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A proteção do patrimônio cultural em Juiz de Fora UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA FACULDADE DE ENGENHARIA DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO Curso: Arquitetura e Urbanismo Disciplina: Tecnicas Retrospectivas I Prof.a: Raquel von Randow Portes www.urbanismomg.ufjf.br

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A proteção do patrimônio cultural em Juiz de Fora

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DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO ��

Curso: Arquitetura e Urbanismo �Disciplina: Tecnicas Retrospectivas I�

Prof.a: Raquel von Randow Portes �

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DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO ��

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LEI N.º 10.777 – de 15 de julho de 2004. Dispõe sobre a proteção do Patrimônio Cultural do Município de Juiz de Fora e dá outras providências. Questões: Como se estrutura a proteção do patrimônio, visão de conjunto ou visão isolada? Qual o órgão responsável pela gestão do patrimônio cultural na cidade? Como ocorre o processo de tombamento?

Figura 01 a/b/c/d/e- Referências culturais em Juiz

de Fora. Fonte: Acervo urbanismomg/ufjf. �

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LEI N.º 10.777 – de 15 de julho de 2004. Dispõe sobre a proteção do Patrimônio Cultural do Município de Juiz de Fora e dá outras providências. A estrutura da lei; Capítulo I Do Patrimônio Cultural do Município de Juiz de Fora CAPÍTULO II Do Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural - COMPPAC CAPÍTULO III Dos Instrumentos de Proteção do Patrimônio Cultural CAPITULO IV Das Penalidades

Figura 02 a/b/c - Referências culturais em Juiz de Fora.

Fonte: Acervo urbanismomg/ufjf. �

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Figura 03 a/b/c - aspecto centro Juiz de Fora. Fonte: Acervo urbanismomg/ufjf. �

Figura 04 a/b/c - Levantamentos cadastrais que compreendem o centro Juiz de

Fora. Fonte: Acervo urbanismomg/ufjf. �

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Figura 03 a/b/c - aspecto centro Juiz de Fora. Fonte: Acervo urbanismomg/ufjf. �

HISTÓRIA  -­‐  JUIZ  DE  FORA      Dentre   a   análise histórica e de formação do município são  destacados   três   períodos   históricos   caracterizados   como   mais  significa7vos  para  a  formação  da  cidade  de  Juiz  de  Fora:  

• primeiro  refere-­‐se  ao  Caminho  Novo   (início  do  século  XVIII)  o  qual  se  configurou  como  ponto  de  par7da  do  povoamento  da  cidade  devido  à  produção  aurífera  e  cafeeira;    

• o   segundo   trata   da   Expansão   Cafeeira   (início   do   século   XIX   até  1930)  onde  a  cidade  configura-­‐se  como  um  vasto  território  de  produção  deste   gênero,   onde   atrelado   a   esta   produção   têm-­‐se   a   construção   da  Estrada  do  Paraibuna;      

• e   o   terceiro   momento   que   enfa7za   o   processo     rela7vo   A  Industrialização  até  os  dias  atuais  do  município  (final  do  século  XIX   até   os   dias   atuais),   marcado   pela   construção   da   Estrada   União  Indústria.  

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Figura 03 a/b/c - aspecto centro Juiz de Fora. Fonte: Acervo urbanismomg/ufjf. �

