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VOONT. LEGAL/ . $500 . $600 ANNO XXV - RIO DE JANEIRO 30 O E OUTUBRO OE 1929 XJ 3VE ^B lA_ NHO V NUM l 258 Lamparina. Lamparina' Vem Dizia Jujuba ao lado de Chiquinho. apertando qualquer coisa no meio da relva A negrinha curiosa partiu a corrir e os dou pequeno» falaram: Parece que é um sabiá Espia pATxxxxrxr ifx ~- //// -li k\\ % V ° Á . r ,", i>/..:'/»:'{ / // ~ Lamparina espiou Era. um cano. dágua iJen,.- de onc*e espirrou um repuxo impetuoso. ^ Lamparina, a,.. /' .. pingar como um pinto molhado, sentou na relva e gritou: Ocês vão mi paga.

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VOONT. LEGAL/

. $500. $600

ANNO XXV

- RIO DE JANEIRO 30 O E OUTUBRO OE 1929

XJ 3VE ^B lA_ NHO VNUM l 258

— Lamparina. Lamparina' Vem cá DiziaJujuba ao lado de Chiquinho. apertando qualquercoisa no meio da relva

A negrinha curiosa partiu a corrir e os doupequeno» falaram:

— Parece que é um sabiá Espia só

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~ Lamparina espiou Era. um cano. dáguaiJen,.- de onc*e espirrou um repuxo impetuoso.

^ Lamparina, a,.. /'

.. pingar como um pinto molhado, sentou narelva e gritou:

— Ocês vão mi paga.

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O TICO-TICO 30 — Outubro — 1929

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MÃESBAE A VOSSOS FILHOSLICOR ..CACAU8Ver mifugo de Xavier é o

melhor lQn.b_igue.ro porquenão tem dieta, dispensa o

purgante, nâo con-F« «p* os {ém o|eQ_ é g0St0SOnm*mmm. 0 foftif|ca asfe"*We crianças.produz nas creanças.

JSi cada sócio enviasse á Radio Sociedade uma

proposta de novo censocio, em pouco tempo ella po-deria duplicar os serviços que vae prestando aosque vivem no Brasil.

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O TICO-TICO 4 — 30 — Outubro — 1929

OS DOIS ASNOS

O leão ia á caça acompanhado de umasno, cuja voz lhe servia de trompa..Um outro asno, que os reconheceu, sau-dou familiarmente seu camarada, di-zendo-lhe:

Bom dia, irmão.Imprudente que és, — lhe gritou

o asno, que a sociedade do leão tornavaorgulhoso.

Como imprudente? — lhe respon-dc, — acreditas ser outra cousa mais doque um asno, depois que o leão dignou»se a empregar-te?

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UMA ARENGA MILITAR

Um joven general, ao levar suas tro-pas contra o inimigo, lhe fez a arengaseguinte:"

— Se eu avanço, segui-me; se eurecuo, matae-me; se eu morro, vin-gae-me.

O CABRITO E O LOBO

Um cabrito trepou sobre o tecto de•eu curral. Tendo avistado um lobo quepassava á pequena distancia, elle lhedisse injurias.

—r Se não sois vós que me injuriaes,i o tecto, respondeu o lobo.

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A MUEHERque quizer aprender a evitar a dôr,

o soffrimento, que até hoje tem ton-

siderado inevitáveis devido ao seu

sexo, deve sem demora fazer uso

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Dr. Robert Milton Grant)

ÚNICOS DEPOSITÁRIOS: SOCI EDADE ANONYMA LAMEIRORIO DE JANEIRO

O SÁBIO

Um sábio, interrogado sobre o quetinha feito para adquirir tantos conheci-mentos, respondeu:

gujitar o que ignorava áquelles quepodiam instruir-me.

F«7ra todos... — O semanário da ele-gancia, das artes e das boas letras

— Eu não tinha. vergonha de peru mais apreciado na sociedade brasileira.

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• ----- ..^^—...«..

o TICO -TICO

(PROPRIEDADE DS SOCIEDADE ANONYMA «O MALHO")Redactor.Chefe: Carlos Manhãcs — Director Gerente: Antônio A. de Souza e Silva

Assignatura Brasil: 1 anno. «355000; 6 mezes, 13$000 — Estrangeiro: 1 anno, «0$000; 6 mezes, S5$000As assignaturas começam sempre no dia 1 do mes em que forem tomadas e serão acceitas annual ou semestralmente. TODA ACORRESPONDERA como toda a remeBsa de dinheiro, (que pôde ser feita por vale postal ou carta registrada com valor de-clarado ' deve ser diriewí a Sociedade Anonyma O MALHO - Travessa do Ouvidor. 21. Endereço telegraphieo: O MAUHO -

Rio TelephonJ:gG^reancra:^n^air0518. Escriptorio: Central. 1037. «edacCao: Central, 1017. Officinas: Villa. 6247.Succursal em São Paulo, dirigida pelo Dr. Plínio Cavalcanti — Rua Senador Feijó n. 27, 8° andar, Salas 86 e 87.

úçoe/áãm^ôuô\ ^\\ IíW\ fl»J«*»>'r*^'Jy

O JUBILEU DA UAMPADA INCANDESCENTE

Meus netinhos:

Quasi tofias as nações commemoram di-gnamente, no dia 21 deste mez, o jubileu, istoé o cinquagessimo anniversario de uma dasmais maravilhosas descobertas da humanida-de — a lâmpada incandescente. Deve-se essaiescoberta ao maior homem do século — Tho-maz Edison —, que, em 1879, depois de variasexperiências, mostrava aos olhos do mundo alâmpada incandescente, que vinha dar rumonovo á historia da illuminação. [Vocês nãoignoram que, antes dessa descoberta de Edi-son, os processos de illuminação eram rudi-mentares, pois consistiam na combustão deóleos, resinas, petróleo e carvão. Ora, a des*coberta da lâmpada incandescente veiu, as-sim, abrir novas eras de progresso na histo-ria da illuminação electrica, da producção daluz artificial.

E o genio realisador desse progresso foiEdison. Esse sábio, que vive ainda, cercado daveneração do mundo, interessava-se vivamen-te por aproveitar a electricidade para a pro-

ducção da luz. Depois de vários ensaios, Edi-son conseguia fixar um pedaço de fio carbo-nisado, dentro de um globo de vidro, sellandotodas as juntas por fusão do mesmo vidro. Ofio carbonisado desprendia gazes, mas conti*nuando a fazer o vácuo durante oito horas, aemissão desses gazes terminou por completo.Edison sellou a lâmpada que ficou accesa diae noite durante 40 horas.*.

Estava, desse modo, definitivamenteachada a lâmpada que seu genio inventivo hamuito procurava. Foi isso, ha cincoenta an-nos e a lâmpada electrica, incandescente, es-palhou-se pelo mundo, aclarando, como verda-deiro sol as trevas da noite e irradiando, pelaveneração da humanidade ao grande Edison,gloria estupendamente magestosa.:

Bemdigam vocês, meus netinhos, na com-memoração da descoberta da lâmpada incan-descente, o nome do seu inventor, ThomazEdison, cuja vida tem sido um exemplo deamor ao trabalho, todo elle consagrado aoprogresso e bem estar da humanidade.;

VOVÔ

L

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O TICO-TICO — 6 — 30 — Outubro — 1929

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*OTICOTtCOLMD&NO

NASCIMENTOS

.¦ >. Waldir é o nome do lindo menino que veiu en-riquecer o lar do Sr. Augustinho Lopes de Souza e de suaesposa D. Godomira Silva Souza.

3> Desde o dia 10 do corrente acha-se o lar doSr. Joaquim Carlos Alves de Brito e sua esposa, D. EdithFontes de Brito, enriquecido com o nascimento de um in-teressante pimpolho que receberá na pia baptismal o nomede Joaquim Carlos.

* O Sr. Miguel de Souza Machado Junior e suaesposa D. Edith de Souza Machado, têm ha dias o seu larenriquecido com o nascimento da sua galante primogênita,que na pia baptismal receberá o nome de Nilza.

ANNIVERSARIOS

? Edith Neves, nossa graciosa amiguinha, vê passarhoje a data de seu annversairo natalicio.

** Faz annos hoje o menino Arlindo Cavalcante,nosso intelligente e estudioso amiguinho.

? Passou quinta-feira ultima o anniversario nata-Hcio da interessante Carmeüa, filhinha do Sr. MaurícioVieira.

? Heraldo, interessante filhinho do Sr. CiceroPalmer e de sua esposa D. Conceição Figueira Palmer, com-pletou a 18 do corrente seu primeiro anniversario.

3> <. Festejou ante-hontem a passagem de seu anniver-sario natalicio o menino Ary de Mello Hollanda, nossoassignante residente em Campos.

CUMPRIMENTOS

3> Pela passagem do anniversario d'0 Tco-Tico en»viaram-nos felicitações, que agradecemos, os amiguinhos:Roberto Vieira, Edith Salles, ArgemiroNeves de Almeida, Ary Copesco, RomeuHeinzl, Arlinda Pereira Machado, EstherMiranda Silva, Nestor Coelho, Alme-rinda Nobrega, Carlos Nascimento,Humberto Gonçalves Pinto, Lamartine,Durva_inho e Hilas de Oliveira Ve-lho, Castor de Mello e Odette de Aguiar.

VISITAS

? Deram-nos o prazer de suavisita as graciosas meninas Elisa eCelina Fragoso de Oliveira, admira-doras do Chiquinho.

EM LEILÃO...

^ Estão na berlinda as seguintespessoas que mais aprecio, residentes emMaceió. Quanto dão pelos lindos olhosde Delsa Mulatinho? pelas conversas deHelena Galvãd? pelas dansas clássicas deOlga Yulco? pelos vestidinhos curtos deEdna Miranda pelas momices de Mariario Carmo? pela graça de.Mali Ribeiro?pelos attractivos modos de Sefora Gon-falves? pela elegância de Wandeth Mi-randa? pelas sobrancelhas de EstherBotelho? pela calligraphia do Aristhon

35v*_?" ríljrj ^"'_T

César Pinto? pelos cabellos de Edith Moura? pela gordurado José Domingos? pela physionomia de Maria Luiza?pelo appellido de Lindolpho Soares? e, finalmente, quantodão pelos sonetos do primoroso poeta Baby Figueiredo?

<. <. Estão em leilão as seguintes alumnas do 4o annodo Io Grupo Escolar da Moóca. Quanto dão pela espertezada Ercilia? pelos lindos cabellos da Julieta? pela altura daEda? pelos bonitos olhos da Aurora? pela f,miss" BrasilMagclalena? pela "brabeza" da Namir? pelos óculos da Er-melinda? pelo sorriso da Mathilde? pela belleza da Jandyra?.pelos estudos da Balbina? pelo andar da Rachel? pelo risoda Antonieta? pela gordura da Alba? pelos dentes daLydia? pela alegria da Civilé? e pela graça da encantadoraMaria Augusta Moreira?

<£ ? Estão em leilão as alumnas do 1° anno normalda Academia de Sta. Gertrudes, de Olinda. Quanto dãopela santidade de Zeneida? pelo acanhamento de Yvette? pelavivacidade da Auristella? pela graça da Elyette? pelos ca-bellos de Iracema? pelas gargalhadas da Therezinha? pelaaltura da Maria do Carmo? pela simplicidade da Dulce? pelaboquinha de Josepha? pelas brincadeiras da Dorica? pelopenteado de Analgasina? pelas boas respostas da Analgesina?pelo bom comportamento da Euridices? pela elegância daJandyra? pelos lindos olhos da Dorinha? pelo sorriso deDalva? pela gordura da Angelina? pela vaidade da Car-linda? e quanto dão pela tagarelice do leiloeiro? -— A. A.

