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Director: Carlos Luis Figueira Propriedade da Associação ODIANA Fundado pela Associação Alcance em 2000 Jornal Mensal Ano 14 - Nº177 MARÇO 2015 PREÇO: 0,85 EUROS Guadiana Baixo Baixo Guadiana JORNAL DO PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS AUTORIZADO A CIRCULAR EM INVÓLUCRO FECHADO DE PLÁSTICO OU PAPEL PODE ABRIR-SE PARA VERIFICAÇÃO POSTAL DE 01132011 SNS/GSCS TAXA PAGA PORTUGAL CEM NORTE P 11 P 11 P 11 P 8 e 9 P 13 a 15 Conheça as linhas mestras do Programa Operacional «CRESC Algarve 2020» “Gostaria que no fim deste Quadro Comunitário o Algarve fosse a região do país com a menor taxa de desemprego” David Santos Presidente da CCDRAlg Hotel Guadiana vai ser transformado em unidade hoteleira de charme Estrada Municipal Altura- Furnazinhas aberta até Maio Ermida da Nossa Senhora da Conceição é monumento de interesse público No passado dia 18 de fevereiro teve lugar no Teatro Municipal de Faro a apresentação do Plano Operacional do Algarve «CRESC Algarve 2020». Contou com a presença do Ministro -adjunto e do desenvolvimento regional, Miguel Poiares Maduro, numa cerimónia onde se ficou a conhecer as linhas mestras para um desenvolvimento regional até 2020. São cerca de 340 milhões de euros em que a internacionalização, com 85,6 milhões, e o emprego, com 46 milhões, são as áreas em que mais se vai investir.

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | MARÇO 2015 | 1

Director: Carlos Luis FigueiraPropriedade da Associação ODIANA Fundado pela Associação Alcance em 2000

Jornal Mensal

Ano 14 - Nº177

MARÇO 2015

PREÇO: 0,85 EUROS

GuadianaBaixoBaixo

Guadiana

JORNALDO

PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS

AUTORIZADO A CIRCULAR EM INVÓLUCRO FECHADODE PLÁSTICO OU PAPELPODE ABRIR-SE PARAVERIFICAÇÃO POSTALDE 01132011 SNS/GSCS

TAXA PAGAPORTUGALCEM NORTE

P 11

P 11

P 11

P 8 e 9

P 13 a 15

Conheça as linhas mestras do Programa Operacional «CRESC Algarve 2020»

“Gostaria que no fim deste Quadro

Comunitário o Algarve fosse a região do país com a menor taxa de

desemprego”David Santos

Presidente da CCDRAlg

Hotel Guadiana vai ser transformado em unidade

hoteleira de charme

Estrada Municipal Altura-Furnazinhas aberta até Maio

Ermida da Nossa Senhora da Conceição é monumento

de interesse público

No passado dia 18 de fevereiro teve lugar no Teatro Municipal de Faro a apresentação do Plano Operacional do Algarve «CRESC Algarve 2020». Contou com a presença do Ministro -adjunto e do desenvolvimento regional, Miguel Poiares Maduro, numa cerimónia onde se ficou a conhecer as linhas mestras para um desenvolvimento regional até 2020. São cerca de 340 milhões de euros em que a internacionalização, com 85,6 milhões, e o emprego, com 46 milhões, são as áreas em que mais se vai investir.

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2 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |MARÇO 2015

JBGJornal do Baixo Guadiana

Haverá provavelmente uma década quando, em resultado de um complexo jogo estatís-

tico, se consignou que o Algarve dispunha de um PIB semelhante ao da Região de Lisboa, na média da UE, e por conseguinte saía de região de objectivo um, ou seja, deixava a companhia dos mais empobrecidos.

A notícia foi recebida no Algarve quer no plano político quer insti-tucional sem grande alarido. Se a memória não me falha nem no Parlamento onde o Algarve dis-punha de nove deputados, nem ao nível de qualquer dos muni-cípios, me recordo de ter havido protesto de dimensão adequada às consequência da decisão tomada, facto que só muito mais tarde quando se iniciou o novo Quadro Comunitário de apoio haveriam uns e outros de se darem conta quando confrontados com as difi-culdades de acesso a programas

e à diminuição dos montantes de comparticipação comunitária. Como noutros momentos vingou um paralisante sentimento cos-mopolita, mesmo que assente em pés de barro.

Prepara-se agora o Algarve para, até 2020, gerir os 340 milhões de Euros que lhe foram atribuídos neste pacote financeiro inserido neste novo Quadro de Apoio Comunitário, agora bap-tizado de CRESC Algarve 2020. Trata-se de um grande desafio para a região.

Já aqui o tinha referido, consi-dero que temos na CCDR Algarve uma das melhores equipas de gestão. A afirmação tem sentido pela recuperação feita na apli-cação de ajudas disponíveis no anterior quadro de apoio, facto só possível, num momento de crise, pelo dinamismo imposto com uma aproximação ao terreno, onde a vida das empresas e dos cidadãos acontece e também porque parti-lho de algumas das preocupações aqui trazidas, quanto ao futuro, na entrevista que o Presidente concedeu ao JBG.

Desde logo a necessidade de agir

e interagir como um todo em toda a região, questão que considero central não só porque a agregação de municípios favorece a execu-ção de projectos com dimensão de que a região carece e a sua execução não está ao alcance de um só município, como destinar significativos apoios financeiros às empresas ,visando a moderniza-ção do tecido produtivo, na agro-industria, em novas tecnologias, no melhor aproveitamento de condições naturais que o Algarve dispõe, ou em apoio à moderni-zação do sector pesqueiro.

Sem que se despreze o apoio à principal industria da região – o turismo bem como à consolidação dos seus principais produtos - o Algarve necessita de diversificar com significado a base estrutu-ral da sua economia, porque tal ausência acentua a situação de precaridade em que vive o mundo do trabalho, numa região onde o Interior se esvazia e empobrece, com um litoral povoado por deze-nas de cidades fantasmas ao longo da maior parte do ano.

Longe da regionalização a pla-taforma de apoio às decisões de

execução do Programa não difere muito de experiências anteriores aí se encontrando municípios, sindicatos, universidade, asso-ciações patronais, representantes de estruturas desconcentradas do poder central. Os tempos terríveis que vivemos exigem grande sen-tido de responsabilidade, capaci-dade de decisão e neste contexto é de todo bem vinda a notícia de desburocratizar, eliminar papéis inúteis e pedidos de informação inconsequentes, reduzir prazos de decisão em apoio ou desapoio de candidaturas, organizando mesmo um serviços público de ajuda à formatação de futuras candidatu-ras, porque não podem ser esque-cidas as debilidades de formação que se encontram presentes em grande parte do nosso tecido pro-dutivo.

Carlos Luis [email protected]

ABERTURA * O autor não escreve ao abrigo do acordo ortográfico

Diretor:Carlos Luis Figueira

Sub-Diretor:Vítor Madeira

Chefe de Redação:Susana Helena de Sousa CPJ 9621

Redação:Antónia-Maria,Carlos Brito,Joana Germano,José CruzVictoria Cassinello

Colaboradores da Edição:Alexandra GonçalvesAna Amorim DiasCarlos BrásEusébio CostaFernando PessanhaHumberto FernandesJoão ConceiçãoJoão RaimundoJosé Carlos BarrosJosé CruzPedro PiresRui RosaAssociação AlcanceAssociação GUADIAssociação RodactivaCruz Vermelha Portuguesa VRSADECONEIPEurope Direct Algarve - CCDRAlge Associação Odiana

Departamento Comercial:[email protected]/[email protected]

Sede e Redação:Rua 25 de Abril, N.º 1Apartado 21 8950-909Castro MarimTel: 281 531 171966 902 856Fax: 281 531 [email protected]

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Tiragem desta edição:3.000 exemplares

Registo no ICS: 123554

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JBG ONLINEhttp://issuu.com/jornalbaixoguadianaeFacebook

NIB: 00350 234 0000 586 353 080 Caixa Geral de Depósitos

Vox Pop

R: Pelo que sei do assunto acrescem mais dois fundos ao que já existia, e espero que os fundos sejam melhor aproveitados. Penso que o faz mais falta é investir em emprego, dar mais apoio as empresas para que possam gerar mais emprego. Havendo mais emprego a economia cresce e o país desenvolve.

R: As expetativas que possamos ter esbar-ram sempre nas ideias e vontades de quem gere. Sempre foi assim. Mas tenho espe-rança que haja bom senso e que os quatro pilares que assentam o programa sejam cumpridos, principalmente na valorização do capital humano, que tão lapidado foi nos últimos anos.

Nome: Jorge AnjinhoProfissão: Jornalista

R: Sobretudo espero que os fundos sejam usados para criar alternativas/ repostas que desenvolvam o território. Que pro-movam e apoiem projetos inovadores, que tragam novas respostas aos desafios que está região colocada como a exces-siva dependência do turismo.

Nome: Jorge MachadoProfissão: Presidente Associação Juvenil Backup

Nome: João RibeiroProfissão: Fotógrafo/Artista

R: As expectativas são de que o próximo quadro seja uma ferramenta que permita às empresas e às várias entidades a realização de investimentos que garantam as condi-ções para alicerçar a sua competitividade e diferenciação, com uma visão de médio prazo, de mercado e de valor acrescentado. Porque, na minha perspetiva, só assim é que se conseguimos cumprir os objetivos para que o quadro foi criado e podemos ultrapassar os problemas que ciclicamente, como país, nos deparamos.

Nome: André CabritaProfissão: Economista

Quais as expectativas em relação ao próximo Quadro Comunitário de Apoio 2014-2020?

Editorial

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | MARÇO 2015 | 3

CRÓNICAS

No dealbar da década de 80, os empre-sários ligados à indústria do turismo sentiram necessidade de diversificar e qualificar a oferta turística, lançando para o efeito um novo produto, o Turismo em Espaço Rural. Segmentado em três áreas: Turismo de Habitação; Turismo Rural e Agro-Turismo e devido ao seu carácter dinâmico, veio a conquistar novas moda-lidades, tais como o “Hotel Rural” e mais recentemente o “Turismo de Aldeia” e as “Casas de Campo”.

O Turismo em Espaço Rural, enquanto factor de desenvolvimento regional, baseia a sua intervenção na oferta de um produto turístico completo e diversificado com alojamento para turistas, que privilegia a preservação e a divulgação dos saberes tradicionais das regiões, do património

natural, paisagístico e cultural, dos per-cursos pedestres, da gastronomia, do arte-sanato, do folclore, da caça e da pesca, cujos primeiros projectos despontaram nos finais dos anos 70, em Ponte de Lima, Vila Viçosa, Castelo de Vide, alargando-se mais tarde a outras regiões do país como o Algarve.

No contexto regional, o Baixo Guadiana é já hoje um exemplo bastante positivo do que deve ser o T.E.R., um produto turís-tico de qualidade, capaz de criar opor-tunidades económicas, gerar emprego e reanimar o espaço rural. Mercê da visão estratégica e do empreendedorismo de alguns empresários, mas também dos fundos comunitários, os concelhos de Alcoutim, Castro Marim e Vila Real de Santo António dispõem no seu territó-

rio de um universo de 12 unidades de Turismo em Espaço Rural.

Este produto turístico, está à disposi-ção dos turistas em Alcoutim, na “Casa Grande de Alcaria Cova” e na “Casa do Vale das Hortas”, em Vila Real de Santo António, nas “Conversas de Alpendre” e no “Cantinho da Ria Formosa”. No Baixo Guadiana, o concelho de Castro Marim é aquele que tem o maior número de unida-des de Turismo no Espaço Rural: “Casa de Campo Vale do Asno”; “Casa do Lavrador”; “Casas do Palheiro Velho”; “Companhia das Culturas”; “Espargosa – Monte de Baixo”; “Monte do Malhão”; “Quinta da Fornalha” e “Quinta de São Gabriel”.

Entendo que a heterogeneidade destas 12 unidades de exploração turística com as suas especificidades próprias, tendo no

seu horizonte a manutenção da autenti-cidade do meio rural, físico e humano e a potencialização da riqueza arquitectó-nica, histórica e paisagística de cada um dos concelhos, constituem uma alavanca ao desenvolvimento sustentável destas terras sulinas.

Todavia, a política delineada para o turismo no espaço rural destes três muni-cípios só terá êxito se os diferentes actores intervenientes, sejam eles empresários, dirigentes da administração pública, dirigentes do poder local ou dirigentes associativos, intensificarem a trajectória percorrida. Todos têm de ser mais exi-gentes, mais rigorosos, mais ousados, mais reivindicativos, mas também mais solidários nos seus propósitos.

Sem uma estratégia concertada entre

os três municípios que defina de modo coerente a existência de um conjunto de roteiros turísticos, que dê a conhecer os diferentes patrimónios do território, sem a definição de uma política de turismo ambiental, que potencie a Reserva Natu-ral do Sapal de Castro Marim/V.R.S.A, sem o desassoreamento efectivo do Rio Guadiana, sem um incremento real à actividade salineira, sem a conclusão do IC 27, sem a construção de uma unidade hospitalar intermunicipal, o Turismo em Espaço Rural no Baixo Guadiana nunca será um pólo para a criação de oportuni-dades económicas e de reanimação do espaço rural.

Vítor Madeira

Lembro-me que chovia intensamente na manhã do dia 11 de Março de 2011. Um dia soturno e húmido. As nuvens negras sucediam-se céleres e cobriam a cidade enquanto algumas gaivotas voavam contra o vento vindo do mar que dobrava as árvores escuras. Esse vento forte e frio que parecia anunciar a iminência de algo trágico.

Eu ainda desconhecia que a milhares de km de Faro, capital do Algarve , Portu-gal, havia ocorrido um dos mais violentos terramotos alguma vez registrados na Terra, matando milhares de pessoas e destruindo aldeias, vilas e cidades.

Vítor Reis, presidente do Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana, disse um destes dias que o IHRU perdia sete milhões de euros por ano, por falta de atualização dos valores das rendas das casas que possui.

Por isso as rendas sobem.O senhor presidente daquele instituto

da habitação proferiu estas palavras natu-ralmente com um pensamento muito parecido com aquele que segue de perto as opções do atual Governo, no qual tudo deve servir para arranjar dinheiro para

o GAP, Gogysohi Art Project.As exposições “My Fukushima” inspira-

das no livro homónomo de Japonês Taro Aizu revelavam ao mundo a tragédia vista pelo poeta, que tinha vivido e sofrido a devastação de 11 de Março.

Da Holanda, o projeto partiu para o Brasil, onde em 2013 , no Festival Mundial Artes pela Paz foi exibido com enorme sucesso.

Recordo-me de, diariamente , cen-tenas de crianças das escolas de Ubá. e subúrbios irem visitar a exposição e perguntarem-me o que significavam aquelas fotos e os poemas de Taro.

Já este ano, em Munique, no evento Mein Fukushima, promovido pela asso-ciação Artnations, liderada por Lusine Breitsheidel. tive a honrosa oportuni-

sentavam condições de habitabilidade já a caminho do insalubre, frestas, portas em mau estado, faltas de luz nas escadas, humidade. A maior parte dos apartamen-tos envelheceram com as pessoas.

Se é certo que as rendas não tinham sido modificadas, também é certo que as habitações, propriedade do IHRU (antes INH e outros nomes remodelados) não tinham levado um prego ou um balde de tinta por conta deste instituto.

Só as câmaras municipais, de vez em quando, sendo o quando mais ou menos perto das eleições, davam uma ajuda aos moradores em situação mais difícil.

O valor das novas rendas é de tal modo proibitivo e humilhante que alguns moradores passam por mim e dizem que,

dade de conhecer o Poeta.Homem de elevada sensibilidade e

gentileza, Taro encantou-me pela sua simplicidade e amabilidade.

E de imediato me ocorreu a ideia de fazer o “Minha Fukushima” em Faro.

Do sonho partimos para a realidade e demos início aos preparativos do evento.

A Peace and Art Society-PAS mobi-lizou-se e juntamente com o GAP e a Artnations, e com o apoio de ilustres instituições locais, regionais e nacio-nais , aqui temos o “Minha Fukushima “ num dos locais mais emblemáticos da cidade : o Mercado Municipal de Faro.

Diariamente, dezenas e dezenas de pessoas, portuguesas e estrangeiras,

depois de pagarem a renda de casa, a água e a eletricidade, pouco sobra para pagar medicamentos e comer. Ficaram pobres muito pobres.

Aqueles que conheço, a princípio ainda lutaram. Fizeram uma providência caute-lar, perderam a causa e agora nem sabem de onde tirar as centenas de euros que têm de pagar pela parte de cada um nas custas do processo. Assim se humilha, se rouba a moral e se tenta liquidar a resistência humana. E é dor, frustração e tristeza que vejo nos seus olhos, quando se despedem de mim e dizem: “o que há-de a gente fazer?”

Mas será este problema no IHRU um grave peso no orçamento de estado por-tuguês? Não creio.

visitam o local onde a analogia com Fukushima é inegável: os legumes , os animais, as frutas e as pessoas de que Taro fala no seu livro existem também aqui em Faro.

A esperança de que a tragédia não mais volte a acontecer é também nossa.

O desejo de que as centrais nucleares sejam desativadas e abolidas também é nosso.

Por nós, pelos nossos filhos , pelo futuro melhor e mais seguro de toda a humanidade e todos os seres vivos, pelos campos de arroz e rios e mares e ventoo sem césio, também nós cantamos: quere-mos a nossa Fukushima de volta !!

Um recente inquérito no qual 291 dos 308 municípios de Portugal respondeu à Associação Portuguesa de Habitação Municipal revela que apenas 3,5 por cento da população mora em casas propriedade do Estado ou das câmaras municipais, número inferir ao da generalidade dos países da União Europeia. Destas casas 43% tem mais de 30 anos, 10% entre 20 a 30 anos, 36% entre 10 e 20 anos. Apenas 11% têm menos de 10 anos.

Temos de reconhecer que se trata de uma enorme injustiça sobre quem tem já idade avançada e não está em condições de dar novo rumo à própria vida, nem abandonar o país como infelizmente o estão a fazer milhares de jovens.

Eu ainda nada sabia sobre um tsunami de dimensões dantescas que varria vastas regiões do outro lado do mundo, des-truindo vidas e causando danos alarman-tes nas centrais nucleares do Japão.

Porém, não levou muito tempo até eu ouvir as primeiras notícias sobre o que estava a acontecer. Tristes e devastado-ras notícias. A destruição era tremenda e chocante.

Imagens violentas entravam pela casa adentro, via televisão e redes sociais.

Porém, como sempre acontece, não levou muito tempo até que a comunidade internacional desse início um amplo e profundo movimento de solidariedade.

E foi sem surpresa, que um grupo de artistas holandeses , liderado por Ed Hanssen e depois Fred van Wllie criasse

pagar a dívida e os juros da dívida.Pensar que um instituto que deve estar

vocacionado para resolver o problema da habitação em Portugal pode seguir crité-rios de cálculo de prejuízos para cumprir a sua missão é entrar numa esfera perigosa para o regime democrático e abandonar os inquilinos à sua sorte, sem apelo nem agravo.

Os últimos aumentos de renda, aparen-temente destinados a cobrir as dificulda-des orçamentais do IHRU — resultantes da obsessão do défice, — são acima de tudo um caminho para iludir o impera-tivo constitucional de garantir o direito à habitação.

