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1 Av. Des. José Nunes da Cunha, Bloco IV, Parque dos Poderes, Campo Grande/MS, CEP 79.031-310 www.pge.ms.gov.br (67) 3318-2661 PARECER REFERENCIAL PGE/MS/PAA/Nº 004/2020 Interessado: PROCURADOR-GERAL ADJUNTO DO ESTADO DO CONSULTIVO Assunto: Parecer Referencial - DISPENSA DE LICITAÇÃO – contratação de serviços destinados ao enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus – art. 4º e seguintes da Lei n. 13.979/2020 (com redação dada pela Medida Provisória nº 926, de 20 de março de 2020) Exmo. Sr. Procurador-Geral Adjunto do Estado do Consultivo, 1. Da delimitação da análise jurídica Cumpre assinalar que o escopo deste parecer jurídico é orientar o Gestor Público quanto às exigências legais para a prática do ato administrativo sob o aspecto jurídico-formal 1 , de modo a assistir a autoridade assessorada que deve exercer o controle interno da legalidade administrativa dos atos a serem praticados ou já efetivados pelos seus auxiliares e por ela própria. Vale lembrar que o parecer jurídico é obrigatório, em razão do disposto no art. 38, parágrafo único, da lei 8.666/93, mas possui natureza opinativa, e não tem caráter vinculante. A função do parecer da Procuradoria Geral do Estado é justamente apontar possíveis riscos do ponto de vista jurídico e recomendar providências para salvaguardar a autoridade assessorada, a quem compete avaliar a real dimensão do risco e a necessidade de se adotar ou não a precaução recomendada. 1 Nesse ponto, inclusive, cumpre transcrever diretiva de atuação da área consultiva no âmbito da Procuradoria-Geral do Estado (Resolução PGE/MS/Nº 263, de 24 de julho de 2019 (DOMS 9.951, de 26/07/2019): “4ª DIRETIVA O parecer jurídico deve evitar posicionamentos conclusivos sobre temas não jurídicos, tais como os técnicos, administrativos ou de conveniência e oportunidade, podendo, porém, sobre estes emitir recomendações, enfatizando que seu acatamento fica a critério do gestor.”

PARECER REFERENCIAL PGE/MS/PAA/Nº 004/2020 · 2020. 6. 2. · Conforme assenta Marçal Justen Filho, no artigo denominado “Efeitos Jurídicos da Crise Sobre As Contratações Administrativas”

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1 Av. Des. José Nunes da Cunha, Bloco IV, Parque dos Poderes, Campo Grande/MS, CEP 79.031-310

www.pge.ms.gov.br (67) 3318-2661

PARECER REFERENCIAL PGE/MS/PAA/Nº 004/2020

Interessado: PROCURADOR-GERAL ADJUNTO DO ESTADO DO

CONSULTIVO

Assunto: Parecer Referencial - DISPENSA DE LICITAÇÃO – contratação de

serviços destinados ao enfrentamento da emergência de saúde pública de importância

internacional decorrente do coronavírus – art. 4º e seguintes da Lei n. 13.979/2020

(com redação dada pela Medida Provisória nº 926, de 20 de março de 2020)

Exmo. Sr. Procurador-Geral Adjunto do Estado do Consultivo,

1. Da delimitação da análise jurídica

Cumpre assinalar que o escopo deste parecer jurídico é orientar o

Gestor Público quanto às exigências legais para a prática do ato administrativo sob o

aspecto jurídico-formal1, de modo a assistir a autoridade assessorada que deve exercer

o controle interno da legalidade administrativa dos atos a serem praticados ou já

efetivados pelos seus auxiliares e por ela própria.

Vale lembrar que o parecer jurídico é obrigatório, em razão do

disposto no art. 38, parágrafo único, da lei 8.666/93, mas possui natureza opinativa,

e não tem caráter vinculante.

A função do parecer da Procuradoria Geral do Estado é justamente

apontar possíveis riscos do ponto de vista jurídico e recomendar providências para

salvaguardar a autoridade assessorada, a quem compete avaliar a real dimensão

do risco e a necessidade de se adotar ou não a precaução recomendada.

1 Nesse ponto, inclusive, cumpre transcrever diretiva de atuação da área consultiva no âmbito da

Procuradoria-Geral do Estado (Resolução PGE/MS/Nº 263, de 24 de julho de 2019 (DOMS 9.951, de 26/07/2019): “4ª DIRETIVA O parecer jurídico deve evitar posicionamentos conclusivos sobre temas não jurídicos, tais como os técnicos, administrativos ou de conveniência e oportunidade, podendo, porém, sobre estes emitir recomendações, enfatizando que seu acatamento fica a critério do gestor.”

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2. Instruções ao Administrador

A partir deste parecer, esta Procuradoria tecerá recomendações,

elaborará listagem padronizada de verificação de dados e/ou de documentos (lista de

verificação - anexo IV), definirá parâmetros normativos, bem como sinalizará a

orientação das Cortes de Contas, encaminhará minuta de termo de referência

simplificado (anexo I) e de contrato (anexo II), de modo que será desnecessário o envio

dos processos licitatórios ora delimitados para análise jurídica individualizada,

conforme estabelecido no art. 12 do anexo VII, da Resolução PGEMS 194/2010:

§2º. Nos processos que tenham por objeto matéria fática e jurídica analisada por parecer referencial, fica dispensada análise individualizada dos autos pelas coordenadorias jurídicas, desde que a área técnica ateste, de forma expressa, que o caso concreto satisfaz os termos do parecer.

Assim, cabe ao Administrador apenas juntar ao processo de dispensa

o parecer referencial, incluindo a lista de verificação devidamente preenchida e

analisada pela área técnica do órgão, deixando de encaminhar o processo para a

Procuradoria Geral do Estado.

Também deverá ser juntada, nos processos individuais2, o ateste da

área técnica de que o caso concreto se amolda à orientação jurídica aqui traçada e que

serão seguidas as recomendações nele contidas (anexo III).

Com isso, verifica-se que, mesmo na hipótese de manifestação

jurídica referencial, o processo conta com parecer jurídico, atendendo ao que

dispõe o art. 38, VI, da Lei nº 8.666/93.

Salienta-se que esta é uma ferramenta adequada apenas para casos

padronizáveis. Logo, será adotado pelo gestor este parecer referencial, em prestígio ao

princípio da eficiência na Administração Pública, com a finalidade de não encaminhar

o processo a Procuradoria Geral do Estado, evitando o retrabalho em matéria já

parametrizada que demanda somente apego ao padrão e ao procedimento.

É importante deixar claro que isso não significa impedimento à

remessa dos autos administrativos a Procuradoria-Geral do Estado caso o gestor

delibere que a análise individualizada se faz necessária em razão de alguma

2 Além do presente parecer referencial e da lista de verificação

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peculiaridade nos autos não abarcada no presente parecer referencial ou de dúvida

superveniente.

Feitas as considerações acima, passa-se à análise dos requisitos

jurídico-formais da dispensa de licitação para contratação de serviços destinados

ao enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional

decorrente do coronavírus – art. 4º e seguintes da Lei n. 13.979/2020 (com redação

dada pela Medida Provisória nº 926, de 20 de março de 2020)

3. Da vinculação da contratação à emergência em saúde pública de

importância nacional e internacional

O primeiro passo a ser dado na análise das contratações objeto do

presente parecer referencial diz respeito à vinculação das contratações pretendidas

ao combate à pandemia de Infecção Humana pelo novo Coronavírus (2019-nCoV),

fato gerador da declaração de Emergência em Saúde Pública de importância Nacional

(ESPIN)¸nos termos da Portaria nº 188, de 3 de fevereiro de 2020 do Ministério da

Saúde e da declaração de situação de emergência no Estado de Mato Grosso do Sul,

por meio do Decreto nº 15.396, de 19 de março de 2020.

Visando o enfrentamento ágil da pandemia, foi editada a Lei Federal

nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020, recém alterada pela Medida Provisória nº 926,

de 20 de março de 2020.

O referido diploma legal traz em seu art. 4º previsão específica de

hipótese de dispensa de licitação para a aquisição de bens, serviços, inclusive de

engenharia e insumos destinados ao enfrentamento da emergência de saúde pública

de importância internacional decorrente do coronavírus.

A norma, de vigência transitória e tratando sobre hipótese

excepcional de dispensa de licitação, traz quadro normativo específico, prevalecendo

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seus ditames, em razão do princípio da especialidade3, em detrimento daqueles

constantes do regramento geral da Lei nº 8.666/93, em especial seu art. 24, inciso IV.

Evidencia-se que a lei exige a estrita correlação da hipótese de

aquisição direta de bens e serviços com “enfrentamento da emergência de saúde

pública” decorrente do surto viral.

Conforme assenta Marçal Justen Filho, no artigo denominado

“Efeitos Jurídicos da Crise Sobre As Contratações Administrativas”4 :

A Lei exige a pertinência da contratação com o atendimento da “emergência de saúde pública”. Essa questão envolve dois desdobramentos. O primeiro se relaciona com o vínculo de pertinência entre a contratação e o atendimento, ainda que indireto, das necessidades relativas à pandemia. A hipótese normativa não abrange contratações que versem sobre satisfação de necessidades de outra ordem.

A redação do dispositivo indica que não é possível ao administrador

pretender utilizar a situação emergencial para dispensar a licitação em contratações

que transcendam o combate à pandemia, de modo que se exige profunda correlação

entre o objeto pretendido pela Administração e o interesse público a ser atendido5.

Muito por isso, esta hipótese de dispenda de licitação só poderá ser

utilizada enquanto perdurar a emergência de saúde pública de importância

internacional decorrente do coronavírus (art. 4º, §1º, da Lei nº 13.979/2020).

Assim, a preocupação maior do gestor ao fundamentar o pedido de

contratação de serviços que tenham correlação com o combate à pandemia deve ser no

sentido de demonstrar, de forma clara, o nexo causal entre a contratação direta e o

enfrentamento do risco de dano dela decorrente.

Ademais, acaso a necessidade da contratação para o enfrentamento

da emergência relacionada ao COVID-19 exista mas não se esteja diante de uma

situação de urgência, pode o gestor se valer da realização de licitação, na modalidade

pregão, havendo previsão no art. 4º-G da Lei nº 13.979/2020 de redução pela metade

dos prazos de tramitação do certame, retirada do efeito suspensivo dos recursos e

3 Lex specialis derogat generali. 4JUSTEN FILHO, Marçal. Efeitos Jurídicos Da Crise Sobre As Contratações Administrativas. 2020. Disponível em http://jbox.justen.com.br/s/Ynd6jfdCnWFwX32#pdfviewer, acesso em 23/03/2020. 5 Jacoby Fernandes, J.U. Contratação direta sem licitação. 10. ed. Belo Horizonte: Fórum, 2016.

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dispensa de audiência pública, situação que permite o atendimento da necessidade em

prazo célere, respeitado o procedimento competitivo.

Deste modo, o primeiro ato a ser adotado pelo administrador ao se

deparar com uma demanda relacionada com o combate à pandemia é avaliar se o

atendimento do interesse público pode aguardar a realização do procedimento

licitatório célere supracitado.

Caso a resposta seja negativa, deve ser justificada a urgência no

atendimento da necessidade, de preferência mediante a apresentação de Termo de

Referência simplificado ou projeto básico simplificado, como doravante demonstrado.

Destaque-se que não se exige a demonstração da urgência em si,

como bem destaca Marçal Justen Filho6 , uma vez que – como será tratado – a Lei

presume tal situação, mas sim como o serviço pretendido se amolda à necessidade

urgente da Administração, ou seja, o vínculo de pertinência7.

Tal vínculo, inclusive, pode ser de natureza indireta, desde que

fartamente justificado. Como bem destaca o professor Marçal8:

7.4) O vínculo indireto

Mas há hipóteses de vínculo indireto entre a prestação e a finalidade a ser atendida. São os casos em que o contrato não envolve uma atuação de cunho sanitário. Porém, a contratação tem por causa o combate à pandemia ou é afetada significativamente por essa circunstância. Imagine‐se que, para enfrentar a pandemia, ocorra a suspensão do atendimento presencial em repartições públicas. Em decorrência, há de se assegurar o teleatendimento, por meio de call centers. Se essa solução exigir uma contratação administrativa, configura‐se o vínculo de pertinência exigido para a dispensa de licitação. Isso porque a contratação destina‐se ao combate à pandemia.

6 “O segundo se refere à questão da “emergência”. A regra legal consagrou uma presunção absoluta de urgência na formalização da contratação. Não é preciso evidenciar o risco produzido pela demora na formalização da licitação.” JUSTEN FILHO, Marçal. Efeitos Jurídicos Da Crise Sobre As

Contratações Administrativas. 2020. Disponível em http://jbox.justen.com.br/s/Ynd6jfdCnWFwX32#pdfviewer, acesso em 23/03/2020. 7 7.1) O vínculo de pertinência entre a crise e a contratação Admite‐se a dispensa de licitação para contratações essenciais e úteis ao enfrentamento da pandemia. Exige‐se, portanto, um vínculo de pertinência entre a prestação a ser executada e o atendimento a necessidades relacionadas com a pandemia. (JUSTEN FILHO, Marçal. Um novo modelo de licitações e contratações administrativas? A MP 926 pode funcionar como experimento para a reforma das

licitações. 2020. Disponível em http://jbox.justen.com.br/s/9SPYwWsP7W66s8a, acesso em 24/03/2020) 8 Idem.

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Feitas as considerações sobre a correlação entre a necessidade da

contratação e a pandemia em evidência, passa-se a analisar o processo de dispensa de

licitação.

4. Do processo de dispensa de licitação - Regramento da Lei nº 13.979/2020

Assentada a premissa para a adoção do novel diploma legislativo,

passa-se à análise e orientação dos gestores das peculiaridades relacionadas ao

processo de planejamento e contratação propriamente ditos.

4.1. Preliminarmente: da necessidade da verificação da existência de ata em vigor

Antes de adentrar no mérito e das especificidades da contratação

direta para contratação de serviços destinados ao enfrentamento da emergência de

saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus, faz-se

necessária recomendação prévia.

No caso de existência de Ata de Registro de Preços em vigor para o

mesmo objeto, em que pese não haver obrigação da Administração em contratar os

serviços dos fornecedores classificados após a homologação do certame (art. 22 do

Decreto nº 14.506/16)9, preterir os vencedores exige justificativa fundamentada do

Administrador.

Portanto, recomenda-se ao gestor que se certifique e faça constar nos

autos se há Ata de Registro de Preços em vigor com o mesmo objeto. Em havendo, e

caso deseje manter a contratação direta em detrimento da utilização da ata, deve ser

demonstrada a vantajosidade pelo Administrador.

4.2. Planejamento – não exigência de estudos preliminares -Termo de Referência

(TR) ou Projeto Básico simplificado

9 Art. 22. A existência de Ata com preços registrados não obriga a Administração Pública Estadual a firmar contratações com os fornecedores registrados, facultando-lhe a utilização de outros meios para aquisição do bem, respeitada a legislação relativa às licitações, sendo assegurado ao beneficiário do Sistema de Registro de Preços preferência em igualdade de condições

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Ante a urgência oriunda do avanço galopante de casos da doença no

Estado e notícias sobre o estágio de contaminação e da experimentação de dificuldades

em países estrangeiros no combate à enfermidade, como é o exemplo da Itália, foi

editada a Medida Provisória nº 926/2020, que, inserindo os arts. 4º-C e 4º-D na Lei nº

13.979/2020 trouxe a possibilidade de realização de contratação com a utilização de

mecanismos de planejamento simplificados.

De início, cumpre registrar que a lei expressamente dispensou a

elaboração de estudos preliminares quando a contratação tratar de bens e serviços

comuns10:

Art. 4º-C Para as contratações de bens, serviços e insumos necessários ao enfrentamento da emergência de que trata esta Lei, não será exigida a elaboração de estudos preliminares quando se tratar de bens e serviços comuns. (Incluído pela Medida Provisória nº 926, de 2020)

Em paralelo, previu a obrigatoriedade de elaboração, ao menos, de

termo de referência ou projeto básico simplificado:

Art. 4º-E Nas contratações para aquisição de bens, serviços e insumos necessários ao enfrentamento da emergência que trata esta Lei, será admitida a apresentação de termo de referência simplificado ou de projeto básico simplificado. (Incluído pela Medida Provisória nº 926, de 2020) § 1º O termo de referência simplificado ou o projeto básico simplificado a que se refere o caput conterá: (Incluído pela Medida Provisória nº 926, de 2020) I - declaração do objeto; (Incluído pela Medida Provisória nº 926, de 2020) II - fundamentação simplificada da contratação; (Incluído pela Medida Provisória nº 926, de 2020) III - descrição resumida da solução apresentada; (Incluído pela Medida Provisória nº 926, de 2020) IV - requisitos da contratação; (Incluído pela Medida Provisória nº 926, de 2020) V - critérios de medição e pagamento; (Incluído pela Medida Provisória nº 926, de 2020) VI - estimativas dos preços obtidos por meio de, no mínimo, um dos seguintes parâmetros: (...) VII - adequação orçamentária. (Incluído pela Medida Provisória nº 926, de 2020)

10 Art 1°, Parágrafo único. Consideram-se bens e serviços comuns, para os fins e efeitos deste artigo, aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações usuais no mercado. (Lei n. 10.520/02)

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4.2.1. Declaração do objeto

Inicialmente, faz-se necessário destacar a importância de se incluir

na descrição do objeto a menção à Lei nº 13.979/2020 com a expressão “enfrentamento

da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do

coronavírus”11.

