Participação do 5 Elementos VIIFBEA

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  • 7/29/2019 Participao do 5 Elementos VIIFBEA

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    PARTICIPAO DO INSTITUTO 5ELEMENTOS NO

    VII FRUM BRASILEIRO DE EDUCAO

    AMBIENTAL

    CENTRO DE CONVENES SALVADOR/BA

    28 A 31 DE MARO

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    Apresentao

    Este material traz uma colheita da participao do Instituto 5 Elementos no VIIFrum Brasileiro de Educao Ambiental, realizado no Centro de Convenesem Salvador, Bahia, entre os dias 28 e 31 de maro de 2012.

    As 24 principais notcias produzidas a partir da cobertura da programao doFrum constam neste documento e tambm esto disponveis no blog doInstituto 5 Elementos, no link http://5elementos.wordpress.com/.

    http://5elementos.wordpress.com/http://5elementos.wordpress.com/
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    Instituto 5 Elementos contribui com comunicao do VII FrumBrasileiro de Educao Ambiental

    Com equipe de 11 pessoas, Instituto participou da seleo de trabalhos para oencontro, apresentou painis, ministrou oficina de gesto participativa e cobriuinmeras atividades nos quatro dias de programao.

    Ao reunir o coletivo nacional formado por mais de 45 redes de educadoresambientais que compem a REBEA, o VII Frum Nacional de EducaoAmbiental se constituiu numa relevante partilha de conhecimentos,mobilizaes, atos populares e uma programao norteada pelos documentosde referncia da rea, como o Tratado de Educao Ambiental para SociedadesSustentveis e a Carta da Terra. Cerca de 3,5 mil participantes se reuniram emoficinas, painis, mesas-redondas e rodas de conversa entre os dias 28 e 31 demaro no Centro de Convenes de Salvador/BA.

    Envolvido desde o incio com a organizao do VII Frum, o Instituto 5Elementos, por meio da sua coordenadora institucional, Mnica Borba, foi umdos responsveis pela seleo de trabalhos a serem apresentados no encontro.No total, foram inscritos 678 trabalhos, dos quais 84 foram reprovados por noestarem alinhados ao campo da Educao Ambiental.

    Para acompanhar a programao nos quatro dias de encontro, o Instituto levoua Salvador 11 integrantes da sua equipe, incluindo a coordenadora

    institucional, Mnica Borba, os coordenadores de projetos, Andr Biazoti,Samuel Protetti, Gabriela Arakaki, Leila Vendrametto, Fabiana Oliveira, LilianMarques e Emanuela Alfieri, as assessoras de comunicao, Flvia Santana eHeloisa Bio, e a assistente de coordenao, Juliana Belko. De acordo comMnica, esse investimento tambm se deu com o intuito de capacitar a equipepara atuar com Educao Ambiental, bem como aproximar as pessoas dediversos atores de outras redes e instituies.

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    Integrantes da equipe do Instituto 5 Elementos que participaram das atividades e realizaram cobertura doVII Frum.

    Compartilhar conhecimentos, prticas e metodologias trabalhados nos projetosque integram os nossos cinco Programas (gua, Cidades Sustentveis,Consumo Sustentvel, Espaos Educadores e Polticas Pblicas) foi um dosobjetivos do Instituto 5 Elementos no VII Frum.

    A oficina Gesto Participativa de Projetos Socioambientais e de Processos deDesenvolvimento Local Sustentvel, ministrada por Andr Biazoti, SamuelProtetti, Lilian Marques e Emanuela Alfieri, capacitou o pblico a aplicarmetodologias de gesto participativa utilizadas no Programa Energia Socialpara a Sustentabilidade Local, um projeto da ETH Bioenergia com facilitao doInstituto 5 Elementos.

    Trs painis de projetos pioneiros do Instituto tambm foram apresentadosdurante o encontro: o Curso de Educao Ambiental e Dedo Verde na Escolaem Itapevi/SP, o Centro de Educao Ambiental de Caucaia do Alto em Cotia/SPe Construo Participativa do Desenvolvimento Local Sustentvel.

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    Alm disso, apoiamos o Espao Ecocine, levando a experincia na organizaodo Cineclube Socioambiental Crisantempo de So Paulo para o Frum, comttulos como Energia na Encruzilhada e O Mundo Segundo a Monsanto.

    A cobertura da programao do Frum gerou cerca de 30 registros que

    permitiro sistematizar um histrico dos contedos abordados, alm de seremfundamentais para disseminar todo o conhecimento produzido nesses quatrodias de encontro.

    Para Mnica Borba, o VII Frum trouxe muitos aprendizados e oportunidades detroca para toda a equipe. As articulaes tecidas com vrios atores da cenaambiental presentes no encontro vo nos permitir participar mais ativamentedas Redes de Educao Ambiental do Brasil, como por exemplo, a Comunidadedas guas coordenada pelo Ministrio do Meio Ambiente na plataforma NING,alm de abrir caminhos para inserirmos nossos projetos de desenvolvimentolocal sustentvel na Rede Brasileira de Agendas 21 Locais (REBAL).

    O contato com iniciativas pioneiras de educomunicao e meio ambientetambm foi enriquecedor para a equipe do Instituto. As experinciascompartilhadas por grupos atuantes em todo o territrio nacional durante oEncontro Paralelo de Educomunicao serviro de inspirao para inovarmosneste campo em nossos projetos.

    Outro resultado relevante a nossa aproximao, realizao e planejamentoda II Jornada Internacional do Tratado de Educao Ambiental para SociedadesSustentveis, que ocorrer na Cpula dos Povos e poder ser transmitida nos

    municpios onde o Instituto 5 Elementos atua por meio do Programa EnergiaSocial, levando a reflexo da Rio + 20 para todos os cantos do Brasil.

    Conviver com pessoas atuantes na rea de educao ambiental e compartilharconhecimentos, ideais e sonhos sem dvida foi fundamental para toda a nossaequipe. Experincias como esta no s contribuem para fortalecer laos comaqueles que optaram por trabalhar por um mundo mais sustentvel, comotambm enriquecem, individualmente, cada um que se envolveu nestesprocessos de troca e aprendizado.

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    Lista de notcias

    GERAIS

    1. Procisso pela Educao Ambiental fecha programao de sexta-feira

    2. VII Frum Nacional de Educao Ambiental faz colheita de prticas de todo opas

    ENCONTROS PARALELOS

    3. Atuao do governo federal desmobiliza conquistas de processosparticipativos na gesto ambiental

    4. Grupo cria carta de compromisso para educao em UCs

    5. Cmara Tcnica de Educao Ambiental, Capacitao, Mobilizao Social eInformao em Recursos Hdricos do Conselho Nacional de Recursos Hdricosrealiza encontro no VII Frum

    6.Troca de experincias pauta o Encontro das Comisses Interinstitucionais deEducao Ambiental

    7. Encontro de catadores e suas organizaes revela situao da categoria noPas

    8. Fundo de Educao Ambiental traa linhas de financiamento

    9. As redes de juventude e a articulao para a Rio + 20

    10. Encontro Paralelo destaca o potencial transformador da educomunicaoem iniciativas de Educao Ambiental

    11. Os rios da Educao Ambiental e da Gesto das guas se encontram no VIIFrum Brasileiro de EA

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    MESAS REDONDAS

    12. Vises de mundo, filosofia e educao ambiental

    13. Polticas Pblicas em Educao Ambiental no Brasil d exemplos desucesso e aponta a necessidade de mais atuao das gestes pblicas juntoss comunidades

    14. Intervenes socioambientais atingem o territrio dos resduos slidos

    15. Rio + 20 aqui e agora!

    16. Gesto de resduos slidos, trabalho e incluso social so temasinterligados

    17. Mudanas climticas oportunidade para uma educao ambientalemancipatria

    18. O contexto da agricultura familiar nas polticas pblicas brasileiras

    19. Mesa discute economia verde, pobreza e governana local

    OFICINAS

    20. Instituto 5 Elementos ministra oficina de metodologias de gestoparticipativa no VII Frum Brasileiro de Educao Ambiental

    21. Manifestaes culturais brasileiras como ferramentas de sensibilizaoambiental

    PAINIS

    22. As representaes sociais por trs do conceito de desenvolvimentosustentvel

    ECOCINE

    23. Um cinema que desperta para a educao ambiental poltica e ideolgica

    24. ltimo dia do VII Frum de Educao Ambiental tem reflexo sobre temas

    polmicos

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    GERAIS

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    Procisso pela Educao Ambiental fecha programao de sexta-feira

    O encerramento das atividades do VII Frum Brasileiro de Educao Ambiental no dia30 de maro foi diferenciado. Com o tema Educao Ambiental Rumo Rio +20,uma procisso com mais de 300 pessoas saiu do Centro de Convenes da Bahia, em

    Salvador, em direo ao Pelourinho, com o intuito de mobilizar a sociedade paraparticipar dos debates sobre a Educao Ambiental na Rio + 20, evento que ocorrerem junho deste ano no Rio de Janeiro.