As rendas destes bairros estavam há muito tempo congeladas e as casas apre-

José Cruz

Paulo Duarte Filipe

O Insubmisso

Minha Fukushima

As rendas e o direito na habitação do Estado

* O autor não escreve ao abrigo do acordo ortográfico

* O autor não escreve ao abrigo do acordo ortográfico

* O autor não escreve ao abrigo do acordo ortográfico

Turismo em Espaço Rural – Um pólo de desenvolvimento no Baixo Guadiana, que é preciso acarinhar

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4 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |MARÇO 2015

Já foi apresentado o livro «Bicharada & ervas das 4 cidades”

Alunos do Baixo Guadiana ganharam três primeiros prémios de projeto de Cruz Vermelha

JUVENTUDE&EDUCAÇÃO

Chama-se «Bicharada & Ervas das 4 cidades» o livro que foi editado pelas quatro cidades irmãs de Vila Real de Santo António, Montemor-o-Novo, Marinha Grande e Fundão. O livro aparece na recta final da acção edu-cativa “Bicharada, ervas & Companhia. À descoberta da fauna e flora das 4 cidades”, que foi dinamizada entre 2010 e 2014 no âmbito do projecto “À Descoberta das 4 cidades”. Em Vila Real de Santo António participaram nesta acção educativa três turmas num universo de cerca de 70 alunos que ao longo de três anos: identificaram no concelho áreas naturais protegidas de interesse ambiental, e pesquisaram sobre a sua fauna e flora; registaram práticas, saberes-fazeres, crenças e

No âmbito das comemorações dos 150 anos da Cruz Vermelha em Portugal foi lançado um concurso a nível nacional que tinha como propósito sensibilizar as crianças para o projeto C.S.I. - Conhecer, Socia-lizar e Integrar. Esse concurso chamou os jovens a ilustrar o projeto que incide sobre a defesa dos Direitos Humanos, dos Direitos das Minorias e da Luta Contra as Discriminações.

Os três melhores desenhos são de jovens do Baixo Guadiana. Tal fato deixou bastante “orgulhosa” a presidente da delegação de VRSA da Cruz Vermelha Portuguesa. A enfermeira Maria Judite de Sousa agradeceu “às crianças a sua dedicação, bem como aos professores o empenho”.

De referir que os jovens das escolas foram também chamados a ilustrar postais inspirados na Cruz Ver-melha Portuguesa, o que os levou pela história desta instituição internacional.

Todos os jovens foram distinguidos pela Cruz Vermelha de VRSA numa cerimónia que assinalou os 150 anos desta instituição. Nesta cerimónia a Maria Judite de Sousa realizou uma palestra sobre a entidade e a voluntária Paula Amaro falou sobre a sua experiência pessoal sobre voluntariado.

expressões orais resultantes das rela-ções entre o homem e a natureza; desenvolveram dinâmicas de explo-ração da natureza e pequenos proje-tos experimentais (herbários, viveiros, hortas); e exploraram a criatividade e a expressão artística no tratamento dos conteúdos recolhidos, tudo isto explica Catarina Oliveira.

Conceição Cabrita, que também está à frente do pelouro da educação da edilidade pombalina sublinhou aos jovens presentes na sala a importân-cia de “conhecermos a nossa biodi-versidade que é tão rica e que nos ajuda a perceber melhor o lugar onde vivemos”.

A pesquisa foi

desenvolvida nas escolas

A apresentação do livro foi con-duzida por Catarina Oliveira que explicou que este livro, concebido a partir da pesquisa desenvolvida nas escolas, “propõe uma viagem ao universo dos animais e plantas, na sua dimensão natural, cultural e artística”. No primeiro capítulo, revisitam-se as actividades desenvolvidas ao longo do projecto. No segundo capítulo, ilustrado com desenhos e esculturas das crianças, propõe-se uma descoberta das espécies mais significativas da fauna e flora das 4 cidades. Quase uma centena de animais e plantas é apresentada na primeira pessoa, discorrendo sobre suas carate-rísticas físicas, habitats, reprodução e

curiosidades associadas. No terceiro capítulo exploram-se as antigas rela-ções entre o homem e a natureza mate-rializadas em usos, saberes-fazeres, tradições orais e crenças. Por último, propõem-se experiências educativas e boas práticas: explorar a natureza; semear, plantar e colher; e fazer arte com a natureza.

Um livro ilustrado a muitas mãos

Um livro escrito a muitas vozes e ilustrado a muitas mãos. Chegou às mãos das crianças que participaram no projecto no dia 13 de Fevereiro, com a promessa de muitas horas de prazer e renovar de aprendizagens.

Catarina Oliveira (à esquerda) fez apresentação deste livro na biblioteca municipal de Vila Real de Santo António, no passado dia 13 de fevereiro

Alunos participaram em projeto da Cruz Vermelha Portuguesa que visa a Integração

As escolas do 1º ciclo de Castro Marim estão a partici-par no desafio “Hino da Fruta”, integrado no projeto “Heróis da Fruta – Lanche Escolar Saudável”, uma iniciativa da Associação Portuguesa Contra a Obesidade Infantil. “O seu apoio e o seu voto são muito importantes para as escolas do nosso concelho, participe em www.heroisdafruta.com e habilite-se a ganhar mais de 500 prémios”, pode ler-se na página do facebook deste con-curso..

Um projeto de educação para a saúde, o “Heróis da Fruta – Lanche Escolar Sau-dável” nasceu para motivar as crianças portuguesas até aos 10 anos a escolher a fruta para o lanche. O desafio do “Hino da Fruta” é uma competição nacio-nal e uma das alavancas moti-vacionais do projeto, em que se utiliza a música para fazer chegar a mensagem, não só às crianças, mas também aos adultos.

Para ver os Hinos da Fruta das escolas de Castro Marim só tem de ir ao site do pro-jeto (www.heroisdafruta.com), clicar no topo da página e depois selecionar o distrito - Faro - e o concelho - Castro Marim.

Para votar nos Hinos da Fruta das escolas de Castro Marim:

760 457 267 - EB1 de Castro Marim

760 457 266 - EB/JI de Altura

760 457 265 - EB1 de Ode-leite

(Custo da chamada 0,60€+IVA)

NOTA: Os votos são apenas atualizados de 24 em 24 horas.

“Hinos da Fruta” das Escolas de Castro Marim a votos

A apresentação deste livro teve lugar na biblioteca municipal de Vila Real de Santo António, no passado dia 13 de fevereiro, e na plateia estiveram muitos dos seus autores, os jovens.A cerimónia foi conduzida pela coordenadora do Centro de Investigação e informação do Património de Cacela, Catarina Oliveira, e contou com a vice-presidente da câmara municipal de Vila Real de Santo António Conceição Cabrita e a diretora do Agrupamento de Escolas D. José I.

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | MARÇO 2015 | 5

Núcleos urbanos de Castro Marim e VRSA unidos em parceria

Alcoutim tem Gabinete de Inserção Profissional

Município de Alcoutim apoia Cruz Vermelha de Martim Longo

LOCAL

O desemprego, a exclusão social e o abandono escolar são os eixos de intervenção e, desde logo, de proble-mática que é preciso combater nos núcleos urbanos de Castro Marim e Vila Real de Santo António. Para se chegar a diagnóstico e estratégia de intervenção foram chamadas a contribuir as diversas entidades que operam neste perímetro. Ao todo contribuíram cerca de 30, desde Instituições Particulares de Solida-riedade Social (IPSS´s), autarquias, Odiana (coordenadora do projecto), cooperativas e empresas.

A apresentação da Estratégia de Desenvolvimento Local (EDL) «Inte-gra +», bem como a formalização da parceria teve lugar a 10 de Feve-reiro. O presidente da Odiana, Luís Gomes, que é, simultaneamente, presidente da câmara municipal de Vila Real de Santo António, e Francisco Amaral, presidente do município de Castro Marim, pre-sidiram a cerimónia, sendo que realçaram a necessidade de levar a cabo um conjunto de medidas de carácter social numa altura em que as famílias continuam a empobrecer e o desemprego é galopante.

Está a funcionar desde o pas-sado dia 5 de fevereiro no Largo São Salvador, em Alcoutim, um Gabinete de Inserção profissional (GIP). Este equipamento surge de um protocolo assinado a 28 de Janeiro e que resultou na atribui-ção de uma verba superior a 13 mil euros à associação Odiana no âmbito de uma colaboração entre as duas entidades, resultante de uma candidatura aprovada pelo IEFP. O objetivo é criar um Gabinete de Inserção Profissional (GIP) no concelho.

O Gabinete de Inserção Profis-sional de Alcoutim a funcionar desde 5 de Fevreiro tem como objetivo disponibilizar infor-mação profissional para jovens desempregados, efetuar o acom-panhamento personalizado dos desempregados em fase de inser-ção e reinserção profissional, pro-mover a captação de ofertas junto

A Câmara Municipal de Alcoutim aprovou, em reunião do executivo, a atribuição de um apoio financeiro, no montante de 30 mil euros à delegação de Tavira da Cruz Vermelha Portuguesa. A verba é atribuída no âmbito de um protocolo de colaboração entre as duas instituições que visa manter em funcionamento a extensão de Martim Longo e os serviços que esta instituição presta à população do concelho. Nos termos do documento, o apoio será atribuído em tranches de 2500 euros mensais e em contrapartida a Cruz Vermelha continuará a prestar serviços à população no acesso aos cuidados de saúde e apoio social, designadamente com a realização de um serviço permanente de ambulância com pessoal especializado.

Recorde-se que a Cruz Vermelha Portuguesa assumiu também a gestão da Unidade Móvel de Saúde, levando a que se intensificassem as campanhas e rastreios de glicémia, colesterol e tensão arterial, bem como a possibilidade de aconselhamento por profissionais da área da saúde.

O director-executivo da Odiana, Valter Matias, apresentou a estraté-gia, lembrando que as acções a levar a cabo beneficiarão a comunidade, não se tratando de uma abordagem apenas às entidades da parceria que aceitaram o papel consultivo neste processo.

Recorde-se que “é no âmbito do instrumento territorial Desenvolvi-mento Local de Base Comunitária (DLBC) de tipologia Urbano, que a Associação Odiana, juntamente com uma parceria constituída por 30 agentes locais se está a candi-datar para aceder a fundos comu-nitários que promovem respostas aos elevados níveis de desemprego, exclusão social e abandono escolar nos núcleos urbanos de litoral. A próxima fase é a entrega efetiva da candidatura no próximo dia 14 de Fevereiro”, pode ler-se num comu-nicado da Odiana. “A candidatura da Odiana a este programa pretende a definição de uma estratégia que origine mudança na realidade do território e, para tal, já contou com duas sessões de participação ativa da comunidade na definição da EDL «Integra +», continua a nota da enti-

das entidades empregadoras, assim como outras atividades consideradas necessárias aos desem-pregados inscritos no Centro de Emprego.

dade que esclarece que “o DLBC pretende uma concertação estraté-gica e operacional orientada para o empreendedorismo e a criação de postos de trabalho, em coerência com o Acordo de Parceria – Portugal 2020 – e no quadro da prossecução dos objetivos da estratégia Europa 2020”.

Empresários e IPSS’s no mesmo caminho

Em declarações ao JBG o empre-sário Luís Camarada, administrador do grupo «Coração da Cidade», refe-riu que “as empresas devem estar ao lado destas iniciativas porque são elas que convivem diariamente com a dificuldade em manter os postos de trabalho, nomeadamente no turismo e restauração que sofreu bastante com a pesada taxa de IVA”.

Por seu turno Lídia Machado, presidente da Associação de Bene-ficência «Mão Amiga», lembrou que são cerca de 400 pessoas que dia-riamente tomam as suas refeições a partir de uma ajuda que serve para minimizar o impacto da pobreza na vida de muita gente”.

Combater problemas estruturantes

Protocolo com associação Odiana

Depois de uma estratégia concertada com agentes locais foi apresentada candi-datura e foram assinados os protocolos entre as entidades e a Associação Odiana

Alcoutenejos poderão aceder a este gabinete às quintas e sextas feiras

O apoio financeiro é de 30 mil euros

A parceria chama-se «Integra +» e, tal como o nome faz antever, pretende aumentar o desenvolvimento inclusivo na comunidade, tentando resolver as problemáticas mais estruturantes. Envolve os núcleos urbanos de Castro Marim e Vila Real de Santo António nos quais estão envolvidas cerca de 30 entidades parceiras.

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6 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |MARÇO 2015

EL ANDEVALO SUR-OCCIDENTAL * ESPANHA

Anibal Álvarez presenta su nuevo poemario

Carmen Sanchez Ruda termina la restauracion del retablo de las animas o de San Miguel

Molino del Pintado muy animado

Ya es una vieja costumbre, un ritual de la mañana cada vez que una his-toria, una noticia o sencillamente un argumento dan paso a unas cuantas palabras desfilando camino de algún rincón sagrado para la noticia. Todo oídos, máxima atención y un manojo de sensaciones que hacen revivir y sentir cada una de las frases del escritor. La mañana se acompaña de un café. De notas inconexas pero de gran calado. De miradas perdidas y de sonrisas efímeras.

Hoy le prestó especial atención a Aníbal Álvarez, a un hombre recu-bierto de mil vivencias y a pesar de su apariencia serena, de sus poros emanan cientos de reivindicaciones sociales, de lucha contra la injusticia y de páginas repletas de relatos y poemas. Aún recuerda cuando a prin-cipio de los años setenta Paco Candel le dio espacio en su casa de Barcelona. Como le dieron de nuevo espacio, de chico para todo, en el periódico Soli-daridad Nacional. Y llegó a Jefe de Archivo, y más tarde balbuceo por la redacción de la revista científica Jano. Y de nuevo fue archivero y más tarde redactor y al final redactor jefe. Pero

Es ya como una liturgia expandida entre cada ocasión, en la que papel y lápiz por un lado y la esponja de los sentidos dispuesta a bebérselo todo, por otro, nos sentamos frente a un café y dejamos que las manecillas del reloj lleven su frené-tico ritmo, sin que nada nos detenga. Carmen Sánchez Ruda, pintora-restau-radora, inicia con una ilusión desbocada, el relato de su aventura en la Iglesia de las Angustias de Ayamonte, para dar buena cuenta de la responsabilidad que se ha echado encima para restaurar el cuadro de “La Animas Benditas, o de San Miguel Arcángel” del autor ayamontino, Joaquín González Sáenz de 1939, pero con un marco fechado en 1620.

Todo el invierno y parte del otoño, en muchos momentos a más de cinco metros de altura, en un andamio que no es su hábitat natural. Con frio en muchas ocasiones, como fiel compañero. Con visitantes curiosos preguntando por mil y un detalles, que tienen que ver con su trabajo o con cualquier imagen o duda sobre la iglesia ayamontina. Meses en los que ha realizado esa limpieza superficial al cuadro, quitándole el polvo. Fijando la policromía tanto en el cuadro como en el dorado del marco. Haciendo una limpieza especial tanto al lienzo como al jaspeado. Cubriendo la falta de estuco y policromía con sulfato de sal y cola para finalmente realizar esa reintegra-ción cromática, igualando el original. Es un juego de pigmentos con el que se encuentra familiarizada y que le permite darle de nuevo vida a una obra que se ha deteriorado con el paso de los años.

Durante estos meses en los que el amplio retablo le ha ganado la curiosi-dad y ha puesto a prueba su profesiona-

Parece ser que la iniciativa de Paula de darle ambiente al Molino del Pintado en Ayamonte, va cogiendo sentido. En esta edición, incluso a pesar del frio que nos dejaba la mañana en la marisma, no provocó desbandada entre los fieles a esta actividad, aunque a la hora oficial de abrir las puertas, se vio algún hueco de estantes producido por una gripe agresiva que se presentó sin cita previa. Pero los más levantaron sus muestrarios e incluso los más atrevidos se presenta-ron con su traje de disfraz, como pidió la organización, para darle un cierto aire carnavalero al ambiente. En este caso, no cundió el ejemplo.

A las doce de la mañana se abrió la puerta del salón de actos, para dar por inaugurada la exposición fotográfica del colectivo ¼ Oscuro de Villa Real de San Antonio. Veinticuatro instantá-neas que dan sentido a alguno de los objetivos fotográficos que identifican a la ciudad lusa fronteriza. Su fisonomía urbana y arquitectura, sus playas, sus fiestas, su actividad deportiva o su fauna autóctona, todo ello maravillosamente captado por el objetivo de algunos de los componentes de esta asociación fotográfica.

Siguiendo con la programación cul-tural, Pedro Tavares del vecino Castro Marín y en su lengua vernácula, fue des-granando las cuestiones más importan-tes de la obra del poeta de Canela, Eladio Orta, y de su poemario “ Ridiculum Vitae”. Su soltura y sus tablas le llevaron

la adquisición de la editorial por una multinacional, la globalización de su trabajo y la suelta de globos creativos le aventuraron a la jubilación, en 2009 y regresa a su Ayamonte. Vuelve ligero de equipaje pero con las tres razo-nes de su propia existencia : Aya-monte, Bedelia su mujer y el siempre vivo recuerdo de su padre.

Aun pode-mos encontrar en la biblio-teca pública “Nacido con mala sombra” su primera novela, con un prólogo propio de record Guin-ness por sus 50 páginas, obra de Candel. O su obra más apasionada “ Llanto por un pueblo andaluz.”, su obra más querida, o la más laureada. “ La muerte de Pedro patera”, premio Ciudad de Valladolid.

lidad, ha tenido opción de encontrarse lugares donde debajo de la purpurina no había oro, solo oxido rojo ( viejas secuelas de la guerra civil). Han puesto también a prueba su nivel de condición física al tener que jugar con el equilibrio y la coordinación para salir victoriosa de ese encaramarse a un andamio a cada instante. Y muchas veces ha tenido que echar mano de la máscara, para evitar la toxicidad de los materiales utilizados. Pero como bien dice, no solo la experien-cia ha sido positiva y reconfortante, sino que ha posado junto a su obra para ser objeto de interés para los muchos turis-tas que la han fotografiado. Yo no tuve que rogar mucho para hacer la última foto en el andamio, antes que llegaran a desmontarlo por aquello de que los pasos de algunas Hermandades están pidiendo sitio en la iglesia previo a los próximos desfiles procesionales.

Y mientras dejamos que se diluya el olor a café recién hecho, Carmen habla con esa fluidez que le da cada sensación agradable de su trabajo, ver las facilida-des con las que ha sido tratada por parte

a invitar a Antonio Cabrita a cubrir el puesto del intérprete. Seriedad, versos, sonrisas, aplausos y todo mezclado en un tono distendido y propio de autores curtidos en mil batallas. Finalmente la voz del poeta se dejó escuchar, pronun-ciando con fuerza y reivindicación cada uno de sus poemas. Vimos renacer la voz indignada de quien siente en sus propias carnes la presencia de nuevo de máqui-nas, expropiaciones y enfrentamiento entre los campesinos y no se sabe que otros personajes de corbata y buena oratoria. Eladio sacó su rostro luchador y dio libertad a viejos versos pero que parecen recién paridos: “ los machos se alimentan/ de dunas y arena húmeda/ y cagan piedras/ ladrillo y cemento/ las hembras chupan la sabia de los arboles/ matorrales y plantas haló-filas/ y cagan puertos deportivos/ y campos de golf. “.

Y la mañana se hizo inmensa y cada rincón del mercadillo cobró vida mientras la marisma parecía haberse bebido el frio. Gentes de todas las edades, curiosidad ante cada ten-derete y una complicidad justa entre todos y cada uno de los allí presentes. Y allá no muy lejos, Domingos lucía orgulloso la bandera de Grecia sím-bolo de ciertas esperanzas. Y sobre todo el territorio la música especial de un Dj´s ilusionado, Seba Mirabent. Así fue terminando un nuevo día y una experiencia que se va haciendo mayor con el paso de las palabras.

Pero lo que más llama la atención es que almacena 8 poemarios y unas 20 novelas, inéditas. Es su lucha silen-ciosa, su aventura más secreta, estu-diar a diario como dar salida a esa

creación que le ha supuesto ver la luz cada mañana.

Por esa razón, cuando hoy hablamos de “Espiral de sueño, sangre y vida”, se le ilumina la sonrisa, se siente más vivo

tanto del obispado, del ayuntamiento o de la propia iglesia. Recordar que como leíamos en las novelas históricas, este trabajo viene patrocinado por una familia particular, algunos de los hijos de quien patrocinara el mismo en 1939, hoy, los herederos de Ramón Vázquez y Laura Vázquez. Y casi a punto de levan-tarse urgentemente, para seguir con su ingeniería restauradora, le da tiempo de indicarme, que en unos días se va a Isla Cristina para empezar un nuevo trabajo, y espera encontrar un hueco para terminar unas esculturas que tiene en su taller y debe, además, sacar algún minuto para ir perfilando esa exposición colectiva en la Casa Grande de Aya-monte para el próximo mes de julio. Lo que dudo es que pueda rebuscar en la bibliografía todo aquello que habla del Barroco, que tanto le entusiasma.

