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8/17/2019 Paulo Nader - Filosofia Do Direito (1) http://slidepdf.com/reader/full/paulo-nader-filosofia-do-direito-1 1/256 PAULO NADER Professor da Universidade Federal de Juiz de Fora. Magistrado. Membro Efetivo da International Association For Philosophy of u! and Philosophy da Association Internationale de M"thodologie Juridi#ue. Membro $orrespondente da Academia %rasileira de etras Jur&dicas. FILOSOFIA DO DIREITO '(. Edi)*o  + mem,ria de Pedro Ant-nio ader/ meu pai. SUMÁRIO ota do Autor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . I0 Primei Parte E12U34 EPI12EM4,5I$4 3A FI414FIA 34 3I6EI24 $ap&tulo I 7 o)*o e 4b8eto da Filosofia do 3ireito........ 9 $ap&tulo II 7 4 M"todo na Filosofia do 3ireito........... :; $ap&tulo III 7 Filosofia do 3ireito e $one<=es com $i>ncias Afins. ' 1egunda Parte 4 3I6EI24 E 1EU1 A26I%U241 3E @AI3E $ap&tulo I@ 7 $onceito do 3ireito................... 9B $ap&tulo @ 7 3imens*o A<iol,gica do 3ireito............ ;C $ap&tulo @I 7 3ireito e $oa)*o ..................... D $ap&tulo @II 7 Atributos de @alidez do 3ireito............ ?C $ap&tulo @III 7 4 Jurista e a $ultura Jur&dica ............. B 2erceira Parte 642EI64 I12G6I$4 3A FI414FIA 34 3I6EI24 $ap&tulo I0 7 4rigem e Evolu)*o ist,rica do 3ireito ....... : $ap&tulo 0 7 A Filosofia do 3ireito na Antiguidade . . . . . . . . . $ap&tulo 0I 7 A Filosofia do 3ireito na Idade M"dia . . . . . . ::B $ap&tulo 0II 7 A Filosofia do 3ireito na Idade Moderna. . . . . . . :'C Huarta Parte  A FI414FIA 34 3I6EI24 $42EMP46EA $ap&tulo 0III 7 A 3outrina do 3ireito atural. . . . . . . . . . . . . :DD $ap&tulo 0I@ 7 Positivismo Jur&dico e suas $orrentes 3outrinrias ..... :B9

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PAULO NADER

Professor da Universidade Federal de Juiz de Fora.Magistrado.Membro Efetivo da International Association For Philosophy of u! and Philosophy da Association Internationale de M"thodologie Juridi#ue.Membro $orrespondente da Academia %rasileira de etras Jur&dicas.

FILOSOFIA DO DIREITO

'(. Edi)*o

 + mem,ria de Pedro Ant-nio ader/ meu pai.

SUMÁRIO

ota do Autor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . I0 PrimeiParteE12U34 EPI12EM4,5I$4 3A FI414FIA 34 3I6EI24$ap&tulo I 7 o)*o e 4b8eto da Filosofia do 3ireito........ 9$ap&tulo II 7 4 M"todo na Filosofia do 3ireito........... :;$ap&tulo III 7 Filosofia do 3ireito e $one<=es com $i>ncias Afins. '1egunda Parte4 3I6EI24 E 1EU1 A26I%U241 3E @AI3E$ap&tulo I@ 7 $onceito do 3ireito................... 9B$ap&tulo @ 7 3imens*o A<iol,gica do 3ireito............ ;C$ap&tulo @I 7 3ireito e $oa)*o..................... D

$ap&tulo @II 7 Atributos de @alidez do 3ireito............ ?C$ap&tulo @III 7 4 Jurista e a $ultura Jur&dica ............. B2erceira Parte

642EI64 I12G6I$4 3A FI414FIA 34 3I6EI24$ap&tulo I0 7 4rigem e Evolu)*o ist,rica do 3ireito ....... :$ap&tulo 0 7 A Filosofia do 3ireito na Antiguidade. . . . . . . . . $ap&tulo 0I 7 A Filosofia do 3ireito na Idade M"dia . . . . . . ::B$ap&tulo 0II 7 A Filosofia do 3ireito na Idade Moderna. . . . . . . :'CHuarta Parte

 A FI414FIA 34 3I6EI24 $42EMP46EA$ap&tulo 0III 7 A 3outrina do 3ireito atural. . . . . . . . . . . . . :DD$ap&tulo 0I@ 7 Positivismo Jur&dico e suas $orrentes 3outrinrias..... :B9

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$ap&tulo 0@ 7 2eoria Pura do 3ireito. . . . . . . . . . . . . . . :D$ap&tulo 0@I 7 2eoria Mar<ista e o 3ireito. . . . . . . . . . . . . . . ':$ap&tulo 0@II 7 E<istencialismo e 3ireito. . . . . . . . . . . . . . . . '9'$ap&tulo 0@III 7 A Filosofia Jur&dica de 3el @ecchio. . . . . . . .'9C$ap&tulo 0I0 7 A Filosofia do 3ireito no %rasil . . . . . . . . ';B%ibliografia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 'BKndice 4nomstico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9LDKndice Alfab"tico de Assuntos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9::Kndice 5eral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ... 9:D

NOTA DO AUTOR

$i>ncia 8ur&dica de estirpe nobre/ a Filosofia do 3ireito " uma lacuna no atual curr&cum&nimo dos cursos 8ur&dicos em nosso pa&s. A lamentvel omiss*o/ sentida n

6esolu)*o n 9/ de ' de fevereiro de :B'/ do $onselho Federal de Educa)*o/ decorrem parte/ de uma vis*o codicista subordi7 nante/ acrescida do e#u&voco de sconsiderar a Filosofia do 3ireito como disciplina de coroamento ou de complementa)*de cultura. 2al pensamento deve ser revisto/ principalmente #uando se constata e salardeia a penf&ria cultural #ue medra em nossos pret,rios.Em realidade a ci>ncia altior do 3ireito " indispensvel N inicia)*o/ ao desenvolvimente ao aprofundamento do saber 8ur&dico. + inicia)*o/ por#ue a disciplina " responsvpela elabora)*o do conceito do 3ireito e abordagem de temas sat"lites/ de cucompreens*o depende o racioc&nio 8ur&dicoO ao desenvolvimento/ pois #ue assimila)*o dos institutos 8ur&dicos n*o pode dispensar a aprecia)*o cr&tica/ sob pende subservi>ncia ao dogmatismo positivistaO ao aprofundamento/ de vez #ue o 8uristn*o deve fi<ar7se na dimens*o imediatista da lei/ mas per#uirir sempre/ na refle<*met,dica/ a raz*o ltima das normas 8ur&dicas e a sua cone<*o com a ordem naturdas coisas.Em :C'/ a 4rdem dos Advogados do %rasil encaminhou ao Ministro da Educa)*o $ultura ampla e<posi)*o sobre as condi)=es dos cursos 8ur&dicos no pa&apresentando7lhe/ entre outras propostas/ a de #ue Qa Filosofia do 3ireito seria cadeira fundamental/ iniciada no terceiro trimestre/ e n*o mais abandonando o alun1eu papel fundamental 7 o estudo dos valoresQ. Embora a sugest*o tenha alcan)ad

alguma ressonRncia 8unto N#uele Minist"rio/ pois em dezembro do mesmo andivulgou7se antepro8eto de novo curr&culo m&nimo/ onde se inclu&a a Filosofia do 3ireientre as Mat"rias 4brigat,rias de Forma)*o 5eral/ ainda ho8e permanece em vigoa supracitada 6esolu)*o n 9... Em nome da cultura 8ur&dica nacional/ urge #ue sreencete o apelo e #ue se preencha/ em definitivo/ a lacuna.$om a edi)*o deste livro/ pretendo proporcionar aos estudantes um direcionament"tico e cient&fico no estudo do 3ireito. *o lhes ofere)o/ todavia/ um livro completo/ ispor#ue #ual#uer obra no g>nero " necessariamente lacunosa diante dos infinitohorizontes da Filosofia do 3ireito.

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1elecionei temas bsicos/ tendo sempre o cuidado de n*o repetir os enfo#ueapresentados na Introdu)*o ao Estudo do 3ireito/ ora em se<ta edi)*o/ pelo #ue aduas obras possuem um ne<o de complementaridade. 4 tema A Filosofia do 3ireito n%rasil " um dos cap&tulos #ue mereceram especial desta#ue. A mat"ria versada importante/ tanto #ue " um dos temas centrais do I@ $ongresso %rasileiro de Filosofdo 3ireito. Embora o particular cuidado em sua elabora)*o/ devido N abrang>ncia dassunto/ esse cap&tulo " suscet&vel de amplia)*o futura/ se8a para a inclus*o dpensamento de outros 8uristas7fil,sofos/ se8a para a complementa)*o do referencide autores citados.4 significado de um livro de Filosofia do 3ireito guarda correspond>ncia/ em princ&picom o pr,prio significado #ue a disciplina tem para a forma)*o do 8urista e nas diretrizel,gicas e "ticas #ue proporciona ao mundo 8ur&dico. 3iretiva e #uestionadora/ a Filosofdo 3ireito " sempre oportuna/ tanto nos per&odos de estabilidade pol&tica e socia#uanto na vig>ncia de crises institucionais.$omo ob8eto cultural/ o 3ireito se amplia e se refaz no cotidiano das sociedades e sob

flu<o do permanente avan)o cient&fico e tecnol,gico/ #ue altera o #uadro social. redimensionamento 8ur&dico se processa/ em parte/ com o aproveitamento dos c,digopela e<egese hist,rico7evolutiva e de alguns tipos de integra)*o do 3ireito/ como analogia e os princ&pios gerais de 3ireito. @ezes h/ por"m/ #ue as transforma)=esociais s*o de tal vulto #ue a ordem 8ur&dica se revela impotente para orientaade#uadamente/ o comportamento/ ou para ditar solu)=es e#uRnimes. a instRncdo dever ser ou/ para usarmos e<press*o delvecchiana/ do ideal do 3ireito/ cumpre a

 8urisfil,sofo abrir o le#ue de possibilidades "ticas. 3as op)=es oferecidas/ o legisladseleciona a #ue mais condiz com as circunstRncias hist,ricas. 4 sentimento do 8usto#ue a Filosofia do 3ireito alberga/ n*o " valioso apenas no plano de legeferenda/ marevela7se imprescind&vel a cada momento na atua)*o do 8urista. A t"cnica de aplica)*do 3ireito/ por e<emplo/ n*o " m"todo e<clusivamente l,gico. esse mister profissional emite 8u&zos de valor/ faz estimativas/ conforme d >nfase o 8uristafil,sofo 6ecas"ns 1iches/ #ue pretendeu substituir a l,gica Formal/ no 3ireitpela ,gica de lo 6azonable.

 As contribui)=es #ue a Filosofia do 3ireito oferece N e<peri>ncia 8ur&dica s*o mltipla Ao se deter na anlise conceptual do 3ireito/ a disciplina/ #ue " fundamental e te,ricrevela uma face de instrumentalidade 7 a sua condi)*o de meio indispensvel aencaminhamento de muitas solu)=es. A movimenta)*o no mundo 8ur&dico/ onde s

elaboram leis/ celebram7se contratos/ prolatam7se senten)as/ pressup=e a no)*bsica do #ue se8a 3ireito/ n*o de sua defini)*o formal/ mas de um 8u&zo interno/ dconsci>ncia plena dessa importante parte da realidade cultural. 1em #ue o percebmuitas vezes o 8urista incursiona no territ,rio 8ur&dico7filos,fico/ para obter a resposde #ue necessitaS a lei in8usta " 3ireitoT Este pressup=e apenas um sistema dlegalidade ou re#uer/ ainda/ uma ordem leg&tima/ conforme postula o 8urisfil,so5offredo 2elles JniorT Hual seria/ para esta hip,tese/ a fonte de legitima)*o d3ireitoT 4ra/ se o 8urista recorre N scientia recbc< para atender a #uest=es suscitadapela prtica/ evidencia7se o sentido instrumental da Filosofia do 3ireito.

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  $onsciente da magnitude da disciplina e da grave responsabilidade de #uedesenvolve a sua temtica/ este livro foi preparado sem a pretens*o de abarcar todoos horizontes da Filosofia do 3ireito/ mas na esperan)a de contribuir na forma)*o d

 8urista de amanh* e de ofertar aos profissionais do 3ireito uma abordagem de assunto 8ur&dico7filos,ficos capaz de lev7los a uma refle<*o sobre os pressupostos universado iuspositum.

 Agosto de :L 7 Paulo ader.

Primeira ParteESTUDO EPISTEMOLÓGICO DA FILOSOFIA DO DIREITO

Capítulo INOÇO E O!"ETI#O DA FILOSOFIA DO DIREITO

1UM6I4S l. $onsidera)=es Pr"vias. '. 5raus do $onhecimento. 9. $onceito dFilosofia. ;. A Filosofia do 3ireito.

l$ Co%&i'era()e& Pr*+ia&

 Ao se pretender investigar o conhecimento 8ur&dico pela via filos,fica " necessriprimeiramente/ #ue este caminho se8a familiar ao pes#uisador/ en#uadrando7se nolimites de sua e<peri>ncia. 1em a pr"via no)*o da Filosofia geral/ por seus m"todos fun)=es/ n*o " poss&vel alcan)ar a plena compreens*o da Filosofia do 3ireitpois/ en#uanto a#uela " g>nero/ esta " esp"cie/ e tudo #uanto predicamos N primeiestamos/ igualmente/ predicando N segunda. A cultura filos,fica somente prospera nesp&rito afeito N refle<*o e aberto aos grandes temas #ue envolvem a natureza e homem. 1e " verdade #ue a condi)*o de iusfil,sofo n*o se ad#uire por t&tuuniversitrio/ sen*o pela constRncia do pensamento dial"tico/ tamb"m " cer#ue somer.te atinge a situa)*o de 8urisfil,sofo o 8urista #ue e<ercita/ como hbito/ atitude filos,fica. E #ue a cultura superior do ius n*o se forma com o simples acmude informa)=es #ue os tratados apresentamO ela "/ ao mesmo tempo/ saber 8ur&dic

organizado e aptid*o para alcan)ar a verdade.4 acervo de conhecimentos #ue a Filosofia do 3ireito proporciona prov"m de tr>classes de pensadoresS fil,sofos/ 8uristas e 8urisfil,sofos. $omo a Filosofia " uma vis*universal da realidade e o 3ireito se inscreve no #uadro de uma ontologia regionaum sistema filos,fico/ para ser abrangente/ h de considerar temas 8ur&dicos bsicocomo os problemas da 8usti)a e da lei. Assim/ consagrados fil,sofos/ como Plat*o

 Arist,teles/ 2oms de A#uino/ Vant/ egel/ trou<eram valiosas contribui)=es N Filosofdo 3ireito. Em contrapartida/ os 8uristas nem sempre se fi<am na perspectiva da $i>ncdo 3ireito/ indo al"m do simples trabalho de e<egese e sistematiza)*o do 3irei

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vigente. 4ra colocam em discuss*o os postulados da Jurisprud>ncia/ ora submetem oinstitutos 8ur&dicos a uma cr&tica em seus fundamentos/ situando a sua preocupa)*no Rmbito da Filosofia do 3ireito. 4 grande veio/ por"m/ #ue sedimenta e enri#uece nossa disciplina/ localiza7se na atividade dos 8urisfil,sofos/ da#ueles #ue/ genuinamenfil,sofos/ conhecem a ci>ncia 8ur&dica.En#uanto fil,sofos e 8uristas desenvolvem a refle<*o 8ur&dica em campo restrito/ covis*o parcial e preponderRncia de enfo#ue/ os 8urisfil,sofos/ associando conhecimento das correntes filos,ficas N no)*o das categorias l,gicas do 3ireito/ atuanos dom&nios da iusfilosofia sem reservas culturais/ ob8etivando o rigor l,gico doconceitos 8ur&dicos e a ade#ua)*o do 3ireito Positivo aos valores humanofundamentais.

,$ Grau& 'o Co%-e.ime%to

4 a priori fundamental N forma)*o da cultura " a aptid*o #ue o homem possui d

conhecer e #ue e<erce atrav"s da discrimina)*o7 faculdade de distinguir e relacionar acoisas. Estas podem ser assimiladas pela mente/ em um processo de cogni)*o/ poseus tra)os mais elementares de entendimento/ por seus caracteres gerais ou ainda poseus fundamentos e implica)=es com outros ob8etos e fen-menos. 4 saber comportapois/ diversos n&veis/ #ue variam conforme o grau de rela)*o #ue se faz entre o ob8etdo conhecimento e outros fatos e fen-menos. 3e acordo com a escala crescende rela)*o o conhecimento pode ser vulgar/ cient&fico e filos,fico.

,$/ 0 Co%-e.ime%to #ul1ar

4 simples ato de viver proporciona ao homem algumas no)=es fundamentais sobre acoisas. Ao verificar os fatos da natureza e os atos humanos/ ao conviver ou utilizar7sdos meios de comunica)*o/ ele recebe um comple<o de informa)=es ligadas a mltiplareas do saber. Assim/ a leitura de um peri,dico/ a consulta a um especialista/ observa)*o do trabalho alheio levam7no a ad#uirir o chamado conhecimento vulgar/ #use caracteriza por ser fragmentrio/ assistemtico e por revelar a posse intelectudas coisas por seus aspectos meramente e<teriores e superficiais. W o conheciment#ue temos/ por e<emplo/ de #ue a 2erra desenvolve/ no espa)o/ os movimentos drota)*o e de transla)*o e #ue os corpos mais pesados do #ue o ar s*o atra&dos a

solo. W um saber no refle<ivo/ #ue alcan)a e<clusivamente a no)*o de um fen-menisolado/ sem mostrar a sua rela)*o com outra s"rie de fatos e fen-menos. o Rmbito d3ireito corresponde ao saber do rbula/ #ue conhece apenas pela e<peri>ncidespercebendo a harmonia do sistema e dos princ&pios #ue lhe informam e d*consist>ncia.

 A natureza emp&rica desse saber n*o indica/ por outro lado/ #ue toda no)*o ad#uiridpela e<peri>ncia se8a do tipo vulgar/ pois o conhecimento cient&fico/ al"m de orientar7spela raz*o/ tamb"m recorre a essa rica fonte. Em face da amplid*o de conceitoprinc&pios e teorias #ue a ci>ncia e a tecnologia moderna apresentam e #ue impede

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ao homem o absoluto dom&nio intelectual da realidade/ o saber vulgar reveste7stamb"m de importRncia/ pois supre/ de alguma forma/ lacunas culturais #ue n*o podeser preenchidas cientificamente.

,$, 0 Co%-e.ime%to Cie%tí2i.o$

Mais amplo #ue o saber vulgar e menos abrangente #ue o filos,fico/ o conhecimencient&fico consiste na apreens*o mental das coisas por suas eausXY7YZ ou razXY7YZeatrav"s de m"todos especiais de investiga)*o. Ele n*o se ocupa dacontecimentos isolados/ mas supXY7YZe a vis*o ampla de uma determinada rea dsaber e / ao contrrio do conhecimento vu: ar " refle<ivo. o dizer de Icilio @anni/ Quma cogni)*o sistemtica dos fatos e dos fen-menXY7YZ/ em #ue se coloca um fato erela)*o com outros/ de modo a descobrir as suas uniformidades e a determinar asuas [eisQ.\a esfera 8ur&dica/ o conhe7 cimento cient& ico n*o se caracteriza pesimples no)*o do cXY7YZntedo e significado da lei. PressupXY7YZe o conceito do ob8e

3ireito e compreende a vis*o unitria do sistema 8ur&dico.  4s princ&pios #ue regem a natureza em geral e as coisas do homem constituem utodo harm-nico e uno/ #ue n*o impXY7YZe/ r si/ #ual#uer divis*o. 4s desta#ues #ue ocientistas fazem/ ao frac,7 nar o mundo fenom>nico em setores especializados/ criam multi7 plicidade das ci>ncias. 4 zoneamento cient&fico " sempre voluntarioso e amesmo arbitrrio. Para o mestre Alessandro 5roppali/ as limita7 )XY7YZes da menhumana " #ue geram a divis*o do campo cient&,co/ #ue : Icilio @anni/ i)XY7YZes de Philasophia do 3ireOXY7YZ/ trad. da 9XY7YZ ed. italianPocai ]eiss/ 1XY7YZ Paulo/::?/ p.:.XL:'ZPAU4A3E6 Qconstitui um todo orgRnico/ uma cadeia #ue n*o pode partir7se/ sem implicitamenttransformar a sua fisionomia.Q 'LXY7YZurisfil,sofo italiano compara a neXY7YZessidade dse dividir o saber humano em ci>ncias/ eom a necessidade de se dividir a ist,ria emper&odos e idades.  '.9 $onhecimento Filos,fico. 4 conhecimento filos,fico represen7 ta um grau a maem abstra)*o e em generalidade. 4 esp&rito humano n*o se satisfaz/ em um plano de<ist>ncia/ com as e<plica)XY7YZes parciais dadas pelas divenas ci>ncias isoladas. 4fen-menos cient&fcos n*o se dispXY7YZem em compartimentos incomunicvei

estranhos entrXY7YZ si/ e/ por isso/ o homem #uer descobrir a harmonia/ a concatena)*l,gica/ os ne<os de adapta)*o e de complementa)*o #ue governam toda a trama dreal. @isando a estabelecer princ&pios e conelusXY7YZes/ ele toma por base de anliseuniversalidade dos fatos e dos fen-menos e/ com fundamen7 tal importRncia/ a pr,prvida humana. Esse ob8etivo " alcan)ado atrav"s do saber filos,fico. 1pencer/ acomparar este conhecimento com os de segundo e primeiro graus/ considera7o Qusaber total7 mente uniticado/ em contraposi)*o ao saber parcialmXY7YZnte unificad^cient&fico[/ e ao saber n*o unificado ^vulgar[.Q 9 a Jurisprud>ncia / o conhecimenfilos,fico tem por obXY7YZeto de refle<*o o coneeito do 3ireito/ os elemento

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constitutivos deste/ seus postulSXY7YZdos bsicos/ m"todos de cogni)*o/ teleologia eestudo cr&tico7valoratiXY7YZ/o de suas leis e institutos fundamentais.9. $onceito de Filosofia A estrutura do homem/ revelada por seu c"rebro membras/ mostra a condi)*o de sua e<ist>nciaS conhecimento e ae*o. Acir7 cunstRncias #ue o envolvem/ levam7no a conhecerO conhecer a si pr,prio/ realidade e<terior e a rela)*o #ue se estabelece entre si e o mundo ob8etivo. 3pensamento transporta7se N a)*oS adapta o meio natural Ns suas condi)XY7YZes organiza a vida gregria. Ao mesmo tempo em #ue atua/ penetra nos segredos dnatureza e sonda os mist"rios #ue pesam no horizonte de sua e<peri>ncia. seupensar e no seufazer abrem7se os caminhos para a $i>ncia e para a Filosofia.En#uanto #ue a primeira vai reunir um con8unto szstemtico de conhecimentos/ segunda vai identificar7se como e<ercicio XY7YZla razaXY7YZo na busca perene da ordedo universo.

' A. 5roppali/ Philosophin do 3ireito/ 'XY7YZ ed./ rvraria 5:ssica EditoSXY7YZ

isboa/:'?/ p. 9'.9 Apud A. 5mppali/ op. cit/ p. 99.FI414FIA 34 3I6E22$: _  9.l 3efini)*o Etimol,gica e 1emdnhca. as divenas fases da ist,ria/ a interpreta)*do #uadro geral da eXY7YZst>ncia sempre foi ob8etivo intelectual do homem. perple<idade diante do real o induziu N refle<*o/ na tentativa de descobrir a verdade dacoisas. J os antigos procuravam as e<plica)XY7YZes referentes N mat"ria/ Nvida e aofen-menos #ue testemunhavam. Mas/ se a prtica da Filosofia " coeva ao homem/ vocbulo #ue a designa surgiu apenas no s"c. @I a.$./ formado pela 8un)*o dapalavras gregas philos e sophia 7 Qamigo da sabedoriaQ.

 Atn\bui7se ao fit,sofo e matemtico grego Pitgoras de 1amos/ a cria)*o dneologismo. Ao ser indagado #uanto N sua condi)*o de pensador/ teria evitadapresentar7se eomo sbio 7 fato comum em sua "poca7 preferindo/ modestamentdizer7sefil,sofo.  A palavrafilosofia/ de Pitgoras aos dias atuais/ sofreu varia)*o semRntica. 3amrzade N sabedoria/ passou a designar/ entre os gregos/ a pr,pria sabedoria. $omPlat*o ^;B79;B a.$.[/ e<pressou o eonhecimento ad#uirido pela refle<*oS o sabdepurado pelo m"to7 do dial"tico/ em #ue o esp&rito n*o assimila direta imediatamente o conhecimento/ mas se utiliza do processo de autodiscuss*

de dilogo consigo pr,prio. Em Arist,teles ^9C;79'' a.$.[/ o vocbulo significou con8unto de conhecimentos do homem/ compreendendo os dom&nios da I.,gica/ F&sicMetaf&sica e Wtica. Fil,sofo/ por conseguinte/ era a pessoa #ue dominava todas areas do saber/ possuindo a macrovis*o das coisas. *o h/ em rigor/ mudan)de #ualidade entre a concep)*o de Plat*o e a de seu disc&pulo. 4 #ue ocorre/ observ5arc&a Morente/ Q" #ue Arist,teles " um grande esp&rito #ue faz avan)ae<traordinariamente o cabedal dos conheci7 mentos ad#uiridos refle<ivamente\ S; Filosofia come)a a perder o seu carter encielop"dico #uando a 5eometria/ na Er

 Antiga/ ad#uire autonomia cient&fica. a Idade M"dia/ a 2eologia se desprende d

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scientia altior/ o mesmo ocorrendo com a Aritm"tica/ em face do avan)ado estudefetuado pelos rabes.

 A partir do s"c. 0@II/ com o desenvolvimento #ue se opera em divenas reas do sabesurgem as especializa)XY7YZes e/ em conse#`>n7 cia/ algumas ci>ncias se destacam dtronco filos,fico. Pelo esfor)o

5arcfa Monnte/ FXY7YZ dc Filosof! 7i)XY7YZrs Pr<liminara/ ;XY7YZ ed./ Ed. McstJou/ 1*o Paulo/:BL/ p. 'B.  OXY7YZ XY7YZrXY7YZtXY7YZXY7YZXY7YZ XY7YZXY7YZ.XY7YZ7...  XY7YZSOg "XY7YZXY7YZ92Sr dXY7YZXY7YZ tiS 7 SXY7YZs s.& XY7YZ. .. XY7YZ . .XL:'ZPAU4A3E6 de 5alileu e/ posteriormente/ de e!ton/ a F&sica tamb"m se estru7 tura em m"todosprinc&pios pr,prios. Id>ntico fen-meno se passa/ no s"c. 0I0/ eom a %iologia/ com

ist,ria/ com o 3ireito. a #uadra atual destacam7se a Psicologia/ a 1ociologia. Essprocesso de des7 prendimento continua e/ em rigor/ apenas n*o se destacaraa 4ntologia e a 5noseologiaS a teoria dos ob8etos e a teoria do conhe7 cimento integraa FilosoEa/ pois possuem converg>ncia para o universal/ para a totalidade das coisas.  9.' As Especialrza)XY7YZes Juridicas e o Fen-meno de 3esprendi7 mento de Mat"riEstar o 3ireito/ N semelhan)a do #ue se passou com a Filosofia/ suscet&vel de uprocesso de desprendimento de mat"riaT o per&odo hist,rico #ue antecedeu o 3irei6omano/ a Jurisprud>ncia era/ na realidade/ um corpo de regras #ue n*o apre7 sentavdivisXY7YZes. Abrangia/ ao mesmo tempo/ preceitos #ue discipli7 navam os mavariados aspectos da vida social. $om o sistema romano/ contudo/ surge a separa)*entre o 3ireito Pblico e o Privado e/ mais tarde/ a subdivis*o das duas classes/ comnovos ramos se despontando na rvore 8ur&dica/ conformados a uma sistemtica dm"todos e prine&pios particulares.  1e outrora os 8uristas possu&am saber enciclop"dico do 3ireito/ atuNlmente essdom&nio absoluto de conhecimento vai se tornando inacess&vel/ em face do crescenalargamento nos limites do territ,7 rio 8ur&dico e pela compleXY7YZdade da mat"rlegislativa. 1egir da& #ue/ num futuro n*o previs&vel/ as novas prov&ncias 8ur&dicair*o se alhear umas das outras/ a ponto de se tornarem estranhasT  A semelhan)a do processo de evolu)*o 8ur&dica com a atomiza7 )*o do ob8eto d

Filosofia " apenas acidental. As especializa)XY7YZes #ue surgem n*o provocam mudan)a conceptual do 3ireito/ como se passou com a Filosofia/ nem alteram o seob8eto de estudoS corres7 pondem a um imperativo de natureza apenas metodol,gic4 fato de as disciplinas 8ur&dicas possu&rem uma teoria particular/ alguns princ&piohermen>uticos pr,prios/ valores t&picos/ n*o poder esta7 belecer um abismo ou cis*entre as suas reas de estudo. A pes#uisa unilateral de um ramo 8ur&dico/ #uanddesenvolvida no plano estri7 tamente te,rico e alheio ao 3ireito Positivo/ pode conduza uma vis*o herm"tica e revelar distRncias cient&ficas comprometedoras da unidadimanente ao 3ireito. Huando/ por"m/ a especializa)*o se

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FI414FIA 34 3I6El24 forma N luz da 3ogmtica Jur&dica/ no estudo e sistematiza)*o de um ramo/ interliga)*o e o parentesco das disciplinas se patenteiam. E o fator decisivo #ue impeda desagrega)*o interna da Jurisprud>ncia " a vincula)*o de suas partes a um sistemunitrio/ em um ne<o de complementa)*o e coer>ncia. Ademais/ cada positiva)*o d3ireito toma por base a mesma realidade social e e<pressa igual ideologia.  9.9 $oncep)*o Atual da Filosofia. Modernamente a Filosofia se identifica comm"todo de refle<*opelo #ual o homem se emperrha em interpretar a universalidade dacoisas *o eXY7YZge a comprXY7YZens*o geral de todas as coisasS algo inating&veatualmente/ em face da verdadeira e<plos*o de conhecimentos #ue se opera no campcient&fico.  eibniz/ no s"c. 0@II/ foi/ provavelmente/ o ltimo dos fil,sofos a dominar todo o sabde sua "poca. Huando se a irma #ue a Filosofia constitui a no)*o das coisas por seaspecto universal/ se dese8a e<pressar/ em realidade/ #ue/ ao fazer a refle<*o sobreada ob8eto ou fato/ o fil,soEo deve premunir7se de todos os conhecimen7 to

pertinentes ao assunto a ser tratado.  A Filosofia caracteriza7se como indaga)*o ou busca perene do conhecimentmediante a investiga)*o dos primeiros princ&pios ou ltimas causas. 4 esp&rito filos,fcn*o se satisfaz com a leitura dinRmica dos fatos ou com simples observa)XY7YZes. E#uestiona sem7 pre e/ de cada resposta obtida/ passa a novas perguntas/ at" alcan)ar ess>ncia das coisas.  A Filosofia corresponde a uma atividade espontRnea/ instintiva/ pela #ual o homeprocura captar a realidade como um todo e apreender o profundo significado doob8etos. A sua nica motiva)*o " o amor N sabedoria. A refle<*o se faz desinteressadnuma e<pans*o natural do esp&rito e/ por isso/ " pensamento independente e aut>nticoMas a Filosofia n*o " puro e<erc&cio mental/ atividade ldica ou deva7 neio. $ommodelo de interpreta)*o/ ela se pro8eta na realidade con7 creta/ influenciando a)i>ncias/ o comportamento dos homens/ os rumos da umanidade. As ci>ncias/ aanalisar e fazer a cr&tica em seus postulados bsicos e na delimita)*o de seu campo dpes#uisa. $ada ci>ncia acha7se comprometida com uma determinada ordem dconhe7 cimentos e o seucon8unto n*o fornece uma no)*o universal/ mas visXYZes parciais/ setorizadas. + Filosoa compete promover a grande cone<*o entre todaas perspectivas e ser/ assim/ a grande int"rprete da realidade.4 seu papel n*o " apenas o de decodificar o mundo ob8etivo/ pois tamb"m desenvolv

a cr&tica da conduta humana e do saber acumulado.XL:'Z:L PAU4 A3E6

 Ao considerar a universalidade dos ob8etos e revelar o sentido da vida/ indica aohomens os seus valores fundamentais e orienta os eaminhos da umanidade. e<press*o de ]ill 3urant Qa ci>n7 cia d7nos o conhecimento/ mas somente a Filosofnos pode conferir sabedoria.Q D;. A Filosofia do 3ireito

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  ;.: o)*o. Ao criar modelos de eomportamento social/ N luz dos valores de conseXYZa)*o e desenvolvimento do homem/ o 3ireito torna poss&vel a conviv>ncia e particippor sua importRnXY7YZa e como rea defmida do saber/ na ordem geral das coisa$omo ob8eto do conheci7 mento/ n*o pode ser considerado parte destacada drealidade e culti7 vado isoladamente. A sua compreens*o precisa ser alcan)ada nvis*o universal dos fatos e fen,menos. W certo #ue o seu conhecimento cient&ficatende Ns e<ig>ncias operacionais de cria)*o/ e<egese e apli7 ca)*o/ mas revela7sinsuficiente para preservar a plena correspond>n7 cia entre os contedos normativos a id"ia do ius.  / pois/ um papel relevante a ser cumprido pela Filosofia na esfera 8ur&dica. $omproduto da e<peri>ncla/ o 3ireito/ em sua concre)*o ftica/ pode adotar diferenteideclogias e assumir varia7 dos modelos. As forma)XY7YZes 8ur&dicas n*o se fazealheias Ns corren7 tes de pensamentoS pressupXY7YZem sempre uma op)*o ideol,gicuma interpreta)*o ob8etiva da realidade. 2al " a importRncia da scientia altior para esscampo do pensamento/ #ue nRo se consegue chegar ao 3ireito leg&timo sem a retle<*

filos,fica. W #ue o fen-meno 8ur&dico/ por influenciar a vida humana/ deve ser estudadparalela7 mente N anlise do homem/ e as suas formula)XY7YZes devem desenvolvepro8etos homog>neos de e<ist>ncia.  as id"ias #ue a doutrina 8ur&dica apresenta/ #uase nada se veriXY7YZea dhomog>neo tXY7YZu de uniforme. 2al assertiva " vlida tamb"m para os redutos dFilosoa do 3ireito/ onde praticamente tudo " passlvel de discuss*o. A controv"rsiapr,pria e imanente N Filosofia e em nada se poder estranhar a pluratidade de opiniXYZes sobre um mesmo ob8eto.  Esta caracter&stica do pensamento filos,fico n*o imgeele/ todavia/ ao longo dos ano#ue novos princ&pios e teorias seXY7YZam consagrados mundialmente. Em uprocesso longo de sedimenta)*o/ formam7se tamb"m correntes diversainterpretadoras da realidade 8ur&dica. Pela sua racionalidade e for)a l,gica de<press*o/ preeminentes 8urisfil,so7XY7YZIc/osorXY7YZa 3o 3uXY7YZrro :: fos aceleram a marcha de evotu)*o do XY7YZensamento/ estabelecendo novas veredadial"ticas e atraindo seguldores.  $omo oh8eto cultural dotado de comple<idade/ o 3ireito com7 porta diferentes plannde estudo. Em sua dimens*o legal/ " abordado pela $i>ncia do 3ireito/ disciplinfundamental #ue interpreta e sistematiza o ordenamento vigente/ sem preocupar7s

com o proble7 ma a<iol,gico. 3o ponto de vistafatual/ " tratado pela 1uciologdo 3ireito/ #ue considera as rela)XY7YZes entre o fen-meno 8ur&dico e a sociedade/ coaten)*o bsica para a adapta)*o do 3ireito N reali7 dade social. *o analisa acategorias l,gicas/ nem cogita do dever7ser e de valores. 1ob o aspecto evolutivo/ fen-meno 8ur&dico " ob8eto da ist,ria do 3ireito/ #ue pes#uisa a etiologia e desenvolvimento das institui)XY7YZes/ com a anlise concomitante dos fatos hist,ricos.4utro plano de investiga)*o " o comparativo/ pelo #ual se faz o cote8o dos sistemapertencentes a diferentes povos. 3ele se ocupa o 3irei7 to $omparado/ disciplinau<iliar #ue ob8etiva esclarecer o sentido do progresso cient&fico e registrar

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consolida)*o de novas tend>n7 cias. Huando a atitude filos,fica se pro8eta nos dom&nioda Jurispru7 d>ncia/ tomando o fen-meno 8ur&dico por ob8eto de indaga)*o/ a anlise sprocessa em um ri#u&ssimo plano/ onde se #uestionam preblemas da maior relevRncpara a organiza)*o social. 4 estudo ontol,gico do 3ireito/ a pes#uisa de seuelementos universais e necessrios/ o e<ame a<iol,gico de suas formas de e<press*consti7 tuem a mat"ria de refle<*o da Filosofia Jur&dica.  Podemos dizer/ resumidamente/ #ue a Filosofia Jurfdica consiste na pes#uisconceptual do 3ireito e implicaXY7YZes l,gicas/ por seus princtpios e razXY7YZes maelevados/ e na refle<*o critico7valorativa das institui)XY7YZes8urfrlicas.  ;.' 4b8eto. $omo estudo retle<ivo/ #ue aspira N compreens*o do 3ireito dentro duma vis*XY7YZ harm-nica da realidade/ a Filosofia Jur&dica disp-e de um amplo temrde anlise #ue se divide em dois grandes planos de refle<*oS um de naturezepistemol,gica/, onde se pes#uisa o conceito do 3ireito e assuntos afins/ e outro dcarter a<iol,gico/ no #ual se submetem as institui)XY7YZes 8ur&dicas a um e<ame cr&ticvalorativo.

  ? 4 vocbulo epistanologia " cmpregado no sentido dc teoria da ciuia mnformpostula D ]ill 3urant/ ist,ria da Ftlaso8a/:'\ cdXY7YZ/ $ia. Editora acional/ 1*Paulo/:??/ p.:B. XY7YZ P XY7YZXY7YZXY7YZaiXY7YZ pt DXY7YZ $fXY7YZ $omp'ndio dliohXY7YZodti)*o d $iMcia do 3ireito/ 'XY7YZ ed./ 1araiva/ 1*o XL:'Z:' PAU4 A3E6  A primeira grande tarefa atribu&da N Filosofia Jur&dica " a de esclarecer/ em seuaspectos universais e neceXY7YZsXY7YZrios/ a no)*o do 3ireito. Uma refle<*o segursobre temas 8ur&diXY7YZ re#uer uma ampla no)*o do ius. 2al estudo envolve o e<ame dnumerosas #uestXY7YZes/ sendo #ue a posi)*o a ser assumida pelo 8urisfil,sofo fica ndepend>ncia de suas inclina)XY7YZes ideol,gicas. @>7se/ por a&/ a &ntima rela)*e<istente entre a Filosofia geral e a Filosofia do 3ireito/ pois as grandes correntefilos,ficas possuem vigor e se irradiam por numerosos ramos do saber.  A elabora)*o de um conceito do 3ireito " ato comple<o/ #ue impXY7YZe op)XY7YZedoutrinrias de longo alcance na problemtica8ur&dica.3a& por #ue o e<erc&cio dessa liberdade cultural pressupXY7YZe a e<pe7 ri>ncia 8ur&dicao conhecimento das alternativas filos,ficas.  3e acordo com o paralelo firmado por Emmanu"XY7YZ nt/ en#uanto a Filosofia d3ireito responde a pergunta Huid J ^o #ue " o 3ireitoT[/ N $i>ncia Jur&dica compet

esclarecer a indaga)*o QHuid JurisTQ ^o #ue " de 3ireitoT[. 3e fato/ a tarefa de definir 3ireito n*o se acha reservada Ns disciplinas 8ur&dicas particulares/ pois estaanalisam apenas uma parcela da realidade8ur&dica e estabelecem os balizamentos dlegalidade. A 3ogmtica $ivil/ por e<emplo/ define o seu pr,prio eampo de estudo n*o est em condi)XY7YZes de definir o todo no #ual se insere. A $i>ncia Penenumera as suas fontes de conhecimento/ mas n*o est credenciada a informar sobras do 3ireito em geral. $omo a Filosofia do 3ireito contempla a cvore 8ur&dica em sutotalidade e na sua rela)*o com as coisas em geral/ a ela est reservada a miss*o d

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dizer o #ue " o 3ireito e busear as solu)XY7YZes para os problemas vinculaXY7YZoa essa indaga)*o.  Paralelamente ao problema conceptual/ nessa ordem de pes#ui7 sas emerge#uestXY7YZes fundamentais/ como a relativa aos elementos constitutivos do 3ireitoO indaga)*o se este compXY7YZe7se de norma e " a e<press*o da vontade do EstadoO sa coa)*o faz parte da ess>ncia do 3ireitoO se a lei in8usta " 3ireito e/ como taobrigat,riaO se a efetividade " essencial N validade do 3ireito etc.  A outra tarefa da Filosofia do 3ireito/ de natureza aXY7YZol,gica/ " de alcance maprtico e consiste na aprecia)*o valorativa das leis/ institutos ou do sistema 8ur&dico. pes#uisa pode situar7se no plano de lege lata/ com a cr&tica ao 3ireito vigente/ ou nde legeferenda/ em um ensaio do 3ireito ideal a ser eriado. 3urante esta pes#uisa pensamento iusfilos,fico " norteado por princ&pios "ticos e/ funda7 mentalmente/ pevaloc 8usti)a/ por interm"dio dos #uais avalia o ordenamento/ para 8ustiXY7YZc7lo onegar7lhe validade. Esta segundaXY7YZi..osor7XY7YZa 3o 3l<XY7YZrro :9

 parte est mais ligada aos imperativos da vida social e visa ao enri7 #uecimento d$i>ncia do 3ireito/ pois 8ulga os crit"rios da lei em fun)*o dos valores humanos sociais. Huando se e<amina a figura da eutansia/ por e<emplo/ N luz do #ue determino $,digo Penal/ o estudo " de ci>ncia 8ur&dica/ mas #uando a atividadintelectual e<trapola esse plano/ a fim de 8ulgar o crit"rio legal com base nos postulado"ticos/a tarefa desenvolve7se no Rmbito e com os m"todos da Filosofia do 3ireito.  En#uanto a investiga)*o epistemol,gica se converge para o 3ireito em sua forma pue " do interesse restrito dos8urisprudentes e fil,sofos do 3ireito/ a perspectiva<iol,gica/ #ue se concentra em torno do 3ireito como regulamenta)*o concreta dfatos sociais/ no prop,sito de a8ust7lo N natureza positiva das coisas/ " mat"rde interesse tamb"m do homem simples do povo/ na #ualidade de destinatrio d3ireito Positivo e como ente capaz de seposicionar valorativamente.  Alguns autores/ como Icilio @anni e 3el @ecchio/ apontam ainda/ como parte do ob8eta pes#uisa hist,rica/ #ue teria a miss*o de averiguar os fatores #ue determinam elabora)*o do 3ireito e o seu desenvolvimento. 6econhecemos #ue esta ordem dindaga)*o " relevante/ mas #ue se acha afeta/ ho8e/ N 1ociologia do 3ireito/ disciplin#ue 8 alcan)ou autonomia cient&fica.XL:'ZFl414FIA 34 3I6EI24 : 1

$ap&tulo II4 MW2434 A FI414FIA 34 3I6EI24

1UMXY7YZ6I4S D. $rit"rios Metodol,gicos. ? M"todos 3isc!rivos e M"todos Intuitivos M"todos e 2eoria do $onhecimento. C. M"todos na Filoso/XY7YZa do 3ireito. $ritica Influ>ncia da ,gica Fotmal no I[ireito.:L. $onelus*o.

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D. $rit"rios Metodol,gicos 2anto a $i>ncia #uanto a Filosofia/ al"m dapresentarem acervo de conhecimentos acumulados/ realizam pes#uisas visandN amplia)*o de seu lastro de cultura. Esse trabalho de sondagem intelectual/ #uob8etiva a produ)*o do saber/ se faz pela ado)*o de m"todos apropriados. 3efinido ob8eto da investiga)*o/ a provid>n7 cia seguinte h de consistir na sele)*o dos m"todoa serem empre7 gados/ a fim de #ue a pes#uisa alcance a eflccia dese8ada.  $omo se)*o de estudo da ,gica Formal/ o m"todo/ eu8o voc7 bulo prov"m do gregmethodos ^caminho para alcan)ar um fim[/ " procedimento adotado pelo homem nbusca do eonhecimento. Ele possui a virtude de conduzir N vis*o da realidade/ n*opor"m/ N decis*o do esp&rito na decanta)*o final da verdade. A ativldade do fil,sofo n*pressupXY7YZe apenas o caminho/ mas tamb"m a pro8e)*o da e<peri>ncia na escolhde cada dire)*o e na forma)*o de cada 8u&zo. A Filosofa re#uer m"todos/ todavia n*se resume neles. A refle<*o filos,fica " a concatena)*o da cultura total/ o #ue fasupor/ al"m do m"todo/ substRncia ativa do saber.  A racionaliza)*o da pes#uisa/ com a aplica)*o de m"todos ade#uados/ " iniciativ

bsica ao desenvolvimento da $i>ncia. W admiss&vel/ por"m/ pelo menos no plante,rico/ falar7se em $i>ncia ou em FilosoFia/ sem a teoriza)*o dos caminhos a sereperfilhados.  Isto por#ue h o chamado conhecimento emp&rico/ #ue deriva dae<peri>ncia e n*o de planos de investiga)*o. *o ser poss&vel/ todavia/ alcan)ar7se conhecim"nto cient&fico ou fiios,co sem o emprego de m"todos/ pois tamb"m o sabeemp&rico pressupXY7YZe o seu uso/ ainda #ue inconscientemente.  A escolha do m"todo subordina7se N natureza do ob8eto a ser abordado. $ada ramdo conhecimento e<ige metodologia pr,pria.Em conse#`>ncia/ n*o se deve optar pelo m"todo sem a pr"via consci>ncia do ob8etouma vez #ue a#uele h de ser o caminho mais racional e/ por isso mesmo/ o maindicado para viabilizar os prop,7 sitos da anlise. em se deve pretender/ ainda/ elei)*o de um m"todo nico para a investiga)*o de todos os setores da realidade.o s"c. 0I0/ os positivistas incidiram em tal erro ao reivindicarem a generaliza)*o dm"todo e<perimental/ #ue se aplicava eficazmente nas ci>ncias naturais/ para estendlo tamb"m Ns ci>ncias humanas.  4s crit"rios a serem utilizados na pes#uisa dependem das ten7 d>ncias do 8usfil,sofsobretudo perante N teoria do conhecimento.1e for de orienta)*o empirista/ isto "/ se admitir #ue o saber prov"m da e<peri>ncia/ d

observa)*o/ dar prioridade ao m"todo indutivoOse/ ao contrrio/ for adepto do racionalismo/ selecionar a#ueles #ue valorizam o podeda raz*o.  4s m"todos podem ser considerados como t"cnica ou como orienta)*o de pes#uiso primeiro sentido/ o mais comum/ h/ fundamentalmente/ tr>s tiposS dedutivindutivo/ intuitivo. $omo orienta)*o de pes#uisa/ m"todo significa doutrina/ teoria.l neste sentido #ue se diz m"todo fenomenol,gico/ dial"tico/ e<perimental/ historicist

 8usnaturalista. Apesar de a metodologia ter conseguido/ atualmente/ um alto n&vel ddesenvolvimento e ser ob8eto de uma ci>ncia 7 a I.,gica 7/ n*o se pode perder de vist

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#ue os m"todos #ue visam ao conhecimento cient&fico ou filos,fico n*o s*o cria)XYZes humanas/ n*o s*o produtos da intelig>ncia ou da e<peri>ncia do homem/ n*o scircunscrevendo/ portanto/ entre os ob8etos culturais.$orrespondendo a uma a)*o natural do esp&rito/ na articula)*o do pensamento/ eles*o imanentes ao intelecto. A disserta)*o sobre os m"todos/ a orienta)*o de seemprego/ s*o/ sim/ sistematiza)XY7YZes elaboradas por pensadores ao longo do tempa partir de Arist,teles #ue/ em seu 4rganon/ fundou e deu desenvolvimento N ,gica.

$f. imla Abbagnano/ 3icion,rro de Pilosofia/ lXY7YZ ed. cm l&ngua portuguesEditora Mestre Jou/:BL/ p. ?;L.XL:'Z:? PAU4 A3E6  a anlise do m"todo nRo se deve identific7lo XY7YZm a revela)*o da verdade/ ispor#ue nem sempre visa N busca do saber. 4 #ue se dtspXY7YZe sempre " a lndicar eaminho mais apropriado para a obten)*o de resultados positivos. Em rela)*o

pes#uisa do conhecimento/ o m"todo se coloca em fun)*o da verdade/ mas/ aindassim/ a correla)*o n*o " absoluta/ pois/ ao admiti7la/ o m"todo n*o cnmpriria a sufinalidade/ uma vez #ue a $i>ncia e a Filosofia/ fre#`entemente/ na impossibilidadde atingirem a verdade/ contentam7se com a con8etura '  $om o presente cap&tulo n*o pretendemos analisar/ em ampla dimens*o/ o problemdo m"todo/ por#uanto este intento acha7se reservado N l.,gica. 3esta ci>ncia #uestuda as formas do pensamen7 to/ interessa7nos trasladar apenas os elementoessenclais N com7 preens*o do m"todo na Filosofia do 3ireito.9 ?. M"todos 3iscursivoe M"todos Intuitivos ?.: M"todos 3iscursivos. 4s m"todos dedutivo e indutivo s*de natureza discursivaO isto por#ue o pes#uisador/ antes de alcan)ar o conhecimentdesenvolr\XY7YZ atlvidade Intelectual/ percorre um iter/ #ue apresenta tr>s tempoinicial/ intercalar e finnl. Em seu primeiro mo7 mento o intelecto apenas transita din"rcla para a a)*o ^fase inicial[/ sucedendo7se a etapa de aplica)*o das regras dm"todo ^intercalar[ e a conclus*o/ momento culmlnante do processo/ #uando se formo8u&zo/ aErmando7se ou negando7se algo sobre o ob8eto ^final[.  ?.:.: M"todo 3edutivo. 4 m"todo dedutivo corresponde N ativi7 dade mental #ue parde um suposto racional 7 regra ou pnnc&pio geral7 e/ seguindo o crit"rio de coer>ncia/ e<trai conse#ii>ncias/ princ&pios espec&ficos. 1afirmamos #ue a liberdade " um bem do homem/ por infer>ncia/ e<tens*o l,gic

devemos reconhccer #ue a ele deve ser garantido o poder de ir e vir/ de manifestar seu pensamento. Estes s*o princ&pios mais espec&ficos/ revelados dedutivamente dum princ&pio

$f. Miguel 6eale/ @erdade e $on8etura/ lXY7YZ ed./ Editora ova Fronteira/ 1*Paulo/:C9.Em seu 3iscurso do M"XY7YZodo/ 6en" 3escartes di!lga os preXY7YZeitos #ue adotavem suas investiga),es cient&ficasS QA primeira era a de 8amais acolher atguma coiscomo verdadeira #ue eu n*o conhecesse evidentemente como tal...O o segundo/ o d

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dividir cada uma das dificuldades #ue eu e<aminasse em tantas parcelas #uantaposs&veis e #uantas necessrias fossem para melhor resotvXY7YZ7lasO o terceiro/ o dconduzir por ordem meus pensamentos/ come)ando petos ob8etos mais simples e mafceis de conhecer/ para subir/ pouco a pouco/ eomo por degraus/ at" o conhecimentdos mais compostos/ e supondo mesmo uma ordem entre os #ue n*o se precedenaturalmente uns aos outros. E o ltimo/ o de fazer em toda parte enumera),es t*comptetas e revisCes t*o gerais #ue eu tivesse a certeza de nada omitir Q ^:XY7YZ edEditora Abrrl $ultural/ 1*o Pauto/:B9/ ps. ;D;?[.FI414FIA 34 3I6EI24 : _ gera Entre o suposto racional e a eonse#`>ncia/ mais do #ue uma rela)*o/ devhaver um ne<o de subordina)*o e depend>ncia/ em raz*o do #ual os princ&pios deduXYZdos apresentam o mesmo grau de virtudes e de defeitos #ue a m<ima gera importRncia da conse#ii>ncia decorre n*o apenas da coer>ncia #ue deve haver entre odois termos/ mas tamb"m dXY7YZ valor do suposto. Assim/ se a regra geral for umcon8etura/ a conclus*o derivada somente ter valor con8etural Para #ue o m"tod

dedutivo apresente resultado cient&fico/ o pes#uisador deve desencadear a opera)*intelectual certo de #ue a regra geral/ a ser erigida em matriz do pensamento/ verdadeira/ e para #ue assim a considerem " indispensvel #ue ela tenhsido devidamente comprovada. 1e o riseo maior do m"todo dedutivo reside na elei)*da regra geral/ importantes cuidados tamb"m devem sXY7YZr empregados na dedu)Roeste momento/ o esp&rito n*o atua e<clusivamente com os subs&dios da I.,gica/ mautiliza igualmente 8u&zos de valor/ estimativas.  4 slBogismo " uma das fonnas de manifesta)*o do m"todo dcdutivo e a mais I&pica racioc&nio se articula a partir da chamadapremissa maior/ fonnada por um 8u&zo tomadcomo verdade. Apremissa menor7 " uma assertiva e a concXY7YZs*o consiste ne<tens*o/ ao dado formulado na premissa menor/ do predicado constante no8u&zinicial. E<emploS 2odos os homens t>m direito N vida e N ltberdade ^premissa maior[O o&ndios s*o homens ^premissa menor[O logo/ os &ndios t>m direito Nvida e N hberdad^conclus*o[.  A cr&tica #ue os empiristas fazem ao m"todo dedutivo decorre do crit"rio de aceita)*da premissa geral. 1egundo essa linha de pensamento/ a premissa maior possnatureza dogmtica e se constr,i ideologicamente/ sem raiz cient&fica. Admitem ado)*o do m"todo dedutivo apenas na hip,tese em #ue a regra geral sur8a de umindu)*o devidamente testada pela e<peri>ncia. 4 8urisfil,sofo italiano/ FelicX

YZ %attaglia/ ao mesmo tempo #ue valoriza o potencial de dedu)*o do sabedeclarando #ue toda ci>ncia aspira a ser Qo mais dedutiva poss&7 velQ/ estdio esse 8alcan)ado pela matemtica e astronomia/ e #ue Quma disciplina " madura na medidem #ue se constitui numa ordem s,lida de princ&pios sint"ticos #ue possibiliteproceder/ com seguran7 )a/ dedutivamenteQ/ nos adverte/ afirmando #ue Qse impXY7YZe<cluir toda fantasia abstracionista e todo apriorismo l,gico/ caso se desedesen7 volver a dedu)*o cient&?ca com coer>ncia e conscientemente\ S

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; Felice %attaglia/ $urso de Filosofi\a del 3erecho/ trad. espanhola da 9XY7YZ eitaliana/ 6eus 1.  A./Madrid/lDl/vol.l/ps.9;. XY7YZXY7YZ XY7YZXY7YZXY7YZXY7YZXY7YZS .XY7YZXY7YZXY7YZvXYZ XY7YZXY7YZXY7YZ XY7YZXY7YZ \ i. 3ll XY7YZvXY7YZrl&\iU 3r L:C2: 3: IXY7YZXY7Y2 XL:'ZFI414FIA 34 3I6EI24 G pAU4 A3E6  ?.:.' M"torlo Indutivo7 XY7YZm XY7YZXY7YZ m"todo o pes#uisador caminha do particulpara o gera Partindo da obsecva)*o dos fatos/ elementos/ ocorr>ncias/ ele procurapara toda a s"rie de fen-menos/ um funda7 mento comum/ uma e<plica)*o nica/ uprinXY7YZ&pio diretor. 4 m"todo indutivo possui tamb"m margem de risco. Este se tornpatente princi7 palmente no momento em #ue o pes#uisador/ ap,s e<aminar cadfato separadamente e compar7los/ passa N generaliza)*o/ a indicar um princ&pio ger#ue e<plica e d fundamento a uma ordem geral de acontecimentos. 1e a pes#uisalcan)ou a obsetva)*o de todos os elemen7 tos #ue integram um g>nero/ essa margede risco diminui/ mas continua subsistindo/ pois a causa pode permanecer oculta

desconhecida. 1eria a hip,tese em #ue uma s"rie de fen-menos observadopossu&sse dois elementos constantes/ com apenas um conhecido pelo pe.s#uisado#ue o elegesse como nica causa dos fen-menos.  4 intelecto n*o pode operar e<clusivamente com um ou outro m"todo. a dedu)*por e<emplo/ a reg<a geral/ #ue " conside<ada m<ima absoluta/ pode originar7se ter a sua credibilidade fundada na indu)*o. $om esta ocorre situa)*o semelhante/ poo conheci7 mento n*o " alcan)ado apenas com o ato de se ascender N reg<a gerapartindo7se de princ&pios particulares. A a)*o intelectual #ue leva N generaliza)*o composta de racioc&nio/ hip,teses/ concep)XY7YZes/ #ue ossuem natureza dedutivInvocando a id"ia da Qunidade funda7 mental dos dois m"todosQ/ Icilio @anni/ apesde distingui7los/ ana7 lisa7os Qcomo partes integrantes de um mesmo m"todo/ com,rg*os de uma mesma fun)*oQ. D 2anto a dedu)*o #uanto a indu)*o n*o mecanizao pes#uisador/ pois/ em #ual#uer ci<cunstRncia/ o ace<to das conclusXY7YZepressupXY7YZe decis*o pr,pria/ #ue se faz com o #ue 8 denominamos substRncativa do saber.  4 denominado m"todo e<perimental ou cienh\fico/ aplicado com eficcia nas ci>ncianaturais/ possui como cerne a indu)*o. a realidade " o pr,prio m"todo indutivo #use faz acompanhar de procOedimentos adicionais. A sua primeira etapa consiste nobserva)*o/ pela #ual o su8eito cognoscente constata a ocorr>ncia de fen-menos

suas pecu7 liaridades. Em um segundo momento/ cogita o princ&pio ou lei #ue e<plice8ustifica os fen-menos. W a hcp?tese. A etapa seguinte consiste

D 4p. cit/ p. '9.na e<perimenta)*o/ #uando ent*o o pes#uisador/ conservando as eondi)XY7YZes #ufundamentam a sua hip,tese/ provosa a ocorr>ncia de outros fen?menos. 1e oresultados da e<perimenta)*o forem posi7 tivos/ a conclus*o ser a confirma)*o dhip,tese e o saber estar/ ent*o/ enri#uecido com um novo conhecimento cient&fico.

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  ,.' M"todos Intuitivos. En#uanto nos discursivos o intelecto/ a pa<tir do in&cio dpes#uisa/ desenvolve opera)XY7YZes mentais/ nos m"todos intuitivos o conhecimento sfaz presente de um modo espontRneo/ direto e acr&tico. 4 vocbulo intui)*o prov"m dlatim intueri/ #ue signi ica ver. Por esse m"todo o observador v> a realidade em uinstanteO capta o saber num relance/ como ocorre no momento em #ue identifica formato triangular de um ob8eto ou a sua colora7 )*o azul. Esse conhecimento da forme cor n*o depende de opera7 )*o mental ou desenvolvimento de id"ias/ mas de simpleapreens*o insXY7YZantRnea do esp&rito.  4 m"todo intuitivo pode ser sensivel ou espiritual. A primeira esp"cie se earacteriz#uando a realidade e<terior/ material/ #ue atua como est&mulo ao conhecimentalcan)a o intelecto pelos sentidos humanos. a intui)*o espiritual 7 aplicada com reproveito na Filosofia 7 o conhecimento n*o " captado pelos sentidos/ mas dire7 tamenpelo esp&rito. Em fun)*o da via cognoscitiva/ subdivide7se em intelectual/ emocional volitiva/ conforme a apreens*o do saber se fa)a/ respectivamente/ pela raz*o/ emo)*ou vontade.

  A intui)*o intelectual obteve importante desenvolvimento na filosofia de Plat*o/ pa#uem as id"ias s*o alcan)adas diretamente pela intelig>neia. Assumiu papel importantamb"m na doutrina de 3escartes/ a #ual se formou sobXY7YZ re a premissa 7 intu&dintelectual7 mente 7 de #ue a dvida era a prova do pensamento e da e<ist>ncia dhomem ^cogito ergo sum penso/ logo e<isto[. A filosofia feno7 menol,gica do alem*Edmund usserl/ #ue pretende revelar a ess>ncia das coisas/ mediante redu)XY7YZeeid"ticas/ utiliza igualmente esse m"todo. Um e<emplo de uso da intui)*o emocional nFilosofia encontramos nos estudos de Ma< 1cheler/ para #uem o conhecimen7 to dovalores somente " acess&vel ao homem pela via da emo)*o/ pois o intelecto/ por suestrutura/ n*o possui condi)XY7YZes para apr"en7 d>7lo. $ontestando #ue o inteleeto oa raz*o possam descobrir os ob8etos/ o fil-sofo alem*o ]ilhelm 3ilthey reputa falsas oinsuficien7 tes as filosofias #ue se ap,iam no intelectualismo/ idealismo ou racio7 XL:'Z  FI5414FIt: 34 3I6E224 PAU4A3E6 'Lnalismo e considera a intui)*o volitiva como o verdadeiro m"todo capaz de apreenderno)*o das coisasXY7YZB. M"todos e 2eoria do $onhecimento  a investiga)*o das ci>ncias/ a ado)*o de m"todos depende n*o s, da natureza dob8eto a ser pes#uisado/ mas tamb"m das op)XY7YZes do su8eito cognoscente perante2eoria do $onliXY7YZii\nento/ mais e peXY7YZifi7 camente sobre a #uest*o da origem d

saber/ em torno da ual se apresentam duas conentes antag-nicas 7 racionalismo empirismo 7 e duas conciliadorasS inteleetualismo de Arist,teles e apriorismo antia7 nEm sua concep)*o mais pura/ o racionalismo n*o s, elege a raz*o como sede nica dsaber como somente atribuivalor ao conhecimento  rio e universalmente vlido/ como no 8u&zo Qo todo logicamente necess XY7YZ/ / XYZr"m ue Qo calor solar " maior do #ue a parte. 3iante da a?rmativa alistas mant>reserva/ provoca a evapora)*o dos l&#iXY7YZidos/ os racion  ois tal8u&zo n*o "logicamente necessrio/ umavez#ue em seu conceito p p XY7YZ hamse nesta corren7 o primeiro termo n*o ressu e o Pl - e XY7YZ XY7YZ !olff.

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  te/ entre outras famosos fil,sofos/ a /  4 empirismo/ em contrapartida/ indica a e<peri"ncia como nica fonte dconhecimento. Alega Hue o esp&rito n*o cont"m recursos pr,prios #ue influenciem cogni)*o/ pois " uma tbua rasa/ uma Qfolha em braneo onde a e<peri>ncia escreve2odo o saber adv"m/ portanto/ da viv>ncia humana. Participam desta linha densamento/ entre outros fXY7YZll,sofos/ John I.oce e 3avid ume.  p $ontendo elementos do racionalismo e do empirismo/ o intelec7 tualismo/ fundadpor Arist,teles/ eoncorda com o racionalismo no #ue diz respeito N e<ist>ncia de 8u&zologicamente necessrios e universalmente vlidos/ aplicveis tanto aos ob8etos ideacomo aos reais. 3ele diverge/ por"m/ no #ue diz respeito aos conceitos/ #ue n*seriam roduzidos pela raz*o/ mas oriunds#o <p , pXY7YZXY7YZ XY7YZ eu p d n erprinc&pio bsico " conhecidoS nihil est intellec  in sensu ^nada h no intelecto #ue n*o tenha passado pelos sentidos.  4 apriorismo/ defendido pelo fil,sofo alem*o Emmanuel Vant/ eon7 sidera #ue conhecimento somente se forma pelo eoncurso da raz*o e e< eri>ncia. 4 esp&rito ser

dotado de elementos apriori/ de natureza apenas formal e semelhante a urecipientevazio/ no #ual a e<peri>ncia deposita contedos.C. M"todos na Filosofia do 3ireito  C.: $onsidera)XY7YZes 5erais. 3o ponto de vista hist,rico/ o 3irei7 to n*o foi umcria)*o da $i>ncia nem da Filosofia. 1urgiu como evid>ncia imperiosa/ revelada penatureza humana. Em seus aspec7 tos fundamentais/ o princ&pio da ordem a sestabelecida na socie7 dade adv"m das condi)XY7YZes pr,prias do homem. W a partdeste/ por suas car>ncias e potencialidades/ #ue o 3ireito se delineia.

 As primeiras normas reitoras do conv&vio foram ditadas pela e<peri>ncia e motivadapela necessidade de prote)*o dos inte7 resses primrios do homem. 4s valores bsico#ue iriam informar o 3ireito foram atingidos indutivamente. A partir deles/ por"m/ em uprocesso metodol,gico n*o consciente/ foram sendo dedu7 zidas as regras de controsocial. $omplemento indispensvel/ a for)a como instrumento do 3ireito foi tamb"manifesta)*o da e<peri>ncia e produto da imperfei)*o humana. 4 liame entre o 3ireite o poder surgiu da liga)*o dos fatos e de uma interdepen7 d>ncia natural. Foi a ordeimanente Ns coisas/ portanto/ #ue levou os grupos sociais N cria)*o do 3ireito. conceito deste/ contudo/ a sua representa)*o intelectual/ " uma elabora)*o da Filosofdo 3ireito/ em um processo de s&ntese. A observa)Ro da realidade induz N constata)*do 3ireito como fato social e N no)*o de #ue este pressupXY7YZe a reuni*o de algun

elementosS rela)*o social/ padr*o de conduta/ valor8usti)a/ comando estatal. W clar#ue a elei)*o dos valores e cria)*o dos modelos normativos n*o decor7 rem dimpulsos arbitrrios/ de meras conven)XY7YZes/ pois inspi7 ram7se em razXY7YZeob8etivas #ue constituem o seu refereneial.W precisamente neste ponto 7 o referencial a ser considerado na formula)*o do 3ireitPositivo 7 #ue se localiza o ncleo das grandes divisXY7YZes ideol,gicas no ramo dFilosofia do 3ireito.  C.' A 3eductio Juris na Filosofia do 3ireito. As correntes de pensamento de fundracionalista/ #ue defendem o primado da raz*o sobre a e<peri>ncia na busea do sabe

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utilizam7se/ com maior ampli7 tude/ do m"todo dedutivo. a Filosofia do 3ireito manifesta)*o mais fre#`ente do racionalismo se faz com a doutrina 8usnaturalista/ para #ual/ al"m do ordenamento 8ur&dico estatal/ haveria uma ordem 8ur&dica derivada dnatureza humana. 4s adeptos dessa corrente/ especialmente os integrantes dchamada Escola do 3ireito XL:'ZFI414FIA34 3I6EI24 '9 PAU4A3E6 ''atural/ a partir da concep)*o de certos direitos inatos ao homem/ deduziam/ morgeometrico/ as normas #ue deveriam participar do 3ireito Positivo.  4 8usnaturalismo teol,gico/ #ue toma por referencial a vontade divina a esar de utiliztamb"m de procedimentos indutivos/ segue fundam ntalmente a deductio iuris. Muitantes de 1anto Agostinho/ ensador cat,lico da Idade M"dia/ a concep)*o teol,gichavia perdido o seu manto de fantasiaO com ele/ por"m/ a doutrina assumiu conota)Rmais racional/ influenciando/ posteriormente/ o pensa7 mento de 2oms de A#uino. referencial de onde a lei humana deveria ser deduzida era/ em ltima anlise/ a vontadde 3eus/ con7 substanciada na lei etema/ segundo a #ual o univeXY7YZrso foi criado co

suas leis e princ&pios. a s&ntese de 2ruyol y 1erra o 3ireito Positivo se baseia n3ireito atural/ #ue por sua vez " um aspecto da lei eternaQ ? 4 m"todo indutivo/ nconcep)*o geral de 1anto Agostinho/ assume tamb"m grande impoXY7YZRnci

 Atribuindo carter cient&fico N Jurispru7 d>ncia/ n*o enredou pelo campo da dogmticdispensando ao 3# eito tratamento anlogo Ns ci>ncias f&sicas ou matemticas. $XYZidou ue a cria *o das leis e princ&pios 8ur&dicos n*o fosse produto arbitrrio dlegXY7YZslador ou simples conven)*o social/ mas descoberta como algo im7 presso nordem c,smica. 3e acordo com essa concep)Ro/ o8urisfil,sofo haveria de opersucessivamente/ com os m"todos indutivo e dedutivo/ e a sua anlise deverconcentrar7se no mundo da natureza/ a fim de iXY7YZ/XY7YZXY7YZ seXY7YZ grandeprinc&pios/ a partir dos #uais poderia alcan)ar/ dedutivamente/ o dever ser 8ur&dico.  Embora a ermen>utica Jur&dica se colo#ue em fun)*o das t"cnicas de interpreta)*e aplica)*o do 3ireito/ ela se alimenta em doutrinas fllos,ficas/ e as suas grandecorrentes doutrinrias acham7 se conectadas com escolas 8usnaturalistas. A famosFscola da E<e7 ese/ #ue se formou em torno do $,digo apoleo/ era de &ndolgacionalista e supervalorizava os te<tos/ situando o int"rprete como simpledecodiflcador da lei. Para veriEicar o sentido e o alcance das normas ur&dicas/ e<egeta deveria utilizar7se do m"todo dedutivo.  1emelhante id"ia foi desenvolvida pela Jurisprud>ncia $onceptual e 7 ? $f. istor

de la FilosoJla del 3erecho y del EstaXY7YZ/ ;\ ed./ 6evista de 4ccidente/ MaXY7YZrid:BL/ vol.:/ p. 'BB.pela Escola dos Pandectistas. Em contrapartida/ surgiram correntes de orienta)*oposta iniluenciadas pelo empirismo/ como a Escola ist,rica/ a Jurisprud>ncia dInteresses/ de Philipp ec/ o 6ealis7 mo Jur&dico orte7americano e Escandinavo/ #use utilizaram pre7 dominantemente do m"todo indutivo.  C.9 4 M"todo Indutivo na Filosofia do 3ireito. A aplica)*o prtica do m"todo indutivimplica na admiss*o do empirismo/ na valoriza)*o dos fatos e da observa)*o. Rmbito da Filosofia do 3ireito/ duas importantes conentes fundam o fen-meno 8ur&dic

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na e<peri>nciaS Escola ist,rica do 3ireito e Positivismo Jur&dico. Para o historicism#ue se pro8etou notadamente pelos escritos de Frie7 drich V von 1avigny/ o 3ireitleg&timo/ aut>ntico/ " uma emana)*o espontRnea dos fatos sociais/ em um processo dlenta e inconsciente elabora)*o. 4 fen-meno 8ur&dico seria essencialmendinRmico/ mutvel no tempo e no espa)o/ em sintonia com as transforma)XYZes sociais. Inteiramente avesso ao dogmatismo e N concep)*o dos direi7 tos inatoos corifeus dessa conente n*o admitiam a hip,tese de direitos eternos/ imutveis universais. 4s valores 8ur&dicos/ conse7 #iientemente/ seriam os eleitos pela pr,prsociedade e revelados na li)*o dos fatos. 3entro dessa linha de pensamento/ comsituar a reEle<*o 8ur&dicaT 4 referencial para o 8usfil,sofo seriam os fatos sociais e conhecimento destes implicaria for)osamente no emprego do m"todo indutivo. pes#uisa flos,fica n*o teria a finalidade de revelar o melhor 3ireito/ mas o 3ireitdese8ado e proclamado pela sociedade. Abem dizer/ o historicismo8ur&dico n*o abrinteiramente as suas portas para o fil,sofo do 3ireito. 4s horizontes #ue descor7 tins*o mais ade#uados Ns tarefas do soci,logo do 3ireito.

  4 positivismo 8ur&dico/ #ue tem seus antecedentes imediatos no pensamento d Augusto $omte/ n*o se manifesta/ entre os seus e<positorXY7YZes/ atrav"s de um corpuniforme de princ&pios. As vrias concep)XY7YZes/ entretanto/ se identificam na id"ia d#ue o 3ireito deve fundar7se solidamente na e<peri>ncia e n*o comportaelementos abstratos. @erifica7se/ no denominador comum das diversas conen7 tepositivistas/ uma veemente recusa N presen)a de id"ias metaf&sicas nos dom&nios d$i>ncia do 3ireito. 4 pensamento positivista " contrrio ao racionalismo/ adogmatismo/ e n*o admite a hip,tese do carter absoluto da 8usti)a. W com a 2eorPura do 3ireito/ do austr&aco ans Velsen/ #ue a doutrina positivista atingiu o seapo7 geu. Este cientista toma como referenclal bsico de seu racioc&nio a XL:'Z  PAU4A3E6 ';nonna 8uridica e/ a partir dela/ deduz a teoria pura/ #ue alcan)ou ampla repercuss*o nmundo 8ur&dico.  C.; 4 M"todo Intuitivo na Filosofia do 3ireito. A intui)*o inte7 lectual desempenhpapel importante na Filosofia Jur&dica/ especial7 mente na tarefa de captar a id"ia d

 8usti)a e de outros valores. $omo a anlise a<iol,gica " primordial na scientia rectriverifica7se #ue esta tem muito a beneflciar7se com o uso do m"todo intuitivo.  Aplicada ao 3ireito/ a Fenomenologia per#uire as ess>ncias do fen-meno 8ur&dicrecorrendo aos m"todos lntuitivos. A raz*o n*o seria a via cognoscitiva para se chega

ao conceito do 3ireito e nem aos seus princ&pios fundamentais. A FenomenologJur&dica cami7 nha no sentido de obter o conhecimento das no)XY7YZes a priodo 3ireito/ tomada essa e<press*o n*o no sentido antiano/ mas para e<presscategorias bsicas N formula)*o da ordem 8ur&dica/ como as de pretens*propriedade/ contratotem apriorisdcSalmeXY7YZn e acompe7 conceitos n*o s*cria)XY7YZes/ pois e<i  tindo N classe dos 8uristas apenas descobri7los.  . $ritica N Influ>ricia da ,gica Formal no 3ireito

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  Mal rado a I.,glca Formal desponte como disciplina au<iliar d Juris rud"ncia/ coimportantes obras publicadas sobre a mat"ria/ as c, tribui)XY7YZes #ue a I.,gicoferece ao 3ireito v>m sendo #uestio7 nadas a partir de 4liver ]endell olmes/ pa#uem QA vida do 3ireito n*o foi a ,glcaO foi a e<peri>ncia.Q s Para o 8urista norteamericano/ as circunstRncias de cada "poca possuem maior signiflca7 do ndetermina)*o do 3ireito do #uXY7YZ o sllogismo. Entendta #ue/ para se conhecer ordenamento 8ur&dico vigente/ era preciso consi7 derar tanto as normas do passadcomo perceber as tend>ncias do / 3ireito in fieri. @alorizando as contribul XY7YZes dhist,ria olmes sentenciou #ue o 3ireito n*o pode ser tratado como se apenacontivesse a<iomas e corolrios de um livro de matemticaQ. a literatura internacional/ destacam7se as obras especializadas de 5eorgeValino!si rtrti rti [ g ^ CXY7YZ [^Introduction a la o e JXY7YZ XY7YZXY7YZ XY7YZaXY7YZ XY7YZXY7YZ/ E 5ar fa Myn^lntrXY7YZ :XY7YZ XY7YZ XY7YZrl arem ^Methodenlehre der 6 oduc XY7YZbn a la ? cJurfdica/:D:[O $h. Perelman ^a ,gica Jurtdica y la ueva 6et,rica/:B. Entre os

tores nacionais/ sobressaemS ourival @ilanova ^As Estruttuas ,gicas e o 1istemdo 3ireito Positivo/:BB[O . Feroando $oelho ^:7,XY7YZXY7YZa JXY7YZXY7YZXY7YZelnterpreta)*o das eis/:C:[O1dvio Macedo ^$urso de ,gica Juddica/:C;[O Julio $. 6affo 7 argentino e radicadno 6io de Janeiro ^Inaodu)*o ao $onhecimento Juddico/:C9[.In Q4 3ireito $omumQ/ Edi),es 4 $ruzeiro/ 6io de Janeiro/:?B/ p. '.FI414FIA 34 3I6El24 'D  Foi 6ecas"ns 1iches/ todavia/ #uem desferiu o ata#ue mais vigoroso N influ>ncia dI.,gica Formal no setor do 3ireito. Preten7 dendo substitu&7la nos dom&nios dermen>utica Jur&dica pela ?7 gica de lo razonable/ assevera #ue as leis formais dpensamento s*o impr,prias para a solu)*o dos problemas humanos prticos/ comos pol&ticos e os 8ur&dicos. E ao discorrer sobre a aplica)*o do 3ireito/ 1iches recha)acom igual determina)*o/ a id"ia de #ue a decis*o 8udicial corresponde a um silogismpois a atividade do magistrado n*o " simplista e nem admite automatusmos. 4 seargumento bsico volta7se para as mltiplas aten)XY7YZes #ue o 8uiz deve dispensaao processo em curso/ desde a valora)*o das provas at" a sele)*o das normas serem aplicadas. 6ecas"ns 1iches enfatiza #ue Qla sentencia constituye un acto mentindivisoQ/ e critica o m"todo #ue considera isoladamente a lei/ o fato e a senten)a.:L. $onclus*o

  Para alcan)ar o saber por seus primeiros princ&pios ou ltimas causas/ o fil,sofo d3ireito necessita de dispor de amplos recursos metodol,gicos. 2odas as vias de acessao conhecimento devem ser consideradas. Em cada tipo de pes#uisa h de se cogitapreviamente sobre os m"todos mais ade#uados. Essa escolha " condicionadem parte/ pelas concep)XY7YZes filos,ficas gerais do investigador. 3edutivo/ indutivintuitivo s*o m"todos #ue se aplicam em a)*o singular ou con8ugada. Huase semprtais m"todos participam de um comple<o procedimental/ como ocorre nFenomenologia Jur&dica.

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  A preocupa)*o cartesiana/ #uanto aos cuidados preliminares N aplica)*o dom"todos/ " significativa tamb"m nXY7YZ dom&nios da Filosofia do 3ireito. Por outro ladao proceder N refle<*o8ur&dica/ o 8usfil,sofo/ em raz*o da natureza do ob8eto dpes#uisa/ n*o pode atingir os fins a #ue se propXY7YZe/ abordando o fen-meno 8ur&diccom igual rigor l,gico aplicvel Ns ci>ncias naturais. En#uanto #ue estas s*o regidapelo princ&pio da causalidade/ com um ne<o absoluto entre causa e efeito/ o #upermite ao cientista operar com medidas e<atas/ o fen-meno XY7YZur&dico/ por sob8eto cultural/ deve ser tratado com pautas fle<iveis e t*o geis e m,veis #uanto #uadro cultural contemplado.

 InQ Invoducci,n alEstudio del 3XY7YZerXY7YZccho/: ed./ Editorial Pom&a 1. AM"pco/:BL/ p.'L9. XY7YZ/f ./ . / / . XY7YZXY7YZ9 XY7YZ<9iXY7YZ<: r rs 1XY7YZ \ . 31 XY7YZXY7YZSXYZrS.iXY7YZJ XY7YZ@XY7YZ ]IXY7YZl2XY7YZ il"t XY7YZ\XY7YZ\.XL:'Z

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$ap&tulo IIIFI414FIA 34 3I6EI24 E $4E0E1  $4M $I$IXY7YZ1 AFI1

1UMXY7YZXY7YZXY7YZ ::. A $one<*o como Peculiaridade da Filosofia d3ireito.:' $one<XY7YZes Primrias da Filosofia do 3ireito.:9. 4utrus $one<XY7YZes.:$on7 clusXY7YZes. /::.A $one<*o como Peculiaridade da Filosofia do IXY7YZireito  Por mais culto Hue se8a o peaeador deste final de s"culo/ possui ele a consci>ncia dHue n*o " capaz de apreender todos os #uadrantes do pensamento cient&fico acompanhar a sua evolu)*o. Ele se conforma/ ent*o/ em circuzXY7YZscrever o seestudo e pesHllisa em ulna rea limitada do saberS a uma ei>ncia ou a um XY7YZon8untde ciXY7YZncial afins.  EnHuanto ob8eto do conlXY7YZXY7YZcilriento/ o universo das coisas n*o se apresendividido ou setorizado em campos dXY7YZ especializa)*o. Foi o homem Hueconvencionou a departamentiza)ao das cl>ncias/ premido or sua dificuldade e

absorver/ individualmente/ o conti7 nente de : is e princ&pios Hue regem a realidadEm ato voluntarioso/ tomou a iniciativa de formular a classi$lca)*o das ci>nc  ヘ as/ selograr homog>neo entendimento na comunidade cient&$lca. Apesar de seu em enhem esclarecer/ com algum sucesso/ os ne<os eausais das ci>ncias e os princ&pios Huintegram a ordem humana e social/ o fato " Hue ao se eote8arem os resultados dlabor eient&fico/ o con8unto das pesHuisas desenvolvidas/ ineHuivocamente sconstata a e<lst>n7 cia de um vcuo ou de uma centelha em fuga.  Esse " o panorama Hue sevislumbra do lado do ser7pesHuisador.

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  3o outro/ sub8az o ser7pesHuisado/ o campo universal de estudo/ o ob8eto geral dconhecimento/ Hue guarda em si unidade l,gica/ e uil\brio/ ne<os de complementa)*

 A realidadc rene infnitos Hliames/ cabendo ao cientista a sua e<plica)*o. A1 leis naturais pos7 suem afinidadeentre si/ en#uanto #ue as leis humanas se relacio7 nam/ compondo os dois con8untoum #uadro unitrio de amplas converg>ncias/ donde se infere #ue todas as ci>nciamant>m elos entre si/ estreitos ou n*o/ mltiplos ou singulares.  EntrXY7YZ os diferentes campos do saber/ segundo 6uiz Moreno/ h ne<os de mtudepend>ncia/ sendo cXY7YZue Qessa relaXY7YZ*o de reciprocidade e subordina)*o " umdas caracter&stleas mais notonas do saber huma7 noQ.: A medida #ue tomamoconhecimento dos la)os# ue unem a Filosofia do 3irelto com outros setores do sabemais se esclarece o seu conceito/ mais se eoloca em evid>ncia o seu papel de informo 3ireito e de iluminar/ para a ohserva)*o dos 8uristas/ o ordenamento 8ur&dico.opez de 4nate/ ao abordar o presente tema/ pXY7YZe em desta#ue a importRncia de testudo/ #ue proporciona Quma plena clarifica)*o da preclsa natureza da Filosofia d

3ueito/ #uer dizer/ de sua estrutura e sua finalidadeQ.' 4 preXY7YZente estudo revelainda/ as contnbui)XY7YZes #ue as ci>ncias afins podem proporeionar N nossdisciplina.  Para 3el @ecchio/ o saber humano Qtem carter orgRnico e sistemtico\ S9 2propriedade teria origem no fato de #ue os conhe7 cimentos convergem para a menhumana e esta seria una. Hue o saber humano possui a#uXY7YZlas earaeter&sticas indubitvel/ todavia pensamos #ue a sua e<plica)*o fundamental n*o residXY7YZ nunidade da mente/ mas na organiza)*o &nsita na ordem natural das coisas. 4 esp&rithumano/ tendo XY7YZ: aptid*o para conhecer e formular s&nteses/ possui a arte dXY7Yocdenar o saber dentro/ ainda/ de suas limita)XY7YZes para captar o sentido da rXYZalidade.:'. $one<XY7YZes Prcmrias dn Filosufia do 3ireito  A Filosofia do 3ireito se relaciona/ mais intimamente/ com a Filosofia/ com a $i>ncdo 3ireito/ Psicologia/ Moral/ ,gica/ 1o7 ciologia e 1ociologia do 3ireito/ 2eoria 5erdo 3ireito. Analisemos tais v&nculosS

: Martin 2. 6uiz Moreno FtlosoJra del 3echo/ lXY7YZ ed./ Editorial 5uillermo Vraft tda / %uenos Aires/:;;/ p. C:.

' opez de LDate FilosoJla de 3encho/ :O ed./ Ediciones Jur&dicas uropa7A/n"rica%uenos Aires/:_:/ vol.:/ p. B:.9 5iorgio del @ecchio/ i)XY7YZes de Filosofia do 3ini! tradu , da I 4a e XY7YZiltirOXY7YZ

 Arm"nio Amado7Editor/ 1uc./ $oimbra/:D/vo:. 'O/pXY7YZ.XY7YZXY7YZ7\ XY7YZ XY7YZXYZ. 3D sSXY7YZXY7YZ XL:'Z  PAU4A3E6 'C :'.: e<os com a Filosofia 5eralS sendo a Filosofra Jur&dica uma pro8e)*o da Filosofia nos dom&nios do 3ireito/ " natural #ue XY7YZ enha a recebXY7YZdali uma importante influ>ncia. A atitude filos,fica e o m"todo de a recia)*o do ob8etcognoscente no variam. Ao #ues7 tionar determinado instituto 8ur&dico/ o 8urisfcl,sof

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submete o ob8e7 to em pes#uisa N cr&tica/ fazendo7a por interm"dio dcrescentes indaga)XY7YZes/ verif\rcando sempre/ entre outras buscas/ se o instrumen7 le al se harmoniza com a ordem natural das coisas. %em de se ver ue as correntefilos,ficas de pensamento se pro8etam/ por sua vez/ no campo 8ur&dico/ donde surgernpositivismo 8ur&dico/ e<istencialismo 8ur&dico/ estruturalismo 8uridico e vnas outramarcas filos,ficas.  :'.' e<os com a $i>ncin do 3ireitoS en#uanto a $i>neia do 3ireito descreve sistematiza a ordem 8ur&dica/ a Filoso$ra do 3irei7 to em uma de suas missXY7YZecuida de avaliar o 3ireito ob8etivo N luz dos valores 8ur&dicos e sociais. Para e<ecu)*o d.e tal tarefa o 8urisfr7 l,sofo for)osamente h de assimilar acriticamente 3ireito Positivo e/ uma vez de posse da#uele saber/ passa a operar eorn esp&ricr&tico.  W comum dizer7se #ue a Filosofia do 3ireito come)a onde termina a Juris r7uderzti2al afrrmativa carece de precis*o/ 8 #ue nem sempre a Fi ,sofia do 3ireito securida$i"ricia dXY7YZ 3ireito. Em seu ob8etivo de inter XY7YZretar o 3ireito/ muitas vezes

 8urista " influenciado por suas convic)XY7YZes filos,ficas/ notadamente #uando lhe facultado aplicar e# idade/ ou se8a/ a8usti)a do caso con XY7YZXY7YZ o do 3ir iPnsitXY7YZ oXY7YZ a Filosofia do 3ireito influencia a ela  cu8o resultado constituir ob8eto da $i>ncia do 3ireito. A#ui/ pode7 se dizer/ Filosofia do 3ireito chega primeiro...  :'.9 e<os com a PsicologiaS ao submeter o 3ireito Positivo R anlise cr&tica/ Filosofra do lireito h de cozXY7YZsiderar a natureza humana/ destacando7se/ em surefle<Ro/ osfatos do espirito humaiio/ cu a temtica " ob8eto da Psicologia. 1e o 3rrei" criado N imagem do homem/ de acordo com a sua estrutura biops&#uica/ verdade "tamb"m ue uma vez estabelecido o 3ireito/ a mente humana dever absorver aprescri)XY7YZes normativas. As normas imperativas/ e<XY7YZ-e 3el @ecchiQregressam ao mesmo esp&rito #ue as originaram.  Ao dispor sobre a conduta social/ se8a para estabelecer san)XY7YZes criminais/ separa impor a repara)*o civil/ a ordem 8ur&dica pressu7 pXY7YZe a responsabilidade dagente/ ou se8a/ re#uer a consci>neiaFll.414 FIA 34 3I6EI24humana como base das a)XY7YZes. Huando se restringe a aplica)*o do princ&pio dautonomia da vontade/ por e<emplo/ as leis visam N prote)*o da parte socialmente mafraca. Ao #uestionar o 3ireito/ se8a para aprovar as suas disposi)XY7YZes/ se8a par

propor retifica)XY7YZes normativas/ a Filosofia do 3ireito h de considerar o planda consci>ncia/ h de levar em considera)*o os fatos do esp&rito humano.  :'.; e<as com a MoralS o envolvimento entre a Filosofia do 3ireito e a Moral intenso. 4 3ireito/ como produto cultural #ue "/ realiza valoresO " engenho humano #uvisa N consagra)*o daO u sti)a/ e esta se acha enla)ada com a Moral. 3e fato/ o 3ireitn*o " e<clusivamente um composto normativo ou apenas uma sucess*o de fatosociais. A sua composi)*o/ al&Om de reunir normas 8ur&dicas e fatos sociais/ integra7sde valores/ #ue sRo 8u&zos estimativos emiti7 dos pelo legislador na tentativa de produzo 3ireito 8usto/ 3ireito #ue corresponda aos princ&pios do 3ireito atural. esse esfor)

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de plasmar o 3ireito 8usto pretende7se/ em grande parte/ a sintonia da ordem 8ur&diccom a ordem moral. Ao tutelar o valor bem/ a Moral fornece importantes medi.das forma)*o do 3ireito Positivo/ tanto #iie a pr,pria no)*o de 8usti)a se insere no Rmbido bem. A ordem 8ur&dica/ por"m/ n*o se inspira totalmente na Moral/ visto #ue o 3ireieogita de fatos #ue s*o alheios N#uele setor da Wtica.  A Filosofia do 3ireito/ ao avaliar o 3ireito Positivo/ o Eaz consi7 derando a Moral comum de seus pontos de refer>ncia/ tanto a Moral atural/ #ue e<pressa a no)*o pura dbem decivada da natureza das coisas/ #uanto a Moral Positiva/ #ue " a#ueconsagrada historicamente por determinada sociedade.  :'.D e<os com a ?gicaS esta ci>ncia/ #ue h pouco tempo dcsprendeu7se dFilosofia para constituir7se em campo aut-nomo do saber/ n*o possui sentido em mesma/ revelando7se importante na medida em #ue serve Ns demais ci>nciaofertando7lhes princ&pios e erit"rios #ue devem nortear o pensamento cultivado ecampjs espec&ficos de estudo. W instrumento ou meio #ue orienta o racioc&7 nio e forma)*o do conhecimento.

  A rea do saber #ue investiga os e<atos processos do pensar constitui/ em verdadci>ncia bsica informar todas as outras ci>ncias/ e seus estudos formam ucomp>ndio a ser consultado por todos #ue se disponham a desenvolver anlisecient&ficas. 1endo assim/ for)osamente o 3ireito e a Filosofia Jur&dica h*o dpossuir cone<XY7YZes com a ,gica. 4 3ireito Positivo/ para ser efetivamente orde

 8uridica/ necessariamente deve apresentar7se como um com7 ; [dem/ nota 9/ vol. '/ 'L.XL:'Z  PAU4A3E6 9L ple<o de normas/ fatos e valores/ dotado de l,gica interna/ is"/ subordinado N mXY7YZcima Qonde houver a mesma raz*o dever haver a mesmdisposi)*oQ. A I7,gica Formal se revela til ainda no proc p o de a lica)*o do 3ireitoonde/ n*o obstante o ativo papel desem e nhadpo pelos magistrados/ se8a na diagnosdo fato/ se8a na inter re7 ta)*o ou integra)*o do 3ireito/ o racioc&nio acompanha roteiro silog&stico. W de se reconhecer #ue o 3ireito n*o poder ser tratado como se fouma ci>ncia f&sica ou matemtica. 6ecas"ns 1iches/ com p ica Formal nodom&nios veem>ncia/ contes a a im ortRncia da I7,g d do com pautas mais do 8uentendendo #ue este dever ser abor a  fle<&veis/ com a l,gica por ele denominada de lo razonable. D 4 fll,sofo do 3ireitem suas tarefas/ deve operar com amplos

 horizontes descortinados e n*o conhecer outros Ilmites sen*o os da pr,pria raz*o. liberdade de pensamento " seu apangio/ todavia haver de buscar sempre coerencia e seguir linhas harm-nicas/ se8a em suas premissas/ seXY7YZa em suaconclusXY7YZes. 3iferentXY7YZmente do poeta/ #ue pode abandonar os princ&piol,gicos ao dar e ans*o aos seus des&gnlos/ o pensamento Eilos,fico ha de se dXYZsenvolver em consonRncia com a#ueles principios. W certo #uXY7YZg XY7YZstXY7YZ mess s pensamento o XY7YZlXY7YZlsofo do 3irXY7YZitu no e<trai da  bsicas com Hue opera e<pressam muitas vezes um pensamento  ideol,gico/ #ue n*o sc for8ou dentro de es#uemas l,gicos/ contudo

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  as eonclusXY7YZes posXY7YZeriorXY7YZOs dever*o se al ヘ nhar coerentemente com  a#uelas premissas bsicas.  :'.? e<os com a 1ociologia e 1ociologia do 3irerXY7YZtoS para desen7 volvrefle<XY7YZes sobre o 3ireito/ o fll,sofo necessita conhecer tam7 b"m os caracterebsicos da sociedade/ e se a tarefa #ue enceta n*o se refere ao 8us em sua formabstrata/ mas ao 8us historicamente consagrado/ o su8eito cognoscente dever inteirase ainda das pecu7 liaridades eoncretas da sociedade. 1endo a 1ociologia a ei>nc#ue estuda os fatos sociais/ " fcil concluir #u*o valiosos s*o para o fil,sofo d3ireito os resultados de sua pesHuisa.  A 1ociologia do 3ireito/ no dizer de Jean $arbonnier/ surgiu no Rmbito da Filosofdo 3ireito como um de seus ramos/ tendo alcan)ado sua autonomia a e<emplo d,glea e Psicologia Jur&dicas.  A#uele fen-meno de desprendimento de mat"ria/ ocorrido no Rmbi7 to da Filosoflteria igualmente se processado nos redutos da Filo7

D u&s 6ecas"ns 1ichcs/ uesXY7YZa Filosof   ヘ \a de la Intnpretaci,n/ 'i ed./ EditoriPorra/ 1.A.O  M"<ico/:B9/ p. 'BB.FI414FIA 34 3I6El24 8 :sofia Jur&dica. A separa)*o entre ambas te\ria ocorndo no momento em #ue 1ociologia do 3ireito pa.esou a adotar novos m"todos de invXY7YZstiga)*o/ como o de<perimenta)*o ou observa)*o de massa.

 Alguns 8urisfil,sofos/ conforme ainda o ilustre professor da Univer7 sidade de Paricontemplam a 1ociologia do 3ireito como doutrina filos,fica e/ para tanto/ teriacontribu&do certos soci,logos/ como Ma< ]eber/ 5urvitch e 5eiger #ue/ adotandorienta)*o mais te,7 rica do #ue emp&rica/ encetaram seus estudos mais no Rmbidas bibliotecas do #ue nos campos concretos de pes#uisa/ ense8ando uma esp"cie dFilosofia da 1ociologia do 3ireito., Aparentemente n*o haveria converg>ncia entre Filosofia do 3ireito e a 1ociologia do 3ireito/ 8 #ue a#uela se ocupa ddever ser8ur&dico tomando por refer>ncia fundamental a natureza humana e os valoremo<ais/ en#uanto a segunda cultiva o ser 8ur&dico consa7 grado pela sociedade/ ondvalor possui o #ue se harmoniza com os fatos sociais. $omo n*o " poss&vel derivanecessariamente/ do fato social o dever ser per#uirido pelo f\XY7YZl,sofo do 3ireito/ aduas reas do saber se relacionarianl apenas remotamente. 4corre/ todavia/ #u

a Jusfilosofia n*o se situa em um plano de abstra)*o em face da sociedade #uandavalia as in.etitui)XY7YZes 8ur&dicas. *o " irrelevante para ela/ portanto/ o perl dofatos sociais.  A legitimidade do 3ireito/ de cu8a no)*o tamb"m se ocupa o fil,sofo do 3ireito/ n*oalcan)ada apenas por e<erc&cios te,ricos/ pela contempla)*o dos chamados direitohumanos. 3ireito leg&timo " a#ue7 le #ue atenta para as eXY7YZg>ncias da naturezhumana e contempla ao mesmo tempo o pensamento social/ refletido nos costumes manifes7 ta)*es do corpo social. Eis a& um precioso ponto de contato entre a Filosofdo 3ireito e a 1ociologia do 3ireito.

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  :'. r e<os com a 2eoria 5eral do 3ireitoS esta disciplina nasceu como resultado duma insatisfa)*o de 8uristas #uanto aos rumos da Filosofia do 3ireito/ #ue muitas vezeenvolvia as #uestXY7YZes 8ur&dicas em auras metaf&sicas. Pretendeu7se/ com ela/ f\i<a)*o e anlise das constantes 8uridicas recorrendo7se aos eonceitos dJurrspncdkntia/ com e<clus*o do m"todo filos,fico. $oncebida como a teoria do 3ireitsem filosofia/ apresenta/ indisfar)adamente/ &ndole positivis7 ta. 3e origem alem*/ tendem Adolf Merel/ Varl %ergbohm/ Varl %inding/ entre outros/ sXY7YZus primeiros cultorepretendeu substituir 

? lean $atXY7YZbonnier/ 1ociologtu Jurfiiica/:XY7YZ ed./ ivraria tllmedina/ $oimbra/:Bp. '.XL:'Z  pAUI..$: A3E6 9'os m"todos de indaga)o da Filosofia do 3ireito por um disciplina7 mento mais prticoob8etivo/ em #ue o cientista passasse a operar to apenas XY7YZom elemento

estruturais e permanenteXY7YZ do 3ireito/ como o s*o as no)XY7YZes de fontes d3ireito/ norma ur&dica/ fato 8ur&dico/ rela)Ro 8ur&dica. 2al ordem de estudos n*o reunireompo7 nentes refle<ivos/ como o e<ame dos valores 8ur&dicos ou considera7 )XY7YZesobre o 3ireito atural. Por n*o se dedicar ao 3ireito Positivo de uXY7YZ determinadEstado/ mas ao 3ireito em seu aspecto puro/ ossui validade universal. Entre ela e Filosofla do 3ireito/ diferen7 "mente do #ue o paralelo de ambas pode sugerir/ n*eXY7YZste oposi)o ou concorr>ncia. 1eus estudos se desenvolvem em fai<as distintacom ob8etivos pr,prios/ sendo comum d XY7YZl"<emplot# ndoao mente doresultados da outra. Isto se  8urisfil,sofo/ atendo7se ao conceito de rela)*o 8ur&dica/ enfrenta a inda7 ga)Ro se homem pode ali figurar como ob8eto. Huando formula a cr&tica de um determinadinstituto 8ur&dico reeorre/ prirneiramente/ aos contributos da 2eoria/ utilizando7se dprinc&pios hennen>uticos para a e<egese do te<to legislativo. ^@. C9.[:9. 4utras $one<XY7YZes  A Pol&tica Juridica/ tamb"m denominada Politica da egisla)*o/ cu8a finalidade " a dindicar ao legislador a mat"ria social #ue necessita de regulamenta)*o/ recebe impor"resXY7YZs^ bXY7YZ&dXY7YZ,f XY7YZh.on " tl d ca. o dizer de $laude 3u Pas# r"gne:\ordre social en assurant/ dans la mesure des possibilit"s/ la  Q \ *o obstante se fale satisfaction des besoins essentiels XY7YZeFil XY7YZoXY7YZae#u

"/ nRo poss #ue a Filosofla do 3ireito/ com ua fins utilitrios/ o certo " #ue muitas dsuas conelusXY7YZes se canalizam para a Pol&tica Jur&dica/ indo alcan)ar os te<tos dleis e c,digos. 2*o importantes so os v&nculos dessa ci>ncia com a Filosofla Jur&dic#ue alguns estudiosos conforme destaca ]ilhelm 1auer/ a considerame#uivocadamente/ como ess>ncia da Filoso$ia do 3ireito s 4 fato " #ue a Pol&ticJur&dica/ visando ao aperfei)oamento do 3ireito Posi7 tivo/ entre outras fontes/ recorrse N scientia altior do 3ireito.  7 $laude 3u Pas#uier/ IntroducNon d la l:t"orie 5"n"rXY7YZe et d la FhitosophXY7YZ XYZ XY7YZ\oit/ 3elachau< iestl" ;XY7YZ ed./ euchateU1uisse/:_B p.:?9.

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]ilhelm 1auer/ Filaso8Ba Jurfdica y 1ociaXY7YZ Editorial abor/ 1.A./ %arcelona7 Madri%uenos AiXY7YZ :99/ p.:9L.Fll.414FIA 34 3I6El24  1endo a Economia a ci>ncia social #ue estuda as ri#uezas/ " natural #ue seuprinc&pios e leis e<trapolem os seus lindes/ indo iniluenciar outros setores dconhecimento/ tal a presen)a do mate7 rial na vida humana.  Ao dispor sobre os interesses sociais o 3ireito ocupa7se/ em grande parte/ da mat"recon-mica/ ense8ando/ por via de conse7 #`>ncia/ o desenvolvimento da reile<*filos,fca correspondente.Um estudo lcido sobre a cone<*o em anlise h de revelar a reci7 procidade dinflu>ncia. Hue a Economia provoca amplas especula7 )XY7YZes na rea 8usfilos,ficaisso " in#uestionvelO n*o menos verdadeira/ por"m/ " a ocorr>ncia de reflu<o npensamento econ-7 mico. A Economia desencadeia no Rmbito da Jurisprud>ncuma intensa codifica)*o/ com as leis visando manter o necessrio e#uil&7 brio social. Filosofia do 3ireito repercute sob diferentes Rngulos/ entre os #uais o #ue se refere

chamada 8usti)a social/ #ue ob8etiva a distribui)*o mais e#uRnime das ri#uezas e #uiniludivelmente/ " o caminho definitivo da sociedade e das institui)XY7YZes #ue lhd*o sustenta)*o. A Filosofia do 3ireito sugere/ ent*o/ N Pol&tica Jur&dica/ #ue retifi#uecurso das rela)XY7YZes sociais/ se8a eom mudan)as na pol&tica tributria/ se8a nlegisla)*o trabalhista ou social/ alcan)ando ainda a esfera do 3ireito InternacionPblico/ onde as na)XY7YZes em desenvolvimento procuram efetivar a doutrina d

 8usti)a social no concerto dos povos.  Especi?camente na parte em #ue analisa o ser humano/ a %iologia desperta alguinteresse na Filosofia do 3ireito. W #ue a cabal compreens*o do homem/ pressuposfundamental da Filosofia e Filosofia do 3ireito/ n*o pode prescindir de certos dadorelativos N sua dimens*o biol,gica. Em meio Ns discussXY7YZes pertinentes descrimi7 naliza)*o do aborto/ o 8urisfil,sofo necessariamente h de ter acesso Ninforma)XY7YZes #ue dizem respeito Ns condi)XY7YZes f&sicas do feto/ onde ssobrelevam algumas indaga)XY7YZes/ como a pertinente N fase de gesta)*o em #ue smanifesta a consci>ncia do ser em forma)*o.  Ao atingir o seu estdio cient&fico/ a Estat&stica passou a ser considerada nos estudode Filosofia do 3ireito. Ao #uantificar certos fen-menos/ notadamente os sociais/ essci>neia rene infor7 ma)XY7YZes teis ao conhecimento mais amplo do homem e dsociedade/ propiciando ao 8urisfil,sofo uma vis*o mais esclarecida sobre a rea7 lidade

 A refle<*o 8ur&dica/ implicando em mane8amento de dados/ tem na Estat&stica um dseus pontos de apoio.XL:'Z  PAU4A3E6 9;:;. $onclusXY7YZes  A Filosofia " a disciplina #ue mant"m maior nmero de elos e mais r,<imos v&nculocom as reas do saber/ 8ustamente por#ue visa ao c, hecimento das coisas por sualtimas razXY7YZes e Huer mterpretar o todo contemplando harmonia em suas parteo Rmbito do 3irei7 to/ " tamb"m a scientia altior #uem mais se articula com a

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diversas ordens cient&ficas/ e mais pontos de contato apresenta com as demais ci>ncia#ue estudam o8XY7YZ.  $omo nenhum aspecto do universo das coisas " desinteressante para a Filoso?a/ esse liga/ conseXY7YZentemente/ com maior ou menor intensidade/ N generalidade doramos do conhecimento. 4 mesmo se poder concluir Huanto N Filosofia Jur&dictendo em vista #ue o 3ireito d cobertura aos fundamentais interesses dos homeninteresses com7 ple<os #ue envolvem rela)XY7YZes sociais de variados matizes e ne<ocom a natureza e seus fen-menos.1egunda Parte4 3I6EI24 E 1EU1 A26I%U241 3E @AI3E XL:'Z$ap&tulo I@$4$EI24 34 3I6EI24

 1 U MXY7YZi6I4S:D. Aspsctos 5erais. l 3ireito e Adapta)*o 1ocial.:B. $ulturaatureza do 3ireito.:C. A 3P8usi)*o do 3ireito. 4 3ireito 1ub8etivo.:.

3ireito/ Moral e 6egras de 2rato 1ocial:D. Aspectos 5erais  Ainda #ue o 8urista n*o apresente uma defini)*o formal do 3ireito/ nem ha8a cogitadorespeito/ necessariamente h de ter um conceito da#uele ob8eto. Isto " for)oso/ de ve#ue n*o " poss&vel conhecer e utilizar bem um sistema 8ur&dico sem a pr"vrepresen7 ta)*o intelectual do 3ireito. $omo se posicionar diante de indaga7 )XY7YZerelativas N efetividade/ como as #ue envolvem os problemas de obrigatoriedade das lein8ustas ou das leis em desuso/ sem a pr"via convic)*o do #ue se8a 3&reitoT Pode7sa?rmar #ue esse conceito/ um dos mais nobres versados na FilosoEia do 3ireito/ umvez alcan7 )ado pelo esp&rito/ ser diretor do pensamento e id"ias #uanto a numerosa#uestXY7YZes. 1em #ue o analista identi i#ue/ previamente/ a#uela no)*o/ n*o podedesenvolver/ por e<emplo/ a sua teoria da interpreta)*o. A resposta ao #uid8us T h dser uma postura intelec7 tual amadurecida para n*o ser provis,ria ou n*o se alimentana contradi)*o. W #ue a coer>ncia l,gica do pensamento 8ur&dico deve ser cultivada partir de consonRncias com a no)*o de 3ireito/ #ue atua como uma esp"cie de normconstitucional para o 8urista.Embora se possa buscar com empenho essa harmonia/ a verdade " #ue a perfei)*est por e<istir tamb"m nos dom&nios da FilosoEa do 3ireito/ onde presumidamenatuam esp&ritos l,gicos. 4 saber do su8eito cognoscente pode evoluir mediante etapa

Possuidor da no)*o cient&eca do 3ireito/ o 8urista/ #ue em algum tempo conheceu 3ireito apenas vulgarmente/ no futuro poder conhec>7lo pela via XL:'Z  PAIJXY7YZ XY7YZE6 9C filos,fica. Atingido este grau de dnhm difica)*o em facpena com caracteres definittvos/ suscetivel e as/ de radicais mudan)as doutrinrias.  En#uanto #ue a defini)*o " 8u&zo e<terno/ #ue se forma pela indica *o de caracteree/sseneiais/ conceito ou no)*o " 8u&zo interno p XY7YZsse ou saber/ pelo #ual se #urevela a reens*o mental. $om a XY7YZXY7YZie de outra/ o esp&rito distingue o g>nero desp"XY7YZie ou uma 8 e<ercita o pensamento/ reflete. 4 3ireito en#uanto conceito " oeto

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  pensamentoO en#uanto defini)*o " di!lga)*o de pensamento me7 em XY7YZresso tanpela def\ini)*o diante palavrasXY7YZ 4 XY7YZonXY7YZito pod e ser por formas dXYZnvolvidas. Para a primeira h regras t"cnicas ditadas ela XY7YZXY7YZXY7YZXY7YZ : paa segunda/ o esp&rito voa livre7 4 XY7YZPositor pode limitar7P ao lano de suas id"ias opret" 1deXY7YZdXY7YZXY7YZrtinao ap" as a p . Esta nrdem de estudos iva n* por#urene um acervo de informa)XY7YZes/ mas por#ue contn\bui para uma tomada dopXY7YZiXY7YZes na medida em #ue oferece op)XY7YZes doutrinrias difereneiadas.  enhuma outra ci>ncia possui cXY7YZuestionamento de ordem con7 tual t*o rofund#uanto a do 3ireito. 4s 8uristas/ por sua vez/ p "cebem umpa carga de inlBu>ncia dacorrentes filos,ficas/ fato esse natural/ pois o 3ireito se acha intimamente ligado Filosofla. Atuan7 do sobre o esp&rito ao nortear a conduta social/ o 3ireito ocupa7sde #uest,es pol>micas/ #ue e<igem refle<*o e 8u&zos de valor. ao h como selaborar 3irelto ou aplic7lo sem fllosofla. 4 esp&rito do urista h de estar receptivo lei/ mas ao mesmo tempo sens&vel N XY7YZteleologia do 3ireito/ e o fim deste " sempo bem7estar dos homens em sociedade. Al"m da influ>ncia #ue a Filosofla e<erce n

3ireito por meio de suas linhas de XY7YZensamento/ h #ue se destacar #ue eltamb"m o faz ela contribul)*o direta de alguns $il,sofos/ #ue inse7 rirarefle<-essobre o fen-meno 8ur&dico em seus sistemas/ como o fizeram 2oms d

 A#uino/ egel/ Vant/ entre outros e<poentes do pensamento filos,Eco.  Entre as vrias uestXY7YZes ue o tema em foco apresenta uma " de ordepreliminar e diz respeito N possibilidade de o esp&rito elaborar um conceito geral para3ireito. Paulo 3ourado de 5us7 nl*o abordou o problema/ distin uindo inicialmente ad r# ntes fllos,ficas #ue admitem um conceXY7YZto universal do 3ireito ue se 7 : deEani XY7YZo n*o deve conter o termo do ob8eto deEmido/ sob pena de se XY7YZXY7YZir em ) pXY7YZXY7YZ XY7YZt XY7YZXY7YZe/XY7YZ specificam. A lin a em da.  tautologia. IfXY7YZitio fir per gXY7YZeXY7YZ defini)XY7YZo deve ser simples/ clara concisa.FI414Ff A 34 3I6Er24 8contraXY7YZXY7YZem a esse entendimento. Entre estas situou os c"ticos e os agn,shco4s primeiros negariam a eXY7YZst>ncia de constantes no 3irei\to como decorr>ncia dpluralidade de elemerltos ditados pela e<peri>ncia/ #ue impediriam a indu)*o de uconcXY7YZito vlido para todos os sistemas. Em sua postura empirista/ os agn,sticon*o admitiriam o e<ame filos,fico do 3ireito/ reconhecendo poss&vel apenas a elabia)*o de conceito particular aXY7YZlicvel a determinados ordenamentos.

contraposi)*o das doutrlnas empiristas e racio7 nalistas/ 5ustav 6adbruch aderiu Nprimeiras/ sustentando a tese de #ue a no)Ro do 3ireito/ #ue " geral/ universal necessria/ deve ser alcan)ada dedutivamente da ici"ia do 3ireito/ de #uem dependee esta nao seria outra sen*o a 8usti)a.9 A e<ist>ncia de uma pluralidade de sistema

 8ur&dicosO pensamos/ n*o " um obstculo para se alcan)-r o conceito do 3ireito. Espode ser elaborado pelo fil,sofo do 3ireito a partir de sua e<peri>ncia. 2anto o m"todindutivo #uanto o dedutivo s*o valiosos nessa tarefa. Uma vez captados certodados reais pela observa)Ro/ poder7se7*o desenrolar opera)XY7YZes dedutivas.