    A ao foi conduzida pela Rede da Juventude pelo Meio Ambiente (REJUMA) e contoucom o apoio da organizao do Frum, de outras redes e de participantes do encontro.O Instituto 5 Elementos tambm participou da iniciativa.

    Confira as fotos da procisso!

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    Crdito: Heloisa Bio

    VII Frum Nacional de Educao Ambiental faz colheita de prticas detodo o Pas

    Por Heloisa Bio

    Ao reunir o coletivo nacional de educadores ambientais brasileiros, o VII FrumNacional de Educao Ambiental cumpre a misso de evento mais importantesobre o tema no pas, e colhe resultados estratgicos para a Cpula dos Povose a II Jornada Internacional de Educao Ambiental na Rio+20, que aconteceem junho de 2012. Foram cerca de 2,5 mil participantes e uma rede decolaboradores, monitores, palestrantes e oficineiros em quatro dias de evento,entre 28 e 31 de maro no Centro de Convenes de Salvador (BA).

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    O Instituto 5 Elementos protagonizou importante acompanhamento doprocesso do VII Frum, com uma equipe composta por 11 pessoas que criourelatos sobre as apresentaes, conduziu oficinas e painis, fez parte dacomisso de avaliao e sistematizao do evento.

    Do espao da Tenda Sustentvel, que reuniu atividades com diferentes grupos,tribos e povos, s 56 oficinas, 18 encontros paralelos e diversas mesas-redondas, os eixos de trabalho foram da articulao em rede entre oseducadores ambientais brasileiros, a contribuio da EA para a Rio+20, at areviso do Tratado de Educao Ambiental para Sociedades Sustentveis eResponsabilidade Global. Filmes socioambientais e seis rodadas de debatepara a construo de aes compartilhadas no Open Space, complementarama programao.

    As polticas pblicas no mbito do municpio, com o trabalho das ComissesInterinstitucionais de Educao Ambiental (CIEAs) e os Conselhos locais,surgem como caminho apontado por todos como fundamental, bem como anecessidade de enfrentarmos o sequestro do discurso ambientalista para amanuteno do status quo, resumiu o educador ambiental Marcos Sorrentino.

    Segundo a coordenadora internacional da II Jornada Internacional de Educao

    Ambiental rumo a Rio+20, Moema Viezzer, o VII Frum permitiu o trabalho em

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    redes que iro desembocar numa rede planetria de educao ambiental, comum conjunto de grupos de vrios pases que se apoiam rumo s sociedadessustentveis.

    Entre os temas de destaque, est a busca por colocar a gesto da educao,

    que inclui o sistema educativo, no centro do debate sobre a educaoambiental, enfatizou Moema. Os saldos do encontro tambm se fizeram sentirno compromisso do Ministrio do Meio Ambiente com a estratgia nacionalpara os resduos slidos, a entrega da Carta das Salas Verdes do Brasil e aformao da comisso para o prximo Frum de Educao Ambiental, compreviso de realizao em Belm, Par.

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    ENCONTROS PARALELOS

    Atuao do governo federal desmobiliza conquistas de processosparticipativos na gesto ambiental

    Por Mnica Pilz Borba

    Aconteceu hoje, 28 de maro, no VII Frum Brasileiro de Educao Ambientalem Salvador/BA o Encontro do GT Grupo de trabalho de Educao Ambientale Agenda 21 do FBONGs - Frum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais eREBAL Rede Brasileira de Agendas 21 Locais, onde participaram

    aproximadamente 70 pessoas.

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    Ao final deste encontro em 2011, o FBONGs encaminhou uma moo derepdio em relao ao desmonte da EA e da Agenda 21, que m sendopromovido pelo MMA por meio da gesto da Secretaria de ArticulaoInstitucional e Cidadania. A resposta no demonstrou interesse na resoluo da

    questo, demonstrando mais uma vez que a gesto do governo federal atualdesmobiliza conquistas de processos participativos na gesto ambiental donosso pas, indo na contracorrente das orientaes da ECO 92.

    Outra questo relevante que o documento oficial da ONU da Rio + 20 nocontempla o tema da EA nem das Agendas 21, ignorando tudo que foiorientado e realizado ao longo destes 20 anos. O FBONGs exige que estestemas entrem na pauta, e desta forma, seja prioridade na Cpula dos Povos daRio + 20. Segundo as lideranas do FBONGs, o Governo Federal no enxerga aquesto da mesma forma que as ONGs, e no tem dado a devida importncia a

    este tema no processo de organizao das pautas da Rio + 20.

    Todos ns Educ@dores sabemos que a construo de uma sociedade justa esustentvel se d por meio de um processo educativo contnuo, que formacidados crticos e criativos com foco na sustentabilidade e na viso sistmicade mundo. Ns, Educadores Ambientais, devemos estar atentos ausncia daEA e Agenda21, temas transversais e essenciais mudana de pensamento ecomportamento, a serem inseridos no documento oficial da Rio + 20. Aatual postura do governo federal inaceitvel!

    Grupo cria carta de compromisso para educao em UCs

    Por Heloisa Bio

    Aproximar o debate sobre a contribuio da educao ambiental nas Unidades

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    de Conservao, e seu papel no fortalecimento da participao social, foi oobjetivo do Encontro Dilogos sobre Educao Ambiental em UCs, em 28 demaro, durante o VII Frum de Educao Ambiental. A iniciativa, que conseguiureunir cerca de 120 pessoas, entre representantes de ONGs, governo,instituies de ensino e empresa, foi organizado pela Diretoria de Educao

    Ambiental do ICMBio, com a inteno de trazer os anseios da sociedade para aagenda da proteo ambiental.

    O encontro resultou numa importante carta de compromisso com a educaoambiental nessas reas protegidas. O documento ser entregue coordenao do VII Frum para que seja considerado nas discusses daRio+20, destacou Fabiana Prado, coordenadora da Diretoria de EducaoAmbiental do ICMBio.

    Essencialmente, os participantes se reuniram em grupo na tentativa deresponder s seguintes questes que definiram o contedo da carta: quais asperspectivas para o fortalecimento da educao ambiental nas Ucs, os desafiosa serem enfrentados dentro e no entorno das unidades, as propostas defortalecimento da educao ambiental e como cada um pode seresponsabilizar por essas aes.

    Para Clia Regina, representante da Reserva Extrativista Marinha Me GrandeCuru, no Par, mobilizar e articular a populao extrativista de toda aAmaznia uma das estratgias para zelar pelos recursos naturais e garantir odireito ao territrio. Ela e os demais presentes vieram de diferentes Estados,de Rondnia Rio Grande do Sul, e de segmentos to distintos quanto

    Secretarias Municipais de Meio Ambiente, escolas rurais, organizaes sociais ecidados interessados no tema.

    Ao final, a carta que est sendo fechada pela equipe do ICMBio trouxedemandas e questes como: a busca por ampliar a gesto das UCs para oterritrio do municpio e tornar as pessoas protagonistas do processo decisrio,o fortalecimento da educao ambiental como meio de autonomia eparticipao social e a inteno de fazer a Encea (Estratgia Nacional deComunicao e Educao Ambiental em Unidades de Conservao) evoluir luz das experincias e mtodos j existentes.

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    Cmara Tcnica de Educao Ambiental, Capacitao, MobilizaoSocial e Informao em Recursos Hdricos do Conselho Nacional deRecursos Hdricos realiza encontro no VII Frum

    Por Leila Maria Vendrametto

    Realizado no dia 28 de maro, o encontro paralelo da Cmara Tcnica deEducao Ambiental, Capacitao, Mobilizao Social e Informao emRecursos Hdricos (CTEM) teve como palestrantes Suraya Modaelli, da CTEM eFranklin de Paula Jnior, da Secretaria de Recursos Hdricos do Ministrio doMeio Ambiente.

    Suraya abordou o panorama brasileiro de recursos hdricos, a legislao dasguas e o histrico do Conselho Nacional de Recursos Hdricos. A sua falaincluiu a criao da Lei de Recursos Hdricos em 1997 e da CTEM em 2004. A

    CTEM uma das dez cmaras tcnicas temticas consultivas do ConselhoNacional de Recursos Hdricos, instituda pela Resoluo n 39, de 26/03/2004.Ela tem carter consultivo, no sendo, portanto, deliberativa.

