhões em 2014 e abrir mais 3 lojas em 2010.

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Entrevista

Prontos para a recuperação

Thomas C. S. Kim

ingressou em 2004 como diretor de desen-volvimento de negócios e de exportação da Cooperfrigu, de Gurupi, Tocantins. Tem dois filhos casados e é formado em administração de empresas; trabalhou na Shell Petróleo de 1982 a 1995 e depois disso atuou como consultor de em-presas na área de estratégia, fusões e aquisições. Durante esse período ajudou a montar o Consórcio ATL de Telecomunicações (Algar Telecom Leste), que ganhou a licença de exploração de Banda B do Rio de Janeiro em 1997/1998. Foi consultor de várias empresas coreanas como LG, Sam-sung, Kia, SK e Lotte. Há algum tempo cola-bora com a Abrafrigo como diretor executivo e, a partir, de novembro, tornou-se responsável pelo departamento de comércio exterior da en-tidade. Nesta entrevista exclusiva a Paraná & Cia, Thomas faz uma ampla avaliação do mer-cado externo, suas dificuldades, oportunidades e necessidades. A seguir, a entrevista:

Thomas C. S. Kim, 54 anos, nascido na Coréia do Sul e no Brasil desde 1971, é considerado um dos maiores especialistas do país em comércio exterior notadamente na área da carne, setor onde

PR&Cia▶ Quais são as pers-pectivas para a carne bovina brasileira atualmente?Thomas C.S. Kim - O mer-cado de carne bovina brasilei-ra passa hoje por um processo de ajuste bastante complexo. Há basicamente três questões: (1) Queda de número de ani-mais prontos para o abate, (2) a recuperação dos frigoríficos com dificuldades financeiras, e (3) a consolidação do setor de indústria de carnes no Brasil iniciada pelas operações de in-corporações dos grupos JBS/Bertin e Marfrig. Sobre o pri-meiro item, nos últimos anos, o Brasil vem abatendo grande número de fêmeas além de ani-mais mais novos, criando-se um vácuo na produção. No entanto, tudo indica que essa situação poderá melhorar a partir do ano que vem quando teremos maior oferta de ani-mais para o abate.PR&Cia▶ E a segunda si-tuação? Não irá aumentar a concentração no setor pela quebra de empresas?Thomas C.S. Kim▶ Ela é mais complexa, pois a crise mundial tirou boa parte do crédito que essas empresas vinham utilizando para suas operações e o corte desse flu-xo de capital provocou um tre-

mendo buraco nas suas finanças. Um dos problemas en-volve dívidas com pecuaristas, o que e deixou muitas sequelas. Uma das consequências dessa situação é a condição de ven-da picada e à vis-ta praticada pelos pecuaristas hoje. Não é bom que

"o Brasil vem aBatendo grande

número de fêmeas além de animais

mais novos, criando-se um

vácuo na produção. no entanto, tudo indica que essa

situação poderá melhorar a partir

do ano que vem"

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essa situação continue, pois isso prejudica a montagem de escala dos frigoríficos além de exigir maior capital de giro para o pagamento à vista. Não está sendo bom também para pecuaristas que sentem muita insegurança para fazer negó-cios, além de perder dinheiro por não conseguir vender ani-mais no seu melhor momento. Portanto, o setor torce para que essas empresas recuperem sua situação financeira mais breve possível.PR&Cia▶ E no terceiro pon-to? Como ficará o mercado com as grandes fusões?Thomas C.S. Kim▶ A ter-ceira situação é muito recente e não sabemos como isso vai afetar o mercado de carne. É importante mencionar tam-bém que essas empresas como JBS/Bertin já não são empresas somente brasileiras, hoje são multinacionais atuando em vá-rios países do mundo além de operar em diferentes tipos de carne como frango e suíno. Tem pecuaristas preocupados pensando que perderão o po-der de negociação com esses grandes grupos. É possível, se a oferta de animais for maior que a demanda. Por isso, con-tinuo defendendo a expansão da nossa exportação para os mercados em que ainda não estamos atuando. O mercado interno já está bem consolida-do sendo o consumo per capita brasileiro em torno de 36 kgs/ano, mas no mercado mundial, temos muito espaço para cres-cer e relativamente rápido.PR&Cia▶ Onde podemos fa-zer as exportações crescerem?Thomas C.S. Kim▶ Nós estamos bem posicionados nos países árabes, Rússia, África e na Europa. Este último, o mercado europeu, apesar de estarmos enfrentando ainda

alguns problemas com relação a rastreabilidade, avançamos bastante no último ano. Hoje há um número significativo das fazendas aprovadas para esse mercado. O que está acon-tecendo no momento é uma questão comercial em que o preço e o consumo desse mer-cado sofreu um ajuste e está bem menor que antes da crise econômica do ano passado. O Brasil está firme na negociação de aumento de Cota Hilton ou

um programa similar com a comunidade européia cujo re-sultado saberemos em breve. O próximo passo é conquistar o mercado asiático, que se divi-de em três, na minha concep-ção: (1) Coréia do Sul, Japão e Taiwan; (2) China; (3) Sudeste Asiático – Indonésia, Malásia, Filipinas, Vietnam, Singapura, etc.PR&Cia▶ Como poderemos fazer isso? Quais as caracte-rísticas destes mercados?Thomas C.S. Kim - Sobre o primeiro grupo, estes países alegam que o Brasil não atin-giu ainda a condição sanitária de Livre de Febre Aftosa Sem Vacinação, porém vejo que o

problema não é técnico; é ne-cessário vencermos o lobby americano e australiano. De tanta pressão, inclusive com ameaças de ir a OMC, os co-reanos marcaram uma visita ao Brasil para verificar a condição sanitária do estado de Santa Catarina nos próximos meses, o único estado brasileiro livre de febre aftosa sem vacinação, porém sem representatividade no setor de carne bovina. Um episódio ocorrido no ano pas-sado em que o presidente core-ano assinou um acordo com os americanos para “trocar” car-ne americana, com vaca louca, com carros coreanos, tem pro-vocado uma ira da população coreana que saiu na rua que-brando tudo e vários ministros renunciando o cargo, é um exemplo do que se espera nes-sa disputa pelo mercado desses países. Só para se ter uma idéia, a Coréia do Sul mais o Japão representam mais de 50% da exportação de carne america-na. Acha que eles largarão esse osso facilmente? Temos que mobilizar o governo federal para viabilizar esses mercados.PR&Cia▶ E a China? Será que este mercado se abre de fato um dia?Thomas C.S. Kim▶ O mer-cado de China, como todos sabem, é enorme e o potencial de consumo é praticamente in-finito. Apesar de ser o terceiro maior possuidor de rebanho e da produção de carne, isso não é nada em comparação ao nú-mero de habitantes. Como na China existem cerca de 300 milhões de pessoas pertencen-te a classe média, algo maior que a população brasileira, e que vem incorporando proteí-na de animal na mesa, imagine o potencial desse mercado. En-tretanto, os chineses parecem ter descoberto uma porta não

"Estes países alegam que o Brasil não atingiu ainda a condição sanitária de Livre de Febre Aftosa Sem Vacinação, porém vejo que o problema não é técnico; é necessário vencermos o lobby americano e australiano"

Entrevista Thomas C. S. Kim

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convencional para abastecer carne no seu mercado. É sabi-do hoje que a carne entra na China através de Hong Kong e também através de Vietnam. Apesar de alguns frigoríficos terem sido habilitados para exportar para a China recen-temente, os importadores não conseguem licença de impor-tação. O motivo é que o im-posto de importação na China é de 40%, sendo que a carne que entra na China via Hong Kong ou Vietnam “paga” um “adicional” de cerca de 25%. Como já se criou um “merca-do” que funciona dessa manei-ra, a posição oficial do governo de China pode continuar “ta-peando” os países membros da OMC. Portanto, o papel do governo federal é extremamen-te importante para a abertura do mercado chinês. Eles preci-sam flexibilizar as condições, principalmente tributárias, para que o Brasil possa expor-tar para lá. Na minha opinião, isso só acontecerá no momento em que China sentir necessida-de de negociar com Brasil algo realmente importante para eles.PR&Cia▶ E o terceiro gru-po, o Sudeste Asiático? O Sr. retornou recentemente de lá com novidades?Thomas C.S. Kim▶ A aber-tura do terceiro grupo está mais próxima de ser realizada por vários motivos: em pri-meiro lugar, esses países estão melhorando de vida, o que permite o consumo maior de proteína de animal. O segun-do motivo é que esses países tem a demanda reprimida ba-sicamente por conta de alto preço de carne fornecida pelos países como Austrália, Nova Zelândia e EUA. Para se ter uma idéia, Indonésia tem 240 milhões de habitantes, sendo

que o consumo per capita de carne bovina é um pouco mais que 1 kg/ano. A situação não é muito diferente no Vietnam: é um país com 90 milhões de ha-bitantes e consumo per capita é de 1 kg/ano. Eles consomem muita carne de búfalo e os cor-tes de músculo e peito tem a preferência do povo vietnami-ta. Nós estamos praticamente iniciando a nossa operação co-mercial por lá.

