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PAULO RICARDO FIGUEIREDO DE OLIVEIRA
ANÁLISE DAS MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES DO CAMPUS
DO CEULP/ULBRA – PRÉDIOS 1, 5, 6 E 7.
Palmas - TO
2017
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PAULO RICARDO FIGUEIREDO DE OLIVEIRA
ANÁLISE DAS MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS EDIFICAÇÕES DO CAMPUS
DO CEULP/ULBRA – PRÉDIOS 1, 5, 6 E 7.
Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) II elaborado e apresentado como requisito parcial para obtenção do título de bacharel em Engenharia Civil do CEULP/ULBRA Orientador: Prof. M.Sc. Fábio Henrique de Melo Ribeiro.
Palmas - TO
2017
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4
DEDICATÓRIA
Agradeço a Deus, que me ama e tem derramado sua graça e misericórdia a cada
dia sobre minha vida.
Agradeço a minha esposa, Nayara, que teve compreensão e paciência comigo
durante esse período onde tive que me dedicar ao projeto.
Agradeço aos meus pais, José Doudamim e Nadia, por me incentivarem durante
todo o curso e me dar condições para que eu pudesse chegar onde cheguei até agora,
e por promoverem Deus na minha vida para construção do meu caráter.
Agradeço a meu orientador, Fábio Ribeiro, pelo conhecimento compartilhado e
por colaboração que deu a esse projeto.
Agradeço aos meus cunhados Natalia, Abdon, Leticia e minha sogra Martinha
pelo incentivo e apoio que me deram durante todo o curso.
Agradeço aos meus irmãos Ramon e Júlio César pelo carinho a amor que temos
uns pelos outros.
Agradeço a todos os professores do curso de engenharia civil que foram
responsáveis por me promoverem conhecimento técnico em todas as disciplinas.
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LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 - REPRESENTAÇÃO DE CUSTOS E FASES DA MANUTENÇÃO ........................................................................ 17 FIGURA 2 - ILUSTRAÇÃO DE EMPOLAMENTO ................................................................................................................ 19 FIGURA 3 - ILUSTRAÇÃO DE BOLOR ............................................................................................................................. 20 FIGURA 4 - ILUSTRAÇÃO DE EFLORESCÊNCIA ............................................................................................................. 21 FIGURA 5 - FISSURA POR SOBRECARGA NA ESQUADRIA ............................................................................................. 22 FIGURA 6 - FISSURAS HORIZONTAIS EM PAREDES POR RETRAÇÃO DE LAJES INTERMEDIARIAS .............................. 22 FIGURA 7 - RETRAÇÃO PLASTICA ................................................................................................................................ 23 FIGURA 8 - CARACTERÍSTICAS DE ESTRUTURAS COM CORROSÃO ............................................................................. 24 FIGURA 9 - IMAGEM DO CEULP/ULBRA .................................................................................................................... 26 FIGURA 10 - MAQUETE ELETRÔNICA DO CEULP/ULBRA ......................................................................................... 27 FIGURA 11 - MAQUETE ELETRÔNICA DO CAMPUS ...................................................................................................... 30 FIGURA 12 - ALVENARIA INTERNA - SECRETARIA ........................................................................................................ 31 FIGURA 13 - ALVENARIA EXTERNA – SECRETARIA ...................................................................................................... 32 FIGURA 14 - ALVENARIA EXTERNA - SECRETARIA ...................................................................................................... 33 FIGURA 15 - ALVENARIA EXTERNA - PRÉDIO 1 ........................................................................................................... 34 FIGURA 16 - ALVENARIA EXTERNA - PRÉDIO 1 – SALA DE REUNIÕES ....................................................................... 35 FIGURA 17 - ALVENARIA EXTERNA - PRÉDIO 1 – SALA DE REUNIÕES ....................................................................... 35 FIGURA 18 – ALVENARIA INTERNA - CAPELA .............................................................................................................. 36 FIGURA 19 - ALVENARIA INTERNA - CAPELA ............................................................................................................... 37 FIGURA 20 - ALVENARIA INTERNA – PRÉDIO 1 - CAPELA ............................................................................................ 38 FIGURA 21 - ALVENARIA INTERNA - PRÉDIO 1 - CAPELA ............................................................................................. 38 FIGURA 22 - ESPAÇO FUNCIONÁRIO - EXTERNA ......................................................................................................... 39 FIGURA 23 - ESQUADRIA - ESPAÇO FUNCIONÁRIO ..................................................................................................... 40 FIGURA 24 - DESCRIÇÃO DE VERGA E CONTRAVERGA ............................................................................................... 40 FIGURA 25 - SALA DA BIBLIOTECA - INTERNA .............................................................................................................. 41 FIGURA 26 – PAREDE EXTERNA – PRÉDIO 7 .............................................................................................................. 42 FIGURA 27 - PAREDE EXTERNA – PRÉDIO 7 ............................................................................................................... 43 FIGURA 28 – CALÇADA – PRÉDIO 7 ............................................................................................................................. 43 FIGURA 29 - COMPLEXO LABORATORIAL – TÉRREO ................................................................................................... 44 FIGURA 30 - COMPLEXO LABORATORIAL - 1 PISO ...................................................................................................... 45 FIGURA 31 - COMPLEXO LABORATORIAL - 1º PISO ...................................................................................................... 46 FIGURA 32 - COMPLEXO LABORATORIAL - CIRCULAÇÃO INTERNA ............................................................................. 46 FIGURA 33 - SALA DE AULA - PRÉDIO 6 ........................................................................................................................ 47 FIGURA 34 - SALA DE AULA - PRÉDIO 6 ........................................................................................................................ 47 FIGURA 35 - SALA DE AULA - PRÉDIO 6 ........................................................................................................................ 48 FIGURA 36 - SALA DE AULA - PRÉDIO 6 ........................................................................................................................ 48 FIGURA 37 - SALA DOS PROFESSORES - PRÉDIO 6 ...................................................................................................... 49 FIGURA 38 - PRÉDIO 6 - LABORATÓRIO DE SOLOS ..................................................................................................... 50 FIGURA 39 - PRÉDIO 6 – ALVENARIA INTERNA - LABORATÓRIO DE MATERIAIS .......................................................... 51 FIGURA 40 - ALVENARIA EXTERNA - LABORATÓRIO DE MATERIAIS ............................................................................ 52 FIGURA 41 - PRÉDIO 6 - ALVENARIA EXTERNA ........................................................................................................... 53 FIGURA 42 - PRÉDIO 6 - ALVENARIA EXTERNA ........................................................................................................... 53 FIGURA 43 – GRÁFICO DE MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS ESTUDADAS ....................................................................................... 55
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LISTA DE TABELAS TABELA 1 - SALAS POR PRÉDIO ................................................................................................................................... 29
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Sumário
1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 8
1.1 Objetivo Geral ........................................................................................................... 8
1.1.1 Objetivos Específicos ............................................................................................... 8
1.2 Justificativa ............................................................................................................... 9
2 REFERENCIAL TEÓRICO .......................................................................................... 11 2.1 Generalidades sobre Patologias .....................................................................................................11 2.2 Durabilidade ......................................................................................................................................11
2.3 Desempenho ................................................................................................................. 16
2.4 Vida Útil .......................................................................................................................... 16
2.5 Conceituando Manutenção .......................................................................................... 16
2.6 Empolamento e perda de aderência ............................................................................. 18
2.7 Bolor .............................................................................................................................. 19
2.8 Eflorescência ................................................................................................................. 20
2.9 Fissuras ......................................................................................................................... 21
2.10 Retração Plástica ........................................................................................................ 23
2.11 Movimentação térmica ................................................................................................ 23
2.12 Corrosão ...................................................................................................................... 24
2.13 Inspeção ...................................................................................................................... 25
3 METODOLOGIA ......................................................................................................... 26
3.1 Caracterização do objeto de estudo ............................................................................ 28
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ............................................................................... 30
5 CONCLUSÕES ........................................................................................................... 54
6 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ......................................................... 56
REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 57
8
1 INTRODUÇÃO
Segundo Verçoza (1991) por causa da busca pela economia, e rapidez no
processo de construção, aumenta-se o aparecimento de manifestações patológicas.