    So realizados encontros anuais dos Comits de Bacias Hidrogrficas emmbito nacional para troca de experincias e capacitao dos membros doscomits. Alguns materiais foram publicados a partir das vivncias destesencontros, como o livro Poltica das guas e Educao Ambiental: processosdialgicos e formativos em planejamento e gesto de recursos hdricos,

    organizado pela Secretaria de Recursos Hdricos em 2012.O Conselho Nacional de Recursos Hdricos conta, hoje, com mais de 180comits de Bacias Hidrogrficas estaduais e nove comits de rios da Unio.Para capacitar todos os membros, foi criado o Frum Nacional, organizadopelas Agncias de Bacia, com mini-cursos e oficinas voltadas ao tema derecursos hdricos, para trabalhar a soluo da questo das guas com oenfoque na govenana via sociedade civil. O prximo Encontro NacionalComunidade de Bacias Hidrogrfias ser em Cuiab, de 05 a 09 de novembrode 2012.

    Neste ano, a CTEM conseguiu inserir, por meio de plenria do Conselho, otermo Educao Ambiental sua nomenclatura.

    Durante o encontro ocorrido no VII Frum, houve um relato de que o ConselhoEstadual da Bahia deixou de ser deliberativo e passou a ser consultivo.Atualmente, existe apenas um setor de Educao Ambiental dentro daSecretaria de Estado de Meio Ambiente.

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    No mbito nacional, a agenda de recursos hdricos encontra-se enfraquecida,com equipe enxuta e recurso finaceiro reduzido no Ministrio do MeioAmbiente.

    No fechamento do encontro, o palestrante Franklin informou que ainda este

    ano haver o grande encontro do Centro de Saberes e Cuidados da Bacia doPrata, envolvendo cinco pases, incluindo o Brasil.

    Troca de experincias pauta o Encontro das ComissesInterinstitucionais de Educao Ambiental

    Por Juliana Belko

    No primeiro dia do VII Frum Brasileiro de Educao Ambiental, o Ministrio deEducao (MEC) promoveu encontro envolvendo representantes das ComissesInterinstitucionais de Educao Ambiental (CIEAs) de 16 Estados do pas.Organizado por Neusa Helena, do Ministrio da Educao, e por Nilo Diniz, doDepartamento de Educao Ambiental do Ministrio do Meio Ambiente, oencontrou teve como objetivo a troca de experincia das CIEAS dos 16 Estadosrepresentados no encontro. Seus representantes apresentaram um panoramado funcionamento das CIEAs e das Polticas Estaduais de Educao Ambiental.

    Estiveram presentes representantes do Amazonas, Cear, Paraba, Alagoas,Rondnia, Acre, Sergipe, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte, Paran,Gois, Mato Grosso do Sul, Bahia, So Paulo, Maranho e Tocantins.

    A representante da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SEMA) doMaranho colocou que embora tenha sido construda uma minuta da PolticaEstadual de Educao Ambiental com participao da sociedade civil, porinteresses polticos estavam passando por dificuldade em regulamentar a lei.

    J para a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hdricos de

    Alagoas, mesmo que o Estado esteja realizando a regulamentao da CIEA,ainda no possui uma lei nem programa de Educao Ambiental.

    Com relao ao Estado de So Paulo, Claudete Canada, da Coordenadoria deEducao Ambiental da Secretaria de Meio Ambiente, abordou o processo deregulamentao da Poltica Estadual de Educao Ambiental que est emandamento com a participao da sociedade civil e do governo estadual,federal e universidades. Dentro deste processo esto se construindo asdiretrizes para a implementao da CIEA no Estado.

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    Ao final, Nilo Diniz do Departamento de Educao Ambiental do Ministrio doMeio Ambiente sintetizou as necessidades das CIEAs de funcionarem comoconsultivas e deliberativas, de acordo com suas avaliaes polticas. Tambmreforou a importncia de no deixarem de tomar decises vitais Educao

    Ambiental por falta de qurum ou por suas composies e tempos demandatos definidos em leis e decretos.

    Encontro de catadores e suas organizaes revela situao dacategoria no Pas

    Por Gabriela Arakaki

    O encontro, que aconteceu em 28 de maro no VII Frum de EducaoAmbiental, teve como objetivo coletar as contribuies de grupos de catadoresdo Brasil para a melhoria do processo de coleta seletiva no pas.

    Realizou-se, assim, uma dinmica de interao inicial, seguida decompartilhamento de sensaes e reflexes como a dificuldade em superardesafios. Os grupos tambm compartilharam experincias sobre a coletaseletiva em sua cidade, quando se revelou a importante presena derepresentantes de cooperativas de catadores da Bahia e do MovimentoNacional de Catadores para trazer a realidade da situao deste setor noBrasil, como Maria Monica da Silva (representante do Movimento Nacional deCatadores).

    Com a socializao das informaes, foi possvel constatar pontos em comumsobre a situao da coleta seletiva no Brasil e sobre as organizaes decatadores de materiais reciclveis, alm do papel da educao ambiental para

    o setor, a exemplo de: os catadores j so capacitados para realizar aeducao ambiental e a gesto de suas organizaes, mas ainda so vtimasde muito preconceito; a educao ambiental fundamental para apoiar aorganizao dos milhares de catadores que ainda trabalham de formaindependente; a educao ambiental necessria para orientar a populaosobre consumo consciente, coleta seletiva e sobre conceitos e quesitostcnicos relacionados a gesto dos resduos slidos.

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    Tambm foram constatadas diferenas regionais quanto ao grau deconscientizao da populao, com a opinio de que moradores da regio suldo pas so mais conscientes para realizar a coleta seletiva, diferente do ocorreno restante do Brasil. Lembrou-se a necessidade de um trabalho de educao

    com as cooperativas para sanar o problema do analfabetismo, e para aformao de novas lideranas aptas a fazer a gesto das associaes eangariar mais parcerias.

    Todas cooperativas enfrentam dificuldades para obteno de recursos parasubsidiar a logstica e, principalmente, os galpes para a triagem do material.O galpo o grande problema dos movimentos, pois no h uma linha definanciamento destinada a isso, que vai contra a legislao brasileira parafinanciamentos pblicos e por questes polticas. O preo pago pelo materialtambm varia muito e, na maioria dos casos baixo. Outras problemticas serelacionam aos municpios terceirizarem o servio de coleta de resduos erejeitos, e o pouco apoio dos governos municipais e estaduais para asorganizaes. Deve-se ainda criar estruturas para evitar a alta rotatividade dasmulheres nas cooperativas causadas pela necessidade de criar os filhos, eneste caso, a sugesto criar projetos / reivindicar ou criar parcerias para acriao de creches, escolas e projetos sociais para os filhos fora do perodoescolar.Fundo de Educao Ambiental traa linhas de financiamento

    Por Heloisa Bio

    Importante mecanismo para a captao e aporte de recursos para projetos deeducao ambiental que costumam ter pouco espao nos fundos pblicos, oFundo Brasileiro para a Educao Ambiental (Funbea) que comemora seuprimeiro ano de vida em 2012, teve seus objetivos discutidos no Encontro doFubea, em 28 de maro, no VII Frum de Educao Ambiental.

    Com a inteno de trazer agilidade na operao dos recursos, capilaridade nomaior nmero de contextos socioambientais do pas, e transparncia nacaptao e utilizao dos recursos, o Fundo enfocar a educao ambiental

    popular e comunitria, a formao de professores, bem como os espaoseducadores e a educao ambiental em Unidades de Conservao. Com isso,espera atingir pequenos projetos, com dificuldade em serem contemplados porgrandes editais, mas tambm projetos estruturantes relacionados formaode pessoas e s polticas pblicas ambientais.

    Trabalhar de duas formas: com o lanamento de editais para demandainduzida, e por demanda espontnea, contemplando projetos j existentes. Osvalores ainda no foram definidos, mas podem ir de pequenos projetos decinco mil reais a projetos de mdio porte, em torno de 100 mil, e at grandesprogramas, de at 1 milho, conforme a carteira de aes. Esperamos

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    contemplar, por exemplo, a produo de materiais didticos, a formao depessoas, a infra-estrutura, explicou Hayde de Oliveira, coordenadora daComisso Diretora do Funbea.

    O Fundo uma iniciativa privada de interesse pblico, a exemplo do Fundo

    Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio), e possui associados do poder pblico,empresas, ONGs, Universidades e cidados, inovando na participao sobre osrumos da iniciativa. preciso repensar os mecanismos de fomento educao ambiental em nosso pas, hoje esquecida, enfatiza SemramesBiasoli, do Funbea.