PR&Cia▶ E as barreiras sa-nitárias no exterior? Há mui-tos países impondo este tipo de obstáculo ao Brasil hoje em dia?Thomas C.S. Kim▶ Todos sabem que o Brasil está cum-prindo seu programa de defe-sa de saúde animal e investin-do pesadamente nisso. Tanto o Ministério da Agricultura como os estados brasileiros estão cientes da importância desse tema e tem dado priori-dade nas suas agendas. Mesmo assim, vários países fecharam a porta depois do surgimento de febre aftosa no Mato Grosso do Sul em 2005 e alguns con-tinuam fechados.A África do

Sul é um exemplo. Vejo nova-mente aqui componentes não-técnicos, mas algo político/co-mercial. Sou defensor da ideia de que o governo federal tem que se envolver nessas negocia-ções de forma ativa, oferecen-do e exigindo “trocas”.PR&Cia▶ E as questões ambientais que estão sendo levantadas na região amazô-nica? Elas podem prejudicar os negócios do setor?Thomas C.S. Kim▶ Ques-tões ambientais são impor-tantes, haja visto que o clima do mundo está mudando. No entanto, uma outra coisa é uti-lizar esse expediente para pro-veito individual, grupal ou até mesmo para o interesse de cer-tas nações. O recente aconteci-mento envolvendo Greenpeace a mim me parece algo um tanto exagerado e “estratégico” para chamar atenção da sociedade humana. Não precisamos deles para avaliar o que o Brasil tem de fazer para preservar suas re-servas naturais. Nós sabemos o que tem que ser feito. Veja um paradoxo: no passado o go-verno brasileiro incentivou o desmatamento controlado em algumas regiões amazônicas com objetivo de desenvolver a região, e muitos atenderam a essa chamada e investiram por lá. E, agora tem que sair des-sas áreas porque estão preju-dicando a questão ambiental. Espero que o nosso governo atue firmemente nessa questão com leis e regulamentos técni-ca e socialmente viáveis e ra-zoáveis. Por outro lado, Brasil tem maior área agricultável do mundo e, portanto podemos otimizar essas áreas e aumen-tar produtividade. Não creio que a questões ambientais en-volvendo Amazônia venham atrapalhar o futuro de nossos negócios ■

"Todos sabem que o Brasil está

cumprindo seu programa de

defesa de saúde animal e investindo pesadamente nisso.

Tanto o Ministério da Agricultura como os estados brasileiros

estão cientes da importância desse

tema"

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Capa Pecuária

Em época de fortes definições e ajustes, depois dos efeitos da crise que começou no final de 2006 e das incorporações recentes, o setor de carne bovina vive hoje relativa estabilidade. Com isso, 2010 pode ser o ano de retomada plena da atividade. Prova disso é a tentativa da Brasil Foods entrar no setor.

PECuáriA EM ALTA

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cabeças e um desfrute anual de 40 milhões de bois. Com a queda das exportações, o seu poderoso mercado interno conseguiu absorver os exces-sos mesmo porque houve uma diminuição forte na produção: o resultado foi que começou a faltar boi quando houve uma tímida retomada nas vendas

internacionais e o preço explo-diu, com arroba beirando os R$ 90 em 2008. Em 2009, houve o início de estabi-lização, com a recuperação de

mais mercados internacionais e um início de retomada da confiança dos produtores que deve se estender a 2010, quan-do se prevê que o setor volta a decolar.

Entre os efeitos da cri-se que, se acredita, já passou, quatro grandes frigoríficos, pediram recuperação judicial desde setembro de 2008, e aproximadamente 30 mil pes-soas que estavam empregadas direta ou indiretamente nes-sas empresas, perderam sua ocupação. As dificuldades que foram impostas depois de se-tembro de 2008, com a crise financeira mundial, ainda não foram totalmente recupera-das. As exportações continu-am abaixo em 30% diante da média histórica dos últimos

Dos mais presentes no noticiário econômico brasileiro nos últimos

tempos, graças a grandes ne-gociações e também a grandes dificuldades, o setor de frigo-ríficos foi um dos que mais sofreu retração com as crises, tanto a econômica, mais re-cente, como a que começou no final de 2006, por motivos sa-nitários e que levou a impo-sição de bar-reiras contra a carne brasileira por quase to-dos os grandes clientes internacionais como a União Européia, cujos efeitos ainda persistem até hoje.

Em 2007 o setor chegou ao fundo do poço, com o preço da arroba do boi caindo abai-xo de R$ 50. O resultado dis-so foi que muitos produtores abandonaram a atividade, pre-ferindo alugar suas terras para o plantio de cana-de-açúcar ou de reflorestamento para a indústria de papel e celulose. Pior que isso, no entanto, foi o abate geral de matrizes para conter custos que se espalhou pelo país e que até agora impe-diu uma retomada mais rápida da recomposição do rebanho nacional.

O Brasil possui o maior re-banho comercial do mundo, com mais de 200 milhões de

meses anteriores a setembro, embora tenham aumentado mês a mês.

O que se observa é que, apesar da forte retração, o se-tor tem reagido, aos "trancos e barrancos” e, em 2010, deve começar a ver uma luz no fim do túnel. Por exemplo: a para-lisação e a recuperação judicial de alguns empreendimentos acabaram gerando mercado para outras empresas. A Bra-sil Foods (BRFoods), resulta-do da fusão entre as empresas de alimentos Sadia e Perdigão, já mostrou que tem interesse em comprar o frigorífico In-dependência, um dos maiores exportadores de carne bovina do país, depois que este rees-truturar sua dívida, segundo noticiário de agências inter-

Fonte: Abrafrigo

Participação do PiB 8% do Produto Interno Bruto

Empregos diretos 400 mil

Exportações em 2008 US$ 5,3 bilhões

Abate anual 40 milhões de cabeças

Abate clandestino 6 milhões de cabeças

Abate sem fiscalização 15 milhões de cabeças

SETor dE CarNE boviNa

o Brasil possui o maior reBanho

comercial do mundo, com mais de

200 mide caBeças

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tize, a indústria de alimentos vai continuar se consolidando.

Atualmente, os frigorífi-cos brasileiros estão operando com apenas 60% de sua capa-cidade de produção. A queda da produção dos frigoríficos, no entanto, está relacionada também à migração de alguns criadores para a produção de cana-de-açúcar. Alguns pecu-aristas têm sido bastante ten-tados pelo eucalipto porque empresas do setor de papel e celulose preocupadas com uma possibilidade falta de ma-téria-prima futura estão ofere-cendo, em arrendamento, algo próximo de R$800,00/alquei-re, algo com que fica realmen-te difícil da pecuária competir.

A oferta de bovinos ainda não está absolutamente regu-lar para os frigoríficos e em al-gumas regiões há dificuldade de aquisição de bois como no Norte de Minas Gerais. No entanto, no Paraná, Sul de Mi-nas Gerais, Triângulo Minei-ro, Goiás e Mato Grosso do Sul há tendência de queda de preço em virtude do aumen-to de oferta. Em relação aos últimos dois anos, o número de animais disponíveis está visivelmente maior e a ten-dência é que os preços cedam no curto/médio prazo. “Os preço na média de 2009 estão estáveis na faixa de R$ 77,00. Não teremos em médio pra-zo, a repetição dos R$ 88,00 que se registraram em 2008”, explica o suplente de senador pelo Tocantins, José João Ba-tista Stival, vice-presidente da Associação Brasileira de Fri-goríficos - Abrafrigo. “Mas o grande acontecimento deste ano foi a constatação de que o mercado interno é muito forte e absorveu quase tudo o

nacionais. Claro que isso é um primeiro reflexo da desone-ração do PIS/Cofins pelo go-verno ocorrida em outubro de 2009 que restabeleceu o equi-líbrio no setor. Antes, com es-tes impostos, não compensava competir com empresas que sabidamente não recolhiam suas taxas. Agora o mercado ficou igual para todos, já que todos são isentos. Por isso a notícia de que agora, a BR-

Foods quer expandir a sua atuação na comercialização de carne bovina. Já em rela-ção ao comércio de frango, a empresa já detém uma posição de liderança, mas mesmo que a operação entre Independência e Brasil Foods não se concre-

"Os preço na média de 2009 estão estáveis na faixa de r$ 77,00. Não teremos em médio prazo, a repetição dos r$ 88,00 que se registraram em 2008"

José João Batista Stival

Capa Pecuária

que deixou de ser exportado no período de crise, o que dá maior segurança ao produtor com vistas ao futuro da ativi-dade”, acrescenta.