Com o conhecimento do comportamento dos materiais, utiliza-se de economia no
processo, porém, o menor erro pode gerar as manifestações patológicas, deixando de
atender o desempenho exigido.
Segundo a ABNT NBR 6118 (2014) conceito de durabilidade da obra ficou mais
claro no âmbito da construção civil, entendendo que uma edificação não tem que durar
para sempre, se não for acrescido valor adicional por isso. Sabe-se também, que a vida
útil da edificação pode ser atingida com as realizações de algumas atividades
preventivas realizadas pelo usuário, desde que prevista em projetos, caso contrário,
será um investimento além do que esperado pelo consumidor.
Com o surgimento de patologias, perdem-se algumas características da
edificação e em alguns casos o desempenho também, por isso, identificar as
manifestações patológicas para corrigi-las, além de manter as características de
projeto, faz com que a atividade seja menos onerosa se comparadas com ações de
correção quando em estado avançado, onde a possibilidade de materiais e métodos de
realização de manutenção são mais limitados.
Além de custo-beneficio, cada vez mais os consumidores têm exigido a
excelência na construção civil, para isso, detectar as causas e como esses
manifestações patológicas se dão é fundamental para a evolução da tecnologia na
construção civil em sentido da qualidade.
1.1 Objetivo Geral
Esta pesquisa tem como objetivo, analisar as manifestações patológicas
presentes nas edificações do CEULP/ULBRA e promover discussões sobre o
desempenho e durabilidade de edifícios institucionais.
1.1.1 Objetivos Específicos
Diagnosticar as manifestações patológicas aparentes presentes em 4 edifícios
do Centro Universitário Luterano de Palmas.
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Identificar os sintomas, origens, causas e os mecanismos das manifestações
patológicas encontradas no CEULP/ULBRA.
Identificar os ambientes que, por causa da manifestação patológica, houve
algum tipo de perda de patrimônio da instituição.
1.2 Justificativa
Idealiza-se que uma edificação ao ser executada, seja durável pelo tempo que foi
determinado pelo projetista, nesse processo de projeto até a utilização da obra, podem
ocorrer falhas que em muitos casos, dão origem a manifestações patológicas que
comprometem a estrutura, parcialmente ou como toda.
Faz-se importante o estudo em patologias pois mostra se há ou não um perigo
em potencial para o tipo de estrutura, se tratando do estudo de caso, riscos para as
edificações do campus, que com as devidas intervenções não trarão riscos aos
acadêmicos e colaboradores da instituição e nem para o patrimônio do CEULP/ULBRA,
contribuindo para que o desempenho proposto seja alcançado.
Nesse sentido, entender como se dá as manifestações utilizando a bibliografia
nesta área para identificar as causas e os mecanismos é fundamental para impedir que
a manifestação tenha um agravamento e que outras manifestações patológicas sejam
evitadas.
Então, já que atividades que evitam o agravamento e até o surgimento de novas
patologias geram uma economia de investimentos - se comparados com ações já em
fase de recuperação e reforço da estrutura – torna o estudo viável do ponto de vista
econômico.
Essas ações, também contribuem para manter o desempenho da edificação já
que com a presença de patologias, a estrutura deixa de funcionar de forma integra de
acordo com que ela foi projetada.
A garantia do desempenho e do alcance da vida útil de uma edificação, são de
responsabilidades dos profissionais da área da construção civil. Porém, a mão-de-obra
qualificada e profissionais que se dedicam a área de patologias em construção civil
ainda é precária. Por isso, estudos nessa linha de trabalho se faz importante para a
academia de Engenharias visto que assim o conteúdo desenvolvido durante o projeto
se disseminará.
10
Segundo o portal Oglobo (2017) investiu-se cerca de 2,18% do PIB brasileiro em
infra-estrutura entre os anos de 2001 e 2014, onde o ideal dos investimentos seria de
no mínimo 3%, e os países desenvolvidos investem cerca de 4 a 5% do PIB. Esses
investimentos são fundamentais para o crescimento da economia do pais, porém, além
de investi-se pouco, investi-se mal, com materiais de baixa qualidade e que não se
adequam as necessidades, causando uma série de problemas patológicos nas poucas
estruturas em processos de construção ou abandonadas.
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2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Generalidades sobre Patologias
Segundo o dicionário brasileiro, patologia é o estudo da doença, que segundo
Verçosa (1991) doença na construção civil se da como rachaduras, manchas, fissuras,
descolamentos, deformações, rupturas e etc.
Segundo Verçoza (1991) por causa da busca pela economia, e rapidez no
processo de construção, aumenta-se o aparecimento de manifestações patológicas.
Com o conhecimento do comportamento dos materiais, utiliza-se de economia no
processo, porém, o menor erro pode gerar as manifestações patológicas, deixando de
atender o desempenho exigido.
Segundo Souza e Ripper (p. 22, 1998), espera-se de uma estrutura de concreto
que atenda as finalidades para que foi destinado, sempre levando em consideração a
relação segurança-economia.
Quando se pretende que um produto atinja o nível de qualidade desejado, deve-se garantir que tenha conformidade com os requisitos de satisfação do cliente a um preço aceitável. Esta garantia é conseguida através de um conjunto de ações programadas e sistemáticas, necessárias para proporcionar a confiança apropriada de que o produto venha a atender às expectativas. (SOUZA e RIPPER, p. 22, 1998)
Salvo em casos de catástrofes naturais, os processos patológicos têm início
decorrentes de falhas que ocorrem durante processos da construção civil que podem
ser divididos em três etapas básicas: concepção, execução e utilização. (SOUZA e
RIPPER, p. 22, 1998) e segundo Verçosa
Em nível de qualidade, exige-se, para a etapa de concepção, a garantia de plena satisfação do cliente, de facilidade de execução e de possibilidade de adequada manutenção, para a etapa de execução, será de garantir o fiel atendimento ao projeto, e para a etapa de utilização, é necessário conferir a garantia de satisfação do utilizador e a possibilidade de extensão da vida útil da obra. (SOUZA e RIPPER, p. 22, 1998)
2.2 Durabilidade
A Associação Brasileira de Normas Técnica (ABNT), NBR: 6118 (2014) prevê
que durabilidade é a capacidade da estrutura que, em variadas condições de uso e
realizações de manutenções previstas, desempenha suas funções para que foi
desenvolvida até um tempo previsto de acordo com o projeto, suportando também a
agressões do meio ambiente em que a estrutura está inserida.
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Segundo Helene (2001) durabilidade não se confunde com vida útil pois a
durabilidade é a qualidade de uma estrutura em desempenhar sua função enquanto a
vida útil é a quantificação dessa qualidade em tempo, e pra que a estrutura possa ser
considerada durável, precisa desempenhar suas funções se relacionando tanto com
material utilizado na obra como com o meio que está inserido, implicando em sua
interação com meio ambiente e o tipo de uso que é feito.