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 A formula)*o de um conceito do8us e<ige a participa)*o da e<peri>ncia pefornecimento de elementos e os contributos da raz*o/ pois esta generaliza e elabors&nteses.  *o s, o conceito do 3ireito/ mas o pensamento 8ur&dico em geral " direcionado pessa metodologia. Embora possua como ponto de partida a e<peri>ncia/ a constru)*cient&fica do 3ireito caminha no sentido de fornecer ao 8urista postulados #ue orientamseu racioc&nio/ como o da afirma)*o da superioridade da norma constitucional erela)*o N ordinria. Huando se prociama #ue a liberdade " um direito sub8etivinseparvel do homem/ a fonte de tal pensamento n*o poder ser outra sen*o a pr,prrealidade ob8etiva do homem. Afasta7se/ assim/ nos #uadros da ci>ncia fundamenta)*o transcendental #ue se opera pelas vias religiosa e metaf&sica.  Entre as mltiplas correntes filos,ficas do 3ireito/ verificamos duas tend>nciafundamentais/ uma de &ndole espiritualista/ #ue situa o valor 8usti)a como elementessencial e preeminente/ al"m de proclamar a e<ist>ncia do chamado 3ireito aturaoutra " de natureza positivista/ #ue valoriza apenas os dados fornecidos pela

' QIn Filosofia do 3ireito/: ed./ $ia. Editora Forense/ 6io de Janeiro/:C;/ p. ?B.  Q f! QIn Filoso do 3ireito/ ; ed./ Arm"nio Amado/ Editor/ 1ucessor/ $oimbra/:_:vol./ p.:LL.XL:'Z  p AU4A3E6 ;L <peri>ncia identiElcando o fen-meno 8ur&dico com a norma ou comelo e p \ or 3ireito apenas o institucionalizado p o fato e admitindo Estado. A par dtais diverg>ncias/ #ue s*o dXY7YZ ordem estrutural/ " poss&vel/ todavia/ se encontrar udenominador comum entre as diversas XY7YZonentes fllos,ficas do 3ireito. Ao se aflrma#ue o 3ireito tem algo a ver com a norma/ eom o fato e tamb"m com o valor/ n*o spoder*o apresentar ob8e)XY7YZes s"riasO igualmente #uando se diz #ue o 3ireito " uprocesso de adapta)*o social/ possui carter evolutivo e/ al"m de um contednacional/ possui elementos universais.:?. 3ireito e Adapta)*o 1ocial  W um fato de nossa e<peri>ncia #ue o homem depende do meio social para desXYZnvolver o seu potencial criador e manter o e#uil&brio ps&#uico. W no conte<to dsociedade onde vai buscar os recursos #ue lhe s*o indispensveis. 4 homem n*pode/ todavia/ limitar7se N eondi)*o de usurio da#uela grande fonte. Ao mesmtempo #ue aufere os seus benef&cios/ deve desenvolver esfor)os no sentldo d

conserv7la. 4 funcionamento da sociedade pressupXY7YZe comando e ordem e atanto/ " preciso/ de u "lXY7YZ / #ue se organize a estrutura  \ p / #ue se estab m ordenamento 8ur&dico.  de pouer e/ de outro Fste n*o apenas cria as normas #ue disciplinam a conduinterindi7 vidual como institucionaliza os modelos de organiza)*o social. 2anto  o poder uanto o 3ireito/ surgem di) XY7YZecorr>ncia da necessidade  de vida coletiva. 4/poder imperiosa de se preservarem as XY7YZo p cria o 3ireito eele se submete em suas fun)XY7YZes de lane8ar e promover o bem7estar socia

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Mediante ,rg*os distintos o poder desempenha/ ainda/ a tarefa de aplicar o 3irelto narela)XY7YZ sociais.  6elativamente ao poder/ o 3ireito estabelece as condi XY7YZes e os limites de see<erc&cio. 4 3ireito Positivo se apresenta na sociedade  rocesso de adapta)*o social/ istdo p XY7YZXY7YZ e criado como a como um p so dadapta)*o/ f,rmula da seguran)a e daXY7YZustl a. $omo to  o 3ireito " elaborado em fun)*o de uma necessidade. *o fora a car>ncia social ddisciplina e de distribui)*o de 8usti)a/ raz*o nRo e<istiria para se cogitar sobre 3ireito. Este se 8ustiflca na medida em #ue logra efetiva adapta)*o/ #ue n*o sobt"m por #ual#uer contedo normativo. Para #ue o 3ireito se8a XY7YZfetivo processde adapta)*o " indispensvel #ue preencha vrios re#uisitos. Em pri7 meiro lugar/necessrio #ue este8a devidamente a8ustado ao mo7 mento hist,rico/ em consonRnccom os fatos da "poca. As normas 8ur&dicas devem nRo apenas ordenar as rela)XYZes socials como tamb"mFI414FIA 34 3I6El24 ;:

consagrar f,rmulas #ue e<pressem o #uerer coletivo. 1e as leis n*o reiletem/ nlinguagem de F. 5"ny/ a natureza positiva das coisas;/ n*o h como se falar emadapta)*o social. Huando se diz #ue o legislador deve respeitar a vontade social/ n*se #uer declarar #ue o povo detenha f,rmulas 8ur&dicas mais convenientes e sim #ue ase preparar um te<to legislativo devem7se eleger valores e buscar solu7 )XY7YZecompat&veis com as pretensXY7YZes dominantes. A sociedade possui problemaheterog>neos #ue amea)am a sua estabilidade e nem sempre possui a consci>ncia daf,rmulas mais ade#uadas de resol7 v>7los/ pois compete ao poder a pes#uisa dadiversas solu)XY7YZes e escolha da#uela #ue se antecipa como instrumentalmencapaz e sem o risco de tornar vulnerveis outros interesses sociais.  Para #ue o 3ireito guarde correspond>ncia de modo perma7 nente com os fatosociais/ " imperioso #ue o legislador se mantenha vigilante #uanto N evolu)*o hist,ricacompanhe a 8urisprud>ncia e introduza/ com oportunldade/ altera)XY7YZes nordenamento 8ur&dico.4 3ireito de.ve ser contemplado/ hodiernamente/ n*o apenas como ,rg*o dissipador dconflitos. A sua miss*o atual deve ser tamb"m a de promover o homem/ dando7lhcondi),es para desenvolver o seu potencial de vida e cultura. 4 3ireito contemporRneh de incenti7 var a cultura/ economia/ esportes/ lazer/ pois a sua fun)*o nXY7YZo " de su8eito assivo #ue se mant"m de prontid*o para ditar reXY7YZras diante de eonX

YZitos. Ao analisar/ com prospectiva/ o #uadro soclal/ deve o legislador atuar coprevisibilidade/ dispondo de seu mecanismo eoercitivo para preservar o e#uil\brio nsociedade.  Ao elaborar uma lei o legislador h de prepar7la de tal modo #ue possa ser um efetivprocesso de adapta)*o social. Para se aferir essa #ualidade " indispensvel #ue se<aminem os efeitos sociais provocados pela lei durante a sua vig>ncia. 1e n*o logroeEetividade ou n*o proporcionou bem7estar N sociedade n*o h como se consi7 der7processo de adapta)*o social. Pensamos #ue tanto o sistema $ontinental de 3irei#uanto o da $ommon a! acham7se aptos N cria)*o de regras com a#uele potencia

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Embora se possa/ teorica7 mente/ presumir nas regras costumeiras a#uela adapta)*o/fato " #ue o sistema de 3ireito codi Ecado " mais gil para encetar mudan)as e a8ustao ordenamento 8ur&dico Ns transforma)XY7YZes #ue se registram no #uadro social. $oeste sistema/ todavia/ corre7se o risco de se

; QInQ M"todo de Interpre!ci,n y FuXY7YZes XY7YZn 3aecho Privodo Positivo/ Editori6"us 1.A ./ Madrid/:'D/ g D9C.XL:'ZXY7YZ/osoXY7YZa uo 3nXY7YZrro ;9  PAU4 A3El ;' XY7YZstabelecXY7YZrem normas artiflciais e divorciadas da realidade social/ risco essine<istente nos sistemas de 3ireito eonsuetudinrio. 4 fen-meno de recep)*o d3ireito estrangeiro gera/ muitas vezes/ modelos 8ur&dicos distanciados dos fatotodavia/ n*o h necessidade de se eliminar tal procedimento na prtica legislativa/ poisso impli7 caria em renncia a uma importante fonte ofertada pelo 3ireito

  . 4s cuidados sim/ dever*o ser redobrados #uando se XY7YZmparado # pretendassimilar o 3ireito alien&gena/ tarefa essa ue invariavel7 mente re#uer adapta)XY7YZeno 8us receptandi.:B. $ultura e atureza do 3ireito  $onceber o fen-meno 8ur&dico como processo de adapta)*o social e#uivale identific7lo como ob8eto cultural/ como algo elabo7 pelo honaem para suprir as suacar>ncias. o #uadro da onto7 rado lo ia regional situamos o 3ireito no mundo dcultura/ ue rene ob8etos materiais e espirituais/ a#ueles com suporte corp,reo estes n*oO todos/ por"m/ compreendendo a realiza)*o devalores. Em nossa ini*oXY7YZ o su orte espicitual do 3ireito consiste na conduta social/ pois as/normpa

 8ur&dicas visam a alcan)ar o comportarnento das pessoas/ impondo7lhes determinadopadrXY7YZes de conviv>ncia. Ao induzir a conduta o 3ireito Positivo realiza valor e valor #ue tenta realizar " o da 8usti)a. En#uanto realiza sempre valor/ e<pressa enas urna tentativa de consagra)o do 8usto. Isto por#ue a 8usti)a np7ao " meconven)*o da lei/ mas medida #ue ob8etiva o e.#uilvrio/ a ade#ua)*o entre o #ue sd ou #ue se apresenta e o #ue se rXY7YZeebe/ f,rmula nem sempre atingida pelegislador.  Embora o papel do legislador se8a precipuamente o de eaptar o pensamento 8ur&dicnas correntes sociais/ as tarefas #ue e<ecuta s*o relevantes e comple<a

notadamente as #ue envolvem mat"ria t"c7 nica como a das leis e c,digos dprocesso. 4 legislador h de ser tamb"m um cr&tico/ pois se de um lado deve zelapara #ue o ordena7 mento e< resse o sentimento coletivo/ deve ter a sua aten)*o XYZles7 pertada para os valores do 8usto. $ompreender o 3ireito como ob8eto culturou processo de adapta)*o social n*o significa ades*o N doutrina positivistEntendemos #ue o 3ireito Positivo deva fundar7 se no #uerer social e ainda na ordenatural das coisas. A tendXY7YZncia " ue o #uerer social se revele em plena sintoneom aHuela oSclem/ p, s apenas por uma forte perturba)o na sociedade pod

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chegar7se ao div,rcio entre ambos/ oportunidade em #ue o legislador dever induza adapta)*o dos fatos sociais ao 3ireito atural.  4 3ireito n*o " um fen-meno transit,rio/ pois corresponde a necessidades sociapermanentes. 2ransit,ria e cambivel pode ser a forma com #ue se apresenta secampo normativo/ #ue deve acompanhar a evolu)*o dos fatos sociais. 4 3ireiPositivo conser7 va/ contudo/ um coeficiente de universalidade e perman>nci

 8usta7 mente na parte #ue consagra princ&pios do 3ireito atural/ como o dpreserva)*o da vida e da liberdade humanas. A ordem 8ur&dica deve e<pressar/ a um stempo/ a realidade social e os postulados do 3ireito atural. Entendido este n*o comnormas #ue definem a conduta/ mas como princ&pios norteadores #ue orientam legislador em sua tarefa de elaborar as leis/ n*o constitui obstculo ao processo dadapta)*o. Universal/ eterno e imutvel " a sua principiologia/ #ue deve ser assimiladpelo legislador/ #ue disp-e de fleXY7YZbilidade e alternativa na sua manipula)*o. no)*o do 3ireito atural n*o se apresenta uniforme nos tratados de Filosofia do 3ireit6XY7YZ8eitando #ual#uer concep)*o de &ndole metaf&sica/ 8 #ue a ci>ncia dev

operar cena dados prticos e ob8etivos/ vimos sustentando a no)*o de um OXY7YZirXYZito atural firmado na e<peri>ncia/ plenamente con8ugado N realidade humana. A sugrande fonte " a natureza do homem. 4 3ireito atural/ por seus princ&pios bsicorevela ao legislador o suporte8ur&dico #ue h de proteger o homem para #ue possrealizar o seu potencial para o bem/ potencial esse #ue se acha impresso em sunatureza. Esta/ por sua vez/ se acha posta em nosso campo de observa)*o/ acess&vpelas vias da e<peri>ncia e da raz*o. 4 3ireito atural e<erce influ>ncia no 3ireitPositivo #ue/ em grande parte/ desenvolve os seus postulados. *o h/ todavia/ comse admitir/ ontologicamente/ a e<ist>ncia de apenas uma ordem/ ainda na hip,7 tese dperfeita harmonia entre a ordem positiva e a natural.  Pelo acima e<posto/ podemos concluir #ue nRo h #ual#uer obstculo ou dificuldadpara se chegar/ na prtica/ ao 3ireito como XY7YZrocesso de adapta)*o social/ partindse do entendimento de #ue o XY7YZus positum " ob8eto cultural e deve fundar7se noprinc&pios do 3irelto atural.:C. A 3efini)*o do 3ireito. 4 3ireito 1ub8etivo  Huem pretende elaborar a defini)*o do 3ireito deve primeira7 mente conceitu7leompreend>7lo amplamente/ pois s, podemos indicar os caracteres de um ob8eto nmedida em #ue o conhecemos.

 A arte de definir " arte de deriva)*o de conceito. 2*o comple<a #uanto a tarefa d

coneeituar o 3ireito " a de defini7lo. Entre uma e XL:'Z  PAU4A3E6 ;;outra deve haver perfeita simetria/ pois #uem e<pressa deve faz>7lo na forma de sepensamento. 2ratando7se a palavra 3ireito de um termo anlogo/ antes de elaborarmoa sua defini)*o devemos escla7 recer/ obrigatoriamente/ a acep)*o considerada.  m sua dimens*o positiva/ 3ireito " o con8unto XY7YZ norrnas de E oscoercitivamentepelo Estado/ para a realiza)*o XY7YZ im /XY7YZXY7YZtpios de8usXYZ)aXY7YZ XY7YZ conduta s seXY7YZo osp im definido/ o 3ireito "n" tr>s "lemento

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primordiaisS fato/ valor e normaXY7YZ $omo processo de adapta)*o social o 3ireinasce dos fatos e se dest ga a dXY7YZsciplinar   os. 3ireta ou indiretamente toda norma 8ur&dica diri e o comporta7 fmento soXY7YZial. Aindicar a conduta e<igida/ o 3ireito revela 8u&zo de  XY7YZ ps normas 8ur&dicas/ de um modo ou de outro/ compelem o homem N a)*o ustPara #ue os fatos consaXY7YZ\em os XY7YZalores do 8usto e  e#uih\brio e harmonia/ h de haver normas com isto a sociedade alcancSe ue inuem modelos de conduta ou estabele)am prticas e ob8eti " A norma " instrumento prtico do 3ireito/ pois os limitXY7YZ da licit  gula o fato em fun)*o de determinado valor #ue se pretende adotar socialmente. 2aelementos configuram/ no seu con8unto/ a chamada 2eoria 2ridXY7YZensional d3ireito/ desenvolvida e enri#uecida pelo8uris7 fil,sofo brasileiro Miguel 6eale.  It [ o fen-meno 8ur&dico implica em cria)*o $omo ob8eto cu urahXY7YZzmana. Esta se faz diretamente pela sociedade/ com o chamado 3ireiconsuetudinrio/ ou por ,rg*os do Estado. 4rdinariamente " o Poder I.egislativo #ue

elabora o 8us scriptum/ embora n*o se deva ames#uinhar a contribui)*o do Judicirno aperfei)oamento da ordem ur&dica. $on#uanto nos pa&ses filiados ao sistem$onti7 nental de 3ireito a miss*o constitucional desse Poder se8a a de aplicar normapree<istentes/ o #ue se faz com discernimento e certa criati7 vidade/ h #ue se lhreconhecer ainda um labor fecundo na defini)*o do 3ireito Positivo. 1em chegar constituir7se em ,rg*o7fonte/ pois n*o ossui liberdade para revogar leis/ o PodJudicirio enri#uece  P v P g P e beneE\lcia o 3ireito Positi o/ pois de princ& ios erais dis ersono ordenamento induz regra.D de comando 8ur&dico/ #ue se impXY7YZem socialmenpelo prest&gio da 8urisprud>ncia. 4s ,rg*os de onde emanam as regras XY7YZur&dican*o integram o ser do 3ireito. *o h eomo se confundir o autor com a obra. Esta levo estilo da#uele mas possui ser e e<ist>ncia individuais. 6elativamente N coa)*o/ for)a servi)o do ordenamento 8ur&dico/ embora de importRneia irrecus*vel/ n*o chega integrar o ser do 3ireito/ pois " fator apenas cXY7YZXY7YZntingente.  p coercibilidade/ for)a em pot>ncia/ se nos afigura como um dos tra)os distintivos d3ireito.FI414FIA 34 3I6E224 ;1  Al"m de manifestar7se ob8etivamente como normas disciplina7 doras do conv&vsocial/ o 3ireito se revela tamb"m em dimens*o sub8etivu SpoXY7YZerde agir e de e<ig

#ue o Q8us positumQproporciona ao scr8eito atXY7YZvo de uma rela)*o8uridica. Esta facdo 3ireito/ identifica7 da pelos romanos por8usfacultas agendi/ na falta dXY7YZ um nomeiuris espec& ico/ como se d na Alemanha com o vocbulo %erechtigung/ em nosslingua > denominada direito sub8etivo. Este engloba duas esferasS a da lzcitude e dapretens*o. A primeira se identifica com o campo de liberdade 7 agere licere 7 definidpelo 3ireito ob8etivo/ en#uanto a segnda consiste no poder de se e<igir do su8eitpassivo da rela)*o 8ur&dica o cumprimento de seu dever. $onse#`entemente podemodet   ヘ rXY7YZir o direito sub8etivo como apossibilidade de agir e de e<igir a#uilo #ue anormas de 3ireito atn\buem a algu"m.

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  Uma vez situado o 3ireito Positivo como processo de adapta)*o social/ como ob8ecultural/ implicitamente o situamos como instru7 mento a servi)o da causa humanmeio utilizado pela coletividade para tornar poss&vel a ampla intera)*o social. Em ltimanlise/ o 3ireito e<iste para garantir o funcionamento da sociedade e ao mesmo temppreservar a dignidade da pessoa humana.  4s direitos sub8etivos s*o apenas dimana)XY7YZes da ordem.8ur&dica ou s*o a pot>nrdeterminante da/#uela ordemT A mat"ria se aprXY7YZsXY7YZnta em sede de discuss*filos,?ea. E claro #ue a instaura)*o da ordem 8urdicavisa a tutela dos interessefundamcntais da pessoa humana/ mas " tamb"m imperioso #ue/ no plano da validadprtica/ a detini)*o dos direitos sub8etivos se fa)a a partir do direito ob8etivo. int"rprete seguro/ consciente da teleologia da lei/ d Ns normas o sentido compa7 t&vcom a prote)*o aos interesses fundamentais da pessoa humana.Estes devem inXY7YZuenciar o ordenamento 8ur&dico tanto no momento de suclabora)*o #uanto na oportunidade da e<egese.  A rigor/ n*o se pode falar em direito sub8etivo destacadamente da orclem XY7YZositiv

3ireito sub8etivo haver na medida em #ue o 3ireito obXY7YZetXY7YZvo dispuser. Antedisso/ " correto dizer7se interesses fundamcntais e s, por impropriedade de linguagepoder7se7 ates7 tar a e<ist>ncia de um direito sub8etivo independente da ordede legalidade. Huem h de comandar a ordem 8ur&dica positiva " o8us naturae/ #uabrange os interesses fundamentais da pessoa humana.2stes induzem e condicionam a cria)*o do 8us positum e tamb"m influXY7YZSnciam nrevela)*o do significado e e<tens*o das normas 8ur&7 dicas. A pro8e)*o da orde

 8uridica natural nos instrumentos legais se faz em larXY7YZa amplitude. A postura dreserva ou de preven)*o em face do 3ireito atural n*o invalida a presente ordem dracioc&nio.

  XY7YZiK?. 3m 9XY7YZXY7YZ\iP ya ilid2: 3li lllXY7YZXY7YZ\XY7YZc SSXL:'ZFI414FIA 34 3I6EI24 ;_  PAUI.4 XY7YZE6 ;? # funciamentais Hue se atribua outra denomina RXY7YZ XY7YZt nte "tico/ ainda assim ou #ue se os considere um camp gpermanecem com o comando indireto da or aniza)Ro e disciplina da sociedadavemos de reconhecer/ todavia/ #uXY7YZ nem todos os direi7 tos sub8etivos mant>

eone<*o com o 3ireito atural. prerroga7 tivas legais estabelecidas N revelia doestatutos "ticos. Em contrapartida/ h imperativos de ordem moral n*o sancionadopelo legislador. XY7YZIma ordem 8ur&dica verdadeirame XY7YZte acorde com a ms7 tRncsuperior do 8us/ em #ue os direitos sub etivos se identificam com a Moral/ " um#uest*o de aperfei)oamento do 3ireit, Positivo.Esta deve ser a meta pe<manente dos cultores da ci>ncia.  :. 3ireito/ Moral e 6egras d" 2rato 1ocial  A nossa cjmpreens*o sobre o 3ireito no estar completa se n*o tivermoconsci>ncia de #ue nRo " ele o nico instrumento de controle da sociedade e se n*

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soubermos distingui7lo/ claramente/ das demais normas sociais. W #ue/ ao seu ladatuando sobre o comportamento interindividual/ e<istem os campos da Moral/ 6eli*o e das 6egras de 2rato 1ocial/ #ue n*o eneerram antinomia ou gonflitos entre siatuam cumulativamente/ desenvolvendo fun XY7YZes  calimando fms convergentes e complementares.  pr,prias/ 4 3ireito se distingue dos demais instrumentos de controle social sovrios as ectos. Em primeiro lugar apenas ele se subordina p / 8 ao comando estataEmbora nem todas as normas 8.XY7YZr&dicas se am criadas pelo Estado/ ha8a vista ade proced>ncia consuetudinria/ o fato " ue ele e<erce o controle do 3ireito/ defmindoIhe o sistema/ al"m de promulgar leis. W tamb"m o nico instrumento #ue possui reserva de for a como garantia de sua efetividade. 4s demais eontam apenas comecanismo de constrangimento ps&#uico. A teleologia do 3ireito " a da garantia dacondi)XY7YZes bsicas de conviv>ncia soclal.  Ainda ue a fun)o do 3ireito se amplie atualmente para atender ao bem7estar progresso dos homens/ a sua meta bsica " a de promover a ordem na sociedade/ e

valor do 8usto de #ue se ocupa " o #ue diz respeito apenas N essa ordem. 4 3irein*o visa/ portanto/ a esgotar a potencialidade desse valor nas rela)XY7YZes sociais. conv&vio social e<istem/ assim/ #uestXY7YZes de 8usti)a #uXY7YZ escapam ao controdas regras 8ur&dicas e se subordinam a outros processos normativos.

XY7YZ o aspecto conceptual/ abordo amplamente a temtica do diXY7YZito sub8etivo/ eminha Irurodu)*o ao EstuXY7YZ XY7YZ 3!e\XY7YZ/ ora em B ed.  3e todos os instrumentos de controle social apenas o 3ireito apresenta atn\butividad#ue " a sua prerrogativa de conferir e<igibilida7 de. As normas8ur&dicas/ tanto #uanto ademais esp"cies/ impXY7YZem deveres/ mas apenas elas possuem estrutura imperativoatn\butiva/ isto "/ al"m de definir deveres atribuem direitos sub8etivos. Huedesrespeita a norma moral ou a uma regra de trato social n*o pode ser compelidautar#ui7 camente a promover repara)XY7YZes. 1itua)*o diversa " a do indiv&du#ue causa danos a algu"m/ pois o ,rg*o 8udicial poder ser acionado pelo lesado coereitivamente promover o rXY7YZssarcimento.  *o s, o 3ireito/ mas todas as normas de conduta social s*o dotadas de san)XY7YZepara a hip,tese de #uebra do dever. 2odavia/ a san)*o 8ur&dica/ diferentemente dademais/ atinge o plano material ou de liberdade do indiv&duo/ en#uanto as demanormas alcan)am apenas o plano espiritual. A san)*o 8ur&dica pode estabelecer

pena pecuniria ou a privativa de liberdade/ mas as demais se limitam N censurreprova)*o/ e<puls*o do grupo/ remorso. As normas 8ur&di7 cas/ em face do princ&pio dseguran)a 8ur&dica/ estabelecem as san)XY7YZes #ue poder*o ser aplicadas na hip,tesde sua viola)*o.Freviamente os interessados poder*o avaliar o tipo de san)*o inci7 dXY7YZnte e a suintensidade. Isto n*o sucede com as demais normas saciais/ #ue n*o so codi icadaHuem pratica a dela)*o contra colegas certamente ser criticado pelos membros dseu grupo. A rea)o deste/ todavia/ geralmente nRo " previs&vel.

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  3esde #ue a miss*o do 3ireito " a de regular o conv&vio e prover a ordem social/ vde regra as suas normas se referem apenas ao plano e<terno das pessoas/ de tal mod#ue/ uma vez observada ob8etivamente a conduta e<igida/ a obriga)*o estadevidamente satisfeita. *o importa/ assim/ se o devedor/ com m vontade ou revaltpague ao seu credor. o mesmo sentido as regras de trato social/ #ue se eontentageralmente com a e<terioridade da conduta.

 As regras morais/ ao contrrio/ impXY7YZem7se fundamentalmente no plano dconsci>ncia. Um e<emplo prtico esclarece a distin)*oS se por falta de oportunidade indiv&duo n*o pratica um delito/ n*o ter cometido infra)*o legal/ mas ter capituladdiante das regras morais. hip,teses/ todavia/ em #ue ao 3ireito " relevante apurar o plano da intencionalidade isto ocorre diante apenas de algum fato con7 ereto. 4 cirurgi*o/ v.g./ #ue leva N moro seu paciente pader ou n*o ter cometido delito. ImpXY7YZe7se/ nessa hip,tese/ pes#uisa do elemento sub8etivo/ finda a #ual poder7se7 classi icar o fato como l&cito oil&cito.

XL:'Zrzi.osoXY7YZ 3o 3i<XY7YZrro

$ap&tulo @3IME14 A0I4G5I$A 34 3I6EI24  svXY7YZoS 'L. A o)*o de @alor. ':. @alor e 4ntologia. ''. 3ireito e @al!  T9. $lassifica)*o dos @alores Juridicos.'L. A o)*o de @alor   Pelo fato de o homem no bastar a si pr,prio/ investiga a natureza na busca dob8etos #ue supram as suas car>ncias. Por n*o se contentar com a satisfa)*o de suanecessidades prirrlrias/ conce7 be inventos e constr,i o mundo cultural. Procuadaptar o mundo e<terior Nsua vida/ ao mesmo tempo em #ue cuida de sua pr,pria  8 p #uisa de recursos/ o homem adapta)*o N realidade ob etiva. ene at vamenvaliosos/ ta elassiflca os ob8etos em positiva e g nto #ue favore)am ou contrariem oflns a #ue visa al p d"r XY7YZmitir u&zo de Em rela)*o a um ob8eto/ o homem [  realidade e 8u&zo de valor. Pelo primeiro/ o su8eito cognoscente rocura conhecer ob8eto/ inteirando7se de suas peculiaridadcs e paracter&sticas. Ao pes#uisador n*importa/ nesse processo/ as rea)XY7YZes #ue o ob8eto Ihe proporciona/ nem esto e

XY7YZogo as suas refer>ncias. de constatar a realidade tal eomo ela se lhe resenta. $onhecido o ob8eto/ " natural #ue o ho<nem proXY7YZeda ao 8u&zo de valomomento em #ue considera tanto as proptieda7 des ou #ualidades #ue s*o oferecidapor a#uele/ #uanto as suas r, rias necessidades. o universo das colsas/ segund5arc&a Mo "nte nada h #ue se8a indiferente para o homem/ pois todas possuemXYZvalor/ positivo ,u negativo : Pensamos #ue a assertiva " verdadeira desde #uconsideremos os interesses do g>nero huma7

: Manuet 5arc&a Morente/ op. cit/ p. ';.

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  no/ n*o o indiv&duo concreto. Este/ diante de um ob8eto/ pode apresen7 tar tr>rea)XY7YZes distintasS sentimento de aprova)*o/ de re8ei)*o/ de indiferen)a Uaparelho ortop"dico/ consultado o interesse do g>nero humano/ " ob8eto #ue encervalor positivo. Em face/ por"m/ de um indiv&duo em particular/ #ue dele n*o necessit" algo indiferente.  *o obstante nos se8a familiar a no)*o de valor/ comple<a e dif&cil " a sua teoriza)*a come)ar pelo problema de sua defni)*o/ #ue n*o " poss&vel pelo m"todo l,gicsegundo o #ual definitiofitper genus XY7YZro<imum et differentiam specificam. Ispor#ue a id"ia de valor e considerada conceito7limite/ carecendo de outroconceitos em #ue se possa .fundar. 2anto #uanto se diz #ue Qser " o #ue "Q/ pode7seirmar #ue Qvalor " o #ue valeQ/ consoante otze e Miguel 6eale.' 4 eoncelto de ser e dvalor s*o irredut&veis.  a pol>mica sobre o problema da localiza)*o dos valores/ a cor7 rente dsub8etiv/isrZio a<iol,gico/ defendida por 4rtega y 5asset/ Mei7 nong/ $hristian voEhrenfels/ entre outros/ sustenta a tese de #ue os valores n*o t>m valiciadeporsi/ vist

#ue o su8eito atribui signi icado Ns coisas de acordo com a rea)*o positiva ou negativ#ue lhe provocam.Para 4rtega/ o su8eito confere dlgnidade ao obXY7YZeto/ atnbuindo7lhe valor conforme prazer ou agrado #ue :he traz Ehrenfels pensa #ue um ob8eto " valioso na medida em#ue o dese8amos.  4 ob8etivismo a<iol,gico/ seguido notadamente por Ma< 1cheler e icolai artman

 8ulga #ue a e<ist>ncia dos valores independe do su8eito/ pois prescindem de cstimativou conhecimento. 4s valores teriam e<ist>ncia em si e por si. Para artmann/ ovalores s*o ess>ncias #ue integram a ordem do ser ideal/ e<istem autonomamente possuem o carter de princ&pios/ n*o dependendo assim de realiza7 )Ro. 1egundo Ma1cheler/ os valores independem da variedade de formas de pro8e)*o e eontinuae<istindo ainda #ue as coisas se modifi#uem. 4 valor da amizade n*o desaparec#uando algu"m pratica um ato de trai)*o ao amigo. Para 1cheler e artmanos valores formam uma ordena)*o hierr#uica absoluta e imutvel/ #ue pode sintu&da em um contedo aprior&stico. A intui)*o a<iol,gica conduziria a resultados t*categ,ricos e claros #uanto aos da I.,gica e da Matemtica/ mas da mesma forma #uas e<pressXY7YZes dessas ci>ncias de ob8etos ideais n*o s*o acess&veis compreens*o de todos/ h os #ue n*o s*o capazes de atingir a perfeita intui)*o docontedos

' Miguel 6eale/ Filosof! do 3ireito/ XY7YZ ed./ 1araiva/ 1*o Paulo/:C'/ p.:CB.XL:'ZPAU4A3E6a<iol,gicos. 2al conXY7YZP *o N luz do 3ireito/ foi criticada por einrich enXY7YZePoXY7YZs a intui)Ro certeXY7YZra e a hierar#uimXY7YZbXY7YZ 4XY7YZtaria um b e elabora)*o de sistemas 8uriXY7YZXY7YZos homog>neos/estudo comparatista das o9dena),es 8uriXY7YZXY7YZ Para se constatar a diversidade davalora)-XY7YZ.

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  "m atribua valor a um ob8eto " preciso #ue este Para #ue algu sidades da#uele. par rena propriedades #ue satisfa)am Ns neXY7YZde tal entendimento/ pode7se XY7YZogitar de uma escolha universal de valores/ eomuXYZ ao g>nero humano pelo #ue este possui de constan7 P P XY7YZonslderando/ ine#u&voco o te/ pelo #ue lhe " r, rioXY7YZ XY7YZXY7YZ XY7YZ #ue 5arc&aMoren7 carteabsoluto dos valores. Foi sob esse Rn lote/ ao desenvolver a anlise ontol,gica dos valores/ afirmou #ue eles s*o absolutosPara o fil,sofo espanhol/ os valores seriam alheios ao  mpo/ ao espa)o e N #uantidade. Ao tempo/ por#ue os valores n*o  te se modiflcariam historicamente/ ainda #ue houvesse diverg>ncia de opiniXY7YZeem "pocas diferentes. 3izer/ por e<emplo/ #ue h a)XY7YZes #ue foram considerada

 8ustas em uma fase e in8ustas em outra n*o seria uma ob8e)*o/ pois seria o mesm#ue se apregoass #e antes de Pitgoras o seu teorema n*o seria verdadeiro ou e!ton n*o havia a lei de gravidade. 4s valores seriam alheios ao espa)o/ pois n*perderiam a sua #ualidade com a varia)*o de lugares.

  Assim/ um #uadro n*o poderia ser bXY7YZXY7YZ XY7YZ mb"m "r m indepen7 outrEm rela)*o N #uantidade/ os va ois n*o seria poss&vel cont7los ou dividi7los. Pa5arc&a /P Mor" te os valores n*o seriam coisas e nem elementos das coisas/ neinte ariam a categoria do ser/ mas do valer. Enfim/ para ele Qos  #ualidades de coisas/ #ualidades irreais/ #ualidades valores s*o alheias #uantidade/ ao tempo/ ao nmero/ ao espa)o/ e absolutas.  Entre os caracteres dos valores/ a e<emplo de Miguel 6eale/  distinguimos a bipolaridade/ incomensurabilidade/ implica)*o/ referi7 bilidadpreferibilidade egradua)*o hierr#uica. %ipolaridade signi7 fica ue a cada valor posittvcorz\esponde um negativoS amor e ,dio/ 8ust a e in8usti)a. Incomensurabilidade " nota #ue cort\esponde N n*o uantifica)*o dos valores no sentido de #ue estes n*podem  / / ser d mensionados em nmeros. Assim/ n*o ha como se 8ulgar #ue um #uadart&stico se8a duas ou tr>s vezes belo. A caracter&stica de  clcl XY7YZ/ \rauXY7YZ/ 9 einrich enel lntroduXY7YZXY7YZi,n a la FilasoXY7YZ :?Madrid/ p. 9B.; Manuel 5arc&a Morente/ op. cit/ p. 'C.FII.414FIA 34 3I6Er24implica)*o consiste em #ue os valores se realizam historicamente em um processo #u

influi na realiza)*o de outros valores. A sele)*o de valores n*o se faz por acaso/ made acordo com um sentido ou dire)*o/ afigurando7se tal necessidade de sentido oreferibilidade como outra caracter&stica dos valores. $onforme Miguel 6eale/ os valores*o entidades vetoriais/ no sentido em #ue apontam sempre para um determinado fim

 A nota de preferibilidade revela #ue a escolha ou op)*o entre valores implica nidentifica)*o do su8eito com o ob8eto valorativo em determinado momento. A ades*o um valor corresponde a um 8u&zo de prefer>ncia. 4s valores se apresen7 tam ao esp&cihumano como um le#ue de mltiplas op)XY7YZes/ pelo #ue impXY7YZem a organiza)*de uma ordem de prefer>ncia/ de uma gradua)*o hierr#uica. Esta e<iste tamb"m n

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mundo do 3ireito/ tanto no #ue se refere aos valores 8ur&dicos #uanto aovalores referidos pelo ordenamento.  6elativamente N classifica)*o dos valores/ apresentamos uma listagem gen"ricelaborada por Ma< 1chelerS valores teis ^ade#ua7 do/ inade#uado/ convenientinconveniente[O valores vitais ^forte/ fraco[O valores l,gicos ^verdade/ falsidade[O valoreest"ticos ^belo/ feio/ sublime/ rid&culo[O valores religiosos ^santo/ profano[O valores "tico^8usto/ in8usto/ misericordioso/ desapiedado[. 4s valores 8ur&7 dicos foram situados entos de natureza "tica. Ao tra)ar a hierar7 #uia dos valores/ Ma< 1cheler discriminou seguinte ordemS valores ? religiosos/ "ticos/ est"ticos/ l,gicos/ vitais/ teis.':. @alor e 4ntologia  *o est*o acordes os fil,sofos #uanto N situa)*o dos valores perante o #uadro dontologia regional/ pois en#uanto alguns reco7 nhecem a sua autonomia -ntica/ outronegam7lhe essa possibilidade.4s ob8etos/ materiais ou espirituais/ #ue cercam os homens e envol7 vem sepensamento/ distribuem7se por fai<as ontol,gicas/ #ue pos7 suem caracteres e m"todo

pr,prios.  Ao elaborar o seu #uadro da ontologia regional/ $arlos $ossio contemplou os ob8etoideais/ naturais/ culturais e metaf&sicos/ mas indaga7seS os valores se classificam euma das categorias ali dispos7 tas ou virtualmente possuem natureza independentconstituindo

 D Miguel 6eale/ op. crt/ p.:L.? Apud op. cit. / Manuel 5arc&a Morente/ p. 9LL.XL:'ZFa/osoXY7YZn XY7YZo 3nXY7YZrro D9PAU3 XY7YZE6 pensadores reduzem os valores I e A:g / sem e<7 b8etoontol,gXY7YZic XY7YZ PXY7YZmponentes dos o uma fai<a culturais N condi)Ro de si PXY7Yob8etos/ #ue se formam peo ou espiritual/ re7 ela atividade humana pressRpr,Prid" eterminado suporte corP,/ o 3XY7YZeito apresenta dirigida/ al"m do o mundda cultur : e valor. 3esde nem valores7 IntegraXY7YZ formado pela conduta so 1u eide um 8uizo suporte nRo7cor Gl, ico pode ser referido como oXY7YZa no # p uadda #ue o mundo m s #ue deva ter en)a aut-n a de 6eXY7YZas"ns l,gico/ pensgionaEm estudo anterior/ sob a in du qXY7YZe conota)XY7YZes ontologia re : res entre oob8etos i e : 6eale/ evo7 1iches/ situamos os va o s notadamente de Migue

  \ 1ob alguns est&mulo XY7YZnhecendo. atualmente/ plena auto7 pr,prias a concep)*re es se XY7YZPresentem impregnados lu&mos em noss 7 o obstante est mento. Eleno nomia nos val, XY7YZ apenas se pro8etam e se XY7YZ por ficam/ apenas se noob8etos rea m XY7YZ coisas em #ue s eXY7YZstem como princ&pios/ se identifica XY7YZXYZXY7YZ de serem XY7YZonsagrl"," XY7YZiXY7YZlai artmann. 1e h manifestam aXY7Yde MXY7YZ 1che #

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  77 reduzem nestes. A bipoia XY7YZb XY7YZt,s ideais/ e en#uanto esXY7YZ5XY7YZ XYZuXY7YZ 7XY7YZ777 " apenas PoXY7YZlvel entre os ura)  tificveis/ a#ueles no so pass&veis de mens *o.''. 3ireito e @alor valores " um fato da e<pe7 ireito temrg" #uando " #uestiona sXY7YZ , pXY7YZnXY7YZ Hue o 3 ri>nci a. A controv"rsi doXY7YZXY7YZpositum. Ahumana. 1 estim e h tRnciadovalornaform mo integram a Pr,priavida  fazem parte do 3ireito co ue se acha prof ente teorizado undam esse " XY7YZoartimento filos,fico # eri>ncia do cotidiano/ um P a e<p p[ica em valorar.  a XY7YZmpreens*o se fund XY7YZ XY7YZ ato de viver im oisas/ na mXY7YZ XY7YZuXY7Ymundo dos valor ui valor Ns XY7YZ o do chamado planos de vida/ o homem atriFstabelecendo am aos seus interesses.  / por suas propri adXY7YZXY7YZ sa d" ameios #ue XY7YZabilizem a medida em #ue <io ato de cria)*o dora/ poXY7YZs o homem XY7YZ ato de viver e g discrimmcriatividade " seletiva/ XY7YZ o XY7YZl e realizar o #ue lh e<ist>nciaO a ar7se do #ue XYZe Pare do Positivamente XY7YZ procura desvencilh b/XY7YZsca permanente 7 e

sempre parece o bem. A a)o humana " do ser racional  va[ioso/ do #ue atende Ns nXY7YZessidades

B lrurodu1 Es!do do 3ireito/ DXY7YZ ed./ Forense/ XY7YZo de Jaoeiro/:CC/ PXY7YZ C9.se logra ><ito na procura. 4s ob8etos culturais/ #ue resultam do trabalho do homemrealizam sempre valores. Embora estes possam ser negativos/ o empenho do homemno sentido de concretizar os valores positivos/ a#ueles #ue suprem as suanecessidades.  $omo o 3ireito" processo elaborado/ n*o produto espontRneo da natureza/ o valor um de seus componentes bsicos. lW #ue o engenho humano/ como ob8eto culturarealiza valor. Parte de um macropro8eto de vida/ o 3ireito " instrumento de aprova)*do bem XY7YZ de re8ei)*o do mal. Ao diseiplinar o conv&vio social em #ual#uer aspecto 3ireito apresenta um 8u&zo de valor. A lei/ ao proibir uma conduta/ emite 8u&zo dreprova)*o. 4 crit"rio da fonte elaboradora assenta7se em base "tica. Ao captar no)*o de bem no mundo ob8etivo/ onde a natureza humana " dado fundamental/ Moral limita e condiciona a a)*o do legislador/ levando7o a acatar certos princ&pios. forma)*o da ordem 8ur&dica/ #ue visa a conserva)*o e progresso da sociedade/ n*o sprocessa aleatoriamente/ mas N luz de postulados "ticos/ e o 3ireito criado n*o apena" irradia)*o de princ&pios morais como tamb"m for)a aliciada para a propaga)*

e respeito desses princ&pios. em todos os valores 8ur&dicos dimanam/ ampio/ como o#ue se referem aos esportes/ cultura/ sade/ produ7 )*o das ri#uezas. 2endo em vist#ue o #uadro social " m,vel e eXY7YZge a refcXY7YZrmula)*o 8ur&dica permanente/ novaregras de conduta social s*o cogitadas. 4 poder elaborador plane8a es#uemanormativos capazes de nianter &ntegro o edif&cio social e/ para tanto/ mediante retle<*e 8u&zos de valor/ impregna a nova realidade 8ur&dica com o sentido do 8usto. Aind#uando falho o crit"rio da fonte/ haver normas consagrando valores/ embonegativamente.

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  Al"m de realizar valores/ o 3ireito dispXY7YZe sobre valores/ isto por#ue ao disciplinas rela)XY7YZes de eonviv>ncia procura e<ercer a prote)*o dos bens #ue possuesignificado para o ser racional. A \da/ a liberdade/ o patrim-nio s*o valores relevantepara o homem/ \ #ue essenciais N sua vida. Eles s*o valores e<ponenciais e alvo daior aten)*o do homem. Em cada norma 8ur&dica vislumbramos upla incid>ncvalorativaS o valor humano e o \ur&dico. A norma J efere7se a algo #ue o homem estime o faz consagrando valores ur&dicos/ como a XY7YZusti)a e seguran)a. A sele)*o dovalores humanos ue dever*o ser alcan)ados pelas normas compete N Pol&ticJur&dica/ as esta se vale dos subs&dios da 1ociologia Jur&dica e Filosofia do ireito. ci>ncia da eoletivcdade indica focos de atrito social N trutura de poder/ en#uanto #uescientia altior do 3ireito aponta XL:'Z  PAUXY7YZ XY7YZE6 FI414FIA 34 3 I6El24 D; DD os desa ustamentos "ticoEmbora #ual#uer filosofia se8a refle<*o incondi ionada/ o legislador parte sempre/ esuas investiga)XY7YZes "ticas/ de ideologias #ue XY7YZmandam o Estado. p Filosofia d3ireito aplicada se apresenta/ assim/ interligada e de endente da Filosofia do Estad

anos. as nonnas po Ao tutelar os interessXY7YZ hum dem busXY7YZar o XY7YZm eroibi)*o de uma conduta #ue se reconhXY7YZe Pemiciosa oucomum p p XY7YZXY7YZtamento #ue se 8ulga necessrio.XY7YZpondo a realiza) XY7YZo d XY7YZr XY7YZ" tica de bipolXY7YZXY7YZde/ segundo #ual Isto " uma decorr>n i negativo. 4 legislador pode a todo valor positivo correspondun positivos e apXY7YZnas indi7 pregar uma linguagem onde r XY7YZ a XY7YZ ti o,r1e te<to legislado disp em XY7YZe retamente e<clua ou condene os  ue a liberdade " um direito fundamental e a ser preservado sob pena  # i&>ncias im licitamente cont"m uma regra de de determinadas conse# XY7YZ t pe XYZmo alteroativa/ re proibi)*o7 Podena/ d\XY7YZlortv d do e<press feXY7YZ7se aamente condutas de cer7 valor negativo ou desv XY7YZ m valor positivo/ en#uanto #uo ceamento da liberdade. Fsta " u  XY7YZrceamento do amplo direito de ir7e7vir " valor negativo ou desvalor.

  2anto os valores 8ur&dicos #uanto os tutelados pelo 3ireito possuem um ncleimutvel e uma parte suscet&vel de varia)*o e #ue evolui historicamente7 $omo 3ireito " uma ordem racional #iXY7YZXY7YZ se refere ao ser humano em sociedade n*o possui contedo plXY7YZ 97 mente convencional #ue e< ressfundamentalmente a natureza \.

  de seus destinatrios h de ap resentar um acervo de princ&liicXY7YZXY7YZ/  \ 7 Paralela e secundariamente/ ..  regras bsicas e valores permanent " elementos mais espec&ficos/ esse substra

 8ur&dico se desdobra al. As altera)XY7YZes # #ue v*o re er diretamente a realidade soue se processamgno meio social em decorr>ncia dos avan)os cient&ficos e  uma revis*o nos valores sociais. A pr,pria/ tecnol,gicos impXY7YZem XY7Y$onformeXY7YZ Moral ositiva n*o se acha infensa a transforma XY7YZes.

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  Evand , Agazzi adverte/ a refle<*o moral deve acompanhar o surto de progresssob pena de n*o ser m : do/rna con ldeba)*o a\/ Moral/ o desenvolvimento implicvalores #ue anlise dos novos fatos e/ de outro/ na ado)*o de outros  se sintonizem com a realidade. 4 senso moral n*o pode flcar alheio diante dfen-meno de transplante de ,rgRos animais/ de m"todos anticoncepcionais/ dinsemina)*o artificial.

7XY7YZ la/ 1XY7YZo Paulo/:BB/ PXY7YZ :'B C Evandro Agazzi/ A $iXY7YZncia c a@alores/ F7XY7YZi1XY7YZ XY7YZ  En#uanto #ue o substrato 8ur&dico " imutvel/ o seu desdobra7 mento " eambiRvel7 liberdade/ como valor humano puro/ " catego7 ria permanente e indissocivel do seracional. Em sua concre)*o/ tal valcr alcan)a formas #ue variam no tempo e no espa)Isto ocorre/ tamb"m/ com a 8usti)a/ #ue " o valor m<imo do 3ireito. o 8usto/ cu8amedidas se modificam de acordo com as altitudes e latitudes/ e h o 8usto absolut#ue/ por se referir a fatos n*o7convencionais/ #ue e<pressam o natural e<istente n

homem/ apresenta f,rmulas t*o permanentes #uanto a natureza humana7 4s valorese fazem presentes nos sistemas 8ur&dicos por inter7 m"dio de normasO emergem7scom os padrXY7YZes de conduta ou mode7 los de organiza)*o estabelecidos pelo pode

 Ao seguir as normas 8ur&dicas/ os destinatrios destas realizam valores/ acXY7YZuele#ue o poder social reconheceu como oportunos ao e#ull\brlo social. 4s valores 8ur&dicon*o guardam/ todavia/ absoluta depend>ncia Ns normas/ visto #ue se manifestatamb"m em princ& ios consa rados P g ao longo dos tempos. $om alguma fre#`>ncios tribunais recorrem aos princ&pios gerais de 3ireito na solu)*o de casos. Ainda #use identif#ue a natureza desses princ&pios com os do ordenamento 8ur&dico/ h #ue sadmitir a hip,tese de se recorrer N heterointegra7 )*o na busca de princ&pios aplicveiE essa ocorre sempre #ue o sistema n*o oferece o recurso #ue se procura. 4 valoadvir/ entRo/ do 3ireito atural/ 3ireito $omparado/ costumes/ entre outras fontes$onforme a doutrina de 6udolf von Ihering/ ao e<por a sua teoria do fim/ o 3ireito teleol,gico/ pois " um mecanismo #ue se ordena para a realiza)*o de fins. $onsiderado motor do 3ireito/ a id"ia do fm n*o se confunde eom os valores. A id"ia do fimconstitui apenas uma e<press*o metodol,gica/ pois corresponde a algo #ue se achdiferido/ n*o presente e #ue e<ige implementa)*o/ um iter onde se dever recorrer meios ade#uados7 E o alvo a ser atingido " representado sempre por um valor. Umvez eleito o valor funda7 mental/ estrutural/ #ue se erige em fim do 3ireito/ devem se

criadas as estruturas normativas #ue viabilizar*o o desiderato. a rela)*o entre valoree fins/ pensava 5arc&a Mynez #ue os primeiros condi7 cionavam os segundos/ pois ohomens elevam N categoria defim o #ue estimam valioso. 2omando7se a paz como fim do 3ireito XY7YZonforme concebia Ihering/ verificamos #ue ela " um valor/ o #ual/

XY7YZXY7YZardo 5arc&a Mynez/ Floso8ta del3erecho/ 'XY7YZ cd./ Editorial Pomia 1.AMf<im/:_B;/ p. ;:;.XL:'Z

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  p AU4A3E6 D? uma vez considerado o fim do 3ireito/ pressupXY7YZe recursosociais ue induzam a viv>ncia de valores #ue/ no seu con8unto/ promovem  ue se aspira/ ou se8a/ a paXY7YZ a#uilo a # 4s valores fazem parte da essencialidaddo 3ireito. Estg :o ra Hue cont"m valor lXY7YZdade dos ,res # e o seu fim nmedida em arte/ a 8ustiFlca)*o do 3ireito se faz pela H ositivistas. A mais radi"ncerra. 3ivergem/ nesse ponto/ as versXY7YZes p a pQira/ nRo p com a sua 2eori cacomo a assumida or ans Vee o 3ireito seria uma estruturaprocede N analise dos valores/ 8 # t es iritualis7 normativa a comportar #ual#ucontedo. As corren es tas reivindicam certos padroes "ticos como suposto dlegitimidade e validade intr&nseca dos ordenamentos.  4b8eto de grande #uestionn 8eXY7YZdade gaz parlei in8ta/ cu8o te do cerne da  estudo/ por sua amplitude e co P ue o 3ireito " instrumen7 Filosofla do 3ireitPartindo da no)*o de #  to para a realiza)*o da XY7YZ rXY7YZacle forma)*o 8 nat alista cont st m essenciaalguns pensa o /

  validade N lei in8usta/ negando7lhe o selo de 8uridicidade. 4 modo como se concebe3ireito e a chave condicionadora da mat"ria. 1e se erige o valor 8usti)a N condi)*o dmeta optata/ n*o hg como se reconhecer validade na lei in8usta. 4 racioc&nio h de sl, ico/ como l,gica " a concl*o de ue um ob8eto dei<a de e<istir como tal no  lh nha a faltar um componente essencial.momento em #ue e ve pro7 $onsiderando #ue o ob etivo imediato do 3ireito " o deorcionar N sociedade as condi)XY7YZes de e#uil&brio ao seu e<erc&cio/ vemos nseguran)a o valor 8ur&dico de primeiro gra P A realiza)*o da 8usti)a " um anseio/ umcomplemento da maior im ortRncia/ #ue h de ser perseguido p ue nunca se e<aure$omo ermanentem"nte e  #uadro social se acha em constante devenir e com ele o ordena7 a o mento 8ur&dico/aperfei)oamento do XY7YZXY7YZ a)*o de nomas 8 cXY7YZ/ bca perene. Para ocentros de elatanto a id"ia de 8ti)a uanto a de 3ireito atural devem figurar como refer>ncia nos p,cessos seletivos/ influenciando ainda/ em XY7YZXY7YZe `>ncia/ nas etapas dinterpreta)*o e aplica)*o do 3ireito.  g / g A dimens*o a<iol, ica atua/ no 3XY7YZ iXY7YZ de ef" XY7YZvidade # madoue/ em ropriedade gera pro cia. 4bserva7se/ pois/ ra/ e a sua imp r XY7YZ perda d

vig>n cadeia de efeitos/ podem leva lica em repdio imediato. 1e assim #ue in8usto na lei n*o imp XY7YZlnerveis/ p ocorresse/ os sistemas 8ur&dicos seriam ois suaXY7YZalidaXY7YZ de ob8etiva dependeria da concordRncia de seus apheadoreuanto ao seu contedo "tico. Embora se possa bcar na ordem natural daFI414FIA 34 3I6El24 1 _coisas as pautas a<iol,gicas/ com transpar>ncia de crit"rios ob8etivos/ " inevitvel diverg>ncia nas avalia)XY7YZes. 1e o crit"rio do 8usto pudesse ser aferido medianes#uemas matemticos/ dever7se7ia considerar o valor 8usti)a como elemento essenciao 3ireito/ com o peso de todas as conse#`>ncias l,gicas.

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  3ado #ue o habitat do homem " o meio social/ ele aspira o estado de ordem e d 8usti)a. Para obter a concre)*o de tais valores/ em um processo de adapta)*o e<trorgRnica/ o homem elabora o 3ireito. Este " um ordenamento cu8o escopo " o de impoa viv>ncia da#ueles valores. 2anto os valores 8ur&dicos #uanto os da e<peri>ncia emgeral s*o percebidos nitidamente pelo esp&rito humano/ embora nem todos saibadefini7los.  En#uanto a teoriza)*o dos valores " atividade intelectual ao alcance apenas de umclasse de fil,sofos/ os homens atuam e inte7 ragem socialmente movidos por pautaa<iol,gicas. 4 conhecimento #ue a generalidade dos homens possui " de naturezvulgar/ ad#uiri7 do pela viv>ncia prtica e produto da observa)*o. Assim/ n*o h#uem n*o possua as no)XY7YZes de amor e ,dio/ prazer e dor/ 8usti)a e in8ustiXY7YZa.2ambem por e<peri>ncia os homens elegem uma escala preferencial de valores. &ndole das pessoas/ sua personalidade e carter reve7 lam7se pela sele)*o e hierar#ude valores. $omo a personalidade humana " evolutiva/ evolutiva " tamb"m a tbuindividual de valo7 res. Esta se modifica tamb"m/ em certa medida/ com transforma)X

YZes #ue se operam na vida humana.'9. $lassifica)*o dos alores Juridicos  Por ser a e<press*o do bem e devido ao seu XY7YZmplo alcance/ a 8usti)a " o vale<celso #ue h de orientar na elabora)ao e aplica)*o do 3ireito. A 8usti)a substanciaa#uela #ue efetivamente proXY7YZor7 ciona o seu a cada um/ " uma s&ntese de diversovalores 8ur&dicos.Uma vez alcan)ada/ outros valores se realizam/ como a paz social/ a liberdade/ o becomum. $om a aplica)*o da f,rmula substancial7 mente 8usta n*o pode haver afrontN#ueles outros valores. 2al n*o ocorre/ todavia/ em fun)*o do valor seguran)a 8ur&dic#ue/ al"m de um saber a #cce se ater/ proporciona a certeza de #ue a orde

 8ur&dica contempla os interesses fundamentais da pessoa humana. Atenta contra o valseguran)a 8ur&dica o magistrado #ue/ no af* de dar a cada um o #ue e seu/ dentro duma rela)*o 8ur&dico7processual concreta/ abandona o crit"rio legal e 8ulga conforme sua consci>n7 cia/ ainda #ue por uma decis*o substancialmente 8usta. Justi)e seguran)a s*o os valores 8ur&dicos fundamentais #ue/ uma vez consa7 grados nordenamento/ dotam o 3ireito de um indispensvel con7 XL:'Z  p AU4A3E6 DC tedo "tico. Em sua ampla comPreenso/ a dimensRo da 8usti)no se limita a crit"rios reguladores de fatos. A ordem 8uridica n*o ser 8usta se omissdiante de #uestXY7YZcOs sociais relevantes ou se dei<ar de estabelecer estXY7YZmulos

realiza)*o de valores humanos ou sociais.  5arc&a Mynez classifXY7YZlcou os valore.s 8ur&dicos em tr>s categoriasS  XY7YZamentaisS 8usti)a/ seguran)a 8ur&dica e bema[ valores 8uXY7YZicos chamada id"ia do 3ireitoO b[comum/ #ue/ em seu con8unto/ fo d de aldade e paz socialO c[ valo7 valores8urXY7YZicoconsecutivosS liber e pXY7YZ XY7YZtem a aplica)*o dosfunda7 res8ur\idXY7YZos XY7YZXYZeXY7YZaXY7YZS valores # e consecutivos. esta ltima categoria incluiu achamadas mentais / #ue atuam como instrumento N realiza)*o de garantias coX

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YZtitucionais ies lo valores 8ur&dicos de outras espXY7YZ dicado or 2oms de A#uino id"ia do bem comum/ valor in P  como a causa final do 3ireito/ " alcan)ada socialmente #uando os membros dsociedade no earecem de recursos/ materiais ou espiri7 tuais/ indispensveis N suvida. Para einrich enel/ a id"ia do bem comum ue corresponde N regfundamenf, ma) o ucdd ca a #ue / 8ur&dico/ Qe<iste anteriormente N tod PXY7YZsamos #ue a id"ia do bem serve de diretriz e de converg>ncia.  em certo sentido/ acha7se compreendida no eonceito de 8XY7YZt ) /ocial/ valor esscomprometido com a distribui)*o mais e#uR7 nime das ri#uezas.

:L Eduardo 5arc&a Mynez/ op. cit./ p. ;9.:: einrich enet/ op. cit/ p. ?:'.$ap&tulo @I3IIEI24 E $4A4

1UM]4S ';. $onsidera)XY7YZes Pr"vias. 'D. $oa)*o/ 1an)*o e 5arantia Jurfdica. '4 1igni8icado da $oa)*o para o 3ireito. 'B. $onclusXY7YZes.';. $onsidera)XY7YZes Pr"vias  Ao mesmo tempo #ue define as condutas interindividuais e dispXY7YZe sobre modelode organiza)*o/ o 3ireito Positivo apresenta um mecanismo de for)a/ #ue visa assegurar o cumprimento de suas disposi)XY7YZes e a compensar viola)XY7YZeirreparveis de direitos. 4s sistemas 8ur&dicos s*o dotados/ assim/ de coa)*o/ #ue " for)a a servi)o da ordem social. A sua importRncia " vital/ pois o 3ireito " necessidadimperiosa e n*o mera conveni>ncia/ n*o devendo fcar ao alvedrio de seudestinatrios. A for)a se revela/ assim/ como instrumento valioso do 3ireito na busca destabilidade social. 2o7 davia/ n*o basta #ue o sistema 8ur&dico possua ampla previs*coativa/ pois " indispensvel #ue a for)a se8a apenas o complemento de uma s,lidestrutura "tica/ a fm de #ue o 3ireito Positivo se imponha legitimamente nas rela)-esociais. W um dado da e<peri>ncia #ue os homens/ ainda #uando ciosos do significaddo 3ireito para a paz e bem7estar social/ sRo eapazes de romper os la)os dsolidariedade e transgredir voluntariamente os mandamentos 8ur&dicos. Edecor7 r>ncia da imperfei)*o humana/ #ue permite a viola)*o dos instru7 mentos dcontrole social/ " precXY7YZso #ue os sistemas8ur&dicos aspirem N efetividade e/ par

tanto/ n*o devem limitar7se N fun)*o diretiva/ mas desenvolver tamb"m a coativconforme salienta Arias %usta7 mante.l *o " suficiente/ portanto/ o teor "tico danormas para se

 : QInQ $iencioy Filuso8ta del 3erecho/:XY7YZ ed./ Ediciones Jur&dicas Europa AXY7YZgXYZcXY7YZ//XY7YZnXY7YZ /P XY7YZ .L XY7YZ:XY7YZ  Aires/:_: . 9LD. XY7YZ XY7YZ O8XY7YZXY7YZyXY7YZXY7YZ XY7YZXY7YZ/: r XY7YZ XL'CZ/l9 ..XY7YZSXY7YZ99\XY7YZ9XY7YZSXY7YZ rXY7YZ. XY7YZ.XY7YZ / XY7YZ e. XY7YZ\XY7YZ. .XL:'Z

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?Lp AU4A3E6obter a observRncia da leiO " indispensvel #ue o ordenamento 8ur&7 se utilize doest&mulos e<tras da coa)*o/ san)*o e garantiauridica. Para FrancesXY7YZo $arnelutti/ recorrer N for)a " Imprescind&vel ao 3ireito Qdmesmo modo #ue para retiflcar a economia se / PoXY7YZ para dominar as resis7 devoperar economicamente/ assim tamb" para o urista italiano/ o t>ncias f&sicas se devoperar fIsicamente 8#ue distingue a for)a adol de a emp ega to da #ue " usada contra o 3ireito " o ftpara o #u Embora a coa *o revele uma dimens*o psicol,gica/ represen7 tada petemor #u" nfunde na consci>ncia e #ue induz N obedi>ncia/ a for)a de #ue dispXY7YZe3ireito possui tamb"m a dimens*o f&sica.pp,s destacar #ue a eoa)*o sicol,gic ans XY7YZ Vel enlo I: entao # *o o P ue distingue das demais ordens sociais/ P  3ireito " uma ordem coativa n*o por e<ercer a#uele ti o de cons7 trangimento/ ma

por#ue produz coa)*o f&sica/ materializada na  priva *o da vida/ liberdade/ bens econ-micos e outros.  or e<emplo/ #uando em 8u&zo se p coa)*o estatal se manif ssdo devedor/ condu)*o determina a e<ecu)*o dos ben debai<o de vara da testemunha faltosa oupris*o civil do inadimplente em obriga)*o de alimentos. 1XY7YZm o poder de acionar for)a/ o Judicirio  otente ara cumprir o dever do Estado de conceder a P coa)*o pode seria Im manifestar7se tanto na hip,tese presta)*o 8urisdicIonal. A uanto nos XY7YZasos dtentativa/ e em tais de viola)*o da ordem 8ur&dica # XY7YZ:XY7YZ a entes dseguran)a ocorr>ncias " leg&timo o emprego da for a g \ # Po dem e<ercItar constrangimento f&sico sobre o respoXY7YZavel pela ue imento/ limitando7se anecessrio/ e de natureza eonduta. 2al proced XY7YZtese do estrito eumprimento ddever legal/ l&cita/ pois caracteriza a :XY7YZ revisto no $,digo Penal %rasileiro come<cludente de ilicitude.  p t do passado em #ue aos particulares se permi7 3iferentemen e tia am lamente rtica da coa)*o na defesa de direitos/ moderna7 p p pcional se considera leg&timo tprocedimento.mente s, em carter e<ce4 monop,lio da coa)*o pertence ao Estado/ #ue o e<ercita pelo Poder Judicirio e po

,rg*os da administra)*o pblica. Ju&zes e tribunais/ no Rmbito de sua compet>nciimpXY7YZem restri)XY7YZes N liberdade ou ao patrim-nio de pessoasO as autoridademunicipaiXY7YZ t>m o poder de pol&cia/ #ue lhes permite o emprego da for)a com

' QInQ 2coria 5eral do 3ireito/ 1araiva XY7YZa. Editores 1*o Paulo :;'/ p.:L9.9 2eoria pura do 3XY7YZuo/ trad. da 'i ed./ XY7YZXY7YZnio XY7YZado7Editor 1ucesso$oimbra/

  p. ?9.

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XY7YZI I.osorzA 3o 3 I6Erro ?:na hip,tese em #ue se determina a demoli)*o de obra n*o a8ustada Ns posturavigentesO a autoridade policial invade domiclifl onde se pratica delito e d voz de pris*4 poder de aplicar a for)a h de ser e<ercido com modera)*o/ pois ao mXY7YZmo tclnp#ue a XY7YZdem 8ur&dica permite o seu uso/ ela e<ige #ue as autoridades se mantenhadentro de limites detinidos em lei/ estabelecidos pelo interesse social ou impostos pelacircunstRncias. A viola)*o de tais limites caracteriza/ segundo a lei brasileira/ o crimdenominado abuso depoder. A ordem 8ur&dica autoriza aos particulares/ em situa)XYZes especiais/ o e<erc&cio da for)a/ se8a em atitude de autoprote)*o ou n*o. emprego da coa)*o/ #uando em defesa pr,pria/ " a)*o leg&tima e amparada em ledesde naturalmente #ue respeitados certos balizamentos. Ao homem comum do povpor seu turno/ " l&cito efetuar pris*o de indiv&duo surpreendido em flagrante delito.  $om oportunidade/ 5iuseppe umia correlacionou for)a e consenso/ ressaltando #uesses doXY7YZs fatores Qencontram7se entre si em uma rela)*o inversamenproporcionalQ.Q 3e fato/ nos regimes democrticos/ em #ue as leis e<pressam

consenso da maioria/ a tend>ncia " o menor uso da for)a. $ontrariamente/ noregimes autoritrios/ #uando as normas de comando social n*o refletem sen*o o cXYZuerer governamental/ o emprego da for)a se faz com maior fre#`>ncIa. $onformressalta o 8urista italiano/ assim como nas ditaduras n*o pode faltar algum consensonotadamente entre os #ue e<ercem o poder/ tamb"m nos regimes democrticos serimprescin7 d&vel um mmimo de for)a em rela)*o Ns nIinorias recalcitrantes.'D. $oa)*o/ 1an)*o e 5arantia Juridica  4 conceito de san)*o n*o se confunde com o de coercibilidade/ #ue " a possibilidadde a for)a ser acionada no campo 8ur&dico.En#uanto a coa)*o " a for)a em ato/ a coercibilidade " em pot>ncia.2al distin)*o " basica/ pois se a coa)*o se manifesta apenas eventual7 mente/ coercibilidade " um estado permanente da ordem 8ur&dica.Embora se afirme #ue o 3ireito Positivo se8a tamb"m um sistema coativo/ devemodestacar #ue h normas 8ur&dicas #ue nso possuem a#uela reselva de for)a. Elaeonstituem uma e<cSe*n e retratam sItua)XY7YZes especial&ssimas/ como a dachamadas obriga)XY7YZes naturais/ em #ue as dIvidas n*o s*o e<ig&veis/ com circunstRncia de #ue/ uma vez pagas/ n*o ense8am o direito de repeti)*o.

; XY7YZ In Princtpios de 2eorfa c Ideologia dcl 3errcho/ Editorial 3ebate/ Madrid/:B

p.:.XL:'ZFcl.osoFXY7YZa 3o 3I6Erro ?9  PAU4A3E6 ?' alavra coa)Ro " um termo anlogo/ visto #ue empregada A p XYZificado de reserva de distintamente na esfera 8ur&dica. Al"m do sifor)a do 3ireito/ " empregada na 2eoria 5eral do 3ireito e/ em conse#`>ncia noordenamentos 8ur&dicos como um dos v&cios dos ne ,cios 8ur&dicos. Acha7se prevista nart. C e seguintes do $,digo  g . $aracteriza7se/ nesse sentido/ como o cozXY7YZstrangi7 $ivil %rasileiro

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  sicol, ico de algu"m sobre o declarante da vontade. 2al mento p g g 8 / de vez upara prtica ense8a a anula)*o do ne ,cio ur&dico # p vincular o agente/ " indispensv#ue a vontade revelada se8 a es on7 tRnea. 1e a coa *o for de natureza f&sica/ nRo sco ptar de anulabi7 lidade/ mas de ine<ist>ncia do neg,cio/ p ois n*o oder diz#ue o a ente emitiu declara)o de vontade.  g Para XY7YZ<pressar o elemento for)a a sermXY7YZo do 3ireito/ h uma variadsinonimia registrada na literatura 8ur&dica/ sendo mais corren7 os coa *o e coer)*Mata7Machado/ em seu livro /3ireito tes os term / #uais destacamos e $oer)*apresenta um elenco de termos dXY7YZ iXY7YZvXY7YZade ine<orXY7YZvel autar#uiempregado por 6. 1tammler/ e imp b\IXY7YZd de por 6ecas"ns 1iches.ouine<ora :: a / d nto 8ur&dico al"m de definir a conduta Uma parte do or ename /e<igida/ prev> san)XY7YZes de diferentes tipos ao Pseus infratores. A san)*o 8ur&dica#ue " um dos meios adotados elo legislador para #ue o 3ireito Positivo alcance maio&ndice de efetividade/ " conceito #ue n*o se confunde com o de coa)*o. Fsta " for)en#uanto a#uela " apenas determina)*o de penalidade/ #ue pode ser acei

esponta7 neamente ou nRo pelos destinatrios. 4correndo esta ltima circuns7 tRncia/aparato coativo do Estado dever ser acionado. a mesma linba de pensamende,egaz y acambra/ associamos a id"ia de  pena ou castigo. Alguns autores como Mig : 6eale/ falam san)*o N em san)*premial/ partindo da no)*o de #ue san *o Q" garantia  da#uilo #ue se determina em uma regraQ \ 1an)*o premial seria a.  revisto no 3ireito para acXY7YZueles #ue/ em \S  hip,tese de benef&cio p rem seus deveres XY7YZur&dicos. Ela se \Q/ determinadacircunstRncias/ cump daria/ por e<emplo/ #uando a lei concedesse desconto especiao contribuinte ue pagasse o seu imposto antes do vencimento. Enten7 dendo #ua#ermmologia 8ur&dica/ tanto #uanto poss&vel/ deve assi7 milar o sentido comum dapalavras/ preferimos recorrer N e<press*o garantia 8uridica/ empregada por I.egaz y aXY7YZambra/ em lugar deXY7YZsan)*o premias 3e acordo com o notvel 8urisfil,sofo esXY7YZanhol/ garantia 8ur&dicatodo fator #ue contribui para dar ao 3ireito c ma<imo de efetividade. o sentido ampatribu&do N e<press*o/ verifica7se #ue abrange tanto a san)*o7castigo #uanto chamada san)*o7pr>mio. 2al #ual ocorre com o vocbulo coa)*o/ a palavra san)*possui tamb"m duplo sentido na terminologia 8ur&dicaS al"m de castigo ou penalidadesignifica a concordRncia do chefe do e<e7 cutivo com o pro8eto de lei aprovado pe

legislativo.  En#uanto #ue a coa)*o " caracter&stica e<clusiva do 3ireito Positivo/ a san)*o elemento comum aos vrios processos de con7 trole social. Em sua precisa defini)*o dfato social/ Wmile 3urheim inclui a coer)*o como elemento essencial. 4s fatos sociaseriam Qmaneiras de agir/ de pensar e de sentir e<teriores ao indiv&duo/ dotadas de upoder de coer)*o em virtude do #ual se lhe impXY7YZemQ.a realidade/ como o pr,prio soci,logo destaca/ #uando se e<peri7 menta violar a lei/ rea)*o social " no sentido de evitar a consuma)*oO

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n*o se obtendo ><ito em neutralizar a a)*o/ o intento ser o de anular o ato ou reverteo #uadro ao status #uo ante. 2al n*o ocorre relativamente Ns regras morais. Estas#uando consagradasp elo cor7 po social/ t>m o poder de intimida)*o/ n*o por"m o danular ou de recompor os fatos. Huando o autor de As 6egras do M"todo 1ociol,7 gicinclui a coer)*o como elemento fundamental aos fatos sociais/ somente poderia faz>7dando ao termo a acep)*o abrangente de press*o ou constrangimento de ordem moraelemento psicol,gico esse #ue se faz presente na multifria gama de fatos sociais.  As regras de trato social/ #uando n*o acatadas/ provocam san7 )XY7YZes aos seudestinatrios/ tais como a cr&tica/ reprova)*o/ censura.o mesmo sentido/ as regras morais/ cu8a san)*o m<ima " o remorso.Em se tratando da moral social/ a san)*o pode consistir tamb"m na m7f" e/ ainda/ ncritica/ reprova)*o/ censura. A san)*o 8ur&dica " &mpar/ pois " a nica #ue atinge liberdade e o patrim-nio dos indiv&duos. Ela penaliza/ tambem/ alcan)ando outrointeresses/ como ao impor a perda do ptrio poder/ a proibi)*o do e<erc&cdo com"rcio/ a e<onera)*o em cargo pblico. A san)*o 8ur&dica n*o se distingue da

demais apenas pelos bens #ue atinge/ mas tamb"m pelo fato de ser previamendefimda no ordenamento/ o #ue n*o se passa com as demais esp"cies/ pois as normavioladas carecem de previs*o #uanto ao teor e mtensidade das san)XY7YZes.

 D QInQ 3ireito e $oer)*o/:XY7YZ ed. $ia. Editora Forense/ XY7YZo de Janeiro/:DB 9DXY7YZ ? FilosoJl\a del 3erecho 'XY7YZ ed. %osch7$asa XY7YZitoXY7YZXY7YZXY7YZnXY7YZPa o :C9/ p XY7YZ B i)XY7YZes PreliminarXY7YZ XY7YZ 3irei/!/:LXY7YZ ed./ Editora Bz.C 4p. cit/ p. 9BC. As 6egXY7YZas do M"todo 1ociol,XY7YZco/ $ia. Editora acionat/ 1*o Paulo/:?L/ 9.XL:'ZFI414FIA 34 3I6E224 ?D?; PAU4A3E6'?. 4 1ignificado da $oa)*opara o 3ireito p #uest*o fundamental #ue envolve coa)*o reside na indaga7 *o se ela " elemento essenclal ao 3ireito. En#uanto opositivistas Ies ondem afirmativamente/ via de regra os espiritualistas negam7lhe a# condi)*o. $onforme lembran)a de egaz y acambra/ o reconhecimento dessencialidade da coa)*o n*o " postura e<clusi7 vamente positivista.lo Pensadores d

nomeada/ como 6udolf @on Ihering e Emmanuel Vant/ valorizaram o elemento for)a nid"ia do 3ireito. Para o famoso urista/ o 3ireito rene dois elementosS normXY7YZ coa)*o/ sendo #ue  8 XY7YZXY7YZ \ uma norma ur&dica sem cog>ncia " uma contradi XY7YZ *o em mesmaXY7YZ um fogo #ue n*o #ueima/ uma luz #ue no ilumina. 4 fato dhaver normas de conviv>neia observadas independente de coa)*o/ como as das seitareligiosas/ n*o #uer dizer #ue e<er)am a fun)*o de comando 8ur&dico/ peXY7YZa XYZeXY7YZgXY7YZ Para ele/ se isto fosse procedente/ verdadeiro tamb"m seria dizer7s

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#ue as normas de relacionamento de Hual#uer associa)*o/ ainda #ue de um#uadrilha/ seriam 3ireito.  Embora n*o tenha sido 8urista/ mas apenas incorporado a no)*o do 3ireito em suobra filosofica/ E. Vant e<altou o elemento for)a/ afirmando #ue 3ireito e faculdade dcoa)*o se identif\Icavam. Partindo da no)*o dXY7YZ #ue o 3ireito seria o con8unto dcondi)XY7YZes sob as Huais o arb&trio de um pode conciliar7se com o arb&trio de outsegundo uma :ei gXY7YZral de liberdadeQ/ Vant destacou o papel da for)a nconcilia)*o dos arb&trios. Ao considerar a hip,tese de o credor poder e<igu pagamento de seu devedor/ e<pXY7YZe HuXY7YZ isto n*o significa #ue o titular do direipossa convencer a este cXY7YZue a sua pr,pna raz*o impXY7YZe a devolu7 )*o/ maobrig7lo a pagar medlante a for)a.  r de alguns autores como ans Velsen/ Modernamente/ apesaaXY7YZontarem o 3ireito como ordem coativa/ veriflca7se uma tend>n7 c:a na FilosoEdo 3ireito e:n nRo se identificar o 3ireito com a eoa)*o e nem em erigir esta eelemento essencial ao fen-meno 8urldieo. Ao contestar a tese de #ue o 3ireito s

compXY7YZe de regras com respaldo na for)a e tach7la de absurda/ Alf 6osargumentou #ue essa id"ia levaria N e<clus*o do 3ireito da#uelas normas #ue n*ose ap,iam na for)a/ como as relativas N comXY7YZet>ncia e parte das #ue illtegram 3ireito $onstitucional e Adminlstrativo/ pols QrazXY7YZes de coer>ncia obrigam a nega#ue tais reas do 3ireito tenham carter 8ur&dicoQ.:Q 4 autor dinamar#u>s n*o concordem #ue tais normas / por sua cone<*o com normas coativas/ possam seconsideradas como protegidas pela for)a.  Em suas refle<XY7YZes sobre a ve<ata #uaestio/ 5offredo 2elles Jnior/ com clarezaponta um e#u&voco fundamental nos autores #ue consideram a coa)*o um elementessencial ao 3ireito/ #ual se8a/ o de confundirem o contingente com o necessrio. coa)*o 8ur&dica seria apenas contingente/ pois a for)a nem sempre " acionada. A maiparte dos destinatrios das normas presta7lhes obedi>ncSia com espontaneidade d#uerer. 4 antigo catedrtico da Universidade de 1*o Paulo n*o nega importRneia coa)*o 8ur&dica. Para ele/ Qpreci samente p,r ser nma forXY7YZa a servi)o do 3ireito/ coa)*o n*o ccXY7YZllstitu o pr,pri, 3ireitoze sim um elemento e<terno/ Hue veprestaXY7YZ socorro N norma violada\XY7YZ/\s Pode7se dizer #ue um elemento essencial a um ob8eto #uando este/ sem a#uele/ dei<a de e<istir como tal. Para rel,gio tradicional/ os ponteiros s*o pe)as essenciais/ de vez #ue/ sem eles/ a#uen*o poder marcar as horas. 1endo a coa)*o a for)a f&sica em ato/ faz parte de noss

observa)*o o fato de #ue as normas 8ur&dicas/ em sua generalidade/ s*o cumpridaespontaneamente pela sociedade/ inde7 pendentemente do e<erc&cio da coa)*o. Isto storna necessrio apenas #uando os indiv&duos se rebelam/ e isto ocorre n*o comregra geral/ mas e<cepcionalmente. XY7YZ ina)eitvel/ portanto/ #ue se tome a coa)*como elementoessencial ao 3ireitoXY7YZ E<aminemos N mXY7YZt"ria/ agora/ por outprisma. 4 3ireito pod" prescindir da coa)*oTEmbora o 3ireito recorra N for)a f&sica apenas eventualmente/ " fundamental N suefetividade #ue ele possa acionar o aparato coa7 tivo todas as vezes #ue se fizenecessrio/ circunstRncia esta #ue por si responde N indaga)*o. 4 #ue se nos reve

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essencial ao 3ireito " a coercibilidade/ ou se8a/ a possibilidade de o 3ireito empregaa for)a. *o houvesse a previs*o legal da coa)*o/ #uais seriam os limites do bad mana sociedadeT Hue for)a impediria a sua agres7 s*oT Parece7nos de um teorismespecioso trazer N cola)*o/ para

 :L 4p. cit.:: A Finalidade da 3ireito/ Ed. 6io/ 6io de Janeiro/:B/ vol. I/ p.:B;. :' PrXY7YZXY7YZfpios Meta8XY7YZsicos XY7YZ XY7YZ XY7YZXY7YZ XY7YZ XY7YZXY7YZXY7YUniversidad acional Aut,noma de M"<ico/:BC/ p. 9;.:9 4p. cit. / p. ?9.:; 1obre el3erecho ela Justicia/ 9XY7YZ ed./ Editorial Universitaria de %uenos Aire%uenos Aires/ :B;/ p. D:.:D Filoso8a do 3ireito/ Ma< imonad/ 1*o Paulo/ sd./ vol. II/ p. ;'.  XY7YZXY7YZ XY7YZXY7YZ*3XY7YZi XY7YZ6dbXY7YZI ffl.XY7YZOXY7YZl.Q\ pr Q # XY7YZ\QC2XY7YZ fBlll SXY7YZer ..

XL:'Z??PAU4A3E6contra7ar mentar a distin)*o entrevalidade e efetividade do 3irei7 / m a af`ma)*o d#ue o 3ireito sem coa)o "to/ para culminar co t !dade. 1em esta/ p erguntamos/ poder vlido/ embora care de efe i a eonsa ra valores de haver 3ireitoT Este e<iste #uando a norm g adapta)*social.XY7YZnviv>ncia e promove a te XY7YZpiritualista Entre as ob8e)XY7YZeb apresentadapela XY7YZdXY7YZ nue o Estado/ nasegundo 3el @ecchio/ consta oXY7YZg, dancoa)*, n*o poderia ser #ualidade dpossuidor do mo XY7YZe e<ereer coa)*o sobre si mesmo\.  / constrangido/ pois ningu"m po2al linha de ensamento n*o se acha a8ustada com o atual estdio de evolu *o dacultu

 8ur&dica/ mais especificamente/ com o XY7YZtado de 3ireit. este/ o Estado se faresente n*o apenas como , g*o sancionador/ mas como ser dotadpo de direitos deveres. As re ras coativas contra o Estado/ embora vrias delas se8am especiaise acham defXY7YZinidas no ordenamento 8ur&dico/ podendo os pretensores de direitoreivindicar nos pret,rios. Para a hip,tese de nRo acata7 mento Ns decisXY7YZes 8udicia

pelos Estados7melnbros/ h a previs*o constitucional de interven)*o. Partindo dPoder $entral a desobe7 di>ncia tal rocedimento ense8a o e<erc&eio de uma dupesp"cie de  \ p for)a pelo povo/ mediante golpe dXY7YZ Estado ou coa)*oS o e<erc&cio da dprtica revolucionria.  p ambutividade/ ou bilateralidadeXY7YZ XY7YZ caXY7YZaceri tica dmpm Mi7 uel 6eale5offredo 2elles Jnior ar das g \ poder de e<igbi7 normas 8ur&dicas/ pois #usomente estas conferem

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  lidade ao su8eito ativo da rela)*o 8ur&dica. 2odavia/ nao " a nica nota a XY7YZonfeespecificidade ao 3ireito/ distinguindo7odos demais ins7 trumentos de controle socia

 A coercibilidade " tamb"m uma carac7 ter&stica &mpar das regras 8uridicas. ue a peculiar condi)*o do 3ireito Internacional Pblico/ # p7 dece de problemas relativoscoa)*o e efetividade/ em nada abona a tese es piritualista. *o obstante care)a essramo de um ,rg*o polizador da coa)*o esta e<iste/ embora deficiente/ e e<ercidmono \ io pac&fico/ ruptura de pelo Estado atrav"s de represlias/ blo#ue  rela)XY7YZes diplomticas/ embargo etc. ao se pode afirmar #ue a efetividade d3ireito Internacional Pblico seXY7YZa inferior N do 3irei7 to interno/ nem #ue e#uil&brio internacional #ue proporciona se8a inferior ao e<istente nos Estados.

 i p.:9;.  Q nQ iXY7YZXY7YZ XY7YZ Filoso a do :XY7YZ\eito/ ed. cit./ volXY7YZ i XY7YZXY7YZ 5offred2elies Jnior/ QinQ Fi8XY7YZofip :? I lasofn do 3 :B Migucl 6eale QinQ Fi ireito/ ed. cit./ p  do 3ireito/ ed. cit./ vol. II/ p. ;9:.

FI414FiA 34 3I6EI24'B. $onclusXY7YZes?B

  A coa)*o estatal/ inclusa nos sistemas 8ur&dicos/ " fator valioso e muitas vezepreponderante para se alcan)ar a obedi>ncia N lei.Pelo fato de sua aplica)*o n*o ser em carter permanente/ apenas eventual/ n*o faparte da ess>ncia do 3ireito. A sua previs*o nos ordenamentos 8ur&dicos se 8ustificpor#ue seria contradit,rio se o legislador/ sabedor da fra#ueza moral do homem/ n*dotasse o 3ireito Positivo de uma reserva de for)a. 4 3ireito/ assim como os demainstrumentos de controle social/ seria apenas um convite para a ado)*o ddeterminados modelos. A coercibilidade/ entendida como possibilidade de o Judicirou ,rg*os da administra)*o acio7 narem a for)a/ revela7se fator essencial ao 3ireito.  A atributividade/ #ue faz parte tamb"m da ess>ncia do 3ireito/ seria in,cua se sustent7la e a garanti7la n*o houvesse/ sub8acente7 mente/ o elemento for)1omentXY7YZ " signi?cativo opoder de e<igir na medida em #ue o ordenamento 8ur&dicdote o titular do direito da prerrogativa de e<igir tamb"m do Estado a movimenta)*o dseu aparato coercitivo.  *o obstante a coa)*o contribua decisivamente para a efetivi7 dade do 3ireit

devemos reconhecerS a[ #ue " certo #ue a maioria das pessoas/ interpretando nanormas 8ur&dicas a presen)a de deve7 rcs morais diretos ou indiretos/ adotam ocomportamentos de Einidos em lei espontaneamente/ por impulso da consci>nciaO #ue a rebel7 dia " t*o acentuada em determinadas pessoas/ #ue nem os ditames draz*o e nem os argumentos da for)a atuam inibidoramente na conduta/ se8a painduzir a a)*o l&cita/ se8a para provocar a omiss*o ditada pelo ordenamento 8ur&dico.XL:'ZFI414FIA 34 3I6EI24 $

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$ap&tulo @II A26I%U241 3E @AI3E 34 3I6EI24 1UM]4S 'C. $onsidera)XY7YZes Pr"vias. '7 2 iC>ncia 9L. Eficcia. 9:. Efetividade. 9' egirimidade. 99. $onclusXY7YZes.'C. $onsidera)XY7YZes Pr"vias  4 estudo acerca davalidez do 3ireito nos proporciona importante avan)o ncompreens*o do fen-meno 8ur&dico e seu mecanlsmo de funcionamento/ malgrado adificuldades #ue se deparam e #ue se t>m de enfrentar no curso das investiga)XY7YZe3as mat"rias tratadas na Filosofia Jur&dica/ a presente " da#uelas #ue ofererem ugeneralizado  po de debates/ e suas conclus-es n*o t>m significado lsolado/ pois cam im licam etomada de posi)*o sobre diversificados temas pol>micos depnossa disciplina. Algumaobserva)-es iniXY7YZaXY7YZ pXY7YZerRo facilitar a anlise do leitor. Este dever prevense #uanto N vana)*o terminol,7 gica adotada pelos autores/ cuidando ao mesmo temp

de aprcSXY7YZnder as defini)XY7YZes de cada um dos atributos do 3ireito/ pois muitavezes a dificuldade em assimilar id"ias comple<as deve7se ao desconhecimento dapremissas l,gicas do e<positor.  Por validez denominamos genericamente os vrios atnbutos do 3ireitoS vig>ncieficcia/ efetividade/ legitimidade. 4 termo vig>ncia/ empregado como sin-nimo deficcia por autores de l&ngua espanhola/ conforme adverte Miguel 6eale/ " identificada#ui como validade e<tr&nseca da norma pelo preenchimento de formalidadeessenciais N sua forma)*o. W o per&odo de tempo no #ual a norma se mant"mobrigat,ria. Pelo atributXY7YZ eficcia/ designamos restritamente a norma #ue obt"socialmente a realiza)*o do valor pretendido por seu autor.  Por efetcvidade do 3ireito/ tratamos a norma #ue logra e<tensa adeso entre os seudestinatrios e acatamento pelos ,rg*os encarregados de

: XY7YZXY7YZ p/elO/XY7YZXY7YZes de 3ireito/ ed. cit./ p.:LD/ nota :.sua aplica)*o/ se8a no Rmbito da administra)*o ou da 8usti)a. Muitos autores/ n*fazendo distin)*o entre este atributo e eficcia/ empre7 gam os termos como siXYZ-nimos. Final.mente/ pnr lXY7YZgitimiclade abordamos a 8tXY7YZstifica)*o "tica danormas. 2al atributXY7YZ " deSnominado/ por alguns e<positores/ por validade intr&nsecou fundamcnto "tico do 3ireito.

'. @ig>ncia  4 atributo 8ur&dico denominado vig>ncia significa #ue a norma/ por atender determinados re#uisitos t"cnico7formais de elabora)*o e positividade/ acha7se posta e<ecutoriedade. W com ela #ue a norma 8ur&dica obt"m obrigatoriedade e s*estabelecidos seus mar7 cos temporais de validezS in&cio e fim de obrigatoriedade. 3acordo com 5arc&a Mynez/ a vig>ncia da norma deXY7YZende e<clusivamente dpreenchimento de re#uisitos e<tr&nsecos. 6elativamente N lei/ segundo li)*o de Migu6eale/ o atributo pressupXY7YZeS legitimidade do ,rg*o elaborador e sua compet>ncem raz*o da mat"ria/ bem como a legitimidade do procedimento 9 a oportunidade d

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aplica)*o do 3ireito ao caso concreto/ o 8ulgador poder e<aminar as condi)XY7YZes dvig>ncia da lei ou o preen7 chimento dos re#uisitos essenciais N forma)*o do costumeda 8urisprud>ncia. 2al etapa " denominada por critica formal. 4 aplica7 dor/ ap,proceder a diagnose do fato e do 3ireito e antes de encetar as tarefas de interpreta)*poder #uestionar a validez formal da fonte utilizada. $onstatando/ v.g./ a ocorr>ncia dalgum v&cio no processo de elabora)*o da lei/ como a desobedi>ncia aregimento interno do legislativo/ for)osamente dever concluir pela n*obri7 gatoriedade da lei/ reconhecendo/ destarte/ a sua falta de vig>ncia.  Alguns escritores/ como Arnaldo @asconcelos/ entendem #ue vig>ncia " algo afee<clusivamente N lei/ pois a norma consuetudi7 nria e a 8urisprudencial formam7se coa efetividade/ mediante o cumprimento de prescri)XY7YZes.\ A mat"ria/ todavia/ n*o pac&fica/ pois " poss&vel cogitar7se #uanto a e<ist>ncia de pressupostos fundamen7 taem ambas esp"cies normativas. A regra costumeira/ por seu lado/ somente atingcondi)*o 8ur&dica ao apresentar/ al"m da opinio8uris seci nXY7YZcessitatis ^elemeninterno[/ o denominado elemento e<ternoS

' a 3efinici,n del 3erecho/ 'XY7YZ ed./ Univenidad @eracruzana/ M"<ico/:?L/ p. ''.9 4p. cit/ p.::L.; 2eoria da orma Jurfdica :\ ed./ Editora Forense/:BC/ 6io de Janeiro/ p. 9:?.  / XL:'ZFi 414FIA 34 3I6E2I4 _ IPAU4A3E6 a vig>ncia da norma/ isto "/ a sua validade/ a um rn&nimo de eficciaSQUma norma #ue nunca e em parte alguma n*o " eficaz em uma certa medida n*o seeonsiderada como norma vlida ^vigente[. Um m&nimo de eficcia " a condi)*o de suvig>nciaQ.C 2al concep)*o/ apresentada na segunda edi)*o de sua obra 2eoria Pura d3ireito/ revela #ue o grande tXY7YZ,rico/ para a forma)*o do 3ireito/ al"m da normpassou a e<igir a presen)a do fato.  A positividade do 3ireito pressupXY7YZe vig>nciaT A doutrina tem apresentaddiverg>ncia a respeito. Pensamos #ue/ n*o obstante conccitos distintos/ n*o podendassim ser tomados como sin-nimos/ positividade e vig>ncia mant>m co7implica)XY7YZee mutuamente se pressupXY7YZem. Por positividade entendemos a simples e<ist>ncde norma XY7YZur&dica reconhecida pelo Estado. 4 termo diferenciador e<clusivamente do 3ireito atural. Para ser XY7YZositivo/ isto para apresentar7sXY7YZ como proeesso de adapta)*o soclal/ o 3ireito tem #ue revel

Qpossibilidade de atua)*oQO suas normas t>m #ue estar postas N e<ecutoricdade. Eoutras palavras/ para ser positivo o 3ireito tem #ue ser vigclrte. 4s sistemas 8ur&dicos dpassado n*o podcm ser considerados/ atualmente/ 3ireito Positivo/ pois dei<aram dser processos de adapta)*o social/ para formar cap&tulos na ist,ria do 3ireiten#uanto os c,digos meramente plane8ados 7 de legeferenda 7 n*o t>m aindQpossibilidade de atua)*oQ/ vig>ncia/ possuindo apenas aspira)*o a se transformareem 3ireito.nimos os termos 3ireito Positivo e 3irXY7YZeito vigente/ pensa #ue Qa nota dpositividade " independente dos atributos de validez formal e validez intr&nseca

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3esenvolvendo o seu pensamento/ conceitua o 3ireito Positivo Qcomo todordenamento #ue se eumpreQ/ ou/ com outras palavras/ Qa positividade " o fato dobservRncia de tais normasQ 4bserva7se #ue a positividade residiria no fato dcumpri7 mento das prescri)XY7YZes/ n*o se localizando/ pois/ na regra8ur&dic2ais id"ias se mostram mais elaras com a defini)*o de M. 38uvara/ citada pepensador me<icanoS Q4 3ireito Positivo " o #ue efetivamente se pratica/ se8am #uaforem as prescri)XY7YZes da le&. Uma lei #ue/ por hip,tese/ nunca se cumprisse/ n*seria em realidade 3ireito Positi7 XY7YZo7Qlo Esse conceito revela #ue/ al"m do sistemde legalidade/ for7 repeti)*o constante e uniforme de uma prtica social ^consueXY7YZo  s invetera nXY7YZo a 8urispXY7YZd>ncia sumular e<istente em nosso pa&s/ a p cria)*o de normas elos tribunais dever ender a re#uisitos e<tr&n7 secos/ donde spoder con" uir# s o 8uXY7YZ diXY7YZa. 1e g onsider me, aplicvel a XY7YZessa forma d<P XY7YZ @XY7YZconcelos/ segundo a #ua defmi)*o de 6. 1tammler/ citada pb lidade dsua atua)*oQ/ podemos Qa XY7YZg>ncia de um 3XY7YZXY7YZ $os umeiro e o Jurisprud cit>m o atributo/ assentar #ue o 3irei en

  ue suas normas satisfa)am aos re#uisitos formais.  # na medida em tiu #ue a vig>ncia " comum a todas 1tammler foi mais longe e admi  as classes de #uerer/ manifestando7se em cae am dd" d, mXY7YZ " id>nticoQ ?

 8urista alem*oXY7YZ reconheceu #  inerente n*o s, ao 3ireito mas tamb"m N Moral e aos Usos 1ociais.  / #ue o autor nRo se referiu/ em seu te<to/ W de se notar/ ainda nominalmente N lemas ao termo 3ireito. 5arc&a Mynez tamb"m  considera o conceito de vig>ncia e<tensivo Ns normas costurneiras e 8urisprudenciai

 AXY7YZ,s sd XY7YZlolXY7YZ od rlpencia com Qnormas 8ur&dicas blicoQ e esclarecer #uuma reconhecidas ou crlada p p to g iniciativa de lei/ para se converter em Iirei ente/ re#uer a concorr>ncia de re#uisitos de &ndole e<tr&nseca/ concluiu afirmando

    narlo cS yuQ. Q .XY7YZzXY7YZ XY7YZllllullXY7YZa avi/ / XY7YZ condicionam naclmientoXY7YZde la costumbre  puramente e<tr&nsecosQ \ g g Q p7 d d nceito de #ue vi >ncia si niflca e<is n XY7YZes s r Partin o oco dem o ever c&flca de uma normaQ e #ue esse atributo indica a or e n*o a do ser/ ans Velsen destaca a necessidade de se distinguir vig>ncia de eflcc

entendida esta como Qfato real de a norma ser eEetivamente aplicada e observadaQ. Eseguida a tais considera)XY7YZes/ o famoso autor austr&aco/ modifleandsubstancialmente o seu pen7 samento e desnaturando a pureza met,dica de sua teoricondiclona

p guisa de ilustra)*o nos reportamos ao a is 9BndoXY7YZXY7YZo 8uXY7YZ XY7YZer o $iv#ue apresenta uma e<ce)*o ao princ&pio i!a novit curia Po ue a rte XY7YZrrXY7YZ\e o seteor e

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  /# p de 3ireito estran eiro/ estadual/ munici I ou costumeXY7YZXY7YZa XY7YZ PXY7YZXYZXY7YZXY7YZo $41IuIllXY7YZXY7YZXY7YZUXY7YZ XY7YZdl XY7YZ vi dncia. 4bselve7se #ue legislador se refere N vidXY7YZposOtivo " relevante is/ n*o sendo de &ndole politica mas de natureza t"cnicretXY7YZete o pensamento do 8urist b rileiro Alfredo %uzaXY7YZd e de vrios outros #uinCuenciaran/ na elabora)go do aludido $XY7YZigo. / p Economl; y XY7YZ\ecXY7YZ/ trada ;XY7YZ ed./ Editorial 6eus 1. A./ Madrid/:' .:DD.4p. cit/ p. BA.C 2eorio Pura do 3ireito/ ed. cit./ p. 9L. 4p. cit/ p. 9D.:L Apud 5arc&a Mynez/ op. cit/ p. 9B/ nota '.XL:'Z  PAU4A3E6 B' mado pelo con8unto de leis e outras normas 8uridicas/ havero ordenamento positivo def\lnido pelas regras vividas e efetivadas nas rela)XY7YZeinterindividuais. En#uanto #ue o sistema de legalidade apre7 atributo de vig>ncia/ o d

positividade somente o de efet\vidade. em sempre esse dualismo se faria e<pressmas apenas #uando o comp en#uadrasse nas normas do ortamento social n*o sesistema de legalidade. Fssa opini*o apresenta um cunho fortemente g oder emanadode regrassociol,gico/ pois outor a N sociedade um p tXY7YZ pelo oder estatal.#ue se sltuarlam em plano superior Ns impos p XY7YZez ols *o obstante hacoer>ncia nas id"ias de 5arc&a M / p nRo identifica vi >ncia como obrigatoriedade/ masimplesmente g pelo poder pblicoQ/ pensa7 como Qnormas reXY7YZnhecidas ou criada  mos #ue essa eompreens*o do 3ireito legitimaria/ com gravXY7YZ riscos al/ #uais#unormas #ue alcan)assem efeti7 para a organiza)*o soXY7YZeXY7YZdo abrogatoria/ #usuma prtica social vidade. Assim/ a cons diversa da prescri)*o emanada do 3ireivigente/ seria 3ireito Positivo inde endentemente de #ual#uer aprecia)*o. Embora ad/ p ludo abrogatoria/ desde #ue atendi7 mitamos for)a 8ur&dica na consue  dos determinados prXY7YZssupostos/ n*o chegamos a admitir o dualismo ur&dico is"/ o vlgente e o positivo. Entendemos #ue o costume [ \ / ao ser reconhecido/ possuipoder de revogar a norma contra legem anterior subtraindo7lhe para si a vig>ncia passando a integrar o / preconizado pelos referi7 3ireito Positivo/ sem formar paralelismo  dos autores.

9L. Eficcia / apoiando7se no pensa XY7YZXY7YZ dXY7YZm XY7YZXY7YZ-nXY7YZXY7YZgpXY7YZ 3iez Picazo eficcia de efetividade/ termos esses utialguns autores ou compreensivamente abordados sob a primeiXY7YZa deno7 mina)ao :Por efiXY7YZcia de i XY7YZ. XY7YZ XY7YZXY7YZXY7YZ XY7YZ#ue o# ial positivo a[XYZan)ado pelas normas [ rovoca as  e ii>nclas sociais alme8adas p,r seu autor ao elabora7:XY7YZ. Ao pra7 cons # [ g XY7YZmira atender gramar um con unto de normas o ornXY7YZipo deo roblema. 4 inst.XYZmen7 a realidade soclal/ #ue apresenta algu tXY7YZXY7YZ XY7YZpXY7YZ de reso[ver a

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normativo " empregado como reXY7YZuno #uest*o. $omo processo de adapta)*social/ o 3ireito " esXY7YZbelecido :: EXY7YZpXY7YZXY7YZiXY7YZ lXY7YZXY7YZXY7YZ y 2eorla del 3sci!/ XY7YZXY7YZpXY7YZo d:XY7YZ ed./ Ariel HuincenalXY7YZ garcelona/:BD/ p.:9.FI414FIA 34 3I6EI24 _8de acordo com a situa)*o hist,rica/ sob medida parXY7YZ os fatos #ue desafiam administrador. A nomog>nXY7YZse 8ur&dica definida por 6ea7 le/ relativamente N leindica #ue o legislador/ pretendendo lograr determinado resultado social/ ao consagrum valor ou mais de um/ tem normalmente N sua disposi)*o vrios modelos de lei #upoder*o ser adotados/ entre os #uais dever selecionarl#uele #ue considere o maapto a atingir os fins sociais dese8ados. 4 instrumento legal/ portanto/ precisa splane8ado meticulosamente/ impondo7se ao legis7 lador conhecer prevlamente realidade social s/ Jb[acente. Assim se orientando o legislador/ a lei dever XY7YZroduzos efeitos #ue dela s*o esperados e obter/ ulteriormXY7YZnte/ eficacla. $onsideremos hip,tese de o administrador pretender resolver o problema de car>ncia de moradias e

determinada "poca. @isando a incentivar a constru)*o civil/ ter diante de si algumaalternativas para o encaminhamento da solu)*o/ entre as #uaXY7YZs escolher umf,rmula #ue transformar em lei. Fsta lograr eficcia se/ com a promulga)*o e viXYZ>ncia/ induzir N constru)*o de habita)XY7YZes em nmero correspondente a sue<pectativa9:. Efetividade  Por efetividade nomeamos o fen-meno social de obedi>ncia Ns normas 8ur&dicas. Pserein pass&veis de transgress*o/ as normas nem sempre alcan)am plena efetividad4 &ndice de ades*o Ns regras depende de vrios fatores/ sendo certo #ue coercibilidade 7 for)a a setvi)o do 3ireito 7 atua como um dos est&mulos da efetividade

 A ade#ua)*o do 3ireito ao fato/ a racionalidade das f,rmulas adotadas/ o grau d 8usti)a contido na solu)*o preconizada para o problema social s*o tamb"m algunmotivos #ue induzem N obedi>ncia. A no)*o de efetividade compreende/ ainda/ aplica)*o das normas pelos ,rg*os encarregados da administra)*o da 8usti)aS tribunae administradores.  $ada instrumento normativo apresenta graus de efetividade/ podendo ser aferidomediante pes#uisa sociol,gica/ #ue dever detectar os fatores de ades*o e os ddesobedi>ncia/ de cu8as infor7 ma)XY7YZes o legislador dever tirar o devido proveitose8a para o aprimoramento da lei ou visando N substitui)*o. A importRnc

da efetividade " significativa/ pois sem ela o 3ireito n*o realizar os processoadaptativos necessrios N condu)*o dos interesses sociais.

:' Miguel 6eale/ Filoso8! do 3treito/ ed. cit./ p. 'Lq.O .XY7YZ dXY7YZXY7YZXY7YZ XY7YZXYZXY7YZ XY7YZI&Dd rXY7YZ.SQXY7YZ.  XY7YZ P. 3fl .SSXY7YZ\Q\XY7YZ\XY7YZ1 snXY7YZ EXY7YZ/tXY7YZii XY7YZXY7YZ XY7YZ.\rOXY7YZ.XL:'Z

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  PAU4 A3E6 FI414FIA 34 3I6Er24 B; BD 3urante a sua vig>ncia/ em raz*de fatores diversXY7YZ/ a lei podercair em desuXY7YZ/ XY7YZla Por#ue n*o conseguiu XY7YZ#uer alcan)ar efetividade rdla. 4 problema fundamental gerado com a ou por#ue veio a Pe 7 A lei permanecer evigor e/ XY7YZmo tal/ desuetXY7YZo refere7se N vig>nciaobrigat,riaT 4 apliXY7YZado estudioso poder/ de imediato/ responder ne7 gativamentindicando as prXY7YZXY7YZriXY7YZ do art. 'Q da I.ei de Introdu)*o ao $,digo $iv%rasileiro/ #ue n*o prev> a hip,tese de revoga)*o de lei pelo desuso. A #uest*e<trapola/ todavia/ os lindXY7YZ da#uele te<to e envolve largo diss&dio doutrinrio.  Antes de abordarmos as correntes #ue discutem a ve<ata #uaes7 tco/ de acordo comdXY7YZfeito #ue apresenta classificamos as leis en\XY7YZ desuso em anacr-nicaartificiais/ in8ustas e defectivas. Por anacr-7 nicas designamos a#uelas #ue envelh dXYZc mpXY7YZ o ent e o avanl)o provocando o fen-meno cultural lag ou  social e o correspondente acompanhamento da lei. Artiflciais s*o as leis ue n*retratam a realidade onde vigem. 4u foram programadas

  gabinetes/ com alheamento N li)*o dos fatos/ ou produto de em rece p)*o d3ireito estrangeiro. Al"m de e<pressarem os costumes do povo/ as leis deveconsagrar o valor do 8usto/ atribuindo a cada um o ue lhe " devido. eis in8ustas s*a#uelas #ue ordenam os fatos com medidas desiguais/ negando ao homem o secorrespondente #uinh*o. Finalmente/ leis defectivas s*o a#uelas #ue n*o apresentamos dados necessrios N sua plena e<ecu)*o.  3ois argumentos bsicos d*o sustenta)*o N tese de validade da desuetudo7 Udeles " de origem pblica e se fundamenta na id"ia de #ue apenas nas monar#uiaabsolutas/ onde a lei " a e<press*o da vontade de um soberano/ seria admiss&vel revoga)*o pelo desuso.  os Estados modernos/ organizados sob a tr&plice divis*o dos pode7 res/ em #ue povo tem a oportunidade de selecionar seus represen7 tantes e de influenciar nadministra)*o/ nRo haveria tal possibilidade.  p perda de efetividade n*o teria a for)a de apagar a vig>ncia da lei.  Entre os deEensores dessa linha de pensamento destacam7se os no7 mes de Aube 6au/ 3uvergier/ Planiol/ 3emolombe/ aurent. $om fundamento no princ&pio dhierar#uia das fontes formais/ diversos autores defendem a tese da perman>ncia evigor/ real)ando a rimazia da lei sobre o costume. 1eguem essa linha de pensamentoentre n,s/ 4rlando 5omes/ @icente 6o/ Al&pio 1ilveira/ sendo #ue o primei

enfatizou #ue a lei somente se revoga por outra lei.  As correntes partidrias do poder revogador da desccetudo ba7 seiam7se noseguintes argumentosS a[ renncia tcita do Estado pela aplica)*o da leiO b[ irrelevRnce insubsist>ncia da e<clus*o/ pelo sistema 8ur&dico/ do carter revocat,rio do desusoO validade da lei condicionada a um m&nimo de efetividade. $onsiderando o fen-meO7 ndesXY7YZso como a lei #ue n*o atinge o m&nimo razovel de ades*o social aplicabilidade nos tribunais/ entendemos #ue a sua imposi)*o coercitiva implica edesrespeito ao valor seguran)a 8ur&dica. 4s destinatrios da lei/ em sua maioria leigoorientam7se apenas de acordo com a realidadc ob8etiva/ com o fato da e<peri>ncia/

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esta n*o tem como registrar os padrXY7YZes de conduta social ditados por lei edesuso. A fim de preservar a certeza 8uridica/ ncleo do valor seguran)a/ reconhecendo for)a 8ur&dica na conduta uniforme da sociedade/ atribu&mos ao desusocom restri)*o Ns leis de ordem pblica/poderrevogador/ convictos de #ue essorienta)*o/ ainda #ue n*o autorizada e<pressamente por dispositivo legal/ dimana dsiste7 ma 8ur&dico com iman>ncia/ pois o valor seguran)a 8ur&dica " o alvo imediato dcada ordenamento.9'. egitimidade  Al"m de atender a pressupostos e<tr&nsecos/ procedimentais/ de7 ver o 3ireisatisfazer a e<ig>ncla de ordem sociologica ou intr&nseca/ para obter validade e seobrigat,riaT Embora se espere do8urisEl,sofo uma resposta concreta/ o fato " #ue comunidade de pensadores oferece uma pluralidade de correntes ideol,gicas onde sobservam inclina)XY7YZes de &ndole positivista/ sociol,gica/ espiritualista.  4 homo8uridicus legalista se contenta apenas com o regime de legalidade/ onde relevante " o e<ame dos re#uisitos e<tr&nsecos ou formais do ordenamento. Ele n*

busca/ em algum ponto fora da norma/ a refer>ncia legitimadora do 3ireito P,sitivEste seria um produto acabado com o atributo de vig>ncia. E o pensamento posi7 tivispro8etado no Rmbito 8ur&dico. 3e inspira)*o comteana/ essa filosofia desenvolve a surefle<*o apenas com elementos ob8etivos fornecidos pela e<peri>ncia concreta.  Em posi)*o diametralmente oposta se situam os 8usnaturalistas/ #ue preconizam 3ireito atural como fonte legitimadora do 8us positum. *o bastaria #ue a normpreservasse a ei Maior e fosse isenta de v&cios procedimentais para #ue alcan)asseplena validade.Fsta seria obtida #uando as normas 8ur&dicas traduzissem os princ&7 pios do 3ireitatural/ #uando estivessem acordes com a ordem natural das coisas.XL:'ZFI414FIA 34 3I 6El24 PAU4 A3XY7YZ B?  Anloga N posi)*o 8usnaturalista/ a teo XY7YZ XY7YZa<i,XY7YZ Para muitos a validade dnorma N preset\XY7YZ\a)XY7YZ dXY7YZ XY7YZaXY7YZ 8urisfll,sofos/ a instRncia suprema dlegitima)*o do 3ireito repou7 saria no valor 8usti)a/ retratado o8us eomo tentativa drealiza)*o do 8usto. AlguXY7YZ autores indicam a seguran)a 8ur&dica como fonte legitimadora/ sob o fundamento de #ue nesse valor radica a motiva7 *o imediae direta de todo o ordenamento. o dizer de 6ecas"ns 1iches Qo 3ireito n*o surgiu nvida humana pelo dese8o de se render culto ou homenagem N id"ia de 8usti)a/ senR

para preencher uma inilud&vel e<ig>ncfa de seguran)a/ de certeza na vida social.  em sempre conciliveis os valores 8usti)a e seguran)a 8ur&dica/ o homo8uridicudever definir7se a respeito/ e o momento oportuno surge com o e<ame das chamadaleis in8ustas. 1*o elas 3ireito e/ eomo tal/ vlidas e obrigat,riasT 5rande parte dFilosofia do 3ireito dedica7se a responder cabalmente a essa indaga)*o. A mat"ria eXYZ das mais eomple<as/ pois registra o conflito entre os valores 8usti)a e seguran 1e o 8urista opta pela aplira)*o da lei in8usta na verdade ele sufrga o valor segXYZran)a. 1e o procedimento " inverso/ com o abandono da lei e elei)ao de outecrit"rio compat&vel eom os anseios de 8usti)a/ haver a posterga)*o da seguran)a X

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YZur&dica em benepcio do suum cui#ue tribueri. Ambas posi)XY7YZes oferecem s"rioriscos ara o sistema e seus destinatrios. Pura e simplesmente admitir #ue a lei n*care)a de ual#uer fundamentaXY7YZ*o "tica " tamb"m admitir cXY7YZ mo 3irei#ual#er e<press*o normativa por mais infame #ue se aO " ustificar a a)*o doEstados totalitrios e legitimar as leis #ue n*o dimanam do Estado de 3ireito. Eeontrapartida/ dei<ar ao crit"rio do Judicirio/ al"m do 8ulgamento do fato/ o 8ulgamen"tico da lei/ " atribuir N#uele Poder uma compet>ncia legiferante superior N degislativo. Um dos pilares da democracia reslde no pleno e#uil&brio entre os 2r>Poderes/ e toda vez #ue um deles a)ambarcar a com7 pet>ncia de outro 8 n*o spoder falar em Estado democrtico.  Embora no vislumbremos uma f,rmula plenamente satisfat,7 ria/ admitimos duaconclusXY7YZes bsicas a respeitoS a[ a lei in8usta/ desde #ue e<trinsecamente vliddever ser aplicada aos casos concretos/ pois a sua n*o ado)*o em nome da 8usti)poder criar problemas sociais mais graves/ 8 #ue a seguran)a 8ur&dica perderia etermos de deflni)*o e eertezaO b[ como um limite estabelecido/ a lei in8usta n*o ser

aplicvel na hip,tese de violar os valo gs funda7 mentais da pessoa humana/ ispor#ue a obedi>ncia ce a Ns leisXY7YZoderia criar situa)XY7YZes grav&ssimas/ conforme observa 3iez PicazoS^...[ a prescri)*o pode ser um aut>ntico delito de 3ireito das 5entes.Pense7se na chamada lei para a solu)*o final do problema 8udaico ou nas leis sobapartheid\ na frica do 1ul.  diversas correntes de natureza sociol,gica #ue buscam a instRncia legitimadora d3ireito na sua correspond>ncia aos fatos sociais/ nas aspira)XY7YZes do povo ou nparticipa)*o desse na elabora7 )*o do 8us positum. 4 #uestionamento n*o se refere acrit"rio adotado na disciplina do fato/ mas N sua correspond>ncia ou n*o ao #ueresocial. 2al esp"cie de crXY7YZtica " comum nos EstXY7YZdos onde impera arbitrariedade e onde n*o vige o chamado Estado de 3ireito. Esse se caracteriza/ emnossa opini*o/ pelo respeito aos direitos humanos e pela participa)*o do povo ncondu)*o de seus neg,cios.  #ue se registrar/ ainda/ a posi)*o das chamadas escolas teol,7 gicas/ #uprosperaram no passado. 1ob a cren)a de #ue o 3ireito fosse uma emana)*o dodeuses/ leg&timas seriam as normas #ue derivassem da#uela fonte/ como seria hip,tese do Alcor*o/ lei bsica/ ainda ho8e/ de alguns povos.99. $onelusXY7YZes

  4s atributos do 3ireito a#ui perfilados e submetidos N refle<*o afloram em nossa rede estudo em raz*o de o 3ireito integrar a ordem do dever ser de configurar umprograma)*o de condutas a serem observadas e #ue muitas vezes n*o s*o cumpridaisto 8usta7 mente por#ue o 3ireito n*o e<pressa a natureza do ser. Fosse o 3ireito uc,digo de descri)*o de fen-menos #ue ocorrem necessa7 riamente/ n*o seria pass&vde viola)*o/ e a problemtica da validez n*o estaria a desa?ar o pensamento d

 8uristas7fil,sofos. A intelig>n7 cia e racionalidade do homem/ por si apenas/ n*substituem o 3ireito Positivo e<cluindo os conflitos/ nem impedem o descumpri7 menda lei. As diverg>ncias #ue a anlise do tema relativo N validez do 3ireito oferece

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parte apenas do amplo #uestionamento #ue envolve o mundo das normas 8ur&dicas/ as conclusXY7YZes #ue se seguem/ embora su8eitas N pol>mica/ registram a k<peri>ncde seu autor.

:9 ApXY7YZ :7uXY7YZ XY7YZgXY7YZ XY7YZXY7YZmbra/ Filasof 2a del 3erecho/ ed. cit./ 1C;.:; 4p. cit/ p.:C9.XL:'Z  PAU4 rlXY7YZXY7YZ6 BC 4 atributo vig>ncia n*o re#uer obrigatoriamente #ue 3ireito corres pondente se8a eficaz. 4 n*o7alcance dos ob8etivos sociais mo7 tivadoreda a)*o legislativa devem induzir a revoga)*o formal da norma. A cessa)*o dvig>ncia/ sob tal fundamento/ n*o se opera automaticamente. A eflccia do 3ireipressupXY7YZe a vig>ncia. 4rdi7 nariamente sim/ pois 8uridicamente a solu)*o dproblemas s, adv"m da norma #ue se pXY7YZe obrigat,ria aos seus destinatrios. A

normas costumeiras/ ainda #ue atuemcontra legem/ possuemvig>ncia. 2oda7 via/ eraz*o da clssica divis*o dos poderes/ n*o podemos admitir vig>ncia na 8urisprud>nccontra legem e muitas vezes tais decisXY7YZes rovocam efeitos sociais relevantePensamos #ue a vig>ncia das normas 8ur&dicas implica no reconhecimerXY7YZto dlegitimidade/ pois/ caso contrrio/ ter&amos #ue admitir validade nas leXY7YZs emanadados Estados totalitrios ou de governantes d"spotas.  4 3ireito atural/ por seus princ&pios fundamentais/ " essencial N validez e<tr&nsecdas normas 8ur&dicas. EElccia re#uer efetividade/ pois " pelo cumprimento XY7YZXYZr de "git m dadeXY7YZspociais se concre7 tizam. Ela independe/ to / ois leesprias podem produzir resultados positivos. A nota de efetividade n*o re#uvig>ncia/ pois ainda #ue eivadas de v&cio t"cnico7formgl as normas odem logrades*o social e aplica)*o pelos tribunais I ual7 p / pois as normas podem seacatadas mente prescinde de legitimidade  socialmente/ malgrado a car>ncia de 8ustiXY7YZlca)*o "tica. Finalmente/ #uanto legitimidade/ esta n*o pressupXY7YZe vig>ncia/ pois " poss&vel #ue as normas sevalidez e<tr&nseca seXY7YZam substanciaimente 8ustas ou romovam o saber a #ue sater/ este8am conectadas com o 3ireito a ral e acordes com os anseios sociaiEmbora as normas leg&timas tendam a alcan)ar eficcia e efetividade/ tais atributon*o s*o indis7 pensveis N validez intr&nseca do 3ireito.