Lá fora os preços começa-ram a melhorar e os exporta-dores conseguiram em média valores 15% maiores em dó-lar que os que estavam sendo praticados no início do ano. No entanto, esta conquista foi inteiramente anulada pela des-valorização do Real frente ao dólar no período. Outro fator de desequilíbrio e mantém de certa forma a situação delica-da é o preço baixo do couro, um dos itens de maior renta-bilidade dos frigoríficos brasi-leiros e que responde por 18% do seu faturamento, entre os 78 itens de produção. “Nes-te quadro, o novo desafio é o

funcionários na JBS: a

empresa tem 38 unidades produtivas e

emprega mais de 35 mil pessoas.

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1a Petrobras 215,1

2a Vale 70,5

3a JBs + Bertin + pilgrim´s 60,7*

*Estimativa

aumento da produtividade”, diz José João Batista Stival. “Precisamos também mudar a estrutura de pagamento do boi para o pecuarista para o quilograma do boi vivo e não mais arroba dele já abatido, o que dá uma sensação ao pro-dutor de que é só o frigorífico que está ganhando, o que não corresponde a realidade. Acho que é hora de lançarmos isso em debate”, conclui ele.

A fusão que criou a maior empresa do mundo

A recente aquisição do frigorífico Bertin pelo JBS-Friboi e o protocolo de in-tenções firmado pelo Mafrig com os Frigoríficos Margen e Mercosul para o arrendamen-to de 11 unidades frigoríficas que, juntas, possuem capaci-dade de abate de 8,8 mil cabe-ças de gado por dia e de uma

indústria de charquearia com produção de 1.700 toneladas de produtos industrializados por mês, trazem indicadores preocupantes. Como ocorreu no setor de cítricos, a exces-siva concentração pode trazer problemas enormes aos forne-cedores e ao mercado, como o simples fato de que o poder em mãos de poucas empresas faz fornecedores receberem menos e consumidores paga-

EmPrESa SErá a 3a maior do braSil Em rECEiTa (Receita líquida em 2008)

O Brasil possui o maior rebanho comercial do mundo, com mais de 200 milhões de cabeças e um desfrute anual

de 40 milhões de bois.

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Capa Pecuária

Ranking Mundial das empresas de Proteína

US$ 28,7 BI*US$ 28,1 BIJBS + Bertin + Pilgrim´s (Brasil)Tyson Foods (EUA)

3o Vio (Holanda) US$ 12,7 bi

4o Smithfield (EUA) US$ 12,5 bi

5o Brasil Foods (Brasil) US$ 12,1 bi

1o

Algumas marcas do grupoFriboi Swift Maturatta Bertin Danúbio Vigor Leco Faixa Azul

*Estimativa Fonte: JBS

rem mais.Quem banca isso é próprio

governo brasileiro porque foi o BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômi-co e Social) quem patrocinou a conglomerização do setor de carne no país, fornecendo os recursos para as grandes empresas absorverem seus concorrentes, numa iniciativa temerária e contraproducente que pode vir a desorganizar uma cadeia produtiva com-plexa e competitiva segundo o presidente da Abrafrigo, Péricles Salazar.

A compra do Bertin, so-mada a da norte-americana Pilgrim's Pride deve fazer com que o faturamento do JBS-Friboi chegue próximo ao das maiores empresas bra-sileiras, como a Vale do Rio Doce, transformando o fri-gorífico no maior do mundo em carne bovina. O JBS teve

um faturamento de R$ 35,9 bilhões entre julho de 2008 e junho de 2009. Se for somado o faturamento do Bertin, - R$ 7,5 bilhões no ano passado - e do Pilgrim's R$ 15,3 bilhões em 2008, a receita total do JBS sobe R$ 58,7 bilhões. A Vale, por exemplo, obteve fa-turamento de R$ 61,6 bilhões nos últimos 12 meses, menor apenas que o da Petrobras.

Na avaliação do presiden-te da Abrafrigo, Péricles Sa-lazar, " essa notícia é muito preocupante para os médios e pequenos frigoríficos, uma

vez que a aquisição amplia ainda mais a concentração no segmento, o que dificulta acesso à matéria-prima e re-duz o poder de negociação junto a atacadistas e vare-jistas", diz ele. Além destas operações, a Marfrig, que chegou a negociar uma fu-são com a Bertin, anunciou a compra da Seara, unidade de carnes da americana Cargill e, em maio deste ano, Perdi-gão e Sadia se juntaram para formar a Brasil Foods. Para Joesley Batista, presidente-executivo da JBS, que junto

Na foto, vista da matriz da JBS Friboi, em São Paulo. Com as aquisições, a JBS S.A., que já era a primeira no ranking do comércio mundial de carne bovina, passou a liderança em proteína animal - incluindo frangos e suínos.

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com cinco irmãos dirige o grupo, “sem o apoio do BN-DES não teria sido possível a transformação da empresa numa multinacional e na lí-der do mercado mundial de carnes”, segundo declarou aos jornais.

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômi-co e Social (BNDES) infor-mou em nota oficial que vê como positiva a união entre os frigoríficos JBS Friboi e a Bertin, que criu a maior em-presa de proteína animal do mundo. O banco, que é acio-nista das duas empresas, in-formou que a sua participa-ção acionária resultante da associação será de 22,4% dos negócios integrados. Atu-almente, a BNDES Partici-pações (BNDESPar) detém 26,9% do capital do Bertin e 19,4% do capital do JBS/Fri-boi. Em nota, o banco des-tacou que também considera positivo o processo de inter-nacionalização do JBS/ Fri-boi, que tem planos de abrir capital nos Estados Unidos. "A estratégia de crescimen-to destas empresas visa ao aproveitamento de sinergias no processo de agregação de valor na cadeia produtiva por meio do aumento da indus-trialização, da verticalização, dos investimentos em logísti-ca, em canais de distribuição nacionais e internacionais, além dos ganhos de escala inerentes ao processo de con-solidação em curso", afirma o banco no seu comunicado. Só para a aquisição a norte-americana Pilgrim’s Pride a JBS contará com algumas linhas de crédito suficientes para financiar dívida de apro-ximadamente US$ 1,5 bilhão, segundo revelou a empresa ■

A Bertin, fundada há cerca de 30 anos é também uma das maiores exportadoras de produtos de origem animal da América Latina, como carne bovina in na-tura e processada, lácteos e couros. A empresa tem 38 unidades produtivas no Brasil e no exterior e emprega mais de 35 mil funcionários. A JBS possui uma capacidade global de abate de 73,9 mil cabeças/dia, com operações em 25 plantas industriais em 9 Estados brasileiros, 6 plantas em 4 províncias ar-gentinas, além de 16 plantas nos EUA, 10 na Austrália e 8 na Itália. A empresa, maior exportadora mun-dial de carne bovina, tem capacidade total de abates no Brasil de aproxima-damente 26 mil animais por dia. A nova empresa que deverá resultar da operação, será responsá-vel, sozinha, por 15% das exportações brasileiras e 10% do mercado interno.Em alguns locais esta concentração alcançará níveis nunca imaginados: a Associação dos Criadores do Mato Grosso revelou

que, no estado, a JBS pas-sará a controlar quase 50% dos abates. Dos 29 frigorí-ficos em operação naquele estado, a JBS e a Bertin controlam 11. A Sociedade Rural do Paraná, por sua vez, disse que “vê surgir um oligopólio com caracterís-ticas de monopólio, o que desequilibra ainda mais a relação entre produtores e a indústria, segundo disse seu presidente, Alexandre Kire-eff. Para Antenor Noguei-ra, presidente do Fórum

Permanente da Pecuária de Corte, “o mo-mento já é ruim para o produtor e quanto mais concentrado o mercado mais

o produtor perde poder na formação dos preços”, declarou num encontro da Associação Nacional dos Confinadores realizada em Goiânia em setembro passado.Após a fusão com a Bertin e a compra da Pilgrim's, a JBS será líder em proces-samento de carne bovina no Brasil, na Austrália, na Argentina, na Itália e uma das maiores dos EUA, com capacidade de abate de 90,4 mil bovinos por dia. Será a terceira em suínos nos

EUA, com capacida-de de abate de 48,5 mil cabeças por dia, e uma das maiores em aves naquele país e globalmente, com capacidade de abate de 7,2 milhões fran-gos por dia.

A expansão

caBeças ao diaé a capacidade gloBal

de aBate da JBs

73,9 mil

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16. Revista Paraná&Cia | dezembro.janeiro de 2009

Finanças Superação

Estratégia de passar pela crise recebe o prêmio Equilibrista 2009 do IBEF. Ciro Possobom, Tesoureiro da América Latina e Gerente Geral de Finanças da Renault do Brasil, é o Executivo do Ano no Paraná com execução de projeto para gestão do fluxo de caixa

Vencendo fogo cruzado

Numa concorrida so-lenidade realizada no Castelo do Batel,

Ciro Possobom, da Renault do Brasil, foi premiado com a escolha do título o Equili-brista 2009 do Paraná, prin-cipal prêmio da área de finan-ças concedido anualmente

pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Paraná (IBEF-PR). Ciro é o Gerente Geral de Finanças e Tesoureiro para a América Latina da empresa. Aos 37 anos, levou o prêmio de Exe-cutivo do Ano com um case sobre como deveria ser esta-

premiação Ciro Possobom,

recebendo o Equilibrista 2009 do Paraná, do presidente do IBEF,

Henrique Gaede.