CAMINHO  NOVO      O  Caminho  Novo  -­‐    necessidade  de  controlar  o  fluxo  aurífero  e  de  reduzir  a  distância  entre  a  capital  da  província,  Vila  Rica  –  atual  Ouro  Preto  –  à  capital  do  Império,  Rio  de  Janeiro    1701  -­‐    Coroa  Portuguesa  cede  a  Garcia  Rodrigues  Paes  a  concessão  para  a  abertura  da  via  de  acesso      1703  -­‐  foram  concluídas  as  obras    Ao  longo  do  Caminho  Novo  surgiram  armazéns  e  hospedarias  a  fim  de  atender  o  tráfego  das  tropas.  Além  disso,  surgem  diversos  postos  oficiais  de  registro  e  fiscalização  de  ouro,  dentre  eles  os  registros  de  Ma7as  Barbosa  e  Borda  do  Campo  (atual  Barbacena)      Com  o  declínio  da  produção  aurífera,  passa  a  ser  u7lizado  como  uma  via  transitória  de  mercadorias  produzidas  na  Mata,  funcionando  como  meio  para  o  abastecimento  interno,  especificamente  da  Corte  no  Rio  de  Janeiro.    A  proximidade  com  o  Vale  do  Paraíba  Fluminense,  o  qual  até  o  século  XIX  se  apresentava  como  a  região  economicamente  mais  dinâmica  do  país  (CREMONESE,  2007),  permi7u  uma  maior  ar7culação  e  iden7ficação  daquela  com  as  estruturas  sociais  e  econômicas  desenvolvidas  neste,  contribuindo  para  a  inserção  da  cidade  de  Juiz  de  Fora  na  esteira  da  expansão  cafeeira.    

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www.urbanismomg.ufjf.br ������CAMINHO  NOVO    

   

Ouro  Preto  

Juiz  de  Fora  

Rio  de  janeiro  

Traçado  do  Caminho  Novo,  em  1701.      

www.urbanismomg.ufjf.br ������EXPANSÃO  CAFEEIRA  

  1809 - a cafeicultura chegou à Minas Gerais pela margem norte do Rio Paraibuna e os fluxos migratórios aumentaram sensivelmente dirigindo-se diretamente para a Zona da Mata.  Giovanini  &  Matos  (2004)     “A  eleição  da  área  sul  da  Zona  da  Mata  –  Ma7as  Barbosa,  Juiz  de  Fora,  Mar  de  Espanha,  Além  Paraíba,  etc  –  era  natural  neste  momento,  dada  a  proximidade  desta  área  relaSvamente  à  província  do  Rio,  possuindo  uma  posição  estratégica  para  o  fluxo  de  comercialização  da  produção  –  fator  importante  se  7vermos  em  mente  as  dificuldades  de  transporte  no  período  –  além,  é  claro,  de  oferecer  como  toda  a  Zona  da  Mata,  condições  naturais  bastante  favoráveis  para  o  cul7vo  do  café”  (PIRES,  1993,  p.  73).    O  engenheiro  de  minas  alemão  Henrique  Guilherme  Fernando  Halfeld  aportou  em  Minas  encarregado  de  proporcionar  melhorias  em  um  trecho  do  Caminho  Novo.    A  Estrada  do  Paraibuna  foi  construída  entre  1836  e  1838,  e  é  considerada  por  Pires  (1993)  como  o  ponto  de  parSda  fundamental  para  a  definição  do  núcleo  urbano  de  Juiz  de  Fora,  pois  seu  traçado  original  deu  origem  à  atual  avenida  Barão  do  Rio  Branco,  principal  avenida  que  corta  a  cidade    

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Traçado  de  Henrique  Guilherme  Halfeld  para  a  Estrada  do  Paraibuna,  em  1853.    Fonte:    Acervo  da  Biblioteca  Municipal  de  Juiz  de  Fora  -­‐  MG        

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Traçado  de  Henrique  Guilherme  Halfeld  para  a  Estrada  do  Paraibuna,  situação  em  relação  ao    Caminho  Novo  e,  posteriormente  a  Estrada  União  Indústria.    Fonte:    A  História  de    Juiz  de  Fora,  Paulino  de  Oliveira,  1966.  Modificado  por:  Raquel  Portes,  2008.  

 

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 Estrada  do    Paraibuna  proporcionou  o  aparecimento  de  um  arraial,  onde  hoje  está  situado  o  bairro  Alto  dos  Passos,  chamado  então  Paraibuna,  o  qual  no  ano  de  1850  desmembra-­‐se  de  Barbacena,  sendo  elevado  à  categoria  de  Vila  e  recebendo  o  nome  de  Santo  Antônio  do  Paraibuna.    Em  1856  a  Vila  é  elevada  à  categoria  de  cidade  e  recebe,  em  1865,  a  denominação  de  Juiz  de  Fora.  