$ap&tulo @III4 JU6I12A E A $U2U6A JUXY7YZ3I$A

1UM6I4S 9;. 4 Jurista. 9D. 4 3ireito e os Princfpios. 9 $ultura Jurldica.9B. Qflomo Juridicus\S9;. 4 Jurista  4 3ireito Positivo " um fen-meno comple<o #ue/ por sua natureza hist,rica pluralidade de dimensXY7YZes/ faz com #ue a sua plena compreens*o dependa dvrios setores de pes#uisaS o l,gico/ #ue alcan)a o normativo e se estende ao 3ireit

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$omparado/ o "ttco/ o sociol,gico e o hist,rico. Esse conhecimento amplo n*o se faem progress*o linear/ mas em forma espiral/ num processo lento e de constansedimenta)*o.  A organiza)*o 8ur&dica de um pa&s e<ige tanto o agrupamento de leis #uanto presen)a de operadores do 3ireito e de 8uristas. 4s primeiros s*o versados nmanipula)*o do sistema/ se8a na condi)*o de postulantes/ se8a na aplica)*o de regraem casos concretos. 4 #ue identi ica a classe de 8uristas n*o " tanto o conhecimento dsistemas 8ur&dicos/ mas fundamentalmente a aptid*o em conhecer o 3ireito.$aracteriza7se mais por essa capacidade de distinguir o l&cito do il&cito e em assimilaos princ&pios e teleologia das leis. Ele n*o h de dominar/ necessariamente/ com saber/ as diversas ci>ncias 8ur&dicas.

 + sua percep)*o geral n*o pode faltar o senso do 8usto/ nem a sensibilidade para sociol,gico no 3ireito. Al"m de esp&rito l,gico/ a aptid*o para conhecer o 3ireito re#uuma forma)*o cultural bsica/ capacidade de abstra)*o e sentimento "tico/ vis*sociol,gica e dom&nio da linguagem. 3iscorrendo sobre os re#uisitos necessrios

forma)*o do 8urista/ John Austin deu >nfase especial ao conheci7 mento de l&nguas dantig`idade clssica e N I.,gica/ #ue seria indis7 XL:'ZC PAU4A3E6pensvel N cogni)*o das ci>ncias morais. 4 estudo do 3ireito estaria na depend>ncde processo de infer>ncias fundadas em analogia.l  4 saber do 8urista n*o se limita no espa)o/ adstrito ao ordena7 mento de udeterminado Estado/ visto #ue a sua cultura se solidifica em princ&pios universais/ donde promanam leis bsicas de diferen7 tes povos. A atividade fecunda do 8urista sdesenvolve no plano de iure constituto/ #ue " o do 3ireito vigente/ e no de iuconstituendo/ #uando cogita sobre o 3ireito a ser criado/ a#uele #ue se a8ustaN constitui)*o e se amoldar aos novos princ&pios #ue a ci>ncia 8ur&dica revela/ eharmonia com o momento hist,rico.  6elativamente ao 3ireito vigente/ em uma primeira fase/ o 8urista elabora sistematiza)*o/ depurando os te<tos legislados/ e outras formas de e<pressRo/ daincoer>ncias e contlitos #ue apresen7 tam/ promovendo/ destarte/ a defini)*o dordem 8ur&dica. Esta con7 siste em um comple<o normativo homog>neo eprinc&pios/ prescri)XY7YZes/ valores e teleologia. Ao e<ecutar t*o relevante tarefa/ n*o sorienta apenas pela anlise pessoal das fontes/ pois consulta a 8urisprud>ncia dotribunais/ #ue " reveladora do 3irelto vigente e/ sob certo aspecto/ ao sistematizar

3ireito ele complementa o trabalho do legislador/ pois elimina e<cessos e dacabamento ao seu produto. A tarefa de ordenar o 3ireito e<ige a concomitane<egese das formas de e<press*o do 3ireito. A interpreta)*o " t"cnica imprescind&vel N sistematiza)*o/ servindo7se de meio. 4 escopo do XY7YZurista podestar concentrado/ todavia/ na interpreta)*o como tarefa fim/ #uando ent*desenvolve metodologicamente a mens legis. Isto ocorre #uando 8 dispXY7YZe ddocumentos legais definidos. A atlvldade decodificadora re#uer a pr"vsistematiza)*o. Esse con8unto de atividades intelectuais " de natureza prtica/ pois

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 8urista n*o desen7 volve fun)*o criadora/ mas limita7se a operar sobre instrumentopree<istentes.  A produ)Ro cient&fica do 8urista configura a chamada doutrina 8ccridica. Esta " communis opinio doctol\um. A rela)*o entre a doutrina e o 8urista " a e<istente entuma obra e seu autor. *o h abordagem de um #ue n*o se estenda ao outro. $ompensamento cient&fico/ a doutrina somente origina7se da lavra dos doutores da lei.  4 verdadeiro 8urista tem a sua forma)*o composta de uma parte

: QInQ 1obre la Utitidad del Estudio de la Jurisprud!VXY7YZ/ XY7YZitora acionaM"<ico/:B;/ p. B:.FI414FIA 34 3I6ErI4 , :te,rica e outra prtica/ conforme salienta 4tto %rus`n.z A sua capa7 cidade n*o srestringe ao conhecimento dos princ&pios e normas 8ur&dicas. Al"m de abordar fatosociais a partir da compreens*o do 3ireito vigente/ " capaz de apontar no ordenamenos dispositivos legais aplicveis a determinada #ccaestio facti. $om a desenvoltura co

#ue analisa abstratamente o alcance ftico de uma lei/ as diversas hip,teses de suincid>ncia/ apresenta as solu)XY7YZes 8ur&dicas para os lit&gios concretos.  Em diferentes circunstRncias poder o 8urista discorrer sobre o fen-meno 8ur&dicMaior credibilidade ter a sua opini*o na medida em #ue e<ternar o seu pensamentlivre de #uais#uer compromissos pol&ticos/ 8ungido t*o7somente N sua &ntimcompreens*o dos princ&7 pios e postulados. $omo pro?ssional/ " convocado apatroc&nio de causas e para atuar na assessoria de empresas e administra)XY7YZes.

 Ainda no e<erc&cio de tais fun)XY7YZes/ de sua lavra poder*o surgir novas teorias #ue simpor*o no mundo 8ur&dico. Podemos classificar a atividade dos 8uristas em tr>s n&vedistintos. Um " de natureza prtica/ em #ue se limita a sistematizar e a interpretar 3ireito.4utro " de ordem critica/ #uando #uestiona as leis vigentes/ se8a na avalia)*o de segrau de a8ustamento ao sistema/ aos fatos sociais ou aos valores dominantes nsoci"dade. A atividade de &ndole criadora se patenteia #uando sugere modelos originade lei ao legislador/ #uando concebe novos institutos e princ&pios 8ur&dicos.  W o 8urista #uem d sustentculo ao poder legiferante do Esta7 do/ pois " #uem possconhecimento espec&fco e aptid*o para o trabalho de modelagem de leis ou decreto$omo o 3ireito Positivo " tamb"m a e<press*o de ideologias dominantes/ o trabalho d

 8urista/ #uando de assessoramento/ " #uase sempre intluenciado por diretri7 ze

pol&ticas. Pot>ncia maior revela o 8urista #uando desenvolve o pensamento ilos,ficpor#ue este descerra horizontes e fornece embasamentos/ ou se coloca na sendpol&tica/ #ue impulsiona N criatividade. Paca 5eorges 6ipert/ os 8uristas se entregaapenas ao estudo da t"cnica/ descurando7se da retle<*o filos,fica e alheando7se dPol&tica/ pelo #ue renunciam a dirigir e a criar o 3ireito.9

QInQ E Pensamiento Jurldico/ tradu)*o de Jos" Puig %rutau/ Ediciones Jur&dicaEuropa7Am"rica/ %uenos Aires/:D/ p. ;.

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9 Apud Eduardo ovoa Monreal/ E 3erecho como 4bst,culo ol $ambio 1ocial/ 1iglo@eintiuno Editores/ M"<ico/:B/ p. L/ nota .  O. r:XY7YZ XY7YZ XY7YZ XY7YZXY7YZ y i XY7YZ XY7YZrtXY7YZ XY7YZXY7YZeXY7YZA  XY7YZI. 3fl XY7YZ/rsr.XY7YZ<aXY7YZ <XY7YZe rXY7YZ2: 3: XY7YZ XL:'ZXY7YZci/osoFXY7YZca 3o 3l<XY7YZrro C9 pp U4A3E6 C'9D. 4 3ireito e os PrinXY7YZf Pios  W XY7YZomum dizer7se #ue o 3ireito est mais nos prinXY7YZ&pios do #ue nas leis. #ue neles se acham concentradas as id"las diretoras dos sistemas 8uridicos. Huepretende assiXY7YZar a cultura 8ur&dica h de cultiv7los/ poXY7YZ " a partir deles #ue sd XY7YZr h outr, n*o 8 &dicosOprinc&pios de natureza estritamente 8un XY7YZ XY7YZXY7YZinentes N moralidade.XY7YZonsagrados pelos ordenamentos/ como P e/ados de racionalida7 Embora sfundamentem na raz*o 7 estRo im rede 7 tais prinXY7YZ&pios s*o alcan)ados pela via da e<peri>ncia. Pode7se dp r #ue 3rreito s*o princ&pios e denva)XY7YZes de pXY7YZXY7YZ&pios. Estas se a re7 sentam e

distintas normas e a#ueles se estendem amplamente/ dando fisionomia e &ndole aosistemas. 4 direito * vida " pnnc&pioO a norma XY7YZriminalizadora do aborto deriva)*o. 4 elo entre os pXY7YZXY7YZ&PiXY7YZ e as deriva)XY7YZes " o ue XY7YZtk enta abstra)Ro e a concretude. $omo id"ia7for)a/ os pXY7YZXY7YZ&pios se con8ugam papromover o 3ireito eomo rXY7YZso de adapta)*o social. 3ireta ou indiretamente/ opXY7YZXY7YZ&pios se P acham comprometidos com a realiza)*o do 3ireito comfen-meno  adaptativo e com os valores seguran)a e 8usti)a.  p rtica do 3ireito " uma operacionaliza)*o de grinc&pios. a elabora)*o/ o legisladparte de princ&pios fornecidos pela JurispnXY7YZ7 dentia/ e na etapa de aplicaXY7YZ*ooperador 8ur&dico/ seguindo o m"todo indutivo/ analisa as regras na pes#uisa dprinc&pios reitores/ #ue f,rmam o cerne do 3ireito. Uma vez identiflcados oprinc&pios/ o e<e eta/ com orienta)*o segura/ desenvolver a t"cnica da interpretagRo do 3ireito. $ristaliza)*o do saber universal/ h princ&pios ue ossuem validadabsoluta/ como o da anterioridade da lei penal ou o P#ue se refere ao respeito aato8uridicoperfeito. 4utros h #uXY7YZ sXY7YZ condicionam N esp"cie do sistem^$ommon a!/ $ontinental.  Por nRo darem sustenta)*o a valores fundamentais/ h a#ueles dc menconsist>ncia e #ue por isso variam no tempo e no espa)o.

  plguns/ por seu grande teor de abstra)*o e se vincularem N ordem natural das coisaermanecem sempre vlidos/ como os famXY7YZos praecepta 8uris S oneste viveralter\um non laedere/ suum ue tribuere \ 4s princ&pios s*o necessrios N elabora)Rdos sistemas e atuam ainda como elementos de integra)o do 3ireito. esta segunda ; Ulpiano/ QinQ 3igesto/:.:.:L.:7 Q@iver honestamente/ n*o lesar a outrem e dar a cadum o seu.fun)*o eles preenchem lacunas da Iei/ oportunidade em #ue o apli7 cador do 3ireitdeverR indentific7los com os princ&pios do 3ireito atural ou XY7YZom os dordenamento 8ur&dico/ segundo sua concep)Ro/ salvo #uando houver orienta)R

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espec&fica do sistema. 4 3ireito ptrio a eles se refere comoprincipios gerais de direitno art. ;o da ei de Introdu)*o ao $,digo $ivil e art.:'? do $,digo de Processo $ivEmbora o 3ireito atural e<er)a importante papel na constru7 )*o do ordenament

 8ur&dico/ entendemos/ por imposi)*o l,gica e coer>ncia/ #ue os princ&pios/ no processde integra)*o do 3ireito/ s*o os consagrados pelo sistema.9?. $ultura Jurfdicn  Estudar o 3ireito/ ho8e/ " delimitar o seu campo de anliseO " eleger reas dinteresse. lsto " uma imposi)*o do atual estdio de evolu)*o da $i>ncia do 3ireito/ #use desdobra fecundamente em vrios planos de compreens*o. Ainda #ue homo8cuidicus se empenhe intensa e amplamente na pes#uisa do 3ireito/ n*o alcan)o pleno dom&nio da JtrrzspnXY7YZdentia. A comple<idade do fen-meno 8ur&dico e as suaplrimas dimensXY7YZes de estudo e<igem a especializa)*o. Um acen7 drado amor $i>ncia Jur&dica/ contudo/ pode levar o seu cultor/ sem preEer>ncias especiais/ dedicar7se ao 3ireito como um todo/ hip,tese em #ue se revela um generalista dcultura mediana. 4 mais fre#`ente " #ue o 8urista/ al"m de inteirar7se panoramicamen

do mundo do 3ireito/ se aproEunde no estudo de alguma das ci>ncias 8ur&dicas.  4 8urista se revela tanto mais culto #uanto mais e<tenso " o seu campo de estudo maior a capacidade de vibra)*o de seu esp&rito diante das mltiplas perspectivas danlise do fen-nleno 8ur&dico.$ulto " a#uele #ue/ al"m dos aspectos normativos da lei/ busca a fundamenta)*o "tice sociol,gica da fonte formal/ submetendo7a N anlise cr&ticaO culto " o 8urista #uassimila as iinhas diretoras do ordenamento Our&dico/ consciente/ todavia/ daalternativas cient&fi7 cas previstas no Rmbito doutrinrioO eulto/ ainda/ " a#ue#ue/ embora se dedi#ue apenas a uma das ci>ncias 8ur&dicas ou at" mesmo a um ramda 3ogmtica/ conhece as cone<XY7YZes #ue ligam as reas do territ,rio8ur&dico e smostra capaz de articular o racioc&nio na esfera das demais ci>ncias do 3ireito.  A cultura 8ur&dica compreende/ fundamentalmente/ as anlises normativa/ filos,ficsociol,gica e hist,rica do 3ireito/ contedos #ue se inserem nas chamadas ci>ncia

 8ur&dicas/ entre as #uais se XL:'Z  pp U4A3E6 C; sobrelevam a $i>ncia do 3ireito/ Filosofta Jur&dica/ 1ociologdo 3ireito/ ist,ria do 3ireito e 3ireito $omparado. Eduardo 5arc&a  ynez classificou as duas primeiras como fundament # e as demaisXY7YZomo au<iliares. A compreensRo tridimensionalista re uer/ todavia/ a inclus*o d1ociologia do 3ireitXY7YZ no grupo prineipal. Isto se deve

  ue i ual importRncia e<zst.e XY7YZntre a norma/ o fato e o valor/ ao fato de # g$i>ncia pelo #ue as ci>ncias #ue se dedicam ao estudo desses fatores do 3lreito1ociologia do 3ireito e Filosofia Jur&dica 7 devem ter o mesmo signiflcado D gmticJur&dica A maior coneentra)*o de estudos sobre a 3o  profissionais #ue participam do drama 8udicirio. Ao a8uizar parte dosuma a *o/ ou ao combat>7la/ o caus&dico fundamenta as suas teses no 3ireito em vigositualTdo o seu rXY7YZXY7YZiocinio no plano da 3ogmtica Jur&dica. 4 ob8eto desci>ncia/ Iratada Iamb"m por Jurisprud>ncia \r"cnica e $i>ncia do 3ireito em sentideslrito/ consisle na sistematiza)*o dXY7YZs institui)XY7YZes 8uriXY7YZcas e revela)*o d

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sentido e alcanee de suas disposi7 W XY7YZXY7YZOm recorrendo aos subs&dios da#ueci>ncia #ue o promotor d e 8usti)a emite os seus parXY7YZrXY7YZ e o magistrado 8ulgas a)XY7YZes.  4 cultor do 3ireito pode direcionar a sua pes#uisa no plann "tico/ submetendo ainstltui)XY7YZes 8ur&dicas N anlise cr&tica. W XY7YZ perspectiva filos,?ca. Especializamse na scientia rectrr< do 3ireitn n*o apenas os genuinamente fil,sofos/ ntas tamb"os uristas #ue/ n*o se contentando com as respostas oferecidas pelas dogmticaparticulares/ procuram uma fundamenta)*o substancial. $onforme observa 6oberyra Filho/ os ramos 8ur&dicos #ue mais induzem N Filosofla do 3ireito s*o o 3ireiPenal/ o Internacional PtXY7YZblico e XY7YZXY7YZ $onstituciona, 4 primeiro/ por#upossui contedo acentuadamen XY7YZ te moral onde se localizam tematranscendentais. como o direito dXY7YZ  ena de morte/ incrimina XY7YZes. 3ireito Internacional Pblicc/ punir/ p XY7YZ \S  em raz*o da peculiar preocupa)Ro de seus estudiosos XY7YZm ustiflcarelXY7YZ a sue<ist>neia e em decorr>ncia das refle<,es #uXY7YZ a 3eclara)XY7YZlcXY7YZ Univers

dos 3ireitos do omem e pactos internacionais anlogos induzem.\ 3irei$onstitucional/ de vez #ue esse nobre ramo/ ao i QInQ Introduccibn a Estudio XY7YZ: XY7YZrecho/:'XY7YZ ed./ Editorial Porrua 1.AM"<ico/:?;/ p.::D. XY7YZXY7YZa XY7YZ XY7YZ UXY7YZ XY7YZ XY7YZaO 6evis*o $rltic1"rgio Antenio? QInQ A FilosoXY7YZ Fabris Editor/ Porto Alegre/:XY7YZ/ PXY7YZ XY7YZ.B Pacto Internacional sobre 3ireitos $ivis e Pol&ticose o Pacto Internacional sob3ireitos Econ%micos/ 1oXY7YZiais e $ulturais.FI414FIA 34 3I6Er24 11estabelecer as diretrizes bsicas do sistema 8urldico/ propicia o pen7 samento dial"ticem uma corrente de indaga)XY7YZes e respostas.  A adapta)*o do 3ireito n*o se processa de maneira suficiente sem #ue a realidadsocial se8a devidamente fotografada nos es#ue7 mas normativos. 2al fato valoriza tana pes#uisa do grau de a8usta7 lnento social do 3ireito #uanto o surgimento de novaf,rmulas legislativas/ preconizadas para o realinhamento do 3ireito. 1e n*o " e<ig&vdo 8urista uma ocupa)*o inteleetual de tal ordem/ " impres7 cind&vel/ todavia/ #ue smantenha em alerta Ns conclusXY7YZes de tais estudos/ por#uanto/ por defini)*o/ 3irei" processo de adapta)*o social. 4 plano de estudo da 1ociologia do 3ireito " relevande lege lata e de lege ferenda. Huanto N lei e<istente/ de vez #ue contribui para a su

interpreta)*o atualizadaO #uanto N lei a ser criada/ pois fornece dados valiosos alegislador.  A investiga)*o hist,rica " tarefa coad8uvante para a defini)*o do 3ireito ou para a sumais lcida compreens*o. 3ireito e ist,ria s*o fatos culturais incind&veis/ da& por #ueaprofundado estudo de um conduz/ naturalmente/ N abordagem do outro. Para o 3ireiser adapta)*o social/ a sua ader>ncia N realidade concreta deve ser permanentdonde a sua natureza dinRmica e hist,rica/ embora nem todo o seu contedo se8contingente. $omo mestra da vida/ a ist,ria contribui para o aprimoramento do 3ireitcomunicando7 lhe a sua e<peri>ncia. A $onstitui)*o Federal %rasileira de :CC/ por su

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&ndole geral/ revela #ue os constituintes a elaboraram sob o impulso de forconsci>ncia hist,rica/ tal a e<alta)*o de valores humanos# ue haviam sido postergadodurante a vig>ncia da $onsti7 tui)*o Federal de :?B.  Embora o 3ireito deva ser a e<press*o de uma nacionalidade e traduzir o #ue h dpermanente no g>nero humano/ os 8uristas de vanguarda n*o limitam o seu interessao 3ireito nacional/ mas estendem a sua pes#uisa ao forRneo/ no af* de se manterematuali7 zados com a evolu)*o das dogmticas particulares. 4 8urista culto mant"m a suaten)*o voltada para o 3ireito de outros povos/ notadamente para o da#ueles #ue t>os seus c,digos mais avan)a7 dos ou #ue possuem costumes e tradi)XY7YZes anlogaao de seu pa&s. W o comparatista #uem se acha em condi)XY7YZes de assessorar legislador e de elaborar antepro8etos de c,digos. $omo patrim-nio da humani7 dade/ conhecimento cient&fico n*o deve ser privil"gio ou monop,7 lio de uma na)*o. intercRmbio culturl deve ser prtica corrente e indispensvel N cont&nua atualiza)*dos sistemas 8ur&dicos.XL:'Z

C?PAU4A3E69B. Qomo Juridicus  AXY7YZim XY7YZmo XY7YZ PXY7YZoXY7YZ humanas t>m personalidade/ maneira individude agir e de reagir em face de situa)XY7YZes e acontecimentos cada 8urista " hom

 8uridiXY7YZXY7YZ ue PoXY7YZ\u XY7YZ suas Prefer>ncias em face do 3ireito e se identif\iccom determinados valores 8ur&dicos. Entre os cultores do 3ireito as tend>ncias so amais diversificadas. Alguns  plam o Jus sob o prisma da seguran)a 8ur&dica/ outros atri7 contem buem maiimportRncia ao valor do 8usto/ havendo a#ueles #ue do preemin>ncia ao fato. concep)*o tridimensionalista revela uma vis*o mais e#uilibrada/ pois apresenta 3ireito como um comple<o formado pelos elementos fato/ valor e norma. 4s adeptode tal corrente nRo especificam/ todavia/ o tipo de valor #ue seria funda7 mental ao 8upositum/ pelo #ue/ entre eles/ registram7se tamb"m vrias tend>ncias.  1ob a intlu>ncia do positivismo/ o homo [XY7YZXY7YZXY7YZ legalista identi7 fica o 3ireicom o valor seguran)a XY7YZur&dica. Em seus trabalhos e<eg"7 ticos n*o se motiva poutros prmXY7YZ&pios sen*o as derivados das normas \ur&dicas. 1er usto " aplicar norma ao caso XY7YZ"gXY7YZdentro da previs*o [ [ ue floresceu na legal. 4s membroda chamd aXY7YZlgo apoleo/ em :CL;/ p Fran)a ap,s a promulga)o o gu&am

forma)*o legalista. Para eles o 3ireito estava apenas no $,di o. A postura legalistsobre ser acr&tica/ n*o favorece o deseXY7YZ volvimento da sociedade e nem d3ireito. Embora no chegue a ser ustificadora do 3ireito vigente/ " doutrina conserXYZadora no sentido em #ue n*o provo7 XY7YZa in#uieta)XY7YZes do ponto de vista "ticou sociol,gico.  Em posi)*o diam etralmente contrria situa7se o homo8uridicus eticista/ para #uemlei seria apenas um instrumento de 8usti)a. 4 valor do XY7YZusto nRo " considerado dponto de vista convencional/ .

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  como crit"rio da lei/ mas substancial/ como a#uele #ue efetivamente confere o seucada um. A anlise #ue e<ercita n*o " a de mera decodifica)*o/ pois submete ainstitui)XY7YZes N censura "tica. A 8usti)a seria a causa final do 3ireito e seu elemenessencial. Em conse7 #`>ncia/ a lei in8usta n*o seria 3ireito/ no devendo/ destartser a licada nos tribunais. 4 homo8uridicus eticista n*o se conforma com alei esimples fato de ser let. Por sua atitude idealista/ pXY7YZe7se em busc permanente ddever7ser. A corrente do 3ireito ivre/ #ue obteve o seu maior desenvolvimento nprimeiro #uartel do s"c. 00 e se pro8etou nas obras do austr&aco Eugen Ehrlich e dalem*o Vantoro!icz/ seus e<poentes m<imos/ seguiu essa linha de pensa7 ment1eus adeptos preconizavam a aplica)*o da 8usti)a pelo crit"7 rio da lei ou apesar dlei. \FI414FIA 34 3I6EI24 g_  4bserva7se um contlito entre as concep)XY7YZes do homo8uridicus legalista e eticist#ue na realidade " tamb"m entre os valores seguran)a 8ur&dica e 8usti)a. A harmonentre os dois valores " poss&vel/ n*o/ por"m/ em termos absolutos. A chamada l

in8usta " e<emplo disso. En#uanto o legalista reconhece a sua validade e orienta nsentido de sua aplica)*o/ o eticista nega7lhe carter 8ur&7 dico e obrigatoriedade. 1*posi)XY7YZes antit"ticas e inconciliveis. a opini*o de Paulo 3ourado de 5usm*o con8uga)*o dos dois valores Po / XY7YZXY7YZ # " ss&vel mas s,sno sistema em ue aleis n*o s*o ditadas por um/ mas por muitos... 3e fato/ a ordem 8ur&dica emanada de uregime democrtico/ de um modo geral/ " um saber a #ue se ater e rene solu)XY7YZe

 8ustas para as hip,teses #ue prev>. A #uest*o/ por"m/ n*o se resolve completamenna instRncia pol&tica. Huando o conflito se apresenta inamov&vel/ ao 8urista se impXY7YZdecidir pela aplica)Ro ou n*o das normas 8ur&dicas/ momento em #ue e<pXY7YZe a suprefer>ncia na escala de valores e revela a sua voca)*o como homo8uridicus.

C QInQ Filusofio do Ih/eito/ ed. cit./ p.:9;.XL:'Z2erceira Parte642EI64 I12G6I$4 3A FI414FIA 34 3I6EI24 XL:'Z$ap&tulo I046I5EM E E@4U4 I12G6I$A 34 3I6EI241UM]4S 9C. $onsidera)XY7YZes Pr"vias. 9. 4rigem ist?rica do 3ireito. ;L.

$aracteres do 3ireito Primitivo. ;:. 4 Progresso Juridico. ;' $onclusXY7YZes.9C. $onsidera)XY7YZes Pr"vias  4 estudo sobre a origem do 3ireito comporta as anlises onto7 l,gica e hist,rica. primeira aborda a fonte geral e essencial do 3ireito Positivo como um todo/ perspectiv#ue leva o pes#uisador Ns doutrinas voluntaristas/ naturalistas e ecleticas/ #ue situam3i7 reito/ respectivamente/ como emana)*o da vontade/ produto da natureza ou s&ntesintegradora de ambasS 2al ordem de indaga)*o ser considerada em estudo N partelimitando7se o presente cap&tulo N anlise hist,rica/ cu8o tema oferece e<tenso painel denfo#ues e eonstitui ob8eto da disciplina ist,ria do 3ireito. A anlise/ do ponto de vis

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hist,rico/ promove o levantamento de dados pertinentes Ns primeiras manifesta),eprticas do fen-meno 8ur&dico e a sua varia7 )*o no tempo/ com abrang>ncia dos fatosociais cireundantes e mdu)*o de princ&pios e leis da evolu)*o 8ur&dica.  As anlises ontol,gica e hist,rica e<ercem/ entre si/ rec&proca influ>ncia. 3e um lada pes#uisa hist,rica/ ofertando subs&dios fticos/ a8uda a clarificar a no)*o do 3ireito#ue n*o pode ser compreendido como algo dissociado da pr<is. A anlishist,rica/ #ue n*o se restringe a descrever as muta)XY7YZes #ue se operam no campdo 8us positum/ pois esclarece os crit"rios e constantes da evolu)*o 8ur&dica/ pressupXYZe op)XY7YZes ontol,gicas sobre o 3ireito. 4 estudo hist,rico tanto revela substrato

 8ur&dicos/ #ue 3el XY7YZlecchio/ no ob8eto da Filosofia do 3ireito/ incluiu a chamadpes#uisa feno7 menol,gica/ #ue se desenvolve/ segundo o autor/ pelo e<amda hist,ria 8ur&dica da humanidade e tem por escopo a demonstra)*o XL:'ZFI414FIA 34 3I6EI24 9 'PAU4A3E6das causas gen"ricas e universais da forma)*o e e<ist>ncia do 3ireito Positivo.l 9

4rigem XY7YZst,rica do 3ireito  Embora n*o se tenha/ ho8e/ uma base cient&fica segura XY7YZara a descri)*o do teorforma das manifesta)XY7YZes originais do 3ireito/ havendo muito de con8etural respeito/ algumas conclus,es funda7 mentais se imp,em como resultado deonhecimento atual sobre a natureza humana e por infer>ncias registradas nobserva)*o do #uadro evolutivo do 3ireito '  XY7YZA ordem natural das coisas nos revela #ue osg rupos sociais/ inicia menrestritos ao Rmbito da fami ia/ eram regidos por normas internas/ cu8a imposiXY7YZ*XY7Yse fazia pela autoridade do pai de famiBia8A tese sobre a e<istencia do estado dnatureza/ e<posta pela chamada Escola do 3ireito atural/ durante os s"culos 0@II 0@III/ segundo a #ual os homens primitivamentXY7YZ teriam vivido isolados e #uapenas em um segundo estdio/ mediante o pacto de uni*o/ teriam se agru7 pado/ n*" reconhecida atualmente como um fato hist,rico/ mas como suposto l,gico a e<plicarteoria do contrato social.  o #ue concerne N primitiva forma de conviv>ncia humana/ redomina o entendimensegundo o #ual a horda/ o matriarcado e , atriarcado foram/ sucessivamente/ as tr"faseOs inieiais/ n*o obs7 t te a doutrina tradicional/ fundada em fontes b&blicas/ indi#uo patriarcado como a primeira etapa. A horda se caracterizaria pela vida n-made dgrupo/ onde imperava o regime dXY7YZ promiscuidade/ com os indiv&duos se dedicand

N ca)a e N pesca e sem regras predeterminadas de conviv>ncia. Abandonando nomadismo/ os homens passaram a trabalhar na agricultura/ origillando7se a fase dmatriarcado/ pela #ual o parentesco se definia pXY7YZ7:a mulher e 8 n*o se adotavaprticas promlscuas. Foi %achofen/ em :C?:/ em seu livro Matriarcado/ #ueapresentou estudo sistemtico sobre essa etapa. a observa)*o de 3el @ecchio/ coo matriarcado a mulher n*o assumiu a heXY7YZemonia pol&tica/ mas apenas a condi)*de centro da famlia pela deslgna)*o do parente.s. 8 Em faXY7YZ XY7YZt,ricsubse#`ente o homem assumiu a che?a da famlia e passou a ser o elemento drefer>ncia na deEni)*o do parentXY7YZ. Era o patriarcado.

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  4p. ci5/ 'H vol./ p.:L.Z $onsiderando #ue as hip,teses sobre a origem hist,rica do 3ireito s*o incertas/ n*odemonstradas e n*o pass&veis de demonstra)*o/ 6udolf 1tammler preferiu focalizar tema apenas de um modo geral e analisar as transforena)bes do 3ireito dentm dcertas fases hist,ricas.9 4p. cit/ 'H vol./ p. 'B.  XY7YZ Huando as primeiras sociedades se formaram/ com elas surgi7 ram tamb"m aregras de conviv>ncia/ n*o inteiramente novas/p ois muitas 8 eram consagradas nogrupos sociais. Em sua primeira fXY7YZse/ o 3ireito #ue se formou com os grupoprimitivos era aplicado pelo sistema da vingan)a privada/ pelo #ual cumXY7YZria aoparticulares a retribui)*o do mal. Inicialmente a represalla n*o seguia crit"rios definidomas em uma fase mais adiantada estabeleceu7se a chamada pena de tali*o/ pela #ua v&tima ou seus familiares reagiam N ofensa com iXY7YZgual intensidade e formaS olhpor olho/ dente XY7YZor dente. Em estdlo #ue se seguiu/ as pessoas envolvidas e

lit&gio XY7YZ n*o ficavam abandonadas a uma solu)ao de carter pessoal/ de vez #uerei ou o pai de fam&lia assumia a incumb>ncia de decidir a causa. I.ogo/ por"m/ asenten)as eram con iadas N classe dos sacerdotes ou aos 8u&les/ #ue pacificavam apartes e castigavam os culpados. A partir dessa etapa o 3ireito se reveste de formascerim-nias/ em uma iniciativa dos 8ulgadores e como maneira de valorizar a sua tarefa$onforme observa)*o de Pietro $ogliolo/ Qcriado o ,r *o est asseXY7YZurada fun)*oQ.Q As formalidades passaram a atrib XY7YZ carter 8urldico aos atos praticadoHuando as partes dese8avam limitar a obriga)*o assumlda apenas ao plano religiosodispensavam o emprego dos s&mbolos. Pretendendo/ todavia/ Impor efeltos8ur&dicos aato/ recor7 riam a mancipatio #ue/ na e<press*o de $ogliolo/ Qera um comple<o dformas sem contedoQ.s 1urge/ assim/ a fase da composi)*o/ pela #ual os povosubstituem a vinXY7YZan)a privada/ #ue se identiecava com a for)a bruta/ em favor dcrlterlos racionais #ue beneficiavam tanto o lado da v&tima #uanto o da eomunidade$om a compositio tem7se a cria)*o do processo 8udicial/ caracterizado pela figura d

 8ulgador/ e<ist>neia do lit&gio e de regras sociais a serem aplicadasXY7Yistoricamente/ a passagem de uma fase para a seguinte n*o se proccOssuu na mXYZma "XY7YZoca. En#uanto os romanos abandonaram a vin7 gan)a privada 8 ao in8cde sua hist,ria/ os germanos somente o ,zeram ao ?na: da IdadXY7YZ M"dia/ ccXYZnforme anota)*o do8urista alem*o 1temberg., Em meio a inmeras dvidas #ue

retrospectiva 8ur&dica apre7 senta/ uma conclus*o " certa/ conforme declara 5iorgio 3@ecchioXY7YZ Qa organiza)*o 8ur&dica primitiva baseia7se no v&nculo de sangue\ S\ 2parentesco criava uma unidade/ com repercuss*o no 3ireito/ pois os #ue possu&auma ascend>ncia comum mantinham reciproca tu7

 Filosofia do 3iXY7YZeito Privado/ ivraria $lssica Editora/ .isboa/::D/ p. '?.4p. cit/ p. 9L.Invoclucci,n a la $iencia del Irecho/ trad. da 'XY7YZ ed. alem*/ Editorial ab1.A./ %arcelona7f9uenos Aires/:9L/ p. ;'.

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4p. cit/ 'H vol./ p. '.Q XY7YZXY7YZ 1tXY7YZXY7YZ XY7YZ.XY7YZ XY7YZ iXY7YZQXY7YZ XY7YZ IXY7YZSr . S XY7YZ3Fl SXY7YZ/S\dXY7YZt\XY7YZ XY7YZXY7YZ ?9tXY7YZ2XY7YZ 3XY7YZt S SSXL:'Z; PAU4 A3E6tela. A unidade estabelecida simbolizava7se por um totem/ ob8etivado geralmente eum animal e/ em raras vezes/XY7YZelas plantas. 3enomi7 nava7se gens ou clan o grupformado pelo vmculo de sangue/ sendo #ue se admitiam a partlcipa)*o de estranhomediante a ado)*o. 4s grupos/ assim constltu&dos/ possu&am uma grande for)a/ tal solida7 riedade #ue neles imperava. Huando um elemento da gens era ata7 cado por uforastelro o grupo " #uem reagia/ fazendo7o n*o em rela)*o ao ofensor/ mas contra grupo a #ue este pertencia.  f Hual a causa fundamental do 3ireitoT 3o ponto de vista filo7 s,fico teria surgido eraz*o da imperfei)*o humana. Para a Igre[ a $at,lica essa condi)*o seria irrevers&vepor#uanto derivada do pecado original. 4 3ireito seria/ assim/ na observa)*o d

Felice %attaglia/ remedia peccati/ #ue n*o sanava o pecado e nem devolvia a perfei)*ao homem.C Para os mar<istas a imperfei)*o poderia ser convertlda/ pois a sua origeestava ligada N distin)*o de classes sociais. $om o desapareciment,dessas/ cessariaimperfei)*o huma7 na e a raz*o de ser do 3ireito XY7YZ XY7YZ/ Em sua 1ociolog5iuridicaXY7YZ ardi75reco sustentou a tese de #ue o 3ireito surgiu no grupo soci#uando um de seus membros provocou nos demais companheiros um sentimento dvingan)a ou de temor pelo futuro. 4 8urista7soci,logo aponta trXY7YZs causae<plicativas da rea)*o do grupoS a[ a tend>ncia geral de todo ser vivo reagir a est&mulodolorososOb[ os sentimentos #ue lnduzem o ser vivo N rea)ao atual ou futura contra o #ue lhprovoca a dor e/ em segundo plano/ o medo de um dano futuroOc[ os sentimentos #ue impelem a rea)*o contra #uem ataca um compa7 nheiro. simples e<ist>ncia do grupo n*o levava/ XY7YZor"m/ N forma)ao do 3ireito. 1eria precis#ue se alcan)asse determmada e<tens*o nu7 m"rica no grupo e #ue as atividadesociais n*o se limitassem a desor7 denadas rea)XY7YZes coletivas/ macompreendessem tamb"m os fatos da produ)*o e e<igissem a prote)*o efetlva dregras heter-nomas. ardi7 5reco acrescenta/ ainda/ a necessidade da atua)*o dalgumas faculda7 des ps&#uicas/ espeXY7YZalmente alinguagem e a refle<*o/ aplicadesta Ns rea)XY7YZes coletivas e seus efeitos. XY7YZ[

;L. $aracteres do 3ireito Primitivo  Ainda #ue distintos os caracteres dos ordenamentos antigo e contemporRneo/ enteles podem ser apontados alguns denomma7 dores comunsS Wm todo o correr dhist,rla o 3ireito se revelou como processo de adapta)*o social/ eomo f,rmulautil&zadas pelos homens

C Felice %attaglia/ op. cit vol. 9/ p. 'LB. QInQ 4 3ireito e a @ida 1ocial/ A. I.. Machado eto e BXY7YZahid> Machado eto/ $iaEditora acional/ 1*o Paulo/:??/ p. ?.

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FI414FIA 34 3I6E224 D  para a garantia da conviv>ncia interindividualXY7YZ 4b8eto cultural #ue "/ 8 #uproduto da e<peri>ncia humana/ o 3ireito selnpre e<XY7YZressou a compreens*alcan)ada pela sociedade em rela)*o ao valor XY7YZusti)a. 4 entendimento humansobre esse valor " evolullvo. 3esde a "poca do 3ireito primitivo at" o presente/ n*obstante per&odos de retrocessos/ vem7se registrando um aprimoramento no concelde8usti)aXY7YZ + medida #ue o homem evolu&a espiritualmente/ avan)os importanteeram assi7 nalados no Rmbito da estimativa 8ur&dica. Esse processo evolutivo/ segundo 8urista alem*o Ihering/ estaria caracterizado pela luta cons7 tante do homem nafirma)*o de seus direitos fundamentais.\o/ 4 paralelo entre o ordenamento antigo eatual mostr/ ainda/ como denominador comum/ #uelXY7YZ,s XY7YZsos e costumes t>sido histo7 ricamente a grande fonte do 3ireito.XY7YZMal rado a apar>ncia raciona7 listtais as inova)XY7YZes #ue apresenam/XY7YZs c,digos atuais refletem princ&pios crit"rios #ue se formaram ao longo do tempo/ espelhan7 do o pensamento e aaspira)XY7YZes sociais. En#uanto o 3ireito antigo se manteve costumeiro/

contemporRneo se apresenta tecnicamente evolu&do atrav"s de c,digos/ onde as regrade organiza)*o e de comportamento social se interdependem e formam um corpsiste7 mtiXY7YZo de disposi)XY7YZes. Alguns povos/ todavia/ se adaptaram ao 3irei7 n*o7escrito e com ele se identificaram e conservam at" o presente essa Eorma de<pressRo 8ur&dicXY7YZIsto ocorre com os pa&ses filiados ao sistema do $ommon a!.  4 legislador moderno sabe identificar o territ,rio do8us e dispor sobre as rela)XY7YZe#ue se inserem na#uele dom&nio/ com lcida distin7 )*o das elasses de normas sociaiIsto n*o ocorreuXY7YZrlo passado/ eXY7YZ as regras8ur&dicas n*o se limitavam a ordenao conv&vio social dentro de uma finalidade de paz e garantia da ordem. 4 preceitomuitas vezes/ era de fundo estritame te religioso/ moral ou e<pressava simpleconveneionalismo sociaXY7YZ/1ternberg/ com proced>ncia/ susci7 tou a e<ist>ncia duma lei Qde diferencia)*o progressivaQ relativa Ns classes de normas sociais.ll Em sufase primitiva o 3ireito foi domi7 nado pela 6eligi*o/ sob a cren)a generalizada de #uas leis possu&am origem divina e/ como tal/ n*o deviam ser reformuladas pea)*o humana. 4 processo de seculariza)*o do 3ireito foi lento e dependeu menos doestudiosos das leis do #ue da mentalidade dos povos/ cu8a f" no absoluto comando dreligi*o foi progressivamente diminuindo

:L QInQA utapelo 3ireito/ $ia. Editora Forense/ 6io de Janeiro/:B'.

:: 4p. cit/ p. 9C.XL:'Z? PAU4 A3E6por for)a do advento do pensamento cient&fico. A partir do momento em #ue ofen-menos de ordem material passaram a ser e<plicados por seus ne<os de causa efeito/ o poderXY7YZda religi*o entrou em decl&nio/ com refle<os no campo do 3ireito  Primitivamente/ o 3ireito Positivo n*o possu&a divisXY7YZes em classes ou ramos. Esua fase pr"7cient&$ca se#uer se cogitou sobre a diferencia)*o entre o 3ireitg Pblicoo Privado/ #ue adveio apenas eom o 3ireito 6omanoXY7YZ 4s c,digos primitivo

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disciplinavam/ indistintamente/ todo tipo de re a)XY7YZes sociais/ englobando #uestXYZes de fami ia/ trabalho/ tributo/ com"rcio/ penOXY7YZ1e tais c,digos/ compa7 radoaos sistemas 8ur&dicos atuais/ revelam7se ine<pressivos/ n*o se deve dei<ar dreconhecer #ue na#uelas normas estava localizado o embri*o do 3ireito moderno.  Embora se aElrme #ue os c,digns antigos se limitavam N compi7 la)*o dos costumeo $,digo de amurbi ^'LLL a.$.[ pode ser indicado como e<ce)*o/ de vez #udiversas inova)XY7YZes/ ditadas pelo sentimento de 8usti)a social da#uele imperadoforam introduzidas no 3ireito da %abil-nia.;:. 4 Progresso Juridico  Ainda #ue se possa falar em crise do 3ireito n*o ser contradi7 t,ria a reEle<*o sobo progresso 8ur&dico. @ia de regra/ no Rmbito do 3ireito a crise n*o e<clui , progressoEste se define pelos avan)os na a<iologia e na t"cnica.XY7YZ A crise 8ur&dica XY7YZodmanifestar7se de diferentes modosS pela deasagem entre os institutos 8ur&dicos o avan)o socialO pelo n*o acatamento aos postulados bsicos do Estado de 3ireitopela n*o efetividade de leis fundamentais. Ainda #ue pade)a de alguma dessa

defici>neias/ considerando7se os ordena7 mentos antigos/ o sistema 8ur&dico adotadpelos pa&ses 5ivilizados revela7se 3ireito evolu&do.XY7YZ Ao analisarmos o tema efoco consideramos o 3ireito univer7 sal e o seu desenvolvimento hist,ric$omparando7se per&odos hist,ricos pr,<imos " admiss&vel #ue se constate estagna)*o e at" o retrocesso/ fen-meno este #ue se registrou neste ltimo #uartde s"culo no Ir*/ com o retorno N vig>ncia do livro religioso XY7YZcor*o.  XY7YZ Identificamos o progressa 8ur&dico com uma eXY7YZXY7YZiral inflnita/ pois constitum aperfei)oamento #ue n*o se e<aure/ #ue n*o poseui um termo final. A renova)*cont&nua no campo social e.nse8a renova)*o corresponXY7YZente no 3ireito Positivmovimentus esses #uc n*o t>m fim e #ue fazem do progresso8ur&dico dualidade dpresente e futuroS  progresso #ue se alcan)a e progresso a ser alean)ado.FI414FIA 34 3I6EI24  XY7YZ Pode7se falar em progresso8ur&dico na medida em #ue o 3ireito/ por consagrprinc&pios solidos e conectados com a ordem natural das coisas/ alcan)a universalidade se revela estvel. *o " necess7 rio o pleno amadurecimento dos institutos 8ur&dicoe perman>ncia de suas regras. A rea8ur&dica sens&vel Ns mudan)as sociais/ desd#ue fundada em princ&pios a8ustados aos direitos humanos/ revela7se parte do XYZrogresso 8ur&dico. $om a evolu)*o/ social surgem/ em motocontmuo/ instituto

 8ur&dicos #ue poderao e<pressar progresso 8ur&dico/ desde #ue garantam os direitobsicos da pessoa humana./ 4 progresso 8ur&dico n*o " um alvo a ser atingido poesfor)o e<clusivo dos 8uristas.XY7YZEle depende fundamentalmente do avan)o social etermos de cultura. *o pode haver e<pectativa #uanto ao advento de um 3ireiaperfei)oado se a sociedade correspondente se revela atrasada em rela)*o Neon#uistas universais do homem.3ireito evolu&do pressupXY7YZe sociedade evolu&da. W imprescind&vel #ue a mentalidadsocial se identi?#ue com os valores #ue dizem respeito N diXY7YZnidade humana. Aind#ue o 3ireito e<er)a uma fun)*o XY7YZeda7 g,gica e corrgtiva/ e:e ser impotente par

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transformar o esp&rlto de uma "poca. E necessrio/ prel minarmente/ o crescimentmoral do ente humanoO a agudiza)*o de sua sensibitidade "tica. *havendo defici>ncia dessa ordem/O o processo de aperfei)oamento do 3ireito ser algafeto N Pol&tic* e aos 8uristas. A Pol&tica/ por#ue a ela eompete a escolha das diretivasociais e a escolha dos modelos 8ur&dicosO aos8uristas/ por#ue a elabora)*o dosistemas8ur&dicos n*o " tarefa a ser e<ecutada XY7YZor leigos/ visto #ue 3ireito ci>ncia. 4 pr,prio 3ireito $ostumeiro/ para ser evol.u&do/ re#uer o comando dos XYZuristas/ #ue atuam ocultamente/ induzindo a ado)*o de certos princ&pios e regrasXYZ 4 aperfei)oamento de um sistema n*o se opera necessariamente eXY7YZm todas aareas do 3ireito Positivo. Este evolui/ Ns vezes/ em determinados ramos apenas/ comocorreu com os romanos/ #ue foram notveis no campo do 3ireito Privado e modes7 tona rea do 3ireito Pblico.  Finalizando/ podemos concluir #ueKXY7YZo XY7YZrogresso 8ur&dico n*o " um alvo a satingidoXY7YZ r esfor)o e<crusivo dos 8uristas/ mas da sociedade como um todo e #ure#uer aXY7YZuro t"cnico/ es#uemas normativos com esp&rito l-gico/ ade#ua)*o

realidad e social sub8a7 cente e respeito aos direitos inalienaveis do homem. XY7YZ\;'. $onclusXY7YZes  Entre osp ovos mais evolu&dos o 3ireito Positivo se acha a8us7 tado aos postuladobsicos do 3ireito atural e direitos humanos.1eu ob8etivo n*o " apenas/ como nop assado mais distante/ o de promover paciFca)ao/ mas o de satisfazer os mltiplos interesses XL:'Zg PAU4 A3E6da sociedade e do homem/ de acordo com os valores 8usti)a e segu7 ran)a. *obstante deva disciplinar somente os fatos cXY7YZue influen7 ciem no e#uil&brio sociaprogressivamepte o 3ireito vai ampliando o seu comando nas rela)oes de vida. E cer#ue deva intervir o m&nimo XY7YZoss&vel no conte<to social e XY7YZbsorver o m&nimo dmoral necessrio ao bem7estar dos homens/ mas ainda assim observamos #ue oordenamentos 8ur&dicos se ampliam eg anham comple<idade.Fsse crescimento gradativo #ue se verifica decorre de doXY7YZs fatores bsicos. 3e ulado a crescente celeridade eXY7YZue se registra no campo dos fatos sociais/ em raz*do avan)o na area das comunica)XY7YZes/ tecnologia e ci>ncia. 3e outro ladoO emdecorr>ncia da maior cons7 cientiza)*o #uanto N natureza e N dignidade do homemcXY7YZue induz a cria)*o de mecanismos ade#uados de prote)*o efetiva/ seXY7YZa nplano da garantia da vida/ liberdade ou patrim-nio. 4s atos legislativos #ue se editam

no Rmbito do 3ireito Aeronutico e 3ireito de Eletricida7 de ou/ ainda/ sobre ecologia sade revelam a pluralidade de tarefas #ue s*o cometidas ao 3ireito na atualidade/ eeontraste com o primitivo/ #ue visava apenas a pacifica)*o.  *o " preciso recorrer N pes#uisa hist,rica para se constatar #ue " um e#u&vocatribuir a um so fator o motivo determinante da cria)*o e evolu)*o do 3ireito. e<peri>ncia ou li)*o dos fatos nos esclarece #ue importantes con#uistas no Rmbit

 8ur&dico foram al7 can)adas mediante a luta e #ue/ eonforme pretendia 1avigny/ a)*o lenta e impercept&vel dos costumes induz a forma)*o de regras e princ&pio

 8ur&dicos. A doutrina tem contribu&do com a sua parcela para o desenvolvimento d

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3ireito/ n*o apenas sob o est&mulo de consultas formuladas por ,rg*os administrativomas tamb"m por suas ofertas/ ao legislativo/ de esbo)os de novos institutos 8ur&dicos.Inegvel/ tamb"m/ o papel desempenhado pelos 8u&zes e tribunais/ se8a naperfei)oamento da legisla)*o vigente/ se8a em atua)*o de vanguarda/ #uando crianovos modelos XY7YZur&dicos. 4 3ireito ptrio/ relativamente ao direito da concubinpor e<emplo/ limita7se a dispo7 si)XY7YZes da lavra de nossos tribunais/ #ue smostraram sens&veis a um novo fato social relevante e improvido de amparo lega3esconhecer as contribui)XY7YZes dessas diversas fontes e localizar subXYZacentemente a luta/ em tais iniciativas/ " armar o esp&rito de preconceitos contemplar a realidade social de maneira distorcida$ap&tulo 0

 A FI414FIA 34 3I6EI24 A A2I5II3A3E1U MXY7YZi6l4S ;9. A ist,ria da Filosofia do 3ireito. ;;. Fase PrXY7YZ \el>nica.;D. Filosofia 5rega PrXY7YZ 1ocrtica ;b. 4s 1o8utas ;B. 4 Pensamento 1ocr7 tico. ;

 A Filosofia/ Jurfdica de Plat*o. ;. 4 Pensamento Aristot"lico. 1L.

 A Escola Est,ica 1l. A Escola Epic!XY7YZsta D' A Filosofia do 3ireito em 6oma. D4bserva)XY7YZes Finais.;9. A ist,ria da Filosofia do 3ireito A pes#uisa hist,rica de nossa disciplina reveconhecimentos #ue setviram de base para desenvolvimentos ulteriores e outro#ue/ ainda ho8e/ conservam atualidade plena. averia tamb"m a#uele saber #ue n*logrou nenhuma forma de pro8e)*o/ configurando apenas opiniXY7YZes. 4 presenestudo se limitar N#ueles conhecimen7 tos/ pois as simples opiniXY7YZes n*o devem tacesso aos comp>ndios.1egundo egel/ o significado de um dado hist,rico adv"m de seu liame com algum fageral e t*o7somente por isso. *o se pode compreender/ pensa o fil,sofo alem*o/ umhist,ria #ue se limite N e<posi)*o de opiniXY7YZes/ pois essas podem formar unicamenQum ob8eto de intil curiosidadeQ. A investiga)*o apenas erudita possui esse sentidopor#ue Qconsiste em saber #uantidade de coisas inteis desprovidas de interessintr&nseco/ a n*o ser o interesse de serem conhecidasQ.: A investiga)*o hist,ricfavorece a eompreens*o da cultura contemporRnea/ pois o grande livro da sabedoria fescrito ao longo dos s"culos/ cu8as primeiras pginas antecederam apensamento hel>nico. A sua importRneia nas disciplinas filos,XY7YZcas " not,ria/ pois/

: Introdu)*o 3 rst,rrado Filosofia/ 9XY7YZ ed./ Arm"nio Amado Editor/ 1ucesso

$oimbra/:B;/ p. DL.XL:'Z:LL PAU4 A3E6conforme observa 3el @ecchio/ Q^...[ o presente/ sem o passado/ carece de sentidoO e passado revlve no presenteQ ' A sabedoria humana foi alcan)ada pela soma de<peri>ncias de sucessivas gera7 )XY7YZes. Foi a heran)a cultural/ ou transmiss*o dconhecimentos entre as gera)XY7YZes/ #uem permitiu a forma)*o das ci>ncias. sedimenta)*o do saber foi constante. Em algumas "pocas o processo se femais veloz/ por interm"dio de notveis sl&ios/ en#uanto em outras regis7 trou7s

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lentid*o/ se8a em decorr>nc   ヘ a da falta de cientistas de e<pres7 s*o/ se8a peiacondi)XY7YZes adversas do momento hist,rico/ #ue ocorrem/ por e<emplo/ em per&odode guerra e #uando o regime pol&tico cerceia a liberdade em suas diversas formas dmanifesta)*o.  A anlise hist,rica " rica em perspectivas e/ entre outras li)XY7YZes/ revela os fatore#ue induziram as fases de apogeu e de decl&nio/ significando isso/ para ocontemporRneos da ci>ncia/ a oferta de dois modelos bsicosS o de >XY7YZito e defracasso. 4s ensinamentos #ue a hist,ria do pensamento consigna no se limitamportanto/ N apresen7 ta)*o de conhecimentos espec&ficos/ pois se estendem tamb"aos fatos relevantes #ue rnargearam c saber.  1endo a Filosofia do 3ireito uma refle<*o sobre um ob8eto fle<&vel/ uma vez #ue realidade a #ue se refere modifica7se conti7 nuamente com adapta)ao Ns condi)XY7YZede cada povo e de cada "poca/ seria til a sua pes#uisa hist,ricaT 4 con8unto dinforma)XY7YZes teria algo a oferecer na atualidadeT 1e o homo 8uridicus adota upositi7 vismo radical/ por certo responder negatlvamente. 4s autores #ue segue

orienta)*o espiritualista tendem a responder de modo afir7 mativo/ pois o 3ireito/ n*obstante se8a m,vel/ possui elementos invariveis/ comuns aos povos na diversidaddo tempo e do espa)o.  W #ue nem tudo " convencional no 3ireito. eertos princ&plos e normas #unecessariamente devem ser consagrados pelo Estado/ de vez #ue refletem a pr,prdignidade do ser humano. valores bsicos #ue foram cultivados pelos cidad*oatenienses e romanos e #ue ho8e s*o preservados tanto em nosso meio como eregiXY7YZes estranhas/ 8ustamente por#ue se referem N parte estvel do homem/ sua natureza.;;. Fase Pr"7el>nica W na 5r"cia antiga onde vamos encontrar/ propriamento in&cio da Filosofia do 3ireito/ malgrado as primeiras refle<XY7YZes dessa:7losoFlA oo 3iXY7YZrro :L:natureza tenham precedido ao pensamento hel>nico/ pois o 3ireito/ de maneiemp&rica/ envolto ainda com a 6eligi*o/ Moral/ 6egras de 2rato 1ocial/ surgiconcomitante ao florescimento das civiliza7 )XY7YZes do passado e/ como se sabe/ pensamento 8ur&dico e<erce uma vis atractiva em rela)*o ao flos,fico. $omo preciosar#uivo do saber/ a ist,ria da Filosofia do 3ireito deve registrar t*o7somenfatos significativos do pensamento/ id"ias pioneiras #ue levaram subs&dios Ns ulteriorecorrentes 8ur&dico7filos,ficas #ue se formaram.9 4nde o esp&rito religioso predomino

pouco se pode cogitar a respeito de um pensamento 8usfilos,fico/ pols a lei econsiderada a e<press*o da vontade divina/ e o seu acatamento/ uma imposi)*o de f2al dogmatismo atuava como obstculo ao pensamento filos,7 fico/ #ue re#uliberdade plena/ nenhum coadicionamento al"m dos ditames da raz*o e da e<peri>nci

 Apesar do sentido religioso da cultura dos eg&pcios/ indianos/ chineses/ hebreus/ comum aos auto7 res reportarem7se ao pensamento desses povos/ vislumbrandali medita)XY7YZes 8usfilos,ficas.  o Egito antigo/ o famoso ivro dos Mortos tanto revela o sentimento de8usti)da#uele povo #uanto o dom&nio da 6eligi*o sobre o 3ireito. Perante o 2ribunal d

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4sins/ conforme a narrativa/ para obter a felicidade eterna o morto precisava de proferdiante da deusa Maat/ vocbulo #ue significa lei/ uma ora)*o cu8o teor mostra sentido religioso do dever de 8usti)a/ bem como a percep)*o de princ&pios e regradevidamente a8ustados ao 3ireito atural.  a Kndia primitiva destacaram7se as doutrinas do bramanismo/ budismo e8ainismo. Udos princ&pios filos,ficos #ue se eternizaram no Rmbito social/ ho8e desdobrado evrias diretrizes do pensamen7 to/ foi o da igualdade da nalureza humana/ proclamadpor disc&pulos de %uda ^D?97;C; a.$.[/ ao combaterem o regime de castas.  $onhecido no mundo ocidental por $onfcio ^DD:7;B a.$.[/ Vung7fu7ts"/ ou QMXYZstre VungQ/ pro8etou o pensamento chin>s no Rmbito da Filosofia/ escrevendalgumas obras 8ur&dico7filos,ficasS 2a7 hio/ ou 5rande FstudoO $hon yung/ ou 3Invariabilidade do Justo M"dioO in ya/ ou $onversas F\dos,ficas. Para ele o valor d

 8usto era

 9 Ao prefaciar a tradu)*o portuguesa da obra de egel/ Introdit)*o d ist,ria d

Filosofia/ Joa#uim de $arvalho/ professor da Univeisidade de $oimbra/ sustenta a tesde #ue antes do s"c. 0I0 houve apenas a proto7hist,ria/ pois a ist,ria da Filosofn*opodia f,rmarse sem alguns pressupostos e re#uisitos/ #ue surgram apenas nsegunda metade do s"culo' 4p. cit/ vXY7YZot. I/ p. 9D.XL:'Z:L' PAU4 A3E6fundamentalS Q1e se dispXY7YZe de homens 8ustos/ o governo prosperarOsem eles/ o governo desaparecerQO Qpode7se obngar ao povo a seguir os princ&pios d

 8usti)a e da raz*o/ mas n*o se pode obrigar a com7 preend>7losQ ^in7yu/ @III/ [. Al"de $onfcio/ destacou7se o pensamento de seu disc&pulo M>ncio e de ao7ts"/ send#ue este/ ao lado de $huang7ts"/ eriou a chamada filosofia do taoXL'CZsn!.  Entre os hebreus/ a refle<*o 8ur&dica se manifestou em livros religiosos/ basicamenno Pentateuco/ tamb"m denominado 2or ou ei. Atribu&da a Mois"s/ a#uela obapresenta cinco livrosS5>neses/ <odo/ ev&tica/ meros e 3euteron-mio/ #ue renem preceitos religiososlegais/ dispersos em nanativas hist,ricas. Alguns historiadores colocam em dvida autoria desses escritos. Para Jorge ]eber eles Qprocedem sem dvida do pr,prMois"sQ ; Em frase #ue encena sentido amb&guo/ Ampkre revela a sua admira)*o pe

obra de Mois"sS Q4u Mois"s possu&a uma cultura cient&fica igual N #ue temos no s"0I0/ ou era inspiradoQ D 3a maior significa)*o foi o 3eclogo de Mois"s/ #ue cont"mregras gerais #ue se inspiraram na ordem natural das coisas/ e por isso/ em grandparte/ possui atuali7 dade. $onvencido de #ue as leis #ue elaborara eram 8ustaMois"s perguntouS QE #ue gente h t*o grande/ #ue tenha estatutos e 8u&zes t*o 8ustocomo toda esta lei #ue ho8e dou perante v,sTQ ^3eutero7 n-mio/ ;/ @/ C.[ o livro do1almos/ #ue teria sido elaborado por 3avid/ encontram7se tamb"m numerosarefer>ncias N 8usti)a e e#i`7 dade/ refletida esta no crit"rio de atenua)*o da lei por ugesto de miseric,rdia divina. 6eferida em DC vers&culos dos 1almos/ a 8usti)a s

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apresentava como ordenamento divino e a sua observRncia propi7 ciava a perfei)*individual e coletiva.;D. Filosofca 5rega Pr"71ocrtica A Filosofia grega atingiu o seu ponto mais alto coas doutrinas de 1,crates/ Plat*o e Arist,teles/ #ue ainda ho8e e<ercem fasc&nio nopensadores eontemporRneos/ tal a profundidade de suas refle7 <XY7YZes e a amplituddos temas abordados. A voca)*o grega para o campo das especula)XY7YZemanifestou7se mais cedo/ por"m/ com a Escola J-nica ^s"c. @I a.$.[/ a #ual/ de &ndomaterialista/ pes#uisou

; Apud Jayme de Altavila/ 4rignn dos XY7YZs XY7YZ\ PoXY7YZ\QXY7YZ\/ XY7YZ XY7YZ./ XYZi)Ces Melhoramentos/ 1*o Paulo/:?;/ p.:;.D Apud Jayme de Altavila/ op. cit. / p.:;.XY7YZi.osoXY7YZa 3o 3 I6Erro :L9no Rmbito tenestre o elemento #ue seria a origem do mundo sens&vel.

 A filosofia desenvolvida pelos 8 -nios foi de natureza cosmol,gica/ e seu ponto d

contato com a nossa disciplina operou7se ao conceber o 3ireito comofen-meno natura Ana<imandro de Mileto/ um de seus integrantes/ identificou a no)*o de 8usti)a com Universo/ en#uanto Emp"docles/ #ue desenvolvera a teoria dos #uatro elemento^gua/ ar/ fogo e tena[/ recorria ao valor8usti)a para e<plicar o cosmo.  $om a Escola Eletica XY7YZs"c. @I a @ a$[/ a filosofia grega n*o alterou o rumo dsuas investiga)XY7YZes/ mantendo7se ainda no per&odo cosmol,gico. Entretanto/ oeleatas/ com Parm>nides/ 0enofontes/ en*o de El"ia e Meliso de 1amos foram maprofundos em suas refle<XY7YZes/ passando a um plano metaf&sico ao sustentarem #uo ser verdadeiro " uno/ imutvel e eterno. Para os membros dessa Fscola/ o ser n*pode surgir do n*o7ser. 1eXY7YZ ndo Parm>nides/ o 3ireito seria o fator da imutabilidaddo ser/ pois tudo no universo se achava subordi7 nado N8usti)a/ e esta n*o permitia #ualgo nascesse ou fosse destru&do.  o per&odo pr"7socrtico foi a doutrina da Escola Pitag,rica/ ou Itlica/ a #udesenvolveu no)XY7YZes mais atinentes N nossa disciplina.Pitgoras de 1amos ^DC' a DLL a.$.[/ seu fundador/ fi<ou7se em $rotona/ 1ul da Itlionde fundou uma academia/ na #ual se cultivou uma rigorosa filosofia moral. Pmotivos de natureza pol&tica os membros da Escola foram perseguidos e e<pulsos d$rotona/ ocor7 rendo a dissolvi)*o da#uela associa)*o de pensadores.  Ao #ue tudo indica/ Pitgoras n*o escreveu livros/ mas o seu pensamento encontra7s

registrado na obra 1obre a atureza/ de Filo7 lau/ seu mais notvel seguidor. Pensavaos pitag,ricos #ue a Filosofia era o meio de puri,ca)*o interna/ id"ia essa #ue s"culomais tarde influenciou o idealismo "tico de Plat*o. 4b8etivando a academia o preparoforma)*o de dirigentes/ a#ueles pensadores promoveram uma apro<ima)*o/ em seuestudos/ da Filosofia com a Pol&tica.  A doutrina da Escola Pitag,rica pode ser definida como um sistema filos,Eico fundadem nmeros/ considerados esses a ess>n7 cia de todas as coisas. 2al concep)*o foaplicada aos dom&nios da Filosofia do 3ireito/ pois de?niram a 8usti)a como igualdadentre o fato e a conduta correspondenteS um crime/ uma penalidadeO uma tarefa/ um

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retribui)*o. E<pressa na f,rmula Qa#uilo #ue um sofre por algoQ/ considerada certeipor 2ruyol y 1ena/ ? a no)*o pitag,rica

? 4p. cit/ IH!l./p.:'9. D \XY7YZQXY7YZ XY7YZXY7YZ XY7YZ XY7YZO#OXY7YZ/XY7YZ XY7YZXY7YZfXYZe QQXY7YZ ll. 3I JXY7YZXY7YZS 9\S.\QQ 9s atXY7YZ.XY7YZtl2li5 lyft XY7YZ\OXL:'Z:L; PAU4 A3E6de 8usti)a eomo igualdade foi mais tarde desenvolvida pelo g>nio Estagirita. 4 valo

 8usti)a foi simbolizado pela figura geom"trlca do #uadrado/ em raz*o da absoluigualdade de seus lados/ e pelos algarismos ; e / pois resultantes da multiplica)*o/ psi mesmos/ de um nmero par e de um &mpar. Huanto ao 3ireito/ este foi definido pPitgoras como o igual mltiplo de si mesmo/ concep)*o essa #ue n*o logrou sen*vagas interpreta)XY7YZes/ entendendo Pontes de Mi7 randa #ue a#uele sblo dese8opossivelmente/ e<pressar o imut7 vel #ue h na sucessRo das formas e a despeitdelas.

;?. 4s 1ofistas $om o aparecimento dos sofistas houve um giro copernicano nfilosofia grega/ #ue abandonou as investiga)XY7YZes cosmol,gicas em prol dindaga)XY7YZes #ue se centralizavam no homem/ iniciando7se a fase antropol,gica dFilosofia. 4 aparecimento da 1of&stica/ no s"c.@ a.$./ #ue teve em Protgoras/ 5,rgias/ &pias/ 2ras&maco/ os seus corifeus/ n*o sregistrou por acaso/ mas em decorr>ncia do fato hist,rico da democratiza)*o de Atena#ue/ N "poca de P"ricles/ renunciara ao regime aristocrtico.  4s sofistas eram cidad*os cultos/ bons oradores/ #ue dese8avam ensinar a arte e t"cnica pol&tica e por isso dedicavam especial aten)*o N 6et,rica/ visando o preparo dnovos dirigentes. 4utro fato #ue motivava os sofistas e valorizava as suas orienta)XYZes era a circunstRncia de #ue/ na gora/ os cidad*os e<punham oralmente/ diantdos 8u&zes/ as suas pr,prias causas. Pelo fato de n*o terem dei<ado escritos/ suaid"las s*o conhecidas pelas obras de seus adversrios/ espeXY7YZialmente pelodilogos plat-nicos.  4s sofistas n*o chegaram a formar uma escola/ pois n*o adota7 ram uma linha nicde pensamento/ sendo7lhes comum a diverg>n7 cia ou contradi)*o de id"ias/ emborconvergissem seu estudo para id>ntico alvoS o homem e seus problemas psicol,gicomorals e sociais. Embora defendessem/ algumas vezes/ teses absurdas/ provo7 candrea)XY7YZes/ n*o tinham o hbito de fundar seus argumentos em princ&pios religioso

da& ans ]elzel ter real)ado #ue o aparecimens to dos sofistas trou<e para o esp&rigrego o advento da Ilustra)*o.

B 1istema de $itncia Positiva do 3ireito/ '/ ed./ Editor %orsbi/ 6io de Janeiro/:B'/ voI/ p. [email protected] ans ]elzel/ Introducci,n o la Filoso8lo del 3erecho/ 'XY7YZ ed. espanhola/ AguilaMadrid/ :_B:/ p. ?.FI414FIA 34 3I6EI24 : 41

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Entre os autores/ s*o classificados como individualistas e sub8etivis7 tas/ al"m dnegadores da ci>ncia/ pois entendiam #ue toda pessoa tem o seu modo pr,prio de vas coisas/ fato esse #ue inviabilizaria XY7YZual#uer ci>ncia/ pols nenhuma delas podeonstituir7se por meras opinXY7YZXY7YZes isoladas. Em decorr>ncia dessa premissadmitiram apenas o carter relativo da 8usti)a e do 3ireito/ #ue seriam colltingentes e de<press*o convencional. $olocando em anlise a indaga)*o se a 8usti)a se fundava nordem natural/ de um modo geral negaram/ sob o argumento de #ue Qse e<istisse u

 8usto natural/ todas as leis seriam igualsQ. $oube a um so?sta 7 Protgoras 7 proclama)*o de #ue Qo homem " a medida de todas as coisas/ id"ia essa #ue fortaleca tese em tomo da eXY7YZst>ncia de um direito #ue rene princ&pios etemos/ imutveisuniversais/ pois fundado no homem/ em sua natureza.;B. 4 Pensamento 1ocrtico  4 per&odo tico da filosofia grega iniciou7se com 1,crates ^;BL ou ;? a 9 a.$.[ e feompletar7se com o pensamento de Platao e de seu disc&pulo Arist,teles. A e<empdos sofistas/ seus contempo7 rRneos/ 1,crates atra&a ouvintes/ com eles se reunind

em pra)as pblicas/ mas en#uanto os primeiros proferiam palestras e cobravam/ emantinha fecundos dilogos e nada recebia em troca. 4 pensa7 mento socrtico achase consignado nas obras Apologia e Memor7 veis/ de 0enofontes/ e nos 3ilogos dPlat*o. $onEorme a cr&tica de 6afael 5ambra/ ambos seriam p"ssimos bi,grafos/ Qprimeiro por car>ncia/ o segundo por e<ageroQ.\a Particularmente notvel foi o m"todempregado pelo fil,sofo na sua busca do saber. Interessado em refletir sobdeterminado tema/ dirigia pergunta ao seu interlocutor e/ de cada resposta/ formu7 lavoutra indaga)*o/ provocando embara)os crescentes para o in7 terrogando. Essa fasdo m"todo " denominada ironia. Ap,s seu interlocutor reconhecer o e#u&voco darespostas/ 1,crates demons7 trava o #ue era certo/ ocorrendo assim a mai>utica/ eu8vocbulo deriva de maia/ parto de id"ia. Mais tarde a mai>utica foi aperfei)oa7 da poPlat*o/ #ue a transformou em sua dial"tica.  En#uanto os sofistas se intitulavam conhecedores da verdade/ 1,crates afirmavaS nica coisa #ue eu sei " precisamente #ue nada

  Apud 5iosgio 3el @ecchio/ op. cit./ vol. f/ p. ;'.lb Apud 6afael 5ambra/ Peguena ist,ria da Filosofia/ 9XY7YZ ed./ ivraria 2avareMartins/ Porto/:BL/ p. 1D.XL:'Z

I 4$ PAU4 A3E6seiQ. Por essa e<press*o #uis apenas mostrar #ue o homem da ci>ncia deve adotapostura de humildade diante do universo do saber. Uma das premissas de sepensamento era a inscri)*o do orculo de 3elfosS osce te ipsum ^conhece7te a mesmo[. Entendia n*o ser poss&vel ao homem conhecer a realidade ob8etivdesconhecendo o seu pr,prio ser. Pregou/ ent*o/ a filosoFa do autoconhecimento.  4 pensador/ #ue n*o se interessara pela $osmologia e nem pelas #uestXY7YZepoliticas/ n*o formulou um sistema sobre o 3ireito/ dei<ando considera)XY7YZeesparsas sobre o problema da lei e da 8usti)a.

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$om a consci>ncia de cumprir os seus deveres de cidad*o/ ao ser indagado por &pia#uanto N no)*o de 8usti)a/ respondera7lhe ser desnecessrio dizer com palavra o #urevelava com o e<emplo de sua conduta.  4 grande sbio identificou a 8usti)a com a leiS Qeu digo #ue o #ue " legal "8ustoQ#uem obXY7YZdece Ns leis do Estado obra 8ustamente/ #uem as desobedecin8ustamenteQ. 1,crates orientava no sentido da plena obedi>ncia N lei/ proclamando sum ato de in8usti)a a sua viola)*o/ pois a mesma seria uma decorr>ncia de uconsentimento dos cidad*osOimplicando o desrespeito em #uebra de um pacto. essa id"ia/ 5uido Fass, vislumbruma concep)*o contratualista.Q 2al perspectiva de pensamento demonstra a5nidadcom a doutrina positivista/ #ue so7 mente viria surgir muitos s"culos ap,s.  a ri#ueza das id"ias socrticas encontram7se tamb"m maniEesta7 )-es de naturez

 8usnaturalista/ pois/ no dilogo com &pias/ o sbio aborda sobre leis n*o escritas dcarter universal e #ue seriam de orcgem divina. *o apenas no pensamento dfil,soEo/ mas tamb"m pelo ltimo e<emplo de vida/ nota7se uma valoriza)*o do

princ&pios de seguran)a 8ur&dica. Ao ser condenado in8ustamente a beber sicuta/ soalega*o de #ue corrompia a 8uventude com alus*o a novos deuses/ 1,crates negousua fuga aos amigos/ dizendo7lhes #ue Qera preciso #ue os homens bons cumprisseas leis ms/ para #ue os homenXY7YZ mau.e respei7 tassem as leis sbiasQ. $om o segesto/ 1,crates/ no cunflito entre os valores 8usti)a e seguran)a/ optou por este ltimo.;C. A Filosofia Juridica de Plat*o  Assimilando de 1,crates/ seu grande mestre/ o m"todo de refle7 <Ro por dilogos/ ateniense Plat*o ^;'B79;B a.$.[ produziu nume7

 :: ist,ria de la Filoso8ta del 3ereci!/ Pirmide 1.A./ 9i ed./ Madrid/:C'/ vol. l/ p. ;;.FI414FIA 34 3I6EI24 :LBrosos escritos filos,ficos/ notveis pela profundidade e for)a l,gica de suas id"ias ainda pela elegRncia do estilo. Esse valioso con8unto de forma e contedo levo%ernard 1ha!/ ap,s a leitura dos dilogos/ a rever o seu convencimento #uanto aprogresso da cultura/ pois Qse a humanidade produziu h vinte e cinco s"culos um thomem/ for)oso " confessar #ue a cultura n*o tem progredido em todos os seuaspectosQ.:' 3escendente de fam&lia nobre/ Plat*o recebeu educa)*o esme7 rada/ aos vinte anos de idade passou a acompanhar as li)XY7YZes de 1,crates/ ao lado d#uem permaneceu at" #ue a morte lhe tirasse o grande mestre. Mais tarde/ 8 ao

#uarenta anos/ ap,s haver encetado viagens ao Egito e sul da Itlia/ por onde convivecom os pitag,ricos e com os dois 3ion&sio/ retornou a Atenas e aIi fundou a su Academia/ na #ual se cultivavam as ci>ncias e a Filosofia/ permanecendna#uele centro de estudos at" o fim de sua e<ist>ncia.  3os vinte e seis dilogos conhecidos/ A 6epblica/ #ue mais propriamente deverdenominar7se Q4 EstadoQ/ " a obra mais cita7 da/ pois nela se acham reunidas as id"iado fil,sofo nos dom&nios da Wtica/ Est"tica/ Psicologia/ 2eologia e Metaf&sica. odilogos/ a presen)a de 1,crates " constante/ a ponto de criar embara)oaos int"rpretes das obras #uanto N distin)*o do pensamento dos dois fil,sofo

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3estacam7se/ ainda/ com particular interesse para a nossa disciplina/ os dilogoconstantes em 4 Politico e em As eis.  En#uanto no pensamento socrtico a "tica possui conota)*o utilitria/ pois identificao bem com o til e o agradvel para o homem/ em Plat*o a#ueta no)*o se apresentdesprovida de condi7 cionamento/ pois o bem teria valor em si mesmo. Muitos s"culoap,s/ Emmanuel Vant ^:B';7:CL;[ desenvolveria igual linha de pensamento.3e capital importRncia em seu sistema filos,fico " a no)*o de id"ia/ a #ual n*o se coEunde com o sentido comum do vocbulo/ com ob8eto do pensamento humano. W alge<terior/ #ue e<iste no mundo da realidade ob8etiva e #ue se v>. A id"ia se identificcom o universal/ pois " ess>ncia depurada de individualidade.  Marcado/ na interpreta)*o de alguns autores/ pela condena)*o de 1,crates/ Plat*teria se preocupado em conceber o Estado perEeito/ #ue seria governado pelos masbios " onde a 8usti)a

 :' Apud 6afael 5ambra/ op. cit./ p. C.

XL:'Z:LC PAU4 A3E6prevaleceria. $omparou o Estado eom o homem em dimens*o gran7 de/ pois serdotado de organismo completo e de perfeita unidade.

 A anlise sobre o Estado revela #ue a preocupa)*o maior do fil,sofo n*o era com Estado em si/ pois esse " mostrado apenas como instrumento de realiza)*o da macompleta 8usti)a. Este valor/ por7 tanto/ " o alvo principal de todo o sistema imaginad

 A8ustificativa para a e<ist>ncia do Estado revela #ue o fil,sofo o concebecomo processo de adapta)*o criado pelo homem para suprir as suas defi7 ei>nciapois surgina como decorr>ncia da impossibilidade de cada pessoa/ diretamente/ proveas suas mais variadas necessidades.  4s la)os de harmonia #ue devem imperar na sociedade apenas seriam poss&veis eum Estado organizado raclonalmente. $onsideran7 do #ue a propriedade e a fam :eram dois fatores de instabilidade social/ pols provocavam divisXY7YZes entre ohomens e confronto do interesse geral com o particular/ preconizou a e<tin)*o das duainstitui)XY7YZes. Ao Estado seria confiada a tarefa de criar e educar os 8ovens/ prticessa #ue induziria maior respeito entre os membros da comunidade e a e<tin)*o doprivil"gios de parentesco. As uniXY7YZes/ por seu lado/ n*o seriam livres/ competlndaos magistrados a sua disposl)*o. 4 poder do Estado seria ilimitado e/ em face dele/ o

cidad*os nao possu&am algum direito. 4s indiv&duos/ em verdade/ pertenciam aEstado.  A sociedade no Estado ideal seria Eormada pelos artes*os/ #ue seriam laboriosopelosguerreiros/ #ue seriam fortesO pelos magistrados/ #ue seriam dotados dracionalidade. Entre as classes haveria unTa hierar#uia/ pois os artes*os e guerreirodeveriam subordinar7se aos magistrados/ #ue seriam governantes e representadopelos fil,sofos.  $ada membro da sociedade deveria desempenhar papel corresponden7 te Ns suaaptid?es. Ao nascer/ deus colocaria ouro nos #ue iriam gXY7YZvernarOXY7YZrata/ n

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forma)*o dos guerreirosOferro e bronze nos agricul7 tores e artices. Admitia/ por>m#ue um tipo de metal pudesXY7YZe produzir uma gera)*o de outro metal. A 8usti)somente serla alcanXY7YZada na medida em #ue as pessoas desem nhassem nsociedade um paXY7YZ : compat&vel com as suas aptidXY7YZes. XY7YZnforme destacFelice %attagl a/ n*o h #ue se inscrever o nome de Plat*o entre os precursoredo comunismo/ 8 #ue as suas considera)XY7YZes foram de ordem "tica e pol&tica/ n*se estendendo ao setor econ-mico.  Em sua obra As eis/ produzida na velhice/ Plat*o alterouvrios princ&pios #uadotara emA 6epblica. Em lugar de tr>s classes sociais/FI414FIA 34 3I6EI24reconheceu #uatro/ cu8o crit"rio de distin)*o se basearia na renda individual. Aceitou casamento monogRmico em todas as classes e tamb"m o direito de propriedade sobra terra/ embora com vrias restri)XY7YZes. Plat*o/ #ue concebera o estado sem lemodelo esse #ue confiava aos 8u&zes a solu)*o 8usta das #uestXY7YZes/ emboconvencido de seu acerto/ reconheceu #ue o mesmo seria ine<e#i`vel na#ue

"poca/ pois n*o havia magistrados assim habilitadas em nmero suficiente. Ainda #uanto N lei/ entendera o fil,sofo #ue os te<tos deveriam ser acompanhados de<posi)*o relativa N finalidade do ato normativo.;. 4 Pensamento Aristot"lico  $om Arist,teles ^9C;79'' a.$.[ eneerra7se o chamadoperiodo tico da Filosofia greginiciado com 1,crates e continuado com Plat*o. Essa fase urea do pensamenestendeu7se entre os s"culos @ e I@ a.$. e foi considerada como idade de ouro dcultura humana.  ascido em Estagira/ na 2rcia/ Arist,teles fre#iientou a Aca7 demia de Plat*o duranduas d"cadas/ e com a morte de seu mestre empreendeu viagens pela 5r"cie<ercendo/ a seguir/ as fun)XY7YZes de preceptor de Ale<andre/ filho de Felipe/ rei dMaced-niaS Mais tarde/ retornando a Atenas/ ali fundou uma escola de Filosofi#ue recebeu o nome de iceu. 3enominou7se peripat"tica a Filosofia ensinada na#ueeseola/ isso em raz*o de o Estagirita adotar a prtica da eaminhada entre as alamedaeobertas ^peripatoi[ en#uanto dis7 sertava aos seus disc&pulos. Parte da e<tensprodu)*o cultural do fil,sofo/ #ue abrange tanto a Filosofia #uanto as ci>ncias/ fescrita na#uela "poca/ e entre as principais obras destacam7seS 4rganon/ ou 2ratadde ,gicaO Wtica a ic-maco e Politica/ estas duas com maior interesse para os nossoestudos.

  3e todos os fil,sofos da Antig idade/ foi Arist,teles #uem desenvolveu mae<tensamente os temas ligados N Filosofia Jur&dica.Para ele o Estado constitu&a a e<press*o mais feliz da comunidade humana e o sev&nculo com o homem era de natureza orgRnica/ pois Qassim como n*o " poss&veconceber a m*o viva separada do corpo/ assim tamb"m n*o se pode conceber indiv&duo sem o EstadoQ.:XY7YZ 3o ponto de vista social o homem foi chamado danimal politico/ no sentido de #ue possu&a instinto de vida gregria. Fora dsociedade/ segundo o Estagirita/ o homem seria um bruto ou um dcus. Pata #ue

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:9 $urso de Filoso8la dellrecho/ ed. cit./ vol.:H/ p.:99. ^ :; Apud 5iogio 3el @ecchioop. cit./ vot. I/ p. D;.XL:'Z::L PAU4 A3E6o homem vivesse isoladamente seria necessrio/ portanto/ #ue n*o se situasse dentrdos padrXY7YZes de normalidade. 1"culos mais tarde/ 2oms de A#uino/ seu grandseguidor na Idade M"dia/ enumerou tr>s hip,teses para a vida e<tra7socialS mafortuna/ e<cellentia na7 turae e corruptio naturae.  3iferentemente de seu mestre/ #ue situava as #uestXY7YZes filos,7 ficas em um plande profunda abstra)*o/ Arist,teles procurava ligar7se mais aos fatos emp&ricos/ ncontempla)*o dos fen-menos sociais. Apesar de desenvolver amplamente a refle<*sobre a8ust   ヘ )a/ considerou leg&timo o regime da escravid*o/ pois a vida/ amesmo tempo #ue re#ueria a atividade intelectual da classe dirigente/ neces7 sitava dm*o7de7obra dos agricultores e art&fices. A eseravid*o/ #ue se impunha como ordenatural das eoisas/ deveria e<tinguir7se #uando pudesse ser substitu&da pela m#uin

3XY7YZl @ecchio/ como tantos outros autores/ procurou XY7YZustificar a posi)*o d Arist,teles/ alegando #ue a sociedade da#uela "poca adotava a#uele modede organiza)*o/ dei<ando entrever #ue o Estagirita fora influenciado pelos fatos de setempo. 2al argumento seria pondervel em fun)*o de um homem m"dio/ n*o para umfil,sofo #ue e<ercita/ permanen7 temente/ a arte da supera)*oO #ue " capaz de ver al"da f&sicaO #uXY7YZ era mestre/ enfim/ na ci>ncia da abstra)*o.  4s fil,sofos #ue antecederam Arist,teles n*o chegaram a abor7 dar o tema da 8usti)dentro de uma perspectiva 8ur&dica/ mas como valor relacionado N generalidade darela)XY7YZes interindividuais ou coletivas. Em sua Wtica a ic-maco/ o Estagiriformulou a teoriza7 )*o da 8usti)a e e#i.`dade/ considerando7as sob o prisma da lei do 3ireito. 2*o bem elaborado o seu estudo #ue se pode afirmar/ sem receio de err#ue muito pouco se acrescentou/ at" nossos dias/ N#uele pensamento original.  Aprovando a assertiva de 2e,gnis/ para #uem Qna 8usti)a est*o compreendidas todaas virtudesQ/ o fil,sofo considera 8usto o ho7 mem respeitador da lei e in8usto o sem le$om esta passagem/ n*o pretendeu e<pressar uma pro$ss*o de f" cega na lei/ poissua aten)*o n*o se achava concentrada em lei de #ual#uer contedo/ mas na#uela#ue comungam com o seu sentido virtual/ conforme se pode concluir da seguinpassagem de sua Wtica a ic-macoS Q^...[ nas disposi)XY7YZes #ue tomam sobre todoos assuntos/ as leis t>m em mira a vantagem comum/ #uer de todos/ #uer dos melhore

ou da#ueles #ue det>m o poder ou algo nesse g>neroO de modo #ue/ em certo sentidchamamos 8ustos N#ueles atos #ue tendem a produzir e aFI414FIA 34 3I6EI24 :::presetvar a sociedade pol&tica e felicidade e os elementos #ue a compXY7YZemQ.\XY7YZ

 Ao elaborar a sua no)*o de 8usti)a/ Arist,teles assimilou dos piXY7YZag,ricos amedidas igualdade eproporcionalidade/ afirmando #ue a XY7YZusti)a envolvia pemenos #uatro termosS Q^...[ por#uanto duas s*o as pessoas para #uem ele " de fat

 8usto/ e duas s*o as coisas em #ue se manifesta 7 os ob8etos distribu&dosQ.:? A8usti)

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n*o implicaria apenas em igualdade/ tomada esta como propor)*o aritm"ticmas tamb"m em proporcionalidade/ #ue Q" uma igualdade de razXY7YZesQ.$lassi?cou a 8usti)a em duas esp"cies bsicasS distributiva/ #ue deno7 minoproporcional/ e comutativa/ por ele chamada de retificadora ou corretiva. A distributivse conEguraria com a distribui)*o/ pro7 porcional ao m"rito de cada pessoa/ de benrecompensas/ honras.

 A comutativa ocorrXY7YZria nas rela)XY7YZes de troca/ consistindo na igual7 dade entre#uinh*o #ue se d e o #ue se recebe. Ela poderia ser voluntria/ como nos contratos/involuntria/ como nos delitos. a ltima hip,tese caberia ao 8uiz Qigualar as coisamediante penasQ/ aspecto esse #ue levou 3el @ecchio a trat7la por 8usti)a 8udicia

 Ao recha)ar a id"ia pitag,rica de reciprocidade como prtica 8usta/ revela a suoposi)*o N chamadapena de tali*o sem/ contudo/ a ela referir7se nominalmenteS Q4rareciprocidade n*o se en#uadra nem na 8usti)a distributiva/ nem na corretiva/ e nentanto #uerem #ue a 8usti)a do pr,prio 6adamanto signifi#ue issoS 1e um homesofrer o #ue fez/ a devida 8usti)a ser feita.Q:\ A no)*o de e#`idade foi e<posta po

 Arist,teles como Quma corre)*o da lei #uando ela " deficiente em raz*o de suuniversali7 dadeQ. 4 fil,sofo apresentou a e#`idade como crit"rio de preenchi7 mento dlacunasS Q^...[ #uando a lei sXY7YZ e<pressa universalmente e surge um caso #ue n*o abrangido pela deelara)*o universal/ "8usto/ uma vez #ue o legislador falhou e errou poe<cesso de simplicidade/ corrigir a omiss*o...Q.ls 4 fil,sofo comparou a e#`idade r"gua de lesbos #ue/ por ser de chumbo/ possu&a fle<ibilidade suficiente para sadaptar N forma da pedra. Analogamente o 8uiz deveria proceder/ adaptando a lei aofatos concretos.

 :1 Wtica o is,maco/ ivro @/ cap. l.:? 4p. eit/ ivro @/ cap. 9.:B 4p. cit/ ivro @/ cap. D.:C Idem/ cap.:L.XL:'Z::'PAU4A3E6  A genialidade do Estagirita luziu tamb"m nos dom&nios do 3ireito $omparado/ aelaborar comentrios sobre inmeras cons7 titui)XY7YZes de sua "poca/ chegando aonossos dias/ por"m/ apenas os referentes N $onstitui)*o Ateniense. Foi original/ aind

ao preconi7 zar a c"lebre divis*o dos tr>s poderes do Estado/ teoria essmuitos s"culos depois/ amplamente estudada por Montes#uieu.DL.A Escola Est,ica 4 estoicismo " uma doutrina #ue teve os seus antecedentecom a Escola $fnica/ sobretudo no pensamento de seus corifeus Ant&stXY7YZ nes ^;;D9BL a.$.[ e 3i,genes ^;:979'9 a.$.[. Para eles/ os homens devenam limitar as suanecessidades e depender menos das coisas.$ada cidad*o deveria agir livremente e desatar os la)os #ue o pren7 diam ao Estado se transformar em cidad*o do mundo ^cosmopoli7 ta[. A aten)*o dos homens devervoltar7se para as leis da virtude e n*o para os costumes e leis impostas pelo Estad

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Pregaram o retorno ao primitivo estado de natureza. Para 6uiz Moreno/ os c&nicode7 senvolveram Quma esp"cie de anar#uismo passivoQ.\  Fundada por en*o de $&tio ^99D7'?9 a.$.[/ a Escola Est,ica teve a sua doutrinsistematizada por $risipo/ no s"c. III a.$./ e se e<pandiu por toda a 5r"cia/ indpro8etar7se em 6oma/ onde obteve notveis seguidoresS $&cero/ 1>neca/ Marco Aur"liEp&teto/ cu8o pensamento ser ob8eto de aprecia)*o N parte. 1ob a influ>ncia derclito/ os est,icos adotaram uma fllosofia pante&sta/ sustentando #ue o universseria conduzido por um princ&pto geral/ logos/ a raz*o/ estando o mundo da mat"rimpregnado de racionalidade. 4 ho7 mem/ tamb"m su8eito N#uele prine&pio/ seressencialmente racio7 nal. os dom&nios da "tica/ assimilaram o pensamento doc&nicos/ mas de uma forma purificada/ pois para esses o homem deveria viver dacordo com a natureza em geral/ en#uanto #ue para os est,icos a natureza e#uest*o seria a comum aos homens. 4 bem/ para eles/ estaria na resigna)*o/ verdadeiramente sbio seria o #ue soubesse superar as suas pai<XY7YZes e se livrde condicionamento e<terior. 4 homem sbio/ portanto/ desfrutaria de liberdad

interna. Esta/ #ue somente seria alcan)ada com o aperfei)oamento do esp&ritnivela7 ria os homensO pois diante dela a diferen)a de classes n*o teria sentiddesaparecendo a distin)*o entre as pessoXY7YZ livres e os escravos.

: Filosofia del 3erecho/ ed. cit./ p.:9.FI414FIA 34 3I6Ef24 ::9  Estando o universo animado pela raz*o/ esta s"ria a fonte suprema a orientar ohomens e suas leis/ e sendo nica n*o poderia ditar sen*o um direito e um Estado/ den*o de $&tio ter pregado a forma)*o de um Estado universal. Pelos princ&pios gerado estoi7 cismo se depreende a e<ist>ncia de um 3ireito atural/ #ue seria a#uele etotal harmonia eom a raz*o #ue governa o universo. $om a implanta)*o do Estadnico/ o 3ireito atural tenderia a se efetivar espontaneamente/ prescindindo de leipois estas n*o seriam mais necessrias/ conforme o pensamento do fundador dEscola.D:. A Escola Epicurista  $riada por Epicuro de 1amos ^9;: a 'BL a.$.[/ a Escola Epicu7 rista/ do ponto de visda "tica/ foi um prolongamento da Escola $irenaica/ com a virtude/ todavia/ de superla. 1eu fundador teria produzido inmeros tratados/ #ue n*o chegaram/ por"m/ aodias atuais/ salvo por abundantes fragmentos. Em Atenas/ no ano 9L? a.$./ Epicu

fundou uma escola filos,fica #ue levou o nome de Qfil,sofos do 8ardimQ/ 8ustamentpor#ue os encontros se faziam em um 8ardim.  A Escola $irenaica/ #ue fora criada por Aristipo de $irene/ no s"c. I@ a.$./ have<posto uma doutrina "tica de cunho utilitrio/ sendo por isso tamb"m chamada dEscola edonista/ cu8o vocbulo deriva do grego hedone/ prazer. 4 homem deverprocurar/ com as suas a)XY7YZes/ alcan)ar o prazer e afastar a dor/ com o prazeidentificado restritamente com as sensa)XY7YZes f&sicas. egaram/ os cirenaicoa e<ist>ncia de um dirkito natural/ de vez #ue n*o admitiam o 8usto por natureza/ maapenas como produto de conven)XY7YZes humanas.

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  A "tica desenvolvida pela escola de Epicuro conselvou o sentido hedonisimpregnado pelos cirenaicos/ mas o praier concebido 8 n*o seria o das sensa)XY7YZef&sicas/ mas o provocado XY7YZelo esp&rito. 4s epicu7 ristas abordaram o tema de umodo mais racional e reeinado do #ue seus antecessores. Eles chegaram a criar umhierar#uia entre os pra7 zeres/ tendo Epicuro situado o prazer da amizade em primeiplano.4s fil,sofos dessa escola aconselhavam a temperan)a como meio de assegurmelhores condi)XY7YZes para o homem desfrutar dos prazeres.  4s epicuristas entendiam #ue o ser humano n*o era socivel por natureza/ mas pconveni>ncia. Huando em estado de natureza o homem vivia na dor/ visto #upermanecia em contlito com o semeihante. Para evitar a dor e favorecer a busca dprazer/ os homens teriam criado o Estado. o momento/ por"m/ em #ue este dei<ar dcumprir a finalidade para a #ual foi gerado/ o pacto poder ser rompido. 4ra/ como Estado se estrutura e organiza a sociedade XL:'ZPA4A3E6

mediante leis/ estas teriam/ conse#iientemente/ o ob8etivo de facilitar o prazer e dafastar a dor. 4 epicurismo elaborou/ destarte/ o esbo)o fundamental da chamadteona do contrato social. A teoria do Esta7 do/ assim formulada/ na vis*o de 5iorgio 3@ecchio revelaria Qsitua)*o de anar#uia potencial\ SXY7YZD'. A Filosofia do 3ireito em 6oma  Ao g>nio especulativo dos gregos corresponde/ na Antigi`dade/ a voca)*o romannos dom&nios da $i>ncia do 3ireito. En#uanto os primeiros foram originais na Filosofios segundos foram e<traordi7 nrios na elabora)*o de seu8uspositum. 6oma n*chegou/ " certo/ a desenvolver uma filosofia inovadora/ pois seus cultoreinspiraram7 se em fontes gregas/ contudo n*o seria correto afirmar7se #ue os romanoforam inapetentes nessa rea do conhecimento. $om efeito/ os romanos n*o disporiade recursos intelectuais para a constru)*o de seu sistema 8ur&dico/ apreciado estudado ainda ho8e em todas as partes/ caso n*o fundassem seu pensamento eprinc&pios s,lidos/ somente alean)veis pela via filos,fica.  3as vrias correntes filos,fcas #ue lograram ramifica)XY7YZes em 6oma/ o estoicismfoi a #ue obteve maior XY7YZenetra)*o/ sobretudo com as obras de $&cero/ 1>necaMarco Aureho e Ep&teto. A influ>n7 cia da Escola de en*o de $&tio " e<plicada/ emarte/ pelo carter austero dos romanos/ #ue se identificaram com a : nha "tlcda#uela filosofia e/ ainda/ pela tend>ncia e<pansionista de seu povo/ #ue encontro

apoio na teoria do Estado nico.  *o obstante tenham os romanos enfrentado o tema do 3ireito atural/ n*o sdispuseram a definir o 3ireito/ salvo eventualmente e/ ainda assim/ de maneiimprecisa. evy7Ullmann chama a aten)*o para o fato de #ue os 2ribonianos definiratanto a 8usti)a #uanto a 8urisprud>ncia/ mas/ em rela)*o ao 3ireito/ apenas se limitaraa enumerar ospraecepta8uris.'\ A defini)*o dei<ada por $elso/ ampla7 mente conhecidsituou o 3ireito como ars boni et ae#cci/ revelando #ue faltou ao autor a percep)*o d#ue 3ireito e Moral s*o aut-no7 mos/ pois a no)*o de boni " de natureza "tica. Em igua

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falha incorreu Ulpiano ^:BL7''C[/ autor dos famosospraecepta8urisS onesvivere/ altercXY7YZm non laedere/ suum cui#ue tribuere ^viver honestamente/ n*o

 '; 4p. cit/ vol. I/ p. ?D.': a 3efinici,n del 3erecho/ $eXY7YZtro Editorial de 5bXY7YZgora/ Madrid/:'D/ p.:9.FI414FIA 34 3I6E224 ::D  lesar a outrem/ dar a cada um o #ue " seu[. Embora inegvel a sabedoria doprinc&pios/ pois e<pressam a ordem natural das coisas e por isso t>m consist>ncgran&tica/ certo " #ue o preceito viver honestamente " de natureza moral. Justiecandos princ&pios/ 1lBvio Meira sinteticamente declarou #ue Qo 3ireito deve alicer)ar7sno 8usto/ no honesto/ a fim de evitar #ue o l&cito se8a desonestoQ.XY7YZ $om

 8urisconsulto Paulo encontramos uma sbia distin)*o entre o 3ireito e a MoralS oomne #uod IXY7YZer XY7YZXY7YZsXY7YZ est ^em tudo #ue " I&cito " 8usto[. Apesar de tpercep)*o/ os romanos n*o formularam uma teoria diferenciadora entre os dodom&nios/ #ue somente apare7 ceu no in&cio do s"c. 0@III/ com o alem*o $ristian

2omsio. $oube a Arist,teles/ no curso da hist,ria/ a elabora)*o da teoria da 8usti)amas foi Ulpiano #uem formulou a defmi)*o mais famosa do valor e<celso do 3ireit$onstans etperpetua voluntas8us suum cui#ue tribuendi ^3. I/ :/:L/ pr.[. Al"m de retrataa 8usti)a como virtude pessoal/ a deE\uii)*o e<pressa a id"ia apenas estruturalmentesem indicar a f,rmula pela #ual se deve contemplar a cada um com o seu.  6elativamente N no)*o do 3ireito atural/ h #ue se destacar as refle<XY7YZes dMarco 2. $&cero ^:L?7;9 a.$.[/ especialmente e<pres7 sas em 3e 6epublica e em 3egcbus. Para ele o 3ireito atural seria Qa reta raz*o em coneordRncia com naturezaQ e/ por esse motivo/ seria eterno/ imutvel e universal. 4pondo7se N id"ia d#ue seriam 8ustos todos os costumes e Ieis/ proclamou #ue a no)*o do 8usto advirigualmente da natureza e #ue esse valor antecedia as leis positivas. 4 sentimento d

 8usti)a seria comum a todos os homens embora n*o fosse id>ntico. $oncebeu a leXY7Yn*o como acordo enlre os homens/ mas como algo derivado da natureza Qle< est ratsumma insita innatura...Q ^3e egcbus/ I/ ?[.  Marco Aur"lio ^:':7:CL[/ imperador romano e autor de Pensa mentos e de outroescritos/ adotou a filosofia est,ica e concebeu um direito natural fundado na raz*o vlido em todas as partes. 3urante o seu imp"rio promulgou leis humanitrias/ onde oescravos foram beneficiados/ e impregnadas de sentido universal. Para est,ico 1>neca/ autor de 3e Providentia e de vrios outros escritos/ a humanidade ter

vivido/ em seus prim,rdios/ uma idade de ouro / caracterizada pela ine<ist>ncia dpropriedade particular/ leis e governo. Em suas refle<XY7YZes/ de natureza "tica m&stica/ abominou o

'' Institui)XY7YZes dt 3irerto 6omano/ ;XY7YZ ed./ Ma< imonad/ 1*o Paulo/:B:/ volH/ p. ;'.XL:'Z::? PAU4 AXY7YZE6

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Estado e suas leis/ considerando7os um dos males do mundo. Ep&teto ^apro<. DD7:9C#ue fora escravo/ passando depois a ensinar a sua filosofia/ " um dos representantedo estoicismo romano. Embora n*o tenha dei<ado escritos/ a reconstitui)*o de sepensamento foi elaborada por seu disc&pulo e historiador Flvio Arriano. Influencia7 dpossivelmente/ por sua condi)*o social anterior/ pensava #ue a verdadeira liberdadera interna/ e #ue 3eus fizera dos homens seres livres. A e<emplo de 1,crateorientava no sentido da obedi>ncia Ns leis/ ainda #ue in8ustas/ e submiss*o ao Estado.D9. 4bserva)XY7YZes Finais Embora dois mil anos nos separem da "poca em #ue adoutrinas a#ui e<postas foram elaboradas e n*o se possa concordar/ por ,bvias razXYZes/ com o le#ue de perspectivas o Eerecidas/ h #ue se reconhecer/ de um modgeral/ a atualidade dos temas abordados e/ ainda/ #ue a linguagem de #ue se revestenos " familiar. 2al afinidade n*o decorre do aXY7YZaso. Ela e<iste por#ue o homehodierno e a realidade #ue o circunda basicamente s*o a#ueles da A.XY7YZltigiiidade. progresso cient&fico e tecnol,gico n*o modificou a natureza fundarnental do homem/ eavan)o registrado nas ci>ncias humanas n*o foi suficiente para apagar a in#uieta)*

#ue habitava no ser humano. 4 continuum #ue se observa na Filosofia do 3ireito devese tamb"m ao fato de #ue o ob8eto pensado e refletido na disciplina n*o " algmeramente contingente/ eambivel na forma e em seu contedo. Embora a sociedadatual/ em compara)*o com a primitiva/ tenha alcan)ado re#uinte e sofistica)*o e coela tamb"m o 3ireito/ pode7se concluir #ue a modernidade do8uspositum " fadinRmico e de apar>neia e #ue em seu Rmago continuam a habitar soberanamentospraecepta 8uris dos romanos.$ap&tulo 0I

 A FI414FIA 34 3I6EI24 A I3A3E MW3IA

1UM6I4S D;. 4 $ristianismo. DD. 1*o Paulo. 1 1anto Agostinho. DB.1anto Isidoro de 1evilha. DC. 4 Pensamento Jurldico de 1anto 2oms de A#tXY7YZinD. 4 @oluntarismo de lohn 3ttns Escoto e 5uilherme de 4charn.D;. 4 $ristianismo  o plano do pensamento a "poca medieval foi dominada pelo cristianismo/ doutrlnsurgida no in&cio de nossa era com Jesus de azar"/ #ue em seus tr>s anos dapostolado pregou a fraternidade entre os homens e condenou a hipocrisia e a cobi)

 As id"ias #ue semeou Eoram desenvolvidas/ mais tarde/ por seus sucessoreprinci7 palmente por Paulo de 2arso/ #ue e<altou o poder da f" e negou valor N l

terrena para a salva)*o dos homens.  o ltitno #uartel do s"c. I@/ ap,s cin#iienta anos de persegui7 )*o oEcial aos srist*oo governo romano/ com a promulga)*o de vrios decretos/ reconheceu o cristianismcomo a nica religi*o legal do imp"rio. 4 triunfo n*o se deu por conting>ncia/ madevido a um con8unto de motivos #ue favoreceu a e<pans*o da doutrina 8unNs camadas sociais. A nova religi*o/ #ue colhera subs&dios em outras seitas e sapresentava como a mais universal/ fran#ueou o seu culto Ns mulheres/ diferentemendo mitraismo/ seu rival/ al"m de atender aos pobres e aos humildes.\

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: @. em Ed!ard Mcalt %urns/ ist,ria da $iviliza)*o 4cidental/ 'XY7YZ ed./ Editor5tobo/ Porto Alegre/:_B/ tomo l/ p. 'D.XL:'Z::C PAU4 A3P6  Embora se encontrem alus-es N 8ustiXY7YZa nas palavras do grande fundador/ em suformula)*o original o crXY7YZstianismo n*o se ocupou com a id"ia do 3ireito/ nem dorganiza)Ro da sociedade/ de vez #ue/ aXY7YZoiado no ovo 2estamento/ surXY7YZpara atuar no Rmbito da cons7 ciencia humana/ infundindo7lhe pnncipios morais. o sbuscavam/ com a nova religi*o/ reformas pol&ticas ou sociais/ tanto #ue a Igre8a n*chegou se#uer a condenar a escravid*oS n*o obstante recomen7 dasse tratamenhumano para a easta infenor. $risto 8 havia anun7 ciado tamb"mS QMeu reino n*oXYZ" deste mundo.  $om o pensamento voltado mais para o reino de 3eus/ os primeiros adeptos dcristianismo n*o se preocupavam com o Estado e seu 3ireitcXY7YZ/ mas o encontro co

este/ todavia/ seria for)oso/ pois os membros da#uela religi*o fatalmente teriam cXYZue estruturar a sociedade crist* e a Igre8a/ tarefa# ue oslevaria/ obngatoriamentN cria)*o de regras de conviv>ncia. $onforme anlise de 5uido Fassj ' / a indiferen)inicial dos crist*os para com o Estado e o 3ireito foi substitu&da pelo conilito da Igre8a sua id"ia de 3ireito em face do Fstado e seu ordenamento 8undico concreto. 3uranttoda a Idade M"dia os indiv&duos se viam diante de dois fortes poderesS o Estado/ #uent deveriam se entregar como parte de um todo/ e a Igre8a/ a cuXY7YZa autoridaddeveriam se submeter espiritualmente.  A Filosofia do 3ireito/ como as demais emana)XY7YZes do esp&rito/ foi dominada pepensamento religioso dos erist*os/ #ue divulgavam a sua crenea na ongem divina d3ireito. A Igre8a seria superior ao Estado/ pots en#uanto este ordenava interessemundanos a#uela se ocupava da vida eterna. A concep)*o religiosa do 3ireiperdurou at" o inic&o do s"c. 0@II/ #uando ugo 5r,cio pr,clamou a e<ist>n7 cia dum 3ireito atural independente de 3XY7YZus.DD. 1*o Paulo  A FilosoEla do 3ireito medieval/ #ue girou fundamentalmente em torno do cristianismfoi influenciada pela doutrina de Paulo de 2arso/ #ue muitos s"culos antes/ em Ep&stoaos 6omanos/ admitira a e<ist>ncia do 3ireito atural/ inscrito nos cora)XY7YZehumanos. Esse 3ireito estaria para os gentios assim como a lei mosaica pac

os 8udeus. 1egundo o ap,stolo/ embora os gentios ignorassenXY7YZ a lei

' 4pus cit./ tomo l/ p.:'D.9 XY7YZ XY7YZu prop,sito de desvincuXY7YZar o 3ireito atural de 3eus/ u XY7YZ5XY7YXY7YZ c gXY7YZ #ue a#uele 3/reito eXY7YZistirin nsesnXY7YZo #ue 3eus nCo e<istisse /interesses ttumanos.FI414FIA 34 3I6Et24 I :

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escrita/ poderiam obsetv7la seguindo os impulsos da natureza Para o ap,stolo/ no)*o de 8usti)a n*o se achava aprisionada na lei positiva/ pois homem 8usto nRo sfazia pela observQancia da lei/ mas pela f" na orienta)*o do 6edentor.  1*o Paulo/ #ue em sua forma)*o intelectual inspirara7se na floso7 fia hel>nicsobretudo pela doutrina est,ica/ interpretou e<tensiva7 mente as palavras do evangelhao revelar as verdades ali impl&citas. Ao mesmo tempo #ue valorizava o poder da f" do amor/ o ap,stolo situava a lei em plano inferior/ poic esta representava a carne/ ose8a/ o pecado/ a morte/ tudo a#uilo #ue o fundador do cristiani.smo procurara redimir.

 A lei positiva deveria ser superada pela f" e pelo amor. As reile<XY7YZes sobre a lencontram7se principalmente na Ep&stola aos 6omanos/ onde foi abordada em #uatrdimensXY7YZesS lei divina ou eterna/ lei da raz*o ou natural/ lei positiva e lei do pecado.  As decisXY7YZes divinas n*o seriam motivadas e a 8usti)a de 3eus n*o se fundaria eess>ncias ou em valores/ por#ue seria e<clusiva7 mente a e<press*o da vontade d$riador. 1endo a vontade de 3eus a fonte da 8usti)a/ podemos inferir duas conclusXYZesS a[ emanada de um 1er perfeito/ a8usti)a divina seria perfeitaO b[ n*o se baseand

em dados a<iol,gicos/ a 8usti)a seria o pr,prio 3eus em si.  6elativamente ao plano pol&tico/ pensava #ue a autoridade dos governantes originassde 3eus e/ em cotXY7YZe#`>ncia/ a#ueles #ue se opunham ao poder temporal resistiamem realidade/ N vontade divina.Huanto Ns institui)XY7YZes sociais/ Paulo de 2arXY7YZo concebeu o matrim-nio comrem"dio da concupisc>ncia e a virgindade eomo estado perfeito/ #ue permitia plendedica)*o a 3eus. *o apenas reconheceu a escra7 vid*o como parte da organiza)*social como ainda concitouos escravos N obedi>ncia e os amos/ N e#`idade.D?. 1anto Agostinho  Ao longo da Idade M"dia o pensamento erist*o foi dominado/ sucessivamentpelapatrfstica e a escolstica. A primeira formou7se nos prim,rdios do cristianismo perdurou at" $arlos Magno/ no ano ftf[L. 1eu principal nome foi 1anto Agostinho ^9D;;9L[/ nascido em 2agaste/ norte da frica/ autor de uma doutrina considerada o ede transi)*o entre a filosofia grega e a medieval. Agostinho seguiu inicialmente a seimani#ue&sta/ #ue proclamava a e<ist>ncia de uma luta tOonstante entre o princ&pio dbem e do mal/ por"m/ ao estabe7 lecer contato eom 1anto Ambr,sio/ em Mil*o/ e coos escritos de Pfotino/ abandonou o materialismo e converteu7se N religi*o crist*/ XYZXY7YZXY7YZ .SXY7YZtSXY7YZ\SXY7YZXY7YZ XY7YZSXY7YZXY7YZS<XY7YZXY7YZ praa.asXY7YZXY7YZ.  r/ XY7YZXY7YZ iXY7YZiXY7YZ . XY7YZ VSQ.ilXY7YZ XY7YZ XY7YZiO\.

XL:'Z:'L PAU4 A3E6ordenando7se sacerdote e/ #uatro anos ap,s/ sagrando7se Eispo dXY7YZ ipona/ antigcidade da um&dia/ onde veio a falecer.  Em As $onfissXY7YZes/ hino dE louvar a 3eus e auto7retrato espiri7 tual/ Agostinhconsidera #ue a verdadeira 8usti)a interior n*o adota o costume como parRmetro/ maXY7YZ lei divina/ #ue seria a fonte leg&tima do eostume. Fundado na lei retissima de XYZeus onipotente/ o costume se formaria de acordo com os pa&ses e tempos. Essa Iseria universal e imutvel/ n*o obstante a varia)*o de latitudes e "pocas ;

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te<to agostiniano sugere uma eontradi)*o/ pois ao mesmo tempo #ue preconiza mutabilidade do costume em raz*o do tempo e lugar/ retrata a lei7fonte como imutvea realidade a contradt)*o estaria apenas na apar>ncia/ pois a lei divinconsubstanciando7se em prin7 c&pio/ pode oferecer um le#uXY7YZ de modelos #ue sdiversificam de acordo com a policromia social.  As refle<XY7YZes sobre o 3ireito e o Estado acham7se fundamental7 mente na obra 3$ivitate 3ei/ onde Agostinho revela #ue a soXY7YZie7 dade humana/ antes do pecaduriginal/ passara por uma fase de esplendor com o pleno acatamento do 3&reito atura#uando tcXY7YZdos os homens eram iguais/ XY7YZuros/ imo<tais e viviam XY7YZ.omirm*os. Fra a $idade de 3eus. $om a #ueda do horrccStn surXY7YZXY7YZXY7YZ a $idad2errena e com ela a mis"ria/ a morte/ a pai<*o. Em deeorr>neia da nova eondi7 )*humana/ em um processo de adapta)*o/ foram eriados o Estado/ o 3ireito e suainstitui)XY7YZes. 4 papel do Fstado seria o de prover a paz. Agostinho subordinava Estado N Igre8a e pensava #ue a lei terrena fosse condicionada pela le< aeterna/ #uando houvesse conflito entre ambas seria for)oso #ue esta prevalecess

por#ue hierar#uicamente superior. A $idade de 3eus/ #ue 8 e<istia parclal7 mente nterra/ um dia substituiria inteiramente a $idade 2errena/ com o retorno dos homenN#uela idade urea primitiva.  a doutrina de 1anto Agostinho/ 3eus seria o princ&pio cXY7YZe todas as coisas. 3ireito Positivo se fundamentaria/ em ltimo grau/ na lei eterna/ #ue " a lei de 3eus. e<emplo de Ulpiano e de $&cero/ concebeu a 8usti)a como virtudeS QJustitia et virtus e#uae sua cui#ue distribuitQ.D Ao analisar a defini)*o de $ipi*o sobre a repbli7 ca

 Agostinho entrela)a a#uela e<posi)*o com suas id"ias/ referindiXY7YZ7 se N 8usti)a comelemento essencial ao 3ireitoS Qondc/ n*o tXY7YZXY7YZZ

; As $onfissXY7YZes/ ivro 2erceiro/ $ap. @II.D QInQA $idade de 3eus/ ivro 0I0/ $ap. 00I.FI414FIA 34 3I6El24 :':verdadeira 8usti)a n*o pode e<istir verdadeiro 3ireitoQ. $riticando a opini*o da#uele#ue a?rmam ser 3ireito o #ue " Oil ao mais forte / concluiu declarando #ue n*o podhaver povo sem 8usti)a/ e como a p P XY7YZ g # re blica " a/ ,oisa do ovo se ue7se uonde n*o h 8usti)a n*o h rephlica.  Em seu esludo sobre as leis/ o fil,sofo buscou inspira)*o em fontes est,icas e aindem 1*o Paulo. A le< aetema/ todavia/ foi concebida diferentemente dos est,ico

En#uanto para estes ela seria a pr,pria ordem do universo/ para Agostinho consistna determina)*o divina para a conserva)*o da ordem natural e o conse7 #`enimpedimento de sua viola)*oS Q6atio vel voluntas 3ei/ ordi7 nem naturalem servaiubens/ et perturbari vetans.Q\ A prescri)*o emanava7se da raz*o ou vontade divina se#ual#uer embara)o/ por#ue raz*o e vontade seriam homog>neas/ de vez #ue tudem 3eus seria perfei)*o. A lei eterna seria universal e imutvel/ al"m de inacess&vdiretamente ao conhecimento humano/ e<ceto por inter7 m"dio da lei natural/ #ue sero seu refle<o. A lei natural/ a e<emplo do pensamento pauliano/ estaria inscrita ncora)*o dos homens. A consci>ncia humana apenas revelaria as regras impressas no

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cora7 )XY7YZes. Alei humana ou terrena seria a pr,pria lei eterna adaptadpelo legislador N realidade concreta. Ela seria uma tarefa da lei eterna por interm"dio dlei natural. A causa final da lei humana seria a ordem/ #ue foi definida como Qdisposi)*o de coisas iguais e desiguais/ dando7se a cada uma o lugar #ue lhcorrespondeQ.s DB. 1anto Isidoro de 1evilha Em sua obra Etirnologias/ de cartenciclop"dico/ 1anto Isi7 doro ^DBL7?9?[/ considerado a ltimo nome de relevo dPatr&stica / pro8etou a sua vasta cultura abordando as diversas reas do sabeno per&odo de transi)*o para a Escolstica. A obra recebeu o subt&tulo de 4rigerldevido ao fato de #ue Isidoro/ preliminarmente ao estudo de cada tema/ e<aminava sentido inicial das palavras. A sua "poca n*o foi prop&cia ao desenvolvimXY7YZnto daci>ncias/ em face da #ueda do imp"rio romano do 4cidente. $om a divis*o pol&tica dterrit,rio romano o intercRmbio cultural foi pre8udicado/ registrando7se/ ainda/desaparecimento de obras importantes de fil,sofos gregos e crist*os.