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Revista Paraná&Cia | dezembro.janeiro 2009 .17

traria à nossa economia, tra-balhamos na implantação de uma nova gestão de caixa, e implantamos a gestão do Free Cash Flow’’, explica.

Entre as principais medi-das adotadas, estavam o pa-gamento antecipado de dívi-das, a redução de estoques, a parceria com bancos sólidos e, principalmente, a mudança para uma nova cultura finan-

ceira “Esse foi um ponto cru-cial. Trabalhamos para que todas as pessoas da empresa entendessem a necessidade de repensar o Caixa” conta ele. Para garantir o envolvimento dos colaboradores, Ciro Pos-sobom contou também com uma estratégia de comunica-ção abrangente. “As mudan-

"Antecipando as consequências

que a crise traria à nossa economia,

trabalhamos na implantação

de uma nova gestão de caixa, e implantamos a

gestão do Free Cash Flow"

Ciro Possobom

belecida a estrutura e o fluxo de capital que, em conjunto com a sua equipe, preparou para a empresa durante a re-cente crise financeira. A en-trega do “Troféu Equilibris-ta” foi no dia 5 de novembro passado.

Mais de um ano depois de iniciada a crise financeira que abalou os mercados mun-diais, o prêmio do IBEF mos-tra que sempre há executivos atentos aos detalhes do que se passa no resto do mundo e que podem interferir rapida-mente no mercado brasileiro. De acordo com Possobom, que já está na empresa há 10 anos, o segredo do trabalho realizado na Renault foi en-tender e aceitar as dimensões da crise antes mesmo dela chegar no país. Recém chega-do de uma experiência de três anos na matriz da empresa, em Paris, o executivo perce-beu que as empresas no Brasil estavam despreparadas para o que o mercado mundial já sinalizava. “Ninguém estava dando a devida importância para a crise que se anunciava. O mercado brasileiro estava em forte ebulição, com abun-dância de ofertas de crédito e margens nunca vistas no país”, disse. "Antecipando as consequências que a crise

ças não seriam efetivas se não tivéssemos e envolvimento de outros departamentos”, informou.

Ele mesmo reconhece que a empresa acabou trabalhan-do com um cenário pior do que de fato se apresentou, porque no Brasil o governo interveio rapidamente no se-tor automobilístico reduzin-do impostos e mantendo as vendas num bom patamar. No entanto, esse conservado-rismo, segundo o executivo, foi fundamental para que o plano funcionasse, possibili-tando que hoje a empresa re-tomasse o seu ritmo normal. Ciro Possobom reconhece que o trabalho no Brasil, em especial, teve a contribuição do governo federal que, por meio de incentivos fiscais como a redação do IPI, auxi-liou na manutenção do con-sumo.

Depois de passada a tem-pestade e o período de mui-to trabalho e preocupação, o executivo avalia que hoje Re-nault está melhor do que há um ano. Os bons resultados, somado ao reconhecimen-to do mercado em premiar o trabalho com o Prêmio Equilibrista 2009 do Paraná, segundo ele, é a grande re-compensa da força tarefa ■

Fundos libertados por uma empresa antes de qualquer decisão de caráter financeiro.

Quantifica o total de fundos gerados, após impostos, que a empresa tem à sua

disposição para remunerar credores e acionistas.

O que é um Free Cash-flow?

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18. Revista Paraná&Cia | dezembro.janeiro de 2009

Aconteceu

De Dubai para o BrasilConsiderado um clássi-

co no meio automobilístico e produzido na Inglaterra há mais de 50 anos, um lote de 70 modelos Mini Coo-per que seriam vendidos em Dubai, meca do consumo de luxo antes da moratória da empresa estatal Dubai World, veio parar no Brasil inesperadamente no final do ano o que permitiu a consu-midores brasileiros receber a encomenda antes do pre-visto. A fila de espera para o pequeno mais famoso veícu-

lo inglês que custa entre R$ 86,9 mil e R$ 129,5 mil pas-sa de três meses. Com isso, a BMW, empresa alemã dona da marca Mini Cooper, con-seguiu normalizar as entre-gas no Brasil, onde as vendas de carros de luxo este ano devem crescer quase 30%. O mini hoje é um modelo totalmente renovado e que chegava ao País através da importação independente. Em abril de 2009 a BMW iniciou a importação oficial e, inicialmente, esperava

vender 600 unidades neste ano, número

que já atualizou para 1200

veículos.

Pesquisa realizada pelo Ins-tituto Pew Research Center, que ouviu 26 mil pessoas em 25 países - sendo 800 delas no Brasil -, e avaliou a atitude das nações em relação ao aqueci-mento global apontou que um em cada cinco brasileiros acha que vale a pena desacelerar o crescimento econômico para proteger o meio ambiente. A população brasileira foi a que

Brasileiros, os mais preocupados com o clima

mais manifes-tou interesse na questão climática. Ao todo, 90% dos entrevis-tados consideram a situação atual do meio ambiente como um "problema muito sério". Essa resposta alçou o país ao posto de número 1 no ranking dos que mais se preocupam com práticas sustentáveis.

Na segunda colocação

da lista, 69% dos argentinos disseram estar muito preocu-pados com as mudanças no clima. Nas últimas posições estão Estados Unidos (44%) e China (30%), dois países lide-ram o ranking das nações que mais emitem gases poluentes no planeta.

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) está in-vestigando a compra da ope-radora brasileira GVT pela francesa Vivendi porque considerou insuficientes as informações divulgadas pelo grupo sobre as opções de compra de ações da GVT que possui e sobre as que já exer-ceu. Em 13 de novembro, a Vivendi divulgou que havia comprado 37,9% do capi-tal votante da GVT, e ainda havia garantido o direito de compra de mais 19,6%. Com isso, a empresa esvaziou o leilão de oferta de compra de ações da GVT pela Telefô-

nica, que estava marcado para o último dia 19. Um

dos pré-requisitos para o leilão era que o gru-po espanhol comprasse o controle da GVT.

O que o merca-do quer saber é sobre quem vendeu as opções de compra de 19,6%

para a Vivendi.

CVM investiga compra da GVT pela Vivendi

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Revista Paraná&Cia | dezembro.janeiro 2009 .19

Segundo informou em nota ao mercado, a paranaense Positivo Informática, maior fa-bricante de computadores do Brasil, aumen-tou sua participação no mercado em 3,4 pon-tos percentuais no terceiro trimestre de 2009 quando comparada ao ano anterior, chegando a 16,9%. Em comparação com o trimestre an-terior, o crescimento foi de 0,4 pontos percen-tuais. Segundo a companhia, o bom desem-penho deve-se à aproximação do consumidor final por meio do varejo. A participação nos segmentos de desktops e notebooks para o varejo alcançou 36,1% e 27,1%, no período, respec-tivamente. Atualmente, a Positivo já ocupa o oitavo lugar no ranking de vendas mundial de desktops.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a cutucar a imprensa quando recebeu recebeu o prêmio de Brasileiro do Ano oferecido pela re-vista "IstoÉ" em 7 de dezembro pas-sado. Para ele, “no Brasil, temos a turma do ‘eu acho’, do ‘achismo', que não perde oportunidade de criar con-dições para que a desgraça permaneça neste País", afirmou. "No Brasil, tem uma coisa engraçada. Tem dia que você acorda, lê os jornais e a vontade é de se matar, porque o mundo está acabando. Se vocês então ficarem só nas manchetes, nem saiam de casa, porque tem um certo azedume, aque-la coisa tão azeda que faz mal para o País", disse o presidente.

Lula critica a imprensa

recuperando Mercado

em 2010 espera-se

que 18 novos shoppings seJam

inaugurados

Com crescimento de 3,8%, o setor de shopping centers deve terminar 2009 com um total de 392 novas estruturas em 2009

Bom para as compras

O Brasil deve terminar 2009 com um total de 392 shopping centers instalados, setor que desde o ano 2000 cresce a um ritmo anual de 3,8%. O fatura-mento, que aumentou em mé-dia 12% ao ano no mesmo período, deve atingir R$ 69,8 bilhões nes-te ano. Mas o país ainda engatinha na área quando comparado a países como os Estados Unidos, onde há mi-lhares de centros de compras. Assim, focar na classe média emergente, buscar mercados fora dos tradicionais centros

urbanos, mesclar empreendi-mentos imobiliários com cen-tros de compra são estratégias que podem ser ainda mais ex-ploradas. Em 2010, a Abrasce, associação do setor, espera que

18 novos shoppings sejam inaugurados. Para 2011, no en-tanto, está previsto um verdadeiro boom, com 30 outros

abrindo as portas com investimen-tos das principais empresas do setor a BR Malls, Iguatemi e Multiplan.

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A Unimed Federação do Paraná está entre as oito melhores operadoras de planos de saúde do país segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar(ANS).