Isso porque, paralelamente às contratações necessárias a fazer frente

ao surto viral, surgirão demandas ordinárias das Administração, sendo prudente

realizar a devida distinção entre os caminhos a serem adotados nas diferentes

situações.

De outro lado, assim como nas contratações diuturnamente

realizadas, a declaração do objeto deve ser precisa, clara e suficiente. Tais

características não se confundem com o detalhamento excessivo do objeto, que poderá

vir a causar uma redução no número de fornecedores aptos a atender a demanda

estatal12.

Ademais, qualquer restrição em relação ao objeto da contratação

deve ter como fundamento razões aptas a justificarem que a finalidade e o interesse

público reclamam por tal exigência de forma irremediável. Sem tal justificativa a

restrição deve ser tomada por ilegal, mesmo no atual momento de excepcionalidade

(art. 3º, § 1º, inc. I, da Lei 8.666/93 que veda as “preferências ou distinções em razão

da naturalidade, da sede ou domicílio dos licitantes ou de qualquer outra circunstância

impertinente ou irrelevante para o específico objeto do contrato”)13.

Portanto, na declaração do objeto para a contratação de serviços

deverá estar presente:

11 Modelo: Contratação de empresa especializada na prestação de serviços [descrever serviços],

conforme Termo de Referência simplificado, para enfrentamento da emergência de saúde pública de

importância internacional decorrente do coronavírus (Lei Federal nº 13.979/2020). 12 Resumidamente, tem o Administrador que considerar que: a) o aumento do nível de detalhamento do objeto influi inversamente no universo de fornecedores aptos a atender à demanda; b) a especificação por demais genérica ou singela poderá ampliar as opções no mercado, porém pode acarretar a prestação de serviços cujas características não atendam plenamente às necessidades efetivas da Administração, frustrando a finalidade da contratação. 13 O TCU já se posicionou no sentido de que se “evite a inclusão de itens que restrinjam injustificadamente o caráter competitivo do certame e contrariam, dessa forma, o art. 3º, § 1º, inciso I, da Lei nº 8.666/1993” (Acórdão 2477/2009 Plenário).

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a) descrição sucinta, com os três elementos essenciais que compõem

o núcleo do objeto, que é imutável: a.1. declaração da natureza do objeto; a.2.

quantitativos; e a.3. prazo do contrato, incluindo a possibilidade de prorrogação do

contrato, se for o caso.

Ademais, para a contratação de serviços, é necessária a especificação

também do regime de execução, uma vez que podem ser adotados os diferentes

regimes previstos no art. 6º, VIII da Lei n. 8.666/9314.

Deve-se observar que o regime de execução por preço unitário

destina-se aos serviços que devam ser realizados em quantidade e podem ser

mensurados por unidades de medida, cujo valor total do contrato é o resultante da

multiplicação do preço unitário pela quantidade e tipos de unidades contratadas.

Portanto, é especialmente aplicável aos contratos que podem ser

divididos em unidades autônomas independentes que compõem o objeto integral

pretendido pela Administração.15

Não se exige o mesmo nível de precisão da empreitada por preço

global/integral, em razão da imprecisão inerente à própria natureza do objeto

contratado que está sujeito a variações, especialmente nos quantitativos, em razão de

fatores supervenientes ou inicialmente não totalmente conhecidos.

14 Art. 6º (...) VIII - Execução indireta - a que o órgão ou entidade contrata com terceiros sob qualquer dos seguintes regimes: a) empreitada por preço global - quando se contrata a execução da obra ou do serviço por preço certo e total; b) empreitada por preço unitário - quando se contrata a execução da obra ou do serviço por preço certo de unidades determinadas; d) tarefa - quando se ajusta mão-de-obra para pequenos trabalhos por preço certo, com ou sem fornecimento de materiais; e) empreitada integral - quando se contrata um empreendimento em sua integralidade, compreendendo todas as etapas das obras, serviços e instalações necessárias, sob inteira responsabilidade da contratada até a sua entrega ao contratante em condições de entrada em operação, atendidos os requisitos técnicos e legais para sua utilização em condições de segurança estrutural e operacional e com as características adequadas às finalidades para que foi contratada; 15 São exemplos: execução de fundações; serviços de terraplanagem; desmontes de rochas; implantação, pavimentação ou restauração de rodovias; construção de canais, barragens, adutoras, perímetros de irrigação, obras de saneamento, infraestrutura urbana; obras portuárias, dragagem e derrocamento; reforma de edificações; e construção de poço artesiano.

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Assim, pode-se afirmar que a conveniência de se adotar o regime de

empreitada por preço global diminui à medida que se eleva o nível de incerteza sobre

o objeto a ser contratado (Ver TCU, Ac n. 1.977/2013-Plenário, Item 29).16

Por sua vez, o regime de execução chamado tarefa é utilizado quando

se ajusta mão-de-obra para pequenos trabalhos por preço certo, com ou sem

fornecimento de materiais.

Há que se atentar para a necessidade de descrever no objeto todos os

serviços que eventualmente componham a prestação buscada pela Administração

(como frete, instalação, manutenção, acondicionamento etc.), com atenção à

possibilidade de parcelamento do objeto, como será tratado no tópico seguinte.

4.2.1.1. Do parcelamento do objeto

Caso haja viabilidade técnica e econômica, qualquer contratação

deve ser dividida em contratações menores, de forma a possibilitar maior

competitividade e melhor aproveitamento das oportunidades do mercado, decorrendo

daí, ao menos presumivelmente, mais vantagem para a Administração.

Se não for possível o parcelamento, deve ser expressamente

consignada a justificativa de ordem técnica e/ou econômica a embasar a contratação

conjunta do objeto17.

16 Acerca da escolha do regime de execução, o Tribunal de Contas da União orienta que: a) a escolha do regime de execução contratual pelo gestor deve estar fundamentada nos autos do processo licitatório, em prestígio ao definido no art. 50 da Lei nº 9.784/1999; b) a empreitada por preço global, em regra, em razão de a liquidação de despesas não envolver, necessariamente, a medição unitária dos quantitativos de cada serviço na planilha orçamentária, nos termos do art. 6º, inciso VIII, alínea “a”, da Lei nº 8.666/1993, deve ser adotada quando for possível definir previamente no projeto, com boa margem de precisão, as quantidades dos serviços a serem posteriormente executados na fase contratual; enquanto que a empreitada por preço unitário deve ser preferida nos casos em que os objetos, por sua natureza, possuam uma imprecisão inerente de quantitativos em seus itens orçamentários. 17 Mas a adoção do fracionamento depende da presença de requisitos de ordem técnica e econômica. 4.1.3) O requisito de natureza técnica: Não se admite o fracionamento quando tecnicamente isso não for viável nem, mesmo, recomendável. O fracionamento em lotes deve respeitar a integridade qualitativa do objeto a ser executado. Não é possível desnaturar um certo objeto, fragmentando-o em contratações diversas e que importam o risco de impossibilidade de execução satisfatório. Se a Administração necessitar adquirir um veículo, não teria sentido licitar a compra por partes (pneus, chassis, motor, etc). Mas seria possível realizar a compra fracionada de uma pluralidade de veículos. Em suma, o impedimento de ordem técnica significa que a unidade do objeto a ser executado não pode ser destruída através do fracionamento.

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Destaque-se que esse é o entendimento contido na Súmula n.º 247,

do Tribunal de Contas da União, in verbis:

SÚMULA TCU 247: É obrigatória a admissão da adjudicação por item

e não por preço global, nos editais das licitações para a contratação de

obras, serviços, compras e alienações, cujo objeto seja divisível, desde

que não haja prejuízo para o conjunto ou complexo ou perda de

economia de escala, tendo em vista o objetivo de propiciar a ampla

participação de licitantes que, embora não dispondo de capacidade para a

execução, fornecimento ou aquisição da totalidade do objeto, possam fazê-

lo com relação a itens ou unidades autônomas, devendo as exigências de

habilitação adequar-se a essa divisibilidade. (Destacou-se).

Nesta mesma linha de raciocínio, o dever de parcelamento também

implica que, caso o serviço inclua o fornecimento de materiais e equipamentos que

representem percentual expressivo do custo total, sejam realizadas contratações

distintas, salvo justificativa técnica ou econômica que afaste esta exigência.

Conclui-se que, sendo divisível o objeto, a contratação conjunta

somente restará autorizada se a Administração demonstrar que tem por fundamento a

inviabilidade técnica ou econômica do parcelamento, pois, caso contrário, deverá

proceder-se à divisão do objeto.

4.2.2. Fundamentação simplificada da contratação

Na fundamentação da contratação, deve o administrador valer-se da

forma mais simples e célere possível para o atendimento da finalidade, concentrando-

4.1.4.) O requisito de natureza econômica Já o impedimento de ordem econômica se relaciona com o risco de o fracionamento aumentar o preço unitário a ser pago pela Administração. Em uma economia de escala, o aumento de quantitativos produz a redução dos preços. Por isso, não teria cabimento a Administração fracionar as contratações se isso acarretar o aumento de seus custos. Como se extrai, o fundamento jurídico do fracionamento consiste na ampliação das vantagens econômicas para a Administração. Adota-se o fracionamento como instrumento de redução de despesas administrativas. A possibilidade de participação de maior número de interessados não é o objetivo imediato e primordial, mas via instrumental para obter melhores ofertas (em virtude do aumento da competitividade). Logo, a Administração não pode justificar um fracionamento que acarretar elevação de custos através do argumento de benefício a um número maior de particulares. (in Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos, 17ª edição, São Paulo: Revista dos Tribunais, 2016, p. 440)

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se em demonstrar o nexo entre o serviço pretendido e o enfrentamento da situação

emergencial.

Deve ainda estimar os quantitativos tendo como parâmetro o uso

atual e projetado, levando em consideração - por exemplo - as estimativas oficiais de

evolução do quadro de contaminação.

Todavia, isso não significa a admissão de invocação de termos

genéricos como “interesse público” ou fundamentações lacônicas.

Deve o administrador atentar para a necessidade de demonstrar

claramente o fundamento da contratação, mesmo que de forma sucinta.

4.2.3. Descrição resumida da solução apresentada

A descrição resumida da solução a contratar é o detalhamento, de

forma simples, do tipo de solução escolhido pela equipe de planejamento da

contratação, com base no levantamento de mercado.

Deve-se levar em consideração os aspectos de economicidade,

eficácia, eficiência e padronização, bem como práticas de mercado. O tipo de solução

reflete a abordagem escolhida pelo órgão para resolver a necessidade enfrentada.

Havendo mais de uma solução de mercado para a demanda existente,

elaborar justificativa resumida das razões da escolha da solução.

4.2.4. Requisitos da contratação

Os requisitos da contratação são as condições indispensáveis que a

solução contratada deve ter para atender à necessidade de contratação, incluindo

padrões mínimos de qualidade para possibilitar a seleção da proposta mais vantajosa.

Os requisitos devem ser indispensáveis ao atendimento da

necessidade que originou a contratação, devendo ser elencados os requisitos

necessários (não mais que o necessário, para não restringir o número de fornecedores

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indevidamente) e suficientes (não menos que o necessário, de forma a evitar que o

objeto seja definido de modo impreciso)18.

Desta forma, os requisitos da contratação devem ser tais que não

permitam a contratação de uma solução que não atenda a necessidade que originou a

contratação.

Deve-se incluir, se possível, critérios e práticas de sustentabilidade

que devem ser veiculados como especificação técnica do objeto ou como obrigação da

contratada.

Caso seja possível, a equipe técnica de planejamento poderá elaborar

quadro identificando as soluções de mercado (produtos, fornecedores, fabricantes etc.)

que atendem aos requisitos especificados e, havendo restrição na quantidade de

fornecedores, verificar se os requisitos que limitam a participação são realmente

indispensáveis, de modo a avaliar a retirada ou flexibilização destes requisitos.

4.2.5. Critérios de medição e pagamento

No presente tópico, deverá o gestor, em observância às

peculiaridades do serviço a ser contratado, definir as questões atinentes à execução

financeira do contrato, a exemplo: i) dos atores que participarão da gestão; ii) da forma

de aferição/medição do serviço para efeito de pagamento com base no resultado; iii)

descrever, com o maior detalhamento possível, os indicadores mínimos de

desempenho esperados, em relação à natureza do serviço, com a finalidade de adequar

o pagamento à conformidade dos serviços prestados e dos resultados efetivamente

obtidos.

Para tanto, poderá o gestor se valer das balizas estabelecidas no

modelo de termo de referência simplificado anexo, sempre em atenção ao disposto na

Seção IV da Lei nº 8.666/93.

4.2.6. Estimativa dos preços

18 http://www.tcu.gov.br/arquivosrca/001.003.009.030.htm

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Como sabido, tanto a jurisprudência do TCU19 quanto TCE/MS20 são

firmes em indicar que a realização de pesquisa de preços de mercado é uma exigência

legal para todos os processos licitatórios, inclusive para os casos de dispensa e

inexigibilidade.

Digno de nota, contudo, que o art. 4º-E da Lei 13.979/2020

flexibilizou os parâmetros de pesquisa, permitindo-se que a estimativa contemple no

mínimo uma das fontes que descreve:

Art. 4º-E Nas contratações para aquisição de bens, serviços e insumos necessários ao enfrentamento da emergência que trata esta Lei, será admitida a apresentação de termo de referência simplificado ou de projeto básico simplificado. (Incluído pela Medida Provisória nº 926, de 2020) § 1º O termo de referência simplificado ou o projeto básico simplificado a que se refere o caput conterá: (Incluído pela Medida Provisória nº 926, de 2020) (...) VI - estimativas dos preços obtidos por meio de, no mínimo, um dos seguintes parâmetros: (Incluído pela Medida Provisória nº 926, de 2020) a) Portal de Compras do Governo Federal; (Incluído pela Medida Provisória nº 926, de 2020) b) pesquisa publicada em mídia especializada; (Incluído pela Medida Provisória nº 926, de 2020) c) sítios eletrônicos especializados ou de domínio amplo; (Incluído pela Medida Provisória nº 926, de 2020) d) contratações similares de outros entes públicos; ou (Incluído pela Medida Provisória nº 926, de 2020) e) pesquisa realizada com os potenciais fornecedores; e (Incluído pela Medida Provisória nº 926, de 2020) (...) § 2º Excepcionalmente, mediante justificativa da autoridade competente, será dispensada a estimativa de preços de que trata o inciso VI do caput. (Incluído pela Medida Provisória nº 926, de 2020) § 3º Os preços obtidos a partir da estimativa de que trata o inciso VI do caput não impedem a contratação pelo Poder Público por valores superiores decorrentes de oscilações ocasionadas pela variação de preços, hipótese em que deverá haver justificativa nos autos. (Incluído pela Medida Provisória nº 926, de 2020)

Como adendo aos mecanismos de pesquisa listados nas alíneas do

inciso VI do art. 4º-E, da Lei nº 13.979/2020, podem ser utilizados como meios de

19 “Em procedimento de dispensa de licitação, devem constar, no respectivo processo administrativo, elementos suficientes para comprovar a compatibilidade dos preços a contratar com os vigentes no mercado ou com os fixados por órgão oficial competente, ou, ainda, com os que constam em sistemas de registro de preços”. (TCU. Acórdão 1607/2014-Plenário). 20 é necessário que o órgão licitante possua uma estimativa Prévia e com fontes diversificadas que permita verificar se os preços propostos são exequíveis e compatíveis com o mercado” (TC/3547/2016).

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busca aqueles constantes do art. 2º, do Decreto Estadual nº 15.287, de 24 de setembro

de 201921, uma vez que mais amplos do que o rol constante da lei excepcional.

O novo diploma normativo prevê uma relativização da “cesta de

preços aceitáveis” em favor da maior celeridade do trâmite administrativo da

contratação.

Tal não significa, contudo, que a Administração deve se satisfazer

com a utilização apenas de um dos meios de pesquisa, mas que, caso seja inviável – e,

portanto, objeto de motivação – a contratação poderá ser realizada levando em conta

apenas um dos mecanismos de pesquisa listados no dispositivo.

Alerta-se que os contratos decorrentes de afastamento de licitação

costumam ser vistos com maior rigor pelos órgãos de controle, motivo pelo qual é

recomendável que a Administração reúna todos os elementos ao seu alcance para

demonstração da razoabilidade dos preços, visando afastar eventuais questionamentos

apontando para superfaturamento de preços, comprometendo a eficácia do ajuste.

