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PASTAGEM - agronomiaconcursos.com.br · sistemas de cultivo, quando bem manejadas as pastagens produzem alimento e se destacam pela eficiência em armazenar carbono no solo, ciclar

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Olá, meus amigos e amigas!

Olá, meus amigos e amigas!

Estamos inaugurando este novo espaço para concursos e é muito

bom tê-los aqui. Nossas aulas visam preencher uma lacuna no mundo dos

concursos com relação as áreas agrícolas, onde faltam materiais de

qualidade para que possamos estudar os temas pedidos nos editais, nosso

objetivo e preencher esta lacuna e preparando os alunos a disputar uma

vaga, e estar entre os classificados. Assim, teremos aulas voltadas para os

principais concursos nacionais como: FISCAL AGROPECUÁRIO - (MAPA)

(Agronomia, veterinária, zootecnia), PERÍTO DA POLÍCIA FEDERAL

(Agronomia, engenharia florestal, engenharia elétrica, etc),

POLÍCIA CIENTÍFICA, INCRA E MUITOS OUTROS. Estaremos

elaborando aulas de acordo com os editais, com muitos exercícios, para

que possamos gabaritar estas provas. Queremos abordar várias áreas,

como engenharia agrícola, florestal, ambiental, engenharia civil,

engenharia elétrica, arquitetura etc.

ENTÃO, NÃO SE ESQUEÇA: ESTE É O NOSSO ESPAÇO

O curso de bovinocultura compõem-se de seis aulas em pdf

totalmente explicadas contemplando vários exercícios de concursos

anteriores visando o treinamento do candidato, esse material objetiva ser a

única fonte do aluno contemplando toda a matéria solicitada no edital

Emater - Mg. Então, não precisará de livros, apostilas, ou qualquer outro

material. Em caso de dúvidas, teremos um FÓRUM diretamente ligado

INTRODUÇÃO

www.agronomiaconcursos.com.br

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aos professores, no qual você pode entrar em contato, quando julgar

necessário, para esclarecimento de pontos da aula que não ficaram tão

claros ou precisam de um aprofundamento. O site foi feito pensando em

você, para que alcance seus sonhos, passar em um bom concurso. Para

isso precisamos de excelentes materiais, o que era uma raridade nas áreas

específicas, hoje temos AGRONOMIACONCURSOS vindo a preencher está

lacuna.

Acompanhe nossa página no Facebook com as novidade no mundo dos

concurso.

Agronomia concursos

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APRESENTAÇÃO

Meu nome é Leonardo, sou Engenheiro Agrônomo formado na

Universidade Federal de Lavras. Trabalho há 10 anos na Emater-MG

(Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas

Gerais). Tenho pós-graduação Lato Sensu em Extensão Ambiental para o

Desenvolvimento Sustentável e em Gestão de Agronegócio. Iniciei o

mestrado em Agricultura Tropical, na área de conservação de solos. Fui

professor do curso técnico agrícola Pronatec, ministrei aulas de nutrição e

forragicultura, fertilidade do solo e culturas anuais e olericultura. Sou

professor de matemática e física do ensino médio. Ministro vários cursos

para agricultura familiar, entre eles fertilidade do solo, culturas anuais,

olericultura, mecanização agrícola, cafeicultura e manejo da bovinocultura

de leite. Trabalho com crédito rural (custeio e investimento), elaborando

projeto e prestando orientação aos agricultores há 10 anos. Sou

responsável pela elaboração da Declaração de Aptidão ao Programa

Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (DAP) e correspondente

bancário pelo sistema COPAN.

Já fiz vários concursos, como Adagro-Pe (agência de fiscalização

agropecuária de Pernambuco), Perito da Policia Federal área 4 –

agronomia, Ministério Público e Ibama. Logrei êxitos em alguns e fui

reprovado em outros, mas assim é a vida do concurseiro. Passei na

Emater-MG, onde estou até hoje. O AGRONOMIA CONCURSOS tornou-se

o nosso ponto de encontro, nosso espaço de estudo para gabaritar todas

as provas de agronomia. Aproveite todas as oportunidades. Solicitamos

que os alunos que adquirirem nossos cursos avaliem-nos no final, para que

possamos melhorar a linguagem e os temas que não ficarem tão claros.

Espero que vocês também aprovem e gostem do nosso material, e que ele

possa ajudar na sua aprovação!

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O QUE VAMOS ESTUDAR NESTE CURSO?

ANÁLISE DO EDITAL

Vamos analisar nosso edital e montar um cronograma de aula.

8. BOVINOCULTURA E PEQUENOS ANIMAIS

8.1 Alimentação:

8.1.1 Pastagens

- Formação, reforma e recuperação de pastagens:

- principais forrageiras para pastejo direto e seu valor nutricional;

- sistema convencional;

- sistema de integração lavoura e pecuária (iLP);

- sistema de integração lavoura, pecuária e floresta (iLPF);

- práticas de conservação de solo e água;

- cultivo de leguminosas para composição de banco de proteínas.

8.1.2 Manejo e uso racional das pastagens:

- divisão e subdivisão das pastagens;

- sombreamento das pastagens;

- análise de fertilidade de solo e adubação das pastagens;

- controle de pragas (formigas, cupins, percevejos, cigarrinhas, etc.) e

invasoras das pastagens;

- irrigação de pastagens.

8.1.3 Alimentação volumosa estratégica e alternativa para os períodos pré

seco e seco principais forrageiras para corte e seus valores nutricionais;

- forrageiras para pastejo direto no período pré seco e seus valores

nutricionais ;

- cana-de-açúcar corrigida com ureia e sulfato de amônia;

- alternativas de conservação de forragens:

- Diferimento de pastagens;

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- Produção de silagem (capim, milho e sorgo);

- suplementação de alimentação volumosa com o uso de misturas

nitrominerais ou nitroprotéicas.

8.2 Água

- A importância da água na alimentação dos bovinos;

- distribuição de bebedouros;

- qualidade e quantidade suficiente de água para o consumo do rebanho.

8.3 Mineralização do rebanho

- necessidades, deficiências e estratégias de fornecimento de sal mineral de

boa qualidade para o rebanho bovino;

8.4 Alimentação concentrada

- Principais produtos utilizados na alimentação concentrada para bovinos e

sua composição nutricional;

- Balanceamento de dietas com o uso de concentrados.

8.5 Sanidade

- cuidados com os recém nascidos: piquete maternidade, fornecimento de

colostro e cura de umbigo;

- calendário anual de vacinações;

- mamites clínica e subclínica: características, e manejo preventivo;

- manejo preventivo e controle de endo e ectoparasitoses;

- controle de vetores transmissores de doenças(moscas, roedores,

morcegos,...).

8.6 Reprodução e Genética

- raças zebuínas e europeias e seus cruzamentos;

- ciclo reprodutivo da fêmea bovina;

- manejo de vacas mestiças (holandesa X zebuínas) para a produção de

leite e de bezerros;

- melhoramento genético por meio da introdução de reprodutores

melhoradores em sistema de monta natural

- avaliação de escore de condição corporal de vacas.

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8.7 Manejo de dejetos e de resíduos

- destinação correta de resíduos da atividade (embalagens, material

descartável, águas residuais,...);

- mensuração da produção diária de efluentes;

- manejo correto de efluentes e sua aplicação na adubação de lavouras,

pastagens, canavial e capineiras.

8.8 Instalações e ambiência

- uso de cerca eletrificada;

- dimensionamento de instalações;

- ambiência e bem-estar animal.

8.9 Qualidade do leite

- manutenção, limpeza e higiene das instalações, equipamentos e

utensílios;

- boas práticas de ordenha;

- características e uso de tanques de resfriamento de leite.

8.10 Qualidade dos animais

- criação de bezerros(as) para recria e abate;

- criação de bezerras e recria de novilhas leiteiras.

8.11 Gestão do negócio

- índices zootécnicos e métodos/práticas de mensuração e controle;

- indicadores de desempenho econômico-financeiro na bovinocultura.

Assim, vamos montar nosso cronograma.

Cronograma das aulas

AULA CONTEÚDO DATA

Aula 0 PASTAGEM

28/02/2018

Aula 1 MANEJO E USO RACIONAL DAS PASTAGENS

03/03/2018

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Aula 2

ALIMENTAÇÃO VOLUMOSA, ALIMENTAÇÃO

CONCENTRADA, ÁGUA E MINERALIZAÇÃO DO

REBANHO. 09/03/2018

Aula 3 SANIDADE E REPRODUÇÃO E GENÉTICA

16/03/2018

Aula 4

MANEJO DE DEJETOS E DE RESÍDUOS,

INSTALAÇÕES E AMBIÊNCIA 23/03/2018

Aula 5 QUALIDADE DO LEITE 30/03/2018

Aula 6

GESTÃO DO NEGÓCIO - ÍNDICES

ZOOTÉCNICOS E MÉTODOS|PRÁTICAS DE

MENSURAÇÃO E CONTROLE; - INDICADORES

DE DESEMPENHO ECONÔMICO-FINANCEIRO

NA BOVINOCULTURA.

06/03/2018

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O Brasil tem se destacado no mercado internacional por ser um dos

maiores produtores de carne bovina do mundo. Os sistemas de produção

baseiam-se na produção de forragem através das pastagens, sendo elas

naturais ou cultivadas. As pastagens estão entre os maiores ecossistemas

do planeta contribuindo segundo a FAO (FAOStat, 2011), as pastagens

cobrem em torno de 26% da superfície terrestre, equivalendo a cerca de

70% das áreas agrícolas mundiais. Em função disso, esse ecossistema

influencia fortemente a provisão dos serviços ambientais em diferentes

regiões do mundo.

Os serviços ambientais são os bens e serviços produzidos pelos

ecossistemas (Hassan et al., 2005). Assim, a definição de serviços

ambientais ou serviços ecossistêmicos são benefícios que as pessoas obtêm

da natureza direta ou indiretamente, através dos ecossistemas, a fim de

sustentar a vida no planeta. Em comparação a solos expostos ou a outros

sistemas de cultivo, quando bem manejadas as pastagens produzem

alimento e se destacam pela eficiência em armazenar carbono no solo,

ciclar nutrientes, controlar erosão, filtrar poluentes, entre outras inúmeras

funções. Entretanto, como sistemas agrícolas as pastagens podem trazer

efeitos indesejáveis ao meio ambiente.

Essas externalidades negativas como a expansão das pastagens

sobre áreas virgens resultam na perda de habitat e ameaça à diversidade

biológica. O manejo inadequado das pastagens pode levar à degradação

com influência negativa sobre a produção de forragem, cobertura do solo,

erosão e perda de nutrientes do solo, além do aumento da emissão de

gases do efeito estufa (Dias-Filho, 2011).

O crescimento populacional e a expectativa de escalada no consumo

per capta devem aumentar a demanda de commodities agrícolas,

FORMAÇÃO, REFORMA E RECUPERAÇÃO DE PASTAGENS

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destacando-se os alimentos de origem animal como a carne e o leite. Desta

forma, a produção de bovinos utilizando as pastagens no Brasil deverá

desempenhar papel fundamental, sendo que são a base da alimentação

desses animais, sendo de suma importância o aprimoramento de práticas

de manejo do pastejo e da pastagem aumentando a capacidade desse

ecossistema em produzindo mais forragem, mitigando os gases do efeito

estufa e se tornando mais sustentável. Analisaremos nesssa aula aspectos

relacionados com a implantação de forragens em pastagens por meio de

diferentes métodos e a importância da nutrição mineral na mantença da

produtividade dos sistemas.

FORRAGICULTURA

A Forragicultura é um ramo das ciências agrárias que estuda as

plantas forrageiras que tem como produto final a forragem. Mais um

conceito:

Forragicultura é a ciência que cuida ou trata do plantio de

forrageiras para serem levadas ao cocho ou para serem ensiladas

e/ou fenadas.

Geralmente usam-se forrageiras de porte alto como sorgo,

milheto, capim napier e outras, consorciadas com leguminosas volumosas

de crescimento rápido. Essas forrageiras destinam-se à alimentação do

gado leiteiro ou à ensilagem e podem ser chamadas de forragens.

Para Moreira (2002), culturas pratenses, prados ou pastagens, são

culturas ou comunidades de plantas, geralmente herbáceas, aproveitadas

predominantemente no próprio local em que crescem pelos animais em

pastoreio. As pastagens, aproveitadas pelas várias espécies de animais de

interesse zootécnico de distintas formas em função das suas especificidades

anatomicas e fisiológicas, estão por isso sujeitas por estes a ações de

desfoliação e pisoteio enquanto pastoreiam, repousam e são eventualmente

suplementados.