NO CINEMA.., .<. <. Para organizar um grande film convidei os se-

guintes amiguinhos e amiguinhas do bairro de Villa Isabel:Mary Brian; Edith, a Clara Bovv; Narir Maria, a patriciaLia Tora; Ernesto, o Jackie Coogan; Caetano, o GaryCooper; Palmyra, a predilecta Norma Talmadge; Marina, aGreta Garbo; Judith, a loura Vilma Banky; Mario, o sym-

pathico John Gilbert; Guilhermino, oRichard Dix; José V., o valente BuckJones; Calixto, o Rod La Rocque;Edgar, o athleta Douglas Fairbanks;Hilda, a Norma Shearer; Zilpa, a Co_s-tance Talmadge; Annita, a altiva NitaNaldi; Luiza, a Bebe Daniels; Zéca, oAntônio Moreno; Nestor, o galanteD. Alvarado; Manoel, o Ricardo Cortez;Affonso S., o Norman Kerry; Norberto.o Milton SUls; Emílio, o George O'Brien; Olga, a Billie Dove; Etelvna, áJanet Gaynor; Elza, a Pola Negri;Irene, a Florence Vidor; Maria, a AlmaRubens; Affonso M., o William ColherJr.; Vasco, o Chuca-Chuca; Diana, aseductora Dolores Del Rio; Luiza, aRe_ée Adorée; Adelino, o galante Adol-phe Menjou; Rita, a Laura La Plante;Margarida, a Gloria Swanson; Carmen,a Lia de Putti, e eu, ,o "O Pagão".<. <. Querendo organizar um filmintitulado "Follis", contractei as seguin-tes senhoritas: Romelia S., a Lia Tora;Rosalia, a E.rothy Sebastian; Regina, aSue Carol; Aracy, a Norma Shearer;Romilda, a sympathica Raquel Torres;Carmen, a Joan Crawford; Elza, a Bes-sie Love; Alice, a Bebe Daniels; Lúcia,a Esther Ralston, e eu, p Neil Hamilton.

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\30 — Outubro — 1929 7 —

PORQUE ERAM FELIZES

i— Conta, agora, guerreiro, a tua historia, a historia lindaque te fez heróe e que encheu teu peito de medalhas. Deveeer uma historia muito longa, de batalhas e cantos de victoria.,!Aqui estou para ouvir! — A minha historia é breve, é tão pe-quena que eu a posso contar num só minuto. Uma palavra sórelata-a toda. A razão dessa gloria que me cerca, das medalhasque tenho sobre o peito é apenas uma, magestosa, immensa, pelagual me bati valentemente, a razão poderosa, a razão Pátria»

— £, tu, monja piedosa, fala agora, explica a todos nósporque és feliz, porque dizes trazer o coração cercado de rosaes eteres a ventura em cada conta azul do teu rosário. Deve sermuito puro e sacrosanto o ideal que abrigas com carinho sob oaustero burel em que tu vives. — Meu ideal, de facto, é nobree puro e fiz delle a divisa do viver — chama-se Caridade.)

'— Chegou a tua vez, fala tu, sábio.— Bem simples é a razão de ser feliz! — Abraçado á scien-

cia, curei moços e velhos, prolonguei existências, realisando obem, calmando as dores. Eu vivo apenas para a Humanidade.,

«— E tu, meiga creança, vaes dizer porque anda o riso a teenfeitar os lábios e a felicidade a te bailar no olhar. E's rico,tens castellos, és principe adorado do teu povo? — Nunca teveriquezas nem sou principe, mas possuo um thesouro sem igual,que me faz ser ditoso. Eu tenho a minha Mãe.,

CARLOS M A N H Ã E S

f \rl J* ° T- V» ~Í&fv£V^P

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O TICO-TICO — 8 — JU — Outubro — 1929

WANTI OU A'MIL PÉTALAS'

CONTODE

M. RIBEIRO D-ALMEIDA

(Contniuaçáo)

O pagode estava repleto de povo,

quando elles entraram, « todos se

voltaram para admirar a belleza da

filha do mercador.

Quando o fogo nbrazou o cofre de

bronze aos pés do Budha colossa!, oí

assistentes se prostaram com a cabe-

ça inclinada até o chão e o bonzo. i

abrindo o cofre, retirou um minúsculo papelzinho e leu cm voz

alta o nome de Hai-Tang. O desespero de Tchao- Tun e de Tu-

Suni foi enorme ao ouvir a sentença fatal. Mas o. povo na sua

barbara inconsciencia, rompeu em acclamações.

O mercador e o seu futuro genro, tentaram resistir, mas o

povo enfurecido arrebatou a joven Hai-Tang, e correu a pe-dradas os dois audaciosos que ousavam se rebellar contra os

decretos de Budlia.

Com as festas de costume, a joven foi conduzida á monta-

nha, emquanto o povo enfurecido saqueava a casa do rico mer-

cador, matanÜo-o. Tu-Suni, no meio da refrega, desapparecera

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ic ut".o «¦o.VVa.d.CLlftS-.dísenKou.

mysteriosamente, escapando

assim á na popular.

... mas o povo enfurecido arreba-tou a joven Hai-Tang. ..

———————_. .

lhinha que chorava e so JJlJ ^S^ ~» #X *^jaM_|

Dois dias depois, andrajoso e ferido Tu-Suni, seguia tristemente poruna estrada deseru, quando á beira de um riacho encontrou uma velhi-nha que chorava c se lastimava em altos brados. Apicdado, o bom tapa/

perguntou-lhe a causa de tanto desespero, e só teve em resposta novas la-mentações.

Afinal, depois de muito insistir, a velha respondeu-lhe que lhe tinhafugido um pássaro de grande estimação, e por mais que,fizesse, não con-

seguira apanhal-o outra vez.

Admirou-se Tu-Suni de tanto desespero por um motivo tão futil, mas

deixando-se"elevar pelo seu bom coração, disse á velhinha:

— Oxalá que a minha tristeza e os meus infortúnios tivessem tãofácil remédio; não te lastimes pois farei o possivel para apanhar o pas-saro, que tanta tristeza Ca iiSS» I

Vendo algumas moitas de arbusto kaa-kmé, o joven que conhecia isua força ipebriante, esmigalhou algumas folhas que foi collocar á mar-

gem do riacho.

Dali, á instantes o pássaro veiu beber e, entorpecido peio sueco dokan-kme, deixou-se apanhar com facilidade. Mal Tu-Suni pega r.o pas-saro, este cresce assustadoramente c, batendo as azas, leva pelos ares orapaz assombrado.

Num instante chegam ao cume inacessível da montanha, e o pássarodeixa-o levemente no chão.

Ahi lhe surge uma joven vestida de roupagens resplandecentes, qualhe disse: — Sou a velha de quem apiedaste; o mágico que habita esta moa-tanha é meu inimigo, mas com o meu auxilio has de' vencel-o.

(Continua)

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t fei',,',1 ^^H^^^^^__________________f^___^ _________ _________ ________^_____i

SIJDINEY. LEILAH.filho do Sr. Sebastião íüha adoptiva da Sra. D.

Marreco. Castolyra Nobrega deSão Bernardo—S. Taulo. Oliveira. Sâo Paulo.

BHELCIA, W

X ¦IA* ______!o enlevo do casal Anseio

Marzano Netto.Lafayette — Minas.

-— ______!_r\\ //— Vi PJ ¦_¦. II _.

LADYSLAU e ELEONOR,filhinhos do Sr. Pedro

Suphia Bykoski.Porto Alegre—R. O. do Sul.

ELZA TEIXEIRA,Bello Horizonte — Minas.

OSCAR, "O mineiro que comprou o bonde"filhinho do Sr. Euclydes de Souza.

— Capital. —

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Helena de Castello // _Jk! ÍHhR& U \V. Yolanda Porto,Branco, pianista prodígio,' II / \

V\ como andou no Carnavalda Escola Figueiredo. II \ V\ deste anno.

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Sérgio, **4 '' >í--5 Ivan.filho r^\B Bèk: ^B filhodo ^T >• ^WSenhor ^ / ^B doutorLindolpho W ^^^_M /. ^fL y-_ GuilhermeOlivaes. H* J.Bahia. V\ J& dos

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30 — Outubro — 192S - 11 O TICO-TICO

HISTORIA DENOSSA PÁTRIA

O primeiro obstáculoviera, havia uma semana,quando se realizara a pri-meira conferência da paz.

• Nobrega estremecia aolembrar-se dos inciden-tes.

Grão-Palmeira e Coa-quira tinham mandadochamar os chefes do ai-deamentos vizinhos. Vie-ram todos. Veio Cu-,tohambebe com toda asua vaidade de guerreironunca vencido. VeioAimbire, intratável e fa-çanhudò representandonumerosas hordas d aGuanabara. A conferen-cia foi ruidosa e longa.Cada chefe tinha um nu-mero sem fim de queixascontra os portuguezes:ora uma atrocidade, orauma traição, ora unia ai-deia queimada e todos le-vádos a ferro como es-,cravos; ora in írigas teci-das pelos brancos paradesunir nações irmãs.Nem mesmo a autorida-de de Coáquira e Grão-Palmeira pôde conter ofuror dos maioraes dojiorte.

Aimbire portou-se comoUma fera. Começou porexigir que tres caciquesda confederação, que setinham bandeado paraos inimigos, lhes fossementregues para serem cc-.midos.

E, como Anchieta *©Nobrega-não querem ce-der, todo elle se enfurece,levanta o tacape, vae des-carre gal-o sobre a cabe-ça dos padres, quandoGrão-Palmeira lhe telhe

vo braço.i E a conferência termi-l_ o u tumultuosamenteeem que nada ficasse as-6entado.

E ali, á sombra daquel-rochedo..- Nobrega

TERRA DE SANTA CRUZconstruia os planos de uma nova assembléa. Era urgente outrareunião para apaziguar aquelle povo. As coisas tinham tomadouma feição perigosa. Dia a dia chegavam emissários dos che-fes da Guanabara que os francezes instigavam, insistindo pelamorte dos jesuítas. Aimbire havia voltado aos seus domínios,e devia estar açulando tremendamente as vinganças. Na ves-pera chegara de Cabo Frio um índio contando que Paraná-

Ao longe um cocar vistoso palpitou á proa da ubá quese approximava...

guassú,'que voltara da Parahyba, aonde fora levantar tribusirmãs, ao saber que o pae — Grão-Palmeira — trabalhavapela paz, jurara matar os padres, mesmo debaixo do tecto pa-terno. E Paranaguassú era esperado a todo instante. Anchie-ta, que deixara de escrever o seu poema na areia, approximou-se. — Em que pensa, mestre? •_

Que devemos acceitar as condições dos inimigos. To-das Mesmo a condição da entrega dos tres caciques.

Anchieta córou e depois empallideceu. Nobrega poz-lhea mão nos hombros e sorrindo:

E' um meio de protelar. Acceitamos a condição, exi-

gindo que ella seja proposta ao governador de S. Vicente. E

Conto deV ir iato Corrêa

emquanto proposta vae,proposta ven., ganha-setempo e é possivel que,nesse espaço de dias, con-sigamos abrandar o co-ração desta pobre gente.— Mas ha de ser neces-,sario um de nós levar aspropostas a S. Vicentee outro ficar como re-fém, observou Anchieta.

Pois um de nós fi-cará como refém e o ou-tro irá, disse Nobregacalmamente.

Ficarei eu, atalhouAnchieta com firrseza. ,

Não. Quem deve fi-car sou eu. Si morrernas mãos dos índios,morre uma carcassa quejá não presta.