Su ritmo es contagioso, pero mejor desenganchar el vagón de cola y dis-frutar del tiempo que queda aquí en La Laguna con un periódico por delante y un nuevo café recién hecho. Señora hasta luego.

que nunca y todo porque este próximo viernes a partir de las veinte treinta horas, en el Centro Cultural Casa Grande de Ayamonte, presenta su segundo poemario al público. Lo hace

en la colección “Los libros del estraperlo” de la editorial independiente ayamontina Crecida.

M u c h o tiempo ha pasado desde “Un rio lla-mado Gua-diana” hasta este nuevo poe-mario. Muchos sonetos se han quedado en el olvido pero mucho verso alejado de la

métrica y la disciplina han ido apare-ciendo lentamente. Y con el poemario en la mano apreciamos que el pró-logo es del propio autor y si bien él es amante del camino mas corto, a este

poemario lo ha transformado en una auténtica espiral. Es como si quisiera volver sobre sí mismo, escapar por un instante a su concepto inequívoco de la línea recta y se deja envolver por una espiral constante. Espiral del pensamiento, del fuego, de la inteli-gencia, de la verdad, de la noche y del cielo, de la luz o del agua, del tiempo. Pero en cierto modo es normal, Aníbal Álvarez ha estudiado a Octavio Paz “ le fascinaba esa figura envolvente que se circunvala así misma”. García Lorca “ Mi tiempo/ avanza en espiral/La espiral/ limita mi paisaje/ deja en tinieblas lo pasado.” O García Márquez “ es como si el tiempo diera vuelta en redondo y hubiésemos vuelto al principio”.

Un poemario cargado de sentido, una estructura uniforme en la foto-grafía pero llena de imágenes que le rodean a diario. El lector podrá hacer suyos cada uno de los poemas este próximo viernes. El café se acaba, el tiempo se nos escapa de las manos y nuestros cuerpos se van cuarteando y al final en el aire queda la frase de Aníbal “ Empezar y terminar, ese es el misterio”. Gracias maestro.

Un poemario cargado de sentido, una estructura uniforme en la fotografía pero llena de imágenes que le rodean a diario

Ha tenido opción de encontrarse lugares donde debajo de la purpurina no había oro, solo oxido rojo (viejas secuelas de la guerra civil)

José Luis Rua

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | MARÇO 2015 | 7

EL ANDEVALO SUR-OCCIDENTAL * ESPANHA

Manuel Martínez, autor del cartel de la Semana Santa

Antonio Rodriguez Castillo (PSOE)

Manuel Martinez. en su farmacia

Antonio Miravent y Juan Jose Santana (IU)Alberto Fernandez (PP) Gema Martin Flores (PA)

Miembros de Recuperemos Ayamonte

Las elecciones autonómicas al Par-lamento Andaluz, están convocadas para este próximo 22 de Marzo en Toda Andalucía. Los principales par-tidos y candidatos a Presidir la Junta de Andalucía son:• SusanaDíaz(PSOE)actual

Presidenta de Andalucía tras la dimi-sión de José Antonio Griñán• JuanmaMoreno (PP)El

Partido Popular fue el más votado en las pasadas elecciones autonómicas, aunque el pacto PSOE-IU le impidió gobernar. • AntonioMaíllo(IU)Esta

formación ha gobernado con el PSOE hasta la ruptura del pacto por parte del PSOE y la convocatoria de nuevas elecciones• AntonioJesúsRuiz(PA)El

Partido Andalucista • Martín de la Herrán (

UPyD) • TeresaRodríguez(Pode-

mos)No obstante esta convocatoria, las

elecciones que designarán a los alcal-des y concejales de Andalucía, están previstas el próximo 24 de Mayo, igual

Dicen que es bueno cambiar las costumbres, las maneras de hacer a diario y que con-vertimos en rutina. Otros

por el contrario aman las costumbres y el significado de las mismas. Me debato entre lo uno y lo otro, más en una mañana como esta donde un fin de semana largo se anuncia bajo una estela blanquiverde. Así que en la trastienda de una céntrica farmacia, en el corazón de este pueblo blanco, me siento a escuchar alguna historia que me relata Manuel Martínez, autor del cartel de la Semana Santa de Ayamonte y que se presenta este domingo en el Teatro Cardenio.

Presto especial atención a cada comentario, a cada sensación que me transmite este hombre grande en todos los aspectos. Y echo de menos, nunca imaginé que tanto, el viejo olor a café recién hecho por el propio de una farmacia. Ese contraste de olores que definen a un centro de salud, un hospital en plena efervescencia o un dispensario farmacéutico. Pero es que este farmacéutico tan especial, domina la paleta perfectamente, entiende de la semana mayor como el que más y

que al resto de los algo más de 8.000 municipios Españoles.

En esta edición del JBG, vamos a repasar las últimas informaciones de los candidatos que conocemos hasta el momento para ostentar la Alcaldía del Ayuntamiento de Ayamonte: • Comoprincipalnovedad,

podemos destacar que una agrupación de electores, bajo el nombre “Recupe-remos Ayamonte”, se presentará a las próximas elecciones locales.

La nueva formación política ha ase-gurado en un comunicado que “está compuesta por vecinos y vecinas de nuestro pueblo y se ha formado como alternativa al bipartidismo en nuestra localidad”.

‘Recuperemos Ayamonte’ se autode-fine igualmente como una “agrupación asamblearia abierta a todos los ciuda-danos y ciudadanas que, cansados de la mala gestión del PSOE y las mentiras del PP en la oposición quieren recupe-rar el pueblo para sus habitantes.

Es el caso de algunos miembros de Podemos, que finalmente ha decidido no acudir a las próximas elecciones

define cada acto o momento, como el mejor de los expertos.

Alberto Vázquez, Presidente de la Agrupación de Cofradías le puso sobre la mesa el reto de hacer el cartel que anuncia la Semana Grande Ayamonte. Manolo pondría cara de alegría, seguro, pero conociéndolo sé que imaginaria la enorme carga y res-ponsabilidad que se le venía encima. Pero semejante honor no siempre le llega a uno, y excepcionalmente a un farmacéutico.

Curiosamente, Manolo se planteó en primer lugar, antes de imaginar en su mente el boceto, de buscar la imagen central, ante que nada, buscar quien podría ser el que le presentara en el acto oficial. Resolvió rápidamente la duda, fichó al personaje, y nadie mejor que Florencio Hernández Abreu, su man-cebo de toda la vida. Su hombre de confianza y conocedor del funciona-

locales como tal ni tampoco bajo la marca de Ganemos. Así lo ha explicado Mari Carmen González, secretaria general de Podemos en Ayamonte, que participó en el debate de actualidad Vozpópuli de Canalcosta TV.

Los integrantes de dicha agrupación de electores se reúnen casi todos los miércoles para avanzar en todo lo rela-tivo a este proyecto que busca hacerse con el respaldo en las urnas del sector de la población decepcionado con la gestión del actual equipo de Gobierno así como de quienes no confían en las opciones políticas representadas en la oposición municipal, es decir, PP, PA e IU.

El cabeza de lista de dicha agrupa-ción saldrá de un proceso de prima-rias que se pondrá en marcha en las próximas semanas.• Porotraparte,elactualCon-

cejal de IU (Izquierda Unida) Antonio Mirabent ha anunciado tras 11 años como portavoz de esta formación política, que no se presentará como candidato a la alcaldía Ayamontina.

Miravent, tras despedirse de la polí-tica local, dice estar a disposición de su organización por si tuviera otras

miento interior de las hermandades, podía hacer mejor que nadie su intro-ducción en el Acto Magno. Solucionado el problema, manos al lienzo.

Y hasta bien entrado el mes de sep-tiembre estructuró su estrategia de ataque a un lienzo en blanco, con el

estudio de lo que ya había sido defi-nición de carteles de años anteriores, descartando hermandades que habían servido de inspiración a través de sus imágenes representativas, así como de

responsabilidades que pudieran enco-mendarle. En toda su intervención no ha dejado de referirse a la política des-tructiva del PP, directamente por su nombre, y a los que venden humo y populismo, “todos sabéis a los que me refiero” (sic).

Tras la intervención del concejal, Juan José Santana, miembro de la Ejecutiva Local, ha anunciado que IU Ayamonte está dispuesta a converger con otros grupos en la búsqueda de una lista conjunta sin imposiciones y partiendo de cero, pero que no renun-ciará a sus siglas, por historia y antece-dentes. Si es posible la coalición, IU no pondrá trabas, pero si otros grupos no lo ven, IU presentará su propia lista.• Enel PA(PartidoAnda-

lucista), ya han nombrado a Gema Martín Flores, actual concejal y por-tavoz del PA en la ciudad fronteriza, quien al Cierre de la presente edición de JBG, está previsto que sea procla-mada de forma oficial candidata a la alcaldía Ayamontina por el Partido Andalucista bajo el lema “Defiende Ayamonte”. • ElPartidoPopular(PP)ha

las variantes de distribución de imá-genes y figuras y su ubicación espacial. Hizo bocetos, diseños, cambió imáge-nes, las sustituyó, puso y quito prota-gonismo y al final, se hizo la luz. Un cuaderno A-3, en acrílico, descartando posibilidades, introduciendo varian-

tes y al final del túnel, la inspiración: Viernes Santo, un día de solera cristiana, un día de silen-cio y recogimiento, una hermandad que su fami-lia conoce a fondo en su ciudad natal, Villalba del Alcor. Se decide por unos retoques finales y elimina dos nazare-nos para dar entrada al conjunto de acólitos ceroferarios y turifera-rios. Junto al paso, con la torre espadaña de fondo, con la oscuridad de la noche solo rota por

los cirios, perfila sobre un lienzo de 97 por 1´62 el cartel de la Semana Santa de Ayamonte.

La obra ya está impreso en estos momentos y tan solo a la espera de

designado asimismo a su cabeza de lista para la carrera electoral; se trata de Alberto Fernández. El ‘popular’ ha señalado que “es consciente de las dificultades que nos vamos a encon-trar, pero mi equipo y yo estamos dis-puestos a afrontarlas con pleno sentido de la responsabilidad, sin prometer lo imposible pero garantizando que vamos a dejarnos la piel en sacar a Ayamonte de este pozo con la fórmula que la vida siempre nos ha demostrado que es la más eficaz: trabajo, trabajo y más trabajo”.• FinalmentedesdeelPSOE,

se apoya sin reservas al actual alcalde Antonio Rodríguez Castillo, ha seña-lado (según un comunicado de Europa Press), que se siente “apoyado” por los socialistas ayamontinos. El alcalde de Ayamonte, el cual lleva al frente de la localidad desde el año 2007, ha apuntado que, tras ocho años “muy duros” debido a la crisis económica, quiere presentarse a las próximas elec-ciones para “seguir trabajando” por su localidad y “recoger los frutos de todo el trabajo que hemos realizado”.

la mañana del domingo 1 de marzo para hacer su presentación oficial. Es de una clara influencia sevillana. Barroco en su definición, con los objetos saca-dos a la luz sobre los fondos oscuros, complementado con diseños personales procedentes del barroco. Se observan los bordados de los trajes de los acólitos diseño del propio Manuel Martínez. O recreándose uno en ese marco a base de molduras y penachos dorados que protegen la escena central. Todo ello conforman este majestuoso, personal y devoto trabajo que hace de pregón de la semana Santa de la ciudad de Ayamonte.

Recojo mis cosas y salgo de la botica. Dejó un ir y venir de gentes en busca de pantoprazol, prozac o adiro 100. Es la vida interior del templo de un farma-céutico autor de un cartel anunciador de nuestra Semana Mayor que va a causar sorpresa y satisfacción por una obra tan bien confeccionada y cargada de mucha emotividad y creatividad. Gracias Manuel.

Actualidad electoral en Andalucia: candidatos a la Alcaldia en Ayamonte

José Luis Rua

Jose Luís Rua

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8 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |MARÇO 2015

Conheça as linhas mestras do Programa Operacional «CRESC Algarve 2020»

No passado dia 18 de fevereiro teve lugar no Teatro Municipal de Faro a apresentação do Plano Operacional do Algarve «CRESC Algarve 2020». Contou com a presença do Ministro-adjunto e do desenvolvimento regional,

Miguel Poiares Maduro, numa cerimónia onde se ficou a conhecer as linhas mestras para um desenvolvimento regional até 2020. São cerca de 340 milhões de euros em que a Internacionalização, com 85,6 milhões de euros, e

o Emprego, com 46 milhões, são as áreas que mais verbas vão receber deste Programa Operacional.

EM FOCO

O Algarve vai gerir um envelope multifundo, ou seja com Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) e Fundo Social Europeu (FSE). Este último para apoiar no combate ao desemprego, sendo que o fenómeno do desemprego tem particular relevo na Região no escalão dos 15-24. “O reconhecimento dos constrangimentos Regionais, levou o Governo a acionar a prerrogativa regulamentar, que permitiu a transferência de cerca de 68 milhões de euros das regiões mais desenvolvidas para o Algarve”, referiu no passado dia 18 de fevereiro David Santos, presidente da Comissão de Coordenação de Desenvolvimento Regional do Algarve (CCDRAlg) e gestor do Programa [nesta edição em entrevista na pág. 13 a 15].

A região é ainda muito dependente do Turismo, um paradigma em que a CCDRAlg se mostra empenhada em mudar. No que toca a esta questão é de realçar que a ocupação turística da capacidade instalada só ultrapassa os 50% entre Junho e Setembro.

Objetivos traçados

De acordo com a CCDRAlg é preciso “alargar a base económica empresarial , reforçar o emprego, valorizar os recursos endógenos, fomentar a inovação, aumentar aprodutividade,reforçarascadeiasdevalordasatividadesidentificadaspelaRIS3,articulando‐ascomoclusterdoturismoelazer,criarcondiçõesparaofomentode atividades exportadoras e para o aumento da produção de bens e serviços transacionáveis, reforçar o papel do território como fator competitivo e diferenciador, afirmar a identidade regional e valorizar os recursos naturais de excelência, criar condições para a emergência de ofertas inovadoras, Reduzir disparidades e assi-metrias territoriais, garantir um território menos fragmentado e uma rede urbana coerente e competitiva, capaz de dinamizar dinamizar o robustecimento robuste-cimento da economia, ajustar e reorientar as competências regionais para a empregabilidade, criar condições para a emergência de respostas criativas e inovadoras e reforçar as lideranças regionais e capacitar parcerias”.

Saiba quais as Grandes Linhas do Programa Operacional apresentadas por David Santos no passado dia 18 em Faro.

Mudanças nos apoios às empresas

Neste quadro comunitário triplicam as verbas disponíveis para as empre-sas - mais de 120 milhões de euros. Existe um maior foco nos resultados, investimento maioritariamente condi-cionado aos domínios da Estratégias de Investigação e Inovação para uma Especialização Inteligente (RIS3 Regio-nal). E os apoios serão concedidos com base em fundos reembolsáveis, estando contemplada a possibilidade de isen-ções de reembolsos se se superarem os resultados estabelecidos.

Ainda relativamente às empresas a par do Turismo, passam a ser elegíveis parte das despesas de construção em projetos industriais e alargam-se os domínios das atividades transacionáveis nos serviços internacionalizáveis (ex. economia digital, desenvolvimento e promoção internacional de marcas).

Apoio à internacionalização e negócios nas Baixas Densidades

Este Programa Operacional con-templa vales de internacionaliza-ção para serviços de prospeção de mercado, para as Grandes Empre-sas aumentam as exigência da ino-vação. Existe agora um incentivo à contratação de recursos humanos altamente qualificados, acelerando os processos de inovação. Está fir-mado mais apoio às Pequenas e Médias Empresa que inovem nos territórios de Baixa Densidade, nomeadamente no que diz respeito à avaliação dos projectos que sejam para implementação naqueles ter-ritórios.

20 milhões para a Ciência

Estão previstos cerca de 20 milhões de euros para valorizar os resul-tados do conhecimento com um foco particular na articulação com o mercado, haverá apoio de proje-tos de investigação, em linha com as prioridades da RIS3 Regional, apoio à participação em redes internacionais (roteiro ESFRI) e apoio à implementação do Pólo Ciência e Tecnologia (AlgarTEC)

14 milhões para a eficiência energética

No próximo quadro comunitário estão previstos cerca de 14 milhões de euros para promoção da efici-ência energética em empresas e infraestruturas públicas. Haverá apoio a eficiência e racionaliza-ção dos consumos do setor turís-tico, apoio é fundamentalmente garantido através de Instrumentos Financeiros (para as empresas) e fundos reembolsáveis (para o setor público)

Aposta na qualificação do Turismo

Para os produtos consolidados, como é o caso do Turismo, a aposta passa pela qualificação inovadora da oferta, para antecipar tendências da procura, manter os mercados tradicionais e valorizar a integração com produtos complementa-res. Apoio, fundamentalmente, a inves-timento de requalificação e adaptação inovadora (ex. a valorização da oferta sénior/Acessibilidade).

Para os produtos em desenvolvimento, que podem contribuir para atenuar a sazonalidade, a aposta passa por garantir apoios para estruturação de ofertas dife-renciadoras. Incentivar a criação de massa crítica que assegure condições para a pre-sença competitiva e com expressão, do destino Algarve, nos mercados potencias e de aposta (ex: turismo sénior, de saúde, turismo cultural e eventos desportivos). Para os produtos complementares, que necessitam de estruturação para reforçar a integração e a importância da sua pre-sença no território, a prioridade é alar-gar o leque de experiências no território, reforçando a competitividade do destino, nas épocas médias, para segmentos espe-cíficos. Devem ser apoiadas ofertas inte-gradas que se articulem com os produtos âncora e em desenvolvimento.

Fonte: CCDRAlg

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | MARÇO 2015 | 9

EM FOCO

Ambiente urbano com valorização de 6 milhões

O CRESC Algarve 2020 reservou 6 milhões de euros para valorizar o ambiente urbano. Serão apoiados planos integrados de mobilidade sustentável (com implementação das soluções identificadas), haverá apoio a ciclovias e vias pedonais e a bicicletas urbanas para uso público, melhoria da rede de interfaces e parques periféricos integrados em planos de mobilidade supramuni-cipais e soluções para melhoria da qualidade de serviço.

Património Natural e Cultural

Foram reservados cerca de 11 milhões de euros para promoção conservação, proteção e promoção do património natural e cultural, sendo que a aposta é dinamizar os recursos naturais e culturais para complemento e enriquecimento da experiência no território, com foco no aumento do número de visitantes.

Regeneração urbana

No total serão cerca de 14 milhões de euros para a melhoria do ambiente urbano, haverá uma aposta na qualificação do espaço público em núcleos históricos, zonas ribeirinhas, espaço indus-triais desativados. O foco são a população residente e as interven-ções são implementadas através de planos integrados de regeneração urbana sustentável, envolvendo os particulares

Emprego com 30 milhões de apoio direto

Para o emprego estão reservados cerca de 30 milhões de euros para melhoria do acesso ao emprego através dos apoios à contratação e estágios. Está prevista a qualifi-cação dos trabalhadores do setor turístico afetados pela sazonali-dade (no âmbito do pacto terri-torial para a empregabilidade) e haverá apoio para a formação com vista à adaptação à mudança dos ativos das empresas.

32 milhões para a inclusão social

Cerca de 32 milhões de euros vão ser para reforço da interven-ção junto de grupos específicos e na melhoria da qualidade de ser-viço. Está comprometida verba para uma aposta na melhoria e qualificação das infraestruturas, passando pela racionalização do serviço prestado por equipamen-tos socias e de saúde. Será dada prioridade à formação de públicos estratégicos para a inclusão e prio-ridade às intervenções no domínio da saúde mental e deficiência.