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Este conceito de pastagem cria uma estreita relação e uma

dependência mútua (dinâmica), entre a produção animal com ruminantes e

a produção de pastagens e forragens. Assim, as pastagens são constituídas

por plantas de estrutura baixa, porte prostrado a sub-prostrado, com

resistência ao pastoreio e ao pisoteio dos animais

Forragem é tudo o que serve para o gado pastar, se nutrir, se

desenvolver e produzir. Quando na época da seca as plantas forrageiras

secam, o gado se alimenta com as plantas nativas. No manejo ecológico do

rebanho e das pastagens valem todas as medidas capazes de proporcionar

alimentação para o gado, nutrindo-o, mantendo a produtividade dos

recursos forrageiros e conservando a fertilidade do solo. Não podemos

sacrificar o pasto ao gado, nem o gado ao pasto. Outro conceito: forragem

consiste nas partes aéreas (exceto os grãos) de uma população de plantas,

que serão utilizados na alimentação dos herbívoros (nutrição) em pastejo

ou podem ser colhidas e fornecidas no cocho. A Pastagem se refere a uma

„unidade‟ de manejo de pastejo, fechada e separada de outras áreas por

cerca ou outra barreira, e destinada à produção de forragem para ser

colhida principalmente por pastejo. Por sua vez, um piquete é uma área de

pastejo correspondente a uma subdivisão de uma unidade da pastagem,

fechada e separada de outras áreas por cerca ou outra barreira. O pastejo

corresponde ao ato de desfolhar a planta enraizada no campo, realizada

pelo ruminante. Para o animal envolve busca, apreensão e ingestão da

forragem.

Vamos exercitar!!

1 - Engenheiro Agrônomo – 2012 - UFBA

Pastagem refere-se à forragem disponível para o pastejo ou para a

colheita.

o CERTO

o ERRADO

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SOLUÇÃO

Forragem consiste nas partes aéreas (exceto os grãos) de uma

população de plantas, que serão utilizados na alimentação dos herbívoros

(nutrição) em pastejo ou podem ser colhidas e fornecidas no cocho. A

Pastagem se refere a uma „unidade‟ de manejo de pastejo, fechada e

separada de outras áreas por cerca ou outra barreira, e destinada à

produção de forragem para ser colhida principalmente por pastejo

FORMAÇÃO DE PASTAGENS

No Brasil a produção de bovinos esta fundamentada na utilização de

pastagens, principalmente na bovinocultura de corte. O uso do recurso

forrageiro advento das pastagens é o mais barato que existe, uma vez que

o crescimento da forragem é abundante, mesmo com recursos naturais

escassos e também pelo fato de que o próprio animal faz a colheita da

forragem, tornando a atividade de baixo custo e alto poder tampão no

sistema de produção (Ferraz & Felício, 2010). No entanto, a falta de

conhecimento técnico no processo de implantação dos pastos e o manejo

incorreto, fazem desse recurso forrageiro alvo de ambientalistas que

pressionam os setores ligados à atividade responsabilizando a pecuária

extensiva pela degradação dos principais recursos primários como a água e

o solo (fig: 1).

Um dos maiores problemas para o estabelecimento e a manutenção

de pastagens nos solos brasileiros é o baixo nível de fósforo (P) disponível

aliada à alta capacidade de adsorção desses solos em conseqüência de sua

acidez e teores elevados de óxidos de ferro e alumínio (LOBATO et al.,

1994). O desenvolvimento e estabelecimento das espécies forrageiras é

limitada pela baixa disponibilidade de P no solo. A deficiência de P causa

RESPOSTA ERRADO

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distúrbios severos ao metabolismo e desenvolvimento das plantas, tais

como crescimento lento, pouco perfilhamento e pouco desenvolvimento do

sistema radicular, comprometendo a produtividade de plantas forrageiras

(WERNER, 1986). Assim, a presença de P (adubação fosfatada) é

considerada de vital importância para o estabelecimento de pastagens

(CORRÊA & HAAG, 1993).

Vários estudos têm comprovado a importância da adubação fosfatada

para o adequado estabelecimento e a manutenção das pastagens

cultivadas nos solos brasileiros. No entanto, as necessidades de

requerimentos por nutrientes, para uma mesma espécie forrageira, variam

em função das condições edafoclimáticas (temperatura, luminosidade,

disponibilidade hídrica, tipo de solo), disponibilidade de outros nutrientes,

manejo da adubação (forma, tipo e época de aplicação de fertilizantes) e

idade da planta (FONSECA et al., 1988).

Assim, o conhecimento das exigências nutricionais limitantes ao

crescimento das gramíneas forrageiras para regiões específicas do país é de

grande importância para a formação, o manejo e a persistência das

pastagens cultivadas (BELARMINO et al., 2003). Desta forma podemos

notar que algumas cultivares de Panicum maximum Jacq. não têm tido

sucesso em solos com baixos níveis de fósforo disponível (BERETA et al.,

1999).

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Fig. 1. Pastagem natural de fraca produtividade e baixa qualidade, com uma

composição florística prejudicada, Pastagem degradada em pastoreio convencional

no Sul do Espírito Santo: a situação mais comum.

Desta forma, o homem deve explorar racionalmente os recursos

naturais utilizando técnicas adequadas de manutenção do solo, água,

vegetação e animais, se conscientizando de que esses recursos são finitos e

que o conceito de sustentabilidade é dinâmico e totalmente dependente de

profissionais competentes para sua mantença. Atualmente os profissionais

vinculados à área de produção animal estão sensibilizados com a situação e

do uso das pastagens e estão atentos à redefinição do suporte técnico e

tecnológico, somente assim os sistemas pecuários serão mantidos com alta

produtividade, qualidade e eficiente.

Dentro desse contexto, a implantação de pastagens produtivas,

cultivadas dentro de critérios técnicos é essencial para a mantença do

sistema de produção, reduzindo custos e preservando recursos naturais. O

presente texto conscientizará o leitor quanto às práticas e técnicas de

formação e renovação de pastagens.

O processo de implantação de uma determinada espécie ou cultivar

forrageiro no pasto é chamado comumente de “formação do pasto”. Tal

processo pode ser realizado de várias formas, mas os princípios da

formação racional do pasto estão alicerçados em cinco conceitos básicos:

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Vamos exercitar!!

2 - Banco da Amazônia - Medicina Veterinária - CESPE - 2004

A pecuária brasileira é caracterizada por muitos contrastes. Apresenta o

maior rebanho comercial do mundo. Ainda se encontra, em algumas

regiões do Brasil, sistema de produção extensivo. Entretanto, há regiões

que apresentam índices de produtividade semelhantes aos de países

desenvolvidos. Julgue o item seguinte com relação ao manejo empregado

nos diferentes sistemas de produção.

Para se formar corretamente uma pastagem, deve-se observar, além do

clima e do regime de chuvas na região, determinadas características da

forrageira a ser utilizada, como capacidade de adaptação à fertilidade do

solo, resistência ao pisoteio, ao fogo e às pragas e produção de massa

verde. Essas características independem do tipo de crescimento da

forrageira.

o Errado

o Certo

SOLUÇÃO

Uma planta bem nutrida fornece uma forragem farta, tenra e

nutritiva. Há variação entre as plantas, no que se refere ao maior valor

nutritivo. Algumas delas no período da formação de botões as plantas

possuem menos água e mais energia (carboidratos), com um bom nível de

1. Caracterização e escolha do local

2. Escolha da planta forrageira

3. Correção da fertilidade do solo

4. Preparo do solo

5. Semeadura e/ou plantio.

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proteína. Verifica-se que quanto mais velha a planta, menos proteína

contém, gerando menor ganho no gado de corte. Para o gado de leite, o

ponto de pastejo é o início da floração, quando o teor de carboidratos é

maior.

O valor nutritivo de uma forrageira depende:

1. Da riqueza mineral do solo e da adaptação da planta ao solo.

2. Da idade fisiológica da planta.

3. Da espécie, do cultivar e de seu potencial genético.

4. Da capacidade do animal de digeri-la e metabolizar as

substâncias existentes.

5. Do clima e da temperatura conforto para o animal.

Para se formar corretamente uma pastagem é necessário levar em conta o

tipo de crescimento da forrageira. A forma de crescimento do colmo

determina o hábito de crescimento das plantas.

• Cespitoso ereto: o caule cresce perpendicularmente em relação ao solo.

Ex.: Panicum, Pennisetum. Ex.: milho, sorgo.

• Cespitoso prostrado/decumbente: Os colmos crescem encostados ao solo,

sem enraizamento nos nós, só se erguendo a parte que tem a

inflorescência. Ex.: Brachiaria decumbens.

• Estolonífero: Os colmos rasteiros, superficiais, enraízam-se nos nós que

estão em contato com o solo, originando novas plantas em cada nó. Ex.:

Cynodon

Veremos isso com mais detalhe na aula

RESPOSTA ERRADO

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CARACTERIZAÇÃO E ESCOLHA DO LOCAL

Para que se possam utilizar as áreas de pastagens da melhor maneira

possível é importante identificar características fundamentais para a boa

manutenção da pastagem. Como cada propriedade é única, é importante

que o técnico responsável conheça o clima da região, a latitude, o

comprimento do dia nas diferentes estações do ano, a pluviosidade anual e

a temperatura e suas amplitudes, pois são essenciais para o entendimento

do potencial de produção de qualquer planta forrageira.

A partir dessas características será possível escolher a planta mais

adequada a ser cultivada na região. A caracterização do solo é outro ponto

crucial para a etapa de formação dos pastos. A análise física e química do

solo traz informações sobre a fertilidade, textura, estrutura, profundidade e

drenagem do solo, tais informações também definem o potencial de uso de

determinadas plantas forrageiras, além de auxiliar no processo de controle

da fertilidade do solo e da regulação da adubação das pastagens. Nesse

processo também se destaca a topografia do terreno. Terrenos muito

declivosos além de dificultar o transito de máquinas e implementos, exigem

maior esforço dos animais, que gastam mais energia se locomovendo do

que em pastos mais planos.

Além disso, a declividade acima de 18% facilita o processo de erosão

quando terraços não são construídos ou quando há falta de manutenção

dos mesmos. O propósito de uso da pastagem também é um fator

importante na definição de como proceder à formação e manutenção do

pasto. Existem pastagens destinadas a certas categorias de animais como

para cavalos, ovelhas, bovinos leiteiros e de corte ou mesmo pastagens

para produção de feno. Cada uma delas demanda diferentes tratos e

cuidados para a mantença da produtividade e atendimento das

necessidades dos animais. Quando os pastos são destinados à produção

animal, estes devem conter uma fonte de água que pode vir de rios,

lagoas, represas, riachos e bebedouros artificiais. O importante é ter uma

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fonte de água limpa e que seja possível de uso sem a degradação do

recurso natural, sempre seguindo as legislações de uso da água.

O conforto térmico dos animais também é fator importante para

evitar o estresse e para aumentar o potencial produtivo de certos animais,

pastagens com locais artificiais de sombra ou árvores são importantes para

o refúgio dos animais nos períodos mais quentes do dia uma vez que certas

raças podem ser mais sensíveis que outras a temperaturas elevadas, como

é o caso de bovinos leiteiros quando comparados a animais destinados à

produção de carne.

Amostragem de terra para análise

A amostragem de terra para análise laboratorial é o primeiro passo

que deve ser dado quando se pretende utilizar uma determinada área para

a formação de pastagens. Após a decisão do pecuarista quanto ao

tamanho, formato e a verificação dos requisitos mínimos que um pasto

deve conter, o produtor deve fazer a coleta de amostras de terra. Para

tanto, é comum utilizar o princípio da área homogênea, em que as

amostras devem ser provenientes de um mesmo tipo de solo (mesma cor,

textura, estrutura, topografia, vegetação natural, drenagem e de acordo

manejo anterior desse solo).

Se a área da pastagem for grande o suficiente para abranger

diferentes tipos de solo é importante fazer amostragens estratificadas para

cada gleba de solo dentro do pasto, assim será possível corrigir e adubar os

diferentes tipos de solos presentes com mais precisão. No caso de áreas já

implantadas com pastagens ainda devem ser observados os tipos de

forrageiras presentes na área, a idade da pastagem e o manejo adotado

anteriormente.

Segundo Van Raij at al., (1996), deve-se coletar de 15 a 20

subamostras em cada gleba de solo. Mesmo com 20 subamostras estima-

se que o erro na composição final do solo esteja em torno de 20%. Misturar

bem as subamostras e compor uma única amostra para o laboratório é

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importante para que a heterogeneidade da gleba seja igualmente

representada na amostra. Essa amostra da gleba deve então ter cerca de

500g de terra.

Para a retirada das amostras de campo, pode-se fazer o uso de

diferentes ferramentas como trado, enxada, enxadão, sonda, pá reta ou

mesmo cavadeira. É importante destacar que ferramentas e baldes limpos

são essenciais para evitar a contaminação do solo. Baldes usados para

adubação, distribuição de sal ou ração para animais ou mesmo usado na

construção civil possuem resíduos minerais que interferem nos resultados

da análise de terra. De forma geral a profundidade de amostragem vai de

0-20 cm do nível do solo, pois corresponde à camada que abrange cerca de

80% do sistema radicular de grande parte das gramíneas.