Vista da cidade em 1861 tirada na visita de Dom Pedro II, esse mirante foi chamado mais tarde chamado de Mirante do Imperador      

D.  Pedro  II  em  Juiz  de  Fora  (1869).  Fotografia  7rada  às  margens  do  rio  Paraibuna.  Fonte  Figuras  1  e  2:  Acervo  do  Museu  Mariano  Procópio      

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Foto  panorâmica  da  Vila  do  Paraibuna,  1887.      

EXPANSÃO CAFEEIRA Santo Antônio do Paraibuna transforma-se no principal núcleo urbano da região, onde se concentrava a produção das fazendas para ser transportada e comercializada na Corte. Constitui-se um local onde encontravam variados gêneros de subsistência possuindo também funções sociais e culturais, como ponto de encontro das famílias para lazer e diversão. Torna-se assim o principal centro produtor e distribuidor da região, permitiundo à mesma um acúmulo de capital, desencadeando uma série de transformações: incentivando o desenvolvimento de novos setores, via processo de urbanização, sistema de serviços, comércio, surgimento de um sistema bancário e processo de industrialização no final do século XIX (CREMONESE, 2007; SILVA, 2004).

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DA  INDUSTRIALIZAÇÃO  ATÉ  OS  DIAS  ATUAIS      O   processo   de   industrialização   em   Juiz   de   Fora   está   atrelada   consideravelmente   a  

construção   da   Rodovia   União   e   Indústria   que   compreende   o   trecho,   Juiz   de   Fora   –  Petrópolis  –  Rio  de  Janeiro.    1852  -­‐  início  -­‐  Comendador  Mariano  Procópio  Ferreira  Lage  obtém  do  império  a  concessão  para  a  construção  da  rodovia.  Assim,  escolhe  Santo  Antonio  do  Paraibuna  para  ser  a  sede  da  Companhia  União  Indústria.  Fundação  da  Colônia  D.  Pedro  II.  A  imigração  foi  u7lizada  para  obter  mão-­‐de-­‐obra  especializada,  principalmente  de  origem  alemã  (GIROLETTI,  1988).    1861,  conclusão  da  obra  -­‐  muitos  dos  profissionais  envolvidos  optaram  por  permanecer  em   Juiz   de   Fora,   dedicando-­‐se   a   diversos   empreendimentos,   montando   pequenas  fábricas  na  área  central  ou  arredores  da  cidade.  Alguns  por  sua  vez  estabeleceram-­‐se  nos  ramos   comerciais,   de   serviços   ou   na   área   rural   na   conSnuação   de   suas   aSvidades  agrícolas.  Cabe  ressaltar,  que  os  demais  imigrantes  consStuíram  o  mercado  de  mão-­‐de-­‐obra  especializada  para  o  suprimento  das  indústrias  (GIROLETTI,  1988).    

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DA  INDUSTRIALIZAÇÃO  ATÉ  OS  DIAS  ATUAIS      

 Vista  de  trecho  da  Estrada  de  Rodagem  União  Indústria,  em  1861.  

Estrada  de  ferro  Central  do  Brasil,  ponte  sobre  o  rio  Paraibuna  no  Bairro  Re7ro,  1939  

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DA  INDUSTRIALIZAÇÃO  ATÉ  OS  DIAS  ATUAIS      

Fonte:  Luiz  José  Stehling  -­‐  A  COMPANHIA  UNIÃO  INDÚSTRIA  E  OS  ALEMÃES  -­‐  FUNALFA,  1979.    

Fonte:  Associação  Cultural  e  Recrea7va  Brasil-­‐Alemanha  -­‐  Grupo  Schmeverling,  2005.        