Além disso, o entendimento do E.TCU: “A realização de uma

avaliação técnica e econômica adequada ganha importância na contratação direta, que

não está sujeita às correções e ajustes de valores possíveis de se alcançar, ao menos

em tese, numa concorrência perfeita” (Acórdão n° 10.057/2011 – 1ª Câmara do TCU).

Assim, cabe ao administrador realizar a melhor pesquisa de preços

possível com o tempo que dispõe para operacionalizar a contratação, buscando, sempre

que viável, a utilização de mais de uma fonte.

Ademais, o parágrafo segundo traz hipótese excepcionalíssima de

dispensa da estimativa de preços, exigindo, contudo, justificativa da autoridade

competente. Tal justificativa deve ser encarada com seriedade, demonstrando todas as

medidas que estavam ao alcance do administrador para obtenção do preço e a razão

pela qual não foi possível estimá-lo.

Nesse sentido, o professor Marçal Justen Filho22:

9.4) A ressalva da desnecessidade de estimativa quanto ao preço

O § 2º do art. 4‐E admite que, mediante justificativa da autoridade competente, seja dispensada a estimativa de preços. A interpretação do dispositivo deverá tomar em vista as circunstâncias do caso concreto.

21 Dispõe sobre os procedimentos administrativos básicos para a realização de pesquisa de preços para a aquisição de bens e para contratação de serviços em geral pelo Estado de Mato Grosso do Sul. 22JUSTEN FILHO, Marçal. Um novo modelo de licitações e contratações administrativas? A MP 926

pode funcionar como experimento para a reforma das licitações. 2020. Disponível em http://jbox.justen.com.br/s/9SPYwWsP7W66s8a, acesso em 24/03/2020)

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Poderá ocorrer situação de grande emergência, que dificulte a formulação da estimativa. Em outros casos, poderá verificar‐se peculiaridade quanto ao objeto a ser contratado, afastando a viabilidade de estimativa quanto ao preço. Também poderá ocorrer o reconhecimento de que as circunstâncias de mercado tornaram superadas as fontes disponíveis sobre o preço, tal como se passaria com produtos cujo preço seja vinculado à moeda estrangeira. Essas são apenas algumas das hipóteses imagináveis. Note‐se que a dispensa da estimativa quanto ao preço deve ocorrer de modo excepcional. Isso não impede, contudo, a sua adoção de modo até frequente, sempre que as circunstâncias anômalas estejam presentes.

Por derradeiro, o parágrafo terceiro autoriza a contratação por

valores superiores aos estimados quando o administrador esteja diante de serviço cujo

preço enfrente oscilações (como tem acontecido com o álcool em gel e as máscaras

descartáveis)23 .

Nesta toada, na realização da estimativa de preços, deve o gestor

atentar para a necessidade de busca do maior número de fontes possíveis, mas estando

ciente de que em caso de impossibilidade de cotação mais ampla, a contratação poderá

prosseguir com apenas um meio de pesquisa e – em casos de extrema urgência,

robustamente motivados pela autoridade competente – inclusive, sem estimativa de

preços (§2º).

Por fim, cabe ao gestor avaliar as propostas apresentados pelos

possíveis fornecedores dentro da ótica da necessidade da Administração, razão pela

qual permite-se, com a devida justificativa (como por exemplo, a ausência de estoque

para pronta entrega, oscilações de preços, etc.), até mesmo, a contratação por valor

superior ao estimado (§3º).24

4.2.7. Adequação orçamentária

23 https://canaltech.com.br/saude/valor-do-alcool-em-gel-oscila-mais-do-que-bolsa-de-valores-entenda-essas-acoes-50-161905/ 24 A contratação direta fundada no art. 4º da Lei 13.979 deve ser antecedida e acompanhada das providências destinadas a evidenciar a sua compatibilidade com os princípios norteadores da atividade administrativa. As características do caso concreto influenciam as soluções específicas a serem implementadas. Como regra geral, a Administração deverá adotar todas as cautelas para obter a contratação mais vantajosa possível, inclusive promovendo cotações de preços e produtos entre diversos fornecedores, mediante o uso dos recursos eletrônicos. Não se exige a aquisição do produto com o menor preço, se existirem justificativas para selecionar fornecedor diverso. Mas é indispensável a formalização da contratação, com a indicação dos motivos que fundamentaram a escolha realizada. JUSTEN FILHO, Marçal. Efeitos Jurídicos Da Crise Sobre As Contratações

Administrativas. 2020. Disponível em http://jbox.justen.com.br/s/Ynd6jfdCnWFwX32#pdfviewer, acesso em 24/03/2020.

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É obrigatória a previsão de recursos orçamentários, nos termos em

que estatuído no art. 10, IX, Lei 8.429, de 1992, e artigos 14 e 55 da Lei nº 8.666, de

1993, bem como a do art. 16 da Lei Complementar nº 101/2000 e art. 4º-E, § 1º, VII,

da Lei 13.979/2020.

Assim, a lei não exige a disponibilidade financeira (fato de a

Administração ter o recurso antes do início da licitação), mas, tão-somente, que haja

previsão desses recursos na lei orçamentária, como bem destacado pelo Superior

Tribunal de Justiça em sede de REsp n. 1.141.021-SP.

4.3. Presunção de condições

O tratamento da questão das presunções posteriormente ao

planejamento se deu de forma proposital, uma vez que a leitura açodada do texto legal

pode levar à conclusão da desnecessidade, total ou parcial, de motivação da

contratação.

Como tratado no tópico anterior, a Lei nº 13.979/2020, em que pese

dispensar a elaboração de estudos técnicos preliminares, exige a elaboração, ao menos

de TR ou Projeto Básico simplificado, nos termos supracitados.

A fim de trazer segurança à atuação do administrador, em

consonância com o princípio da realidade (art. 22, da LINDB25)26, a Medida Provisória

25 Art. 22. Na interpretação de normas sobre gestão pública, serão considerados os obstáculos e as dificuldades reais do gestor e as exigências das políticas públicas a seu cargo, sem prejuízo dos direitos dos administrados. 26 Como bem ilustrado pelo professor Marçal Justen Filho: 2.1) A adoção das providências adequadas e necessárias. A pandemia exigirá dos administradores públicos a adoção das providências para enfrentar as dimensões dramáticas de uma crise sem precedentes. Nesse contexto, deve prevalecer o entendimento de que a atuação dos agentes será norteada especificamente pela dimensão da proporcionalidade. Isso significa legitimar a adoção de medidas concretas que se configurem, em vista das circunstâncias da realidade, como adequadas para enfrentar as exigências necessárias para evitar danos irreparáveis à saúde individual e coletiva. (JUSTEN FILHO, Marçal. Um novo modelo de licitações e contratações administrativas? A MP 926 pode funcionar como experimento para a reforma

das licitações. 2020. Disponível em http://jbox.justen.com.br/s/9SPYwWsP7W66s8a, acesso em 24/03/2020).

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nº 926/2020 inseriu o art. 4º-B na Lei nº 13.979/2020, trazendo um rol de presunções

legais:

Art. 4º-B Nas dispensas de licitação decorrentes do disposto nesta Lei, presumem-se atendidas as condições de: (Incluído pela Medida Provisória nº 926, de 2020) I - ocorrência de situação de emergência; (Incluído pela Medida Provisória nº 926, de 2020) II - necessidade de pronto atendimento da situação de emergência; (Incluído pela Medida Provisória nº 926, de 2020) III - existência de risco a segurança de pessoas, obras, prestação de serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou particulares; e (Incluído pela Medida Provisória nº 926, de 2020) IV - limitação da contratação à parcela necessária ao atendimento da situação de emergência. (Incluído pela Medida Provisória nº 926, de 2020)

A ocorrência da situação de emergência presumida diz respeito à

existência da pandemia COVID-19. Não se faz necessário ao administrador tecer

comentários acerca da situação, cuja gravidade é presumida.

Já quanto à necessidade de pronto atendimento e a existência de risco

à segurança, a presunção visa dispensar o gestor de justificar as razões pelas quais o

surto viral deve ser combatido, bastando, neste ponto a demonstração de que os

serviços a serem contratados possuem correlação com os esforços de enfrentamento.

Por derradeiro, presume-se que a contratação limitar-se-á à parcela

necessária ao atendimento da situação de emergência, sendo relativizada -

principalmente no momento incipiente de propagação da enfermidade - a fixação

rígida de quantitativos e prazos contratuais.

A lei confere margem para que o gestor, mediante justificativa,

contrate os serviços necessários em unidades estimativas lastreadas na utilização

provável, mormente diante da possibilidade de alteração contratual substancial (50%

do valor contratado, art. 4º-I, da Lei nº 13.979/2020) - acaso o quantitativo inicialmente

cotado seja insuficiente ou excessivo.

Diante do exposto, reitera-se que o gestor, ao elaborar sua

fundamentação simplificada da contratação, concentre-se em demonstrar o nexo entre

o serviço pretendido e o enfrentamento da situação emergencial, estimando

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quantitativos tendo como parâmetro o uso atual e projetado, tendo em consideração as

estimativas oficiais de evolução do quadro de contaminação.

4.4. Habilitação

No tocante à avaliação da habilitação do prestador de serviços para

contratar com o Poder Público, a Medida Provisória nº 926, de 2020 inseriu

disposições na Lei Federal nº 13.97/2020 relativizando os requisitos para o caso de

haver restrição de fornecedores ou prestadores de serviço.

Nesse sentido o art. 4º-F:

Art. 4º-F Na hipótese de haver restrição de fornecedores ou prestadores de serviço, a autoridade competente, excepcionalmente e mediante justificativa, poderá dispensar a apresentação de documentação relativa à regularidade fiscal e trabalhista ou, ainda, o cumprimento de um ou mais requisitos de habilitação, ressalvados a exigência de apresentação de prova de regularidade relativa à Seguridade Social e o cumprimento do disposto no inciso XXXIII do caput do art. 7º da Constituição.

Desse modo, no caso excepcional de restrição de opções de mercado

para contratar, após justificativa da autoridade competente - robusta, a exemplo da

ausência de estimativa de preços - , autoriza-se a dispensa da exigência de provas de

regularidade fiscal ou trabalhista e outros requisitos de habilitação.

Veda-se, contudo, a dispensa de exigência de comprovação de

regularidade relativa à seguridade social e demonstração de atendimento à proibição

de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer

trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de

quatorze anos.

Inexistindo o panorama fático de restrição de prestadores de serviço,

as exigências de habilitação previstas na Lei nº 8.666/93 permanecem incólumes,

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cabendo ao órgão contratante exigi-las do futuro contratado, conforme minuta de

contrato e Termo de Referência simplificado anexos.27

4.5. Hipóteses excepcionais

A Lei traz, ainda, hipóteses excepcionais de derrogação de regras

previstas na Lei nº 8.666/93 e de entendimentos consolidados da jurisprudência pátria.

Por se tratar de possibilidades excepcionalíssimas, tais dispositivos

devem ser analisados com extrema cautela pelo gestor e, se necessária sua utilização,

exige-se robusta motivação e caracterização indene de dúvida de seus pressupostos,

bem como do esgotamento de todas as alternativas viáveis existentes.

Já foram tratadas em tópicos anteriores a dispensa de estimativa de

preços e de requisitos de habilitação. Resta abordar a previsão do art. 4º, §3º, da Lei nº

13.979/2020.

O referido dispositivo legal possibilita a contratação de fornecedor

punido com sanção declaração e inidoneidade e suspensão do direito de contratar:

Art. 4º, § 3º Excepcionalmente, será possível a contratação de fornecedora de bens, serviços e insumos de empresas que estejam com inidoneidade declarada ou com o direito de participar de licitação ou contratar com o Poder Público suspenso, quando se tratar, comprovadamente, de única fornecedora do bem ou serviço a ser adquirido. (Incluído pela Medida Provisória nº 926, de 2020)

Da leitura do dispositivo legal já se extrai que a única hipótese

autorizadora de sua utilização é a comprovação de que o fornecedor sancionado é o

único capaz de atender a demanda da Administração.

27 Como bem destaca Marçal Justen Filho: 10.2) A excepcionalidade da situação. Não foi consagrada autorização para a Administração eliminar a exigência dos requisitos de habilitação em todos os casos. Como regra, a contratação direta fundada na Lei 13.979 somente pode ser pactuada com particular que preencha os requisitos de habilitação, tal como disciplinado na Lei 8.666. Somente em hipóteses anômalas é que se admitirá o afastamento desses requisitos. (JUSTEN FILHO, Marçal. Um novo modelo de licitações e contratações administrativas? A MP 926 pode funcionar como

experimento para a reforma das licitações. 2020. Disponível em http://jbox.justen.com.br/s/9SPYwWsP7W66s8a, acesso em 24/03/2020)

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Assim, em se tratando de permissivo excepcional - como nos casos

de dispensa de estimativa de preços e de comprovação de requisitos de habilitação -

exige-se justificativa robusta da autoridade competente.

4.6. Duração dos contratos

Já no tocante à duração dos contratos firmados em decorrência das

demandas visando o enfrentamento do surto viral, a novel legislação trouxe

regramento específico a permitir a flexibilidade necessária à atuação administrativa:

Art. 4º-H Os contratos regidos por esta Lei terão prazo de duração de até seis meses e poderão ser prorrogados por períodos sucessivos, enquanto perdurar a necessidade de enfrentamento dos efeitos da situação de emergência de saúde pública. (Incluído pela Medida Provisória nº 926, de 2020)

Trata-se de norma especial, afastando a aplicação da previsão contida no

art. 57, inciso II da Lei n. 8.666/93. Entretanto, ainda são aplicáveis as disposições dos

parágrafos segundo e terceiro do mencionado artigo28.

Desse modo, poderá o contrato ter duração de até seis meses,

cabendo ao gestor fixar tal lapso e justificá-lo, ainda que brevemente, sendo viável a

prorrogação sucessiva (a norma não fixa limites) no caso de permanência da situação

de emergência em saúde pública, por lapso superior ao inicialmente estabelecido.

4.7. Publicidade e transparência

Nos termos do art. 4º, §2º, da Lei nº 13.979/2020, todas as

contratações realizadas com lastro na referida lei deverão ser disponibilizadas

28 Art. 57. § 2o Toda prorrogação de prazo deverá ser justificada por escrito e previamente autorizada pela autoridade competente para celebrar o contrato. § 3o É vedado o contrato com prazo de vigência indeterminado.

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imediatamente na rede mundial de computadores, com a disponibilização dos

principais dados do serviço contratado29.

Além disso, em atendimento ao art. 26 da Lei nº 8.666/93, deve a

contratação ser objeto de publicação na imprensa oficial.

4.8. Alterações contratuais

Segundo o art. 4º-I da Lei n. 13.979/2020, para os contratos decorrentes

dos procedimentos previstos no referido diploma legal, a administração pública poderá

prever que os contratados fiquem obrigados a aceitar, nas mesmas condições

contratuais, acréscimos ou supressões ao objeto contratado, em até cinquenta por cento

do valor inicial atualizado do contrato30.

O art. 4º-I da lei em comento, trata-se de norma especial, a qual derroga a

disposição do art. 65, §1º da Lei n. 8.666/93.

Entretanto, as demais normas gerais previstas na Lei n. 8.666/93 sobre

alterações contratuais continuam aplicáveis às contratações emergenciais ora

analisadas, em especial a necessidade de a Administração restabelecer, o equilíbrio

econômico-financeiro inicial31.

Do mesmo modo, os mecanismos tradicionais de manutenção do equilíbrio

contratual só serão aplicáveis caso presentes as premissas previstas na Lei nº 8.666/93

e outros diplomas normativos, como é o caso da repactuação:

15.6) A questão da repactuação

Se for o caso de promover a prorrogação num período de seis meses, não será aplicável a repactuação de preços. Esse instituto somente pode ser empregado num período mínimo de doze meses. Daí se segue que poderá cogitar‐se de repactuação se for cabível promover uma segunda prorrogação. Por outro lado, a vedação à repactuação não significa a

29 Art. 4º, § 2º Todas as contratações ou aquisições realizadas com fulcro nesta Lei serão imediatamente disponibilizadas em sítio oficial específico na rede mundial de computadores (internet), contendo, no que couber, além das informações previstas no § 3º do art. 8º da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011, o nome do contratado, o número de sua inscrição na Receita Federal do Brasil, o prazo contratual, o valor e o respectivo processo de contratação ou aquisição. 30 Art. 4º-I Para os contratos decorrentes dos procedimentos previstos nesta Lei, a administração pública poderá prever que os contratados fiquem obrigados a aceitar, nas mesmas condições contratuais, acréscimos ou supressões ao objeto contratado, em até cinquenta por cento do valor inicial atualizado do contrato. (Incluído pela Medida Provisória nº 926, de 2020) 31 Art. 65. § 6o Em havendo alteração unilateral do contrato que aumente os encargos do contratado, a Administração deverá restabelecer, por aditamento, o equilíbrio econômico-financeiro inicial.