Recomenda-se a retirada de amostras de 20-40 cm para compor o

histórico de uso do solo, registrar a ocorrência de barreiras químicas com

baixa concentração de (Ca2+), presença de alumínio, níveis tóxicos de

nitrato (NO3-), sulfato (SO4-), potássio (K+) e Boro (B). Quanto à época de

amostragem, para o estabelecimento da pastagem devem-se coletar as

amostras de solo com no mínimo seis meses de antecedência do plantio,

levando em consideração o tempo gasto com o envio das amostras ao

laboratório, análise dessas amostras, o tempo necessário pelo técnico para

interpretar os resultados da análise, o tempo mínimo para compra dos

insumos de correção e fertilização do solo, além do tempo necessário para

que corretivos façam efeito no solo antes da semeadura/plantio. Deve-se

sempre evitar a coleta de solo úmido, pois dificulta a homogeneização da

amostra, além de manter a atividade microbiológica que pode ser

responsável por mudanças na composição química do solo e nos teores de

matéria orgânica, mascarando resultados. No caso da coleta do solo úmido,

colocar para secar sobre jornal em local sombreado.

De forma geral o procedimento de coleta do solo resume-se em:

limpeza da área, retirando a serrapilheira sobre o solo que pode aumentar

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indesejadamente o teor de matéria orgânica da amostra; abertura da cova

a 20 cm de profundidade ou mais dependendo do objetivo da amostragem,

esse procedimento pode ser realizado com qualquer ferramenta acima

citado; corte da parede da cova do nível do solo até o fundo da cova,

retirando cerca de 3 a 5 cm de solo, lembre-se que retirar amostras apenas

do fundo da cova não representa a área da rizosfera, a amostra deve

conter solo entre 0-20 cm de profundidade. No caso do uso do enxadão ou

pá reta, realizar a separação das beiradas e por final, cada amostra deve

ser composta por subamostras que devem ser retiradas estrategicamente

em pontos representativos da gleba de solo usando um caminhamento em

zigue-zague. Após a finalização da retirada das subamostras deve-se

proceder a mistura do solo dentro do balde limpo e retirar uma alíquota de

aproximadamente 500g de terra. No saquinho identificar a gleba, a fazenda

e referenciar a atividade na qual o solo vinha sendo mantida, isso pode

facilitar o procedimento de avaliação do solo quando este for encaminhado

ao laboratório.

Para interpretação dos resultados da análise de terra, manuais estão

disponíveis em livrarias. Usualmente três manuais de recomendação de

adubação são usados com mais frequência no Brasil, o Boletim Técnico 100

do Instituto Agronômico de Campinas - Recomendações de Adubação e

Calagem para o estado de São Paulo de 1996; o manual de Recomendação

para uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais, 5ª Aproximação de

1999 e o manual Cerrado, correção do solo e adubação lançada pela

EMBRAPA em 2002.

Preparo do terreno

O preparo do terreno está entre as atividades de formação do pasto

com maior possibilidade de variação, ou seja, existem diferentes máquinas,

equipamentos e procedimentos que podem ser realizados com o mesmo

objetivo final. Cabe ao pecuarista e/ou técnico decidir qual procedimento

levará ao mesmo resultado com o mínimo de gastos possível.

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O preparo do terreno é realizado com o objetivo de fornecer

condições necessárias ao bom arejamento, umidade e favorecimento do

sistema radicular, além de controlar invasoras e/ou incorporar restos

culturais, melhorar o contato das sementes com o solo no momento do

plantio, incorporar herbicidas corretivos e fertilizantes.

A profundidade do preparo pode variar de acordo com o tipo de solo,

solos mais pedregosos geralmente são preparados mais rasos enquanto

solos mais profundos podem ser mais bem preparados, incluindo a quebra

do “pé-de-grade” (camada adensada de solo) por meio do uso de

subsoladores. O preparo do terreno também depende das características da

área. Áreas de Mata ou de Cerrado virgem usualmente passam por

processos bem distintos de preparo que incluem a derrubada da mata,

enleiramento do material vegetal, subsolagem, aração e gradagem.

Quando a área já tem sido usada com outras culturas ou mesmo com

pastagens, o procedimento é mais simples, usualmente partindo apenas de

uma gradagem.

O preparo em áreas naturais consiste basicamente na derrubada da

mata que pode ser realizada por meio do Método Manual, com uso de

motosserras; Método Mecânico, em que se utilizam tratores com lâminas

para a derrubada da mata e o Método Tradicional, vulgarmente chamado

de “correntão” onde dois tratores arrastam uma corrente que derruba a

mata entre eles.

Após a derrubada da mata é retirada a madeira e todo o material

possível de aproveitamento e espera-se de 30 a 40 dias para a secagem do

material vegetal. Esse material é então enleirado e na maioria das vezes

queimado. Na área aberta, costuma-se proceder a uma aração rasa para a

retirada das gramíneas nativas no início da estação seca. Nesse momento

também são controladas pragas como formigas e cupins.

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Preparo do terreno para a semeadura/plantio

Em terrenos com declividade acentuada recomenda-se a formação de

1/3 a 2/3 da área intercalando a área preparada com faixas de 1 a 2

metros de largura sem preparo para preservação do solo, tal prática pode

reduzir em 93% as perdas de solo por erosão (Evangelista at., al 1993). O

uso de terraços para contenção das águas das chuvas é uma estratégia efi

caz contra a perda de solo e minerais por erosão. O terraço nada mais é

que a combinação entre canal e dique construído em intervalos apropriados

no sentido transversal à declividade.

Apesar de muitos pecuaristas não adotarem a técnica, o terraço

possui outros objetivos além da contenção da enxurrada, ele promove o

armazenamento de água e permite a infiltração da água de forma mais

lenta no solo, mantendo o solo mais úmido por mais tempo. Terraços

devem ser criteriosamente planejados, executados e principalmente

mantidos após sua construção, de forma geral, os terraços são construídos

antes da formação dos pastos. O espaçamento entre terraços varia em

função do tipo de solo e da declividade do terreno (Tabela 1).

Tabela 1 – Espaçamentos entre terraços nivelados para pastagens.

Adaptado de Wadt (2003).

Para terraços construídos em gradiente, ou seja, em desnível para

levar a água armazenada no dique para um dos lados do terreno,

usualmente calcula-se o desnível de 0,1 m para cada 100 metros de

terraço. Para terrenos arenosos o desnível não deve passar de 0,3%, já

solos argilosos esse desnível não pode ultrapassar os 0,5%.

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Na construção do terraço em áreas de pastagem, outro ponto

importante é a largura da base. Sugere-se que todo e qualquer terraço em

área de pastagem deve ser construído com a base larga (com mais de 6 m)

com o objetivo de proporcionar a boa formação da pastagem sobre o

terraço; agregar maior resistência do terraço ao rompimento por chuvas

pesadas; manter a durabilidade das curvas (maior dificuldade de ser

cortada por trilheiros de animais) e facilitar o trânsito de máquinas na

propriedade.

Como os terraços são ondulações de terra, o crescimento vegetal

usualmente é prejudicado sobre eles, para tanto, recomenda-se semear os

terraços primeiro utilizando de 20 a 40% mais sementes e passando o rolo

compactador. Tal procedimento possibilita a emergência mais rápida das

plantas no terraço que no momento do primeiro pastejo essas plantas

estarão mais velhas e por isso terão menor preferência dos animais no

momento do pastejo, mantendo o terraço sempre com

cobertura vegetal.

Manutenção da cobertura do solo e controle da erosão

Pastagens são áreas onde se cultivam plantas destinadas à

alimentação animal e por isso é necessário que se tenha cuidado com o uso

dessa área para evitar problemas com a degradação do recurso vegetal e

do solo. A manutenção da cobertura vegetal nas pastagens serve como

proteção dos topos de morros, evitando formação de enxurradas.

Pastagens bem formadas são usadas para a revegetação de encostas e

melhora a utilização das áreas de tabuleiros e baixadas férteis, portanto, a

divisão de pastagens em piquetes e o manejo visando à cobertura do solo

(contínuo, alternado, rotativo ou diferimento) são essenciais na mantença

da cobertura do solo.

O Controle da taxa de lotação evitando superpastejo, o uso da

calagem e adubação, a localização e disposição das cercas no terreno,

locais de bebedouros e cochos de sal são também primordiais para que seja

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evitada a concentração de animais e movimentação dos mesmos num único

sentido do terreno, principalmente ladeira abaixo. Evitar a queima dos

pastos em áreas susceptíveis à erosão e a construção de terraços são ações

fundamentais na preservação dos recursos nas áreas de pastagem.

Aplicação de corretivos e fertilizantes

Segundo Malavolta (1989) a aplicação de corretivos deve ocorrer em

tempo hábil para sua reação com o solo. O carbonato (CO3-) que

acompanha o Ca2+ (CaCO3), é uma base fraca e precisa de tempo para

reagir com o solo. Além da umidade, o poder relativo de neutralização total

do calcário (PRNT) é importante no tempo de reação. Recomenda-se que

calcários com PRNT em torno de 70% devem ser aplicados em até 90 dias

antes da semeadura; com PRNT entre 70 e 80%, aplicar em até 60 dias

antes da semeadura e com materiais mais bem moídos com PRNT em torno

de 80 a 90%, pode-se aplicar cerca de 30 dias antes da semeadura.

No plantio a incorporação deve ser realizada dentro da profundidade

estabelecida na recomendação, mas usualmente recomenda-se a correção

da camada até 40 cm de profundidade. Aplicar 50% do calcário antes da

aração e 50% antes da gradagem para o melhor espalhamento e

distribuição do corretivo na camada desejada.

A fertilização dos pastos deve ser realizada de acordo com a análise

de solo e com o objetivo da atividade. Conhecer os minerais e suas funções

é essencial para manter a produtividade das pastagens. Detalhes sobre os

tipos de minerais e sua aplicação serão discutidos adiante.

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ESCOLHA DA FORRAGEIRA

OPÇÕES DE NOVAS CULTIVARES DE GRAMÍNEAS E LEGUMINOSAS

FORRAGEIRAS TROPICAIS PARA MINAS GERAIS

No ano de 2016 o país produziu 26,35 milhões de toneladas em

carnes (bovina, aves e suíno), 215,27 milhões de toneladas de grãos,

41,12 milhões de toneladas de frutas e 35,00 bilhões de litros de leite. A

produção de carne bovina do Brasil se aproxima dos 10,0 milhões de

toneladas anuais, sendo que praticamente 80% desta produzido é

absorvida no mercado interno.

No Brasil cerca de 95% da carne bovina é produzida em regime de

pastagens, cuja área total é de cerca de 167 milhões de hectares. Essa

particularidade aumenta a competitividade do nosso produto: menor custo

de produção, não compete com a alimentação humana e ainda confere um

diferencial qualitativo à carne brasileira por não apresentar riscos

associados ao “mal da vaca louca”, que está relacionado ao uso de proteína

animal na alimentação do rebanho.

Na alimentação do rebanho bovino grandes avanços ocorreram a

partir do melhoramento das pastagens existentes. A adoção de capins

selecionados e desenvolvidos por meio da pesquisa científica no Centro-

Oeste brasileiro, por exemplo, alavancou a capacidade de suporte e

também o desempenho animal. As cultivares liberadas, principalmente pela

Embrapa, na sua maioria selecionados a partir da variabilidade natural,

espelham o sucesso do método utilizado e hoje respondem por mais de

70% do mercado de sementes forrageiras.

Nos últimos 32 anos, a área de pastagens aumentou em 17%,

enquanto que a produção de carne aumentou em torno de 114%, isso

ocorreu devido à adoção de novas tecnologias pelos pecuaristas, como

vacinação, mineralização e técnicas de manejo das pastagens, mas

também ao uso de novas forrageiras mais adaptadas e produtivas,

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lançados pelas instituições de pesquisa.

Minas Gerais é um Estado cujo rebanho, em 1996, totalizava

20.044.616 bovinos em uma área de pastagem de 25.348.603 hectares

(IBGE, 2003) e em 2015 o rebanho do estado era de 23.768.959 bovinos.

Assim, para obter sucesso na consorciação de pastagens e na utilização de

espécies e cultivares adaptadas à região de cultivo o estado de Minas

Gerais apresenta grande diversidade de clima, solo e relevo, de forma que

a escolha da cultivar forrageira deve também considera tais fatores. O

IBGE dividiu o estado de Minas Gerais em 12 mesorrerregiões, (Fig. 4), que

apresentam aspectos peculiares determinantes na escolha das cultivares de

gramíneas e leguminosas a serem utilizados no sistema de produção

pecuário, as quais se agrupa em:

A) Norte de Minas, Jequitinhonha, Vale do Mucuri e Rio Doce com baixa

precipitação anual (700 a 1300 mm), aliada ao período de seca

prolongado em parte da região;

B) Zona da Mata, Sul/Sudeste de Minas e Campo das Vertentes: com

boa precipitação anual ( 1.200 a 1.800 mm), topografia acidentada,

ocupada principalmente por pequenas propriedades;

C) Triângulo, Alto Paranaíba, Noroeste: bom regime de chuvas,

principalmente no Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba (1.400 a 1.800

mm);

D) Central, Metropolitana de Belo Horizonte e Oeste: regiões com menor

número de bovinos, com boa precipitação anual (1.300 a 1.500)

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Fig. 4 - divisão do estado de Minas Gerais em 12 mesorregiões.