Imagens  da  imigração  alemã  em  Juiz  de  Fora,  da  Colônia  D.  Pedro  II,  aos  dias  atuais.    

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DA  INDUSTRIALIZAÇÃO  ATÉ  OS  DIAS  ATUAIS      

Fábrica  de  Tecelagem  Bernardo  Mascarenhas,  em  1895.  Fonte:  Luiz  José  Stehling  -­‐  A  COMPANHIA  UNIÃO  INDÚSTRIA  E  OS  ALEMÃES  -­‐  FUNALFA,  1979.        

Centro  Cultural  Bernardo  Mascarenhas,  em  2005.  Fonte:  hvp://www.skyscrapercity.com/  Juiz  de  Fora  158  anos    

“o  empreendedor  Bernardo  Mascarenhas  que  iniciou  sua  vida  no  comércio  -­‐  como  tropeiro  -­‐    firmando-­‐se  posteriormente  em  Juiz  de  Fora,  ao  par7cipar  em  várias  organizações,  dentre  as  quais  estão  a  Companhia  Construtora  Mineira,  a  Sociedade  Promotora  da  Imigração  em  Minas  Gerais,  o  Banco  Crédito  Real  de  Minas  Gerais,  a  Academia  de  Comércio,  a  Companhia  Mineira  de  Juta,  além  da  instalação  de  sua  tecelagem  e  da  pioneira  Companhia  Mineira  de  Eletricidade.  Em  1883,  a  par7cipação  de  capitais  ingleses  no  processo  de  industrialização  de  Juiz  de  Fora  se  materializou  com  a  construção  da  Companhia  de  Fiação  e  Tecelagem  Industrial  Mineira.  Esta,  conhecida  como  a  Fábrica  dos  Ingleses  e  que  posteriormente  receberia  o  nome  de  Companhia  Têx7l  Ferreira  Guimarães,  fixou-­‐se  nas  an7gas  instalações  da  desa7vada  Companhia  União  e  Indústria”.    

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DA  INDUSTRIALIZAÇÃO  ATÉ  OS  DIAS  ATUAIS      

Divisão  do  processo  de  industrialização  no  período  de  1850  a  1930  segundo  Girole{  (1988):      -­‐  Implantação:  predomínio  das  indústrias  de  pequeno  porte  e  pequenas  oficinas,  onde  eram  empregadas  tecnologias  elementares.    -­‐  Consolidação:  a  par7r  do  início  do  século  XX,  é  possível  verificar  o  início  da  fundação/criação  de  médias  e  grandes  indústrias  locais,  caracterizadas  pelo  uso  intensivo  de  capital,  tecnologias  importadas  e  elevadas  taxas  de  produ7vidade  associadas  a  um  grande  con7ngente  de  trabalhadores.    Período  no  qual  Juiz  de  Fora  era  o  principal  centro  industrial  de  Minas  Gerais  apresentando  de  1905  a  1920    um  crescimento  da  produção  em  298%,  do  número  de  estabelecimentos  comerciais  332%  e  do  número  de  trabalhadores  227%.    Juiz  de  Fora  passou  a  ser  conhecida  no  cenário  estadual  e  federal  por  diversos  topônimos,  a  saber,    “Manchester  Mineira”,  “Atenas  Mineira”,  “Princesa  de  Minas”,  “Barcelona  Mineira”,  “Princesa  do  Paraibuna”  (SILVA,  2004).    