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vedação à faculdade de as partes promoverem a revisão de preços em virtude de eventos supervenientes de cunho extraordinário (Lei 8.666, art. 65, inc. II, al. “d”).32

A previsão de alteração nos percentuais previstos na lei deve possuir

previsão expressa no contrato, sob pena de aplicação das normas constantes da Lei nº

8.666/93.

5. Das formalidades do art. 26 da Lei n. 8.666/93

Silenciando a Lei nº 13.979/2020 acerca das formalidades específicas

atinentes ao processo administrativo de dispensa de licitação, tornam-se aplicáveis os

requisitos legais impostos no art. 26 da Lei nº 8.666/93:

Art. 26. As dispensas previstas nos §§ 2º e 4º do art. 17 e no inciso III e seguintes do art. 24, as situações de inexigibilidade referidas no art. 25, necessariamente justificadas, e o retardamento previsto no final do parágrafo único do art. 8º desta Lei deverão ser comunicados, dentro de 3 (três) dias, à autoridade superior, para ratificação e publicação na imprensa oficial, no prazo de 5 (cinco) dias, como condição para a eficácia dos atos. (Redação dada pela Lei nº 11.107, de 2005)

Parágrafo único. O processo de dispensa, de inexigibilidade ou de retardamento, previsto neste artigo, será instruído, no que couber, com os seguintes elementos:

I - caracterização da situação emergencial ou calamitosa que justifique a dispensa, quando for o caso;

II - razão da escolha do fornecedor ou executante;

III - justificativa do preço.

IV - documento de aprovação dos projetos de pesquisa aos quais os bens serão alocados.

Com efeito, neste caso particular, as exigências consistem em:

- formalização da contratação;

- caracterização da situação emergencial ou calamitosa que justifique a dispensa (justificativa do afastamento da licitação);

- razão da escolha do fornecedor;

- justificativa do preço;

32JUSTEN FILHO, Marçal. Um novo modelo de licitações e contratações administrativas? A MP 926

pode funcionar como experimento para a reforma das licitações. 2020. Disponível em http://jbox.justen.com.br/s/9SPYwWsP7W66s8a, acesso em 24/03/2020.

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- diligências relativas à ratificação e publicação do ato de dispensa na imprensa oficial.

- disponibilização em sítio oficial específico na rede mundial de computadores (internet), contendo, no que couber, além das informações previstas no § 3º do art. 8º da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011, o nome do contratado, o número de sua inscrição na Receita Federal do Brasil, o prazo contratual, o valor e o respectivo processo de contratação ou aquisição.

No que diz respeito à caracterização da situação de emergência de saúde

pública de importância internacional que justifique a dispensa (tópico 2), a justificativa

do preço (tópico 3.1.6), e a disponibilização das informações na internet (tópico 3.6),

as observações pertinentes já foram destacadas em tópicos específicos deste parecer,

aos quais nos reportamos.

Com relação à formalização da contratação, trata-se de um dever imposto

ao administrador, uma vez que a situação de emergência não pode - isoladamente –

servir de anteparo para a realização de diversas contratações informais.

Assim, deverão as dispensas realizadas com esteio na Lei nº 13.979/2020

ser objeto de processo administrativo específico.

Ademais, exige-se a ratificação pela autoridade superior, ressalvadas as

hipóteses em que a autoridade competente para ratificar tenha participado da

contratação33.

No entanto, ocorrendo situações concretas dotadas de tamanha urgência

que exigem a eficácia imediata da contratação, deve a autoridade dar aplicação

imediata à contratação e promover, tão logo possível, a observância das formalidades

referidas.

Sobre a escolha do fornecedor, salienta-se a necessidade de obediência ao

princípio da isonomia pela Administração contratante. Desta forma, o gestor tem o

dever de avaliar qual o particular que melhor atenderá a necessidade da Administração,

sempre pautado nos princípios norteadores da atuação administrativa. Nesse sentido,

leciona Marçal Justen Filho34:

33 JUSTEN FILHO, Marçal. Um novo modelo de licitações e contratações administrativas? A MP 926

pode funcionar como experimento para a reforma das licitações. 2020. Disponível em http://jbox.justen.com.br/s/9SPYwWsP7W66s8a, acesso em 24/03/2020. 34 Idem.

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A identificação do particular a ser contratado obedece ao princípio da isonomia. Isso significa que a Administração tem o dever, nos limites do possível, de avaliar o universo de eventuais interessados em contratar. Todos necessitam ser tratados com igualdade. A autoridade dispõe do poder‐dever de realizar a escolha do sujeito a ser contratado. Essa escolha pode ser orientada por critérios diversos, conforme as peculiaridades do caso. É evidente que não se admitem critérios incompatíveis com a natureza funcional da atividade administrativa. Assim, por exemplo, a autonomia discricionária não autoriza a contratação de sujeito destituído de condições para executar satisfatoriamente a prestação.

Dessa forma, nas contratações de serviços destinados ao enfrentamento do

coronavírus deverão ser devidamente seguidas as formalidades do art. 26, da Lei nº

8.666/93.

6. Do gerenciamento de risco durante a execução contratual

Ante o cenário de excepcionalidade das medidas administrativas a serem

adotadas pelos gestores nas contratações públicas, o art. 4º-D da Lei nº 13.979/2020

limita o gerenciamento de risco do contrato à fase de execução contratual.

Dispensa, assim, a elaboração prévia de mapas de risco e outros

mecanismos de previsão, ante a necessária celeridade exigida pelo momento.

7. Da aplicação do princípio da realidade (art. 22 da LINDB) - situação

excepcional

Cumpre registrar, por derradeiro, que a atuação administrativa nesse

período de crise, e que será objeto de análise à posteriori pelos órgãos de controle,

deverá, fatalmente ser vislumbrada sob a ótica do princípio da realidade (art. 22, da

LINDB).

Assim, pautado pela boa-fé, seguindo as diretrizes expostas no

presente parecer referencial e diante do poder-dever de enfrentar a crise, terá o

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administrador a seu favor o benefício da dúvida em escrutínios futuros, como bem

ilustra o professor Marçal Justen Filho:

Em muitos casos, a premência do tempo, a gravidade das circunstâncias, a ausência de recursos disponíveis, a inviabilidade de soluções alternativas – o elenco é meramente exemplificativo – poderão impor ao agente administrativo que adote atos jurídicos e materiais não conformes, de modo perfeito e exato, às normas legais. Tais atos deverão ser qualificados como juridicamente perfeitos, produzindo todos os efeitos jurídicos pretendidos e excluindo a responsabilização pessoal dos envolvidos. Será imperioso reconhecer que eventuais defeitos tem de ser superados – e, se necessário, saneados – sempre que as circunstâncias da realidade concreta forem suficientes para justificar a prática adotada.35

Trata-se de um alento num momento tormentoso que exige a atuação

proativa dos gestores para resguardar o direito primordial da população afetada, a vida.

8. Conclusão

Ante o exposto, por se tratar de parecer referencial, os processos que

guardarem relação inequívoca e direta com a abordagem aqui realizada poderão

dispensar análise individualizada, desde que o setor competente certifique, de forma

expressa, que a situação concreta se ajusta aos termos desta manifestação.

Logo, deverá ser juntado, nos processos individuais, o presente

parecer referencial, o ateste da área técnica de que a situação concreta se ajusta aos

termos deste parecer referencial, atendendo ao comando legal inserto na Lei nº

8.666/93, artigo 38, VI.

Cabe, ainda, a ressalva de que o presente parecer trata da regra

geral da dispensa prevista no art. 4º da Lei nº 13.979/20, sem a pretensão de

esgotar o assunto ou fechar o entendimento jurídico sobre qualquer tema ora

abordado. Mesmo a doutrina está em construção iminente e a análise jurídica

35 JUSTEN FILHO, Marçal. Um novo modelo de licitações e contratações administrativas? A MP 926

pode funcionar como experimento para a reforma das licitações. 2020. Disponível em http://jbox.justen.com.br/s/9SPYwWsP7W66s8a, acesso em 24/03/2020.

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deverá ser formulada à luz do caso concreto, sem perder de vista o contexto da

crise sem precedentes em escala mundial.

“A pandemia exigirá dos administradores públicos a adoção das providências para enfrentar as dimensões dramáticas de uma crise sem precedentes. Nesse contexto, deve prevalecer o entendimento de que a atuação dos agentes será norteada especificamente pela dimensão da proporcionalidade. Isso significa legitimar a adoção de medidas concretas que se configurem, em vista das circunstâncias da realidade, como adequadas para enfrentar as exigências necessárias para evitar danos irreparáveis à saúde individual e coletiva.” 36

Portanto, as eventuais dúvidas jurídicas no enfrentamento das

dificuldades do caso concreto, devem ser encaminhadas à Procuradoria-Geral do

Estado para exame individualizado, a fim de tecer as orientações à luz dos princípios

e normas de direito aplicáveis, estas em constante inovação e modificação37.

É o parecer que submetemos à elevada apreciação de Vossa

Excelência.

Campo Grande, 25 de março de 2020.

Jéssica Campos Savi

Procuradora do Estado

Natalie Brito Garcia

Procuradora do Estado

Rafael Koehler Sanson

Procurador do Estado

36Idem. 37 Exemplifica esta dinâmica a Lei 13.979, que foi editada em 06/02/2020, e já sofreu alteração pela MP 926, editada em 20/03/2020

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Sugestão de ementa:

Parecer Referencial - DISPENSA DE LICITAÇÃO – Contratação de serviços

destinados ao enfrentamento da emergência de saúde pública de importância

internacional decorrente do coronavírus – art. 4º da Lei 13.979/2020 (com redação

dada pela Medida Provisória nº 926, de 20 de março de 2020)

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ANEXO I – Minuta de Termo de Referência simplificado

Em papel timbrado do órgão

ESCLARECIMENTOS INICIAIS SOBRE AS MINUTAS DO TERMO

DE REFERÊNCIA SIMPLIFICADO E DO CONTRATO, PARA CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS NÃO CONTINUADOS COM

DISPENSA DE LICITAÇÃO, FUNDAMENTADA NO ART. 4º DA LEI FEDERAL N. 13.979, DE 6 DE FEVEREIRO DE 2020.

As minutas do termo de referência e do contrato possuem textos em vermelho e realces de texto em amarelo. Nesses itens, deve o órgão ou entidade contratante ficar atento para a necessidade de preenchimento, supressão ou adequação, de acordo com o objeto da contratação e critério de oportunidade e conveniência da Administração. Há inúmeras notas explicativas no decorrer do texto que têm o objetivo de facilitar o entendimento e nortear os responsáveis pela elaboração do TR e do contrato, devendo ser retiradas do seu texto final. No que diz respeito especificamente ao termo de referência, a minuta procura oferecer uma base formal para a definição do objeto e condições de contratação. Contudo, o TR é o documento que mais sofre variação de conteúdo, conforme órgão ou entidade pública e, principalmente, o objeto do contrato. Assim, a Administração não deve prender-se ao texto apresentado, competindo definir os pontos fundamentais da contratação, sempre de forma clara e objetiva. Enfim, registra-se que estas minutas se aplicam exclusivamente para as contratações diretas de serviços não continuados com amparo no art. 4º da Lei n. 13.979/20, uma vez que para estes casos a mesma lei simplificou o conteúdo do TR (ART. 4º-E, § 1º).

TERMO DE REFERÊNCIA SIMPLIFICADO DISPENSA DE LICITAÇÃO Nº ......./20....

1. DO OBJETO 1.1. Prestação de serviços de ............................................, para atender a demanda do(s)........................., conforme condições, quantidades, especificações e exigências estabelecidas neste instrumento, destinados ao enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus (Lei n. 13.979/20):

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Nota explicativa: Elaborar a tabela com a indicação do item, descrição do objeto, quantitativo, unidade de medida, valor máximo aceitável ou de referência – se for o caso, etc. A tabela deve ser elaborada pelo órgão ou entidade de acordo com o certame. O art. 4º-A da Le n. 13.979/20 estabelece que a aquisição direta de bens e serviços não se restringe a equipamentos novos, desde que o fornecedor se responsabilize pelas plenas condições de uso e funcionamento do bem adquirido. 1.2. O(s) objeto(s) da dispensa de licitação tem natureza de serviço comum de .................................. 1.3. A presente contratação adotará como regime de execução a .......................... (Empreitada por Preço Unitário/Empreitada por Preço Global/Execução por Tarefa/Empreitada Integral) 1.4. O contrato terá vigência pelo período de ................. (dias/meses), prorrogável por períodos sucessivos, enquanto perdurar a necessidade de enfrentamento dos efeitos da situação de emergência de saúde pública de importância nacional (ESPIN), declarada por meio da Portaria nº 188, de 3 de fevereiro de 2020, do Ministro de Estado da Saúde. Nota explicativa: O prazo contratual inicial pode ser, no máximo, de seis meses, permitindo-se a sua prorrogação por períodos sucessivos, enquanto perdurar a situação de emergência pública declarada pelo Ministro da Saúde pela Portaria n. 188/20, conforme disposto nos arts. 1º, § 2º c.c. 4º-H, a seguir transcritos: Art. 1º Esta Lei dispõe sobre as medidas que poderão ser adotadas para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus responsável pelo surto de 2019. [...] § 2º Ato do Ministro de Estado da Saúde disporá sobre a duração da situação de emergência de saúde pública de que trata esta Lei. Art. 4º-H Os contratos regidos por esta Lei terão prazo de duração de até seis meses e poderão ser prorrogados por períodos sucessivos, enquanto perdurar a necessidade de enfrentamento dos efeitos da situação de emergência de saúde pública. 1.5. Haverá, se for o caso, encerramento antecipado da vigência contratual caso: 1.5.1. concluído processo licitatório para aquisição do objeto ora contratado; ou 1.5.2. cessada a necessidade de enfrentamento dos efeitos da situação de emergência em saúde pública em razão da pandemia por Doenças Infecciosas Virais - COVID-19 de importância nacional (ESPIN), declarada pela Portaria nº 188, de 3 de fevereiro de 2020, do Ministério da Saúde, aplicável por força do art. 17 do Decreto Estadual nº 15.391/2020 e especialmente no âmbito do Estado de Mato Grosso do Sul, por meio do Decreto Estadual nº 15.396/2020. 2. JUSTIFICATIVA DA CONTRATAÇÃO E DO QUANTITATIVO 2.1..................... Nota explicativa: O art. 26, parágrafo único, exige que o processo administrativo instaurado para a contratação direta por dispensa de licitação aponte a situação emergencial, calamitosa ou de grave e iminente risco à segurança pública que a justifica (inc. I). No caso de contração direta com dispensa de licitação do art. 4º da Lei n. 13.979/20, há a presunção da situação emergencial e da necessidade de seu atendimento em razão da existência de risco para interesses públicos relevantes (art. 4º-B). Estabelece, ainda, a limitação dessa contratação ao necessário para o atendimento da situação de emergência. Art. 4º-B Nas dispensas de licitação decorrentes do disposto nesta Lei, presumem-se atendidas as condições de:

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I - ocorrência de situação de emergência; II - necessidade de pronto atendimento da situação de emergência; III - existência de risco a segurança de pessoas, obras, prestação de serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou particulares; e IV - limitação da contratação à parcela necessária ao atendimento da situação de emergência. No termo de referência, a justificativa da contratação pode ser simplificada, como expressamente autorizado pelo art. 4º-E, § 1º, II, da Lei n. 13.979/20: Art. 4º-E Nas contratações para aquisição de bens, serviços e insumos necessários ao enfrentamento da emergência que trata esta Lei, será admitida a apresentação de termo de referência simplificado ou de projeto básico simplificado. [...] § 1º O termo de referência simplificado ou o projeto básico simplificado a que se refere o caput conterá: [...] II – fundamentação simplificada da contratação”. A justificativa, em regra, deve ser apresentada pelo setor requisitante. Quando o objeto possuir características técnicas especializadas, deve o órgão requisitante solicitar à unidade técnica competente a definição das suas especificações, e, se for o caso, do quantitativo a ser adquirido. Deve a Administração justificar: a) a necessidade da contratação do serviço; b) as especificações técnicas do serviço; c) o quantitativo de serviço demandado, que deve se pautar no histórico de utilização do serviço pelo órgão ou em dados demonstrativos da perspectiva futura da demanda; e d) o regime de execução adotado. Enfim, vale registrar o alerta de Marçal Justen Filho no sentido de que “admite‐se a dispensa de licitação para contratações essenciais e úteis ao enfrentamento da pandemia. Exige‐se, portanto, um vínculo de pertinência entre a prestação a ser executada e o atendimento a necessidades relacionadas com a pandemia.” (in “Um novo modelo de licitações e contratações administrativas? A MP 926 pode funcionar como experimento para a reforma das licitações.” http://jbox.justen.com.br/s/9SPYwWsP7W66s8a, acessado em 23/03/20.) Esse vínculo de pertinência referido por Marçal deve ser demonstrado na justificativa. 3. DISPENSA DE ELABORAÇÃO DE ESTUDO TÉCNICO PRELIMINAR 3.1........... Nota explicativa: De acordo com o art. 4º-C da Lei n. 13.979/20, não se exigirá a elaboração de estudo técnico preliminar (ETP) quando se tratar de aquisição de bens ou serviços comuns: Art. 4º-C Para as contratações de bens, serviços e insumos necessários ao enfrentamento da emergência de que trata esta Lei, não será exigida a elaboração de estudos preliminares quando se tratar de bens e serviços comuns. Nesse caso, deve ser exposto no termo de referência que o serviço é natureza comum, a fim de justificar a desnecessidade de elaboração do prévio ETP. Vale registrar o conceito de bem e serviço comum trazido pelo parágrafo único do art. 1º da Lei do Pregão (Lei Federal n. 10.520/02): Art. 1º [...] Parágrafo único. Consideram-se bens e serviços comuns, para os fins e efeitos deste artigo, aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações usuais no mercado. 4. DESCRIÇÃO DA SOLUÇÃO APRESENTADA 4.1........