Ficarei eu, mestre.Que morra quem não ter?,serviço algum prestadoa Deus.

Um vento forte come-cava a soprar.

Estava o mar comoque tocado por um arre-pio de cócegas. Era amaré que começava a en-cher.

Lá de cima da aldeia,vinha o grasmado decriaançs brincando sob oarvoredo.

No horizonte uma ca-nôa apontou. Ouviu-se,vindo do mar, o surdorumor de uma buzina deguerra. A aldeia, quedormia á tranquillidadeda tarde, subitamentedespertou ,. Uma onda deselvagens correu alar-mada para a praia. Aolonge, um cocar vistos*,'palpitou á proa da ubsque se approximava.

— Paranaguassú! Pa-ranaguassú! — grita-ram festivamente os ca-boclós, reconhecendo o filho de Grão-Palmeira,

'.Continuai

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O TICO-TICO 12 — «O — Outubro — 1929

O MILAGRE DO SAPATEIROQuando reinava em Bagdad o Kalifa Abtt-al-Mo-

tassem, residiam na cidade numerosos christãos queem virtude de um edicto, promulgado pelo pae domonarcha, o famoso Harum-al-Rachid, praticavam li-vremente a sua religião, e exerciam pacatamente o seucommercio.

Como os christãos fossem na maioria negociantes,'Abu-al-Motassem cubiçava-lhes as riquezas. Para bur-lar o edicto de seu pae, elle reuniu os conselheiros,afim de encontrar um pretexto para massacrar aquel-les que considerava como inimigos do Propheta, econficar todos os seus bens, o que era seu verdadei-ro intuito.

Um-dos conselheiros do Kalifa, o sábio Al-Kendin,conhecia profundamente não só o Alcorão e o Sun-nali (o livro das tradicçoes) como tambem os Evan-gelhes christãos.

Este homem de saber, pore'm máo conselheiro,lembrou-se então da passagem do Evangelho que diz:"Em verdade vos digo, si tiverdes fé, tanto comouma sementesinha de mustarda, direis a esta monta-nha: passa d'aqui para. ali; e ella passará, e nada vosserá impossível". (São Matheus, XVII)'.

Senhor, disse o sábio ao Kalifa mostrando-Ihe apassagem do livro sagrado dos christãos, temos aquium meio de confundir aquelles maldictos infiéis, pro-vando-lhes a inverdade de seus livros santos.

Exultando por ter encontrado um meio pelo qualos christãos estavam, ao seu ver, irremediavelmenteperdidos, o sultão mandou chamar os principaes dei-les á sua presença, e lhes perguntou si acreditavamcomo verdadeiro tudo quanto dizia e Evangelho.-

Os christãos responderam que tudo quanto conti-nha aquelle livro era a verdadeira palavra de Deus.

Abu-al-Motassem, mandou, então, lêr o versicu-Io do Evangelho, citado por seu conselheiro, e de-pois disse aos christãos:

— Pois bem, já que dizeis que isto é verdade, éimpossível que não exista entre vós um, que tenha umpouco de fé. Ali estão aquelles dois montes, conti-nuou o Kalifa, mostrando duas montanhas que fica-vam perto, roguem a Aquelle que promette tantasmaravilhas e peçam-lhe para que elles se juntem,formando um só...

Si, d'aqui a dez dias, não tiverdes conseguido estemilagre, é que não tendes fé, ou o livro que dizeisser tão verdadeiro, não passa de um amontoado dementiras. Neste caso ainda vos deixarei escolher, ou

abraçareis a verdadeira fé do omnipotente Allah, oumorrereis todos.

Os christãos voltaram para suas casas, desespera-dos, e pasaram aquelles dez dias. e morações, jejuan-do e fazendo penitencias.

No décimo dia, reuniram-se todos, em uma pia-nice que ficava próximo do lugar onde estavam si-tuadas as duas montanhas.

O sultão abrigado por uma grande tenda de pur-pura, estava cercado de toda a sua corte, e de maisde vinte mil sarracenos, que só esperavam o primei-ro signal para começar o massacre.

Os christãos, trêmulos e apavorados, dirigiramao Senhor as suas preces, lembrando suas esmolas eoutras boas acções, pedindo que os salvasse da morte.

O tempo ia passando, os christãos em lagrimascontinuavam suas supplicas e lamentações, mas os

montes não se mexiam. Vendo esse insuccesso, oKalifa perguntou-lhes si estavam todos ali, ou si nãoteria faltado algum que fosse mais exacto do queelles na obediência aos seus Evangelhos. Os christãoslembraram-se então que faltava um delles, um pobresapateiro chamado David. Mas que poderia fazer umhomem tão pobre que não pudera jamais fazer boasobras, nem a mais pequenina esmola?!

No entanto, como era o ultimo recurso, os chris-tãos mandaram chamar o pobre sapateiro.-

Chegando ao lugar em que os christãos e mussul-manos estavam reunidos, o sapateiro ficou um mo-mento apavorado, ao saber que delle dependia a sal-vação de todos os seus irmãos.

Mas logo, confiante, recobrou a presença de es-pi rito, e com voz firme onde vibrava toda a sua fé,dirigiu a Deiís uma fervorosa supplica:

— Senhor! a nossa miserável vida nada vale, infi-mos pecadores que somos; mas a tua gloria Senhor,a gloria de Teu Nome pede este milagre!...-

A terra então tremeu com estrepito horrível e,quando, passado o primeiro momento de pavor, to-dos os olhares se volveram para as montanhas, o pro-digio se tinha realizado. » ~-

Os dois montes, unidos, formavam um só!...Desse dia em diante o Kalifa deixou os christão.

viverem em paz. Dizem mesmo, que elle se converteusecretamente e que, quando morreu, foi encontradapendurada ao seu pescoço, uma cruzinha de madeiratosca.

M. Ribeiro de Ai.m_3_dá

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30 — Outubro — 1929 — 13 O TICO-TICO

A TEIMA DO MANO RICARDO.=5^ "N ?-="-' Eram trea ursos irmãos, sendo o t- ____y "*~ "~*°^^___=

cardo, assim se chamava o teimoso, es- ' ^nxlflK^J^t^liiflt^^àn \iÒw/r\. Encontraram uma arvore, onda devia

tava sempre na frente dos outros qua- llkmtli^I irvilÃul III iJÁíWlbi TmlhfvíPVrw'/ \ haver mel, e o Ricardo poz-se logorendo ser o primeiro. flíkT^X 'ilríjl Ml* ivWLrr^llÊIÉtjílJjlItívíffll1^. a "^tr V°T ella.

para verificar o çue havia. ^^^^^L^^^^-^i^^ãlj^K" ^ 'BfpBPÍ/ Uma descarSa ãe ba,as 'ei-Embora os outros o chamassem. ^^jS^^^S^f^S^^^^^^^^^^Ll^^^4i °3 EabCr ã° QUe S<S tratava'

^JT '\-~S¦_- ^^¦^^^^Pg-T^y' os o" «J01* tnnaos ursos até hoje ^-•ly^' j_^* XfflL -JÍÊS^iUtV''^I

*' ¦-»* ^_^-J^z/s^J_\é~êÈ&Ír~- pranteiam a »ua morte. <ífi< —_ . " _=r ^-\j|

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O TICO-I ICO — it — 30 _ Outubro — 1929

HISTORIA DE UMA ROSAFoi n'uma clara e fresca madrugada que desdo-

brei minha perfumosa corolla aos raios do sol quemeigamente vinham beijar-me as pétalas. — Esta-vam ainda salpicadas de orvalho; a brisa que sopravafazia minha haste balouçar e as pérolas da noite ca-hiam uma a uma sobre a relva do. canteiro.

Passei a manhã muito divertida pois, sendo tre-

padeira, estava calmamente debruçada no gradil. dojardim. <— Via os que passavam e muito faceira fi-cava, quando ouvia alguém exclamar:

*— "Que bella rosa!" e outras palavras não me-inòs lisongeiras... De repente entrou no j*ardim umamoça de negros cabellos encaracolados a emmoldura-rem um lindo rosto que logo me prendeu a attenção.•— Com voz forte chamou: "Carmen!" — Minutosdepois assomou á janella D. Carmen, dona do jar-dinzinho. "Dá-me aquella rosa branca, ali do gra-dil?" e com o braço a joven me designava..

N'um abrir e fechar d'olhos passei do gradil paraias mãos da minha nova senhora.

Gostei daquella mudança, pois o sol se tornara ar-dente e já começava a crestar minhas pétalas asseti-nadas. Fomos para casa e lá chegada fiquei n'umbellissimo vaso de porcelana que estava sobre o pia-no. A familia da moça, sempre que passava perto demim, fazia um elogio á belleza das minhas fôrmas .<

De noite havia um baile e eu do vaso passei parao hombro de minha dona. Para mim aquella noitefoi um prazer; pára a mocinha acho que não succe-deu o mesmo, porque levou muito tempo a discutircom um cavalheiro que no fim a reprehcndeu asrje-ramente, deixando-lhe no semblante uma nuvem detristeza. De vez em quando ella iflclinava â linda ca-beca para o hombro e aspirava, longamente, comon'um suspiro, o meu perfume... Voltei para o jar-ro do piano; porém não me foi possivel conciliar osomno durante toda a noite...

Na manhã seguinte a joven veiu á sala; depois deme ter contemplado muito tempo, abriu o piano, eseus dedos ágeis preludiaram uma musica suave comouma caricia... Seus negros olhos se encheram delagrimas que lentamente escorregaram pela rosea fa-ce... Só eu conhecia a origem daquella magtia, e pa-rá compartilhar a tristeza da minha senhora fuideixando cahir minhas brancas pétalas sobre, o pia-no e o marfim do teclado.

"À joven ao me ver desfolhada reuniu minhas pe-

talas nas delicadas mãozinhas e levou-as aos lábios

purpurinos... Ao desabrochar fui beijada pelos raiosdo sol e ao fenecer beijaram-me os lábios puros de uniacasta virgem.... /'

LlUTA SOLANGU

^^//llmlmkv^r 7 J^^ V v 1/fTmTí \iimW/lll/JJn7íill ^*# V w Á^/^^-\ ^s&^&s. mCv J*± l ¦*• il /II»// /WIMWi ^*-"ÇnL \ffMíljllirMl lii\iíl!/J ^~&^^^-~-s —^ís^-^^^Jv^s—ltXc\\. **/l lll/1/

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/ ^Ím^SPEum^ | Í.UA. SeT^^I X$ «>***&/ çj .0!__». ^-" I G MÃO MC PONHAS ^i^fT^-^VA

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N.MCA «OH, , &^_V^M Ua. -Í.M.-ue^-- O. I I ^N^VHpAPAGrAVO.MOo\ \^pR^ \ \V\ GOOCAÇ^o'J)A" CA* O CACHlM - \ «Q^.NAO £

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U TICO-TICO — 16 - 30 — Outubro — 1929

ÍSSgLrr^ BO D_r. ta^AETtJD^

Jeannine — (Rio). Sua letra movimentada re-vela actividade, enthusiasmo, loquacidade, agitaçãoconstante. Nota-se ainda bondade, doçura, generosi-dade, indulgência, delicadeza, sensibilidade. O horos-copo das pessoas nascidas a 7 de Dezembro é este:"São amigas de longas viagens e acontece que porisso vêm a morrer longe da terra natal. Activas, fran-cas, leaes e tão trabalhadoras que a preguiça alheialhes faz mal aos nervos. Esse excesso de actividade eenergia lhes provoca exgotamento nervoso de que

quasi sempre soffrem, apezar de gosarem bôa saúde.Viverão muitos annos".