A Zona da Mata e o Sul de Minas Gerais, predominam áreas

montanhosas e o Vale do Rio Doce, uma área bastante degradada. A maior

parte das pastagens encontra-se nas regiões Norte, Central, Noroeste e

Triângulo Mineiro.

Fig: 2 - DISTRIBUIÇÃO

Fig -2 - Regional (%) do rebanho bovino em minas gerais - 2015

Com melhoria da fertilidade do solo, deixou-se de usar a Brachiaria

decumbens para usar novas espécies de capins, mais exigentes, como a

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Brachiaria brizantha, O capim-tanzânia (Panicum maximum cv. Tanzânia-1)

e o capim-Mombaça (Panicum maximum cv. Mombaça) receberam maior

atenção quanto à necessidade de critérios para adubação de manutenção e

manejo (rotação) das pastagens.

Estima-se, para Minas Gerais, que de 40% a 50% das pastagens

plantadas estão em processo de degradação ou totalmente degradadas, o

que representa cerca de 5 a 6 milhões de hectares. A degradação de áreas

de pastagens decorre de uma complexa interação dos seguintes fatores:

a) baixa fertilidade dos solos existentes associada à falta de correção

de acidez (uso de calcário) e à falta de adubações de plantio e cobertura;

b) superpastejo, que leva à degradação da cobertura dos solos propiciada

pelas forrageiras;

c) exposição dos solos à ação direta das intempéries;

d) compactação dos solos superficiais;

e) substituição das forrageiras por plantas indesejáveis.

Os efeitos da degradação das pastagens transcendem aqueles

diretamente relacionados com a produtividade pecuária. Têm influência no

aumento do escoamento de águas superficiais, aceleram os processos

erosivos em todas as etapas, ou seja, desagregação, transporte e

deposição de partículas de solos, com efeitos nocivos aos sistemas hídricos

superficiais lóticos (cursos d‟água) e lênticos (reservatórios). A redução da

infiltração das águas pluviais, por sua vez, tem influência negativa direta

na recarga dos aqüíferos e nas condições hídricas dos solos. Falaremos em

aulas posteriores mais sobre a degradação de pastagem e sua recuperação.

SELEÇÃO E MELHORAMENTO DE FORRAGEIRAS NO BRASIL

De modo geral, as gramíneas forrageiras são originárias do

continente Africano e estão disponíveis para estudos na medida em que

instituições africanas e internacionais as coletam e as distribuem pelo

mundo tropical. Coletas extensivas, com base em uma só espécie ou

gênero, foram realizadas para Panicum maximum Jacq. pelo Institut de

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Recherche pour le Développement (IRD),no final da década de 60, e para

Brachiaria spp. pelo Centro Internacional de Agricultura Tropical (CIAT),

com o apoio de instituições africanas, na década de 80. Estas coleções

estão disponíveis na Embrapa Gado de Corte, para realização de seleção e

melhoramento. A gramínea Pennisetum spp. não foi exclusivamente

coletada na África, mas o germoplasma mundialmente disponível está

reunido na Embrapa Gado de Leite, para realização da seleção e

melhoramento.

A gramínea Paspalum spp. é uma exceção, por ser originária do Brasil

e do norte de países vizinhos ao sul do Brasil. Várias coletas foram

realizadas nas últimas décadas pela Embrapa Recursos Genéticos e

Biotecnologia, e a coleção está disponível na Embrapa Pecuária Sudeste

para seleção e melhoramento. As principais leguminosas forrageiras

são originárias, na sua maioria, do Brasil, e também de outros países da

América Latina. Extensas coletas foram realizadas pela Embrapa Recursos

Genéticos e Biotecnologia e estão disponíveis para estudos em diversas

instituições brasileiras. A Embrapa Cerrados reúne as coleções de

Stylosanthes spp., Arachis spp., Leucaena spp. e Cratylia spp. O

Stylosanthes é estudado também na Embrapa Gado de Corte, o guandu

(Cajanus cajan), na Embrapa Pecuária Sudeste, e a alfafa (Medicago

sativa) e Cratylia spp., na Embrapa Gado de Leite. Alguns trabalhos com

coleções menores são realizados em diversas outras instituições.

A escolha da planta forrageira a ser implantada na pastagem é na

maioria dos casos o principal fator de insucesso na formação e uso do

pasto. Portanto, é necessário dar atenção especial a este passo do processo

de formação. De forma geral, a escolha da planta forrageira está alicerçada

em quatro quesitos básicos:

potencial produtivo e estacionalidade de produção;

valor nutritivo;

adaptação a fatores climáticos, edáficos e bióticos e

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sua flexibilidade de uso.

Esses requisitos correspondem a restrições ou “filtros” que limitam as

inúmeras opções de plantas disponíveis no mercado a um número reduzido

de possibilidades, facilitando a tomada de decisão pelo pecuarista sobre

qual planta ele deverá usar. Seguir na escolha por meio dos filtros assegura

a seleção de plantas forrageiras compatíveis com a qualidade do ambiente

e infraestrutura disponível na propriedade.

OPÇÕES DE CULTIVARES DE GRAMÍNEAS FORRAGEIRAS

Antes de falarmos das mais diversas espécies de gramíneas e

leguminosas vamos ver algumas características particulares das gramíneas

e leguminosas conhecendo um pouco de sua morfologia sendo que a

palavra morfologia vem do grego "morphe" (forma) + "ology" (estudo) o

significando o estudo das características físicas (estrutura externa) das

plantas. A morfologia das plantas tem o propósito não apenas biológico,

mas pode também auxiliar nas decisões de manejo da forrageira; As

características físicas refletem os componentes de produção da planta (por

exemplo: número de perfilhos, número de folhas, tamanho das folhas);

sendo a base para a identificação das plantas especialmente através das

folhas, flores e sementes; baseando na terminologia descritiva

padronizada.

A família das gramíneas (Poaceae ou Gramineae) é uma das

principais famílias na divisão Angiospermae e da classe Monocotiledoneae.

Essa denominação vem do embrião com um só cotilédone por ocasião da

germinação. Nessa família estão as gramas (capins), possuem folhas

lineares, flores nuas, e as inflorescências são espigas, panículas e racemos.

Na sua grande maioria, os frutos das gramíneas são cariopses.

A cariopse é um fruto com uma semente presa ao pericarpo em toda a

extensão denominação vem do embrião com um só cotilédone por ocasião

da germinação. Como exemplo temos o grão de milho, de trigo ou de

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arroz. A estrutura anatômica é basicamente a mesma. Alguns tipos de

cariopse:

▪ Cariopse nua: frutos que possuem somente germe, endosperma e

membrana da semente. Por ex.: milho, trigo e centeio.

▪ Cariopse vestida: frutos que possuem fusão de glumos que formam

a casca. Por exemplo: arroz, aveia e cevada.

A morfologia da germinação da semente de gramíneas trata-se de

germinação hipógea, ou seja, o hipocótilo, que é a porção compreendida

entre o cotilédone e a primeira folha, é suprimido e, em consequência, a

semente permanece no solo (Schultz, 1968). O epicótilo perfura a casca da

semente, cresce para cima e, alcançada a superfície do solo, desenvolve

um colmo com folhas. O cotilédone permanece no pericarpo, servindo de

reserva. Esgotadas as substâncias de reserva, decompõe-se, junto com o

restante da semente, sem deixar vestígios. Na sequência de seu

desenvolvimento, as gramíneas possuem dois sistemas de raízes: raízes

seminais ou embrionárias e raízes permanentes, caulinares ou adventícias.

As raízes seminais ou embrionárias têm origem no embrião e estão

cobertas pela coleorriza. A duração dessas raízes é curta, correspondendo a

algumas semanas. A coleorriza funciona como órgão de proteção e de

absorção de água e de nutrientes. Sobre ela, tem-se observado, em muitas

espécies, pêlos absorventes. As raízes permanentes (caulinares ou

adventícias) originam-se dos primeiros nós basais, de estolões ou,

também, de outros nós que estejam em contato com o solo. Elas são

numerosas e substituem as raízes seminais. Alcançam certo comprimento

e, geralmente, produzem muitas ramificações. Nas espécies anuais morrem

com a planta, e nas espécies perenes ocorrem duas classes distintas,

denominadas anuais e perenes. As anuais são as que as raízes regeneram-

se totalmente durante a estação de crescimento, e as perenes são aquelas

que se formam durante o primeiro ano, porém seguem funcionando no ano

seguinte.

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O colmo das gramíneas, na maioria das espécies, é oco e é

constituído de nós e entrenós (Figura 1). Cada nó tem sua folha

correspondente. Os entrenós são cilíndricos e podem ser ocos, como ocorre

em cereais de inverno, ou podem ser cheios, como ocorre em milho e em

cana-de-açúcar.

Figura 1 - Partes de uma gramínea genérica. Fonte: Ball et al. (2007).

A forma de crescimento do colmo determina o hábito de crescimento

de plantas. As gramíneas podem ter hábito:

a) Cespitoso ereto: quando os entrenós basais são muito curtos,

produzindo afilhos eretos de maneira a formar touceiras densas. Ex.: capim

elefante, setária, panicum. Às vezes, os entrenós basais não são tão

aproximados a ponto de formarem touceiras. Ex.: milho, sorgo, milheto,

trigo, aveia, cevada, triticale e azevém;

b) Cespitoso prostrado: quando os colmos crescem encostados ao

solo, sem enraizamento nos nós, só se erguendo a parte que tem a

inflorescência. Ex.: milhã, papua;

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c) Estolonífero: os colmos rasteiros, superficiais, enraízam se nos nós

que estão em contato com o solo, originando novas plantas em cada nó.

Ex.: grama-de-jardim, gramaestrela-africana, missioneira;

d) Rizomatoso: o colmo é subterrâneo, aclorofilado, sendo coberto

por afilhos. Dos nós partem raízes e novas plantas. Ex.: capim-quicuio,

grama-bermuda (estoloníferorizomatoso);

e) Cespitoso-estolonífero: afilhos eretos e presença de estolões cujo

desenvolvimento é estimulado por cortes mecânicos ou pastejos. Ex.:

capim de Rhodes (Chloris gayana).

As folhas das gramíneas, em geral, possuem bainha, lígula e lâmina.

A bainha é o órgão alongado em forma de cartucho, que nasce no nó e

cobre o entrenó, podendo ser maior ou menor que este. A lígula é a parte

branca e membranosa que se localiza na parte superior interna da bainha,

no limite com a lâmina foliar. Em diversas espécies pode faltar (capim-

arroz) e em muitas é substituída por uma faixa de pêlos. A lâmina foliar

das gramíneas, em geral linear e paralelinérvia, é representada pelo pecíolo

dilatado, que desempenha as funções de folha.

As leguminosas constituem uma família da classe das Dicotiledôneas,

muito rica em espécies úteis ao homem. A família de importância

econômica na produção de grãos e produtora de forragem para os

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ruminantes; distribui em regiões temperadas, tropicais e subtropicais de

todo o mundo; compreende 500 gêneros, 11.000 espécies; e é encontrada

em diversas situações ambientais; A característica típica dessa família é

apresentar o fruto do tipo legume, também conhecido como vagem (há

exceções).

Abrigam plantas de pequeno porte, arbustos e árvores com folhas

compostas. Entre as plantas de pequeno porte estão alfafa (Medicago

sativa L.), cornichão (Lotus corniculatus L.), ervilha (Pisum sativum L.),

ervilhaca (Vicia sativa L.), soja (Glycine max (L.) Merril.) e trevos (Trifolium

spp.), além de outras espécies. As flores podem ser hermafroditas,

pentâmeras (na maioria), tetrâmeras ou trímeras, com cálice persistente e

corola caduca. O fruto é um legume. O embrião tem dois cotilédones, por

ocasião da germinação.

Figura 9.2 Morfologia de algumas leguminosas forrageiras

Caule é o órgão que mais influi no aspecto vegetativo da planta. Nas

leguminosas, esse órgão pode apresentar formas variadas. Caules aéreos

das leguminosas podem ser herbáceos ou lenhosos, cilíndricos ou

angulosos, porém nunca suculentos. O primeiro caule, que se forma da

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plúmula da semente, é ereto e de simetria variada. A disposição das folhas

sobre o caule geralmente é alternada, havendo também casos de folhas

opostas.

As estípulas que podem ser de tamanho variado, muitas vezes essa

estípula é transformada em espinho.

Classificação das folhas

Arranjo das folhas no caule

a) opostas (duas folhas saindo do mesmo nó);

b) alternadas

c) verticiliadas (várias folhas saindo do mesmo nó);

d) roseta (várias folhas saindo da extremidade dum caule, como na

Gerbera).

