pcn de história e ldb

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  • 7/26/2019 pcn de histria e ldb

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    O presente trabalho tem por objetivo refletir sobre a incluso dos estudos ao inclurem o ensino

    de Histria e Cultura Afro-Brasileira, Africana e Indgena, tem sido contemplada pela Lei 9394/96

    e pelos PCNs de Histria e Geografia da educao infantil e do ensino fundamental. Estas

    mudanas contribuem para a formao de um sujeito crtico, reflexivo e tico.

    A histria e a geografia na educao infantil e no ensino fundamental buscam recuperar os

    saberes, os conhecimentos, as artes, as identidades, os valores prprios de cada cultura. Os

    novos contedos integrantes da organizao dos tempos e espaos so referentes ticos do

    direito e da diversidade.

    Stuart Hall O entendimento de que os discursos so elaboraes histrico-culturais implica

    reflexo de que o conceito de diferena/diferente carrega um sistema classificatrio de

    interpretao, desta forma, as relaes de poder traduzem significados por oposies binrias.Sou branco porque no sou negro; sou homem porque no sou mulher; sou heterossexual

    porque no sou homossexual. A preocupao de Stuart Hall que a ideia de culturas diferentes

    reforce o essencialismocultural, ou seja, acabe por fixar modelos com os quais no se dialoga,

    apenas constata-se as diferenas, reforando o paradigma hegemnico da cultura europeia. As

    estratgias para mudanas dos discursos sobre a representao exigem habilidades do jogo

    poltico, pois so disputas por significados que determinam relaes de poder. As trs

    estratgias apresentadas pelo autor seriam: I- reivindicar polticas de representao; II- atribuir

    positividade em atributos anteriormente negativos etnia africana; III- realizar a positivao do

    corpo negro (esttica diasprica). Conforme as anlises de Hall (2003), os contedos explcitos

    nos textos so portadores de representaes histrico-sociais que reforam esteretipos, com

    a supervalorizao do modelo europeu ocidental de civilizao, em detrimento das culturas dos

    outros povos, sendo recomendvel para a construo de uma sociedade plural e multi-tnica a

    mediao entre as culturas. Desde a aprovao dos PCNs (1997) e das Leis 10.639/03 e

    11645/2008, h a preocupao dos movimentos sociais que lutam pela igualdade de condies

    e direitos dos povos indgenas e da populao negra, afrodescendente, de que a escola seja um

    plo irradiador da mudana de paradigmas racistas, para a construo de representaes

    positivas das histrias de ndios e negros no Brasil. H a defesa da escola como espao para

    promoo das diferenas, com conscincia e orgulho de pertencimento ancestral tnico-racial

    (ABRAMOWICZ, 2011) Para o combate ao racismo e discriminaes, as Diretrizes Curriculares

    Nacionais para a Educao das Relaes tnico-raciais e para o Ensino de Histria e Cultura Afro-

    Brasileira e Africana (2005) apresentam entre os princpios estabelecidos, a desconstruo de

    comportamentos e conceitos relacionados ideologia do branqueamento e ao mito dademocracia racial.

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    um verdadeiro desafio educar jovens que vivem margem de uma cultura inconstante,

    onde as antigas tradies esto sendo rapidamente rompidas. O trabalho de um

    educador vai alm da didtica. E seu ensino deve repercutir para alm das salas de

    aulas. Mas como fazer um bom trabalho com jovens sujeitos mltiplas identidades?

    O autor Stuart Hall divide o conceito de identidade em trs concepes: sujeito

    Iluminista, sujeito sociolgico e sujeito ps-moderno. Basicamente, pode-se analisar tais

    concepes como um desenvolvimento gradual da complexidade que a identidade veio

    ganhando, em especial, nos ltimos sculos. O indivduo deixa de ser centrado, passa

    a ser influenciado pela sociedade na sua formao do eu (o mundo pessoal e o pblico

    se misturam) e por fim baguna e fragmenta-se, criando no uma, mas vrias

    identidades em torno de si mesmo.

    O sujeito ps-moderno, ento, conceituado como um indivduo sem identidade fixa,

    essencial ou permanente, sendo esta submetida a uma adaptao cultural. A identidade

    passa, portanto, a ser definida historicamente ao invs de biologicamente.

    Falando especificamente de jovens, estes esto vivendo hoje em ritmo acelerado. O

    desenvolvimento e mudana rpidos do prprio ambiente causam uma inquietao que

    dificulta na hora da concentrao, tornando mais difcil o aprendizado, alm de

    pression-los a se adaptarem rpido. Esse efeito camaleo, muitas vezes, ocasiona

    mudanas repentinas de um trao da personalidade. No se pode descartar tambm o

    convvio o social, grande fator de construo de identidade da ps-modernidade.

    Alguns aspectos dessa volatilidade so positivos, pois podem tornar os jovens mais

    flexveis. O problema comea quando um indivduo cria identidades que so

    contraditrias. Esse tipo de confuso afeta no s a vida escolar, como tambm a

    pblica e pessoal, criando uma pessoa de temperamento instvel. Por exemplo, piadas

    sobre sua raa ou sexualidade podem ser aturadas entre iguais, mas se um indivduo

    diferente as faz, isso considerado preconceito e agravado como uma ofensa.

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