Valorização de Recursos Endógenos

Estão destinados cerca de 8 milhões para a valo-rização dos recursos endógenos, numa aposta na intervenção pública no território da Baixa Densi-dade, para valorização e revitalização dos recur-sos como forma de criar condições para cativar os investimentos âncora privados e desenvolvimento de atividades Turísticas associadas ao território.

O reforço de competências na região é de 31 milhões

O CRESC Algarve 2020 reservou cerca de 31 milhões de euros para o reforço das competências, fecho de redes e fim do regime duplo do primeiro ciclo, forte aposta no ajustamento da formação pro-fissional (em linha com a RIS3), às necessidades e à realidade regional, intervenções Integradas para a melhoria do desempenho escolar e redução do abandono. Existe também uma aposta na educação e formação de adultos

Modernização Administrativa

Até 2020 serão investidos cerca de 17 milhões de euros para dinamizar a eficiência da Administração, aposta na reengenharia, simplificação e desmate-rialização com vista à racionalidade e eficiência, promover mais e melhores serviços digitalizados para uso de cidadãos e empresas e capacitar e qua-lificar serviços, entidades e recursos humanos.

ALGARVE REGIÃO:

Competitiva, Resiliente,

Empreendedora e Sustentável

Fonte: CCDRAlg Fonte: CCDRAlg

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LOCAL

José Fernandes Estevens foi reeleito líder do Partido Social Democrata de Castro Marim, na sequência de eleições realizadas no passado dia 7 de fevereiro, para a Comissão Política Conce-lhia do Partido. De acordo com esta nota de imprensa “a concelhia liderada por José Estevens vai igualmente continuar a manifestar o apoio incondicional e a solidariedade política ao executivo do PSD na Câmara Municipal presidido por Francisco Amaral, aos deputados municipais na Assembleia Muni-cipal e aos eleitos nas outras autarquias do concelho”.

Depois das eleições a 9 de Feve-reiro a nova direção da Associação Humanitária dos Bombeiros Volun-tários de Alcoutim liderada por Fran-cisco Brás tomou posse. A presidir a assembleia geral está Abílio Frade da Encarnação. Contactado pelo JBG o antigo presidente da assembleia geral desta associação, José Carlos Pereira, garantiu-nos que depois da polémica gerada nestas eleições [notícia na edição de fevereiro do JBG] o novo ato eleitoral “decorreu dentro da normalidade depois de terem sido agendadas eleições para 9 de Fevereiro, e ter sido anulado o anterior ato eleitoral devido a irre-gularidades de ambas as listas apre-sentadas”. José Carlos Pereira disse ao JBG que “tal como mandam os estatutos os primeiros subscritores daquelas listas foram informados que iria decorrer novo ato eleitoral, sendo necessário iniciar nova apresentação de listas”. A estas eleições apenas concorreu uma lista, “ a que se deu

nome de Lista A porque trata-se de um novo ato eleitoral”, explicou José Carlos Pereira.

Antigo subscritor garante ir para a justiça

Francisco Alho Xavier, o primeiro subscritor no anterior processo elei-toral pela então Lista A enviou uma nota à redação do JBG, garantindo que nas “eleições para AHBV de Alcoutim, à boca das urnas a Lista sufragada em Assembleia Geral foi substituída por uma lista fantasma”. Nessa nota F. Alho Xavier acusa que a Lista que foi a eleições e que ganhou com 41 votos, num total de 44 votan-tes, terá sido “criada à revelia dos Estatutos, dos sócios e da Lei, colo-cada à votação, lista essa que era constituída maioritariamente por elementos dos atuais órgãos sociais, e que são igualmente parte interes-sada e atuaram em causa própria”. Francisco Alho Xavier garante que irá

“recorrer a todos os meios legais para repor o cumprimento da Lei”.

2.ª maior empregadora de Alcoutim

Recorde-se que a Associação Huma-nitária dos Bombeiros Voluntários de Alcoutim tem a seu cargo cerca de 90

postos de trabalho, sendo a segunda maior empregadora do concelho, e possui as valências de Lar, Centros de Dia de Giões e Pereiro, Infantário em Alcoutim e uma corporação de bombeiros.Nestas eleições votaram 44 sócios. A lista vencedora teve 41 votos, sendo que houve dois brancos e um nulo.

José Estevens reeleito líder do PSD Castro Marim

Foi eleita a nova Direção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Alcoutim

Francisco Brás é o novo presidente

José Estevens ganhou a concelhia castromarinense pelo PSD

A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Alcoutim é a segunda maior empregadora do concelho

CARTÓRIO NOTARIAL DE ALCOUTIMA cargo da Adjunta de Notário

Lic. Margarida Rosa Molarinho de Brito Simão

Certifico para efeitos de publicação que por escritura outorgada hoje, neste Cartório Notarial, a folhas cento e quarenta e três do Livro de Notas para Escrituras Diversas número “trinta e três – D”, José Manuel Teixeira Lourenço, N.I.F. 110.041.860 e mulher Agostinha Lourenço Martins Teixeira, N.I.F. 179.516.329, ambos naturais da freguesia de Martim Longo, concelho de Alcoutim, casados entre si sob o regime da comunhão de adquiridos, residentes em Acherweg 9, 6370 Stans, Suíça:

Que são donos e legítimos possuidores com exclusão de outrem, do prédio urbano, sito em Azinhal, na freguesia de Martim Longo, concelho de Alcoutim, composto por edifício térreo, destinado a habitação, com vários compartimentos, garagem e quintal anexo, com a superfície coberta de cento e dez metros quadrados e superfície descoberta de trinta metros quadrados, confronta do norte com Maria do Carmo Agostinha Martins Teixeira e do sul, nascente e poente com via pública, inscrito na respetiva matriz sob o artigo 2013 em nome do justificante marido, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Alcoutim, com o valor patrimonial tributário de quinze mil setecentos e sessenta euros, a que atribuem valor igual.

Que o referido prédio lhes pertence, por ter sido doado a ambos, já no esta-do de casados entre si, em data imprecisa do ano de mil novecentos e noventa e três, e portanto há mais de vinte anos, por contrato verbal, não titulado por escritura pública, pelos pais da outorgante mulher António José Martins e Antónia Maria Agostinho, casados sob o regime da comunhão geral, residentes que foram em Azinhal, freguesia de Martim Longo, concelho de Alcoutim, não dispondo eles, justificantes de título formalmente válido que a comprove tal doação.

Que, no entanto, desde que a mesma foi efetuada até à presente data, os justificantes entraram na posse e fruição do citado imóvel, ininterruptamente, à vista de toda a gente, sem oposição de quem quer que seja, com a consciência de utilizar e fruir coisa exclusivamente sua, adquirida dos anteriores proprietários, habitando-o, fazendo reparações, cuidando da sua manutenção, pagando as respetivas contribuições e impostos, dele retirando todas as suas normais utilidades.

Que em consequência de tal posse, em nome próprio, pacífica, pública, continua e de boa-fé, adquiriram o dito prédio por usucapião, que expressamente invocam para justificar o seu direito de propriedade para fins de registo.

Que o identificado prédio tem a natureza de bem comum do casal.Está conforme o original. Cartório Notarial de Alcoutim, aos três de fevereiro de dois mil e quinze.

A Adjunta do Notário, em substituição legal,(Margarida Rosa Molarinho de Brito Simão)

Conta:

Art.º 20.º n.º 4.5.......€ 23,00São: Vinte e três euros. Conta registada sob o n.º 03

NOTARIADO PORTUGUÊSJOAQUIM AUGUSTO LUCAS DA SILVA

NOTÁRIO em TAVIRA

Nos termos do Artº. 100, nº.1, do Código do Notariado, na redacção que lhe foi dada pelo Dec-Lei nº. 207/95, de 14 de Agosto, faço saber que no dia dez de Fevereiro de dois mil e quinze, de folhas trinta e cinco a folhas trinta e seis verso, do livro de notas para escrituras diversas número cento e setenta e quatro – A, deste Cartório, foi lavrada uma escritura de justificação, na qual FERNANDO SILVESTRE PEREIRA, NIF 178.871.443 e mulher MARIA FERNANDA DOMINGOS DA PALMA PEREIRA, NIF 178.871.354, ambos naturais da freguesia de Giões, concelho de Alcoutim, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, residentes em Farelos, Giões, Alcoutim, declararam:

Que, com exclusão de outrem, são donos e legítimos possuidores dos seguintes prédios rústicos, todos situados na freguesia de Giões, concelho de Alcoutim, com excepção do prédio identificado na alínea b) que se situa na União das Freguesias de Alcoutim e Pereiro, do mesmo concelho e não descritos na Conservatória do Registo Predial de Alcoutim, a saber:

a) Prédio composto por cultura arvense, sito em Chadinhas, a confrontar do norte com António Vicente Teixeira, do sul com António Pereira Cavaco, do nascente com Fernanda Pereira Martins Corvo Cavaco e do poente com herdeiros de José Gomes Alves, com a área de dezoito mil e noventa metros quadrados, inscrito na matriz sob o artigo 17 secção 008; b) Prédio composto por amendoeiras, cultura arvense e oliveiras, sito em Horta do Barranco do Poço, a confrontar do norte com Manuel José Pereira, do sul e nascente com herdeiros de António André e do poente com Maria de Jesus Pedro Amaro, com a área de setecentos e sessenta metros quadrados, inscrito na matriz sob o artigo 32 secção A026; c) Prédio composto por cultura arvense e mato, sito em Roução, a confrontar do norte com Martiel Teixeira dos Santos, do sul com Cristina Barão Dionísio e Ana Dulce Barão Dionísio, do nascente com Maria de Jesus Guerreiro Pirinhas e do poente com Maria Carolina Teixeira Rodrigues, com a área de dezasseis mil quatrocentos e quarenta metros quadrados, inscrito na matriz sob o artigo 13 secção 017; d) Prédio composto por amendoeiras e cultura arvense, sito em Ronção, a confrontar do norte com Martiel Teixeira dos Santos, do sul com Aldegundes Maria Teixeira Paulino Cabral, do nascente com António Alves Vilão e do poente com Cristina Barão Dionísio e Ana Dulce Barão Dionisio, com a área de oitenta e sete mil seiscentos e vinte metros quadrados, inscrito na matriz sob o artigo 20 secção 017; e) Prédio composto por cultura arvense, sito em Serro das Pedras, a confrontar do norte com herdeiros de José Gomes Alves, do sul com José Manuel Pereira Afonso, do nascente com herdeiros de Ricardo Lopes Centeno e do poente com “Crioserra – Exploração, criação e produção animal, Lda.”, com a área de dezoito mil trezentos e quarenta metros quadrados, inscrito na matriz sob o artigo 24 secção 017.

Que adquiriram os referidos prédios, já no estado de casados, por compra verbal e nunca reduzida a escritura pública, no ano de mil novecentos e oitenta e nove, em data que não é possível precisar, os indicados nas alíneas a) e b) por compra a Manuel António Ribeiro Martins e mulher Maria de Lurdes Martins, casados no regime da comunhão geral de bens, residentes na Quinta do Anjo, Palmela e os prédios indicados nas alíneas c), d) e e), por compra a Maria de Jesus Guerreiro Pirinhas e marido António Simões Pirinhas, casados na comunhão geral de bens, residentes em Faro. Que desde esse ano possuem os prédios em nome próprio, cuidando e cultivando a terra, fazendo as respectivas sementeiras, colhendo os frutos, pagando os impostos e contribuições devidos, sem a menor oposição de quem quer que seja desde o seu início, posse que sempre exerceram sem interrupção e ostensivamente, com o conhecimento de toda a gente, sendo por isso uma posse pacífica, contínua e pública, pelo que adquiriram os prédios por usucapião.

Vai conforme o original. Tavira, aos 10 de Fevereiro de 2015

A funcionária por delegação de poderes;(Ana Margarida Silvestre Francisco – Inscrita na O.N. sob o n.º 87/3)

Conta registada sob o nº. Factura nº.

1 de março de 2015Jornal do Baixo Guadiana

1 de março de 2015Jornal do Baixo Guadiana

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | MARÇO 2015 | 11

LOCAL

De acordo com informações veicu-ladas pelo presidente da câmara municipal de Vila Real de Santo António, Luís Gomes, o Hotel Gua-diana, na avenida da República, em plena zona ribeirinha da cidade vai ser transformado num Hotel de Charme, cumprindo assim a missão de reabilita-ção daquele edifício - com classificação de Interesse Municipal e consagrado em Plano Diretor Municipal (PDM) como unidade hoteleira - que foi alvo de um processo difícil de expropria-ção por parte da empresa municipal vilarealense.

Para que esta conversão hoteleira fosse uma realidade terá decorrido um concurso público para a concessão da exploração do hotel.

Para além da potencialidade hote-leira que esta conversão antecipa ao que o JBG apurou serão criados, graças a esta atuação, 30 postos de trabalho especializados, tal como a hotelaria de charme exige.

Produção algarvia em torno de obra literária tem Hotel Guadiana como

A Ermida de Nossa Senhora da Conceição, em Alcoutim, foi classi-ficada em Fevereiro como Imóvel de Interesse Público, o segundo grau mais importante da classificação de património construído. De acordo com a Portaria n.º 130/2015, «a ermida, recentemente restaurada, afirma-se como um dos principais edifícios religiosos do concelho, e aquele onde se efetivou uma mais clara aproximação à estética bar-

roca». A classificação da Ermida teve ainda a ver com critérios rela-tivos ao «caráter matricial do bem, ao seu interesse como testemunho simbólico ou religioso, ao seu valor estético, técnico e material intrín-seco, à sua conceção arquitetónica e urbanística e à sua extensão e ao que nela se reflete do ponto de vista da memória coletiva», acrescenta a portaria do secretário de Estado da Cultura.

As obras do último troço da Estrada Municipal Altura-Furnazinhas (Eira Verde-Monte Novo), com uma extensão de 8 Km, prosseguem a um bom ritmo. Estão agora em curso os trabalhos de pavimentação, prevendo-se que a obra esteja terminada no final do mês de abril, avança a câmara municipal. Com um investimento total de 2,8 milhões de euros, a Estrada Munici-pal Altura-Furnazinhas vai assegurar a ligação entre o litoral e a serra do concelho de Castro Marim, passando pelo barrocal, num total de 34 quiló-metros. As obras, que começam na povoação de Eira Verde e terminam no lugar de Monte Novo, incluem também a construção de uma ponte, com 135 metros de comprimento, na localidade de Fortes, que assegura a travessia da

A Águas do Algarve anunciou o lançamento do concurso para a empreitada de ligação do efluente de Altura, localidade do concelho de Castro Marim, à Estação de Ele-vatória 2 do Subsistema de Vila Real de Santo António. O valor base da empreitada é 13.000 euros, adiantou a empresa que faz o fornecimento de água em alta aos municípios do distrito de Faro, frisando que a obra vai per-mitir a construção de “um interce-tor gravítico com características de infraestrutura em Alta, com função única de transporte, sem ligações domiciliárias, recolhendo da rede em “baixa” em quatro pontos prin-cipais e desenvolvendo-se parale-lamente a coletores existentes”. Estes trabalhados vão possibili-tar, acrescentou, “a desativação da Estação Elevatória de Águas Resi-duais da Altura, infraestrutura da responsabilidade do município de Castro Marim”, que apresenta “um elevado grau de degradação” e será depois desativada. “Com esta solução, minimiza-se também o atual problema demons-trado de falta de capacidade da Estação Elevatória de Aguas Residuais 1 da Altura na época alta”, destacou ainda a Águas do Algarve.

ribeira de Odeleite naquele local.A infraestrutura contempla igualmente a execução de dois troços, um de liga-ção à povoação de Fortes e outro às Furnazinhas, com cerca de 2 Km de extensão. Com a construção do troço Eira Verde/Monte Novo e, por consequência, a conclusão da Estrada Municipal Altura-Furnazinhas, Castro Marim vai passar a dispor da maior obra rodoviária alguma vez construída no concelho, consolidando a rede de transportes e comunicação existente. A excelência desta obra reside no encurtamento da ligação entre as povoações Monte Novo – Monte da Estrada, que passam a distar apenas 10km entre si quando distavam a mais de 20km.

protagonista

Recorde-se que o Hotel Guadiana é um hotel emblemático, desde logo pela sua arquitectura Arte Nova, bem como facto de já ter tido aqui hospe-dado o famoso ator John Malkovich. E é de sétima arte que também fala-mos quando o tema é Hotel Guadiana. Recorde-se que o realizador algarvio Hernâni Duarte Maria está adaptar para cinema a obra literária «Hotel Anaidaug» da autoria do também algarvio Fernando Pessanha, e editado pela 4Águas Edições. De acordo com uma nota enviada à redacção do JBG, e segundo o realizador Hernâni Duarte Maria, “a curta metragem continua em fase de pré-produção; o guarda-roupa encontra-se em fase de confecção pelo novo designer, para além de o elenco contar com a participação de dois novos actores. Por outro lado, Pessa-nha já começou a trabalhar na grava-ção da banda sonora do filme, onde será acompanhado pelo baixista de IN TENTO, Pedro Reis. De acordo com o planeado, a rodagem do filme terá lugar no decurso de 2015”.

Hotel Guadiana vai ser transformado em Hotel de Charme

Ermida de Nossa Senhora da Conceição já é Imóvel de Interesse Público

Estrada Municipal Altura-Furnazinhas aberta até Maio

«Águas do Algarve» liga afluente de Altura

Alcoutim

Fachada do Hotel Guadiana, edifício de Arte Nova. Inspirador de uma obra literária e outra de cinema no Algarve: «Hotel Anaidaug»

O investimento desta estrada municipal ascende a um total de 2,8 milhões de euros

Esta classificação é o segundo grau mais importante da classificação de património construído

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12 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |MARÇO 2015

LOCAL

Foi assinado a 23 de Fevereiro o protocolo que garante o funcionamento da Unidade Móvel de Saúde de Castro Marim, com consultas médicas, numa parceria entre o município de Castro Marim e a Associação Social da Freguesia de Odeleite. Recorde-se que a Uni-dade Móvel de Saúde de Castro Marim foi revitalizada em outubro de 2014, passando a ser a primeira do país permanentemente com médico. O concelho de Castro Marim tem características marcadamente rurais, apresentando uma densidade populacional de 22 habitantes por km2 e uma população envelhecida, com problemas de mobilidade e isolamento, daí a pertinência desta política de proximidade, por meio da prestação de apoio social e de cuidados básicos de saúde e enfermagem. “Estamos a falar de pessoas que levaram uma vida de sacrifícios. A Uni-

dade Móvel de Saúde, com um médico per-manente, é um ato de justiça”, assegurou o presidente da Câmara Municipal de Castro Marim, Francisco Amaral. A Unidade Móvel de Saúde de Castro Marim percorre as fre-guesias de Azinhal e Odeleite, de segunda a sexta-feira, com uma equipa, constituída pelas médicas Helena Gonçalves e Susana Valsassina e pela enfermeira Angelina Rocha, especialmente vocacionada na promoção e prevenção da saúde no idoso, nomeadamente com ações de rastreio e tratamento sobre as doenças cardiovasculares (controlo do colesterol, medição da tensão arterial), dor reumatológica, diabetes, depressão e estilos de vida. O protocolo vigora até ao final do mês de dezembro de 2015, representando um investimento autárquico de cerca de 40 mil euros.

Tendo conhecimento de alguns casos de carência económica aliada à necessidade de intervenção alguns munícipes de Alcou-tim estão já abrangidos por um protocolo de colaboração que uniu o município de Alcoutim e a Santa Casa da Misericórdia de Alcoutim. De acordo com um comuni-cado da câmara municipal “foi aprovado no passado dia 28 de janeiro, em reunião de câmara, um acordo de colaboração entre o Município de Alcoutim e a Santa Casa da Misericórdia visando o tratamento de muní-cipes na área da saúde oral”. O objetivo da medida é a prevenção, o diagnóstico precoce e o tratamento na área da saúde oral junto da população mais carenciada. “Os munícipes serão encaminhados para as consultas através do Gabinete de Ação Social, Saúde e Educação

da autarquia contactará com os infantários, as escolas, os lares e centros de dia e população em geral para proceder ao levantamento das necessidades de intervenção e das condições socioeconómicas dos agregados familiares”, lê-se na nota enviada às redações.