O concreto durável é quando desempenha funções que lhe foram atribuídas,
tanto em resistência como em utilidade durante um período de tempo já predeterminado
na fase de projetos. É fundamental que o concreto suporte o processo de deterioração
e a esforços a que é submetido durante o tempo de uso. (NEVILLE, p. 481, 1997)
Porém, isso não significa que o concreto deva suportar a todo e qualquer esforço
que é submetido e por um tempo indeterminado, pelo contrário, já deve haver
programada as manutenções de rotina para que o concreto atinga a sua vida útil
determinada. (NEVILLE, p. 481, 1997)
Segundo Souza e Ripper (p.17, 1998) com o tempo percebeu-se que o concreto
é material instável, pois suas propriedades físicas e químicas são alteradas quando
seus componentes reagem com o meio ambiente. Com isso ocorrem os processos de
alterações - chamados de deterioração - que comprometem o desempenho de uma
estrutura, e os elementos agressores são chamados de agentes de deterioração.
Os agentes de deterioração atuam de forma particular em cada material, sendo
determinante para a velocidade e a forma de deterioração a natureza do material em
deterioração e as condições de exposição aos agentes de deterioração. (SOUZA e
RIPPER, p. 17, 1998)
Segundo Neville (p. 481, 1997) o processo de deterioração pode ser originado
por fatores externo ou por causas internas do próprio concreto, resultando em uma
durabilidade inadequada. As causas da deterioração do concreto podem ser químicas,
físicas ou mecânicas. Em casos de deterioração por motivos mecânicos, as causas
podem ser impacto, abrasão, erosão ou cavitação. Já nas causas de deterioração por
motivos químicos podem incluir reações álcali-sílica e álcali-carbonato – processos
internos -, e reações químicas por agentes externos ocorrem pela ação de ions
agressivos, como cloretos, dióxido ou sulfatos de carbono, líquidos e gases naturais ou
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industriais. Altas temperaturas e diferenças de coeficientes de dilatação térmica da
pasta de cimento hidratado e do agregado são compreendidas como causas para
deterioração física.
Uma das causas da origem de deterioração por ação de agentes agressivos e
processos físicos é a permeabilidade do concreto, que influenciará diretamente com a
capacidade desses agentes e da agua de permear pelo concreto, sendo que uma
característica importante a ser estudada é a porosidade do concreto.
Segundo Neville (p, 484. 1997) “o escoamento em poros capilares segue a lei de
Darcy para o fluxo laminar atravéz de meio poroso”:
dq/dt * 1/A = K1.
ρ. g/ƞ * ∆h/L
Onde: dt/dt = velocidade de escoamento da agua em m3/s
A = área de seção transversal do elemento, m2
∆h = diferença de altura da coluna hidráulica através do elemento, m.
L = espessura do elemento, m.
ƞ = viscosidade dinâmica do fluido, N.s/m2
ρ = massa específica do fluido, kg/m3.
g = aceleração da gravidade, m/s2
“O coeficiente K’ é expresso em metros ao quadrado e representa a
permeabilidade intrínseca do material, qualquer que seja o fluido.”
“Como, geralmente, o fluido é agua, pode-se escrever:
K = k1.ρ.g/ƞ ”
O coeficiente K é expresso em metro conhecido como coeficiente de permeabilidade do concreto, subentendendo-se que se refere à agua a temperatura ambiente. Este último atributo ocorre do fato de que a viscosidade da água varia com a temperatura. A equação pode então ser escrita: (NEVILLE, p. 484, 1997)
dq/dt * 1/A = K * ∆h/L
E, quando se atinge um regime estável de escoamento, K é determinado
diretamente. (NEVILLE, p. 484, 1997)
Segundo Neville (p. 488, 1997) a pasta de cimento hidratado é constituído de
partículas ligadas por uma pequena parte de sua superfície, por isso, uma parte da
água está adsorvida, essa, tem viscosidade elevada porém, tem mobilidade e participa
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do escoamento. Sabendo que a porosidade não é o único fator influenciador da
permeabilidade, outros fatores como dimensões, distribuição, forma e continuidade dos
poros são determinantes para essa característica. Desta forma, mesmo tendo menos
furos em quantidades, a pasta de cimento endurecida tem poros maiores,
proporcionando uma maior permeabilidade se comparado com o gel de cimento. Da
mesma forma, a água pode escoar mais facilmente pelos poros do cimento endurecido
do que pela pasta de cimento hidratada.
Segundo Silva (p. 61 apud BULLENTI, TEZUKA,NAI) permeabilidade do
concreto depende do tamanho dos furos, de como os poros estão dispostos, ou seja, a
distribuição dos poros, e da continuidade dos poros na pasta de cimento, depende
também da permeabilidade dos agregados, da zona de transição pasta/agregado, do
lançamento da pasta, adensamento e cura. A partir disso, compreende-se que a
porosidade, juntamente com substancias nocivas interferem significativamente na
questão da durabilidade.
A rigor permeabilidade se refere ao escoamento de um fluido através de um meio poroso. No caso do concreto, o deslocamento dos diversos fluidos se efetua não somente por escoamento através de meio poroso, mas também por difusão e adsorção. De modo que o que interessa realmente é a penetrabilidade do concreto. (NEVILLE, p. 482, 1997).
Como já visto anteriormente, quando mais tarde a correção de uma falha em
uma edificação, mais oneroso fica para executar a recuperação. Na fase de projetos, é
comum haver falhas, e as mais comuns, segundo Couto (2007)
Elementos de projeto inadequados e má definições das ações atuantes;
Falta de compatibilização entre estrutura e arquitetura, bem como os
demais projetos civis;
Especificação inadequada de materiais e materiais esbeltos que podem
gerar grandes deformações na estrutura;
Detalhamento insuficiente ou errado;
Detalhes construtivos inviáveis como juntas de dilatação sujeitas a
infiltração próximos a elementos estruturais.;
Falta de compatibilização entre os projetos da edificação;
Falta de padronização das representações (convenções)
15
Erros de dimensionamento e no estudo do solo quanto sua capacidade de
carga.
De acordo com a NBR 12654 (1992), é necessário ter o controle dos materiais
utilizados na execução da obra para que seja de acordo com o especificado com o
projeto. No cimento por exemplo, deve ser monitorado seus aspectos físicos e
químicos, como finura, início e fim de pega, resistência a compressão, expansibilidade,
calor de hidratação, resistência ao fogo e quantidade de aluminato tricálcio e de álcalis.
A NBR 14931 (2004) define a etapa de execução das atividade sendo elas,
sistemas de formas, armaduras, concretagem, cura e outras, sendo que falhas nessa
etapa podem provocar danos ao desempenho da estrutura de concreto.
São comuns erros nessa etapa da seguinte origem:
Armazenamento inadequado de materiais no canteiro de obra, fazendo
que com que os materiais comprometam a qualidade do concreto.
Materiais inadequados ou desgastados como formas;
Desobediência ao detalhamento da armadura;
Concretagem deficiente, sem adensamento apropriado;
Cura inadequada do concreto;
Desforma de forma errônea;
Desde a fase de execução, há ações químicas, físicas e biológicas, que atuam
na argamassa do concreto de forma que agentes agressores penetram de dentro para
fora causando assim manifestações patológicas como: fissuração, eflorescência,
ataque por cloretos e sulfatos, reação álcali agregado, corrosão de armaduras e
carbonatação. (SOUZA, 2014, p. 18)
Mesmo quando essas duas etapas anteriores forem realizadas com a qualidade
adequada, as estruturas podem apresentar problemas patológicos oriundos da
utilização de forma errada, pela falta de um programa de manutenção ou um programa
de manutenção ineficiente da obra, de forma que o usuário pode se tornar o
responsável por gerar a deterioração da estrutura, seja por desleixo ou por falta de
conhecimento. (SOUZA e RIPPER, p. 27,1998).