Hermogenio — Estude mais um pouco o nossoidioma, preste attenção á orthographia e depois man-de seus escriptos, pois o que mandou está muito erra-do... Cuidado com a concordância e a conjugação dosverbos.

índia — (Rio) Letra redondinha: signal de bon-'dade, porém como é inclinada para a esquerda isso

quer dizer dissimulação, desconfiança. Vê-se algumaphantasia, espirito poético e sonhador. O horóscopodas pessoas nascidas a 28 de Fevereiro é este: "São

altruístas, generosas, francas, desinteressadas. Aspi-jam ser ricas, porém, honestamente, trabalhando comafinco. Não sabem dizer não aos pedidos que se lheslaçam, sacrificando-se até para satisfazer aos amigos.

As mulheres são vaidosas e gostam das cores vi-vas para os seus vestidos. Enthusiasmam-se contando«suas aventuras, porém, guardam silencio sobre suasderrotas e contratempos. Vêem sempre a vida cor derosa.

Os que nasceram a 27 de Julho são: "muito cio-f.os do nome da sua famiiia e dos brazões dos seusavós. Têm grande vocação para a medicina e paraa politica, ficando ricos depois dos 40 annos.

Nunca estão contentes comsigo mesmo, nem comos que os cercam. São ambiciosos, procurando semprea melhor '¦ ' ¦ \\

Exagerados em tudo, acabam doentes do estorna-go e intestinos pelos seus excessos á mesa".

Amadora — (Pelotas) Depende do Corpo deExercito a que pertencia o soldado. Poderá ser kakiou cinzento escuro. Correias e pernciras de couromarron. Pelo dificiente desenho que mandou é dif-ficil reconhecer a nacionalidade. Nem capacetetrouxe!

Sua graphia é de pessoa bondosa, um pouco timi-da, indecisa, curiosa, delicada, amiga de viajar, gos-tando do conforto e mesmo do luxo. Vê-se mais ner-yosismo, economia e obstinação.

Mercedes — (Campos) Letra meúda, irregular,indicando mesquinharia, minúcia, fadiga, talvez myo-pia, desequilibrio, dissimulação, inconstância. Comoescreveu em papel pautado nada mais posso dizer.

O horóscopo dos nascidos a 13 de Setembro é este:"São reservados, desconfiados, não gostam de exter-

nar suas idéias e guardando, bem guardado, qualquersegredo que lhe confiem.Têm vocação para a musica, são amáveis, affec-

tuosos e delicados. A não ser o amor que dedicam aojogo de cartas não têm outros graves defeitos. Vive-rão muitos annos felizes e sadios.

Estrella ^Errante — (?) São tantas as perguntasfeitas que fico atrapalhado para responder a todas.Começando pela Ia. que é o horóscopo das mulheresnascidas a 26 de Julho dizem que ellas são: "muitocriticas dos defeitos dos outros, porém, se zangamquando alguém critica os seus. Apezar disso, tem bomcoração, demonstram intelligencia e habilidade paradirigir qualquer empreza. Gostam de ser elogiadas eapreciam muito o dinheiro e o conforto que o mesmoproporciona.

Gosarão boa saúde durante sua vida, soffrendoapenas dos rins e dos pulmões quando ficam velhos"A letra de que fala parece um P ou um B.

A graphologia revela excesso de nervosismo; ver-dadeira pilha eketrica. Pouco amor á verdade, espiri-to maldavel e um pouco de teimosia, impertinencia, ca-pricho. Despreocupação, futilidade.

Margot Barros — (Botocatú) Recebidas asadivinhações que serão publicadas.

Lise Flora — (Minas) Para fazer seu estudographologico era perciso que não tivesse escripto empapel pautado. Vê-se, entretanto, indecisão, credulida-de, medo, receio, acanhamento, um pouco de vaidadee presumpção. Para o horóscopo dos nascidos em Ju-lho, vêr o que digo antes á Estrella Errante.

Syang — (Rio) Si nâo tem nenhum exame depreparatório^ é preciso fazer o curso seriado. Pela re-dacção defeituosa da sua cartinha vejo que não temexame de portuguez e si tem, foi opprovado por bene-volencia, misericórdia, pistolão, o que é um grande malpara quem estuda e deseja aprender.

Margot B — (Botocatú) O horóscopo das pes-soas nascidas a 30 de Março é o seguinte: "São

gene-rosas ao excesso, cheias, mesmo, de prodigalídade,sem nenhum senso pratico, deitando fora o dinheiroperdulariamente. Temperamento artístico, revelamgrande inclinação para a poesia e para a pintura.

São também muito timidas pelo que não conse-guem brilhar tanto como deviam pela sua intelli-gencia."

Sua letra vertical mostra energia, frieza, força devontade. Nota-se, ás vezes, um pouco de dissimula-ção, desconfiança, .reserva. O corte dos tt revela tei-mosia, algum capricho, sem excluir a bondade, gene-rosidade, indulgência patenteadas 110 arrendondadodas letras.

L. Negrão — (Morretes) Com alguns retoquesseu trabalho será publicado. Quanto á "illustração"

do mesmo devia ter vindo com elle. Por que nãomandou ?

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30 — Outubro — 1929 — 17 — O TICO-TICO

HYMNO DE AMORDE

Andava um diaEm pequeninoNos arredoresDe Nazareth,Em companhiaDe S. José,O Deu,s-Men;no,O Bom Jesus.Eis senão. quandoVê num silvado

JOÃO, DE DEUS

Andar piandoArrepiadoE esvoaçandoUm rouxinol,Que uma serpenteDe olhar de luzResplandecente

vCômo a do sol,E penetranteComo diamante,Tinha attrahido,Tinha encantado.

Jesus, doídoDo desgraçadoDo passarinho,Sae do caminho,Corre apressado,Quebra o encanto;Foge a serpente;E de repenteO pobrezinho,Salvo e contente,-Rompe num car.toTão requebrado,Ou antes pranto

Tão soluçado,Tão repassadoDe gratidão,D'uma alegria,Unia expansão,Uma vehemencia,Unia expressão,Uma cadência,Que commoviaO coração!

Jesus caminha,No seu passeio;E a avezinhaContinuandoNo seu gorgeio,Emquanto o via:De vez em quandoLá lhe passavaA' deanteira,E mal pousava,Não afrouxavaNem repetia,Que redobravaDe melodia!Assim foi indo

E o foi seguindo.De tal maneira-Que noite e diaNuma palmeira,Que hava perto,D'onde moravaNosso SenhorEm pequenino(Era já certo)Ella lá estavaA pobre aveCantando o hymiTerno e suaveDo seu ümorAo Salvador'

N U V NVovó, disse o pequeno abraçando a velha, de que

são feitas essas nuvens tão alvas?

Nunca vi menino mais curioso do que você. Nao da

socego á vovó. Quando eu acabar de fazer estes sapatinhos,

contar-lhe-ei a historia das nuvens.

Historias, vovó? Então conte agora!' Eu gosto tanto

de historias... — exclamou o pequeno acariciando-a.

Então hoje não amola mais a vovó? Não? Então

vou lhe contar.

E. começou:O céo, querido, é feito das cousas mais finas,, e é

por isso que é lindssimo! Olha lá como elle é azul! Pois

o azul que você enxerga é simplesmente o chão do céo! E

que chão! Todo feito de vidro e de

tinia côr tão linda! Por ser de- vi-

dro é que nenhum peccador póJe

entrar no paraiso, porque, senão

com o peso de seus peccados seria

capaz dè quebrar um chão assim!

Na porta do céo ha uma es-

cada que resolve quem pôde e quem

não pôde ir morar com Deus. O

primeiro degráo é fortíssimo, o

segundo é mais fraco e o terceiro'W c3^A^Jf^h \^AX ^

ainda mais frágil. Quem pisar no primeiro e quebrai-o terá

a pena terrivel — o inferno! Se quebrar o segundo terá um?

pena mais branda e assim por deante. Se por ventura,

alguém subir a escada sem quebrar um só degráo, será de-

clarado santo; Mas, vamos ao que interessa: Maria Sar.tis-

sima vive no céo, rodeada de anjos e virgen3, ao lado de seu

filho adorado. Jesus, no seu bercinho, sorri contente. Quandoa Virgem tira uma camisolinha do corpo do menino-santo,

para lavar, todos querem fazer esse trabalho, e tanto pedem ¦><

Maria para fazel-o, que ella lhes entrega a roupa preciosae o indicado para fazer o serviço desejado sáe perseguidopelos companheiros. Então é uma algazarra: risadas, gritos,tombos! Arranjam uma tina, enchem-na d'agtta e... cada um

quer esfregar o vestuário sagrado;

começa os empurrões, e tanto em-

purram que a tina vira, a água seespalha pelo chão e como quem muito

quer, muito perde, a Virgem vem e

lhes toma a roupa de Jesus. Agora,

querido, quer saber o que são as nu*

vens? São as espumas que os anji-

nhos derramam no chão tranparentc*

do ceo.

SED1TSIRA SENUN

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o PRE SE PE DO NATAL - (Pagina n. 9)

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O TICO-TICC 30 — Outubro — 1929

(E^G^^^M^M©aras Ori, Darnne e Jtnlby

Ori tornou-se conhecido como protector dos fracos,e todos os escoteiros o queriam bem.

Toda vez que encontra um marmanjo a dar num pe-queno, um moleque a escorraçar um cão ou um carro-ceiro a judiar com o burro, põe-se logo a favor do fraco,agindo á força, quando pôde, ou, diplomaticamente,

quando o algoz é-lhe, physicamente, superior. E' filhode paes ricos, porém, já fallecidos. Entrou para o grupoem 1924, tendo perdido mais de seis mezes por se achardoente. E' o mais forte da patrulha; canta, ri, assovia;não empresta nada a ninguém; está sempre em activida-de, mexendo aqui e ali. Quando o vejo sinto qualquercoisa de sympathia por elle. Com a sua attitude esbelta,a gandóla e o culote kaki muito bem alinhados, o chapéode abas largas na cabeça, as botinas engraxadas e as

perneiras polidas, e lenço com os tres nós costumeirosmostra ser um escoteiro de linha. Quando o encontro,fala-me sempre do grupo, com enthusiasmo, contando asperipécias das excursões, nas quaes tomou parte antesde ficar doente.

Cada fio de barbante que encontra, serve-lhe de en-tretimento: faz e desfaz vários nós com uma rapideznunca vista. Sabe bem explicar a lei e conta historiasmagníficas. Traz sempre um caderninho de notas, ondese encontra os pontos de escotismo. Tem um canivete,que ganhou como premio o anno passado e vive quasisempre a passar a lamina na pedra de amollar. Nuncaleva merenda nas excursões, compra-a sempre pelo ca-minho. Ha vários dias que ornamenta uma folha depapel sem pauta, desenhando a flor de lis, afim de col-locar o seu retrato no centro, fardado de "boys-scouts".

O Chefe, sempre lhe dedica attenção, a ponto d'elle sub-stituil-o eventualmente. Não perde o enthusiasmo nun-ca. Tem sempre vontade de proseguir nos estudos e nocurso de interpretes elle é o primeiro da classe.

Darine é um pouco soberbo, porque já é primeiraclasse e tem a manga esquerda da gandóla enfeitada com

a flor de lis e a flammula com a inscripção "Sempre

Alerta!"Hontem, teve a idéa impensante de implicar com

Juby, aspirante de patrulha da Saracura e, não tendomais o que dizer, soltou esta:

Tu és um aspirante, procura collocar-íe na tuamesquinha posição. Não vês que já sou primeira classe?

Juby chorou, mas nada disse na oceasião. Hoje, le-vou ao conhecimento do monitor, que tratou logo de re-unir o Conselho da Patrulha, para dar solução ao caso.No Conselho são resolvidas todas as questões pendentesde solução.