  QInQA $idade de 3eus ivro 0I0/ $ap. 00I.

B QInQ $onva Faustum/ ivXY7YZ 00I[XY7YZ XY7YZp. 00@II.  QInQ A $idade de 3eus/ l/OXY7YZ 0[0/ XY7YZp. 0III.XL:'Z:'' PAU4 A3E6Foram os mosteiros/ por suas bibliotecas/ #ue salvaram a produ)*o cultu7 ral dpassado e/ em seu recesso/ impoXY7YZXY7YZ obras de recompila)*o do pensamentantigo foram elaboradas/ destacando7se as de %o"cio/ $asio7 doro e/ principalmente/ ade 1anto Isidoro/ %ispo de 1evilha.  4s estudos 8ur&dicos de Etimologias/ segundo uno Pena/ in7 tluenciaram obras d3ireito/ inclusive o 3ecreto de 5raciano e/ por seu contedo romanista/ contribu&rapara a recep)*o do 3irelto 6omano na Idade M"dia espanhola 4 talento e agudpercep)*o do fen-meno 8ur&dico se patenteiam no te<to em #ue aponta os predicadoda leiS Qa lei h de ser honesta/ 8usta/ posslvel/ ade#uada N natureza e aos costumeseonveniente no tempo/ necessria/ pro7 veitosa e clara/ sem obscuridade #ue provo#udvida e estatu&dXY7YZ ara utilidade comum dos cidad*os e n*o para benef&cparticular.P Esse elenco de #ualidades revela asXY7YZectos "ticos/ sociol,gicos e filos,ficoindissociveis da lei. 2ambem n*o escapou ao filosofo a dimens*o t"cnica docomandos 8ur&dicos/ ao referir7se N clareza e aus>ncia de obscuridade no te<to lega

*o obstante a afinidade de 1anto 2oms com o pensamento isidoriano/ criticou a sudefini)*o de lei por multiplicar/ superfluamente/ as suas condi)XY7YZes/ #uando anteatribu&ra apenas estasS Qlei ser tudo o #ue estiverde acordo com a raz*oO #ue/ amenos/ concorde com a religi*o/ convenha N disciplina/ aproveite N salva)*oQ.\: 5uidFassj censurou/ tamb"m/ a defini)*o/ reputando as determina)XY7YZes comQimprecisas e ecl"ticas / heterog>neas e carentes de originalidade e importRnciaQ.:$ontra7 venha ao sistema filos,fico de Isidoro de 1evilha ou care)a de origi7 nalidade/certo " #ue a defini)*o n*o apenas enumera as #ualidades da lei/ como sintetlzverdades eternas do 3ireito.

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  6elativamente ao 3ireito/ considerado como a harmonia na sociedade/ distinguiu seclassesS 3ireito Fblico/ o aplicvel aos magistrados e sacerdotesO 3ireito Huiritripr,prio dos eidad*os romanosO 3ireito atural/ comum a todas as na)XY7YZes/ 8ustfundado no instinto humano e inerente N raz*o dos homensO 3ireito $ivil ou Positivo particular de cada povo e destinado N reg>ncia interna e #ue considera 3eus e ohomensO 3ireito das 5entes/ caracteriza7se por reunir normas sobre a guerra/ padiplomacia etc.

QInQ istoria de la FXY7YZoiXY7YZ XY7YZt 3erecho/ Editorial a ormiga dc 4ro 1. A%arcelona/ :;C/ tomo :/ p.:_.:L QInQ Etimologias/ ivro @/ $ap. 0].:: QInQ 1!! 2eol,gica/ Huest9o 0$@/ Artigo III.:' 4p. cit./ tomo l/ p.:;B.FI414FIA 34 3I6El24 :'9DC. 4 Pensamento Jeuidico de 1anto 2oms de A#uino

  Foi com a doutrina de 1anto 2oms de A#uino ^:''D7:'B;[ #ue a escolstica concilioa filoso?a aristot"lica com os dogmas religiosos. A "poca em #ue o 3outor Ang"lico viveu e elaborou a sua prodigiosa obra foi marcadpor novas inclina)es no pensamento filos,fico/ com a doutrina agostirllana perdendoseu poder de inilu>ncia para a de Arist,teles. 3e grande signi icado para a transi)*o fa atividade intelectual de Alberto Magno ^::97:'CL[/ fil,sofo e te,logo alem*o/ mestde 2oms de A#uino/ em Paris/ e dotado de cultura enciclop"7 dica #ue Ihe valeu t&tulo de Q3octor UniversalisQ. Estudioso e admi7 rador de Arist,teles/ promoveu o #use chamou de recep)*o aristot"lica/ induzindo a escolstica para o retorno ao notvfil,sofo grego. 4 caminho para 2oms de A#uino estava aberto.  $om um fortep oder de s&ntese o 3outor Ang"lico escreveu sobre as madiversifcadas #uestXY7YZes teol,gicas e filos,ficas/ onde se acham e<postas tamb"m asuas refle<XY7YZes sobre 3ireito e Pol&tica. A doutrina bsica encontra7se nmonumental obra 1umma 2heologi7 ca/ #ue/ dividida em tr>s partes/ rene ?9#uestXY7YZes desenvolvidas em '.?D' artigos. o Rmbito da 2eologia estabeleceu harmonia entre a raz*o e a f"/ negando validade N teoria da dupla verdade/ pois n*era poss&vel #ue algo fosse verdadeiro na 2eologia e falso na Filosofia/ ou verdadeirnesta e falso na#uela. En#uanto na Filosofia o conhecimento adv"m da raz*o/ n2eologia prov"m da f" e da revela)*o. A Filosofia deveria subordinar7se N revela)*o

#ue " crit"rio de verdade.  1ob a intlu>ncia de Agostinho/ distinguiu #uatro esp"cies de leiSa eterna/ a natural/ a divina e a humana. A le< aeterna era a pr,pria raz*o divina ngoverno do universo/ e como 3eus nada concebia temporariamente/ a lei seria eternda& o seu nome. $omo toda lei era um ordenamento #ue colimava um fim/ este/ na leterna/ seria o pr,prio 3eus. $itando Agostinho/ para #uem Qas eoisas d3eus ningu"m as conhece sen*o o Esp&rito de 3eusQ/ declarou #ue alguns homens/ obem7aventurados/ teriam o poder de ver 3eus em ess>n7 cia/ conhecendo/ assim/ a leterna. 3a mesma forma #ue se conhece o sol pela irradia)*o/ sem se conhec>7lo pe

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substRncia/ assim tam7 b"m toda criatura racional conhece alguma irradia)*o da leaeterna.E<aminando a #uest*o se toda lei deriva da eterna/ ap,s citar Agos7 tinho/ #urespondera negativamente a indaga)*o sob o fundamento de #ue a lei escrita permitconduta proibida pela Provid>ncia/ revelou ser indispensvel #ue todas as leis humanaderivem da eterna. A lei humana/ todavia/ teria natureza de lei apenas #uando  XY7YZ. r A MtXY7YZXY7YZlQ f.\Q\XY7YZXY7YZ\\ OQS i /XY7YZ XY7YZ .XL:'Z:'; PAU4 A3E6se conformasse N raz*o reta e #uando se afastasse lei n*o seria/ mas viol>ncia.  A lei natural/ na filosofia tomista/ " a participa)*o da criatura racional na lei eterna. um retle<o parcial da raz*o divina/ #ue permite aos homens conhecer princ&plos da leterna. 4 preceito bsico do 3ireito atural " o #ue manda observar o bem e evitaa prtica do mal. Ao bem corresponderiam as inclina)XY7YZes naturais da criatuhumana. Estariam de acordo com a lei naturalS a[ a conser7 va)*o da vidaO b[ a uni*

dos sXY7YZres para a forma)*o da proleO c[ a busca da verdadeO d[ a participa)*o nvida social. 4 3irelto atural se manifestaria por preceitos fundamentais/ #ue seriaimutveis/ e por secundrios/ #ue derivando dos fundamentais s*o pass&vede altera)*o. 3e dois modos se pode apurar se algo " de 3irelto aturalSa[ se correspondec a uma inclina)o humanaO b[ se o contrrio n*o for estabelecidpela natureza. Por esta segunda hip,tese/ disse o A#uinense andar nu seria um direitnatural Qpor n*o ter a natureza dado o vesturioQ/ e direito natural seria tamb"m Qpropriedade comum de todas as coisas e a liberdade una para todosQ.  A le< divina/ reuni*o de preceitos oriundos de 3eus e orienta7 dores da conduterrena/ constante nas 1agradas Escrituras/ @elho e ovo 2estamento/ seria complementa)*o aos preceitos gerais e abstratos da lei natural.  Ale<humana foi definida como Qordenamento da raz*ovisando o bem comumpromulgado pelo chefe da comunidadeQ. Embora tenha indicado genericamente o becomum como a causa final/ em outra passagem de sua obra especifica apaz dohomens eomo o fim da lei humana. Para #ue se obtenha a disciplina no meio sociatpensava o fil,sofo/ " imperioso #ue se estabele)a um mecanismo #ue co&ba o mpela for)a e pelo medo. A lei n*o seria necessria para os 8ovens inclinados para virtude por dom divino/ pois lhes bastava a disciplina paterna/ mas seria para a#uele#ue possuem tend>ncia para os v&cios. Em rela)o aos primeiros a advert>nc

paterna seria suficiente/ para os demais seria indispensvel a coa)*o.  Analisando a conveni>ncia de a lei ser abrangente e tudo regu7 lar/ impedindo arb&trio dos 8u&zes/ eoncordou com a peoposi)*o sob tr&plice fundamentoS a[ por#useria mais simples locallzar poucos homens importantes #ue fizessem leis sbias d#ue encontrar muitos homens #ue 8ulgassem sabiamenteO b[ o fato de o legisladrefletir sohre muitas hip,teses favoreceria mais o acerto no crit"rio do #ucFI414FIt: 34 3I6EI24 :'D

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a situa)*o do maXY7YZistrado/ #ue aXY7YZenas e<amina um casoO c[ a condi)*o dlegislador serla a de imparclalidade/ pois estabelece normas para o futuro/ en#uanto o

 8u&zes decidem sobre fatos concretos e muitas vezes movidos por pai<*o.  Para 2oms de A#uino somente seria lei o preceito substancial7 mente 8usto e 8usserla sempre #ue acorde com a raz*o. $omo esta se ap,la na natureza/ toda lei criadpelos homens teria natureza de lei se em consonRncia com a lei natural. Em resumo/ lei seria 8usta se n*o contrariasse a natureza. As leis in8ustas/ #ue n*o seriam leis/ mauma corrup)*o/ n*o se impunham no plano da consci>ncia e deveriam ser cumpridaapenas em situa)*o e<cepcional/ como nas hip,teses de escRndalo ou perturba)*2odavia/ as leis #ue contra7 riam a lei divina n*o devem ser observadas/ por#uQimporta obede7 cer antes a 3eus do #ue aos homensQ.  Foi pe#uena a contribui)*o de 2oms de A#uino N teoria da 8usti)a/ pois acompanho#uase integralmente a doutrina aristot"li7 ca/ n*o superada at" ho8e. A sua de ini)*o d

 8usti)a " um decal#ue N de Ulpiano/ com breve corre)*oS Qhbito pelo #ual/ copOrp"tua e constante vontade/ se d a cada um o #ue " seuQ. 4 Estagirita havia clas

icado a 8usti)a em distriutiva XY7YZ eorretiva/ subdividida esta em comutativa e 8udicia4 A#uinense suprimiu esta ltima e desconsi7 derou a corretiva/ por#uanto n*apresentaria mais do #ue uma esp"cie. Acrescentou N ciassiXY7YZXY7YZa)*o/ como seprincipal subs&dio N teoria/ a denominada 8usti)a geral ou legal. A distributiva 7 eordo totius adpartes 7 presidiiia a repaiti)*o/ pela coletividade/ de honras e cncargos aoindiv&duos/ observando7se o crit"rio de proporciona7 lidade ein fun)*o/ respectivamentda virtude e da capacidade. A eonlutativa 7 est ordo partis ud partem 7 seria a 8usti)entre os particulares #ue/ envolvendu os indiv&duos/ implicava na igualdade estrita er.to #uinh*o entrPgue e o recebido. A geral 7 est ordo partiurn adtotum 7sconsubstanciaria na participa)*o dos indiv&duos na obra do bem comum. 3enominavase tamb"m legal por se e<pres7 sar em lei. $omo propriedades essenciais da 8usti)a1anto 2oms indicou a alteridade e o dever. A presen)a do outro estaria irnplicitno valcsr do 8usto/ #ue pressupXY7YZe sempre uma rela)o de pessoas/ is"/ altcOidade. Arist,teles 8 distinguira essa propriedade/ ao afirmar XY7YZTXY7YZrXY7YZ ato de 8usti)a #ue Qduas s*o as pessoas para #uem ele " de fato lXY7YZvtOXY7YZ ...Q.IQ f,rmula da8usti)a/ como nota essencial/ assinalou tam7

:9 QInQ 1uma 2eol,gica/ Huest*o 0$I@/ Artigo @I.  :; QInQ Wtica a ic,moco/ ivro @/ $ap. IIl.

XL:'Z:'? PAU4 A3E6b"m a e<ig>ncia de um dever/ pois ser 8usto " prestar o devido a algu"m.D. 4 @oluntarismo de John 3ccns Escoto e 5uilherme de 4cham Ap,s 1an2oms de A#uino e antes do longo recesso por #uepassou a Filosofla durante os s"culos 0I@ e 0@/ surgiram as obras dos franciscano3uns Escoto e 5uilherme de 4cham/ maecadas pelo nominalismo e concep)*voluntarista e #ue assinalam a transi7 )*o entre uma fase urea e uma de estagna)*do pensamento filos,fico.ls Influenciado pela doutrina de 1anto Agostinho e 1an

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 Ansel7 mo/ John 3uns Fscoto ^:'BL7:9LC[/ fil,sofo e te,logo escoc>s/ consideradg>nio precoce da Filosofia/ fundou a nova Escola Fran7 ciscana e assumiu a posturantitomista da antiga Escola/ represen7 tada por 5uilherme de Mare e John Pecam1anto Agostinho concebera a le< netema fundada tanto na voluntas 3ei #uanto nratio/ en#uanto o 3outor Ang"lico/ a e<emplo de Alberto Magno/ a situou comemana)*o da raz*o divina ou humana. 3uns Fscoto sustentou a tese voluntaristindicando a vontade divina como a primeira causa/ n*o fundada em #ual#uer outrnem na raz*o. A condi)*o para #ue uma lei fosse reta ou leg&tima seria a sua eoncordRncia com a vontade do $riador.  En#uanto 2oms de A#uino aprovava os preceitos do 3eclogo por consider7lobons em si mesmo e n*o necessariamente por sua fonte/ 3uns Escoto/ real)ando importRncia da vontade divina/ afrmara #ue esta n*o era obrigada a seguir a#uelepreceitos/ pois seriam verdades apenas devido N vontade divina. Fsta poderia tantdispensar o cumprimento do 3eclogo como modific7lo. Avontade divina/ por"m/ n*seria arbitrria/ pois teria poc limite o princ&pio da n*o7contradi)*o. Escoto reconhece

como 3ireito atural os dois primeiros mandamentos do 3eclogo. 6elativamente aproblema dos universais/ em #ue se discutia se as id"ias gerais/ como verdade 8usti)a/ humanidade/ correspondiam a ob8etos do mundo e<terior e seriam coisas em mesmo/ 3uns Escoto se alinhou entre os nominalis7 tas/ #ue negavam realidade aouniversais/ considerando7os apenas nomina. 1omente o individual possuirsubstancialidade e o singu7 lar n*o poderia ser deduzido do geral.

:D 1obre as ea!XY7YZas da decadXY7YZncia/ @. uflo Peiia/ op. sit./ tomo :/ p. 'BFI414FIA 34 3I6EI24 :'B  3isc&pulo de 3uns Escoto/ o fil,sofo e te,logo ingl>s/ 5uilher7 me de 4cha^apro<.:'L7:9DL[/ impregnou de radicalismo alguns nontos da doutrma de seu mestrPensava #ue os assuntos teol,gicos De situavam apenas no plano da f"/ de vez #ue asuas proposi)XY7YZes n*o podiam ser provadas. Assim/ a e<ist>ncia de 3eus ou imortali7 dade da alma n*o seriam ob8etos de anlise cient&fica. Essa id"ia se achavligada N sua teoria do conhecimento/ pois adotou a linha "mpirista/ entendendo #ue verdadeiro saber s, poderia ser alcan7 )ado mediante a e<peri>ncia. Ainda no planepistemol,gico defen7 deu o nominalismo/ afirmando #ue nenhum universal " coise<terior ou substRncia e<tramental.l, Em seu e<acerbado voluntarismo con7 cebeu moralidade como obedi>ncia N vontade divina/ pensando #ue moral seria o ato e

concordRncia com o mandamento de 3eus e imoral o #ue o contrariava. 4 3ireitatural estaria contido/ e<pl&7 cita ou implicitamente/ nas 1agradas Escrituras. Ele n*distinguiu o 3ireito atural da lei divina/ afirmando #ue todo 3ireito/ en#uanto procedde 3eus/ pode ser chamado por 3ireito divino. A lei positiva tamb"m estaria suXY7YZeiNs 1agradas Escrituras e #uando contrariasse a lei divina n*o seria lei/ n*o devendo seseguida.

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:? QInQ2otiu%ogcae/roI/$ap.l1. XY7YZ \XY7YZXY7YZ/ UlXY7YZrXY7YZJ .XY7YZXY7YZ.dl.XY7YZXY7YZrXY7YZiXY7YZ \ .ii. f: SrXY7YZXY7YZSSXY7YZS/XY7YZ.XY7YZXY7YZ alDm t;\XY7YZB5\XYZ 3XY7YZ XY7YZSXY7YZ.XL:'ZrzosorXY7YZ/ 3XY7YZ. 3XY7YZcXY7YZrro :'

$ap&tulo 0II A FI414FIA 34 3I6EI24 A I3A3E M43E6A

1UM6I4S ?L 4 6enascimento. ?:. A Escola $lssica do 3ireito atural.?'. 4 3ireito 6acional de Vant ?9. 4 Idealismo Alem*o e a Filoso8ia de egel. ?;. Escola rstdrica do 3ireito.?L. 4 6enascimento  o per&odo hist,rico #ue se inicia com a descoberta do caminho mar&timo para a Kndi

em :;XY7YZ/ e se estende ao desenvolvimento da 6evolu)*o Francesa/ em :BCIdade Moderna 7/ destacam7se/ na ist,ria da Filosofia do 3ireito/ as doutrinas dEscola $lssica do 3ireito atural e o Idealismo Alem*o de Vant e egel. Enta "poca medieval e a moderna surgiu a 6enascen)a/ fato hist,rico #ue se caracterizode um lado/p ela necessidade de revis*o do pensa7 mento vigente/ e/ de outro/ peinteresse no estudo da antiga cultura grega e romana. Importantes acontecimentoprovocaram a in#uie7 ta)ao nos homens. 4 mundo 8 n*o era o mesmo. icola$op"rnieo havia demonstrado #ue a 2erra n*o era o centro do Universo/ conformproclamava o sistema ptolomaico. o Rmbito dop ensa7 mento religioso/ Martinhutero deflagrara a 6eforma. $om a #ueda do Imp"rio 6omano no 4riente/ intelectuagregos emigra7 ram para o 4ciXY7YZente e se concentraram principalmente nItalia/ dedicando7se ao ensino de sua l&ngua natal e N tradu)*o/ para o laticn/ doautores clssicos da "lade. A inven)*o da imprensa favoreceu a difus*o do velhonovo pensamento. $omo as ideias medievais 8 n*o satisfazSam/ os esp&ritos cultoabandonaram o dogmatismo em prol de uma vis*o cr&tica da realidade. Partiram embusca de outros modelos #ue se harmonizassem com as e<ig>ncias da "poca. SXYZSXY7YZ concep)XY7YZes gregas e latinas da Antigi`dade forneceram7lhes subXY7YZXYZ7 dios valiosos. 4s intelectuais #ue se entregaram a essa tarefa sXY7YZOXY7YZchamados por humanrstas. EntrXY7YZ estes se destacaram 3ante Alighie7 ri/ Petrarc

XY7YZ9occacio.  4 vigorXY7YZsXY7YZ movimento intelectual atingiu n*o somente o setor das artXY7YZXY7YZm geral/ mas alcan)ou ainda o dom&nio das id"ias pol&ticas/ filos,ficas

 8ur&ciicaXY7YZ/ especialmXY7YZnte som icolau Ma#uiavel/ 9odin e ugo 5rccio. 3urana Idade M"dia o 3ireito foi concebido ccXY7YZmo ordem fundadXY7YZz em uma lei naturvinculada a 3eus/ en#uanto #ue o XY7YZstado/ pzXY7YZr sua depXY7YZndXY7YZncia au XYZireito/ tamb"m se apoiavz zXY7YZa7 #uele princ&pSu transcendental. $orrXY7YZ os novotempos inverteu7se a ordem dXY7YZ subordinaXY7YZo. A par tir da concep)*o ideol,gic

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do Estado/ fundado este na razo/ cogitou7se da ordem8ur&ciica lastreada na id"ia dum 3ireito atuOal baseado no rXY7YZomem e n*o de origem divina.  ?L.: XY7YZ Ia#uiavXY7YZl. J sezretrio da 6epblica de Floren)a/ iccolH Machiave^:;?7:D'B[/ com sua obra m<ima/ Il Principe/ foi per7 sonagem destacada XY7Ypol>mica no per&odo da 6enascen)a. 3iversa7 mente do intelectual da Idade M"dia/ #use revelou um hXY7YZXY7YZmo theoreticus/ o filos,fo e pol&tico se apresenta na hist,rcomo homem de a)*o e preocupado com o momento hist,rico de sua ptria.5uiado por seu af* em ver restaurada a unidade do Estado italiano/ indicou agovernante/ em seu livro fundamental/ as f,rmulas para se perpetuar no trono/ indepXYZndentemente da observRncia dXY7YZs regras "ticas. E<p-s a sua teoria dentro XY7YZ:filosofla de #ue osfins8ustiXY7YZicam os nleios. 2odas as manobras seriam vlidahonestas ou n*o/ l&citas ou il&citas/ desde #uXY7YZ ob8etivassem a perman>ncia npoder. 3a& advir o termo ma#uiavelismo/ #ue indica astcia/ condutap"rfcda.  *o obstantXY7YZ #ueiram alguns int"rpretes da hist,ria atenuar a XY7YZXY7YZ&ticnegativa #ue XY7YZa sobre o pensador/ sob o argumento de #ue a Otoutrina foi elaborad

em fun)*o da "poca e na busca da unidade de ia ptria/ o fato " #ue Ma#uiavprofessou uma teoria utilitria e O\isolutamente alheia aos valores morais/ distanciandose dos padrXY7YZes XY7YZXY7YZXY7YZedievais/ XY7YZue sXY7YZibordinavam as constru)XYZes pol&ticas ao primado da )Stica e ao reconXY7YZecimento de uma id"ia unlversal d3ireito. Ao afi7zstar XY7YZ nrte da adminc<trXY7YZ)*opblica da Moral/ a doutrina dMa#uiavel n*o XY7YZSXY7YZXY7YZimportava a id"ia cio 3ireito atural/ #ue " sede dvalores moraSs e /:9s sementes do 8usto. 4 enga8amento de Ma#uiavel ao esp&ritrenas7 XY7YZXY7YZXY7YZ/ntista se deu mais pXY7YZr uma ruptura XY7YZom a tradicioncultura medieval XY7YZt.XY7YZ #ue por vincula)Ro NO idXY7YZias greco7romanas dpassado/ pois " sabido cXY7YZ ue n*o se inspirou na#uelas fontXY7YZs.  ?L.' %odin. Ao dcsenvolver as suas concep)XY7YZes sobre o Estado/ Jan %od^:D9L7:D?[ esteve com a sua aten)*o voltada para a XL:'Z:9L PAU4 A3E6atualidade da Fran)a/ sua ptria/ #ue passava por uma crise de poder/ decorrente ddivisXY7YZes religiosas. 3iferentemente de Ma#uiavel/ #ue preconizou o fortalecimentdo poder pela a)*o pol&tica de um d"spota/ %odin ou %odirXY7YZo/ #ue estudara leis e2olouse/ baseou7se no 3ireito. Mais pol&tico do #ue fil,sofo/ o escritor franc>concen7 trou seus estudos sobre o Estado e adotou m"todo racional/ evitandodogmatismo imperante na "poca medieval. 2anto #uanto o floren7 tino/ entregava7se

anlise dos fSXY7YZtos/ buscXY7YZndo resultados mais imediatos. Em sua obra 3e 6"publiyue/ escrita em seis volumes/ destacam7se as refle<XY7YZes sobre a soberaniaconcebida esta como Qla puissance absolue ct perp"tuelle d\une 6"publi#ueQ.: carter absoluto da sobXY7YZOrania sXY7YZSria uma decorr>ncia do fato de #ue sobe7 rano teria apenas direitos/ umXY7YZ vez #ue se subzneteria e<clusivamente Ns ledivinas e naturais. %odin atribuiu um poder indivis&vel N soberania/ rebelando7se contro fracionamento feudal. Em suas considera)XY7YZes sobre o 3ireito chamou a aten)*para a necessidade de se adaptarXY7YZm as leis Ns condi)XY7YZes naturais do meambiente/ com >nfase N influ>ncia do clima sobre as institui)XY7YZes 8ur&dicas/ pont

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em #ue se antecipou a Montes#uieu #ue/ mais tarde/ em 3e I\Esprit des ois ^:B;Cdesenvolveu amplamente sobre a mat"ria.  ?L.9 ugo 5r,cio. 4 h.umanista e 8urisconsulto holand>s/ ugo 5r,cio ^:DC97:?;Dautor de 3e Jure %elli et Pacis ^:?'D[/ alcan)ou pro8e)*o por sepensamento8usnaturalista e estudos sobre o 3ireito das 5entes. 3urante largo per&odhist,rico foi cognominado opai do 3ireito atural e do 3ireito Intemacional/ ho8entretanto/ con7 forme observa ans ]elzel/ " considerado Qn*o mais #ue uep&go7 no da Eseolstica e especialmente da Escolstica espanholaQ.z 6elativamentesua doutrina internacionalista/ 3el @eXY7YZchio ressalta #ue o escritor se abeberou nobra de Alb"rieo $entili/ emboru pouco citando7a.9 Inegvel/ por"m/ a sua contribuie*N#uele ramcOdo 3ireito e N refle<*o 8usnaturalista. 3iferentemente de outroSXY7YZ 8uristas da "pocn*o se limitou N abordagem de temas particulares do 3ireito Internacional/ pois/ comfunciamento em princ&pios filo7 s,ficos/ organizou obra sistemtica. Embora Ihnegando originali.

  dade/ Feli5e %attaglia indicou/ camo princlpal m"rito do estudioscXY7YZ

 : 3c la 6"publi#ue :/ C.' 4pus cit/ p.:'?.9 XY7YZ\InQ t)XY7YZes de Filosofia do 3ireito/ ed. c ヘ t./ vol. I/ p.:L;.FI41XY7YZFf A 34 3 IIXY7YZr24 :9:holand>s/ a sistematiza)*o orgRnica #ue procedeu/ pela primeira vez/ de mat"ria ampe nova.\ En#uanto #ue na Idade M"dia o 3ireito ?cOou subordinado N 2eologia/ cougo 5r,cio o fen-meno 8ur&dico obteve outra vis*o.

 Apoiado em prine&pios racionais/ o 3ireito n*o seria uma reveXY7YZla)*o divina/ maQcon8unto de normas ditadas pela raz*o e suXY7YZeridas pelo appetctus societatisQ. 3XYZ modo veemente declarou #ue o 3ireito atural independia da vontade divinaS Q3ireito atural e<istiria mesmo #ue 3XY7YZus n*o e<istisse/ ou ainda #ue 3eus n*cuidasse das coisas humanasQ.4 3ireito atural seria acess&vel ao conhecimento mediante dois cami7 nhosS com m"todo apriori/ ao verificar7se #ue a m<ima se eneoritra de acordo com a naturezracional ou socialO pelo a posteriori/ cOom a constata)*o de #ue os povos civilizadoadotam id>ntico crit"rio ou solu)*o de 8 usti)a. A nalureza humana/ por sua dimens*social/ XY7YZeria o fundamento do 3ireito atural. Foi a partir desta vis*o racionaX

YZiOXY7YZ $a #ue se originou a chamada Escola $lssica do 3ireito atural/ da #uugo 5r,cio foi o seu primeiro corifeu e #ue se estendeu at" o s"c. 0@lll/ #uandatingiu o apogeu com a frlosofia de 6ousseau.  $onsiderando #ue o 3ireito visa a garantir as condi)XY7YZes de socia7 bilidade/ ug5r,cio esposou a id"ia de #ue o Estado se origina do contrato sc<ial/ mas em sucompreens*o o pacto primitivo n*o seria simplesmente presumido/ por"m fato hist,ric3efendeu o princ&pio da inviolabilidade dos contratos 7 pacta sunt servanda 7/ sem #ual a sociedade n*o subsistiria/ pois s, cumprindo os aeordos se poderia determinarordem 8ur&dica e elaborar o eon8unto dos dire&tos civis.

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?:. A Escola $lfssica do 3ireito attXY7YZral  A id"ia em torno do 3ireito atural 8 havia sido concebida na XY7YZntig idade difundida no per&odo medieval/ mas Eoi no limiar da dade Moderna/ a partie de ug5r,cio/ #ue ocorreu uma impor7 .Sante evolu)*o na mat"ria. 4 iuris natccrae 8 nRseria identi icado XY7YZOom a natureza c,smica/ como fizeram os fil,sofos est,icos a Ourisprud>ncia romana/ nem imaginado como produto da vontade iivina. A valoriza)*da pessoa/ #ue se registrou com a 6enascen)a/ iitingiu o Rmbito da FilosoFa Jur&dica#uando ent*o o 3ireito atu7 XY7YZal passou a ser reconhecido como emana)*o dnatureza humana.

 A doutrina da Escola consubstanciou7se em #uatro pontos funda7

: 4p. cit /: vol./ p. ':?.XL:'ZPAU4 A3E6mentaisS lo[ o reconhecimento de #ue a natureza humana seria fontc7S

do 3ireito aturalO 'o[ a admiss*o da e<ist>ncia/ em "pocas remotas do estado dnaturezaO 9o[ o contrato social como origem da socie7 dadeO ;o[ a e<ist>ncia de direitonaturais inatos.D A Escola $lssica promoveu a laiciza)*o do 3ireito aturaac indicar a natureza humana como a sua fonte e aponlar a raz*o como vcognoscitiva. $ometeu/ por"m/ alguns e<cessos/ notadamente ao pretender a cria)*de verdadeiros c,digos de 3ireito atural/ onde se alcan)avam pormenores dregulamenta)*o da vida social/ em vez de limitar7se N anlise dos princ&pionorteadores desse 3ireito. Para a Escola $lssica/ o 3ireito atural seria etemimutvel e universal/ n*o somente por seus princ&pios/ mas ainda em sua aplica)*

 Al"m de ugo 5r,cio/ destacaram7se/ na Escola/ os filos,fos obbes/ 1pinoza/ I.ocPuffendorf/ 2omsio/ 6ousseau.  ?:.: 2homas obbes. Enyuanto #ue ugo 5r,cio tomava a sociabilidade comcaracter&stica da naturXY7YZza humana/ 2homas ob7 bes ^:DCC7:?B[ negava ahomem a condi)*o de animal social. Em sua doutrina pol&tica e antropol-giefundamentalmente e<posta em I.eviat* ^:?D:[/ o fil,sofo ingl>s partiu da cren)a nchamado status naturae/ durante o #ual os homens teriam vivido em constanmedo diante das amea)as de guerra. IXY7YZ\essa fase #ue antecedeu N forma)*o dsociedade n*o haveria limites N a)*o humana. 4 abandono da vida primitiva em favodo status societatis se fizera por conveni>ncia/ pelo interesse em se obter garantia

tutela.  obbes retratou o homem como ser naturalmente ego&sta e agressivo/ devotadapenas aos seus interesses e insens&vel N sorte de seus semelhantes. A cria)*o dEstado teria reprimido a sua tend>n7 cia de ser XY7YZ lobo dopr,prio homem ^homhomini lapcts[ e evitado a guerra total ^bellum omnium eontra omnes[.  A fim de superar as adversidades do estado de natnreza/ os homens teriam celebrado contrato social e/ em conse#`>ncia/ constitu&do a sociedade/ o Estado e o 3ireito2eriam renunciado ao seu primitivo Q8us omnium in omniaQ/ para alcan)arem a paa liberdade e o verdadeiro 3ireito. Para #ue esses alvos fossem atingi7 dos/ pensav

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obbes #ue o Estado 7 I.eviat* ou 3eus Mortal 7 deveria ser suficientemente forte. sua doutrina pol&tica " a de um refinado absolutismo. 4 Estado/ ente poderoso #ue erse relacionaria com os

D 4p. cit/ p. '?L.FIosoFIa 3o 3I6Erro :99particulares apenas como titular de direitos. 4 pacto social seria firmado Qapenas entrcada um e cada um/ e n*o entre o soberano e cada um dos outrosQ/ pois evidente Q#u#uem " institu&do soberano n*o faz #ual#uer pacto com seus sditos/ por#ue teria o#ue cele7 br7lo com toda a multid*o/ na #ualidade de parte do pacto/ ou #ue clebrdiversos pactos/ um com cada um delesQ.? A eelebra)*o do pacto implicaria nacatamento/ pelos sditos/ de todos os atos do suberano/ #ue n*o poderia ser depostpor#uanto representante de cada homem. 1e algu"m fosse morto na tentativa de golpseria consi7 derado Qo autor de seu pr,prio castigo/ dado #ue por institui)*o " autor dtudo #uanto seu soberano fizerQ.\ 2odo sdito/ enfim/ seria autor de todos os atos

decisXY7YZes do soberano/ n*o podendo/ assim/ insurgir7se ecXY7YZntra as iniciativadeste. obbes abre e<ce)*o/ todavia/ ao chamado direitu de autoconserva)*o/ pe#ual n*o pc<ie o sot<XY7YZrano impor a au&o7elimina)*o/ circunstRnsXY7YZa na #ual sdito pocicr resistir.  4 fil,soEj ingl>s distinguiXY7YZ a lei ciXY7YZXY7YZil da lei de ZtXY7YZtu/eza. A primeireiiXY7YZanada do Fstado/ n*o podc ser contrria N raXY7YZ*o/ enten7 dida esta como luz yue levou o soberano a elaborar a [ci. A 1sim aplicaa pelo 8uiz/ a senten)a ser dpr,prio legis[adorO diversamen7 te aplicada/ a senten)a ser da lavra do magistrado in8usta.6 As leis da lXY7YZatureza Qconsist"m na ey`idade/ na 8usti)a/ na gratid*o outras vXY7YZrtudes mcsrais destas dependentes/ na condi)*o de simples nature7 zan*o s*o propriamente [eis/ mas #ualidades #ue predispXY7YZem os homens para a pae a obedi>neiaQ. As leis de natureza n*o seriam leSs propriamerzte/ salXY7YZXY7YZyuando eneampadas pelo Estado/ pois/ para serem obrigat,rias/ indispensvel " #uvenham em ordena)XY7YZes do poder e acompanhadas de san)*o. Edgar %odenheimeadmite #ue obbes tenha sido precursor d, positivismo moderno.lo ?:.' 1pinoza. filosofia do 3ireito de %aruch 1pinoza ^:?9'7 :?BB[/ embora n*o ofere)a subs&dios compreens*o do fen-meno 8urdico/ " significativa por sua originalidade e em raz*o dser uma das dimensXY7YZes do pensamento do importante fil,sofo holand>s.essa rea/ seus estudos se encontram em duas obrasS 2ractatus

, l.evia!7/ cap. 0@III.

  /Qdem.Q SeXY7YZXY7YZiat/ cap. 00@I.  \cfern.. \XY7YZi>ncia do 3ireito/ Filosofia e Metodologio Jurfdicas/:XY7YZ ed./ Forense/ 6io dJaneiro/:?? XY7YZ. DT. / XL:'Z:9 ; PAU4 A3E6

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2heologcco7Politicus e Ethica. a base geral de suas id"ias e<iste a cren)a de #utodas as coisas se reduzem a uma nica substRncia 77 3eus sive nahcra. 3eus seria ess>neia de todas as coisas e a sua causa eficiente.Q Em sua doutrina pante&staconcebe #ue nada h de imperfeito no mundo e #ue a apar>ncia de imperfei)*o sdesaparece #uando se considera a ordem da natureza.  6elativamente Ns id"ias pol&ticas/ admitiu a pr"via e<ist>ncia do estado de natureza/#ual teria cessado com a celebra)*o do pacto social. 4 Estado teria sido criado parestabelecer limites N for)a individual. A a)*o repressora/ todavia/ no podia alcan)ar plano da consci>ncia/ pois este seria incoerc&vel. Pensava #ue os cidadRos 8ispunhada faculdade de abandonar o pacto na medida em #ue isto lhes fosse conveniente. *reconheceu/ para o soberano/ #ual#uer limite sen*o o seu pr,prio poder. A filosofpol&tica de 1pinoza " um hino de respeito e preserva)*o da autoridade do soberano1omente este teria o direito de estabelecer 8u&zo sobre atos das pessoas/ #uer por si opor seus mandatrios. 1omente o poder pblico/ concentraXY7YZ do na pessoa dsoberano/ pode determinar o #ue "8usto ou in8usto e tamb"m interpretar as leis. A

mesmo tempo em #ue preconiza a reuni*o de poderes na pessoa do soberanproclama #ue o melhor governo " a#uele em #ue os homens vivem em cone,rdia e aleis s*o cumpridas. Apontou a conc,rdia como o fim do Estado/ o #ual re#ueria umpopula)*o livre. 6ecorrendo N e<peri>ncia/ pensavXY7YZ #ue o poder sendo entregue uma s, pessoa atendia aos interesses da paz e da eonc,rdia. 1eria ilus,ria a cren)todavia/ #ue apenas uma nica pessoa poderia governar/ pois o soberano conferpodere.XY7YZ a conselheiros ou amigos/ Qde tal maneira #ue o Estado #ue XY7YZi,cremos ser monr#uico absolutamente " na realidade aristocXY7YZ7ticoQ.I9  4 fil,sofo atribuiu e<pressiva importRncia Ns leis/ ao ecXY7YZnsider7 las Qa alma dFstadoQ.:; 4s Estados/ para se perpetuarem/ depen7 diam de leis invioladas e estanecessariamente/ deveriam se fundar na raz*o e concordar Qcom as tend>ncias dohomensQ. Para o filc&sofo holand>s/ o 3ireito atural se identificava com a for)a opot>ncia da pessoa e se limitava apenas diante da pot>neicXY7YZ u semelhante. \XYZal compreens*o " evidentemente falha/ pois/ variando a pot>ncia "XY7YZu

:: Wtica I/ proposi)*o 00@.:' BnQ 2iatado Polttico/ cap. I@.:9 dcm.:; Idern/ cap. 0/ XY7YZ .

XY7YZc.osoFea oo 3i<XY7YZrro :9D  for)a de pessoa para pessoa/ o 3ireito atural de cada #ual XY7YZria tamb"m relativo #ue viria a contrartar com uma caraeter&stica essencial do 3ireito/ #ue " o princ&pio digualdade.  ?:.9 oce. A filosofia do ingl>s John oce ^:?9'7:BL;[ foi inspirada/ em parte/ nofatos hist,ricos de sua "poca/ pois viveu em pleno s"culo 0@II/ #uando se registrou 6evolu)*o Inglesa ^:?CC[.

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3e forma)*o liberal/ contrap-s suas id"ias ao absolutismo/ divulgado nas obras dobbes. $omo adepto da Escola $lssica do 3ireito atural/ sustentou as teses dcstado de natureza e do contrato social.En#uantn obbes se utilizara da#uelas premissas para fundar o poder absoluto dsoberano/ oce nelas se apoiou para8ustificar oc limites 8ur&dicos N a)*o do pr&ncipPosto #ue coneebera o contrHio social como fato hist,rico/ descreveu7o de formracional. 4 pncto n*o fora resultado de alguma coa)*o/ nem decorr>ncia de recedor homens diante de perigos/ mas f,rmula racionalmente empregada para alcan)adeterminados fins/ como a garantia aos diS eitos indivi7 duais. 4s governantes deveriapautar seus atos pol&ticos em fun)*o dos fins pretendidos pela vontade popular. forma)*o dn sociedade era uma decorr>ncia da desonestidade #ue predominava entros homens. A fim de Qproteger suas posses/ ri#ueza e propriednde/ conio ainda suliberdade e vigor corporal ^...[ os homens sno obrigadoc a entrar em sociedade uns coos outros...Qls 6elativamente ao 3ireito/ e<p-s a id"ia de #ue no ectndo de naturez#ue 8 seria social/ visto #ue os homens s*o sociveis por natureza/ havia algun

direitos/ como N liberdade/ ao trabafho/ N propriedade/ faltando/ apenas/ autoridade #ugarantisse a efeti7 vidade. Para #ue o fato social fosse estabelecido em lei deveria/ OStecessariamente/ ser til N comunidade. 4s fXY7YZtos n*o se subme7 tiam/ ao mesmtempo/ ao 3ircito e N Igre8a/ pois Qdistanciam7se cia 8urisdi)*o do magistrado #uands*o compreendidos pela I/XY7YZre7 8a...Q. XY7YZerificamos/ todavia/ #ue isto rXY7YZ*o sconfirma na e<peri>ncia/ pois numerosas rela)XY7YZes humanas s*o ob8etos ddSsciplina legal e tema de refle<*o da Igre8a. 1ustentou #ue a tarefa dXY7YZ elabora)*de lcis n*o poderia ser transferida pelo legislativo/ pois esse poder se SnvXY7YZstia nfun)*o por delega)*o do povo.\? En#uanto em suas primeiras obras a id"ia do 3ireiatural se manifestava como

 l.1 8n $XY7YZaSHcerca da 2oler%ncia.\ F \nQ 1eXY7YZndo 2iatado sobre o 5ovm!/ cap. 0I/ item :;'.XL:'Z:9s PAU4 A3E6dXY7YZtermina)*o da vontade divina #ue a raz*o apenas iniergretava/ em idade maduI.oce identi?cou a#uele 3ireito com a XY7YZaz*o.  a esfera da Filosofia/ Eoi notvel a sua contribui)o/ especSai7 mente N teoria dconhecimento/ mediante a sua teoria empiriata.

Pensava #ue o conhecimento se formava pelas sensa)XY7YZXY7YZs e refle<XY7YZes/ dhaver declarado #ue Qnada havia no intelecto #ue antes nXY7YZo tivesse passado pelosentidosQ ^ihil est in intelectu #ccodpXY7YZiXY7YZs non fuerit in sensu[.  ?:.; Puffendorf Um papel de grande importRncia XY7YZoi desempe7 nhado por 1amuvon PufEendorf ^:?9'7:?XY7YZ;[/ fil,scXY7YZo alem*o/ XY7YZiXY7YZ propaga)*o spensamento 8usnaturalista. XY7YZi"m XY7YZie IXY7YZreleXY7YZcionar na Universidade deidelberg/ onde estreou a cRtedra XY7YZXY7YZ 3ireito atural e das 5entes/ depoFilosofia do iXY7YZireito/ foi destacado escritor/ e<pondo em seus livros a doutrina dEscola $lssica XY7YZicXY7YZ 3ireito atural mediante apresenta)*o sistemtica. *

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XY7YZrimou pela originalidade de id"ias/ mas pela notvel divulga)Ro daeoncepe-es de sua "go5a. 1uas id"ias/ #ue alcan)aram grande repercuss*o/ penXYZ7 traram nos Estados Unidos por interm"dio de John ]ise/ indo influenciar ndeelara)Ro dos direitos na#uele pa&s. ProfXY7YZssou verda7 deiro ecletismo filos,fico3e um lado acompanhou a tese do appe7 titccs societatis de ugo 5r,cio/ ao admitir princ&pio da sociabilidade humana. 3e outro/ concordou eom 2homas obbes/ aXY7Yslizer #ue foi o medo e a inseguran)a dos homens #ue os induziram N XY7YZXYZrma)*o da sociedade. 4 fim do Estado/ declarou/ era promover XY7YZpa< XY7YZ.XYZt securitas communis.  Puffendorf negou #ue o 3ireito atural se fundassp na reliQiso/ pois en#uanto esvariava entre os povos a#uele era universXY7YZl por natureza. Em sua opini*o a fonte diuris iiaturae sXY7YZ lc9calizava nXY7YZ raz*o. Ma   ヘ s lucidamente do #ue ugo 5r,cidiz 5uido FassXY7YZ/ tXY7YZ fil,sofo alem*o separou o 3ireito atural da 2eoiogia, poa#uelXY7YZ 3ireito Qregula as a)XY7YZes e rela)XY7YZes entre os homens n*o en#uantXYZ crist*os/ senXY7YZao en#uanto homensQ.:\ Para o autor de 3e iure nahcrtX

YZe etgentium ^:?B'[/ sua principal obra/ o 3ireito atural poderia ser organizadsistematicamente com o mesmo rigor da F&siXY7YZa/ en#uaSXY7YZto o m"todmatemtico poderia ser aplicado no Rmbito da Moral XY7YZ do 3ireito. Puffendodistinguiu direitos inatos de direitos ad#uiridos.4s primeiros antecediam o ingresso dos homens na sociedade/ en7

 :B 5uido Fassj/ op. cit/ !l. '/ p.:''.FI414FIA 34 3I6El24 :9B#uanto os segundos se mani Eestavam durante a vida social. 3istinguiu tamb"m 3ireito atural do 3ireito Positivo. A#uele n*o apenas antecedia ao Estado/ como aindsubordinava a ordem positiva/ tra)ando7lhe direlrizes.  ?:.D 2ornrisio. $XY7YZonXY7YZiderado por muitos como o fundador da moderna ci>ncdo 3ireito/ $ristiano 2omsio ^:??D7:B'C[ teve o m"rito de distinguir os campos d3ireito/ Moral e 3ecoro/ estuda7 dos/ respectivamente/ pela Jurisprud>ncia/ Wtica Pol&tica. $ada #ual indicaria crit"rio de agir pr,prio/ mas #ue convergiam no ob8etivde atender N vida social. En#uanto o 3ireito se fundaria no princ&pio do 8ustum/ a Morano hrXY7YZnestum e a Pol&tica/ no decorum. A m<ima do honestum seria QHuod XYZXY7YZs ut al` sibi fariant/ tute tibi faciesQ ^Fa)a a ti o #ue #uiseres #ue os demafa)am a si mesmos[O o princ&pio QH fundaXY7YZmental do deconXY7YZm seria uod vis

al` tibi fariant/ tu ipsis facies ^Fa)a aos demais o #ue #uiseres #ue eles fa)am a ti[O grande preceito do 8ustum seria QHuod tibi non vis fieri/ alteri ne feceris^*o fa)a aos demais a#uilo #ue n*o #ueres #ue eles fa)am a ti[.En#uanto a f,rmula 8ur&dica e<pressava diretamente uma regra de omiss*o/ os outrodois determmavam a)*o/ com a Moral dispondo sobre a atitude da pessoa para consige a Pol&tica XY7YZstabelecendo crit"rio de comportamXY7YZnto com o pr,<imo.  3istin)*o de grande aleance/ talvez a maior contribui)*o N Filoso ia do 3ireito/ foi #ue estabeleceu no plano te,rieo entre o 3ireito e a Moral/ em Fundamenta Iuris e5entium ^:BLD[. 4forum e<ternum/ campo das condutas ob8etivas e sociais do homem

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seria a sede do 3ireito. Assim/ para #ue o comportamento humano fosse atingido peregra 8ur&dlca/ indispensvel #ue houvesse manifesta7 )*o e<tertor da pessoa ou #usua omiss*o afetasse algum interesse relevante de outrem. 4 mundo da Moral seria doforum intemum/ plano da consci>ncia/ n*o alcan)vel pelas lei$onse#`entemente/ ningu"m poderia ser 8ulgado ou punido por adotar algumideologia ou professar uma religi*o. A rea do pensamento serreservada e<clusivamente N Moral. 2al concep)*o de 2omsio/ primeiteoria diferenciadora entre a#ueles dom&nios da Wtica/ ainda ho8e influen7 cia racioc&nio 8ur&dico7filos,fico/ n*o obstante e<i8a outros escla7 recimentos. 1e o 3ireito socupa das condutas ob8etivas/ considerando os riscos criados ou os danos impostos Npessoas/ n*o significa #ue se mantenha/ for)osamente/ alheio ao plano dcons7 ci>ncia. Este/ pela a)*o do 3ireito/ fre#`entemente " ob8eto da investiga)*o edebate 8udicirio. Para tanto/ " imprescind&vel #ue a postura individual tenhe<trapolado o Rmbito do pensamento e XY7YZ\XY7YZXY7YZan)ado significa)*o ob8etiva.XL:'Z

:9C PAU^: A3E6  a anlise #ue fez do 3ireito atural/ atribuiu N divindade npenas a causa remotpois/ ein ltima instRncia/ tudo #ue e<iSte prov"m de 3eus. A raz*o seria a causpr,<ima.  a forma/ 2omsio primou pela clareza de id"ias. o contedo/ por pensamenevolu&do. A sua posi)*o foi de vanguarda/ pois defen7 deu a liberdade de pensamentode consci>ncia e/ no 3ireito Penal/ foi um dos primeiros a se insurgirem contra emprego da tortura/ a aplica)*o de penas infamantes e os processos de bru<aria magia.  ?:.? 6ousseau. As principais teses do 8usnaturalismo foram desenvolvidanotavelmente/ pelo genebrino Jean Jac#ues 6ous7 seau ^:B:'7:BBC[ e alcan)araampla divulga)*o e prest&gio em sua "poca/ XY7YZndo influenciar oc estatutoideol,gicos da 6evolu)*o Fran7 cesa/ especialmente por sua dimens*o pol&tica. Em selivro 3iscours sur f\origine et lesfondements de l\in"galit"parmi les hommes :BD9[  / e<pXY7YZe acerca do estado de natureza/ "poca primitiva em #ue os homens seriafelizes/ desfrutando de liberdade e de igualdade.3iferentemente de obbes/ para #uem o homem " mau por nature7 za/ admitiu contrrio/ pois tudo #ue prov"m da natureza " bom.1em comando pol&tico/ os seres humanos viviam no livre e<erc&cio de seus direito

naturais/ em uma Idade de 4uro/ onde n*o havia propriedade privada/ nem corrup)*o A desarmonia teria surgido #uando alguns homens/ prevalecendo de sua for)impuseram o dom&nio. A socSiedade civil teria sido fundada pelo indiv&duo #ue/ cercandum terreno/ declarouS QIsto me pertenceQ. 1e na#uele mo7 mento algu"m houvessgritadoS Q5uardai7vos de escutar este imXY7YZ4s7 torQ/ teria poupado/ N humanidadcrimes/ guerras/ assassinatos.  Em 4 $ontrato 1ocial ^:B?'[/ obra complementar ao 3iscours/ o fil,sofo analisa forma)*o do Estado. @isando a recuperar o seu bem7estar primitivo/ os homens teriatransf"rido seus direitos nahc7 rais ao Estado em troca de direitos ccvis. Estes seriam

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os pr,prios direitos naturais/ 8 ent*o sob a tutela do Estado. *o haveriassim/ renncia N liberdade/ pois tal ato Q" incompXY7YZt&vel eom natureza humanaQ.: $om a eelebra)*o do pacto/ eu8as clusulas s*o ditadas pepr,pria natureza do ato/ os homens visavam a Qencontrar umXY7YZ.forma de associa)*o #ue defendesse e protegesse de toda a for)XY7YZ

 :C QIn Q 3iscurso sobre o 4rigrXY7YZn e os FXY7YZ da 3e<iXY7YZaldar cnbc or omen'XY7YZ parte : QIn Q $ontrota 1ocid/ . I/ [email protected] 3o 3IIzErro :9eomum a pessoa e oa bens de cada associado/ e pela #ual/ eada um/ unindo7se todos/ n*o obedecesse rtanto sen*o a si mesmo/ e permanecesse t*o livre comantesQ.XY7YZA finalidade ltima de toda legisla)*o seria a de promover a liberdade e igualdade entre os homens. As institui)XY7YZes 8ur&dicas e o Estado/ todavia/ n*deram continuidade N felicidade humana/ 8 #ue n*o lhe garantiram a liber7 dade e igualdade. 4 contrato social/ #ue n*o teria sido um fato hist,rico/ apenas um postulad

racional/ n*o alcan)ara ><ito/ pois os homens n*o lograram a recuperar o estdprimitivo de vida. 4 caminho preconizado n*o foi o da e<tin)*o do Estado e o retornN Idade de 4uro/ por#uanto o Estado seria irrevers&vel/ mas N reorgani7 za)*o pol&ticde acordo com o ideal democrtico. 4 seu pensamento nRo pode ser acoimado dut,pico/ pois reconheceu #ue Qnunca e<istiu verdadeira democracia nem 8amais eXYZstirQ/ pois n*o " poss&vel #ue o povo se rena permanentemente para o trato d#uestXY7YZes pblicas.  ?:. B 6ea)XY7YZes d doutrina da Escola $lssica do 3ireito atural.

 Ainda noperfoiio mr<leXY7YZ7no/ antecedendo N cr&tica maior #ue viria a ser desferidpelo positivismo 8urldico/ alguns Fl,sofos sustentaram id"ias divergentes da doutrina dEscola $lssica.  ?:. B.: Ilenri#ue e 1amuel $occe8o. 4 sucessor de Puffendorf na cadeira de Filosofdo 3ireito da Universidade de eidelberg/ enri#ue $occe8o ^:?;;7:B:[/ 8untamencom seu filho 1amuel $occe8o ^:?B7:BDD[/ um dos autores do $,digo $ivil dPrssia/ adotou uma teoria voluntarista acerca do fundamento do 3ireito/ n*distinguindo o 3ireito atural do 3ireito 3ivino. Para ambos/ o 3ireito atural soriginava em 3eus/ n*o eomo ato de vontade/ mas por sua ess>ncia racional. igadotanto por v&neulo biol,gico #uanto por identidade fXY7YZlos,$ca/ assumiram posi)*antiintelectualista/ ao ad7 rrutirem #ue a fonte do8us naturae se localizaria em 3eu

uma vez #ue a raz*o possu&a a capacidade apXY7YZ.nas de conhXY7YZSser os seuprinc&pios.  ?:. B.': ico e .\t2ontes#uieu. 4 filos,fo e 8urista italiano/ 5iam7 batista @ico ^:??:B;;[/ para #uem o princ&XY7YZio XY7YZ o fim do 3ireito estariam na divindade/ tamb"se op-s as ideias reitoras da Escola $lssica. 4 autor de Prirac&pios de uma $i>nclXY7YZ,va ^XY7YZB'D[ pensava luXY7YZ. o sentimento de 8usti)a seria evolutivo tan#uanto a vida da /ociedade/ #ue passava/ ciclicamente/ por tr>s idadesS a divina aer,ica e a humana. 4 seu pensamento " dominado pelo prop,sitn le associapermanentemente/ o 3ireito aos fatos concretos. Em sua

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XY7YZL Idem/ ivro I/ @I.XL:'Z4 PAU4 A3E6oXY7YZpini*o/ oXY7YZrincipio.da unifonnidade do espirito humano n*o condu7 zirla a3lreito universal/ mas apenas N semelhan)a entre as leis e costumes dos povos. @icnegou a possibilidade do fen-meno da recep)*o do 3ireito. a elabora)*o da ei da3oze 2buas os romanos n*o teriam se inspirado em fontes gregas.  Formando par com 5iambatista @ico/ $harles ouis de 1econdat/ %ar*o dMontes#uieu ^:?C7:BDD[/ foi precursor/ na primeira metade do s"culo 0@lll/ da Escoist,rica do 3ireito/ #ue re8eitava os es#uemas racionalistas em prol da li)*o de<peri>ncia. 4 seu pensa7 mento n*o se harmonizou com o dorninante na Esco$lssica do 3ireito atural/ pois afirmava #ue as leis no se fundavam na raz*

 As institui)XY7YZes 8ur&dicas ernergiam do povo e como rXY7YZsultado da a)*o de fatorenaturais e culturais. Enfatizou/ com algum e<agero/ a influ>neia do clima na forma)*

da personalidade humana/ conduta social e elabora)*o das leis. Em sua obfundamental/ 3e :\Esprit des ois/ encontram7se importantes elementos de 1ociologdo 3ireito/ onde o autor n*o se lirriita a sustentar abstratamente Qcomo as leis devemser relativas aos costumes e Ns maneirasQ/'\ mas se estende a considera)XYZes prticas/ tomando como e<emplos a legisla)*o antiga/ especialmente a romano Rmbito do 3ireito Internacicnal Pblico/ reconheceu a e<ist>ncia de um princ&pfundamentalS Qas diversas na)XY7YZes devem fazer/ na paz/ tanto bem #uanto fposs&vel e/ na guerra/ o m&nimo de mal poss&vel/ sem pre8udicar seus verdadeirointeressesQ XY7YZ A doutrina de Montes#uieu n*o " de fundo positivista/ pon*o subordina a 8usti)a ao contedo das leisS Q3izer #ue n*o h nada de 8usto nXY7YZde in8usto sen*o o #ue as leis positivas ordenam oiXY7YZ prol-em/ " dizer #ue antes dser tra)ado o c&reulo todos os seus raioOn*o eram iguaisQ.XY7YZ + ci>ncia em geral/ Montes#uieu ofereceu umXY7YZ defini)*o dlei/ #ue deve ser considerada vlida n*o apenas para c Rmbito da F&sica/ da mat"riamas igualmente para o setor #ue inves tiga os fen-menos sociaisS QAs leis/ no sesentido mais amplo/ s*c rela)XY7YZes necessrias #ue derivam da natureza dacoisas...Q\Q 1e o se7 da lei coincidir com a visRo do escritcr franc>s sobre o seu deveser ser in#uestionvel #ue a lei 8ur&dica se en#uadrar na#uela defini )*o. Isto por#uno plano do dever ser/ a lei n*o " produto arbitrric

': QInQ3e I Wspritdes ois/ .:/ cap. 00I.'' Idem.'9 Idem/ .:/ cap. I.'; Idem.FI414FIA 34 3 I6Er24 :;:da raz*o do legisladcXY7YZr/ mas resultante de fatores naturais e culturais #ue atuacondicionadoramente.  As leis naturais teriam XY7YZido criadas por 3eus ao formar o universo.

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a consetva)*o deste/ continuaria Ele se valendo delas/ pois Qage segundo essaregras por#ue as conheceO conhecXY7YZ7as por#ue as fezOf>7las por#ue elas se relacionam com sua sabedoria e seu poderQ.\XY7YZ Entre as leis dnatureza/ discriminouS la[ a pazO 'a[ a busca de alimentosO 9a[a atra)*o dos se<osO ;a[ dese8o de viver em sociedade.XY7YZ o Rmbito da $i>ncPol&tica as suas investiga)XY7YZes tamb"m foram prof&cuas/ embora n*o tenham sidtotalmente oriXY7YZinais. Aclssica divis*o dos poderes/ por e<emplo/ #ue o notvpublicista teorizou/ 8 fora ob8eto de refer>ncia por Arist,teles e I.XY7YZce. Em seprofundo estudo sobre a mat"ria pro8eta7se a m<imaS Qpara #ue se n*o possa abusado poder urgcO#ue o poder detenha o poderQ. 3el @ecchio fez cr&ticas N divisRo dos podereapresentada por Montes#uieu/ pois entendeu #ue n*o seria poss&vel uma n&tida divis*uma vez #ue n*o seria concilivel com a unidade da soberania.'\ Para o autorde i)XYZpsde Filosofur do 3ireito/ n*o seriam diversos poderXY7YZes/ mas diversos ,rg*odistintos em suas fun)XY7YZes.

 A atividade e<ecutiva e 8udiciria deveria subordinar7se N legislativa/ por ser ese<press*o direta da soberania\ SXY7YZ ?:. B.9 eibniz. Foi com o 8uris il,so5odofcedo 5uilherme eibniz ^:?;?7:B:?[ #ue criou corpo a rea)*o N atitudintelectualis7 ta dos adeptos da Escola $lssica/ #ue apontavam a raz*o como fonte d3ireito atural. Para o autor de M"todo Moderno para o Ensino clo 3ireito ^:??B[ $,digo 3iplomtico de XY7YZirsito das 5entes ^:?9[/ [eus/ #ue estaria presente etodas as coisas/ f&sicas ou espirituais/ XY7YZeria a fonte do 3lreito. 2anto este #uanto

 8usti)a seriam emana7 /XY7YZXY7YZes da ess>ncia divina. En#uanto ugo 5r,cio PuffendorE se XY7YZEor)aram em separar o 3ireito da 2eologia/ eibniz os reapro<i7 XYZiou em sua 2eodic"ia ^:B:L[. Em Monadologia ^:B:;[/ sua obra rincipal/ sustento#ue no universo e<iste uma harmonia reesta7 XY7YZXY7YZlecidaS Q ...[ n*o ha nadinculto/ est"ril ou morto no unive soO nem i caos ou confus*o/ sen*o em apar>nciaO sercomo num lago onde/ distRncia/ se veria um movimento confuso/ um bul&cio de pei<edo XY7YZgo/ sem #ue se discernissem os pr,prios pei<esQ.XY7YZ

XY7YZXY7YZ lXY7YZ.\f/ Idem/ .:/ cap. II.'B i)XY7YZes de Filosofia do 3ireito/ ed. cit./ vot. I/ p. I1'.TC Idem.

T QInQMonadologia/ item ?.XL:'Z:;' PAU4 A3E6  a rea da teoria do conhecimento/ I.eibniz se op-s no sensismo de oce/ #unegava a possibilidade de id"ias inatas no esp&rito humano/ pois este seria uma tburasa/ onde nada se achava escrito.Em ovos Ensaios sobre o Entendimento umano/ o fil,sofo conce7 beu uma esp"cde racionalismo/ denominado por Johannes essen de imanente.XY7YZ A raz*

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abrigaria conceitos em g"rmen/ potencial7 mente. Para 3escartes/ de #uem eibniz fcontinuador/ haveria conceitos inatos mais ou menos acabados.  Para o fil,sofo alem*o/ a id"ia do bem se manifestava/ distinta7 mente/ nas esferas dEstado/ da humanidade e de 3eus. 6elativa7 mente N primeira/ a id"ia constitui o 8ustrictum e apresenta como princ&pio o preceito romano neminem laedere. 4 mund"tico per7 tencente N humanidade constitui a ae#uitas e se funda no preceito suucui#ue tribuere. A id"ia do bem pertencente a 3eus constitui a XY7YZrobitas ou pietacorrespondendo ao preceito honeste vivere da Jurlsprud>ncla romana.  ?:.B.; ]olff. Johann $ristian von ]olff ^:?B7:BD;[/ filos,fo/ matemtico e 8urista/ fseguidor de eibniz/ cu8a doutrina analisou/ sem originalidade/ em sua obra Ius naturamethodo scientifico per7 tractum ^:B;L7:B;C[/ elaborada em oito densos volumeFundando o 3ireito atural na instRncia teol,gica 7Auctor legis naturae ipse 3eus est ]olfE discorre sobre conceitos bsicos da Escola $lssica/ como estado de naturezcontrato sociaXY7YZ direitos inatos. 1ituou o fen-meno 8ur&dico como partede uma l"tica e o deEiniu como faculdade de se cumpr   ヘ r o pr,prio dever. En#uanto o 3ireit

Positivo e<pressava apenas uma lei permissiva/ a Moral seria de &ndole pre7 ceptivaordenadora. A epistemologia de ]olff " flagrantemente falha/ pois al"m de 8ungir 3ireito N Moral/ #uando se sabe #ue as duas esferas s*o aut-nomas/ desconhece natureza imperativa da maioria dos comandos 8ur&dicos.?'. 4 3ireito 6acional de Vant  4 8usnaturalismo alcan)ou o seu apogeu no s"c. 0@III/ ae intlueneiar nas declara)XYZes de direitos dos Estados Unidos e Fran)a al"m de se pro8etar nas codifica)XY7YZedos direitos austr&aco/ prussianc e franc>s. Ironicamente/ lodavia/ com o seu triunfo tevin&cio XY7YZ

9L Johaanes Ilessea/ 2eoria do $onhXY7YZiXY7YZnuuo/ ArXY7YZfeio AXY7YZXY7YZo/ XYZitor/ 1uc./ $oimbra/:_;/ p. ??.FIosoXY7YZ 3o oI6Erro :;9nega)*o de suas id"ias. A circunstRncia de tal #ueda foi destacada por ans ]elzeQHuando/ sem embargo/ ap,s uma espera milenar/ come)ou a irrperar sabre realidade/ depositou com isso o g"rmen de sua pr,pria deead>ncia.Q9\ A pretens*o dEscola $lss  ヘ ca de sriar um 3ireito universal/ vlido para todas as "pocas/ colidiu coa promulga)*o de c,digos nacionaisS o austr&aco/ o prussiano e o franc>s. 2anto eriticismo antiano #uanto o historicismo de 1avigny investiram7se contra

 8usnaturalismo. *o obstante oce e 6ous7 seau/ principalmente/ ha8am situado oprinc&pios do 3ireito atural/ tacitamente/ na instRncia da racionalidade/ pode7se afirm#ue a Escola do 3ireito 6acional surgiu com a doutrina antiana. 4 3ireito atural 8havia sido admitido por 6ousseau eomo princ&pio regula7 dor/ #uando Vant abra)oesta tese e a desenvolveu. 4s autores em geral eostumam afirmar #ue o sistemilos,XY7YZco de Vant promoveu o fim da Escola $lssica e o in&cio da Escola do 3ireit6acional.9z Embora o fil,sofo de VXY7YZnigsberg/ Emmanuel Vant ^:B';7 :CL;[/ coa sua genialidade/ tenha luzido em vrias reas do saber/ como na filosofia/ ist,ratural/ Matemtica/ MecRnica/ interes7 sam7no/ em particular/ os estudos produzido

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na 2eoria do $onheci7 mento e na Wtica. *o obstante se reconhe)a originalidadna doutrina de Vant/ o fato " #ue/ na 2eoria do $onhecimento/ con7 soandemonstra)*o de Johannes essen/ o fil,sofo alem*o susten7 tou teses ecl"ticas. 2circunstRncia n*o impede/ todavia/ #ue notemos o brilhantismo de suas id"ias.  A primeira grande indaga)*o gnoseol,gica/ #ue se reEere N possibilidade dconhecimento/ entre outras eoncep)XY7YZes/ rene duas #ue se destacam por seantagonismoS o dogmatismo e o ceticismo.Para o primeiro/ os ob8etos s*o acess&veis ao conhecimento/ tanto no campo dpercep)*o/ #uanto no do pensamento. *o vislumbra #ual#uer problema a senfrentado/ 8 #ue n*o v>/ entre o su8eito cognoscente e o ob8eto/ uma rela)*o. vis*o eeticista o su8eito seria incapaz de apreender o ob8eto tal como se apresenta nrealidade.3a& seus adeptos con)lu&rem #ue n*o se devem formular 8 u&zos/ mas atisterem7se d

 8ulgar. Adotado por Vant/ o criticismo/ conforme J.XY7YZ7eessen/ vem a ser Qum meio termo entre a temeridade dogmtica e desespe

e"tico\ S99 4 seu m"todo tem a ver com a dvida met,dica O 3escartes/ pocompreende a pes#uisa da origem das pr,prias

ans ]ehel/ op. cit/ p.:\IL.$f. em 5ioXY7YZo 3el @ecchio/ op. cit/ vol. I/ p.:D e em 6uiz Monno/ op. cit/ p. ':.4p. cit/ p. DD.  lXY7YZru XY7YZXY7YZ XY7YZXY7YZ.R r XY7YZ/XY7YZS S  / . XY7YZpXY7YZ. XY7YZtS SXY7YZXY7YZXY7YZ../Om XY7YZ/XY7YZ XY7YZ XL:'Z:;; PAU4 A3E6afirma)XY7YZes e ob8e)XY7YZes e seus fundamentos. $omo o sistema filos,fico antian" conhecido por criticismo/ " indispensvel #ue n*o se confunda o criticismo comFilosofia 5eral e como m"todo. Inicial7 mente Vant tendeu para o dogmatismo sob influ>ncia da doutrina racionalista de ]olff/ a #ual abandonou motivado peempirismo/ sobretudo na vers*o de 3avid ume/ #ue o despertou de seQsono dogmticoQ/ eorlforme eonfXY7YZssou.  6elativamente ao problema da origem do conhecimento/ con7 frontam7sfundamentalmente/ o racionalismo e o empirismo. Para o primeiro/ a raz*o " a fonte dconhecimento. 1omente se pode dizer #ue h conhecini\ento verdadeiro #uando saber " logicnmente necessrio e universalmente vlido. 6eunindo essas condi)XY7YZe

o eo7 nhecimento prescinde da e<peri>ncia. 4s racionalistas concentraram a suaten)*o especialmente na Matemtica/ ci>ncia esta #ue se presta N#uele tipo de eonhecimerlto. Huando se afirma #ue o todo " maior do #ue parteQ/ tem7se efetivo conhecimento/ pois al"m dtr 8u&zo universalmente vlidapresenta necessidade l,grca. 4 empi7 rismo se contrapXY7YZe/ ao proclamar #ue esp&ritn " uma tbua rasa ou folha em branco e #ue todo saber prov"m da XYZ<peri>ncia. 4 campo maior de demonstra)*o " o das ci>ncias da natureza. apriorismo/ #ue teve em Vant o seu fundador/ > f,rmula #ue visa a eoncilia)*entre a#ueles dois e<tremos. Para o fil,sofo alem*o/ o esp&rito " dotado de elemento

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apriori/ de natureza apenas formal/ semXY7YZlllantXY7YZs a recipien7 te.e onde e<peri>ncia dtXY7YZposita contedos.  Finalrnente/ #uanto N XY7YZss>ncia do conheeimento/ onde o realismo e o idealismapresentam7se como alternativas mais divergentes/ Vant deEende ofenomenali./m#ue/ de algum modo/ concilia as duas posi7 )XY7YZes antag-nicas. En#uanto #ue pararealisino as coisas eastem independentemente do su8eito cognoscente e nosso esp&ri" capaz de eonhec>7las e<atamente como s*o/ para o idealrsmo nada h fora denossa consci>ncia. A#uilo #ue se aprXY7YZOsenta ao pensamento " apenas ob8eideal. 4fenomenalisnlo distrngue/ nos obXY7YZetos/ ofen-meno e o numeno. 4 esprrithumano seria capaz de conhecer as coisas apenas em sua apar>ncia ^phaenomenopois o nnleno/ ou a coisa em si/ seria inacess&vel N intelig>ncia humana. fenomenalismo XY7YZoncorda com o realismo ao admitir #ue h coisas reais e anui teoria idealista #uando assevera #ue o conhecimento s, " poss&vel #uanto Napar>ncias.  4 conhecimento humano pressupXY7YZe/ para as percep)XY7YZes sens&7 veis/ dua

formas sub8etivasS tempo e espa)o/ #ue n*o e<istem fora do su8eito cognoscente/ ma#ue o condicionam/ e en#uanto os ob8etos materiais s*o finitos essas formas s*infinitas. Vant enumerou #ua7 tro esp"cies de categoriasS #uantidade/ #ualidade/ mode rela)*a.FB414FIA 34 3I6E2f4 :;1XY7YZm XY7YZeus estudos sobre os 8u&zos/ classifica7os em duas esp"ciesSanaliticos e XY7YZiXY7YZXY7YZt"ticos. Huanto aos primeiros/ o #ue se predica ao suOeXYZto " redundante/ pois este 8 engSoba conceptualmente a#uilo #ue se afirma ou snega. Huando se enuncia #ue Qtodo corpo " <tensoQ/ tem7se um 8u&zo anal&tico/ pois propritSdade #ue se declara integra a no)*o do su8eito. os conceitos sint"ticos/ o #use apre7 senta como peedicado n*o faz parte conceptualmente do su8eito.Huando aXY7YZrrnamos #ue a gua ferve a :LLQ estamos diante de um 8u&zo sint"ticopois n*o " um dado l,gico #ue a gua necessariarrXY7YZente tXY7YZOnha #ue entrar eebuli)*o na#uela temperatura. En#uanto #uXY7YZ os 8u&zas anal&ticos s*o acess&veis intelig>ncia/ independentemente da e<peri>ncia/ por#uanto s*o 8u&zos a priori/ osint"ticos s*o n posteriori/ pois pressupXY7YZem a e<peri>ncia do su8eito. Ap,s indagase haveria8u&zo sint"tico apriori/ Vant admitiu #ue sim/ mas apenas para as no)XY7YZeformais/ como na Matemtica e 5eometria.  6elativamente ao dom&nio da Wtica/ o pensador alem*c se distan7 cinu do ?l,so

epicurista e do eudemonisrno/ ao dissociar a Moral/ respectivamente/ das id"ias dprazer e utilidade. Uma conduta seria valiosa no plano moral #uando a sua motiva)*consistisse apenas no rer/onhecimento ao bem. 1e o agente/ contudo/ obrou visancXYZo algunla recompensa/ 8 n*o se poderia #ualificar a a)*o como pasitiv

 A concep)*o moral " sintetizada em seu imperativo categ,ricoS Qatua de tal modo #uem<ima de teus atos possa valer como prinXY7YZ&pio de uma legisla)*o universalQ. 2m<ima n*o chega a e<pressar uma idcalogia "trca/ pois n*o orienta o comportamentteleologrcamente.

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  o *mbito do 3ireito/ Vant situou a liberdade como o valor m<imo a ser alean)adQ4 3ireito " o con8unto de condi)XY7YZes segundo as #uais o arb&trio de cada um padcoe<istir com o arb&trio dos demais/ de harmonia com uma lei universal de liberdade1ob a influ>ncia de $ristiano 2omsio/ distinguiu a Moral du 3ireito/ entendendo cXYZue a primeira se ocuparia com o motivo da a)*o/ #ue deveria identr$car7se com amor ao bem/ en#uanto #ue para o segundo o relevante seria o plano e<terior das a)XYZes. 4s direitos naturais/ #ue identificou com a liberdade/ poderiam ser eonhecidos priori pela raz*o e independiam da legisla)*o e<terna. 4 3ireito lPnsitivo/ eeontrapartida/ Qn*o vincula sem uma legisla)*o e<ter7 n SXY7YZ Q.XY7YZ\ Huanto asignificado da coa)*o/ ao distinguir 3ireito em XY7YZXY7YZSntido estrito e em sentidamplo/ reconheceu #ue somente o

XY7YZ7: FmnSanuel Vant/ QinQ Introducsi,n a la 2eorla del 3erecho/:XY7YZ ed./ $entro dEstudios XY7YZ.onstitucionales/ reimpress*o de :BC/ Madrid/ p.:L:.XL:'Z

:;? PAU4 A3E6primeiro se acha unido N#uele elemento. 4 ius latum compreenderia a e#`idade e 3ireito de necessidade. A e#`iXY7YZade n*o serXY7YZa pratica7 da com fundamento nlei/ mas em crit"rios de 8usti)a. benef&cios #ue podem ser obtidos de acordo com e#`ldade/ n*o por"m em raz*o do ius strictum/ pois as pretensXY7YZes seriarecha)adas. 4 fil,sofo alem*o concluiS Q^...[ um trlbunal de e#`idade destinado decidir uma disputa sobre os direitos de outras pessoas encerra uma contra7 di)*o esiQ.9D 4 3ireito de necessidade/ a #ue o autor se refere/ consiste no chamado estadde necessidade e possui por lemaXY7YZ Qa necessidade n*o reconhece leiQ ^Qnecessitanon habet legemQ[.\XY7YZ?9. 4 Idealismo Alem*o e a Filosofia de egel 5eorg ]ilhelm Friedrich egel ^:BB:C9:[/ #ue/ ao lado de 1chelling e Fichte/ professou a filosofia idealista na Alemanhentre outras obras foi autor de Philosophie des 6echts ^:C':[/ mas a impor7 tRncia dseu pensamento/ neste cap&tulo/ prov"m n*o de suas con7 eep)XY7YZes 8ur&dicfilos,ficas tomadas isoTadamente/ por"m como parte de seu consagrado sistemfilos,fieo. A cabal compreens*o da#uela obra pressupXY7YZe o conhecimento pr"vio.dsua doutrina geral. este sentido e<pXY7YZe Eugkne Fleischmann. n*o " poss&vel e<poe interpretar a Filosofia do 3ireito independentemente do eonXY7YZunto do slstemhegelianoQ.9\ 4s idealistas alem*es/ a partir de uma intui)*

transcendental/ pensavam #ue a origem da realidade se identificava com o esp&rito.egel/ o mais notvel/ nessa perspeetiva de pensamento e<plicava #ue a id"absoluta/ anterior ao mundo/ transformara7se no relno da natureza/ voltando a posteriormente. Inicialmente era a id"ia em si ^antes da cria)*o do mundo[O em seguida id"ia fora de si ^trXY7YZlns7 fundindo7se em natureza[ e/ finalmente/ a id"ia em eporsi/ #uaSS.se converte e se torna esp&rito. En#uanto para Vant/ os homXY7YZSXY7YZiXY7YZ possueaptid*o para conhecer apenas o fenCmeno ou apar>nc&Sd e n*o a coisa em si/ par

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egel n*o havia limite ao conhecimerStcXY7YZ humano. Em Philosophie des 6echtdeelarou #ue Qtudo o #ue " reXY7YZzT" racional/ tudo o #ue " racional " realQ o #ue significa #ue o ser e cXY7YZ pensar s*iguais/ n*o podendo haver diverg>neia entre o ser e o dSXY7YZ SXY7YZOXY7YZS7

9D 4p. cit/ p. L.9? 4p. cit p. 9. XY7YZ XY7YZOS SXY7YZe 9B Apud icols M. l/dpez $alera/ Dn\ EI 6iergXYZ dc egrl soMe la ibertad/ Mono fi .  Filosof&a Jur&dica e Pol&tica/ 5ranada/:B9/ p. D.Ff 414FIA 34 3I6Er24ser. Para egel/ nada eziste fora do pensamento. ada h #ue n*o logre um

 8ustifica)*o racional/ como tamb"m n*o h posO)*o racional #ue em algum momenn*o se realize. 2udo #ue em nlgum momento se realiza " um fen-meno da raz*absoluta. A id"ia/ #ue n*o era esttica/ se desenvolvia historicamente por um m"toddial"tico. averia sem7 pre a marcha tridica da tese/ antftese e sintese. A primeir

configuraria a situa)*o/ a realidade/ com todas as suas earacter&sticas/ a #ual conteriag"rmen da contradi)*o e #ue ense8aria a antftese. $omo resultado do processevolutivo surgiria a sintese/ #ue por sua vez seria tese para uma nova marcha/ em umse#i.i>ncia inf\mita. 2al m"todo seria aplicvel em todos os setores da realidade.  4 esp&rito/ #ue " a id"ia em si eporsi/ se manifesta de tr>s modosSesp&rito sub8etivo ^a alma/ a eonsci>ncia e a raz*o[O esp&rito ob8etivo ^3ireito/ Moralidade o $ostumewO esp&rito absoluto ^Arte/ 6eligi*o e a Filosofia[/ #ue " uma s&ntese desp&rito sub8etivo e ob8etivo.En#uanto a Arte registra a intui)*o da id"ia do absoluto/ a 6eligi*o representa a id"do absoluto e a Filosofia e<pressa o absoluto.Huanto ao esp&rito ob8etivo/ #ue abriga o 3ireito/ seria Qa e<ist>ncia do liXY7YZ'e #uererou a liberdade e<terna #ue/ n*o sendo perfeita/ leva N Moralidade. Aplicando ao esp&riabsoluto o m"todo dial"tico/ afirmou VXY7YZSnt #ue o 3ireito seria a teseO a Moralidada ant&tese e o $ostume/ a s&ntese. A fatnilia/ a sociedade e o Estado integravam ocostumes.  2anto o 3ireito deve ser um devenir mesmo da liberdade/ #ue a Filosofia do 3ireitpara egel/ " filosofia da liberdade/ #ue tem a sua eulmina)*o no Estado. Emborproblemtica a presen)a do 3&reito atural no pensamento hegeliano/ alguns autoresadmitem/ relacionando7a N no)*o de 3ireito abstrato/ desenvolvida na primeira parte d

sua FilosoEia do 3ireito. 4 3ireito abstrato/ realmente/ n*o foi concebido como normdisciplinadora do controle social/ mas como Qforma mais elementar da e<ist>ncia dvontade livreQ/ confor7 me ,pez $alera/ para #uem Qo carter universal do 3ireiabstrato " simplesmente formal/ en#uanto e<pressa a rela)*o da vontade livre XY7YZXYZOt sl mesma e de modo e<cludente/ o #ue n*o e outra coisa #ue a pS.rsonalidadeQ.s escritor alem*o/ ainda de acordo com ,pez $\XY7YZlera/ nutria verdadeira antipatia a

 8usnaturalismo de seu tempo/ rXY7YZ7velado em artigo na imprensa. *o concordavcom a supecvaloriza7 tSSXY7YZ do conceito de QnaturezaQ/ nem a sua utiliza)*o na

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#uestXY7YZcs "ticas e XY7YZOuridicas. 4 3ireito atural/ todavia/ estaria fundaclo ndoutrina

9f\ XY7YZ\SXY7YZp/. ciXY7YZ/ p. ;./ .XY7YZXY7YZXY7YZXY7YZiXY7YZ Q.XY7YZXY7YZ iXY7YZ JlXY7YZ XY7YZfl.XY7YZQXY7YZQXY7YZ\ SXY7YoXY7YZ rr<XY7YZXY7YZ7S/7.XL:'ZPAU4A3E6hegeliana na id"ia de pessoa. 1eu principio fundamental XY7YZ e<presso na m<imaS Qspessoa e respeite os demais como pessoaQ. 4 di.reito de propriedade seria deriva)*da vontade em si mesma/ en#uanto #ue o contrato surge da rela)*o intersub8etiva dvontaties.  Huanto N Filoso ia Pol&tica/ considerou o Estado eomo produto da raz*o humana portador de direitos absolutos sobre os indiv&duos.Em sua epistemologia n*o admitiu #ue/ historicamente/ se chegasse N concre)*o d

Estado ideal. Identificada a doutrina hegeliana 5om o absolutismo pol&tico/ uno Penapontou algumas cocrentes Hue se basearam na#uela EonteS a[ o estatismo ocentralismo socinl/ para #uem o Estado seria a fonte do 3ireito/ da Moralidade e da eligi*oOb[ o socialismo do Estado/ para #uem os processos de produ)*cO XY7YZ o direito propriedade seciam dirigidos pelo EstadoO c[ o socialismo democrtico/ ou materialismhist,rico/ #ue teve em Mar</ ngels e asalle os seus coriEeusO d[ o soccalismanr#uico/ seguido por Proudhon e Feuerbach/ entre outrosO e[ o anar#uismo e<tremo#ue por sua vez abriria caminhos para o n`lismo e o bolcXY7YZevismo/ com %aunin l$.enin.9?;. A Escola ist,rica do 3ireito  $om o 8usnaturalismo/ as refle<XY7YZes sobre o 3ireito pcnderam mais para o abstratpara o racional. $om a EsccXY7YZia XY7YZIist,tica as aten)XY7YZes convergiram7se para e<peri>ncia/ para os fz\os da socie7 dade e seus eostumes. En#uanto a primeircorrente sXY7YZ identificava com o racionalislno/ esta se inspirava no empirismo/ dXYZ.las dcutrinas opostas sobre a origem do conhecimento. 6etirado o e<cessda F.scola $lssica do 3ireito atural e da ist,rica/ cada Hual desperta a consci>ncdo 8urista para dimensXY7YZes essencOiais So fen-mXY7YZno 8ur&dicoS a natureza humane os costumes. A vis*o eXY7YZXY7YZuilibrada do 3ireito pressupXY7YZe a combina)*o/ n

#ue concilivel Eor/ entre as for)as antag-nicas. A vis*o global do 3ireito n*o prescinddos subs&dios hist,ricos/ nem das instRncias "ticas do 8us naturae. Id"ias #ue scontrapXY7YZem/ as duas doutrinas est*o entre si como a tese e a antltese da dial"tichegeliana. $omo na marcha tridica/ o mais importante surge comXY7YZsir  ヘ t"se/ #ueuma conse#ii>ncia natural da evolu)*o/ #uando se atribui devido peso N naturezhumana e N vontade popular. 4 permanente esfor)o do legisladXY7YZr h de ser a

9 QInQ istoria de la Filoso8la del 3erecho/ Editorial a ormiga de 4ro/ 1.Aliarcelona/ :;/ tomo II/ p. '?B.

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FI414FIA 34 3I6E224 :;concilia)*o entre o elemento natural e o cultural. 1e em termos absolutos a tarefa inating&vel/ a atitude do cientista do 3ireito n*o dever ser a de rennXY7YZi$on#uanto a consci>ncia de #ue n*o se caminha rumo ao perfeito/ a tarefa #ue se pXYZe/ como indeclinvel/ " a da busca do aperfei)oamento das institui)XY7YZes 8ur&dicapara #ue estas satisfa)am/ no tempo e no espa)o/ aos imperativos da natureza eharmonia com a realidade hist,rlca.  4 historicismo foi um movimento importante de id"ias/ surgido e desenvolvido no s"0I0/ e #ue se apresentou como rea)*o ao racionalismo/ ao racioc&nio puro e abstrat#ue utilizava apenas do m"todo dedutivo/ desprezando a observa)*o dos fatos. Ele ffecun7 do nos setores filos,fico/ pol&tico e 8ur&dico. 4 historicismo filos,fico pro8etou7satrav"s de dois grandes fil,sofos alem*esS 1chelling e egel/ #ue e<altaram a almpopular como e<press*o do esp&rito universal. Em sua manifesta)*o pol&tica/ historicismo est intima7 mente ligado N 6evolu)*o Francesa e com as discussXY7YZedoutrinrias supervenientes. 4s adeptos da#uela 6evolu)*o defendera

id"ias raclonalistas/ abandonando a tradi)o/ para lutar por novos horizon7 tes pol&ticoe8ur&dicos para a Fran)a. A 1anta Alian)a/ pretendendo a recupera)*o da imagem dmonar#uia perante o Mundo/ e<ecrou o pensamento racionalista/ alertando #ue presente n*o poderia romper com o passado/ na pol&tica/ sem provocar s"rios riscos comprometer toda a vida do Estado e da sociedade. a Inglaterra/ Edmund%urce ^:B'7:B:[ criticou e<acerbadamente a 6evolu)*o Francesa/ em face de sudoutrina/ #ualificando a Q3eclara)*o dos 3ireitos do omem e do $idad*oQ de Q3igestda anar#uiaQ. a rea do 3ireito o historicis7 mo surXY7YZiu na Alemanha/ atrav"s d5ustavo ugo/ 1avignXY7YZ e Puchta/ ao in&elo do s"c. 0I0 Al"m dessas tr>s dire)XYZes/ o historlclsmo est ligado ao romantismo literrio do s"culo passado.  ?;.: 4s Precursores do istoriccsmo Juridico. 4s antecessores mais diretos dpensamento historicista/ geralmente apontados/ s*oS@ico/ Montes#uieu e %urce. Alguns autores/ por"m/ v*o mais longe/ no passaddistante/ conforme 6uiz Moreno/ #ue vislumbrou nos ltimos cap&tulos deAs eis/ dPlat*o/ alguns tra)os historicistas. #uem reconhe)a/ na obra do 8urisconsulromano 5aio/ algumas Id"ias #ue/ mais tarde/ foram apresentadas e desenvolvidas p1avig7 ny.\XY7YZ Pedro essa sintetizou o papel dos precursores da Escola ist,7 ricaQA tareEa de todos os precursores da Escola ist,rica foi

;L $E Pedro essa/ QinQFilosofia do 3ireito/ ivraria Francisco Alves/ 'O ed./ 6io dJaneiro/ ::?/ p. 9B. @er 6uiz Moreno/ op. cit/ p. 9'L.XL:'Z:DL PAU4 A3E6combater os princ&pios absolutos/ o racionalismo inovador/ revolu7 cionrio/ #usupunha poder reformar de sbito as sociedades/ trans7 plantando institui)XY7YZes duma na)*o para outra/ ou realizando na vida 8ur&dica as meras cria)XY7YZes abstratada raz*o/ apoiada #uando muito na observa)*o sub8etiva.Q;: ?;.' A 3outrina d

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Escola ist,rica do 3ireito. A doutrina historicista no 3ireito foi desenvolvida por tr> 8uristas alem*esS5ustavo ugo ^:B?;7:C;;[/ autor de Filosofia do 3ireito Positivo ^:BB[O Frederic$arlos 1avigny ^:BB7:C?:[/ autor deA @oca)*o de nosso 1"culo para a egisla)*o e$i>ncia do 3ireito ^:C:;[ e Jorge FrXY7YZderico Puchta ^:BC7:C;?[/ disc&pulo d1avigny e autor de 4 3ireito $ostumeiro. 4 mais notvel defensor do historicismfoi 1avigny/ atrav"s de sua referida obra/ com a #ual contestou a preten7 s*o d

 8urisconsulto alem*o 2hibaut #ue/ no opsculo 3a ecessida7 de de um 3ireito $iv$omumpara a Alemanha/ fizera a apologia da codifica)*o. A obra de 1avigny considerada a condensa)*o do programa historicista no setor do 3ireito.  6uiz Moreno sintetizou a temtica da Escola ist,rica em tr>s teses principaisS acompara)*o do 3ireito N linguagemO b[ o esp&rito ou consci>ncia do povo como origedo 3ireitoO c[ o costume como a fonte mais importante do 3ireito.\' 4s historicistacomparam o 3ireito N linguagem/ afirmando #ue o processo de forma)*o de ambos semelhante. A linguagem " criada pelo povo/ o #ual forma o vocabu7 lrio atrav"s d

#ual manifesta o seu pensamento. 1omente mais tarde " #ue surge a classe dogramticos/ visando o apuro t"cnico e est"tico da linguagem. 4 mesmo se dava com3ireito/ #ue era criado espon7 taneamente pelo povo/ como resultado das viv>nciasociais. 4s t"cnicos do 3ireito teriam miss*o anloga N dos gramticos/ ou se8a/ a dformalizar o 3ireito e n*o a de cri7lo. Esta primeira proposi)*o foi desenvolvida p5ustavo ugo. A segunda o foi/ com maior >nfase/ por 1avigny/ #ue se influenciopelas id"ias de 1chelling e de MXY7YZser. A fonte ou a origem do 3ireito est no esp&rido povo ^volsgeist[. 4 3ireito n*o tem por fundamento as id"ias abstratas/ nem sbaseia nos conceitos da raz*o. Ele deve ser a e<press*o da consci>ncia 8ur&dica dpovo. 4 3ireito era criado espontaneamente pelo povo e sua forma)*o era lentgradual/ impercept&vel e inconseiente. 4s instru7

 ;: 4p. cit/ p. 9?.;' 4p. cit/ p. 9'B.FI414FIA 34 3I6E224 :D:  mentos de controle social 73ireito/ Moral/ 6eligi*o/ Arte/ $ostumes/ Pol&tica 7 s*ob8etiva)XY7YZes do esp&rito coletivo. $ada povo/ cada "poca/ tem a sua consci>ncpopular/ #ue gera um 3ireito peculiar.Povos diferentes/ 3ireitos diferentes $omenta 6uiz Moreno #ue essa superestima)*

do misterioso espiritual " o #ue se tem denomi7 nado de romanticismo/ #ue se pro8etona literatura/ poesia/ teatro/ msica/ pintura/ moda/ Filosofia e 3ireito.;9 1avigncitado por Edgar %odenheimer/ resume o pensamento historicistaS Q4 3ireito " uproduto de for)as interiores/ #ue ope7 ram em sil>ncio e est profundamente enraizadno passado da na)*o/ e as suas verdadeiras fontes s*o a cren)a popular/ ocostumes e a consci>ncia comum do povo.Q \Q A terceira tese considera o costumcomo a forma ideal de manifesta)*o do 3ireito/ superior N da lei. Puchta/ disc&pulo d1avigny/ foi #uem teorizou o papel do costume no territ,rio 8ur&dico. 4 costumsegundo a Escola ist,7 rica/ " a e<press*o mais leg&tima da vontade do povo/ pois

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criado por este. Possui a vantagem de acompanhar as necessidades sociais mais dperto/ pois as suas normas s*o dotadas de fle<ibilidade. 4s usos e os costumes s*o revela)*o aut>ntica e pura do 3ireito. esse particular/ das vantagens e desvantagendo8us scriptum e do costu7 meiro/ as melhores fontes de consulta s*o os trabalhos d2hibaut e de 1avigny/ na luta #ue travaram em torno da conveni>ncia de se dar

 Alemanha um e,digo civil. 1avigny alegou #ue o c,digo matava o 3ireito. A vida edmRmica e o c,digo/ esttico. 4 3ireito escrito provocaria a fossiliza)*o ou esclerosamento do 3ireito. 4 costumeiro/ ao contrrio/ tinha a virtude de se amoldamais N vida/ atendendo prontamente Ns suas solicita)XY7YZes. $ontra o 3irei$ostumeiro/ a s&n7 tese era a de #ue n*o era capaz de proporcionar a certeza d3ireito/ ocasionando assim a inseguran)a 8ur&dica por parte do povo e a segu7 ran)acomo se sabe/ " um dos valores m<imos do 3ireito.  ?;.9 $ritica. A par das restri)XY7YZes #ue apresenta contra o histo7 ricismo 8ur&dico/ 3@ecchio revela #ue ele trou<e benef&cio para a $i>ncia do 3ireito ao demonstrar &ntima rela)*o e<istente entre o 3ireito e as condi)XY7YZes particulares de cada povo.

Escola/ todavia/ apresenta defeitos s"rios. XY7YZ: sua doutrina e<clui a especula)*ideal sobre a 8usti)a. *o h preocupa)*o com os valores a serem realiza7

XY7YZ9 4p. cit/ p. 9'C.;; 4p. cit/ p. CC.XL:'Z:D ' PAU4 A3E6dos. IdentiFca o dever ser com o real/ com o e<istente. 4utra cr&tica #ue se faz N Escoconsiste na circunstRncia de #ue os seus principais defensores e adeptos foragrandes admiradores e cultores do 3i7 reito 6omano/ #ue o encaravam como modelvlido universalmen7 te. essa atitude/ a cr&tica reconhece uma contradi)*o/ poos historicistas defenderam a tese de #ue o 3ireito deve ser a e<press*o  <p / P / da vida de um povo/ o resultado de sua e eri>ncia de seu assado de suaaspira)XY7YZes. 3el @ecchio/ a esse prop,sito/ comenta #ue 8 houve #uem 8ustamentobservasse #ue/ sob certo aspecto/ o 3ireito 6omano foi para a Escola ist,rica usucedRneo do 3ireito atural/ #ue ela tanto combateu\ S\DHuarta Parte

 A FI414FIA 34 3I6EI24 $42EMP46EA

;D 4p. cit/ p. ':9.XL:'Z$ap&tulo 0III

 A 34U26IA 34 3I6EI24 A2U6A

 1UM]4S ?D. $oncep)*o 3ualista do 3ireito. ? A atureza umana como Fonte d3ircito atural ?B. $aracteres Fundamentais do 3ireito atural. ?C 3ireito Positivo 3ireito atural. ?. Princlpios $onstitucionais do 3ireito atcXY7YZral. BL 4 3rrei

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atural @\uto como Ideologia. B:. A 6ealidade do 3ireito ahrral. B' 4 $arter *oIdeol,gico do 3ireito atural?D. $oncep*o 3unlista do 3ireito  Alguns temas na Filosofia Jur&dica provocam relativa conver7 g>ncia de opiniXY7YZemas/ pode7se afirmar/ na ci>ncia altior do 3ireito n*o h #uestXY7YZes deXYZinitivamente8ulgadas e ar#uivadas. As pol>micas apenas variam de amplitude e adificuldades/ em graus. Em torno do 3ireito atural as indaga)XY7YZes sRo mltiplas da#uelas #ue suscitam acesos e interminveis debates. A prirneira pergunta #ue spXY7YZe N anlise refere7se ao problema dae<ist>ncia. En#uanto esta " re8eita7 da popositivistas e historicistas/ os 8usnaturalistas apresentam uma concep)*o dualistconvictos de #ue/ paralelamente N ordem insti7 tucionalizada pelo Estado/ haveria 3ireito atural/ ordem n*o escrita/ n*o promulgada pelos homens. Internamente/ tantos mo7 nistas #uanto os dualistas divergem na fundamenta)*o/ o #ue oferece aanalista um campo rico e variegado de id"ias.  4 pensamento acerca do 3ireito atural " anti#`&ssimo. a Filoso ia/ o primei

pensador #ue e<p-s uma doutrina sobre o 3ireito atural foi o grego erelito de Wfes^apro<imadamente D9D7;BL a.$.[/ #ue professou um 8usnaturalismo cosmol,gicde fundo pante&sta. Embora alimentasse a id"ia de #ue tudofluiO #ue a realidade " ueterno devenir/ da& n*o se poder banhar duas vezes na mesma gua/ pensava ne<ist>ncia do logos/ lei universal eterna/ XL:'Z:D ? PAU4 A3E6responsvel pela harmonia entre os opostos. 4 logos/ #ue seria divino/ se identificavcom as for)as da natureza/ especialmente o fogo/ e indicava aos homens a norma dconduta. Para erclito/ cognominado Q4 4bscuroQ em raz*o de seu estilo melanc,licas leis humanas fundavam7se na#uela lei nica/ acess&vel ao eonheci7 mento pela vda raz*o.  Entre os antigos/ tamb"m na literatura grega h o registro da eren)a em um 3ireisuperior ao positivo. 4 fato foi traspassado da mitologia para a trag"dia Antigone/ po1,focles ^;;7;L? a.$.[.Morto em uma batalha/ acusado de trai)*o N ptria/ Polinice n*o p-de ser sepultado poordem de seu tio/ o rei $reonte. Ant&gone/ ao ser surpreendida #uando enterrava corpo de seu irmo/ arrostando perigo/ dirigiu7se ao tirano/ dizendo7lhe #ue as orden#ue ditava n*o eram superiores Ns leis n*o escritas e imutveis dos deusee<istentes de longa data.

  4 3ireito atural " refer>ncia para o legislador e para as consci>ncias individuais. homem m"dio da sociedade/ al"m de orientar7se socialmente pelo chamadconhecimento vulgar do 3i7 reito/ guia7se tamb"m pelos princ&pios do 3ireito atural. 1o apurado conhecimento desta ordem se obt"m pela refte<*o/ certo "/ tamb"m/ #ue simples e<peri>ncia de vida induz N percep)*o de seus princ&pios mais fundamentaiEstes configuram verdadeira fonte ordenadora da conduta e n*o se reduzem a ordemoral. 3ireito atural e Moral/ por seus princ&pios/ est*o presentes neonsci>ncia humana. $oncXY7YZuanto n*o se circunscrevam no mundo da cultura percep)*o mais ampla das duas esferas pressupXY7YZe esp&rito adaptado ao me

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civilizado. Huanto mais culto o homem/ maior a sua capac   ヘ7 dade de compreender teorizar a#ueles princ&piosO a viv>ncia con7 creta de valores espirituais/ por"m/ n*tende a ser mais intensa nas camadas mais intelXY7YZctualizadas. 4 sentimento drespeito aos dita7 mes 8usnaturalistas e morais " imanente N pessoa humana e se rXYZvela a partir dos primeiros anos da e<ist>ncia. Embora afins/ as duas ordens n*o sconfundem. Mais abrangente/ a Moral visa a realiza)*o do bem/ en#uanto o 3ireiatural se eoloca em Eun)*o de um segmento da#uele valorS o resguardo dacondi)XY7YZes fundamentais da conviv>ncia. 4 homem isolado mant"m7se portador ddeveres mo7 rais sem su8eitar7se aos emanados do 3ireito atural/ poestes pressupXY7YZem vida coletiva.  2anto #uanto o 3ireito Positivo/ o atural pode ser considera7 do sub8etiva ob8etivamente. 1ob o primeiro aspecto/ identifica7se com o poder de viver e desfrutar dliberdade/ sob a garantia de igual oportunidade. a acep)*o ob8etiva/ " con8unorganico de princ&7[FI414FIA 34 3I6EI24 :DB

pios #ue deve orientar o Estado em sua tarefa de organizar a socie7 dade/ tomando7spor reEer>ncia a natureza humana. Pensamos #ue nXY7YZsta s&ntese se acha a id"bsica do 3ireito atural. As dificuldades surgem #uando se pretende o arrolamentdos princ&pios e se inten7 sificam na medida em #ue se busca a pormenorlza)*o. e<ist>ncia do 3ireito atural se 8usti ica por uma cadeia de racioc&nios l,gicos/ semrecurso a dogmas. $omo todo ser/ ap essoa humana possui natureza e se dispoe realizar fins. Estes sof em condicionamentos cXY7YZitados pela natureza. 4s fins n*s*o um todo cerrado e sem alternativas/ mas um le#ue de amplas possibilidades drealiza)XY7YZes.4s XY7YZns s*o a#ueles #ue a natureza do homem e do mundo f&sico permitecn e #un*o encontram censura na raz*o. 4 3ireito atural e uma tutela de fins. 1eus princ&pioconsideram a natureza humana e os fins #ue os homens buscam.  A filosofia atual n*o abandona os subs&dios da raz*o nas tareEas de determina)*o d3ireito atural. em poderia faz>7lo/ pois n*o h como se induzirem princ&pios sem aopera)XY7YZes do intelecto. A e<peri>ncia observa fen-menos/ mas a constata)*o enunciado de leis " algo afeto N raz*o. 4 3ireito atural/ em si/ n*o pressupXYZe sen*o a vida humana em sociedade. A sua compreens*o pelo homem re#uer/ sime<peri>ncia e racioc&nio. 4 seu e<istir coineide eom a vida culturalO o seu conhecimentpor"m/ " fato cultural/ #ue n*o afiora na consci>ncia humana de modo espontRneo.

certo #ue a natureza do homem possui intui)XY7YZes do 8usto/ #ue se revelam/ todavisem a plena consci>ncia de sua dimens*o.  Embora n*o se pnssa confundir o 3ireito atural com a 8usti)a/ o certo " #ue a#ueordem constitui um ideal de 8usti)a e um dos caminhos #ue levam o pensador aoOunaturne " a sua insatisfa)*o com a car>ncia de8usti)a nos estatutos legais. 4 homemser eminen7 temente racional/ sonda a raz*o de ser das coisas/ n*o ssubmctendo passivamente a #uat#uer ordenamento. Procura7se o fundamento "ticdas leis e das decisXY7YZes. 4 esp&rito cr&tico apela para a busca de orienta)*o/ dreEerXY7YZncia/ na ordem natural das coisas. 4 3ireito/ como instrumento de XY7YZrcX

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YZmo)*o da sociedade/ h de estar ade#uado N raz*o/ h dXY7YZ se apresentar econformidade com a natureza hlllnana. Huando o fil,sofo chega N conclus*o de #unem tudo " contingente e varivel no 3ireito e #ue alguns direitos pertXY7YZncem aohcXY7YZrrtens por sua condi)*o de ser humano/ alcan)a7se a id"ia do 3irXY7YZi.atural/ XY7YZue deve ser a grande fonte a ser consultada pelo legislado3iferentcmente do #ue alguns pensam/ o 3ireito atural / assim Eormado/ n*o obstculo ao desenvolvimento socialO n*o " XL:'Z:D C PAU4 A3E6contra a hist,ria. 4 legislador h de lan)ar m*o desses princ&pias rla elabora)*o dote<tos legais/ a partir do constitucional. $om ele/ deve moldar a estirpe do ordenamen

 8ur&dico e tecer os modelos legais.Preservar o 3ireito atural n*o significa perda dc espa)o para o legislador/ apenailumina)*o de caminhos. As alternativas n*o desa7 parecem #uando o construtor dordem 8ur&dica recorre ao 3ireito atural. MXY7YZsmo atrelado a esta ordem/ o 8upvsitum mant"m7se m,vel/ apto a acompanhar a marcha da hist,ria. limites/ ma

estes se assentam na razRo e n*o XY7YZmbara)am a atividade legiferante. A e<empda lei da gravidade/ #ue impXY7YZe restri)XY7YZes n*o lamentadas pelo ser huma<XYZo/ o 3ireito atural condiciona/ sem impedir ou constranger. 4s pla.nas sociais/ evez de coartados pelo 3ireito atural/ se viabilizam/ fecunda e duradouramente/ nmedida em #ue consagram a#ueles princ&pios.??.A atllreza umana comu Fonte do 3ireito atccral  A natureza humana/ dc um modo geral/ " apontada pXY7YZlos 8usnaturalistas 5omselecionadora dos fins humanos e fonte do 3ireito atural. 4 seu conceito c ob8eto damplas diverg>ncias filos,ficas. Indubitavelmente/ o ncleo caneeptual forma7spela denominador comum e<istente no g>nero humano. 3a& se infere/ por aplica)*a dpostulado l,gico/ #ue o seu grau de compreens*o devXY7YZ ser o menor pnss&vel a fide se obter a m/XY7YZma e<tens*XY7YZ. 6efletindo sobre a mat"ria/ 6udolf Dtammlereconheceu como nica #uXY7YZlidade comum aos homens a sua condi)*o de snatural/ da #ual/ por"m.n*o admitiu #ue se XY7YZ<tra&ssem os fins humanos.l Pensamos #uXY7YZ a naturezhumana se define pela gama de instintos camuns aos seres racionais/ como o dpreservaXY7YZ*a da vida/ da libXY7YZrdade. A observa)*o revela7nos #uXY7YZ generalidade das pessoas tem Rnsia de liberdade e #ue sem esta n*o " capaz de srealizar nas planos f&sica e espiritual.

Em conse#ii>ncia/ a liberdade " valor fur<damental N esp"cie humanXY7YZi e se erigXY7YZm princ&pio bsico dXY7YZi 3ireiio aturalXY7YZ .A pes#uisa nes sistemas 8ur&dicovigentcSs ind&cXY7YZ #ue a /ralar liberXY7YZadXY7YZ/ em SXY7YZuas plrimas dimensXYZXY7YZs/ " pcylarizador de leis/ tratadas XY7YZO conven)XY7YZes.  A ess>ncia e XY7YZSampanentes da natureza humana s*o #uestXY7YZeXY7YZ pol>micae #uXY7YZO dividem opiniXY7YZes. 4 ei<o das discussXY7YZes gira en:

: QInQ 2iatado de FilosoJl\a del 3erXY7YZccho/ trad. da 'XY7YZ edi)*o alemg/ Editoracional/ M"<icXY7YZXY7YZ/ :B;/ p. ;'.

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XY7YZosaFiA vo vi6Erro :Dtarno de ant&tesesS o biol,gico e o culturalO a hereditariedade e o meio ambienteO natureza e a educa)*oO o instintivo e o condicionado.XY7YZXY7YZra I.eslie 1tevenson/ tais fatores s*o reconhecidos pelos fil,soEos/ eOXY7YZzn*o se entendem/ todavia/ #uanto N propor)*o entre o inato e o assimilado. Alguns pXYZnsadores enfatizam a importRncia do social/ como Plat*o/ Mar< e 1mner/ #upreconizam a mudan)a das pessoas por meio de transEarma)*o nas estruturas sociaiJ a eorrente filos,tica formada pelo cristianismo e pensamento de Freud e de I/orendeEende a id"ia de #ue os limites da transforma)*o do homem se acham em sunatureza inata e universal.' o plana filasXY7YZ&fi5o/ inmeras outras indaga)XY7YZese eolocam no campa de anlisc #uanto ao rzahcral na esp"cie humana. Ateorias materialistas e dualistas #uestianam a composi)*o do ser humano.Para a primeira corrente/ o homem se compXY7YZe apenas de mat"ria/ nada lhpodendo restar eom a morie. 2odas as fun)XY7YZes humanas teriam base e e<plica)*em fen,menos f&sicos. Para o dualismo/ a pessoa/ al"m de mai"ria/ teria a dimens*

espiritual/ n*o se podendo reduzir as suas manifesta)XY7YZes vitais a rea)XY7YZecorporais. 4utro dis7 senso filos,fico em torno da natureza humana se manifes#uanto N base das a)XY7YZes. Para o determinismo/ n*o haveria espontanXY7YZidade nagente/ #ue atuaria motivado por certos impulsos/ identiecados par Mar< com econ-mico e/ por Freud/ com o elemento interno ao pr,prio ser. Em oposi)*o adeterrninismo/ situa7se a teoria da livre arb&trio/ cu8os adeptos situam a liberdade nbase das a)XY7YZes. 4s homens seriam livres na elei)*o de seus valores e em suadecisXY7YZes.  Ap,s a anlise das concep)XY7YZes de sete teorias sobre a mat"ria/ reunindo opensamentos de Plat*o/ da corrente do cristianismo/ de Mar</ Freud/ 1artre/ 1inner l.orenz/ o proEessor da Universidade de 4XY7YZord/ eslie 1tevenson/ concluiu #ue adiferentes opiniXY7YZ$s/ embora registrem s"rias discordncias/ n*o s*o antit"ticas oincon7 ciliveis. $ada #ual apresenta importantes aspectos N mais ampla compreens*da natureza humana.iB. $aracteres Fundamentais do 3ireito atural  4s direitos naturais s*o eternos/ imutveis e universaisT Paetin7 do7se dentendimento/ ho8e generalizado/ de #ue o8us naturae n*o pXY7YZXY7YZssui cartnormativo e se compendia em grandes princ&pios/

T eslie 1tevenson/ 1ae 2eorius 1oMie a atureza umaXY7YZ/ Editor abordo %ras1.A./:B?/ p.:DL.XL:'Z:?L PAU4 A3E6cu8 a fonte " a chamada ordern nattiral das coisas/ " poss&vel reconhe7 cer7lhes oatributos de fi<idez e generalidade. 4 direito N vida/ N liberdade/ N igual oportunidads*o a7hist,ricos e se impXY7YZem incon7 dicionalmente. 4 seu desdobramento eprinc&pios de menor abs7 tra)*o ou em regras prticas " pass&vel de muta)*o no tempe no espa)o. 4 avan)o gnoseol,gico/ a mudan)a nos costumes/ o surgi7 mento d

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crises sociais e de progresso d*o nova fisionomia N socie7 dade e reclamam ade#uadrenova)*o nos instrumentos legais. As estruturas depoder/ em conse#`>ncia/ devepromover a reformula7 )*o da ordem 8ur&dica. A cria)ao de novos institutos ou moderniza7 )*o de antigos c,digos " provid>ncia a ser tomada em consonRncia com vontade popular/ de #ue os detentores do poder devem ser int"rXY7YZretes/ respeitadosempre a#ueles princ&pios ma8oritrios/ ver7 dadeiras matrizes do direito universal. *h incompatibilidade entre o 3ireito atural e j processo hist,rico ou dial"tico. subs7 trato " fi<oO as aplica)XY7YZes/ variveis. $omo princ&XY7YZio/ " in#uestion7 vel. e<tens*o de seu e<erc&cio/ por"m/ " cambiavel em fun)*o das condi)XY7YZes hist,rica

 A regulamenta)*o positiva do 3ireito e<ige o concurso da raz*o e a presen)a do val 8usti)a/ a fim de #ue as f,rmulas de adapta)*o preservem a sua essencia.  Ao dXY7YZsenvolver a sua tese do 3ireito atural de contedo varivel/ 6. 1tammlsustentou #ue Qn*o h possibilidade alguma de afirmXY7YZXY7YZ iTconteo condicionado de uma norma 8ur&dica #ual#uer como um idXY7YZXY7YZXYZl absoluto para todos os tempos e todos os lugares\ S9 Embora a uniformi7 dade d

3ireito atural conste de princ&pios e n*o de normas/ os sistemas 8ur&dicocontemporRneos registram regras com validade inva7 rivel. esse sentidoS matalgu"m/ fato pun&velO reduzir o ser humano N condi)*o de escravo/ delitoO ato il&citoindeniza)*o devida.  4 pensamento stammleriano/ segundo o #ual Qn*o h umXY7YZ norma 8ur&dica #upossa afirmar7se a priori #uanto ao contedo i se encerraQ/; " refutado pee<peri>ncia. 1e h regras assentes 3ireito universal e #ue se perpetuam no tempoinfere7se a poss XY7YZ lidade aprior&stica de sua promulga)*o.  5eorges 6enard sustentou a tese do 3ireito atural de conXY7YZtXY7YZSdoprogressivo/ partindo da id"ia de #ue o8us naturae se caracterizSXY7YZ XY7YZi XYZ apenas pela finalidade de orientar a elabora)*o do 3ireito PositiXY7YZXY7YZ.XY7YZTXYZ A lei natural seria fi<a/ en#uanto o conhecimento humano a XY7YZ7.XY7YZXYZu respeito seria progressivo. Para o 8urisfil,sofo franc>s/ o progrc/OteXY7YZ.

