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-Exame subjectivo-
Ana Menezes
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Exame Subjectivo
?
3
Entrevista
• Em ambiente tranquilo
• Com momento próprio
• Agradável
• Confortável
• Com Privacidade
• “Olhos nos olhos” e não “olhos na escrita”
NÃO FICAR PRESO AO GUIÃO!
AS PERGUNTAS CHAVE, NO TEMPO CERTO
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Anamnese
Recolha de uma história clínica que transmita o
verdadeiro estado de saúde do utente.....
Através da entrevista
Através de registos anteriores ou de outros
Univ. Atlântica / FTCCR/ Ana Menezes /
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Anamnese
Inicia o processo de avaliação do estado do
STO2, identificando “pontos fracos” e
“pontos fortes”
6 Dados demográficos Só os que forem realmente necessários!
• Nome
• Idade /data de nascimento
• Morada ? (real) /contactos / contactos alternativos
• Profissão ? / Ocupação
• Situação socio-profissional
• Estado civil?? Vive sozinho? Tem ajuda de alguém?
• Raça? Não recomendado pela OMS.
• Religião? Só se for necessário.
• Hábitos de risco? Só se for necessário e existir condições
• Médico assistente
• Quem indica fisioterapia
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Componentes do exame subjectivo
1. Historia clínica actual
2. Historia clínica anterior
3. Revisão por sintomas
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Componentes do exame subjectivo
1. Historia clínica actual
2. Historia clínica anterior
3. Revisão por sintomas
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1: História clínica actual
• Razão da procura de fisioterapia?
• Problema clínico no momento actual? • Que é que se passa?
• Desde quando?
• A que é que atribui?
• Expectativas
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1: História clínica actual
• Breve registo da condição do utente, no momento da recolha da
história, bem como do seu perfil
• Registo da data e fonte de informação, assim como a fidelidade da
mesma
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1: História clínica actual
• Quais os sintomas? – Explorar sintomas “Major”
– Explorar outros sintomas
Dispneia
Tosse
Expectoração
Toracalgia
12 Para cada um dos sintomas, tentar obter
a descrição:
• Frequência e Duração
• Localização
• Severidade / intensidade /quantidade
• Qualidade /carácter
• Factores de agravamento e de alívio
• Manifestações associadas
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1.1 Sintomas
2.1.1.Dispneia
Dis pneia respiração difícil
A dispneia é definida como uma sensação subjectiva de
desconforto ou dificuldade respiratória
Mas já descrita por palavras (hieróglifos) em 3300 AC, na Mesopotâmia....
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1.1.1 Dispneia
Como se apresenta?
Qual a sua intensidade?
Duração?
Evolução?
Factores desencadeantes?
Factores atenuantes?
Faz-se acompanhar de quê? De Ruídos? Outras queixas?
Cansaço?
O que impede de fazer
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DISPNEIAS : Classificação Aguda
Crónica
de esforço
Posicional ortopneia (decúbito)
trepopneia (decúbito lateral)
platipneia (posição ortostática)
Ponopneia – dor em dec. lateral homolateral à lesão
de fonação
Inspiratória
expiratória
16 Avaliação psicofisiológica da Dispneia (segudo Mahler)
Método Estímulo Resposta
Método directo
Resp. contra cargas
resistivas ou elásticas Escala aberta 0∞
Método directo
Testes de exercício escalas c/ categorias de 0-
10 (CR-10)
Método Indirecto
Actividades da vida
diária (condicionadas pela
dispneia)
(Instrumentos clínicos)
BDI e TDI,
componente dispneia do
CRQ
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1.1.2 Tosse
É um mecanismo FUNDAMENTAL de defesa das vias
aéreas
Reflexa ou voluntária
1. Hiperinsuflação (>85%CV),
2. Encerramento da glote
3. Expiração a alto debito (saída explosiva do ar das vias aéreas
inferiores para o exterior
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tosse
Resulta da estimulação dos receptores das zonas
reflexogénias
Laringe / Traqueia / Brônquios
Extra-pulmonares
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TOSSE: classificação
Seca ?
Seca e irritativa?
Rouca (cordas vocais e laringe)
Afónica (evolução da anterior)
Quintosa (irritação nervo Vago ou n. Laríngeo)
Produtiva? mobiliza secreções dentro da via aérea?
Eficaz? elimina secreções da árvore brônquica?
Não eficaz? não elimina secreções da árvore brônquica?
Emetizante? produtiva, acompanhada de vómito?