12 mil euros em 12 meses

A Santa Casa da Misericórdia ficou incum-bida de garantir o tratamento dos munícipes, nomeadamente, para consulta de diagnós-tico, extração, restauração, destartarização e aplicação de selantes de fissuras. Para que tal seja possível, a autarquia aprovou a com-participação financeira no montante de 12 mil euros pagos mensalmente em tranches de mil euros.

Os munícipes alcoutenejos que necessitem de apoio para tratamentos termais poderão tentar obter esse apoio junto da câmara municipal de Alcoutim. De acordo com uma nota à redacção aquela edilidade “está a levar a cabo uma iniciativa que pretende comparticipar financeiramente os tratamentos termais de cidadãos que tenham problemas de saúde e, por conseguinte, necessidade de realizar estas terapêuticas”. De acordo com o executivo liderado por Osvaldo Gonçalves trata-se de “facilitar o acesso deste tipo de tratamentos a toda a população”, sendo que “a autarquia garantirá o custo dos mesmo e, por sua vez, os beneficiários assumirão as despesas do alojamento”.

Os tratamentos decorrerão nas Termas de São Pedro do Sul, na semana de 15 a 22 de março. Os interessados deverão fazer a sua inscrição, até ao dia 13 de fevereiro, no Gabinete de Ação Social, Saúde e Educação da Câmara Municipal. Para mais informações deverá ser contactado o referido gabinete através do telefone 281 540 559.

Unidade Móvel de Saúde percorre Azinhal e Odeleite de segunda a sexta

Câmara de Alcoutim faz levantamento de necessidades na saúde oral dos munícipes

Em Março munícipes podem aceder a tratamentos termais comparticipados

Protocolo vigora até ao final do mês de dezembro de 2015

Foi aprovado, em reunião de câmara, um acordo de colaboração entre o Município de Alcoutim e a Santa Casa da Misericórdia

40 mil euros até Dezembro 2015

Alcoutim

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | MARÇO 2015 | 13

Susana H. de Sousa

“Gostaria que no fim deste Quadro Comunitário o Algarve fosse a região do país com a menor taxa de desemprego”David Santos, recentemente reconduzido na presidência da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve (CCDRAlg), tece duras críticas ao sistema da função pública que defende que tem de mudar de ritmo no que toca à avaliação de candidaturas dos empresários. Em consonância com o Ministro Miguel Poiares Maduro que esteve no Algarve em Fevereiro para apresentar o Programa Operacional do Algarve (CRESC Algarve 2020), o gestor deste Programa defende que é preciso revitalizar a economia, apostando no incentivo ao sector privado. David Santos anuncia-nos a estratégia para os próximos seis anos e frisa que neste novo quadro comunitário a cooperação transfronteiriça contempla também apoio às empresas. O maior objetivo é diminuir o desemprego no Algarve e David Santos anuncia-nos para o efeito 94 milhões de euros com o Fundo Social Europeu.

David SantosPresidente da CCDRAlg

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GRANDE ENTREVISTA

Jornal do Baixo Guadiana: Chegou em 2012 à presidên-cia da Comissão de Coorde-nação e Desenvolvimento Regional do Algarve. Qual o balanço que faz do trabalho desenvolvido?

David Santos: Fomos recon-duzidos recentemente, após três anos iniciados a 20 de Fevereiro de 2015. Nessa altura estávamos no penúltimo ano de aprovação de candidaturas com uma taxa de execução relativamente baixa quer no global, quer no Sistema de Incentivos, ou seja apoio às empre-sas. E, sendo o apoio às empre-sas fundamental para o Algarve, recordo que tínhamos nessa altura uma taxa de execução de 33%. Em Janeiro de 2015 tínhamos atingido já os 95%...

JBG: A que se deve esta evolução?

DS: Foi fruto de trabalho das empresas que concorreram ao Sis-tema de Incentivos, mas também se deveu às alterações que provo-cámos no Programa Operacional. Passámos a falar com as empresas semanalmente, a acompanhar as dificuldades, incrementou-se a interacção com os órgãos intermé-dios, neste caso o IAPMEI, AICEP, Associação Nacional de Inovação e Turismo de Portugal.

JBG: Encontrou um Algarve disperso…

DS: No que diz respeito à taxa de execução o Algarve no país estava em último lugar; hoje estamos em primeiro! Acredito no trabalho conjunto. O que senti mais na região foi que estávamos a trabalhar cada um per si. E agora estamos como defendo, unidos. Logo em Outubro de 2012 foi assinado um protocolo na região com a CCDR, a Universidade do Algarve, sete associações empre-sariais na região e com a AMAL de modo a preparar estratégia de desenvolvimento regional. Trata-se de uma estratégia de especializa-ção inteligente, tendo em conta as nossas potencialidades.

JBG: Uma especialização inteligente que é demons-trada no Programa Operacio-nal do Algarve apresentado no passado dia 18 de Feve-reiro na presença do Ministro adjunto e do desenvolvi-mento regional.

DS: O CRESC [acrónimo de Região Competitiva, Resiliente, Empreendedora e Sustentável com base na valorização do Conheci-mento] Algarve 2020 reflecte a contribuição de todos, e refi-ro-me a sindicatos, delegações de organismos desconcentrados do Estado, empresas, associações de desenvolvimento local e regio-nais. Foi feito um diagnóstico que demonstrou que o Algarve, sendo uma região de transição, tinha um envelope financeiro limitado. Esse diagnóstico permitiu demonstrar que estávamos a decrescer e fez com que houvesse uma transferên-cia das zonas mais desenvolvidas do país para o Algarve. Foram mais 68 milhões de euros, e assim che-gámos aos cerca de 330 milhões. Temos que pôr todos a pensar no Algarve porque somos uma região muito concentrada no turismo com uma sazonalidade acentuada com

nove meses muito maus. Temos de diversificar a nossa actividade económica, sendo que não foi difí-cil chegar às outras actividades que deveriam ser potencializadas… A nossa história já nos demonstrou quais são!

JBG: O Turismo não é substituí-vel, mas deve ser complemen-tado…

DV: O Turismo e o Mar são sec-tores consolidados na região. Mas temos os sectores emergentes. São o Agro-alimentar, Eficiência Energé-tica – em que o nor-deste do Algarve é uma das áreas da Europa e do Mundo com maior exposição solar - Indústrias Criativas e Ciências da Saúde e Lazer. Estamos a iniciar um curso de Medicina no Algarve que é fora do contexto habitual e que está a ser um sucesso. Se apostarmos mais em aquacultura em offshore, mais na dinamização da cultura dos bivalves – e produzimos mais de 50% dos bivalves do país – se dermos continuidade à inovação do sal - produzimos 96% do sal marinho do país - consegui-mos uma dinâmica extraordinária que impulsionará, cer-tamente, a nossa economia. Temos de impulsionar mais a investigação, que tem já uma posição excelente no país e no mundo com o trabalho que tem vindo a ser feito no campo do Mar. Pas-samos muito pouco c o n h e c i m e n t o para as empresas. Repare que a média regional é de 0,5% do PIB aplicado n e s s a t rans fe -rência e a média do país é de 1,5%. E temos que chegar a 3%... Tem de haver u m a mudança no país e na região a este nível. Temos de conseguir que quem estuda consiga traba-lhar para as empresas e que esse conhecimento acrescente valor não só no resultado das empresas, mas também promova a empre-

gabilidade. JBG: A verdade é que, não

raramente, assistimos ao discurso de jovens licencia-

dos do Algarve que querem “fugir” da região, precisa-mente porque existe uma economia demasiado assente no Turismo que provoca uma sazonalidade e um desem-prego avassaladores. Este fenómeno também pode

dificultar esse processo de transferência de conheci-mento!?

DS: Deixe-me dizer-lhe que a maioria das empresas que visitei tem pelo menos um empregado

licenciado no Algarve. E estão a emergir empresas cada vez mais inovadoras que conseguem romper com sazonalidade que domina a

nossa economia. No dia 18 de fevereiro visitámos duas empresas que demonstram que o Algarve não é só turismo. Por um lado a Vinilconsta que começou com sinalética e infor-mação ligada ao espaço urbano e agora faz uma obra total; cres-ceu bastante e está em vias de internacionalização. Por outro, a Visualforma que criou uma plataforma para gerir as reser-vas dos hotéis e actualmente tem já mais de três mil hotéis em todo o mundo, sendo que 80% localizam-se na América do Sul com grande componente de internacionalização, o que é um bom exemplo de trans-ferência de conhecimento para as empresas. Com estas visi-

tas quisemos mostrar ao senhor minis-tro porque o Algarve tem empresas a c a m i n h a r para o futuro na transferên-cia de conhe-cimento.

J B G : Ainda em

relação anterior quadro comunitário, o que aponta de negativo?

DS: A crise foi o principal fator que dificultou a execução. E a crise não afetou apenas as empresas, mas também municípios e como é público levou a uma perda de

300 milhões de euros de receitas de IMT pre-vistas nos municípios de todo o Algarve. O Programa Operacional não saiu para a rua como deveria de ser; não foi bem divulgado junto dos beneficiários e as pessoas tinham bastante receio, e eu compreendo, devido à burocracia. Fazer uma candidatura implicava muitas vezes recorrer a um consultor. Este Quadro 2014-2020 corrige vários proble-mas. Desde logo, cres-ceu substancialmente o valor para apoiar

as empre-sas; no ante-rior quadro t í n h a m o s 45 milhões e agora são mais de 100 m i l h õ e s ; trata-se de um aumento f u n d a m e n -tal. Vamos andar mais no terreno e a burocracia é muito menos

pesada. Para a submissão das can-didaturas existe um portal único, o «Portugal 2020» e a documenta-ção da administração pública é a própria administração pública que a tem que apresentar. Por outro

lado existe um prazo máximo para apreciação de candidaturas caso contrário o gestor do programa (neste caso eu) será penalizado.

JBG: O ministro Poiares Maduro foi muito claro nas críticas e na exigência em relação ao cumprimento de prazos para avaliação de candidaturas…

DS: Eu concordo com o minis-tro. Não há na função pública um entendimento de que as empresas funcionam muito com apoios da banca e os agentes públicos não entendem que o atraso de um único dia representa juros para o empresário. E não havendo esse entendimento não se percebe a necessidade de haver uma aprova-ção célere. Eu penso que é possível fazer uma boa análise das candi-daturas, definindo com os órgãos intermédios e com o secretariado técnico quais são as regras e dar uma resposta. Antes havia muito a cultura do «Nim» e não se dava uma resposta definitiva e eu sou frontalmente contra isso. Para o empresário vale muito mais um não redondo, e ele parte para outra ou melhora a sua candidatura, do que ficar dois anos à espera que as coisas se resolvam. Felizmente, tem havido muitas alterações legislativas ao encontro da sim-plificação e à obrigação de prazos claros; o que é importantíssimo para a nossa economia. Quando aqui entrei a média de avaliação de candidaturas para as entidades públicas andava na ordem dos 19 dias, neste momento é de 9. Por-tanto é possível reduzir.

JBG: Todo esse esforço e a mudança preconizada não significa reforço de recursos humanos?

DS: Vamos aumentar o nosso secretariado técnico, por um lado devido ao Fundo Social Europeu (que antes não tínhamos e agora temos) e porque houve necessi-dade de criar um Observatório das Dinâmicas Regionais que é um órgão que fará monitorização constante do Programa Operacio-nal. Trata-se de um órgão que vai depender directamente do Presi-dente da CCDR e do Gestor do Programa Operacional. No Algarve será constituído por cinco pessoas e vai fazer acompanhamento diário quer da aplicação de fundos quer do desenvolvimento do Ordena-mento do Território concomitan-temente com a aplicação e fundos e investimentos.

JBG: Durante a apresen-tação do Programa Opera-cional CRESC Algarve 2020 falou-nos da criação da época intermédia do turismo. Como é possível delimitar este período e contribuir para o seu desenvolvimento?

DS: No Algarve temos mais de 300 dias de sol por ano e, por isso, temos que passar a mensagem para o norte da Europa de que os turis-tas podem passar aqui os nossos denominados seis meses mais baixos da época turística [entre Outubro e Abril]. No entanto, esta estratégia tem de prever que os turistas não podem vir aqui nessa altura só para apanhar sol! Temos de potencializar os nossos recur-sos, nomeadamente, o patrimó-

“No que diz respeito à taxa de execução no país o Algarve estava em último lugar;

hoje estamos em primeiro. Acredito no tra-balho conjunto. O que senti mais na região foi que estávamos a trabalhar cada um per si. E agora estamos como defendo, unidos”

O Turismo e o Mar são sectores conso-lidados na região. Mas temos os sectores

emergentes. São o Agro-alimentar, Eficiência Energética – em que o nordeste

do Algarve é uma das áreas da Europa e do Mundo com maior exposição solar -

Indústrias Criativas e Ciências da Saúde e Lazer”.

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | MARÇO 2015 | 15

GRANDE ENTREVISTA

nio histórico, cultural, e no plano ambiental permitir a sua visitação com regras e potencializar a cria-ção de nichos ligados ao turismo da natureza, à observação de aves. Repare, a Fortaleza de Sagres teve em 2014 mais de 270 mil visitan-tes, e é dos monumentos mais visitados do país. Temos que criar roteiros para um turismo de expe-riências. A dieta mediterrânica é que liga isto tudo e as pessoas às vezes esquecem-se da sua verda-deira essência. Nos dias de hoje as pessoas não alimentam as relações de vizinhança, não passeiam nas baixas das cidades…

JBG: Não lhe parece que o comércio local também não estará preparado para esse novo dinamismo? Porque, por norma, o que assisti-mos é um desfasamento claro entre os horários de funcionamento das lojas nas baixas das cidades no Algarve e a disponibilidade dos algarvios na sua vida quotidiana…

DS: Essa é uma excelente ques-tão que me faz remeter para um protocolo que assinámos há pouco tempo com associações empresa-riais e IAPMEI que tem que ver com a modernização e a adapta-ção do comércio local aos novos tempos. O «Comércio Investe» pretende investir na adaptação de horários, remodelação de lojas e produtos, animação das artérias, modernização dos estabeleci-mentos. Esta medida representa algum investimento por parte do comerciante porque parte não é a fundo perdido, mas se as candi-daturas forem feitas em sede de associações comerciais e muni-cípios muitas serão as empresas que poderão aceder. A ACRAL está a divulgar esta medida pela região.

JBG: Cerca de 300 empre-sas apoiadas no anterior quadro comunitário não é pouco para uma região como o Algarve?

DS: Tanto concordamos com isso que temos como meta para próximo quadro comunitário apoiar 2200 empresas, ou seja, quatro vezes mais. Tem de haver muita divulgação dos sistemas de incentivo. Nalguns casos tentar encontrar alguma diferenciação para aumentar competitividade das empresas.

JBG: A indexação anun-ciada dos financiamentos aos resultados atingidos pelos projectos aprovados no âmbito do CRESC 2020 não serão um desincentivo para as empresas?

DS: O desafio é primeiro divul-gar, mostrar as potencialidades e depois apoiar as empresas que trazem maior riqueza e competiti-vidade à economia regional, o que se avalia também pela sua compo-nente social, ou seja, ao número de postos de trabalho criados.

JBG: Isso não levará a uma descriminação em relação às pequenas empresas?

DS: No Algarve mais de 95% são médias, pequenas e micro empresas. Queremos que nestes seis anos sejam criados mais de 90 mil postos de trabalho. É muito

ambicioso, mas temos de trabalhar para esse objetivo. Não chegare-mos a esse número apenas com os incentivos, mas muito pela dinâ-mica que deve ser criada na economia regional, nomeada-mente com diversi-ficação empresarial e na diminuição da sazonalidade. Dou-lhe um exemplo: na aquacultura em «offshore» somos na costa continental a que tem mais con-dições para trabalhar o ano todo. As acti-vidades marítimo-turísticas devem ser potenciadas num mais largo período do ano e não apenas na época alta.

JBG: Elencou um con-junto de nichos de n e g ó c i o que têm, de acordo com o diagnós-tico já realizado, m u i t a s c o n d i -ções para o sucesso. Mas para que os e m p r e -s á r i o s tenham noção das poten-cialidades empresariais não será necessária para além de mais informação mais formação?

DS: Será. E neste quadro comunitário vai haver formação para os empresários, mas também para os quadros autárqui-cos e organismos desconcentrados do Governo. E vai desde o administrativo até à chefia. Há um cami-nho a fazer na lide-rança e chefia para ser muito bem absor-vida pelos líderes, mas também enten-dida pelas outras pessoas. Sendo um Programa Opera-cional com verbas rela-t ivamente reduzidas as áreas de f o r m a ç ã o devem ser conduzidas às áreas de disposição inteligente. Eu costumo sub l inhar que temos de fazer do velho novo. Recuperar o que tínha-mos e que tinha sustentabilidade e voltar a torná-lo prática competitiva. Há 60 anos era no Algarve que exis-

tia o maior número de fábricas de conservas e hoje não temos prati-camente nada; temos que voltar a apostar nessa área! No século XV

e XVI exportámos figos secos, hoje importamos. Temos que potenciar o que o território nos dá e acredito

que surgirão melhores resultados para a economia ligada ao primeiro sector, mas que se reflectirá num

desenvolvimento do turismo. JBG: O Baixo Guadiana é

um território de baixa densi-dade. De que modo o CRESC

Algarve poderá ajudar a alterar este panorama?

DS: Há séculos atrás uma das melhores estradas do Algarve era o rio Guadiana, essencialmente pela actividade mineira. O abandono da mina levou ao abandono do Guadiana e contínuo assoreamento. Inici-ámos, como sabe, o processo de desasso-reamento na Foz, mas vamos levar a cabo dragagens pontuais e balizamento do rio até ao Pomarão [obra prevista para iniciar

em Março]. Alcoutim é um conce-lho repleto de poten-cialidades arqueoló-gicas. O Baixo Gua-diana tem das melho-res praias, tanto no que diz respeito à e x t e n s ã o do areal, bem como

à temperatura da água. É um terri-tório cada vez mais apetecível para o turismo, nomeadamente para

o mercado espanhol. A criação da Euro-cidade do Guadiana veio promover uma filosofia que quanto a mim é de futuro, e diz respeito à economia de escala e à partilha de equipamentos que para além de ajudar na gestão dos orça-mentos municipais vem suprimir lacunas. Hoje em dia a distân-cia não se mede pela quantidade de qui-lómetros, mas pela acessibilidade aos locais. A esse nível o Baixo Guadiana está a fazer o caminho

cor rec to . Depois, o Baixo Gua-diana tem um enorme potencial que há que ser aprovei-tado. A nor-deste temos o maior número de horas de sol, produ-tos gastro-n ó m i c o s ú n i c o s , potenciali-dades que

já permitiram a instalação de empresas de inovação como é o caso da existente na zona indus-

trial de Alcoutim e que se dedica à produção de óleos essenciais a partir de plantas que só existem com determinada qualidade ali perto. Temos de apostar no rio Guadiana essencialmente como vertente turística. Acredito que a obra de desassoreamento irá con-tribuir para isso.

JBG: Existem verbas especí-ficas para o Baixo Guadiana pelas suas características de baixa densidade e acentuado despovoamento?

DS: Há uma vantagem na ava-liação para projectos implementa-dos em zonas de baixa densidade e que se integrem na Disposição Inteligente, mas neste caso o Baixo Guadiana toca todas as áreas iden-tificadas como potenciais para a economia do Algarve.

JBG: Vamos continuar com verbas indexadas à Coopera-ção Transfronteiriça?

DS: Este quadro comunitário com o Interreg V (antigo POCTEP) tem um pouco mais de verba, que vai apostar nas áreas que já men-cionei, mas com a novidade de que a cooperação passa a apoiar também empresas, o que não acontecia antes. Já se percebeu nos países do sul que o emprego deve ser criado pelas empresas.