9 QInQ Economlay 3erecho 1egiin la $oncepci,n Materialista de la rst,ria/ ed. cit./ p.:XY7YZ.; 4p. e p. eitadas.rXY7YZc.osor7XY7YZA 3o XY7YZI6Erro :?:do 3ireito atural seria o desenvolvimento das virtualidades contidas XY7YZm se

princ&pio. En#uanto o8uspositum Qrepresenta a categoria da OXY7YZstabilidade/ o 3ireitatural representa a eategXY7YZria do progresso\ SD 2anto o 3ireito $omparado #uana ist,ria do 3iceito con7 tirmam os atributos citados. 4 3ireito de variados povoregistra ponderveis coincid>ncias a<iol,gicas/ #ue n*o decorrem do acaso/ snas duma raz*o superiorS a universal natureza humana. A distin)*o de culturas impliccertamente na distin)*o de estatutos coercitivos/ #ue se distanciam no acidental e shomogeneizam no fundamental.  A prote)*o N vida/ N liberdade/ N integridade f&sica e moral/ ao patrim-nio denominador comum/ posto #ue as f,rmulas legislativas n*o se apresentem unitria

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em face da multiplicidade das e<peri>n7 cias sociais. Matar algu"m " delito previsto nlegisla)*o de todos os povos civilizados em raz*o do direito natural N vida. A esp"cde puni)*o e a sua intensidadeO os motivos e<cludentes de criminalidadeOas circunstRncias #ue agra vam ou diminuem a pena/ embora revelem cerconverg>ncia entre as legisla)XY7YZes/ s*o particulares a cada siste7 ma 8ur&dico. pes#uisa hist,rica oferece/ tamb"m/ atestado de esta7 hi`dade XY7YZ perman>ncia a3ireito atural. 4 demasiado recuo no XY7YZmpo pode acusar o contrrio/ fato esse ser atribu&do a atrasos XY7YZXY7YZulturais/ conforme se passou com o instituto descravid*o ou da XY7YZXY7YZhamada morte civil entre os romanos.  Esta linha de pensamento n*o retrata o 3ireito atural como OTbstculo adesenvolvimento/ antes o assimila e o situa como pro7 XY7YZSOSsso de adapta)*o socitanto #uanto o 3ireito Positivo/ desde #ue consideremos as aplica)XY7YZes como seprolongamento. *o h ant&7 XY7YZXY7YZSse/ pois/ entre o 8usnaturalismo contemporRnee os reclamos da \XY7YZist,ria. 4s princ&pios do 3ireito atural n*o constitueob8eto ultural/ mas o seu desdobramento " produto da e<peri>ncia humana.

lposi)*o entre a doutrina 8usnaturalista e hist,ria somente e<iste na XY7YZncep)*radical do historicismo/ para o #ual tudo " contingente e iutvel no 3ireito. A prevalecetal vers*o/ o 3ireito perderia a sua XY7YZndi)*o de ci>ncia/ pois esta pressupXY7YZelementos necessrios e XY7YZXY7YZniversais. Pelo menos em rela)*o ao 3ireimaterial " o8us naturae XY7YZue garante a cientificidade do 3ireito. 1e a presen)a d3ireito XY7YZatural na lei de fundo " n&tida/ n*o se pode negar a sua influ>ncia XYZmb"m na formula)*o da lei instrumental ou processual/ onde as

 5eorges 6enard/ EI 3erecho/ El 4rden y la Itaz,n/ Edicines 3escl"c de %rou!e%uenos Aires/:;B/ p.:L9.XL:'Z:?' PAU4 A3E6partes devem ser tratadas com igualdade/ onde ningu"m pode ser 8ulgado sem oportunidade de defesa.  Apoiando7se em Vant/ para #uem n*o era poss&vel derivar o dever7ser do ser/ 5usta6adbruch/ #ue se converteu ao 8usnaturalis7 mo/ rebateu o positivismo/ o historicismoo evolucionismo/ sob o fundamento de #ue derivam o dever7ser 8ur&dicrespectivamente/ da#uilo #ue "/ foi ou vcr a ser ? 4 3ireito atural n*o "/ em sconservador ou revolucionrio.

 A tbua de valores #ue encerra deve nortear sempre o8ce.spositum. Assim/ #uando este " uma pro8e)*o da#uele/ o argumento do 8us naturae se reveconselvadorO #uando h desarmonia entre ambos/ a evoca)*o de seus princ&pios se favisando N transforma)*o/ man7 tendo7se/ assim/ de &ndole revolucionria. Em outrapalavras/ encon7 tramos este pensamento e<presso por 5ustav 6adbruchS Q@emona hist,ria/ ora o 3ireito atural estar a servi)o do 3ireito Positivo/ para o fortaleceora/ inversamente ser um auXY7YZliar na luta contra o 3ireito Positivo/ para o reformarXY7YZ Em sua primeira fase de pensamento/ #uando re8eitava a tese 8usnaturalistescreveu 6adbruch #ue a pretens*o do 3ireito atu7 ral de constituir7se fonte d

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normas universais e imutveis n*o pode7 ria ser refutada empiricamenteO o argumentdecisivo contra o 3ireito atural n*o teria sido apresentado pela ist,ria do 3ireito opelo 3ireito $omparado/ #ue n*o registram/ efetivamente/ igual7 dade nos sistema

 8ur&dieos de diferentes povos/ mas pela teorla do conhecimento/ especificamente pevers*o antiana/ #ue afirmou n*o ser a raz*o um dep,sito de conhecimentos teor"ticoou de normas morais e est"ticas/ mas t*o7somente o meio de se alcan)ao conhecimento e as normas.s Entendendo #ue o universal seria apenas a categoria ddireito 8usto/ n*o as suas aplica)XY7YZes/ admitia XY7YZoder identificar7se a#uecategoria pela e<press*o 3lreito atural.?C. 3ireito Positivo e 3ireito atural  En#uanto as leis positivas ordenam a sociedade/ o 3ireito atural influencia as fontegeradoras de normas 8ur&dicas/ #ue de7 vem ser receptivas N#ueles princ&pios maioreImportante/ todavia/

? QInQ Filoso8a do 3inito/ ed. cit./ vol. I/ p. D9.

B 4p. cit/ vol.:/ p. BL.C 4p. cit/ vol.:/ p. B:. 4p. cit./ vol.:/ p. B'.FI414FIA 34 3I6E224 :?"# ue o pap el do 3ireito atural n*o se esgota em sua Eun)*o indicativa. E opini*prevalente na Filosofia do 3ireito #ue o siste7 ma de legalidade/ por si s,/ n*o suficiente/ pois pressupXY7YZe ainda legitimidade e entre as fontes de legitimidadencontra7se o 3ireito atural. *o houvesse oportunidade/ sob certas condi)XY7YZepara #ue o 3ireito atural se impusesse diretamente na ordem social/ os conceitos dlei e de 3ireito se igualariam e raz*o assistiria a ans Velsen com a sua teoria pura d3ireito. 1e o 3ireito atural se limitasse N fun)*o indicativa/ haver&amos de coneordacom 2obias l%arreto/ para #uem Qn*o eXY7YZste um 3ireito aturalO mas h umlei natural do 3ireitoQ/ assim eomo Qn*o e<iste uma linguagem natural / mas e<isuma lei natural da linguagemO n*o h uma indstria natural/ mas h uma lei natural dindstriaO n*o h uma arte natural/ mas h uma lei natural da arteQ.:Q 4corre/ todavi#ue o 3ireito atural possui tamb"m fun)*o ordenadora/ #ue se manifesta #uan7 do sidentificam/ com ele/ os XY7YZrinc&pios gerais de 3ireitoO #uando se autoriza magistrado a decldir com e#`idadeO #uando se regis7 tram diferentes formas dresist>ncia ao dlreito ileg&timo.

  1e no 3ireito atural se destaca a atua)*o do fil,sofo e no 3ireito Positivo/ a figura d 8urista/ " de reconhecer #ue n*o podem as duas ordens se apresentar comdepartamentos alheios entre si.

 A forma)*o do 3ireito Positivo e a sua aplica)*o e<igem a atua)*o do 8urista prtico epresen)a do te,rico/ identificado este com o 8urisfil,sofo. 1e o con8unto de princ&pios alcan)ado pela refle<*o/ a sua convers*o em 3ireito Positivo/ sem se esgotar/ e<ige

 8urista prtico. $omo a tarefa do 3ireito atural n*o se limita na orienta)*o alegislador/ pois deve influenciar na aplica)*o do 3ireito aos casos concretos/ o 8uiz dev

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possuir o pendor para a refle<*o/ pois a sua miss*o n*o :he impXY7YZe o sacrif&cio dneutralidade a<iol,gica.  4 3ireito $ostumeiro/ #ue possui alguns elementos em comum com o 3ireito aturan*o se confundXY7YZ com este. $omo as normas do 3ireito atural/ as eostumeiras n*s*o produ)XY7YZes estatais e n*o s*o eseritas. Embora n*o aflorem no ordenamen

 8ur&dico t*o es7 pontaneamente #uanto se propala/ h muito de natural na sufor7 ma)*o. 4 3ireito $ostumcXY7YZiro tende a set uma e<press*o do natural cXY7YZue<istXY7YZ no hnmem e na sXY7YZciedade/ en#uanto o 3lreito atural n*o e uma tendXYZncia do naturnl #ue e<iste no homem/ mas a pr,pria e<press*o da natureza humane n*o resulta do modus vivendt da sociedade. este ltimo aspecto/ impXY7YZe7se umdistin)*oS por con7

:L 2obias %arreto/ Estudos de 3ireito e Polltica/ Instituto acional do ivro/ 6io dJaneiru/ :?'/ p. ;C.XL:'Z

PAU4A3E6substanciar7se em grandes princ&pios/ o 3ireito atural " aplicvel com varia)*o ntempo e no espa)o. A sua regi*o ontol,gica n*o " o mundo da cultura/ conforme 3ireito $ostumeiro/ mas o da natureza humana.  uma tend>ncia no 3ireito $ostumeiro de consagrar os princ&pios do 8usto/ mas n*h uma garantia a esse respeito/ pois fatores diversos podem influenciar ncristaliza)*o de normas #ue se afastem do bem. 48u.s naturae " a encarna)*o do8usto#ue dele n*o se dissocia. Huando o 3ireito $ostumeiro passa a ser escrito dei<a de sconsuetudinrio e se transforma em 3ireito legalO #uando consagra7 do em te<tolegislativos/ os princ&pios do 3ireito atural se convertem em 3ireito Positivo. primeiro caso/ tem7se o 8us positum de raiz costumeiraO no segundo/ o8uspositum coorigem 8usnaturalista. Em ambas hip,teses/ tem7se 3ireito #ue se legitima pela fonte.?. Principios $onstitucionais do 3ireito atural  Para #ue ha8a correspond>ncia entre o 3ireito atural e a sua efetiva concre)*o/ indispensvel #ue se identiF#ue a#uela instRncia superior com princ&pios estrutura#ue/ em contato com a realidade ftica/ se desdobrem em princ&pios menos amplos/ enormas 8ur&di7 cas. Para e<pressar a natureza humana e/ ao mesmo tempo/ atender Nnecessidades do momento hist,rico/ for)osamente h de reunir princ&pios amplamentabstratos e abrangentes/ aptos N modelagem de regras sintonizadas com a pr<is. A

concep)XY7YZes 8usnaturalistas atuais apartam7se do racionalismo imperante nos"culos 0@II e 0@III/ #ue convertia o 3ireito atural em c,digos reguladores da vidsocial. odiernamente/ n*o se concebe o8us naturae de &ndole normativa/ mas/ e<emplo do pro8etado na Idade M"dia/ em grandes princ&pios/ a partir dos #uais legislador e o aplicador do 3ireito podem deduzir f,rmulas menos abstratas.  2utela N vida/ garantia N liberdade e d igualdade de oportunidade/ em nossa opiniHformam os principios constitucionais do 3ireito atural. $ada #ual possui um ncleo dilimitado potencial/ capaz de irradiar princ&pios com plasticidade e poder de adapta)*ao movi7 mento social. 1e colocarmos em par>nteses o #ue h de contingente na

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normas 8ur&dicas/ os princ&pios remanescentes h*o de revelar n&tida converg>ncN#ueles focos poteneiadores.  4s princ&pios constitucionais s*o acess&veis atrav"s da indu)*oXY7YZ a partir dobserva)*o das tend>ncias comuns ao g>nero humano. E fato da e<peri>ncia #ue homem atribui valor e<celso N vida/ dispen7hXY7YZI414FIA 34 3I6Er24 :?Dsando7lhe especial cuidado/ tanto por instinto/ #uanto racionalmen7 te. 1alvo e<ce)XYZes patolc&gicas/ o homem atua 8unto N natureza e desenvolve a cultura/ individual socialmente/ visando N seguran)a de sua vida. Esta se apresenta pelo bin-mio mat"re espirito #ue/ em uma vis*o realista/ se interdependem. A prote)*o a essbem superior se faz provendo Ns e<ig>ncias bsicas corporais e an&micas.  Pressuposto para a frui)*o de todos os outros bens/ a vida humana " envolvida pocertezas e dvidas. $ertezas #uanto a sua finitude e car>nciasO duvidas #uanto a suorigem/ fim e raz*o funda7 mental. 4 homem #uestiona a vida sob o Rngulo da 8usti)mas dela n*o abdica. Hual#uer ordXY7YZnamento 8ur&dico/ necessariamente/ h de se

concebido a partir da preocupa)*o coln a coe<ist>ncia/ ou se8a/ com a promn)*o dsocial e prote)*o a vida individual. 4 direito N vida se revela antecedente aos demadireitos. $onsistindo a vida no bin-7 mio referido/ a sua protee*o n*o se opee<clusivamente com a crimi7 naliza)*o do homic&dio/ infantic&dio ou aborto. Protege7savida #uando se pune o abandono material/ #uando se preserva a ecologia/ #uandse resguarda a sade/ #uando se garantem as condi)XY7YZes m&nimas dsobre7 vivencia. Al"m da tutela estritamente biol,gica/ a vida humana re#uer aten)*o respeito N honra/ N dignidade #ue Ihe " inerente.  4ntologtcamente distintas em suas no)XY7YZes/ vida e liberdnde se interdependem. abordagem d, valor vida XY7YZrescinde/ at" certo ponto/ de re Eer>ncia d liberdade. medida/ porem/ #ue se aprofunda na anlise/ torna7se indispensvel a evoca)*o dessvalor. 1endo a vida humana/ fundamentatmente/ um atuaumpoderatuarperenes/ havemos de reconhecer #ue a liberdade " uma de suacondi)XY7YZes.  1e a liberdade " fator essencial N vida/ somente haver vida onde houver liberdadEm face da realidade e<terior/ a raz*o indica ao homem as alternativas poss&veisO escolha e realiza)*o s*o atos de liberdade. 4 3ireito n*o proporciona efetiva prote*s vida sem a concomitante promo)*o da liberdade. Esta se desdobra nos planos ftice inteleXY7YZtual e stgni$ca autodetermina)*o. iberdade " aus>ncia de restri)*

convencionalinente imposta pelo munclo e<terior e n*o de7 corrente da raz* Assoczamos/ assim/ a id"ia de liberdade ao continente das rela)XY7YZes sociais. limite #ue a lei natural estabelece n*o constitui uma restri)*o N liberdade/ pois esta ssitua na esfera de um le#ue poss&vel de atuaXY7YZes. Por con.DeXY7YZuinte/ o fato dehomem n*o possuir a faculdade de voar n*o configura cerceamento N sua liberdade.  3esenvolvendo7se em sociedade/ a vida humana deve ser con7 siderada no ple<o dademais vidas/ dentro de uma rela)*o em #ue a liberdade de um n*o se manifesta edetrimento da liberdade de outro. @\cver em sociedade pressupXY7YZe/ no mesmtempo/ busca de XL:'Z

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:?? PAU4 A3E6  prote)*o e espirito confvrmado a limita)XY7YZes e cobran)as. As limita7 )XY7YZetodavia/ t>m tamb"m os seus limites. A parte da liberdade #ue os homens abdicapXY7YZla participa)*o na sociedade n*o pode ser a essencial/ a#uela #ue diz respeitosua pr,pria dignidade e #ue " indispensvel ao e<erc&cio da vlda  2anto #uanto a vida/ a liberdade h de ser protegida pelo 3ireito. Essa tutela necessria e n*o constitui ddiva do legislador/ mas imperativo da raz*o. Por traduzpermanente anseio do homem/ . n*o " algo contingente ou fen-meno hist,rico. Knsitanatureza  humana/ a liberdade " um bem fundamental #ue n*o se deve condi7 cionar ideologias/ nacionalidades/ mas t*o7somente N liberdade geral. o ordenamen

 8ur&dico brasileiro/ a m<ima afirma)*o da liberdade se acha gravada na $onstitui)*da 6epblica Federativa/ g o/ / Q g por seu arti o D item II. nin u"m ser obri ado fazer ou dei<ar de fazer alguma coisa sen*o em virtude de lel. Embora relevante/ tprinc&pio n*o " suficiente para a garantia da liberdade/ #ue e<ige/ ainda/ #ue a lei se

substancialmente 8usta/ e isto ocorre #uando a medida legal d efetivamente a cadum o #ue " seu.  4 terceiro princ&pio #ue enunciamos " de natureza complemen7 tarS igualdade doportunidade a ser promovida pela ordem XY7YZur&dica.  A vida e a liberdade dos indiv&duos n*o se efetivar*o plenamente se a sociedade n*se achar organizada sob a "gide desse princ&pio. W preciso #ue o princ&pio n*o slimite ao te<to de lel e obtenha efetividade na estrutura social. ImpXY7YZe7se/ por eln*o apenas a elimina)*o das discrimina)XY7YZesO " preciso #ue se ofere)oportunida7 de a todas as pessoas/ primeiramente para o seu desenvolvimento forma)*o e/ depois/ para al)ar posi)XY7YZes e pro8etar7se socialmente cm raz*o de sem"rito ou capacidade.BL. 4 3ireito atural @\lsto como Ideologia A tentativa de comprometer o 3ireiatural com uma deter7 minada ordem pol&tica ou econ-mica/ para situ7lo no plandzs in8un)XY7YZes sociais/ apesar de manifestar7se nos dom&nios da Filosofa do 3lreitn*o foi Idealizada em um processo de refle<*o 8ur&dicaSn*o " o resultado de um pensamento amadurecido sobre os funXY7YZa7 mentos d3ireito. 2al pretens*o originou7se al"m do territ,riXY7YZXY7YZ 8ur&dicoS no Rmbito ddoutrina mar<ista/ nesse vast&ssimo carnpo monopolizado pela vis*o econ-mica duniverso. *o constitui/ pols/ articula)*o isolada/ mas unla cias muitas deriva)XY7YZe

de uma concep7 )*o gen"rica e ahrangedora da vida social.FI414FIA 34 3I6E2I4  A teoria desencadeante dessa linha de pensamento " represen7 tada peinterpreta)no materialista da hist,na/ #ue faz da economia o centro de gravidade dtodo o processo cultural da sociedade. Para ela/ na e<posi)*o de ans Velsen/ Qno ela consciencia ^%e!us7 stsein[ de los hombres ln #ue determina su e<istencia ^1einsino por el contrario su e<istencia social ^gesellschaftliches 1ein[ la #ue deter7 mina sconscienciaQ.:\ 4s meios de produ)*o/ como infra7estrutura social/ condicionam slaperestrutura/ formada pelos segmentos cultu7 raisS 3ireito/ Moral/ 6eligi*o/ Pol&tic

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entre outros/ #ue s*o manipula7 dos pelo fator econ-mico. 2ais processos ncultainteresses materiais/ assumlndo/ por conseguinte/ carater ideol,gico. 4 desdobramendes7 sa id"ia7matriz/ sXY7YZgundo alguns autores/ alcan)aria o 3ireito atural/ #utamb"m estaria QcontaminadoQ/ pois se relaciona com o 3ireito Positivo/ indicando7lhprinc&pios bsicos e alguns limites. Para o pen7 samento mar<ista Qlas ideas eternas ddiSrecho y :a 8 ust.icia son ilusio7 nesQ.\z Eugeny %. Pasuanis chegou a aErmar #usXY7YZria rid&culo admitir um crit"no eterno e absoluto para a id"ia dXY7YZ 8usti)a. Estteria um alcance limitado/ pois se referia apenas Ns rela)XY7YZes de trc<Sa.l9 Ao afirm#ue n*o haveria direitos naturais inalienveis/ mas apenas algo QconvenienteQ para momento hist,rico/ Friedrich Engels representou a id"ia do 3ireito atural a partir duma vis*o utilitarista.lXY7YZ 2al pensamento foi absocvido pelos 8uristas sovi"ticos/ #ualegam8 r/*o ser su?ciente ao 3ireitu burgu>s/ em seu prop,sito de enganar otrabalhadores/ proclamar o e#uil&brio e a 8usti)a de seus princ&pios. $onforme @. 2umnov/ em obra coletiva dirigida por . 5. Ale<ndrov/ torna7se indispensvencobrir7se o ordena7 mento 8ur&dico com um Qrico ornamento soeiol,gico7filos,fic

#ue Irata de eomplicar la naturaleza del 3erecho y de ocultar la eseneia iS<plotadorade clase del 3erecho burgu"sQ.:s 4 3ireito atural scria um instrumento capitalistcom dupla fun)*oS 8ustificar as mudan)as cont&nuas #ue se operam na superestrutur

 8ur&dica da sociedade burguesa e prete<to para o abandono da legalidade.

 :: 2eorla $ortunista dellrechoy del Estado/ lXY7YZ ed./ %uenos Aires/ Emec"/:DC/ ''. 5rifo e<tra/ nesta e nas seguintes cita),es.:' $f. Alf 6oss/ QinQ 1obre el 3erecho y la Justicia/ ed. cit./ p. 99.:9 2eorla 5eneral def 3erecho y el Mar<i/smo/:XY7YZ ed. colombiana/ Editorial a Pulgtda./ Medelin/:B?/ p. ''D.:; $f. 5eorge . 1abine/ ist,ria das 2eoriar Pollticas/:XY7YZ ed./ Editora Fundo d$ultura/ 6io de Janeiro/:?;/ vol. II/ p. BD9.:XY7YZ . 5. Ale<ndrov y 4tros/ 2eorta del Estado y del 3erecho/ 'XY7YZ ed. meXYZdcana/ P.ditorial 5ri8albo 1.A./:??/ p. 9BB.XL:'Z

 8 PAU4 A3E6  A doutrina mar<ista/ ao fi<ar a sua perspectiva de anlise no elemento hist,riccontesta o 8usnaturalismo em suas diversas ma7 nifesta)XY7YZes. Ao chamado Q3ireiatucal divinoQ/ foi atribu&da a fun)*o de suporte das pretensXY7YZes capitalistas. 1eu

princ&pios 8ustifi7 cavam a proprledade privada e esta promovia a deslgualdade socialQsupuestamente necesaria para #ue 3ios ponga a prueba las virtudes humanasQ.:1omente a leI burguesa serla 3lreito/ pois apenas ela consagrava a propriedadprivada e a Qe<plora)*o do homem pelo homemQ. Em conse#iXY7YZ>ncia de tpremissa/ a leglsla)*o socialista n*o seria 3ireito/ pois n*o admitia tanto a proXYZriedade privada #uanto a Qe<plora)*oQ. Ainda para @. A. 2umnov/ las apelaclone#ue a 3icXY7YZs hacen los neotomistas rebosan de una refinada demagogia socialQ.  6eferindo7se ao 8usnaturalismo da "poca da 6evolu)*o Francesa como Qa fun)*ideol,gica do direito natural/ fun)*o de oculta)*o Michel Miaille interpreta o papel dess

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doutrina no s"culo 0@lllS Q4 direito racional/ #ue se apresenta como ideal/ eterno universal/ mais nRo faz do #ue ocultar a fun)*o pr,pria e real #ue desempenhpermitir a passagem a um outro tipo de economia e de rela)*o pol&tico7sociali sem dizeevidentemente a favor de #uem se realiza esta passagem.Em rela)*o ao s"culo 0I0/ declara #ue as lutas travadas indicam Qo cartprofundamente enganador deste pretenso direito natural/ igual para todos/ e promotoda dignidade humanaQ.  a interpreta)*o de @. A 2umnov/ o papel reservado ao Qnovo 3ireito aturalQ

 8usnaturalismo contemporRneo 7 difere da#uele atribu&do pelas teorias dos s"culos 0@e 0@III/ per&odo em #ue a burguesia ainda n*o havia assumido o poder. Atualmente pensamento dessa classe dominante reeorre Ns id"ias do 3ireito atural Qpara defendo sistema capitalista putrefato e caduco. As institui)XY7YZes vigentes se ap,iam npropriedade privada e liberdade de empresa/ #ue encontram 8ustifica)*o/ por sua vena lei mais nltr.  Abandonando o pensamento sovietico e a doutrina mar<ista/ encontramos 8urista

contemporRneos #ue/ al"m dc apresentarem o 3ireito atural como ob8eto tdeol,giccolocam em duvida a fun)*u dos valores 8ur&dicos fundamentais/ com a finalidadaberta de ceXY7YZ7 surarem o ststema capitalista ou desmascararem regimes pol&ticoXY7YZ[  8usfil,sofo espanhol El&as 3&az/ em dois escritos/ revela uma accXY7YZXY7YZ7 tuadpreocupa)*o em retratar a doutrina do 3ireito atural corXY7YZicXY7YZ serventia dpoder/ como Qcobertura ideol,gica absolutamente 8uXY7YZ7 tificadora de uma cerordem 8ur&dico7positlva e de um certo estaXY7YZio

:? . 5. Ale<ndmv y 4tros/ op. cit/ p. 9C1.:B QInQ Uma Introdu)*o $rftico ao 3ireito/:XY7YZ ed./ Moraes Editores/ isboa/:B/ '?;.FI414FIA 34 3 I 6Er24 :?de coisasQls Em sua obra Ed 3erecho como 4bstculo al $Hmbio 1ocial/ Eduardovoa Monreal procura recha)ar o dualismo 8ur&di7 co e comprometer os valores 8usti)e segurana 8ur&dica com a filosofia liberal7individualista. Para o autor chileno/ tanto 3ireito atural #uanto a id"ia de 8usti)a constituem QmitosQ/ cria)XY7YZes utili7 tarista#ue visam envolver o 3ireito Positivo com uma aura de misticismo/ a fim de impor submiss*o. QFs 7 diz Monreal 7 como si los grupos y clasis #ue han dominado en lo

ltimos sigtos a las XY7YZ.ociedades ms representativas del mundo occidental shubieran XY7YZ ropuesto/ imitando a los bru8os de las tribus primitivas/ ornar las segla 8ur&dicas destinadas a consolidar su poder eon un con8unto de XY7YZ7irtudes secretas de apoyos intimidantes...Q\ Ap,s negar N 8usti)a a condi)*o de ob8eto do 3ireitMonreal procura solapar certos princ&pios do mais alto sentido para a organi7 za)*socialS irretroatividade da lei/ seguran)a e certeza 8ur&dicas.$omo produto dop ensamento liberal7Individualista/ a doutrina da irretroatividade da lpossui um carter conservador e anti7social. A presun)*o de #ue a lei nova possmaior probabilidade de traduzir as aspira)XY7YZes sociais/ leva7o a afirmar #ueS Qno tien

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fundamento l,gico ni social la proposici,n de mantener intangible una situaci,n creadal amparo de la ley antiguaQ.m Ao aludlr N seguran)a e N certeza 8ur&dicas como valorecrlados pelos 8uristas/ com o ob8etivo de impedirem a renova)*o do 3ireito/ Monreendossa o pensamen7 tode ietzsche/ mais tardP consagrado como lema pefascismoSviverepericolosamente.  Finalmente/ entre os autores selecionados/ destacamos o pen7 samento de $elso d

 Albu#uer#ue Mello/ eminente8urista brasileiro/ #ue enfatiza a necessidade de sreconhecer/ no 3ireito/ o seu carter politico e n*o Qalgo t"cnico e cientificamenneutroQ. Al"m de identificar no ordenamento 8ur&dico Qsempre um contedo ideol,gi7 cocondiciona os valores 8usti)a e seguran)a 8ur&dica N pol&tica/ #ue para ele Qest acimdo direitoQ.zl T:. A 6ealidade do 3ireito atural  *o se cogita/ nesta parte/ da 8ustifica)Ro plena do 3ireito \XY7YZdatural/ mas de umcontra7argumenta)*o limitada N tese socialista.r claro #ue as cr&ticas dirigidas a essa lei mais alta s*o numerosas e

    O QIn $rltica del 3erecho at!al/: ed./ 2aurus/ Madrid/:??/ p. 'D.: QInQ EI 3erecho como 4bstculo al $ambio 1ocial/ ed. cit./ p. ?C.Tl 4p. cit./ p.:1?.  S $elso de Albu#uer#uc Mello et al`. A orma Jurfdica/:XY7YZ ed./ Freitas %astos/ 6de Janeiro/:CL/ ps. ';9 e 'DD.XL:'Z:BL PAU4 A3E6diversificadas no m"rito/ de acordo com orberto %obbio/ em dois grupos Qsecondo chabbiano preso di mira il sostantivo o I\aggettivo / cioN abbiano negato che il diritnaturale sia diritto o che iI diritto propriamente detto possa dirsi naturaleQ.XY7YZ  Ao longo da hist,ria do pensamento 8ur&dico/ a id"ia do 3ireito atural tem sido alvo dum permanente conflito de opiniXY7YZes/ tal a sua importRncia nos redutos da Filosofdo 3ireito e sobre os crit"rios de avalia)*o e obedi>ncia N ordem 8ur&XY7YZiica. oposi)*o maior concentrou7se no per&odo correspondente N segunda metade do s"cuXY7YZassado e primeiro #uartel do atual/ movida/ de um lado/ pela doutrina 8ur&dicae<pressa no positivismo e Escola XY7YZ7Iist,rica do 3ireito e/ de outro/ pela teoria d

materialismo hist,rico. Uma distRncia/ por"m/ separa as duas formas de antagonismEn#uanto o primeiro vale7se do racioc&nio l,gico/ relacionado N Jurisprud>ncia/ omentores do mar<ismo e de outras correntes socialistas fundam7se em argumentos d&ndole pol&tica/ artificiosos/ #ue emascaram o alcance maior de sua pretens*o/ #ue n*" a de invalidar o 3ireito atural em si/ mas o de demonstrar a inteireza e a harmonde toda uma filosofia englobante e e<plicativa da vida sXY7YZcial.  1e " verdade #ue os XY7YZuristas sovi"ticos e autores socialistas negam7se a admiuma outra ordem 8ur&dica al"m da positiva/ o pensamento de Varl Mar</ em rela)*o a3ireito/ n*o ficou suficien7 temente esclarecido. este sentido/ ]. Friedmann observ

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#ue ni Mar< ni Engels ne trouverent le temps d\elaborer une th"orie du droit dsocialismeQ.XY7YZ\ Perdura uma dvida importante/ conforme ans Veisen men7 cionse a preconizada e<tin)*o do 3ireito atingiria apenas o Qbur7 gu>sQ ou seria de alcancpleno. Huanto N doutrlna sovi"tica/ esta se revela incotlcilivel com o pensamen

 8usnaturalista/ ponto em #uXY7YZ est*o acordes autores de diEerentes tend"nciaEduardo ovoa Monreal refere7se ao assunto/ afirmando #ueS QI.as tesi.e de #ue e3erecho es una superestructura cuyo carcter es determinado/ en ltima instancia/ plas condiciones economicas de la sociedad y de #ue el Estado sovi"tico no eslimitado por el 3ereXY7YZOho sino #ue XY7YZs su creador y maestro/ suponen una repulsrotunda dXY7YZl 3erechOXY7YZ atural.Q \XY7YZ Em obra coletiva/ o norte7americano $. $6odee cS

'' orberto %obbio/ 5iusnaturalismo e Positivismo 5iuridico/ 9XY7YZ ed./ Edizioni $omunit9/ Milano ::B/ p.:?9.'9 ]. Friedmann/ 2he,rie 5"n"rale du 3roit ;XY7YZ ed./ .5.3J./ Paris/:_1 p. 99L.

'; Eduardo ovoa Monreal/ Hu" Hueda del Irecho aturalT/:/ ed./ 3epalma7opeXY7YZS  %uenos Aires71antiago/:_B/ p. D:.fXY7YZXY7YZI414FIA 34 3I6Er24demais eolaboradores concluem no mesmo sentido/ ao salientarem #ue a#uela doutrinre8eita os Qeonceitos universais de direito e de XY7YZusti)aQ para utilizar a lXY7YZi cominstrumento a servi)o da politica nacional/ de classe e de ideologia.\XY7YZ 4 e#u&vocfundamental/ #ue se localiza na base das presentes ob8e)XY7YZes a ordem superioconslste na tomada/ para anlise e cr&tica/ de algumas concepXY7YZXY7YZes falhas d3ireito atural. Huando se coloca em 8ulgamento o 3lreito atural/ " indispensvel #use considere o ob8eto mediante lcida compreens*o. A e<ist>ncia do 3ireito atu7 rpressupXY7YZe apenas a conviv>ncia humana e n*o depende de teori7 za)oes. A sufonte " a natureza humana/ a ordem natural das coisas/ e n*o a mente dos fil,sofos opol&ticos. A sua compreens*o " alcan)ada pela con8uga)*o da e<peri>ncia e raz*oO n*emana de uma revela*o. *o " uma entidade metaf&sica/ algo #ue planXY7YZ a5imdos homens. W uma ordem condicionada pela dimens*o social do homem.4 seu paXY7YZel " o dc preservar as condi)XY7YZes soXY7YZiais necessrias para #uoproXY7YZeto aberto de e.<isteXY7YZncia/ #ue o homem constitui/ se viabilize de acordcom as suas pot>ncias construtivas. Esse 3ireito no " normativo/ mas apenas ren

princ&pios fundamentais/ sem #ual#uer compromisso ou vincula)*o com alguma ordepol&tica. IXY7YZ 2*o "/ por natureza/ conservador ou revolucionrio. 1eus crit"rios atuacomo bssola para o legislador. Huando o 3ireito Positivo se ordena conforme a lmais alta/ esta e<erce a fun)*o conservadora. Essa aprova)*o n*o implica/ contudoem imobilismo das institui)XY7YZes 8ur&7 dtcas/ pois a evolu)*o pode e deve operar7spreservando7se os princ&plos fundamentais. Aseguran)a8ur&dica/ #ue encampa certe7 za e a irretroatividade da lei/ como valor condicionante da 8usti)a/ n*o " uproduto do Estado7gendarmeO n*o se cnncilia apenas com a flosofia libera

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individualista. 6epresenta/ antXY7YZs/ uma aspira)*o comum aos homens de todas apartes e ideologias.B'. 4 $arter *o7Ideol,gico do 3ireito atural  3a anlise e refle<*o encetadas no presente cap&tulo/ resulta #ue o 3ireito atural n*possui a fun)*o de ocultar interesses materiais ou prop,sitos pol&ticos. *o ideol,gico. As diretrizes #ue XY7YZra)a para o 3ireito Positivo n*o decorrem de XYZ/onven)XY7YZes humanasOseus princ&pios n*o s*o estabelecidos N luz de acontecimentos hist,7

 'D $. $. 6odee et al`. IntroclXY7YZt)XY7YZo d $itncia Polftica/ lXY7YZ ed./ ivraria AgEditora/ 6io de Janeim/:BB/ vol. I/ p.:L;.XL:'ZPAU4A3E6ricos. % claro #ue os seus postulados podem ser ob8eto de manipula7 )*o tendenciosa2udo depende/ ent*o/ em se saber distinguir o verdadeiro do falso/ o natural d

artificioso/ o leg&timo do ileg&timo.4 #ue n*o " admiss&vel " a atitude de se identificar o 3irXY7YZito atural com ainterpreta)XY7YZes ilus,rias ou manobras ma#uiav"licas. Abando7 nar a id"ia do 3ireitatural " manifesta)*o mais grave ainda/ por#ue tal renncia corresponde N tese d#ue n*o h/ para o Estado/ #ual#uer limite na sua tarefa de legislar/ sendo7lhfran#ueadas todas as formas de totalitarismo.  1e/ como vimos/ a id"ia do 3ireito atural se mostra inconcili7 vel eom o 3ireisovi"tico/ o mesmo nRo se pode dizer em rela)*o N sociedade plenamente socializadnos meios de produ)*o. i Io plano da mera hip,tese e utopia/ se essa id"ia sviabilizasse/ seguida da e<tin)*o do 3ireito Positivo e do Estado/ advindo/ da&/ a pasocial/ o #ue ocorreria/ na prtica/ seria a viv>ncia da#uele 3ireito. Essa converg>n7 centre o 3ireito atural e o pensamento de Varl Mar< n*o " apenas uma possibilidademas fato eoncreto/ 8 apontado por ans Velsen #ue/ sob o t&tulo Ql/a Interpretaci,n dMar< de la 1ociXY7YZdad como 3octrina de 3erecho aturalQ/ colocou7a edesta#ue.\XY7YZ 4 reconhecimento da e<ist>ncia de uma 8usti)a absoluta/ #ue n*varia no tempo e no espa)o/ revela7se dXY7YZcorr>ncia l,gica e necessria da admiss*do 3ireito atural. $omo este " eterno/ imutvel e universal em seus princ&pios/

 8usti)a absoluta/ alimentan7 do7se nesses princ&pios/ ser a medida pela #ual se irXY7Yatribuir Qa cada

um o #ue " seu.  A amplitude e abstratividade dos princ&pios do 3ireito atural n*o criam obstculo sua fun)*o prtica. A diverg>ncia entre os 8usnaturalistas/ na discrimina)*o e dedu)*desses crit"rios/ tamb"m n*o constitui impedimento como/ e#uivocamente/ MichMiaille proclama.XY7YZ A 3eclara)*o Universal dos 3ireitos do omem/ #ue encarna opostulados da lei mais alta e orienta o 3ireito das na)XY7YZes mais cultas/ n*o obstanas restri)XY7YZes #ue sofre/ " prova incontest7 vel da efetividade do 3ireito atural.

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'? 4p. rit/ p. ;'.'B Q1e se aceitar a id"ia de um direito natural/ esta n*o pode tervalcXY7YZr/ a meno#uc esse direito corresponda a um coXY7YZtedo id>ntim para todos os autores.Q 4cit/ p. 'DC.$ap&tulo 0I@P41I2I@I1M4 JU6K3I$4 E 1UA1 $466E2E1 34U26I6IA1

1UM6I4S B9. A Filosofia Positiva. B;. Pensamento $ientifico de Augusto $omte. BPositivisino Juridico e suas 2end>ncias Fundamentais. B Posi7 tivistas Jusnaturalistas. BB. Escola da E<egese. BC. Escola dos Pandectistas.B. Jurispntd>ncia Analitica de John Austin. CL. Positivisrno $r&ticc de I.@anni e de 5 $arle. C:. eoantismo de 6 1tammler e de E. as C'. A Posi)*3outrinria de "on 3uguit C9. 2eoria 5eral do 3ireito. C;.6ealismo Juridico orte7americano e Escandinavo. CD. $onclusXY7YZes._9. A Filosofia Positiva

  Ap,s mil>nios de e<peri>ncia e cultura/ pensamento e refle<*o/ a temtica filos,fie#uase n*o comporta novidade aut>ntica. o panorama das ci>neias humanas pouco h#ue n*o tenha sido ao menos intu&do pelos sbios antigos. 4 relato recente dfilosofia positiva inicia7se eom a anlise/ na segunda metade do s"c. 0I0/ da rea)*o aidealismo transcendental/ especialmente de egelO o anti7 go/ por"m/ recua ao s"c. 0@com a pol&tica prtica de icolau Ma#uiavel/ ao s"c. 0@I/ com o m"todo e<perimentde Francisco %acon/ ao s"c. 0@II/ com o materialismo de 2omas obbes. 4 criticismantiano tamb"m e<erceu alguma influ>ncia/ ao afirmar #ue o homem n*o " capaz dconhecer a coisa em sc 7 nmeno 7/ mas apenas o fen-meno/ a apar>ncia. ressurgimento das id"ias positi7 vistas foi vigoroso e sistemtico. Pretendia7se substituo apriorismo pela e<peri>ncia e a metaf&sica pelas ci>ncias particulares.  Partindo7se da id"ia antiana de #ue o poder do esp&rito " limitado pela e<peri>nciidentificou7se na metodologia das ci>ncias o ob8eto da flosofia. a interprXY7YZta)*o dMichele 1ciacea/ para a doutrina Qas ci>ncias da natureza devem ter um esp&rifilos,fico e XL:'ZPAU4A3E6 a filosofia deve ser fi<ada no esp&rito pelas ci>ncias da natureza\ Sl A e<peri>ncia foe<altada como a via cognoscitiva de tc<las as coisas. 4 sucesso alcan)ado pelaci>ncias da natureza/ #ue adotavam o m"todo e<perimental/ contagiou o esp&rito d

"poca/ #ue valorizou o fato concreto e desprezou a metaXY7YZsica/ al"m de considerapenas o campo da mat"ria e adotar uma concep)*o mecanicista da natureza. atitude assumida perante a ci>ncia era a de verdadeira religiosidade. A aten)*o a edevotada era absoluta e acompanhada de convlc)*o dogmtica em lugar de esp&ritcr&tico.B;. Pensamento $ientifico de Augusto $omte  4 fil,sofo $laude enri de 1aint71imon ^:B?L7:C'D[/ um dos teorizadores dpositivismo social/ e<erceu importante influ>neia na forma)*o de Augusto $omtna#uele #ue viria a ser o pelisador mais importante na hist,ria da filosoFa posltiva. 1e

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disc&pulo e seXY7YZretrio durante meio ano/ $omte nbteve/ com a#uela conviv>rlciagrande avan)o na eSompreens*o das ci>ncias e/ em especial/ das ci>ncias pol&ti7 caPara 1aint71imon/ o processo hist,rico " movimento de cont&nuo progresso/ decorrende uma lei de sucess*o alternativa defases orgR7 nicas e fases criticas. 4 avan)o soci#ue se registra na fase orgRnlca emerge de um enraizado sistema de cren)as/ cu8declinio r.onduz N fase XY7YZr&tica/ #ue d ense8o/ por sua vez/ N nova fase orgRnic1ocialista ut,pico/ o fil,sofo francOcs interessou7se na reorganiza)*o social e cogitou duma nova estrutura administrativa das grandes indstrias/ #ue seriam dirigidas psbios/ industriais e operarios. 1aint71imon escreveu Mem,rcas 1obre a $i>ncia do Hmem ^:C:97:C:?[/ 1istema IndcXY7YZstrial ^:C':7:C'9[/ ovo $ristianismo ^:C'Dentre outras obras.  Inegavelmente coube N intelig>ncia de Augusto $omte ^:BC7 :CDB[ a sistematizaXYZsofia PoXY7YZtXY7YZ a^C97:C;'[ eelalmentep or suas obras $.urso de Fil / m sevolumes/ e 1istema de Politica Positiva ^:CD:7:CD;[. Para o pensador franc>s o esp&rihumano deve contentar7se com o mundo 8 dado e se ater ao campo da e<peri>ncia.

indispensvel/ para #ue o conhecimento humano alcanee dignidade cient&fica/ #ue sforme em um processo espiritual/ onde se possa verificar e comprovar o ne<o causdos fen-menos na rea das ci>ncias positivas. 4bservando7se o m"todo dcomple<idade erescente e generalidade decrescente/ as ci>ncias

: Michele Federico 1ciacca/ ist,rio da Filosofia/ 9XY7YZ ed. em l&ngua portuguesEditora Mestre Jou/ 1*o Paulo/:?C/ vol. 9/ p.:;'.FI414FIA 34 3I6EI24 : _1 positivas foram classificadas na seguinte ordemS Matemtica/ Astrono7 mla/ F&sicHu&mica/ %iologia/ 1oclologia Por inilu>ncia de 5all/ A.$omte identificou a Psicologia com a %iologia. Ao considerar a 1ocio7 logia cOomci>nciap ositiva/ admitiu a e<ist>ncia de certas constantes e regularidades nos fatosociais #ue lhe permitiam a indu)*o de leis ob8etivas e vlidas como as da F&sica. Posua famosa lei dos lr>s estados/ todo conhecimento e cultura passam pelas etapateol,gica/ metaf&sica e positiva. Inicialmente/ os fatos eram atribu&dos N interven)*divina.a etapa metaXY7YZsica/ o homem teria recorrido a entidades abstratas na 8ustificaXYZ*o dos fen-menos. Finalmente/ na etapa positiva/ o conheci7 mento e e<plicado dacordo com os ne<os de causalidade/ mcdiante constata)*o da realidade. *o obstan

seu carter emp&ricSo e envolvi7 mento apenas com os fatos concretos/ o positiXY7YZXYZismo constituiu7se tam7 b"m em religi*o/ cu8o deus " a humanidade/grarul >tre/ e #uvisa apenas a fins est"ticos e "ticos. 1eu culto " aos grandes Ilomens do pas.eado e dpresente. A reforma social foi coneebida mediante tr>s principios #ue se harmonizaem um la)o de complementariedadeS o nmorpor principio/ a ordcmpor base oprogre.ssoporfim. Entre os seguidores de Augusto $omte destacaram7seS afEi^:C'97:L9[/ ittr" ^ICL:7 :CC:[/ 2aine ^:CLB7:CO[/ 6enan ^:C'97:C'[.BDS Positivismo Juridico e suas 2end>ncias Fundamentais

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  os #uadros da Filosofia Jur&dica a doutrina positivista se apre7 senta em oposi)*o Ncorrentes idealistas/ especialmente as #ue sustentam a e<ist>ncia do 3ireito aturaEn#uanto #ue estas se ocupam do fundamento e legitima)Ro do 3ireito Positivapoiando a sua validade na harmonia com princ&pios e valores absolutos/ o positivismproeede a averigua)*o dos pressupostos l,gico7formais da vig>ncia. 3e um lado oadeptos da flosofia positiva se limitam a ordem do ser/ do ordenamento 8ur&dico/ emitem8u&zos de realidadeOde outro/ os idealistas #ue/ sem desprezar o sistema de legalidade/ reiletem ninstRncia "tica sobre a ordem suprapositiva e elaboram 8u&zos de valor. 4 positivism

 8ur&dico opera com o m"todo emp&rico/ considerando a e<peri>ncia/ o real/ como a fondo conhecimento.

 A pes#uisa deve limitar7se ao dado e demonstrvel. 2anto cXY7YZuanto poss&vel devemse trasladar para a investiga)*o 8ur&dica os crlterios adotados nas ci>ncias naturais. dedu)*o n*o " a via cognoscitiva das ei>ncias/ pois o esp&rito deve e<trair a li)*o dofatos indutivnmen7 te. 3e fatos particulares deve alcan)ar a regra geral. 2

procedimen7 to deve ser comum Ns ci>ncias em geral. a doutrina adverssem e<clus*o aos eontributos do real/ eoncebem7se princ&pios a priori/ advindos draz*o ou de fontes metaf&sicas.  . OSXY7YZSiXY7YZsXY7YZXY7YZ i OS.XY7YZ n rs.OXL:'Z:B? PAU4 A3E6  o aprofundamento das principais teses positivistas revelam7se variadas tend>ncianormativista/ codicista/ sociologrsmo/ decisionis7 mo. Especialmente a 2eoria Pura d3ireito/ do austr&aco ans Velsen/ de natureza normativista/ e<alta o signiXY7YZcado dnorma 8ur&dica/ #ue " o ei<o em torno do #ual gira a sua concep)*o gera\ sobre 3ireito. 4 real ou concreto " representado pelo elementn normativo. A orienta)*codicista/ #ue ainda ho8e impera/ lamenta7 velmente/ em pret,rios/ alcan)ou a sua fasde ouro com a Escola da E<egese/ na Fran)a do s"c. 0I0. 1ua forma)*o positivista indiscu7 tida/ pois identifica o 3ireito com o contedo do code</ operando apenas nplano da 3ogmtica Jur&dica. A corrente ideol,gica #XY7YZie reduz o 3ireito N categordefato social " de &ndole positivista/ e a sua e<acerba)*o leva ao k#u&voco dsociologismo. 4utra forma de pro8e)*o da filosofia positiva no 3ireito " representadpelo decisio7 nismo/ concep)*o generalizada nas correntes realistas/ #ue definem3ire&to em fun)*o das senten)as 8udiciais.

  4 famoso 8urista7fil,sofo . . A art/ da UrXY7YZiversidade de 4<ford/ sintetizou ateses positivistasS:. Identi$ca)*o do 3ireito com mandatosO '. Ro h um ne<essencial entre as esferas da Moral e do 3ireitoO 9. 4 estudo dos conceitos 8ur&dicodeve ser imperme7 vel Ns refle<XY7YZes sociol,gicas/ "ticas e teleol,gicasO ;. 3ado earter l,gico do sistema 8ur&dico/ as decisXY7YZes 8udiciais podem ser infヘ das independentemente de apoio em outros elementos/ como o "tico e o pol&ticoO D4s 8u&zos morais n*o podem ser emitidos ou deEendidos como os #ue dizem respeitofatos.z Embora reconhecendo #ue o positivismo 8ur&dico " limitado/ na bibliografcient&fica/ N anlise de sua pro8e)*o l,gica/ o alem*cO

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einrich enel distingue tr>s grandes tend>ncias fundamentaiXY7YZ dentro da doutrina naturalista/ a racionalista e a normativa. 4s pensadores #ue seguem a linha dpositivismo naturalista/ al"m dv evitarem a refle<*o metaf&sica/ orientam7se peobserva)*o dosfataSs naturais/ revelando as liga)XY7YZes e leis #ue os comandam

 Adotam cXY7YZ m"todo indutivo na capta)*o do 3irXY7YZito em suas rela)XY7YZes fticaPara o 8urisfil,sofo alem*o/ tal m"todo de contempla)Ro 8ur&dica provoca uestreitamento de vis*o/ pois sua eficcia permite XY7YZ apreens*o apenas de uma pardo essencial/ al"m de resultar na

' Apud Eduardo 5arc&a Mynez/ QinQ Positivismo Jurfdico/ 6ealirn! 1ociol,gico lusnaturalismo/ '_ ed./ Universidad acional Aut,noma de M"<ico/ M"<ico/:BB/ p. ;'FI414FIA 34 3 I6El24 :BB distor)*o da imagem do 3ireito. Uma outra falha consiste em #ue esta dire)*metodol,gica n*o considera o 3ireito como fen-meno espiritual/ atendo7se apenas aoaspectos fticos #ue o envolvem/ pelo #ue se patenteia a car>ncia de pondera)*

a<iol,gica.  Para o positivismo 8ur&dicopsicol,gico/ #ue " uma varia)*o do naturalista/ fundamental para a elabora)*o do 3ireito seriam os fatos internos/ pois o legislador hde considerar as id"ias e valores realizados nos padrXY7YZes de conduta social. fen-meno 8ur&dico seria/ portanto/ uma emana)*o do esp&rito. Esta corrente n*o sapresenta uniforme7 mente. PXY7YZra uma ala mais radical/ 3ireito seriam as norma#ue os membros da sociedade reciprocamente reconhecemO para outra/ cons7 titui7sde princ&pios ou id"ias consagradas pela elite dirigente. 4nde h marca positivistaInegavelmente/ na forma)*o emp&rica do 3i7 reito/ #ue se compXY7YZe de id"ias ovalores faticamente e<istentes.einrich enel refere7se ao positivismo 8ur&dico teleol,gico como uma esp"cie destcorrente filos,fica. 4s interesses reais seriam a causa determinante das regrasur&dicas/ conforme e<p-e a conhecida 8urisprccd>ncin de interesses/ do ingl>s Philipec/ para #uem a finalidade do 3ireito consiste Qna satisfa)*o de necessidades dvida/ de dese8os e aspira)XY7YZes/ tanto de ordem material como ideal/ e<isten7 tes nsociedadeQ.9 *o preconizou uma esp"cie de 3ireito livre/ pois subordinou os tribunaaos comandos da lei. a hip,tese/ todavia/ de lacunas legais/ o 8uiz deve buscar Qsolu)*o corrente na vida e #ue mais til se mostrar/ e estas caracter&sticas encontramse na obedi>n7 cia conforme aos interessesQ.Q Entre as falhas #ue es

concep)*o apresenta/ nota7se a incapacidade #uanto Ns e<ig>ncias de 8usti)a/ pois ointeresses se revelam apenas como parte na constru)*o do 3ireito/ complementado pocrit"rios a<iol,gicos.  3e acordo com o positivismo mcionalista/ o 3ireito " elaborado mediante atividadintelectual7l,gica. 3os conceitos/ atrav"s de dedu7 )XY7YZes/ chegam7se Ns proposi)XYZes 8ur&dicas e/ a partir destas/ Ns decisXY7YZes 8udiciais. 4 3ireito n*o depende dmundo social/ pois " apenas orde7 namento l,gico. 4 denominado positivismo 8ur&dicnormativo corres7 ponde N doutrina #ue identifica o fen-meno 8ur&dico com a norm

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ele se destaca a famosa 2eoria Pura do 3ireito. 1emelhante a esta modali7 daderevela7se o chamado positivismo 8ur&dico legal/ para #uem os

 T Philipp ec/ Interpreta)*o da ei e Jurrsprud>ncia de Interesses/ 1araiva $ia.Editores/ 1*o Paulo/:;\B/ p.:9.XY7YZ Idem/ p. ';.XL:'Z:BC PAU4 A3E6  termos lei e3irXY7YZito s*o e#uivalentes etoda lei "vlida desde #ue elaborada eprocesso regular. esta modalidade de positivismo a doutrina acusa uma correnmoderada e outra radical. Para a primeira/ o legislador se acha vinculado a valores princ&pios ditados pela razRo/ pela vontade coletiva ou N ordem constitucional. *obstallte/ a lei #ue se manifesta in8usta oonstitui 3ireito formal e n*o carece de vafidadPara a segunda/ a lei " obrigat,ria independentemente de seu contedo a<iol,gicpois o legislador n*o se acha vinculado eticamente a padrXY7YZes aprior&sticos.D

B?. Positivistas e Jccsnaturalistas  3iante de uma legisla)*o reagem diferenternente os adeptos da id"ia do 3ireiatural e os seguidores da filosofia positiva. Estes t>m a sua aten)*o voltada para interpreta)*o e sSstematiza)*o das normas 8ur&dicasO cuidam da parte formal/ t"cniccom zelo na pre7 serva)*o do processo legislativo e respeito aos princ&pioconstitucio7 nais. 4s positivistas estreitam o campo de abordagem do 3ireito/ limitandse N anlise do 3ireito Positivo. 4 3ireito " a leiO seus destinatrios e aplicadoredevem e<ercit7la sem #uestionamento "tico ou ideol,gico. Para eles n*o e<iste problema da validade das leis in8ustas/ pois o valor n*o " ob8eto da pes#uisa 8ur&dicaHuanto N 8usti)a/ consideram apenas a legal/ mesmo por#ue n*o e<istiria a chamad

 8usti)a absoluta. 4 ato de 8usti)a consiste na aplica)*o da regra ao caso eoncret3iversamente da Imha moderada/ #ue admite o recurso aos fatos emp&ricos/ em sumanifesta)*o radical/ os posi7 tivistas n*o aceitam a influ>ncia de elementos eztlegem na defini7 )*o do 3ireito 4b8etivo. Praticam o puro legalismo ou o codicismo.  W vlido concluir7se #ue o positivismo nega importRncia Ns especula)XY7YZes na ,rbido dever ser 8ur&dico ou #ue e<clui relevRncia aos estudos de 1ociologia do 3ireitoIndispensvel/ neste ponto/ certa distin)*o. $omo agente de cultura/ o positivista n*deseonsi7 dera a validade das refle<XY7YZes "ticas/ nem da pes#uisa sociol,gica/ poisli)*o do cotidiano revela #ue a evolu)*o do 3ireito " a cont&nua busca de a8ustament

normativo/ "tico e sociol,gico. Huando se critica alguma institui)*o 8ur&dica/ e<teriorizase msatisfa)*o/ se8a relativamente N sistematiza)*o de normas/ ao contedo valorativou N ade#ua)*o aos fatos sociais. A rea)*o positivista se manifesta contra

D $f. einrich enel/ Invodu)do N Filoso^a do 3ireito/ lo ed./ I9iblioteca Pol&tic2aurus/ Madrid/:?C/ p. ?:?.FI414FIA 34 3I6Er24 a especula)*o "tica/ metaXY7YZsica ou sociol,gica no momento da interpre7 ta)*o ona etapa de preenchimento de lacunas. 3iante do te<to legal n*o eompete ao 8urist

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emitir 8u&zos de valor/ apenas de realidade. *o importa a estimativa do plano da lenem a substRncia ftica.  4 8usnaturalista re#uer/ igualmente/ o conhecimento 8ur&dico/ e para tanto desenvolvas t"cnicas de interpreta)*o e de sistema7 tiza)*o do 3ireito. *o se mant"desinteressado dos aspectos formais e t"cnicos/ todavia n*o se limita a investig7loFundamen7 talmente espiritualista/ converge a sua aten)*o para o elemena<io7 l,gico. em toda lei " 3ireito. Al"m de atender Ns e<ig>ncias formais e l,gicas/ lei deve consagrar princ&pios do 3ireito atural e proclamar a ordem social segundo amedidas da 8usti)a. 4 8usnaturalismo e<tremado nega validade N lei n*o sintonizada nfai<a do 3ireito atural. Em posi)*o menos avan)ada/ h 8uristas #ue transigena ordem prtica em raz*o do valor seguraXY7YZaXY7YZa/ mas o fazem apenaem determinada situa)*o em #ue os valores humanos essenciais n*o se encontram e

 8ogo. Podemos afirmar #ue o diss&dio #ue envolve 8usnaturalistas e positivistas e<pressseu antagonismo diante do con7 flito entre 8usti)a e seguran)a. 4s adeptos da filosofpositiva enfa7 tizam o valorseguran)a 8ur&dica/ ao passo #ue os partidrios da id"ia d

3ireito atural se identiEicam com os icnperativos do 8usto. Uma outra forma de<terioriza)*o No lit&gio entre as duas correntes " a #ue se apresenta diante dproblema de validade das leis in8ustas.:B. Escola dn E<egese  Uma das primeiras manifesta)XY7YZes do positivismo no campo 8ur&dico ocorreu ap,selabora)*o do $,digo apole*o/ no in&cio do s"c. 0I0/ com a Escola da E<egese/ #use caracterizou pela apre7 senta)*o de uma teoria hermen>utica de &ndole codicista. Amoti7 va)XY7YZes da Escola se ligam mais N promulga)*o do $,digo $ivil da Fran)a d#ue a uma voca)*o positivista. Anteriormente/ ao orte da#uele pa&s seguiam7snormas costumeiras/ en#uanto ao 1ul vigo7 rava um8us scriptum baseado no 3ireit6omano. 4 3ireito franc>s n*o era uniforme e nem favorecia aos anseios de seguran)

 8ur&dica.4 novo $,digo/ elaborado pelos eminentes magistrados 2ronch"/ Portalis/ Maleville %igot de Pr"aumeneu/ imp-s7se N comunidade dos 8urisconsultos tanto por sua formescorreita #uanto por sua aperfei)oada disciplina das institui)XY7YZes. 2al a suimportRncia #ue induziu N forma)*o de uma teoria da interpreta)*o #upreservava seus princ&pios e normas e favorecia a defini)*o do 3ireito. Para a XL:'ZFAll4 A3E6 Escola da E<egese o $,digo representava a nica fonte do 3ireito.

4 8urista deveria pes#uisar o 3ireito vigente t*o7somente nas regras esculpidas ncode</ #ue seria um todo perfeito e sem lacunas.egavam aos 8ulgadores a liberdade de recorrerem a outras fontes na busca dsolu)XY7YZes para os casos concretos.  $onforme a observa)*o de 5uido Fassj/, o $,digo consti7 tuiu7se na Qponinvoluntria entre o 8usnaturalismo e o positivismo 8ur&dicoQ/ e isto por#ue/ en#uanto sua origem deveu7se N cren)a racionalista/ a sua aplica)*o converteu o Estado nnica fonte do 3ireito. Entre os XY7YZorifeus da Escola da E<egese pro8etam7sos nomes de 3emolombe/ %ugnet/ Aubry/ 6au/ %audry7acantinerie.

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4 enfra#uecimento da Escola da E<egese coincidiu com o envelhe7 cimento doc,digos/ 8 ao findar do s"c. 0I0. 4 desenvolvimento industrial/ as mudan)as norganiza)*o da sociedade/ os novos desa7 fios econ-micos revelaram a insufici>ncdos c,digos e/ conse#`en7 temente/ provocaram o decl&nio das teorias codicistas.BC. Escola dos Pandectistas  1emelhante N Escola da E<egese/ surgiu na Alemanha/ tamb"m no s"c. 0I0/ famosa Escola dos Pandectistas/ formada por 8uristas #ue se ded&cavam N pes#uisdas Pandectas ou 3iXY7YZesto de Justiniano/ visando a elabora)ao de normas positivaconceitos/ doutrinas/ #ue influenciaram o mundo 8ur&dico/ especialmente na rea d3ireito $ivil. Entre as no)XY7YZes desenvolvidas com alto poder de abstra)*o/ 4rland5omes eita as de neg,cio 8uridico e direito sub8etivo. Para o 8urista brasileiro/ aconsiderarem o 3ireito apenas como sistemati7 za)*o de conceitos/ os Pandectistaincidiram em um agnosticismo cultural/ dei<ando de considerar imXY7YZortanteelementos #ue devem participar na forma)*o do 3ireito. Em sua fun)*o elaborativos pandectistas cultivaram a organiza)*o do sistema 8ur&dico alem*o/ contribuindo co

o seu esfor)o para a unidade do 3ireito/ do ensino 8ur&dico e/ ainda/ da pol&tica naciona A influ>ncia da pandect&stica n*o se limitou ao Estado alem*o. 6epercutiu em diversopa&ses/ notadamente na Europa Meridional/ ungria e 5r"cia. o %rasil/ influenciou obra de Eduardo Esp&nola/ um de nossos mais ilustres eivilistas do passado. %ernhar]indscheid ^:C:B7:C'[/ einrich 3ernburg ^:C'7:LB[/ Ernst Immanuel %e^:C'B7::?[ figu7 ram entre os nomes mais representativos da Escola.

? 5uido Fassj/ op. cit/ vol. 9/ p. 'B.B 4slando 5omes/ Escritos Menores/ Edi)*o 1araiva/ 1*o Paulo/:C:/ p.: A;.Ff osoFfA no nI6Erro :C:  4 historicismo 8ur&dico/ #ue se desenvolveu na Alemanha/ na primeira metade do s"0I0 e ao tempo em #ue florescia a Eseola da E<egese na Fran)a/ " de marcpositivista. egou a possibilidade de um 3ireito eterno e universal/ pois seria pr,prdas institui)XY7YZes8ur&dicas o seu amoldamento aos fatos da "Foc7/a e do lugar. 4nomes mais repre7 sentativos da Fscola ist,rica do 3ireito foram os de Friedrich Vavon 1avigny ^:BB7:C?:[ 7 seu fundador 7/ 5ustav ugo ^:B?;7:C;;[ e 5eorg FriedricPuchta ^:BC7:C;?[/ todos de nacionalidade alem*. Em :CS;/ 1avigny publiccXY7YZu livro 3a @oca)XY7YZ*u de nossa W\pXY7YZca para a eXY7YZXY7YZisla)*o e n $i>neia d3ireito/ onde rebateu a proposta de 2hibaut para a codifica)*o do 3ireito alem*o. A

fundarrlentar o 3ireito Posi7 tivo/ 1avigny rcvelou a sua tendzncia positivista de naturezpsicol,gica/ especialmente #uando se refere Ns Qfor)as espirituais da na)*oQ/ como niXY7YZa fonte legitimadora do 3ireito.eB. Jurispncd>ncia Analftica de John Austin  A importRncia da Jurisprud>ncia Anal&tica de John Austin :BL7:CDnotvel8urisconsuito ingl>s/8ustifica7se tanto porseu contedo #uanto pela influ>ncia #ue<erceu/ #uer em seus patr&7 cios 2homas olland/ ]illiam Marby e 1heldon Amo#uer na Austrlia/ em 5eorge Paton/ na ova elRndia/ em 1ir John 1almond.

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  4 pensamento austiniano desenvolveu7se paralelamente ao codi7 cismo da Escola dE<egese/ na Fran)a/ e N Jurisprud>ncia $onceptua7 lista dos pandectisias/ n

 Alemanha. 4 3ireito foi concebido como reuni*o de normas #ue guiam o ser inteligene impostas por outro ser inteligente superiorS o soberano. 4 3ireito levaria sempre chancela do Estado/ pois as normas s*o criadas pelo soberano ou mediante sua autoriza)*o. Para Austin nada havia superior ao Fstado/ #ue n*o se subordinavse#uer Ns regras 8ur&dicas #ue criava. Esta afirma)*o foi amplamente refutada pJelline/ autor da teora da acrtoXY7YZXY7YZ*o e um dos e<poentes da id"ia do Fstadhberal de 3ireito. 4 ob8eto da ci>ncia do 3ireito/ para John Austin/ limitava7se ae<ame das leis positivas/ independentemente de seu valor. 3e outro lado/ revelou7sadepto do utilitarismo/ ao afirmar #ue a feli7 Friedrich Varl von 1avigny/ 3o @oro)*o de ossa Wpoca para o egisla)*o e a $i'ncdo 3ireito QinQ 2hibauty 1avigny 7 a $odifcaci,n Aguilar/ Madrid :BL/ p. ?D.$f. Angel atorre/ Inboducci,n al 3erecho/ 'XY7YZ ed./ Ediciones Ariel/ %arcelona/:?p.:9;.

XY7YZ s /XY7YZfXY7YZb\iXY7YZOXY7YZ XY7YZ XY7YZ\f#XY7YZSXY7YZ PMI.iIXY7YZ5fQ.../XY7YZ /XY7YZXY7YZXY7YZ . ' XY7YZ/XY7YZ eXY7YZ7 XL:'Z:C ' PAU4 A3E6cidade humana deve ser o alvo do governo pol&tico. a vis*o de alguns 8uristas/ ado)*o da flosofla da utilidade eomprometeu a coer>ncia l,gica da doutrina austinianEm sua Jurisprudence/ Edgar %odenheimer contrapXY7YZe7se N cr&tica/ sob o argumende Hue o 8uris7 consulto ingl>s distinguira o 3ireito da Moral. En#uanto Jurispru7 d>ncia abordava e<clusivamente as leis positivas/ a $i>ncia da I.egisla)*ocomo ramo da Wtica/ avaliava o contXY7YZdo das futuras leis/ operando no plano dlegeferendn.\o CL. Positivismo $ritico de I. @anni e de 5. $arle denominadoposih/\vismo critico surgiu no ltimo #uartel do s"c. 0I0 e prolongou7se ato in&cio da centria seguinte. Florescen7 do na Itlia/ a corrente registra a tend>ncia dse conciliar os postu7 lados do positivismo 8ur&dico com o ideal&smo alem*Procura preservar o 3ireito como fen-meno e<istente no campo da e<peri>n7 cia coe<ig>ncias de ordem "tica. A e<press*o m<ima da corrente " representada por Icil@anni ^:CDD7:L9[/ antigo professor da Universidade de Perusa. Entre as suas obradestacam7se ezioni di Filosofia del 3iritto/ #ue foram ta#uigrafadas de suas aulas publica7 das um ano ap,s o seu desapareclmento.  Huando analisa os fundamentos da obrigatoriedade do 3ireito e o problema d

validade das leis in8ustas/ Icilio @anni/ de modo transpa7 rente/ se identifica com filoso?a do positivismo critico. 3efendeu a tese de #ue o carter obrigat,rio das normase ap,ia na ordem 8uridica preeXY7YZstente. A norma 8ur&dica emergerlte deve sconsiderada comXY7YZ o ltimo elo de uma corrente/ cu8os elos precedentes constituea ordem 8uridica e<istente em uma certa comunidade\ S:\ Para o 8urisfil,7 sofo/ efetividade da ordem 8ur&dica se fundamenta na ade#ua)*o das normas ao sentimente id"ias dominantes. Embora preconlze a obri7 gatoriedade das leis in8ustas/ @anreconheceu o significado dos valores Q / g para o 3ireitoS 6ealmente " sem dvidnma e<i >ncia "tica ter o 3ireito um cont"udo intrinsecamente 8usto.

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  4 autor de A @ida do 3ireito e suas 6ela)XY7YZes com a tda 1ocial ^:CCL[5iuseppe $arle ^:C;D7::B[ 7 " outro nome de e<press*o no positivismo 8ur&diccr&tlco/ ao lado/ ainda/ de Franceseo $osentini e @incenzo Miceli. 4 sentido dconcilia)*o do positivismo com o

:L Edgar %odenheimer/ QinQ $iXY7YZncio do 3ireito/ Filosofia e Metodologia Jurldicaed. citXY7YZXY7YZ p.::;.:: Icilio @anni/ op. cit/ p. ;D.:' Idem/ p. ;;.FI414FIA 34 3I6EI24 :C9idealismo de origem hegeliana " percebido nitidamente ao longo de suas id"ias/ comnesta passagem/ em #ue repousa a obrigatoriedade do 3ireito no elemento moralS Q1o til " um est&mulo ara #ue a lei se cumpra/ a moralidade Ihe atribearterobrigat,rio.QXY7YZ 1ituando o 8usto eomo intermedirio entre o til e a Mora$arle enfatiza a sua importRncia/ chamando7o por Qid"ia ar#uitet-nica d

sociedade humanaQ/ e atribuiu7lhe/ no mundo social/ igual fun)*o #ue possui Qa id"ia dmedida e depropor*o no mundo da arteQ.:; $onsiderando #ue o mundo do 3ireiapresenta um contedo vrio/ trnrtsit,rio e particular/ $arle comete N Filosofia do 3ireia XY7YZarefa de cultivar o comum/ #ue e<iste na origem do 3ireito entre os XY7YZovosOconstartte/ #ue se manifesta nas leis hist,ricasO o universal/ XY7YZue se pro8eta peloprinc&pios da raz*o. 3a& #ue o ob8eto da Filosofia io 3ireito deve consistir no estudo dg>nese e desenvolvimento Siist,rico do 3ireitoO na pes#uisa das leis constantehist,ricas e XY7YZXY7YZrinc&pios da raz*o/ #ue se sedimentam progressivamente atrav"dos r"culos de e<peri>ncia.ls XY7YZ:. eoantismo de 6. 1tammler e de E. as  4 reconhecimento da insufici>ncia do m"todo emp&rico na XY7YZondu)*o da pes#uiscient&fica foi o responsvel pelo surgimento do .leoantismo. Avolta a Vant 7ur`czVant 7come)ou em :C?L/ iSom estudos de Vuno Fischer e/ mais tarde/ com a obra d4tto iebmann 7 Vant und die Epigonen ^:C?D[ 7/ onde concluiuS QPor7 tanto/ devemovoltar a Vant.Q *o se cuidava de um simples retorno/ mas de uma releitura cr&tica dobra do lil,sofo de V?nigsberg. Al"m da absor)*o da tese antiana do apriorismof,rmula ecl"tica entre o racionalismo e o empirismo sobre a origem do conhecimento o neoantismo assimilou a id"ia de #ue a Fllosofia passava a ser uma teoria da ci>ncipois a esfera da realidade se achava dividida entre XY7YZXY7YZs vrias ci>ncias.  Em sua Introdu)*o N Filoso ia do 3ireito ans ]elzel/l, acom7 panhado neste pass

por $abral de Moncada/lXY7YZconsiderou o neoan7

:9 5iuseppe $arle QinQA tdo do 3ireito em suas 6ela)XY7YZes com a tda 1ociol/ XYZ ed./ 3aniel Jorro7EdOtor/ Madrid/::'/ p. ;'B.:7t Idem/ p. ;'B.:D Idem/ p. '9.:? ans ]elzel/ op. cit/ p.:.: XY7YZ $abral de Moncada/ Filosofia do 3ireito c do Ertado/ /ivraria Acad>mic1araiva 1.A/ 1*o Paulo/:DL/:H vol./ p. 9:C.

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XL:'Zl$/. .:C; PAU4 A3E6tismo 8ur&dico uma filosofia complementar do positivismo. Al"nl de conservar o conceitde 3ireito desta filosofia/ teria promovido a corre)*o em sua linguagem. Ap,s 8ulgareinsuficientes os dados fornecidos pela e<XY7YZeri>ncia/ os adeptos dacXY7YZuecorrente recorrem N teoria do conheclmento de E. Vant/ especlalmente ao seu a priori/fim de elaborar conceitos e solver problemas 8ur&dico7filos,ficos.

 Ainda para ans ]elzel/ o neoantismo n*o fol bem7susedido em raz*o de havmantido o conceito positivista de 3ireito.  Inicialmente nica/ a doutrina neoantiana fracionou7se em diversas dire)XY7YZesobressaindo7se a Escola de Marburgo/ com Paul atorp/ A ange/ . $ohen/ $assirer e o 8urista7fil,sofo 6udolf 1tammler/ e a Escola de %aden ou 1udocidentaalem*/ com ]indel7 band/ 6icert e E. as.  os dom&nios do 3ireito o nome mais representativo da corren7 te filos,fica foi o d

6udolf 1tammler ^:CD?7:9C[/ 8urista e fil,sofo alem*o/ autor de Economia e 3irXY7YZi1egundo a $oncep)*o lllnteria7 lista da ist,ria ^:C_[ e 2ratado de Filo/so8ia do 3ireit^:''[/ entre outras obras. Por seu intermXY7YZdio o neoantismo distingue id"do 3ireito de conceito do 3ireito/ ambas consideradas por 1tammler no ob8eto dFilosofia do 3ircito. I"ia do 3ireito " o crit"rio pelo #ual se avalia e se 8ulga o 3ireitoEste/ por"m/ n*o dei<a de ser 3ireito por e<pressar o in8usto ou o arbitrrlo. $onceido 3ireito " o #ue h de comum em todos os institutos 8ur&dicosO " a nXY7YZ)*permanente/ comum/ absoluta/ Qa substantividade sempre idXY7YZntica dXY7YZ umparte das aspira)XY7YZes humanas/ inseparRvel como tal/ das aspira)XY7YZes/ #ual7 #ue#ue se8a seu modo de manifestar7se...Q.\ 4 conceito do 3ireito n*o pode ser apreciadpela Qpercep)o imediataQ/ nem com o recurso ao m"todo indutivo sobre uma gama de<peri>ncias 8ur&di7 cas/ pois a prtica seria tautol,gica.m ecessria/ sim/ " a pes#uisdos fatos sociais/ e n*o da vida 8ur&dica/ onde surgem as no)XY7YZes de 3ireito.  1tammler definiu o 3ireito como Qa vontade vinculat,ria/ au7 tr#uica e inviolvelQ.': 3ireito seria uma categoria da vontade/ pois n*o " corpo f&sico/ nem se destina abordar os fen-menos do espa)o. Modalidade da vontade/ o 3ireito nRo seria uproduto dela/ pois n*o h entre ambos uma rela)*o de criatura e criador. @ontade

:C ans ]elzel/ op. cit/ p.:.

: 6udolf 1tammler/ 2ratado e FilosoJio del 3erecho/ ed. cit./ p. '.'L Idem/ p. ?9.': ldem/ p.::B.FI414FIA 34 3I6E2IXY7YZ4 :CDXY7YZ/inculat,ria Q" a#uela #ue enla)a entre si vrias vontades eomo meios rec&procoem suas rela)XY7YZesQ.\XY7YZ *o " categoria e<clusiva do 3ireito/ mas comum Ndemais esp"cies de regras de conduta social. A norma 8ur&dica dispXY7YZe de autar#uinota #ue distingue o 3ireito das demais esferas normativas. En#uanto as regraconvencionais se apresentam aos destinatrios apenas como orienta)*o de conduta

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convite/ as de ordem 8ur&dica possuem maior pretens*o de validez e se impXYZem incondicionalmente aos destinatrios. Autar#uia significa #ue o 3i7 reito sapresenta em forma de preceitos 8ur&dicos. A no)*o de inviolabilidade 7 #uarta categordo 3ireito 7 n*o se refere ao plano XY7YZtico e corresponde N Qperman>ncia uniformna vincula)*o dos fins humanosQ/ pois o 3irXY7YZito Qdeve manter7se incomov&vel/ e n*dispor uma regula)*o nova para cada caso\ SXY7YZ 6elativamente ao 3ireito atura1tammler re8eitou a concep7 )*o #ue atribui N#uela ordem um carter eterno/ imutveluniversal/ pois Qisto " pretender o imposs&velQ.\Q 1ustentou a tese de um 3ireito aturde contedo varivel. Em Economia e 3ireito/ 1tammler havia criticado a teoria dmaterialismo hist,rico por situar o 3ireito como superestrutura dos fen-menoecon-micos. 4 3ireito " #ue condicionaria o econ-mico/ pois seria a pr"7condi)*o dpr,pria vida em sociedade.  a Escola de %aden/ as contribui)XY7YZes mais valiosas ao neoan7 tismo 8ur&dicpartiram de Emil as ^:CBD7::D[/ autor de diversas obras/ entre as #uais Filosofca d3ireito ^::D[. o #uadro da ontologia regional/ o 8urista e fil,sofo austr&aco situou

3ireito no mundo da cultura/ pretendendo enia)ar fatos e valores. 1endo uma eulturemp&rica/ a $i>ncia do 3ireito ense8a um duplo m"todo/ pois u 3ireito tanto se revelarcomo fator atuante na vida social #uanto XY7YZ<pressaria um con8unto dsignificados.\XY7YZ A Filosofia Jur&dica de Emil as revela/ implicitamente/ uma formde tridimensionalismo/ por 6eale denofrlinado gen"rico e abstrato/\XY7YZ pois admit#ue o 3ireito pode ser estudado sob tr>s RngulosS como ordenamento/ pela $i>ncia d3ireitoO como fato social/ pela 1ociologia Jur&dicaO como valor/ pela Filosofia do 3ireito

T' Idem/ p. C.T9 Idem/ p.::?.T; Idem/ p. .T1 Emil as/ FilosoXY7YZ\a Jurldica Editorial 3epalma/ %uenos Aires/:;?/ p. D?.T? Miguel 6eale/ 2coria 2iiXY7YZona do 3ireito/ 9i ed./ 1araiva/ 1*o Paulo/:CL/ p. 'D. D tXY7YZ.../ XY7YZ.XY7YZ. / .XY7YZXY7YZXY7YZ\XY7YZ PXY7YZdXY7YZQ .XL:'Z:C? PAU4 A3E6 XY7YZcosorzA 3o 3I6Erro :g\B  4 antigo professor da Universidade de eidelberg/ falecido prematuramente em ucampo de batalha/ pretendeu/ a um s, tempo/ superar o empirismo 8ur&dico/ pobre poseu alheamento aos valores/ e o 8usnaturallsmo/ #ue operava a partir de no)XY7YZe

absolutas. Ao t"rmino da anlise sobre o met,do da Filosofia do 3ireito/ Emil as asseverou #uQ4 3ireito atural e o istoricismo s*o os dois escolhos de #ue deve euidar7se Filosofia do 3ireitoQ '\  a mesma linha de pensamento de Emil as " a Filosofa do 3ireito do alem*5ustav 6adbruch ^:CBC7:;[/ pertencente tam7 b"m N Escola de %aden. $ontinuadda obra do 8urista e fil,sofo austr&aco/ 6adbruch evoluiu em sua posi)*o doutrinria culminou por abca)ar a filosofia 8usnaturalista.C'.A Posi)*o 3outrinria de "on 3uguit

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  A influ>ncia do positivismo comteano no pensamer   ヘ to de "on 3uguit ^:CD7:'C[marcante. 4 antigo decano da Faculdade de 3ireito de %ord"us pretendeu uma teordo 3ireito e<clusivamente realista/ distanciada do modelo 8usnaturalista. $onsiderou 3ireito uma ci>ncia e<perimental e re8eitou os 8u&zos de valor e concep)XYZes metaf&sicas.  Embora %odenheimer classifi#ue o pensamento de 3uguit como 8usnaturalismo dcolora)*ofortemente sociol,gica/ a obra do eminente eseritor revela elementoidenti$cadorcs da filosofia positivista.  A re8ei)*o N id"ia do 3ireito atural e o prop,sito de criar uma teoria realista foradeclarados por 3uguit/ mas a sua pretens*o de fundamentar o 3ireito na solidariedadou interdepend>ncia social suscitou diverg>ncia de opiniXY7YZes #uanto a sua filia)adoutrinria. A id"ia de subordina)*o do 3ireito a uma determinada teleologia n*o faparte/ realmente/ da dire)*o positivista/ mas em contrapartlda n*o impXY7YZnecessariamente/ o r,tulo 8usnaturalista. 2udo depende do fim #ue se propXY7YZe e dom"todos preconizados. A no)*o de interde7 pend>ncia implica em ordenamento d

fatos/ em disciplina de inte7 resses XY7YZsociais/ en#uanto o termo solidariedadconsiderado no sentido de entrosamento social/ n*o " tamb"m de natureza metaf&si7 c Al"m de n*o considerar o m"todo dedutivo na forma)*o do conhecimento/ 3ugurecorreu N li)Ro da e<peri>ncia. A cr&tlca #ue se pode apresentar ao 8urista franc>s #ue/ havendo re8eitado /XY7YZuizos de valor/ concebeu o 3ireito dentro de umdimens*o a<iol,glca.

 'B Emil as/ op. cit/ p. 'C.C9. 2eoria 5eral do 3ireito  Entre as formas de rea)*o N metaf&sica surgiu/ na Alemanha/ ao final do s"c. 0I0/ 2eoria 5eral do 3ireito/ com a obra dos 8uristas Varl %ergbohm/ Adolf Merel e Erns%ierling. A doutrina se esten7 deu a outros pa&ses/ como N Inglaterra/ Fran)a/ Espanh%"lgica/ Itlia. A Jurisprud>ncia Anal&tica/ do ingl>s John Austin/ embora anterior asurgimento da 2eoria 5eral do 3ireito/ insere7se em igual linha programtica.  3e cunho positivista/ os estatutos dXY7YZ nova disciplina se inspiraram nas ci>ncias dnatureza/ de onde os cientistas 8ur&dicos haveriam de e<trair o m"todo de trabalho. conhecimento 8ur&dico seria alcan)ado mediante o processo indutivo e a partir danlisXY7YZ dos fatos. A Allge7 meine 6echtslehre n*o visa a interpreta)*o osistematiza)*o do 3ireitoO

n*o " disciplina #ue aborda contedos normativos. Por seu interm"dio/ cogita7se dorganizar o instrumental indispensvel N organiza)*o do 3ireito Positivo. 6enconceitos gerais e abstratos #ue apresentam generalidades e graus de abrang>nciauma vez #ue podem referir7se tanto a um ramo #uanto N rvore 8ur&dica.  Embora a doutrina apresente obras da mat"ria onde se analisa o problema "ticcomo a de Jean 3abin/XY7YZs n*o " pr,prio da 2eoria 5eral do 3ireito a refle<*o emtorno do 3ireito atural e de valores 8ur&dicos. 3iferentemente da orienta)*o propostpor Vorounov/ ao lado dos m"todos hist,rico e emp&rico7realista/ a 2eoria 5erdo 3ireito n*o cogita do especulativo7idealista XY7YZ 6estrita a no)XY7YZes uni7 versai

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vlidas para #ual#uer ordenamento/ investiga os coneeitos 8ur&7 dicos fundamentaia#ueles #ue estruturam o 3ireito Positivo.  A importRncia da 2eoria 5eral do 3ireito N compreens*o do fen-meno 8ur&dico fevidenciada por orberto %obbio em preEcio de obra espec&fica da mat"riaS Qa teorgenerale del diritto offre a chi se ne sappia a!alere strumenti concettuali utili pcompreen7 dere tanto il diritto che sta fermo #uanto #uello che si muove/ tanto il dirittpassato #uanto #uello futuro.Q\XY7YZ

\C Jean 3abin/ 2eorla 5eneral del 3erecho/ Editorial 6evista dc 3erecho PrivadMadrid/ :1D.T M. Vorounov/ $ours de 2h"orie 5"n"rola du Ilroit/ @. 5iard E. %rikre/ Paris/:L9p. ;:.  orberto %obbio/ 1tudi Per Una 2eoria 5enerale del 3iritto/ 5iappichelli7Editor2orino/ :BL/ p. .XL:'Z

: 88 PAU4 A3E6  C;. 6ealismo Jccrfdico orte7americano e Escandinavo $om uma correspond>ncbsica aos postulados positivistas/  h diversas correntes #ue respondem pelo nome realismo 8uridico/ destacando7sprincipalmente o legal realism norte7americano e o escandinavo. 4 denomlnadcomum #ue vineula as vrias manifes7 ta)XY7YZes realistas consiste na ado)*o de um"todo emp&rico de inves7 tiga)*o cient&fca em #ue se d preemin>ncia N realidadconcreta e se re8eita a presen)a de comandos ideol,gicos. A filia)*o do realism

 8ur&dico N filosofia positiva " t*o patente/ #ue a e<pl ess*o " empre7 gada/ conformlembran)a de . Fernando $oelho/ como sin-nlma de positivismo e empirism

 8ur&dicos.  a corrente norte7americana/ com maior representatividade pro8etam7se os 8uristaVarl lk!llyn e Jerome Fran. $omo precur7 sores devem ser eitados os nomes d4liver ]endell olmes/ %en7 8amin . $ardozo e 6oscoe Pound. Acaracter&stica gerda doutrina " a valoriza)*o da prtica 8udicial na defini)*o do 3ireito e o papel sXYZcundrio atribuldo Ns disposi)XY7YZes legais.  A id"ia7matriz do legal renlism/ reconhecidamente se encontra em $ommon a^:CC:[/ de olmes ^:C;:7:9D[/ onde pioclamou #ue Qa vida do 3ireito nao foi l,gicaO foi a e<peri>nciaQ/ dito #ue se aplica ade#uadamente ao sistema angl

americano de 3ireito. A filosofia do 3lreito de %en8amin $ardozo ^:CBL7:9C[ n*o samolda inteiramente ao realismo/ apenas oferece alguns elementos de apoio corrente. 1ituou o 8uiz como servo da leiS QA constitui)*o supera uma lei eserita/ mauma lei escrita/ se conforme a eonstitul)*o/ supera a lei dos 8u&zes.Q99 1ua filia)*o apositivismo " discut&vel/ pois indica o bem7estar social eomo causa final do 3ireito XYZ acentua #ue a regra 8ur&dica contrria N#uele fim n*o " 8ustificvel.XY7YZ\ Entre om"todos preconizados para o 8urista/ %. $ardozo destacou o l,gico/ o hist,rico e sociol,gicoS Qa l,gica/ a hist,ria e o costume t>m o seu lugar. Faremos o 3ireiconformar7se a eles #uando pudermos/ mas apenas dentro de certos limitesQ.9D 1ob

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influ>ncia do pragmatismo do fil,sofo norte7americano ]illiam James ^:C;'7::L6oscoe Pound ^:CBL7:?;[/ considerado o e<poente ma<imo da Jurisprud>n7

9: . Femando $oelho/ ,gica lurfdica e dnterpreta)*o das eis/ 'XY7YZ ed./ Forense6io de Janeim/:C:/ p. 'B'.9' 4liver ]endell olmes op. cit p. '.99 %en8amin . $ardozo/ A oturera do Processo e o Evolu)*o do 3ireito/ $ia. Editoracional/ 1*o Paulo/:;9/ p.:;.9; Idem/ p. ;?.9D Iclem/ p. ;B.FI414FIA 34 3I6El24 :C cia 1ociol,XY7YZica/ adotou inicialmente a orienta)*o historicista e permeou a sudoutnna com a filosofia utilitarista em #ue a le   ヘ

 

era situada como f,rmula proporcionar a satisfa)*o de interesses. $om a evolu)*o de seu pensamento/ N "pocda 1egunda 5rande 5uerra/ Pound abrandou a sua posi)*o empirista/ mostrando7s

receptivo ao idealismo da doutri7 na 8usnaturalista. A sua preocupa)*o com componente sociol,gico " patente em sua obraS QXY7YZ..[ " necessrio tomar econsidera)*o as necessidades sociais e cu turais #ue aparecem num momento lugar determinados/ com todas suas poss&veis fric)XY7YZes/ conflitos/ e sob todos seuaspectosS econ-mico/ pol&tico/ religioso e moralQ \XY7YZ Em linguagem de alto esmeropoder de e<press*o/ Varl .le!ellyn ^:C97:?'[/ natural do Estado de ]ashington e antigo professor daUniversidades de $olmbia e $hicago/ produziu im7 portantes obras cient&?cas/ entras #uais destacam7se 2he $heyenne ]ay 7 $onflict and $ase a! in PrimitivJurispruderice ^:;:[/ em conXY7YZunto com o antrop,logo E. A oebel/ 2he %ranb%usch ^:D:[/ considerada uma valiosa introdu)*o ao 3ireito destinada a estudanteFoi autor de numerosos trabalhos publicados em revistas especializadas/ como 6ealistic JurispXY7YZudence :9L[ e 1ome 6ealism about 6ealism :9:[.  Pensando #ue o fen-meno do anacronismo social alcan)a tam7 b"m o 3ireito/ onde sregistra um descompasso entre a lei e os fatos da "poca/ le!ellyn reconheceu umdupla opera)*o na atividade 8udicialS de um lado/ a solu)*o prtica dos easosO de outra preser7 va)*o das regras 8ur&dicas e a apar>ncia de #ue estas inspiraram a decis*

 As normas 8ur&dicas n*o estariam aptas a selvir de guia para a vida. a esteira dolmes/ entendeu #ue o 3ireito seria os crit"rios adotados pelos 8u&zes. Papel princip

" o desenvolvido pela sociedade/ #ue cria a sua pr,pria ordem/ N #ual o 3ireito contribcom pe#uena parte. Em sua amXY7YZla Eorma)*o cultural/ n*o faltou uma refle<*sobre a presena da estetlca no 3ireito. Ap,s confer>ncia prnnunciada nUni7 versidade de $hicago/ em :;:/ publicou %eleza e Estilo no 3ireita/ onde reputopor faXY7YZa a beleza #ue nos te<tos Iegais n*o conduz N eXY7YZci>ncia.

 A est"tica deve estar a secvi)o da fun)*oS Q%uscar o #ue s, " ornamento sem levar econta a fun)*o/ e#uivale a procurXY7YZ falsos deuses por parte de #uem desempenhuma tarefa no 3XY7YZ\eito.

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  4 realismo8ur&dico norte7americano atingiu a sua fase conside7 rada radical com a obde Jerome e! Fran ^:CC7:DB[/ autor de

9? 6oscoe Pound/ As 5randes 2end>nciar do PenrNmento Jurfdico/ Ediciones Arie%arcelona/:DL/ p. 9?.9B V . le!ellyn/ %eleza e Estifo no 3ireito/ %osch/ $asa Editorial/ %arcelona/:D9/ 'D.XL:'Z:L PAU4 A3E6 a! and the Modern Mind ^:9L[/ ]hat $ourts do in Fact ^:9'[/ 1aveAmerica Firs^:9C[. 1abemos #ue a subordina)*o da atividade 8udicial aos planos da lei " prine&p#ue se fundamenta no valor seguran)a 8ur&dica/ na reconhecida necessidade de sobter a certeza 8ur&dica. 2al valor se apresenta/ assim/ eomo freio N liberdaddiscri7 cionria dos 8u&zes na solu)*o dos feitos #ue lhe s*o afetos.  Em seu e<acerbado antiformalismo/ Fran identificou o 3ireito com as decisXY7YZe

 8udiciais/ n*o obstante reconhecesse #ue a prtica 8udicial levava N incerteza 8ur&dictal a imprevisibilidade do teor das senten)as/ #ue n*o s*o ditadas pela raz*o/ mas frude intui)XY7YZes alcan)adas antes de sua prola)*o. A incerteza do 3ireito n*acarre7 taria/ por"m/ um efeito catastr,fico na vida das pessoas. Em seu livro a! anthe Modern Mind/ Fran recorreu ao m"todo psicol,gico para combater o rrlito 8uridicda certeza do 3ireito/ atribuindo o anseio de estabilidade 8ur&dica a um condicionameninfantil. 4 sentimento de garantia e firmeza #ue a autoridade paterna propor7 cionavera substitu&do pela e<pectativa de um 3ireito definido e certo. 4 8urista nortamericano pensava/ ainda/ #ue uma vez desis7 tissem os homens desse substituto dprote)*o paterna poderiam encarar de modo racional a sua posi)*o em face do 3ireito  A doutrina do realismo 8uridico escandinavo/ #ue culminou na forma)*o da Escola dUpsala e desperta interesse maior/ teve como ponto de partida os estudos do suec

 A<el *gerstrXY7YZrn ^:C?C7:9[e alcan)ou pro8e)*o com o pensamento dos suecos undstedt e 4livecrona/ al"m ddinamar#u>s Alf 6oss. En#uanto o legal realism dispensou especial aten)*o psicologia da atividade 8udiciria/ os realistas n,rdicos concentraram a sua refle<*fundamentalmente no papel dos tribunais em face de ordenamento 8ur&dico. Em comuma prefer>ncia pelo m"todo emp&rico nas investiga)XY7YZes cient&ficas e a re8ei)*o dvalores absolutos no Rmbito 8ur&dico.

  \ A<el XY7YZgerstrXY7YZm 8 havia desfechado a cr&tica aos conceitos tradi7 cionainotadamente aos de direito sub8etivo e dever 8ur&dico/ mas coube ao seu disc&pu]ilhelm undstedt ^:CC'7:DD[ a formula)*o de uma filosofia n`lista/ #ue negava ci>ncia 8ur&dica/ tachando7a de irreal e afetada de supersti)*o. A sua pretens*o foi a de<trair do 3ireito a supersti)*o e o fetichismo. $riticou os dogmas 8ur&dicos/ #ue sassentavam na imagina)*o e sustentou a tese de #ue a nica fonte do conhecimentcient&fico era a e<peri>ncia.  undstedt re8eitou a id"ia de #ue o 3ireito se fundava na racionalidade/ pois esta smanifestara apenas em estdio evolu&do

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FI414FIA 34 3I6EI24 :: das sociedades humanas. egou a e<ist>ncia de normas ou leis/ #ue seriam apenauma reuni*o de palavras teis ao Estado. A distin)*o entre normas vigentes e ideais ftamb"m recusada por ser uma ilus*o.

 Acusou a cren)a em um 3ireito ob8etivo formado por normas como o obstculo forma)*o da 8urisprud>ncia cient&fica Huando o 8urista interpreta o 3ireito para aplic7N realidade ftica/ n*o dispXY7YZe de um racioc&nio e<clusivamente centralizado no te<legal/ pois empreende investiga)XY7YZes e<tra legem/ voltadas para o social/ aind#uando aparen7 temente se utiliza cativamente das palavras da lei.s $onsiderand#ue undstedt reputava ilus,ria a e<ist>ncia de direitos sub8etivos e deveres 8ur&dico4livecrona apontou a contradi)*o do autor de 4 $arter ndo $ienhfico da 2eoria .lcrrXYZdica/ #ue Qnunca logrou evitar a falar de 3ireito sub8etivo e dever8ur&dico ao e<aminaos problemas8ur&dicos\ S\ Em sua anlise sobre a natureza do 3ireito/ o pensadsueco Varl 4livecrona ^n. :CB[ identi?cou o fen-meno 8ur&dico com os fatos sociais. elemento for)a seria indissocivel da id"ia do 3ireito. Este n*o seria um con8utlto d

normas garantidas pela for)a/ mas um agre7 gado de normas relativas N for)a/ #udisciplina o e<erc&cio desta. *o haveria um fator e<terno aos indiv&duos #ue desseao 3ireito o selo da obrigatoriedade. A energia desta estaria apenas na menhumana/ #ue age sob o impulso da previs*o da san)*o legal. A for)a/ eltima anlise/ seria a fonte da obrigatoriedade do 3ireito. A generalidade das normasociais possui carter de imperativo independente/ en#uanto as nXY7YZrmas 8ur&dicas sdistinguem das demais esp"cies por#ue a organiza7 )*o #ue estabelecem constitmonop,lio do Estado.  4livecrona atribui grande valor N linguagem 8ur&dica/ #ue seria indispensvel aconhecimento dos fatos #ue se sucedem no mundo.

 As not&cias de acontecimentos importantes/ como atos de governo/ declara)*o dindepend>ncia de um pa&s/ v>m e<pressas em lingua7 gem #ue rene termo

 8ur&dicos.QXY7YZ W elaro #ue nem toda linguagem 8ur&dica " acess&vel aos leigos/ mahaveria um con8unto de termos suficientemente difundidos e #ue t>m o poder dtransmitir id"ias e no)XY7YZes de fatos. 4livecrona pensava #ue os conceitos 8ur&dicofun7 damentais s*o representados pelos direitos sub8etivos e deveres. As duacategorias/ por"m/ n*o e<istem no mundo sens&vel/ e somente

XY7YZt9 egaz y acambra/ Filoso8ta del 3erecho/ ed. cit./ p. ''.

9 Varl 4livecrona/ inguagem Jurldico e 6ealidade/ $entro Editor de Am"rica l.atina%uenos Aires/:fiC/ p. 'B.;L Varl 4livecrona/ op. cit./ p. B.  ./.XY7YZ2.XY7YZtnXY7YZa Q\XY7YZ/\r:XY7YZi.. XY7YZ/..!..lXY7YZ \XY7YZ.. ..XL:'Z:' PAU4 A3E6 por um enfo#ue antimetaf&sico/ por um estudo emp&rico da lingua7 gem XY7YZ8ur&dica/poss&vel a identifica)*o dos direitos e deveres 8ur&di7 cos. Um e<emplo disso s*o achamadas e<pressXY7YZXY7YZes realizantes8ur&dicas

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7 a#uelas #ue/ n*o se ocupando de relato de fatos/ t>m o poder de criar rela)XY7YZe 8ur&dicas 7/ !mo Qd-o7lhe uma !le)*o de livros !mo pr>7 mio...Q. $om tais e<pressXYZes criam7se/ modifcam7se ou e<tinguem7se direitos e deveres 8ur&dicos.\' Para dan>s A.lf 6oss ^n.:CC[/ antigo disc&pulo de ans Velsen e/ mais tarde/ de A<el XYZgerstrXY7YZm/ !nsidera7se 3ireito vigente o sistema de normas #ue permite interpreta)*o para a a)*o social correspondente. 4 sistema se funda na efetividade/ nfato de #ue suas prescri)XY7YZes s*o obedecidas e 8ulgadas obrigat,rias. 4 decisivpara a caracteriza)*o da vig>ncia " a aplica)*o das regras pelos tribunai4 destinatrio do 3ireito n*o s*o os particulares/ mas os tribunais. 4 #ue acusa vig>neia n*o " o fen-meno do 3ireito estar em a)*o na sociedade/ mas a aplica)*pelos 8u&zes. A anlise de Alf 6oss " realista no sentido de #ue e<pressa o #ue spassa na realidade. Assim/ ao analisar a temtica do aborto/ !nsidera irrelevante !nduta social e importante o !mportamento dos tribunais. Para #ue a proibi)*tenha #ualifica)*o 8ur&dica " indispensvel #ue os tribunais assim o declarem em caso#ue lhe s*o submetidos a 8ulgamento.

  A inteXY7YZpreta)*o 8ur&dica se funda no princ&pio da verifica)*o/ pois a ci>ncia d3ireito " tamb"m ci>ncia social emp&rica. Assim/ a fun)*o e<eg"tica n*o pode seguiada por princ&pio apriori. A a)*o dos tribunais " relevante nesse mister. Para defini)*o do 3ireito nRo " suEiciente sabermos os precedentes 8udiciais/ mas tamb"mtend>ncia dos tribu7 nais/ isto "/ como as mat"rias dever*o ser decididas na Justi)aPara Alf 6oss/ o 3ireito vigente " um !ntedo de previsXY7YZes das decisXYZes 8udiciais. $onsidera importante reconhecer #ue as proposi)XYZes8ur&dicas possuem um coeficiente de relatividade/ pois n*o se pode preve!m certeza/ a modalidade de aplica)*o pelos tribunais. En#uanto para a doutrintradicional o #ue fundamenta o 3ireito vigente " a subordina7 )*o a princ&pios a priori3ireito atural ou norma pressuposta 7/ em sua opini*o a vig>ncia " mat"ria afeta aplica)*o.  Huando Alf 6oss se refere a tribunais/ emprega o termo em sentido amplo/ pasignificar ,rg*os enearregados da aplica)*o do

;: Idem/ p. '.;' $f. Varl 4livecrona/ op. cit/ p. 9C.FI414FIA 34 3I6E224 : 3ireito/ se8am 8u&zes/ administradores/ promotores de 8usti)a. 6ela7 tivamente N obX

YZe)*o #ue se faz ao concelto apresentado de interpre7 ta)*o/ #ue retira a possibilidadde uma cr&tlca N decis*o 8udicial/ o 8urista7fil,sofo dinamar#u>s ponderaS QEsta ob8e)*repousa em um mal7entendido. As id"ias desenvolvidas a#ui n*o impedem #ue se #uai#ue uma decis*o de e#uivocada. Esta se patenteia #uando em desacordo com 3ireito vigente ^...[ resultando #ue o mais provvel " #ue no futuro os tribunais sapartem dessa decis*o. Em alguns casos " poss&vel predizer isto com um alto grau dcertezaO por e<emplo/ se " obvio #ue o tribunal apli!u por erro uma lei derrogada.QQEntre outras razXY7YZes #ue se possam apontar/ os realistas n,rdicos se filiaram

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macrocorrente positivista/ de vez #ue/ al"m de situarem a !a)*o !mo um doelementos do 3ireito/ negaram a id"ia de8usti)a.Em suas !llcep)XY7YZes o 3ireito > mais um !n8unto de fatos do #ue uma sele)*normativa. A doutrina tentou dissolver o normativismo.CD. $onclusXY7YZes  4 positivismo 8uridi! constitui um grande p,lo doutrinrio na rea da Filosofia d3ireito/ #ue rene diversas !rrentes #ue se unem por alguns pontos em comum e sdiversificam em outros. $ontrapXY7YZe7se a outro p,lo fundamental de id"ias

 8usnaturalismo 7/ #ue tamb"m se divide internamente. 4 denominador comum da!rrentes positivistas registra afirma)XY7YZes e negativas. Afirma7se #ue o m"tod

 8ur&dicSo " o emp&ri!/ pelo #ual o investigador deve observar a realidade !ncreta.3ado real 7 ao #ual o cientista deve ater7se 7 " o ncleo o!de se processam adissensXY7YZes. orma 8uridica/ c,digo/ fnto sociaXY7YZ fato natu7 raXY7YZ psicolXYZDgico/ decis*o 8udicial/ eis algumas de suas identifica)XY7YZes.ega7se a validade de princ&pios metaXY7YZsi!s/ de valores absolutos/ de princ&pios #u

se8 am eternos/ imutveis e universais.  1e de um lado a 8urisprud>ncia positivista se ressente da aus>neia do elemento "ticde outro se mostra garantida por um m"todo crite7 rioso e seguro de avan)o cient&fico#ue tende a afastar mitos e supers7 ti)XY7YZes de seu Rmbito.  a opini*o de enri %atiffol/ ao impor a obedi>ncia incondi7 cional ao 3ireito/ positivismo 8ur&dico revela7se Qa muralha indis7 pensvel das liberdades individuaisQ.Pensa o escritor franc>s #ue

;9 AIE 6oss/ 1obre el 3erecco e la Justicia ed. cit./ p. ;.;; . %atiffol. A Filosofia do 3ireito/ 3ifus*o Europ"ia do ivro/ 1*o Pauto/:?C/ p.:C.XL:'Z:; PAU4 A3E6 essa doutrina favorece o e<erc&cio da liberdade ao censurar a ineor7 pora)*o ao 3ireide uma filosofia Q#ue ser sempre contestvel e contestada/ com grande dano tantpara a liberdade de opini*o #uanto para a autoridade da leiQ ;s 2al racioc&nio de %atiffn*o apresenta consist>ncia l,gica e revela7se insubsistente. 3a premissa analisadpode7se chegar a resultado oposto. 4 reconhecimento de um comando ideol,gico ncerne da lei permite ao int"rprete e aplicador alguma fle<ibilidade na sua aprecia)*o. opera)*o estri7 tamente l,gica n*o tem o poder de agasalhar/ de modo suficiente

as leg&timas aspira)XY7YZes sociais. *o h como negar a e<ist"ncia de id"ias reitorana lei/ princ&pios e filosofia. Produto do esp&rito humano/ a lei pro8eta consci>ncipensamento/ ideologia. 4ra/ se a lei abriga invariavelmentefilosofia/ como se subtrair aseu direcionamentoT1eria l,gico admitir7se a filosofia apenas na cunstru)*o do edif&cio 8ur&dico/ dela sapartando no momento da leitura da leiT A prevale7 cer a opini*o do escritor franc>s/ contrario sensu chegar&amos N conclus*o de #ue o 3ireito atural " obstculo efetlva)*o das liberdades individuais. 2*o l,gica #uanto XY7YZbsurda "

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infer>ncia/ mormente #uando se reconhece #ue a protee*o N#uele valor e vida humana " a meta optata da ordem 8lcridicn nnturnl.$ap&tulo 0@2E46IA PU6A 34 3I6EI241UM6I4S 1f< A 4bra e o Autor CB. 4 PeXY7YZil da 2eoria Pura do 3ireito.CC. 4s Principios de $ausalidade e de Iinputa)*o. C. orma Juridica.XY7YZ $onceitoEstnctura ,gica ffierar#uia. L. @alidadk e Eficcia. :. 3ever Juridico e 3irei1ub8etivo. ' Estadv e 3ireito. 9. 3ireito acional e 3ireito Iruernacional. ;. Justi)a 3ireito. D. A Id"ia do 3ireito atural.?. A Interpreta)*o do 3ireito.C?. A 4bra e oAutor   Ao longo do atual s"culo/ a 2eoria Pura do 3ireito/ do austr&aco ans Velsen ^:CC:B9[/ vem suscitando e<traordinrio interesse/ comparvel N repercuss*o alcan)XYZida pelo 8usnaturalismo na centria passada. F.<posta orOginalmente XY7YZacXptprobleme der 1tnatsrechts7 leheiXY7YZe ^Problemas $ap   ヘ tais da 2eoria d

3ireito Estatal[/ em :::/ a concepe*o obteve maior desenvolvimento em seuprinc&pios com a publica)*o de 6eine 6echtslehre ^2coria Pura do 3ireito[/ em :9;/nas inova)XY7YZes trazidas na segunda edi)*o/ em :?L.A 2heory of .$.zlv and 1tnt^2eoria 5eral do 3ireito e do Estado[/ publicada em $ambridge/ Massachusetts/ em:;D/ pela arvard University Press/ 8 significava importante avan)o no pensamende ans Velsen.l A vers*o definitiva do normativismo elseniano surgcomAllgemeine 2heorie 3er otmen ^2eoria 5eral das ormas[/ vinda a lume em :Bap,s o desaparecimento de seu autor. 2al obra foi publicada sob os ausp&cios dInstituto ans Velsen. Em 2eoria 5eral das ormas foram introduzidas importanteretifica)XY7YZes na doutrina do eientista do 3ireito/ especialmente no conceito dnormafundamen7 tnl e na distin)*o entre normn primrrrin e normn secundria. A obra

: Em :9/ a QAssoc&a)*o das Escolas de 3ireito orte7americanasQ resolveu publicaem l&ngua inglesa/ obras estrangeiras de Filosofia do 3ireito. Entre os nomeescolhidos/ ans Velsen optou por reescrever o seu pensamento com a obra citada nte<to/ N #ual deu novos contornos N sua famosa 2eoria.;D Idem/ p.:C.XL:'Z:? PAU4 A3E6

 de Velsen constitui a mais elaborada e reenada teoria geral do 3ireito. $on#uantrevele harmonia em suas linhas mestras/ apre7 senta alguns pontos dbios/ como o dnorma fundamental e deter7 minadas incoer>ncias l,gicas/ como a relativa N validez d3ireito.  Ap,s o doutorado em 3ireito/ Velsen/ entre os anos cinco e onze do s"c. 00/ elaboroa 2eoria Pura/ nascida de uma in#uieta)*o intelectual #uando observava/ ainda ncurso 8uridico/ #ue os pr,prios docentes confundiam os planos do ser e do dever sen*o separando claramente o 3ireito Positivo do virtual ordenamento8ur&dico. Festa perple<idade #ue o teria conduzido Npureza met,dica e/ na opini*o de Josef Vun

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Qmuito mais por instinto do #ue por estudos sistemticos e filos,cosQ.' Velsen atribuN $i>ncia do 3ireito o estrito papel de analisar as normas 8uridicas e divisou na Wtica1ociologia e Pul&tica a fun)*o de submeter o 3ireito N cr&tica de contedo.  Para a melhor compreens*o das etapas evolutivas da 2eoria Pura do 3ireito/ " til resenha biogrfica de seu autor. 6eferido como o Mestre de @iena/ na realidade anVelsen/ de origem 8udia/ nasceu em Praga/ em :: de outubro de :CC:/ radicar.do7se neaFStal austr&aca a partir de tr>s anos de idade/ onde estudou e doutoruu7se em 3ireito magist"rio 8ur&dico/ iniciou7se na Universidade de @iena/ primeiramente comdocente livre de 3ireitu Phlicu e Filo7 sofia Jur&dica ^:::[ e/ sueessivamenttr/ cumprufessor e<traordin7 rio ^::B[ e titular ^::[. I@ 2a ustria/ nXY7YZzu cl&Ssenvolvcapenas atividades te,ricas. a cundi)*o de assssur do hXY7YZlinistro d5uerra/ redigia pro8etos de lei e mantinha estreitus colltatos eoiXY7YZ: o Impera7 doVelsen familiarizava7se cum as #utstXY7YZes pol&ticas e diplomticas/ #ue enri#ueciamsua e<peri>ncia. Em ::/ foi convidado para elaborar a $onstitui)*o da nova 6XYZpblica da ustria/ promulgada no ano seguinte/ N #ual imprimiu fundo democrtico

apuro t"cnrco \ 1ob a vig>ncia da $onstitui)*o de :'L/ Velsen/ al"m de profes7 suniversitrio/ ocupou o cargo de Juiz da $orte $onstitucional at" :'. o anseguinte/ aceitou convite para lecionar na Universidade de $ol-nia. a Alemanhpor"m/ permaneceu pouco tempo/ pois o regime nazista se mostrava adveSso Natividades dos intelectuais.1eguidamcnte/ Velsen lecionou no Instituto de Altos Estudos Inter7

 ' Josef Vunz/ a 2eoria Pura del 3erecho/ reimpress*o da :XY7YZ ed./ Editoacional/ M"<im/ :B;/ p.:?.9 Em importante inova)*o/ a ei Maior atribuiu N $orte $onstitucional a compet>n)para revogar leis inconstitucionais n*o apenas diante de casos concretos. ^$f. eJosef Vunz/ op. cit. / p. 9;.[FI414FIA 34 3I6E224 :_ nacionais/ em 5enebra/ e na Universidade de Praga/ onde foi alvo de hostilidadepraticadas por grupos de estudantes nazistas. Antes de radicar7se definitivamente noEstados Unidos/ teve uma curta pas7 sagem em $uba/ onde proferiu um eurso nUniversidade de avana.  En#uanto o primeiro perfil da 2eoria Pura desenhou7se no mundo europeu/ em umfase conturbada da hist,ria universal/ a doutrina atingiu o pleno amadurecimen

#uando o autor se instalou em %eerley/ $alif,rnia. Era natural #ue uma concep)*densa de id"ias e #ue encerrava um forte potencial de desdobramenfosse reelaborada com acr"scimos e retifica)XY7YZes. Paralelamente a esta condi)*interna ou sub8etiva/ h #ue se reconhecer #ue a transfe7 r>ncia de Velsen para oEstados Unidos trou<e7lhe influ>ncias eulturais/ com pro8e)*o em alguns pontos d2eoria Pura. Esta fora plane8ada N vista da e<peri>ncia com o 1istema $ontinental d3irei7 to/ en#uanto o contato com o $ommon a! induziu7lhe a repensar a 2eoria etermos eompreensivos de ambas tradi)XY7YZes 8ur&dicas.