A seguir, estudaremos sobre alguns tipos de manifestações patológicas
apresentadas no campus do CEULP/ULBRA durante a pesquisa.
16
2.3 Desempenho
Como já dito acima, desempenho é a capacidade da estrutura de realizar as
atividades para que foi desempenhada – interagindo com o meio ambiente e resistindo
aos esforços solicitados - sem deteriorações que prejudicam sua estética, sua utilização
e sua atuação mecânica, para isso, evitar a presença de manifestações patológicas é
fundamental.
Segundo Andrade e Silva (2005), a presença de alguma manifestação patologia
está diretamente relacionada a perda de desempenho, sendo que a estrutura é
prejudicada no aspecto de utilidade, estético ou mecânico.
2.4 Vida Útil
Segundo Klein (1999) a vida útil de uma obra será determinada pelos cuidados
em relação a ela na fase de projetos, na execução e na fase do uso, com a utilização
adequada e na manutenção apropriada em seu tempo previsto pelo projetista. Como já
exposto anteriormente, a vida útil é a quantificação em tempo da qualidade que a
estrutura tem de permanecer durável diante de agentes como calor, umidade, ações do
vento e sobrecargas.
A ABNT NBR: 6118 (2014) define a vida útil de projeto sendo o “período de
tempo durante o qual se mantêm as características da estrutura de concreto, sem
intervenções significativas, desde que atendidos os requisitos de uso e manutenção
prescritos pelo projetista e pelo construtor.”
Segundo Helene (1992) o concreto terá a vida útil elevada se houver
sistemáticas manutenções e periódicas, mesmo assim, a estrutura pode sofrer efeito de
alguma ação além do que o esperado na fase de projetos e vir a perder seu
desempenho, antecipando o fim da sua vida útil.
2.5 Conceituando Manutenção
Segundo a NBR 5674, manutenção é definida como conjunto de ações a serem
tomadas com o intuito de recuperar ou manter o desempenho adequado da edificação
de forma a atender a segurança de seus usuários.
É importante conhecer alguns conceitos de manutenção ditos pela ABNT:
A manutenção de edifícios visa a preservar ou a recuperar as
condições ambientais adequadas ao uso previsto para as edificações.
17
A manutenção de edifícios inclui todos os serviços realizados para
prevenir ou corrigir a perda de desempenho decorrentes da deterioração dos
seus componentes, ou de atualização nas necessidades dos seus usuários.
A manutenção de edifícios não inclui serviços realizados para
alterar o uso da edificação.
Andrade (1992) ainda destaca que há dois tipos de manutenções: preventiva e a
corretiva. A manutenção preventiva, é aquela descrita ainda em fase de projetos para
que sejam tomadas algumas ações durante o uso da estrutura para que se atingir a
vida útil especificado. Vale ressaltar que esse tipo de manutenção é especificado ainda
em fase projetos. Já a segunda, são ações a fim de corrigir algum tipo de deterioração
para que a estrutura não venha a colapso.
Outro responsável pela contribuição da garantia da vida útil, desempenho e
durabilidade da edificação é o usuário, – além, é claro, do proprietário e o investidor - já
que deve realizar algumas medidas de utilização determinadas pelos projetistas,
respeitada e viabilizada pelo construtor para atingir o desempenho da obra. (NEVILLE,
p. 21, 1997)
E na demora de uma política de manutenção, e até mesmo a iniciação dela, faz
com que os gastos com os reparos sejam ainda maiores. Segundo a lei de Sitter, dada
o nome de lei de evolução dos custos, quanto mais tarde for feita a correção, maior é o
gasto feito para a correção respeitando uma progressão geométrica de razão cinco.
Segue na figura 1 a ilustração da lei de Sitter:
Figura 1 - Representação de custos e fases da manutenção
Fonte: VITORIO, 2006.
18
Segue a relação de gastos com correções a cada etapa segundo Helene(1997),
conforme dito acima:
Projeto = 1 – nessa fase se enquadram todas as medidas tomadas na
intencionalidade de aumentar a durabilidade e a proteção da estrutura como aumentar
o cobrimento da armadura, diminuir a relação água-cimento, aumentar o fck do
concreto, especificar adições no concreto, adotar um tratamento superficial com protetor
da estrutura e outros, dessa forma, são enquadrados na fase um, com o custo mais
baixo entre todas as fases.
Execução = 5 – na fase seguinte, estão todas as medidas extra projetos,
que são tomados na etapa de execução da obra que implica em 5 vezes o custo se
comparado com a medida tomada em faze de projeto. Pode se observar, por exemplo,
que nessa fase, ao tomar uma decisão de redução da relação água/cimento para
aumentar a durabilidade, sendo que em fase de projeto, permitiria uma redução de
sessão de concreto, redução de armadura e de peso próprio.
Manutenção preventiva = 25 – nessa fase, são caracterizadas as
operações isoladas de forma a manter a estética e o bom funcionamento da edificação.
Um exemplo de manutenção dessa etapa são as pinturas frequentes e atividades
realizadas por um mal planejamento de projeto. Custam 25 vezes mais, caso o
problema fosse corrigido ainda em fase de projetos. Mesmo assim, ainda é mais
econômico que aguardar a estrutura apresentar manifestações patológicas onde as
manutenções serão corretivas.
Manutenção corretiva = 125 – trata-se dos trabalhos de diagnostico,
reparo, reforço e proteção das estruturas que anteciparam o fim da vida útil descrita em
projeto e já apresentam a presença de manifestações patológicas.
2.6 Empolamento e perda de aderência
Segundo Borges (2008), o empolamento nas alvenarias ocorre pela ação de
agentes agressores externos como intemperes, ou por perda de aderência do
substrato, fica visivelmente perceptível quando há o empolamento da argamassa, onde
cria-se irregularidades.
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Segundo Cincotto (1998) é possível haver um deslocamento do revestimento
quando há um excesso de umidade na alvenaria, descolando o reboco do emboço,
formando bolhas.
A perda de aderência ocorre pela falta de homogeneidade da estrutura causando
a separação física entre materiais, e consequentemente, fissuras. A aderência também
está ligada a porosidade do material, quanto menor o índice de vazios superficial do
material menor será a sua aderência, ou a aderência de outros materiais à ele. Sendo o
material mais poroso, mais fácil é a aderência de outros materiais à ele. Abaixo, na
figura 2, uma imagem ilustrando o empolamento:
Figura 2 - Ilustração de empolamento
Fonte: MARCOS, A., 2016.
2.7 Bolor
Segundo Shirakawa (1995) o bolor é a presença de vários tipos de fungos
filamentosos sobre qualquer tipo de substrato como o exemplo de argamassas
inorgânicas que com o desenvolvimento desses microrganismos nas alvenarias internas
e externas causam alterações estéticas, formando manchas escuras de tonalidade
escura.
O aparecimento do bolor é relacionado com a existência constante de umidade,
sendo comum em paredes umedecidas por infiltração de agua ou por vazamentos de
tubulações, dai, evita-se o bolor ou mofo ainda na fase de projetos quando se garante a
ventilação, insolação adequada de cada ambiente, e compatibilização de projetos para
20
que não haja vazamentos de tubulações do interior da alvenaria. (ALUCCI; FLAUZINO;
MILANO, 1985). Abaixo, na figura 3, segue uma ilustração de bolor:
Figura 3 - Ilustração de Bolor
Fonte: MISTURAGERAL, 2016.