Reunida a tropa, começou-se o trabalho. O monitorleu a aceusação, depois interrogr/i Darine:

Dissestes, então, aquellas palavras?Sim, disse o aceusado, corando um pouco e abai-

xando a cabeça.Inflingiu o 4o artigo da Lei que diz: "O esco-

teiro é amigo de todos e irmão dos demais escoteiros".Nós devemos tratar todos os escoteiros com a mes-

, ma camaradagem e estima, auxiliando com sinceridade,sem invejar os que nos são superiores nem desprezar osmais humildes, defendendo ainda os fracos contra osfortes. f

O escoteiro que despreza o outro por ser inferior aelle, é indigno de usar a flor de lis e muito menos ofardamento "boys-scout".

Poz-se em votação o castigo a ser imposto ao aceu-sado. Deu-se, então, uma scena commovente. O moni-tor approximou Darine de Juby e disse:

Pede perdão de teres dirigido a phrase indignacontra o nosso irmão. ;

Meu iimão, disse Darine com os olhos marejadosde lagrimas, peço perdão pela palavra insensata que pro-feri contra ti, e abraçou Juby.

Terminou assim o incidente entre Darine e Juby, indodepois, brincar juntos no iogo da "roda do chicote".

ASPIRANTE.

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30 — Outubro. — 1929 — 21 ) TICO-TICO

A ADA FORMOSINAHavia um lenhador que tinha duas

filhas gêmeas. Por um extranho ca-pricho da natureza as duas irmãs emnada se pareciam. Uma era linda, etanto assim que a chamavam Lindalva,porque além de linda, era alva e rosa-da. A outra era feia, muito morena,e de feições tão irregulares que a elia*mavam de Feiosina.

Para se diíferençarem ainda mais,acontecia que seu moral tambem eradiverso, pois Lindalva, — apezar dasua formosura, — tinha máo coração,era egoísta, invejosa, perversa, .em-quanto a outra, ao contrario, contra-balançava sua fealdade com o coraçãode ouro que lhe pulsava no peito,sendo amável, bondosa, delicada, pres-talava.

Lindalva, além de má, era muitopreguiçosa, não querendo ajudar a ve-'ha mãe nos arranjos da casa, poiseram pobres, e não podiam pagar cria-das nem cozinheira.

Dizia ella que não ajudava a cozi-nn_ar porque estragaria suas lindasmãozinhas; e não ia á matta procurarlenha, nem á fonte buscar água, paranao molestar seus pequeninos pés. neinficar com o bello rosto tostado peío sol.

A pobre Feiosina era quem se encar-regvaa desses e de outros serviços pesa-dos, fazendo-os satisfeita, porque auxi-liava, assim, sua velha mãe, já bastantecansada.

Certa vez em que Feiosina tinha idoa matta apanhar alguns gravetos para oo fogo, encontrou uma velhinha que es-tava ali tambem, como a procurar qual-quer cousa entre as folhas seccas espa-lhadas pelo chão, ou escondida nas ca«vidades dos troncos e das pedras.Que foi que a senhora perdeu? —perguntou-lhe, solicita,, a menina.

Não perdi, minha filha. Roubaram-me uma varinha que me faz muita falta,e eu estou vendo se a encontro poraqui...

Acceite esta em logar da que lheroubaram — disse Feiosina offerecendo-lhe uma vara que havia cortado de umacerejeira era flor.

Muito agradecida, boa pequena;tornou a velha sorrindo; mas a que euperdi não pôde ser substituida por essa.

Era maior?Não. Era bem menor. Tinha ape-

nas uns tres palmos de comprimento;porém, era de crystal.

De crystal ?!...Sim. De crystal de rocha finissi-

mo e brilhante. Darei uma boa recom-pensa a quem a encontrar e me quizerrestituü-a.

Independente disso, se em, porventura, a encontrar, restituil-a-ei ásenhora; prometteu a menina; e partiuá procura da varinha de crystal. Nãoa encontrou até chegar em casa, ondecontou o encontro que tivera na floresta.

A irmã, como era ambiciosa, pensoulogo na recompensa que a velha dariaa quem achasse e lhe entregasse a mys-teriosa varinha.

Assim, com grande admiração de to-dos, tio dia seguinte não se deixou ficarna cama até tarde, como costumava.Acordou cedo e, dizendo que ia dar umpasseio, dirigiu-se á floresta.

Ali procurou, cuidadosamente, a va-rinha por toda parte sem lograr, en«tretanto, encontral-a.

O sol já estava alto e ella, sentndocalor e fome, quando resolveu voltar,desanimada, para casa.

Como se tivesse afastado uma pouco,,teve de passar pela villa ao sahir dafloresta, e reparou na loja de um vi-draceiro que, com um diamante, cortavagrossa vidraça, acertando-a, para sua"vitrine".

Entrou e pediu as aparas que eramumas tirinhas finas de vidro. O ho-uiern, prornptamente, lh'as deu. Ella es-colheu uma do tamanho de uns trespalmos, conforme Feiosina lhe contara,e sahiu, muito contente, sem ao menosagradecer ao vidraceiro o obséquio quelhe prestara.

Chegando em casa, mostrou-a á irmã,dizendo eme a tinha achado na floresta.

Feiozina alegrou-se com isto e disse,sinceramente:

Ainda bem. Se havia de outrapessoa extranha achar a varinha, é bomque tu mesma a encontrasses, porquetcrás a recompensa.

E prometteu procurar a velha paralhe dizer que a irmã havia achado cque ella perdera.

Como não havia água em casa, foiella á floresta buscal-a, levando aohombro seu pucaro.

Ao se approximar da nascente, viuum mendigo andrajoso, que lhe disse:

Boa n-enina, dá-me uni pouco datua água que tenho muita sede, e, detão cansado que estou, não posso maiscaminhar até á fonte.

Aqui não tenho; vou, porém,buscal-a, e, dentro em pouco, te trareiágua fresca e alguns frutos da mattase é que tens fome tambem.

Pois seja; e que os bons gênioste acompanhem e te protejam semprepor seres compassiva e boa.

Feiosina agradeceu o vaticinio e sedirigiu á fonte.

Lá chegando, mal pousara o pucarosobre uma pedra, viu, no fundo da água,qualquer cousa muito brilhante. Mergu-lhou a mão e, quando retirou, trazia umarutilante varinha de crystal de rocha,cujo brilho era offuscante.

Quem sabe se não teriam roubadoduas varinhas á pobre velha? — pensoulogo a menina.

E, como não queria que a irmã dei-xasse de receber a promettida recom-pensa, tratou de occultar a varinhaachada, até que Lindalva entregasse aque havia encontrado primeiro na fio-resta, segundo lhe dissera.

Quando, porém, foi enxugar a vari-nha de crystal no seu velho avental deestamenha, elle se transformou num ricovestido de velludo e sedí-'....

Feiosina ficou muito admirada e re-parou, então, que sur,; mãos morenas ecallosas do trabalho, l- >ois que tocarama varinha estavavm claras, rosadas emacias!

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O TICO-TICO 30 — Outubro — 1929

Lembrou-se, nesse instante, de mirarseu rosto feioso e queimado do sol noespelho da água da fonte, pensando jáno contraste que elle faria com a bel-leza das suas mãos.

Ao se curvar para a frente, as mechasido seu eabello ruivo, grosso e rebeldelhe cahiram sobre os olhos. Paraaifastal-as, Feiosina as desviou com aponta da varinha. Immediátamente seurosto se tornou lindo e seus cabello3loiros, sedosos e longos.

A menina ficou tão maravilhada comaquillo que, de espanto, abriu as mãosdeixando cahir ao chão a varinha que,felizmente, s e não quebrou. Ao lhetocar os pés descalços e maltratados, nomesmo instante os calçou de mimosossapatinhos de setim branco com saltosde ouro.

Feiosina não sabia que fazer da va-rinha... Occultando-a no seio, dirigiu-se ao ponto onde havia deixado o men-digo sedento e, de longe, viu que, emlogar delle, estava a velhinha da varaconversando com sua irmã Lindalva.

Approximou-se, com cautela, acanha-da por estar tão maravilhosamente ves-tida, e, meio oceulta, ouviu que a irmiaf firmava:

Achei, sim, a varinha que lhe rou-baram, e„ se me diz qual 4 a recom-pensa que terei, eu lhe faço entregada mesma.

Não creio que a tenha achado, poissomente o facto de a tocar com as mioslhe daria immediata recompensa.

Não crê?... Pois ell-a aqui; con-cluiu Lindailva mostrando a varinha devidro que pedira ao vidraceiro.

—' Não é essa; disse a velha "sorrindo.

Feiosina, então, appareceu, e, mos-trando a varinha de crystal que encon»trará na fonte, falou:

Então, talvez, seja esta.'A velha voltou-se e exclamou con-

íente:Ahi E' essa mesma que me foi

roubada por tim gênio máo da floresta.Dize que recompensa queres em trocalessa varinha.

Eu? Nenhuma. Já fui tio pródiga-mente recompensada somente em to-cal-a I...

Pois bem; tornou a velha. Dá-m'aque saberei corresponder á tua gênero-•idade e gentileza.

Feiosina lhe entregou a varinha decrystal e, assim que a velha a tocou, setransmudou logo em formosissima fadade vestes rebrilhantes.

Lindalva permanecia tão estupefactaante aquillo tudo que, nem pela voz, re-conheceu a irmã!

A fada, partindo em dois pedaços so-bre os joelhos sua varinha de crystal,offereceu um delles a Feiosina, di-zendo:

Dou-te metade do meu poder so-bre todas as cousas. O que de máo to-cares com esta varinha se transformaráem bom, o feio em bello, o pobre emrico, o estúpido em intelligente. e assimpor deante.

Feiosina, agradecendo, disse:Pois que minha primeira metamorw

phose se opere no coração de minhairmã. E, tocando» de leve, o peito deLindalva com o pedaço da varinha decrystal, fez esta exclamar:

Feiosina?! Ers tu?!...Sou eu, sim.Somente agora te reconheci. Sinto

que é outro meu coração... Perdoa,minha querida irmã, algum mal que tefiz, assim como ter sido invejosa, em-busteira e má.

Estás perdoada.Agradecida, minha boa...-*

Ia dizer Feiosina; porém, reparandoque a irmi estava muittissimo mais for-mosa do que ella que er* linda, emendoua phrase e concluiu:

... Minha boa Formozina!...A fada sorriu da lembrança de Lan-

dalva e ae despediu, atirando-lb.es umbeijo:

—i Adeus! Sede felizes! E desappa-receu.

Dali seguiram abraçadas as duasirmãs, e um pouco adeante encontraramo mendigo qu* pedira água 4 ex-Feio»zina. Esta, ao vel-o, ficou perturbada,porque esquecera na fonte o pucaro coma água que fora buscar, e nem trazjaos frutos silvestres que lhe promettera.

Lembrou-se, porém, do poder da suavarinha mágica, e, tocando com ella abocca do mendigo, vaticinou:

Quero que nunca mais tenhassede, fome, ou qualquer outra necessi-dade de conforto na vida!

Nesse momento os andrajos do men-digo cahiram e, em seu logar, surgiaum riquíssimo trajo de seda e ouro ves-

tindo um joven principe que lhe beijou,cerimoniosamente, a mão, exclamando:

Graças vos dou, gentilissima fada,por haverdes quebrado o encanto emque vivia.

—i E quem sois vós?Sou o principe Eglantino que foi

metamorphoseado em androjoso men»digo por um gênio máo da floresta.

Nesse instante surgiu ao longe um*columna negra de fumo que se desfaziaao3 poucos, emquanto estrondava oafloresta um forte estampido.