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E<emplo disto " a atribui)*o de compet>ncia ao 8udicirio. a pri7 meira edi)*o d2eoria Pura/ embora a sua cr&tica Ns teses #ue minimizavam a fun)*o dos tribunaidando7lhes um carter apenas declarativo do 3ireito/ Velsen limitou o poder 8udicial criatividade da norma individualizada.D A e<peri>ncia/ entretanto/ com o 1istema Anglo

 Americano/ levou7o a admitir um papel mais amplo para a 8urisdi)*o/ n*o limitado cria)*o da norma individualizada/ mas tamb"m de normas geraisS QUm tribunaespecialmente um tribunal de ltima instRncia/ pode receber compet>ncia para criaatrav"s das decisXY7YZes/ n*o s, uma norma tamb"m individual/ apenavinculante para o caso sub 8udice/ mas tamb"m normas gerais. Isto " assim #uando decis*o 8udicial cria o chamado precedente 8udicial/ #uer dizerS #uando a decis*

 8udicil do caso concreto " vinculante para a decis*o de casos id>nticos...  *o obstante a originalidade da 2eoria Pura do 3ireito/ a Jurisprud>ncia Anal&tica dJohn Austin ^:BL7:CD[/ de fundo nor7 mativista/ " apontada como sua precursoraVelsen a reconheceu em 5eneral 2heory of a! and 1tate/ embora com a observa)*de #ue

1e a fase europ"ia de vida foi agitada/ a americana transmitiu ao 8urista tran#`ilidade esperadaS QFoi7me poss&vel/ recentemente/ comprar uma pe#uena casa#ui na bela $alif,rnia. 3e meu escrit,rio/ descortino a magn&fica %a&a de 1*Francisco e at" o 4ceano Pac&fco. Em meu pe#ueno 8ardim/ crescem rosas/ umamaravilhosas rosas m<as/ #ue alegram meu eora)*o.Q ^2recho de carta endere)ada aseu patr&cio Josef Vunz/ por este 9ivulgada em sua a 2eoria Pura del 3ereciSo/ ed. cip.:9.[$f. em ans Velsen/ QinQ 2eoria Pura do 3ireito/ ed. cit./ p.:B.ans Velsen/ op. cit./ p. 9;9.XL:'ZPAU4A3E6 o te,rico ingl>s n*o promovera a completa depura)*o do 3ireito em rela)*o aoelementos sociol,gico e psicol,gico. o depoimento de Josef Vunz/ a 2eoria Pura felaborada por Velsen sem o menor conhecimento da Jurisprud>ncia Anal&tica/ estudadpor ele somente ap,s a chegada aos Fstados Unidos/ em :;L.\ CB. 4 Perfl da 2eorPura do 3ireito  A 2eoria Pura do 3ireito " doutrina #ue se insere tanto nos dom&nios da FilosofJur&dica #uanto na 2eoria 5eral do 3ireito. a primeira disciplina/ por#ue aborda

problemtica conceptual do8usOna Allgemeine 6echtslehre/ por#ue n*o se refere a um sistema espe7 c&fico e analisa oelementos operacionais do 3ireito com abstra)*o sociol,gica e de valores. W uma teorreducionista/ #ue identifica o 3ireito com a norma 8ur&dica. Esta " a base de toda constru)*o 8ur&dica. A $i>ncia do 3ireito tem por ob8eto o estudo de normas 8ur&dicavisa a revelar o ser do 3ireito e n*o o 3ireito ideal/ o dever ser 8ur&dico. A 2eoria Purauma resposta a dois tipos de indaga)*oSo #ue " o 3ireitoT $ocno " o 3ireitoT *o se situa no plano das especula)XY7YZe#uanto ao dever ser/ tarefa cometida por Velsen N Pol&tica Jur&dica.s A purez

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met,dica consiste na adstri)*o da 2eoria a fatores estritamente 8ur&dicos/ sem inger>ncia de ideologias pol&ticas e das ci>ncias da natureza. A e<clus*o do fato e valon*o implica em sua re8ei)*o intelectual ou anula)*o de sua importRncia para o 3ireito.Faz parte da distin)*o elseniana entre a $i>ncia do 3ireito e outras disciplinas #uversam sobre o fen-meno 8ur&dico. 4s valores s*o relevantes/ mas o seu reduto "

 A<iologia e a Filosofia do 3ireito.Em igual sentido/ os fatos/ #ue devem ser XY7YZonsiderados na 1ociologia 5eral e nJur&dica. Adiserimina)*o pertinente ao fato evalorse refere apenas N composi)*o d3ireito e N ci>ncia #ue o estuda. Em sua atividade intelectual/ Velsen tamb"investigou na rea da A<iologia e na da 1ociologia/ com produ)*o de trabalhoespec&ficosS 1ocinlisXY7YZ_io e Estndo ^:'9[/ A Justi)a eo 3ireitoatural/ publicadinicialmente em ap>ndice N segunda edi)*o de 6eine 6echtslelu7e ^:?L[.  4 3ireito " um agregado normativo #ue n*o re#uerlegitima)*o pela instRnca<iol,gica. As normas 8ur&dicas eomportam/ assim/ #ual#uer contedo/ e diante de seues#uemas compete ao aplicador 

B Josef Vunz/ op. cit/ p.:.C 4p. cit/ p.:B.FI414FIA 34 3I6Er24 : a verifca)*o/ t*o7somente/ dos re#uisitos de validadeS respeito N hierar7 #uia das fontee um m&nimo de eficcia. Velsen n*o afirma #ue a norma 8ur&dica dispXY7YZe dautolegitima)*cO mas esta " uma conclus*o de ordem l,gica em face de seu sistema. busea de legitima)*o fora do #uadro estritamente normativo foi admitida/ mas comproblema meta8ur&dico a ser dilucidado em esferas espirituais ^Pol&tica/ 6eligi*Metafisica[.$om a obra de :;D/ passou a distinguir valores do 3ireito e valores de 8usti)a. A#uelese referiam Ns pautas normativas/ em fun)*o das #uais se #uali?eariam as condutacomo l&citas ou il&citas. 2al8u&zo de valor se inscreveria na ,rbita da $i>ncia Jur&dica em seu aspecto abstrato/ na 2eoria Pura. 4s valores dXY7YZ8usti)a/ diEerentXY7YZmentseriam sub8etivos e transcenderiam os #uadros da $i>ncia do 3ireito.  Emoldurados em normas 8ur&dicas/ os fatos e os valores concre7 tos seriacontingentes em seu modo de ser. A varia)*o dos fatos e dos valores nRo afetara8uridicidade das normas/ pois estas admitem ual#uer reEer>ncia ftica e n*o scondicionam a valores espec&ficos.

XY7YZsim conceituado/ ao 3ireito n*o estaria garantida a fun)*o de processo dadapta)*o social/ pois este re#uer n*o apenas a imposi7 )*o de normas/ mas contednormativo atualizado com o momento hist,rico. urmas anacr-nicas/ infere7se/ seriat*o 3ireito #uanto as normas a8 ustadas "tica e socialmente. 1e o 3ireito deve seinstru7 mento de avan)o social/ como reputar Q3ireitoQ a norma #ue obsta7 culiza progressoT  A 2eoria Pura/ pergunta7se/ autoriza ao int"rprete a sua iden7 tifica)*o com ideologiaautoritriasT Embora n*o ha8a indicativo neste sentido e a 2eoria se apreseneticamente neutra/ " indubit7 vel #ue se mostra permissiva ou um esturio do bem e d

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mal/ do8usto e do in8usto/ do liberal e do desp,tico. A sua falha radica na falde e<ig>ncias "ticas/ o #ue implica na autoriza)*o ou tolerRncia para #ue se instalemsob o plio da lei/ regimes autoritrios. A 2eoria n*o apresenta mecanismo dresist>ncia Ns normas substancialmente in8ustas ou formas de tutela ao 3ireito atura*o antepXY7YZe limites de validade Ns normas/ al"m das estabelecidas em escalahierr#ui7 cas. W certo #ue a 2eoria n*o veda a refle<*o em torno daestimativas 8ur&dicas/ mas " certo tamb"m #ue n*o a patrocina/ convoca ou ineentiva. balan)o valorativo seria dispensvel na etapa de aplica7 )*o do 3ireito/ salvo para ofins da e<egese.  Ao eleger a norma como o eidos 8ur&dico/ Velsen pretendeu fazer/ na $i>ncia d3ireito/ o e<purgo de elementos estranhos ao seu ob8eto. 1ob este Rngulo/ oportuna sua interven)*o/ pois coin7 cidiu com um per&odo cr&tico na hist,ria do 3ireito/ em #use lhe XL:'Z'LL PAU4 A3E6 negavam/ especialmente os humanistas/ foro de ci>ncia. 3ada a varie7 dade do 3irei

no tempo e no espa)o/ faltavam7lhe universalidade e elementos necessrios/ #ufor)osamente devXY7YZriam integrar #ual#uer ramo cient&fico. A estas ob8e)XY7YZehavia respostas na 2eoria Pura.  Pensamos #ue/ en#uanto em uma assembl"ia os parlamentares discutem eonveni>ncia da ado)*o de determinados institutos em lei/ o plano de anlise n*o "

 8ur&dico/ salvo se a dis#uisi)*o se referir a #uestRo de constitucionalidadXY7YZ ou dharmonia do sistema. Huando os debates se travam em fun)*o da oportunidade sociao contedo das id"ias " de natureza pol&tica ou ideol,gica. A partir do momento em #uocorre a defini)*o e a lei " promulgada/ o fato/. o valor e a norma passam a compor fen-meno 8ur&dico. A afirmativa de #ue o 3ireito " apenas a norma/ corresponde a umdissocia)*o ineom7 preens&vel. 1e de um lado a pureza met,dica/ assim eoncebidpXY7YZssui o cond*o de afastar as correntes pol&ticas da $i>ncia lur&dica/ esta outorgando t&tulo de autonomia/ de outro/ diminui a icnportRncia do 3ireitatribuindo7lhe a fun)*o apenas de chancelar doutrinas. 4 maior prest&gio do 3ireitseria o de legitimar teses po&icas vitoriosas.CC. 4s Principios de $ausalidade e de Imputa)*o  4 3ireito " ci>ncia social e integra o mundo do dever ser. *o descreve fatos #uocorrem necessariamente/ mas estebelece o dever ser das condutas sociais. 3ifefundamentalmente das ci>ncias na7 turais/ #ue e<plicam fen-menos #ue se sucede

com regularidade. As leis da natureza s*o regidas pelo princ&pio da causalidade. o mundo natural/ nadocorre por acaso/ mas devido a determinadas causas. As ci>ncias naturais revelam ordem do ser/ da#uilo #ue e<iste e #ue acontece/ em seu eneadeamento de leinviolveis.Inicialmente/ Velsen retratou o princ&pio de causalidade como um ne<o ine<orveposteriormente/ atribuiu ao princ&pio apenas um alto grau de probabilidade. A concus*o a #ue se pode cfiegar/ pensamos/ depende do Rngulo de enfo#ue. 1XY7YZ princrpio for consi7 derado como ordenador da mat"ria/ a sucess*o XY7YZ.ntre causa

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efeito h de ser vista como necessidade inevitvelO se tomado comtXY7YZ princ&7 pio deonhecimento/ impXY7YZe7se o entendimento definit ヘ vo de XY7YZ$cSlsen.  1eguindo a linha antiana/ para Velsen o ser e o dXY7YZver ser constituem duacategorias independentes e irredut&veis. 3cXY7YZ seO n*o se poderia derivar o deverseconforme pre<ens*o do 8usnatXY7YZiraTismo/ com base no conceito de naturezhumana. 3iferentemente das leis naturais/ regidas pela causalidade/ a rela)*e<istentXY7YZ en.tre tausa e conse#ii>ncia na estrutura da norma 8ur&dica seria dirnputn)*o/ ouXY7YZosoFea no nI6Erro 'L: se8a/ de coa)*o estatal. A norma 8ur&dica seria a e<press*o de um mandamento oimperativo. A cone<*o entre o il&cito e a san)*o n*o " de ordem causal. 4 il&cito n*o "causa da san)*o/ nem esta " a conse#ii>ncia do il&cito. Aplica7se a san)*o pela prticdo il&cito em raz*o de prescri)*o normativa. 4corre a interveni>ncia da vontade.

 A cadeia de elos #ue se apresenta nas vrias esp"cies de ordem normativa " sempelabora)*o humana ou sobre7humana. Entre as leis naturais/ o efeito n*o decorre d

prescri)*o volitiva.  determinadas ci>ncias sociais cXY7YZue apresentam regularidade em seufen-menos e #ue por este motivo sao consideradas causais/ como a Psicologia e 1ociologia. 3ados certos fatos/ com uniformi7 dade e constRncia surgem determinadaeonse#i.i>ncias. Entre estas ci>ncias e as naturais haveria apenas uma diEeren)a ngrau de probabilidade. As ci>ncias normativas ^3ireito/ Moral/ 6eligi*o[/ por n*registrarem/ regularmente/ a sucess*o de fatos e efeitos/ n*o se subordinam aprinc&pio de eausalidade/ mas ao de imputabilidade.

 As ci>ncias normativas n*o prescrevem normas/ pois seu papel seria apenas o destudar eontedos normativos e os v&nculos sociais correspondentes. 4s indiv&duos ssubmetem a determinada ordem normativa apenas #uando esta dispXY7YZe sobre a sueonduta. a termi7 nologia elseniana/ eficaz " a norma #ue provoca adesXY7YZes. Euma ordem normativa eficaz/ #uando ocorre o pressuposto de uma con7 se#`>ncia/ apenas provvel #ue esta se realize. En#uanto o ne<o de condi)*o e conse#`>ncia n*apresenta dXY7YZsdobramento na esfera normativa/ esgotando7se a cone<*o #uando desobedi>ncia segue7se a san)*o/ sob o influ<o da causalidade/ a cadeia se#`encin*o apresenta um ponto final. Velsen rebate a opini*o XY7YZeneralizada #ue condiciona e<ist>neia da liberdade a n*o7suXY7YZei)*o a causalidade. 4 homem ser livre/ n*obstante a intlu>ncia das leis naturais em sua eonduta/ #uando se converte noXY7YZX

YZonto final da imputa)*o ^recompensa/ san)*o[. Velsen " perempt,rioS *o se impualgo ao homem por#ue ele " livre/ mas/ ao contrrio/ o homem " livre por#ue se lhimputa algo.Q C. orma JuridicaS $onceito/ Estrutura ,gica/ ierar#uia  A norma 8ur&dica representa a categoria l,gica fundamental da 2eoria Pura/ #ue erige em unidade do 8us positum e em ob8eto da $i>ncia do 3ireito. E<pressando udeverser/ a norma traduz a conduta #ue um indiv&duo deve assumir em determinadacircunstRncias. VelsXY7YZn distingue norma8ur&diXY7YZa de proposi)*o 8ur&dica/ #utamb"m denomina

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aXY7YZs Velsen/ op. cit/ p.:;C.  XY7YZ XY7YZXY7YZ\XL'CZl&9d.9 .1i\ilSJi5 XY7YZ fXY7YZXY7YZ../..XY7YZ. XY7YZXY7YZXY7YZ. 3li JSXY7YZIt\XY7YZd XY7YZ ilXY7YZf%lf 3: lXY7YZr XL:'ZPAU4 A3E6 por regra de 3ireito. Esta seria um 8u&zo hipot"tico e instrumento pelo #ual a $i>ncia d3ireito descreve o seu ob8eto. A norma 8ur&dica/ pela nova vers*o da 2eoria/ seria umandamento/ um imperativo. A#ui radica uma das grandes altera)XY7YZes promovidapela segunda edi)*o da obra 2eoria Pura do 3ireito/ visto #ue na anterior Velsesustentou a tese de #ue a norma 8ur&dica apresentava estrutura l,gica de um 8u&zhipot"tico.\o Para o te,rico austr&aco/ a norma conteria a determina)*o de uma conduta proposi)*o/ o seu enuncia7 do. Al"m de impor o eomportamento/ as normaconeedem permiss*o e atribuem compet>ncia.  A norma 8ur&dica/ em si/ n*o ensina/ apenas dispXY7YZe sobre a conduta. Aproposi)XY7YZes orientam/ pois e<ercem fun)*o de conheci7 mento. Embora n*constitua o essencial/ o conhecimento do 3ireito faz parte do labor dos ,rg*os 8ur&dico

 A aplica)*o do 3ireito/ pelo 8udicirio/ pressupXY7YZe o conhecimento das norma 8ur&dicas. A tarefa do legislador e<ige/ tXY7YZmb"m/ a cogni)*o pr"via do 3ireito.  + $i>ncia do 3ireito/ Velsen reconheceu atividade criadora.Isoladamente/ as normas n*o chegam a formar a ordem 8ur&dica/ revelando7sindispensvel a tarefa de sistematiza)*o/ #ue se efetiva pela $i>ncia do 3ireito. criatividade/ todavia/ seria de natureza e<XY7YZlusivamente gnoseol,gica. En#uanto adescri)XY7YZes eient&ficas n*o vinculam/ n*o estabelecem direitos e deveres e s*pass&veis de enganos e de acertos/ as normas 8ur&dicas determinam a conduta/ impXYZem deveres e atribuem direitos e podem ser #ualificadas apenas como vlidas oinvlidas e n*o como ver&dicas ou inver&dicas.  At" a segunda edi)*o de 2eoria Pura do 3ireito/ Velsen consi7 derou fundamental pao 3ireito Positivo a chamada norma8uridica primria/ #ue definia a condutprescrevendo a san)*o correspon7 dente. A conduta foi e<posta como re#uisito dsan)*o. As normas penais seguem tal modeloS Q4fender a integridade corporal oa sade de outremS Pena 7 deten)*o de tr>s meses a um ano.Q 3e modo inverso/ norma podia e<pressar a conduta socialmente e<igida e para esta hip,tese ter7se7ia denominada norma8uridica secundrin.Esta seria dispensvel/ pois o importante era a indica)*o do il&cito e san)*correspondente. Esta foi considerada elemento essencial. A norma #ue orienta

comportamento e se abst"m de prever san)*o

:L 2al reformula)*o provocou7Ihe cr&ticas e<acerbadas/ como a proferida/ entre n,pela egologista Man:ia Murici Machado Pinto ^in A 3istin)*o Proposi)XY7YZcJur&dicasormas de 3ireito na ova 2eoria Pura/ 6evista I9rasileira de F\ilosofia/ voBXY7YZ$@II/ fasc. I41/ ps.  D: a BL[.rXY7YZI.osoFlA no 3I6Erro 'L9

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 n*o configura norma 8ur&dica. A $i>ncia do 3ireito operava com ambas as esp"cienormativas/ mas a regra secundria se apresentava como sup"rtlua. $oncebendo 3ireito como ordem coativa/ Velsen reconheceu a identidade entre o teor da normprimria e o da secundria. Assim/ haveria coincid>ncia entre a norma #ue prXYZscre7 via san)*o para a hip,tese de n*o presta)*o de selvi)o militar e #ue determina tal servi)o. Em 2eoria 5eral das ormas ^:B[/ Velsen inverteu terminologia das duas normas/ conforme se pode veriEcar nas palavras do autorS Q1se admite #ue a distin)*o de uma norma #ue prescreve uma conduta determinada e duma norma #ue pres7 creve uma san)*o para o fato da viola)*o da primeira se8essencial para o 3ireito/ ent*o precisa7se #ualificar a primeira como norma primria esegunda como secundria 7 e n*o o contrrio/ como o foi por mim anteriormenformulado.Q\: Velsen ressalta a circunstRncia de #ue o pr,prio 3ireito estabe7 lece f,rmula de sua cria)*o/ salientando #ue h normas definidoras do processo legislativooutras #ue dispXY7YZem sobre o contedo das normas infieri/ impondo7lhes limites condi)XY7YZes. A rela)*o entre a norma reguladora e a assim gerada/ designou po

sccpra7infra7ordena7 )*o. En#uanto a norma condicionante " superior/ a condicionad" de escal*o inferior. A ordem 8ur&dica congrega normas #ue se vincu7 lam dentro duma organiza)*o hierr#uica. Em tal escalonamento/ a validez de cada norma garantida por outra de instRncia superior/ N e<ce)*o da norma fuiidnmental/ #ue " fonde validade de todas as demais. $onsiderando o 3ireito Positivo vigente/ constitui)*o7 escrita ou consuetudinria 7 " a norma de mais alto grau/ seguindo7se a le o costume. Q4 3ireito legislado e o 3ireito consuetudinrio revogam7se um ao outrsegundo o princ&XY7YZio da le<posterior.Q\' Em instRncia inferior/ situa7se o deereto/ #ureune normas gerais editadas por autoridade administrativa.  A normn fundamental/ tamb"m chamada hipot"tica ou grande norma/ cu8a fun)*o " de conferir validade N ordem 8ur&dica/ pode consistir na constitui)*o anterior ou numrevolu)*o vitoriosa. 3ife7 rentemente do #ue se passa com o 3ireito atural/ o conteddo 3ireito Positivo independe desta norma. 1e a 2eoria Pura n*o fornece elementopara uma aprecia)*o do 3ireito sob o Rngulo da 8usti)a/ o 3ireito atural poderproporcionar tal crit"rio de aferi7 )*o caso se deduzisse/ da natureza/ apenas um 3ireiatural e n*o

:: ans Velsen/ 2ioria 5eraldas ormas/ 1"rgio Ant%nio Fabris Editor/ Por Alegre/:C?/ p.:C:. /.

:' flans Velsen/ in 2eoria Pura do 3ireito/ ed. cit./ p. 9:?. XY7YZ .XY7YZt .XY7YZ.XY7YZOXYZ XY7YZ alXY7YZ8XY7YZ XY7YZXY7YZXY7YZ/XY7YZ XY7YZXY7YZ XY7YZXY7YZ2d rXY7YZ <. ..  SaXY7YZ OXL:'Z'4; PAU4 A3E6 diversos e contradit,rios/ conforme registra a ist,ria.\9 *o obstan7 te algunseguidores da 2eoria Pura insistirem em descobrir substRn7 cia na norma hipot"tica/ Mestre de @iena e<clui tal possibilidade/ visando o n*o7comprometimento de sudoutrina com a MetaE&sica.

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este ponto h uma evidente contradi)*o/ conforme aponta Arnaldo @asconcelos/ posustentando a tese monista/ com o 3lreito nacional e o internacional formando apenaum ordenamento/ Velsen tXY7YZria feito distin)*o entre as duas esferas e atribu&dcontedo N norma bsica do 3ireito Internacional mediante o princ&pio pacsunt servanda.\Q Para uma teoria de assento positivista/ 8ulgam alguns ser inconciliva busca de fundamenta)*o ltima em uma norma #ue era considerada hipot"tica nt" segunda edi*o de 2eoria Pura do 3ireito. ans Velsen/ todavia/ em 2eoria 5eral daormas/ n*o mais retratou a norma fundamental como hip,tese/ mas comnorma fict&ciaS Q^...[ ela " uma pura ou/ verdadeira/ fic)*o no sentido da vaihingerianFilosofia do $omo71e/ #ue t caracterizada pelo fato de #ue ela n*o somente cocltradizrealldade/ como tamb"m " contra7 dit,ria em si mesma.Q\s L. @alidade e Eficcia  a obra elseniana/ o termo eficcia " tomado como observRn7 cia e aplica)*o dnormas/ fato este #ue nomeamos por efetividadeOvalidade #uer dizer condi)*o de obrigatoriedade/ certificado de #ue a norma preenchos re#uisitos indispensveis para entrar no mundo 8ur&dico e produzir efeitos. A validad

do 3ireito/ situado no plano do dever ser/ por uma corrente " considerada independenda efc7 cia/.#ue se localiza na esfera do ser. 3iametralmente oposta " a teoria realist#ue identifica a validade com a eficcia. Ambas as posi)XY7YZes s*o condenadas poVelsen/ #ue as considera falsas. 4 e#u&voco da primeira est em n*o admitir #ue eficcia " uma condi)*o da validade/ en#uanto o da segunda corrente/ em n*reconhecer #ue os dois conceitos s*o distintos/ #ue a norma pode ter eficcia e n*o svlida. Para a 2eoria Pura/ n*o " certamente a eEiccia #uem confere o fundamento dvalidade N ordem/ mas a norma fundamen7 tal. Esta determina #ue o contedo dconstitui)*o/ sob certas con7

:9 Idem/ p. 9LB.:; Arnaldo @asconcelos/ 2eoria da o!na Jurfdica/ ed. cit./ p.:?C.:D ans Vclsen/ in 2eoria $eral das ormas/ ed. cit./ p. 9'C. Velsen esclarece/ no te<to sentido da vaihingeriana Filosofia do Q$omo71eQS Q1egundo @aihinger/ 3Philosophie des Als74b/ B. un. C. Aufl./ eipzig :TT/ uma 5c)*o " um recurso dpensamento/ do #ual se serve se n*o se pode alcan)ar o fim do pensamento com material e<istente ^ob. cit./ p.  :[Q ^p. 9'[.FI414FIA 34 3 I6Er24

 di)XY7YZes/ deve ser observado. averia o silogismo normativo a fundamen7 tar validade da ordem 8ur&dica. A premissa maior/ composta pe[a norma fundamental ohipot"tica/ " #uem determina a observRncia da constitui)*o posta e eficaestabelecendo um dever ser. A premissa menor consiste na efetiva e<ist>ncia de umconstitui)*o #ue alcan)ou eficcia por si e pelas normas de outros escalXY7YZes e dederivadas. W uma afirma)*o na ordem do ser. A conclus*o implica em uma proposi)*de dever ser/ pois dispXY7YZe #ue a ordem 8ur&dica possui validade.  $om a perda de eficcia/ cessa a validade da constitui)*o e/ em conse#`>ncia/ a dordem 8ur&dica. A n*o7aplicabilidade de uma norma singular n*o induz N ineficcia d

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ordenamento. Este perma7 nece vlido/ ainda #ue a observRncia das normas se fa)apenas em uma considera)*o geral. 3e outro lado/ casos particulares dinobser7 vRncia de norma singular n*o comprometem a validade desta. 3e modcoerente/ Velsen assevera #ue as normas em desuso 7 desue7 tudo 7 n*o possuemvalidade. 1em distinguir entre normas leXY7YZisladas/ 8udiciais e consuetudinriaatribuiu ao desuso/ #ue " ausencia de eficcia e a #uem designa tamb"m por costumnegativo/ poder revogador. Foi al"m/ ao considerar #ue a legi,la)*o n*o pode e<cluir for)a de comando 8ur&dico pelo costume.  Velsen negou validade N norma #ue estabelecesse disposi)XY7YZes #ue e<pressam ordem do ser/ da#uilo #ue necessariamente aconte7 ce. A possibilidade de ruptura entas duas ordens 7 ser e dever ser 7 " uma condi)*o de validade da norma.:. 3everJccridico e 3ireito 1ub8etivo  $ontrastando com a teoria tradicional/ #ue conceitua a rela)*o 8ur&dica como um eentre pessoas/ em virtude do #ual uma delas/ titular do dever 8ur&dico/ deve garantalguma coisa N outra/ titular do direito sub8etivo/ a 2eoria Pura identifica essa rela)*

eom um v&nculo normativo #ue enla)a a conduta de um indiv&duo a um ato de XYZoa)*o #ue sanciona a conduta. Perante a doutrina tradicional/ entre dever e direitn*o h preemin>ncia. em se pode afirmar #ue um preceda o outro. Ambos s*inseparveis e se originam de um fato comumS o falo 8uridico/ acontecimento #uinstaura/ modiEca ou e<tingue a rela)*o 8ur&dica. Para a 2eoria Pura/ o dev

 8ur&dico emana da norma e se revela como a conduta inversa N#uela #ue "

 :? ans Velsen/ in 2eoria Puro do 3ireito/ ed. cit./ p. '.XL:'Z'4? PAU4 A3E6 condi)*o da sane*o. Em face do disposto no art.:DD do $,digo Penal %rasileiro/ #uprescreve san)*o para #uem subtrai Qcoisa alheia m,vel para si ou para outremQ/ dever 8ur&dico consiste na conduta inversa a esta #ue figura como condi)*o da san)*oPortanto/ o dever 8ur&dico se consubstancia na conduta de n*o subtrair...  En#uanto os deveres 8ur&dicos sobrelevam7se de importRncia/ os direitos sub8etivon*o s*o considerados cria)*o essencial do 3ireito ob8etivo. 1e na teoria tradicional cada dever 8ur&dico cor7 responde um direito sub8etivo/ na 2eoria Pura nem sempre sregistra tal correspond>ncia. 3ireito sub8etivo e<iste apenas #uando a ordem 8ur&dicoutorga a um indiv&duo a iniciativa da a)*o 8udicial/ para a hip,tese de alguXY7YZm plX

YZaticar a conduta definida como condi)*o da san)*o. 1empre #ue houver um direitsub8etivo/ a muta)*o da norma geral e abstrata em norma individualizada e concredepender da movimenta)*o 8udicial ou administrativa de algu"m/ no castitular da#uele direito. Para a doutrina tradicional/ #ue " dualista/ a distin7 )*o entre 3ireito ob8etivo e o sub8etivo " relevante. Para a 2eoria Pura/ ambos possuem a mesmnatureza e/ em seu monismo/ o direito sub8etivo n*o " mais do #ue um aspeeto d3ireito ob8etivo.'. Estado e 3ireito

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  A doutrina tradicional consagra a teoria dualista/ #ue distingue o Estado do 3ireit$ontra esta/ insurge7se a 2eorla Pura/ para #uem o Estado " uma ordem 8ur&dica. concep)*o dualista/ para Velsen/ se acha encoberta por uma capa ideol,gica/ pois preciso atribuir7se identidade pr,pria ao Estado/ a fim de #ue possser convenientemente legitimado pelo 3ireito. 4 Estado seria a perso7 ni ica)*o d3ireito/ mas nem toda ordem 8ur&dica seria Estado. Este se mani$esta apenas #uandas fun)XY7YZes de cria)*o e aplica)*o da ordem 8ur&dica se centralizam em ,rg*oespecializados. A 2eoria Pura n*o considera imposs&vel a leg&tima)*o do Estadapenas con7 sidera #ue tal tarefa n*o pode ser cumprida pelo 3ireito. egitima)*o e<igfundamenta)*o "tica e pol&tica. 4ra/ uma vez #ue se considere o 3irXY7YZito um obXYZeto depurado de elementos e<tra8ur&dicos/ n*o poder ser convertido em instRnclegitimadora do Estado. $ontra esta tese se opXY7YZe a teoria tradicional.9. 3ireito acional e 3ireito Internacional  Hual o n&vel de rela)*o entre o 3ireito nacional e o internacio7 nalT A este respeiconcorrem as teorias dualista e monista. A primeira/ sob o argumento de #ue h

possibilidade de contradi)XY7YZesFI414FIA 34 3I6E224 '4_ insuperveis entre as duas esferas normativas/ n*o admite a e<ist>n7 cia de uma nicordem 8ur&dica. Assim/ no Rmbito de um territ,rio/ os indiv&duos somente poderiam sealcan)ados pelas normas de seu Estado/ nada representando o 3ireito de outros povoe o 3ireito Internacional. Para Velsen/ tal posicionamento " retr,grado e pr,7 prio d"poca /XY7YZrimitiva/ em #ue se considerava o estrangeiro uma pessoa inimiga. doutrina monista/ #ue se subdivide em duas/ uma #ue atribui primazia N ordem nacione outra/ N internacional/ reconhece #ue as duas esferas n*o s*o aut-nomas/ mas #use transfundem em um ordenamento compreensivo das duas ordens.  A doutrina #ue atesta a supremacia da ordem interna preconiza #ue a validade d3ireito Internacional pressupXY7YZe o seu reconheci7 mento interno/ o #ue se Eanaturalmente/ pela promulga)*o de leis ou edi)*o de decretos. 3esta Eorma/ anormas internacionais esta7 riam absorvidas em normas internas de um Estado. Esseria obri7 gado a respeitar apenas as normas internacionais incorporadas sua legisla)*o. 4s demais Estados/ de acordo com esta doutrma/ steriam personalidade 8ur&dica na medida em #ue fossem reconhecidos. A 2eoria Puconsagra a teoria monista com a supremacia da ordem internacional. Aescalonamento normativo de um Estado se sobre7 pXY7YZe a esfera internaciona

independentemente de reconhecimento interno. Huando uma norma estatal contrariainternacional/ per7 manece vlida/ uma vez #ue o 3ireito Internacional n*prev> #ual#uer processo de anula)*o.;. Justi)a e 3ireito  Justi)a " um atributo poss&vel de vrios ob8etos. Huando deum indiv&duo/ ser e<press*o de uma virtude e/ sob este Rngulo/ per7 tence N Moral. A8usti)a se manifestna conduta social. Assim/ 8usti)a pressupXY7YZe alteridade. A conduta ser 8usta #uandcorresponder a uma norma. A norma de 8usti)a " norma de fundo moral. etoda norma moral/ por"m/ " norma de 8usti)a. A norma moral ser de 8usti)a #uand

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prescrever uma conduta em face do semelhante. Para Velsen/ o 8u&zo de valor secaplicvel apenas sobre as condutas e n*o sobre normas/ da& n*o ser correto atribuir7sN norma 8ur&dica a #ualidade de 8usta ou de in8usta.  a linha de pensamento 8usnaturalista/ o 3ireito Positivo seria vlido na medida e#ue correspondesse ao8us naturae. Em caso de contradi)*o entre as duas ordens/ validade seria apenas a do 3ireito atural. Para Velsen/ a validade de uma normre#uer apenas o seu a8ustamento dentro de uma hierar#uia normativa e de um m&nimde eficcia/ com independ>ncia/ portanto/ da norma de 8usti)a.XL:'ZT 41 PAU4 A3E6  Indiretamente/ a regra de 8usti)a pode alcan)ar a forma)*o do 3ireito Positivo/ e isse passa #uando incide sobre a conduta de um indiv&duo ou indiv&duos com incumb>ncia de elaborar normas 8ur&dicas. 4 ob8eto da regra de 8usti)a n*o consistenesta hip,tese/ em normas 8ur&dicas/ mas na conduta #ue as estatui. 4 3ireicriado em consonRncia com as normas de 8usti)a tem o seu valor 8ur&dico n*o por est

raz*o/ mas em decorr>ncia de sua ade#ua)*o N norma fundamental/ a #ual atribvalidade inclusive ao 3ireito estabelecido em contraposi)*o Ns normas de 8usti)Huando se diz #ue uma lei " 8usta ou in8usta/ tal 8u&zo n*o pode alcan)ar a #ualidade dlei/ mas a conduta soeial de #uem a estabeleceu.  A rela)*o entre a ci>ncia e as normas de 8usti)a foi identificada por Velsen com tarefa de pes#uisa e estudo das afirma)XY7YZes hist,ri7 cas do 8usto/ das representa)XYZes da#uilo/ enfim/ #ue os homens v>m predicando como 8usto ou in8usto ao longo doanos. + ci>ncia n*o compete avaliar os acertos e os enganos. Indutivamente/ a partde tais constata)XY7YZes/ cientifcamente se poder chegar N formula)*o de um conceigeral de 8usti)a/ #ue n*o tenha/ todavia/ o cond*o dXY7YZ eselarecer sobre a forma dtratamento entre os indiv&duos.  6elativamente Ns normas de 8usti)a/ Velsen distinguiu duas esp"ciesS a de tipmetaf&sico e a de tipo racional. A primeira/ por seu contedo e origem/ escapa e<peri>ncia humana e se 8ustifica N luz de fatos transcendentes N realidade concreta. sua admiss*o n*o se faz por compreens*o/ mas pela autoridade de sua fonte. As dtipo racional/ como o pr,prio nome induz/ prov>m do entedimento hu7 mano/ de surazRo/ e n*o se fundamenta/ necessariamente/ em instRncia superior. A sua origepode ser atribu&da N entidade divina/ mas isto n*o " essencial. Para este tipo de normde 8usti)a/ o importante " #ue satisfa)a N intelig>ncia do homem.

  1ubmetendo N anlise as inmeras propostas de norma de 8usti)a/ Velsen inicia abordagem pelo princ&pio suum cui#ue/ ou/ dara cada um o #ue " seu/ a #uem reputode vazio de contedo/ de vez #ue n*o e<pressa o #ue " devido. 2al norma de XYZusti)a e<ige uma complementa)ao por uma ordem #ue defina o seu #ue " devido

 A chamada regra de ouro 7 *o fa)as aos outros o #ue n*o #ueres #ue te fa)am a tfoi censurada por Velsen/ #ue recorreu a vrias situa)XY7YZes fticas poss&veis pardemonstrar a sua insustentabilidade.2al regra pressupXY7YZe #ue as pessoas afetadas por uma conduta social tenham mesma opini*o a respeito de fatos/ o #ue constitui Quma

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XY7YZosoXY7YZA 3o 3c6Erro 'L ilus*o/ pois #ue os homens de forma algumXY7YZ coincidem no seu 8u&zo soDre a#ui#ue " sub8etivamente bom... \ A e<emplo da f,rmula suum cui#ue/ a regra de ouro fconsiderada vazia de contedo. A seguir/ o Mestre de @iena submete a balan)o cr&tico imperativo categXY7YZrico antiano/ #ue dispXY7YZeS QAge sempre de tal modo #ua m<ima do teu agir possa por ti ser #uerida como lei universalQ. Para ele/ a m<ima sapresenta com uma aur"ola de incertezaS #ual a m<ima #ue deve ser erigida em luniversalT A f,rmula de Vant/ N vista de sua indefini)*o/ reduz o imperativo aenunciadoS Qatua segundo uma lei universalQ. 4utra f,rmula destitu&da dsubstRncia seria a apresentada por 2oms de A#uinoS QFaz o bem e evita o mal#ue pressupXY7YZe uma ordem definidora do bem e do mal. A cren)a/ segundo a #ualprtica costumeira representa a8usti)a/ ine#uivoca7 mente entra em conilito com doutrma elseniana/ #ue parte do suposto de #ue " imposs&vel/ da ordem do ser/ e<traum dever ser.In cnsu/ o costume e<pressa o ser/ as normas de conduta #ue/ na realidade/ consagra

determinados valores/ da& a inadmissibilidade de se identificar as normas de 8usti)a coo costume.  Velsen tamb"m re8eita a teoria do mesote.XY7YZ/ de Arist,teles/ #ue situa a 8usti)a nmeio termo entre dois e<tremos #ue se contrapXY7YZemSo #ue " demais e o #ue " de menos. Para o Estagirita/ por e<emplo/ a coragem/ #ue uma virtude/ se coloca e#iiidistante em rela)*o N covardia e N temeridade. 2al crit"rde aferi)*o do 8usto " recusado sob o fundamento de #ue pressupXY7YZe conhecimento do #ue " o mal e este/ segundo Arist,teles/ " algo a ser esclarecido peMoral positiva e pelo 3ireito vigente. A teoria do mesotes/ em si/ n*o seria reveladordos dois pontos e<tremos. A f,rmula aristot"lica seria ainda conservadora/ na medidem #ue atribui N ordem social a de?ni)*o dos do&s parRmetros.  4prmcipio da retribui)*o/ pelo #ual devemos retribuir o bem com outro bem e o mcom outro mal/ n*o satisfaz a Velsen/ #ue o reputa t*o vazio #uanto a regra #udetermina a prtica do bem e a omiss*o do #ue " mal/ isto por#ue ambas orienta)XYZes pressupXY7YZem o conhecimen7 to tanto do valor# uanto do desvalor. A norma d

 8usti)a n*o pode tamb"m ser identifcada com oprincipio da e#uival>ncentrepresta7 )*o e contrapresta)*o/ #ue engloba tanto a troca de mercadoria #uanto atividade laboral e sua remunera)*o. A e<plica)*o elsenia7 na baseou7se na afirmativde #ue a presta)*o n*o constitui um valor em sentido ob8etivo. Em sua opini*o/ n*o "

valor da presta)*o7

:B ans Velsen/ A lusti)a e o 3ireito aturnl/ Arm"nio Amado7Editor/ 1uc$oimbra/:?9/ p. ''.XL:'Z : 4 PAU4 A3E6 trabalho ou mercadoria 7/ #ue define o #uantum da contrapresta)*o 7 salrio ou pre)o mas o mverso. 4 racioc&nio do autor se embasa tanto na economia livre/ regida pela lda oferta e da procura/ #uanto na economia plane8ada/ em #ue as diretrizes s*

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estabelecidas auto7 ritariamente. 1ob igual fundamento/ n*o admite o principio dpro7 porcionalidade entre apresta)*o e a contrapresta)*o. 6elativamente ao trabalhtal crit"rio re#uer a fi<a)*o/ em norma/ do salrio por hora de trabalho e por unidade dtarefa. Em face da troca de ri#uezas/ a prtica revela #ue a a#uisi)*o de mercadoria eatacado n*o corrXY7YZsponde N proporcionalidade de pre)o de unidXY7YZde.  3iante do postulado de 8usti)a enunciado por Varl Mar</ para #uem/ no futuro/ deveprevalecer a regraS Q3e cada um segundo sua capacidade e a cada uni conforme a sunecessidadeQ/ Velscn apresenta pondera)XY7YZes cr&ticas/ apesar de concordar coMar< na reXY7YZei)*o ao princ&plo capitalista/ #ue dispXY7YZe sobre a igualdadde salnopara igual trabalho. Especifcamente #uanto N primeir parte do princ&pmar<ista/ Velsen entende #ue a carga a ser eXY7YZgida de cada um conforme a sucapacidade dever ser fi<ada previamente por ,rg*os da comunidade/ sobrelevando7sa indaga)*o #uanto Ns conse#iz>ncias da n*o7presta)*o/ uma vez #ue o atribuir a eadum segundo sua necessidade depender/ na prtica/ do cumprimento da primeira. respeitante N necessidade de cada um/ indaga o autor da 2eoria\Pura se deve

prevalecer o crit"rio ob8etivo ou o sub8etivo/ ou se8a/ a necessidade ser a definida po,rg*os da comunidade ou pelo XY7YZr,prio su8eito #ue necessita. 2al f,rmulconvergente para o economlco/ por n*o esclarecer o #ue haver de ser e<igido dcada um/ nem em #ue medida ser*o supridas as necessidades/ se nivela ao princ&pde Justiniano 7 a cada um o seu. Em suma/ a f,rznula comunista seria t*o vazia #uana romana.  A pretelXY7YZs*o de se relacionar a regra de8usti)a com o preceito do amor ao pr<impadece de limita)*o e incerteza/ conforme o cr&tico.2al princ&pio compreende o segmento Qa cada um segundo as suas necessidadescomo tarefa de todos e n*o apenas da autoridade legis7 ladora. A insufici>ncia dprinc&pio se revela por sua pouca abrang>ncia/ pois/ atado N#uele segmento/ #uer dizapenas a8uda aos necessitados/ suaviza)*o da dor alheia... A incerteza refere7se acrit"rio de avalia)*o da necessidade/ se de #uem vai satisfazer ou de #uem necessitVelsen e<clui a possibilidade de se reconhecer/ como regra de 8usti)a/ o princ&7 pindividualista #ue preconiza a liberdade absoluta do homem/ o #ual n*o devsubordinar7se a #ual#uer ordem social #ue impli#ue em cerceamento de sua condut

 Acoimando o princ&pio de anti7social/ propXY7YZe a substitui)*o da liberdade individupela social.FI414FIA 34 3I6Er24 '::

  Em seu e<tenso rol de anlise sobre princ&pios apontados como norma de 8usti)ans Velsen aborda o contrato social. Para os adeptos do 8usnaturalismo individualis" o assentimento da coleti7 vidade/ dos subordinados/ #uem confere o carter de 8usti)N ordem social. Em primeiro lugar/ o te,rico austr&aco destaca a circunstRncia de #ue princ&pio se refere N forma de produ)*o do ordenamento e n*o ao teor de suadisposi)XY7YZes. Em seguida/ ressalta #ue o pacto poderia ser proveitoso apenas parahipotese da primeira constitui7 )*o. + anlise deste princ&pio/ segue7se o de8ustia digualdade/ #ue se e<pressa pela f,rmula Qtodos os hofnens devem slratadospor igualQ. A afirma)*o parte da premissa da desigualdade humana e visa

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uniformidade de tratamento Ns pessoas. 2al princ&pio contraria a realidade/ #ue reve#ue os homens n*o s*o iguais entre si. $omo 8ustificativa do princ&pio/ admite Velsenreconhecimento de #ue as desigualdades se8am irrelevantes ao estabelecimento disonomia.$ontra este prine&pio/ Velsen utiliza a mesma argumenta)*o oposta a vrios outrosS eritXY7YZrio n*o esclarece o contedo do tratamento e/ em conse#ii>ncia/ e<ige ordecomplementar.  Entre os princ&pios de instRncia metaf&sica/ Velsen #uestiona a id"ia de 8usti)a ePlat*o. Para o fil,sofo grego/ as id"ias n*o s*o acess&veis aos sentidos humano$omo ess>ncias #ue se acham al"m da Fisica/ o seu conhecimento " privil"gio dpoucos/ #ue a alean)am por intui)*o de natureza m&stica. A id"ia de8usti)a integra a d%em absoluto/ #ue " a principal. $omo o ob8eto do %em absoluto n*o pode ser relatadem linguagem humana/ o princ&pio n*o esclarece a no)*o de 8usti)a. Espermaneceria/ diz Velsen/ como um segredo divino.  A regra de 8usti)a de?nida por Jesus $risto em sua prega)*o terrena se identifica co

oprincipio do amor e consiste na retribui)*o do mal com o bem. Em lugar de ,dio/ devse nutrir amor aos inimigos. 4 princ&pio/ para Velsen/ n*o estaria centrado nrealidade humana/ #ue n*o possui a capacidade de amar os inimigos. Finalizan7 desta ordem de estudos/ analisa a8usti)a absoluta/ de origem divina/ nica capaz dproporcionar plena felicidade ao homem. $omo a 8usti)a absoluta " um ideal irracionan*o alcan)vel/ acena7se/ para os crentes em 3eus/ com a sua plena realiza)*o nvida supraterrena.1obre este princ&pio/ foi sim les o comentrio de VelsenS Q2al " o engodo desta eternilus*o.QXY7YZ1

 :C Idem/ p. CC.XL:'ZPAU4A3E6 D. A Id"ia do 3ireito atural  Posto #ue re8eite a id"ia de um 3ireito atural/ Velsen ocuXY7YZa7 se e<tensamente dseu estudo e o considera/ para efeito de analXY7YZse Qum 3ireito ideal/ natural/ imutve#ue se identifica com a8usti)aQ.\XY7YZ A natureza/ geral ou a humana/ foi tomada por suorigem. 4 acesso N ordem se Eaz mediante investiga)XY7YZes na#uela fonte. Aob8e)XY7YZes elsenianas partem do fundamento de #ue o 8us naturae diman

da natureza/ onde os fatos se interligam sob o influ<o do princ&pio da causalidade/ n*sendo poss&vel e<trair #ual#uer dever ser do mundo do ser. Para ele/ Q#uem 8ulguencontrac/ descobrir ou reconhecer normas nos fatos/ valores na realidade/ engana7sa si pr,prioQ.m Huando o 8usnaturalista/ de seu campo de observa)*o/ conclui nor7 made conduta/ ele transforma regras do ser em normas do deverser.6eferindo7se N concep)*o teleol,gica do 3ireito atural/ #ue v> a natureza como utodo organizado para a realiza)*o de um fim/ Velsen a considera comprometida comdoutrina dualista/ pois se o reino natural foi criado por 3eus/ apenas a vontade superiopoderia imprimir tal ordena)*o.

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  4 propalado benef&cio ou vantagem #ue o 3ireito atural teria carreado para o 3ireiPositivo/ contribuindo para o seu aperfei)oa7 mento/ n*o " aceito por Velsen. 4 avan)ou melhoramento do8us positum sob a intBu>ncia da ordem superior/ somente poderocorrer pelo prisma de valores/ mas isto n*o seria poss&vel em raz*o da diversidaddos sistemas 8usnaturalistas. Estes/ ao longo da histria/ foram concebidos pafundamentar os institutos 8ur&dicos/ pof&ticos e econ-micos vigentes. 1omente ao findo s"c. 0@III/ na Am"rica e na Fran)a/ a doutrina teria desempenhado um papreformador/ provocando o surgimento de correntes flos,ficas #ue lhforam antag-nicas/ como a da Escola ist,rica do 3ireito e/ posteriormen7 te/ a dpositivismo.  Pelo fato de a 2eoria Pura fundamentar a validade do ordena7 mento8ur&dicrecorrendo N norma hipot"tica/ #ue n*o " escrita/ mas pressuposta/ valeu7lhe o apodde corrente8usnaturalista. 2al cr&tica n*o implica em deprecia)*o ao 3ireito atural/ mana constata)*o de elementos contraditorios na 2eoria Pura. Velsen enfrentou a #uest*e admitiu/ na mat"ria enfocada e apenas nela/ alguma seme7 lhan)a entre as dua

teorias. 3e um lado/ o 8usnaturaltsmo atribui validade N ordem positiva #uando esta srevela uma e<press*o do

 : Idem/ p. ;.TL Idein/ p. D.FI414FIA 34 3I6EI24 ':9 3ireito atural. 3e outro/ a 2eoria Pura reXY7YZousa a validade do8us positum na normhipot"tica. Uma diferen)a importante distingue as duas fundamenta)XY7YZes. En#uantno 8usnaturahsmo a fonte de vali7 dez atribui tamb"m contedo ao8uspositum/ na 2eorPura a norma hipot"tica apenas dctermina o fundamento de validade. Para

 8us7 naturalismo/ os princ&pios do 3ireito atural eonstituiriam a chama7 da norma d 8usti)a e em face desta o ordenamento 8ur&dico pode apresentar contradi)XY7YZes. 3ireito Positivo n*o tem como entrar em conflito com a norma hipot"tica/ pois esta n*e<erce papel de norma de 8usti)a. En#uanto a doutrina do 3ireito atural possnatureza "tico7pol&tica e " uma teoria dualista/ a norma hipot"tica tem carter teor"ticognoseol,gico e a 2eoria Pura " monista/ pois admite apenas a e<ist>ncla de uma orde

 8ur&dicaS a do 3ireito Positivo.?.A Interpreta)*o do 3ireito  A compreens*o te,rica do 3ireito/ nos dom&nios daAllgemeine 6echtslehr

pressupXY7YZe/ ao mesmo tempo/ a determina)*o concep7 tual e hermen>utica dfen-mXY7YZno 8uridico. A anlise cient&fica " sempre incomplcta #uando N no)*o d3ireito n*o sucede a e<posi7 )*o sobre os crit"rios hermen>uticos. E " indispensvcl correspon7 d"ncia ideol,gica entre ambos. A cada formula)*o terica do 3ireito devhaver uma teoria da interpreta)*o. Pode7se dizer #ue o 8urista possui liberdade dop)*o entre as vrias concep)XY7YZes do 3ireito/ n*o/ por"m/ em rela)*o aos pontofundamentais do processo de decodi7 fica)*o normativa/ pois esses8 s*o determinadoa partirda defini)*o do 3ireito. 4b8etiva7se/ neste pargrafo/ em um printeiro planoa e<posi)*o dos crit"rios hXY7YZrmen>uticos adotados por Velsen e/ com pretens*o d

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fundo/ a verifica)*o de sua concordRncia e coer>ncia l,gica com os postulados d2eoria Pura do 3ireito.  A cria)*o cic regras implica sempre em um ato de aplica)*o do 3ireito. Ao elaboruma lci a autoridade aplica a norma constitu7 cional/ #ue estabelece n*o s, o rito dforma)*o/ mas tamb"m certos limites e condi)XY7YZes. Para essa fun)*o/ o legisladodispXY7YZe de uma ampla fai<a de liberdade para criar os comandos 8ur&dicopodendo desenvolver os princ&pios constitucionais sob variadas f,rmulas.  Assim como todo ato de cria)*o do 3ireito corresponde a um processo de aplica)*todo ato de aplica)*o pressupXY7YZe igualmente um processo de cria)*o do 3ireito. aplica)*o de normas pelos ,rg*os 8ur&dicos leva sempre N cria)*o/ pois a lei posssempre um coe5ciente de indetermina)*o/ #ue pode ser intencional ou n*o e referir7stanto N hip,tese #uanto N conse#`>ncia da norma 8ur&dica. 4 aplicador XL:'Z':; PAU4 A3E6 desenvolve n*o apenas uma atividade cognoscitiva/ mas tamb"m volitiva/ ncomplementa)*o do contedo normativo. Velsen assinala #ue a mar7 gem discricionr

pode ser maior ou menor/ mas e<iste sempre/ ainda #uando a norma de escal*superior " bem pormenorizada.  A indetermina)*o normativa de carter n*o intencional/ entre outros motivos/ poddecorrer da linguagem do te<to/ #ue muitas vezes n*o " un&voca. A n*o determina)*XY7YZode decorrer/ tamb"m/ do conflito entre duas disposi)XY7YZes normativamseridas em um ato 8ur&dico. Para esta hip,tese/ Velsen admite duas atitudes por pardo aplicador/ #ue poder adotar #uais#uer das solu)XY7YZes conflitantes ou re8eitambas. o caso de uma desarmonia entre a vontade impl&cita no ato 8ur&dico as e<pressXY7YZes verbais correspondentes/ o autor da 2eoria Pura do 3ireito  p g XY7YZ Q # dis XY7YZe ue a investi a *o dever XY7YZi tir de outras fontes ue n*a e<pressao verbal da propria norma.  a vis*o elseniana o ato legislativo oferece ao int"rprete/ #uase sempre/ umpluralidade de sentido/ e a hermen>utica n*o possui um m"todo obXY7YZetivo paindicar o erit"rio de preval>ncia. 4 con8unto de significados poss&veis eompXY7YZe Qummoldura dentro da #ual e<istem vrias possibllidades de aplica)*oQ.XY7YZ 4 papatribu&do ao int"rprete " o de compor essa moldura/ indicando os vrios sentidol,gicos #ue as normas 8ur&dicas apresentam. Ao promover a aplica)*o do 3ireito/ o 8udesenvolve uma atividade crladora. 3o mesmo modo #ue de uma lei constitucionpodem derivar vrias leis ordinrias/ e todas poss&veis 8uridicamente/ de uma lei pode

ser e<tra&das senten)as de contedos diversos. 4 ato do 8uiz nao "/ assim/ apenas dnatureza cognoscitiva/ mas tamb"m voluntria. Pelo ato cognoscitivo o aplicador tomconhecimento da pluralidade de sen7 tidos/ da gama de possibilidades reveladas nestudo das normas.esse momento cessa o seu trabalho de interpreta)*o e inicia7se a atividade de pol&tic

 8ur&dica/ #ue consiste no ato de escolha do sentido pelo #ual ir ocorrer a decis*esse momentoXY7YZo aplicador pro8eta n*o um ato de conhecimento/ mas de vontad

 A margem de liberdade do legislador/ por"m/ " maior/ pois o coeXY7YZcien

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de indetermina)*o da lei constitucional normalmente " mais ampla do #ue a da lordinria. Ao escolher/ entre as vrias f,rmulas permiti7

': QInQ 2eoria Pura do 3ireito/ ed. cit./ p. ;??.'' Idem p. ;??.'9 Para Miguel 6eale a QescolhaQ " um momento signi 5cativo na vida do 3ireito/ mana fase legislativa/ #uando o autor do ato/ entre as vrias possibilidades l,gicas dconsagra)*o de um determinado valor/ escolhe uma/ #ue a converte em contedo of,rmula da lei. $f.  Filosofia do 3ireito/ ed. cit./ p. D;?.FI414IXY7YZIA 34 3I6EI24 ':Ddas pela norma de escal*o maior/ a #ue ser consagrada pela lei de menor grau/ legislador manifesta um ato de vontade e a sua atitude " de natureza pol&tica.  Huando se diz #ue a senten)a 8udicial fundamentou7se na lei/ o #ue se afirma/ erealidade/ " #ue houve op)*o por uma entre as vrias possibilidades oferecidas n

#uadro #ue a lei constitui. Velsen/ com muita >nfase/ salienta #ue interpreta)*o8ur&dico7cient&fica n*o pode concluir pela e<ist>ncia de apenas um sentidnas normas XY7YZur&dicas/ pois tal procedimento consistiria em uma fic)*o/ adotadpela8urisprud>ncia tradicional/ com o intuito de favorecer a seguran7 )a 8ur&dica. renomado 8urista coloca7se/ pois/ radicalmente contra a e<egese tradicional/ #upreconiza apenas uma solu)*o poss&vel para cada caso/ ou se8a/ um sentido pacada norma. Ao int"rprete compete/ assim/ n*o apenas $azcr o levantamento dosentidos #ue a norma apresenta/ como pensa Velsen/ mas desenvolver o esfor)para veriflcar #ual " o sentldo mais 8usto e correto. 4 autor austr&aco n*o admimandato 8ur&dico nos m"todos #ue possam ser utilizados no processo de filtragcm.  3o ponto de vista da seguran)a 8ur&dica/ o autor reconhece #ue o dese8vel seria #uas norlnas apresenlassem apenas um sentido 8uridi7 camente vlido/ como preconiza hermen>utlca tradicional/ mas na realidade isto n*o condlz com os fatos #ue e<peri>ncia revela. As normas oferecem/ via de regra/ vrias solu)XY7YZes poss&veisendo #ue apenas uma se converte em 3ircito Positivo pelo proccsso de escolha.  Velsen coloca em desta#ue a importRncia da interpreta)*o/ considerando7a prticnecessaria N aplica)*o do 3ireito. Ele a con7 sidera uma atividade mental #ue visindicar o contedo das narmas 8 ur&dicas/ sem a obriga)*o de conduzir/ contudo/ a umnica solu)*o.

3istingue a interpreta*o #uc " $eita pelos ,rg*os8ur&dicos da reali7 zXY7YZida peloparticulares. Estes/ #ue precisam adc/#uar o seu compor7 /Oimento ao #ue a orde 8urldica dispXY7YZe/ t>m a necessidade de ccXY7YZnhecer a#ueles mandamentos/ comforma de evitar a san)*o #ue XY7YZis normas 8 ur&dicas prescrevem. A $iXY7YZncia d3ireito/ cu8o papel " o ciXY7YZ descrever o ordenamenlo em vigor/ tem a fun)*o dinterpretar o iXY7YZor das normas #ue integram o sistema ur&dico. Embora fa)alus*o Ns Qnormas do 3ireito internacional gc l consuetudinrioQ/ o autor n*o abordespecificamente as normas consuetudinrias. Para egaz y aXY7YZambra/ estas s

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acham compreendidas nas considera)XY7YZes ge7 rais. 4 recurso N analogia e ao arbXYZcmentum a contrario " re8eitado/

XY7YZ $f. Filosofia del 3erecho/ ed. cit./ p. D'9.XL:'Z':? PAU4 A3E6sob a alega)*o de cXY7YZue a doutrina n*o se sente segura na escolha e #ue muitavezes tais mecanismos levam a resultados opostos.  A atividade desenvolvida pela $i>ncia do 3ireito/no tocante N interpreta)*o/ " apenade natureza cognoscitiva/ pois a opinio doc7 torum n*o pode ir al"m do e<ame dovrios sentidos #ue as normas apresentam. Assim/ en#uanto o ,rg*o aplicador semprfaz uma op)*o entre as plurissigniEica)XY7YZes contidas na moldura ou #uadro cientista do 3ireito limita7se a descrever as diversas alternativas de natureza l,gic#ue o ato normativo oferece. Huando o advogado ou o escritor sustentam uma nicf,rmula de significa)*o/ a sua fun)*o n*o " 8ur&dico7cient&fica/ mas 8ur&dico7pol&tica.

  Velsen apresenta uma nova concep)*o para a interlireta)*o aut>ntica. Esta n*o serapenas a realizada pelo ,rg*o competente para a sua elabora)*o/ ao gerar norma dcarater geral/ mas tamb"m a desenvolvida pelo agente #ue aplica a norma a um casconcreto/ pois esse tamb"m cria 3ireito/ mediante norma individualizada. As7 sim/ todinterpreta)*o derivada de um ,rg*o aplicador do 3ireito " aut>ntica. 1omente n*possui essa #ualidade a #ue dimana da $i>ncia do 3ireito e do estudo dos particulareem geral. Estes/ ao adotarem uma f,rmula de conduta perante a lei/ elegem udos vrios sentidos #ue as normas oEerecem/ mas correm o risco de n*o v>7confirmada pelos tribunais.  1em admitir a possibilidade cient&fica de o aplicador recorrer a outros sentidos/ al"dos constantes na moldura ou #uadro de possibi7 lidades l,gicas das normas/ Velsereconhece #ue/ na prtica/ os tribu7 nais produzem inova)XY7YZes 8ur&dicas/ utilizandose de tal procedimento.  A teoria elseniana de interpreta)*o a8usta7se/ em seu con8unto/ com os lineamentoda 2eoria Pura do 3ireito e/ ao mesmo tempo/ padece do mesmo e#u&voco de n*invocar os importantes complemen7 tos da A<iologia e da 1ociologia. 2al alheamenaos valores e aos fatos sociais/ em seu discurso cient&fico/ chega a um ponto em #use torna insustentvel e/ de um modo bem n&tido/ sev> Velsen/ inconscientemen7 ta eles recorrendo/ #uando indica/ por e<emplo/ Qoutras fontesQ como instRncia d

solu)*o do conflito entre a vontade manifesta no ato e a linguagem apresentada pelegislador. A interpreta)*o/ em Velsen/ possui uma fun)o reduzida em rela)*o N #ulhe atribui a doutrina tradicional/ pois " situada como mediadora entre a fun)*legislativa e o trabalho de pol&tica 8ur&dica/ n*o chegando a e<ercer papel decisivo ndefini)*o do 3ireito. A sua fun)*o nRo " criadora/ mas indicativa da variedade dsignificados das normas 8ur&dicas.FI414FIA 34 3 I 6Er24 ': _  4bserva7se #ue a 2eoria Pura do 3ireito " incapaz de orientar na ob8etiva defini)*do 3ireito/ pois/ baseando7se tao7somente nos dados oferecidos pelas normas 8ur&dica

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ela pode conduzir o pes#ui7 sador apenas at" onde as normas 8ur&dicas permitem/ estas/ do ponto de vista l,gico/ n*o oferecem apenas uma diretriz/ mas vrias solu)XYZes poss&veis. Esta orienta)*o n*o satisfaz o pes#uisador/ do ponto de vista prticpois n*o lhe oferece o crit"rio final para a escolha de uma unica f,rmula reitora dcomportamento social.  Admitir/ com Velsen/ #ue as leis possuem sempre uma plurali7 dXY7YZide dsignificados e #ue n*o faz parte do processo hermen>utico a escolha do sentido maade#uado/ " concluir pela n*o univocidade da ordem 8ur&dicaO " reconhecer a e<ist>ncn*o de uma ordem 8ur&dica/ mas de uma pluralidade de ordens 8ur&dicas.  Huando a#uele autor a Eirma #ue a norma sempre apresenta um coeficiente dmdetermina)*o/ implicitamente reconhece #ue ela/ por si s,/ n*o " suficiente pade?nir a conduta. 6evela7se com elareza #ue a ,gica E<terna e<erce uma fun)*o dalto relevo na determina)*o do modelo de conduta e #ue o aplicaddever/ necessariamente/ possuir um #uadro de valores e ter ainda no)XY7YZeda organiza)*o social.

  4 dualismo e<istente entre as e<pressXY7YZes verbais e a vontade/ na iXY7YZXY7YZini*do autor austr&aco/ pode ser eompleto ou n*o/ sendo #ue esta Otima caracteriza7s#uando o elemento vontade Qcorresponde pelo nlenos a uma das vrias signifiea)XYZes #ue a e<press*o verbal da norma XY7YZviculaQ. 4ra/ pensamos #ue o elementvontade/ ao contrrio do cXY7YZue XY7YZS poss&vel ocorrer com o ponto de vista l,gico dnorma 8ur&dica/ sc.mente possui uma nica dire)*o. 1endo/ assim/ em todas ahip,teses/ K   ヘ XY7YZr)osamente haveria de e<istir uma discrepRncia entre a vontade as eSOpressXY7YZes verbais/ pois estas/ segundo Velsen/ n*o s*o un&vocas.  Um dos pontos #ue oferecem dvidas ao analista de Velsen " a sXY7YZXY7YZorienta)*o para a hip,tese de conflito entre a voritade manifesta ncB ato de aplica)*oa linguagem nele adotada. Ao indicar #ue a solu)*o dever ser pes#uisada em outrafontes/ onde o aplicador deXY7YZver buscar os subs&dlos sen*o nos elementoteleol,gico/ a<iol,7 XY7YZiXY7YZo/ hist,rico ou sociol,gicoT E essa utiliza)*o de Qoutrafontesestaria/ ine#uivocamente/ em conflito com as premissas de seu pen7 samento/ pois paele 3ireito " apenas norma. Velsen afirma #ue o ISSXY7YZpel do int"rprete termina comfi<a)*o das diferentes possibilida7 dXY7YZs e<istentes na QmolduraQ/ ficando a cargo/ n*da $i>ncia do 3ireito/ mas da pol&tica8ur&dica/ a indica)*o da solu)*o a ser adotada.5ra/ assim vista/ a deEini)*o do 3ireito ser e<ercida por comandos n*o normativo

pela pol&tica 8ur&dica/ #ue Ieva em conta os valores XL:'Z':C PAU4 A3E6 e os fatos sociais. Assim entendida a mat"ria/ verifica7se uma verda7 deira preval>ncde elementos e<tranormativos na fi<a)*o da solu7 )*o ade#uada para determinadhip,tese 8ur&dica. Ademais/ a $i>ncia do 3ireito seria impotente para descrever 3ireito/ pois enuneiaria n*o a eonduta e<igida/ mas a gama de possibilidades insertana moldura da lei.  Huanto N no)*o #ue apresenta de interpreta)*o aut>ntica/ observa7se uminconsist>ncia l,gica no pensamento do autor. A interpreta)*o aut>ntica s

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caracterizaria pelo fato de o aplicador escolher/ entre os vrios sentidos oferecidopelas normas/ a#uele #ue servir de base N decis*o. Por interm"dio dela/ cria7se 3ireito.4corre/ porcm/ #ue ao conceituar ilzterprcta)*o/ Velsen salienta #ue o papel dint"rprXY7YZ\ OS seria apenas o dc revelar o #uadro ou a moldura das possibilidadel,gicas das normas/ mcdiante uma atividade cog7 noscitiva. A sele)*o Elnal do sentidda norma n*o seria um momento ou etapa da interpreta)*o/ mas um ato volitivo situadno plano da pol&tica 8ur&dica.  3as no)XY7YZes de nplicn)*o e crin))to do 3ireito depreende7se #ue no pensamende Velsen h/ aparentemente/ uma Eus*o entre ambas/ pois a aplica)*o/ com e<ce)*de atos de e<ecu)*o de senten)a/ leva N cria)*o/ en#uanto a cria)*o configura apllca)*o/ salvo a hip,tese em #ue a norma fundamental se apresentc como a primeirconstitui)*o. *o chega a ocorrer/ para esta 2eoria/ o desaparecimento da diEeren)tradicional entre cria)*o e aplica7 )*o/ como pensam alguns autores.XY7Y$onstatamos/ sim/ um proces7 so de gemina)no de conceitos/ em #ue um fen-men

n*o ocorre sem o outro/ ressalvadas as e<ce)XY7YZes 8 mencionadas.  *o obstante as dvidas a#ui suscitadas/ #uanto N consist>ncia l,gica da teoria dinterpreta)*o em Velsen/ " de se reconhecer #ue/ em sua originalidade/ o autapresenta uma nova perspectiva de estudo #ue n*o pode ser desconhecida e #udcsperta a aten)*o dos hermeneutas sobre importantes pontos n*o analisadosuficiente7 mente pela Jurisprud>ncia tradicional.

'D W a opini*o/ v.g./ dos argentinos Mouchet e %ecuS Q3entro de esta teoria desaparecla diferencia tradicional entre creaci,n y aplicaci,n del derecho.Q 7 Invoducci,n 3erecho/ ?XY7YZ ed./ Editorial Perrot/ %uenos Aires/:?B/ p. D??.$ap&tulo 0@I2E46IA MA60I12A E 4 3I6EI24

1UM]4S B. $onsidera)XY7YZesPr"vias. C. 4Momentoist,ricoda 2eoria Mar<ist. 4s $oriJeus do Mar<ismoS Varl Mar< e Friedrich Engels. l 4fl A FilosoMai<ista.:L:. 4 1igni8icado do 3ireito na @\u*o Mar.XY7YZsta.:L' $ritica.B. $onsidera)XY7YZes Pr"vias  Fundamentalmente a teoria mar<ista e<pXY7YZP e analisa a estrutura econ-mica d

sociedade capitalista/ seu funcionamento e conse#`>n7 cias no plano social/ pol&tic"tico/ religioso/ 8ur&dico/ apontando o seu teor de m8usti)a e a f,rmula para erradica)*o desta. $entrada no econ-mico/ revela a desigualdade #ue o regime da liviniciativa encer7 ra com a m distribui)*o das ri#uezas. Eminentemente cr&ticpre7 tende tamb"m ser criadora/ na medida em #ue/ n*o se limitando a emitir 8u&zos drealidade/ empenha7se no direcionamento da a)*o social. A teoria mar<ista apresentaportanto/ tr&plice dimens*oS e<7 positiva/ de vez #ue radiografa a sociedade capitalistarevela a sua forma de funcionamento/ notadamente pelo seu lado econ-micoOcritica/ pois valora a realidade/ indicando suas falhas e in8usti)asO

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operacional/ tanto #ue apresenta a f,rmula prtica para a revers*o do #uadro dmis"rta e de opress*o. Posto #ue n*o se mostre rigoro7 samente como teoria 8ur&dicaconsidere o 3ireito incidentalmente/ algo dispensvel na sociedade do futuro/ a sucompreens*o e o enfrentamento de suas id"ias " tareEa inarredvel n

 8usfilosofia.\ Esta realiza o seu ob8eto N vista de embates doutrinrios/ ante a

 : QXY7YZIichel @illeyreconhece Q#uenopensamento8ur&dicocontemporRneoningu"negar#ue o mai<ismo ocupa um lugar considervelQ. QInQ Filosofia do 3ireito/:\ edEditora Atlas ヘ.A./ 1*o :\aulo/:BB/ p.:;'. /Ss\XY7YZfXY7YZOXY7YZXY7YZ OXY7YZXY7YZftlXY7YS\/AtA FXY7YZ XY7YZ/ Sie SSXY7YZtXY7YZXY7YZ PXY7YZXY7YZ SXY7YZXY7YZs XY7YZXY7YZXYZXY7YZy 3: lll$.\ XL:'Z''L PAU4 A3E6 concorr>ncia de opiniXY7YZes/ pelo #ue n*o lhe " permiss&vel/ por incoe7 rente/ marginaliza)*o de uma ideologia #uestionadora da e<peri>n7 cia 8ur&dica do mundocidental e #ue desenvolve a tese da provisoriedade do 3ireito.

  A teoria se esteia no pensamento de Varl Mar< e de Friedrich Engels/ #ue sassociaram na forma)*o de uma doutrina #ue alcan)ou ampla repercuss*o. 1uas id"ias*o interpretadas e desenvolvidas por seguidores em diferentes setores dconhecimento. Menos evocada atualmente por influ>ncia de certos fatos hist,ricos dpro8e)*o internacional/ como aperestroia/ na Uni*o 1ovi"tica/ crises sociais #uabalam a $hina $omunista e a unifica)*o da Alemanha/ a teoria obtevprogressivamente/ nas duas ltimas d"cadas/ forte interesse entre os homens dcultura. a rea 8ur&dica/ as anlises e refle<XY7YZes mais credenciadas partenotadamente de Umberto $erroni e icos Poulantzas/ mar<istas ocidentais de renomen#uanto os demais estudos #ue se apresentam/ de um modo geral/ carecem dcunho cient&fico e revelam tend>ncias proselitistas.  A teoria " relevante na medida em #ue se propXY7YZe a e#uacionar politicamente sociedade segundo um modelo 8usto de distribui)*o de ri#uezas. 4 seu poder daliciamento n*o defBui isoladamente de seus postulados/ pois se robustece diante dafalhas #ue o sistema capitalista apresenta ao permitir grave dese#uil\brio nreparti)*o dos bens. En#uanto #ue o desafio capitalista na corre)*o dadesi7 gualdades mediante a eompatibiliza)*o da economia de mercado com a 8usti)sncial/ a filosoXY7YZa comunista/ conduzida pelo mar<ismo/ se orienta pela 8usdistribui)*o das ri#uezas/ seu valor polar.

C. 4 Momento ist,rico da 2eoria Mar<ista  $omo todo indiv&duo #ue participa da vida social/ Varl Mar< recebeu ucondicionamento de sua "poca. r2ele/ por"m/ as circuns7 tRncias repercutiram maintensamente/ pois n*o se limitou a enXY7YZa7 8ar7se em movimentos de gruposO reagitambXY7YZm/ com subs&dios filos,ficos importantes N condu)*o da causa uperri@iveu em uma #uadra hist,rica marcada pelo advento da indstria e o surgimento dclasse obreira. A 6evolu)*o $omercial havia outorgado poder econ-mico aoburgueses/ en#uanto na Fran)a/ pela 6evolu)ao de :BC/ a classe obteve podpohtico. 4 fen-meno da industrializa)*o/ #ue/ no in&cio do s"c. 0I0/ come)ou

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alcan)ar desenvolvimento/ notadamente na Inglaterra/ com fortes efeitos no #uadsocial/ destinou N agricultura um plano secundrio/ en#uanto o homem precisavenfrentar a concorr>ncia da m#uina. ascia a dial"tica do capital e trabalho e as novacondi)XY7YZes criavam um perene desafioSFI414IXY7YZIA 34 3I6Er24 a imperiosa necessidade de situar as rela)XY7YZes entre as classes sociais em upatamar de e#uil&brio e 8usti)a. 4s problemas emergentes refletiram7se nos setores d3ireito/ da FilosoEa e da Pol&tica/ sobre7 tudo. A partir de um e<ame cr&tico drealidade/ lan)avaXY7YZzXY7YZ7se as sementes de um novo ramo do 3ireito/ #ue haverde disciXY7YZlinar o fato social do trabalho remunerado. 3e apenas duas disposi)XYZes insertas no $,digo apole*o ^:CL;[/ sucedeu7se um fen-meno de e<pans*normativa/ #ue culminou com a autonomia do 3ireito do 2rabalho/ #ue se corporiXYZca/ ho8e/ em c,digos.  Um longo caminho/ todavia/ haveria de ser percorrido. 1urgi7 ram as entidades dclasse e movimentos operrios/ mas n*o basta7 vam a uni*o e a a)*o. A for)a desta

deveria se assentar em uma 8ustiEica)*o filos,fica/ da& a importRncia das contribui)XYZes de Mar< e de Engels no eneaminhamento da #uest*o social. a esteidas reivindica)XY7YZcs trabalhistas agitava7se o problema pol&tico. 1e o ob8e7 tivo dclasse obreira era a con#uista da tutela 8ur&dica/ a via de alcan)7la seria a pol&tica. plano do pensamento/ $laude enri de 1aint71imon ^:B?L7:C'D[/ 6obert 4!en ^:BBICDC[ e $harles Fourier ^:BB'7:C9B[/ em suas refle<XY7YZes/ acusavam as in8usti)anas7 cidas das novas rela)XY7YZes e preconizavam reformas sociais. o campo da)*o/ em :C;B/ surgc em ondres a iga dos $omunistas/ suXY7YZessora de outraentidacles #ue lutaram pela mclhoria das condiXY7YZes dos operrios/ a partir da igdos 3esterrados/ na Fran)a. 3ocumento hist,rico do mais alto signi$icado para "poca/ o XY7YZl$ani$XY7YZsto do Partido $.omunista foi divulgado por IXY7YZXY7YZIar< Engels/ em :C;C/ no #ual conelamaram a classe obreiraS QProletrios de todos opa&ses/ uni7vos.

 Al"m do poder da uni*u/ o rnar<ismo valorizeu o poder da a)*o. Em 2eses 1obFeuerbach/ Mar< 8 havia escrito #ue n*o bastava a inter7 preta)*o do mundo pefilosofia/ pois Qo #ue importa " modiFc7loQ.. 4s $orifeus do Mar<ismoS Varl Mar< e Friedrich Engels .: VarIMnr<. Filho de uadvogado e conselheiro de8usti)a e descendente de8udeus/ Varl einrich Mar< ^:C:C:CC9[ nasceu em 2reves/ capital da prov&ncia alem* de 6enania. Ap,s o

estudos preliminares em sua terra natal/ matriculou7se na Universidade de %onn/ ondiniciou o curso de 3ireito/ logo interrompido/ pois o seu interesse maior coneentrava7snos estudos de ist,ria e FilosoEia.Ingressou/ posteriormente/ na Universidade de %erlim/ onde se in7 fluenciou pepensamento ateu e liberal7democrtico da es#uerda hegeliana. 3e Feuerbach assimiloa er&tica ao idealismo de egel/ em uma "poca em #ue a ideologia do fl,sofo alem*havia poucos anos falecido/ dommava o ambiente cultural de %erlim. Egressda universidade/ dedicou7se iniczalmente ao 8ornalismo/ onde/ com es7 XL:'Z''' PAU4 A3E6

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 p&rito idealista/p ugnoup or id"ias revolucionrias/ o #ue provocou/ em :C;'/ n$ol-nia/ o fechamento da 5azeta 6enana/ ent*o sob a sua dire)*o. Em conse#ii>nciemigrou para Paris no ano seguinte/ onde conheceu Friedrich Engels/ seu alterego/ estudou o soelalismo de 1aint71imon. E<pulso da Fran)a em raz*o de sua atividad

 8orna7 l&stica/ radicou7se em %ru<elas/ onde foi secretrio da iga $omunista ^:C;B[. Eresposta a Joseph Proudhon ^:CL7:C?D[/ #ue publicara Filosofia da Mis"ria/ escreveem frances/ Mis"na da Filosofia ^:C;B[. En#uanto para Proudhon o mal do capitalismsituava7se no sistema de troca/ para Mar< a fonte estava nas formas dep rodu)*o.Mais tarde/ em ondres/ onde se fi<ou definitivamente/ foi ativlsta na iga $omunistent*o dirigida por Engels e/ em con8unto com este/ escreveu o famoso Manifesto dPartido $omunista ^:C;C[.  Varl Mar< foi autor de XY7YZdiversas obras/ destacando7se 3as Vapital/ cu8o livprimeiro foi publicado em :C?B e os dois outros/ ap,s a morte de seu autor/ em :CCD :C;/ por iniciativa de Engels/ #ue reuniu os manuscritos. a rea 8ur&dica/ escreve$rilica da Filosofia do 3ireito de egel ^:C;9[. de ser feita a distin)*o/ na produ)*

cient&fica de Mar</ entre as obras da 8uventude e as tOscritas na fase madura. 2ese1obre Feuerbach ^:C;D[ " eonsiderada a obra de ruptura com a primeira fase.  .' Friedrich Engels. A biografia de Mar< se entrela)a com a de seu patr&cio FriedricEngels ^:C'L7:CD[/ fil,sofo nascido em %ermen/ na 6enRnia/ e falecido em ondre

 As condi)XY7YZes da "poca e as eircunstRncias de sua e<peri>ncia pessoal nortearamseu perfil filos,fico. 4 encontro com Mar</ em Paris/ revelou uma a$mdade ideol,gic#ue os uniu duradouramente e #ue possibilitou uma e<7 traordinria troca de<peri>ncia. Mar< e Engels/ a hist,ria revela/ foram esp&ritos fraternos e g>meointelectualmente.  Em Manchester/ Engels observou concretamente/ em indstria de seu pai/ a condi)*social dos operrios e publicou/ em :C;D/ A 1itua)*o da $lasse 4perria na Inglnterronde eontestou as teses da economia liberal/ notadamente na vers*o de Adam 1mitEm com7 panhia de Mar</ fundou a Associa)*o Internacional dos 4perrios/ conhecidcomo Primeira Internacional $omunista. Preparou vrias obras em parceria com seamigoS A 1agrada Familia ^:C;D[/ A Ideologia Alem* ^:C;D?[/ Manifesto do Partid$omunista ^:C;C[Oindividualmente/ escreveuS $ontrcbui)*o aXY7YZ $riticn da Economia Po7 litica ^:CD[/4rigem da Fnmilia/ a Propriedade Privada e o Estado ^:CC;[. Anti73`hring ^:CBC[ fescrita por Engels eom pe#uena cola7 bora)*o de Mar< esta obra/ criticou

pensamento da#uele fil,sofo alem*o e desenvolveu estudo sobre o papel da viol>ncna hist,ria.FI414Ff A 34 3I6EI24 ''9  Posto #ue se diga #ue Engels foi mais um divulgador do pensa7 mento de Varl Marna realidade n*o apenas interpretou a ideologia de seu companheiro de lutas/ macontribuiu para a formula)*o da teoria mar<ista. 4 autor de 4 $apital havia analisado hist,ria das sociedades N luz do m"todo de desenvnlvimento dial"tico. Engels/ em suobra A 3ial"tica da atureza/ publicada em :'D na Uni*o 1ovi"tica/ estendeu a#ue

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m"todo ao campo das ci>ncias da nature7 za/ fazendo da teoria mar<ista umconcep)*o integral do mundo.:LL. A Filosofia Mar<ista  Alguns postulados fundamentais caracterizam a filosofia mar7 <istaS o primado do resobre o ideal/ a admiss*o da teoria evolu)io7 nista de 3ar!in/ a concep)*o materialistda hist,ria/ a dial"tica hegeliana revisada.  A verdade deveria ser captada na e<peri>ncia/ nos fatos. 6e8ei7 tava o pensamenmetaf&sico. A ci>ncia deveria formar7se com os elementos hauridos na realidadconcreta. A postura de Mar< foi materialista e professava o ate&smo. $omo 3ai!iadmitia a trans7 forma)*o dos seres evolutivamente e a partir do reino mineral.Mediante um processo comple<o de muta)*o interna/ o ser mineral se transmudava evegetal e animal/ sucessivamente. A progress*o seria #uantitativa e apresentava saltode #ualidade/ raz*o pela #ual surgiria o homem/ ser dotado de raz*o.  4 materialismo hist,rico constitui uma das teses fundamentais do mar<ismo e consisno entendimento de #ue a estrutura da sociedade " composta pelo fator ecnn?mic

pelo con8unto das rela7 )XY7YZes de produ)*o. A superestrutura seria formada pelacria)XY7YZes do intelectoS 3ireito/ Moral/ Pol&tiea/ Estado/ 6eligi*o/ Artes. A premis7 sde racioc&nio " a de #ue a personalidade humana " ditada pelas rela)XY7YZes dtrabalho. Assim/ cada componente da superestrutura seria uma emana)*o do prucessecon-mico e<istente. egel havia declarado #ue a cnnsci>ncia do homem determinavo seu modo de serO para Mar</ o fen-meno seria inversoS o ser social do home" #uerrl definia a sua consci>ncia.'XY7YZlsto n*o implica na admiss*o do monismecon-mico. A tese " a de #ue o fator econ-mico " prepon7 derante na forma)*o dsuperestrutura. Engels chegou a reconhecer a possibilidade de uma Qinvers*o da pr<hist,ricaQ/ com a consci>n7 cia reagindo Ns condi)XY7YZes impostas pela estrutura. 2invers*o n*o

' Varl Manc/ Para a $rltica da Economia Polltica/ Abril $ultural/ $ole)*o 4Pensadores/ 1*o Paulo/:\B;/ p.:9D.XL:'Z''; PAU4 A3E6 foi cogitada por Mar</ pois n*o haveria na realidade uma rea)*o N estruturaO ohomens atuariam sobre os nleios de produ)*o visando o seu reorcXY7YZenament2odas as transforma)XY7YZes fundamentais da sociedade/ embora possam transparece

outras motiva / decor7 rem sempre de mudan)as nas ormas de produ)*o. XYZrevolu)Ro protestante seria um e<emplo.  Em seu livro Para a $ritica da Economia Polftica/9 Mar< indica o fio condutor de seuestudosS Qna produ)*o social da pr,pria vida / os homens contraem rela)XY7YZes dXYZterminadas/ necessrias e mdepen7 dentes de suavontade/ rela)XY7YZes de produ)*estas #ue correspondem a uma etapa determinada de desenvolvimento das suas for)aprodutivas materiais. A totalidade das rela)XY7YZes de produ)*o forma a estrutuda sociedade/ a base reXY7YZll sobre a #ual se levanta uma superestrutura 8ur&dica pol&tica/ e N #ual correspondem formas sociais determina7 das de consei>nciaQ.

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  A destrui)*o da sociedade eapitalista foi preconizada por Mar< na perspectiva ddial"tica hegeliana. En#uanto egel concebia o ritmo da evolu)*o geral apenas nplano do pensamento/ IXY7YZtar< o transportava para o Rmbito da pr<is. $om estinvers*o/ proclamou/ fez andar com os p"s #uem caminhava de cabe)a para bauco. luta de classes/ #ue decorre das rela)XY7YZes deprodu)*o/ seria caracter&stica marcante na hist,ria das sociedades. ouve a luta entre amos e escravona Antigi`dadeO entre patr&cios e plebeus/ em 6omaO senhores feudais e servos/ nIdade M"diaO burguesia e proletariado/ nos tempos modernos. 4 desenvolvimento sprocessava pela oposi)*o da ant&tese N tese/ da #ual resultava a s&ntese/ #ue seria harmoniza)*o das for)as antag-nicas. As grandes transforlna)XY7YZes sociais surgir*a partir do momento em #ue as distor)XY7YZes do capitalismo levarem ao insuport7 vo empobrecimento da grande massa trabalhadora. aver a luta de classes. burguesia/ #ue representa a tese do proeesso/ ser alvo de intensa luta deiagradpelo proletariado 7 ant&tese. Provisoria7 mente se instalar a ditadura do proletariado/#ual se seguir a sintese/ #uando cessar*o as desigualdades/ as in8usti)as e

homem alcan)ar o para&so terrestre.  4 Rmago da discordRncia do mar<ismo com o regime capitalista radica nas rela)XYZes de trabalho/ nos meios de produ)*o. As in8usti)as siXY7YZciais resultariam do atue#uacionamento no Rmbito das fbricas/F\I414FIA 34 3l6E224 ''Donde se registra a e<plora)*o da classe obreira. 1uprimir tal distor)*o/ that is th#uestion.  Mar< e<plora/ com argcia/ as mazelas do capitalismoO o poder #ue outorga aodetentores dos meios de produ)*oO a ascend>ncia dos #ue possuem em rela)*o ao#ue produzem. Affrmou #ue Qo direito Eunda7 mental do capital " a igualdade ne<plora)*o da for)a de trabalho por todos os capitalistasQQ. 6eporta7se/ em seguida/ Nleis trabalhistas da metade do s"culo 0I0/ #ue fi<avam a longa 8ornada de trabalhde adolescentes e mulheres. *o se opXY7YZe/ o mar<ismo/ ao capital/ #ue " uma for)social/ mas ao capital concentrado nas m*os da burguesiaOn*o se combate a aboli)*o da propriedade em geral/ mas N propriedade burguesa/ #udet"m nove d"cimos da e<istente.D Mar< e Engels/ em A 1agrada Familicensuraram o papel conservador e<ercido pelo cristianismo/ #ue pregava necessidade do dualismo de classes. A doutrina foi acusada de contribuir paostatus #uo/ ao infundir a resigna)*o no esp&rito do proletrio/ acenando

lhe eompensa)XY7YZes na futura vida supraterrena.  Apro<imando a sua lente de vis*o das rela)XY7YZes de trabalho/ no fato da mais vallocalizou o v&rus #ue ani#uila o tecido social. Mar< assimilou as distin)XY7YZes de 3av6icardo em sua teoria do valor/ a partir da #ual tirou conse#`>ncias pr,prias. 4 valor dtroca das ri#uezas " algo #ue n*o se confunde com o valor de uso ou com o pre)oEn#uanto o valor de uso " algo particular e dependente do interesse de cada pessoa/de troca constitui uma categoria geral e o pre)o " contingente/ pois varivel N vista dlei da oferta e procura.

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4 valor de troca deve tomar por re Eerencial a #uantidade de trabalho necessrio produ)*o de mercadoria. 2al valor ser cambivel na medida em #ue se alterar o &ndicde trabalho acumulado. Para Mac</ a coincid>ncia entre o valor da mercadoria e a for)de trabalho empregado na sua produ)*o seria indispensvel/ pois o trabalhador deverusufruir integralmente do produto de seu trabalho. a socie7 dade capitalista/ por"m/ valor das ri#uezas e<cede sempre a for)a de trabalho. + tal diferen)a/ Mar< denominpor mais valia/ #ue representa a medida da e<plora)*o da classe obreira #ualienada/ entrega o produto de seu trabalho ao patr*o/ seu parasita. 3iante

  ; 3XY7YZ.XY7YZpilal/ $ivilira)*o %rasileira 6io de Janeiro/:CL/ ivro Primeiro/ volumep. 99'.9 Ed. cit./ p.:9D. D $f. Manifesto do Partido $omunista/5lobal Editora/ 19o Paulo/:Cp. C7 XL:'Z'? PAU4 A3E6 deste diagn,stico/ pensa #ue a solu)*o do mal deve ser alcan)ada com a mudan)a d

economia.:L:. 4 1ignificado do 3ireilo na @\XY7YZs*o Mar<ista  A teoria mar<ista apresentau ma concep)*o do 3ireito/ todavia Mar< e Engels n*foram 8uristas. XY7YZ1uas id"ias n*o se acham reunidas em uma obra/ mas dispersano con8unto de suas produ)XY7YZes cient&fi7 cas/ fato este #ue dificulta a anlise de seuint"rpretes/ #ue investi7 gam em te<tos escritos em "pocas e circunstRncias distintas/ conduz N diverg>ncia de resultados. 4 3ireito foi abordado pelos corifeus do mar<ismincidentalmente/ apontado como instrumento de opress*o empregado pela sociedadcapitalista. A teoria n*o se ocupou da ontologia do 3ireito. Ela n*o apresenta umfilosofia 8ur&dica nos moldes tradicionais/ nem a anlise do 3ireito Positivo. A suaten)*o concentrou7se na fun)*o e<ercida pelo fen-meno 8ur&dico na condu7 ta socialna anlise de suas fontes reais/ na#uelas #ue induzem N cria)*o e transforma)*o d3ireito. a e<press*o de Vonstantin 1toyanovitch/ o mar<lsmo elaboroumaprecc>ncia8uridica.\ Malgrado a influ>ncia recebida de 1avigny/ Mar< elaborouma teoria #ue se divorcia da orienta)*o da Escola ist,rica do 3ireito.

 A evolu)*o social n*o deveria desenrolar7se sob a influ>ncia de fatos pret"ritos/ mafazer7se mediante a ruptura com o passado. A passa7 gem para a sociedade comunisn*o se processa atrav"s de rever>n7 cia Ns tradi)XY7YZes/ mas com o seu abandonoeom a re8ei)*o Ns verdades eternas/ N Moral/ N 6eligi*o. 3o historicismo/ por"m

assimilou a tese da relatividade do 3ireito/ n*o o concebendo sen*o epermanente muta)*o sob o influ<o do fator econ-mico. o 3ireito n*o havero absoluto/ nem o imutvel. 3istancia7se/ 8 neste particular/ do 8usna7 turalismdoutrina #ue alcan)ava prest&gio na Fran)a e/ sob a in7 flu>ncia do Iluminismo e daid"ias de Vant/ tamb"m na Alemanha.Em sintonia com a tese materialista do primado do real sobre o ideal/ e<clui possibilidade de um 3ireito emanado da raz*o ou de origem metaf&sica. A sede d3ireito seria o campo dos fatos/ das rela)XY7YZes/ da vida social. 4 3ireito deriva/ enfmdo realO a sua f,rmula se faz

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 ? Apesar de seu interesse iniciat pelo curso de 3ireito/ Mar< n*o levou avante seuestudos em %onn e/ no prefcio de 3as Vapital/ confessouS Q4s meus estudos profXYZssionais eram os de Jurisprud>ncia/ com #ue/ todavia/ s, me preocupei comdisciplina secundria/ ao lado de Filosofia e ist,ria.B $f. em V 1toyanovitch/ EI Pensamiento Mar.XY7YZsta y el 3erecho/:XY7YZ eespanhola/ 1iglo @eintiuno Editores 1.A./ Madrid/:BB/ p. 99.FlosoFla 3o 3nXY7YZrro ''B a posteriori/ nunca a priori. Em sua orienta)*o/ o mar<ismo situa o homem no centro dsuas investiga)XY7YZes/ por"m n*o o homem abstra7 to ou abstra&do da tessitura sociamas o homem situado/ conereto.  Mar< re8eitou as teses voluntaristas/ #ue situavam o 3ireito como produto da vontad4 fen-meno 8ur&dico n*o seria uma decorr>ncia da vontade da classe dominante ou dEstado/ mas resultante das rela)XY7YZes de produ)*o. Estas condicionam o 3ireie toda a superestrutura. 4 papel do 3ireito seria o de tutelar a infra7 estrutu

econ-mica. + "poca de 1talin/ na Uni*o 1ovi"tica/ o pen7 samento voluntarista foi ado\do oficialmente para 8ustificar a a)*o repressiva do Estado.s Em sua perspectivmaterialista/ reage contra a id"ia do 3ireito atural/ pois n*o admite dedu)XY7YZes dconceitos gerais #ue se ap,iam no conceito de homem. a realidade/ o 8us naturaseria mals um instrumento ideol,gico utilizado pela burguesia para impor o 3ireito dsua conveni>ncia. 4 apelo N#uele 3ireito visa a refor)ar a autori7 dade e 8ustifica)*o d

 8ccs positum. 4 mar<ismo associa a id"ia do 3ireito atural aos interesses dburguesia. Esta classe 8 teria recorrido N#uela instRncia #uando deflagrou a surevolu)*o. 4 apogeu do 8usnaturalismo teria coincidido com a grandelabora)*o te,rica da economia burguesa. 4 seu papel/ agora/ seria o de funda7 mentaas institui)XY7YZes burguesas e masearar ldeologicamente seus erros. Mar< criticotamb"m/ a Q3eclara)*o dos 3lreitos do o7 memQ/ #ue se caracterizaria por seego&smo e esp&rito individualista / uma vez #ue parte da no)*o de #ue o homem " user isolado. Para . 5. Ale<androv/ #uanto mais se concretiza o modelo comunisem um EstadoXY7YZ mais se enri#uece o contedo material dos direitos individuaiEmbora a $onstitui)*o da e<tinta Uni*o das 6epblicas 1ocialistas 1ovi"ticas/ nocap&tulos ? e B/ abrangendo os artigos 99 ao ?/ os tenha declarado/ n*o estabelececontradi)*o com o pen7 samento do fil,sofo Mar</ isto por#ue preceitua #ue Qo e<erc&cdos direitos e liberdades pelos cidad*os n*o deve preXY7YZudicar os interesses d

sociedade e do Estado/ nem os direitos dos outros cidad*osQ.lo  A concep)*o mar<ista parte de um diagn,sticoS a sociedade se acha esttXY7YZuturadeconomicamente de uma forma in8usta/ com a

C $f. Massini/ Ensayo $XY7YZitiso Acerco de Pens!niento Filos,fico7Juridico dc $!loMar</ Abeledo7Perrot %uenos Aires :B?/ p. DB. 2eoria del Estado y del 3erecieo/ obra mletiva/ $iencias Emnomicas y 1ocialeEditorial 5ri8albo. 1.A./ M"<ico/:??/ p. ':L.:L $f. artigo 9/ m fine.

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XL:'Z'', PAU4 A3E6 preponderRncia do capital sobre o trabalho/ #uando na realidade " este #uem Eormas ri#uezas. a sociedade capitalista h uma gene7 ralizada rela)*o de dom&nio e de<plora)*o por parte dos #ue det>m os meios de produ)*o em rela)*o aos operrios. 3ireito desempe7 nha um papel ideol,gico/ pois sob o prete<to de instrumentalizaa 8usti)a " meio utilizado para conservar a e<plora)*o da classe domi7 nante.ll $omelemento integrante da superestrutura/ " condiciona7 do pelo fator econ-mico. Pinterm"dio do 3ireito/ a classe cXY7YZue possui os meios de produ)*o mant"m o sepoder e privil"gios. 4 3ireito n*o ter Eun)*o em uma sociedade comunista. ehaver normas/ #ue n*o ter*o/ todavia/ a #ualifica)*o8ur&dica/ pois n*o ser*o impostacoercitivamente. Huando ocorrer a revolu)*o do proleta7 riado/ a presen)a do 3ireitbem como a do Estado/ ser provis,ria/ logo desaparecendo com a supress*o daclasses. Imperando o socia7 lismo total/ haver o e#uacionamento 8usto dos interesseecon-mi7 cos e/ com este/ a e<tin)*o do 3ireito. Huem determina/ em ltima instRnci

a e<ist>ncia do 3ireito/ " a propriedade privada dos meios de produ)*o. Assim/ erela)*o aos tempos primitivos/ onde n*o havia a propriedade privada dos meios dprodu)*o/ n*o h #ue se falar em 3ireito. A desigualdade teria/ tamb"m/ a sua parcede responsabilida7 de na apari)*o do 3ireito/ pois se todos/ igualmente/ usufru&ssedo direito de propriedade/ n*o haveria raz*o de ser do 3ireito.  3a sociedade burguesa/ onde impera a e<plora)*o da classe operria/ at" o advendo comunismo/ h um longo itinerrio hist,7 rico a ser implementado. $om a crescenconscientiza)*o de sua for)a/ a classe dominada reagir/ promovendo a subvers*o/ d#ual decorrer a etapa da ditadura do proletariado/ #ue ser uma prepa7 ra)*o para sociedade comunista. esta havera o e#uil&brio/ desa7

 :: Em 3as Vapital a situa)*o " retratadaS Q^...[ e o #ue acontece na fbricaT ela/ fabricante " o legislador absoluto. 3ita os regulamentos #ue lhe aprazemO altera e faacr"scimos ao seu c,digo conforme lhe apeteceO e por mais absurda #ue se8a disposi)*o #ue introduza no seu c,digo/ dizem os tribunais aos trabalhadoresS Umvez #ue vos obrigastes espontaneamente dentro do contrato/ tendes de cumpri7lo... os trabalhadores est*o condenados a viver dos nove anos at" a morte sob essa tiranespiritual e f&sica.Q ^Ed. cit./ livro :/ vol. '/ p. ??B[.:' a f,rmula de 1tuca/ #ue e<pressa o sentido mai<ista/ 3ireito Q" o con8unto d

rela),es em geral/ eomo um sistema de rela)XY7YZes #ue correspondem aointeresses das classes dominantes e salvaguarda tais interesses pela viol>ncorganizadaQ. a cr&tica de Pasuanis/ a defini)*o revela o contedo de classe d3ireito/ mas n*o e<plica a sua raz*o determinante. Em A 2eoria 5erol do 3ireito e Mar.XY7YZi.smo/ 6enovar/ 6io de Janeiro/:C/ p. 19.FI414FIA 34 3I6EI24 '' parecendo a raz*o de ser do 3ireito. XY7YZste " visto como instrumento de uma class$om a e<tin)*o de classes advir a igXY7YZ.laldade entre os homens e cessar per&odo de priva)XY7YZes. As necessidades de cada um poder*o ser satisfeitas. ave

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a plena socializa)*o dos meios de produ)*o. Prevalecer o princ&pioS Q3e cadum9segundo sua capa7 cidade/ a cada um segundo suas necessidades.Q 1urgir homem novo/ n*o submisso/ n*o humilhado. esta fase/ n*o haver lugar para coa)*o. As regras da sociedade comunista ser*o aceitas pela compreens*o. 4homens criar*o o hbito de cultiv7las.  A Uni*o 1ovi"tica/ n*o obstante a revolu)*o de ::B e a im7 planta)*o do comunismmant"m o seu 3ireito Positivo/ posto #ue elaborado e afei)oado ao novo regimecon-mico. $om a forma)*o da sociedade comunista/ havia a cren)a de #ue o 3ireitoa curto prazo/ deveria desaparecer. este sentido se posicionou E. %. Pasu7 ani

 8urista de grande aseend>ncia no mundo sovi"tico. Pensava #ue as institui)XY7YZe 8ur&dicas seriam incompat&veis com o comunismo. 4 desaparecimento do 3ireito deverocorrer com o fim do capitalis7 mo. $om a ascens*o de 1talin ao poder/ o autor de 2eoria 5eral do 3ireito e o Mnr<ismo ^:C';[ foi perseguido pol&tica e ideologica7 ment4 novo comando pol&tico acatou as teses 8ur&dicas de Varl 6enner/ #ue sustentava id"ia de perman>ncia do 3ireito/ embora com renovado teor. 1talin e o 8urista @ichins

em verdadeiro rompimento com a teoria mar<ista/ conceberam o 3ireito socialista/ #useria a e<press*o da vontade da classe proletria.  4 Estado seria tamb"m uma institui)*o a secvi)o da classe dominante/ pois al"m dse estruturar por modelo 8ur&dico " fonte criadora do 3ireito. A e<tin)*o das classeprovocar/ igualmente/ a e<tin)*o do Estado. Para Engels/ o socialismo se realiza#uando os proletrios/ ap,s o seu per&odo de ditadura/ transferirem para o Estado propriedade dos meios de produ)*o. 2al fato registrar o fim das classes e do pr,prEstado.\Q a e<press*o de Machado Paup"rio/ o mar<ismo " Qanti8urisdicista antiestatistaQ.ts

:9 4 art.:; da $onstitui)*o da e<tinta Uni*o das 6epblicas 1ocialistas 1ovi"ticarefere7se ao princ&pio/ substituindo o termo necessidade por trabalhoS Qde cada usegundo as suas cNpacidades/ a cada um segundo o seu trabaihoQ.:; $f. ans Velsen/ em 2eorfa $omunista del 3erecho y del Estado/ Emec" Editore1.A./ %uenos Aires/:DC/ p. '.I1 Filosofia do 3ireito e do Estado e suas Maiores $orreittes/ Editora Freitas %asto6io/:CL/ p.L. /. XY7YZ.XY7YZXY7YZiXY7YZXY7YZOXY7YZ \.t /XY7YZ/XY7YZv XY7YZ..s/a./. f./7 XY7YZ XY7YZd dXY7YZ</ / / r.XL:'Z

PAU54A3E6 :L'. $ritica  A par das cr&ticas #ue se dirigem ao pensamento mar<ista/ " for)oso #ue sreconhe)am/ tamb"m/ seus aspectos positivos. Ao 3ireito n*o trou<e contnbui)XY7YZediretamente/ mas ao sistema s,cio7 pol&tico em geral/ ao despertar a consci>ncia "ticdos homens #uanto ao grau de desigualdade #ue o sistema capitalista encerra e impe7 riosa necessidade de se rever a organiza)*o da sociedade/ ob8etivando e#uih\brna distribui)*o de ri#uezas. 1e o bem do homem n*o se constr,i apenas com

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satisfa)*o de suas e<ig>ncias materiais/ " in#uestionvel/ todavia/ #ue o planecon-mico " essencial ao bem7 estar individual e N paz social.  Ao declarar #ue o fator econ-mico condiciona os institutos 8ur&di7 cos/ o fil,sofo d2reves revela uma vis*o parcial da realidade. W certo #ue o econ-mico situa7se ncentro dos inteceses humanos/ mas ali ele n*o " um fato isolado. 4 3ireito se dei<impregnar/ ainda/ tanto da Moral #uanto de fatores naturais. 1ituar estes agentes euma dimens*o econ-mica " se apegar a um monismo insustentvel. Ao cominar penaprtica do homic&dio e do se#i.iestro/ a lei n*o e#uaciona fatos8ur&dicos de e<press*econ-mica/ mas tutela a vida e a liberdade.  3e fundo materialista/ a teoria se revela contradit,ria relativa7 mente ao 3ireit#uando assume uma postura metaf&sica/ ao preco7 nizar a e<tin)*o do 8us ante adesaparecimento das classes sociais.1ub8az implicitamente na afirma)*o a cren)a de #ue a imperfei)*o humana decorre d#uest*o econ-mica. A proXY7YZ e)*o da natureza humana/ assim feita/ nao " resultado de uma inferencia calcada na li)*o dos fatos/ mas opera)*o do intelecto #u

transcende N e<peri>n7 cia. A provisoriedade do 3ireito/ outrossim/ " uma tese n*eonXY7YZfir7 mada no plano ftico. A 6evolx)*o de ::B/ #ue implantou o comunismna Uni*o 1ovi"tica/ foi a grande oportunidade para o mar<ismo demonstrar realizabilidade integral de suas previsXY7YZes.Entre as etapas pr" e p,s7revolucionria/ a mudan)a do 3ireito foi apenas de contedideol,gico. Anteriormente/ instrumento da clas7 se capitalistaO agora/ a e<press*o dointeresses do Estado. A consi7 derar as palavras de Miahil 5orbachev/ o rumo da#ueEstado socialista " o fortalecimento das institui)XY7YZes 8ur&dicasS QAperestroia impXYZe e<ig>ncias maiocXY7YZs no Rmago dos atos legislativos. A lei deve permitir comfirmeza os interesses da sociedade/ proibindo tudo o #ue possa pre8udicar os interessenacionais. Isso " um aXY7YZoma.Q\?

:? Mihail 5orbachev/ Perestroia 7 ovas Id"ias P!a o Meu Pals e o Mundo/ $&rcudo ivro/ 1*o Paulo/:CB/ p.:''.FI414FIA 34 3I6EI24 '9:  Inegavelmente/ h uma influ>ncia direta das estruturas econ-7 micas no tipo dEstado e nas institui)XY7YZes 8ur&dicas. $onEorme @ital Moreira/ Qa cada uma daformas t&plcas do capitalismo 7 capitalis7 mo7de7concorr>ncia/ capitalismo monopolistacorrespondem duas formas t&picas da respectiva ordem 8ur&dicaQ.:\ 4 regim

capitalista encontra apoio/ de fato/ no ordenamento 8ur&dico. Ele e<iste por#ue as lefundamentais reconhecem e garantem a propriedade privada dos meios de produ)*oEm um regime efetivamente democrtlco/ o povo possui o dXY7YZreito de op)*o/ o podde escolha. 1e e<iste o repdio ao capitalismo/ a manifesta)*o n*o h #ue se dirigcontra o 3ireito #ue o mant"m/ mas contra a op)*o/ por#ue as institui)XY7YZes 8ur&dicas*o apenas uma conse#i.i>ncia. A revis*o h de ser uma constante nos Estadodemocrticos. As mudan)as fundamentais fazem7se mediante canal pol&tico/ #ue sutiliza/ ent*o/ do instrumental 8ur&dico.

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  4s e#u&vocos #ue o 3ireito capitalista apresenta/ em certos pa&ses/ e #ue se mostraobstculo ao efetivo progresso social/ n*o e<pressam erros de ordem t"cnica ocient&fica praticados pelos 8uristas/ mas de natureza ideol,gica e cu8o acerto pressupXYZe antes a concordRncia da sociedade e dos ,rg*os #ue det>m o poder. 4 3ireito processo cultural #ue revela o momento hist,rico. 4 seu avan)o n*o deve realizar7saprioristicamente mediante novas leis/ mas atrav"s de mudan)as processadas npr,pria hist,ria. Esta " uma conclus*o #ue emerge da li)*o dos fatos. 1e a sociedadpol&tica acordar em humanizar as institui)XY7YZes sociais/ a fim de minimizaas desigualdades e a mis"ria/ o 3ireito/ como instrumento da reforma/ ser o meio dliberta)*o. Em uma sociedade plural/ democctica/ as correntes sociais podeinfluenciar nos rumos pol&ticos e/ conse7 #`entemente/ na eclos*o de princ&pios de unovo 3ireito.

:B Em A 4rdem 9urldica do $apitalismo/ $entelha/ $oimbra/:B9/ p. '?D.

XL:'ZFI414FIA 34 3 I 6El24 '9 9

$ap&tulo 0@IIEXY7YZI12E$IAI1M4 E 3I6EI24

1UM]4S:L9. Filosofia da E<ist>ncia.:L;. E<istencialismo e 3ireito.:L9. Filosofia da E<ist>ncia  3evemos distinguir/ previamente/ as no)XY7YZes fundamentais de ess>neia e<ist>ncia/ #ue s*o responsveis pela forma)*o de corren7 tes filos,ficas com pro8e)XYZes na rea 8ur&dlca. 4 vocabulo essentia deriva do verbo esse/ ser/ e significpredicado indispensvel N carac7 teriza)*o de um obXY7YZeto. 1e algo faz XY7YZarte dess>ncia de um fen-me7 no/ a sua falta impllca na ine<lst>ncta deste. Entre os fil,sofoh um largo diss&dio #uanto N ess>ncia das coisas. Para Plat*o a id"ia estaria no cernde todos os seres e sem a #ual estes n*o poderiam ser considerados. Afirlnou #ue Qmente " a causa de todas as coisasQ.: @is*o mais ampla encontramos em Arist,telepara #uem os seres dimanam da unl*o entre a ess>ncia e a e<ist>ncia.  3o verbo e<istire/ o termo e<ist>ncia e<pressa o #ue est ai/ modo de ser Fss>ncia

e<ist>ncia compXY7YZem o enteS a#uela indica o #ue uma coisa "/ en#uanto #ue estrevela #ue uma cOoisa ". Por essencialismo diz7se a doutrina #ue sustenta o pXYZimado da ess>ncia sobre a eXY7YZst>ncia Esta seria um acidente da#uela. pensamento e<istencialista preconiza o inversoS o primado da e<ist>nc   ヘ a sobre ess>neia. A corrente elos,fica apresenta matizes diversos/ sendo #ue a distin)*o maise d entre o e<istencialismo crist*o/ #ue rXY7YZnXY7YZ Vieregaard/ Varl Jaspers 5abriel Marcel/ e o ateu/ de eldegger e 1artre.

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: Apud Paulino Jac#ues/ 3o $onceito do 3irei! ^EssXY7YZncia e E<istXY7YZnciaForense/ 6io/:?;/ p. :;. Uma variante do pensamento platCnico foi apresentada po5eorge %ereley ^:?CD7:BD9[/ il,sofo irlRndes/ para #uem o percepi/ ser percebidseria a condi)*o da e<ist,ncia/ pois as coisas eXY7YZstiam por#ue pereebidas peesp&rito.  4 e<istencialismo " uma filosofia centrada no ser humanoO " humanismo #ue spreocupa com o ser individual/ concreto. $ada pessoa apresenta um mundo interiopersonal&ssimo/ com seu condi7 cionamento e eircunstRncias. $onsidera e<ist>ncinaut>ntica a vida social/ #ue despersonaliza e/ em lugar de converter o homem no Qseem7si7mesmoQ/ impXY7YZe7lhe a l,gica do seS se todos pensam assim / deve7se pensigualmenteO se as pessoas falam de um determinado modo/ deve7se falar tamb"m@ida aut>ntica " a interior/ #uando o homem estabelece o seu pr,prio 3asein/ o semodo pr,prio de ser.3a& #ue o Qhomem " o nico e soberano senhor do seu destino  / conforme Jean7Paul 1artre.' Varl Jaspers admite/ em pe#uenadi7 mens*o/

comunica)*o e<istencial entre os homens. Alem de certo limite no relacionamensocial/ a e<ist>neia se emerge na superficia7 lidadXY7YZ. E<ist>neia aut>ntica/ para eln*o re#uer a solid*o absoluta.

 A liberdade se revela fundamental na concep)*o e<istencialista. 3e acordo com 1artro ser humano " livre para tudo/ menos para o n*o7ser. Em realidade/ o homem estcondenado N liberdade. Esta se condiciona Ns circunstRnciasO " sempre em situa)*on*o havendo/ tamb"m/ situa)*o sem liberdade 9 A soberania do homem/ npensamento de Varl Jaspers/ somente pode cessar no plano de sua consci>ncia/ Qn*por submiss*o a uma ordem e<terior e incompreendida/ mas por livre obedi>ncia apr,prio entendimento\ S; 4 estado espiritual " o de angstia/ #ue surge/ segundViere7 gaard/ Q#uando o esp&rito #uer formular uma s&ntese total/ #uando a : berdadcompreende o seu pr,prio abismo e lan)a m*o da finitude para sustentar7seQ.D Pareidegger a angstia decorre do sentimen7 to da morte/ ao passo #ue para 1artre/ dsolid*o #ue envolve os atos de decis*o. A angstia n*o impede o homem de agi1artre contesta a afirmativa de #ue a eXY7YZst>ncia se8a uma filosofia do #uietismopois Qdefine o homem pela a)*oQ. XY7YZIn sua opini*o n*o haveria doutrina mais otimistamb"m/ pois considera #ue Qo destino do holnem est nas suas m*osQ.? a vis*ate&sta do fil,sofo franc>s/ n*o haveria/ na 2erra/ #ual#uer sinal #ue crientasse homem/ #ue Qsem #ual#uer 

 Apud Auguste Etcheverry/ 1.:./ 4 $onflito Atual das umaniXY7YZnos/ ivrar2avares Martins/ Porto/ IB1/ p. t9;.Idem p. CC.Varl Jaspets/ IntrodrXY7YZ)XY7YZo no Pensamento Filos,fico/ $ultri</ 1*o Paulo :Cp.:LC.

 Apud 6afael 5ambra/ Pe#uena rstbria da Filosofia/ ivraria 2avares MartinPorto/:BL/ p. 9BD.