    As redes de juventude e a articulao para a Rio + 20

    Por Andr Biazoti

    O encontro Olhares da Juventude sobre o Tratado de Educao Ambiental, Rio+ 20 e Programa Nacional de Juventude e Meio Ambiente (PNJMA), realizadodurante o VII Frum Brasileiro de Educao Ambiental, reuniu cerca de 40pessoas em dois dias de dilogos sobre o protagonismo da Rede de Juventudepelo Meio Ambiente e Sustentabilidade (REJUMA) na articulao de coletivos egrupos de jovens. A rede, conforme Diogo Damasceno, facilitador nacional, foicriada em 2003 em Luzitnia/GO na 1 Conferncia Infanto-Juvenil pelo MeioAmbiente e se configura hoje como um espao de articulao e sensibilizaoda juventude ambientalista. Formada por grupos, ONGs, coletivos, instituiese INGs (indivduos no-governamentais), a REJUMA se organiza de formahorizontal e valoriza a troca de experincias entre jovens que realizamatividades em prol do meio ambiente por todo o Brasil.

    Alm da apresentao da REJUMA, o encontro tambm contou com a presenade integrantes da rede europeia EYES (Empowering Youth in European Society)

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    e participantes ativos da organizao do territrio da juventude na Cpula dosPovos, que ocorrer paralelamente ao evento oficial da Rio+20. A experinciada rede europeia inspirou os presentes a pensarem em como articular ajuventude ambientalista em uma rede latinoamericana. Foi apresentada

    tambm a iniciativaJuventude em Transio, que consiste em atividades locaisprotagonizadas por jovens que tm como pauta a transio para umasociedade ecolgica.

    Desde 2010, a REJUMA vem promovendo encontros com jovens por todo Brasilcom o intuito de articular propostas para o protagonismo juvenil na confernciada Rio+20. Integrante do grupo articulador do comit facilitador da sociedadecivil para a conferncia, a rede tem se focado na organizao do territrio dajuventude na Cpula dos Povos, que contar com atividades e propostas dosjovens para uma sociedade mais justa e igualitria. Essa organizao conjunta

    ocorrer por meio do Enlace da Juventude para a Rio+20, que ocorrer nosdias 13, 14 e 15 de abril. Para mais informaes, visite o site da REJUMA(www.rejuma.org.br).

    Encontro Paralelo destaca o potencial transformador daeducomunicao em iniciativas de Educao Ambiental

    Por Flvia Santana

    No primeiro dia de atividades do VII Frum Brasileiro de Educao Ambiental,foi realizado o Encontro Paralelo de Educomunicao, com o objetivo de reunirpesquisadores e profissionais atuantes na rea para trocar conhecimentos eexperincias de educomunicao socioambiental.

    Mediado pela integrante da Rede de Educao Ambiental da Bahia, DboraMenezes, o encontro trouxe, na parte da manh, um panorama daeducomunicao na universidade, no governo e na sociedade civil.

    http://www.rejuma.org.br/http://www.rejuma.org.br/
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    O professor Ismar de Oliveira, do Ncleo de Educomunicao da Escola deComunicao e Artes da USP, ressaltou a importncia da universidade sedebruar sobre esta temtica, com o intuito de sistematiz-la, legitim-la e,assim, poder compartilhar seus conceitos e metodologias.

    A especialista em Recursos Hdricos da Secretaria de Articulao Institucional eCidadania Ambiental do Ministrio do Meio Ambiente, Renata Maranho,destacou o papel estratgico da educomunicao nos programas do MMAvoltados para a Educao Ambiental, Resduos Slidos, Consumo Sustentvel eAgricultura Familiar. Segundo Renata, a educomunicao integra os planos deimplementao destas polticas, sendo tambm fundamental para ofortalecimento das mesmas.

    Fundadora do Instituto Gens e docente da USP, Gracia Lopes Lima estimulou o

    pblico reflexo, abordando um tema polmico: como equilibrar apreocupao em elaborar produtos miditicos e o processo educativo propostopela educomunicao, quando o projeto patrocinado e precisa cumprirprazos/metas? Para a pesquisadora, quem deseja trabalhar comeducomunicao em projetos de educao ambiental deve se libertar daeducao tradicional e dos entraves gerados pela relao com o patrocinador,fatores que acabam engessando o processo educativo. Segundo ela, precisoexistir um grande espao de troca, de convivncia e aprendizado mtuo emprojetos que envolvem educomunicao.

    O bilogo Silvio Marchini, da Escola da Amaznia, afirmou que aeducomunicao pode contribuir para a resoluo e preveno de problemasambientais, fazendo uso da informao para interferir e mudar ocomportamento humano.

    Fechando a primeira parte do encontro, Lara Moutinho da Costa, daSuperintendncia de EA do Rio de Janeiro, apresentou a experincia doPrograma Nas Ondas do Ambiente, que transformou a educomunicao emuma poltica pblica de fomento educao ambiental no estado.

    No perodo da tarde, o foco do encontro foi o compartilhamento de iniciativaspioneiras de educomunicao socioambiental no Brasil e no exterior. Os oitoprojetos apresentados evidenciaram o potencial transformador daeducomunicao na rea ambiental e a paixo dos seus idealizadores pelatemtica e pelos resultados conquistados nas comunidades onde atuam.

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    Os rios da Educao Ambiental e da Gesto das guas se encontram no VIIFrum Brasileiro de EA

    Por Mnica Pilz Borba

    Na manh do dia 29 de maro, no VII Frum Brasileiro de EA em Salvador BA,aconteceu o Encontro de Educao Ambiental e a Politica Nacional de RecursosHdricos com participao de 120 pessoas de todas as regies do Brasil. No inicio damanh, Franklin de Paula Junior, gerente de Polticas e Planejamento da Secretaria deRecursos Hdricos e Ambiente Urbano do MMA Ministrio do Meio Ambiente,apresentou um panorama da poltica das guas e educao ambiental, divulgando aplataforma interativa www.comunidadedasaguas.ning.com para que todos os

    interessados possam participar da rede. Tambm liderou o encontro a tcnica Andra

    http://www.comunidadedasaguas.ning.com/http://www.comunidadedasaguas.ning.com/
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    Carestiato Costa que atua no DEA Departamento de Educao Ambiental do SAIC Secretaria de Articulao Institucional e Cidadania Ambiental do MMA.

    Na segunda parte do encontro, surgiram relatos de todas as partes do Brasil com foconos desafios de aproximar a educao ambiental formal e no formal da gesto dosrecursos hdricos. As recomendaes gerais caminham no sentido da necessidade deque as CIEAS Comisses Interinstitucionais de Educao Ambiental dos Estados, quetem como objetivo implantar as polticas pblicas de EA, integremr o ConselhoEstadual de Recursos Hdricos, bem como seus Comits de Bacias Hidrogrficas - CBH.Outra concluso a necessidade de se construirem programas, planos e projetos de

    EA em espaos adequados como as Cmaras Tcnicas de EA dos CBH, com aparticipao de diversas instituies e atores do governo e da sociedade civil. Osprogramas de EA nas Bacias Hidrogrfias devem trazer os dados dos Planos de BaciasHidrogrficas de forma interativa e interessante, para que estas informaes setornem pblicas e auxiliem nos processos participativos e de tomadas de deciso.

    Para atuar em espaos de conflitos e de profuso de conhecimento, como so oscomits, necessrio ter uma viso crtica e pr-ativa. A gesto participativa exigeuma nova forma de educao e, segundo relatos, o material educativo do MEC Ministrio da Educao o COM-VIDAS auxilia muito na formao de jovensemancipando-os para atuar neste processo. Tambm foram apontadas diversas outras

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    metodologias tais como teatro, educomunicao, econovelas, sempre utilizando aslinguagens regionais.

    A necessidade de formao permanente de toda a sociedade em relao temticada gesto das guas uma demanda essencial neste processo e em algumas

    localidades, as universidades vm colaborando com a formao de professores etcnicos, porm os tomadores de deciso parecem no estar atualizados em relaoaos temas ambientais. At os dias de hoje se investe em canalizao de crregos nascidades, os esgotos continuam indo para os rios e na Bahia h muitas pessoas semguas, pois no interior esto passando pela seca mais severa dos ltimos 40 anos!

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    MESAS REDONDAS

    Vises de mundo, filosofia e educao ambiental

    Por Gabriela Arakaki

    Na mesa que se realizou na manh do dia 29 de maro no VII Frum Nacional deEducao Ambiental, os palestrantes buscaram estabelecer relaes entre a educaoambiental e questes espirituais e sutis que diferentes religies e correntes filosficasapresentam.