2.8 Eflorescência
Segundo Uemoto (2002) nesse tipo de manifestação patológica, são formados
depósitos de sais brancos na superfície do revestimento quando esses sais solúveis
presentes na argamassa de cimento migram para o exterior da alvenaria. Essa
migração é feita quando transportados pela água da hidratação do cimento, de limpeza
ou por infiltração e quando entram em contato com o ar, a água evapora e os sais se
solidificam.
Segundo Diniz (1993) evita-se essa manifestação patológicas aguardando a
secagem da superfície para só depois ser pintada. Quando já existe a manifestação
patológica, deve-se limpar o deposito de sais por raspagem, utilizar o selador resistente
a álcalis e pintar novamente com tinta látex acrílica, em caso de fachadas externas.
Esse mecanismo é descrito da seguinte equação:
Ca (OH)2 + CO2 H2O CaCO3 + H2O
Abaixo, como segue a figura 4, uma ilustração de eflorescência:
21
Figura 4 - Ilustração de Eflorescência
Fonte: BLOG ELMAESTRODECASAS, 2011.
2.9 Fissuras
Duarte (1998) classifica fissura – que são aberturas de até 0,5 mm - em alguns
parâmetros. São eles:
Atividade:
Ativas: fissuras que apresentam mudança com o passar do tempo ou que
apresentam uma crescente em sua abertura.
Inativas: são aquelas que não apresentam mudança em seus estado físico
com o tempo.
Forma:
Isoladas: Fissuras individuais que seguem em uma direção predominante.
Disseminadas: aquelas que se apresentam em forma de rede de fissuras,
sendo mais comum em revestimentos.
Causas:
Excesso de carregamento
Variação de temperaturas
Retração e expansão
Pela deformação da estrutura
Recalque das fundações
Reações químicas
22
Detalhes construtivos incorretos
Direção:
Verticais
Horizontais
Diagonais
Quanto a fissuração da estrutura por conta de sobrecargas em torno de
aberturas, segundo Thomaz (1989) ocorrem pelo esforço de compressão excessivo
sobre os vãos o que origina o aparecimento de fissuras nos vértices das aberturas, e se
apresentam de formas diferentes, pois dependem de elementos construtivos da
alvenaria como vergas e contravergas e a própria alvenaria em seu tamanho e rigidez,
como segue a figura 5:
Figura 5 - Fissura por sobrecarga na esquadria
Fonte: Thomas (1998)
Já as fissuras por causa de retração da laje, segundo Duarte (1998) é comum
ocorrer esse tipo de fissura quando a laje sofre uma movimentação causada pela
retração onde as paredes não acompanham o movimento, levando a fissuração. O
principal motivo dessa manifestação patológica é a perda muito rápida de água da
pasta de cimento, por secagem como mostra a figura 6:
Figura 6 - Fissuras Horizontais em Paredes por Retração de Lajes Intermediarias
Fonte: (THOMAZ, 1999)
23
2.10 Retração Plástica
Segundo Scartezini (2002) materiais com bases cimentícia são propícios a
sofrerem retração por secagem, que é um produto de um fenômeno físico quando
aplicada a argamassa em estado mais líquido, e no processo de secagem, a
argamassa sofre tração, fissurando e comprometem a durabilidade da estrutura.
Segundo Cincotto (1998) as fissuras mapeadas ocorrem por causa da retração
da argamassa base da alvenaria e são apresentadas em forma de mapa em toda
superfície.
A figura 7 é um exemplo desse tipo de manifestação:
Figura 7 - Retração Plastica
Fonte: Neto, 2007
2.11 Movimentação térmica
Segundo a ABNT – NBR 6118 (2014), movimentações de origem térmicas
podem dar início a deterioração da estrutura como todo e podem ser evitadas com
medidas específicas que devem ser observadas em projeto, de acordo com a própria
norma. Essas medidas podem ser: a) a existência de juntas de dilatação em estruturas
sujeitas a variações volumétricas. b) isolamentos isotérmicos, em casos específicos,
para prevenir patologias devidas a variações térmicas.
Segundo Dal Molin (1988), as variações de temperaturas externas podem
ocorrer por mudança climática, incêndios, e as variações internas são decorrentes do
calor de hidratação do concreto. Segundo Aranha (1994) essas fissuras se apresentam
24
de forma padronizada e podem ser evitadas com a construção adequada das juntas de
dilatação para que os materiais se comportem sem danificar a estrutura.
Essas fissuras também são originadas devido a impossibilidade do material de
se movimentar. Em casos de muita restrição de movimentação do material, a mínima
variação de volume provoca tensões internas levando a fissuração.
2.12 Corrosão
No concreto armado, uma das principais manifestações patológicas tem sido a
corrosão da armadura. Segundo Aranha (1994) quando a permeabilidade do concreto é
elevada, quando há falhas na elaboração do projeto estrutural, ou execução da obra,
quando não há o cobrimento necessário da armadura, há uma grande possibilidade da
estrutura sofres de corrosão da armadura.
Se dá por um processo que necessita de duas matérias, sendo elas o oxigênio e
a água, sendo ele eletroquímico pois transforma o metal em um íon metal quando a
barra perde seção pelo processo de corrosão e formando elementos de característica
expansiva que acumulam tensões internas que acabam fissurando o concreto devido os
esforços, deixando as armaduras mais expostas, acelerando o processo de corrosão
(CASCUDO, 2005)
Segundo Helene (2003) essa expansão provoca um aumento de volume de seis
a dez vezes maior que o volume original. Segundo o autor, há algumas características
apresentada pelas vigas e pilares quando há manifestação patológica do tipo de
corrosão da armadura como segue a figura 8:
Figura 8 - Características de estruturas com corrosão
Fonte: HELENE, 2003.
25
2.13 Inspeção
Segundo Cascudo (1997, p. 77, 79) a primeira identificação do problema
patológico é pelos métodos visuais para a caracterização de todos os sintomas. Esses
métodos visuais, inseridos em uma inspeção preliminar, podem demandar de uso de
equipamentos como lupas, máquinas fotográficas, trenas e outros na intencionalidade
de registrar todas as anomalias encontradas na edificação para, a partir daí identificar
os tipos de patologias que atuam na edificação.
A inspeção preliminar consistirá em um exame visual para caracterizar todos os sintomas, assim como realizar um número pequeno de ensaios que permitam avaliar o problema e, dependendo do caso, preparar um plano mais detalhado para desenvolver uma inspeção pormenorizada. (ANDRADE, 1992 p. 51)
Segundo Barros (1997, apud SEGAT,2005) para determinar a gravidade da
manifestação patológica sobre a estrutura é preciso observar se ela é generalizada ou
localizada. Em caso de localizada, apenas aquela parte da estrutura precisa passar
pelo processo de reparo ou correção. Em caso de generalizada, deve-se tomar
medidas para vistoria de todo edifício e seguir o seguinte roteiro de vistoria:
Iniciar a visita pela parte superior do edifício, seguindo então
para a parte do térreo do edifício.
Cada ambiente de interesse do edifício deve ser vistoriado
obedecendo um sentido, horário ou anti-horário.
Após vistoriado o interior do edifício, partir para o exame do
exterior da edificação.
Fazer levantamento de dados de qualquer elemento
importante para o estudo.
Segundo Andrade (1992, p. 51) é recomenda-se que seja feita uma inspeção
preliminar que é feito no exame visual para a observação e registro de todos os
sintomas, e dependendo do caso, preparar minunciosamente atividades para a
inspeção detalhada para a caracterização e quantificação da deterioração da estrutura.
No presente trabalho, não é possível fazer a utilização de ensaios para determinar a
gravidade dos problemas encontrados.