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Nota explicativa: O inciso III do § 1º do art. 4º-E da Lei n. 13.979/20 exige que o termo de referência simplificado contenha a descrição resumida da solução apresentada. A descrição da solução envolve a indicação dos elementos que devem ser produzidos/contratados/executados para que a contratação produza os resultados pretendidos pela Administração, conforme estabelecido no item 3.7 do Anexo III (diretrizes para elaboração dos ETPs) da IN n. 5, de 26 de maio de 2017, a qual dispõe sobre as regras e diretrizes do procedimento de contratação de serviços sob o regime de execução indireta no âmbito da Administração Pública federal direta, autárquica e fundacional. Esse é o único normativo que trata da descrição da solução em contratações públicas, sugerindo-se a sua utilização como norte na elaboração dos TR nas contratações diretas do Estado de Mato Groso do Sul com base na dispensa prevista no art. 4º da Lei n. 13.979/20. 5. REQUISITOS DA CONTRATAÇÃO 5.1. Os requisitos da contratação abrangem o seguinte: 5.1.1. ............. (requisitos necessários para o atendimento da necessidade) 5.1.2. ............. (critérios e práticas de sustentabilidade, se houver) 5.1.3. ............. (eventual necessidade de transição gradual com transferência de conhecimento, tecnologia e técnicas empregadas) 5.1.4. ............ (enquadrar as categorias profissionais que serão empregadas no serviço dentro da Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) ou outro que vier substituí-lo) 5.2. Declaração da contratada de que tem pleno conhecimento das condições necessárias para a prestação do serviço. 5.3. A quantidade estimada de deslocamentos é de ............... . Há a necessidade de hospedagem, estimada em ............... (nos casos em que a execução de serviços eventualmente venha a ocorrer em localidades distintas da sede habitual da prestação do serviço). Nota explicativa: O inciso IV do § 1º do art. 4º-E da Lei n. 13.979/20 exige que o termo de referência simplificado defina os requisitos da contratação. Diante da inexistência de balizas na legislação estadual acerca dessa exigência, utilizou-se como referência a IN 5/17 que define os requisitos de contratação no item 3.3 do Anexo III e item 2.4 do Anexo V (diretrizes para elaboração do projeto básico-PB ou termo de referência-TR). As obrigações do contratante e da contratada, arrolados como requisitos da contração na referida IN, serão previstos em itens específicos. 6. HABILITAÇÃO 6.1..... 6.2..... Nota explicativa 1: Na hipótese de haver restrição de prestadores de serviço, a autoridade competente, excepcionalmente e mediante justificativa, poderá dispensar a apresentação de documentação relativa à regularidade fiscal e trabalhista, ou, ainda, o cumprimento de um ou mais requisitos de habilitação, ressalvada a prova de regularidade com a Seguridade Social e o cumprimento do disposto no inciso XXXIII do caput do art. 7º da Constituição. (art. 4º-F da Lei n. 13.979/20) Nota explicativa 2: Excepcionalmente, será possível a contratação de fornecedora de bens, serviços e insumos de empresas que estejam com inidoneidade declarada ou com o direito de participar de licitação ou contratar com o Poder Público suspenso, quando se tratar, comprovadamente, de única fornecedora do bem ou serviço a ser adquirido. (art. 4º, § 3º, da Lei n. 13.979/20) Para Marçal Justen Filho esta excepcionalidade “alcança também punições previstas em outros diplomas legais, de cunho restritivo do direito de contratar com a Administração. Assim

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se passa, por exemplo, com punição fundada no art. 12 da LIA. Mesmo um sancionamento fundado na Lei Anticorrupção (Lei 12.846) também poderia ser superado se presentes os requisitos previstos no dispositivo examinado.” (in “Um novo modelo de licitações e contratações administrativas? A MP 926 pode funcionar como experimento para a reforma das licitações.” http://jbox.justen.com.br/s/9SPYwWsP7W66s8a, acessado em 23/03/20.) 7. MODELO DE EXECUÇÃO DO OBJETO Nota explicativa: A previsão deste item deve ser adaptada pela Administração, quando necessário, servindo este como modelo de regramento. 7.1. A execução dos serviços será iniciada ................................. (indicar a data ou evento para o início dos serviços), na forma que segue: 7.1.1. ....... 7.2. O prazo de execução dos serviços será de ........... (indicar o período de tempo previsto para a conclusão dos serviços), com início ................................. (indicar a data ou evento para o início dos serviços), na forma que segue: OU 7.2. O prazo de execução dos serviços será de ........... (indicar o período de tempo previsto para a conclusão dos serviços), com início ................................. (indicar a data ou evento para o início dos serviços), e seguirá o seguinte cronograma: 7.2.1. ........... (início e conclusão) 7.2.2. ........... (início e conclusão) Nota explicativa: Esta última redação é sugerida para a hipótese de haver cronograma físico-financeiro para a execução dos serviços. Nota Explicativa 2: O prazo de execução não se confunde com o prazo de vigência do contrato. Esse corresponde ao prazo previsto para as partes cumprirem as prestações que lhes incumbem, enquanto aquele é o tempo determinado para que o contratado execute o seu objeto. Deverá haver previsão contratual dos dois prazos: tanto o de vigência quanto o de execução, pois não se admite contrato com prazo indeterminado e o interesse público exige que haja previsão de fim tanto para a execução do objeto quanto para que a Administração cumpra a sua prestação na avença. Sendo o prazo de execução o tempo que a contratada tem para executar o objeto, deve, necessariamente, estar abrangido no prazo de vigência. Assim, não poderá ser previsto para a execução termo inicial anterior ao termo de início da vigência contratual, nem tampouco prazo superior ao prazo de vigência estabelecido no contrato (registrando-se ser recomendável que o prazo de vigência englobe, além do prazo de execução, o tempo necessário para o cumprimento das demais obrigações contratuais, notadamente o recebimento do objeto e o pagamento pela Administração). Diante da proximidade do termo final dos prazos de execução ou de vigência, caso a Administração pretenda estendê-los, é necessário formalizar a adequação desses prazos, que, se cabível, deverá ser justificada por escrito e previamente autorizada, por meio de termo aditivo aprovado pela assessoria jurídica e pela autoridade competente para celebrar o contrato, sem prejuízo da aplicação das penalidades decorrentes de eventual atraso – Fundamento: Parecer n. 133/2011/DECOR/CGU/AGU. 7.3. A execução do objeto seguirá a seguinte dinâmica: 7.3.1. ...............;

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7.3.2. ............... Nota Explicativa: A descrição das tarefas básicas depende das atribuições específicas do serviço contratado e da realidade de cada órgão. A IN n. 05/17 discrimina uma série de pontos a serem analisados pelos órgãos ou entidades, e depois materializados nesse tópico do TR. Seguem alguns dos principais aspectos pontuados pelo item 2.5 do Anexo V da IN 05/17: " a) descrever a dinâmica do contrato, devendo constar, sempre que possível: a.1. a definição de prazo para início da execução do objeto a partir da assinatura do contrato, do aceite, da retirada do instrumento equivalente ou da ordem de serviços, devendo ser compatível com a necessidade, a natureza e a complexidade do objeto; a.1.1. atentar que o prazo mínimo previsto para início da prestação de serviços deverá ser o suficiente para possibilitar a preparação do prestador para o fiel cumprimento do contrato; a.2. a descrição detalhada dos métodos ou rotinas de execução do trabalho e das etapas a serem executadas; a.3. a localidade, o horário de funcionamento, dentre outros; a.4. a definição das rotinas da execução, a frequência e a periodicidade dos serviços, quando couber; a.5. os procedimentos, metodologias e tecnologias a serem empregadas, quando for o caso; a.6. os deveres e disciplina exigidos; a.7. o cronograma de realização dos serviços, incluídas todas as tarefas significativas e seus respectivos prazos; a.8. demais especificações que se fizerem necessárias para a execução dos serviços; b) definir o método para quantificar os volumes de serviços a demandar ao longo do contrato, se for o caso, devidamente justificado; c) definir os mecanismos para os casos em que houver a necessidade de materiais específicos, cuja previsibilidade não se mostra possível antes da contratação, se for o caso; d) Definir o modelo de Ordem de Serviço que será utilizado nas etapas de solicitação, acompanhamento, avaliação e atestação dos serviços, sempre que a prestação do serviço seja realizada por meio de tarefas específicas ou em etapas e haja necessidade de autorização expressa prevista em contrato, conforme modelo previsto no Anexo V-A, devendo conter, no mínimo: d.1. a identificação do pedido; d.2. a identificação da contratada; d.3. a definição e especificação dos serviços a serem realizados; d.4. a prévia estimativa da quantidade de horas demandadas na realização da atividade designada, com a respectiva metodologia utilizada para a sua quantificação, nos casos em que a única opção viável for a remuneração de serviços por horas trabalhadas; d.5. demais detalhamentos compatíveis com a forma da prestação dos serviços; d.6. o local de realização dos serviços; d.7. os recursos financeiros; d.8. os critérios de avaliação dos serviços a serem realizados; e d.9. a identificação dos responsáveis pela solicitação, avaliação e ateste dos serviços realizados, os quais não podem ter nenhum vínculo com a empresa contratada; e) Na contratação de serviços de natureza intelectual ou outro serviço que o órgão ou entidade identifique a necessidade, deverá ser estabelecida como obrigação da contratada realizar a transição contratual com transferência de conhecimento, tecnologia e técnicas empregadas, sem perda de informações, podendo exigir, inclusive, a capacitação dos técnicos da contratante ou da nova empresa que continuará a execução dos serviços. 8. CRITÉRIOS DE MEDIÇÃO E PAGAMENTO 8.1 ......... Nota explicativa: Deverá o gestor, em observância às peculiaridades do serviço a ser contratado, definir as questões atinentes à execução financeira do contrato, a exemplo: i) dos atores que participarão da gestão; ii) da forma de aferição/medição do serviço para efeito de pagamento com base no resultado; iii) descrever, com o maior detalhamento possível, os indicadores mínimos de desempenho esperados, em relação à natureza do serviço, com a

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finalidade de adequar o pagamento à conformidade dos serviços prestados e dos resultados efetivamente obtidos. Indica-se, ainda, com referência para a confecção deste item, a IN 05/17, especificamente o tópico 2.6 de seu anexo V, que trata do tema em âmbito federal. 9. OBRIGAÇÕES DA CONTRATANTE 9.1. Constituem obrigações da Contratante: 9.1.1. Cumprir os compromissos financeiros assumidos com a Contratada; 9.1.2. Fornecer e colocar à disposição da Contratada todos os elementos e informações que se fizerem necessários à execução do objeto; 9.1.3. Proporcionar condições para a boa consecução do objeto do Contrato; 9.1.4. Notificar, formal e tempestivamente, a Contratada sobre as irregularidades observadas no cumprimento do Contrato; 9.1.5. Notificar a Contratada, por escrito e com antecedência, sobre multas, penalidades e quaisquer débitos de sua responsabilidade; 9.1.6. Fiscalizar o Contrato através do setor competente da Contratante; 9.1.7. Acompanhar a entrega dos objetos ofertados efetuados pela Contratada, podendo intervir durante a sua execução, para fins de ajustes ou suspensão. 9.1.8. Disponibilizar a presente contratação em sítio oficial específico na rede mundial de computadores (internet), contendo, no que couber, além das informações previstas no § 3º do art. 8º da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011, o nome do contratado, o número de sua inscrição na Receita Federal do Brasil, o prazo contratual, o valor e o respectivo processo de contratação ou aquisição, conforme art. 4º, § 2º, da Lei n. 13.979/20. 9.1.9. Promover, durante toda a gestão do contrato, o gerenciamento de riscos da contratação, nos termos exigidos pelo do art. 4º-D da Lei n. 13.979/20. Nota explicativa: A Administração poderá inserir outras obrigações pertinentes ao objeto. 10. OBRIGAÇÕES DA CONTRATADA 10.1. Constituem obrigações da Contratada: 10.1.1. Não subcontratar, subempreitar, ceder ou transferir, total ou parcialmente o objeto do Contrato. Nota explicativa: Adequar o subitem 10.1.1 caso seja admitida a subcontratação ou a subempreitada. 10.1.2. Qualquer ato que implique a substituição do contratado por outra pessoa jurídica, como a fusão, cisão ou incorporação, somente será admitida mediante expresso e prévio consentimento da ...................... (órgão/entidade contratante), mediante a formalização de Termo Aditivo, desde que:

a) sejam observados pela nova pessoa jurídica todos os requisitos de habilitação exigidos da contratada, observadas as ressalvas dos arts. 4º, § 3º e 4º-F da Lei n. 13.979/20; b) sejam mantidas as demais cláusulas e condições do contrato; e

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c) não haja qualquer prejuízo à boa execução das obrigações pactuadas. 10.1.3. Entregar os objetos ofertados, no prazo proposto e em conformidade com as especificações exigidas. 10.1.4. Somente divulgar informações acerca dos objetos do contrato, que envolva o nome da contratante, mediante sua prévia e expressa autorização. 10.1.5. Manter, durante a execução do contrato, em compatibilidade com as obrigações assumidas, todas as condições de habilitação e qualificação exigidas.

10.1.6. Instruir o fornecimento dos objetos do contrato com as notas fiscais correspondentes, juntando cópia da solicitação de entrega e do comprovante do respectivo recebimento. 10.1.7. Cumprir todas as leis e posturas federais, estaduais e municipais pertinentes e responsabilizar-se por todos prejuízos decorrentes de infrações a que houver dado causa. 10.1.8. Assumir com exclusividade todos os impostos e taxas que forem devidos em decorrência do objeto do contrato, bem como as contribuições devidas à Previdência Social, encargos trabalhistas, prêmios de seguro e de acidentes de trabalho e quaisquer outras despesas que se fizerem necessárias ao cumprimento do objeto pactuado, inclusive quanto ao transporte interno dos bens. 10.1.9. Aceitar nas mesmas condições contratuais, os acréscimos ou supressões que se fizerem, no objeto, até ........... (.............) do valor inicial atualizado do contrato. Nota explicativa: A Lei 13.979/20 ampliou os limites de alteração unilateral do quantitativo do contrato para até 50 %, conforme pode ser observado do seguinte dispositivo: Art. 4º-I Para os contratos decorrentes dos procedimentos previstos nesta Lei, a administração pública poderá prever que os contratados fiquem obrigados a aceitar, nas mesmas condições contratuais, acréscimos ou supressões ao objeto contratado, em até cinquenta por cento do valor inicial atualizado do contrato. Cabe a Administração definir o percentual do limite de alteração, não podendo exceder 50%. 10.1.10. Responder perante a Contratante e terceiros por eventuais prejuízos e danos decorrentes de sua demora ou de sua omissão, sob a sua responsabilidade ou por erro da execução deste contrato. 10.1.11. Responsabilizar-se por quaisquer ônus decorrentes de omissões ou erros na elaboração de estimativa de custos e que redundem em aumento de despesas para a Contratante. 10.1.12. Responsabilizar-se pelo ônus resultante de quaisquer ações, demandas, custos e despesas decorrentes de danos causados por culpa ou dolo de seus empregados, prepostos e/ou contratados, bem como se obrigar por quaisquer responsabilidades decorrentes de ações judiciais que lhe venham a ser atribuída por força de lei, relacionadas com o cumprimento do Contrato. 10.1.13. Responsabilizar-se pelos vícios e danos decorrentes do objeto, de acordo com os arts. 12, 13 e 17 a 27, do Código de Defesa do Consumidor (Lei nº 8.078, de 1990). 10.1.14 Indicar preposto para representá-la durante a execução do contrato. Nota explicativa: A Administração poderá inserir outras obrigações pertinentes ao objeto. 11. SUBCONTRATAÇÃO

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Nota explicativa: Dispõe a Lei nº 8.666/93, em seu art. 72, que a Contratada, na execução do contrato, sem prejuízo das responsabilidades contratuais e legais, poderá subcontratar partes do serviço ou fornecimento, até o limite admitido, em cada caso, pela Administração. À Administração contratante cabe autorizar a subcontratação. Esta, mais do que possível, é desejável, na medida em que o Termo de Referência demonstrou-lhe a necessidade, de acordo com a complexidade do objeto, cuja execução carece de especialização encontrável na subcontratada. Por isso que a Administração autorizará e dimensionará a subcontratação mediante ato motivado, a comprovar que atende às recomendações do TR e convém à consecução das finalidades do contrato. Caso admitida, cabe ao TR estabelecer com detalhamento seus limites e condições. Quando a qualificação técnica da empresa for fator preponderante para sua contratação e a subcontratação for admitida, é imprescindível que se exija o cumprimento dos mesmos requisitos por parte da subcontratada (Acórdão n° 1.229/2008 – Plenário do TCU). Veja-se excerto do Acórdão n° 1.941/2006 – Plenário do TCU: “9.1.3.5. fundamente adequadamente os atos de aceitação ou rejeição das empresas subcontratadas, em conformidade com os limites e condições que devem ser estabelecidos previamente nos editais de licitação, em consonância com o disposto no art. 72 da Lei n. 8.666/1993, mormente quando as subcontratações referirem-se a partes da obra para as quais forem exigidas, no instrumento convocatório, qualificação técnica da empresa licitante;” A redação que segue é meramente ilustrativa e contempla a vedação à subcontratação, assim como a subcontratação parcial do objeto. 11.1. Não será admitida a subcontratação do objeto do contrato. OU

11.1. É permitida a subcontratação parcial do objeto, até o limite de ......%(..... por cento) do valor total do contrato, nas seguintes condições:

11.1.1. É vedada a sub-rogação completa ou da parcela principal da obrigação;

11.1.2. .........