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Jean7Paul 1artre/ 4 E<istencialisrr! "um umanisn!/ Abril $ultural/ 4s Pensadore1*o Paulo/:B9/ !l. 0@/ p.:?.XL:'Z'8; PAU4 A3E6 apoio e sem #ual#uer au<ilio est condenado a cada instante a inventar o homem.  Em sua corrente de elos alternativos/ a hist,ria r"gistra #ue o racionalismo de egprovocou a rea)*o do dinamar#u>s 1XY7YZren Vieregaard ^:C:97:CDD[/ #ue n*admitla a abordagem da e<ist>ncia mediante es#uemas l,gicos. En#uanto para racionalismo a realida7 de " acess&vel ao pensamento/ para os fil,sofos da e<ist>nciavida interior " insondavel/ uma eRmara secreta. 4 e<istencialismo surgiu com contesta)*o empirista do fil,sofo Vieregaard/ autor de diver7 sas obras/ entre as #uaa tese 1obre o $onceito de Ironia ^:C;:[/ 4 $onceitodeAngcisha ^:C;;[/ 3esesperoumnno ^:C;[. 6ecusan7 do7se o t&tulo de fil,sofo/ Vieregaard n*elaborou um sistema e chegou a afirmar #ue Qn*o entendeu #ual#uer sistema dfilosofia/ se e #ue e<iste algum/ ou este8a terminadoQ.s 3iferentemente de egel/ #u

buscava o universal e a ob8etivida7 de/ o escritor dan>s desenvolve uma refle<*introspectiva na procura do eu e das componentes singularidade e intimidade. Post#ue n*o houvesse desenvolvido sobre a filoso?a da eXY7YZst>ncia/ o sepensamento demonstra a prioridade da e<ist>ncia Apontou tr>s caminhos #ue levam intimidadeS a est"tica/ a "tica e a religi*o. 4 primeiro seria uma intui)*o puraO a "ticauma via #ue conduz ao ato de decis*o mediante a livre escolha/ #uando o homem sacha s, e em estado de angstia/ sentimen7 to #ue nao o torna inativoO o religioso#uando o homem alcan)a a m<ima interioridade. 4 pensamento e<isteneialisalcan)ou esplen7 dor no s"c. 00/ notadamente por interm"dio de Marteidegger ^:CC7:B?[/ autor de 1er e 2empo ^:'B[. Para o fil,sofo alem*o o homen*o " outra coisa sen*o o #ue se eonstituiO " um ser amea)ado e seu horizonte " morte. Ate&sta de forma)*o/ para al"m da vida apontou o retorno ao nada. JustiXYZcando #ue a sua inten)*o inicial era apenas a ontologia/ eidegger e<cluiu o senome da filoso5a da eXY7YZst>ncia. 3estacam7se/ ainda/ o alem*o Varl Jaspers/ italiano Ab7 bagnano/ os anceses Jean7Paul 1artre/ 1imone de %eauvoavelle/ $amus/ Marcel e o espanhol Miguel de Unamuno.:L;. E<istencialismo e 3ireito  os dom&nios do 3ireito o essencialismo se fi<a no poder da raz*o e no e<ame dnatureza humana como a fonte dos princ&pios 8ur&dicos. $onsubstancia7se nas corrente

racionalista e 8usnaturalis7 ta. 2raduzindo a fi<idez da#uela natureza/ para  8usnaturalismo o

\: Idem/ p.:?.C QInQ 2emor e 2iemor.FI414FIA 34 3I6EI24 '91 3ireito rene princ&pios permanentes e universais e/ em sua posi)*o mais radical/ negvalidade Ns disposi)XY7YZes contrrias N#ueles princ&7 pios/ isto "/ N ess>ncia do 3ireit$ompreens*o bem diversa do 8us naturae encontramos no pensamento de Eric

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Fechner #ue/ empre7 gando a vis*o e<istencialista/ identificou na#uela ordem uconteudo permanente de transforma)XY7YZes/ de devenlr/ mediante os suplemen7 tos dsociologia e da metaflsica. 4 e<istencialismo se manifesta no panorama 8ur&dico peado7 )*o de teses historicistas e positivistas. $ada ser humano possui as suapeculiaridades/ seu modo de ser/ sua e<ist>ncia pr,XY7YZria. Em lugar de submeter oindiv&duos a uma camisa7de7for)a/ medlante padroes uniformes/ o 3ireito deve abrespa)o para as prefer>ncias e perso7 nalizar os m"todos8ur&dicos. Esse amoldamentdo fen-merloXY7YZur&di7 co Ns condi)XY7YZes individuais eonstitui propriamente e#`idade/ #ue signi ica uma adapta)*o da norma ao figurino do easo concreto/ N 8usti)do fato real.  a aprecia)*o de orenzo $arnelli/ os $l,sofos do passado n*o se ocuparam da eXYZst>ncia humana sen*o como um conceito/ sem atentar para Qa vida #ue somosQ.lo vida/ n*o a eXY7YZst>ncia/ vem inspirando os c,digos. $om 1avigny a $i>ncia do 3ireiteria alcan)ado um avan)o importante/ mas relativo. Ao situar o 3ireito na ordem de<peri>ncla/ o 8urisconsulto alesn*o teria condenado o 8usnaturalismo e atingid

a eorrente intelectualista. *o chegou a conhecer/ todavia/ a filosofia e<istencial dVieregaard. A teoria egol,gica do 3ireito/ elaborada pelo 8urisfil,sofo argentino $arlo$ossio/ ao identificar ontologica7 mente o fen-meno8uridico com a conduta/ apro<ima7sdo pensamento e<istencial. $onduta e eXY7YZst>ncia/ conforme $arnelcomplementam7se mutuamenteO Qn*o h vida humana sem conduta/ como n*o hconduta humana sem vida vividaQ.:: a rea 8ur&dica pro8etam7se as concep)XYZes de $ados $ossio/ 5eorges $ohn/ $arl 1chmitt. Embora citados como fil,sofos deXY7YZst>ncia/ 6ecas"ns 1iches e egazy acambra n*o se en#uadram na doutrinamas no raciovitalismo de 4rtega y 5asset.  A filosofia e<istencial aparentemente entra em conflito com o 8uspositum/ 8 #ue recusuniformidade no g>nero humano/ enten7 dendo #ue os seres racionais abrigam/ cad#ual/ um universo pr,7 prio/ n*o devendo ser guiados por regras abstratas e comun#ue o

  $f. em Ariel Alvarez 5ardiol/ Manual de FilosoJl\a del 3erecho/:XY7YZ ed./ Editori Astrea/ %uenos Aires/:B/ p.:;.:L orenzo $arnetli/ 2empo e 3ireito/ Jos" Von5no 7 Editor/ 6io de Janeiro/:?L/ p. 'L:: 4p. cit./ p. ;l.XL:'Z

'9? PAU4 A3E6 3ireito apresenta e #ue levam N despersonaliza)*o. 4s e<istencialis7 tas criticam 3ireito/ situando7o tamb"m na catXY7YZgoria de Qvida inaut>nticaQ. Unamuno/ para #ueo 3ireito rene conceitos #ue envelhecem nas m*os dosXY7YZuristas/ refere7se Qodiosa8usti)a humana/ abstrata e impessoalQ.\XY7YZ 4 e<istencialismo/ em princ&pin*o contribui para a compreen7 s*o do 3ireito/ pois a sua aten)*o volta7se para individual e sub8etivo/ en#uanto o 3ireito compXY7YZe7se de padrXY7YZes dcomporta7 mento #ue se destinam N generalidade dos indiv&duos. Al"m dissa chamada decis*o e<istencial opera7se na sub8etividade/ no foro &nti7 mo de cad

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pessoa/ ao passo #ue na decis*o 8ur&dica o esp&rito baseia7se em crit"rios ob8etivos medidas de carter geral. Por outro lado/ o 3ireito se coloca no plano dinautenticidade/ uma vez #ue dispXY7YZe sobre as rela)XY7YZes sociais/ sobre a vida esociedade/ #ue significa e<ist>ncia inaut>ntica ou degradada. A aut>ntica se con?7 guno Rmbito da consci>ncia/ na solid*o/ diante de situa)XY7YZes7limite #ue impXY7YZem responsabilidade da decis*o 8udicial. Para ]erner MaihofEer o 3ireito constitui a formmais inaut>ntica de e<ist>ncia / por#ue considera o homem no conte<to das rela)XYZes sociais/ alcan7 )ando7o n*o pela simples condi)*o de pessoa/ mas comprotagonista de situa)XY7YZes em #ue atua eomo empregador ou empregado/ nramo trabalhistaO como pai ou filho/ no 3ireito de Fam&lia.  1eria um e#u&voco negar7se N filosofia da e<ist>ncia #ual#uer benef&cio aaperfei)oamento do 3ireito. Este/ como se sabe/ e<iste em fun)*o do ser social e parcumprir a sua miss*o " indispensvel #ue a $i>ncia Jur&dica/ previamente/ disponha dconhecimento sobre o homem. 4ra/ toda defini)*o/ todo estudo do homem suas conting>ncias h de influenciar/ de alguma forma/ no ser do 3ireito/ nas sua

disposi)XY7YZes. Ao despertar a aten)*o sobre o singular #ue e<iste em cada shumano e na impropriedade de uma regra univer7 sal #ue alcance/ indistintamente/ apessoas/ a filosofia da e<ist>ncia XY7YZropXY7YZe ao legislador/ indiretamente/ organiza)*o de um sistema XY7YZur&dico #ue permita o livre curso da vontade e #uautorize os tribunais a adapta)*o das regras Ns peculiaridades do caso concreto.$orts 5rau admite #ue o e<istencialismo Qha contribuido a renovar la preocupaci,n poel hombre en el mundo 8ur&dico y a superar el formalismoQ.\9

:' Apad u&s I.egaz y l.acambra/ FilosoJt\a del Irecho/ 'XY7YZ ed./ %osch/ $asEditorial/ %arcelona :?:/ p.:B;.:9 Jos" $orts 5lau/ $urso delrecho atural/ ;_ ed./ Editora acional/ Madrid/:BL/ ':B.FI414FIA 34 3I6Er24 '8_  *o h como se operar/ na prtica/ a concilia)*o plena entre o pensamene<istencialista e a miss*o da lei. Pode7se promover a apro<ima)*o do 3ireito N tese<istencialista/ mas no valor seguran)a 8ur&dica temos a barreira #ue veda a harmonentre os princ&pios da#uela filosofia e o 3ireito. A composi)*o entre ambos n*se opera/ notadamente/ por tr>s razXY7YZesS a[ incapacidade de o 3ireito captar verdade eXY7YZstencial #ue se desenrola na consci>ncia indivi7 dualO b[ a caracter&stic

de generalidade dos preceitos 8ur&dicosO c[ a subordina)*o dos 8u&zes a es#uemanormativos fechados.  4 ordenamento 8ur&dico se apresenta como aparelho artifcial/ #ue se impXY7YZe aohomens e #ue n*o encontra fundamenta)*o na filosofia e<istencial. Esta/ em realidadn*o admite regras pree<is7 tentes. 4 homem/ no e<erc&cio de sua liberdade/ deve criao seu 3asein/ isto "/ o seu modo de e<istir. 3iante de tal premissa/ n*o h f,rmuposs&vel de concilia)*o entre a#uela corrente e o 3ireito #ue/ na anterioridade das leaos fatos/ possui um de seus princ&pios bsicos. Podemos cogitar/ todavia/ de usistema normativo #ue/ embora n*o realize o pro8eto e<istencial/ dele se apro<ime.

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isto haver de ser alcan)ado na medida em #ue se confira maior autono7 mia vontade. A liberdade de se firmar contratos torna poss&vel a ade#ua)*o de interesseNs condi)XY7YZes ob8etivas. As partes se su8eitam a regras eleitas livremente.  4 3ireito Positivo modelado sob a intlu>ncia da filosofia e<is7 tencial h de permitir/ aonde os anseios de seguran)a admitam/ a m<ima liberdade. Para tanto/ dever dispoo m&nimo necessrio sobre a conduta interindividual. 3e um modo geral/ na disciplindos fatos sociais/ as normas estabelecem limites/ impXY7YZem restri)XY7YZes/ e<7 cluealternativas. 4 m&nimo normativo/ ora considerado/ n*o se confunde com o fen-menda anomia/ pois n*o se cogita de aus>ncia de normas ou em se dei<ar a descobertreas de interesse.  A fim de se permitir aos tribunais a adapta)*o do 3ireito Ns condi)-es particulares/ anormas 8ur&dicas n*o devem ser r&gidas/ mas se apresentar com es#uemas abertos fleXY7YZveis. 2anto #uanto o valor seguran)a 8ur&dica permita/ as decisXY7YZes 8udiciadevem aplicar os crit"7 rios de e#iiidade. *o se cogita/ a#ui/ da apologia do 3ireitivre/ corrente #ue n*o prosperou na teoria 8ur&dica. En#uanto esta preconi7 zava

liberdade plena dos 8u&zes na busca da solu)*o 8usta/ pensamos na amplia)*o dahip,tOses de fran#uia ao Judicirio na adapta)*o das regras e princ&pios 8ur&dicos Ne<ig>ncias de 8usti)a do caso concreto.XL:'ZFI414FIA 34 3I6Er24 '9

$ap&tulo 0@III A FI414FIA JU6f3I$A 3E 3E @E$$I4

1 UlXY7YZ;6I4.XY7YZ :LD. 4 Jurisfil,rofo Italiano e sua 4bra. l 45 4b8eto da Filoso7 fdo 3ireito.:LB. $onceito e Ideal do 3ireito. lLC. Fundamento 6acional do 3ireito. :LD. 4 Jurcsfil,sofo Italiano e sua 4bra  Para se obter a vis*o do panorama 8ur&dico7filos,fico do s"c.00 " imprescind&vel o conhecimento da obra do italiano 5iorgio 3el @ecchio ^:CBC:BL[/ um dos principais8urisfil,sofos contem7 porRneos.l 4 desta#ue de seu nomprov"m tanto da e<cel>ncia de suas refle<XY7YZes na rea da scientia altior do 3ireito#uanto por sua intensa participa)*o em fatos relacionados com a disciplina. Ap,o doutorado em 5>nova ^:LL[/ 3el @ecchio ingresso no magist"7 rio 8ur&dic

lecionando em Ferrara/ 1assari/ Messina/ %olonha7 sua terra natal 7 e em 6oma/ ondfoi reitor da Universidade/ em :'D. Em sua atividade cultural/ fundou e dirigiu/ pomuitos anos/ a 6ivista Intemazionale di Filosofia del 3iritto e presidiu Institut International de Philosophie du 3roit et de 1ociologie Juridi#ue. Em suapreciada produ)*o 8ur&dico7 ilos,Fca ocupam especial relevoSPressuposto Filos,fico da o)*o do 3ireito ^:LD[/ $onceito do 3i7 reito ^:L?$onceito da atureza e o Principio do 3ireito ^:LC[/

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 : Para Jos" M. 6odr&guez PaniaguaO 5iorgio 3el @ecchio "/ talvez/ Qla figura msignificativa e influyente de la filosof&a del 3erecho en el siglo 00Q. esta obsetva)*Paniagua n*o considerou o pensamento de ans Velsen por n*o situ7lo nodom&nios da Filosofia do 3ireito. $f. em istoria del Pensamiento Jurfdico/ 9XY7YZ edUnivenidad $omplutense/ Madrid/:BB/ p. 'L9.Principios 5eraisdo3ireito ^:':[/AJusti)a ^:''[/i)XY7YZesdeFilosofia do 3irei^:9L[/ obra esta #ue reproduz estudos anteriores e #ue alcan)ou ampla divulga)*o enosso pa&s mediante edi)*o portuguesa.  A publica)*o das primeiras produ)XY7YZes delvecchianas/ no in&cia do s"c. 00ccinforme obselva)ao de 5uido Fassj/ causou forte impress*o no meio especializaditaliano/ dominado N "poca pela filosofia positivaS $om o mestre peninsular/ aconsidera)oes flos,7 ficas n*o focalizaram passivamente o ob8eto/ mas converglrapara a pessoa humana. Ao lado de seu antecessor na ctedra da Universi7 dade d6oma7Icilio @anni 7 de #uem foi tamb"m disc&pulo 7/ combateu o positivismo 8ur&dico contribuiu/ segundo 6uiz More7 no/9 para a recupera)*o da autonomia da Filosofia d

3ireito em rela)*o ao positivismo sociol,gico.  A influ>ncia do fil,sofo alem*o E. Vant " percebida na obra de 3el @ecchio/ #ue<pressamente a reconheceu embora com ressalvaSQVant foi para mim... como um reagente/ para me arrancar do pRn7 tano positiyista pseudoidealista. Mas n*o " verdade #ue o meu sistema resulte apenas de inspira)XYZes antianas/ nem #ue se8a mol7 dado no formalismo de Vant.Q\ Embora a presen)de elementos antianos em seu pensamento e a influ>ncia de 1tammler/ 3el @eechproduziu uma obra personalizada e com desenvolvimentos originais. A cren)

 8usnaturallsta se revela marcante na filoso$a de 3el @ecchio/ notadamente em surea)*o #uando o 3ireito italiano substituiu a no)*o codificada de princ&pios gerais d3ireito. 4 $,digo $ivil XY7YZe :?D/ pHr seu artigo 9Q do t&tulo preliminar estabe7 lece#ue os 8u&zes deveriam recorrer Qaos princ&pios da raz*o 8ur&dica natural/ #ueonstituem os s,lidos princ&pios para a deEini)*o de toda rela)*o humana e socialQ/ nhip,tese de lacuna da lXY7YZi e impossibilidade de aplica)*o da analogiaO todavia/ $,digo $ivil de :;' 7 legisla)*o gerada pela ideologla do nacional7sociallsmo 7 tro7 coa#uele crit"rio e imp-s uma f,rmula positivista de auto7integra)*oSQsegundo os princ&pios do ordenamento XY7YZur&dico do FstadoQ. A nova identifica)*dos princ&pios gerais de 3ireito/ ao seu ver/ " imprecisa/ ine<ata e sup"cilua. Afontinesgotvel do 3ireito " a chamadanatureza das coisas/ #ue se torna acess&vel a

conhecimento pela raz*o.D

 5uido Fassj/ op. cit/ vol. 9/ p.:D.Martin 2. 6uiz Moreno/ op. cit./ p. ;'B.

 Apud Francisco Jos" @elozo/ em Prefcio do tradutor N obra de 3el @ecchio/ @erdade na Moral e no 3ireito/ Editorial 1eientia A61 Editorial/ %raga/ sd/ p.:9.$f. i)XY7YZes de Filosofia do 3irei!/ ed. cit./ vol. II/ p.::L.S :.:XY7YZ:2XY7YZXY7YZXY7YZ XY7YZXY7YZXY7YZ\\XY7YZt %tXY7YZdbA FIXY7YZXY7YZ. XY7YZ. XY7YZ n.I a .ei..XY7YZ/; Qi$: XY7YZXY7YZ XL:'Z

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';4 PAU4 A3E6  3ado #ue a admiss*o da id"ia do 3ireito atural como suporte "tico do ordenamenpositivo " ine#u&voca na obra delvecchiana/ n*o " poss&vel a filia)*o do 8urista7fil,sofao neoantismo/ #ue " doutrina complementar do/posit&vismo 8ur&dico. Poder7seconcor7 dar/ talvez/ ccm I.e FurS QE neoantiano tamb"m at" certo pontoOmas/ em vez de cair no criticismo l,gico/ orienta7se para um criticismo moral/ #ue apro<ima consideravelmente da teoria tradicional/ n*o no sentido do s"c. 0@III/ mas nda flosofia grega/ romana e crist*\ S? 3a filosofia antiana/ afasta7se #uanto a teleologdo Estado. En7 #uanto para o autor de $ritica da 6az*o Ptcra o fim do Estado se esgocom a elabora)*o e e<ig>ncia do cumprimento de leis #ue zelam pela igual liberdade dtodos/ para 3el @ecchio o Estado deve ir al"m e e<ereer Qa constante tutela dos direitonaturais da pessoa\ S\ 6elevante de se assinalar/ ainda/ a afinidade/ reconhecida po3el @ecchio/ entre o seu pensamento e a linha filos,?ca de Fichte.

 Ambos e<altaram o valor liberdade e a importRncia da personalidade humana nodom&nios do 3ireito s 4 pensamento do mestre italiano " animado por um acentuad

idealismo/ conforme se pode verificar nesta passagem de i)XY7YZes de Filosofca d3ireiXY7YZoS QAo estudo e N defesa da 8usti)a devem ser consagrados os maioresacrif&cios.Q :L?. 4b8eto da Filosofia do 3ireito  A Filosofia Jur&dica foi considerada por 3el @ecchio como a pr,pria Filosofia aplicadao 3ireito/ pelo #ue teria por miss*o o estudo do 3ireito em sua dimens*o universal/ #ue implica na busca dos primeiros princ&pios 8ur&dicos. Ao dividir a Filosofia em te,rice prtica/ atribuiu N primeira a pes#uisa do ser e N segunda/ a do agir.En#uanto a Filosofia teor"tica reune a 4ntologia/ 2eoria do $onhe7 cimento/ ,gicPsicologia e Est"tica/ a Filosofia prtica/ tamb"m denominada Wtica/ subdivlde7se eFilosofia da Moral e Filosofia do 3ireito. 1e a miss*o da Filosofia Jur&dica consiste nanlise do 3ireito in universale/ a $i>ncia Jur&dica o estuda inparticolare.  Para o ob8eto da Filosofia do 3ireito/ 3el @ecchio apresentou tr&plice investiga)*l,gica/ fenomenol,gica e deontol,gica. Apes#uisa l,glca corresponde ao conceito d3irelto in genere. Ao responder a

? Apud Francisco Jos" @elozo/ op. cit/ p.:9.B 5iorgio 3el @ecchio/ 2eoria do Estado/ Edi)*o 1araiva/ 1*o Paulo/:DB/ p.:LL.% $f. 6uiz Moreno/ op. cit./ p. ;'?.

5iorgio 3el @ecchio/ i)XY7YZes de Filosofia do 3ireiro/ ed. cit./ vol. II/ p.:B.FIosoFIA 3o uI6Erro ';: indaga)*o #uid 8usT ^o #ue " o 3ireitoT[/ pretende7se oferecer a f,rmula geral d3irelto/ n*o contingente/ mas aplicvel invariavel7 mente a cada sistema 8ur&dico. credencial para o esclarecimento acha7se entregue ao 8usfil,sofo. 3entro do es#uemantiano/ e<pXY7YZe #ue diante da pergunta #uid8urisT ^o #ue " de 3ireitoT[ o 8uristha de considerar determinada ordem 8ur&dica/ hip,tese em #ue se situa no plano d$i>ncia Jur&dica. Para se alcan)ar o conceito do 3ireito " indispensvel uma s"rie d

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estudos/ como o #ue se refere Ns rela)XY7YZes entre o 3ireito e a Moral/ 3ireito ob8etive sub8etivo/ coercibilidade/ su8eitos de direito/ rela)*o 8ur&dica.  A investiga)*o fenomenol,gica se desenvolve pelo e<ame dos sistemas de diferentepovos/ na busca de certos princ&pios comuns #ue atuam no desenvolvimento hist,ricdo 3lreito. Pensa 3el @ecchio #ue o 3ireito Positivo de cada povo nRo " formadapenas por elementos peculiares. averia 7 " o #ue se depreende 7 alguns a priouniversais na e<peri>ncia 8ur&dica. 1eriam causas gen"ricas universais e #ue dariafundamento aos sistemas 8ur&dicos em seu constante devenir. Para alguns autores/ estarefa n*o seria pr,pria da Filosofia do 3ireito/ mas ob8eto da 1ociologia Jur&dica.  Ao estudar o 3ireito em seus aspectos particulares/ as ci>ncias 8ur&dicas limitam7se revXY7YZlar o 3ireito vigenteO emitem apenas8u&zos de realidade. A consci>ncia 8ur&dicn*o se contenta/ todavia/ em conhecer os es#uemas normativos e se dispXY7YZe avali7los eticamente.W a investiga)*o deontol,gica da Filosotia do 3ireito. Por seu inter7 m"dio #uestiona7so elemento a<iol,gicoO indaga7se a ade#ua)*o da lei aos anseios de 8usti)a. XY7YZs

perspectiva pes#uisa7se tamb"m o 3ireito ideal/ a#uele #ue deve nortear o sistem 8ur&dico e lhe selvir de fonte de legitima)Ro e racionalidade.\o:LB. $onceito e Ideal do 3ireito  A defini)*o l,gica do 3ireito " tarefa dif&cil e ao mesmo tempo inarredvel para os finda ci>ncia. 1e consultarmos a ist,ria ela n*o dir o #ue " o 3ireito/ mas sim como s*os sistemas 8ur&dicos dos diversos povos. Aincapacidade da ist,ria para formular defini)*o teria favorecido o eeticismo 8ur&dico/ movimento #ue nega o concelto universdo 3ireito. W um outro e#u&voco a n*o distin)*o entre coneeito e ideal do 3ireito. A fide se evitar a contradi)*o entre

 :L Idan/ vol. II/ p.:'.XL:'ZPAU4A3E6 institui)XY7YZes no campo hist,rico/ os fil,sofos passaram a admitir a e<ist>ncia de ucrit"rio ideal do 3ireito. 4 carter absoluto da 8usti)a seria um imperativo dconsci>ncia. 4 3ireito atural foi apontado por 3el @ecchio como o grande referencido8usto/ o #ual se assenta Qna pr,pria constitui)Ro das coisas e nunca no mero caprichdo legislador momentRneoQ.:: 4 conceito do 3ireito/ #ue n*o se compromete co#ual#uer sistema/ mas #ue a todos deve alcan)ar/ n*o pode dei<ar de abrang

tamb"m o 3ireito atural/ dada a condi)Ro de ser este um sistema de 3ireito. 1eria umerro/ por outro lado/ a ado)*o do ideal como conceito do 3ireito. Assimse pretend>ssemos converter a defini)*o do ideal/ formulado por Vant/ em conceigen"rico e uni versal/ poder&amos concluir #ue Qo 3ireito talvez nunca tivesse<istidoQ.:' Pela defini)*o antiana de 3ireito/ este seria Qo comple<o das condi)XYZes #ue possibilitam a coe<ist>ncia do arb&trio de cada um com o arb&trio dos outrosegundo uma lei universal de liberdadeQ.:9 A prevalecer tal enultciado nem 3ireito 6omano teria o status de 3ireito/ pois/ com a institui)*o da escrava7 tura/ n*reconheceu a igual liberdade de todos.

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  $onsiderando #ue o mltiplo pressupXY7YZe a unidade/ o mestre italiano admite #ueradiografia dos inmeros sistemas 8ur&dicos revele uma no)*o constante do 3ireito. Esn*o se manifesta por um contedo da realidade 8ur&dica/ por norma ou proposi)*mas por pressupostos de natureza formal/ uniEormemente presentes em tode<perlencia 8ur&dica/ independente de seu contedo. 2al forma l,gica n*o sub8az nmundo e<terior/ mas se apresenta em sede sub8etivaO encontra7se na mente humaneste particular/ evoca 1anto AgostinhoS Qoli foras ireO in te ipsum rediO in interiorhomine habitat veritasQ ^*o vs olhando para fora de tiO entra em ti mesmoXY7YZ / ninterior do homem reside a verdade[.:; A forma l,gica do 3ireito n*o prov"m/ portantda e<peri>ncia/ mas constitui um a priori condicionante da realidade 8ur&dica. 2odproposi)*o/ para obter o selo de8uridicidade/ h de participar da#uela forma #ue/ dponto de vista l,gico/ " anterior N e<peri>ncia 8ur&dica.  Em um ordenamento l,gico de e<posi)*o cient&fica/ ap,s a anlise dos elementoessenciais ao conceito do 3ireito/ 3el @ec7 chio/ em eonsecutivum/ apresentou a sudefini)*o. @isando o lado

:: 4p. cit/ vol II/ p. ;B.:' 4p. cit/ vol. II. p. DL.:9 4p. ci</ vol. II/ p. DL.:; Idem/ p. D;/XY7YZIosoFIa 3o 3I6XY7YZI\ro ';9mais didtico/ seguiremos invenamente o caminho eleito pelo escri7 tor. 4 conceito d3ireito foi por ele definido comoS Qa coordena)*o ob8etiva das a)XY7YZes poss&veis entvrios su8eitos/ segundo um princ&7 pio "tico #ue as determina/ e<cluindo #ual#uimpedimentoQ.u 4 ponto de partida para o estudo da defmi)*o delvecchiana h drecair em seu eonceito de a)*o/ situada esta como Qfato da natureza #ue simultaneamente/ um fato da vontadeQ.:? $ada a)Ro pressupXY7YZe um elemeninterno/ representado pela afirma)*o da vontade/ e outro e<terno/ ligado ao mundf&sico. Ambos s*o essen7 ciais e interligados. 3a& n*o ser correta a distin)*o entre a)*interna " a)*o e<terna. *o procede a observa)*o de #ue o 3ireito se desinteresspelos motivos das a)XY7YZes/ ha8avista a aten)*o #ue dispen7 sa ao elemento volitivoespecialmente em mat"ria criminal e na teoria da interpreta)*o dos contratos. 4 plando pensamento/ da consci>ncia/ n*o seria e<clusivo da Moral. 4 ato de pensar seruma forma de e<erc&cio de um direito/ pois Qo #ue n*o " proibido " 8uridicamente l&cito

Por via de conse#`>ncia/ 3el @ecchio re8eita a doutrina tradicional #ue indica para Moral uma esfera de maior diRmetro do #ue a do 3ireito. Entre este e a#uela n*haveria diferen)as #uantitativas/ sen*o #ualitativas.  4 direito da for)a/ teoria adotada por antigos fil,sofos/ como 2ras&maco/ para #uem Q

 8usto " a#uilo #ue conv"m ao mais forte  / foi ob8eto de refuta)*o. Inadmiss&vel a identifica)*o do crit"rio 8ur&7 dico com a for)aois o conceito do 3ireito n*o se confunde com o fato e integra a clXY7YZsse dos valore6elativamente N distin)*o entre lei f&sica e lei 8ur&dica/ situou a pcimeira no plano do sepois revela o #ue "/ ao passo #ue a segunda e ressa o dever7ser. En#uanto um so fa

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contrrio a lei f&sica seria s XY7YZciente para destru&7la/ a 8ur&dica se mant"m indene ana viola)*o de seus preceitos. A violabilidade XY7YZ uma condi)*o essencial N lei 8ur&diBpois Qse fosse imposs&vel o torto/ desnecessrio seria o 3ireito \. 4 3ireito e o torto spressu7 pXY7YZem mutuamente/ pois um n*o pode ser concebido sem o outro. A deXYZni)*o de um impllca na do outro.  a multiplicidade de normas #ue dispXY7YZem sobre o conv&vio/ 3el @ecchreconhece apenas a Moral e o 3ireito/ #ue seriam as nicas categorias "ticas. RhaXY7YZeria um tertium genus/ pois as a)XY7YZes huma7

 :D Idem/ p. C?.:? Idem/ p. ?'.:B Idem/ p. B'.XL:'ZPAU4A3E6 nas ou s*o consideradas a parte sub8ecti ou a parte ob8ecti/ respecti7 vamente esfera

da Moral e do 3ireito. As 6egras de 2rato 1ocial/ em sua maior parte/ seriam apenaparcelas secundrias ou subesp"7 cies da Moral. Ao e<ame da distin)*o entre as duapartes da Wtica/ o mestre italiano adverte para a coer>ncia #ue n*o pode faltaentre ambas/ #ue devem ter umfundamento comum/ uma vez #ue a ativi7 dade human" nica. A contradi)*o se patenteia apenas #uando o 3ireito impXY7YZe a condutvedada pela Moral. 3ireito e Moral fazem parte da#ueles conceitos #ue se distinguemas #ue n*o se separam.a valora)*o das a)XY7YZes/ o 3ireito parte do elemento ob8etivo/ do aspecto f&sico rapidamente passa N anlise do aspecto sub8etivo. A aprecia)*o pela Moral percorrsentido inverso/ pois cuida em primeiro plano do fato ps&#uico e/ depois/ de supro8e)*o na realidade e<terior.  A principal distin)*o entre as duas esferas estaria no fato de #ue a Moral " unilateraao passo #ue o 3ireito " bilateral. A primeira alean)a apenas o agente da a)*impondo7lhe a escolha entre as vrias condutas poss&veis. Ao relacionar os indiv&duoo 3ireito e<ige7lhes certos comportamentos. A Moral indica o dever e n*o confepoderO o 3ireito define a obriga)*o e o poder corresponden7 te. 2al paralelo n*ヘ mplica na a?rmativa pelo autor de #ue apenas o 3ireito apresenta alteridade/ pois ine#u&voco #ue a Moral esta7 belece deveres em rela)*o aos semelhantes. 4 #ue sdepreende " #ue esta esfera/ diferentemente do 3ireito/ n*o outorga o poder de e<ig

determinadas condutas. A coercibilidade/ #ue significa possi7 bilidade de se constrangalgu"m para o cumprimento de seu dever/ " nota e<clusiva do 3ireito. *o " for)a eato/ mas em pot>nciaO " possibilidade8uridicn. Em decorr>ncia da caracter&stica &mpaalguns autores atribuem ao 3ireito um grau maior de perfei)*o em face da Moral. 4deveres 8ur&dicos seriam perfeitos/ pois a conduta poderia ser e<igida coercitivament

 8 os deveres morais seriam imperfeitos pela car>ncia de coa)*o e<terna. 3el @ecchre8eita estas ila)XY7YZes/ sob o fundamento de #ue os dois setores da Wtica possuesan)XY7YZes pr,prias. 1e o 3ireito dispXY7YZe do elemento for)a/ a Moral rene outro

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tipos de san)*o/ como o remorso e a rea)*o da opini*o pblica/ #ue podem atuaeficazmente.  Ao submeter a e<ame as no)XY7YZes de 3ireito ob8etivo e de direito sub8etivo/ pos#ue reconhecendo a sua distin)*o e cone<idade/ concluiu #ue/ em ltima anlisreduzem7se a um s, conceito. Es7 sencialmente uma coordena)*o e<terna das a)XYZes/ o 3ireito ob8etivo " norma de coe<ist>ncia/ #ue possui os caracteres dbilateralidade/ generalidade/ imperatividade e coercibilidade. Em seu aspecsub8e7 tivo/ o 3ireito se manifesta como prote)*o ou faculdade de se e<igir FI414FIA 34 3I6EI24 ';D uma conduta do titular do dever 8ur&dico. 4 direito sub8etivo n*o se confunde com simples possibilidade de fazer e com a possibilidade f&sica. Esta " mais ampla configura a chamada liberdade natural.3istinguiu dois elementos no direito sub8etivoS a[ internoS possibili7 dade de #uerer e dagir de acordo com certos limitesO b[ e<ternoSpossibilidade de se e<igir respeito. Em s&ntese/ o direito sub8etivo " a Qfaculdade d

#uerer e de pretender/ atribu&da a um su8eito/ a #ual corresponde uma obriga)*o poparte dos outrosQ.  4s direitos e deveres e<istem sempre em rela)*o 8ur&dica/ #ue " Qo v&nculo entpessoas/ em virtude do #ual uma delas XY7YZode pretender #ual#uer XY7YZcoisa a #ueoutra " obrigadaQ.\ 1u8eito ativo " a parte #ue dispXY7YZe da faculdade ou prote)*su8eito passivo " o titular da obrigaXY7YZ*o. 6ela)*o8ur&dica " sempre uliameentrepessoas/ naturais ou 8ur&dicas. $onsiderando #ue o 3ireito se refere a#uerer e ao obrar/ Q#ual#uer homem " su8eito de direito/ en#uanto goza da capacidadde cXY7YZuerer e de se determinar em rela)*o aos outros\ Sm Assimilando pnnc&passente em FilosoEia do 3ireito/ o 3ireito Positivo reconhece ao homem a titulacidadde direito apenas por sua condi)*o de ente humano. 6elativamente N natureza dpessoa 8ur&dica/ ap,s submeter o tema a uma ampla anlise/ concluiu #ue os entecoletivos s*o reais/ pois integram a realidade 8urfdica como portadores de necessidadeefetivas e pelo fato de e<ercitarem viva7 mente as suas atividades. Em sua opini*o/ 3ireito n*o cria as pessoas 8ur&dicas/ apenas lhes d disciplina.:LC. Fundamento 6acional do 3ireito  4s fen-menos naturais se acham subordinados ao XY7YZrinc&pio da causalidade. Apr,prias a)XY7YZes humanas/ em seu aspecto fisico/ podem ser e<plicadas per causaEste " um postulado das ci>ncias f&sicas #ue se admite aprioristicamente. A realidad

estaria su8eita tamb"m N inter7 preta)*o meta/fi\sica ou teleol,gica. 3el @eechreconhece/ nesse par7 ticular/ uma finalidade imanente N natureza. *o havereontradi)*o entre os dois princ&pios/ mas converg>ncia. 6e8eito a tese de #ua interpreta)*o teleol,gica " sub8etiva/ ao passo #ue o princ&pio da cau7 salidade teriavantagem da ob8etividade/ pois este seria sub8etivo/ uma vez #ue a sua concep)ao sfunda em apnon da raz*o. 4 8urista7fil,sofo italiano se reporta N orienta)*o de Vanpara #uem apenas os organis7 mos apresentam/ em rigor/ no)*o de f\im. A concep)*organicista do

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:C Idem/ p.:C'.: Idem/ p.:;.'L Idem/ p.:D.XL:'Z';? PAU4 A3E6 universo se encontra patente na doutrina delvecchiana. 3entro de uma vis*evolucionista/ admite o princ&pio de finalidade intr&nseco tamb"m na mat"ria inorgRnicdiferentemente do #ue imaginara Vant. A confirmar o seu postulado metaf&sicreproduziu m<imas correntesS Qa natureza n*o faz nada em v*oQ e Qa natureza n*faz nada por acasoQ.zl o mundo natural o homem n*o se apresenta como ob8edas for)as da natureza/ mas como ser aut-nomo/ com princ&pios e finsOn*o se revela apenas um ser emp&rico/ homophaenomenon/ ncleo de pai<XY7YZes e dafei)XY7YZes/ mas se pro8eta como ser racional/ homo noumenon.XY7YZ $omo parte dnatureza o homem deve atuar em eon7 formidade com as leis f&sicasO relativamente suintegra)*o N ordem metaf&sica ou teleol,gica/ deve ir al"m/ obrar com liberdade e ag

de acordo com os princ&pios universais e absolutos de sua consci>ncia e n*o pelo #uconstitui a sua individualidadeS Qopera eomo se nele operasse a humanidade/ ou comse #ual#uer outro su8eito estivesse no lugar deleQ.XY7YZ\ 4 princ&pio da Moral e d3ireito tem por sede a natureza e a ess>ncia do homem. A dimens*o 8ur&dica smanifesta #uando se aplica a#uele crit"rio nas rela)XY7YZes de conviv>ncia. 4 princ&p

 8ur&dico autoriza ao homem a sua autodetermina)*o/ a e<igir #ue se8a respeitado e n*o aceitar ser sub8ugado como elemen7 to do mundo sens&vel. 2anto a Moral #uantoFilosofia do 3ireito/ por se referirem a eampos normativos e a valores/ fundam7sna interpreta)*o metaf&sica ou teleol,gica da natureza humana. Esta foi erigida pemestre peninsular eomo fundamento do 3ireito. 4 princ&pio adotado " o mesmo proXYZlamado por $&ceroS Qatura iuris ab hominis repetenda est natura.Q z;

': Idem/ p. 9?L e em E $oncepto de la aturalezay tl Principio del 3trrcho/ i8os d6eus/ Editores/ ladrid/ sd/ p. 99.'' i)XY7YZes de Filosofia do 3ireito/ ed. cit./ vol. II/ p. 9?D e em EI $onceplo de aturaleza y el Priricipio del 3erecho/ ed. cit./ p. ;5. esta passagem a influ>ncantiana se faz presente no pensamento do autor e em sua terminologia.'9 i)XY7YZes de Filosofia do 3ireito/ ed. cit./ vol. II/ p. 9?C.

'; Idem/ p. 9D'.$ap&tulo 0I0 A FI414FIA 34 3I6EI2H 4 %6A1I1UM6I4S:L. $onsideragXY7YZes Pr"vias. I:L. 4 %rasil $ol-nia e a 4bra de 2om

 Ant-nio 5onzaga.:::. A Filosofia Jurfdica %rasileira no 1"culo 00 ::' A 2ransi)*o do1"culos e a Escola do 6ecife.::9. 1*XY7YZXY7YZ Paulo e seus Jurisfil,sofos no 1"cu0V ::;. 4 1"culo l5 e a Filoso8XY7YZa do 3ireito no 6io de Janeiro. I:D. A Filosofia d3ireito em Minas 5erais.::? 4 ordeste %rasileiro e o Pensamento Jurldico7Filos,fic$ontemporRneo.

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ll B. A Filoso8a do 3ireito Atual em outros $entros %rasileiros de $ulncra.:L. $onsidera)XY7YZes Pr"vias  $omo a Filoso ia do 3ireito " uma pro8e)*o do saber Eilos,fico no Rmbito do 3ireitnatural seria #ue os seus principais cultores emergissem nos centros de estudofilos,ficos. 3e um modo geral/ os 8uris il,sofos s*o 8uristas #ue se dedicaram N refle<*

 8ur&dica. A consulta biogrfica/ em nosso meio/ com poucaD e<ce)XY7YZes/ most#ue os 8urisfil,soEos foram/ originalmente/ 8uristas com forma)*o filos,7 fca. 4utcireunstRneia #ue se constata " a sua e<peri>ncia no magist"rio 8ur&dico. Entre o

 8uristas7fil,sofos com pensamento ana7 lisado neste cap&tulo/ apenas 2oms Ant-n5onzaga e Jos" Men7 des n*o foram professores em curso de 3ireito. 4 primeiropor"m/ elaborou o seu 2ratado de 3ireito atural com vista N obten)*o de uma ctedrem Portugal/ en#uanto o segundo chegou a disputar um cargo de professor substitutna Academia de 3ireito de 1*o Paulo/ cu8a lurea coube a Jo*o Arruda. 2al condi)*ocorre tamb"m na atualidade. Embora a Jus ilosofia n*o integre o curr&culo m&nimdos cursos 8ur&dicos/ malgrado a pretens*o da 4rdem dos Advogados do %rasil/ #ue s

manifestou/ h pouco mais de um lustro/ pelo seu ensino obrigat,rio a partir do terceirtrimestre e at" ao fnal do curso/ a disciplina " lecionada na gradua)*o/ restritamente pinsti7 tui)XY7YZes preocupadas com a forma)*o cultural do bacharel/ e em cursos dp,s7gradua)*o. estes ltimos se acha a esperan)a de um pr,<imo revigoramento nFilosoEia Jur&dica brasileira. W indispen7 svel/ todavia/ #ue a refle<*o 8ur&dica sconcentre em temas e XL:'Z';C PAU4 A3E6 conceitos fundamentais e com atenXY7YZ*o voltada N pr<is/ a fim de #ue as pes#uisan*o se transformem emXY7YZogo dial"tico/ mero diletantismo na produ)*o de trabalhoest"reis. 4 af* de alcan)ar o progresso nos impele N formula)*o cr&tica de conceitocategorias/ ideologias tra7 diclonais. A cr&tica "Q sem dvida/ ponto de partida panovos estdios de evolu)*o. E necessrio/ por"m/ #ue ao seu lado se apre7 sentXY7YZas constru)XY7YZes/ se8a no preenchimento de lacunas ou na retifica)*o de velhano)XY7YZes.  4 prest&gio da Filosofia Jur&dica em nosso pa&s/ a considerar a produ)*o cient&fica #use elabora/ " crescente. enhuma outra fase/ nem a da Escola do 6ecife/ foi mapromissora. Entre outros fatores/ " de se ressaltar a contribui)*o dos Enconiro%rasileiros de Filosofia do 3ireito/ #ue se realizam por iniciativa e coordena)*o de MiXYZuel 6eale/ a partir de :CL/ #uando um seleto grupo de especiallstas brasileiros

estrangeiros se reuniu em Jo*o Pessoa. Em tais certa7 mes/ " relevante o acervo dcomunica)XY7YZes apresentadas por8urisfi7 l,sofos brasileiros.  1e/ anteriormente/ a nossa Filosofia do 3ireito foi um processo de enga8amento Nescolas europ"ias e de aclama)*o ao pensamento e<traneus/ notadamente ao dIhering/ reverenciado #ue foi pelos principais integrantes da Escola do 6ecife/ ho8e/ coa filosoEa de Miguel 6eale/ ganha alguma originalidade. 4 perfil atual/ todavia/ n*revela/ ainda/ a forma)*o de uma escola autenticamente brasi7 leira. 4 esfor)o con8un#ue se processa em reas universitrias pro8eta7se/ #uase sempre/ em matrizeideol,gicas e conceptuais estrangeiras/ embora as conclusXY7YZes cheguem

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apresentar tra)os personalizados de pensamento. W o #ue se XY7YZlode eonstatar nacon7 tribui)XY7YZes de ourival @ilanova/ em 6ectfe/ de 2"rcio 1ampaio Ferraz Jnioem 1*o Paulo/ de uiz Fernando $oelho/ no Paran e em 1anta $atarina/ e ainolvidveis de Machado etto/ em 1alva7 dor/ e de 6oberto yra Filho/ em %raslia. tridimensionalismo de Miguel 6eale/ com importante intlu>ncia e crescentes adesXYZes/ n*o formou/ ainda/ uma escola/ considerando7se esta n*o um con8unde aficeionados/ mas de implementadores de id"ias7padrXY7YZes.::L. 4 %rasil7$ol-nia e a 4bra de 2omsAnt-nio 5onzaga  Embora de nacionalidade portuguesa/ 2oms Ant-nio 5onza7 ga ^:B;;7:CL[/ autde 2ratado de 3ireito atural/ " nome #ue se I ga N hist,ria da Filosofia Jur&dicbrasileira/ como a sua prlmeira pgina/ e isto n*o em raz*o da Qltima flor do ciocom a #ual escreveu a obra/ mas essencialmente por haver7se radicado em nosso pa&no seio do #ual teria articulado id"ias pol&ticas libertrias. *oFI414FIA 34 3I6El24 '; obstante a sua condena)*o ao eXY7YZoBio/ a sua participa)*o na Inconfi7 d>nc

Mineira " contestada por alguns historiadorXY7YZs/ entre os #uais Almir de 4liveira.\ obra de 5onzaga n*o primou por originalidade de pensamento/ antes pela e<posi)*met,dica/ clara e ob8etiva/ fundada na li)*o de vrios autores/ destacando7se as dein"cio/ PuffendorXY7YZ 5r,cio. Ao professar o 8usnaturalismo de colora)*o teol,giccriticou a doutrina de ugo 5r,cio/ #ue aceitava o8us naturae ainda #ue 3eus n*e<istisse ou n*o cuidasse dos interesses humanos. 2al pensamento Qde nenhuma sorse deve admitir/ por#ue/ tirado de 3eus/ n*o podemos conceber legislador/ e selegislador n*o podemos admitir algum preceito\ S' Al"m de e<altar a for)a divina/ escritor valorizou o poder temporalS o soberano sXY7YZria competente n*o s, para le lacomo para 8 ulgar. tXY7YZ1sim teriam praticado 1alom*o/ Augusto e 2iXY7YZrio. 4magistrados seriam Qumas pessoas pblicas #ue/ recebendo o poder do rei representando a sua pessoa/ nos e<igem umap rofunda obedi>nciaQO9 o 3ireiPositivo seria uma deriva)*o da simples vontade do legislador. Ao e<plicar o sentido dlei/ cumpria ao interprete descobrir a vontade do legXY7YZslador ; 5onraga vislumbrodois princ&pios noXY7YZus rtaturaeS o Qde serQ e o Qde conhecerQ. 4 primeiro sconsubstanciana na vontade divina/ como norma das a)XY7YZes humanas. essprine&pio estaria a origem das obriga7 )XY7YZes. 4 princtplo Qde conhecerQ seria umproposi)*o mediante a #ual a pessoa poderia conhecer o 3ireito atural e #ue deverser Qcerto/ claro e ade#uadoQ. 3ividiu o 3ireito atural em positivo e permissivo.

4 positivo/ #ue melhor se chamariaproibitivo/ seria o con8unto das leis #ue vedavacondutas/ en#uanto #ue o permissivo/ como o pr,prio nome induz/ dava permiss*o oconcedia. ein"cio e outros escritores haviam distinguido o 3ireito atural absoluto dhi t"tico. 4 pricneiro teria e<istido sempre/ pois n*o dependia de #uaXY7YZuer fahumano/ como matar/ 8urar falsamente. 4 hipot"tico/ ao contrrio/ dependda organiza)*o social/ como o furto/ XY7YZue pressuXY7YZXY7YZe o dom&ni2oms Ant-nio 5onzaga contestou tal classlfica)ao/ pols pensava #ue o 3ireito aturfosse sempre absoluto. Em rela)*o ao furto/ 8ustificouS Q3eus deu a todos os homens liberdade e direito para poderem ocupar 

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Q5onzaga n*o foi inconfidente. Foi acusado por vingan)a dos seus inimigos e concurso das circunst*ncias impediu7o de defender7s) proveitosamente... Foi v&tima duma 8usti)a demasiado rigorosa #ue lhe deu uma gl,ria nCo pretendida por cle 7 a gt,rdos mrtires/ para a #ual n*o tinha voca)*o alguma.Q Almir de 4liveira/ 5onzago c Inconfidtncio Minerra/ 'XY7YZ ed./ Ed. Itatiaia imitada/ lo orizonte/:CD/ p.:DL.2oms Ant%nio 5onzaga/ 2ratado dc 3iicito atural/ Parte III/ cap. 'H/ caput 4p. cParte II/ cap. H/ .4p. cit/ Parte III/ cap. ;H/ '.XL:'Z'DL PAU4 A3E6a#ueles frutos #ue lhes fazem necessrios para a sua conserva)*o.QD Em sua anlissobre a 8usti)a/ revelou prefer>ncia pelo conceito de Peraldo/ para #uem a#uele valoseria Quma virtude #ue d a cada um o #ue " seuQ.4 g>nero pr,<i.mo da defini)*o se localizaria na palavra virtude/ e a diferen)

espec&fica/ na parte restanteS Q#ue d a cada um o #ue " seuQ.Pensava #ue a 8usti)a sena uma das virtudes praticadas pelos homens.6elativamente ao 3ireito Positivo/ o autor de ManBia de 3irceu distinguiu duaesp"ciesS o positivo divino e o humano. 4 primeiro se subdividiria emparlicular 7 concedido por 3eus a um povo/ como o 3ireito hebraico 7 e universal/ #ue seria dado todos os homens 7 a norma de abstXY7YZn)*o de sangue animal/ #ue fora dada a o"4 3ireito Positivo humano foi dividido em eclesistico e civil. 4 primeiro poderia separticular ou universalO tanto #uanto se impusesse a uma igre8a particular ou a toda Igre8a. Huanto ao 3ireito $ivil/ referiu7se N classifica)*o de ugo 5r,cioS 3ireito $ivlargo ou restrilo. En#uantXY7YZ este se limitava a uma cidade/ o outro obrigava emuitas.  o estudo #ue encetou sobre as leis/ 2oms Ant-nio 5onzaga discorreu a respeito dseus re#uisitosS lo[ serhonesta/ pois 3eus n*o dera poder ao homem para agdiferentemente. $omo o fim da lei era o de fazer com #ue os homens fossem bons/ n*seria sen*o com leis honestas #ue se poderia alcan)ar tal resultadoO o[ n*o ofendeN utdidadepblica. Ao 8ustificar tal #ualidade inerente Ns leis/ admitiu #ue essas seriasempre obrigat,rias/ Qpois havemos de confessar #ue nem todas as razXY7YZes pela#uais se fazem as cousas nos podem ser patentes e nem os soberanos t>m obriga)*de declararem aos povos os seus pensamentosQO 9o[ deve serposstvel/ 8 #ue apena

o fact&vel pode ser e<igidoO ;o[ deve serperp"tua/ e<cetuando7se a #ue se revelar ine nociva N utilidade pblica e a #ue for substitu&da pelo monarcaO Do[ deve emanar dsumo poder. A refer>ncia " ao poder temporalO ?o[ deve serpromulgada/ isto no sentidde divulga7 )*o de seu teor/ pois n*o se pode Qobrigar a coisas inc,gnitas/ #uais s*o aleis postas na mente do legislador ou em escritos ocultos...QO Bdeve apresentarpalavras claras epr,prias/ pois o contrrio induziria a erroe conse#`entes in8usti)asO Co[ deve disporpara o fi/uuro/ uma vez #ue as a)XY7YZepret"ritas n*o podem ser reguladas.

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 D 4p. cit/ Parte III/ cap.:H/ ?.? 4p. cit/ Parte III/ cap.:H/:'.B 4p. cit/ Parte III/ cap.:H/ B.FI414FIA 34 3I6EI24 'D: :::. A Filosofia Jur&dica %rasileira no 1"culo 0I0  :::.: Avelar %rotero. 1e em nossa rea de estudo a primeira obra de autor radicadno %rasil pertenceu a um escritor luso 7 2oms Ant-nio 5onzaga 7/ h dois s"culotamb"m da#uela nacionalidade foi o nosso primeiro professor de 3ireitoS Jos" Maria d

 Avelar %rotero ^:BC7:CBC[/ #ue/ por decreto de :' de outubro de :C'B/ fnomeado pelo Imperador para reger a ctedra de 3ireito atural da rec"meriada Faculdade de 3ireito de 1*o Paulo/ cabendo7lhe a honra de proferir a auinaugural dos cursos 8ur&dicos/ em :Q de mar)o de :C'C.  Acumulando as fun)XY7YZes docentes com a de secretrio da insti7 tui)*o/ %rotelecionou at" :CB:/ #uando se8ubilou. Ao se pes#uisar a personalidade do professodepara7se/ de um lado/ com a refer>n7 cia a um temperamento e<altado e arestoso

de outro/ com obser7 va)XY7YZes 8ocosas. Em of&cio dirigido a Jos" $lemente PereiraMinistro do Imp"rio/ em Eevereiro de :C'/ o diretor da Faculdade/ 2en5eneral 6endon/ solicitou7lhe a demiss*o do cargo/ alegando #ue n*o se achava cofor)as para aturar um homem #ue Q^...[ se n*o " mais alguma coisa/ " de certo umlouco/ capaz de atacar moinhos...Q. 3o cont&nuo IXY7YZlen7 don)a/ consta tXY7YZr ouvida seguinte advert>nciaS Q1r. $onselheiro/ eu suplico a @. E<a #ue n*o me persigpor#ue eu tamb"m sou maluco.Huanto N outra faceta de sua personalidade/ e<pXY7YZe 1pencer @ampr"SQAo lecionar/ sa&am7:he as palavras em borbotXY7YZes/ e com tal veem>ncia discursav#ue/ porvezes/ trocava frases/ ouXY7YZalavras/ umas pelas outras/ dando lugar ao #use chamou broteradas.  1eguindo a orienta)Ro dos regulamentos ent*o vigentes/ a)oda7 damente publicoem :C'/ um comp>ndio da mat"ria destinado aos alunos 7 Princ&pios de 3ireito atur7/ o #ual Ihe trou<e amargos ressentimentos/ em face da repercuss*o negativalcan)ada. A $o7 miss*o de Instru)*o Pblica emitiu parecer contrrio N ado)*da obra/ sob o fundamento de #ue Ihe faltavam consist>ncia l,gica/ clareza/ precis*o ser uma compila)*o de vrios autores. Em conse7 #`>ncia/ o livro foi substitu&do pede Perreau/ Elements de egisla7 hon aturelle/ obra sem maior e ress*o e #ue sbaseava nos ensinamentos de %urlama#ui/ datanXY7YZo de :C9: a sua primeira edi)*o

 Avelar %rotero n*o reagiu/ nem ficou privado/ em contrapartida/ do e<erc&cio de secargo.

C 1pencer @ampr"/ Mem,riaspara a ist,ria da Academia de 1XY7YZo Paulo/ 'XY7Yed./ Instituto acional do ivm/ %sas/:ia/:BB/ vot. I/ p. ?D.XL:'Z'D' PAU4 A3E6

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  Apoiando7se nas obras de Mably/ olbach 7 a #uem n*o citou nominalmente elvetius/ Perreau e $abanis/ o mestre luso pouco se referiu ao Esp&rito das I.eis/ dMontes#uieu/ silenciando7se em rela)*o a Vant/ cu8a obra 8 era conhecida e divulgadem nosso pa&s por Jos" %onifcio e Amaral 5urgel. A defini)*o de 3ireiatural/ apresentada no comp>ndio/ revela a falta de clareza de suas e<posi7 )XY7YZeQ^...[ orma ou comple<o de leis/ ditadas pela atureza atu7 rante/ poder criadoonisciente e onipotente/ a #ual norma grava no cora)*o do homem/ e a promulgou/ pomeio da luz da raz*o/ de maneira #ue o mesmo homem ficou ciente de cXY7YZu : " fim da sua cria)*o/ lsto "/ o conservar7se e aperfei)oar7se. Ao referir7se N natureznaturante/ #ue seria a Provid>nela 3ivina/ Avelar %rotero/ #ue teria evitado suspeitas dheresia/ distanciou7se da filosofia pante&sta e do materialismo.  6elativamente N teoria do conhecimento/ conforme observa)*o de Miguel 6eale/adotou o sensismo/ ao escrever #ue a mat"ria7XY7YZrima das ideias e dos XY7YZu&zoadv"m dos sentidos e #ue Qa base essenclal do pensar " o sentirQ. Avelar %roteresposou id"ias avan)adas e #ue contrariavam a doutrina prevalente em Portuga

1ustentou a tese de #ue o casamento seria um contrato e #ue se apoiava no mtuconsen7 tlmentoO o div,reio seria a solu)*o moral unica/ #uando faltasso consentimento mtuo ou a aptid*o para a propaga)*oO a igualdade de direitos entos espososO a necessidade do tratamento cordial e benigno do pai/ n*o obstante o sepoder absoluto sobre os filhos.\: %rotero foi autor/ ainda/ de outras obras 8ur&dicaHuestXY7YZes sobre as Presas Marltimas ^:C9?[/ Principios de 3ireito PciblicUni7 versal :C9B[/ Filosofia do 3ireito $onstitucional :C?C[.  :::.' Jo*o 2heodoro 0avier 4 loXY7YZausisfno 7 pensamento filos,7 fico do alemRVarl $hristian Friedrich Vrause 7 alcan)ou alguma pro8e)*o na Filosofia Jur&dicespecialmente na %"lgica/ pela ades*o de einrich Ahrens/ inobstante n*o valorizadna Alemanha/ sua terra. o %rasil/ o rausismo tornou7se conhecido e obtevdivulga7 )*o por interm"dio de Jo*o 2heodoro 0avier ^:C'C7:CBC[/ catedr7 tico dFaculdade de 3ireito de 1*o Paulo/ onde lecionou 3ireito atural/ no per&odo de :CBL:CBC. Em seu livro 2eoria 2ranscen7 dental do 3ireito ^:CB?[/ e<p-s as suas id"iabsicas. o plano da obra define o seu prop,sito de enaltecer as teorias de Ahrens e d

Apud 1pencer @ampr"/ op. cit. / vol. I/ p. ?B.:L Miguel 6eale/ FiloXY7YZ!f! em 1*o Poulo/ 'XY7YZ ed./ 5ri8albo/ 1*o Paulo/ p. C:.:: Apud Miguel 6eale/ op. cit/ p. B:.

FI414FIA 34 3I6EI24 'D9 Vrause e de reagir contra os sistemas dominantes. 6essaltando #ue a humanidadpreferia conservar o mais conhecido/ a aventurar7se em opera)*o her,ica/ declarou sua confian)a no esp&rito investiga7 dor do s"culo/ #ue haveria de harmonizar o velhcom o novo/ o costume com a raz*o. 4 ob8eto da Filosofia Jur&dica foi dividido em tr>partesS a[ geralS reuni*o dos princ&pios primrios e mais abstratos de 8usti)a. Esta sera mais importante/ pois compreenderia o g"r7 men das demais partes. A obra dedica7se<clusivamente a essa parte geralO b[ especialS ncleo de abordagem dos direitonaturaisO c[

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aplicadaS avalia)*o racional e 8ur&dica dos institutos familiais.  En#uanto o 3ireito atural/ do ponto de vista do conhecimento/ foi definido por Jo*2heodoro 0aviec como Qa ci>ncia dos princ&pios necessrios/ universais/ incondicionais de 8usti)aQ/\XY7YZ o 3ireito Positivo foi considerado como Qo con8unharm-nico e cient&fico dos princ&pios de Justi)aQ. A no)*o de 8usti)a/ erigida em ncledo 3ireito Positivo/ se radicaria no conceito de bemS QJusti)a em toda sua generalidad" o mesmo soberano bem en#uanto confere caXY7YZacidades 8ur&dicas/ marca seulimites/ e impXY7YZe deveres correlativos. 4 concelto de e# idade diverge dtradicionalmente aceito e de origem aristot"lica. *o seria a adapta)*o da norma Npeculiaridades do caso concreto ou a 8usti)a do caso concreto. 3efiniu7a como Qlde8usti)a ou de moral/ #ue impXY7YZe a renncia voluntria de algum direito aparenteou de seu e<erc&cio/ em favor de outremQ.:; Assim/ praticaria e#`idade o senhor #uliber7 tasse seus escravos.Q A liberdade seria importante elemento da vida XY7YZur&dica/ pois n*o h dever sen*para atividades livres... *o ha direito sem liberdadeQ.\D A ess>ncia do 3ireito/ todavi

n*o estaria na liberdade/ mas na capacidade. 6econheceu na coa)*o umcaracter&stica do 3ireitoS Q8usta " a rea)Ro contra a in8usti)aQ.:? A faculdade/ podeou capacidade/ somente alcan)ariam carter 8ur&dico #uando fossem e<e#i`veis pecaa)*o. A for)a a servi)o do 3ireito consistia no emprego do poder f&sico ou imateriaEn#uanto os deveres 8ur&dicos seriam e<ig&veis/ a voluntariedade estaria na base de<ecu)*o moral.

 :' Jo*o 2heodoro 0avier/ lBuoria 2iarurendentol do 3rreito/:XY7YZ ed./ 2ypographia dJorge 1ecler/ 1*o Paulo/:CB?/ p. 1.:9 4p. cit/ p. 91.:; 4p. cit/ p.:;'.I1 4p. cit/ p. ;;.:? 4p. cit./ p. ;.XL:'Z'D; PAU4 A3E6 A lei 8ur&dica se identificava pela corre)*o entre deveres e direitos.1urpreendentemente/ N vista de sua concep)*o 8usnaturalista/ em7 prega os termolegalidade e legitimidade como sm-nimosS QI.egali7 dade ou legitimidade/ ilegalidade oilegitimidade e<primem a conformidade ou contrariedade do fato com a lei.Q:\

individualismo foi apontado como princ&pio fundamental do 3ireito e e<peri>ncia revela #ue a sua e<pans*o " paralela ao proXY7YZresso dos povoEmbora esse reconhecimento/ o autor re8eita o indivldualismo e foi/ na opini*o dMiguel 6eale/ Qum dos precursores/ no %rasil/ de uma concXY7YZp)*o mais social d3ireitoQ. Para o nosso 8urisfil,sofo maior/ faltou a Jo*o 2heodoro 0avier Qesp&rito cr&ticpara e<ame de vrios pr,blemas/ pela ear>ncia de unidade e de se#ii>ncia l,gica ne<posi)*oQ.  :::.9 1 e %enevides. 1ur.eciendo a Emesto Ferreira Fran)a/ em :CBB/ na ctedra d3ireito atural/ Pblico e das 5entes da Academia de 3ireito de 1*o Paulo/ Jos" Mar

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$orr>a de 1 e %erievides/ nascido em $ampos/ Estado do 6io de Janeiro/ em :C9veio a ser genro de Avelar %rotero e presidente das Prov&ncias de Minas 5erais e d6io de Janeiro. Apoiando7se especialmente na do'itrina da Igre8a e nas li)XY7YZes d6osmini/ %ensa/ 2aparelli e I.eberatore/ escreveu Elementos de Phrlosophia do 3ireitPiivado ^:CC;[. @azada em estilo claro e preriso/ a obra possui contedo fortementdogmtico/ e<presso em pargrafos curtos/ onde o autor n*o retle<7iona/ limitando7seapresentar imperati7 vamente as suas conclusXY7YZes. 1e bem #ue os cap&tulos iniciaversem temas de Filosofia Jur&dicOa/ a maior parte refere7se a variados institutode 3ireito Privado/ pelo #ue melhor se lhe aplicaria o t&tulo de Enciclop"dia Jur&dica Aconsidera)XY7YZes de ordem 8ur&dico7filos,ficas acham7se con7 centradas no e<tensprefcio #ue acompanha o livro.  Adepto do 8XY7YZ.XY7YZsnaturalismo de fundo teol,gico/ assentado em prin7 c&pioimutveis e d/S/ origem divina/ re8eitou o chamado estado de natureza/ concebido po6ousseau e obbes. 1 e %enevides postou7se contra a filosofia socialista/ #uafrontava as leis naturais/ pois a proprie7 dade se fundaria na natureza human

colocando7se em fun)*o do direito N e<ist>ncia/ conserva)*o/ perfei)*o e liberdade. 3reconhecer/ na heran)a e usucapi*o/ institui)XY7YZes de 3ireito atural em substRncia1ignificativa distin)*o faz o autor/ nesta passagem/ ao frisar #ue N lei civil competestabelecer a modalidade de ambos. Isto "/ em sua pureza ou princ&pios/ os institutoseriam de 3ireito atural/ cabendo ao poder 

:B 4p. cit/ p. DB.:C Miguet 6eale/ P\XY7YZlasofia em 1*o Paulo/ ed. cit./ p. '9.FI414FIA 34 3I6El24 'DD temporal o desdobramento pela admiss*o de normas concretas sinto7 nizadas com ae<ig>ncias da "poca. 3epreende7se #ue o 8usnaturalismo concebido n*o era o dvers*o racionalista dos tempos modemos/ #ue n*o se limitava a definir princ&pios cogitava de leis prontas e acabadas.2al concep)*o de 1 e %enevides dei<a uma abertura para os processos de adapta)*Ns novas necessidades sociais/ permitindo assim a harmo7 nia entre o dado e constru&do/ em outras palavras/ promove a conci7 lia)*o entre o natural e o hist,rico.  4 ob8eto da Filosofia do 3ireito estaria eentralizado na f,rmula 8usti)a/ cu8os princ&piodimanavam da natureza humana/ da sociedade e de 3eus. 2ais princ&pios seriarevelados pelo $riador e acess&veis N raz*o humana. A 8usti)a absoluta ob8etiva seria Q

conformidade dos atos de 3eus com a ordem moral e social estabelecida pela su6az*o e @ontadeQO a 8usti)a ob8etiva relativa seria a ade#ua)*o da conduta humana Nregras morais e 8ur&dicas. A 8usti)a sub8etiva foi concebida como virtude ou hbito dseguir os mandamentos morais e 8ur&dicos.4 3ireito se dividiria em ob8etivo e sub8etivo. 4 prirneiro seria a lei/ #ue revela a 8ustiXYZaO o segundo " a faculdade poss&vel ou real conforme ao 3ireito ob8etivo. A naturezhumana seria a fonte do direito sub8etivo/ e a raz*o/ a Eonte formal \ Admitiu #ue pessoa humana poderia ser Qsu8eito do 3ireito/ ob8eto do 3ireito/ ob8eto dXY7YZ rela)*

 8ur&dica/ e su8eito do dever 8ur&dico\ SXY7YZQ A ci>ncia do 3ireito teria por ob8eto de estud

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a 8usti)a em geral e em particular/ en#uanto #ue a Moral estudava o bem em geral e eparticular.  1 e %enevides repeliu o pensamento/ e<presso por A $omte/ de #ue a Moral ssubordinava N 1ociologia/ #uando/ na verdade/ Qa Moral " a base da ci>ncia sociasegundo as id"ias geralmente aceitasQ.': $ensurou opai da 1ociologia por n*o admitdeveres do homem em rela)*o a 3eus e a si pr,prio e reconhecer #ue oseres humanos deveriam buscar o seu aperEei)oamento como f,rmula de melhatender N coletividade. 6eputou Quma fantasiaQ a religi*o criada pelo positivismo/ pon*o se fundava na cren)a em 3eus e na imortalidade da alma.  Por n*o concordar com o regime republicano/ 1 e %enevides dei<ou a ctedra e:CL/ ficando na mem,ria da Academia de 1*o

 : Jos" Maria $on>a de 1 e %enevides/ Elernentos de PMilosophia do 3ireiPrivado/:XY7YZ ed./ 2yp. Uni*o/ 1*o Paulo/:CC;/ p.:9.'L 4p. cit/ p.:;.

': 4p. ci</ p. 0II.XL:'Z'D? PAU4 A3E6 Paulo/ conforme obselva)*o de 1pencer @ampr"/ como Qum ho7 mem austero/ dgrande pureza d\alma/ e de arraigadas e sineeras convic)XY7YZesQ XY7YZ::'.A 2ransi)*o dos 1"culos e a Escola do 6ecife  ::'.: 2obias %arreto. Personalidade marcante/ esp&rito pol>mi7 co e de emula)*o/ sergipano 2obias %arreto ^:C97:CC[ tem o seu nome indelevelmente ligado Faculdade de 3ireito do 6ecife/ onde estudou ao lado de $astro Alves e/ mais tardeap,s memorvel concurso em #ue venceu Augusto de Freitas/ ingressou comprofes7 sor/ em :CC'. Fil,sofo/ poefa e 8urista/ preferiu os ensaios N elabora7 )*o dobras alentadas. A sua in#uietude intelectual o impedia de se alongar na anlise dseus temas/ levando7o a per#uirir sempre novos caminhos. a rea8ur&dica/ destacarse as seguintes produ)XY7YZes cien7 t&ficasS 1obre uma ova Intui)*o do 3ireito ^:CC:Id"ia do 3ireito ^discurso de paraninfo[ e Introdu)*o ao Estudo do 3ireito ^:CCBC[.

 Admirador da cultura germRnica/ a ponto de ser chamado de alem*o de 1ergipe/ fnotvel divulgador das teorias de Ihering/ embora a primazia de citar o escritor alem*em primeiro lugar/ no pa&s/ caiba a 1lvio 6omero. 1ob a influ>ncia do autor deutapelo 3ireito e de ermann Post/ 2obias %arreto foi o principal nome brasilei

na Filosofia do 3ireito do s"culo passado.  *o obstante tenha assimilado parte das id"ias de seus mestres alem*es/ o escritn*o os acompanhou incondicionalmente. Prova disto " #ue/ en#uanto Ihering definira3ireito como Qo con8unto das condi)XY7YZes de vida da sociedade/ no sentido maamplo da palavra/ coativamente asseguradas pelo poder pblicoQ/ 2obias concebeu como Qcon8unto das eondi)XY7YZes e<istenciais e evolucionais da sociedade/ coativamente asseguradasQ. Al"m de acrescentar as condi)XY7YZes ddesen7 volvimento/ abandonou a evoca)*o aopoderpblico/ conforme ressalta $l,v

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%evil#ua.XY7YZ Mediante as doutrinas de Post e de Ihering/ o fil,sofo alcan)ou e aderao evolucionismo de 3ar!in e aeeel.  Abominando a corrente racionalista/ sustentou #ue o 3ireito " ob8eto culturaconsiderada a cultura como ant&tese da natureza. 4 fen-meno 8ur&dico foi e<posto comprocesso de adapta)*oS Q^...[

'' 1pencer @ampr"/ op. ci</ vol. '/ p.:;B.'9 $l,vis %evil#ua/ apud Mercadante e Paim/ 4bras $ompletas de 2obias %arretEstudos de Filoso8a/ Minist"rio da Educa)*o e $ultura/:;??/ tomo II/ p. [email protected] 34 3I6E224 '1 uma das pe)as de torcer e a8eitar/ em proveito da sociedade/ o homem da naturezaum invento/ um artefato/ um produto do esfor)o do homem para dirigir o homemesmo...\ SXY7YZ\ Partindo da premissa de #ue a positividade " caracter&stica do 8ure8eitou a no)*o do 3ireito atural. 2al nega)*o se e<plica por duas razXY7YZeprincipaisS a[ ao combater incisivamente o8us naturae/ 2obias partiu da vis*o de um

3ireito metaf&sico/ de algo n*o depen7 dente do homemO b[ a proclamada universalidaddo 3ireito atural/ uma vez #ue a universalidade do 3ireito Q" simplesmente uma frase\XY7YZ Em sua er&tica ao 3ireito atural/ substituiu a sua no)*o pela id"ia de lei naturado 3ireito/ chegando a afirmarS Q" preciso bater cem vezes e cem vezes repetirS o direin*o " filho do c"u/ " simplesmente fen-meno hist,rico/ um produto cultural dhumani7 dadeQ. Posto #ue tenha censurado a Escola ist,rica do 3ireito / 8ustamenpor n*o estudac a historicidade do fen-meno 8ur&dico/ identifica7se com a#uela doutrin#uando ela pretende elidir os chamados direitos absolutos e imutveis/ Qreduzindo direito em geral Ns propor)XY7YZes de uma coisa/ #ue nasce/ cresce e sdesenvolve/ como #ual#uer produto da naturezaQ.\XY7YZ Ainda no Rmbito dEpiste7 mologia/ eriticou o #uerer do sociologismo de fazer da 1ociologia uma ci>ncabrangente de todos os fen-menos sociais. $ioso da autor<o7 mia da $i>ncia d3ireito/ tamb"m tomou o cuidado de n*o transferir a proDlemtica8ur&dica para o c&rcudas ci>ncias naturais. A $i>ncia do 3ireito n*o deveria/ por"m/ ser cultivadisoladamente/ pois importante o seu Qcontato com a ci"ncia viva/ com a ci>ncia dtempo/ com a ltima intui)*o de esp&ritos superioresQ.  a rea 8ur&dica/ al"m de estudos de Epistemologia/ 2obias %arreto submXY7YZtealguns institutos de 3ireito $riminal a um balan)o valorativo. Especiallnente relevante o seu trabalho intituladoAlgu7 mas Id")ns sobre o $hamndo Fundamentos do 3ireito d

Punir ^ :CC:[/ no #ual defende a tese de #ue o XY7YZonceito de pena Qn*o " uconceito 8ur&dico/ mas um conceito pol&ticoQ/ isto por#ue ao su8eito #ue teve o seu direiofendiXY7YZio interessa t*o7somente o restabelecimento da situa)*o anterior ou indeniza)*o. 2ais imposi)XY7YZes n*o configura7

'; 2obias %arreto/ 1obre uma ova Intui)*o do 3ireito/ QinQ 4bras $ompletas d2obias %arreto/ ed. cit./ cap. @I/ p. 'L:.'D QInQ 3rssertv)*o de $oneursn/ ed. cit./ I/ p. 9.

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'? QInQ 1obre tuna ova Intui)*o do 3ireito/ em 4bras $orXY7YZleXY7YZ7XY7YZXY7YZ\robia%aneto ed. cit.  cap. @/ p.:C. O r 8XY7YZlXY7YZ XY7YZ XY7YZ_bA f IXY7YZt &XY7YZ. 3l, ...XY7YZ\i B$pQXY7YZB\i 3XY7YZ lXY7YZllXY7YZr XL:'Z'11 PAU4 A3E6 riam penalidades/ mas Qo #ue vai al"m desta esfera nasce de motivos #ue s*estranhos ao 3ireito mesmoQ. os dom&nios do 3ireito Privado/ produziu significativestudo sobre o direito autoral/ e<press*o #ue elegeu e ficou incorporada N nossterminologia/ n*o obstante o $,digo $ivil brasileiro tenha preferido a denomina)Rfrancesa depropriedade liXY7YZerria/ a #ual/ ine#uivocamente/ possui a inconveni>ncde ser mais restrita. a#uele direito/ vislumbrou n*o um direito real/ mas pessoe/ conforme $l,vis %evil#ua/ o direito autoral " considerado pelas auto7 res de melhoestirpe como propriedade imaterial.  ::'.' 1ilvio 6omero. 3isc&pulo de 2ohias %arreto e seu compa7 nheiro na chamadEscola do 6ecife/ 1lvio 6omero ^:CD:7::;[

alcan)ou pro8e)*o nas reas da Filosofia/ iteratura e 3ireito. Entre as suas obras XYZrincipais/ destacam7se A Filosofia no %rasil ^:CBCXY7YZ/ ist,ria da lteratu%rasileira ^:CCC[ e Ensaios de Filosofia o 3ireito ^:CD[/ onde/ nesta ltima/ o autosergipano/ prefaciando a 'a edi)*o/ confessou a influ>n5ia ideol,gica recebida nodiversos planos do saber. a teoria do conhecimento e intui)*o filos,fzca/ assimilou orienta)Ro antianaO em 1pencer/ o evolucionisma agn,s7 ticoO em 3ar!in e aecel/ transformismo bial,gicoO em 1chope7 nhauer/ alguns conceitos da WticaO em 1avigny/ 1lXY7YZIa&ne e 6. Ihering/ a concep)*o do 3ireito/ apoiando7se/ ainda/ nesse dom&niem Fustel de $oulanges/ oltzendorff e 3areste.  a obra geral de 1lvio 6omero/ a parte menos comprtSendida/ segundo o depoimende u&s ]aXY7YZhington @ita/ " a filos,fica/ mas/ em contrapartida/ o seu analista atense certificar de #ue o )XY7YZensamento romeriano compXY7YZe um todo coerente Q#ue se sistematiza #uase N maneira hegelianaQ XY7YZ\ *o faltaram/ todavia/ as cr&ticapertinazes ao escritor. eonel Franca considerou7o Qpensador med&c<reQ/ e 1lvio 6abXYZlo reputou como inconsistsntes e ingXY7YZOnuas as solu)XY7YZes por ele trazidas ncampo da Filoscfia. 1alXY7YZXY7YZo alguns pcXY7YZntos de luz/ a sua Filosofia do 3ireit" oXY7YZscura e n*o centralirada na virtual temtica da disciplina. E<emplo disto " anlise #ue fez de certas leis sociol,gicas/ como a #ue batizou por lei de homucronia#ue enunciaS Q2oda a col-nia reproduz a estrutura pol&tica/ econ-mica/ religiosa etc. d

m*e ptria/ ao tempo em #ue se operou a coloniza)*o.QXY7YZ\

 'B u&s ]ashington @ita/ QinQ Introdu)*o N 4bro Filos,fica dc 1llvio 6omcro/ ivrarJos" 4lympio Editora/ 6io de Janeiro/:5/ p. 0@I.'C Apud u&s ]ashington @ita/ op. cit./ p. 0I.' 1ilvio 6omero/ op. cit. / p. DL.FI414FIA 34 3I6EI24 'D  Fi<ando7se propriamente na ,rbita 8ur&dica/ deu >nfase N pre7 sen)a doprincipio dhistoricidade e evolu)*o eprincipio do natura7 lismo/ introduzidos/ respectivamente/ po

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1avigny e Ihering. Ambos dotados de genialidade 7 o primeiro/ fundador da Escoist,rica 7/ situou v 3ireito como produto da hist,ria/ evolu)*o humana e cultura sociao segundv teria ido mais longe/ acrescentando #ue a evolu)*o se dava pelo princ&pio dsele)*o e de acordo com os processos de heran)a e adapta)*o.  o paralelo #ue tra)ou entce a Moral e o 3ireito/ considerou7os irm*os g>meos/ #uregulam as a)XY7YZes dos homens na sociedade.En#uanto a Moral visa a realizar o bem e disciplina a vontade inriividual/ o 3ireittemXY7YZor alvo o8usto/ segundo o antigo preceito suum ccei#uc tribuere/ e e umdisciplina da liberdade. 4 princ&pio fulldamental do 3ireito seriaS QPXY7YZe emovimento a tua a)*o at" onde ela n*o impossibilite a a)*o dos outros.  6XY7YZlativamente ao signifrcado da for)a no campo do 3ireito/ 1&lvio 6omedistinguiu a aplica)*o do vocbulo no sentido dXY7YZvfor)a c,srriica e de eneighumana. 1e a e<press*o o 3ireito " a for)a foc empregada para esclarecer #ue fenomeno 8ur&dico est sXY7YZ8eito N pot>ncia #ue movimenta a mat"ria em geral/ ter7s uma deSXY7YZini)*o tautol,gicaO se por ela se elltende a repress*o social/ o e#u&voe

seria patente/ pois o 3ireito pretende a elimina)*o da for)n. Em uma pgina de rarbeleza/ refere7se a duas situa)XY7YZes e<perimentadas por dXY7YZas tribos antigas. primeira hip,tese/ o grupo mais forte se apro<ima e e<pulsa o mais fraco. IstsXY7YZ n*seria o 3ireito. a segunda/ ao encontrar a tribo mais d"bil 8 instalada/ a mais forte rec"m7che7 gada se afasta/ n*o por falta de for)a/ mas por respeito. 4 3ireito estarnesta atitude/ podendo ser definido como. a#uele processo pelo #ual a for)a da raz*e<pele e reprime a for)a do bra)oO " a harmoniza)*o das lutas sociais pelos ditames d

 8ustoQ.XY7YZ Ap,s referir7se Ns defini)XY7YZes e<postas por Ihering/ 2obias %ar7 ret5umersindo %essa e Vant/ prop-s a seguinte/ #ue reXY7YZe ele7 mentos dpensamento antiaXY7YZlo e a evolu)*o spencerianaS Q3ireito " o comple<o dacondi)XY7YZes/ criadas pelo esp&rito das vrias "pocas/ #ue servem para/ limitandXY7Yo conflito das liberdades/ tornar poss&vel a coe<ist>ncia social.Q9:

9L 4p. cit/ p. E;:.9: 4p. cit/ p. ?;C.XL:'Z'?4 PAU4 A3E6  ::'.9 $l,vis %evil#ua. 4 eminente eseritor cearense e invulgar cultor do 3irei

ptrio/ $l,vis %evil#ua ^:CD7:;;[/ " nome #ue integra o reduzido grupo dintelectuais brasileiros #ue/ al"m de versar e produzir no plano filos,fico/ edificoproficuamente na esfera do 3ireito Positivo. 4 fator ambiental certamencontribuiu para a forma)*o da#uele #ue foi/ no dizer de Machado etto/ o maior 8urisda Escola do 6ecife.9z Uma densa atmosfera cultural envolvia a Faculdade de 3ireido 6ecife/ durante o tempo em #ue a fre7 #`entou/ primeiramente como estudan^:CBC7:CC'[/ depois como seu bibliotecrio/ "poca em #ue se entregou N leitura elabora)*o de alguns trabalhos/ e/ finalmente/ eomo professor ^:CC7:C[.

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  Entre as obras #ue escreveu/ merecem desta#ue especialS Juris7 tas Fil,sofos ^:CBonde/ ap,s substanciosa introdu)*o de cunho hist,rico/ analisou o pensamento 8ur&dicde $&cero/ Montes#uieu/ Ihering/ ermann Post/ 2obias %arreto e 1lvio 6omerEsbo)os e Fragmentos ^:C[/ #ue rene ensaios de natureza8ur&dico7filos,ficaO2eoria 5eraldo 3ireito $ivil ^:LB[O $,digo $ivil $omentado ^:_:?7 ::[/ em sevolumesO ist,ria da Faculdade de 3ireito do 6ecife ^:'B[ einhase PerfcsJuridico^:_9L[/ na #ual aprecia as doutrinas de 3el @ecchio/ auriou/ Maday e Vohler/ al"m dapresentar abordagens sobre o 3ireito no %rasil/ com enfo#ues de ordem cultu7 ral legislativa. *o obstante o reconhecido valor atribu&do aos livros de $l,vis %evil#ua/ seu nome memorizou7se entre n,s/ principal7 mente em raz*o do antepro8eto de $,dig$ivil #ue/ aos #uarenta anos de idade e no curto per&odo de seis meses/ elaborou convite do governo $ampos 1alles. a#uele antepro8cto/ #ue em lo de 8aneiro de ::se transformou na ei no 9.LB:/ $l,vis e<teriorizou os cOonhe7 cimentos #ue amealharna ctedra de I.XY7YZgisla)o $omparada.  Uma importante particularidade acerea de sua forma)*o cultu7 ral deve ser ressaltad

a e<peri>ncia fora sedimentada na leitura/ elabora)*o de livros e e<erc&cio dmagist"rio. $l,vis %evil#ua/ #ue n*o praticara a advocacia/ nem fora magistrado/ n*possu&a militRn7 cia forense/ condi)*o esta #ue teria dei<ado a marca de didatismem algumas passagens do $,digo. Em contrapartida/ o autor n*o se condicionara posi)XY7YZes assumidas anteriormente no fragor dos lit&7 gios. $onforme observa)*o d1an 2hiago 3aritas/ Qentre a sua

9' Machado etto/ ist,rio dasld"iru Juddicasno %rasil/:XY7YZ ed./ 5ri8albo/ 1*Paulo/:?/ p.::L.FI414FIA 34 3I6El24 '?XY7YZ intelig>ncia e o universo das regras e conceitos 8ur&dicos/ nada se interpunha #upudesse toldar a transpar>ncia do racioc&nio ou comprometer a ob8etividade daconvic)XY7YZesQ.99 Inspirado no pensamento da "poca/ seguiu inicialmente dou7 trina positivista/ n*o admitindo um direito oriundo da natureza ou fundado apenana raz*o. 4 3ireito n*o seria uma id"ia inata/ alis/ n*o haveria id"ias inatasS Qforma)*o das id"ias "/ como a forma)*o de um organismo/ um fato da evolu)*oO " umevolu)*o orgRnica nos centros do c"rebro.Q9\ Partidrio do evolucionismo/ concebeu 3i7 reito como fen-meno natural/ pass&vel de e<plica)XY7YZes por leis natu7 rais. 3entrdesta concep)*o/ $l,vis afirma #ue o 3ireito se e<pande em tr>s sentidosS a[ amplia)*

dos direitos atribu&dos a pessoasO b[aumento gradativo das garantias para um nmero crescente de pes7 soasO c[ seguran)crescente dos direitos reconhecidos. 4s tr>s mo7 vimentos/ #ue seriam diferenciadomas convergentes para o mesmo ponto/ seriam confirmados tanto pela raz*o #uantpela hist,ria.9D  EsXY7YZecificamente sobre o mundo 8ur&dico/ vislumbrou tr>sp la nos de mvestiga)*o da 2"cnica Juridica/ o da $i>ncia 5eral do 3ireito e o da Filosofia Jur&dica. o planda 2"enica/ tem7se o conhecimento prtico e o problema da aplica)*o das normaaos casos concretcis. A $i>ncia Jur&dica/ reconhecida/ ho8e/ como disci7 plina #u

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e<plica e sistematiza o 3ireito vigente/ teve o seu ob8eto alargado na vis*o do insigncomparatista/ #ue lhe atribuiu a tareEa de estudar o ordenamento 8ur&dico Qsob o ponde vista das razXY7YZes especiais #ue a determinaram/ da histXY7YZria/ da compara)*oda vida e sociedadeQ. 6elativamente N Filoso?a Jur&dica/ identificou7a como a ci>nc#ue Qdando uma vis*o de con8unto sobre as vrias manifesta7 )XY7YZes do fen-men

 8ur&dico/ estuda as condi)XY7YZes de scu aparecimento e evolu)*c/ e determina arela)XY7YZes e<istentes entre ele e a vida humana em sociedadeQ. 3e acordo com cr&tica de Machado etto / a defini)*o poderia servir para a 1ociologia do 3ireito.9? observa7 )*o da ilustre professor baiano/ o sociologismo 8uridico se acha patente ndoutrma de $l,vis/ especialmente #uando este esclarecOe

 99 1an 2hiago 3antas/ QinQ 4bra Filos,fica dc $l,vis %evil,#ua 7 II 7 Filosofia 1ocial eJurfdica/:XY7YZ ed./ 5ri8albo/ 1. Paulo/:B1/ p. '.9; $t,vis I9evil#ua/ QinQ 4 3ireito/ 4bra Filas,fica/ vol. II/:XY7YZ ed./ 5ri8albo/:BD/ 1*Paulo/ p. ;D.

9D $l,vis %evil#ua/ in A F,rmula da Evolu)*o Juddica/ 4bra Filos,fica/ vol. II/ edcit./ p. CD.9? Machado etto/ op. ci</ p. I:D.  \XY7YZ. 3: v.XY7YZ..!XY7YZ9 XY7YZ XY7YZ $S2XY7YZ O\D\ SXY7YZ\:Q.XL:'Z'?' PAU4 A3E6 #ue Qa 1ociologia ^...[ " #uem nos pode dar a verdadeira concep)Ro do direitoQ.  Particularmente interessante " a concep)*o acerca da Moral e do 3ireito. averinterpenetra)*o nas duas grandes categorias deontol,gicas. Posto #ue revelassadmira)*o pela abordagem for7 mulada por 3el @ecchio/ para #uem a Mor al e o 3ireiseriam dois aspectos distintos da 3eontologia/ declarou o seu n*o eonvencimen7 #uanto N irredutibilidade dos sistemas. Pensava #ue/ no Euturo/ as condutas/ #ue s*atualmentc observadas por imposi)*o legal/ ser*o praticadas por impulso natural. 1erum devcr do homem/ ho8e/ ampliar o continente moXY7YZal e<istente no 3ireito/ pa#ue este possaQassegurar as condi)XY7YZes de vida e desenvolvimento da sociedade/ e n*o eontraria marcha da evolu)*o cultural humanaQ.XY7YZ  Ao analisar o conceito do 3ireito/ rXY7YZputou a defini)*o de Ihering/ dentro de suinterpreta)*o/ comoperfeita e completa. Para o 8urista alem*o/ o 3ireito seria Q

con8unto das condi)XY7YZes e<isten7 ciais da sociedade coativamente asseguradas pepoder pblicoQ. As condi)XY7YZes e<istenciais deveriam abranger n*o apenas sociedade em repouso/ mas tamb"m em sua progress*o dinRmica e as necXYZ/ssidades asseguradas seriam tanto as f&sicas/ #uanto as econ-micas e apura7 mente ideais 9 A 8usti)a/ como valor/ teria carter emocional e n*o intelectuaconforme pretendia a concep)*o racionalista. a estXY7YZira de 6udolf von Iherine<p-s a tese de #ue a luta seria o principal fator do 3ireitoO ela o cria e o mant"m.QXY7Y4 sentimento do egoismo / por sua vez/ seria o responsvel pelo surgimento d3ireitu/ pois este o possui por ob8eto de disciplina. Huanto N forma de eXY7YZpress*

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do 3ireito/ malgrado reconhe)a #ue o 8us scriptum " menos fle<&vel do #ue o costumev> na lei a vantagem de oferecer lucidez XY7YZ/ seguran)a ao 3ireito/ compensandIbe a perda de fle<ibilidXY7YZde e movimXY7YZnto.  Em estudo sobre o direito sub8etivo/ refutou a tese negativista de "on 3uguit/ #uXYZ pretendeu eliminar da terminologia8ur&dica a#uele XY7YZon7 ceito. Mais uma vez norienta)*o de Ihering/ reconheceu #ue os direitos sub8etivos s*o QinterXY7YZsse

 8uridicamente protegidosQ/ enten7

9B Machado etto/ op. cit. p.::D.9C $l,vis %evil#ua/ QinQ 6eflaXY7YZes de um Jurrsta 1ugrridaspor uma 3ata/ 4brFlos,fica/ vol.  II/ ed. cit./ p. 'DL.9 QInQ 4 3ireito/ ed. cit./ p. D'.;L QInQ 4 3ireito/ ed. cit./ p. ;C.

FIXY7YZ14FIA 34 3I6EI24 '?9 dendo7se por interesse as utilidades ou bens de ordem econ-mica ou moral.  ::'.; 4utros omes na Jusfilosofia. @rios outros nomes se pro8etaram na Eseola d6ecife/ cu8o movimento de id"ias surgiu na poesia/ na segunda metade do s"cupassado/ e irradiou7se Ns dife7 rentes formas de manifesta)*o do pensamentalcan)ando o 3ireito e a Filosofia. Movida pelo ideal de renova)*o espiritual/ a Escodo 6ecife influenciou7se pelo neoantismo/ especialmente #uando este se achava esua primeira fase e padecia de falta de unidade interna/ conforme comentrio d

 Ant-nio Paim/ #ue registra/ ainda/ a ades*o ao monismo/ evolucionismo/ historicismantimecanicismo e cr&tica sistemtica ao pensamento filos,flco no pa&s 7 po ;ltivista espiritua7 lista 7 como as principais marcas de sua doutrina.  $ontemporRneo de 2obias %arreto nos bancos acad>micos da Faculdade do 6ecifedepois professor na institui)*o/ Jos" igino 3uarte PXY7YZreira ^:C;B7:LB[ aderiu apositivismo e/ posteriormente/ ao evolucionismo de 1pencer/ o #ue provocou pol>micpela imprensa com 2obias/ #ue criticava o pensamento spencXY7YZXY7YZXY7YZano. 1obinllu>ncia do pensamento de 2obias %arreto/ de #uem foi um doprincipais colaboradores/ Artur 4rlando ^:CD::?[ foi autor de Proped>utica PoliticoJcu7idica ^:L;[/ al"m de outros trabalhos. Apontando como problema capital dFilosofia a distin)*o do #ue h de ob8etivo e de sub8etivo no saber humano/ atribuiu

teoria do eonhecimento a condi7 )*o de ob8eto pr,prio da Filosoa e #ue a 8ustificava.  Fausto $ardoso/ sergipano de nascimento e professor de Filo7 sofia e ist,ria d3ireito/ na Faculdade ivre de 3ireito do 6io de Janeiro/ foi um seguidor ortodo<o dfilosofia evolucionista de Ernst aecel e autor de $oncep)*o Monistica do Univers^:CC;[/ 2a<i7 nomia 1ocial ^:CC[/ al"m de $osmos do 3ireito e da Moral/ edois volumes/ cu8a publica)*o " ob8eto de dvida/ pois/ diferentemente de Ant-nPaim/#' Machado etto aErma #ue o livro n*o foi dado a lume.;\ 4utro sergipano #use pro8etou na rea 8ur&dico7filos,fica da Escola foi 5umersindo de Ara8o %essa ^:CD

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::D[/ autor do ensaio Hue " 3ireitoT/ publicado em ap>ndice N obra Ensaiode Philosophia do 3ireito de 1&lvio 6omero. $oncebeu o 3ireito atu7

 ;: QInQ 3ireito 1ub8etivo/ ed. cit./ p.:L?.;' Ant4nio Paim/ A Filosofia da Escola do 6eclfc/:O ed./ Editora 1aga/ 6io de Janeirt??/ p. B1.;9 Machado etto/ op. cit./ p.:'B.XL:'Z'?; PAU4 A3E6 ral apenas como idealiza)*o do 3ireito Positivo e atribuiu ao Estado n*o a tarefa dcriar o 3ireito/ mas a de reconhec>7lo. 3entro de uma vis*o sociol,gica/ definiu Jurisprud>ncia como Qa e<posi)*o siste7 mtica das leis hist,ricas #ue regem o sedesenvolvimentoQ.Q\ Autor de uma tese sobre 1istematiza)*o das $i>ncias Jur&dica^:LC[/ 1oriano de Albu#uer#ue ^:CBB7::;[ foi profXY7YZssor de 3ireito no $ear/ onddivulgou o pensamento da Escola. $om forma)*o socio7 l,gica/ sustentou em seu livr

4 3ireito e a 1ociologia ^::'[ #ue/ ao regular a dinmica social/ o 3ireito visa manuten)*o do e#uil&brio da sociedadXY7YZ e a garantir a conviv>ncia.  Formado no 6ecife/ eovigildo Filgueiras foi um dos fundadores da Faculdade ivre d3ireito da %ahia e seu primeiro catedrtico de Filosofia e ist,ria do 3ireito. 1ob influ>ncia do evolucionismo spenceriano/ escreveu Estudos de Filosofia do 3ireito/ ondn*o distin7 guiu/ com clareza/ os dom&nios da Filosofia do 3ireito e da 1ociologia/ sendcriticado por Almachio 3iniz/ seu sucessor na ctulra. Entre as numerosas obras d

 Almachio 3iniz/ destacam7se/ na rea 8ur&dico7filo7 s,fica/ Ensaios Filos,ficos sobre Mecanismo do 3ireiio/ HuestXY7YZes Atuais de Filosofia e 3ireito e $urso dEnciclop"dia Juridica. 1ob a influ>ncia de Fausto $ardoso/ aderiu ao evolucionismo dErnst FlaXY7YZc7 el e situou o 3ireito como ordem subordinada Ns leis biol,gicas.::9. 1*o Paulo e seus Juris fil,sofos no s"culo 00  ll9.l Pedro essa. 4 autor de Estudos de Filosvfia do 3ireito ^::'[ e de outroescritos/ 8urista7fil,sofo Pedro essa ^:CD7:':[/ possu&a uma forma)*o culturcompreensiva da teoria e prtica do 3ireito. A sua cosmovis*o cient&fica levou7o ae<erc&cio de duas fun)XY7YZes nobilitantesS N ctedra de Filosofia do 3ireito d

 Academia de 1*o Paulo e N 8udicatura do 1upremo 2ribunal Federal/ em :LB.4 perfil do professor foi tra)ado por 1pencer @ampr"S Q...[ sabendo ser elementar sedescer N superficialidade/ e<punha as doutrinas alheias com fidelidade absoluta/

criticava7as com fortes e decisivos argumentosQ. Huanto ao magistrado/ segundo aind@ampr"/ Qpo7 der7se7 dizer/ sem favor/ #ue nunca um membro do 1upremo 2ribu7 nse constituiu/ t*o espontaneamente/ l&der intelectual da#uela alt&ssima corte de8usti)como Pedro XY7YZssa/ e se/ no proferir os seus

 ;; Apud Machado etto/ op. cit/ p.:DL.FII.414FIA 34 3I6ErI4 '?D votos/ houvesse guardado uma linha mais serena e menos acrimonio7 sa/ ningu"teria sido mais perfeito 8uiz do #ue ele.Q\XY7YZ 1intonizado no pensamento da "poc

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assimilou a filosofia po7 sitivista e a doutrina organo7evolucionista/ n*o admitindo aantigas concep)XY7YZes #ue situavam o 3ireito nas instRncias teol,gica e racio7 nalista4 m"todo cient&fco/ #ue se desdobra nas etapas de observa)*o/ formula)*o dhip,tese e e<perimenta)*o/ n*o teria aplicabilidade restrita no reino natural e deverser o m"todo do 3ireitoS Qo nico m"todo aplicvel N forma)*o da ci>ncia do direito " positivo/ ou cient&fico/ combina)*o dos processos indutivos com a dedu)*oQ.\XY7YZ escritor mineiro/ autor ainda de 3isserta)XY7YZes e Pol>micas :L[ e 3PoderJudicirio ^::D[/ n*o aderiu/ todavia/ ao positi7 vismo e<tremado/ pois chegou atentar para a e<ist>ncia do 3ireito atural/ ao declarar #ue o 3ireito/ n*o obstante sua varia)*o no tempo e no espa)o/ abriga sempre princ&pios fundamentais imutveis.  4 3ireito Positivo foi concebido como o con8unto das condi)XY7YZes orgRnicas Qde vide desenvolvimento da sociedade e do indiv&duo / dependente da vontade humana/ e garantidas/ ou #ue " necess7 rio o se8am/ pela for)a f&sica do EstadoQ.  A Filoso ia do 3ireito apresentava tr>s missXY7YZesS a[ a defini)*o do mcXY7YZtodo ser aplicado nas investiga)XY7YZes cientfficas do 3ireito. 2al escolha possui important

significado/ pois determina a dire)*o do esp&rito. 1e o m"todo for o dedutivo/ investiga)*o caminhar de id"ias gerais norteadas pela religi*o ou pela metaf&sicaO b[e<posi)*o sistemtica dosprincipiosfundamentaXY7YZs do 3ireito. 3iante datomi7 za)*o do territ,rio 8ur&dico/ com o surgimento da pluralidade de ramos/ #uapresentam princ&pios particulares/ " indispensvel a tarefa de revis*o geral em todo dom&nio 8ur&dico/ a fim de se Qdescobrir os tra)os de uni*o entre todos esses diversoramos da ci>ncia do 3ireito/ o #ue h de comum/ de geral em todos eles/ unificandtodo o saber8ur&dicoQOXY7YZs c[ o estudo das rela)XY7YZes do 3ireito com as ci>nciaantropol,gicas e sociais. $oerente com o ob8eto apontado para a Filosofia do 3ireitdefiniu a disciplina como Qa

;1 1pencer @ampr"/ op. cit/ vol. '/ p. 9'B.;? Pedro I.essa/ Philarophia do 3rreito/ 'XY7YZ ed./ ivraria Francisco Alves/ 6io dJaneiro/ l:?/ p. _.;B 4p. cit/p.::'.;C 4p. cit/ p. C.XL:'Z'?? PAU4 A3E6 parte geral da ci>ncia 8ur&dica/ #ue determina o m"todo aplicvel ao estudo cient&fico d

3ireito/ e<pXY7YZe sistXY7YZmaticamente os princ&pios fundamentais dos vrios ramos dsaber 8ur&dico/ e ensina as rela)XY7YZes deste com as ci>ncias antropol,gicas sociais\ S;XY7YZ Aplicada nos dom&nios da Pol&tica/ a filosofia de Pedro XYZssa demonstra uma &ndole renovadora/ pois preconiza o triunfo da ideo7 logsocialista/ #ue dever/ no futuro/ sO.r consagrada em lei. 6eve7 lou7se/ ainda/ uesp&rito c&vico/ presidindo a iga de 3efesa acional. Anteriormente participaativamenteda propaganda repu7 blicana e colaborara/ 8 sob o novo regime/ nelabora)*o da $onstitui7 )*o Pol&tica do Estado de 1*o Paulo. Foi/ ainda/ membro d

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 Academia %rasileira de etras/ ocupandoa cadeira #ue pertencera a cde Mendon)a/ #ue tamb"m fora docente da Academia de 1*o Paulo.  ::9.' Jos" llXY7YZlendes. Formado pela Academia de 3ireito de 1*o Paulo/ advogado Jos" Mendes publicou a obra intitulada Ensaios de Filosofia do 3ireito/ e:LD/ sob a pretens*o modesta de oferecer aos estuXY7YZlantes a condensa)*o ddoutrina de Pedro essa/ de #uem fora disc&pulo e sXY7YZ revelara seguidor. $onformobserva)*o de Ma7 chado etto/ o autor n*o se limitou a reproduzir as li)XY7YZes d

 8urista7 fil,sofo/ indo al"m e abeberando7se em outras fontes/ como na filosofia d Augusto $omte e de 1pencer/ seus mestres preferidos.Em estilo simples/ sem afeta)*o/ linguagem ade#uada/ o escritor/ de naturalidadmineira/ elaborou/ na verdade/ um valioso manual/ til n*o apenas aos estudantes/ maainda N#ueles #ue se dedicam N scientia altior do 3ireito.  Ao abordar o conceito do 3ireito N luz da Escola $ient&fica/ cu8a doutrina reputoverdadeira/so alinhou as defini)XY7YZes de 1pencer e de Pedro essa/ apontando a suprefer>ncia poresta ltimaS Q4 3ireito " o con8unto orgRnico das condi)XY7YZes de vida

desenvolvimento do indiv&duo e da sociedade/ dependente da vontade humana garanti7 das ou #ue devem s>7lo/ pela for)a coercitiva do Estado.QD: Jos" htendes fadepto da teona eXY7YZXY7YZolucconista/ para #uem todos os ob8e7 tos/ materiais on*o/ estariam su8eitos N let de evolu)*o/ Qpassando ao estado de homogeneidadindefinida incoerente/ para o estado de heterogeneidade definida/ coerenteQ.DXY7YZ Anormas sociais em geral

 ; 4p. cit p.?.DL Jos" Mendes/ Ensaios de philosophia clo 3ireito/:XY7YZ ed./ 3uprat $ia./ 1*Paulo/ vol. '/ :LD/ p. B;L.D: 4p. ciXY7YZ. / p. B;D.D' 4p. cit/ p.:;.FI414FIA 34 3I6EI24 7 3ireito/ Moral/ 6eligi*o 7 estariam su8eitas a essa transforma)*o. 4s primeiroc,digos seriam um e<emplo/ pois foram reuniXY7YZes de regras n*o apenas de naturez

 8ur&dica/ mas tamb"m religiosa e de trato social.4 desenvolvimento em geral passava sempre do sunples para o comple7 <o/ dei<andQo estado de homogeneidade indefinida e incoerente para o estado de heterogeneidaddenida e coerenteQ. D9 6elativamente N distin)*o entre a Moral e o 3ireit

assimilou a teoiia dos circulos conc>ntricos/ de %entham/ segundo a #ual o 3ireirepresentaria o eirculo menor e a Moral/ o grande. En#uanlo nagravidade dofato slocalizaria o crit"rio intr&nseco de diferencia7 )*o dos dois segmentos/ no elemencoa)*o estaria o cri<"rio e<tr&n7 seco. Huando o fato apresentar maior gravidade/ e poisso a norma correspondente deve ser assegurada coercitivamente/ o Rmbito ser d3ireito. a hip,tese contrria/ tratar7se7 t*o7somente de norma moral em sentidestrito. s; Jos" Mendes concebeu o 3ireito como fen-meno dinRmico/ #ue evolui papassu com o desenvolvimento do indiv&duo e da sociedade. *o obstante tcaracter&stica/ haveria um con8unto de reXY7YZras 8ur&dicas invariveis no tempo e n

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espa)o/ Qpor#ue tamb"m e<istem necessidades comuns/ sentzdas por todos os povoem todos os lugaresQ. DD ::9.9 Jo*oAmXY7YZda. omeado/ inicialmente/ em :Lpara pro7 fessor substituto da primeira se)*o da Academia de 1*o Paul#ue englobava as disciplinas Filosofia do 3ireito e 3ireito 6omano/ ap,s concurso e#ue Jos" Mendes obteve o segundo lugar/ Jo*o %rs de 4liveira Arruda ^:C?:7:;9assumiu a ctedra em ::L/ sucedendo a Jo*o Pedro da @eiga Filho/ #ue lecionarapenas durante dois anos/ em substitui)*o ao catedrtico Pedro I.essa. A sua obrFilosofia do 3ireito/ em dois volumes/ " um registro do curso #ue ministrava. Em carendere)ada N dire)*o da Faculdade/ em :;:/ considerando #ue o livro reunprele)XY7YZes/ reconheceu #ue os direitos autorais perten7 ciam N institui)*Emborae<pressando a ci>ncia/ o livro n*o foi preparado de acordo com os m"todos delabora)*o cient&fica. 4 estilo " simples/ comunicativo/ espontRneo. 2em7se impress*o de #ue o te<to foi ta#uigrXY7YZfado e revisado/ mas nenhuma notcontudo/ registra tal circunstRncia. 3eclaradamente filiado N escola de 1pen7

 D9 4p. ci</ p.:C.D; 4p. cit/ p. '9.11 4p. cit/ p. D.XL:'Z'?C PAU4 A3E6  s? / p p eer/ Jo*o Arruda foi influenciado/ ainda elo ensamento de I.@anni e de Pedro essa.D\ A doutrina de Icilio @anni foi amplamente referida analisada pelo eatedrtico paulista. Embora evidente a sua admira)*o pelo 8usfil,sofitaliano/ #ue/ adepto do positivismo cr&tico/ procurava conciliar o positivismo com pensamento idealista/ n*o concordou com a tese positivista/ #ue negava eaXY7YZst>ncao 3ireito atural. Este/ todavia/ fol estranhamente concebidoS Q^...[ tais eXY7YZg>ncia"ticas/ #ue deveriam ter sido postas na legisla)*o/ e #ue n*o o foram/ " #un,s consideramos como constituindo o 3ireito aturalQ.XY7YZ 4 autor/ na verdadestabeleceu um verdadeiro div,rcio entre as duas e<pres7 sXY7YZes do 3ireito/ poidentificou o8us naturae com e<ig>ncias "ticas n*o consagradas pelo 3ireito Positivo. 3ireito atural se mani7 festaria apenas diante de erro do legisladorS pol&tico ointelectual.D Um eerto ecletismo se observa no pensamento do fil,sofo.Embora tomasse por divisa o antigo pensamento Qegum omnes seivi simus/ ut libeesse possimusQ ^1e8amos todos escravos da lei/ para #ue possamos ser livres[/ cogito

das hip,teses de resist>ncia e de revolu)*o. A primeira se manifestaria nas rela)XYZes entre o indiv&7 duo e a sociedadeO a segunda/ nas rela)XY7YZes da sociedade coo poder.4 direito de revolu)*o re#ueriaS a[ rea)*o eontra atos atentadores a princ&piofundamentais da ordem socialO b[ probabilidade de ><ito do movimento.XY7YZ concernente N distin)*o entre a Moral e o 3ireito/ contestou illa/ para #uem a nicdiferen)a estaria no fato de a norma 8ur&dica ser bilateral/ impondo dever mas atribuindfaculdades/ en#uanto a Moral seria apenas unilateral/ pois apenas criaria deveres. Esua opini*o/ a distln)*o entre os dois setores da Wtica n*o se limitaria N#uele ponto

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estendendo7se ao fato de #ue a norma 8ur&dica " coerc&vel/ en#uanto a norma moral incoerc&vel. Em suas refle<XY7YZes sobre a mat"ria/ acompanhando Jellinec ]allaschec/ a irmou XY7YZue o 3ireito seria um m&nimo "ticoS Qs, devem ser e<igidopela

 1? Jo*o Arruda/ Filasofia do 3ireito/ Faculdade de 3ireito da Uoiveisidade de 1*Paulo/ 9XY7YZ ed./ 1*o Paulo/:H volume/ p. 'BB.DB A edi)*o brasileira de i)XY7YZrs de Philosophio do 3ireito/ de I. @anni/ vinda a lumem ::? e traduzida por 4ctvio Paranagu/ foi dedicada a Jo%o Amda.DC 4p. cit/:H volume/ p. ';D.D 4p. cit /:H volume/ p. '??.L 4p. cit./ lH!lume/ p. 2DD.FI414FIA 34 3I6El24 '?for)a do Estado a#ueles deveres #ue/ pela sua importRncia/ #uando violados/ trar*grande/ profunda perturba)*o soclal\ XY7YZ?: ::9.; Miguel 6eale. *o apena

sucessor de uma pl>iade de 8urisfil,sofos/ a partir de :;L/ na ctedra de Filosofia d3ireito da Academia de 1*o Paulo/ mas ainda leg&timo herdeiro do talento de seuantecessores e da intelig>ncia do passado/ o brasileiro de 1*o %ento do 1apucaMiguel 6eale ^::L[/ brandiu/ com vigor e sabe7 doria/ durante #uarenta anos/ o sebast*o de catedrtico/ c-nscio de seu papel e de sua grave responsabilidade perante sociedade con7 temporRnea e a hist,ria.  Fil,sofo/ 8urista/ cientista pol&tico/ o universal acha7se presente em sua filosofia e<peri>ncia 8ur&dica. Autor de numerosas obras e intelectual de mltipla viv>ncia/ o seatuar e fazer seguem o rumo de seus princ&pios. Pode7se dizer #ue nada h dimproviso nas manifesta)XY7YZes de seu esp&rito/ embora o espontdneo se8a umdas notas de sua personalidade. 2eorizara vida e vivera teoria na unidade indissolvdo pensamento e da a)*o " a sua m<ima orientadora/ definida em 4 Estado Modern^:9;[ e confirmada ao longo de sua vida. Apresentando7se/ em debates/ nUniversidade de %raslia/ em :C:/ interpretou a frase/ esclarecendo #ue o pensamentdeve ser canalizado para a a)*o/ ressalvando o da#uele #ue tenha alcan)adofelicidade plat-niXY7YZa da contempla)*o puraO por outro Rngulo/ a a)*o deve sprecedida de uma teoriza)*o/ pois condenvel o ativismo absoluto/ #ue esvazia mundo de sentido te,rico. + interpreta)*o aut>ntica/ aduzimos #ue a m<ima reveuma preocupa)*o #uanto N coer>ncia l,gica e disciplina #ue devem unir o pensamen

N a)*o.,' A produ)*o cient&fica de Miguel 6eale e<ala hmus/ pois n*o " uaglomerado de abstra)XY7YZes impermeveis aos fatos hist,ricos/ posto #ue resultadde culdadosa observa)*o do homem situado.Para ele/ o pensador contemporRneo n*o pode Qficar alheio aos problemas de natureze<istencial/ de olhos fechados para a pr7 <isQ.XY7YZ\ Jurista te,rico/ 8urista prticpossui a vis*o completa do fen-meno hist,rico/ oXY7YZ#ue o habilita a transitar/ coliberdade/ da anlise de princ&pios e valores N cr&tica do sistema. igado sempre aofatos de sua epoca/ contribui permanentemente ao aperfei)oa7

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?: 4p. cit/ lHvotume/ p. 'BD.?' MigrXY7YZel 6eole na Universidade dXY7YZ %rasllia/ $ole)*o Itinerrios/ EditoUnivenidade de %rasdia/ %rasXY7YZlia/:C:/ p. CB.?9 Miguel 6eale na Universidade de %rasMa/ ed. cit./ p.:?:.XL:'ZPAU4A3E6 mento de nosso ordenamento/ se8a por convoca)*o/ se8a XY7YZor incon7 tida tend>ncpara se manifestar sobre problemas institucionais/ apontando e#uivocos e adiantandsugestoes.  1em olvido Ns valiosas contribui)XY7YZes do passado/ nem descuran7 do dapotencialidades do presente/ podemos afirmar #ue Miguel 6eale " o 8urcsfil,sobrasileiro. Fundamentos do 3ireito ^:;L[/ Filosofia do 3ireito ^:D9[/ orizontesd3ireitoeda ist,ria ^:D?[/ Pluralisrrto e iberdade ^:?9[/ 2eorca 2ridimensional d3ireito ^:?B[/ entre tantas outras obras/ autorizam7nos a conclus*o. a condi)*o drenorrXY7YZado fil,sofo do 3ireito/ seu nome e<trapolou os lindes de nosso pa&s

alcan)ou pro8e)*o internacional/ reconhecido como o principal nome da teortridimensional do 3ireito.  1e at" o final da d"cada de sessenta/ nos dom&nios do 8us positum/ poderia sidenti?cado como publicista/ especialmente pela elabora)*o de 6evoga)*o

 Anulamento do Ato Administratcvo ^:?C[/ 3ireito Administrahvo ^:?[/ a sua condi)*de $oordena7 dor da $omiss*o Elaboradora do Antepro8eto do $,digo $ivil/ a partir d:?/ e de rcdator da E<posi)ao de Motivos/ em :BD/ revela7nos #ue opblico oprivado se acham presentes na sua atual forma)*o 8ur&dica. A sua aten)Ro para con8untural encontra7se es7 tampada em 3a 6evolu)*o N 3emocracia ^:BB[/ Politicde 4ntem e de o8e ^:BC[/ Por tcma $onstitui)*o %rasileira ^:CD[/ artigos entre7 vistas publicados na imprensa e em 5onfer>ncias proferidas nas univer7 sidadee institui)XY7YZes brasileiras. 3iferentemente de 8uristas7fil,sofos #ue se ensimesmano confinamento de seus gabinetes e bibliotecas/ abstra&dos do concreto/ vivenciandapenas os valores universais/ Mi7 guel 6eale se volta tamb"m N prXY7YZs e analisa singular/ nele pro8etando categorias universais do saber. A sua atitude corresponde imperiosa e<ig>ncia de o intelectual contribuir para o avan)o de sua "pocpois in8ustificvel " a omiss*o do homem de ci>ncia/ #uando os problemas con8unturaclamam por novos modelos organizacionais.  A e<peri>ncia intelectual de Miguel 6eale inicia7se com o estudo e refle<*o sobre o

problemas sociais e pol&ticos/ abordados em 4 Estado Modemo ^:9;[. A orienta)*neoantiana acompa7 nhou7o at" :;L/ com a publica)*o de Fundamentos do 3ireit4 afastamento do neoantismo ocorreu por 8ulg7lo insuficiente N compreens*o dsub8etividade no eampo dos valores e da hist,ria.Intluenciado por usserl/ procurou superar o hiato entre o mundo do ser ^sein[ e ddever ser ^sollen[/ em outras palavras/ entre a ontologia e a epistemologca. $omdecorr>ncia da nova orienta)*o/ eoncebeu a tridimensionalidade do 3ireito em f,rmupr,pria/ emFI414FIA 34 3I6El24

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 #ue os elementos fato/ valor e norma/ sem predominRncia e sem 8ustaposi)*o/ sinterdependem na forma)*o do 3ireito. A teoria tridimensional do 3&reito constitui ponto mais alto de sua elabora7 )*o cient&fica. 1em pretender intitular7se o criador dtrialismo/ Miguel 6eale apresentou uma vers*o original N teoria. En#uanto em outroautores a composi)*o tridica do 3ireito se apresenta em adi)*o/ em sua f,rmula oelementos fato/ valor e norma se relacio7 nam em uma dial"tica de complementaridade  6elativamente ao #uadro da ontologia regional/ reconheceu estatuto pr,prio aovalores/ atribuindo7lhes autonomia/ fai<a onto7 l,gica e<clusiva. A dial"tica #udesenvolveu " a da complementari7 dade #ue implica em uma pluralidade dperspectivas/ #ue conduzem a sinteses abertas/ onde os elementos sociais alcan)asentido #uando se relacionam e se complementam. $om ressalva/ continua admitindodial"tica hegeliana/ sob a condi)*o de #ue os opostos/ em lugar de integrarem umprocesso de s&ntese superadora/ fossem considerados componentes da dial"tica dcomplementaridade.  4 8urisfil,soEo paulista/ desde a sua adolesc>ncia/ revelou inte7 resse pela pol&tie

 Atualmente reconhece #ue a dedica)*o a proble7 mas filos,ficos e 8ur&dicos/ entoutros/ impediu7o de desenvolver #uestXY7YZXY7YZs pol&ticas #ue ficaram apenaesbo)adas. Essa dispers*o/ concentrada no estudo do homem/ teria colaborado paruma com7 preens*o mais ampla da pessoa humana e de seus problemas.Q\ sua preocupa)*o com o concreto/ com a e<XY7YZeri>ncia/ o aEastou de teorias ut,picaEmbora atribua valor N utopia/ pensa #ue se deve dediEXY7YZr apenas N#uilo #ue fact&vel/ #ue pode transEormar7se em realidade.6eale sempre procurou oEerecer alternativas para os problemas institucionais do pa&*o obstante as suas propostas n*o terem sempre sido acolhidas/ o fato " #udiuturnamente influenciou em nossos modelos de organiza)*o.  4 pensamento de Miguel 6eale " uma busca permanente de concilia)*o entre ovalores vitais. 6echa)ando as coneep)XY7YZes e<tre7 mistas e radicais/ n*o incide necletismo/ #uase sempre posi)*o c-moda diante de dilemas ideol,gicos. A cosmovis*do fil,sofo o impede de conEundir a parte com o todo. A vis*o penetrante de fil,sofpermitiu7lhe a compreens*o global do 3ireito e do Estado/ reconhecendo multiplicidade de fatores #ue os integram. Huanto ao 3ireito/ re8eitou as teoriareducionistas/ #ue identi icam o fen-7 meno 8ur&dico com um ou outro elemento/ como fazem os eticistas/

?; Idem/ p. 'C.  v SXY7YZ \it XY7YZiXY7YZ\I.XY7YZ9XY7YZ<XY7YZ XY7YZXY7YZ/OXY7YZsiP XY7YZ.  1IXY7YZXY7YZSSXY7YZOs\XY7YZ XY7YZe]II @XY7YZIXY7YZ ] XY7YZiii XL:'Z'B' PAU4 A3E6 normativistas e os adeXY7YZtos do sociologismo. 6elativamente ao Esta7 do/ este n*se formarla apenas com o elemento 8ur&dico/ pois avulta a importRncia do homem eseu conceito. Afastando a possibilidade de o Estado ser dirigido por t"cnicos/ e<altou importRncia dos partidos pol&ticos. 3ever7se7ia afastar a influ>ncia dclientelismo/ substituindo7a pelo maior prest&gio dos l&deres sociais.