Pontuação Máxima

No disputado mercado da saúde suplemen-tar, a avaliação anual

realizada pela pela Agência Nacional de Saúde (ANS), que regulamenta e fiscaliza o setor, é considerada um dos mais importantes indicadores do mercado. Em 2008, as co-operativas médicas do estado, o sistema Unimed, que agrupa 22 entidades, segmento que de-tém mais de 50% do market share estadual contabilizando uma quantidade superior a 1 milhão e 100 mil beneficiários, foi aprovada com louvor.

Com efeito, as Unimeds do estado do Paraná conquista-ram pontuação significativa no Índice de Desempenho da Saúde Suplementar (IDSS), divulgado na última quinzena de agosto pela ANS. A maior parte das cooperativas recebeu a classificação de 0,60 a 0,79 mas quem brilhou mesmo foi a Federação, uma cooperativa de segundo grau, a Unimed do Estado do Paraná que, de acor-do com a pontuação está entre as oito melhores operadoras de planos de saúde médico-hospi-talar do país. A Federação, por sinal, tem um mercado bas-tante limitado porque só pode operar com planos de saúde para clientes que tenham atua-ção estadual. Mas, nos últimos meses, a cooperativa conquis-tou contas importantes como as da Itaipu e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o que de certa forma reflete sua atuação que conta com mais de

Saúde Suplementar Unimed

80 mil beneficiários.Todos os anos, desde 2004,

a ANS divulga o IDSS das operadoras de planos de saúde no Brasil. O índice é o resulta-do da análise de quatro crité-rios: atenção à saúde, estrutura e operação, equilíbrio econô-mico-financeiro e satisfação do beneficiário. Neste ano, num universo onde foi avalia-do o desempenho de 1.480, das 1.707 operadoras de saúde que estavam ativas em 2008 - es-tão incluídas as operadoras de saúde médico-hospitalares e as odontológicas - a Federação PR ficou entre as que atingi-ram a pontuação máxima – de 0,80 a 1,00 – no IDSS. A ava-liação define as notas em cinco faixas - 0,00 a 0,19; 0,20 a 0,39; 0,40 a 0,59; 0,60 a 0,79 e 0,80 a 1,00 .

Para o presidente da Uni-med PR, Dr. Orestes Barrozo Medeiros Pullin, este resul-tado premia um trabalho de-dicado e compromissado que persegue valores como a ética e a transparência. “Por seu pró-prio DNA, as Cooperativas possuem vantagens competiti-vas que as possibilitam prestar os serviços na área de saúde de forma adequada. O nosso ob-jetivo é mais no âmbito social. O lucro não é a meta principal. Nossa preocupação é o cuida-do com os beneficiários e coo-perados”, afirmou o presiden-te.

O IDSS se tornou extre-mamente importante para o mercado porque foi criado

pela Agência com o objetivo de identificar as melhores ope-radoras do mercado, servindo de parâmetro para a popula-ção e de incentivo para que as operadoras de planos de saú-de possam buscar melhorias. Segundo o diretor-presidente da ANS, Fausto Pereira dos Santos, o objetivo é melhorar a qualidade da prestação de serviços por parte das opera-

"Por seu próprio DNA, as

Cooperativas possuem vantagens competitivas que as possibilitam prestar os serviços na área de saúde de forma adequada. O nosso objetivo é mais no

âmbito social. O lucro não é a meta

principal"Dr. Orestes Barrozo M. Pullin

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22. Revista Paraná&Cia | dezembro.janeiro de 2009

doras e garantir o equilíbrio do mercado. Para ele, o IDSS é um indicador bastante con-fiável porque uma amostra das informações enviadas pelas operadoras é submetida à au-ditoria para atestar a sua con-fiabilidade. “Os dados sofrem uma avaliação crítica em siste-mas estabelecidos pelo grupo técnico da ANS”, explicou.

Conforme a ANS, a ava-liação faz parte Programa de Qualificação da Saúde Suple-mentar da agência e as ope-radoras que obtiveram notas baixas terão um foco maior da fiscalização. Alguns fatores pesaram para que algumas operado-ras tivessem no-tas ruins como a baixa capacidade econômica para arcar com os ser-viços e a má ges-tão da assistência aos usuários. “Mesmo assim, a avaliação global do setor foi positiva, porque 77% dos be-neficiários são atendidos por empresas com índice acima de 0,4”, revelou o presidente da agência.

Do grupo de oito das me-lhores pontuadas, cinco são de auto-gestão (planos próprios geridos pelas empresas) e três são Unimeds. Além da Uni-med PR, receberam pontuação máxima as Unimeds de Vale do Açu (RN) e Itaúna(MG). O quesito atenção mede o nível de acompanhamento da saúde dos beneficiários e tem o maior peso (50%), seguido do critério financeiro (30%).

“Observamos que a cada ano tem aumentado o percen-tual de beneficiários nas ope-

radoras mais bem avaliadas e há concentração dos usuários no nível médio, onde 17,9 mi-lhões de beneficiários dos pla-nos médicos, quase 45,1% do total, têm contratos que fica-ram na faixa entre 0,6 e 0,79 do IDSS. Só 104.087 pessoas con-tam com planos com avaliação

no topo - entre 0,8 e 1”, revelou.

Dr. Orestes Barrozo Medei-ros Pullin disse que acredita que a nota máxima obtida pela Uni-med Paraná é

resultado de um conjunto de ações que envolvem compro-metimento e responsabilidade da Cooperativa em relação aos seus beneficiários. “Buscamos cumprir todas as normas es-tabelecidas pela ANS. Além disso, trabalhamos com zelo o processo de gestão da saúde junto aos nossos beneficiários e, em conseqüência, temos um nível muito pequeno de

Saúde Suplementar Unimed

reclamações. Algo que procu-ramos atender com o máximo de atenção, sempre em busca do exercício da excelência no atendimento”, justificou.

Segundo Dr. Manoel Al-meida Neto, vice-presidente da Unimed PR e diretor respon-sável pelo setor de Comunica-ção Corporativa, embora seja a Federação que esteja entre as oito operadoras que atingiram a nota máxima do IDSS, esse resultado tem que ser compar-tilhado com todas as Unimeds do estado, pois elas é que ga-rantem o excelente atendimen-to aos beneficiários.

Isso é reafirmado pelo di-retor-superintendente da Uni-med PR, Dr. Paulo Roberto Faria: “A boa pontuação obti-da, nos vários segmentos que compõem o Índice de Desem-penho de Saúde Suplementar, só foi possível graças ao esfor-ço de trabalho e ao apoio de to-das as Singulares nos projetos e ações desenvolvidos pela Fe-deração” ■

O que é o IDSS?O Índice de Desempenho da Saúde Suplementar (IDSS) é um critério da ANS que avalia itens como saúde, estru-tura e operação, equilíbrio econômico-financeiro e satis-fação do beneficiário. Neste ano foram avaliadas 1.480 operadoras de saúde em todo o país, em um universo de 1.707 ativas em 2008.

A sede própria da Unimed/PR foi inaugurada em 17 de fevereiro de 2006. Curitiba, PR, 2006

a unimed/pr é a marca mais lemBrada do

paraná no setor de saúde suplementar. são 56,4% de lemBrança.

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Revista Paraná&Cia | dezembro.janeiro 2009 .23

nio líquido também vem de-monstrando volume crescente, subindo de 31% em 2005 para pouco mais de 37% em 2008. A maior parte da receita da empresa tem como origem o seguro de vida em grupo (50% de toda a receita), seguido pelo

seguro de aciden-tes pessoais (16%).

A ascensão se dá desde a aqui-sição da empre-sa, em 2007, pelo grupo paranaense

Consulfac e em 2008 a empre-sa passou a ocupar o 19° lugar no ranking das maiores segu-radoras brasileiras no segmen-to de seguro de pessoas. Para o presidente Ernesto Pedroso, essa evolução e o crescimento da companhia são fruto de um esforço da equipe que soube acompanhar os novos rumos propostos visando expandir as ações da companhia. “Ainda temos muito por conquistar e estamos nos empenhando para que a companhia alcance no-

vos patamares de represen-tação dentro do segmen-to de pessoas”, diz ele.

A Previsul, empresa com mais de 103 anos de experiência no mercado de seguros, foi fundada

em 1º de agosto de 1906 em

Porto Ale-gre (RS). O desafio era fazer

Seguradoras Previsul

Controlada por um grupo paranaense desde 2007, a tradicional seguradora com sede em Porto Alegre amplia suas operações e já conta com 500 mil clientes em todo o país

Premiada seis vezes

Seguradora especialista em pessoas a Previsul vem colhendo os frutos

de uma gestão muito bem-sue-dida. No final de novembro, Ernesto Pedroso, presiden-te da Seguradora, recebeu do CVG do Paraná o Troféu Pi-nhão de Ouro na categoria Perso-nalidade do Mer-cado. Além desta premiação, outras cinco já foram con-feridas à empresa e ao presidente: Troféu JRS, do Rio Grande do Sul, como Destaque em Seguro de Pesso-as e Executivo Nacional. Pelo CVG RS, a companhia rece-beu o prêmio de Seguradora do Ano. Pedroso também foi eleito Personalidade Empre-sarial de 2009 pelo CVG RJ e no Prêmio Segurador Brasil, de São Paulo, foi destaque de mercado.