11.1.3. .........

Nota explicativa: A subcontratação parcial é permitida e deverá ser analisada pela Administração em cada caso concreto. Caso admitida, deve-se estabelecer com detalhamento seus limites e condições, inclusive especificando quais parcelas do objeto poderão ser subcontratadas. É importante verificar que são vedadas (i) a exigência de subcontratação de itens ou parcelas determinadas ou de empresas específicas; (ii) a subcontratação das parcelas de maior relevância técnica; (iii) a subcontratação de microempresas e empresas de pequeno porte que estejam participando da licitação; e (iv) a subcontratação de microempresas ou empresas de pequeno porte que tenham um ou mais sócios em comum com a empresa contratante. 11.2. A subcontratação depende de autorização prévia da contratante, a quem incumbe avaliar se a subcontratada cumpre os requisitos de qualificação técnica necessários para a execução do objeto. 11.3. Em qualquer hipótese de subcontratação, permanece a responsabilidade integral da contratada pela perfeita execução contratual, cabendo-lhe realizar a supervisão e coordenação das atividades da subcontratada, bem como responder perante a contratante pelo rigoroso cumprimento das obrigações contratuais correspondentes ao objeto da subcontratação. 12. CONTROLE E FISCALIZAÇÃO

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12.1. Nos termos do art. 67 Lei nº 8.666, de 1993, será designado servidor ou comissão responsável pela gestão do contrato e acompanhamento e fiscalização da prestação dos serviços, anotando em registro próprio todas as ocorrências relacionadas com a execução e determinando o que for necessário à regularização de falhas ou defeitos observados. 12.1.1. O(s) responsável(eis) pela gestão e fiscalização do contrato serão designados por ato da Contratante. Nota explicativa: A fiscalização da execução contratual deve ser realizada de forma adequada por profissional com experiência na área. 12.2. A fiscalização de que trata este item não exclui nem reduz a responsabilidade da Contratada, inclusive perante terceiros, por qualquer irregularidade, ainda que resultante de imperfeições técnicas ou vícios redibitórios, e, na ocorrência desta, não implica em corresponsabilidade da Administração ou de seus agentes e prepostos, de conformidade com o art. 70 da Lei nº 8.666/93. 12.3. O servidor ou comissão designada para a gestão e fiscalização do contrato anotará em registro próprio todas as ocorrências relacionadas com a execução deste, indicando dia, mês e ano, bem como o nome dos funcionários eventualmente envolvidos, determinando o que for necessário à regularização das falhas ou defeitos observados e encaminhando os apontamentos à autoridade competente para as providências cabíveis. 12.4. A contratada permitirá e oferecerá condições para a mais ampla e completa fiscalização, durante a vigência do contrato, fornecendo informações, propiciando o acesso à documentação pertinente e atendendo às observações e exigências apresentadas pela fiscalização. 12.5. A Contratada se obriga a permitir que a auditoria interna da Contratante e/ou auditoria externa por ela indicada tenha acesso a todos os documentos que digam respeito ao Contrato. 12.6. A Contratante realizará avaliação da qualidade do atendimento, dos resultados concretos dos esforços sugeridos pela Contratada e dos benefícios decorrentes da política de preços por ela praticada. 12.7. A avaliação será considerada pela Contratante para aquilatar a necessidade de solicitar à Contratada que melhore a qualidade dos serviços ofertados, para decidir sobre a conveniência de renovar ou, a qualquer tempo, rescindir o Contrato ou, ainda, para fornecer, quando solicitado pela Contratada, declarações sobre seu desempenho, a fim de servir de prova de capacitação técnica em licitações públicas. 13. PAGAMENTO 13.1. O pagamento, decorrente do fornecimento do objeto do Contrato, será efetuado mediante crédito em conta corrente, no prazo de até 30 (trinta) dias, contados do recebimento definitivo dos serviços ofertados, após a apresentação da respectiva nota fiscal, devidamente atestada pelo setor competente, conforme dispõe o art. 40, inciso XIV, alínea “a”, combinado com o art. 73, inciso II, alínea “b”, da Lei n° 8.666/93 e alterações. 13.1.1. A Contratada, durante toda a execução do contrato, deverá manter todas as condições de habilitação e qualificação exigidas para a contratação, observado o disposto no art. 4º-F da Lei n. 13.979/20. 13.2. Constatada a situação de irregularidade em quaisquer das certidões da Contratada, a mesma será notificada, por escrito, sem prejuízo do pagamento pelo objeto já executado, para, no prazo de ......... (........) dias úteis, regularizar tal situação ou, no mesmo prazo, apresentar defesa, em processo administrativo instaurado para esse fim específico.

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13.3. O prazo para regularização ou encaminhamento de defesa de que trata o subitem 12.2 poderá ser prorrogado uma vez e por igual período, a critério da Contratante. 13.4. Não havendo regularização ou sendo a defesa considerada improcedente, a Contratante deverá comunicar aos órgãos responsáveis pela fiscalização da regularidade fiscal e trabalhista quanto à inadimplência do fornecedor, bem como quanto à existência de pagamento a ser efetuado pela Administração, para que sejam acionados os meios pertinentes e necessários para garantir o recebimento de seus créditos. 13.5. Persistindo a irregularidade, a Contratante, em decisão fundamentada, deverá aplicar a penalidade cabível nos autos do processo administrativo correspondente. 13.6. Não será efetuado qualquer pagamento à empresa Contratada enquanto houver pendência de liquidação da obrigação financeira em virtude de penalidade ou inadimplência contratual.

13.6.1. Na pendência de liquidação da obrigação financeira em virtude de penalidade ou inadimplência contratual o valor será descontado da fatura ou créditos existentes em favor da Contratada. 13.7. O documento de cobrança da Contratada será mediante nota fiscal/fatura, cujo crédito será realizado na conta corrente n. ............... mantida pela Contratada junto à agência n. ..........., do Banco ..................... 13.8. Caso se constate erro ou irregularidade na nota fiscal/fatura, a Contratante, a seu critério, poderá devolvê-la para as devidas correções, ou aceitá-la, com a glosa da parte que considerar indevida, nesta hipótese, o prazo para pagamento iniciar-se-á após a regularização da situação ou reapresentação do documento fiscal, não acarretando qualquer ônus para a Contratante.

13.9. Na hipótese de devolução, a nota fiscal/fatura será considerada como não apresentada, para fins de atendimento das condições contratuais.

13.10. A Contratante não pagará, sem que tenha autorização prévia e formal, nenhum compromisso que lhe venha a ser cobrado diretamente por terceiros, sejam ou não instituições financeiras. 13.11. Os eventuais encargos financeiros, processuais e outros, decorrentes da inobservância, pela Contratada, de prazo de pagamento, serão de sua exclusiva responsabilidade. 13.12. A Contratante efetuará retenção, na fonte, dos tributos e contribuições sobre todos os pagamentos devidos à Contratada.

13.13. As despesas com deslocamento de pessoal da Contratada ou de seus representantes serão de sua exclusividade responsabilidade. 14. REAJUSTE Nota explicativa: A previsão de reajuste é recomendável ainda que o contrato venha a ser celebrado com prazo de vigência inferior a 12 meses. Isso porque a Lei n. 13.979/20 prevê a possibilidade de sucessivas prorrogações (art. 4º-H) e, caso, ao longo da vigência do contrato, decorra o prazo de um ano, o contratado tem direito a postular o reajuste. Essa, inclusive, é a orientação do TCU, conforme pode ser observado no Ac. 7184/2018 – 2ª Câmara, que ratificou o entendimento do Plenário daquela corte (Ar. 2205/16-P): “"66. Entretanto, o estabelecimento dos critérios de reajuste dos preços, tanto no edital quanto no instrumento contratual, não constitui discricionariedade conferida ao gestor, mas

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sim verdadeira imposição, ante o disposto nos artigos 40, inciso XI, e 55, inciso III, da Lei 8.666/93. Assim, a sua ausência constitui irregularidade, tendo, inclusive, este Tribunal se manifestado acerca da matéria, por meio do Acórdão 2804/2010-Plenário, no qual julgou ilegal a ausência de cláusula neste sentido, por violar os dispositivos legais acima reproduzidos. Até em contratos com prazo de duração inferior a doze meses, o TCU determina que conste no edital cláusula que estabeleça o critério de reajustamento de preço (Acórdão 73/2010-Plenário, Acórdão 597/2008-Plenário e Acórdão 2715/2008-Plenário, entre outros)". (Acórdão nº 2205/2016-TCU-Plenário, Relatora: Min. Ana Arraes, Data da sessão: 24/08/2016) 14.1. Os preços serão fixos e irreajustáveis no prazo de um ano contado da data da apresentação da proposta, após o que poderão sofrer reajuste aplicando-se o índice ........... exclusivamente para as obrigações iniciadas e concluídas após a ocorrência da anualidade. Nota explicativa: O índice deverá ser fixado considerando-se o objeto contratado. 14.1.1. O valor constante da nota fiscal/fatura, quando da sua apresentação, não sofrerá qualquer atualização monetária até o efetivo pagamento. 14.2. Caso o índice estabelecido para reajustamento venha a ser extinto ou de qualquer forma não possa mais ser utilizado, será adotado, em substituição, o que vier a ser determinado pela legislação então em vigor. 14.3. Na ausência de previsão legal quanto ao índice substituto, as partes elegerão novo índice oficial, para reajustamento do preço do valor remanescente, por meio de termo aditivo. 14.4. O reajuste será realizado por apostilamento. 15. GARANTIA DA EXECUÇÃO 15.1. Não haverá exigência de garantia contratual da execução, pelas razões abaixo justificadas: 15.1.1. ........... Nota explicativa: Fica a critério da Administração exigir, ou não, a garantia. Exigindo, deve utilizar os subitens abaixo. Não exigindo, deve utilizar o subitem acima, bem como justificar as razões para essa decisão. OU 15.1. A Contratada prestará garantia de execução do contrato, nos moldes do art. 56 da Lei nº 8.666/93, com validade durante a execução do contrato e por 90 (noventa) dias após o término da vigência contratual, em valor correspondente a 5% (cinco por cento) do valor total do contrato. 15.2. No prazo máximo de 10 (dez) dias úteis, prorrogáveis por igual período, a critério do contratante, contados da assinatura do contrato, a contratada deverá apresentar comprovante de prestação de garantia, podendo optar por caução em dinheiro ou títulos da dívida pública, seguro-garantia ou fiança bancária. 15.2.1. A inobservância do prazo fixado para apresentação da garantia acarretará a aplicação de multa de 0,07% (sete centésimos por cento) do valor total do contrato por dia de atraso, até o máximo de 2% (dois por cento). 15.2.2. O atraso superior a 25 (vinte e cinco) dias autoriza a Administração a promover a rescisão do contrato por descumprimento ou cumprimento irregular de suas cláusulas, conforme dispõem os incisos I e II do art. 78 da Lei n. 8.666/93.

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15.3. A validade da garantia, qualquer que seja a modalidade escolhida, deverá abranger um período de 90 dias após o término da vigência contratual. 15.4. A garantia assegurará, qualquer que seja a modalidade escolhida, o pagamento de: 15.4.1. prejuízos advindos do não cumprimento do objeto do contrato e do não adimplemento das demais obrigações nele previstas; 15.4.2. prejuízos diretos causados à Administração decorrentes de culpa ou dolo durante a execução do contrato; 15.4.3. multas moratórias e punitivas aplicadas à contratada; e 15.4.4. obrigações trabalhistas e previdenciárias de qualquer natureza e para com o FGTS, não adimplidas pela contratada, quando couber. 15.5. A modalidade seguro-garantia somente será aceita se contemplar todos os eventos indicados no item anterior, observada a legislação que rege a matéria. 15.6. A garantia em dinheiro deverá ser efetuada em favor da contratante, em conta específica no ........... (indicar a instituição financeira), com correção monetária. 15.7. Caso a opção seja por utilizar títulos da dívida pública, estes devem ter sido emitidos sob a forma escritural, mediante registro em sistema centralizado de liquidação e de custódia autorizado pelo Banco Central do Brasil, e avaliados pelos seus valores econômicos, conforme definido pelo Ministério da Fazenda. 15.8. No caso de garantia na modalidade de fiança bancária, deverá constar expressa renúncia do fiador aos benefícios do artigo 827 do Código Civil. 15.9. No caso de alteração do valor do contrato, ou prorrogação de sua vigência, a garantia deverá ser ajustada à nova situação ou renovada, seguindo os mesmos parâmetros utilizados quando da contratação. 15.10. Se o valor da garantia for utilizado total ou parcialmente em pagamento de qualquer obrigação, a contratada obriga-se a fazer a respectiva reposição no prazo máximo de .......... (......) dias úteis, contados da data em que for notificada. 15.11. A Contratante executará a garantia na forma prevista na legislação que rege a matéria. Nota explicativa: Caso haja necessidade de acionamento da garantia, recomenda-se promover a notificação da contratada e da seguradora ou da entidade bancária dentro do prazo de vigência da garantia, sem prejuízo da cobrança dentro do prazo prescricional. 15.12. Será considerada extinta a garantia: 15.12.1. com a devolução da apólice, carta fiança ou autorização para o levantamento de importâncias depositadas em dinheiro a título de garantia, acompanhada de declaração da contratante, mediante termo circunstanciado, de que a contratada cumpriu todas as cláusulas do contrato; 15.12.2. no prazo de 90 (noventa) dias após o término da vigência do contrato, caso a contratante não comunique a ocorrência de sinistros, quando o prazo será ampliado, nos termos da comunicação. 15.13. O garantidor não é parte para figurar em processo administrativo instaurado pela contratante com o objetivo de apurar prejuízos e/ou aplicar sanções à contratada.

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15.14. A contratada autoriza a contratante a reter, a qualquer tempo, a garantia, na forma prevista neste Termo de Referência. 16. SANÇÕES ADMINISTRATIVAS 16.1. Com fundamento no artigo 7° da Lei Federal n. 10.520/2002 e no artigo 50 do Decreto n. 15.327/2019, ficará impedida de licitar e contratar com o Estado do Mato Grosso do Sul e será descredenciada do Cadastro Central de Fornecedores do Estado de Mato Grosso do Sul - CCF/MS, pelo prazo de até 5 (cinco) anos, sem prejuízo da aplicação de multa de até 10% (dez por cento) sobre o valor total do contrato e das demais cominações legais, garantindo o direito à ampla defesa, a contratada que: a) apresentar documentação falsa; b) causar atraso na execução do objeto;

c) falhar na execução do contrato; d) fraudar a execução do contrato; e) declarar informações falsas; e f) cometer fraude fiscal. 16.2. Com fundamento nos artigos 86 e 87, incisos I a IV, da Lei n o 8.666, de 1993 e no art. 7° da Lei no 10.520, de 17/07/2002, nos casos de retardamento, de falha na execução do contrato ou de inexecução total do objeto a contratada poderá ser apenada, isoladamente ou juntamente com as multas definidas nos itens 16.3. 16.4 e 16.5, com as seguintes penalidades: a) advertência; b) suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de contratar com a Administração Pública Estadual, por prazo não superior a dois anos; c) declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração Pública enquanto perdurarem os motivos determinantes da punição ou até que seja promovida a reabilitação perante a própria autoridade que aplicou a penalidade, que será concedida sempre que a Contratada ressarcir a Administração pelos prejuízos resultantes e após decorrido o prazo da sanção aplicada com base no inciso anterior; ou d) impedimento de licitar e contratar com o Estado e descredenciamento no Cadastro Central de Fornecedores do Estado de Mato Grosso do Sul - CCF/MS pelo prazo de até cinco anos. 16.3. No caso de inexecução total ou parcial do objeto, a contratada estará sujeita à aplicação de multa de até 10% (dez por centro) do valor do contrato. 16.4. No caso de descumprimento do prazo estabelecido para a entrega do objeto do contrato, sem que haja justificativa aceita pela Contratante, a Contratada ficará sujeita à multa de 1% (um por cento) do valor empenhado, por dia de atraso, limitado à 10% (dez por cento). Após trinta dias de atraso, a Contratante poderá reconhecer a inexecução parcial ou total do contrato. 16.5. Em caso de subcontratação não autorizada, será aplicada multa de até 10% (dez por cento) do valor do contrato. A reincidência por uma vez de subcontratação não autorizada configurará inexecução parcial do contrato e ensejará a aplicação de multa de 20% (vinte por cento) do valor do contrato, sem prejuízo da rescisão unilateral da avença.