JBG: Até porque esta crise levou a que houvesse gran-des reduções nas entidades públicas…

DS: Sem dúvida, há que olhar para o sector privado, as suas potencialidades, inovações. No Algarve já vamos vendo negócios que se viraram para os recursos endógenos; já vamos encontrando, por exemplo, lojas com produtos exclusivamente algarvios, o que antes não acontecia.

JBG: No território do Baixo Guadiana existem ainda populações com carências ao nível do abastecimento de água e saneamento básico. Estão previstas verbas no Fundo de Coesão para ultra-passar estas carências?

DS: Existe o POSEUR que tem verbas nacionais, mas onde o Algarve pode concorrer sem qual-quer limite de candidatura.

JBG: O desemprego é o grande problema do Algarve. Qual a verba destinada para o efeito e que perspectivas tem estimadas neste campo?

DS: Temo acesso ao Fundo Social Europeu num total de 94 milhões de euros. Não é o que deveríamos ter, mas tal deve-se ao facto de sermos região de tran-sição. A verba que nos foi desti-nada tem que ser bem aplicada de acordo com o diagnóstico feito da região.

JBG: Quais as expectativas para o Algarve em 2020?

DS: O que eu gostaria no fim deste Quadro Comunitário é que o Algarve fosse a região com a menor taxa de desemprego. Isto significaria que os objectivos a que nos propusemos tiveram sucesso.

“O CRESC [acrónimo de Região Com-petitiva, Resiliente, Empreendedora e

Sustentável com base na valorização do Conhecimento] Algarve 2020 reflecte a contribuição de todos, e refiro-me a sindicatos, delegações de organismos desconcentrados do Estado, empresas, associações de desenvolvimento local

e regional”.

“Não há na função pública um enten-dimento de que as empresas funcionam muito com apoios da Banca e os agentes

públicos não entendem que o atraso de um único dia representa juros para o empre-sário. E não havendo esse entendimento não se percebe a necessidade de haver

uma aprovação de candidaturas no menor prazo possível”

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16 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |MARÇO 2015

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | MARÇO 2015 | 17

DESENVOLVIMENTO

Eurocidade do Guadiana propõe criação de rota ciclável na Ponte do Guadiana

«Grande Rota do Guadiana» percorre três concelhos e foi apresentada na Bolsa de Turismo de Lisboa

A Eurocidade do Guadiana vai apresentar, aos governos de Por-tugal e Espanha, uma petição para incorporar uma via ciclável na Ponte Internacional do Gua-diana, promovendo, desta forma, a mobilidade sustentável entre os dois países. A iniciativa, levada a cabo pelos municípios de Vila Real de Santo António, Castro Marim e Ayamonte, enquadra-se no projeto de requalificação da ponte, avançado pelo Governo espanhol há alguns meses, e pre-tende ser um complemento ao transporte rodoviário e fluvial já existente. Para a Eurocidade, esta medida pretende também ligar as rotas cicláveis e pedonais exis-tentes em ambas as margens do rio Guadiana – muitas delas com prolongamento até às restantes redes europeias – que até agora encontravam na ponte um obs-táculo à sua continuidade, cons-tituindo assim uma nova oferta

A associação Odiana marcou pre-sença na BTL com o grande objec-tivo de promover um novo produto que tem como grande objectivo incrementar o turismo de natureza no território. Trata-se da Grande Rota do Guadiana – GR 15 que já está pronta a foi, assim, apresen-tada oficialmente na mais impor-tante feira de turismo de Portugal, e uma referência no mundo.

Trata-se de uma rota que atra-vessa três concelhos, desde o litoral, barrocal e serra e convida à descoberta. São 65 km´s de rota pedestre [Grande Rota do Guadiana – GR 15], desde Vila Real de Santo António, passando por Castro Marim e terminando marcha em Alcoutim (ou vice-versa), que vão ser apresentados oficialmente na BTL no próximo dia 28 de Fevereiro (Sábado), no Stand do Algarve. A grande meta é afirmar o território como uma zona pedestrianismo e de turismo de natureza, tendo como grandes trunfos a paisagem, património, etnografia, atividade física e ar

turística. Por outro lado, a petição considera que, atualmente, atra-vessar o Guadiana por qualquer meio de transporte rodoviário é gratuito, à exceção das bicicle-tas, que têm de recorrer a uma alternativa paga.

Reuniões sectoriais para definir prioridades

Para levar por diante estas e outras estratégias, os municí-pios da Eurocidade estão igual-mente a efetuar um conjunto de reuniões setoriais para definir as áreas prioritárias de cooperação para 2015 e ampliar os projetos já em curso. Disso são exemplo o lançamento do Cartão do Euroci-dadão, a partilha de cuidados de saúde e a organização conjunta de eventos culturais.

A Eurocidade do Guadiana foi criada em janeiro de 2013 pelos

puro que conjugam e consolidam a oferta de percursos pedestre no Baixo Guadiana. A salientar que a BTL começa hoje e decorre até 1 de Março na FIL (Parque das Nações).

Características da GR15

Relativamente à GR15 recorde que o início/fim da GR 15 é em VRSA, também ponto de ligação à Ecovia do Algarve em direção a Sagres, um corredor verde com uma extensão de 214 Km devi-damente sinalizado. O percurso segue para Castro Marim, atra-vessa a vila em direção a Monte Francisco, passa pelas localidades de Junqueira, Azinhal, Almada de Ouro, Alcaria, Odeleite, Foz de Odeleite e entra no concelho nordestino de Alcoutim, na aldeia serrana de Corte das Donas, onde começamos a subida do rio com passagem pelas localidades de Álamo, Guerreiros do Rio, Laran-jeiras e Montinho das Laranjeiras até ao Miradouro do Pontal. Con-

tinua a GR 15 pela povoação do Marmeleiro até chegar à vila de Alcoutim, esta por sua vez com ligação à Via Algarviana.

A destacar que a Associação Odiana implementou no Baixo Guadiana uma rede de 135km de percursos pedestres de Pequena Rota (PR), sendo que a GR vai ser a primeira grande via implementada neste terri-tório que permite a ligação a pé do litoral ao interior serrano.

O projeto «Grande Rota do Guadiana» é financiado em 60% pelo PRODER - Subprograma 3,medida 3.2., Acão 3.2.1 – Conservação e Valorização do Património Rural.

municípios de Ayamonte e VRSA, mas em maio foi alargada com a entrada de Castro Marim. A par-tilha de equipamentos, a criação de uma marca turística conjunta e a realização de eventos comuns em ambos os lados da fronteira são os seus objetivos principais.

Eurocidade vai fazer proposta aos Governos português e espanhol

Valter Matias, diretor-executivo da Odiana, na BTL a apresentar a Grande Rota do Guadiana

Para ampliar a oferta turística e a mobilidade internacional

O Baixo Guadiana esteve representado na Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL) pela Associação Odiana. Aconteceu a 28 de Março e o produto-estrela foi a «Grande Rota do Guadiana».

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18 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |MARÇO 2015

DESENVOLVIMENTO

Turismo bateu recordes Algarve mais natural de 11 a 19 de Abril

Depois de ir à Holanda Baixo Guadiana reforça posição no cicloturismo

De acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística a atividade turística no Algarve atingiu novos recordes em 2014, acompanhando os bons resultados da hotelaria nacional. Houve a recuperação do mercado interno e a evolução posi-tiva mais acentuada que nos anos anteriores nos mercados externos.

Os proveitos totais da hotelaria regional ascenderam aos 694,8 milhões de euros, mais 84,8 milhões ou 13,9 por cento do que no ano anterior, e as dormidas aproxima-ram-se dos 16,4 milhões, um acrés-cimo de 1,6 milhões de dormidas ou de 11,2 por cento face a 2013. Tanto os estrangeiros (+8,8%) como, espe-cialmente, os residentes em Portugal (+19,3%) contribuíram para o bom desempenho neste indicador.

Entre os principais mercados emissores para o Algarve o desta-que vai para o Reino Unido, com 5,3 milhões de dormidas em 2014 (+9,3% do que no ano anterior). O destino detém cerca de 70 por cento da quota das dormidas totais dos bri-tânicos em Portugal, isto é, sete em cada dez dormidas de turistas britâ-nicos ocorrem no Algarve. Alema-nha (+5,2% de dormidas), Holanda (-0,3%), Irlanda (+7,5%), Espanha (+25,5%) e França (+18,6%) com-pletam o ranking dos maiores mer-cados externos.

Mais de 3 milhões de hóspedes

No final do mês de Janeiro a associação Odiana esteve na Holanda numa das feiras mais importantes de trekking e hiking da Europa. De acordo com a asso-ciação a «Grande Rota do Guadiana» foi muito bem recebida pelos turistas e holandeses e os percursos ornitológicos do território ganharam um surpreen-dente destaque. Após a presença nesta feira e tendo em conta a importância do importante mercado emissor que representa a Holanda a Odiana já se comprometeu de que para o futuro passa pela aposta em percursos para cicloturismo num país onde a bicicleta é o meio de transporte de eleição.

De acordo com uma nota de imprensa da Odiana “o Turismo de Natureza no Baixo Guadiana, ganhou mais expressão nos países Baixos com a participação da Associação Odiana na Feira Internacional «Fiets en Wandel-beurs». Trata-se de uma feira influente e especializada em produtos de trekking e biking, sendo a mais completa feira do Benelux para os ciclistas de lazer e caminhantes”. Segundo a Odiana o pedestrianismo foi ponto de destaque, sobretudo com a promoção da «Grande

Rota do Guadiana» (GR15) e ainda a Ecovia do Algarve e a Via Algarviana. Outro ponto de grande relevo também para os percursos ornitológicos e os 50 pontos de observação de aves demarcados no território do Baixo

Guadiana”.Futuramente a próxima etapa é

promover circuitos integrados de cicloturismo, sendo que são dos mais procurados pelos holandeses, ou não fosse a Holanda um país onde a bici-

cleta é o meio de transporte de eleição. A destacar que países como a Alema-nha e Holanda são os principais mer-cados emissores de viagens de Turismo de Natureza, concentrando, conjunta-mente, 45% do total das viagens de natureza realizadas pelos europeus.

“A ida a este certame provou que no Algarve também o Baixo Guadiana é uma aposta consolidada no que diz respeito ao turismo de Natureza, nomeadamente o pedestrianismo onde já implementou uma rede de 19 percursos pedestres de pequena rota e prepara-se para inaugurar a «Grande Rota do Guadiana» - 65 km’s que atra-vessam o território, desde a costa, bar-rocal e serra e permitem caminhadas, mas também passeios de cicloturismo. O objetivo é complementar o binómio sol/praia com um turismo de interior, ativo e sustentável, um turismo de qua-lidade a derrubar a barreira sazonal”, sublinha o comunicado da Odiana.

Recorde-se que a participação Odiana neste certame internacional realizou-se enquanto associada da Associação de Turismo do Algarve (ATA).

De acordo com os dados oficiais o número de hóspedes no destino ultrapassou os 3,6 milhões em 2014, um aumento anual de 458 mil hós-pedes ou de 14,6 por cento. Também neste indicador houve acréscimos quer dos estrangeiros (+12,2% de hóspedes), quer dos portugueses (+20,1%), reforçando o posiciona-mento do Algarve como o principal impulsionador do setor e o maior destino de férias do país.

Setores consolidados e novos sectores em crescimento

Para o presidente do Turismo do Algarve a região apresenta como produtos consolidados o Sol e Praia, o Golfe e o Turismo Residencial. Já no que diz respeito aos sectores em desenvolvimento estão o Turismo de Natureza, o Turismo de Negócios e

o Turismo Náutico.Outros produtos em que se con-

tinuará a apostar, até por serem “transversais a toda a oferta”, são a Gastronomia e Vinhos, o Touring (Turismo Cultural) e o Turismo de Saúde.

Apresentado Plano de Marketing até 2018

Desidério Silva sublinha que a verba existente não chega para os propósitos da promoção da região e por isso estão a ser elaboradas can-didaturas a fundos comunitários. Aumentar o número de voos e a visibilidade da região são priorida-des da entidade. No que diz respeito ao espaço aéreo em Junho será lançada a ligação Faro-Barcelona, sendo que Desidério Silva adian-tou que outras ligações estão a ser preparadas.

O Algarve vai ser palco de uma inicia-tiva que dá pelo nome «Algarve Nature Week». A Algarve Nature Week é um evento de animação e promoção turís-tica inteiramente dedicado ao turismo de natureza, com ofertas especiais em mais de 90 atividades ao ar livre e em 8 unidades de alojamento, algumas das quais em espaço rural. A primeira edição decorre de 11 a 19 de abril de 2015 e quer chamar a atenção para a beleza natural do território algarvio.

Durante nove dias, o evento propõe caminhadas, observação de aves e de cetáceos, passeios de barco, de bici-cleta, de cavalo, de burro, pelo ar ou até mesmo debaixo de água. Tudo a preços simpáticos para que seja pos-sível usufruir de (quase) todas as ati-vidades.

Organizado pela Região de Turismo do Algarve, com o apoio do Turismo de Portugal e a parceria de 7 entidades, o evento inclui ainda uma mostra no Parque Ribeirinho de Faro, de 17 a 19 de abril, onde estarão algumas empre-sas que operam no Algarve na área da natureza. É uma ótima oportunidade para as conhecer e para descobrir o programa de experiências que criaram para si. A entrada é livre.

Odiana marcou presença em feira na Holanda

Em 2014 o Algarve recebeu mais 3 milhões de hóspedes

Em muitas partes do mundo, o simples facto de nascer mulher já é uma desvantagem. São muitas as mulheres vítimas de discriminação ao longo da a sua vida. Por exemplo, são exclu-ídas do acesso ao ensino, ao crescerem não encontram um emprego dignamente remune-rado, é-lhes vedado assim como aos seus filhos o acesso a serviços básicos de saúde e é-lhes recusado o direito à proteção social e à herança na velhice. Toda a comunidade beneficiaria se as raparigas tivessem o mesmo acesso à educa-ção que os rapazes e as mulheres os mesmos recursos e oportunidades que os homens. E isso é especialmente importante nos países e comunidades mais pobres, onde, muitas vezes, as mulheres são a espinha dorsal da vida eco-nómica. A luta contra a discriminação entre homens e mulheres não só é legítima do ponto de vista moral como é economicamente inte-ligente.

3 perguntas aos portugueses sobre Desen-volvimento?

Por que devemos preocupar-nos com a ajuda ao desenvolvimento?

93% dos cidadãos portugueses acreditam que é importante ajudar as populações dos países em desenvolvimento, o que representa a 3ª maior percentagem no universo dos Estados-Membros da UE.

Qual o valor acrescentado da intervenção da UE a nível mundial?

45% dos portugueses concordam com a ideia da atribuição de caráter prioritário ao combate à pobreza nos países em desenvolvi-mento.

O que é que cada um de nós pode fazer?66% dos cidadãos portugueses (muito

acima da média europeia) consideram que os indivíduos podem desempenhar um papel rele-vante na luta contra a pobreza nos países em desenvolvimento.

+info Sitio oficial https://europa.eu/eyd2015/

pt-pt Facebook Portugal https://www.facebook.

com/anoeuropeudesenvolvimento2015 Plataforma online para parceiros http://

capacity4dev.ec.europa.eu/ História da semana: https://europa.eu/

eyd2015/pt-pt/storiesEfeméride: 8 Março Dia Internacional da

mulherDesafio: Conte-nos a sua história ou a de

alguém que conhece!Memória dos eventos de Fevereiro – tema

EducaçãoSa’eeda - Prazer em conhecer| 4 de Feve-

reiro, 10h30 | Tertúlia AlgarviaFursa Sa’eeda (Prazer em conhecê-lo/a)

descreve bem o ambiente vivido no Workshop OPORTUNIDADES DE COOPERAÇÃO COM O MÉDIO ORIENTE que serviu de apresenta-ção dos jovens estagiários do Médio Oriente às organizações públicas e privadas da região do Algarve presentes, acolhidos pela tertúlia algar-via num evento do Projeto CaBuReRa - Capa-city Building Relay Race, financiado pelo ENPI CBC Mediterranean Sea Basin Programme

+ Info http://www.caburera.org/en/home/

Mulheres e raparigas

Centro de Informação Europe Direct do Algarve

Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional - CCDR Algarve

Rua do Lethes nº 32, 8000-387 Farotel: (+351) 289 895 272 fax: (+351) 289 895 [email protected]

www.ccdr-alg.pt/europedirect

«Perto daEuropa»

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | MARÇO 2015 | 19

CULTURA

Ao 3.º aniversário Mito Algarvio inaugurou sede social em Altura

Festa da Prova dos Vinhos Caseiros contou com 40 produtores

Na cerimónia marcaram também presença a diretora regional da Cultura, Alexandra Gonçalves, o presidente da Região de Turismo do Algarve, Desidério Silva, o delegado regional da Fundação Inatel, Francisco Paulino, o pre-sidente da Assembleia Municipal, José Luís Domingos, e a presi-dente da Junta de Freguesia de Altura, Nélia Mateus.

“Este é um dia histórico para todos os acordeonistas. Que-remos construir aqui algo que honre o acordeão e dignifique o povo algarvio e, ao mesmo tempo, que os futuros acordeo-nistas vejam em nós uma enti-dade que os defende”, declarou o professor de Música e presidente da Mito Algarvio, João Pereira, agradecendo também ao presi-dente da câmara municipal a cedência do espaço para sede

Pelo 6º ano consecutivo, dezenas de prova-dores juntaram-se no Rio Seco, para a “Festa da Prova dos Vinhos Caseiros”. A organi-zação foi do Grupo Desportivo e Cultural do Rio Seco, cujo objetivo é promover e divulgar alguns dos melhores vinhos tintos caseiros do sotavento algarvio.

Nesta edição da «Festa da Prova dos Vinhos Caseiros» estiveram a concurso cerca de 40 dos melhores néctares frutados de produ-tores dos concelhos de Castro Marim e Vila Real de Santo António, cabendo aos prova-dores e comensais a difícil tarefa de escolher os melhores: 1º lugar – Rogério Madeira (Rio Seco); 2º lugar – Manuel Gomes (Rio Seco); 3º lugar – Armando Cipriano (Vila Real de St. António); 4º lugar – José do Sol Pereira (Santa Rita); 5º lugar – José Antunes (Cacela).

A «Festa da Prova dos Vinhos Caseiros» teve os apoios da Câmara Municipal e da Junta de Freguesia de Castro Marim e foi animada pelo espetáculo de fado de Amélia Janes.

da associação. A diretora regional da Cultura,

Alexandra Gonçalves, também louvou a nova sede da Mito Algarvio, “um espaço lindís-simo, onde estará perpetuado um pouco da alma algarvia. O acor-deão faz parte das nossas raízes, é um património que temos de preservar e salvaguardar. Há projetos que têm internaciona-lizado o acordeão fora de portas e uma das formas de o fazer é mostrá-lo aos turistas que nos visitam”, assegurou.

“Hoje a Associação de Acor-deonistas do Algarve tem a sua própria casa e é um dia de grande regozijo e alegria para todos. Quando o João Pereira me falou da necessidade de encontrar um espaço para sede da associação, acarinhei de imediato a ideia e quis envolver-me na solução,

tal como os meus amigos Carlos Luz e Carlos Correia, que, com as suas obras, valorizaram esta sede. Hoje estamos a fazer histó-ria no Algarve e, conhecendo as pessoas desta associação, sei que este vai ser um espaço aberto, dinâmico, de que os algarvios se irão orgulhar para bem da cul-tura, da música, do turismo e do desenvolvimento”, terminou o presidente da Câmara Munici-pal de Castro Marim, Francisco Amaral.

A cerimónia de inauguração da nova sede terminou com um momento musical dos acorde-onistas João Frade, campeão do mundo, Emanuel e Simone Marçal, mas as comemorações do 3º aniversário da Mito Algarvio não se encerraram aqui. Cen-tenas de pessoas participaram num almoço de gala, ao qual se seguiu o Festival Internacional de Acordeão, que teve a parti-cipação especial do prestigiado acordeonista francês Michael Sapateado, a par de uma plê-iade de grandes acordeonistas nacionais, tais como João Filipe Guerreiro (vice-campeão do mundo), Acordeões em Sintonia, Jéssica Guerreiro (vencedora do concurso rainha do acordeão da RTP), Manuel Guerreiro Matias, Fernando Inês, Daniel Silva, João Sabóia, Pedro Constâncio e Rui Briceño.