    Me Conceio, representante das matrizes religiosas africanas, relatou o quanto amata, a terra e a gua so importantes para a realizao dos rituais. Para ela, ao se

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    escolher um caminho espiritual ou uma religio, a pessoa precisa buscar cada vezmais sabedoria para o cuidado com esses elementos naturais.

    Marcos Arruda, do PACS, mencionou que a civilizao capitalista enfrenta uma crisealicerada no individualismo, na competio e na arrogncia na relao com a

    natureza. Da a necessidade da tomada de conscincia para a transio rumo a umasociedade baseada na cooperao e na colaborao.

    Marcos Terena, importante liderana indgena do pas, revelou diferentes facetas darelao entre os indgenas e a natureza, e traou um panorama da influncia dos noindgenas na transformao de alguns costumes. Mencionou, por exemplo, atransformao na forma de se relacionar natureza e espiritualidade, em que seabandonou uma postura de agradecimento s foras naturais, para dar lugar aopedir a Deus, trazido pelos ocidentais.

    Terena acredita que os indgenas tm a ensinar aos ocidentais a cultura do

    compromisso com a me Terra e a espiritualidade. A questo ambiental no maisuma discusso sobre a defesa do verde, mas sim sobre o combate ao consumismopara reduo da produo de lixo ou da explorao ilimitada dos recursos naturais,comentou Terena. Segundo ele, h dificuldade dos indgenas compreenderem a ideiade valorao ambiental e da venda de crditos de carbono, pois para estas pessoasno existe dono do ar e no possvel se valorar a natureza.

    Celso Marques, da Associao Gacha de Proteo ao Ambiente Natural (Agapan),reforou que vivemos no apenas uma crise ambiental, mas uma crise de civilizao,mais ampla que um problema ocidental, dizendo respeito ao planeta como um todo e

    ao mundo oriental. Afirmou que a crise de civilizao vem no bojo da lgicacapitalista, a qual gera uma violncia que no se quer discutir. Estamos vivendo umaalucinao coletiva criada pelo sistema educacional, baseado nas mdias de grandealcance. H um desconhecimento da populao sobre a votao do Cdigo Florestal esobre o desastre de Fukushima, exemplificou.

    Michele Sato (UFMT), mediadora da mesa, fez um convite aos palestrantes pararefletirem sobre uma tendncia da educao ambiental em defender a harmonia, oamor e a paz, mas que no insere e no prepara os educandos para lidar com conflitossocioambientais.

    Polticas Pblicas em Educao Ambiental no Brasil d exemplos desucesso e aponta a necessidade de mais atuao das gestes pblicas

    juntos s comunidades

    Por Juliana Belko

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    Na tarde de 29 de maro a mesa de Polticas Pblicas do Frum reuniu emtorno de 2000 pessoas no auditrio Oxal Pleno para as apresentaes de Josde Freitas (CGEA/MEC), Nilo Diniz (DEA/MMA), Hayde Torres de Oliveira(UFSCAR), Maria Henriqueta (Prefeitura Municipal de Suzano-SP) e Vnia Marcia

    Guedes Cesar (SEMA/MT) com a mediao de Marcos Sorrentino (ESALQ/USP).Durante as apresentaes Jos Vicente apontou como primeiro desafio emPolticas Pblicas em Educao Ambiental procuramos ou fazemos que elassejam concebidas e executadas dentro dos Estados e como perspectiva de queas Polticas Pblicas sejam construdas com a sociedade e no para elaconsiderando ser falsa a separao da educao formal e da no formal.

    Nilo Diniz apresentou um panorama da Educao Ambiental desde 1981enfatizando o Tratado de Educao Ambiental para Sociedades Sustentveis e

    Responsabilidade Global, o Programa Nacional de Educao Ambiental(PRONEA) e a Poltica Nacional de Educao Ambiental (PNEA). Alm deapontar as dificuldades de fontes de financiamento em funo de vetos Lei9795 de 1999, a escala de aplicao nacional da PNEA e aes continuadas.

    Vnia Cesar apresentou o cenrio Mato-grossense de Educao Ambiental eMaria Henriqueta o cenrio de Suzano que conta atualmente com 4 eixos deatuao sendo estes uma Comisso Intersetorial de Educao Ambiental queenvolve os departamentos da Prefeitura Municipal de Suzano, uma ComissoInterinstitucional Municipal de Educao Ambiental que envolve as esferas

    pblica e sociedade civil do municpio e a Educao Ambiental Formal e NoFormal.

    Maria Henriqueta enfatizou que os municpios precisam se inserir e materializaras Polticas Estaduais e Federal de Educao Ambiental tendo nos gestorespblicos os enraizadores destas polticas.

    Hayde apresentou um panorama da Educao Ambiental em So Carlosabordando o papel da universidade na continuidade das aes independentedas trocas de gestes pblicas municipais. Posteriormente Nilo Diniz apontou o

    lanamento do Programa de Educao Ambiental para a Agricultura Familiarque ocorrer no Frum e a Conferncia Nacional de Meio Ambiente.

    Ao final a plateia se manifestou abordando questes pontuais que dificultam aexecuo de aes de polticas pblicas em Educao Ambiental como avontade poltica de algumas prefeituras e a necessidade de mais dilogo comos catadores de materiais reciclveis.

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    Intervenes socioambientais atingem o territrio dos resduosslidos

    Por Samuel Protetti

    O tema dos resduos slidos um desafio para o planeta, mas mais instigante refletir sobre o papel do ser humano frente gerao de resduos e asintervenes socioambientais necessrias a essa relao. No colquioInterveno socioambiental nos territrios e resduos slidos, realizado no dia29 de maro no VII Frum de Educao Ambiental, a coordenadora geral doFrum, foram geradas provocaes como o que lixo, que impacto gera equem o responsvel, o sujeito que consome ou o sistema que produz essesresduos.

    O representante da Faculdade do Mxico, apresentou uma investigaoorientada a soluo de problemas, lembrando que o que buscamos aparticipao ativa das pessoas na gesto, j que no existem problemasambientais e sim processos sociais e culturais com problemas, uma verdadeiraengenharia comportamental.

    Angela Baeder, do Centro Universitrio Fundao Santo Andr, falou sobre oprojeto de Gesto Participativa e Sustentvel de Resduos Slidos, que durou 7anos para fortalecer a associao dos catadores e melhorar sua qualidade devida. Os desafios passaram pela organizao para fortalecer o grupo e acriao de polticas pblicas para incluso dos catadores, aes de gesto,formao, dilogo (entre os grupos e entre governos), transversalidade

    (pesquisa e sistema de informao).

    Maria Mnica, representante do Movimento Nacional dos Catadores contou suaexperincia, reforando o quanto resistiu at se engajar neste processo,quando se descobriu como uma liderana no projeto Brasil Canad. Enfatizouque a metodologia participativa empodera pessoas e, isso sim, a verdadeiratransformao, trabalhar em conjunto para o funcionamento do coletivo, pormeio de uma rede de comercializao.

    Ronalda Barreto, representante da Universidade Estadual da Bahia, apresentouo projeto Ecofolia Solidrio, que visa organizar o sistema de coleta seletiva

    durante as festividades do carnaval. Ela relatou a situao precria dascooperativas de Salvador e salientou o quanto a luta pela sobrevivncia gerousustentabilidade poltica para os catadores. O projeto organizado em cincocentrais de apoio ao catador onde ele recebe uniforme e 3 refeies dirias. Oganho educativo reforado, pois todos os servios oferecidos nesse projetoso provenientes de empreendimentos de economia solidria, alm do ganhono combate ao trabalho infantil, muito comum nessa poca do ano.

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    Rio + 20 aqui e agora!

    Por Mnica Pilz Borba

    Integrantes da mesa redonda Estado da Arte da Organizao da Rio + 20.

    Um dos destaques do VII Frum Brasileiro de Educao Ambiental foi aarticulao dos educadores ambientais para participar com mais peso eorganizao da Rio + 20, na Cpula dos Povos, pois os temas EducaoAmbiental e Agenda 21 esto fora das pautas do evento oficial e do documento

    da ONU, que orienta o evento.

    Na manh do dia 30 de maro, ocorreu a mesa redonda Estado da Arte daOrganizao da Rio + 20, sendo iniciada pela fala de Rubens Harry Born, doInstituto Vitae Civilis: por mais que a participao e a perspectiva de sucessoda Rio + 20 esteja difcil, ns temos que fazer a diferena, pois umaoportunidade. Desta forma, temos que nos organizar e transmitir a Rio + 20da Cpula dos Povos para todas as partes do Brasil e do planeta.