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16.6. Por infração a qualquer outra cláusula contratual, não prevista nos subitens anteriores, poderão ser aplicadas, isolada ou cumulativamente com outras sanções, inclusive a rescisão contratual, se for o caso: I - advertência, no caso de infrações leves; e II - multa de até 10% (dez por cento) sobre o valor do contrato. 16.7. As penalidades serão aplicadas após regular processo administrativo, em que seja assegurado à contratada o contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos que lhes são inerentes. 16.8. Quaisquer multas aplicadas deverão ser recolhidas junto ao órgão competente no prazo de até ....... (........) dias úteis contados de sua publicação no Diário Oficial do Estado de Mato Grosso do Sul, podendo, ainda, ser descontadas de qualquer fatura ou crédito existente, a critério da licitante. 16.9. Esgotados os meios administrativos para cobrança do seu valor à contratada, a multa será inscrita em dívida ativa. 16.10. A aplicação das sanções previstas nos itens 16.1 a 16.6 não excluem a possibilidade de aplicação de outras constantes da legislação que rege o tema, inclusive a responsabilização da licitante por eventuais perdas e danos causados à Administração Pública. 16.11. As sanções serão registradas no Cadastro Central de Fornecedores do Estado de Mato Grosso do Sul - CCF/MS. 17. PESQUISA DE PREÇOS 17.1 ............ Nota explicativa: O inciso VI do § 1º do art. 4º-E da Lei n. 13.979/20 exige que o termo de referência simplificado contenha a estimativa de preços obtidos por meio de, no mínimo, um dos seguintes parâmetros: a) Portal de Compras do Governo Federal; b) pesquisa publicada em mídia especializada; c) sítios eletrônicos especializados ou de domínio amplo; d) contratações similares de outros entes públicos; ou e) pesquisa realizada com os potenciais fornecedores; Como adendo a estes mecanismos de pesquisa, podem ser utilizados como meios de busca aqueles constantes do art. 2º do Decreto Estadual nº 15.287, de 24 de setembro de 2019, uma vez que mais amplos do que o rol constante da lei excepcional. O § 2º do art. 4º-E traz hipótese excepcionalíssima de dispensa da estimativa de preços, exigindo, contudo, justificativa da autoridade competente. Tal justificativa deve ser encarada com seriedade, demonstrando todas as medidas que estavam ao alcance do administrador para obtenção do preço e a razão pela qual não foi possível estimá-lo. Enfim, o § 3º do art. 4º-E autoriza a contratação por valores superiores aos estimados quando o administrador esteja diante de serviço cujo preço enfrente oscilações. 18. FRAUDE E CORRUPÇÃO 18.1. A contratada deve observar e fazer observar, por seus fornecedores e subcontratados, se admitida subcontratação, o mais alto padrão de ética durante toda a execução do objeto contratual.

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18.1.1. Para os propósitos do subitem 18.1, definem-se as seguintes práticas: a) “prática corrupta”: oferecer, dar, receber ou solicitar, direta ou indiretamente, qualquer vantagem com o objetivo de influenciar a ação de servidor público no processo de licitação ou na execução de contrato; b) “prática fraudulenta”: a falsificação ou omissão dos fatos, com o objetivo de influenciar o processo de licitação ou de execução de contrato; c) “prática conluiada”: esquematizar ou estabelecer um acordo entre dois ou mais licitantes, com ou sem o conhecimento de representantes ou prepostos do órgão licitador, visando estabelecer preços em níveis artificiais e não-competitivos; d) “prática coercitiva”: causar dano ou ameaçar causar dano, direta ou indiretamente, às pessoas ou sua propriedade, visando influenciar sua participação em um processo licitatório ou afetar a execução do contrato; e e) “prática obstrutiva”: (i) destruir, falsificar, alterar ou ocultar provas em inspeções ou fazer declarações falsas aos representantes do organismo financeiro multilateral, com o objetivo de impedir materialmente a apuração de alegações de prática prevista acima; e (ii) atos cuja intenção seja impedir materialmente o exercício do direito de o organismo financeiro multilateral promover inspeção. 18.1.2. Na hipótese de financiamento, parcial ou integral, por organismo financeiro multilateral, mediante adiantamento ou reembolso, este organismo imporá sanção sobre uma empresa ou pessoa física, inclusive declarando-a inidônea, indefinidamente ou por prazo determinado, para a outorga de contratos financiados pelo organismo se, em qualquer momento, constatar o envolvimento da empresa, diretamente ou por meio de um agente, em práticas corruptas, fraudulentas, colusivas, coercitivas ou obstrutivas ao participar da licitação ou da execução de um contrato financiado pelo organismo. 18.1.3. Considerando os propósitos dos subitens acima, a Contratada concorda e autoriza que, na hipótese de o contrato vir a ser financiado, em parte ou integralmente, por organismo financeiro multilateral, mediante adiantamento ou reembolso, o organismo financeiro e/ou pessoas por ele formalmente indicadas possam inspecionar o local de execução do contrato e todos os documentos, contas e registros relacionados à licitação e à execução do contrato. 19. ADEQUAÇÃO ORÇAMENTÁRIA 19.1. As despesas decorrentes da contratação correrão à conta do ............, natureza da despesa n. ............., item da despesa n. ............, fonte n. ............... 19.2. A Contratante reserva-se no direito de, a seu critério, utilizar ou não a totalidade da reserva orçamentária prevista. 19.3. As despesas efetuadas no próximo exercício correrão à conta do respectivo orçamento, dentro da mesma programação financeira.

(assinatura) Identificação do servidor/ equipe responsável pela elaboração do termo de referência

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ANEXO II – Minuta de contrato

Contrato n. ......./20...... objetivando a prestação de serviços de ............ que entre si celebram o ...................., por meio da ....................... e a empresa ........

O Estado de Mato Grosso do Sul, por meio da ..........................................., pessoa jurídica de direito público interno, inscrita no CNPJ/MF sob n. .............., estabelecida no ............., nesta Capital, neste ato representada pelo seu titular ...................., (nacionalidade, estado civil, profissão), portador(a) do RG n. ............... e do CPF n. ......., residente e domiciliado(a) na Rua .............., nesta Capital, doravante denominado(a) CONTRATANTE e a empresa ............, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ/MF sob n. ............, Inscrição Estadual n. ........., com sede na ..........., neste ato representada pelo Sr(a) ............. (nacionalidade, estado civil, profissão), portador(a) do RG n. ........ e do CPF n. ........, residente e domiciliado(a), na Rua ........., doravante denominada CONTRATADA, tendo em vista o que consta no Processo nº . ............ e em observância às disposições da Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020 e Medida Provisória nº 926/2020, Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993 e da Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990 - Código de Defesa do Consumidor celebram entre si o presente contrato, decorrente da Dispensa de Licitação nº . ............./20. .............., em conformidade com o artigo 4º da Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020 com as alterações da MP nº 926/2020 e art. 9º, do Decreto Estadual nº 15.391, de 16 de março de 2020 c/c art. 3º, do Decreto Estadual nº 15.396, de 19 de março de 2020, mediante as cláusulas e condições a seguir enunciadas. CLÁUSULA PRIMEIRA - DO OBJETO 1.1. O objeto do presente Contrato é a prestação de serviços de ........................., para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus, que serão prestados nas condições quantidades, especificações e exigências estabelecidas no Termo de Referência. 1.2. O(s) objeto(s) da dispensa de licitação tem natureza de serviço comum de

......................... CLÁUSULA SEGUNDA – DO REGIME DE EXECUÇÃO 2.1. O regime de execução dos serviços a serem executados pela CONTRATADA, os materiais que serão empregados e a fiscalização pela CONTRATANTE são aqueles previstos no Termo de Referência.

2.2. O prazo de execução dos serviços será de ........... (indicar o período de tempo previsto para a conclusão dos serviços), com início ................................. (indicar a data ou evento para o início dos serviços), na forma que segue:

OU

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2.2. O prazo de execução dos serviços será de ........... (indicar o período de tempo previsto para a conclusão dos serviços), com início ................................. (indicar a data ou evento para o início dos serviços), e seguirá o seguinte cronograma:

2.1.1. ........... (início e conclusão)

2.1.2. ........... (início e conclusão)

Nota Explicativa: Esta última redação é sugerida para a hipótese de haver cronograma físico-financeiro para a execução dos serviços. Nota Explicativa 2: O prazo de execução não se confunde com o prazo de vigência do contrato. Esse corresponde ao prazo previsto para as partes cumprirem as prestações que lhes incumbem, enquanto aquele é o tempo determinado para que o contratado execute o seu objeto. Deverá haver previsão contratual dos dois prazos: tanto o de vigência quanto o de execução, pois não se admite contrato com prazo indeterminado e o interesse público exige que haja previsão de fim tanto para a execução do objeto quanto para que a Administração cumpra a sua prestação na avença. Sendo o prazo de execução o tempo que a contratada tem para executar o objeto, deve, necessariamente, estar abrangido no prazo de vigência. Assim, não poderá ser previsto para a execução termo inicial anterior ao termo de início da vigência contratual, nem tampouco prazo superior ao prazo de vigência estabelecido no contrato (registrando-se ser recomendável que o prazo de vigência englobe, além do prazo de execução, o tempo necessário para o cumprimento das demais obrigações contratuais, notadamente o recebimento do objeto e o pagamento pela Administração). Diante da proximidade do termo final dos prazos de execução ou de vigência, caso a Administração pretenda estendê-los, é necessário formalizar a adequação desses prazos, que, se cabível, deverá ser justificada por escrito e previamente autorizada, por meio de termo aditivo aprovado pela assessoria jurídica e pela autoridade competente para celebrar o contrato, sem prejuízo da aplicação das penalidades decorrentes de eventual atraso – Fundamento: Parecer n. 133/2011/DECOR/CGU/AGU. CLÁUSULA TERCEIRA - DO AMPARO LEGAL E SUJEIÇÃO ÀS NORMAS LEGAIS E CONTRATUAIS 3.1. A legislação aplicável a este contrato será a Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020, com alterações dada pela Medida Provisória nº 926/2020, o Decreto Estadual nº 15.391/2020 e Decreto Estadual nº 15.396/2020, bem como a Lei Federal n. 8.666/1993 e Lei Federal n. 8.078/1990. 3.2. Após a assinatura deste contrato, toda comunicação entre a Contratante e a Contratada será feita por meio de correspondência devidamente registrada ou correspondência eletrônica mediante confirmação do recebimento. CLÁUSULA QUARTA – DOS DOCUMENTOS APLICÁVEIS

4.1. Integram este contrato os documentos a seguir discriminados, cujo inteiro teor as partes declaram ter conhecimento e aceitam, independentemente de sua anexação: 4.1.1. Termo de Referência, Proposta de Preços da Contratada e anexos, bem como a Documentação de Habilitação. 4.2. Os documentos referidos no item anterior são considerados suficientes para, em complemento a este contrato, definirem a sua extensão e, dessa forma, regerem a execução adequada do contrato ora celebrado.

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4.3. Qualquer alteração nas condições ora estipulada neste contrato deverá ser feita por meio de Termo Aditivo assinado pelos representantes legais das partes. 4.4. Em caso de dúvidas ou divergências entre os documentos citados no subitem 4.1.1. desta cláusula, estas serão dirimidas considerando-se sempre os documentos mais recentes com prioridade sobre os mais antigos, e em caso de divergências com este contrato, prevalecerá este último. 4.5. Não terão eficácia quaisquer exceções às especificações contidas neste instrumento e/ou em seus anexos, em relação às quais a Contratante não houver, por escrito, se declarado de acordo. CLÁUSULA QUINTA – DAS OBRIGAÇÕES DA CONTRANTE 5.1. As obrigações da contratante são aquelas previstas no item 09 do Termo de Referência. CLÁUSULA SEXTA – DAS OBRIGAÇÕES DA CONTRATADA 6.1. As obrigações da contratada são aquelas previstas no item 10 do Termo de Referência. CLÁUSULA SÉTIMA – DA SUBCONTRATAÇÃO 7.1. Não será admitida a subcontratação do objeto licitatório. OU 7.1. É permitida a subcontratação parcial do objeto, respeitadas as condições e obrigações estabelecidas no Termo de Referência e na proposta da contratada. CLÁUSULA OITAVA – DA ENTREGA E DOS CRITÉRIOS DE MEDIÇÃO E ACEITAÇÃO DO OBJETO 8.1. As regras para entrega e aceitação do objeto são aquelas previstas no item 8 do Termo de Referência.

CLÁUSULA NONA – DO VALOR DO CONTRATO 9.1. O valor mensal da contratação é de R$ .................... (...........................), perfazendo o

valor total de R$ ............. (...........................). OU 9.1. O valor total da contratação é de R$ ............. (...........................).

Nota Explicativa. O cômputo do valor total do Termo de Contrato levará em conta o período inicial de vigência estabelecido.

9.2. No valor acima estão incluídas todas as despesas ordinárias diretas e indiretas decorrentes da execução do objeto, inclusive tributos e/ou impostos, encargos sociais, trabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais incidentes, taxa de administração, frete, seguro e outros necessários ao cumprimento integral do objeto da contratação.

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9.3. O valor acima é meramente estimativo, de forma que os pagamentos devidos à CONTRATADA dependerão dos quantitativos de serviços efetivamente prestados.

Nota explicativa: Caso se trate de contrato de valor estimativo, em que a própria demanda pelos serviços é variável, cabe inserir o subitem 9.3 acima.

CLÁUSULA DÉCIMA - DOS RECURSOS ORÇAMENTÁRIOS 10.1. As despesas decorrentes do fornecimento correrão à conta do Programa de Trabalho n. ...................................., Natureza da Despesa n. ......................., Item da Despesa n. .........................., Fonte n. .................................... CLÁUSULA DÉCIMA PRIMEIRA – DO PAGAMENTO 11.1. As regras de pagamento são aquelas previstas no item 13 do Termo de Referência. CLÁUSULA DÉCIMA SEGUNDA – DO REAJUSTE 12.1. As regras de reajuste são aquelas previstas no item 14 do Termo de Referência. CLÁUSULA DÉCIMA TERCEIRA – GARANTIA DE EXECUÇÃO

13.1. Não haverá exigência de garantia de execução para a presente contratação.

OU

Nota explicativa: Utilizar o subitem acima se não houver previsão de prestação de garantia no Termo de Referência. Se houver previsão de garantia, utilizar o subitem abaixo.

13.1. Será exigida a prestação de garantia na presente contratação, conforme regras constantes do Termo de Referência.

Em regra, a comprovação da prestação da garantia tem sido exigida após a assinatura do Termo de Contrato ou como condição para sua assinatura. Nos termos do Acórdão/TCU n° 1214/2013-Plenário, tem sido recomendada a inclusão desta exigência em todas as contratações desta natureza. CLÁUSULA DÉCIMA QUARTA – DA VIGÊNCIA 14.1. A vigência do presente instrumento será de............... dias, com início na data de ____/____/______ e encerramento em ____/____/______, prorrogável por períodos sucessivos, enquanto perdurar a necessidade de enfrentamento dos efeitos da situação de emergência de saúde pública em razão da pandemia por Doenças Infecciosas Virais - COVID-19 de importância nacional (ESPIN), declarada pela Portaria nº 188, de 3 de fevereiro de 2020, do Ministério da Saúde, aplicável por força do art. 17, do Decreto Estadual nº 15.391/2020 e, especialmente no âmbito do Estado de Mato Grosso do Sul, por meio do Decreto Estadual nº 15.396/2020. 14.2. Haverá, se for o caso, encerramento antecipado da vigência contratual caso: 14.2.1. concluído processo licitatório para aquisição do objeto ora contratado; ou 14.2.2. cessada a necessidade de enfrentamento dos efeitos da situação de emergência em

saúde pública em razão da pandemia por Doenças Infecciosas Virais - COVID-19 de

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importância nacional (ESPIN), declarada pela Portaria nº 188, de 3 de fevereiro de 2020, do Ministério da Saúde, aplicável por força do art. 17, do Decreto Estadual nº 15.391/2020 e especialmente no âmbito do Estado de Mato Grosso do Sul, por meio do Decreto Estadual nº 15.396/2020.