Tantas homenagens tem fundamento. A receita da empresa apresenta cresci-mento desde 2003 e em 2008 os prêmios diretos somaram R$ 95 milhões, enquan-to os prêmio ganhos totalizaram R$ 110 milhões. O patrimô-

justamente de uma empresa centenária e tradicional uma seguradora moderna, sólida, enxuta, altamente eficiente e competitiva no mercado. E o resultado veio rápido. Em ape-nas um ano, o número de cor-retores cadastrados na compa-nhia passou de 260 para 1.600. Novas unidades foram refor-madas e inauguradas no Para-ná, Santa Catarina, Rio Gran-de do Sul, São Paulo e Rio de Janeiro. A matriz da segura-dora, em Porto Alegre/RS, em breve mudará de endereço, ocupando espaço de 11 anda-res, totalmente reformado ■

2006 R$ 65 milhões 2007 R$ 99 milhões2008 R$ 110 milhões

FaTUramENTo ao aNo Em Seguros (Prêmios Ganhos)

Ernesto Pedroso, presidente da Previsul

PAtRimônio líquiDo

r$ 16 milhões

r$ 40 milhões

2005

2008

50,9%Seguro de vida

em grupo

16,4%Acidentes pessoais

32,7%Outros

DiStRibuição DA RECEitA oPERACionAl PoR SEgmEnto DE mERCADo

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24. Revista Paraná&Cia | dezembro.janeiro de 2009

t.i. lume

Atuando em todo território nacional desde 1986, e em franca expansão, a Lume transferiu sua sede em Curitiba para Pinhais, na região metropolitana. A empresa é pioneira em Soluções de Tecnologia de Informação.

Ampliando Horizontes

No disputado merca-do de TI é necessário estar sempre inovan-

do e ocupando espaços para não ficar para trás. Além do investimento na sua nova estrutura em Pinhais (PR), inaugurada em 26 de no-vembro passado e que pos-sui 3 mil metros quadrados e espaço para treinamento e conferências, a paranaense Lume Tecnologia mantém uma política de incentivo para a forma-ção profissional de seus colabo-radores, subsi-diando cursos, graduações e especializações. Nas novas insta-lações, essa po-lítica irá ganhar mais força.

“Este incentivo faz parte do nosso plano de adminis-tração participativa, que pre-vê a capacitação profissional e o desenvolvimento de uma visão holística do negócio, para diminuir o número de níveis hierárquicos e dar a oportunidade de envolvi-

mento dos colaboradores nos processos de gestão”, explica a diretora da Lume, Márcia Munaro. Outra área contemplada pela empresa é a social, por meio das ati-vidades do Instituto Lume, que a partir do ano que vem oferecerá aulas e bate-papos a vestibulandos sobre o mer-cado e os ramos da TI. No seu novo passo nos planos de negócios foram investidos R$ 3 milhões na obra.

A empresa prevê para este ano faturamento de R$ 9,6 mi-lhões e a conti-nuidade de sua reest r ut uração organizacional, com incentivos na formação e promoção inter-

na entre os colaboradores.A Lume possui 70 funcionários em Pinhais e prestadores de serviço credenciados em vá-rias regiões do Brasil. Entre os vários serviços oferecidos estão o Sistema de Informa-ções usado pela Associação Comercial de Foz do Iguaçu

e outras entidades da Bahia, Pará e Rio Grande do Sul; o desenvolvimento de solu-ção completa para processos eleitorais por meio de vota-ção online; sistemas de con-trole de estoque automoti-vo; soluções para nota fiscal eletrônica e Sped (Sistema

"Este incentivo faz parte do

nosso plano de administração

participativa, que prevê a capacitação

profissional e o desenvolvimento de uma visão holística

do negócio"Márcia Munaro

é o que a empresa prevê fechar de

faturamento para 2009

r$ 9,6 mi

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Revista Paraná&Cia | dezembro.janeiro 2009 .25

A nova estrutura da empresa Lume, inaugurada em novembro de 2009 em Pinhais (PR), e possui 3 mil metros quadrados e espaço para treinamento e conferências

Público de Escrituração Di-gital); instalação e suporte técnico de infraestrutura; e realização de avaliações e certificações em TI, como o Prometric.

Entre os parceiros da Lume estão a IBM, a Oracle, a Microsoft e a EMC. No rol dos mais de 300 clientes, fi-guram empresas como Coo-perativa Corol, Leão Júnior, Supermercados Condor, Itaipu Binacional, Colégio Bom Jesus e Concessionária Servopa.

Em abril de 2009, por exemplo, a Lume se juntou a também paranaense Mobion para lançar o NF-e onDe-mand! e auxiliar empresas para se adequarem à nova legislação com uso da Nota Fiscal Eletrônica. Junto com a Microsoft Brasil e as duas

empresas instalaram na Leão Junior, empresa do Grupo Coca Cola, o serviço de pro-cessamento de notas fiscais eletrônicas. Segundo Adria-no Della Coletta, gerente re-gional Sul da Microsoft Bra-sil, os novos processos têm o intuito de reduzir a burocra-

cia na emissão de notas ficais e otimizar os processos ad-ministrativos. "A Microsoft acredita que a Nota Fiscal Eletrônica é um avanço para o Brasil em governança cor-porativa, transparência e res-ponsabilidade fiscal", avalia.

A Leão Junior emite notas fiscais em diversos estados da federação e percebeu na oferta e na tecnologia qua-lidades importantes, como a amplitude da solução e a sua capacidade de processa-mento, uma vez que muitas empresas do grupo estarão aderindo ao NF-e ao lon-go do tempo. "A facilidade de integração com os nos-sos sistemas e os critérios de segurança foram pontos importantes na escolha, mas a experiência do fornece-dor no Projeto Nacional de NF-e e todo o conjunto de funcionalidades disponíveis fez diferença", disse Paolo Chiarlone, executivo de TI da Leão Junior ■

Equipe responsável pela área de Tecnologia da Informação da Lumen

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26. Revista Paraná&Cia | dezembro.janeiro de 2009

O varejo do País espera que o Natal de 2009 seja o segun-do melhor dos últimos cinco anos, de acordo com pesquisa divulgada no início de dezem-bro pela Serasa Experian. O

Indicador Serasa Ex-perian Expectativa

Empresarial - Natal 2009

Otimismo ii

bússola

2010, um ano para otimismo

A pesquisa de opinião CNI/Ibo-pe divulgada no início de dezembro mostrou bastante otimismo por parte dos brasileiros em relação ao ano de 2010. Para 44% dos entrevistados, o próximo ano será "muito bom" e para 48%, "bom". Somados, os otimistas representam 92% dos 2.002 entrevistados. Segundo o Ibope, essa foi a maior expectativa positiva re-gistrada pela pesquisa até hoje. Para apenas 3% das pessoas ouvidas, o ano que vem será ruim (2%) ou muito ruim (1%).

apontou que 53% dos varejis-tas acreditam na ampliação das vendas para o período, 31% esperam faturamento estável e 16% preveem declínio, contra a mesma época de 2008. Esta é a segunda melhor perspectiva para o Natal desde 2005, per-dendo somente para 2007, quando 61% dos va-rejistas acreditavam em alta das vendas.

Levantamentos de de-zembro da Companhia Nacional de Abasteci-mento (Conab), aponta que a safra brasileira será de 140,6 milhões de to-neladas de grãos, abaixo do recorde que foi regis-

trado há dois anos, quando a produção do campo atingiu a marca de 144,1 milhões de toneladas. Segundo o ministro da Agricul-tura, Reinhold Stephanes, a safra de grãos 2009/2010 ainda poderá ser recorde caso o clima se comporte bem nos próximos me-ses. Ele salientou que na safra anterior a colheita caminhava quando houve proble-mas de chuvas que acabaram prejudicando o resultado. Na safra passada, o volume de grãos colhidos foi de 135,1 milhões de to-neladas, o que significa um crescimento de 4% de um ano para o outro se as previsões da Conab se confirmarem.

Safra: podia ser melhor

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Mesmo em um ano de crise, a construção civil deverá continuar crescendo, com previsão de aumento de 7,5% a 9% em 2010

Em 2008 o setor da cons-trução civil cresceu expressi-vos 9%, o melhor resultado dos últimos 20 anos, e mes-mo num ano de crise, deverá atingir a 3,5% em 2009 segun-do a Fundação Getúlio Vargas (FGV), com pre-visões de cresci-mento para 2010 entre 7,5% a 9%.