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DA  INDUSTRIALIZAÇÃO  ATÉ  OS  DIAS  ATUAIS      

Fatores  que  contribuiram  para  a  decadência  da  industrialização  a  par7r  da  década  de  30  (Mavos  et  al  apud  Cremonese,  2007):    -­‐  Crise  econômica  mundial  e  cafeeira  no  Brasil;  -­‐  Mo7vos  geográfico/condição  interiorana  do  município;  -­‐  Transferência  da  capital  do  estado  para  Belo  Horizonte  no  ano  de  1897,  fazendo  com  que  Juiz  de  Fora  perdesse  sua  influência  políSca  em  âmbito  estadual  e  federal  e  com  que  diminuissem  parte  dos  inves7mentos  voltados  então  para  a  metalurgia;    Este  processo  de  desaceleração  do  setor  industrial  ocorreu  até  o  ano  de  1945,  quando  verifica-­‐se  uma  }mida  recuperação  do  setor,  não  fazendo  parte  no  entanto  de  nenhum  grande  projeto  implementado  durante  o  Plano  de  Metas,  o  qual  prezava  pela  indústria  automobilís7ca,  química,  siderúrgica  e  metalúrgica.  Algumas  indústrias  foram  instaladas  como:  FACIT  S.A  Máquinas  de  Escritório  e  Becton  Dickson  Indústrias  Cirúrgicas  Ltda,  mas  não  proporcionaram  modificações  significa7vas  no  panorama  local  (MATTOS  et  al,  2002).      

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Figura 05 a/b - Referências culturais em Juiz de Fora.

Fonte: Acervo urbanismomg/ufjf. �

Figura 06 - Vista aérea centro Juiz de Fora. Fonte: Acervo

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LEI N.º 10.777 – de 15 de julho de 2004 Capítulo I Do Patrimônio Cultural do Município de Juiz de For a Art. 1.º - O Patrimônio Cultural do Município de Juiz de Fora é integrado pelos bens materiais - imóveis, móveis e integrados, públicos ou privados, e bens imateriais existentes em seu território, que devem merecer a proteção do Poder Público Municipal, por serem portadores de referência à identidade juizforana,nos quais se incluem: I - as formas de expressão; II - os modos de criar, fazer e viver; III - as criações científicas, artísticas e tecnológicas; IV - as obras, objetos, documentos e edificações cuja conservação seja do interesse público, quer por sua vinculação a fatos memoráveis da história do Município, do Estado ou do País, quer por seu valor cultural, histórico, etnológico, paleontológico, bibliográfico, artístico, arquitetônico, paisagístico; V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, arquitetônico, paisagístico, artístico, paleontológico, ecológico e cientifico.

Figura 07 a/b - Referências culturais em Juiz de Fora.

Fonte: Acervo urbanismomg/ufjf. �

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Art. 2.º - A proteção do Patrimônio Cultural será feita em conformidade com a natureza do bem, observado o Decreto-Lei n.º 25, de 30 de novembro de 1937 e o Decreto n.º 3551, de 04 de agosto de 2000 e poderá compreender: I - tombamento do bem e delimitação de seu entorno, quando for o caso; II - registro de bem imaterial; III - declaração de interesse cultural do bem. Parágrafo único - O Município estimulará a participação da comunidade na preservação do Patrimônio Cultural. Art. 3.º - Os proprietários de imóveis tombados poderão utilizar-se da transferência do potencial construtivo, nos termos da Lei Municipal n.º 9.327, de 27 de julho de 1998.

Figura 08 a/b - Referências culturais em Juiz de Fora.

Fonte: Acervo urbanismomg/ufjf. �

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Do Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural - COMPPAC Art. 4.º - A política de preservação do Patrimônio Cultural do Município de Juiz de Fora será estabelecida pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural, órgão vinculado à FUNALFA, subordinada à Diretoria de Política Social. Art. 5.º - O Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural, constituído por treze membros, terá a seguinte composição: I - o Superintendente da FUNALFA, que será seu Presidente; II - um Vereador, representante da Câmara Municipal; III - cinco membros indicados pelo Prefeito Municipal; IV - seis membros indicados por entidades, associações ou organizações da sociedade civil, designadas pelo Prefeito Municipal, identificadas com a questão do patrimônio cultural, planejamento urbano e áreas afins.

Figura 09 a/b - Referências culturais em Juiz de Fora.