As leguminosas apresentam vários tipos de caules aéreos por

exemplo, estoloníferos (trevo branco), escandentes (ervilhaca) e ereto

(alfafa e trevo vermelho). As folhas de leguminosas são compostas das

seguintes partes: estípula, pecíolo, ráquis, peciólulo e lâmina composta de

folíolos. Para finalizarmos vamos fazer um comparativo das características

da gramínea e leguminosas

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Gramineae

Raiz: Fasciculada e/ou adventícia. Raiz mais rasa, na época da seca sofre

com a falta de água. Ex: Milho.

Caule: Colmo ( Sem ramificação com nós e internos ), pode ser oco e/ou

tortuoso. Ex: Bambu (oco), Cana ( Não é oca).

Tipos de colmos (caule) :

-Rizoma: Subterrâneo, nós muito próximos, presente nas spp perenes.

-Estolão: Aéreo, decumbente (inclinado 45º) ou horizontal, formação da

"malha".

Folhas: Filotonia helicoloidal com amplexicaule (bainha) e lâmina

lanceolada.

Flores: Inflorescência ( panícula,rácino,e espiga), composta de espiguetas.

Fruto: Cariopse (seco,indeiscente e com 1 semente). Espigueta permanece

fechada até que tenha condições favoráveis para se desenvolver.

Nas leguminosas e pastagens não há dúvida de que o perfilhamento é algo

benéfico. Os perfilhos podem aumentar o número de panículas produtoras

de grãos e/ou preencher espaços vazios no campo ou no pasto.

Touceira = Qnt. Perfilhos

Pasto = Qnt. Touceiras = Qnt. Perfilhos.

Leguminosae

Raiz: Longa, na época da seca consegue buscar água nas profundezas. Raiz

Pivotante.

Caule: Lenhoso, arbustivo ou herbáceo (aéreo/estolonifero e/ou volúvel).

Folhas: Composta com 3 folíolos (podem ser penadas ou bi-penadas).

Flores: Geralmente é rácino, com flores apresentando pétalas.

Fruto: Legume (seco, deiscente e com várias sementes). À partir do

momento que ocorre a fertilização ela se abre para expulsar a semente. Ex.

Soja, amendoim, vagens

Vamos exercitar!

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3 - IGP-SC - Perito Criminal - Ambiental - IESES - 2017

As Leguminosas são plantas que possuem hábitos sumamente variáveis,

havendo ervas anuais ou perenes, subarbustos, arbustos, lianas e árvores,

que vivem nos mais variáveis ambientes, latitudes e altitudes. Sendo que a

maioria das Leguminosas estabelece simbiose com bactérias, contribuindo,

desta forma, para a fixação do nitrogênio atmosférico e sua incorporação

na biomassa vegetal. Conforme a armação acima, qual o gênero da

bactéria simbionte.

a) Rhizobium

b) Acidovorax

c) Agrobacterium

d) Xanthomon

SOLUÇÃO

Rhizobium é um gênero de bactérias gram-negativas que vivem no solo e

fixam nitrogênio, sendo assim essenciais no ciclo do nitrogênio. As

bactérias do gênero Rhizobium são endossimbiontes e vivem nas células

das raízes de leguminosas.

As bactérias colonizam células dentro dos nódulos radiculares das

raízes da planta, onde elas convertem o nitrogênio atmosférico

em amônia (este processo é denominado fixação do nitrogênio ou

amonificação e é um processo anaeróbico), em seguida as bactérias

fornecem compostos nitrogenados orgânicos,

como glutamina ou ureídeos para a planta. As planta por sua vez fornecem

às bactérias compostos orgânicos produzidos por meio da fotossíntese. Este

relacionamento denominado mutualismo, é benéfico e ocorre com toda a

ordem Rhizobiales, do qual o gênero Rhizobium é um exemplo típico.

RESPOSTA A

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OPÇÕES DE CULTIVARES DE GRAMÍNEAS FORRAGEIRAS

Andropogon gayanus

O capim-andropógon foi lançado como alternativa para a formação de

pastagens na região do Cerrado em substituição ao monocultivo da

Brachiaria decumbens, que embora adaptada às condições dessa região,

apresenta susceptibilidade ao ataque da cigarrinha das pastagens e

fotossensibilização em bovinos, restringindo o seu uso (NICOLA et al.,

1984). Adicionalmente, essa planta forrageira revela grande importância no

Norte de Minas Gerais, região de clima semi-árido, caracterizada por solos

rasos e baixa pluviosidade (CÂNDIDO et al., 2005).

O capim-andropogon (Andropogon gayanus Kunth) é uma planta de

origem africana, perene com porte de 1,50 a 2,50 m de altura, possui

touceiras eretas, folhas lineares com 30 - 60 cm de comprimento e 4 - 20

mm de largura, estreitadas na base, retas ou involutas além de pilosas e

acuminadas. Sua inflorescência é constituída de racemos ciliados pares de

4 - 9 cm de comprimento, onde se encontram dispostos em panículas

grandes.

As espiguetas são lanceoladas, aos pares, na qual uma é séssil (5 - 8

mm de comprimento) e a outra pedicelada (5 - 8 mm de comprimento), a

arista é delgada, reta e simples, com 1 - 10 mm de comprimento

(NASCIMENTO e RENVOIZE, 2001). É bem tolerante a pragas, além de alta

adaptabilidade a regiões secas, possui alta palatabilidade e grande

potencial em produzir matéria seca em solos arenosos,

Andropogon gayanus cv. Baeti – Embrapa 23

A cultivar Baeti foi lançada pela Embrapa Pecuária Sudeste, em 1993.

Ela é produto do melhoramento genético do capim andropógon e visa aliar

aos atributos da cultivar Planaltina maior velocidade no desenvolvimento de

suas plântulas e maior rapidez no estabelecimento das pastagens, a

principal limitação dessa cultivar (BATISTA; GODOY, 1994).

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Ela foi obtida após três ciclos de seleção intrapopulacional na cultivar

Planaltina com base em famílias de meios-irmãos, e seleção massal dentro

das famílias selecionadas para as características de vigor das plântulas e

desenvolvimento inicial mais rápido (BATISTA; GODOY, 1995). Esta é uma

planta cespitosa com até 1,90 m de altura. Sua rebrota ocorre por gemas

basais e, excepcionalmente, por gemas axilares. É uma planta de dias

curtos e floresce no final de abril ou início de maio, no Brasil Central.

Campos de produção de sementes devem ser isolados de outras cultivares

da espécie por no mínimo mil metros. Sementes colhidas nas bordas dos

campos devem ser eliminadas para evitar contaminação com pólen de

outras cultivares da espécie.

CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS

A cultivar Baeti produziu 25 toneladas/ha de matéria seca, sendo

22% no período seco (abril a setembro). Os teores de proteína bruta foram

7,3% e 6,9%, respectivamente, no período das águas e da seca, e a

digestibilidade in vitro da matéria orgânica de 65% e 55%,

respectivamente (BATISTA; GODOY, 1993). A produção de sementes

atingiu 700 kg/ha com colheita manual e 250 kg/ha com colheita mecânica.

A maioria das tecnologias de produção de sementes desenvolvidas

para a cultivar Planaltina, também se aplica à cultivar Baeti (FERGUSON;

ANDRADE, 1999).

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Adaptação

A cultivar Baeti é adaptada a regiões entre latitudes 19º N e 26ºS, e

altitudes de 12 a 1.500 metros, embora seja encontrada em localidades

com até 2 mil metros. Temperaturas entre 18ºC e 28ºC são as mais

adequadas. Não se adapta bem em localidades onde a temperatura mínima

atinge 4,4ºC, embora tolere bem geadas rápidas.

Requer uma precipitação anual acima de 400 mm, com estação seca

de três a quatro meses. Esta cultivar é tolerante à seca e a queimadas, é

compatível com leguminosas e bem-aceita por bovinos e eqüinos. Exigência

em fertilidade A cultivar Baeti é adaptada a solos ácidos com altos níveis de

alumínio tóxico e baixa fertilidade. O sistema radicular é semelhante a B.

decumbens e P. maximum cvs. Tanzânia-1 e Tobiatã (KANNO et al., 1999).

SEMEADURA

O plantio deve ser realizado na estação chuvosa com 2,0 a 2,2 kg/ha

de sementes puras viáveis, a uma profundidade de 1 a 2 cm, manual ou

mecanizado. O plantio deve ser feito de preferência a lanço, devido à

natureza das sementes pequenas, empregando rolo compactador para

cobrir e/ ou fixar as sementes. A germinação ocorre geralmente entre cinco

e dez dias após o plantio.

UTILIZAÇÃO E MANEJO

A cultivar Baeti tem sido utilizada mais intensamente nas águas em

pastagens extensivas, devido a sua persistência e aceitabilidade. Contudo,

devido a sua rebrota vigorosa ela também pode ser utilizada em sistemas

intensivos de produção com pastejo rotacionado. Esta cultivar é bem-aceita

por bovinos, eqüinos e ovinos. A cultivar Baeti deve ser manejada entre 60

e 80 cm de altura durante o período chuvoso, evitando-se o acúmulo de

talos, devido ao florescimento, o que diminui o valor nutritivo na seca e faz

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com que uma roçagem seja necessária para melhorar a rebrota no início da

estação chuvosa.

TOLERÂNCIA A PRAGAS E DOENÇAS

O capim-andropógon possui mecanismos e antibiose e antixenose que

lhe conferem resistência ao ataque de insetos, principalmente à cigarrinha-

das-pastagens dos gêneros Deois, Aenoslania e Zulia (COSENZA et al.,

1981). Poucas doenças têm sido detectadas na América Tropical.

Entretanto, na região Central do País os fungos Rhynchosporium oryzae,

agente da mancha foliar, e Myriogenospora sp. Têm causado alguns danos.

Não têm sido detectados problemas causados por nematóides nessa

gramínea (LEITE et al., 2001).

GÊNERO BRACHIARIA

As brachiarias são gramíneas de alta produção de massa seca; as

principais espécies são estoloníferas que se adaptam a uma grande gama

de tipos de solos; não apresentam problemas limitantes de doenças e seu

crescimento é bem distribuído durante a maior parte do ano. No Brasil até

o presente, cerca de 16 espécies sendo cinco nativas; três provavelmente

introduzidas há várias décadas, sendo portanto consideradas como nativas;

e sete foram introduzidas recentemente, sendo cultivadas como

forrageiras. Espécies introduzidas no Brasil

Brachiaria brizantha (Hochst) Stapf

Brachiaria decumbens - sementes da Austrália

Brachiaria decumbens - introdução IPEAN

Brachiaria dictyoneura (Fig & De Mot) Stapf

Brachiaria humidicola (Rendel) Schuwnickerdt

Brachiaria radicans Napper (Brachiaria arrecta)

Brachiaria ruziziensis Germain & Evrard

Brachiaria vittata Stapf

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b) Espécies Espécies introduzidas introduzidas no Brasil, Brasil,

provavelmente provavelmente há dezenas dezenas de anos, sendo

consideradas consideradas como nativas nativas

Brachiaria extensa Chase

Brachiaria purpurascens (Henr. Blumea) (Brachiária mutica)

Brachiaria plantaginea (Link) Hitch

c) Espécies nativas

Brachiaria adspersa (Trin) Parodi

Brachiaria fasciculata (Se) Parodi

Brachiaria mollis (Sw) Parodi

Brachiaria reptans (L) Gardner & Hubbard

Brachiaria venezuelae (Hack) Heur

As plantas de regiões tropicais, principalmente africanas, abrange

cerca de 80 espécies. Do ponto de vista forrageiro, destaca-se: Brachiaria

decumbens e B. brizantha na região do Gramíneas do gênero Brachiaria

Brachiaria decumbens e B. brizantha na região do Brasil Central;

Brachiaria humidicola na Amazônia; Brachiaria purpurascens para solos

úmidos nas regiões litorâneas. Vamos falar um pouco da Xaraés.

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Brachiaria brizantha cv. Xaraés

Os capins do gênero Brachiaria, cerca de 90 espécies, comumente

chamados de braquiária, têm distribuição marcadamente tropical, tendo

como centro de origem primário a África Equatorial (Ghisi, 1991). No Brasil,

como forrageira é conhecida desde a década de 1950 (Alcantara, 1986).

Conta-se que as braquiárias entraram no Brasil juntamente com os

escravos, pois serviam de colchão nos navios negreiros.

As gramíneas do gênero Brachiaria são largamente utilizadas em

pastagens na América Tropical. As braquiárias são os capins mais plantados

no país, sendo utilizados nas fases de cria, recria e engorda dos animais.

Adaptam-se à s mais variadas condições de solo e clima, ocupando espaço

cada vez maior em todo o território brasileiro, por proporcionar produções

satisfatórias de forragem em solos com baixa e média fertilidade, (Soares

Filho, 1994). Desde que sejam bem manejados, apresentam alta produção

de matéria seca e eficiência na cobertura do solo (Ghisi, 1991). De acordo

com Macedo (1995), cerca de 40 milhões de hectares estão cobertos por

pastagens de braquiárias, formando extensos monocultivos, especialmente

no Brasil Central e na Amazônia.