Que foi isto?! — perguntou Lin-dalva, assustada.

Não vos assusteis, senhorita. Foio gênio máo que desappareceu vencidopela bondade da fada que vos acom-panha.

O reino de meu pae também devaestar ainda encantado pelo mesmo ge-nio perverso, e vós bem poderieis, Mrruizesseis, desencantal-o com o supremopoder da vossa varinha de tão altocondão.

Que deverei fazer para isto?—i Bastará tocardes com ella na pri-

meira pedra qu» encontrarmos da ai-tura de um homem de elevada estatura.

Não muito longe, junto de um renquede arvores, havia uma pedra com qua*.dois metros de altura.

Formosina tocou nelle com a varinhade crystal • a pedra, rapidamente,transformou na figura de um veneras magestoso rei a quem o principe»beijou a mio, genuflexo, exclamandocontente:

r— Senhor meu pae!O renque de arvores foi também nu*»

dado em uma luzida escolta ds alabar-deiros e homens d'armas, e toda a fio-resta desencantou: Cada arvore era tiafidalgo, ou um principe, ou prineeza dacorte real do pae de Eglantino.

A pobre cabana do lenhador, pae da|duas meninas se transformou em nasoberbo castello e seus moradores emricos castellões. >

Excusado será dizer que o principeEglantino offereceu sua mio de esposoá Formosina que, além de fada, pastoua ser prineeza, e depois foi a estimadarainha daquelle grande reino, quandoo velho pae do seu marido, sentindo-secansado, passou a çorôa ao filho.

TRANCOSQ

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30 — Outubro — 192a — zo —. 9 TICO-TICO

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O TICO-TICO - 24 — 30 — Outubro — 1929

COLLÀBOBÀÇÃOCARTA A UMA ÇOIXEGIAi;

{Amiga Carmen SylviaSaudades.Desejo que ainda estejas gosando as delicias da bel-

Ia Ilha de Paquetá e que já te encontres em francorestabelecimento, podendo assim voltar brevemente átua alegre vida de applicada collegial.:

Como nada tenho que me distraia, neste dia chu-voso de hoje, embora já tenha procurado ler e estudar,lembrei-me de escrever-te esta missiva, que será tal-vez tão monótona, como o dia de hoje tem sido palli-do e triste para mim.

" Como és Uma collegial como eu, talvez as novida-des escolares possam agradar-te e encher estas linhas.

Tratarei, pois, do assumpto seguinte: "ser um bomcollega".]

Eu, como sabes, sempre fui adepta do colleguismo,mas, vejo, ás, vezes, que nem todos os estudantes pen-sam assim....

Sempre me alegram as boas notas dos collegas, esinto-me satisfeita ao vel-os sobresahirem-se entre osdemais, por intelligencia, applicação ou bom compor-tamento.,

Não achas que o alumno, procurando salientar-se pelas boas qualidades, enche de orgulho seus pro-prios collegas e mestres?

Qual será a satisfação do professor que semeiacom carinho os bons ensinamentos, e sente que es-tes são colhidos com dedicação e interesse pelos seu3discípulos?

E são esses, que procuram cumprir os seus deve-res de bons estudantes, que se tornm, muits vezes,desagradáveis aos seus collegas qufi poderiam tam-bem seguil-os, no mesmo caminho, bastando paraisso, um pouco de esforço e forç de vontade.

Eu, que admiro o bom estudante e a amizade fra-ternal entre estes, faço votos sinceros, para que todosos meus collegas saibam sempre ser alumnos dedi-cados e estudiosos, para gáudio de nossos queridos ecarinhosos mestres, e exemplo para os que ainda nãocomprehenderam a virtude do saber!

Abraça-te com carinho a tua

HERCIIXA THEMIS

lrÉFw««3

O PERU' MEDROSO

Gordo peru e lindo gallo costumavam empoleirar-se na mesma arvore. A raposa os avistou, um dia, eveio vindo, contente, a lamber ps beiços, como quemdiz:

— Temos petisco hoje!Chegou. O peru, ao vel-a, levou tamanho susto,

que por um triz não cahiu da arvore. O gallo o quefez foi rir-se, e como sabia que a raposa não trepaem awvore fechou os olhos e adormeceu.

O peru, coitado! medroso como era, tremia co-mo varas verdes, e não tirava do inimigo os olhosamedrontados.

¦— O gallo não apanho, mas este cae-me no papoja! pensou comsigo a raposa.

E começou a fazer caretas medonhas, a dar pino-tes, a roncar, a trincar os dentes, dando a impressãod'uma raposa louca. Pobre peru!... Cada vez maisapavorado não perdia de vista um so daquelles mo-vimentos..

Por fim, tonteou e cahiu do galho e veio ter aosdentes da raposa faminta...

•— Estúpido animal! exclamou o gallo accordando.Morreu, por excesso de cautelas. Tanta attenção

prestou aos gestos da raposa que lá se foi, catrapuz...Moral: A prudência manda não attentar demais

aos perigos..Waldir Cintra Soares

tf?

VEIXUDO"

Houve na nossa casa um cachorro malhado,Que brincava commigo, em meus braços vivia .jEra manso e fiel, era o nosso Vigia,Tinha o rabo comprido, era todo pellado.j

Velludo era feliz. Era sempre lavado,Tinha cama e colchão onde calmo dormia.,E d'aqui e d'ali era sempre chamado,E Velludo pulava, e Velludo corria!

.1*

Mas, abrimos a porta a um cachorro de raça.Não consigo esquecer-me! foi a sua desgraça!Enchotando Velludo eu lhe disse: maldito\.___

Meia hora ficou espreitando o portão,Sem abrigo, carinho, sem tecto sem pão,Reflectindo talvez o meu grande delictoi

Oscar. de. Magalhães Couto.

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ÍJO — Outubro — 1929Ü

— 25 — O TICO-TICO

QUESTÕES DE IDADENo tempo em que os biehos falavam, encontra-

ram-se, uma vez, o urubu e o kagado em uma festaque houve em casa da cotia, que passava seu temposaracoteando, a inventar festánças e bailaricos peloprazer de dansar.

Os tangarás das florestas haviam dansado uma in-teressante quadrilha, quando a raposa," por perversida-de, perguntou ao urubu:

—¦ Você não dansa, compadre?Como não? — respondeu elle — estou espe-

rando que a orchestra de arapongas toque um tangodengoso no seu xilophone.

Olha um tango que saia! gritou a raposa paraa araponga que dirigia o "jazz-band".

Isso aqui não é á vontade, não, senhora; disse,um tanto aborrecida, a araponga maestrina. Tem deser obedecido o programma previamente organizadoe approvado pela dona da festa.

E que vae ser tocado agora? indagou a pacasorrindo.

Agora é uma mazurka.Mazurka?! Isso é musica, ê dansa antiga que

ninguém dansa mais; replicou, rindo, a raposa.Entretanto, é bem bonita, disse o kagado ••

E por que você não dansa?Eu? Não faltava mais nada.: Gosto mais de

ver do que de dansar.. .1Diga antes que não dansa mais porque já está

velho, atalhou o urubu.Vejam só quem fala em velhice!... tornou o

kagado abespinhando-se; um camarada que é muitomais edoso do que eu... ,

Quem disse? Pode ver que não tenho nem umapenna branca; estão todas ainda tão pretas como eramquando eu nasci.

Você, sim é que nem tem mais era, de tão velhoque está, como se pôde verificar pelo seu pescoço játodo enrugado.

Por isso não, tornou o kagado. Meu pescoço éassim enrugado desde que nasci.

Isso é natural já de familia.•— Pois sim, replicou o urubu; mas ha bem. uns

cem annos, quando houve aquella festa no céo, á qualvocê me me pediu que o levasse, já você tinha mai$de cincoenta, emquanto eu era um joven dos meus15 a 20 annos...

'— Que pretenção! Lembre-se de que, quando teve.de dar seu depoimento á policia, explicando a razãopor que me deixou cahir de lá das nuvens em cimade uma pedra, você disse que tinha 40 annos de edade:

Não é possivei, replicou o urubu.¦— Não é possivei agora, com© não era possivei na-

quelle tempo, porque você tinha dado, somente, me-tade da sua edade...

Quer dizer, então, que eu tenho 180 annos?Si não tiver mais...

Todos os bichos rodeavam agora o kagado è ourubu, ouvindo a discussão dos dois.

O "jazz-band" das arapongas começou a execu-tar uma repinicada mazurka, e o urubu disse:

¦— Eis ahi a mazurka. Para você mostrar que não_ velho vá dansal-a.

>— Pois não '; responde o kagado. Quem dansacommigo?

«— Eu não danso, declarou a raposa .1'— Nem eu, accrescentou a cotia.«— Nem eu também, confirmou a paca.-Ninguém, afinal, queria dansar com o kagado por-

que mazurka era uma "dansa antiga" que os "novos"não sabiam. .

Dansa sozinho, lembrou o urubu.Pois, vou dansar, mesmo; fez o kagado, e sa-

hiu, com as perninhas muito curtas, a pretender dar ospassos sem acertar.

Havia, seguramente, uns cento e tantos annos queelle não dansava, e achava agora grande difficuldade,principalmente para fazer as voltas,-

Todos os bichos riam.O urubu era o que mais troçava do pobre kagado,

que estava já suando por todos os poros,... do casco.Terminada a musica, perguntou elle:

Viram? Dansei, ou não dansei?Você apenas se arrastou ahi" pelo chão num pas-

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O TICO-TICO 26-. 30 — Outubro — 192y

so de tartaruga rheumatica, tropeça aqui, cae acolá;í si o "demo" comesse mazurka teria comido isso quevocê quiz dansar...

•— Ora, não seja toloí....i— Tolo, não! Veja lá como fala!.i— E' isto mesmo. Já disse e não retiro o dito!¦— Atrevido'•— E' elle!

—Calem! Calen pediram os outros bichos inter-vindo para evitar um conflicto.

A um signal da cotia as arapongas atacaram, comfuriu, um "tango-milonga".

i— Dansa o compadre urubu! gritou a raposa.'— Dansa! Dansa! secundaram os outros bichos.-O urubu não se fêz de rogado.; Sahiu a dansar so-

zinho, dando longas pernãdas," avançando, recuando,num verdadeiro "passo de urubu malandro"...

A troça dòs outros foi formidável; maior aindado que quando o kagado dansou a mazurka.

Quando a musica, afinal, parou, o urubu pergun-ícu: '¦

Então, que tal meü "tango-milonga"?¦— Quem chama aquillo de "tango-milonga", nun-

ca viu "dansa de São Guido" — disse o kagado parase vingar dos motejos do.urubú.

«— Ora, isso é despeito seu.•— Despeito, não; é a verdade. Mais parecia que

lhe dera o "tango-lq-mango" do que quem dansavao "tango-milonga". *

¦— Você, sim, é que parecia ter nas juntas a ferru-pem dos seus quasi dois séculos de edade, quando pre-tendeu dansar um arremedo de mazurka.

i— Quem vae dicidir essa questão de edade é òcompadre macaco que éjnuito intelligente e forte emcontas.

Procuraram o macaco; mas este já se havia re-tírado, porque tinha o que fazer em casa.

Foram até lá. O macaco estava concertando suainorada.

Ouviu, calmamente, o que lhe expuzeram os doiãcontendores e disse:

¦— Isso de edade a mais ou menos não tem impor-tancia. O que vale é o vigor do indivíduo. Por exem-pio, um urubu de 200 annos que tinha bastante forçanas azas e no bico é mais moço que um kagado deloo annos que não tenha força nas patas nem no casco,

«— Muito bem, concordaram os dois.Vamos, pois, fazer uma pequena experiência:

Ali está uma pedra de regular pero, Aquelle dos dois

que puder arrastal-a de onde está será o mais moçopor ser o mais forte.