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    Segundo Rubens Born, as principais polmicas na Rio + 20 so: falta deinformao, desconfianas, preconceito, oportunismo e greenwashing,protecionismo, viso de curto prazo, interesses entrincheirados, desempregoou transio justa, dilema de crescimento, disparidade de produo e

    consumo, comodismo, consumismo dos desenvolvidos, desenvolvimento dosemergentes, carncias dos menos desenvolvidos. Os debates devem acontecera partir dos temas: governana ambiental X governana econmica Xgovernana do desenvolvimento sustentvel. Um dos destaques dos debatesdeve girar em torno do PNUMA e OMMA, pois mais de 100 pases apoiam ofortalecimento do PNUMA, o Programa das Naes Unidas para o MeioAmbiente, que seria o embrio natural de uma agncia ambiental nova. Vriospases sugerem a criao da WEA ou de rgo similar. O surgimento daagncia poderia ser forte chamariz para atrair grande nmero de lderes para aRio+20 e garantir o xito do evento. Mas a criao da Organizao Mundial doMeio Ambiente (OMMA, na sigla em portugus) tem fortes opositores. OsEstados Unidos no querem nem ouvir falar dela. Historicamente, os EUAcostumam no aceitar acordos ou organizaes internacionais que possaminterferir em suas prprias decises internas. E a resistncia americana umgrande obstculo ideia. Ironicamente, mas por razes outras, os EUA estoalinhados nesta oposio com Venezuela, Cuba e Bolvia. Os latinos temem queuma agncia do gnero sirva para encobrir aes comerciais protecionistas depases ricos.

    Jacqueline Guerreiro, articuladora da mobilizao da REBEA na Cpula dosPovos e da II Jornada Internacional do Tratado de Educao Ambiental paraSociedades Sustentveis de Responsabilidade Global anuncia que est difcilconseguir espao no Comit de organizao para o Tratado e outras atividadesda rea socioambiental. Neste comit, quem participa so as Redes e, destaforma, h uma grande necessidade de fortalecer ainda mais nossas redes paraprotagonizar espao da Rio + 20 para a Educao Ambiental, e o VII FBEAcumpriu este papel.

    Segundo Carlos Frederico da REBAL Rede Brasileira de Agendas 21 Locais,

    no podemos abandonar a histria, pois j construmos e o governo no quermonitorar a construo da agenda ambiental. Continua a luta entre pobres ericos, ou seja, o capitalismo e uma nova forma de desenvolvimento que incluaa todos. Qualquer uma destas discusses tem que incluir a questo ecolgica,independente de ser socialismo ou capitalismo. A crise civilizatria est namesa da Rio + 20!

    Doroty Marttos, articuladora da REBAL, explica que dentro do FBONG (FrumBrasileiro de ONGs) o Grupo de Trabalho de Educao Ambiental e Agenda 21se uniu para fortalecer as aes comuns, bem como a participao na Cpula

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    dos Povos. Segundo ela, precisamos de estratgias locais para pensar eexecutar o DSL Desenvolvimento Sustentvel Local. Ela questiona porquealguns processos de Agenda 21 no Brasil foram paralisados e o GovernoFederal no vem apoiando a implantao desta poltica.

    A Rio + 20 est difcil sim, mas quem sabe a Cpula dos Povos pode reverberare fazer a diferena, com manifestaes o mobilizaes no mundo todo, paramostrar aos governantes o que de fato precisa ser efetivado nas polticas desustentabilidade de todos os pases do nosso planeta Terra, pois somos todosUM!

    Gesto de resduos slidos, trabalho e incluso social so temasinterligados

    Por Samuel Protetti

    O painel Gesto dos resduos slidos, trabalho e incluso social, realizado nodia 30 de maro no VII Frum Nacional de Educao Ambiental, trouxe comoquestionamento principal o quanto a educao ambiental vem contribuindopara a gesto dos resduos slidos.

    Fabio Cidrin, do WWF apresentou a experincia da instituio no processo de

    incluso dos catadores nas gestes municipais de resduos, e informou queesto desenvolvendo trabalhos nos municpios de Natal, Caxias do Sul,Pirinpolis, Belo Horizonte e Rio Branco, a partir do Plano de EducaoAmbiental e Comunicao. A experincia se d com a produo ecaracterizao dos resduos, a partir dos quatro tipos de reciclveis,compostveis, perigosos e rejeitos, com a abordagem de no se misturarem osorgnicos com os demais.

    Ronaldo Hiplito, do Ministrio do Meio Ambiente, informou que o PlanoNacional de Resduos Slidos j est sendo apreciado pelos Conselhos do Meio

    Ambiente, da Sade, das Cidades, entre outros, e ressaltou que a educaoambiental contemplada como instrumento fundamental para o sucesso daimplantao do Plano. Hiplito destacou algumas iniciativas de educaoambiental que o Plano traz com foco em consumo sustentvel, segregao dosresduos na fonte geradora nos setores pblico e privado, sociedade civil elideranas comunitrias. Comentou tambm sobre capacitaes nas trsesferas de governo, para catadores de materiais reutilizveis e reciclveiscomo um processo decisivo para a incluso social. E apresentou as principaisaes de planejamento para 2012: publicao do Plano, capacitao degestores, implementao da logstica reversa e construo da estratgianacional do educao ambiental do Plano.

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    Tarcsio Pinto, consultor do Ministrio do Meio Ambiente, falou sobre Gesto deResduos Slidos Trabalho e Incluso Social. Ressaltou que estamos nummomento nico da histria, pois apesar do tema ser debatido h mais de 30anos, agora o Plano est sendo implantado. Falou sobre a importncia da

    presena dos catadores na gesto dos resduos e apresentou e caso da cidadede Londrina que tem alta taxa de recuperao de material reciclvel e umcusto muito baixo para a gesto, fato este devido incluso dos catadores.Destacou tambm a importncia da participao dos agentes de sade napromoo da coleta seletiva.

    A representante do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Reciclveisdestacou a importncia da profissionalizao dos catadores para no sairemperdendo para o setor privado, bem como da utilizao de maquinrio paraauxiliar o trabalho dos catadores, a necessidade de formao contnua, e que oconceito de incluso social de catadores deve considerar o apoio s pessoasque sofrem de dependncia qumica e problemas psicolgicos.Andra Carestiato, diretora de Educao Ambiental do Ministrio do MeioAmbiente falou sobre os subsdios para uma estratgia nacional de educaoambiental para o Plano Nacional de Resduos Slidos. Destacou o momentoeconmico que o pas est vivendo, a ascenso das classes sociais, comdestaque para o grande aumento da classe C, alm da busca pelaresponsabilidade compartilhada pelo ciclo de produto, e o papel do consumidorna destinao e coleta de resduos. Comentou tambm que as diretrizes para oPNRS sero amplamente debatidas, devendo-se garantir uma ampla

    participao das pessoas interessadas e envolvidos na temtica por meiosvirtuais ou propcios a absoro de grandes demandas.

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    Mudanas climticas oportunidade para uma educao ambientalemancipatria

    Por Heloisa Bio

    A mesa-redonda sobre Mudanas Climticas, Justia Social e Ambiental,ocorrida em 30 de maro no VII Frum de Educao Ambiental, trouxe aodebate a relao entre as mudanas no clima, a contribuio da espciehumana para isso, e como os educadores podem compreender esse fenmenopara contribuir com a construo de um desenvolvimento mais sustentvel.

    A educadora Rachel Zacaria, da Universidade Federal de Juiz de Fora (MG),desenvolveu importante crtica sobre mecanismos de mercado que acabam portransformar a natureza em mercadoria, defendendo que as causas dasmudanas climticas so de responsabilidade da lgica destrutiva do capital,fundada na acumulao e explorao dos recursos naturais. A crise ambientaltraz solues como o comrcio de carbono e o pagamento por serviosambientais, instrumentos que continuam se baseando nos valores domercado, criticou Rachel.

    Nesse sentido, aes prticas de educao ambiental devem se articular comquestes polticas, econmicas, sociais e culturais, e partirem da compreenso

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    da crise climtica como um conflito de interesses de classes, o qual sersuperado pela emancipao da ordem econmica vigente. O conflitoambiental no expressa s divergncias superficiais, pode ser o ponto departida para uma educao crtica e emancipatria, disse.

    Conceitos da psicologia social foram trazidos por Maria Carolina da Silveira, doConselho Federal de Psicologia, que atuou por longos meses com aspopulaes atingidas por eventos climticos extremos em Santa Catarina, aexemplo do tornado de 2007. Situaes de vulnerabilidade demandamconstruir conjuntamente com a comunidade uma nova realidade, trabalhar seuprotagonismo social para enfrentar os desastres naturais, buscando olhar eescutar esse sofrimento invisvel, enfocou Maria Carolina.