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A cultivar Xaraés foi liberada pela Embrapa Gado de Corte, em 2003,

com o objetivo de promover a diversificação de pastagens de braquiária e

oferecer uma opção de qualidade para substituir a B. brizantha cv.

Marandu, desencorajando, assim, o monocultivo predominante no Brasil

Central pecuário. A B. brizantha cv. Xaraés é originária de Cibitoke,

Burundi, África, e foi introduzida pela Embrapa, em 1986, com uma coleção

de cerca de 350 acessos de 15 espécies (VALLE, 1990).

A cultivar Xaraés é uma planta cespitosa, que pode enraizar-se nos

nós basais. Tem altura média de 1,5 m e colmos verdes de 6 mm de

diâmetro. A bainha apresenta pêlos claros, rijos, ralos, e densos nas

bordas; lâmina foliar verde-escura, com comprimento de até 64 cm e

largura de 3 cm, com pilosidade curta na face superior e bordos ásperos. A

inflorescência é racemosa, com eixo de comprimento de 14 cm, com sete

ramos horizontais, e pêlos junto às ramificações.

O ramo basal tem comprimento em média de 12 cm. As espiguetas

são uniseriadas, em número médio de 44, com pêlos longos, claros,

translúcidos na parte apical e arroxeados no ápice.

CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS

Em ensaios em canteiros apresentou produção de 21 t/ha de matéria

seca e porcentagem de folhas de 69%, com 30% da produção ocorrendo no

período seco (VALLE et al., 2001). O estabelecimento é rápido e a rebrota é

superior à cultivar Marandu, com taxas respectivas de crescimento foliar

para as duas cultivares, de 28,2 e 17,9 kg/ha/dia nas águas, e 9,8 e 6,7

kg/ha/dia na seca (EUCLIDES et al., 2001).

O florescimento é tardio e concentrado (maio/junho) e a

produtividade de sementes puras chega a 120 kg/ha.

ADAPTAÇÃO

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A cultivar Xaraés é adaptada a regiões de clima tropical úmido entre

as latitudes 0 a 25°S, e de 0 a 1 mil m de altitude. É indicada para solos de

média fertilidade, bem drenados e de textura média nas regiões tropicais

úmidas como a pré-Amazônia (norte do Mato Grosso, Tocantins, Rondônia,

Acre e sul do Pará) e Mata Atlântica ou de clima de Cerrado com estação

seca de quatro a cinco meses.

EXIGÊNCIA EM FERTILIDADE

Esta cultivar não é adaptada a solos ácidos de baixa fertilidade tal

como a cultivar Marandu, mas responde bem à correção e à adubação. Em

ensaios de casa de vegetação mostrou bom desempenho com 1 a 4 t/ha de

calcário e entre 0 e 140 kg/ha de fósforo. Recomenda-se a aplicação de

calcário necessária para elevar a saturação por bases ao mínimo de 40%

(MACEDO, 2001).

SEMEADURA

O plantio deve ser realizado na estação chuvosa de verão, com 3,0

kg/ha de sementes puras viáveis semeadas a lanço, ou em linhas, com até

20 cm de espaçamento e profundidade de 2 e 5 cm, seguido de

incorporação com grade leve.

UTILIZAÇÃO E MANEJO

A cultivar Xaraés apresenta desempenho animal semelhante à

cultivar Marandu com ganhos de 0,675 e 0,695 kg/animal/dia nas águas e

0,32 e 0,35 kg/animal/dia na seca, para as duas cultivares,

respectivamente. Entretanto, sua maior produção de forragem e mais

rápida rebrota após o pastejo garantem maior capacidade de suporte

durante o período chuvoso (9,9 animais/ha) e produtividade anual (658

kg/ha/ano), do que a cultivar Marandu (6,2 animais/ha e 487 kg/ha/ano,

respectivamente) (EUCLIDES, 2002). O valor nutritivo das duas cultivares é

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semelhante. Ele é em torno de 61% e 54% de digestibilidade nas águas e

na seca, respectivamente, e 10,4% e 8,5% de proteína bruta, também nos

dois períodos (EUCLIDES, 2002). Além disso, seu florescimento tardio

(outono) resulta em maior valor nutritivo por mais tempo durante o período

chuvoso.

TOLERÂNCIA A PRAGAS E A DOENÇAS

No campo, a cultivar Xaraés mostrou resistência moderada às

cigarrinha-das-pastagens, com baixos níveis populacionais e sem danos até

o momento. Entretanto, na casa de vegetação, esta cultivar não

apresentou antibiose às cigarrinhas N. entreriana e D. flavopicta, como a

cultivar Marandu. A cultivar Xaraés é tolerante a fungos foliares e de raiz

(VERZIGNASSI; FERNANDES, 2001) e é mais tolerante ao excesso de

umidade no solo do que a B. brizantha cv. Marandu. Panicum maximum cv.

Tanzânia-1

Gênero Panicum

Panicum maximum Jacq. é uma das espécies de plantas forrageiras

mais importantes para a produção de bovinos nas regiões de clima tropical

e subtropical. A cultivar Colonião é a mais difundida e de introdução mais

antiga no Brasil. A demanda por sementes dessa cultivar praticamente

desapareceu em anos recentes, em virtude de lançamentos de novas

cultivares mais produtivas. Outras cultivares, como Sempre Verde, Guiné e

Guinezinho, também estão quase extintas, em razão, principalmente, do

menor potencial de produção, da susceptibilidade à cigarrinha e do

florescimento precoce (fig.5)

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Fig. 5 - Plantas de capim Colonião

O uso e o interesse por plantas pertencentes ao gênero Panicum, no

entanto, têm crescido nos últimos anos, provavelmente em virtude de seu

grande potencial de produção de matéria seca por unidade de área, ampla

adaptabilidade, boa qualidade de forragem e facilidade de estabelecimento.

Dessa forma, já foram lançados no Brasil por diversas instituições de

pesquisa várias outras cultivares de Panicum maximum, tais como:

Tobiatã, Vencedor, Centenário, Centauro, Aruana, Tanzânia, Mombaça e

Massai. As cultivares de Panicum maximum Jacq. disponíveis

comercialmente são basicamente adaptadas a solos profundos, bem

drenados e de boa fertilidade.

O cultivo dessas cultivares em solos que não satisfaçam essas

condições e que não recebam adequado suprimento de nitrogênio tem

levado frequentemente à má formação, ou, mais comumente, a baixa

persistência sob pastejo, com consequente perda da capacidade produtiva

e necessidade de medidas corretivas de recuperação em curto prazo

(Herling et al., 2000). As principais características das cultivares em uso no

Brasil são apresentadas a seguir.

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Cultivar Tanzânia

P. maximum, cv. Tanzânia-1, foi lançada em 1990 pela Embrapa

Gado de Corte. Ela foi selecionada a partir de uma coleção de 426 acessos

apomíticos, coletada pelos franceses do IRD, na África do Leste, centro de

origem da espécie. A cv. Tanzânia-1 é de hábito cespitoso, de cerca de

1,30 m de altura e folhas decumbentes, com 2,6 cm de largura. Os colmos

são arroxeados e as lâminas e bainhas não possuem pilosidade ou

cerosidade.

Fig . 5 - Plantas de capim Tanzânia

As inflorescências contêm espiguetas arroxeadas sem pilosidade

(EMBRAPA GADO DE CORTE, 1990; JANK et al., 1997).

CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS

Em parcelas, o capim-tanzânia-1 produziu 26 t/ha de matéria seca de

folhas (85% mais que o capim-colonião), com 10,5% desta produção

ocorrendo no período seco do ano. Apresentou 80% de folhas (30% mais

que o „Colonião‟). Os teores de proteína foram 16,2% nas folhas e 9,8%

nos colmos (EMBRAPA GADO DE CORTE, 1990; JANK et al., 1994). O

florescimento do capim-tanzânia-1 é mais concentrado do que o do capim-

colonião e, em Mato Grosso do Sul, a maior parte das inflorescências

emerge na primeira quinzena de abril.

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A produção de sementes puras é de, aproximadamente, 230 kg/ha,

quando bem manejado e adubado e colhido com colheitadeira automotriz

(EMBRAPA GADO DE CORTE, 1990).

ADAPTAÇÃO

A cultivar Tanzânia-1 mostrou adaptação aos climas e solos no Acre,

Pará, Brasília, Mato Grosso do Sul, Bahia, Minas Gerais e Paraná. Ela

produziu bem desde latitudes 3° até 23°S, altitudes de 100 a 1.007 m

acima do nível do mar, com precipitações anuais de 1.040 a 1.865 mm, e

solos de pH de 4,9 até 6,8.

EXIGÊNCIA EM FERTILIDADE

O capim-tanzânia-1 é exigente em fósforo (P) e potássio (K),

principalmente na sua implantação. Exige solos de média a alta fertilidade,

ou plantio após a lavoura em solos de menor fertilidade. Os teores mínimos

no solo para melhor produção são 5 a 8 mg/dm3 de P (extrator-Mehlich)

em solos argilosos e arenosos, respectivamente, e de 30 a 40 mg/dm3 de

K. A saturação de bases deve estar entre 40% e 45%. Recomenda-se ainda

a aplicação de 30 kg/ha de enxofre e 40 a 50 kg/ha de fritted trace

elements (FTE), que contenha zinco, cobre e molibdênio.

SEMEADURA

Na Região Centro-Oeste, a semeadura deve ser feita de preferência

entre 15 de novembro e 15 de janeiro, com, no mínimo, 1,8 kg/ha de

sementes puras viáveis, a uma profundidade de 2 a 4 cm. Recomenda-se

passar o rolo compactador após a semeadura.

UTILIZAÇÃO E MANEJO

Devido ao porte médio do capim tanzânia-1 e à pouca lenhosidade

dos colmos, as touceiras são pastejadas por igual, o que permite a este

capim a utilização extensiva ou em rotação. Em comparação ao capim-

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colonião e ao capim-tobiatã, o capim-tanzânia-1 apresentou maior ganho

de peso por animal e por área. O ganho diário por cabeça foi, em média,

720 g nas águas e 240 g na seca. O ganho médio anual foi 520 g/animal e

a produtividade foi 446 kg/ha/ano (vs. 450 e 420 g/animal/dia e 414 e 324

kg/ha/ano nos capins tobiatã e colonião, respectivamente) (EMBRAPA

GADO DE CORTE, 1990).

TOLERÂNCIA A PRAGAS E DOENÇAS

O capim-tanzânia-1 é mais resistente às cigarrinhas-das-pastagens

do que o capim colonião e o capim-tobiatã. Ocasionalmente, são

observados ataques de lagartas, necessitando de controle químico, e

ocorrência de manchas foliares, sem expressão econômica.

Panicum maximum cv. Mombaça

O gênero Panicum L. é um dos maiores e mais importantes da família

Poaceae; Algumas espécies são consideradas forrageiras (Panicum

maximum); Outras cultivadas com objetivo de produção de grãos como o

Panicum miliciaceum (“painço”); Outras apresentam grande importância

ecológica, atuando como fixadora de dunas primárias (Panicum

racemosum). Além disto, inclui espécies invasoras (Panicum

dichotomiflorum e Panicum repens).

FIGURA 6 - Plantas de capim Mombaça

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Sua origem é da África Tropical, estendendo-se para o subtrópico do

continente africano. No Brasil sua primeiras introduções foi no tempo da

escravatura chegou com navios negreiros sendo utilizado para acomodar os

escravos durante a travessia do oceano atlântico; Através dos anos muitas

variedades e cultivares têm sido introduzidos. Hoje plantas dessa espécie

são encontradas em quase todo o território nacional, exceto nas regiões

frias.

Através dos anos muitas variedades e cultivares têm sido

introduzidas. Hoje plantas dessa espécie são encontradas em quase todo o

território nacional, exceto nas regiões frias. Tem importância regional como

infestantes, sendo que a espécie é susceptível ao glifosato e plantas novas

são suscetíveis ao mata-mato seletivo. Tem como características:

• Planta perene, robusta, entouceirada.

• Colmos achatados com cerosidade esbranquiçada, de 1 - 2 m de altura.

• Folhas longas, finas e estreitas, superfície lisa, com pilosidade perto do

colar.

• Inflorescência ocorre na parte terminal dos colmos, com uma ou mais

panículas.

• Flores hermafroditas, anteras, em número de três.

A cultivar Mombaça foi lançada pela Embrapa Gado de Corte e o

Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), em 1993. Ela foi selecionada a

partir da coleção do IRD, introduzida na Embrapa Gado de Corte, em 1982.