A tal pedra tirava uma parte do terreno do ma-:aco e elle approveitou a opportunidade para retiral-aiali sem esforço.

Amarrou um forte e flexivel cipó na pedra e ourubu foi o primeiro a dizer:

Aquillo para mim é "canja". Tenho arrastadopedras maiores.e; muito mais pesadas do que aquella.

O macaco passou a ponta livre do cipó por baixedas azas do urubu, amarrando-o, assim, fortemente.

Prompto!, Pôde arrastar.O urubu deu tres saltos, abriu as azas, e preten-

deu erguer o vôo. A pedra, porém, era muito pe-sada e elle não poude arrastal-a.

O Kagado ria dos esforços do adversário e, quandoviu que elle não podia mover a pedra do lugar, disse:

1— A velhice do mestre urubu não deixa que ellearraste a pedra dali. Vamos a ver si eu a tiro ou não.

O macaco quiz lhe amarrar o cipó; mas, o kagadonão consentiu.

1— Não é preciso, declarou elle. Eu fico atraz dapedra e vou a empurando até tiral-a dali.

O terreno era em declive. O kagado tomou posi-ção no ponto mais elevado e, empregando toda suaforça, começou a desalojal-a.

A pedra resistiu a principio; depois vacillou umpouco e acabou rolando pelo declive abaixo com gran-de alegria do macaco e desapontamento do urubu quese beliscava de raiva.

Ganhou você, mestre kagado; declarou o ma-caco esfregando as mãos de contente por se ter livra-do da pedra que lhe tomava bastante espaço no seuterreno.-

Eu não disse?! exclamou o kagado. Em ques-toes de edade só vale quem parece mais moço, e nãoquem realmente o seja. Eu reuno as duas cousas:Além de parecer, o sou, com effeito.

O urubu, envergonhado, tinha batido as azas, e jávoava alto, premeditando vingar-se da derrota que sof-frera, tirando sua desforra na primeira oceasião pro-picia.

O macaco e o kagado, vendo-o erguer-se nas nu-vens, riram-se da sua precumpção, pretendendo fazeruma cousa superior ás suas forcas.;

MalazarTES

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Claydes, a encantadorafilhinha dn canal Irineu eYolanda Presgrave.

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Nossosüiniguinhos

Síilalhiel Prado.Fttáfê — Pernambuco

nho e Norma, filhinltoèdo Sr. João R. Roman.

¦

Zita Ditzek.Pnidentopolisi — Paraná.

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Gabriel, filho do Sr. Antônio Duarte.— Capital. (£

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ILZA, filEinha do Sr. JúlioHerrlein.

Porto Alegre — R. G. do Sul.

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Heliziaria, filha do Sr. NieolauPereira.

— Capital. —

Yara, Laurinda, Moéma e Jane, filhi-nhos do Sr. F. Fabricio de Barroa.

Catanduva — São Paulo.

uos/osAr._ci-iyi-.-t'

X™ %m\\í^'^- mwr/y\sj». --___PS\*' ^___^^

Nazira. filha do Sr. NieolauPereira.

•— Capital. —

Maria-inha, filha do José Tibiriçá da Veiga.

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30 — Outubro — 1929 - 29 - O TICO-TICO

B O R D A D O

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O TICO-TICO — 30 - 30 _ outubro — 1929

J»(kH£I^^k4m

o RATO A Z U-- L

Havia em outros tempos um rei quetinha uma filha, de nome Lissa, muitobella e prendada, mas muito mal ouvida.

Todos os dias dava passeios pela ei-dade e arredores, dispensando qualquercompanhia.

Apesar dos conselhos do velho pae, aprinceza, que sempre promettia se emqn-dar, continuava a proceder mal.

Um dia, tendo, como de costume, dese ausentar, foi para fora da cidade e,internando-se no campo, não pôde voltara palácio, por se haver perdido. Fez-senoite e, muito afílicta, pôz-se a princezaa chorar. Mas, acalmando-se, verificouque havia uma luz que brilhava ao longe.Caminhando, encontrou uma palhoçacujo único habitante era uma velha demá catadura. A velha, assim que a viu,fez-se de boas maneiras e perguntou-lhepor que chorava:

— Perdi-me, minha boa velhinha íA velha perguntou-lhe o nome e a

princeza disse chamar-se Mona e serfilha de um mercador que estava nacidade.

A velha deu-lhe alimento e pousada.Durante a noite íel-a recolher-se a umquarto, dizendo que no dia seguinte alevaria á cidade para ver seu pae.

A menina dormiu e alta noite acordoucom um ruido estranho. Era uma cobraque queria comer um pequeno rato debella côr azul. Ella, sem fazer bani-lho, apanhou um páp e com este matoua cobra. O rato, assim que se viu livreda cobra, agradeceu-lhe a generosidade•e disse-lhe:

Menina, quando precisar deste seucriado, chama-me : "Valha-me. meuiato azul".

E foi-se embora.Pela manhã Lissa acordou e chamou

a velha, que lhe fez bastantes festas elhe disse:

Vamos para a cidade.Em logar, -torém, de ir para a ei-

dade ,a velha dirigiu-se para o outrolado da floresta. Ao passar algum tem-po, a menina avistou um grande castellotodo cercado de muralhas e setteiras.Na ponte levadiça deste castello, a ve-lha se deteve e, dizendo palavras caba-listicas, foi-lhe franqueada a entrada.Logo no vestibulo veiu a seu encontroum pagem a quem a velha disse:

Ide a vosso senhor dizer que aquiestou.

A menina estava cada vez mais sur-preza, quando appareceu um senhorvestido com grande apparato e seguidode homens armados.

Falou com a velha com grande res-peito e principiou a fazer um pequenointerrogatório â menina.

A menina repetiu todas as informa-ções que já havia dado á velha e elleentão lhe disse:

Vou mandar verificar se assim é,em caso contrario, ou se és a filha dorei que eu ha bastante tempo procuro,

morrerás. Leva essa menina para oquarto da torre de leste, disse a umios da comitiva.

A men'naa toda cheia de medo, foilevada para a torre.

Em uma simples inspecção, verificouque era impossível d'ahi sahir. Passou-se, assim, o dia e, vindo a noite, lem-brou-se, então, do pequenino rato azul.

Já fazia mais de dois dias que se au-sentara. Como estaria seu pae passando?

Não tendo ainda chegado o emissáriodo dono do castello, ella se não sahisseda torre naquella noite, estaria mortano da seguinte.

Lembrando-se do rato azul, disse:Valha-me, meu rato azul!

Logo o ratinho appareceu e pergun-tou-lhe o que queria.

Quero sahir desta maldita torre eir para a casa dc meu pae.

O rato azul falou, então:Vou te transformar numa pomba,

sahirás pela janella e voarás semprepara o norte, eu te acompanho.

Assim foi feito. A menina transfor-mada em pomba, começou a voar e,quando chegou a palácio ali havia gran»de azafama pela sua falta.

Com grande alegria, ella se trans-formou, então, de novo em princeza eo rato azul em um principe.

Foram levados á presença do rei que,sabendo do oceorrido, agradeceu aoprincipe a sua boa acção e, em recom-pensa, lhe deu a mão da sua filha.

Sabendo, porém, do logar onde seachava o castello, fez organizar uma ex-pedição militar e pôz cerco ao mesmoe seus habitantes, que eram todos gran-des criminosos, foram passados pelasarmas.

HELENA S, PINTO

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30 — Outubro — 1929 — 31 - O TICO-TICO

—-—^—^—^^—

JL MULHER _B ___. TJ X J_Um Sultão tinha tres filhos: Schater-Ali; Schater

Hassein e Schater-Mohamed.,Um dia, o velho resolveu casal-os; deixando a

Eleição das esposas ao arbítrio do destino.-Para isso, subiram os tres jovens ao terraço mais

alto do Palácio e, d'ali, cada um, com os olhos veda-dos arremessaram com o seu arco uma flecha sob apromessa de se casar com a filha do vizinho em cujotelhado cahisse a respectiva flecha.

A flecha do filho mais velho cahiu bem perto, so-bre o telhado de um dos maiores dignatarios da côr-te; a do segundo, cahiu no lar do official-mór, po-rem, a do filho mais moço foi arremessada á longadistancia e cahiu numa casa humilde, junto ao rio,habitada por uma bruxa...-

O Sultão, assustado com esse mal resultado, fal-otentar duas vezes mais a sorte, que deu no mesmo,pois a flecha continuou a cahir no mesmo local.

Elle tomou isso, como uma designação do Céo ecelebrou os esponsaes do seu caçula, em meio da Côr-te escandalizada e dos irmãos e cunhadas, os quaes nãose fartaram de leval-o ao ridículo, com as suas piadasmaldosas.

Nunca poderiam suppor que a bruxa não era maisque mero artificio de magia.

Ao terceiro filho do Sultão coubera a mais for-dosa e rica esposa, sem que ninguém suspeitasse.

Aconteceu que, passados tempos, o bom Sutão fi-cou completamente cego," ao cuidado das suas tresnoras e um dia lhes disse:

— Quero que me preparem'o melhor prato queCaibam fazer, para que eu o saboreie antes de morrer.-

E as noras começaram logo a trabalhar, cadaqual mais desejosa de fazer a mais fina iguaria parao seu sogro.

No entanto, as esposas dos filhos mais velhos doSultão, que viviam entregues ao luxo da Corte e quetanto desprezavam a cunhada que vivia entregue aosaffazeres do seu lar modesto e que sabia cozinharmuito bem, foram lhe perguntar o que ia cozinharpara offerecer ao Sultão e a mulher bruxa respon-deu, occultando a verdadeira intenção —- que ia cozi-nhar arroz com ratos, cousa que as invejosas fizeramimmediatamente, incorrendo na raiva do ancião queachou a comida com um gosto detestável.

Porém, quando veio o prato feito pela terceira no-ra, o velho Sultão achou-o delicioso a ponto de nãoquerer que as outras cozinhassem mais para si.

D'ahi ha dias houve uma grande festa na Corte.As más cunhadas disseram á bruxa que iriam se

apresentar no salão da festa, uma montada num gan-so e a outra, num cabrito para chamar mais a atten-ção de todos os convidados, — ao que a bruxa res-pondeu que iria montada num cabo de vassoura...

Ellas disseram isso, para enganar a cunhada.Mas qual não foi a surpresa das ruins creaturas,

quando viram a mulher bruxa, que havia renunciadoás suas illusorias apparencías, apresentar-se com o es-plendor de uma rainha formosissíma acompanhada

de sumptuoso séquito e que por arte mágica, como sefora uma fada maravilhosa, transformou os grãos

"de

arroz do banquete em pérolas, as salsas, em esmerai-dais e outras pedras preciosas.

E para finalizar o filho mais novo do Sultão foio que mais linda esposa teve.