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tosse
Quando surge
Factores desencadeantes
Fenómenos paralelos
ex. incontinência urinária
broncoespasmo
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Tosse aguda surge associada às infecções respiratórias
Tosse crónica fortemente associada ao tabaco
1/3 dos fumadores
Aumenta com o número de cigarros fumados
Reduz significativamente com a evicção de fumar
Prevalência da tosse, isoladamente, é 3 a 13% da população geral não fumadora
Os vírus são os agentes causais mais vezes identificados
B. pertussis pode prolongar a tosse em todas as idades
A idade aumenta a prevalência da tosse em especial no sexo feminino
A poluição também se associa a aumento da prevalência
tosse - Epidemiologia
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Tosse Aguda (até 3 semanas)
Infecção vírica, resolve em 2 semanas
B. pertussis de três semanas a mais de 3 meses
Pneumonia, edema pulmonar, embolia pulmonar, cancro (tosse
de novo+hemoptises+…)
Tosse Crónica
Bronquite Crónica (tabaco), Bronquiectasias
Escorrência nasal posterior, Refluxo gastro-esofágico
Variante de Asma, Inibidores da ECA
Psicogénica, Idiopática
Tosse - Etiologia
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Bronquite Crónica – hábito de fumar
Escorrência Nasal
Rinorreia posterior (rinite, sinusite,…)
Alérgica (sazonal ou peri-anual)
2ª a infecção, vasomotora
Sinusite está presente em 64% dos casos de tosse
produtiva
Variante de Asma
Refluxo gastro-esofágico
Tosse - Etiologia
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Inibidores da ECA
Ocorre em 10% dos doentes tratados
Bronquiectasias
Doença Pulmonar difusa – FPI
Estimulação dos receptores periféricos pela inflamação alveolar
Doenças associadas
Tosse - Etiologia
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Tosse - Etiologia
Tosse Psicogénica
Mais encontrada nas crianças e jovens
Desaparece de noite
Idiopática
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Pontos Importantes relativos à tosse
Tosse com pouco tempo de evolução característica de infecção vírica
A escorrência nasal posterior e o refluxo gastro-esofágico são as causas mais comuns de tosse persistente nos não-fumadores
Por vezes há mais que uma causa na origem da tosse
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1.1.3 Expectoração
Secreções brônquicas
versus
expectoração
In Dicionário Lingua Portuguesa, Porto Editora
Expectoração: acto ou efeito de expectorar; escarro
Expectorar:expelir do peito;
escarrar;
expelir pela boca mucosidades e ------------outras substâncias provenientes das vias ------------respiratórias
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1.1.3 Expectoração
Secreções brônquicas
versus
expectoração
Secreção brônquica
versus
Hipersecreção brônquica
Hipersecreção brônquica
versus
Acumulação de secreções brônquicas
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1.1.3 Expectoração??
1.1.3 Secreções Brônquicas??
Podemos sempre perguntar pelas características
Viscosidade
Aderência ou Adesividade
Cor
Volume/Quantidade
Cheiro
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E pelas sua capacidade / habilidade de as mobilizar e
expulsar da via aérea
• Existe alguma variação ao longo do dia?
• Domina alguma técnica autónoma de desobstrução
brônquica?
• Utiliza alguma estratégia eficaz?
• Tem algum equipamento para o efeito?
Depende da cronicidade da situação
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1.1.4 Dor torácica ou toracalgia
• Localização
• Irradiação
• Duração
• Factores Desencadeantes
• Factores agravantes
• Factores Atenuantes
• Medição da Intensidade através de escalas (EVA) Origem?
Pleuropulmonar? Cardiovascular? Osteomuscular? Abdominal
reflexa? Psicológica?
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Dor Cardíaca
Quando há desequilíbrio entre o fornecimento de oxigénio e as
necessidades do miocárdio
As Fibras C são estimuladas durante a isquémia e a dor
potenciada pela secreção de adenosina
A dor pericárdica é essencialmente devida à extensão para a
pleura diafragmática do processo inflamatório
Dor Pulmonar ???
São virtualmente insensíveis, algumas fibras C nos brônquios
principais e traqueia
Toracalgia
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Toracalgia Dor Pleural
Receptores apenas na pleura parietal
Dor depende do dermátomo
Pleura diafragmática – dor no ombro – nervo frénico
Dor músculo-esquelética
Dor Neurológica
Nervos intercostais
Plexo braquial
Dor esofágica
Refluxo de ácido
Distensão
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Dor pleurítica
Por irritação da pleura parietal
- aguda
- intermitente
- unilateral
Normalmente na parede antero-lateral tórax, a nível
costal que aumenta com inspiração profunda e com a
tosse
se afecta pleura diafragmática irradia para ombro e
pescoço
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É importante saber que... • Os pulmões não doem!!!!
• O mais frequente (quando se refere à parede torácica) é tratar-se uma dor musculo-esquelética, e depois a cardíaca. Só depois a pleurítica.
• A dor pleural surge com a inspiração, mas a também a musculo – esquelética, só que essa é num ponto específico.
• A dor cardíaca é uma dor grande, os doentes usam a mão aberta e falam de peso ou aperto, alem disso não se altera com a inspiração nem com a posição.
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Hemoptises
haima(sangue)+ptysis(cuspir)
“vómitos violentos, defecar, parto, correr, lutar, espirro
violento, inspirar violentamente, gritar, carregar coisas
pesadas e movê-las de lugar, conter a respiração muito
tempo, coito muito prolongado, dançar muito tempo, rir
excessivamente, ser corredor, caçador, cantor, trompetista,
…pode causar esta situação - The Family Companion of
Health, London 1929”
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Hemoptises
Epidemiologia
Países sub-desenvolvidos
Tuberculose e sequelas de tuberculose
Bronquiectasias
Países desenvolvidos
Bronquite crónica
Cancro do pulmão
A maior parte das hemoptises não são causadas por cancro
Só em 31% dos cancros diagnosticados, as hemoptises foram a causa da
investigação
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Pontos importantes
Obrigatório investigação médica!