A cultivar Mombaça apresenta porte alto de 1,65 m e folhas de largura de 3

cm. As lâminas foliares apresentam poucos pêlos curtos na face superior e

bainhas glabras. Não apresenta cerosidade. Os colmos são levemente

arroxeados. As espiguetas são glabras e verdes com poucas manchas

roxas. O verticilo basal da inflorescência é glabro (EMBRAPA GADO DE

CORTE, 1993; JANK et al., 1997).

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CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS

Em Campo Grande, MS, em parcelas, a cultivar Mombaça produziu 33

t/ha de matéria seca de folhas, sendo 130% a mais que a cultivar Colonião

e 28% a mais que a cultivar Tanzânia-1. A porcentagem de folhas foi

semelhante a esta última, aproximadamente 80%. Os teores de proteína

foram 13,4% nas folhas e 9,7% nos colmos (JANK et al., 1994). O

florescimento é um pouco mais concentrado do que o da cultivar Colonião e

foram obtidos 142 kg/ha de sementes puras, quando bem manejado e

adubado e colhidas manualmente pelo método de pilha (EMBRAPA GADO

DE CORTE, 1993).

ADAPTAÇÃO

A cultivar Mombaça é adaptada às mesmas condições climáticas que

a cultivar Tanzânia-1, como já descrito anteriormente. Exigência em

fertilidade A cultivar Mombaça, como as outras cultivares de P. maximum é

exigente em fertilidade, sendo recomendada para solos de média a alta

fertilidade. Entretanto, esta cultivar tem a capacidade de aproveitar melhor

o fósforo do solo do que a cultivar Tanzânia-1 e, portanto, apresenta

maiores produções nas mesmas condições. Para um bom estabelecimento,

o P deve estar entre 3 mg/dm3 (solos argilosos) e 8 mg/dm3 (solos

arenosos) (extrator-Mehlich), o K entre 30 e 40 mg/dm3, e a saturação de

bases entre 40% e 45%. Recomenda-se ainda a aplicação de 30 kg/ha de

enxofre e 40 a 50 kg/ha de FTE que contenha zinco, cobre e molibdênio.

SEMEADURA

As recomendações de semeadura para a cultivar Mombaça são

semelhantes às da cultivar Tanzânia-1, ou seja, de preferência entre 15 de

novembro e 15 de janeiro na Região Centro-Oeste, com no mínimo 1,8

kg/ha de sementes puras viáveis, a uma profundidade de 2 a 4 cm.

Recomenda-se passar o rolo compactador após a semeadura.

UTILIZAÇÃO E MANEJO ANIMAL

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Devido ao alto porte deste capim, recomenda-se o pastejo rotativo,

para controle dos colmos que são rejeitados pelos animais, se não

consumidos jovens.

TOLERÂNCIA A PRAGAS E A DOENÇAS

A cultivar Mombaça é medianamente resistente às cigarrinhas-das-

pastagens, sendo mais resistente do que a cultivar Tobiatã e menos do que

a cultivar Tanzânia-1. Ocasionalmente, são observadas a ocorrência de

manchas foliares, sem expressão econômica, e o ataque de lagartas,

necessitando de controle químico.

Panicum maximum cv. Massai

A cultivar Massai foi lançada pela Embrapa Gado de Corte e seus

parceiros, em 2001. Ela foi selecionada a partir da coleção do IRD. É um

híbrido espontâneo entre P. maximum e P. infestum, cujas inflorescências

são intermediárias entre a panícula do P. maximum e o rácemo da última.

É uma planta cespitosa com altura média de 60 cm e folhas sem cerosidade

e largura média de 9 mm. As lâminas apresentam densidade média de

pêlos curtos e duros na face superior. A bainha apresenta densidade alta de

pêlos curtos e duros. Os colmos são verdes. As inflorescências apresentam

ramificações primárias curtas e sem ramificações secundárias. As

espiguetas são pilosas com a metade da superfície externa arroxeada. O

verticilo é piloso (JANK et al., 1997; EMBRAPA GADO DE CORTE, 2001).

Fig. 7 - Plantas de capim massai

CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS

A cultivar Massai apresentou uma produção de matéria seca de folhas

em parcelas (15,6 t/ha) semelhante à cultivar Colonião (14,3 t/ha), apesar

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do porte baixo. Essa alta produção deve-se à capacidade 30% maior que o

capim-colonião de produzir folhas, uma rebrota 80% mais eficiente e 50%

menor estacionalidade de produção. As concentrações de proteína bruta

foram 12,5% nas folhas e 8,5% nos colmos (JANK et al., 1994; EMBRAPA

GADO DE CORTE, 2001).

Esta cultivar é precoce, floresce e produz sementes várias vezes ao

ano. A época de maior produção é no mês de maio, quando chega a

produzir 85 kg/ha de sementes puras em parcelas.

ADAPTAÇÃO

A cultivar Massai é adaptada às mesmas condições climáticas que as

cultivares Tanzânia-1 e Mombaça. A cultivar Massai apresentou a mais alta

produção de matéria seca de folhas e a mais alta porcentagem de folhas

entre os 25 acessos e testemunhas („Tanzânia-1‟, „Tobiatã‟, „Vencedor‟ e

„Colonião‟) avaliados pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas

Gerais (EPAMIG), em Governador Valadares, MG (JANK et al., 1993).

EXIGÊNCIA EM FERTILIDADE

O desempenho e persistência da cultivar Massai são melhores em

solos de textura média e argilosa. Ela requer níveis altos de fertilidade do

solo na implantação, mas é a menos exigente em adubação de manutenção

e persiste maior tempo em baixa fertilidade com boa produção sob pastejo,

que outras cultivares da espécie.

Ela é a mais tolerante ao alumínio do solo. Recomendam-se os

mesmos níveis dos elementos no solo que as cultivares Tanzânia-1 e

Mombaça.

SEMEADURA

A cultivar Massai deve ser semeada de preferência entre 15 de

novembro e 15 de janeiro, com 2 kg/ha de sementes puras viáveis, a

semeadura pode ser a lanço ou em linhas com menos de 20 cm de

espaçamento e profundidade de 2 cm, seguida de uma ligeira

compactação.

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UTILIZAÇÃO E MANEJO ANIMAL

O capim-massai pode ser pastejado extensivamente ou rotacionado.

Neste caso, o período ideal para descanso é de 21 a 28 dias, devido a sua

rapidez de rebrota. Sob um pastejo de sete dias e 35 de descanso, o

capim-massai suportou maior número de animais por área (4,45

novilhos/ha), do que as cultivares Tanzânia-1 e Mombaça (3,73 e 3,78

novilhos/ha, respectivamente), porém resultou em menor ganho de peso

individual (306 g/novilho/dia) e produtividade por área (625 kg/ha/ano),

do que as duas cultivares (483 e 445 g/novilho/dia e 720 e 690 kg/ha/ano,

respectivamente) (EUCLIDES et al., 2000; EMBRAPA GADO DE CORTE,

2001).

Entretanto, suplementando os animais na seca, o desempenho

animal das três cultivares foi semelhante (de 690 a 730 g/novilho/dia). O

valor nutritivo da cultivar Massai é próximo dos valores de B. decumbens e

B. brizantha (10,7% de proteína e 57% de digestibilidade).

Este capim apresenta excelente cobertura de solo (87%) e é indicado para

pastejo de bovinos, eqüinos e ovinos.

TOLERÂNCIA A PRAGAS E DOENÇAS

A cultivar Massai apresenta maior resistência à cigarrinha-das-

pastagens (N. entreriana), que as demais cultivares de P. maximum.

Paspalum atratum cv. Pojuca

Pojuca, em tupi-guarani, significa brejo, área úmida. Este capim é um

Paspalum atratum, originário de Mato Grosso do Sul, colhido próximo a

Terenos, em área sujeita a inundações com lençol freático superficial. Foi

levado à Embrapa Cerrados, em 1986, e incorporado a uma coleção de

outros acessos do mesmo gênero. Participou de ensaios em canteiros e

avaliações com animais em várzea sistematizada (EMBRAPA CERRADOS,

2000). Este genótipo é perene, de porte ereto, atingindo altura superior a

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1,5 m. As folhas são tenras, as lâminas foliares possuem pêlos brancos e

longos nas bordas da base da face ventral. A reprodução é por apomixia.

CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS

A cultivar Pojuca apresentou alta produção de forragem (até 26 t/ha

de matéria seca por ano) e 20% a 30% dessa produção ocorre no período

de seca. Apresenta cerca de 65% de folhas, grande velocidade de

estabelecimento e rápida rebrota após o pastejo ou corte, é resistente ao

fogo e medianamente tolerante ao frio. O florescimento é abundante no

final do verão (meados de fevereiro a meados de março) com colheita

entre março e abril. A produtividade de sementes é estimada entre 100 e

150 kg/ha de sementes puras viáveis.

ADAPTAÇÃO

O capim-pojuca é uma opção forrageira para áreas úmidas de

baixadas, sujeitas ao alagamento temporário. Pode ser utilizado como

alternativa a B. humidicola com vantagens em termos de valor nutritivo.

Pode ser plantado em regiões de alta precipitação ou com período seco de

curta duração, como na Amazônia e pré-Amazônia.

EXIGÊNCIA EM FERTILIDADE

O capim-pojuca tem baixa exigência em fertilidade de solo,

recomendando-se uma aplicação de calcário necessária para elevar a

saturação por bases ao mínimo de 30% (EMBRAPA CERRADOS, 2000).

SEMEADURA

A semeadura deve ser efetuada no início da estação chuvosa com 2

kg/ha de sementes puras viáveis e o plantio pode ser a lanço ou em linhas,

na superfície do solo. No plantio com máquinas, recomenda-se misturar as

sementes com adubo superfosfato simples (40 a 50 kg/ha de adubo), para

facilitar a regulagem da semeadora e melhorar a distribuição das sementes.

É recomendável uma ligeira compactação após o plantio.

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UTILIZAÇÃO E MANEJO

Trabalhos realizados em Planaltina, DF, com animais em

confinamento indicaram que não existe limitação ao consumo desse capim,

até os 48 dias de rebrota (LEITE; FERNANDES, 1999; EMBRAPA

CERRADOS, 2000), sendo o teor de proteína de 8% a 10% e de

digestibilidade acima de 60%. Com a mesma taxa de lotação (2,2 UA/ha),

a produtividade animal com capim-pojuca foi maior (303 g/animal/dia e

176 kg/ha), do que com B. humidicola (214 g/animal/dia e 126 kg/ha).

Quando consorciado com amendoim-forrageiro (Arachis pintoi) em

área de várzea, com taxa de lotação equivalente a três animais adultos por

hectare, obtiveram-se 600 kg/ha de peso, vivo anualmente. A Embrapa

Cerrados (2000) recomenda uma taxa de lotação de 3 UA/ha nas águas e 2

UA/ha na seca em pastos bem-formados e em regiões com precipitação

anual acima de 1.600 mm por ano, com período de seca menor que três

meses. E em regiões com menor precipitação e estação seca mais longa, a

taxa de lotação no período chuvoso seria 3 UA/ha e 1 a 1,5 UA/ha na seca.

Tolerância a pragas e a doenças. A cultivar Pojuca apresentou na Embrapa

Gado de Corte níveis de sobrevivência e duração do período ninfal de

cigarrinha-das-pastagens (Deois flavopicta) intermediárias entre B.

decumbens e B. brizantha cv. Marandu.

As três gramíneas foram igualmente preferidas pelas cigarrinhas, mas

o capim-pojuca mostrou alto nível de tolerância, quanto ao dano causado

pelo adulto.

Pennisetum purpureum

Capim-elefante (Pennisetum purpureum Schum.)

O capim elefante é originário do continente africano, tendo como

territórios de maior variabilidade genética as regiões de Guiné,

Moçambique, Angola, Zimbábue e sul do Quênia, onde ocorrem vales

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férteis, com precipitação anual de 1.000 milímetros (BRUNKEN, 1977). É

uma gramínea de grande importância tendo visto que apresenta alta

produção, e com diversas maneiras de utilização, como feno, pastejo,

silagem e capineira (VILELA, 2009).

A primeira descrição botânica foi à data de 1827 (Tcacenco e Botrel,

1997), mas com o tempo sua classificação passou por diversas mudanças,

e atualmente o capim elefante pertencente à família Graminae ou Poaceae,

subfamília Panicoideae, tribo Paniceae, gênero Pennisetum, espécie P.

purpureum, Schumacher e seção Penicillaria (PEREIRA et al., 2001).

O capim elefante apresenta colmo ereto dispostos em touceira ou

não, os quais são preenchidos por um parênquima suculento, chegando a 2

cm de diâmetro, com entrenós de até 20 cm, com folha de coloração verde

escuro ou claro, de inflorescência com panículas sedosas de 15 cm de

comprimento em média, podendo alcançar de 3 a 5 metros de altura

quando presente em habitat natural.