Pesquisa fei-ta pela entidade em Curitiba confirma o otimismo: 10,5% dos curitibanos têm intenção de adquirir um imóvel nos próximos três anos. Estiman-

do a compra de um imóvel para cada três pessoas, signi-ficaria a aquisição de 63 mil unidades. O que vai ajudar nisso são os recursos disponí-

veis: no Paraná, só a Caixa Eco-nômica Federal d isponibi l izou até outubro R$ 2,5 bilhões – crescimento de 89% em relação ao mesmo perío-

do de 2008.No País, os recur-sos habitacionais somaram R$ 39,3 bilhões – 93% superior a 2008, quando foram liberados R$ 20,4 bilhões.

dos curitiBanos têm intenção de

adquirir um imóvel nos próximos três

anos

10,5%

Ao largo da crise

O projeto do trem-bala, que segundo a Ministral Dil-ma Roussef poderá chegar inclusive a Curitiba, já teve definidos os critérios pelo governo para a escolha do consórcio vencedor do lei-lão da concessão do trecho Campinas-São Paulo-Rio de Janeiro. Segundo o secretá-rio-executivo do Ministério dos Transportes, Paulo Sergio Passos, vencerá o leilão quem obti-ver maior pontu-ação, a partir de um mix de dois critérios: quem

Trem-balademandar menor financia-mento público para instalar a linha férrea e quem cobrar a menor tarifa do usuário final. Segundo ele, nessa pontuação o critério do menor financia-mento terá peso de 70% e o da menor tarifa, de 30%. Além disso, explicou, o governo vai exigir na pré-qualificação al-gumas condições técnicas mí-nimas dos interessados.

A desvalorização do dólar em relação às de-mais moedas fortes pode provocar tensões nas eco-nomias do Mercosul e, como prevenção, os mi-nistros de Economia dos quatro sócios do bloco concordaram em analisar medidas comuns de admi-nistração das reservas in-ternacionais e de redução dos riscos de volatilidade. Na reunião marcada para fevereiro de 2010, está a criação de uma espécie de fundo soberano regio-nal. Este tema foi discu-tido no início de dezem-bro em Montevidéu, por iniciativa do ministro de Economia da Argentina, Amado Boudou, O Ca-nadá também participou da reunião convidado pelo governo uruguaio porque será a sede da pró-xima cúpula do G-20, em junho de 2010 em Toron-to. Segundo Boudou, o Mercosul tentará fechar, em fevereiro, uma posição única para a reunião do G-20 sobre a desvaloriza-ção do dólar.

Mercosul quer fundo soberano regional

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28. Revista Paraná&Cia | dezembro.janeiro de 2009

gestão Governança Corporativa

Depois da crise, IBGC lança seu manual da boa governança corporativa atualizado

Poison Pills

Num ano que não foi só de crises, mas também da abertura

de uma nova discussão sobre o papel e os poderes dos exe-cutivos nas empresas, princi-palmente depois que muitas delas apresentaram prejuízos elevados pelas ações intem-pestivas de suas diretorias, o Instituto Brasileiro de Go-vernança Cor-porativa (IBGC) lançou no início de dezembro a quarta edição do seu Código das Melhores Prá-ticas de Gover-nança Corpo-rativa – uma espécie de guia para profissionais que atuam nos escalões superiores.

O manual foi conce-bido em 1999 e tem sido re-visado constantemente, na medida em que as empresas brasileiras estão evoluindo para melhores práticas de go-vernança corporativa, o que exige, por exemplo, maior transparência na remune-ração de administradores e controles sobre os confli-tos de interesse que podem ocorrer nos conselhos de ad-ministração. A conselheira do IBGC e coordenadora do Comitê de Revisão do Códi-go, Eliane Lustosa, foi quem apresentou para os empresá-rios curitibanos as novidades e mudanças no final de se-tembro passado.

o código foi dividido em

seis capítulos elaBorados nos

últimos dois anos por um comitê de 18 especialistas

E já não é sem tempo por-que 2009 foi um ano de casos emblemáticos de trocas de controles acionários e mes-mo tentativas de aquisição do controle pelas vias normais ou por um take over hostil como nos casos da GVT, Sa-nepar, Positivo Informática e Perdigão/Sadia. Por isso, um dos pontos relevantes do ma-

nual se refere es-pecificamente às questões que en-volvem as poison pills – pílulas de veneno, literal-mente. Num dos principais novos itens incluídos

no Código, ele refere-se exa-tamente aos mecanismos de proteção à tomada de con-trole de uma empresa por ou-tra, conhecidos como poison pills. Neste caso, o Código define que qualquer mecanis-mo que obrigue o adquirente de uma posição minoritária a realizar uma oferta pública a todos os sócios deve ser visto com reserva e é enfatizada a relevância da participação do Conselho de Administração neste processo.

O principal componente do sistema de governança, o Conselho de Administração, foi o tema que obteve maior detalhamento nessa revisão destacando-se a importân-cia do Conselho se mani-festar sobre o apetite e a tolerância da empresa ao

Na foto, lançamento da quarta edição do Código das Melhores Práticas de Governança Corporativa do IBGC. Abaixo, a conselheira da instituição e coordenadora do Comitê de Revisão do Código, Eliane Lustosa.

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risco. Outro item mais parti-cularizado foi a remuneração do conselheiro: o novo Có-digo recomenda a divulgação individual da remuneração, assim como a explicitação das métricas. Num outro ponto, a publicação recomenda que a empresa deve facilitar a participação de minoritários na assembleia, permitindo o voto por procuração (proxy voting), ou por meio eletrô-nico.

O Código das Melho-res Práticas de Governança Corporativa foi dividido em seis capítulos elaborados nos últimos dois anos por um comitê de 18 especialistas. Além disso, houve a introdu-ção de 350 comentários que levaram à colocação de no-

vos temas neta última edição onde se aconselha que a au-ditoria não se restrinja à aná-lise dos números apresenta-dos pelas empresas, mas que

As poison pills são "venenos" destinados à pulverização das ações no mercado. Com a maior difusão dos papéis no mercado restariam

dificultados o surgimento de grupos controladores e a concentração de ações. Mas seus efeitos podem gerar malefícios às empresas. Dentre eles, podemos mencionar a perpetuação de um restrito número de acionistas no comando da companhia.

O que são Poison Pills?

também faça um relatório sobre o funcionamento dos controles internos – o que reduz o risco de problemas contábeis ■

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O Real forte já começa a acender uma luz de alerta no campo porque o ciclo de aumentos no preço das commodities agrícolas parece ter chegado ao fim, depois de alguns picos que anunciaram a retomada do crescimento da economia mundial.

Acendendo a luz amarela

Historicamente, já se sabe que um dólar abaixo de R$ 1,60

acende a luz amarela de aler-ta em todo o setor do agrone-gócio brasileiro, embora dó-lar baixo também signifique a redução de preço de alguns insumos como fertilizantes. Com os problemas que o país tem de infra-estrutura de es-coamento de sua produção, vastas regiões produtoras do Mato Grosso e Mato Grosso

do Sul, aonde se concentra a maior parte da produção brasileira de soja, por exem-plo, passam a trabalhar mui-to próximas do vermelho ou mesmo no prejuízo.

É claro que no Sul do país, principalmente Paraná e Rio Grande do Sul, onde agri-cultura é mais competitiva e a infra-estrutura e custos de escoamento são mais bai-xos, a situação é um pouco diferente e o setor consegue

manter boas margens de lu-cro ainda assim. Mas dólar trafegando muito próximo de R$ 1,60 é sempre sinal de preocupação para o campo. Um estudo da Federação das Indústrias do Estado de São

Economia alerta no Campo

Variação do dólar em reais

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são as perdas dos produtores de

grãos em 2009 se comparado com

2008

us$ 10 bi

Paulo (Fiesp), divulgado re-centemente confirma que, se o câmbio ceder abaixo de R$ 1,60, muitos setores agrícolas entram no vermelho. Num dos mais importantes para a balança comercial brasileira, o de frangos, o câmbio limite, que zera a margem de lucro, está, por exemplo, em R$ 1,71 para os exportadores.

O ministro da Agricultu-ra, Reinhold Stephanes, volta e meia reclama dos impactos do câmbio no setor agrícola: "Não há nenhuma dúvida de que a redução do câmbio vai prejudicar a próxima sa-fra. Isso já está acontecendo: o câmbio está influenciando negativamente o setor”, diz ele. Para Stephanes, até aqui, a alta dos preços dos produtos agrícolas proporcionada pela retomada do crescimento da economia mundial compen-savam as perdas com o dólar: "Mas isso não está acontecen-do mais," explica ele. Com a

valorização da moeda, setor do agronegócio experimen-ta a queda da remuneração porque os preços das expor-tações em reais caíram qua-se 15% em relação a novem-bro de 2008, por exemplo.

Assim, depois de três anos de lucros fartos, o setor agrope-cuário experi-menta queda da remuneração em moeda local e a verdade é que o câmbio anulou os ganhos da recente recupe-ração das com-modities: enquanto os preços em dólares das exportações agrícolas avançaram 6,3% no terceiro trimestre, o Real se valorizou 19,6% em relação as moedas dos principais par-ceiros do agronegócio brasi-leiro.