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  pdemocracia social/ #ue se funda no princ&pio da liberdade e se apresenta comsolu)*o pluralista/ sem confundir7se com o h\beralismo clssico/ de #uem absorvvalores e os supera/ " o regime #ue preconiza.o Estado organizado sob o seu modelo/ valonza7se o trabalho e alcan)a7se o Estadde 3ireito/ #ue prXY7YZssupXY7YZe a 8usti)a social.  3istinguindo revolu)*o de golpe de Estado/ acena a possibilida7 de de a primeilegitimar7se a posteriorc ao ato de for)a. Assim/ as revolu)XY7YZes n*o pressupXY7YZeo pr"vio amadurecimento de uma id"ia de 3ireito e de 8usti)a. Ap,s a sua eclos*o/ alideran)as podem interpretar o #ue apenas XY7YZora vagamente intu&do no momentde ruptura da ordem 8ur&dica.  4 Estado contemporRneo/ intervencionista e empresarial/ N medida em #ue amplia sua interfer>ncia na atividade individual ou coletiva/ cria entes aut-nomos/ coatribui)XY7YZes pr,prias/ provocan7 do uma perda de comando da administra)*o direta4s organismos paraestatais 7 autar#uias/ funda)XY7YZes/ empresas pblicasociedades de economia mista 7 geram o #ue denomina por duplo do Estado. 3e u

lado/ h o Estado organizado nos moldes tradicionais/ com sua m#uina administrativpadecendo de inmeros v&ciosO de outro/ um Estado com modelo mais dinRmico/ copessoal t"cnico melhor selecionado e salrios a n&vel de mercado. @ariados interesselevam N cria)*o de novos ,rg*os/ em uma deturpa)*o ao importante prin7 c&pio ddescentraliza)*o estatal e/ em conse#ii>ncia/ tem7se n*o nlais o Estado duplo/ mas sia duplicidade do Estndo. Em vez de se procurar solu)*o na burocracia geral/ recorrc7sa solu)XY7YZes de emer7 g>ncia e o #ue deveria ser provis,rio assume carter definitivEntre os ,rg*os da administra)*o central e os entes paraestatais/ estabele7 ce7se un&vel de tens*o. En#uanto a#ueles pretendem impor as suas normas de controle fiscaliza)*o/ estes se empenham em alcan)ar liberdade de a)*o.XY7YZ

 ?D QInQ 3a 6evolu)*o d 3emocracio/ 'XY7YZ ed./ Editora $onv&vio/ 1*o Paulo/:BB/ p9B.?? QInQ 4 omem e seus orizontes/:XY7YZ ed./ Editora $onv&vio/ 1*o Paulo/:Cp.:;.FI414FIA 34 3d6ErI4 'B9  2ema fundamental N compreens*o da doutrina8ur&dico7pol&tica de Miguel 6eale " cone<*o entre a $i>ncia Pol&tica e a $i>ncia do 3ireito. $ontestando a tese dforma)*o espontRnea do 3ireito/ como produto da consci>ncia popular ou resultado d

for)as sociais em conflito/ independentemente da interfer>ncia dopoder/ Miguel 6eaapresentou a nomog>nese 8urfdica/ onde demonstra #ue a atua)*o do poder indispensvel N forma)*o da norma 8ur&dica.Huando se vai elaborar uma lei/ em face das mltiplas tend>ncias ideol,gicas doparlamentares/ " natural #ue sur8am vrias propostas alternativas. Ao fim de algumdiscuss*o e de vota)*o/ d7se a escolha de um mndelo normativoS QE nesse momen#ue culmina e se aperfei)oa o ato decis,rio do poder.QXY7YZ\ Enlbora ressalte importRncia do poder/ nega7lhe a condi)*o de #uarta dimens*o no 3ireito. 4 poder

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apenas elemento de cone<*o/ pelo #ual supera7se a tens*o provocada pelas pressXYZes factuais e a<iol,gicas.  Ainda #ue a norma 8ur&dica tenha sido criada sob impulso emociunal/ a suinterpreta)*o dever ser racional. Alcan)ando vi7 g>ncia/ a norma cria vida aut-nomadesvinculando7se das condi)XY7YZes em cXY7YZue foi criada. 4 seu significadhistoricamente/ poder alterar7 se alnda #ue se mantenha Inaltervel a sua e<press*ling`&stica. W poss&vel/ tendo em vista os imperativos da "poca/ varia)*o na escala dvalores sociais/ #ue uma norma dispositiva/ por e<emplo/ se trans7 forme em ta<ativa ocogente. A raz*o do 3ireito seria de &ndole a<iol,gica e e<istencial e n*o a raz*esttica de Vant. 4 significado futuro da norma fic "n"nt "tant,ncia das muta ocorrerem na pr<is.Pensa Miguel 6eal #ue o si \ cado inicial da norma n*o desaparece inteiramente. Pefato de a norma 8ur&dica n*o ingressar no mundo 8ur&dico com sentido esttico definitivo/ Miguel 6eale 8ulga insuficiente a teoria das fontes/ #ue seria umateorretrospeetiva/ e propXY7YZe a sua substitui)*o pela teoria dos modelos 8ur&dioos/ d

natureza prospec7 tiva/ pois situa a norma como portadora de contedo m,vel/ #ue srefaz durante a vig>ncia por imposi)*o das muta)XY7YZes sociais/ enri#uecedorade sua e<peri>ncia. 4 morXY7YZelo 8uridico/ #ue pode ser uma nonna ou um con8unto dnormas/ e<pressa uma unidade de fins. $aracteriza7se pela previs*o de uma Qordem dcompet>nciasQ ou de Qordem de condutaQ.  4 3ireito Positivo foi concebido como Qa ordena)*o bilateral atributiva das rela)XY7YZesociais/ na medida do bem comumQ XY7YZs A dife7 ren)a espec&fica da defini)*o situa7sna estrutura imperativo7atribu7 tiva do ordenamento/ caracter&stica esta #ue confere a3ireito/ e

?B Miguel 6eale na Universidade de %rasaia/ ed. cit./ p. B;.?C QInQ i)XY7YZes Prelimin!5c de 3ireito/ ed. cit./ p. D.XL:'Z'B; PAU4 A3E6 t*o7somente a ele/ o poder de e<igibilidade. A causa final do 3ireito7 bem comumconsiste na harmoniza)*o do bem de cada pessoa no conte<to social. Em defni)*anal&tica/ o 3irXY7YZito seria Qa ordena)*o heter-noma/ coerc&vel e atributiva darela)XY7YZes de conviv>ncia/ se7 gundo uma integra)*o normativa de fatos e valoresQ.  6elativamente ao 3ireito atural/ distinguiu duas formas de concep)*oS

transcendente e a transcendentad. A primeira/ #ue se liga ao tomismo/ contempla 3ireito atural como algo independentXY7YZ e superior ao 3ireito Positivo. En#uanto 3ireito atural seria dotado de validade em si e por si/ o 3ireito Positivo tXY7YZria a suvalidade subordinada e dependente. Para a teoria transeendental/ o 3ireito atural admitido apenas em fun)*o da e<peri>ncia. Miguel 6eale conccbe a eXY7YZst>ncia d3ireito atural dentro de uma perspectiva hist,rica/ acorde com a teoria transcendentaPensa #ue o 3ireito atural se compXY7YZe de constantes a<iol,gicas reveladas pehist,ria.

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  ::9.D 5offredo 2edles Jnior Antigo catedrtico de Introdu)*o N $i>ncia do 3ireito d Academia de 3ireito de 1*o Paulo/ 5offredo 2elles Jnior ^::D[/ de raiz escolstica forma)*o 8usnaturalista/ " autor de importantes obras na rea da Filosofia do 3ireitocomo A 3efini)*o do 3ireito ^:;L[/ A $ria)*o do 3ireito ^:D9[/ Fidosofia do 3ireit^:?D[/ 3ireito HuRntico ^:B:[/ #ue primam pela consis7 t>ncia l,gica/ clareza de id"iae elegRncia de estilo. W autor da famosa $arta aos %rasideiros/ de contedo pol&tico iilos,fico/ lida no Qter7 rit,rio livreQ da Academia/ em comemora)*o ao ses#uicentenrda cria)*o dos cursos 8ur&dicos no %rasil/ em :BB. Proclamou/ na#uele document#ue toda lei " obviamente legal/ mas nem toda > leg&tima/ apenas a#uelas #udimanam de fonte deg&tima. 3istinguiu fonte leg&tima primria/ cu8a instRncia " o povda secundria/ representa7 da pelo legislador. Este assume a condi)*o de fonlegitimadora en#uanto representante autorizado do povo. A fonte primria/ por7 tantoseria legitimadora tamb"m da secundria. I.eg&tima seria a lei elaborada segundo processo escolhido pelos representantes do povoO ileg&tima/ a #ue " imposta/ #ue n*tem ra&zes no povo.

  3enominando7o por 3ireito HuRntico/ o 3ireito atural n*o se confundiria com oprinc&pios de moralidade/ uma vez #ue esses n*o constituem normas. 4 3ireito atur" con8unto de normas autorizantes. Assim/ a afirma)*o de #ue Qo homem deve se

 8uston*o constitui 3ireito atural/ por#ue n*o " autorizante/ n*o " norma/ mas apenas morsocial. A promulga)*o " fator indispensvel N norma 8ur&dica e condi)*o para #ue norma se8a autorizante.FI414FIA 34 3I6EI24 'BDPromulga)*o/ n*o no sentido t"cnico/ mas no de norma oficializada pela intelig>ncgovemante/ n*o necessariamente de ,rg*os do Esta7 do/ mas tamb"m da diretoria dassocia)*o/ chefa de agrupamento social ou ainda da coletividade como um todomeou o 3ireito atural por HuRntico/ Qpor#ue " o 3ireito reclamado pelas estrutu7 rados elementos #uRnticos/ nas c"lulas dos componentes de uma popula)*o\ SXY7YZ Aleis humanas/ como as da sociedade c,smica/ s*o leis deprnbrXY7YZb/i7 lidades. 1e F&sica n*o indica #uais os el"trons #ue far*o um deter7 minado percurso/ mas indica #uantidade #ue desenvolver a tra8etXY7YZria/ a ci>neia do 3ireito n*o aponta indiv&duo #ue agir de determinada maneira/ mas dir #ue o indiv&duo odeterminado grupo tem mais probabilidade de proceder de modo 0 do #ue da forma .  Ao desenvolver o estudo da norma 8ur&dica/ nega N coa)o a condi)*o de elemen

essencial. Para #ue algo se8a essencial h de ser imprescind&vel/ necessrio/ n*conttngente. $onsiderando #ue a cOoa)*o nem sempre acompanha o 3ireito/ concl#ue n*o pode ser essencial. 4 mundo do 3lreito seria o da atributividade/ #ue ele7 mento necessriXY7YZ N norma 8ur&dica. Esta atribui faculdade ao lesado de e<igirrepara)*o do mal.\: l:9.? 6enato $irell $zema. Em concurso realizado em :Cna Universidade de 1*o Paulo/ ao defender a tese 4 3ireito e o Estado no Idealism5emiRnico/ 6enato $irell $zerna obteve a titularidade da disciplina Filosofia do 3ireitsucedendo a Miguel 6eale/ apo7 sentado em :CL. 4 pensamento do 8urista7fil,sofoantigo secret7 rio7geral do Instituto %rasileiro de FilosoFa/ apresenta dua

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fases distintas de forma)*o. Inicialmente/ desenvolveu estudos na perspec7 tiva didealismo italiano/ com aten)*o especial ao idealismo histori7 cista de 5iovani 5entili N filosofia de %enedetto $roce. A sua mais e<tensa produ)*o intelectual foi elaboradsob o influ<o da#uela doutrina. Professor assistente de Miguel 6eale no passadcom personalidade desenvolveu uma linha pr,pria de id"ias/ n*o obstante haassimilado li)XY7YZes de seu mestre/ notadamente #uanto N tridimen7 sionalidade d3ireito/ conforme se pode constatar em seu estudo

 ? 5offredo 2elles J nior/ 4 3ireito Hudntico/ DXY7YZ ed./ Ma< imonad/ 1*Paulo/:CL/ p. ;'?.BL QInQ 3ireito Hudntico/ ed. cit./ p. ;'.B: 5offredo 2etles Jnior/ QinQ Filosofio do 3ireito/ ed. cit./ vol. '/ p. ;'?.XL:'Z'B? FI414FIA 34 3I6ErI4 PAU4A3E6$riticismo 4ntognoseol,gico e 2iidimensionalidade.\XY7YZ Posteriormen7 te/ $zern

encaminhou7se para o materialismo hist,rico e dial"tico. A sua atividade filos,fica " dominada por preocupa)XY7YZes #uanto ao concreto/ coproblemas e solu)XY7YZes #ue n*o se8am vazios e est"reis.essa perspectiva de pensamento/ recusou7se N pes#uisa de um conceito l,gico para3ireito. 4 problema fundamental para $zerna consiste em estabelecer as rela)XY7YZeentre o 3ireito e a 8usti)a dentro de um prisma hist,rico.  ::9. B 2"rcio 1ampaio Ferraz Jnior. 4s estudos de 2"rcio 1.Ferraz Jnior/ especialmente os #ue envolvem o 3ireito e a teoria da linguagemconstituem importante contribui)*o N 1emi,tica Jur&7 dica. esta rea espec&fica/ autor/ #ue " professor titular de Intro7 du)*o ao Estudo do 3ireito da Universidade d1*o Paulo/ visa a oferecer um es#uema do discurso 8ur&dico N luz dapragmticEntre outros livros/ " autor de 3ireito/ 6et,rica e $omunica)*o ^:B9[/ A $i>ncia d3ireito ^:BB[/ Introdu)*o ao Estudo do 3ireito ^:CC[.  ::9.C Jos" Pedro 5alv*o de 1ouza. Adotando a filosofia 8usna7 turalista/ Jos" Ped5alv*o de 1ouza " autor de 3ireito atural/ 3ireito Po/sitivo e Estado de 3ireito ^:BBonde/ em preciosa s&ntese/ sustenta a tese de #ue o verdadeiro Estado de 3ireitpressupXY7YZe o 3ireito atural. Em :BL/ tamb"m na esfera 8usfilos,fica/ publicou istoricidade do 3ireito e a Elabora)*o egislativa. Escreveu nu7 merosas obras nrea de teoria do Estado. E professor catedrtico de 2eoria do Estado na Pontif&c

Universidade $at,lica de 1*o Paulo e professor visitante de Filosofia Pol&tica nFaculdade ivre de Filosofia $omparada de Paris.  ::9.Aloysio Ferraz Pereira. ivre docente de Filosofia do 3ireito da Academia de 1*Paulo/ Aloysio Ferraz Pereira possui algumas obras publicadas/ entre as #uais ist,rcXY7YZa Filoso8ra do 3ireito das 4rigens a Arist,teles ^:CL[/ 4 3ir7eito como $i>nc^:CL[/ es imites de la $onnaissance ^:CL[. Ferraz Pereira " nome #ue se pro8etcom talento e cultura/ no cenrio brasileiro. A sua filosofia revela afinidades com ideologia marXY7YZsta.

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  ::9.:L ]ilson de 1ouza $ampos %atalha. Jurista te,rico e prtico/ ]ilson de 1ouz$ampos %atalha/ com obras em diversifica7

B' 6enato $irell $zerna/ Ensaio de Filosofia Jurldica e 1ocial/:XY7YZ ed./ Edi)*1araiva/ 1*o Paulo/:?D/ p.:D.das reas do 3ireito Privado/ revela o seu pendor filos,fico/ especial7 mente e3iretrizes de Filosofia Juridica ^:D:[/ onde/ a e<emplo de Paulo 3ourado de 5usm*em 4 Pensamento Juridico $ontemporR7 neo ^:D9[/ analisou as principais correntefilos,ficas no 3ireito e a doutrina de seus corifeus. Escreveu/ ainda/ no Rmbito da teordo 3ireito/ as obras Introdu)*o ao Estudo do 3ireito ^:C:[ e 2eoria 5eral do 3ireit^:C'[.  ::9.:: Andr" Franco Montoro. Professor da Universidade de 1*o Paulo e da Pontif&cUniversidade $at,licOa de 1*o Paulo/ Andr" Franco Montoro/ al"m de uma Introdu)*o$i>ncia do 3ireito ^:?C[/ em dois volumes/ escreveu Estudos de Filosofia do 3irei^:C:[/ onde se destaca a sua eontribui)*o ao conhecimento da estrutura l,gic

das normas 8ur&dicas. Em sua opini*o/ tanto a teoria de Velsen #uanto a de $arlo$ossio s*o insuficientes para revelar integralmente a norma 8ur&dica/ pois ordenamento 8ur&dico n*o possui apenas san)XY7YZes repres7 sivas/ mas tambXY7YZm apremiais.  ::9.:' Jos" $retella Jnior. A voca)*o publicista de Jos" $retella Jnior nRo impediu de produzir obras didticas na rea da teoria do 3ireito. 4 seu pendor filos,ficrevelou7se #uando estudante/ ao ela borar trabalhos acad>micos/ #ue lhe valeram pr>mio Jo*o Arruda/ com um deles 7 3outrinas Interpretativas do Fen-menJuridico7 sendo selecionado por Miguel 6eale/ 8 untamente com outros cinco de autorediversos/ para integrar o volume nmeco dois da cole)*o 3zreito e $ultura/ da U1P/ e:D:. $retella Bnior " autor de Filosofia do 3ireito ^:BB[ e de .Intrvdu)*o aEstr/cdXY7YZ do 3ireito ^:C;[.  ::9.l9 $elso afer. $om forma)*o inicial na rea de 3ireito Internacional Pblic$elso afer/ da ctedra de Filosofia do 3ireito da Academia de 1*o Paulo/ " autor ddiversos estudos de cunho 8ur&dico7filos,fico/ como 3ireito e Pvder/ tema #ue abordona pers7 pectiva de pXY7YZensamento de Miguel 6eale. a esfera da Filosofientre outros trabalhos/ esereveu annah ArendtS @\uia e 4bra.  ::9.:; Paulo Jorge de ima. Importante contribui)*o N di!lga7 )Ro do pensamen

 8ur&dico7filos,fico " apresentada por Paulo Jorge de ima/ antigo 8uiz do trabalho n

Estado de 1*o Paulo/ com o seu 3icionrio de FilosoXY7YZia do 3ireita ^ :XY7YZ?C[. 6icem informa)XY7YZes sobre autores e eseolas ilos,ficas/ a obra " vazada em estilo s,bre uniforme/ linguagem clara e concisa. Posto #ue apresente lacunas/ o 3icionrpossui estrXY7YZltura suficiente para obter aprimoramento.  ::9.:D 2e,filo $avalcnnti Filho. o ambiente cultural do Insti7 tuto %rasileiro dFilosofia/ de cu8a revista foi colaborador constante/ XL:'Z'_g PAU4 A3E6 2e,filo $avalcanti Filho " autor de uma tese sobre A 1eguran)a do 3ireito ^:?;[ e d2eoria do 3ireito ^:B?[/ entre outras obras. Aliando o seu poder de refle<*o ao sabe

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prtico/ haurido este em diversos misteres profissionais/ como a advocacia e magistratura castrense/ o autor se situa bem tanto em estudos de elevado teor abstratcomo em v-os rasantes/ #uando/ por e<emplo/ investiga a prtica 8udiciria pela ,ticda teoria geral ou desenvolve o tema Pressupostos Filos,fico Juri7 dicos da 6evis*$onstitucional. Foi o organizador e apresentador da obra coletiva Estudos eomenagem a Migrcel 6eale ^:BB[.  ::9.:? Irineu 1trenger. Participando da fase urea da Filosofia do 3ireito nUniversidade de 1*o Paulo/ Irineu 1trenger produziu vrios trabalhos na mat"ridestacando7se a tese 3a 3ogmtica Juridica/ cu8o subt&tulo " $ontribui)*o d$onselheiro 6ibas N 3og7 mtica do 3ireito $ivil %rasileiro ^:?;[/ com a #uapresentou7se no eoncurso para a livre7doc>ncia. a obra/ a preocupa)*o maido escritor foi a de revelar a contribui)*o da#uele 8urista N sistematiza7 )*o do 3ireit$ivil ptrio e a divulga)*o #ue fez/ em nosso meio/ de importantes doutrinas europ"ias::;. 4 1"culo hXY7YZe a Filosofia do 3ireito no 6io de Janeiro  ::;.: Pontes de Miranda. Um dos 8uristas brasileiros de maior e<press*o no atu

s"culo e/ seguramente/ o de mais e<tensa produ)*o clent&fica/ Francisco $avalcanPontes de Miranda ^:C'7:B[/ natural de Alagoas e diplomado pela Faculdade d3ireito do 6ecife ^:::[/ " nome #ue se credencia na Filosofia Jur&dica/ especialmentporsua obra 1istema de $i>ncia Positiva do 3ireito/ publicada em :''/ coevoca)*o e homenagem ao centenrio de nossa Independ>ncia.  Adepto de um positivismo naturalista/ Pontes de Miranda n*o admite a metaf&sicconsiderando #ue o 3ireito deve ser estudado de acordo com a sua realidade/ como ufato entre os fatos mediante a observa)*o dos fatos. $onforme observa Josef Vunz/BXYZ Qtratou o 3ireito como se fosse uma ci>ncia natural/ igual N F&sica ou N Hu&mi7 ca...4 3ireito/ #ue seria um processo de adapta)*o social/ ao lado B; da 6eligi*o/ Mora

 Arte/ Economia/ Pol&tica e $iXY7YZncia/ n*o se circunscrevia N esp"cie humana/ mas dordem universal e absoluta/ presente no mundo orgRnico e inorgRnico/ Q ...[ psignificar apenas

B9 Josef . Vunz/ l/a FilosoJ2a del 3erecho anomnericana XY7YZn el 1iglo 00/: edEditorial osada 1.A./ %uenos Aires/:D:/ p. ;'.B; Pontes de Miranda/ 1istema de $iXY7YZscia Positiva do 3ireito/ 'XY7YZ ed./ Edito%ois,i/ 6io de Janeiro/:B'/ tomo I/ p. 9L9.FIosoFra vo 3I6Erro '\Bg

um sistema de rela)*o e de concilia)*o/ de composi)*o de for)as/ ou/ por outrapalavras/ uma e<press*,Dda lei geral de e<pans*o e de adapta)*o #ue g;verna unlversoQ.  A incurs*o de Pontes de Miranda no setor da Filosofia Eoi prof&cua/ ao escrever Problema Fundamental do $onhecimento ^:9B[/ onde desenvolve uma teorgnoseol,gica original. Apartan7 do7se tanto do idealismo/ para #uem as coisas e<isteapenas no plano do pensamento/ #uanto do realismo/ #ue situa o conhecinlento comproXY7YZe)*o verdadelra do real/ proclamou #ue o saber adv"m das sensa)XY7YZes #ue estas constituem sempre uma abstra)*o. A no)*o do ser alcan)a o su8eito c

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noscente como abstra)*o. Assim/ conEorme u&s ]ashington @ita/\XY7YZ^...[ osentidos n*o nos d*o a realidade total do mundo/ mas apenas a#uilo #ue do mundo noe<citaQ.  Em sua anlise sobre valores8ur&dicos/ re8eitou a 8usti)a abstrata e vaga dracionalismo e a transcendental das teocracias. A 8usti)aXY7YZ #ue teria por contedoliberdade/ cultura/ felicidade relativa/ deveria ser Qconcreta/ social/ verifcvel confer&vel como fatoO a 8usti)a #ue se prove com os nmeros das estat&sticas e com areali7 dades da vidaQ. Para se alcan)ar tal 8usti)a/ o caminho seria o das verdadecient&ficas. Ao apreclar o concelto de seguran)a 8uridica/ embora revele/ inicialmenteuma posi)*o eticista/ ao considerar insatisfat,ria a perman>ncia da regra 8ur&dica/ potal estabil   ヘ dade/ muitas vezes/ " in8usta/ Pontes de Mlranda apresentou dore#uisitos para se chegar N#uele valorS a[ a vig>ncia de determinado sistema XYZur&dicaO b[ a convic)*o de #ue o ordenamento ser aXY7YZlicado concre7 tament6eferindo7se aos sistemas 8ur&dicos de 3lrelto escrito e costumeiro/ reputou pduvidosas as vantagens do 3ireito codiEica7 XY7YZo/ do ponto de vista da seguranX

YZa8ur&dica. 4 3ireito escrito/ #uando rene e<cesso de leis/ conduz a Qconfus*o daconsci>ncias e das ativiciaXY7YZesQ.Bs Huanto N presen)a dos valores 8usti)a seguran)a no 3ireito/ Pontes de Miranda/ n*o obstante n*o tellha posto eanlise e.XY7YZ problema do eonflito entre ambos e indicado a solu)*o/ enunciou f,rmula ideal de sua presen)a no ordenamentoS Q4 contedo da seguran)a do 3ireito bem assim o da 8usti)a devem adaptar7se um ao outroS n*o podem ferir7se mutuamentdesmentir7se/ anular7se.

BD Apud Miguel 6eale/ Figuras da IruetigEncia %rasilea/:XY7YZ ed./ 2empo %rasileiro6io de Janeiro/:C;/ p. ;.B? u&s ]ashington @ita/ Panorama da Filosofia no %rasil/ Editora 5lobo/ Porto Alegre:?/ p.::L.BB Pontes de Miranda/ op. cit/ tomo I@/ p.:9.BC Idem/ p.:D.XL:'ZPAU4A3E6  $onsiderando #ue a orienta)*o cient&fica do 3ireito constitui o problema mainteressante para a vida prtica dos povos/ Pontes de Miranda adverte #uanto importRncia de tr>s posi)XY7YZesS a[ na orga7 niza)*o 8udiciria devem imperar do

prine&XY7YZios fundamentais. Um deles dispXY7YZe #ue as #uestXY7YZes submetidaXY7Yao XY7YZu&zo devem obter solu7 )*es. 2al princ&pio " universalmente aceito/ pois vedado ao 8uiz abstXY7YZr7se de decidir/ sob a alegaXY7YZ*o de# ue a lei " omissa ocont"m ambigi`dades. 4 segundo princlpio induz N observRncia da lei/ #ue deve ser nica refer>ncia de #uem decide. $ertamente o 8urista atribui N lei/ nesta passagem/ usentido ampl&ssimo/ para alcan)ar n*o apenas o 3ireito escrito/ mas ainda as normaconsuetudinriasO

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b[ obsenra o autor #ue/ se houver lacunas na ordem 8ur&dica/ o 8ulgador n*o tercondi)XY7YZes de decidir/ uma vez #ue dever manter7se sempre adstrito N leiO ocorrendo tal hip,tese/ a f,rmula mais acertada ser a de se utilizar o m"todo cient&fico  A analogia 8ur&dica ou legal/ bem como osp rinc&pios gerais de 3ireito/ seriainsuficientes ao preenchimento de lacunas. 4 caminho seria o de recorrer N revela)*do Ihreito. $om esta/ a solu)*o seria e<tra&da das rela)XY7YZes soriars e destas/ em uprocesso cient&fco/ poder7 se7iam alcan)ar as regras 8ur&dicas. 2al f,rmula n*apresentaria riscos de arbitrariedade/ uma vez #ue o 8uiz n*o teria liberdade para criasub8eti7 vamente as normas/ pois Qrevelam7se regras como se descobrem leis f&sicasQ.@erifica7se #ue o pensamento de Pontes de Miranda se apro<i7 ma da teoria da livmvestiga)*o cienh8ca do 3ireito/ de F. 5"ny/ com a circuntRncia de cXY7YZue o auton*o se referiu Ns concep)XY7YZes do8 urista franc>s.Para ele o 3ireito poderia ser criado/ sem incompatblidade/ pelos tr>s Poderes/ poQcada um utiliza/ em momento diferente/ com estudada sucessividade/ o mesmprocesso derevela)*o cient&fica da normaQ. Atarefa da revela)*o do 3ireito/ de &ndo

democrtica/ seria poss&vel em face da acessibilidade da ci>ncia. $om o enunciado drevela)*o cientXY7YZ$a/ melhor se harmonizaria com as id"ias veiculadas/ se o autoem vez de referir7se N cria)*o do 3ireito/ adotasse a e<press*o rXY7YZvela)*o d3ireito. 1e as normas 8ur&dicas se revelam do mesmo modo #ue se descobrem lefisicas/ eviden7 temente o verbo aiar se torna impr,prio como refer>ncia ao processde aparecimento das regras de 3ireito.  Al"m de 1istema de $i>ncia Positiva do 3ireito/ livro eminente7 mente de cunhfilos,fico/ o8urista produziu nas reas de 1ociologia/ Pol&tica e 3ogmtica Jur&diceste ltimo campo/ destacam7se as obras de anlise Ns $onstitui)XY7YZes brasileirade :9;/:9B/:;? e

 B Pontes de Miranda/ op. cit/ tomo III/ p. ?:.FI41 4FItt 34 3I6El24 'C:  :?B/ de comentrios aos $,digos de Processo $ivil de :9 e :B9 al"m de semonumental 2ratado de 3ireito Privado/ em sessenta volumes. 2antas e t*diversificadas obras/ vis*o enciclop"dica do 3ireito e esp&rito penetrante/ d*o7nos convic)*o de #ue Pontes de Miranda foi um g>nio do 3ireito universalO fenomene<traordinrio a suscitar interroga)XY7YZes #uanto ao limite da capacidade humanern abarcar a cultura universal do 3ireito e de reproduzi7la em livros.

Huanto ao estilo de suas obras/ damos a palavra ao 8urista Paulo 6oberto de 5ouv>Medina/ publicista de escol e atento observador Ns formas de e<press*o dpensamento 8ur&dicoS QA prop,sito/ n*o h mal em dizer #ue Pontes de Miranda n*foi8amais um estilista. Ao contrrio/ n*o havia beleza literria no #ue escrevia. 1eu estiera/ por vezes/ intricado e rido. Mas sempre preciso. 2*o preciso como a e<atid*matemtica #ue procurava Impnmir N classifica)*o das senten7 )as/ mediante atribui)*de pesos aos seus contedos...Q XY7YZ ::;.' Francisco $ampos. Avulta de significada compreens*o do pensamento 8ur&dico7filos,fico do 8urista Francisco $ampomineiro #ue/ a e<emplo de Pontes de Miranda/ produziu fecundamente no 6io d

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Janeiro. a rea da Jusfilosofia/ escreveu Introdu)*o $r&tica N Philosop8iia do 3ireitopublicada em ::C. A importRncia de seu nome no cenrio 8ur&dico brasileiro se destacN vista de sua marcante influ>n7 cia em alguns momentos decisivos de nossa vidpol&tica. Adotando uma filosofia de cunho natural&stico7positivista/ atribuiu N Filosofia d3irei7 to uma fun)*o e<clusivamente fenomenol,gica. 1e as vrias ci>ncias #uestudam o 3ireito o fazem desXY7YZritivamente/ a generaliza)*o dos resultados devser uma elabora)*o cr&tica da Filosofia do 3ireito. 3o ob8eto desta/ e<cluiu a fun)*deontol,gica/ a #ual seria absorvida pela fenomenol,gica/ pois o dever ser integra realidade e constitui/ como tend>ncia/ um come)o de realiza *o.sl 4 antigo catedrticde Filosofia do 3ireito da Faculdade acional de 3ireito foi autor/ ainda/ de 4 Estadacional ^:;L[ e mentor da constitui)*o autoritria de :9B e do Ato Institucional no de :?;.  ::;.9 ermes ima. A obra fundamental de ermes ima/ antigo catedrtico dFaculdade acional de 3ireit, e seu e<7diretor " de fei)*o didtica 7 Introdu)*o $i>ncia do 3ireito 7 vinda a lume dois anos ap,s a cria)*o/ pela 6eforma Francisc

$ampos ^:9:[/ da disciplina de igual nome. 4 contato com o pensamento filos,fico do

CL QInQAd XY7YZogado/ ,rg*o de publica)Ces da ;XY7YZ 1ubse)*o da 4A%M5. n;/:CL.C: Apud Machado etto/ op. cit/ p.:C:.  \e <XY7YZ XY7YZ rXY7YZXY7YZr XY7YZ F 7/ . XY7YZ. S\XY7YZ/rS.XL:'Z'C' PAU4 A3E6 autor " signiEicativo/ principalmente pelo fato de o8urista ter influen7 ciado na forma)*

 8ur&dica de vnas gera)XY7YZes/ por meio de sua Introdu)*o #ue/ de cunho filos,fico mar<ista/ foi adotada como livro tXY7YZcto em #uase todas as Faculdades de 3ireito dpa&s/ at" a d"cada de sessenta.  Apesar de ver o 3ireito como uma supereslrutura ideol,gica da estrutura econ-micentendia #ue/ al"m de condicionado/ o 3ireito passava/ depois/ a e<ercer influ>ncsobre a estrutura econ-mica.$oncebeu o 3ireito como Qcon8unto de regras de organiza)*o e conduta #uconsagradas pelo Fstado/ se impXY7YZe coativamente/ vi7 sando a disciplina dconviv>ncia socialQsXY7YZ A anlise isolada da defini)*o conduz o int"rprete a apontacar>ncia de elemento "tico na compreens*o do autor/ em face de haver identificado

causa final do 3ireito com Qa disciplina da conviv>ncia socialQ/ e esta n*o ense8a/ necessariamente/ a presen)a de valores espirituais. $onsiderando7se o pensamenno con8unto da obra/ verifiea7se #ue os valores segu7 ran)a e 8usti)a forareconhecidos/ uma vez #ue o 3ireito corres7 ponde a essas duas e<ig>ncias. Para hip,tese de conflito entre os dois valores/ tacitamente reconheceu a preval>ncia dseguran)a/ pois contestou a tese de #ue a eficcia do 3ireito Positivo depende do valo

 8usti)a. Ao elaborar o8uspositum/ a id"ia e o sentimento de 8usti)a 8 se encontram entos componentes da ambi>ncia social considerada pelo legislador.

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  ermes ima divisou duas faces no valor 8usti)aS a legal e a social. A primeira serpuramente convencional/ consagrada pelo legislador e da #ual o 8uiz n*o poderapartar7se/ por#ue Qno drama 8udicirio/ o ponto de refer>ncia " a lei/ n*o a conscicncdo 8uizQ.XY7YZ A 8usti)a social envolveria os problemas organizat,rios de fundo se prestaria Ns mudan)as/ como esturio de anseios e reivindica)XY7YZes. A 8usti)social n*o propugnaria por senten)a/ mas por eausas. Embora n*o admitissliberdade criadora para o 8uiz/ rlegou7lhe a condi)*o de aut-mato/ de figura inerte. aplica)*o do 3ireito n*o seria poss&vel em termos de l,gica abstrata/ pois a lei sempre#uer interpreta)*o.  ::;.; Paulo 3ourado de 5usm*o. $om e<peri>ncia 8ur&dica for8aria/ notadamente/ nperspectiva da aplica)*o do 3ireito aos

C' ermes ima/ Introdu)*o d $itncia do 3ireito/:DXY7YZ cd./ ivraria Freitas %asto1.A./ 6io de Janeiro/:??/ p. 9L.C9 4p. c ヘ t/ p.:D.

FI414FIA 34 3I6El24 'C9 casos concretos/ #uer na #ualidade de antigo membro do Minist"rio Pblico/ #uer ncondi)*o de desembargador e e<7presidente do 2ribunal de Justi)a do Estado do 6de Janeiro/ Paulo 3ourado de 5usm*o ^::[ e<erceu/ ainda/ o magist"rio superior/ asubstituir/ no per&odo de :D' a :D;/ o8urista Francisco $ampos/ no ensinde Filosofia do 3ireito/ na antiga Faeuldade acional de 3ireito. 1e a militRncprofissional do 8urista7fil,sofo se fez mais intensamente em contato com o 3ireiPositivo/ a sua produ)*o maior e #ue o pro8etou se processou na esfera epistemol,gicespecialmente com as obras $urso de Filosofia do 3ireito ^:DL[ elntrodu)*o $i>ncia do 3ireito ^:D?[/ a #ual se tornou clssica na literatura didtica/ tal a supenetra)*o nas universidades brasileiras e seu ><ito editorial.  3ourado de 5usm*o concebe o 3ireito como Qsistema norma7 tivo regulador dacondutas das pessoas/ #ue/ seguindo um ideal de 8ustS)a/ estabelece correspond>ncia entre as pretensXY7YZes de uns e as obriga)XY7YZes de outrosQ. diferen)a espec&fca do 3ireito seria a bilateralidade/ compreendida na segunda parte dde?ni)*o.XY7YZ\ Ao tra)ar o paralelo entre a Moral e o 3ireito/ al"m dbilateralidade/ aponXY7YZou a coercibilidade como nota caracter&stica do feo-men

 8ur&7 dico. Adepto da filoso ia culturalista/ divisou no 3ireitcXY7YZ um ob8eto cuXY7YZturacom sustruto e sentido. $om a sua aten)*o concentrada/ possivelmente/ no process

de comunica)*o/ considerou or substra7 to Qo papel em #e est impressa a normaen#uanto o s ntido tanto poderia ser o originalmente consagrado pelo legislador/ compre7 tendiam os glosHdores/ #uanto o pensamento reinterpretado histori7 camcnt$omo todo processo cultural/ o 3iceito realiza valores. A seguran)a 8ur&dica " o alvimediato do 3ireito e tal a sua importRncia #ue/ na sua falta/ do 3ireito haveria apenasforma. 4 valor 8usti)a n*o seria acess&vel ao eonhecimento/ n*o podendo/ assim/ sedefini7 do. Al"m de crit"rio de valora)*o da legalidade/ seria tamb"rn e<i7 g>ncia daperEei)oamento do 3ireito Positivo.sXY7YZ Ao reconhecer a possibilidade de conflit

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entre os dois valoXY7YZes/ definiu o 3ireito/ do ponto de vista deontol,gico/ como Qrealiza)*o da seguran)a com o m&nimo sacriE&cio da 8usti)aQ.s\

C; Paulo 3ourado de 5usm*o Filasofia do 3ireito/ cd. cit./ p. B'.CD QInQ Invodu)*o ao Estudo rto 3irsito/ XY7YZ ed./ $ia. Editora Forense/ 6io dJaneiro/:C'/ p. CB.C? QInQ Filusofio do 3inito/ ed. cit./ p. C'.CB Idem/ p. C?.XL:'Z'C; PAU4 A3E6  Huanto ao 3ireito atural/ o pensamento do autor sofreu varia)*o.Inicialmente identificou o 8us naturae Qcom regras de conduta #ue esta7 beleceprerrogativas individuais/ ditadas pela MoralQ. 3e uma vis*o positivista/ partiu dpremissa de #ue/ por 3ireito/ somente se poderia admitir o #ue portasse a chancela dFstado. Posteriormente/ em :_?/ implicitamente reconheceu substRncia 8ur&dica n

3ireito atural/ ao almar #ue n*o se poderia negar Qa eXY7YZst>ncia de um princ&pmoral #ue acima do legislador se encontra/ orientando7o/ 8ulgando7o/ condenando7o dando fundamento Ns suas leis\ Sss Finalmente/ em :C;/ mais livremente reconhereusua eXY7YZst>nciaS QW/ enfim/ o direito desarmado/ #ue realiza a id"ia do 3ireito macompletamente.Qs A contn\bui)*o de Paulo 3ourado de 5usm*o para enri#ue7 cimento das letras 8ur&dicas nacionais " incontestvel. Al"m daobras referidas/ publicou 4 Pensamento Juridico $ontemporRneo ^:DD[/ onde analisacom percuci>ncia e clareza/ pensadores e teorias prin7 cipais do s"culo XY7YZXL'CZ0. sua produ)*o cient&fica se estende aos dom&7 nios da 1ociologia e da $i>ncia d3ireito/ especialmentXY7YZ com livro editado de 3ireito $onstitucional e/ marecentemente/ com o seu precioso 3icionrio de 3ireito de Familia ^:CD[.  ::;.D Machado Paup"rio. Autor de obras dXY7YZ teoria do 3ireito e de ci>ncia pol&tic

 Artur Machado Paup"rio ^::;[ se pro8etou no Rmbito da FilosoEia Jur&dicnotadamente por sua 2eoriaA<iol,gica do 3ireito. Identificando o 3ireito como ob8ecultural/ situa a pessoa humana eomo o fim da atividade pol&tica e 8ur&dica. Propicianda liberdade/ o 3ireito " meio ou instrumento para a realiza)*o de valores.4 bem comum/ #ue " alcan)ado pela atua)Ro con8unta dos valores liberclade/ 8cXYZsti)a e seguran)a/ consiste/ em s&ntese/ na vida humana digna da popula)*$onsiderando insuficientes as san)XY7YZes contra a arbitrariedade de governante

reconhece aos governados o direito de resist>ncia/ #ue se manifesta em tr>s dire)XYZesS a[ oposi)*o Ns leis in8ustas / XY7YZor iniciativa individual ou de grupo lilnitadIn8usta e a lei #ue se revela lncompat&vel com a regra moralO b[ resist>ncia N opress*#ue se e<ercita pela Qrevolta contra a violenta)*o pelos governantes da id"ia d3ireito de #ue procecie opodercu8as prerrogativas e<ercemQO c[ revolu)*o/ fato #uXYZse desencadeia pelo proposito de se instaurar nova ordem 8ur&di7 ra. 2al postura dresist>ncia acha7se consentRnea ao 8usnaturalis7

CC Idem/ p. 9D.

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C Idem/ p. 9?.L A. Machado Paup"rio/ 4 3ireito Polttico de 6esistXY7YZncia/ 'XY7YZ ed./ $ia. EditorForense/ 6io de Janeiro/:BC/ p.::.FI414FIr: 34 3I6Er24 'CD  mo #ue professaS Q^...[ en#uanto o 3ireito Positivo representa a categoria destabilidade/ o 3ireito atural representa a categoria do progresso. 1e o 3ireiPositivo " para os estgios comuns/ o 3ireito atural " para as ascensXY7YZes a uestgio superior...Q : *o obstantXY7YZ revele a sua concordRncia com tridimensionalismo de 6eale/ n*o cornunga/ em verdade/ com a#uele pensamentpois d preemin>ncia N norma e ao valor/ en#uanto na roncep)*o reateana os tr>elementos 7 fato/ valor e norma 7 participam/ sem predomi7 nRncia/ na Eorma)*o d

 8us positum. Entre as suas principais obras/ destacam7seS Introdu*o N $i>ncia d3ireito XY7YZ:?[/ 4 3ireito Poli7 tico de 6esist>ncia ^:?'[/ Introdu)*o A<iol,gcca a3ireito ^:BB[  / A Filosofa do 3ireito e do Estado e suas Maiores $orrentes ^:CL[.

Machado Paup"rio foi professor titular na Faculdade de 3ireito da Universidade Federdo 6io de Janeiro.  Il;.? 38acir Menezes. 6eunindo numerosos t&tulos universit7 rios/ em #ue se incluemde antigo titular de Filosofia do 3ireito e e<7reitor da Universidade Federal do 6io dJaneiro/ o cearense 38acir Menezes ^:LB[/ radicado no 6io de Janeiro/ " autde vast&ssima obra cient& ica/ #ue abrange as reas filos,fica/ sociol,gica/ didtica literria. A sua produ)*o 8ur&dico7?los,Eca revela a in7 flu>ncia recebida de Pontes dMiranda e do pensamento hegeliano.

 Adotando a linha sociologista7naturalista/ situou o 3ireito como se)*o da 1ociologia classifcou o fen-meno 8ur&dico como Qe<pres7 s*o do mais importante processo de ustamento e<istente no mundo socialQ.XY7YZ 2al a8ustamento/ a e<emplo da doutrina dPontes de Miranda / se consubstanciava em processo de adapta)*o social. 6epelindtodas as formas de ortodo<ia/ re8eitou a teoria marXY7YZsta e erigiu a ci>ncia e seurultores como a instRncia onde os problemas humanos poder*o lograr solu)*o. Aci>ncias 8 ur&dicas deveriam ter por basc a e<peri>ncia e a obselva)*o dos fatos e o sem"todo haveria de ser o indutivo. Entre as suas obras/ destaram7seS 4 Problema d6ealidade 4b8etiva ^:B'[/ egel e a Filosofia 1ovi"tica ^:D[/ Introdu)*o N $i>ncia d3ireito ^:9;[ e 2ratado de Filosofia do 3ireito ^ :CL[.  ::;. BAlceu Amoroso irrXY7YZa. $om Introdu)*o ao 3ireito Moder7 no ^:9'[/ tese d

concurso N ctedra de Introdu)*o N $i>ncia do 3ireito na Faculdade acional d3ireito/ Alceu Amoroso ima/ : A. Machado Paup"rio/ Introdug*o ao EsBudo do 3ireito/ DXY7YZ ed./ $ia. EditorForense/ 6io de Jancim/:C:/ p. CL.' 38acir Menezes/ Introdtt)XY7YZo d $i>ncia do 3ireito/ 9XY7YZ ed./ 5. Editora Auror6io de Janeiro/ :1'/ p. DB.XL:'Z'C? PAU4 A3E6

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literariamente conhecido XY7YZor 2rist*o de Ata&de/ credenciou7se na rea da Filosofdo 3iretto. Adepto do 8usnaturalismo cat,lico e seguidor da filosofia de Jac#ueMaritain/ o autor pretendeu reabili7 tar o 3ireito atural. $onsiderando a fase hist,ricdo 3ireito/ N "poca/ analisou uma gama de fatores determinantes. A corre)*da anomalia pelo advento da humaniza)*o do 3ireito reelamava a oposi)*o do 3ireiEterno ao 3ireito Moderno.  ::;.C %en8amin de 4liveira Filho. 2amb"m seguidor da doutrina tomista/ inspirando7sprincipalmXY7YZnte nas obras de $athrein/ eclerc#/ 3abin e 6enard/ %enXY7YZamin d4liveira Filho/ antigo catedrtico de Filosofia do 3ireito da Universidade FederFluminense/ al"m de uma substanciosa Introdu)*o N $i>ncia do 3ireito ^:D9escreveu A ei atural como Fundamento do 3ireito ^:99[/ tese de livre7doc>ncia.  ::;. Paulino Jac#ues. A par de suas contribui)XY7YZes N doutrina constitucionalistcom obras espec&ficas na mat"ria 7 $urXY7YZo de 3irei7 to $onstitucional e $onstitui)*o do %rasil E<XY7YZlicada 7/ Paulino Jac#ues/ antigo professor catedratico dUniversidade do Estado do 6io de Janeiro/ e nome #ue se inscreve na 8usEilosofXY7YZ

contemporR7 nea/ autor #ue " de diversas publica)XY7YZoes na rea/ como 3$onceito do 3ireito ^:?;8/ 3a orma Juridica ^:?9[/ $urso de Introdu)*o N $i>ncia d3ireito ^:?C[. esta ltima/ o autor desenvolve ampla7 mente sobre a Filosofia d3ireito/ com anlise de mltiplas corren7 tes de pensamento/ reunidas em dois grupoo do essencialismo 8uridico/ #ue defende o primado da ess>ncia sobre a e<ist>ncia e do e<istencialismo8uridico/ #ue situa a e<ist>ncia em primeiro plano.  ::;.:L $. . Porto $arrecro. Antigo professor das disciplinas Filosofia do 3ireito Introdu)*c N $i>ncia do 3ireito na Universi7 dade Federal do 6io de Janelro/ $. Porto $arreiro " autor de otas 1obre Filosofia do 3ireito ^:BL[/ na #ual indica/ paob8eto da Filosofia Jur&dica/ o estudo do conceito do 3ireito e a anlise dos motivode suas transforma)XY7YZes. $onsideranda cXY7YZue o 3ireito " um fen-menhist,rico/ n*o podendo/ assim/ consistir em um ideal supremoQ/ re8eita a teoria pura d3ireito/ consciente de #ue o fen-meno 8uridico pressupXY7YZe contedo ideol,gico.  ::;.:: 4liveirXY7YZos itrento. $om longa viv>ncia no magist"rio superioespecialmente nas reas de Filosofia do 3ireito e 3ireito Internacional Pblic4liveiros itrento " autor de um $urso de Filosofia do 3ireito ^:CL[/ onde analisa/ euma perspeetiva hist,7 rica/ as principais cocrentes 8ur&dico7filos,ficas/ al"m de dedicum cap&tulo N Filosofia Jur&dica brasileira. Advertiu para a necessidade de mtuconverg>ncia entre a 1ociologia Jur&dica e a Filosofia do 3ireito/ pois a primei

aborda o fato e a segunda/ o valor/ masFI414FIA 34 3I6EI24 'CBambas se encontram na mesma esfera espiritual #ue condiciona o 3ireitoQ.XY7YZ desenvolvimento do tema/ itrento dei<a entrever a admiss*o do tridimensionalism

 8ur&dicoS Q^...[ a vida social/ pressu7 pondo a normH/ #ue a regulamenta/ n*o podprescindir dofato #ue a origina e do valor #ue a vetoriza.QXY7YZ\ Atualmente o escritoconcebe o 3ireito em uma f,rmula pentadimensional/ pois/ N#ueles tr>s elementoadiciona o tempo e o espa)o.::D. A Filosofia do 3ireito em Minas 5erais

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  ::D.: $arlos $ampos. Professor catedrtico/ durante vinte e cinco anos/ nUniversidade Federal de Minas 5erais/ $arlos $am7 pos/ mineiro de Paracatescreveu livros na esfera de teorca do 3ireito/ sobressaindo7se ermen>utic2radicional e 3ireilo $ientc\fi7 co ^:9'[/ sua tese de eoncurso/ e 1ociologia e Filosofdo 3ireito ^:;9[. Professando o naturalismo8ur&dico/ o fil,sofo influenciou7se pedoutrina de Ihering e pelas teorias psicol,gicas de 1pranger/ %echterev e Adleespecialmente ao defender a hermen>utica cls7 sica e formular a cr&tica ao m"todo d3ireito ivre. Em sua erme7 n>utica/ negou ao 3ireito uma forma)*o purainenconsciente/ sob o fundamento de #ue as institui)XY7YZes humanas decorrem de ativXYZdade na #ual participa o inconsciente eoletivo.XY7YZ Huanto ao ob8ede interpreta)*o da lei/ indicou o8m a #ue visa aprover. a e<egese/ o int"rprete devrevelar o sentido da lei/ recorrendo aos meios em7 preXY7YZados pelo legislador em suelaboraXY7YZ*o. Em sua obra principal/ 1occologia e Filosofia do 3ireito/ revelou7spartidsrio do sociologis7 mo/ situando os problemas de l,gica 8ur&dica como realidadesocio7 l,gicas. a palavra de Paulo $. 5uimar*es/ $arlos $ampos possu&a afinidad

espiritual/ em nosso pa&s/ com Jacson de Figueiredo/ Farias %rito/ Pedro essMendes Pimentel/ Francisco $ampos/ entre outros pensadores.  ::D.' ydio Machado %andeira de Mello. Autor de numerosas obras de FilosoEa apresentando s,lidos conhecimentos em ci>ncias matemticas/ ydio Machad%andeira de Mello/ mineiro de Abaet"/ foi professor de Filosofia do 3ireito no curso ddoutorado da Universidade Federal de linas 5erais/ institui)*o onde lecionou/

 9 4liveiros itrento/ $urso de Filosofia do 3ireito/:XY7YZ ed./ Editora 6io/:CL/ p.:;.; Idem/ p.:;.D $arlos $ampos emXY7YZtica 2radiciona e 3ireito $ientffico/ ' ed./ Imprensa 4ficide Minas 5erais/ %elo orizonte/:BL/ p. ;C.XL:'Z'gg PAU4 A3E6ainda/ 3ireito Penal e 3ireito Penal $omparado. Em edi)*o pr,pria e mimeografadpublicou Filosofia do 3lreito ^:DB[/ com subt&tulo Medita)XY7YZes sobre o 3ireito sobre a 4rigem das eis. A obra revela uma tentativa de concilia)*o do racional com religioso. Este/ por"m/ n*o " colocado dogmaticamenteO aflora/ em asrens*o racio7 naIdentificando a Filosofia com o e<ercicio da raz*o/ atribuiu7lhe/ como problemfundamental/ o da e<ist>ncia de 3eus. En#uanto a $i>ncia consistia no estudo d

Universo por interm"dio do s sentidos/ a Filosofia investigaria o mesmo ob8eto com raz*o. 4 3ireito/ #ue seria uma ci>ncia normativa ao lado da FXY7YZt"tica/ Moral e i.ngica/ teria por problema bsico a ezist>neia da liberdade humnna e/ por fim/ do ponde vista cient&fico/ a natureza humnnaO do ponto de vista metaf&7 sicn/ a vontadcriadora de 3eus. A Filosofia do 3ireito foi apresentada como o Qestudo da naturela/ dorigem/ da finalidade/ do dXY7YZsenvolvi7 mento/ evolu)*o e da racionaliza)*o humaniza)*o do 3ir eito Q. a sua opini*o a Filosofia do 3ireito comportava apenaduas EXY7YZlosofiasS a #ue afirma e a #ue nega o 3ireito atural. Fste foi definido com

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Qa determina)*o das regras de conduta social #ue inferimos do estudo da natureza e dXY7YZnalidade do omem sobre a 2erraQ._  A Filosofia teria por finalidade prtica a constru)*o do 3ireito Positivo. 1em ela/ esse transformaria em cria)*o arbitrria. Adepto do 3ireito atural/ com veem>ncabomina a teoria pura de Velsen/ a #uem reputou como Qo mais afamado e o mapre8udicial dos 8uristas contemporRneosQQ\ 4s regimes totalitrios/ tirRnicos e aditaduras enconlram 8ustifica)*o no elsenismo.  ::D.9 Edgar 5od,i da Mata7Machado. A produ)*o cient&fica do antigo mestre dUniversidade Federal de Minas 5erais/ Edgar 5od,i da Mata7Machado/ apresenvaliosos subs&dios N doutrma 8urisfilos,fca/ especialmente por suas monografia3ireito e $oer7 )*o ^:DB[ e $ontribui)*o ao Personaiismo Jur&dico ^:D;[. a primXYZira 7 tese com a #ual obteve a lurea de catedrtico de Intro7 du)*o N $i>ncia d3ireito 7/ o autor/ #ue possui forma)*o cat,lica e se revela seguidor da filosofia tomistfirma o seu pensamento/ na mat"ria/ em #uatro princ&pios fundamentaisS lo[ nem XYZor seu XY7YZ.onte7 do/ nem pelo modo como se e<prime/ o 3ireito e definid

pela coer)*oO 'o[ o conhecimento do 3ireito n*o decorre do ato coativo

? ydio Machado %andeira de Mello/ Filosofia do 3ireito/ ed. pr,pria e mimeografadF9elo orizonte/:DB/ p. 99.B Idem/ p.:D.FI4 14FIr: 34 3 I6Er24 'C estatalO 9o[ apenas para efetivar7se o 3ireito re#uer/ eventualmente/ o emprego dcoer)*o f&sica/ pois/ en#uanto valor/ s, coage moral7 menteO ;o[ a coer)*o 8ur&dica n*" negada/ mas 8ustificada. Em $ontribui)*o ao Personalismo Jurldico/ ondep ro8eta sua preocupa7 )*o humanista/ em grande s&ntese/ atribui N $i>ncia do 3ireitcom apoio da Filosofia e 1ociologia/ a miss*o de Qdemonstrar a compati7 bilidade entos novos e os velhos dirXY7YZitos do homemQO Qestabelecer as bases normativas dcoe<ist>ncia dos velhos e dos novos direitos sob uma mesma constru)*o 8ur&dicaQassentar os alirerces doutrin7 rios sobre #ue se tenham de edificar as novaconstru)XY7YZes 8ur&dicas\ SXY7YZ Em sua obra didtica/ Elementos de 2eoria 5erald3ireito/ com subt&tulo delntrodu)*o N $i>ncia do 3ireito ^ :B'[/ o 3ireito atural feoncebido como debitum/ algo devido ao homem por sua condi)*o humana/ pois Qhcoisas #ue se devem ao homem por correspoderem Ns eXY7YZg>ncias concretas de sunaturezaQ.XY7YZ Entre os direitos naturais estariamS a vida/ a uni*o dos seres para

forma)*o da prole/ a educa)*o dos filhos/ o acesso aos bens da culturaperfei)oamento intelectual e moral do ser humano/ a liberdade. 4 3ireito Positivo/ #use funda no8us naturae/ " o debitum reconhecido e criado pela sociedade/ pinterm"dio do Estado. 2anto o 3ireito atural #uan7 to o8uspositum se fundam/ emltima anlise/ na#uilo Q#ue " devido ao homemQ. En#uanto o 3ireito atural/ comci>ncia/ implicaria no estudo das regras de 3ireito #uanto ao debitum natural/ 3ireito Positivo/ tamb"m por seu aspecto cient&eco/ analisaria as regras relativas adebitum da sociedade e do Fstado.::?. 4 ordeste %rasileiro e o Pensamento J!XY7YZ&dico7Flos,fico $ontem7 porRneo

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  ll,.l Machado etto. Um dos grandes talentos brasileiros a pontificar na esfera daci>ncias sociais/ no terceiro #uartel deste s"culo/ A . Machado etto ^:9L7:BB[ fum mestre e<emplar de 1ociologia e de Filosofia do 3ireito/ #ue soube associar magist"rio N pes#uisa cient&fica/ servindo/ ao mesmo tempo/ aos seus disc&pulos/ comvibra)*o de seu esp&rito diante dos mltiplos valores da cultura/

 C Edgar de 5od,i da Mata7Machado/ $ontribui)*o ao Personalim! Jurldico/:/ edEdi)*o 6evista Forense/ 6io de Janeiro/:D;/ p.:9. Edgar de 5od,i da Mata7Machado/ Elementos de 2eoria 5erol do 3ireilo Introdu)*o x $i>ncia do 3ireito/ Editora @ega 1.A./ %elo orizonte/:B'/ p. 9.XL:'Z'L PAU4 A3E6e N ci>ncia/ com a revela)*o do saber em #uase trinta obras publica7 das. Possuindforma)*o e<clusivamente te,rica/ pois n*o se dedica7 va aos problemas de aplica)*do 3ireito/ chegou a declarar/ perante a banca #ue o e<aminava em memorv

concurso para professor titular/ em :B;/ na %ahia/ #ue n*o era 8urista prtico pouma #uest*o de voca)*o/ circunstRncia esta #ue poderia/ por vezes/ Qtra7 zer tamb"algumas vantagens/ como o distanciamento necessrio para observar o ob8etoQ.:XY7YZ  Machado etto foi um dos organizadores/ em :_'/ do curso 8ur&dico da Universidadde %raslia/ onde permaneceu at" :?D/ #uando foi impelido a renunciar o seu cargo/ emeio N crise #ue atingiu N institui)*o/ oriunda do momento XY7YZol&tico por #ue passavo pa&s. Entre as principais obras do autor/ na area do 3lreito/ destaca7se o $omp>ndde Introdu)*o N $i>ncia do 3ireito/ al"m de 1ociologia Juridica e ist,rca das Id"iaJuridicas no %rasil/ esta ltima/ especlal7 mente/ uma valiosa contribui)*o N hist,ria d3ireito brasileiro e reveladora de sua propens*o N pes#uisa hist,rica. Uma das provade como era estimado e do reconhecimento por sua produ)*o cient&fica/ " a publica)*em :B/ em homenagem N sua mem,ria/ de uma coletR7 nea de estudos e registrorelacionados ao professor falecido/ pela Faculdade de Filosofia e $i>ncias umanas dUniversidade Federal da %ahia. $olaboraram na#uela edi)*o eminentes nomes dci>ncia/ como $arlos $ossio/ Miguel 6eale/ Julin Mar&as.  o in&cio de sua forma)*o/ Machado etto acompanhou a filosofia de Farias %rito/ seprimeiro mestre. Inclinou7se/ tamb"m/ para as doutrinas de Varl Mar< e Mannheim/ cu8o pensamento dedicou um livro/ intitulado 3ois Aspectos da 1ociologca d$onhe7 cimento 7 Mar< e Mannheim/ considerada a primeira obra de 1ocio7 logia d

$onhecimento escrita em nossa l&ngua. Influ>ncias definitivas/ contudo/ foram as d4rtega y 5asset e 6ecas"ns 1iches/ com a teoria do raciovitalismo/ $arlos $ossioautor da 2eoria Egol,7 gica do 3ireito/ e usserl/ por suafenomenologia.  A contribui)*o machadiana N teoria do conhecimento foi im7 portante/ notadamente psua obra Forma)*o e 2emtica da 1ocio7 logia do $onhecimento/ cu8o ob8eto de estudsecciona em tr>s perspectivasS a[ 1ociologia do homem de conhecimento/ momentem #ue se estuda o su8eito cognoscente devidamente situadoO b[ 1ocio7

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:LL 4bra coletiva em homenagem p,stuma a Machado etto/ falecido em :B de8ulhde :BB/ organizada pela Faculdade de Filoso Eia e $i>ncias umanas$entEditorial e 3idtico da Univenidade Federal da %ahia/:B. $ita)o N fls. CD.FI414FIA 34 3I6Er24 ':logia da obra de conhecimento/ #uando a aten)*o do soci,logo se volta para o producultural/ anotando as suas vincula)XY7YZes com o ambiente socialO c[ 1ociologia dvig>ncia intelectual/ momeato em #ue se considera o ambiente intelectual #ue a todoenvolve.  a rea de nossa disciplina/ Machado etto foi o principal nome do egologism

 8ur&dico em nosso pa&s/ seguindo a linha doutri7 nria do criador da teoria/ o argentin$arlos $ossio. a palavra de seu filho $arlos F. 2. Machado/ o trabalho fundamental d

 8urista7fi7 l,sofo baiano consistiu na demonstra)*o da instrumentalidade da teoregol,gica/ da #ual a?rmava #ue n*o se tratava de uma filoso ia do 3ireito/ mas Filosofia do 3ireito. 4 ob8etivo epistemol,gico da teoria egol,gica/ escreveu Machadetto/ era o de Qproporcionar ao 8urista o uso dos instrumentos mentais #ue

eapacitem ao melhor tratamento do 3ireito PositivoQ.lol A e<emplo de 6ecas"ns 1iche/ na trilha do raciovitalismo/ situou o 3ireito como ob eto cultural como Qvida humanob8etivadaQ. XY7YZ \ 4 fator econ-mico foi apontado como o de maior inilu>ncna elabora)*o do 3ireito.lo' A concep)*o materialista da hist,ria foi censurada/ poQe<cessivamente simplista/ insuficiente para uma cabal tematiza)*o da hist,riaQ. Al"do econ-mico/ outros fatores / como o religioso/ o dom"stico/ o pol&tico/ seriaconformadores da 8uridicidade. Analisando o problema da g>nese do 3ireito sob o ponde vista sociol,gico/ adotou a teoria do minimo "tico/ e<posta por Jelline e seguidpelos adeptos da teoria dos circulos conc>ntri7 cos/ de %enthan. 4 8urisfil,sofo brasileientendia #ue a eXY7YZg>ncia moral/ uma vez considerada imprescind&vel N vida e ae#uilfbrio da sociedade/ recebia o dispositivo da san)*o organizada. Anorma dei<ava condi)*o e<clusivamente moral e se transformava em8uspositum.  6elativamente ao ordenamento 8ur&dico/ pensava #ue havia a necessidade absolutpara #ue se pudesse falar em ordem ou em sistema 8ur&dico/ de #ue as normas n*fossem consideradas isolada7 mente/ mas em seu con8unto. A rela)*o entre as normase dava por fundamenta)*o e deriva)*o. A validez de uma norma se fundavna e<ist>ncia de uma outra/ hierar#uicamente superior. 4 decisum seria vlido nmedida em #ue se baseava na lei material e na formal. a esteira de ans Velsenconcebeu o ordenamento 8ur&dico nos mol7

:L: A. . Machado etto/ $ompXY7YZndio de IntrodrXY7YZ)*o d $iXY7YZncia do 3rreitoEditora 1araiva/ DXY7YZ ed./ 1*o Paulo/:C;/ p. DL.:L' Idem/ f s/ l4#/ XL:'Z'' PAU4 A3E6 des de uma pirRmide hierarcXY7YZuizada/ em #ue as normas mais gerase localizavam na parte supenor e as maus individualizadas/ como as senten)as e ocontratos/ na inferior. $ada uma das normas se fun7 damentaria na de escal*o superioN #ual deveria conformar7se.

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Machado etto adotou ainda a solu)*o aventada por Velsen/ na deriva)*o da primeirconstitui)*o/ consubstaciada na chamada nor7 ma fundamental/ #ue deveria ser aceitdogmaticamente e constitu&a um suposto do conhecimento 8ur&dico.  Preocupado/ certamente/ com a instrumentalidade do 3ireito/ #ue sempre persegucom a teoria egol,gica/ Machado etto con7 sidera o 3ireito atural insuficiente parproporcionar fundamento N $i>ncia do 3ireito. Acompanhando $arlos $ossiconsiderou o 8usnaturalismo uma atitude pr"7cient&fica nos dom&nios do eonheci7 ment

 8 ur&dico. Isto por#ue/ em lugar de enfrentar o problema hist,rico do 3ireito/ concebuma ordem paralela/ #ue seria a fonte de validez do 3ireito Positivo. 4 8usnaturalismopossivelmente por ser anterior N teoria a<iol,gica/ desconheceu a distin)*o entre valorser ::?.' ourival l ilanova. 3edicado ao magist"rio na Faculdade de 3ireito do 6ecifonde coordena os cursos de mestrado/ ourival @ilanova desenvolve pes#uisacient&ficas na rea da I.,gica Jur&dica/ sob a influ>ncia especial de usserl e de Velsee com assimila)*o de pontos da doutrina de Valino!si/ @on ]right e 5arc&a Mynez.os dom&nios da ontologia 8ur&dica/ " autor de uma tese intitulada 1obre o $onceito d

3ireito/ onde concluiu #ue a no)*o do 3ireito somente pode ser alcan)ada por intui)*Professor de 2eoria 5eral do Estado/ ao relacionar as estruturas ling`&sticas com 3ireito toma por refer>ncia o 3ireito Pblico. 2al o seu envolvimento com a 2eoria Purdo 3ireito/ #ue promoveu/ praticamente/ uma reelabo7 ra)*o do normativismVelseniano/ tornando7se dif&cil/ algumas ve7 zes/ distinguir7se/ em sua disserta)*o/ ondo pensamento do mestre/ onde a contribui)*o do disc&pulo.  ::?.9 "lson 1aldanha. Atualmente/ al"m de Pinto Ferreira e 5lucio @eiga/ #udesenvolvem uma filosofia de fundo e<istencia7 lista e refletora da orienta)*o mar<istaliberal/ e de ourival @ilano7 va/ o velho ambiente cultural de 6ecife respira ar novo coo pensamento de "lson 1aldanha e de $ludio 1outo. 4 primeiro " autor degalismo e $i>ncia do 3ireito ^:BB[ e 2eoria do 3ireito e $ritica ist,rica ^:CB[. $oembasamento sociol,gico e hist,rico/ atribui N Filosofia do 3ireito o papel dQinterpretar as rela)XY7YZes entre

:L9 Idem/ tls.:;C.FI414FIA 34 3I6EI24 '9  o 3ireito ^estrnXY7YZura e e<peri>ncia[ e a vida humana ^conte<tos / valores/ a)ao

 Afirmando ser preciso fleXY7YZbilizar e relativizar as fronteiras da Filoso?a do 3ireitobserva #ue esta deve ser permevel a outras reas do sabXY7YZr/ especialmente

XY7YZstoriografia e N 1ociologia.  ::?.; $ludio 1outo. $om especializa)*o maior em 1ociologia do 3ireito/ codiversas obras publicadas na#uele setor/ $ludio 1outo/ docente de Introdu)*o aEstudo do 3ireito na Faculdade do 6ecife/ " aulor do livro 3a Irrealidade Iuridico3efinitiva do 3ireito atural ^:DC e :?L[/ em dois volumes/ e de um ensaio nRmbito da Filosofia do 3ireito/ escrito na l&ngua alem*. Para o escritor/ o fen-men

 8ur&dico seria um fen-meno normativo da conduta social.  orma e conduta 8ur&dica mutuamente se implicariamS a norma se refere sempre conduta e esta " normada. $onsiderado como o mais social dos f n-menos d

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regulamenta)*o social/ o fen-meno8ur&dico " imposi)*o de conhecimento e as suaregras possuem estrutura imperativo7indicativa. $ludio 1outo distinguXY7YZ o sab

 8ur&dico fun7 damental de um outro/ n*o7fundamental. 4 primeiro/ reuniria a ,gica d3ireito/ em acep)*o de 3XY7YZgmtica Jur&dica/ com o papel de analisar o 3ireiPosittvo/ a 1ociologia do 3ireito e a Filosofia Jur&dica. Fsta ltima/ #ue n*o estudRria 3ireito em seus elementos universais/ Qcom apoio nos dados cient&fico7emp&ricobusca aXY7YZ alt&s7 simas causas do 8urld 1o/ a#uelas #ue n*o se atingem pelobserva)*o emp&rica da ci>ncia. 4 saber8ur&dico n*o7fundamental " constitu&7 do pe

 Antropologia do 3ireito/ ist,ria do 3ireito/ Psicologia Jur&dica e Jurisprud>ncEcon-mica.  ::?.D 1ilvio de Macedo. Entre os autores alagoanos/ al"m de Pontes de Miranddestaca7sXY7YZ a produ)*o cient&fica de 1ilvio de Macedo/ #ue se diversi ica/ em grandle#ue/ na rea da teoria do 3ireito/ onde se dcstacam Introdu)*o N $i>ncia do 3ireit^:BL[/ Introdu*o N Filosofia do 3ireito ^:BD[ e $urso de ,gica Juridica ^:C;[. 1eヘ nteresse maior concentra7se nas esferas da ,XY7YZica Jur&7 dica e Filosofia d

inguagem. Al"m de identificar o 3ireito como ob8eto cultural/ 1llvio de Macedabsorveu o tridimensionalismo de Miguel 6eale. Ao distinguir a Filosofia do 3ireito d2eoria 5eral do 3ireito/ atribuiu N primeira uma fun)*o predominantemente a<iol,gicaN segunda/ fun)*o normativa.

:L; "lson 1aldanha 2eoria do 3ireito e $rftica ist,rica/:XY7YZ ed./ ivraria Freita%aslos 1.A./ 6io de Janeim/:CB/ p. ;D.:LD $ludio 1outo/ Introdu*o ao 3ireito $omo $iEncia 1ocial/ la ed./ 2emp%rasileiro/ Editora Univeisidade de fXY7YZrasdia/ 6io de Janeiro/:B:XY7YZXY7YZ.'D.  SSaXY7YZ.XY7YZ iXY7YZ./ XY7YZ XY7YZOrm XY7YZXY7YZ XL:'Z'; PAU4 A3E6  ::?.? Marilia Muricy Machado Pinto. Adotando a filosofia b7 sica de Machado ettseu mestre e a #uem prestou colabora)*o/ Marlia Muricy Machado Pinto/ dUniversidade Federal da %ahia/ possui um significativo acelvo de trabalhos produzidona rea da 8usfilosofia/ entre os #uaisA 2eoria Egol,gica dos @aloreJuridicos7 comunica)*o apresentada no Primeiro Encontro %rasileiro de Filo7 sofia d3ireito/ em Jo*o Pessoa/:CL 7/ 4s Pressupostos da 1ociologia do 3esvio e dPsicologia do 3esvio e da Psi#uiatria Fenomenol,gico7 E<istencial/ A 3istin)*

Proposi)XY7YZes Jurldicasormas de 3ireito na ova 2eoria Pura ^:BB[. este ltimtrabalho/lo, assumindo a pos7 tura egologista/ revela altera)XY7YZes introduzidas poans Velsen em sua 2eoria Pura/ em decorr>ncia das teses egol,gicas.::B.A Filosofia do 3ireito Atual em outros $entros %rasileiros de $ultura  ll B.: 6oberto yra Filho. Intitulando7se Qum professor #ue se afastou de antigocompromissos conservadores para enga8ar7se na linha do pensamento progressista6oberto yra Filho abandonou a pes#uisa na rea do 3ireito $riminal para entregar7sN Filosofia do 3ireito/ onde produziu obras repassadas de cultura e erudi)*o/ entre elaPara um 3ireito sem 3ogmas ^:CL[ e 4 Hue " 3ireito ^:C'[. 1eguidor da filosof

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mar<ista/ yra Filho/ #ue/ a e<emplo de Machado etto/ faleceu no apogeu efervesc>ncia de sua atividade intelectual/ foi professor titular na Universidade d%raslia. Para ele/ o princ&pio fundamental do 3ireito/ #ue revela a sua ess>ncimode7 lo e finalidade/ remonta a Mar< e EngelsS Qo livre desenvolvimento de cada um condi)*o para o livre desenvolvimento de todosQ.lo/  ll B.' urz Fernando $oelho. $om s,lido embasamento doutri7 nrio/ uiz Fernand$o"lho apresenta7se N comunidade cient&fica com diversas obras de teoria do 3ireitrepassadas de sentido filo7 s,fico/ onde se percebe a influ>ncia do pensamento de VaPopper / %achelard e Malino!si/ em especial. ao obstante a bem ordenada 2eorda $i>ncia do 3ireito ^:B;[ e a Introdu)*o ist,rica N Filo7 sofia do 3ireito XY7YZ:BBa sua principal obra e contribui)*o ao ensa7 mento 8ur&dico e a ,gica Juridica Interpreta)*o das eis XY7YZ:B[/FI414FIA 34 3I6El24 'Dinegavelmente a pes#uisa brasileira mais atualizada no Rmbito da hermen>utica d3irelto. Professor titular de Filosofia do 3ireito da Universidade Federal do Paran

docente de 2eoria 5eral do 3ireito/ em curso de p,s7gradua)*o em 3ireito nUniversidade Federal de 1anta $atarlna/ uiz Fernando $oelho comunica seu entusiasmo aos disc&pulos/ influenciando7os positivamente nas inves7 tigaXY7YZXYZes 8ur&dico7filos,ficas. Assumindo uma XY7YZostura progressista/ reXY7YZelta o sab

 8ur&dico estruturado em princ&plos dogmaticos e pro7 poe a teoria critica do 3ireitvisando a transforma)*o da#ueles princ&pios e n*o a sua legitima *o. A tesfundamental de sua teoria consiste em #ue Qo direito n*o " o passado #ue condicionapresente/ mas o presente #ue constr,i o EuturoQ.loXY7YZ ::B.9 Jo*o %aptiserenhoff $om e<peri>ncia em diversas esferas do 3ireito/ Jo*o %aptista erenhoinvestiga o fen-meno 8ur&dico especialmente em suas dimensXY7YZes s,cio7filos,ficana Uni7 versidade Federal do Esp&rito 1anto. $om ampla viv>ncia no foro/ onde atuocomo advogado/ promotor de 8usti)a/ 8uiz do trabalho e 8uiz de 3ireito/ erenhoff unesaber te,rico ao prtico/ o #ue lhe permite uma vis*o e#uilibrada da realidade. $om

 Aplicar o 3ireito ^:B[ " sua principal credencial no campo 8ur&dico7filos,ficonde apresentou a temtica QN luz de uma perspectiva a<iol,gica/ fenome7 nol,gica sociol,gico7pol&ticaQ. Em ap>ndice N obra/ o autor revela uma doutrina pr,priprogressista/ onde sustenta #ue os valores do 8uiz n*o devem ser/ necessariamente/ ovalores da lei/ por#ue do contrrio o aplicador n*o ser apenas conservador/ matamb"m reacionrio. erenhoff/ autor tamb"m de Introdu)*o ao Estudo do 3irei

^:CB[ e de vrios outros t&tulos/ n*o concorda com a afirma7 tiva de #ue o 8uiz deva sneutro ideologicamente/ nem com o conformismo do magistrado #ue/ ap,s sentencialamenta haver proferido decis*o in8usta/ posto #ue fundada na lei. 4 autor reconhe7 c#ue o 3ireito constitui uma imposi)*o das classes dominantes na sociedade e podservir N maioria ou N minoria/ dependendo de #uem estiver no poder.lo

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:L? ManBia Muricy Machado Pinto/ A 3istin)*o Proposi)XY7YZ5s Jurldicasomias\ d3rreilo da ova 2coria Pura/ 1eparata da 6evista %rasileira de Filosofia/ vol. 00@Fasc.:LD/ ps. D: a BL.:LB 6obeno yra Filho/ 4 #ue " 3ireito/ Editora %rasiliense/:XY7YZ ed./:C'/ p.:'B.:LC uiz Femando $oelho/ ,gica Jurldica e Interpreta)*o das eis/ ed. cit./ p. 9:'.:L Jo*o %aptista erenhoff/ $omo Aplicaro 3ireito/ 'XY7YZ ed./ $ia. Editora Forens6io de Janeiro/:C?/ ps.:DBC.XL:'Z/ %I%I456AFIA A%%A5A4/ icola. 3icionrio de Filorofia/ la ed. em tfngua portuguesa/ Edi7 toMestre Jou/ 11o Paulo/:BL.

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 A%l9A5A4/ icola 7:L9 A3E6 7::D A5AI/ Evandro 7 '' A6E1/ eicric7::: A%UHUE6HUE/ 1oriano de 7::' AE0A36E 7 ; AI7E0A364@/ .5. BL/:L: AI5IIIE6I/ 3ante 7 ?L A@E1/ $astro 7::' AM41/ 1heldon 7 B AMP6E;; A2K1\IEE1 7 DL A6I1\I\IP4 7 D: A6I12G2EE1 7:/ 9/ D/ B/ ;D/ ;B/ ;/ D'/ DC/ ?;/:L9 A66IA4/ Flvio 7 D' A66U3A/ Jo9o 7:L/::9 A2AK3E/ 2rist*o d7::; AU%6 7 9:/ BB AU5U124 7::L AU12I/ John 7 9;/ B/ C9/ C?%%A$EA63/ 5aston 7::B %A$4FE 7 9 %A$4/ Francisco 7 B9 %AVUI ?9 %A66E24/ 2obias 7 ?C/::' %A2AA/ ]ilson de 1ouza 7::9 %A2IFF4/ enriC; %A22A5IA/ Felice 7 ?O9/ ;C/ ?L %AU367A$A2IIXY7YZIE6IE 7 BB %EAU@4I6

1imone de 7:L9%E$2E6E@ 7::D %E$U/ orra#uin 7 _/ nota 'D %EVVE6/ Ernst Immanuel BC I9E1A 7::: %EE@I3E1/ Jos" Maria $orrea de 17 ill %EBXY7YZXY7YZA7::? %E65%4M/ Varl 7:'/ C9 %E6VEE/ 5eorge 7:L9/ nota : i9E11A/ 5umersindde Ara8o 7::' %E@IHUA/ $lbvis 7::' %IE6I5/ Ernst 7 C9 %I3I5/ Va7:' %4%%I4/ orberto 7 B:/ C9 %4$$A$I4 7 ?L %43EfXY7YZEIME6/ Edgar7 ?:/ ?;B/ C' %43I/ Jean 7 ?L %4W$I4 7 DB %4IF$I4/ Jos" 7::: %6I24/ 6aimundo dFarias7 I:D/::? %642E64/ Jos" Maria de Avelac 7::: %6U1II/ 4tto 7 9; %U3A;; %U5E2 7 BB %U6$VE/ Edmund 7 ?; %U61/ Ed!ard Meall 7 D;/ no: %U12AMA2E/ IXY7YZno 6odriguez7Arias 7 Trl %UAI3/ Alfredo 7 '/ nota D$$A%AI1 7::: $AE6A/ ,pez 7 ?9 $AMP41/ $arlos 7::D $AMP41/ Francisco::;/::D XL:'Z9LPAU4A3E6

$AMU1 7:L9 $APEA 7 9L $A6%4IE6/ Jean 7:' $A63414/ Faus7::' $A6344/ %en8amin . 7 C; $A6E/ 5iuseppe 7 CL $A6EI/ orenz7:L; $A6EU22I/ Francesco 7 '; $A66EI64/ $. . Porto 7::; $A6@A4

Joa#uim 7 ;;/ nota 9 $A1I43464 7 DB $A11I6E6/ E. 7 C: $A26EI/ @7::; $A@A$A2I JI46/ 2ebflo 7::9 $E14 7 D' $E664I/ Umberto B $UA5721E 7 ;; $K$E64 7 DL/ D'/ D?/:LC/::' $IPI4 7 D? $K2I4/ eno deDL $4$$FJ4/ Ilenri#ue 7 ?: $4$$EJ4/ 1amuel 7 ?: $4EII4/ uiz Fernando 7 / noB/ C;/:L/::B $45I44 7 9 $4E/ ll. 7 C: $4II/ 5eorges 7:L; $4M2E/ A 7 B;/:::/::9 $4F$I4 7 ;; $4PW6I$4/ icolau 7 ?L $411I4/ $arlos ':/:L;/::? $4UA5E1/ Fustel de 7::' $6E2EA JI46/ Jos" 7::9 $6I1IP4DL $64$E/ %enedetto 7::9 $E6A/ 6enato $irell 7::9  3

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3A%I/ Jean 7 C9/::; 3A2A1/ 1an 2hiago 7::' 3A@I3 7 ;; 3A6E12E 7::' 3A6]I7:LL/::' 3E@E$$I4/ 5iorgio7;/::/:'/'?/ 9C/ ;9/ ;/ D:/ ?L/ ?;/:LD :LC/::' 3EM44M%E 7 9:/ BB 3E6%U65/ einrich 7 BC 3E1$A62E1 7 D/ nota 9/ ?:3KA/ Elfas 7 BL 3I2E 7 ? 3II/ Almachio 7::' 3IG5EE1 7 DL 3I4K1I4 ;C 3JU@A6A/ M. 7 ' 3U PA1HUIE6 7:9 3U5UI2/ "on 7 C'/::' 3U6A2/ ]ill9 3U6VEIM 7 'D  EE6EF1/ $hristian von 7 'L E6I$/ E. 7 9B E5E1/ Friedrich 7 ?9/ BL/ B/ / :LL/:L:/::B EPI$U64 7 D: EPI2E24 7 DL/ D' E1$424/ John 3uns D E1PK4A/ Eduardo 7 BC  FFA11XY7YZ/ 5uido 7 ;B/ D;/ DB/ ?:/ BB/:LD FE$E6/ Erich 7:L; FEIPE 7 ; FE66AJI46/ 2"rcio 1ampaio7 :L/::9 FEUE6%A$ 7 ?9/ FI$2E ?9/:L9 FI5UEI6E34/ Jacson de 7 I:D FI5UEI6A1/ I/eovigildo 7::' FI4AU

;D FI1$E6/ Vuno 7 C: FEI1$MA/ Eugkne 7 ?9 F4U6IE6/ $harles C F6A$A/ eonel 7::' F6AV/ Jerome 7 C; F6EI2A1/ Augusto de 7::' F6EU3?? F6IE3MA/ ]. 7 B:  55AI4 7 ?; 5AIEU 7 9 5A/ A 7 B; 5AM%6A/ 6afael 7 ;BFI414FIA 34 3I6El24 5A11E2/ 4rtega y 7 'L/:L;/::? 5EI5E6 7:' 5E2II/ Alb"rico 7 ?L 5E2II/ 5iova7::9 5W/ F. 7:?/::; 54ME1/ 4rlando 7 9:/ BC 54A5A/ 2oms Ant-ni:L/::L 546%A$IIE@/ Mihail 7:L' 5G65IA1 7 ;? 56AU/ J. $orts 7:L; 56G$I4ugo 7 D;/ D;/ nota 9/ ?L/ ?:/::L 564PAI 7 ' 5UIMA6tE1/ Paulo $7::D 5U65E/ Amaral 7::: 5U6@I2$ 7 :' 5U1M4/ Paulo 3ourado 7:D/ 9B/ I :9::;AE$VE 7::' rl5E6126XY7YZM/ A<el 7 C; A6$VE/ Erns 7::' A62/ . . ABD A62MA/ icolai 7'L/ ': AU6I4U/ Maurice 7::' E$V/ Philipp 7 C/ BD E5E:/:D/;9/?L/?9/?;/B9/:LL/:L9 EI3E55E6/ Martin 7:L9 EIW$I4 7::L E@E2IU7::: EVE/ einrich 7 'L/ '9/ BD E6$I24 7 1L/ ?D E6VE4FF/ Jo*%aptista 7::B E11E/ Johannes 7 ?:/ ?' KPIA1 7 ;?/ ;B 4%%E1/ 2homas 7 ?B9/::: 4E%E/ E. A 7 C; 4%A$ 7::: 4A3/ 2homas 7 B 4ME1/ 4liv

]endel 7 / C; 42E346FF 7::' U54/ 5ustavo 7 ?;/ BC UME/ 3avid 7 B?' U11E6/ Edmund 7 ?/::9/::?

IE6I5/ 6udolfvon 7 '?/ ;L/:L/::'/ ::D9LB  JJA$HUE1/ Paulino 7:L9/ nota :/::; JAME1/ ]illiam 7 C; JA1PE61/ Varl :L9 JEIE$V/ 5eorge 7::9/::? JE1U1 3E AA6W 7 D;/ ; JU12IIA4 7;V

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VAI.I4]1] 7 / nota B/::? VA2/ Emmanuel 7:/ ;/ B/:D/ '?/ ;C/ ?L/ ?'/ ?9/ ?B/ C;/:L:/:LD/:L?/ :LC/:LC/ nota ''/:::/::'/ I:9 VA2464]I$ 7 9B VE1E/ ansC/ ''/ ';/ '?/ '/ ?C/ BL/ B:/ BD/ C;/ C? a _/:LD/ nota I/ I:D/::? VIE6VE5AA631tlren 7:L9/:L; VU5/ Ulrich 7 / nota B V4E6 7::' V46V4U4@/ M. C9 V6AU1E/ Varl $. F. 7::: VU/ Josef 7 C?/ C?/ notas 9 e ;/::;AFE6/ $elso 7::9 A$AM%6A/ egaz y 7 'D/ '?/ _/:L; AFFI2E 7 B; Al@5E/ AC: A4721E 7 ;; A6E/ Varl 7 / nota B A1AE 7 ?9 A1V/ E. 7 C: AU6E29: A@EE 7:L9 E FU6 7:LD E%E6A246E 7::: E$E6$H/ Jac#ue7::; EI%I/ 5uilherme 7 9/ B/ ?: EI 7 ?9 E11A/ Pedro 7 ?;/::9/: I1 E@UMA 7 D' IE%MA/ 4tto 7 C: IA 7::9 IMA/ Alceu Amoroso 7::; IMAermes 7::; IMA/ Paulo Jorge de 7::9 XL:'Z9LCPAU4A3E6 I26E24/ 4liveiros 7::; I2I6W 7 B; E]E/ Varl 7 C; 4$VE/ John 7 ?

?' 46E7?? 42E 7 'L UMIA 7 '; U312E32/]ilhelm 7 C; U2E64/ Martinh7 ?L 6A FI4/ 6oberto 7 9?/:L/::B  MMA% 7::: MA$E34/ 1ilvio de 7 / nota B/::? MA$A34/ $arlos F. 7::? MA$A34 E224/ A . 7:L/::'/ ::9/::?/::B MA3A@ 7 l.:' MA54/ AlbertoDC/ D MA54/ $arlos 7 D? MAI4FfXY7YZE6/ ]erner 7:L; MAIE/ 1. 7::' [email protected] 7 BB IrIAI 4 ]1 Vl 7::B MAI f ISIiXY7YZt 7::? MAHUIfl@E/ icolau 7 ?B9 MA6$E/ 5abriel 7:L9 MA6$4 AU6WI4 7 DL/ D' MA6E/ 5uilherme de D MA6KA1/ Julin 7::? MA6I2AI/ Jae#ues I :; MA6V%/ ]illiam 7 B MA60/ Va7 ?9/ ??/ B:/ ;/ B/ C/ / :LL/:L:/::?/::B MA11II 7:L:/ nota C MA2A7MA$fXYZA34/ Edgar 5od,i da7 / XY7YZ.tE/ E. 5arc&a 7 / nota B/ ''/ '9'/::? ME3IA/ Paulo 6oberto de 5. 7::; MEI45 7 'L MEI6A/ 1i:vio 7 D' ME4$elso 3. de Albu#uer#ue 7 BL ME4/ydio Machado %andeirade7::D M\$I4 ;; ME3E1/ Jos" 7:L/::9 ME3E1 PIMF2E 7::D ME34A/ cio de 7::9MEEE1/ 38acir 7::; ME6VE/ Adolf 7:'/ C9 MIAIE/ Michel 7 BL/ B: MIE24

 Ale<andre de 7 ;D MI6A3A/ Pontes de 7 ;D/::;/::? M4I1W1 7 ;; M42E1HUIEU%ar*o de 7 ;/ ?:/ ?;/:::/::' M42464/ Andr" Franco 7::9 M46EI6A/ @it7:L' M46E4/ M. 6uiz 7::/ DL/ ?;/:LD M46E2E/ 5arcfa 7 9/ 'L MXY7YZ1E6 ?; M4U$E2/ $arlos 7 _/ nota 'D

A63I756E$4 7 9 A246P/ Paul 7 C: E]24 7 9 IE:\1$E 7 BL 44$VAM/ 5uilherme de 7 D 4I@E$64A/ Varl 7 C; 4I@Ff 6A/ Almir d7::L HI@fXY7YZI6A FI4/ %en8amin 7::; 4A2E/ . de 7:: 46A34/ Art7::' 4]E/ 6obert 7 C  PPAIM/ Ant%nio 7::' PAIA5UA/ Jos" M. 6odrtguez 7:LD/ nota : PA6MI3E1;D PA1UVAI1/ Eugeny %. 7 BL/ :L:/ :L:/ nota :' PA24/ 5eorge 7 B PAU4D' PAUPW6I4/ A. Machado 7:L:/::; PE$VAM/ John 7 D PE2XY7YZA/ . I.uno 7 D

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?9 PE6A34 7::L PE6EI6A/ Aloysio Ferraz 7::9 PE6EI6A/ Jos" $lemen7::: PE6EI6A/ Jos" . 3uarte 7::' PE6EMA 7 / nota BFI414FIA 34 3I6El2; PW6I$E1 7 ;? PE66EAU 7:: I PE26A6$A 7 ?L PI$A4/ uiz 3iez 7 9L/ 9' PI24Marllia M. M. 7 C/ nota :L/::? PI24 FE66EI6A 7::? PI2546A1 7 9/ ;D PAI49: PA24 7 I/ 9/ ?/ B/ ;D/ ;B/ ;C/ ;/ ?;/ ??/ ;/:L9 P42I4 7 D? P462AI1BB P4PPE6/ Varl 7::B P412/ ermann 7::' P4UA2A1/ icos 7 B P4U36oscoe 7 C; P6WA2MEEU/ %igot de 7 BB P64U3fXY7YZ4/ Joseph 7 ? PU$2A/ Jorge F. 7 ?;/ BC PUFFE346F/ 1amuet von 7 ?:/::L 66A%E4/ 1flvio 7::' 6A3%6U$/ 5ustav 7:D/ ?B/ C: 6AFF4/ Jlio $. 7 / nota B 6A4@icenie 7 9: 6AU79:/BB 6EAE/ Miguel 7 D/ nota '/:C/ 'L/ ':/ 'D/ '?/ 'C/ '/ 9L/ C_/ nota T9/:L/ :::/::9/::;/::? 6EIA$ 7 C 6EA 7 B; 6EA63/ 5eorges?B 6EE6/ Varl 7:L: 6I$A634/ 3avid 7:LL 6I$VE62 7 C: 6IPE62/ 5eorges 9; 643EE/ $.$. 7 B: 64ME64/ 1itvio 7::' 641MII 7::: 6411/ Alf 7 'C; 64U11EAU/ Jean Jac#ues 7 ?L/ ?:/ ?'/:: l/::; 1

1AI21IM4/ $laude . de 7 B;/ C/ 1AM43/ 1ir John 7 B9L 1A3AA/ "lson 7::? 1A4M4 7::L 1AM41/ Meliso de 7 ;D 1A2

 A5412I4 7C/ D?/ DC/ D/:LB 1A24 AM%6G1I4 7 D? 1A24 A1EM4 D 1A24 I1I3464 3E 1E@IA 7 DB 1A24 24M1 3E AHUI4 7:/:D/ ;/ DD/ ; 14 PAU4 7 D;/ DD/ D? 1A626E/ Jean7Paul 7 ??/:L9 1AUE6/ ]ilhet7:9 1A@I57C/;'/ ?'/?;/ BC/:L:/:L;/::' 1$XY7YZIEE6 7 'L/ ': 1$EI5 7 ?9?; 1$XY7YZIMI22/ $arl 7:L; 1$4PEAUE6 7::' 1$IA$$A/ Michele 7 B9 1E$ADL/ D' 1E66A/ \2ruyol y 7 C/ ;D 1A]/ %ernard 7 ;C 1I$E1/ 6erXY7YZs"ns7/:'/ ''D/ 9'/:L;/::? 1I@fSI6A/ Altpio 7 9I 1VIE6 7 ?? 1M I2fl/ Adam 7 1G$6A2E1;D/ ;B/ ;C/ D' 1GF4$E1 7 ?D 14U24/ $ludio 7::? 142K.A/ JaXY7YZ" Fedro 5alv*de 7::9 1PE$E6 7 '/::'/::9 1PI4A 7 ?: 1P6A5E6 7: I1 1\IXY7YZAI.I7:L: 1IXY7YZAMhf I/E6/ 6udolf7 'D/ '/ 9/ nota '/ ?B/ C:/:L9 12E6%E65 ;L 12E@FIXY7YZ14/ I.eslie 7 ?? 124A4@I\I\$/ Vonstantin 7:L: 1\I6E5E6/ Irine7::9 12U$VA 7:L:/ nota :'  22AIE 7 B; 2AP AfXY7YZ EI 7 ::: 2f %AU2 7 ?;/ BC 2f %6l4 7::L 2EE1 JI465offredo 7 '? \I\EG$2I1 7 ; XL:'Z9:L

PAU4A3E6 24M1I4/ $ristiano 7 D'/ ?:/ ?' 26A1KMA$4 7 ;?/:LB 264$W 7 BB \rUM4@/ ABL  UUPIA4 7 9B/ nota ;/ D'/ D? UAMU4/ Miguel de 7:L9/:L;@@AII5E6 7 C/ nota :D @AMP6W/ 1pencer 7:::/::9 @AI/ I. 7 '/ ;/ CL/:LD/::9 @A1$4$E41/ Arnaldo 7 '/ C @EI5A/ 5lucio 7::? @EI5A FI4Jo*o Pedro de 7::9 @E44/ Francisco Jos" 7:LD/ nota ; @I$4/ 5iambatista 7 ?

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?; @IIA4@A/ ourival 7 / nota B/:L/::? @IE/ Michel 7 B/ nota : @I1I1V7:L: @I2A/ uts ]ashington 7::'/::;@4 ]6I52 7::?]]AA1$EI$V 7::9 ]E%E6 7:' ]E%E6/ Jorge 7 ;; ]EI.E/ ans 7 ;?/ ?L/ ?C: ]I3E%A3 7 C: ]I31$EI3/ %ernhard 7 BC ]I1E/ John 7 ?: ]4FF/ Johan$. von 7 B/ ?:/ ?'  00A@IE6/ Jos" 2heodoro 7::: 0E4F42E1 7 ;D/ ;B  E4 3E $K2I4 7 DL/ D' E4 3E EWIA 7 ;DXY7YZ:S.XY7YZ

  / I3I$E AFA%E2I$4 3E A11U241 ^os nmeros se referem aospargrafos[

 A Abuso de poder/ '; Adapta)*o social e direito/:? Agnosticismo/:D Alcor*;: Apiica)*o do direito/ _/::B Apriorismo/ B/ ?' Aritm"tica/ 9 Atributividade/:'? Atributos de validez do direito/ 'C a 99 Autar#uia/ 'D%%em comum/ '9 %iologia/ 9 %iologia e Filosofia do 3ireito/:9$$apitalismo e direito/:L' $arta aos %rasileiros/::9 $erteza 8ur&dica/ 9C; $eticismo/:D/ ?' $i>ncia do 3ireito/ ;/:' $i>ncia Penal/ ; $i>ncias/::/ B; classifica)*o/ B; 7 departamentiza)*o/:: $oa)*o/ '; a 'B/::D $odicismo/ BD $bdigde fIamurbi/ ;L $bdigo apole*o/ BB $oercibilidade/:C/ 'D/ '?/ 9: $omtnun opindoctonun/ 9;  33efini)Ces 7 t"cnica/:/ nota : 3esuso/:D/ 9:/ L 3eterminismo/ ?? 3ever 8ur&dic: 3ial"tica hegeliana/ ?9 3ireito N liberdade/ ? 3ireito N vida/ ? 3ireicodificado/:? 3ireito $omparado/ ; 3ireito costumeiro/:?/ ?C 3ireito dfor)a/:LB 3ireito 7 defini)*o/:D/:C 3ireito e coa)*o/ '; a 'B/::B 3ireito e Mora?:/:LB/::' 3ireito evolu&do/ ;: 3ireito livre/ 9B 3ireito nacional e internaciona9 3ireito atural/:B/ D'/ DC a ?C/ ?D a B'/ C:/ CD/ D/:LL/:LD/:LB/::L/::'

::D 3ireito Positivo/ '/ ?C 3ireito primitivo/ 9/ ;L 3ireito Huntico/::9 3ireito raciona?' 3   ヘ reito sub8etivo/::C/ : 3iscrimina)*o/ ' 3ogmtica $ivil/ ; 3ogmtica 8ur&dica9? 3ogmatismo/ ?' 3outrina 8ur&dica/ 9; 3uplo do Estado/::9  EEconomia e Fitosofia do 3ireito/:9 Efetividade/ 'B/ 'C/ 9: XL:'Z9:'PAU4A3E6 Eficcia/ 'C/ 9L/ L Egologismo 8ur&dico/::? Empirismo/ B/ ?'/ ?9 Encontros %rasiteirode Filosofia do 3i7 reito/:L Epistemologia/ ;/ nota ? E#tiidade/ ;C/:L; Escola $fnic

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DL Escola $irenaica/ D: Escola da E<egese/ C/ 9B/ BB Escola do 3ireito atural/ ?: Escola do 6ecife/:L/::' Escola dos Pandectistas/ C/ BC Escola Eletica/ ;D EscoEpicurista/ D: Escola Estbica/ DL Escola edonista/ D: Escola ist,rica/ C Escoist,rica do 3ireito/ ?:/ ?;/ BC Escola J%nica/ ;D Escola Pitagbrica/ ;D Escola2eol,gicas/ 9' Escolstica/ 1C Espiritualismo/ '? Essencialismo/:L9/:L; Estado/ ;;/ DL/ D;/ D?/ ?:/ ?9/ ' Estado de 3ireito/ 9' Fsiado de natureza/ 9 Fstado e 3ircit' Estat&stica e Filosofia do 3ireito/:9 Eticismo/ 9B Eutansia/ ; E<istencialismo 3ireito/:L9/:L;FFato 8uridico/ : Fato social/ 'D Fenomenalismo/ ?' Fenomenologia/ ?/ C/:L Filosofiaconceito/ 9 Filosofia da e<ist>ncia/:L9 Filosofia de IIegel/ ?9 Filosofia 7 defini)*etimolbgica/ 9 Filosofia 7 defini)*o semRntica/ 9 Filosofia e Filosofia d3ireito/:' Filosofia do 3ireitoS  7 defini)*o/ ; 7 e ci>ncias afins/:: a :;  7 e Filosofia 5eral/:' 7 e 1ociologia/:' 7 e 1ociologia do 3ireito/:' 7 e 2eoria 5er

do 3ireito/:' 7 em Minas 5erais/::D 7 em 6oma/ D' 7 em 1*o Paulo/::9 7 hist,ri;9 a ::B 7 m"todo/ D a :L 7 no %rasil/:L a ::B 7 no ordeste/::? 7 no 6io dJaneiro/::; 7 no)o/:/ ; 7ob8eto/ ;/:L?/::: a ::9/::? Filbsofo/:/ 9 F&sic9 Fundamento racional do 3ireito/:LC55arantia 8ur&dica/ 'D 5eometria/ 9 5noseologia/ 9 5raus do eonhecimento/ 'fIIlermen>utica 8ur&dica/ C Flist,ria/ 9 I XY7YZistbria da Filosofia do 3ireito/ ;9 a ::BIist,ria do 3ireito/ ;/ 9C I7iistoricismo/ C XY7YZlistoricismo Eilos,ficoO ?9 florno8uridicir9'/ 9B/ ;9 IXY7YZorda/9

Ideal do 3ireito/:LB Idealismo/ ?' Idealismo alem*o/ ?9 Id"ia do 3ireito/:C: Ideologia/ BL Ideologia e 3ireito atural/ BL/ B' Impositividade ine<orve'D InconfidXY7YZncia IXY7YZfineira/::L Ine<orabilidade/ 'XY7YZ IntelectualismB Interpreta)*o do 3ireito/ ?FI414FIA 34 3I6EI249:9 Interpreta)*o Materialista da ist,ria/ BL ,gica Jur&dica/ / nota TInterpreta)o teleol,gica/:LC uta de classes/:LL lura ovit $uXY7YZfa/ '/ nota D M J

Juiz de 3ireito/ /::B Jufzo de realidade/ 'L Jufzo de vator/ 'L Jufzos anal&tico?' Jutzos sint"ticos/ ?' Jurisfil,sofc/: Jurisfil,sofos brasileiros/:L a ::B JurisprudXYZncia/ 9 Jurisprud$ncia anal&tica/ B Jurisprud>ncia conceptual/ C JurisprudXY7YZncde interesses/ C/ BD Jurisprud>ncia e vig>ncia/ ' Jurista/:/ 9;/ 9? Jusnatuealismo/ 9'/ ?'/ ?D a B'/ B?/ D/:LL/::; Jusnaturalismo teolbgico/ C Justi)a/:B/ ''/ '9/ ;; a ;D'/ D?/ DC/ ;/ I :: Justi)a social/:9V]ausismo/:::

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egalismo/ 9B egislador 7papel/:B egitimidade do 3ireito/:'/ 'C/ 99/::9 eisS  7 anacrCnicas/ 9: 7 artificiais/ 9: 7 defectivas/ 9 7 dos trXY7YZs estados/ B; edesuso/:D/ 9:/ L 7 in8ustas/:D/ 9:/ 9'/::; 7 predicados/ DB/::L iberdad?/:L9 Iivre InvestiXY7YZi)Ro $ient/\fica do 3ireito/::; ivros dos Mortos/ ;; bgica d6azovel/ ,gica e Filosofia do 3ireito/:'Maat ^deusa[/ ;; Mai>utica/ ;B Manifesto do Partido $omunista/ C Mar<ismo/ 9/ BLB'/ B a :L' Materialismo hist,rico/:LL Matriarcado/ 9 M"todoS  7 cartesiano/:L nota 9 7 cientffico/ ? 7 dedutivo/ D/ ?/:D 7 discursivo/ ? e<perimental/ ? 7 indutivo/ D/ ? 7 intuitivo/ D/ ?/ C 7 na Filosofia do 3ireito/ D a :L  aturalismo 8urfdico/::D atureza humana/ ?? eoantismo 8urtdico/ C: ominalismD omog>nese8urfdica/ 9L/::9 orma costumeira evigXY7YZr<ia/ '/ ' nota D orma3ireito/:C orma fundamental/ C orma 8ur&dica/ C ormas de 8usti)a/ ;

4b8etivismo a<iol,gico/ 'L 4briga)*o natural/ 'XY7YZD 4ntologia/ 9 4rdem do

 Advogados do %rasil/:L 4rdem natural das coisas/:B 4rigem do direito/ 9C  PPacta sunt servanda/ ?L Patriarcado/ 9 Patr&stica/ D? Pena de 2ali*o/ 9 XL:'Z9:;PAU4A3E6 Pensamento aristot"lico/ ;C Pensamento isidoriano/ DB Pensamento platCnic;C Pensamento socrtico/ ;B Pentateuco/ ;; Perestroia/ B/:L' Peripat"tic;C Personalismo 8ur&dico/::D Pes#uisa hist,r    ヘ ca/ ; Poder e 3ireito/:? Polftic

 8ur&dica/:9/ ? Positividade do 3ireito/ ' Positivismo/ D/ '?/ 9:/ 9? Positivismo criticCL Positivismo 8urtdico/ C/ B9 a CD/:LD Praecepta8uris/ 9D/ D'/ D9 Princfpio da autonomda vontade/:' Princ&pio da causalidade/:L/ CC/:LC Princ&pio da e#uival>ncia na 8usti); Princ&pio da igualdade na 8usti)a/ ; Princ&pio da imputa)*o/ CC Princ&pio dproporciona5dade na8usti)a/ ; Princ&pio de retribui)*o/ ; Princ&pio do amor n

 8usti)a/ ; Princ&pio suum cui#iie/ ; Princtpios/ 9D Princ&pios gerais de 3ireito/ '9D Progresso 8urfdico/ ;: Psicologia/ 9/:' Psicologia e Filosofia do 3ireito/:'66acionalismo/ B/ C/ ?'/ ?9 6aciovitalismo/::? 6ealismo/ ?' 6ealismo 8ur&dicoS  7 Escandinavo/ C/ C; 7 orte7americano/ C/ C; 6ecep)*o do 3ireiEstrangeiro/:? 6egras de 2rato 1ocial/:/:LB 6ela)*o 8ur&dica/ : 6eligi*

;L 6enascimento/ ?L 6evoga)*o e desuso/ 9: 6evolu)*o $omercial/ C 6evolu)*o 3ireito/::9/::; 6omanticismo/ ?;s1aber humano/:: 1almos/ ;; 1an)*o 8urfdica/:/ 'D 1an)*o premial/ 'D 1eguran)

 8urfdica/ ''/ '9/ 9'/ C; 1ensismo/ ?: 1ilogismo/ ?/ 1istema $ontinental d3ireito/:?/:C 1istema do $ommon a!/:? 1ociologia/ 9/:' 1ociologia dconhecimento/::? 1ociologia do 3ireito/ ; 1ociologismo/: I '/::D 1oftstica/ ;?2

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2ao&smo/ ;; 2eologia/ 9 2eoria cr&tica do 3ireito/::B 2eoria do conhecimento/ ?' 2eoria do contrato social/ D:/ ?: 2eoria do livre arb&trio/ ?? 2eoria do mesote; 2eoria egol,gica do 3ireito/::? 2eoria 5eral do 3ireito/:'/ C9 2eoria mancistB 2eoria mar<ista e 3ireito/ B a :L' 2eoria Pura do 3ireito/ C/ C? a ?/::? 2eor2ranscendental do 3ireito/ I:: 2eoria 2ridimensional do 3ireito/ :C:L/::9/::? 2otemismo/ 9@@alidez do 3ireito/ 'C a 99/ L @alorS  7 caracteres/ 'L 7 ctassifica)*o/ '9 7 e 3ireito/:C/ '' 7 e 4ntologia/ ': 7 no)*'L @igXY7YZncia/ 'C/ ' @ingan)a privada/ 9 @oluntarismo/ DK3I$E 5E6A

1umrio .......7..............................otadoAutor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .7  Primeira Parte E12U34 EPI12EM4G5I$4 3A FI414FIA 34 3I6EI24 $ap&tulo

7 44 E 4%lE24 3A FII.414FIA 34 3I6EI24 . . . . .  :. $onsidera)XY7YZes Pr"vias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .  '. 5raus do $onhecimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .  9. $onceito de Filosofia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .  ;. A Filosofia do 3ireito. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .$apttulo II 7 4 MW2434 A FI414FIA 34 3I6EI24 . . . . . . . . .  D. $rit"rios Metodolbgicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .  ?. M"todos 3iscursivos e M"todos Intuitivos. . . . . . . . . . . . . . .  B. M"todos e 2eoria do $onhecimento . . . . . . . . . . . . . . . . . .  C. M"todos na FilosoEia do 3ireito. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .  . $r&tica N Influ>ncia da bgica Formal no 3ireito. . . . . . . . . . . .  :L. $onclus*o . . . . . . . .$ap&tulo lll 7 FI414F\IA 34 3I6EI24 E $4E0E1 $4M $I$IA1AFI1. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .  ::. A $one<*o como Peculiaridade da FilosoEia do 3ireito. . . . . . . .  :'. $one<,es Primrias da Filosofia do 3ireito. . . . . . . . . . . . . . .  :9. 4utras $one<,es . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .  :;. $onclusXY7YZes. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .  1egunda Parte 4 3I6EI24 E 1EU1A26I%U241 3E @AI3E

$ap&tulo I@ 7 $4$EI24 34 3I6EI24 . . . . . . . . . . . . . . . . . .  :D. Aspectos 5erais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7. . 7.7 :?. 3ireito e Adapta)*1ocial. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .  :B. $ultura e atureza do 3ireito. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .  :C. A 3efin ヘ )*o do 3ireito. 4 3ireito 1ub8etivo. . . . . . . . . . . . . .  :. 3ireito/ Moral e 6egras dF \$rato 1ocial . . . . . . . . . .$apttulo @ 7 3IME14 A0I4G5I$A 34 3I6EI24. . . . . . . . .  'L. A o)*o de @alor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .7 ':. @alor e 4ntologia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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@II I0 XL:'Z9:? PAU4 A3E6 Ff 414 IlA 34 3 I6Fl24 '3ireito e @aior .............................. D' DC. 4 Pensamento Jurtdico de 1an2omXY7YZs de A#uino.'9. $lassifica)*o dos @alores Jurfdicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . DB D. 4 @oluntarismde John 3uns Escoto e 5uilherme de 4cham. .$apftulo @I 7 3I6EI24 E $4A4..................... D $ap&tulo 0II 7 A IXY7YI414FIA 34 3I6EI24 t\: I3A3E M43E6A ..';. $onsidera)bes Pr"vias . XY7YZ. ............. D ?L. 6enascimento.................'D. $oa)*o/ 1an)*o e 5arantia Jurtdica................... ?: ?:. A Escola $lssica d3ireito atural .................'?. 4 1ignificado da $oa)*o para o 3ireito.................?; ?'. 4 3ireito 6acional dVant.......................  ?B ?9. 4 Idealismo Alemo e a Filosofia d

egel.'B. $onclus,es. ....... . . . . . . . . . . . . .$apttulo @ll 7 A26IEU241 3E @AmE 34 3I6EI24...... .. ?C XY7YZ ?;. A EscoIlistbrica do 3ireito......................'C. $on.eidera),es Pr"vias .......................... ?C '. @igXY7YZncia ? Huarta Parte 9L. Eficcia................................... B' A FI414F; 33I6EI24 $42EMP46EA 9l. Efetividade................................. B9 9egitimidade................................ BD XY7YZpttulo 0III 7 A 34U26IA 33I6EI24 A2U6A.99. $onclusXY7YZes. ... BB ?D. $oncep)*o 3ualista d3ireito........ ...$ap&tulo @lll 7 4 JU6I12A E A $U2$I6A JlJ6XY7YZI$A.......... B ??. A aturezumana como Fonte do 3ireito atural XY7YZ XY7YZ XY7YZ XY7YZ....9;. 4 Jurista.................................. B ?B. $aracteres Fundamentais d3ireito atural XY7YZ XY7YZ XY7YZ XY7YZ.........9D. 4 3ireito e os Princfpios......................... C' XY7YZXY7YZ 3ireito Positivo 3ireito atural ...... XY7YZ XY7YZ...........9?. $ultura Jurtdica.............................. C9 ?. Princ&pios $onstitucionais d3ireito atural XY7YZ XY7YZ/....

9B. omo Juridicus.............................. C? i/ BL. 4 3ireito atural @isto comIdeologia..... XY7YZ O S........  B:. A 6ealidade do 3ireito atural ..........  B'. 4 $arter *o7Ideol,gico do 3ireiatural ............  2erceira Parte $ap&tuto 0I@ 7 P 4 1rIXY7YZI@I1MJU6K3I$4 E 1UA1 $466E2E1 642EI64 I.12G6I$4 3A FI414FIA 33I6EI24 34U26I6IA1... XY7YZ........................

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$apttulo I0 7 46I5EM E E@4U4 I12G6I$A 34 3I6EI24 ... : B9. Filosofia Positiva.............. XY7YZ XY7YZ S S..........  B;. Pensamento $ient&fico de August$omte .9C. $onsidera)XY7YZes Pr"vias .......................... : / BD. Positivismo Jur&dico suas 2endXY7YZncias Fundamentais........9. 4rigem istbr   ヘ ca do 3ireito....................... ' B?. Positivistas Jusnaturalistas.......................;L. $aracteres do 3ireito Primitivo..................... ; BB. Escola dE<egese............................;:. 4 Progresso Jurfdico........................... _ Bg. Escola doPandectistas.........................;'. $onclusXY7YZes. XY7YZ XY7YZ XY7YZ B B. Jurisprud>nc

 Anal&tica de John Austin................$ap&culo 0 7 A FI414FIA 34 3I6EI24 AA: I5lBmA3E XY7YZ..... C

Positivismo $r&tico de I. @anni e de 5. $arle.............;9. A istbria da Filosofia do 3ireito.................... C:. eoantismo de 61tammler e de E. as..............;;. Fase Pr"7flXY7YZlXY7YZnica............................. :LL C'. A Posi)*o 3outrinrde "on 3uguit ................;D. IXY7YZilosofia 5rega Pr"71ocrtica ......................:L' C9. 2eoria 5eral d3ireito.........................;?. 4s 1ofistas..... XY7YZ........................... :L; C;. 6ealismo Jur&dico ort

 Americano e Escandinavo.........;B. 4 Pensamento 1ocrtico......................... :LD C1. $onclusXYZes ................................;C. A F ヘ losofia Jurfdica de Plato ......................:L? $ap&tulo 0@ 7 2E46IA PU634 3I6EI24................;. 4 Pensamento Aristot"lico........................ :L C?. A 4bra e

 Autor ............................DL. A Escola Est,ica ............................. ::' gB. 4 Perfil da 2eoria Pura d3ireito...................D:. A Escola Epicurista............................ ::9 CC. 4s Princ&pios de $ausalidade de Ilnputa)*o.............

D'. A Filosofia do 3ireito em 6oma..................... ::; C. orma Jur&dic$onceito/ Estrutura ,gica/ ierar#uia ......D9. 4bserva),es Finais............................ ::? L. @alidade Eficcia............................$apttulo 0I 7 A FI414FIA 34 3I6EI24 A I3A3E MW3IA .....::B :. 3eveJur&dico e 3ireito 1ub8etivo...................D;. 4 $ristianismo............................... ::B i '. Fstado 3ireito .............................

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DD. 1ao Paulo ................................. ::C XY7YZ 9. 3ireito acional e 3ireiInternacional................D?. 1anto Agostinho.............................. :: ;XY7YZ Justi)a 3ireito .............................DB. 1anto Isidoro de 1evilha ......................... :': I D. A Id"ia do 3ireiatural .......... XY7YZ............XL:'Z