CLÁUSULA DÉCIMA QUINTA – DO CONTROLE E DA FISCALIZAÇÃO 15.1. As regras de fiscalização são aquelas previstas no item 12 do Termo de Referência. CLÁUSULA DÉCIMA SEXTA - DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS

16.1. As sanções referentes à execução do contrato são aquelas previstas no item 16 do Termo de Referência. CLÁUSULA DÉCIMA SÉTIMA - DA RESCISÃO 17.1. O presente Termo de Contrato poderá ser rescindido: 17.1.1. por ato unilateral e escrito da Administração, nas situações previstas nos incisos I a XII e XVII do art. 78 da Lei nº 8.666, de 1993, e com as consequências indicadas no art. 80 da mesma Lei, sem prejuízo da aplicação das sanções previstas no item 16 do Termo de Referência; 17.1.2. amigavelmente, nos termos do art. 79, inciso II, da Lei nº 8.666/1993; 17.1.3. quando findar a situação de emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus, consoante disposto no art. 4º, § 1º, da Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020. 17.2. Os casos de rescisão contratual serão formalmente motivados, assegurando-se à Contratada o direito ao prévio contraditório e ampla defesa. 17.3. A Contratada reconhece os direitos da Contratante em caso de rescisão administrativa prevista no art. 77 da Lei n. 8.666/1993. 17.4. A rescisão acarretará, independentemente de qualquer procedimento judicial ou extrajudicial por parte da Contratante, a retenção dos créditos decorrentes deste contrato, limitada ao valor dos prejuízos causados, além das sanções previstas no item 16 do Termo de Referência, até a completa indenização dos danos. 17.5. Fica expressamente acordado que, em caso de rescisão, nenhuma remuneração será cabível, a não ser o ressarcimento de despesas autorizadas pela Contratante e comprovadamente realizadas pela Contratada, previstas no presente Contrato. 17.6. O termo de rescisão será precedido de relatório indicativo dos seguintes aspectos, conforme o caso: 17.6.1. Balanço dos eventos contratuais já cumpridos ou parcialmente cumpridos; 17.6.2. Relação dos pagamentos já efetuados e ainda devidos; e 17.6.3. Indenizações e multas. CLÁUSULA DÉCIMA OITAVA – DA NOVAÇÃO

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18.1. A não utilização, por qualquer das partes, dos direitos a elas assegurados neste Contrato e na Lei em geral e a não aplicação de quaisquer sanções neles previstas não importa em novação a seus termos, não devendo, portanto, ser interpretada como renúncia ou desistência de aplicação ou de ações futuras sendo que todos os recursos postos à disposição da Contratante serão considerados como cumulativos e não alternativos, inclusive em relação a dispositivos legais. CLÁUSULA DÉCIMA NONA – VEDAÇÕES 19.1. É vedado à CONTRATADA: 19.1.1. caucionar ou utilizar este Termo de Contrato para qualquer operação financeira; 19.1.2. interromper a execução dos serviços sob alegação de inadimplemento por parte da CONTRATANTE, salvo nos casos previstos em lei CLÁUSULA VIGÉSIMA – DA FRAUDE E DA CORRUPÇÃO 20.1. As regras que dispõem sobre fraude e corrupção são aquelas previstas no item 18 do Termo de Referência. CLÁUSULA VIGÉSIMA PRIMEIRA - DAS ALTERAÇÕES 21.1. Eventuais alterações contratuais reger-se-ão pela disciplina do art. 65 da Lei nº 8.666/1993. 21.2. A Contratada é obrigada a aceitar, nas mesmas condições contratuais, os acréscimos ou supressões que se fizerem necessários em até ........... (.............) do valor inicial atualizado do contrato, conforme autoriza o art. 4º-I da Lei nº 13.979/2020. CLÁUSULA VIGÉSIMA SEGUNDA – DOS CASOS OMISSOS 22.1. Os casos omissos serão decididos pela Contratante, segundo as disposições contidas na Lei nº 13.979, de 2020, na Lei nº 8.666, de 1993 e demais normas de licitações e contratos administrativos e, subsidiariamente, segundo as disposições contidas na Lei nº 8.078, de 1990 - Código de Defesa do Consumidor - e normas e princípios gerais dos contratos. Nota explicativa: No Acórdão n. 2569/2018-P, o TCU concluiu que “ A Administração Pública pode invocar a Lei 8.078/1990 (CDC),na condição de destinatária final de bens e serviços, quando suas prerrogativas estabelecidas na legislação de licitações e contratos forem insuficientes para garantir a proteção mínima dos interesses da sociedade [...]”. (cf. Boletim de Jurisprudência n.º 244, sessões 6 e 7 de novembro de 2018). CLÁUSULA VIGÉSIMA TERCEIRA - DA PUBLICAÇÃO DO EXTRATO 23.1. A publicação do presente instrumento, em extrato, no Diário Oficial do Estado de Mato Grosso do Sul, ficará a cargo da Contratante, no prazo e forma dispostos pela legislação pertinente. CLÁUSULA VIGÉSIMA QUARTA – DA APROVAÇÃO DA DISPENSA DE LICITAÇÃO

24.1. A lavratura do presente Termo de Contrato referente à Dispensa de Licitação nº. .........../2020, com base no artigo 4º da Lei 13.979, de 2020 com as alterações da MP nº 926/2020 e art. 9º, do Decreto Estadual nº 15.391, de 2020 c/c art. 3º, do Decreto Estadual nº 15.396, de 2020, foi ratificada por .......................... (declinar o nome e cargo da autoridade

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competente), em ........./......../2020, publicada no Diário Oficial do Estado em ........./......../2020, conforme determinado pelo caput do artigo 26 da Lei n° 8.666, de 1993. 24.2. O presente Termo de Contrato se vincula ao Termo de Dispensa nº .........../2020 e à proposta da Contratada. CLÁUSULA VIGÉSIMA QUINTA – DO FORO 25.1. Os contratantes comprometem-se a submeter eventuais controvérsias, decorrentes do presente contrato, à conciliação que será promovida pela Procuradoria-Geral do Estado de Mato Grosso do Sul, nos termos da Resolução PGE n. 242, de 30 de junho de 2017. 25.1.1. Não logrando êxito a conciliação, fica eleito o foro da Comarca de Campo Grande, Estado de Mato Grosso do Sul, para dirimir as questões oriundas do presente contrato, sendo este o competente para a propositura de qualquer medida judicial decorrente deste instrumento contratual, com a exclusão de qualquer outro, por mais privilegiado que seja. E, por estarem justos e acordados, assinam o presente contrato em ........ (.......) vias de igual teor e forma, juntamente com as testemunhas abaixo, de tudo cientes, para que produzam seus efeitos legais e jurídicos.

Campo Grande - MS,...................de........................de 20.....

Assinaturas Representante da contratante, representante da contratada e testemunhas

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ANEXO III – Certidão de utilização das minutas padronizadas e da

correspondência do caso concreto ao parecer referencial, e da correspondência

do conteúdo das minutas com o Termo de referência aprovado pela autoridade

competente

Certidão Certifico que: 1) o caso em análise nos presentes autos se amolda à orientação jurídica traçada no PARECER REFERENCIAL PGEM/MS/PAA/Nº 004/2020 (anexado). 2) foram seguidas as recomendações contidas no parecer referencial e, em especial, que foram utilizadas as minutas de termo de referência simplificado e contrato padronizadas pela Procuradoria Geral do Estado de Mato Grosso do Sul e disponibilizadas no sítio eletrônico da PGEMS. Por ser verdade, dou fé. Campo Grande (MS), ..... de ................ de ......... [Nome do servidor] [cargo/função] Matrícula n.° .....................

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ANEXO IV

LISTA DE VERIFICAÇÃO – SERVIÇOS - LEI Nº 13.979/2020

CONTRATAÇÃO DIRETA – ESPIN – 2019-nCoV

SERVIÇOS

ART. 4º DA LEI 13.979/2020

a) A lista de verificação representa os requisitos mínimos a serem analisados pela área técnica e não dispensa a necessidade de se verificar as peculiaridades do caso concreto para tratamento de questões as quais, pela sua especificidade, não poderiam ser abordadas em uma lista geral.

b) Recomenda-se a juntada da lista preenchida nos autos e a cientificação dos seus termos aos órgãos assessorados respectivos.

c) Na utilização da presente lista, deverá o servidor responsável analisar e verificar se eventual RESPOSTA NEGATIVA é causa para devolução do processo para complementação da instrução ou se pode ser objeto de ressalva.

d) Na 2ª coluna, preencher apenas com as letras “S”, “N”, “N.A.”, sendo: S – SIM, N – NÃO, N.A. – NÃO SE APLICA.

ATOS ADMINISTRATIVOS E DOCUMENTOS A SEREM VERIFICADOS S/N/NA Fls.

1. Autuação, protocolo e numeração do processo administrativo (artigo 38, “caput”, da Lei 8.666/1993).

2. Solicitação ou requisição de serviços, elaborada pelo agente ou setor competente, indicando o objeto da aquisição (artigo 38, “caput”, da Lei 8.666/1993).

3. Justificativa demonstrando o nexo de causalidade entre a contratação buscada e o enfrentamento da situação de emergência em saúde da pandemia de coronavírus.

4. Constatação sobre a possibilidade de utilização de ata de registro de preços em vigor com resultado negativo, ou justificativa para contratação por dispensa em detrimento da utilização da ata.

5. Termo de referência simplificado assinado pela autoridade competente (art. 4º-E, da Lei 13.979/20) que contenha:

5.1. Declaração do objeto;

5.2. Fundamentação simplificada da contratação;

5.3. Descrição resumida da solução apresentada;

5.4. Requisitos da contratação;

5.5. Critérios de medição e pagamento;

5.6. Estimativa de preços;

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5.7. Adequação orçamentária.

6. Formalidades do art. 26 da Lei n..8.666/93:

6.1. Exposição da razão da escolha do fornecedor (art. 26, II da Lei Federal nº 8.666);

6.2. Justificativa do preço, evidenciada sua razoabilidade (art. 26, III da Lei Federal nº 8.666, c/c art. 4º-E, §§ 1º e 2º, da Lei 13.979/2020).

6.3. Se houver a previsão da contratação por valor superior ao estimado: justificativa da autoridade (art. 4º, §3º, da Lei 13.979/20);

6.4. Se a contratação foi feita com a dispensa de estimativa de preços, justificativa robusta da autoridade.

Nota: em situação excepcionalíssima, em razão da previsão legal, e mediante justificativa da autoridade competente, poderá ser dispensada a estimativa de preços.

7. Previsão de recursos orçamentários (art. 4º-E, § 1º, VII, da Lei 13.979/2020);

8. REGULARIDADE DO FORNECEDOR (REGRA): 8.1. regularidade quanto a documentação de habilitação jurídica nos termos do artigo 28 da Lei n. 8.666/93; 8.2. regularidade quanto a documentação de qualificação técnica nos termos do artigo 30 da Lei n. 8.666/93; 8.3. regularidade quanto a documentação de qualificação econômico-financeira nos termos do artigo 31 da Lei n. 8.666/93; 8.4. regularidade fiscal; 8.5. regularidade trabalhista (CNDT) 8.6. regularidade com a Seguridade Social (INSS ou equivalente); 8.7. declaração de que a contratada não emprega menor de 18 anos em trabalho noturno, perigoso ou insalubre e não emprega menor de 16 anos, salvo menor, a partir de 14 anos, na condição de aprendiz (artigo 7°, XXXIII, da Constituição); 8.8. consulta de registro de penalidades: (a) Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas – CEIS (http://www.portaltransparencia.gov.br); (B) Condenações Cíveis por Atos de Improbidade Administrativa e Inelegibilidade – CNIA, em nome da empresa e do sócio majoritário (http://www.cnj.jus.br/improbidade_adm/consultar_requerido.php). 8.9. Em caso de não apresentação dos requisitos acima, justificativa da autoridade competente e documentação comprobatória das situações expostas abaixo.

Nota 1: EXCEPCIONALMENTE, e desde que seja comprovadamente, a “ÚNICA” fornecedora do bem ou serviço a ser adquirido, poderão ser contratadas empresas que estejam com inidoneidade declarada ou com o direito de participar de licitação ou contratar com o Poder Público suspenso (art. 4º, §3º, da Lei 13.979/20).

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Nota 2: A lei não dispensou a prova de regularidade relativa à Seguridade Social nem o cumprimento do disposto no inciso XXXIII do caput do art. 7º da Constituição Federal (art. 4º-F, da Lei 13.979/20).

Nota 3: Dispensou-se a necessidade de apresentação da documentação relativa à regularidade fiscal e trabalhista (e mesmo cumprimento de outro requisito de habilitação), EXCEPCIONALMENTE e mediante justificativa da autoridade competente, quando houver “restrição de fornecedores ou prestadores de serviço”.

9. Comunicação, à autoridade superior, da (motivada) decisão sobre a contratação direta, pela autoridade competente, para ratificação (art. 26, “caput” da Lei Federal nº 8.666)

10. Juntada da minuta de termo de contrato (se for o caso)

10.1. Utilização do modelo de contrato disponibilizado pela PGEMS (anexo II).

11. Parecer jurídico (ou juntada do PARECER REFERENCIAL PGE/MS/PAA/Nº 004/2020), com o ateste da área técnica de que o caso se amolda à manifestação referencial)

12. Publicação da decisão ratificadora (art. 26, “caput” da Lei Federal nº 8.666);

13. Disponibilização, em sítio oficial específico na rede mundial de computadores (internet), contendo, no que couber, além das informações previstas no § 3º do art. 8º da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011, o nome do contratado, o número de sua inscrição na Receita Federal do Brasil, o prazo contratual, o valor e o respectivo processo de contratação ou aquisição (art. 4º, § 2º, da Lei 13.979/2020);

Identificação do servidor responsável pela análise do processo:

Órgão/unidade administrativa: [ ]

Nome: [ ]

Cargo: [ ]

Campo Grande, [data]

Assinatura: __________________________

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DECISÃO PGE/MS/GAB/N. 139/2020

PARECER REFERENCIAL PGE/MS/PAA/N. 003/2020 e 004/2020

Processo: 15/002584/2020

Assunto: Dispensa de licitação. Aquisição de bens e insumos de saúde destinados

ao enfrentamento da emergência de saúde pública decorrente do novo

coronavírus.

Ementa: DIREITO ADMINISTRATIVO. DISPENSA DE LICITAÇÃO. AQUISIÇÃO DE BENS E INSUMOS DE SAÚDE DESTINADOS AO ENFRENTAMENTO DA EMERGÊNCIA DE SAÚDE PÚBLICA DECORRENTE DO NOVO CORONAVÍRUS. LEI Nº 13.979/2020 COM A REDAÇÃO DADA PELA MP Nº 926, DE 20 DE MARÇO DE 2020. EXPEDIÇÃO DE MANUAL E MINUTAS-PADRÃO.

Vistos, etc.

1. Com base nos art. 8º, inciso XVI e art. 9º, incisos II e III, da Lei

Complementar (Estadual) n. º 95, de 26.12.2001, c/c art. 3º, inciso II, do Anexo I do

Regimento Interno da Procuradoria-Geral do Estado, aprovamos em parte o Parecer

PGE/MS/PAA/N. 003/2020, e seus anexos (fls. 05-58), da lavra dos Procuradores do

Estado Cristiane Muller Dantas e Gustavo Machado Di Tommaso Bastos, bem como

Parecer PGE/MS/PAA/N. 004/2020, e seus anexos (fls. 65-121), da lavra dos

Procuradores do Estado Jéssica Campos Savi, Natalie Brito Garcia e Rafael Koehler

Sanson, com as ressalvas apontadas pela chefia imediata (fls. 60-62), deixando,

contudo, de lhes conferir a qualificação de Referencial, motivo pelo qual deve ser

providenciado o cancelamento das respectivas numerações pela especializada.

2. No que tange aos Pareceres Referenciais, seus conteúdos,

naquilo que não contrariar, foram utilizados na elaboração do Manual de Orientação

de Bens e Serviços – Processo de Dispensa-COVID-19, expedido por meio da

Resolução PGE/MS/Nº 284, de 7 de abril de 2020.

3. Da mesma forma, os conteúdos das minutas de Termo de

Referência (Anexo I) e de Contrato (Anexo II), naquilo que não contrariar, foram

utilizados para elaboração de minutas padronizadas, conforme Resolução PGE/MS/Nº

282, de 31 de março de 2020 e Resolução PGE/MS/Nº 283, de 1º de abril de 2020.

4. À Assessoria do Gabinete para:

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a) dar ciência desta decisão aos Procuradores do Estado prolatores

do parecer, à Procuradora-Chefe da PAA e à Coordenadoria Jurídica da Procuradoria-

Geral do Estado na– CJUR/SUCOMP;

b) cumpridas as diligências supra, encaminhar os autos ao arquivo.

Campo Grande (MS), 13 de abril de 2020.

Original Assinado

Fabíola Marquetti Sanches Rahim

Procuradora-Geral do Estado

Original Assinado

Ivanildo Silva da Costa

Procurador-Geral Adjunto do Estado do Consultivo