26
3 METODOLOGIA
Essa pesquisa é de caráter de estudo de caso, visto que o objeto em estudo são
as edificações do CEULP/ULBRA. Sabendo que não a como mensurar a gravidade da
manifestação patológica em números, a pesquisa se torna qualitativa de igual forma. É
de característica exploratória dada com a utilização de levantamentos bibliográficos por
meio de livros, artigos, revistas e dissertações sobre manifestações patológicas que,
comparadas com imagens fotografadas do objeto de estudo, é feito o diagnóstico.
Segue as etapas por ordem cronológica:
O trabalho foi realizado no Centro Universitário Luterano de Palmas situado na
Avenida Teotônio Segurado, Quadra 1501 sul, Palmas – TO, CEP: 77.019-900
conforme mostra figura 9, com a utilização do google maps.
Figura 9 - Imagem do CEULP/ULBRA
Fonte: https://www.google.com.br/maps/@-10.2757789,-48.3349819,732a,35y,90h/data=!3m1!1e3
Inicialmente foi feita a inspeção preliminar por exame visual, em seguida foi feito
o registro por fotos de cada manifestação patológica presente nos prédios 1, 5, 6 e 7 do
campus do Centro Universitário Luterano de Palmas, sendo registrado, elemento por
elemento, com a intenção de comprovar se os sintomas e a natureza do problema são
iguais em todas as manifestações ou se a causas são diversas para tipos de patologias
diferentes em pontos distintos do campus, como mostra a figura 6 de uma maquete
N
27
eletrônica do CEULP. Nessa visita, apenas o prédio 1 foi visitado e feito o registro das
manifestações patológicas. Na segunda visita, foram registradas as manifestações
encontradas nos prédios 5 e 7, e na terceira visita o registro do prédio 6.
Figura 10 - Maquete eletrônica do CEULP/ULBRA
1 – Prédio administrativo
2 – Prédio 2
3 – Prédio 3
4 – Prédio 4
5 – Prédio 5
6 – Prédio 6
7 – Prédio 7
C – Central de atendimento ao aluno
H – Hospital veterinário
G – Ginásio poliesportivo
Fez-se a anotação de todos os sintomas visuais presentes em cada
manifestação patológica como manchas, cores, texturas e tamanhos de fissuras por
medições com a utilização de fissurômetro e posterior, a identificação da agressividade
do ambiente sendo ele um ambiente que tenha uma influência moderada para com a
edificação.
28
Não foi possível fazer ensaios com corpos de provas, nem por retirada de
material, sabendo que a edificação da instituição de ensino não pôde ser alterada em
sua estética.
Sendo assim, foi feita uma análise visual ampla, com o registro das
manifestações acumulando todas as observações que foram feitas como sugere
Andrade (1992, p. 57)
Os registros das imagens foram feitos com câmera semiprofissional pelo autor do
projeto quando feita a visita in loco.
Utilizou-se caneta e prancha de papel A4 para anotações e registro de alguns
detalhes que não foram compreendidos nas fotos. Foi utilizada também, durante a visita
in loco, escalímetro de 30cm com escala de 1/100, e fissurimetro, quando necessário,
para a medição de fissuras e rachaduras, ou outros exemplares de manifestações
patológicas e para referência visual das dimensões delas.
Comparou-se as imagens registradas durante o trabalho com imagens de
manifestações patológicas catalogada em literaturas nessa área para o procedimento
de identificação delas e suas origens.
Destacou-se as possíveis causas de manifestações patológicas com maior
frequência encontradas durante o estudo, sendo que foram quantificadas o total de
patologias e agrupadas por tipo de manifestação com a utilização de tabelas e gráficos.
Para os resultados e discussões, levou-se em consideração as imagens
registradas durante o trabalho - elas são apresentadas no projeto - com manifestações
patológicas catalogadas e literatura com assuntos dessa área para o diagnóstico, o
mecanismo, origem e as principais causas de suas ocorrências. Não é feito o
procedimento de anamnese, tendo em vista não ter acesso aos projetos e memoriais
descritivos. Sendo entrevistados, quando necessário, os responsáveis administrativos
do campus.
3.1 Caracterização do objeto de estudo
O prédio administrativo e o prédio dos labins são compostos por concreto
armado e alvenaria de vedação e os prédios seis e sete são compostos de estrutura
metálica, alvenaria de vedação e drywall.
Segue a relação de prédios, dividido por andares, e tipo de salas da edificação:
29
Tabela 1 - Salas por Prédio
Edificação Tipo de salas
Prédio 1 – Térreo Secretaria, sala de reuniões e
direção acadêmica; biblioteca,
capela e circulação.
Prédio 1 – 1º Piso Biblioteca e auditório.
Prédio 5 – Complexo Laboratorial
Térreo
Laboratórios e salas administrativo
Prédio 5 – Complexo Laboratorial
1º Piso
Laboratórios e coordenações
Prédio 5 – Complexo Laboratorial
2º Piso
Laboratórios e Mini auditório
Prédio 5 – Complexo Laboratorial
3º Piso
Laboratórios e Mini auditório
Prédio 6 – Terreo Laboratório de solos e Laboratório
de materiais
Prédio 6 - 1º Piso Salas de aula, coordenação e sala
dos professores
Prédio 7 – Labins - Térreo Salas de aula.
30
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Após entrevistas com funcionários e responsáveis pela manutenção dos prédios,
relatou-se que o campus de Palmas sofre com problemas de umidade principalmente
pela intensidade da precipitação e o volume de água relativamente grande.
Depois das manifestações patológicas terem sido diagnosticadas, foi discutido
sobre os sintomas, mecanismos, origens e as causas delas.
A primeira edificação visitada foi o Prédio 1, que se encontram os setores
administrativos do Ceulp como mostra a identificação da figura 11.
Figura 11 - Maquete Eletrônica do Campus
Foram encontradas manifestações patológicas como segue.
Na secretaria geral:
31
Figura 12 - Alvenaria Interna - Secretaria
No caso da figura 12, percebe-se que há falhas no revestimento, causando um
desconforto visual, que possivelmente é uma falha provocada pela umidade em período
chuvoso. Essa umidade provoca uma má aderência do revestimento com a argamassa.
Nota-se que nessa mesma alvenaria, na parte externa da edificação, é encontrado
sinais de retração plástica onde vê-se fissuras inativas em formas de mapas que ocorre
no processo de cura do concreto pela perda rápida de humidade devido a evaporação
da água da pasta de cimento em suas primeiras horas de cura.
Segundo Carasek (2007) as principais atribuições do revestimento são:
Proteger a alvenaria e a estrutura contra a ação de intemperismo;
Integrar o sistema de vedação do edifício, contribuindo com isolamento térmico,
isolamento acústico, estanqueidade à água, segurança ao fogo e resistência ao
desgaste superficial.
Regularizar a superfície dos elementos de vedação e servir como base para
acabamentos decorativos, contribuindo para a estética da edificação.
32
A seguir, na figura 13 e 14, percebe-se que há fissuras na alvenaria da parte
externa da secretaria como foi dito anteriormente:
Figura 13 - Alvenaria externa – Secretaria
33
Figura 14 - Alvenaria Externa - Secretaria
Mesmo com essas fissuras, manchas e má aderência do revestimento na parte
interna do setor, essa manifestação patológica não produz umidade excessiva no
ambiente ao ponto de haver perda de materiais já que a estrutura passa por reparos
frequentes, sendo a última reforma feita no início do ano de 2017, onde trocou-se a
pintura do ambiente.