A festa do aniversário teve lugar no dia 1 de fevereiro e contou com muitos acordeonistas

Esta foi a sexta prova da festa dos vinhos caseiros do Rio Seco, Castro Marim

Na Escola Primária do Barrocal

«Perto daEuropa»

A 1 de fevereiro numa cerimónia presidida pelo presidente da Câmara Municipal de Castro Marim, Francisco Amaral, foi inaugurada a sede social da Mito Algarvio – Associação de Acordeonistas do Algarve, na antiga escola primária do Barrocal, em Altura. Na fachada pode agora ver-se um painel de azulejos, da autoria do artista plástico Carlos Luz, com o rosto de Eugénia Lima, a rainha do acordeão.

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20 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |MARÇO 2015

CULTURA&AGENDA

Tertúlia dedicou-se ao AmorEm mês de «Dia dos Namorados» a tertúlia no Baixo Guadiana deixou-se embalar pelo tema, até porque o Amor é sempre um bom pretexto de conversa. Na Sala do Conto da Biblioteca Municipal de Vila Real de Santo António a iniciativa contou com a presença de vários tertulianos que enriqueceram a tertúlia com abordagens diversas sobre o Amor. Convidada especial nesta iniciativa foi a psicóloga Sílvia Cardoso, que em nome do Núcleo de Estudos e Intervenção em Psicologia (NEIP), de Vila Real de Santo António, foi res-pondendo às questões colocadas pelos tertulianos. A maior conclusão a retirar, desde logo, é que o Amor faz falta a todos e que por vezes onde deveria transbordar escas-seia. E é contra esse paradigma que devemos remar. Semear amor é colher amor.

A G E N D A8 de março - Alcoutim

Marcha – Passeio | Comemoração do Dia da Mulher8 de Março - 10h00 - Vaqueiros Torneio de Xito29 de Março - 14h30Sede da Associação dos Amigos de Farelos e Clarines

Marcha da Papoila28 de março - 10h00 - Pereiro

Exposição - «Cerâmicas de Alcoutim»03 a 26 de março - De segunda a sexta-feira, entre as 08h30 e as 16h30Casa dos Condes

Castro Marim

Exposição “Fragmento” de Sara NavarroIgreja do Castelo de Castro Marim 09h00 - 17h00

13 de março| Apresentação do Livro “Quatro” de Ana Amorim DiasCasa do Sal - Castro Marim - 18h00

14 de março | Mercado Mensal de Castro Marim - Castro Marim - 09h00

16 a 21 de março | Exposição “Livros da Nossa História” Biblioteca Municipal de Castro Marim De segunda a sexta-feira, entre as 09h30-13h00 e as 14h30-18h00

21 de março | Comemorações do Dia Mundial da Poesia |“Olá Primavera” Casa do Sal - Castro Marim - 17h00

27 de março | Revista de Teatro “Mau Tempo no Sapal”Biblioteca Municipal de Castro Marim 21h00

Matinés DançantesTodos os domingos, a partir das 18h00, Campesino Recreativo Futebol Clube, em Monte Francisco.

28 de Março de 2015I Prova da Taça do Campeonato Regional do Algarve BTT - XCO RODACTIVA/NSVRSA

VRSA

II Jornadas de História do Baixo Guadiana 20 março - 10h00 > 16h00Arquivo His. Mun. António Rosa Mendes

Apresentação do livro - «A Caridade e as Instituições de Assistência Pública no Concelho de Lagoa» de João Nuno Aurélio Marcos12 março - 18h00Arquivo Hist. Mun. António Rosa Mendes

Visualização de DVDs sobre a temática das pescas e da indústria conserveira *Arquivo Histórico Municipal António Rosa Mendes > Barcos do Algarve um Litoral em Mudança, Praia de Monte Gordo/ Praia da Lota

Apresentação do livro «Dieta Mediterrânica - uma herança milenar para a humanidade» de Jorge Queiroz 20 março - 18h00Biblioteca Municipal Vicente Campinas

Tertúlia no Baixo GuadianaTema: «Exposição Internacional de Arte Minha Fukushima e o impacto na Eurocidade» - 19 março - 17h30Biblioteca Municipal Vicente Campinas

«La Bayadère» Espetáculo de Bailado Coreografado pela Professora Margarida Dias

14 março - 21h30Centro Cultural António Aleixo

Revista à Portuguesa «P’ró Diabo kus Carregue», com atuação do artista convidado António Pinto Basto27 março - 21h30Centro Cultural António Aleixo

Exposição «Entusiasmos»Trapologia contemporânea de Teresa Patrícioaté 30 abril - 9h00 > 13h00 | 14h00 > 17h00CIIPC - Antiga Escola Primária de Santa Rita

Algarve Cup 2015Data: 5, 7 e 10 marçoComplexo Desportivo | VRSA

Caminhada e passeio BTT «Escola Ativa 2015» - 20 março - 9h00Percurso: mata e praia

Torneio de Ténis Luís Jacob 21 e 22 março

II Maratona BTT Baixo Guadiana22 março - 9h00 - Escola Infante D. Fernando | Vila Nova de Cacela

Torneio Internacional de Poomsaes - Taekwondo-28 março - 14h30Pavilhão Municipal José Ilídio Setúbal | Complexo Desportivo VRSA

22ª Edição - «Mundialito de futebol 7» - 28 março > 5 abrilCerimónia de abertura: 29 março > 18h00

II Edição da Semana do Desporto28 março > 5 abrilPraça Marquês de Pombal

Exposição Internacional de Arte «My Fukushima»6 março > 10h00 – VRSA | 12h00 – Casa Grande > Ayamonte | 15h00 – Casa do Sal > Castro MarimCentro Cultural António Aleixo | VRSA

Dia Mundial da Poesia «Leitura de poemas do mundo»Iniciativa associada à exposição «My Fukushima» com os Poetas do Guadiana21 março - 18h45 Biblioteca Municipal Vicente Campinas

Festival da PrimaveraData: 11 março > 10 abrilHorário: segunda a sexta das 9h00 > 21h00Local: Universidade dos Tempos Livres – UTL | VRSA

Cinema em VRSA - «Alentejo, Alentejo»De Sérgio TréfautData: 13 marçoHora: 21h30Local: Sala do Glória Futebol Clube | VRSA

Exposição de Automóveis Antigos Data: 22 marçoHora: 10h00 > 13h00Local: Praça Marquês de Pombal | VRSA

Roteiro Iluminista – «Entre o sonho e a utopia» Visita guiadaData: quartas e sextas-feirasHora: 19h00Informação: IVRSA - Centro de informação turístico | [email protected] | 00351 967 583 252 | facebook.com/ivrsaturismo

Alcoutim

Mercado do Pereiro29 de março (Domingo)Largo da Igreja - Pereiro

Aniversário da Associação Grito D´Alegria7 de março - 15h00Sede da Associação Grito D´Alegria

Baile da Pinha7 de março - 21h00Sede da Associação Grito D´Alegria

Comemoração do Dia da Mulher - Almoço convívio8 de março - 13h00Sede da Associação Grito D´Alegria

Feira do Pão Quente e Queijo Fresco08 de março - 09h00Vaqueiros

Feira Solidária20 de março - Horas: (sujeito a confirmação)Escola EBI de Alcoutim e Escola EBI de Martim Longo

Noite de Fados28 de março - Hora: (a definir)Sede do Grupo Desportivo de Alcoutim – Centro Náutico

Campeonato Municipal de SuecaFevereiro e MarçoVárias localidades do concelho

Torneio de Sueca22 de fevereiro - 14h30 Sede da Associação dos Amigos de Farelos e Clarines

Grande Prémio Internacional do Guadiana – Cyclin’Portugal

POR CÁ ACONTECE

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | MARÇO 2015 | 21

CULTURA

Casa dos Condes levou a cabo tertúlia sobre a história da Família Swane

Liga dos Amigos do Mestre Manuel Cabanas assinalou o 113º do

nascimento do Mestre

Muito tem sido o interesse da comunidade dinamarquesa em Portugal sobre a presença da família Swane em Alcoutim

Em cima João Caldeira Romão a abrir a sessão conduzida por Luís Guerreiro. Em baixo o artista plástico na apresentação da exposição de sua autoria «Manuel dos Santos Cabanas - O homem universal»

Este encontro que teve lugar a 13 de fevereiro no âmbito de «A Palavra Sexta à Noite» foi idealizado a partir da história de uma família de pinto-res, reconhecidos e muitos conceitua-dos, da Dinamarca e que despoletou a curiosidade de duas pesquisadoras daquele país, Lisa e Else, que, em 2013, rumaram até à vila Alcoutim para descobrirem informações sobre a temporada desta família nesta terra. Num contacto direto com a Casa dos Condes, que em Alcoutim funciona também como um autêntico ponto de encontro rapidamente estas dina-marquesas colheram o entusiasmo dos dinamizadores das tertúlias que con-cretizaram este encontro que contou com o contributo de vários alcoute-nejos que enriqueceram com as suas memórias a história e o impacto da presença desta família em Alcoutim. Foi o caso dos senhores Carlos Brito, Gaspar Santos e Mário Batista, e outros tertulianos que no desenrolar do encontro falavam sobre as recor-dações daquela família para deleite de Lisa e Else.

Um pouco de história da família Swane

Realizou-se no dia 14 de Fevereiro na sede da Liga do Amigos do Mestre Manuel Cabanas no Arquivo Histórico António Rosa Mendes, em Vila Real de Santo Antó-nio, um conjunto de iniciativas com vista a assinalar o 113º aniversário do nasci-mento de Manuel Cabanas. Entre as várias iniciativas tiveram lugar vários momentos como a romagem ao cemitério de Cacela Velha, a inauguração da exposição de pin-tura do escultor Nuno Rufino. Um trabalho de um artista plástico vilarealense que demonstrou as suas várias técnicas sob o título «Manuel dos Santos Cabanas – o homem universal». O Mestre apresentado pela mão artística de Rufino.

De seguida teve lugar um momento musical com os sons de Manifestum Duo. O que antecedeu a palestra de Luís Guer-reiro que se dedicou a falar de um con-terrâneo de Manuel Cabanas e conhecido poeta popular, António Aleixo que foi ana-lisado numa vertente menos conhecida, nomeadamente, a sua luta pela Democra-cia. Luís Guerreiro é conhecido bibliófilo, investigador e comunicador da cultura algarvia. Depois desta manhã de cultura teve lugar um almoço convívio.

A família Swane chegou a terras alcoutenejas, na década de 50, de autocaravana (fenómeno inédito à data), o que despertou uma onda de curiosidade entre os populares. Foi numa biografia escrita por si que Gerna Swane retratou este episódio. É também em muitos dos seus quadros que se podem encontrar paisagens que retratam a beleza de Alcoutim.

Durante a tertúlia foi possível ver diversas imagens da família que em Alcoutim despertou amizades e pai-xões. Tivemos acesso a descritivo de suas passagens por esta terra. E em fotografia também pudemos comprovar que na sua propriedade na Dinamarca são várias as fotogra-fias da família em Alcoutim e das paisagens desta terra do nordeste do Algarve.

A tertúlia teve como grande obje-tivo trocar informações e debater a importância da influência da esta-dia desta família em Alcoutim. Com organização do Município de Alcou-tim, o evento teve entrada gratuita e esclareceu curiosidades sobre esta experiência multicultural nos anos 50 do século passado.

A Pré-História no Concelho de Vila Real de

Santo António

* O autor não escreve ao abrigo do acordo ortográfico

A presença humana no território que actualmente compreende o concelho de Vila Real de Santo António remonta à denominada Pré-História. Ao longo das últimas décadas, as sondagens têm vindo a provar essa remota ocupação humana, não só através da identificação de alguns megálitos, como também de outros materiais arqueológicos. Aliás, esta foi uma realidade prontamente constatada por Estácio da Veiga, ainda no decorrer do séc. XIX, e que acaba por fazer todo o sentido se tivermos em consideração que o território compreendido entre o Gilão e o Guadiana – especialmente o território cacelense - encontra-se bem provido de água doce, a mais imprescindível das necessidades humanas. Em 1985 teve lugar uma escavação no sítio arqueológico de Aldeia Nova, do qual resultou um estudo geológico, sedimentar e cultural, para além de algumas dezenas de artefactos paleolíticos encontrados em estratigrafia. Tratou-se de um trabalho de grande importância para o nosso conhecimento do Paleolítico na região do baixo Guadiana e mesmo no Algarve, na medida em que, normalmente, os sítios encontrados costumam apresentar parca qualidade, sendo os artefactos pouco abundantes. Alguns anos mais tarde, em 1997, Luís Raposo voltou a publicar um artigo na sequência de um estudo relativo aos artefactos de sílex provenientes de Aldeia Nova, e cuja cronologia remonta ao Paleolítico Superior (ver “O Sítio de Aldeia Nova (Vila Real de Santo António) ”, in Noventa Séculos Entre a Serra e o Mar, pp.155-159).

Lamentavelmente, a acção do Homem tem vindo a destruir inúmeros sítios arqueológicos ao longo dos anos. Caso gritante, no concelho de Vila Real de Santo António, são os tholoi da Nora e da Marcela, documentados por Estácio da Veiga, referidos por Ataíde de Oliveira e classificados como Monumentos Nacionais em 1910. Contudo, e não obstante a sua classificação, os túmulos megalíticos da Nora e Marcela foram destruídos, não se encontrando quaisquer vestígios nos locais em questão. Ainda assim, é de assinalar que a preocupação para com o património arqueológico tem vindo a crescer, pelo que outros monumentos Pré-Históricos, identificados nos últimos anos, têm vindo a ser intervencionados no sentido de assegurar a sua preservação. Um bom exemplo reside no túmulo Megalítico de Santa Rita, que podemos visitar in loco, e cujos trabalhos de investigação, liderados pelo arqueólogo Nuno Inácio, remontam ao ano de 2007. Para os interessados neste monumento, recomenda-se a leitura de “Pré-História e Megalitismo na região de Cacela. Uma proposta integrada de investigação, valorização e protecção do património arqueológico”, in Xelb 8 – Actas do 5º Encontro de Arqueologia do Algarve e “O Túmulo Megalítico de Santa Rita. Resultados preliminares de um processo de investigação em curso”, in Xelb 10 – Actas do 7º Encontro de Arqueologia do Algarve.

Fernando PessanhaHistoriador

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22 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |MARÇO 2015

CULTURA

«Wake Up Sotavento» reuniu meia centena de jovens artistas europeus em VRSA

Carnaval … para mais tarde recordar

O projeto pretendeu ser um ponto de aproximação entre a comunidade local e estrangeira, permitindo aos jovens artistas mostrar os seus pontos de vista sobre o concelho de VRSA.

Monte Gordo recebeu, entre os dias 25 de fevereiro e 3 de março, o evento cultural jovem «Wake Up Sotavento». A iniciativa juntou no município cerca de 35 artistas oriundos de 7 países europeus (Espanha, Itália, Grécia, Repú-blica Checa, França e Roménia) que, durante uma semana, realizaram atividades culturais em áreas tão diversas como a dança, a música, a pintura, o teatro e o cinema.

O projeto pretendeu ser um ponto de aproxi-mação entre a comunidade local e estrangeira, permitindo aos jovens artistas mostrar os seus pontos de vista sobre o concelho de VRSA.

No dia 28 de Fevereiro às 15h00, a Ave-nida Marginal de Monte Gordo (frente ao Casino), recebeu um espetáculo pela compa-nhia «Splash». Mais tarde, às 22h00, o espaço foi destinado aos concertos de Miss Machine e Andrums.

O cartaz integrou ainda diversos workshops, nos dias 28 de fevereiro e 1 de março, no Centro Comunitário de Monte Gordo, subordinados ao tema da arte e das indústrias criativas.

No dia 1 de Março o Centro Comunitário recebeu uma palestra dedicada à arte urbana onde participaram e identificaram problemas diversos agentes. Entre eles o professor e artista Alexandre Alves Barata, de Artes Visuais da Universidade do Algarve, Ângelo Gonçalves da associação Policromia, Bruno Inácio, depu-tado do Algarve pelo PSD, Luís Romão, director regional do IPDJ e Rui de Carvalho, criativo e mentor da empresa RUCA.

A organização do «Wake Up Sotavento» está a cargo da Associação Juvenil, Social, Cultu-ral e Desportiva de Monte Gordo e conta com o apoio do programa europeu «Erasmus» e da Câmara Municipal de Vila Real de Santo António.

O JBG teve acesso a imagens do Carnaval, neste caso de alguns momentos dos concelhos de Castro Marim e Vila Real de Santo António. Relembre ou veja pela primeira vez como este Carnaval foi acontecendo no território. Altura mais uma vez saiu à rua com o cortejo, este ano animado pelo tema dos «Povos do Mundo», juntando centenas de foliões. Um pouco por todo o lado multiplicaram-se as festas e desfiles de carnaval. O enterro do Entrudo fez também muito sucesso este ano!

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | MARÇO 2015 | 23

PATRIMÓNIO&PSICOLOGIA

“Hoje é noite de Junça”, ecoava pelas ruas de Castro Marim na noite de sexta-feira 13. Na venda do Largo da Ribeira, o aviso era feito pela voz trovejante do Ti João Baeta, veterano pescador e uma espécie de mentor dos mareantes castromarinenses que se aventuravam noite após noite na faina pelas águas algarvias e norte-africanas. O testemunho chega-nos pela mão de António Salvador, tesouro vivo e prodigioso “guardador” de memórias da vila raiana. A tradição oral de Castro Marim, pródiga em histórias e lendas, associa esta data à Lenda dos Sete Encantes, onde figuras encantadas saíam dos seus luga-res de recolhimento e percorriam

as ruas da Vila, para desassos-sego dos castromarinenses que, principiada a noite recolhiam às suas casas, onde permaneciam expectantes, atrás dos postigos. Os encantes, figuras fantasma-góricas e encantadas, vindas sabe-se lá de onde nem porquê, deambulavam pelas ruas e ruelas de Castro Marim até chegarem ao Largo da Ribeira, onde se reu-niam em conferência. A junça era o nome dado popularmente a esta reunião.

Conta a lenda que, nessa noite, um dos encantes sai do castelo montado num impo-nente cavalo branco, com arreios de cabedal e lantejoulas incrusta-das que resplandecem na escura noite da junça. Do Forte de São Sebastião, um encante de túnica traçada sai montado num camelo cor de mel. Da Horta das Dragas, à saída de Castro Marim e no caminho para o Rio Seco, vem uma linda Moira com cabelos tão loiros como fios de ouro, e olhos tão verdes como

A Noite de Junça e a Lenda dos Sete Encantes na tradição oral de Castro Marim

RUBRICA DE PATRIMÓNIO

esmeraldas. Do Solar do Falcão, um encante coberto com um grande capote alentejano, e que carrega debaixo do braço um volumoso livro. Da Escola das Meninas, sai uma menina vestida de branco, com rosto arredondado e cabelos cobertos por um toucado revestido de lantejoulas. Os tacões das suas socas ecoam pela noite, a cada passo dado na calçada. Desde o Registo, nas marinhas, dirige-se

pelo caminho do cais, sorratei-ramente, um encante vestido de jilaba branca, com mangas largas e um longo capuz. O último sai do Mor-Vaz, nas ime-diações do Revelim, com um turbante de cor branca que, na

zona frontal, tem embutido um diadema, hipnótico, que pode cegar ou enlouquecer quem nele fixa os olhos. Reunem-se todos no Largo da Ribeira e ali se demoram, até ao nascer do sol, conferenciando em voz alta, num idioma indecifrável. Os seus pés pairam no ar, sem nunca tocar chão. Ao romper o dia, à voz do encante do Falcão, voltam para os seus lugares, onde aguardam até à próxima

noite de junça.Há quem se recorde

de nove encantes, e não sete, mas na tradi-ção oral, sujeita à boa memória e imaginação fértil do povo, existem habitualmente distintas versões da mesma histó-ria. Os lugares da lenda existem, alguns diferen-tes e com distintas fun-

ções, mas que resistiram nas lembranças da gente à passa-gem do tempo. O antigo Solar do Falcão, nas “traseiras” do castelo, foi demolido por razões de segurança no seguimento do abalo de 1969, enquanto

a Escola das Meninas, ao seu lado, é hoje uma pousada de charme. A imaginação tomou conta desses lugares, conferin-do-lhes um estatuto mítico e eterno no imaginário fantástico da Vila. Esta história e outras, como nos recorda António Sal-vador, têm sido transmitidas de boca em boca há várias gera-ções, como parte integrante da cultura e identidade da comu-nidade castromarinense.