A etiologia depende da prevalência da tuberculose / tabaco
A hemoptise geralmente origina-se nos vasos da circulação sistémica
TAC é o exame de escolha na primeira abordagem
Broncoscopia se for tumor ou TAC negativa
Seguimento dos doentes com hemoptise, não fumadores e com
radiografia de tórax normal raramente é necessário…
Hemoptises
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Medicação
• Deveremos ainda conhecer qual a medicação
prescrita e/ou cumprida para poder analisar
possíveis interacções com os sintomas descritos
40 Medicação actual horário, posologia, forma de administração, técnica inalatória, efeitos
Nome comercial Principio Activo Acção
Fluimucil Acetilcistéina Expectorante
Veraspir Diskus Fluticasona + Salmeterol Corticosteróide +
Broncodilatador de
longa acção
Filotempo Xantinas (Aminofilina) Broncodilatador longa
acção – via oral
Spiriva Tiotrópio Broncodilatador longa
acção anticolinérgico
Ventilan Salbutamol Broncodilatador curta
acção β2
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Medicação actual
• O importante é conhecer nomes comerciais e
princípios activos do fármaco e consultar no site do
infarmed os seus efeitos terapêuticos, efeitos
secundários e colaterais, forma de administração,
etc.
• www.infarmed.pt/prontuario
• A experiência clínica faz o resto!
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Componentes do exame subjectivo
1. Historia clínica actual
2. Historia clínica anterior
3. Revisão por sintomas
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- infância e idade adulta
- doenças e/ou cirurgias
- exames anteriores
2.1 Antecedentes pessoais
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• Doenças familiares
• Possibilidades de contágio
• Ambientes a que está ou esteve sujeito
• Casado/solteiro ??????!!!! Acompanhamento
real, se necessário?
• Moradia ou apartamento ? Acessos, barreiras
arquitectónicas.
2.2 Antecedentes e ambiente
familiares
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- hábitos e carga tabágica (activo/passivo)
UMA (nº maços/dia X anos que fumou)
- álcool – moderado????!!!!!
- drogas ou outras substâncias tóxicas
- animais (aves? gatos?)
- alimentação
- actividade física / sedentarismo
- sono: qualidade, ressonar, sonolência diurna
2.3 Hábitos pessoais e estilo de vida
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- profissão (actual e anteriores)?????!!!
- razão da reforma (se precoce)
- actividades nos tempos livres
2.4 História profissional ou
ocupacional
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Componentes do exame subjectivo
1. Historia clínica anterior – anamnese
2. Historia clínica actual
3. Revisão por sintomas
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3: revisão por sistemas
Importância de rever todos os sistemas.
Ficar a conhecer aspectos que podem ter passado despercebidos durante o exame,
como cefaleias, alergias, dores, limitações funcionais, aspectos psicológicos e sociais, etc., etc., etc.
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3: revisão por sistemas • Busca e valorização de aspectos
• Musculo-esqueléticos
• Neuro-musculares
• Cardio-Vasculares
• Urinários
• Metabólicos
• Psicológicos
• Sociais
• Outros
• Possíveis relações com problemas encontrados
• Encaminhamento para profissionais de referência
50 No final do exame subjectivo
deveremos: • Estar conscientes do exame objectivo mais pertinente
• Da eventual necessidade de recolher informação por outra via
• Da eventual pertinência de re-encaminhar o utente para outro
profissional ou para um colega mais experiente
• Ter estabelecido uma relação de confiança com o utente
• Ter noção de que as melhores técnicas de entrevista não têm valor
se o Ft não domina conceitos da fisiopatologia e as características
dos sintomas cardiopulmonares mais comuns
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Perguntas Chave, no Momento Certo
A habilidade em colocar as perguntas certas
no momento certo, vem da experiência e
familiaridade com os sinais e sintomas da
disfunção respiratória.
52 Componentes do exame subjectivo
Resumo: 1. Historia clínica actual
1. Sintomas “Major”
1. Dispneia
2. Tosse
3. Expectoração
4. Toracalgia
5. Hemoptises
2. Historia clínica anterior – anamnese
1. Antecedentes pessoais
2. Antecedentes e ambiente familiar
3. Revisão por sintomas
Univ. Atlântica / FTCCR/ Ana Menezes /
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Em Fisioterapia
No processo de avaliação de uma disfunção
cardiorrespiratória, quer no exame subjectivo quer no
exame objectivo, teremos que ter sempre em conta as
nove fases do Sistema de Transporte de Oxigénio, pois
qualquer uma delas pode ser responsável pela
disfunção, e prejudicar a performance das outras.
Com a intervenção da Fisioterapia, podemos
potencializar uma(s) fase(s) para compensar a
disfunção das outras (por exemplo: oxigenoterapia)