Na parte externa da estrutura do prédio 1, também nota-se outros pontos de
umidade na estrutura causando uma patologia no local de observação conforme item
2.7. Segue a figura 15, ilustrando a presença de bolor.
34
Figura 15 - Alvenaria Externa - Prédio 1
Pode-se notar a presença de manchas de umidade e bolor, que são provocadas
pela umidade excessiva nesse local, proveniente de chuvas e infiltração de água de
tubulação interna, sabendo que a mancha é percebida desde o ponto de cima da janela
até o solo, onde vê-se o ponto de liberação de água, como destacado na imagem pelo
circulo. Esse tipo de patologia não traz risco a estrutura, não prejudicando o
desempenho da edificação.
35
Figura 16 - Alvenaria Externa - Prédio 1 – Sala de Reuniões
Figura 17 - Alvenaria Externa - Prédio 1 – Sala de Reuniões
Nessas imagens, das figuras 16 e 17, percebe-se uma quantidade de umidade
excessiva no rodapé da alvenaria na parede externa do prédio 1. Isso ocorre quando a
um problema ou deficiência na impermeabilização da parte inferior da alvenaria. Sendo
36
assim, o solo transmite umidade para a alvenaria e essa, se expande alguns
centímetros para cima por capilaridade devido a porosidade do concreto, como já foi
dito no item 2.1, quando dito sobre porosidade. Assim como as anteriores, esse tipo de
patologia não afeta de forma significativa para o desempenho da estrutura causando
apenas um desconforto do ponto de vista estético.
Observa-se outros pontos de deficiências da edificação na capela. Por ser a
última do prédio, há muitos pontos de infiltração de água proveniente de chuva e por
umidade do solo. Na figura 18, pode se perceber uma fissura no rodapé:
Figura 18 – Alvenaria Interna - Capela
Fissura
Após entrevista com o capelão geral do Ceulp, constatou-se que em dias de
chuva, há transbordo de água nesse local como destacado na figura 18, sendo que há
vazamento do primeiro pavimento até a parte que a cerâmica destacada.
Possivelmente, proveniente de uma tubulação que está causando a infiltração.
37
Figura 19 - Alvenaria Interna - Capela
Percebe-se que na capela, a mesma parede que ocorre a patologia da figura 18,
também ocorre a manifestação da figura 19 que é a infiltração de água, vinda da parte
superior da parede, podendo perceber manchas provenientes de excesso de umidade,
que ao longo do tempo pode ficar mais evidente. Ao contrário das manifestações
anteriores, esse tipo de manifestação patológica compromete o desempenho da
estrutura, visto que a umidade dentro do ambiente pode danificar equipamentos de
dentro do estabelecimento como piano, livros e estantes que ficam encostados na
parede, levando-os a deterioração por umidade.
A figura 20 já mostra um outro tipo de manifestação patológica.
38
Figura 20 - Alvenaria Interna – prédio 1 - Capela
Nota-se que se trata de uma mancha branca, provocada pelo excesso de
umidade do local chamada de eflorescência. É a reação química do dióxido de carbono
presente no ar ou na água com componentes da pasta de cimento carreados pela água
para o lado externo da alvenaria. Também na figura 21, nota-se o empolamento:
Figura 21 - Alvenaria Interna - prédio 1 - Capela
39
Figura 22 - Espaço Funcionário - Externa
Na figura 22, nota-se um desplacamento do concreto que por ser paralelo à
extremidade da parede, julga-se possivelmente ser uma corrosão da armadura do pilar,
levando a expansão das barras, o que gera esforço internos que o concreto não resiste,
sendo ele resistente para suportar esforços de compressão e fraco para suportar
esforços de tração, como esclarece o item 2.12.
Na figura 23 vê-se algumas fissuras na extremidade da esquadria em sentido
diagonal na direção do solo. Isso se dá possivelmente pelo incorreto processo de
construção da obra, onde a alvenaria sofre uma sobrecarga próxima ao vão causando
assim a fissura. O erro no método construtivo é não executar a verga e contraverga do
vão para essa estrutura sim distribuir as tensões que seriam distribuídas sobre a
esquadria. Percebe-se muitas vezes uma flambagem na estrutura da esquadria na
parte superior por conta da sobrecarga.
40
Figura 23 - Esquadria - Espaço Funcionário
Fissura essa, parecida com fissuras catalogadas como mostra o item 4.9.
Uma ilustração, como a figura 24, mostra como as vergas e contravergas devem
ser executadas de forma a evitar essas fissuras como acima:
Figura 24 - Descrição de Verga e Contraverga
FONTE: FROLLINI, C. B., 2016,
Ainda no prédio 1, na biblioteca, pode se perceber uma sala com uma grande
área com excesso de umidade, mostrando alguns pontos de bolor como descrito no
41
item 2.7, trazendo inúmeros problemas para os materiais do interior da sala, como
mostra a figura 25:
Figura 25 - Sala da Biblioteca - Interna
Em entrevista com a responsável pelo setor da biblioteca, relatou-se que por
causa da umidade muito grande na sala, no início do ano de 2017 vários livros foram
desfeitos pois absorviam umidade e estragaram. Dessa forma, essa alvenaria já não
está desempenhando todas as funções para que foi construída.
No prédio 7 ou labins, conforme figura da maquete do CEULP/ULBRA,
percebemos alguns pontos de umidade como segue a figura 26:
42
Figura 26 – Parede Externa – Prédio 7
Como selecionado na imagem, vê-se manifestação patológica de bolor. Segundo
Alucci e Flausino e Milano (1985) o bolor pode ser encontrado comumente nas
edificações em regiões tropicais, é considerado um problema de grandeza econômica
pois exige que constantemente se faça manutenção do revestimento, gerando gastos
dispendiosos. É comum o emboloramento de alvenarias com alto grau de umidade
sendo por infiltração ou por vazamentos de tubulações no interior da alvenaria. O Bolor
é um tipo de microrganismos do tipo fungo que tem como principio fundamental para a
sua proliferação, a umidade, por isso, evita-se o bolor com a presença dos raios
solares, ventilação e a diminuição do risco de umidade.
Ainda no prédio 7, percebe-se uma rachadura na alvenaria e fissuras na calçada.
Nota-se na figura 27 que a rachadura já tem uma dimensão bem maior que o comum
variando de 1,5 mm a 5,0 mm. Essa rachadura apresentada na figura, segundo o item
2.9 é caracterizada como ativa, pois percebe-se uma crescente da fissura conforme o
seu comprimento; isolada e no sentido em diagonal. De acordo com entrevista com o
funcionário do CEULP/ULBRA, Rangel Silva, que presenciou as etapas de construção
do prédio, essa rachadura no revestimento se dá pelo método construtivo. Segundo ele,
no processo de construção dos pilares do prédio 7, foi-se utilizado tubulações de PVC
como formas para os pilares que posteriormente não sendo desformados, criou-se um
problema de aderência do revestimento com o pilar, pois como já dito no item 2.6, o
43
reboco sofre de má aderência com o material PVC, que ao solicitado pela estrutura de
cobertura, descola-se do pilar.
Figura 27 - Parede Externa – Prédio 7
Figura 28 – Calçada – Prédio 7
44
Já as fissuras no piso da figura 28, nota-se ser oriundo de movimentação
térmica como exposto no item 2.11. Por causa da dilatação térmica diferentes entre os
materiais do contrapiso, gerou-se fissuras no sentido e nos locais onde deveriam haver
juntas de dilatação para que os materiais se movimentassem livremente quando
expostos a variações de temperaturas.