    Uma anlise diferenciada das mudanas climticas em relao comunicao

    e educao, foi feita pelo professor da Universidade de Compostela (Galcia,Espanha), Pablo Cartea, que lembrou o quanto o Painel Intergovernamental deMudanas Climticas (IPCC) se ocupa da dimenso biofsica do clima e dadimenso econmica, ignorando o fator social. Neste caso, atuar sobre a criseambiental depender de como a sociedade entende e atua sobre o problema, apartir das representaes sociais que desenvolve. A comunicao e aeducao para a questo climtica envolvem problemas complexos, abstratose pouco sentidos como ameaas diretas. Assim, a cincia deve se transformarpara se converter em parte cotidiana da sociedade humana, defendeu Cartea.

    Cerca de 70 pessoas participaram do debate, e os interessados podem sabermais sobre o tema no site www.educatumundo.com.

    O contexto da agricultura familiar nas polticas pblicas brasileiras

    Por Andr Biazoti

    H necessidade de mais espaos para o envolvimento e o controle social naspolticas pblicas de agricultura familiar no Brasil, afirmou Jazon Ferreira Primo

    Junior, representante da Superintendncia da Agricultura Familiar da Secretariada Agricultura, Irrigao e Reforma Agrria (SUAF/SEAGRI), durante asdiscusses que pautaram a mesa-redonda Sustentabilidade da AgriculturaFamiliar e Soberania Alimentar, realizada em 30 de maro. Se polticaspblicas criadas pelo governo federal, como o Programa Nacional deAlimentao Escolar (PNAE) e o Programa de Arrecadao de Alimentos (PAA),impulsionaram diversos produtores familiares a gerarem renda, de outro ladoainda encontram diversos desafios burocrticos para sua execuo. Na Bahia,por exemplo, cerca de 250 mil reais foram devolvidos pelas escolas que noconseguiram comprar os alimentos dos produtores familiares por entraves

    burocrticos, conforme exps Valdemiro Conceio, moderador da mesa.

    http://www.educatumundo.com/http://www.educatumundo.com/
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    Outros desafios apresentados pelos participantes da mesa trataram dadificuldade de se trabalhar com um modelo de Assistncia TcnicaGovernamental (ATER) baseado nos princpios da revoluo verde, alm dainsustentabilidade gerada pela perda da identidade camponesa. Mas nesse

    aspecto, Jazon lembrou da capacitao de agentes tcnicos dos programas deassistncia em agroecologia, por meio das redes temticas da ATER, e daformao de agentes comunitrios, realizada em grande parte por movimentossociais. A agroecologia foi colocada como modelo ideal para a agriculturafamiliar, que valoriza a biodiversidade local na produo, a sade dotrabalhador, a qualidade do produto e toda a cadeia produtiva. Jazon aindaapresentou uma chamada pblica de assistncia tcnica com foco naagroecologia realizada no estado da Bahia.

    A mesa tambm contou com a apresentao do projeto Nutre Nordeste,realizado pela ONG Agendha e financiado pelo Ministrio do Meio Ambiente(MMA) e Ministrio do Desenvolvimento Agrrio (MDA), que objetiva prestarservios de ATER a cooperativas e associaes nordestinas com foco nacomercializao dos produtos para a merenda escolar. Segundo EdnalvaAroucha, representante da Agendha, apenas 20% dos produtores nordestinospossuem a Declarao de Aptido do Pronaf (DAP Jurdica), documentoessencial para comercializao dos produtos escola. Dentre os desafioscitados, pode-se destacar a resistncia dos gestores implementao dalegislao, a burocracia que no dialoga com a realidade das associaes deprodutores, as dificuldades de logstica e de local de entrega dos produtos, oatraso no pagamento dos agricultores e a dificuldade de emisso das

    declaraes. As discusses tambm incluram a temtica dos agrotxicos naproduo familiar, em que o Instituto 5 Elementos se posicionou fortementecontra e apresentou a Campanha Contra o Uso de Agrotxicos e pela Vida.

    Mesa discute economia verde, pobreza e governana local

    Por Gabriela Arakaki

    Em 30 de maro, durante o penltimo dia do VII Frum Brasileiro de EducaoAmbiental, ocorreram mesas redondas que visavam conferir contribuies daEducao Ambiental para a Rio + 20 atravs de dilogos com especialistas.

    Na mesa que debateu o tema Economia Verde, erradicao da pobreza e governanaglobal, Ladislau Dowbor, economista PUC-SP, e Rubens Harry Born, engenheiro civil

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    Vitae Civilis, apresentaram o cenrio sobre os debates entorno do conceito datemtica, alm de traar uma viso crtica a seu respeito.

    Dowbor defende um modelo de governana baseado em sistemas descentralizadosparticipativos, como o que presenciou na Sucia. Criticou o atual modelo econmico

    que acredita no crescimento indefinido da produo e do consumo, argumentando,por exemplo, que o PIB uma conta errada, pois mede o ritmo de uso dos recursos eno mede os resultados de sua utilizao (questo tica) nem considera a reduo deseu estoque. Mostrou como esta lgica gera contradies e perversidades aomencionar, por exemplo, que a atuao da Pastoral da Criana uma iniciativa quecontribui para a reduo do PIB, j que atua na preveno e gera queda no consumode medicamentos. Enquanto isso, de 10 a 11 milhes de crianas morrem, todos osanos no mundo, de fome ou por problemas relacionados gua. Outra contradiomencionada foi que, em 2011, o montante referente ao lucro do Banco Ita, quebeneficia seis scios, foi maior do que todo o dinheiro investido no Programa Bolsa

    Famlia.

    Rubens Born afirmou que no h um consenso sobre o conceito de Economia Verde, oque gera controvrsias e polmicas, como o uso do termo marketeiro esvaziado porempresas, o chamado greenwashing. Apesar disso, comentou que o escopo doconceito de economia verde foi amplamente discutido (verhttp://radarrio20.org.br/index.php?r=conteudo/view&id=12&idmenu=20).

    Born explicou que os instrumentos econmicos para erradicao da pobreza no serestringem a mecanismos de mercado, pois h instrumentos fiscais, selos e

    certificaes, sistema de poluidor-pagador, entre outros. Ao ser questionado sobrecomo devem ocorrer as mudanas na economia e como as discusses sobre economiaverde, no mbito da Rio + 20, ocorrero apenas entre grupos privilegiados, Bornconcordou que a ONU discutir no nvel dos interesses nacionais, o que, no Brasil,pode representar o interesse dos ruralistas, empreiteiros e indstria automobilsticaem detrimento de 16 milhes de pobres. Ainda assim, exaltou que todos ns devemosassumir nossa governana e tentar influenciar este debate.

    Para finalizar Rubens explicou que temos que usar os processos educacionais paraacelerar as mudanas almejadas, ao passo que Dowbor afirmou que somente os

    ambientalistas no conseguiro carregar esse piano sozinhos.

    http://radarrio20.org.br/index.php?r=conteudo/view&id=12&idmenu=20http://radarrio20.org.br/index.php?r=conteudo/view&id=12&idmenu=20
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    OFICINAS

    Instituto 5 Elementos ministra oficina de metodologias de gestoparticipativa no VII Frum Brasileiro de Educao Ambiental

    Por Flvia Santana

    Gesto participativa de projetos socioambientais e de processos dedesenvolvimento local sustentvel foi o tema da oficina ministrada no dia 30

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    de maro por Samuel Protetti, Andr Biazoti, Emanuela Alfieri e Llian Marques,coordenadores de projetos do Instituto 5 Elementos no Programa EnergiaSocial para a Sustentabilidade Local, durante o VII Frum Brasileiro deEducao Ambiental.

    O Caf com Prosa foi uma das metodologias apresentadas na oficina.

    A atividade teve como objetivo apresentar aos participantes metodologiasaplicadas em processos de gesto participativa envolvendo projetos desustentabilidade. As dinmicas selecionadas foram Investigao Apreciativa,

    Caf com Prosa e Aqurio.

    A abertura da oficina se deu com a Investigao Apreciativa, na qual osparticipantes foram divididos em grupos de trs pessoas, sendo que cada umadelas tinha a funo de entrevistar um colega, responder a perguntas pr-estabelecidas pelos oficineiros e registrar as respostas. Ao final da atividade,aqueles que se sensibilizassem com histrias de vida contadas no grupotinham espao para compartilh-las com todos os presentes. A investigaoapreciativa uma metodologia muito utilizada para aproximar e engajar

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    pessoas que trabalharo em processos de gesto participativa, por meio datroca de experincias de vida.