Apresenta espiguetas bifloradas, providas de duas flores ou grupos de

duas flores. Apresenta desenvolvimento de perfilhos aéreos e basilares,

com formação de densas touceiras, porém não são capazes de cobrir o solo

(JACQUES, 1994). Queiroz Filho et al.(2000) ressaltam a posição de

destaque, pela produção de matéria seca (MS) por unidade de área, sendo

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difundido por todo território brasileiro, por resistir a condições climáticas

adversas, como seca moderada e frio.

Pennisetum purpureum cv. Pioneiro

A cultivar Pioneiro foi lançada em 1997 para uso sob pastejo rotativo,

devido suas características de crescimento rápido e expansão lateral das

touceiras. Esta cultivar foi obtida pelo programa de melhoramento de

forrageiras da Embrapa Gado de Leite, com o apoio da Assistência Nestlé

aos Produtores de Leite (ANPL) e Cooperativa Agropecuária Regional de

Montes Claros (Coopagro), por cruzamento realizado em 1991, tendo como

progenitores as variedades Três Rios e Mercker Santa Rita.

A cultivar Pioneiro apresenta touceiras em formato aberto, grande

número de brotações aéreas e basais, colmos finos e folhas eretas. O

intenso lançamento de perfilhos aéreos e basais possibilita uma

recuperação mais rápida dos piquetes após pastejo. O florescimento

normalmente ocorre no mês de abril, e nos meses de inverno pode produzir

folhas mais finas e curtas.

CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS

A produção de matéria seca da „Pioneiro‟ (46,735 t/ha/ano) tem-se

mostrado 81% e 39% superior às cultivares Taiwan A-146 e Cameroon,

respectivamente, com um teor de proteína de 18,5%, sendo 9% e 34%

maior que estas cultivares, respectivamente.

Seu crescimento vigoroso e a rápida expansão das touceiras resultam

numa maior cobertura do solo. Sob condição de capineira, a cultivar

Pioneiro pode apresentar acamamento de perfilhos em áreas sujeitas a

ventos fortes.

ADAPTAÇÃO

Esta cultivar foi desenvolvida e recomendada, inicialmente, para as

condições edafoclimáticas da Região Norte de Minas Gerais. Contudo,

informações recentes indicam que ela tem apresentado boa adaptação a

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outras regiões tropicais brasileiras. Portanto, recomenda-se uma avaliação

preliminar antes do seu cultivo em maior escala.

EXIGÊNCIA EM FERTILIDADE

Deve-se fazer análise da fertilidade do solo. No plantio, recomenda-se

utilizar apenas a adubação fosfatada. O nitrogênio e o potássio são

distribuídos em cobertura, parceladamente, durante o ano.

SEMEADURA

O plantio deve ser realizado durante o período chuvoso ou sob

irrigação. Devem-se utilizar mudas maduras com 100 a 120 dias de idade,

sendo necessárias de 4 a 5 toneladas de mudas para plantio de 1 ha de

pastagem. Recomenda-se o plantio em sulcos, com 15 a 20 cm de

profundidade. As mudas devem ser distribuídas no fundo do sulco, com

sobreposição de ponta e pé, cortando-se os toletes a cada 70 cm. Para

pastagem, o espaçamento indicado é de 50 a 60 cm nas entrelinhas,

visando mais rápida cobertura da pastagem. Entretanto, pode-se utilizar

um espaçamento de até 100 cm entre sulcos, caso seja difícil sulcar em um

espaçamento menor. O custo de implantação por hectare equivale a 3.500

litros de leite. Assim, devem-se utilizar vacas com potencial de produção

de leite superior a 10 litros/dia.

UTILIZAÇÃO E MANEJO

Recomenda-se dividir a pastagem em 11 piquetes de tamanhos

iguais. Quando as plantas atingirem 160-180 cm de altura, deve-se fazer

um pastejo suave para uniformização da pastagem, seguido de uma roçada

a 20 cm de altura. O início do pastejo rotativo deve ocorrer, quando a

pastagem atingir novamente cerca de 160 cm de altura. Devido ao rápido

crescimento do capim, sugerem-se 30 dias de descanso, três dias de

pastejo e uma carga de 4 a 5 UA/ha. Para acelerar o crescimento da

pastagem, deve-se evitar o superpastejo, deixando um resíduo de 10% a

15% de folhas. Em áreas sujeitas à estiagem, a pastagem deve ser

irrigada.

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Mais algumas características dos capins conforme tabela abaixo:

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Na próxima aula estudaremos as leguminosas, e fecharemos

esse modulo, aguardo vocês!!

BONS ESTUDOS

EQUIPE AGRONOMIACONCURSOS

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LISTA DE QUESTÕES COMENTADAS

4 - Prefeitura Morro da Fumaça - Nutricionista - FAEPESUL - SC - 2016

Considere as afirmativas sobre forragicultura.

I. Em terrenos em declive são recomendados forrageiras cespitosas, como

o capim elefante (Penissetum purpureum), pois suas touceiras promovem

proteção contra o processo erosivo, não havendo necessidade de confecção

de curvas de nível.

II. Quando manejadas na sua capacidade de suporte, gramíneas rasteiras e

estoloníferas, tais como as do gênero Cynodon,apresentam boa cobertura

do solo protegendo-o contra o processo erosivo promovido pela chuva.

III. Na formação de pastagens de gramíneas tropicais, o plantio em linha

necessita de menos sementes por hectare do que o plantio a lanço.

IV. Na formação de pastagens de gramíneas tropicais, o plantio em linha

necessita de mais sementes por hectare do que o plantio a lanço.

Assinale a alternativa que contém todas as afirmativas corretas:

A.I e II.

B.II e III.

C.III e IV.

D.I, II e III.

E.II, III e IV

SOLUÇÃO

Cespitoso ereto: quando os entrenós basais são muito curtos, produzindo

afilhos eretos de maneira a formar touceiras densas. Ex.: capim elefante,

setária, panicum. Às vezes, os entrenós basais não são tão aproximados a

ponto de formarem touceiras. Ex.: milho, sorgo, milheto, trigo, aveia,

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cevada, triticale e azevém; O capim-elefante, assim como as cultivares do

gênero Panicum, bem como as forrageiras milho, sorgo e cana de açúcar,

recursos forrageiros utilizados como suplementos volumosos para a época

seca do ano, são plantas extremamente sensíveis ao encharcamento do

solo. Além dessa limitação, áreas com declive acima de 25 a 30%

(segmento E) não devem também ser utilizadas. A não-recomendação das

áreas de relevo mais acidentado deve-se à dificuldade de mecanização,

bem como às perdas de solo e água pela erosão, e pelas dificuldades de

adoção de práticas racionais de conservação de solo. Em razão desta baixa

fertilidade natural e declive acentuado, é recomendado para cultivos com

forrageiras que apresentem características de tolerância a fatores de acidez

de solo; adaptação à baixa fertilidade natural; rapidez na cobertura do

solo, após plantio; boa capacidade de produzir sementes, dentre outras. As

forrageiras mais indicadas para serem utilizadas neste segmento são:

braquiárias (especialmente B. ruziziensis e B. decumbens), Hyparhenia

rufa (capim-jaraguá) e capim-gordura (Melinis minutiflora), dentre

outras. Salienta-se, ainda, que o cultivo desta área implica utilização de

práticas conservacionistas de manejo do solo.

5 - Banco da Amazônia - Técnico Científico – Zootecnia - CESPE - 2004

As pastagens são a fonte de alimento mais importante para a produção de

ruminantes no Brasil. Assim, o conhecimento dos potenciais das diversas

espécies quanto à quantidade e à qualidade, o estabelecimento de manejo

adequado e a busca de novas alternativas constituem os importantes

pilares desse segmento produtivo. Com relação a esse assunto, julgue o

item subseqüente:

São exemplos de cultivares liberadas para o mercado brasileiro: gênero

RESPOSTA B

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Panicum, cultivares Planaltina e Baeti; gênero Pennisetum, cultivar

Pioneiro; gênero Brachiaria, cultivar Marandu; gênero Andropogon,

cultivares Tobiatã, Centenário e Centauro.

o Errado

o Certo

SOLUÇÃO

gênero Panicum, cultivares Planaltina e Baeti isso esta incorreto,

Andropogon gayanus cv. Baeti – Embrapa 23 e capim. andropogon cv. Planaltina.

Pennisetum purpureum cv. Pioneiro

Brachiaria brizantha cv. Marandu

No Brasil, destaca-se a espécie P. maximum, a qual foi

provavelmente introduzida no Século VIII em navios negreiros, servindo de

cama para os escravos. A ampla diversidade morfológica e fenológica

encontrada nesta espécie, sua ótima adaptação às condições tropicais e o

bom desempenho animal obtido em pastejo durante o período mais quente

do ano motivou a realização de diversos trabalhos de pesquisa e o

lançamento de novas cultivares: Tobiatã, Centenário e Centauro (IAC); IZ-

1 e Aruana (IZ); Vencedor (CPAC); Tanzânia (CNPGC) e Mombaça (CNPGC

/ IAPAR). Todas as cultivares lançadas são conhecidas pelos produtores

como pertencentes ao grupo do Colonião, que é a cultivar mais antiga,

conhecida e cultivada.

Panicum maximum cv. Centenário esta cultivar é um híbrido entre a cv.

Angola e a sexual 28 selecionada a partir do acesso PI 277933. Gramínea

perene, entouceirada com hábito de crescimento cespitoso, podendo

chegar a altura de 2,20 m Folhas: são de coloração verde escuro, largas e

decumbentes, com poucos pêlos curtos e macios. Os colmos são levemente

pilosos. Destaca-se pela excelente capacidade de perfilhamento. Não

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apresenta cerosidade. As inflorescência são do tipo panícula e bastante

desenvolvida.

Panicum maximum cv. Centauro

É um híbrido entre a cv. Katerere e a sexual 40 selecionada a partir

do acesso PI 277944. Gramínea perene, entouceirada com hábito de

crescimento cespitoso, podendo chegar a altura de 1,00 m, sendo,

portanto, um capim de porte baixo. As Folhas são de coloração verde

escuro e decumbentes, com poucos pêlos curtos e macios. Os colmos

levemente pilosos. A cultivar não apresenta cerosidade, as inflorescência

são do tipo panícula.

6 - Zootecnista - IF/RJ – BIORIO – 2015

Observe as afirmativas a seguir, em relação a forragens:

I. Brachiaria brizantha é exigente em solos férteis vegetando melhor em

solos arenosos.

II. Panicum maximum é utilizado em pastejo e ensilagem. Forragem de boa

palatabilidade e disgestibilidade e exige solos férteis.

III. Cynodon sp. multiplica-se através de mudas enraizadas ou estolões.

Alta digestibilidade e alta produtividade.

Assinale a alternativa correta:

(A) apenas a afirmativa I está correta.

(B) apenas a afirmativa III está correta.

(C) apenas as afirmativas I e II estão corretas.

(D) apenas as afirmativas II e III estão corretas.

(E) todas as afirmativas estão corretas.

SOLUÇÃO

RESPOSTA ERRADO

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Brachiaria brizantha expressa melhor seu potencial de produção em solos

de textura moderada a argilosa de fertilidade média a alta e que não

apresentem problemas de acidez. Os rendimentos em torno de 15 a 20

t/ha/ano. Durante o período seco, produz de 12 a 15% do rendimento

anual de forragem Apresenta alta porcentagem de folhas, cerca de 82% da

massa durante o ano. Teores de proteína bruta variam entre 10 e 12% ao

longo do ano.

7 - FUB - Engenheiro Agrônomo - CESPE - 2016

Com referência a produção e manejo de pastagem, julgue o item que se

segue.

A Brachiaria decumbens, cv Basilisk, caracteriza-se por apresentar baixa

suscetibilidade a cigarrinha das pastagens e a solos mal drenados. Foi

muito utilizada em áreas de Cerrado pela baixa exigência à fertilidade e

tolerância a solos ácidos.

o Errado

o Certo

SOLUÇÃO

A Brachiaria decumbens, cv Basilisk tem fácil estabelecimento, tolerância a

baixa fertilidade, alta produtividade sobre uso intensivo, bom crescimento

sob sombra, boa qualidade forrageira. Suscetibilidade a cigarrinhas típicas

de pastagens, baixa adaptação a solos mal drenados, suscetibilidade à

podridão foliar fúngica, difícil erradicação pelo acúmulo de sementes viáveis

no solo, pode provocar fotossensibilização hepatógena em bovinos.

RESPOSTA D

RESPOSTA CERTO

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8 - FUB - Engenheiro Agrônomo - CESPE - 2016

Com referência a produção e manejo de pastagem, julgue o item que se

segue.

Gramíneas do gênero Panicum, sensíveis à acidez do solo, caracterizam-se

por apresentar alta estacionalidade produtiva e adaptar-se a solos

profundos e férteis, tolerando encharcamento.

SOLUÇÃO

O capim-elefante, assim como as cultivares do gênero Panicum, bem como as

forrageiras milho, sorgo e cana de açúcar, recursos forrageiros utilizados como

suplementos volumosos para a época seca do ano, são plantas extremamente

sensíveis ao encharcamento do solo.

RESPOSTA ERRADO

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