A seguir, nas figuras 29 e 30, nota-se a presença de umidade e bolor na
alvenaria, encontradas no prédio 5:
Figura 29 - Complexo Laboratorial – Térreo
45
Figura 30 - Complexo Laboratorial - 1 Piso
Nota-se a presença de umidade excessiva tanto no pavimento térreo quanto no
primeiro pavimento do prédio 5 e a presença de bolor como descrito no item 2.7, que
segundo entrevista com assessor administrativo, é proveniente da drenagem da agua
dos condicionadores de ar, sendo que essa tubulação teve um rompimento. Esse tipo
de patologia acaba gerando muitos gastos, já que há a necessidade de manutenção e
correção do revestimento com muita frequência afim de manter o controle quanto a
umidade e estética da estrutura. Também foi visitado o interior desses ambientes e não
há presença de manifestação patológica aparente, pois segundo a responsável, no mês
de julho de 2017 houve uma manutenção da estrutura. Porém, antes da manutenção,
segundo ela, houve uma perda de materiais do laboratório por conta da umidade
presente no ambiente.
Ainda no primeiro pavimento do prédio 5, nota-se uma fissura entre uma sala e
outra, a cima da esquadria como descrito no item 2.11, como mostra a figura 31 e a
seleção, como segue a imagem.
46
Figura 31 - Complexo laboratorial - 1º Piso
Ainda no complexo laboratorial, fez-se o registro de uma infiltração entre o
primeiro piso e o segundo, sendo perceptível a visualização de presença de água entre
os dois pavimentos de forma indevida. Após entrevista com Rangel Silva, essa umidade
é originada da junta de dilatação entre os prédios que por deficiência de
impermeabilização da junta, infiltra-se água, sendo percebida em todos os pavimentos,
como mostra a figura 32:
Figura 32 - Complexo Laboratorial - Circulação Interna
47
Foi visitado também o prédio 6 do campus, onde foi encontrado umidade
excessiva nas seguintes salas do primeiro andar: 616, 617, 618, 619, 622, 623, 624,
625, 626, 628, 629, sala de multimídia, sala dos professores e coordenação de curso.
Grande parte da umidade é pela infiltração de água pelas ligações da alvenaria e as
esquadrias e também pelo forro, como mostram as figuras 33, 34, 35 e 36:
Figura 33 - sala de aula - prédio 6
:
Figura 34 - sala de aula - prédio 6
48
Figura 35 - sala de aula - prédio 6
Figura 36 - sala de aula - prédio 6
Em todas essas salas que foram citadas encontrou-se essas manchas de
umidade próximos as esquadrias. Além da sala dos professores, como mostra a figura
37:
49
Figura 37 - sala dos professores - prédio 6
Ainda no prédio seis, foi percebido e registrado alguns setores do térreo que
apresentaram problemas referentes a umidade excessiva. Exemplos disso temos o
laboratório de solos, laboratório de materiais e na parte externa do prédio, com mostram
as figuras 38, 39, 40, 41, 42 e 43:
50
Figura 38 - Prédio 6 - Laboratório de Solos
Nota-se uma grande mancha de umidade, próximo a alvenaria, que segundo o
responsável pelo setor, em dias de precipitações uma grande quantidade de água
percola para a parte de dentro do ambiente pela ligação da alvenaria e a esquadria.
Ainda segundo o responsável, por causa do sistema de drenagem falho, uma grande
quantidade de água entra no setor pois o ralo não é capaz de conter o volume de água
que também vem do lado de fora, já que a inclinação da calçada é contraria, fazendo
com que a água do lado de fora entre no setor.
51
Figura 39 - Prédio 6 – Alvenaria Interna - Laboratório de materiais
No laboratório de materiais, conforme a figura 39, também se percebe uma
grande quantidade de umidade provinda das precipitações. Segundo o responsável,
essa manifestação patológica teve início quando ao ser comprada uma prensa para
ensaios, teve que se quebrar a parede, já que a prensa não passava pela porta, ao
refazer a parede, de forma inapropriada, houve essa concentração de umidade.
Também na parte externa da estrutura percebe empolamento e má aderência do
revestimento como mostra a figura 40:
52
Figura 40 - Alvenaria Externa - Laboratório de Materiais
No prédio 6, também se nota algumas irregularidades no revestimento da
alvenaria próximo ao solo. Isso se dá pela umidade provinda do solo por capilaridade,
quando há falhas ou não há a devida impermeabilização da alvenaria com o solo.
Dessa forma, se vê nas figuras 41 e 42 essa manifestação patológica:
53
Figura 41 - Prédio 6 - Alvenaria Externa
Figura 42 - Prédio 6 - Alvenaria Externa
54
5 CONCLUSÕES
Com o objetivo de avaliar as condições das edificações dos prédios 1, 5, 6 e 7 e
manifestações patológicas presentes nas edificações, o presente trabalho apresentou
revisão bibliográfica, juntamente com a metodologia para a sua realização de forma que
ficou claro quais os tipos de manifestações encontradas e em que condições se
encontram.
Para o diagnóstico, utilizou-se de comparativos com imagens de manifestações
patológicas catalogadas na área de pesquisa com imagens registradas na realização do
trabalho, para que o leitor compreendesse melhor que tipo de manifestação se trata.
Nota-se que há uma predominância de incidência de manifestações patológicas
oriundas de excesso de umidade, seja elas por capilaridade, infiltração de tubulações
defeituosas, ou mesmo pelo contato frequente com a á gua de condicionadores de ar.
Também se faz presente fissuras, trincas e rachaduras em alguns prédios que ao
comparadas com a bibliografia utilizada, possibilitou os diagnósticos das mesmas.
Conclui-se que, a edificação do campus tendo 25 anos, apresenta manifestações
patológicas que com manutenções preventivas evita o agravamento da mesma. Muitas
vezes essa correção é ignorada, fazendo com que o custo para a reforma seja ainda
maior, sendo ela já corretiva, e como já visto, o custo de uma manutenção corretiva é 5
vezes maior que uma manutenção preventiva.
Nota-se que as reformas feitas no Ceulp/Ulbra são feitas de forma paleativa na
intensão de amenizar esteticamente os problemas por umidade. Com isso, de tempos
em tempos gasta-se com esse tipo de atividade, quando a manifestação patológica
compromete a estrutura e seu desempenho, ou de forma a evitar que haja uma perda
de patrimônio.
Por fim, durante a realização do trabalho, notou-se uma quantidade significativa
de manifestações devido a umidade. Segue a relação de manifestações patológicas
estudadas durante a realização da pesquisa, como mostra a figura 43:
55
Figura 43 – Gráfico de Manifestações Patológicas Estudadas
Tipos de Manifestações Patológicas Citadas
Empolamento
Retração Plastiva
Bolor
Manchas de Umidade
Capilaridade
Eflorescência
Corrosão
Vega e Contraverga
Materiais Impróprios
Retração Térmica
Depois de entrevistas com responsáveis pelos setores que apresentam
manifestações patológicas, foi relatado que as atividades corretivas são feitas
periodicamente, geralmente depois do período chuvoso, esse, que agrava mais a
situação da estrutura. Fazendo a reforma, a instituição da inicio as suas atividades no
inicio do semestre letivo com essas manifestações patológicas aparentemente
corrigidas.
É necessário e viável economicamente, a correção dessas manifestações
patológicas a fim de evitar gastos futuros na manutenção e correção desses pontos
localizados.
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6 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS
Analisar e apresentar formas de manutenção e reparo para as
manifestações patológicas apresentadas pelo presente trabalho.
Fazer o levantamento das manifestações patológicas presentes no
complexo esportivo, hospital veterinário e central de atendimento/arquitetura.
Analizar as condições fisicas e mecânicas dos reservatorios de água do
campus do CEULP/ULBRA e avaliar se necessita de reparos e manutenções.
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REFERÊNCIAS
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