Fonte: Acervo urbanismomg/ufjf. �

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Art. 6.º - Ao Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural competirá: I - definir as bases da política de preservação, proteção e valorização dos bens culturais integrantes do Patrimônio Cultural do Município; II - opinar sobre o tombamento de bens e proceder a estudos que conduzam à criação de instrumentos destinados a defesa do Patrimônio Cultural do Município; III - elaborar normas ordenadoras e disciplinadoras da preservação e manutenção dos bens culturais; IV - diligenciar no sentido de obter recursos para a execução de programas de valorização e revitalização dos bens culturais do Município; V - solicitar e acompanhar os trabalhos realizados pelo corpo técnico da FUNALFA, visando a proteção, preservação, vigilância, desenvolvimento de inventários, projetos, pareceres, atividades que objetivem a educação patrimonial e eventos culturais relacionados com o Patrimônio Cultural do Município; VI - analisar e aprovar projetos de restauração e/ou reforma em bens culturais integrantes do Patrimônio Cultural do Município, bem como emitir parecer sobre demolições de imóveis.

Figura 10 a/b/c - Referências culturais em Juiz de Fora.

Fonte: Acervo urbanismomg/ufjf. �

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CAPÍTULO III Dos Instrumentos de Proteção do Patrimônio Cultural SEÇÃO I Do Processo de Tombamento de Bens Materiais Art. 8.º - O COMPPAC poderá, de ofício, declarar de interesse cultural do município o bem a que não for adequada a proteção acarretada pelo tombamento, quer em razão de sua natureza, quer em razão de sua especificidade, a despeito de seu valor cultural, histórico, arquitetônico ou paisagístico. Art. 9.º - A declaração de interesse cultural do bem acarretará a adoção de medidas especiais de proteção específicas e aprovadas pelo COMPPAC, que poderão abranger a imposição de restrições ao seu uso. Art. 10 - O processo de declaração de interesse cultural observará as normas que disciplinam o processo de tombamento. Art. 11 - Os processos de tombamento, de bens materiais - imóveis, móveis, integrados e de declaração de interesse cultural do bem - iniciar-se-ão com a apresentação, ao Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural, de proposta subscrita por: I - membro do Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural; II - pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado.

Figura 11 a/b/c - Referências culturais em Juiz de Fora.

Fonte: Acervo urbanismomg/ufjf. �

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Art. 12 - Uma vez autuada a proposta, o Presidente do Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural ordenará a notificação do proprietário do bem para, no prazo de um mês, impugná-la, querendo. § 1.º - A notificação ao proprietário dar-se-á da seguinte forma: I - por carta registrada, com aviso de recebimento; II - por edital: a) quando desconhecido ou incerto o proprietário do bem; b) quando ignorado, incerto ou inacessível o lugar em que se encontrar o proprietário; c) quando a notificação for para conhecimento do público em geral ou sempre que a publicidade seja essencial à finalidade do mandado; d) quando a demora da notificação pessoal puder prejudicar seus efeitos; e) nos casos expressos em Lei. III - pessoalmente ao proprietário, seu representante lega, ou ao seu procurador legalmente autorizado.

Figura 12 a/b - Referências culturais em Juiz de Fora.

Fonte: Acervo urbanismomg/ufjf. �

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Art. 17 - Se o Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural, pelo voto da maioria absoluta de seus membros, aprovar a proposta de tombamento, os autos serão conclusos ao Prefeito Municipal. § 1.º - Recebidos os autos, o Prefeito Municipal mandará dar vista da deliberação do Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural ao proprietário do bem, para que este apresente, querendo, no prazo improrrogável de quinze dias, memorial. § 2.º - Escoado o prazo para a apresentação de memorial, o Prefeito Municipal decidirá, decretando ou não o tombamento. § 3.º - O Prefeito Municipal poderá, a todo o tempo, determinar a devolução dos autos ao Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural para a realização de diligências e, se for o caso, determinar o reinicio do processo. Art. 18 - O ato de tombamento conterá a descrição do bem a que se referir, será inscrito no Livro de Tombo e averbado no Registro de Imóveis competente. Art. 19 - Autuada a proposta de tombamento, como prescrito no art. 11, e enquanto em tramitação o respectivo processo, ao bem a que a mesma disser respeito será dispensada a mesma proteção que se defere ao bem tombado. Art. 20 - Só poderá ser autuada nova proposta de tombamento, registro ou declaração de interesse cultural, após o transcurso de, no mínimo, um ano da data do encerramento do processo anterior, a não ser que ocorra fato novo relevante que o justifique, conforme decisão do Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural .

Figura 13 a/b - Referências culturais em Juiz de Fora.

Fonte: Acervo urbanismomg/ufjf. �

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Como se estrutura a proteção do patrimônio, visão de conjunto ou visão isolada!? Quais são as implicações/consequencias do tombamento isolado?

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Atualmente a Prefeitura Municipal possui 160 bens imóveis tombados e declarados de Interesse Cultural.

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Grupos Centrais (Palacete Santa Mafalda)

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Quanto a estrutura interna, forma e função da edificação tombada, existe alguma diretriz específica?

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Atualmente a Prefeitura Municipal possui 30 monumentos em praça pública tombados e declarados de Interesse Cultural.

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SEÇÃO II Do Destombamento Art. 21 - O ato de tombamento poderá ser revogado pelo Prefeito Municipal, ouvido o Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural, nas seguintes hipóteses: I - quando se provar que o tombamento resultou de erro quanto à sua causa determinante; II - por exigência do interesse público. Parágrafo único - O processo de destombamento observará, no que for aplicável, o disposto nos arts. 7.º a 19. SEÇÃO III Do Registro de Bens Culturais de Natureza Imaterial Art. 22 - Fica instituído o registro de bens culturais de natureza imaterial que constituem patrimônio cultural, nos termos do Decreto Federal n.º 3551, de 04 de agosto de 2000. Art. 23 - O registro será feito no Livro próprio, onde serão inscritos conhecimentos e modos de fazer enraizados no cotidiano das comunidades, rituais e festas que marcam a vivência coletiva do trabalho, da religiosidade, do entretenimento e de outras práticas da vida social, manifestações literárias, musicais, plásticas, cênicas e lúdicas, mercados, feiras, santuários, praças e demais espaços onde se concentram e reproduzem práticas culturais coletivas ou outros bens culturais de natureza imaterial que constituam patrimônio cultural brasileiro e não se enquadrem nas definições acima. Art. 24 - A inscrição terá sempre como referência à continuidade histórica do bem e sua relevância para a memória, a identidade e a formação da sociedade.

Figura 14 a/b - Referências culturais em Juiz de Fora.

Fonte: Acervo urbanismomg/ufjf. �

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CAPITULO IV Das Penalidades Art. 32 - As coisas tombadas não poderão ser destruídas, demolidas ou mutiladas, nem sem prévia autorização do Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural, ser reparadas, pintadas ou restauradas. Art. 33 - Verificado dano ao bem, por ato ou omissão do proprietário, será aplicada multa correspondente: I - a cinquenta por cento do valor venal, no caso de perda total; II - ao valor do dano causado, no caso de perda parcial; III - ao custo da manutenção, no caso de dano ocasionado pela ausência da mesma.

Figura 15 a/b - Referências culturais em Juiz de Fora.

Fonte: Acervo urbanismomg/ufjf. �

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Referências Bibliográficas PREFEITURA MUNICIPAL DE JUIZ DE FORA. Lei 10.777/2004.

Figura 16 a/b/c - Referências culturais em Juiz de Fora.

Fonte: Acervo urbanismomg/ufjf. �

Ricardo Cristófaro - Artista Plástico

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Referências Bibliográficas PREFEITURA MUNICIPAL DE JUIZ DE FORA. Lei 10.777/2004.

Figura 16 a/b/c - Referências culturais em Juiz de Fora.

Fonte: Acervo urbanismomg/ufjf. �