Por enquanto a situação do agronegócio é bem me-

lhor que a da indústria que já amarga seu pior desempenho desde 1985. A Fundação Cen-tro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex) aponta que a rentabilidade das ex-portações da agricultura e da pecuária caiu 24% em ou-

tubro diante de outubro de 2008 e voltou para o mesmo patamar do início do ano passado. E já há quem aponte queda de lucro elevada para o setor: o econo-mista-chefe da

RC Consultores, Fábio Sil-veira, diz que há perdas na renda do agricultor e que os produtores de grãos vão ficar US$ 10 bilhões a menos em 2009 se comparado com 2008, embora os números da safra e das exportações divulga-dos pelo governo ainda sejam plenamente otimistas ■

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Livro “Na Intimidade do Sucesso” traz a trajetória do fundador da Rede Condor que está em 11 municípios paranaenses e pretende faturar R$ 2 bilhões em 2014 e abrir mais 3 lojas em 2010.

Determinação

Embora sejam publica-ções escritas somente sob o ponto de vista

do personagem principal e raramente tragam os “segre-dos” do sucesso empresa-rial, livros com a história de empresários bem-sucedidos normalmente tem uma fun-ção importante: preservar para o futuro informações sobre cada trajetória de vida, lutas e dificuldades exem-

plarmente superadas. Se não servem para um estudo acadêmico em algum MBA ou curso de Administração, contudo, do retrato que tra-zem sempre há algo a se ob-servar para quem deseja se-guir o exemplo.

Talvez uma das maiores qualidades deste empresário, além do inegável talento para o seu ramo de negócio, seja a bravura com que resistiu

"Na Intimidade do Sucesso". O

livro faz parte das comemorações dos 35 anos do

Condor.

até aqui ao assédio dos gran-des players do setor, sempre de olho em expansões por aquisições de redes regionais menores como a Condor, algo que já sucedeu com a Rede Mercadorama, adqui-rida pela norte-americana Wal Mart.

“Na Intimidade do Su-cesso” é uma publicação sob encomenda que traz a traje-tória do empresário parana-

trajetória Condor

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ense Pedro Joanir Zonta que adquiriu um pequeno mer-cado em 1974 e transformou-o numa rede que pretende fa-turar R$ 2 bilhões em 2014. Em 2009, a Rede Condor, que conta com 29 lojas em 11 cidades do Estado, faturou perto de R$ 1,5 bilhão con-tra R$ 1,19 bilhão em 2008, o que a coloca entre as 20 maiores do país e a segunda maior com sede no Paraná.

A Condor completou 35 anos em 2009, investiu R$ 80 milhões no ano e preten-de repetir a dose em 2010 se-gundo Pedro Joanir Zonta, que também preside a Asso-ciação Paranaense de Super-mercados (Apras). O setor de supermercados, por sinal, deve encerrar o ano com um crescimento real – já descon-tada a inflação – de 6% em 2009 e em 2010 espera um crescimento de 6% a 8%. Para fazer frente a esse mo-vimento, as redes estão ace-lerando a abertura de lojas. A Condor, no próximo ano, deve abrir mais três lojas e reformar unidades já exis-tentes.

Segundo a Assessoria de Imprensa da empresa, o livro traz “acontecimentos engra-çados, momentos de sofri-mento e outros de alegria marcaram a trajetória do fundador do Condor Super Center, Pedro Joanir Zon-ta” e foi escrito por Ricardo Hubner a partir dos relatos do empresário, sua família e amigos.

“Com uma infância sofri-da, Joanir sempre trabalhou e ajudou sua família, desde nos afazeres domésticos até na venda de frutas para os carros que passavam na rua de sua casa. Sempre aceitan-

do as palavras de seus pais, nunca reclamou ou se lamen-tou pelas dificuldades que enfrentou”, relata.

E prossegue: “Desde criança já se mostrava um grande visionário e em seu íntimo guardava o desejo de crescer na vida para po-der proporcionar aos seus filhos o conforto e a fartura que não teve em sua infân-cia. Assolado pelas crises econômicas e pelos concor-

rentes multinacionais, Jo-anir não desistiu do sonho de crescer. A primeira loja Condor tinha 110 m² e cinco funcionários, seu escritório ficava junto com o depósito e atendia seus fornecedores no meio dos pacotes de ar-roz. Com determinação e coragem, Joanir venceu as

dificuldades e transformou a sua pequena loja no bair-ro do Pinheirinho em uma das maiores redes supermer-cadistas do Brasil, com 28 lojas, em 10 cidades do Pa-raná, 6 mil colaboradores e mais de 2 milhões de clientes atendidos por mês.

O crescimento não foi somente financeiro, foi tam-bém na sua experiência de vida. Um homem vencedor que está sempre pronto para oferecer uma palavra amiga e um sorriso de consolação para quem precisa”, explica a apresentação.

“Mais do que expor o ca-minho que Joanir percorreu para alcançar o sucesso, o livro também mostra que a humildade e a paciência alia-das com muito trabalho são os dons que realmente tor-nam uma pessoa vencedora e faz parte das comemora-ções dos 35 anos do Condor. Além da vida e da trajetória do empresário paranaense, tem anexos com fotos das atuais e antigas lojas da rede, que mostram o processo de transformação e de cresci-mento do Condor”. A versão digital do livro “Na Intimi-dade do Sucesso” está dis-ponível o site: www.condor.com.br ■

"Acontecimentos engraçados,

momentos de sofrimento e outros

de alegria marcaram a trajetória do

fundador do Condor Super Center, Pedro

Joanir Zonta"Condor

Primeira unidade da rede

CONDOR de supermercados.

Foto veiculada no livro da

trajetória do fundadorda rede.

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As campanhas políticas para as eleições de 2010 já começaram há algum tempo no Paraná e a movimentação no tabuleiro

requião, no alto, novamente

em que se desenvolvem as estratégias de cada candidato estão pra lá de interessantes. Beto Ri-cha acha que saiu na frente e que este é seu momento, embora boa parte do seu partido, principalmente as bases do PSDB do interior, ainda prefira que ele espe-re mais um pouco, continue na prefeitura de Curitiba e se candidate ao governo do estado em 2014. A maio-ria das lideranças do PSDB, fora as da capital, é claro, acha que ainda é cedo e que Beto mais cedo ou mais tar-de vai virar governador, até pela falta de nomes e talento na política paranaense. Para estes, a bola da vez é Osmar Dias, do PDT, e que todos os acordos que foram feitos nas eleições de 2006 devem ser cumpridos e não riscados do mapa como estão fazen-do Richa e seus assessores atualmente, na ansiedade causada pela natural e real chance de chegar ao poder.

Osmar Dias olha meio de longe esta situação e olha pre-ocupado porque as pesquisas de opinião extra oficiais estão dando um empate técnico en-tre ele e Richa, com pouco mais de 30% para cada um. Álvaro Dias corre por fora, com gran-des chances de sair candidato se conseguir vencer a dispu-ta intestina que há no PSDB para que saia no lugar de Beto

Richa. Ele trabalha nos basti-dores, enquanto o prefeito de Curitiba trabalha muito mais na mídia, com grandes gastos em comunicação já que tem a máquina da prefeitura da capi-tal nas mãos. Mas Álvaro Dias tem muito mais experiência e vitórias neste tipo de traba-lho e oferece a real chance ao PSDB de praticamente ser un-gido governador porque não teria adversários, já que pode-ria ter o apoio do governador

Roberto Requião do PMDB com quem vem conversando regularmente e, por sinal, de quem nunca se distanciou.

Tudo isso traz Requião em alta novamente na políti-ca paranaense porque só ele tem agora a capacidade de criar grandes acordos capa-zes de trazer a vitória para algumas destas alas. Requião está com a faca e o queijo na mão porque tanto Beto Ri-cha como Osmar Dias e Ál-varo Dias sabem que sem seu apoio a eleição se complica e se torna imprevisível. Se Re-quião apoiar Osmar, ele vira favorito. Se apoiar a Beto Richa, este vira favorito. Se sair o Álvaro, então, será pura covardia. Pessutti, o vice-governador, candidato anunciado pelo PMDB, não parece ter chances embora todos gostem dele. Requião se movimenta nos dois lados que antecedem a disputa e tanto os irmãos Dias como Beto Richa tentam pavimen-tar uma aproximação que garanta o apoio de Roberto Requião, seja por um acordo informal para ele não fazer oposição seja por um acordo explícito em que o PMDB pode fazer parte de um go-verno do PSDB ou do PDT. Este é quadro da política pa-ranaense que não deve mu-dar nos próximos meses ■

por Norberto Staviski

Artigo

"requião está com a faca e o queijo na mão porque tanto Beto richa como Osmar Dias e álvaro Dias sabem que sem seu apoio a eleição se complica e se torna imprevisível"

Norberto Staviski, ex-diretor da Gazeta mercantil no Paraná, é

jornalista em Curitiba

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