RACHEL PRADO

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O TICO-TICO 32 — 30 — Outubro — 1929

mmmt CxjP^CSal^€ammmmRESULTADO DO CONCURSO N. J.J7I

A solução exacta do concurso

Eolucionistaa: — Clelia Senna, EpitacloAlexandre da» Neves, José Miguel FlscherSantos, Elanne de Miranda, Nair Costa, BI-sa Pereira Machado, Ney Antaro Câmarade Campos, Hei via Barbosa Lima, PaulaAffonso dl Gesu Marques, Carlos Menezes,Luiz de Barros, Izaura Alves 'Rosa, JaymiPinheiro Joblm, Wlnlclo Nalepinlkl, T»ddaRegai Possolo, Walter Villa, Laura Elwita-rio, Edith Juliana Boron, Paulo Roberto d*Carvalho, Leny Carneiro de Sâ, Dalva Re-zende, Zenaide Hugo de Jesus, Zulelka Hu-go de Jesus, Arthur Avlla de Almeida, Ed- ,mCa Ferreira Lage, Yolanda Rodrigues, Ru-tem Dias Leal, Octaviano Galvlo, Duloe daMiranda Cordilha, Marilia Martins Amaral,Abelaxdo Áureo Muniz, José Schor, MariaAuxiliadora Ferraz, José da Silva Mangual*de, Nolly Mendes, Domlclana Morena daSilva, Augusto de Lima, Arlette da S. Da.arte, Sylvia Taccio, Geraldo Pires, Therest-nha Osório, Annibal Guimarães Pereira,José Linardi, Denls de Araujo Jorge Whl-tchurst, Walttlr Augusto de Andrade, Leo-nor Alb-uquerque Pereira, Sebastiana A. RI-beiro, Ayrton Sa dos Santos, Hella ia Faa-«eca Rodrigues Lopes, Jean Chéramy, Hei-tor Moraes Barros, Francisco Victorlo Ria-ro, Geraldo Osório Sampaio, Waldemar Lud-¦wig, DeoIInda dos Santos Simões, Tallta

PÍLULAS

{PÍLULAS DE PAPAINA E PODO-PHILINA)

Empregadas com suecesso nas moléstiasdo estômago, fígado on intestinos. Estas pi-lulas, além de tônicas, são indicadas nasdyspejwms, dores de cabeça, moléstias dofigado e prisão de ventre. Sao um pode-roso digestivo e regularisador dai funeçõesgastro-intestinaes.

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JOÃO BAPTISTA DA FONSECAPua Acre, 38. — Vidro 2$5oo. pelo correio,

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8ampaio da Fonseca, Aurelia Wilchea, Mu-rlllo Lins Mallet Soares, Samuel H. deSouza, Alderioo ds Araujo Bispo, Burldasdo Caxmo Wermelinger, Lívia Lages daBllva, Durval R. de Alvarenga.

Foi o seguinte o resultado final do con-curso:

1* Prêmio:

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d* 10 annos de Idade • morador a rua Al*mirante Lobo n. 82, em São Paulo.

CUIDADOCOM OS

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_ pCF dos FRACOS e0 REMÉDIO r oosANEMICOS

!• Prêmio:

KURIDES DO CARMO WERMELINGERI

de I annos de Idade e residente em Moms»rat. Estado do Rio de Janeiro.

RESULTADO DO CONCURSO Ní t.ttl

Respostas certas;

— Buffalo.— Dado.

8* — Rosário."4 — Terra — Jarra6 — Marcello.

Bolucionistas: — Harcy Gonçalves d» 011-l-elra, José da Silva Mangualde, AntônioRodrigues, Mario Brítto de Barros, ReginaM. Nebel, Elmano Conceição Magalhães,Nathan Rolzman, Cezar Martins, Oscar Bar-

bosa Filho, Fernando Octavio Gonçalves,Celso Emílio Figueiredo Damazio, Arnaurytias Neves, Faulo Brandão Al vim, AlfredoSabá, José Pinheiro Fernandes, Cld Ogn.be-ne, Áurea Fortunato da Silva, Paulo Affon-so di Gesu Marques, Mercedes Oliveira Cor-rela do Carmo, Abilio Correia do Caripo Ju-nior, Jacob Bochner, José Barbosa, MoacyrSilva, Pequetita Zerblni, Noemia FránciscaMuniz, Myrlan Sutton, João Mathias Duro,Talitha Sampaio da Fonseca, Maria Au-gusta Moreira, Antônio da Fonseca Sobrl-nho, Cyro Canaan, Renato Gomes Loques,Juracy Loques, Marina Fernandes, Hei-vecio Fagundes Penldo, Fábio Homem dsMello, Maria da Conceição do Patrocínio,Dina Maria das Neves, Jesus de MattosPenna, Jacy Jobim, Wilson Jardim Neves,Leny Carneiro de Sâ, José da Cruz Vidal,Rubem Dias Leal, Marcello N. BridL, VI-dal Rocha, Remy Queiroz Guimarães, Mu-rillo Lins Mallet Soares, Roberto Machado,Theopompo Yohnson, Maria de Lourdes An-tunes, Cláudio Nascimento, Jordelina de Al-meida, Cláudio Godlnho Naylor, Edméa Fer-reira Lage, Ayrton Sâ. dos Santos, Wladlmlrdos Santos Mello, José Pereira Braga, Ma-ria Stella Soares, Dirceu de Miranda Cor-dilha, Berthelor Cardoso, Wilson da CunhaMendes, Mauro Antônio Forjaz, Vera Alva-renga, Maria Appareclda Barbosa, Abrahâo,Cahen, Cecilia Bohn Vieira, Pedro Tonldan-dei, Sylvio Augusto Bohn Vieira, JoséSchor, Jorge da Cruz Soares, Dometiila Wil-ches, Maria do Canno Carneiro Werneclt,Lino Eugênio da Cunha Brandão, Heloisa daFonseca Rodrigues Lopes, Esio Leize, PauloCezar S. Machado, Elda Elvira Pacinl, Ida-lina Montenegro,. Waldemar Ludwlg, Elsi-ta Serra.

Foi premiada a. concurrente: \MYRIAM SUTTON

de 10 annos de Idade e residente â ruaPrudente de Moraes n. 64, nesta Capital.

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30 — Outubro — 1929 — 3_ — O TICO-TICO

AilincloA. Fonseca, 'Jüarja Eugênia, Veada,Hcgal PossoTo, Maria da Penha líamos,' De-üUrpia do Seixas, Scverinò de Lucena Bor-ges, Pedro Paulo de Assis, Miguel Fernaa-des de Abreu.

C O _ C URSO _ , 3 » 1

Para os leitof.es desta Capital b dosEstados

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TENDES FERIDAS, ESPINHASMANCHAS. ULCERAS, ECZEMASem fim qualquer moléstia de origen

SYPHILITICA?usa_ o poderoso

Elixir de Nogueira

do Fiam*.. ___£¦ C h i m 1 e o

Joio da 4&1 Süva Silveira

GRANDBDEPURATIVO DO SANGUE

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Com os traços do clichê junto vocês vfloformar a elegante figura de um patinho.Se tal conseguirem, terão resolvido o pro-blema, fácil que ê o nosso concurso deboje.

As soluções devem ser enviadas á reda-cção d'0 Tico-Tico devidamente assignadas,separadas das do outros quaesquer concur-«os e acompanhadas nâo sõ da declaraçãode idade e residência do concurrente comotambem do vale que vae publicado a se-euir e tem o n. 3.391.

Para este concurso, que será encerradolo dia 26 de Novembro vindouro, daremoscomo prêmio, de Io e 2° logares, por sorte,entre as soluções certas, dois ricos livros.Ilustrados para a infância.

Jm\r x J

*Ii_-'? It

_»/V_*A. OCONCIDR-4.

Vinho Creosotadoao l__t_. C_I_.

João da Silva SilveiraPODEROSO FORTIFLCANTB PARA OS ANiMICOS K DEPAUPE*

RADOS.Empregado com »____*_ naTosses, Broochite- • Fra-

qaexa GeraL

tem nome de mulher?(3 syllabas).

Archibaldo B. Galvâo

2» :— Qual o sobrenome que com a ulti-ma letra trocada ô nome de mez?

(2 syllabas)..Do mesmo

3» — QUal a cidade do Brasil que é tri-uinpho?

(4 syllabas).Dulce Miranda Cordilha

O Presepe <_mO Tico-.Tico5'

4* — Qual a cidade da Hespanha que 6pc-.lra preciosa?

(3 syllabas).Da mesma

í« -cento.

- Qual a preposição que, com um ac-é Estado do Brasil?

(2 syllabas).Odette Veiga

As soluões devem ser enviadas á reda-cção d'0 Tico-Tico devidamente assignadas,acompanhadas do vale n. 3.392.

Para este concurso, que será encerradono dia 19 de Novembro, daremos como pre-mio, por sorte, entre as soluções certas, umrico livro de historias infantis»

3.392

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NS 3.391concurso n. * . 3 » j

-"AltA OS LEITORES DESTA CAPITAL _ DOSESTADOS PRÓXIMOS

Perguntas;1" — Qual a cidade de Pernambuco qu*

EtVsK.

f-v.

A Companhia Dr. Sclioll S. A., nuseu luxuoso estabelecimento de artigo»para tratamento dos pés, na rua doOuvidor, 162, continua a expor o ma-ravilhoso Presepe de Natal d'0„ Tico -Tico, reproduzido na gravura acima.Assim é que, numa de suas bem orga-nizadas vitrines, o magestoso presepeconstitue curiosidade, aliás justificaria.de quantos transitam pela aristocrática

^_^_i__IÍ^. _ _ _-v-.-.-._->vv^v _-.-.__ __-.-.-..-.-.-v _ . .-.-.-.-j-.-.-,

. GOMES PEREIRALIVRARIA E PArELARIA

, 91

AN O V !

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DE CORES, ETC. 5setus filhos, lísstnslndo=&s w.v.v.v.va-v_.w^

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O TICO-TICO .-34 ^ 30 — Ou.ubro — 1929

MUDARAM-SE OS ESCRIPTORIOS DO "O MALHO"

Os escriptorios da Sociedade Anonyma "O Malho" muda-

ram-se para a TRAVESSA DO OUVIDOR, 21. onde serão re-

cebídas, com a attenção de sempre, as ordens de seus annuncian-

tes, agentes è leitores., \'As òfficinas, porem, como a Redacção dás diversas revistas.

a desta Empresa, continuam no edifício próprio da Rua Visconde

de Itaúna, 419, onde sempre es tiveram n

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30 — Oulubro — 192'J — 35 - O TICO-TICO

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COMO ESCOLHER UMA BÔA ESPOSA,de Renato Kehl (Dr.) 4$000

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VIDA, broch. 6$000EUGENIA E MEDICINA SOCIAL, broch. BfOOOA FADA HYGIA, ene 4*000COMO ESCOLHER UM BOM MARIDO,ene 6$000

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Page 35: pATxxxxrxr ifx //// -li - :::[ BIBLIOTECA NACIONALmemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1929_01256.pdf · pingar como um pinto molhado, sentou na relva e gritou: ... (que pôde ser feita

^^cíG^p^^ AS AVENTURAS DO CHIQUINHO !• já^)^1 a, aaem anda aos _J t^, ;

S \àW : A porcos tudo lhe ronca ^,v:^

ÍSÍWÊÍÊÈÈÈi™l\^Wffil'\ "ilolv^ /" Tjfl/fMníf'A l 25f ''ir31" dizer que os porcos cavavam para jogar a arvore ao 'O*'' »"m jgífc<jP*lyU«H>>«sg*>»>>'N>>^.-¦ /«7^g^sH^^^^^/flLrJsà/P*/ /^y/%jl-W3íf ¦ií^—í ch5°- O porco, entretanto, cavava para procurar raizes ma- \>a|. .. . V^A~ *~~;**^^?Z'4é/7rs*^s~

/f~*L _X/{4Jfi&/fê/[Í, ^JS* c'as- ^s £arotcs °âo tiveram coragem do descer e ali fica-, ^«^^"¦C^^^.n. -^Stjg^t.^v,. ./

ll\lsk L *+\& »\Vl '«Al K^jSÊ/IfófJy ram *té * noite> quando vieram buscal-os. Custou-lhes r ^N. >««, JU^*» b ^/