    Em seguida, foi proposto um Caf com Prosa, com o seguinte questionamento:Como a Educao Ambiental pode ser trabalhada no processo de

    desenvolvimento local? Os participantes foram divididos em trs grupos paradebater e formular propostas de aes que respondessem a essa pergunta.Nessa metodologia, cada grupo tinha um anfitrio, responsvel por colher asideias sugeridas pelos demais e sistematiz-las num nico documento. Ao finalda atividade, os anfitries apresentaram um quadro geral das construes decada grupo.

    Para encerrar, foi aplicada a dinmica Aqurio, na qual a equipe que ministroua oficina se reuniu, na presena dos participantes, para debater os principais

    pontos e resultados das atividades realizadas. O interessante destametodologia que as pessoas acompanham esse processo comoobservadoras, mas, caso sintam necessidade ou tenham alguma dvida arespeito do que est sendo levantado, podem interferir, fazendo perguntassobre as questes abordadas na reunio.

    O impacto da oficina foi muito positivo, pois alm da apreenso dasmetodologias, os 28 participantes destacaram caractersticas relevantes aserem consideradas para o sucesso de uma gesto participativa, tais como abusca do dilogo, envolvimento, no preconceito, construo de vnculos

    sociais, abertura a novas ideias e aprender a ouvir o outro.

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    Manifestaes culturais brasileiras como ferramentas desensibilizao ambiental

    Por Gabriela Arakaki

    A oficina A prtica cultural como prtica educativa realizada na tarde de 30de maro durante o VII Frum de Educao Ambiental, teve como propostainstrumentalizar os participantes para utilizar a cultura popular, por meio dadana e da msica, como ferramenta de sensibilizao e educao ambiental.O Instituto 5 Elementos segue em seus projetos de educao para asustentabilidade a busca por valorizar a cultura local como um de seusprincpios, e nesse sentido, a oficina enriquecer o repertrio da equipe queatua em escolas e comunidades por todo o Brasil.

    A professora Ciranda dos Reis Ferrari Oliveira apresentou danas e canesque abordam mais diretamente a relao do homem com a natureza,permitindo conhecer o vocabulrio, hbitos alimentares, crenas, animais eseus habitats, entre outros aspectos de culturas regionais de diversos cantosdo pas.

    A ciranda, manifestao tradicional das comunidades caiaras do Nordestebrasileiro, aborda muito a relao do homem e o mar e apresenta elementosdo cotidiano da vida caiara. danada em roda e seus movimentos imitam o

    vai-e-vem das ondas do mar. No caso da oficina, foram apresentadas cirandastradicionais de Pernambuco:

    Eu tava na beira da praiaOuvindo as pancadas das ondas do marEssa Ciranda quem me deu foi LiaQue mora na Ilha de Itamarac

    Mandei fazer uma casa de farinhaBem maneirinha que o vento possa levar

    Oi passa Sol, oi passa chuva, oi passa ventoS no passa o movimento do cirandeiro a rodar.

    As letras do cacuri, tradicional do Maranho, abordam a temtica dos animais.Isso se reflete nos gestos da dana que imitam o movimento dos bichos e seucomportamento. Alm disso, estimula muito a interao entre os participantesem forma de brincadeira, por isso, mesmo no Maranho, a dana se destinaprincipalmente a crianas.

    Eu sou, eu sou, eu sou

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    Eu sou jacar poi (2x)Sacode o rabo, jacarSacode o rabo, jacarEu sou jacar poi (2x)

    Formiga me mordeu, formiga me mordeuFormiga me mordeu no canaviO que foi fazer, o que foi buscarFui cortar cana pra ns chupar

    O coco, tambm de Pernambuco, valoriza a relao com a natureza atravs dotrabalho das colhedoras de coco. Com passos bem marcados pela pisada dosps e pelos instrumentos pandeiro, ganz, caixa a dana intensa etrabalha a resistncia e o molejo do corpo. brincada em roda, em que uma

    pessoa ou um par danam no centro.Oi, nesse coco vou at de manhDano cco, quebro cco como pirin (2x)Deu cupim no coqueiro e o coqueiro no morreu (2x)Os coquim ficaram verde e ningum colheuNa hora de quebrar o cco, quem quebra o cco sou eu (2x)Sobe no cco, tiro o cco, pega o toco, quebra o cco

    Abre o cco pra gente cco comer (4x)

    Foi uma oportunidade de levar esse conhecimento para o projeto Dedo Verdeno CEMEB Governador Andr Franco Montoro, desenvolvido pelo Instituto 5Elementos, municpio de Itapevi. Deste encontro, surgiu a ideia de ensinar ocontedo vivenciado na oficina para todos os professores da escola comoforma de propiciar aos alunos uma vivncia diferenciada para a festa junina edemais festejos realizados na escola, expressa Gabriela Arakaki, educadora doprojeto.

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    PAINIS

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    As representaes sociais por trs do conceito de desenvolvimentosustentvel

    Por Fabiana Oliveira

    O painel Representaes sociais do conceito de desenvolvimento sustentvelentre alunos de um curso tcnico em meio ambiente de Ribeiro Pires (SP) foi

    apresentado no VII Frum Brasileiro de Educao Ambiental, com o objetivo detransmitir a importncia de se realizar uma conceituao prvia ouaproximao conceitual do tema, antes mesmo de referenciais tericos, quevo sendo desenvolvidos ao longo do ano letivo.

    Apresentado por meio de relato auto-biogrfico, o painel procurou enfatizar asrepresentaes sociais do conceito de "desenvolvimento sustentvel" entre osalunos do curso tcnico em meio ambiente do Colgio So Jos (Ribeiro Pires-SP). O principal ganho desse esforo foi a busca por respeitar o conhecimento,cultura e paradigma que cada educando levou para dentro da sala de aula ecomo esse conhecimento foi sendo construindo de forma mais concreta

    coletiva e participativa at o final do curso.

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    ECOCINE

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    Um cinema que desperta para a educao ambiental poltica eideolgica

    Por Heloisa Bio e Fabiana Oliveira

    Estamira, falecida em 2011 e personagem do premiado filme que leva seu

    nome, viveu mais de 20 anos no Aterro Sanitrio do Jardim Gramacho, no Riode Janeiro. Sua vida projetada nas telas, no espelha somente as dificuldadesfrente ao distrbio mental, mas acima de tudo a viso lcida de quem entendea natureza como um sistema de fenmenos interligados. Toda coisa queenche transborda, a natureza controla tudo, dispara a personagem logo noincio sobre o excesso de resduos descartados no lixo carioca.

    Esse e outros filmes de carter socioambiental esto sendo exibidos no EspaoEcocine do VII Frum de Educao Ambiental, com apoio do Instituto 5

    Elementos, que h anos realiza o Cineclube Socioambiental em So Paulo eenxerga o cinema como um meio de educao sensvel dos indivduos.

    Hoje, 30 de maro, foi a vez do pblico assistir Estamira, do diretor MarcosPrado, e Boca do Lixo, de Flavio Frederico, que retrata a atmosfera do lixoItaoca, onde vrias famlias ainda sobrevivem retirando dos resduos slidossua fonte de sobrevivncia em meio precariedade local. O catador vive naexcluso, mas deve se incluir socialmente, o que dizem que lixo para ns trabalho e recurso de cidadania, colocou o catador Anderson da Conceio,que tambm atuou no Jardim Gramacho, no debate aps o filme.

    Cerca de 70 pessoas passam por cada sesso do Ecocine, que conta ainda coma projeo de Energia na Encruzilhada, de Christofer Falchere, filmes doCircuito Tela Verde do Ministrio do Meio Ambiente, a Mostra ambiental naescola Que ambiente temos? Que ambiente queremos ter? e o documentrioEm busca da terra sem veneno, todos nesse dia 30 de maro.

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    ltimo dia do VII Frum de Educao Ambiental tem reflexo sobre temaspolmicos

    Por Gabriela Arakaki

    Jardim das Folhas Sagradas um longa de fico construdo a partir de Bonfim, umbancrio bem sucedido, negro e bissexual, casado com uma mulher branca e decrena evanglica. Ele vive na Salvador contempornea e recebe a incumbncia demontar um terreiro de candombl no espao urbano. Para isto, enfrentar aespeculao imobiliria numa cidade de crescimento vertiginoso, o preconceito raciale a intolerncia religiosa.

    Este homem, embora questione a tradio da prpria religio, tem a misso demontar um ambiente sagrado e de respeito natureza, superando as contradies e

    conflitos trazidos pela modernidade.

    Esta a sinopse do filme apresentado na manh do dia 31 de maro, no VII FrumBrasileiro de Educao Ambiental, que foi seguida de uma conversa com o diretor PolaRibeiro. O pblico presente destacou que os temas, muitos deles polmicos, soabordados com muita beleza e sensibilidade.