Pedro PiresTécnico de Património Cultural |

Membro do CEPAC/UAlg (Centro de Estudos de Património,

Ambiente e Construção da Universidade do Algarve)

Consequência da reflexão sobre o nosso último artigo, a mesma levou-me a pensar que, diariamente, estamos carregados de “coisas” para fazer... Aliás... Muitas coisas! É uma luta não a favor do Tempo, mas sim contra ele.

Para essa épica batalha, temos as nossas armas bem calibradas - agendas (manus-critas e eletrónicas), lembretes, alarmes, relógios, tablets... - Tudo serve em prol do objetivo de NÃO FICAR NADA POR FAZER! Uau... Que sensação maravilhosa quando colocamos um visto numa tarefa acabadinha de realizar, embora, regra assente, logo aparecem mais duas ou três novas que necessitam ser feitas no mesmo dia.

Nada pode ficar para trás... NADA... Mas o Tempo é traiçoeiro ou, provavelmente, nós somos batoteiros quando tentamos gerir esta batalha contra ele e, com efeito, sinto que, na realidade, algo fica para trás, mesmo quando os lembretes mostram que foram todos concluídos e a nossa agenda revela um sucesso total de tarefas e atividades realizadas no dia... Surge Frustração, Ansiedade, Dúvidas, Vazio, Tristeza... E perguntamo-nos “Porque raio parece que não fiz nada???” Talvez tenhamos de repensar a essência das tarefas dos lembretes ou das atividades da nossa agenda.

Pode estar a faltar espaço no Tempo que temos para ler aquele livro que há meses queremos acabar, brincar com o nosso filho, divertirmo-nos com os nossos amigos, namorar com a pessoa que amamos ou simplesmente conversar um boca-dinho com os nossos pais.

Que curioso e que estranho olhar para estas últimas “coisas”, agora que as nomeei e as coloquei no papel, como terem que fazer parte da lista de tarefas dos nossos lembretes, todavia talvez, assim, consigamos não nos esquecer de as cumprir! Ou então, o melhor é talvez perceber, de uma vez por todas, para onde vai o Tempo de modo a encontrar um atalho que nos permita chegar primeiro...

Pelo caminho, claro está, tentaremos fazer o máximo de coisas possível...

O Tempo...Para onde vai?

NEIP (Núcleo de Estudos e Intervenção Psicológica) – Adelaide Ruivinho, Ana Ximenes, Catarina Clemente, Dorisa Peres, Fabrí-cia Gonçalves, Inês Morais, Patrícia Santos, Pedro Costa, Sílvia

Cardoso. Colaboração: Jorge Hilário, Juliana Martins

www.facebook.com/[email protected]

“Eu seiQue o tempo não páraO tempo é coisa raraE a gente só repara

Quando ele já passou...”Mariza

“Onte à Note houve Junça”António Salvador

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24 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |MARÇO 2015

CONTRIBUTO POÉTICO JBG/POETAS DO GUADIANA

RAICES

Soy de la Tierra Pero tengo raíces

En mi país En mi ciudad En mi casa.

Taro Aizu

no elegí nacer en la sal y la arenalas retamas y el fango

pero si nací en la sal y la arena

en las retamas y el fango

debo defender la sal y la arenalas retamas y el fango

Eladio Orta

A LUA CHEIA

Olhando para cimaPara a lua cheia

Eu imaginoQue também tu

Olhes para cima para o céu da noite.

Taro Aizu

Lua que te afastas,Regular a cada ano.

Logo serás um ponto da saudadeNo escuro do céu,

Depois de nos brindares a claridadeE deixares as marés sempre iguais.

Lua, se estou em ti,O Universo não gira em redor da Terra,

Mas sim à tua volta.É assim em cada planeta.

É assim como nos egoísmos.

José Estêvão Cruz

LA VIOLETA

En una mañana de primavera, Junto al sendero,

Una pareja de ancianos Mirando abajo hacia una violeta,

Charlando juntos.

Taro Aizu

Esta mañana de invierno,junto a la carretera,

una pareja de ancianosfrente a las máquinas que amenazan

con derribar sus casas.

Diego Mesa

O JARDIM DO TEMPO

Cem anos Duzentos anos,

Quanto mais tempo passaMais belo fica

O jardim do tempo.

Taro Aizu

RESPIRAR AS RUGAS DO FUTURO

Envelhecemos,Como se respirássemos rugas invisíveis

Vindas de um lugar longínquoA velocidade exagerada.Mas o que importa isso,

Se em todas as novas primaverasPodemos beber a brancura do campoEstendido com amendoeiras em flor?

Pedro Tavares

EL PÉTALO

Un pétaloDe las flores de cerezoVolando hacía abajo

Sobre la espaldaDe mi perro dormido.

Taro Aizu

Una gota rosadallena de primaveras

Acompasada va Hacia la comisura de tus labiosCerezo en flor de mi existencia.

José Luis Rua

UMA SESTA

O meu cão na relvaO meu gato sobre a mesaA minha esposa no sofá,Todos saboreando a sesta

Um domingo perfeito.

Taro Aizu

Na sesta que cada um dormeVai muito do descanso do mundo

E aos domingos, até as guerras paramSonhar é tão bomSonhar é delicioso

E o despertar da sestaE o dia seguinte ao domingo

A realidade dura que nos rodeiaA crueza de sonhos maus

Transformados em realidade.

António Cabrita

LA MAGNOLIA

Después del anochecerLa magnolia floreceJusto aparecieronEn el crepúsculo

Como muchas blancas lámparas.

Taro Aizu

MAGNOLIAS

En la nocherelucen las magnolias abiertas

Lunares de galleta blancos en traje de flamenca verde.

Perfume de lunar de galletadenso, espeso y triste.

Precoz primavera de cambio climáticoaroma de mi desmemoria.

Carmen Herrera Castro

O MEU PRESENTE

“O meu presente!”Uma menina veio a correrabriu as palmas das mãos

Segurando uma folha vermelha caídaDe um bordo japonês.

Taro Aizu

Trazia em suas pequenas mãosO grito silencioso que brotava do céu

Havia nela o sorriso abertoE a inocência do caminho.

Seus braços abertos ao ver-me chegarDevolviam-me a tranquila certeza

De um sonho antigo...Eis que te abraço com carinho.

Ana Francisco

O grupo Poetas do Guadiana é um conjunto de pessoas com sensibilidades, mundividências e idiossincrasias diferentes e que partilham a necessidade de pluralizar o sussurro que se vai adensando à medida que se trespassa a cortina do anónimo. Não são poetas, nem ousam a tanto, são antes gente de caneta em punho com uma necessidade imperiosa de amplificar, qual caixa de ressonância, o que habita em cada verso enquanto significado de uma substância

mais espessa, mais susceptível e mais enredada no mosaico complexo que cada um representa. Os Poetas do Guadiana são testemunho de um iberismo latente, de um olhar curioso sobre a outra margem, quase sempre tímido, incompreensivelmente escondido. O grupo Poetas do Guadiana assume o seu iberismo na promo-ção do conhecimento dos autores portugueses e castelhanos, da poesia à prosa, na declamação plena da dimensão de cada indivíduo que apresenta, num escrito poético, o quadro cultural ibérico. de um dia comum, como uma tela de um quotidiano que torna o artista um ser minguante. O que é ser poeta? Não sabemos. Estamos no seu encalço. Daremos notícia se o descobrirmos.

João Miguel Pereira

Criação Poética dos «Poetas do Guadiana» a partir da obra «My Fukushima» de Taro Aizu

Contributo conjunto do Jornal do Baixo Guadiana e Poetas do Guadiana para mega-exposição que estará patente de 6 de Março a 5 de Abril na Eurocidade do Guadiana

(Centro Cultural António Aleixo em Vila Real de Santo António, Casa do Sal em Castro Marim e Casa Grande em Ayamonte). Inauguração às 10h da manhã de dia 6 de Março no Centro Cultural António Aleixo. Conheça pormenores da iniciativa através da página de

facebook: Minha / Mi Fukushima na / en la Eurocidade / Eurociudad del Guadiana

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | MARÇO 2015 | 25

DESPORTO

O britânico Geraint Thomas (Team Sky) sucede o polaco campeão do mundo, Michal Kwiatkowski (Etixx-QuickStep) na galeria de vencedores da Volta ao Algarve. O homem da Team Sky terminou a competição com 27 segundos de avanço sobre Kwiatkowski e com 1m11s relativamente ao português Tiago Machado (Katusha). Ricardo Mestre (Team Tavira) foi 17º da geral e o 4º melhor português a 4min.03seg. do vencedor.“Não esperava ganhar no Algarve, porque o líder designado era o Richie Porte. Arris-quei a 2ª etapa, conquistei a camisola amarela e a partir daí foi uma semana incrível para a equipa, que ganhou duas etapas, a geral, e duas camisolas. Estou satisfeito com a minha forma, tenho um grande mês pela frente, com o Paris-Nice e com as clássicas e anseio pelas próximas corridas. Não ganho com muita frequência, mas olhando para a lista de vencedores e para as equipas presentes, é uma sensação ótima ganhar uma etapa e defender a amarela até ao final”, foram as palavras de Geraint Thomas no final de mais uma Algarvia. Quanto às classificações secundárias, além da Camisola Amarela Liberty Seguros, Geraint Thomas leva para casa a Camisola Verde Turismo do Algarve, da classifi-cação por pontos, o colombiano Sergio Henao (Sky) enriqueceu a bagagem com a Camisola Azul Fundação do Desporto, símbolo de melhor trepador, enquanto o ita-liano David Formolo (Cannondale-Garmin) foi o melhor jovem da Volta ao Algarve,

conquistando a Camisola Branca Cyclin’Portugal. A Camisola Laranja AMAL, prémio para o melhor português, foi ganha por Tiago Machado. Como vencedora por equipas o prémio foi entregue à formação russa, Team Katusha, comandada pelo português José Azevedo, que triunfou por equipas. Com uma incidência discreta pelas estradas do Baixo Guadiana o município de Alcoutim foi aquele que mais de perto pode ver os campeões do asfalto, que percor-reram algumas das suas aldeias, tendo mesmo contado com um sprint intermédio em Alcoutim. Ricardo Mestre e Samuel Caldeira foram os corredores que representaram o Baixo Guadiana, na luta de titãs que se travou no algarve durante cinco dias. Enquanto Samuel Caldeira teve uma prestação modesta e ao serviço da sua equipa, Ricardo Mestre não deixou os seus créditos por mão alheias e mostrou a sua classe no meio dos melhores, mostrando que tem nível “Would Tour” para fazer parte das melhores equipas do mundo. Não fosse os azares que tem tido nos últimos anos e seria lá que estaria. O natural da Cortelha, entrou nesta Volta sem dias competição nesta época ao contrário dos corredores estrangeiros, e apesar de se sentir bem neste início de época foi sempre cauteloso na abordagem a esta Volta ao Algarve devido à classe da prova, ao número de quilómetros e ao contra-relógio que o desfavorecia. No final o balanço foi muito positivo. De entre um pelotão de 175 corredores de 23 equipas diferentes e onde estavam muitos dos melhores do mundo, este 17º lugar soube a vitória e deu um grande balão de oxigénio de motivação para uma época que se espera voltar ao seu melhor nível isento de azares e coroado de vitorias.

Humberto Fernandes

41ª VOLTA AO ALGARVE - Geraint Thomas sucede o campeão do Mundo, Ricardo Mestre entre os melhores

Formação da equipa da fundação ReALMAdrid do Baixo Guadiana marcante em termos emocionais e técnicos

Triatlo marcou agenda desportiva de fevereiro no Baixo Guadiana

A equipa de formação da escola socio-desportiva ReALMAdrid que funciona no Baixo Guadiana e engloba os con-celhos de Castro Marim e Vila Real de Santo António voltou de Madrid, capi-tal espanhola, com uma experiência intensa no que diz respeito a emoções e à componente técnica. Desde logo tratou-se de uma formação intensiva que se prolongou ao longo de uma semana – 8 a 14 de Fevereiro – onde foram apreendidas diversas componentes teórico-práticas da filo-sofia da Fundação.

Em Castro Marim os jovens que frequentam esta escola praticam bas-quetebol e em Vila Real de Santo António existe a prática das modalidades de futebol e basquetebol.

Com maior capacitação adquirida na área do basquetebol em Madrid estes formadores do Baixo Guadiana possuem agora mais ferramentas para transmitir aos seus alunos dos dois concelhos.

Numa semana apenas o Baixo Gua-diana foi palco de duas competições de Triatlo. Primeiro em Altura e depois em Monte Gordo. Uma prova que este território é ecléctico no que diz respeito à prática desportiva.

Realizou-se a 21 de Fevereiro a 1ª etapa da Taça de Portugal de Triatlo, na localidade de Altura, concelho de Castro Marim. Esta prova de Triatlo foi disputada no formato de Sprint com um 1º segmento de 750m de natação, um 2ºsegmento de 19,5 kms de ciclismo, e por fim o seg-mento de corrida numa distância de 5 kms.

Na 1ª Competição de Triatlo da época, Melanie Santos do Alhandra Sporting Clube e Pedro Laginha Palma do MOTRINDE – Clube dos Galitos, foram os grandes vencedo-res da prova pontuável para a Taça de Portugal de Triatlo.

Muitos foram os atletas, que se

Emoções à flor da pele

Para além das formações teóricas os formandos tiveram oportunidade de visitar o trabalho desenvolvido noutras Escolas Sócio Desportivas

da Fundação, inclusivé Escolas de Desporto Adaptado (com casos fre-quentes de paralisia cerebral, trisso-mia 21, amputações, espinha bífida) e ainda um Centro Penitenciário onde a Fundação desenvolve trabalho com reclusos.

deslocaram até Altura, para partici-parem tanto na Prova Aberta como na Prova Principal. Na classifica-ção individual Feminina, Melanie Santos do Alhandra Sporting Clube, alcançou o 1º lugar em 01:04:03. Com uma diferença de 40 segun-dos, Pamella Oliveira do C.D. “Os Águias” de Alpiarça alcançou o 2º lugar com 01:04:43. Em 3º lugar e a fechar o pódio, Alexandra Santos também do C.D. “Os Águias” de Alpiarça, terminou com 01:05:50.

No final do segmento de nata-ção, as primeiras a chegar ao parque de transição para o segmento de ciclismo, foram as atletas, Pamella Oliveira, Melanie Santos, Helena Carvalho (a concorrer como indivi-dual), Sara Tenrinho, Vitória Mello e Andreia Ferrum ( todas do C.D. “Os Águias” de Alpiarça).

Triatlo em Monte Gordo

Para além das componentes teó-rico-práticas a formação foi baseada na filosofia inclusiva e integrante da Fundação cujo objetivo é fazer do desporto um elemento eficaz para a educação e no desenvolvimento da personalidade, fomentando valores

da prática desportiva como ferramenta educativa - uma metodologia carac-terística da Fundação. A par da comi-tiva lusa, integraram também o grupo internacional as Escolas da Fundação da Argentina e Cabo Verde.

De acordo com a comitiva “esta for-

Uma semana depois disputou-se, a 1 de Março, em Monte Gordo, con-celho de Vila Real de Santo António, o Campeonato Nacional de Clubes em Triatlo, que teve como vence-dores João Silva do Sport Lisboa e Benfica e Pamella Oliveira do C.D. “Águias” de Alpiarça. Na classifi-cação por Equipas Masculinas, o Sport Lisboa e Benfica, alcançou o 1º lugar com os atletas João Silva, Gil Maia e Bruno Pais. O Portu-gal Talentus com Jorik Van Egdom , Antonio Benito e Alexandre Nobre, alcançou o 2º lugar. Em 3º lugar ficou o C.D. “Águias” de Alpiarça, com os atletas Rui Tenrinho, Wesley Matos e Alejandro Cañas.

Na classificação por equipas Femi-ninas, o lugar mais alto do pódio, foi alcançado pelo C.D. “Águias” de Alpiarça com as atletas Pamella Oli-veira, Ana Filipa Santos e Bárbara

mação, e visitas inerentes, provaram que não há limites físicos e psicológi-cos para a prática do desporto e todo o trabalho que a Fundação desempenha é não só impactante, como crucial na vida destes jovens; foi de resto uma formação única a todos os níveis”.

Comitiva de 11 pessoas

A comitiva que se deslocou a Madrid foi constituída por 11 pessoas, três técnicos/professores da delegação de Castro Marim, cinco técnicos/profes-

Santos. O Sporting CP com Katarina Larsson, Liliana Alexandre e Ana Casteleiro, alcançou o 2º lugar. No último lugar do pódio, ficou o Teleperformance – “Os Belenenses” , equipa constituída pelas atletas Madalena Almeida, Vera Vilaça e

sores de VRSA e os representantes da escola no Baixo Guadiana. A Associa-ção Odiana garantiu também represen-tação, e recorde-se que esta associação de desenvolvimento local teve um papel determinante no processo para a implementação da primeira Escola

da Fundação Madrilena em Portugal, neste caso, no Baixo Guadiana.

A Escola Sócio Des-portiva Real Madrid do Baixo Guadiana conta atualmente com 135 estudantes no conce-lho de Vila Real de Santo António e Castro Marim. Trata-se de uma escola que, não obstante da prática e técnica des-portiva, fomenta valores de solidariedade, espí-rito de equipa, respeito

pelos valores sociais e pelo adversário, a integração e a partilha em situações de exclusão social. Um trabalho que é ainda desenvolvido em paralelo com as escolas, os centros de saúde e a família das crianças e jovens (6 a 14 anos de idade).

Maria Teresa Raposo. Na prova masculina e no final do segmento de natação, Pedro Gaspar, Rui Tenrinho e João Silva foram os primeiros a chegar ao parque de transição, para iniciarem o seg-mento de ciclismo.

Equipa de técnicos e autarcas da Fundação ReALMAdrid em Portugal

Na praia de Altura participaram 300 triatletas

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26 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |MARÇO 2015

DESPORTO

Grupo Desportivo de Alcoutim Campeão Regional

Atleta do Padel de VRSA sagrou-se campeão regional de Sub-23 no Cross das Amendoeiras em Flor

Dezenas de praticantes de capoeira vão reunir-se em VRSA

Encontro TT reuniu os melhores em Alcoutim

O grupo Desportivo de Alcoutim revalidou o título de campeão regional de Fundo Sul. Significa que venceu mesma etapa pela sétima vez consecutiva.

A prova decorreu na Mina de São Domingos, em Mértola, e tratou-se do Regional de Fundo em Canoa-gem onde o GDA se superiorizou significativamente aos oito clubes adversários, obtendo uma diferença de cerca de 700 pontos para o 2º classificado (KCCArade).

Aqui ficam os resultados indivi-duais dos atletas do GDA :

MENORES: Feminino - Luana Lopes

O concelho de Alcoutim foi palco a 28 de fevereiro, da primeira edição da prova de resistência para motos “4 Horas TT Pereiro-Alcoutim”. Com um traçado de cerca de 6 quilómetros com a Barragem do Pereiro como pano de fundo, a competição de todo o terreno atraiu a Alcoutim mais de três dezenas de equipas nacionais e internacionais.

Esta prova de resistência de despor-tos motorizados em duas rodas contou com a presença de pilotos de topo como Paulo Gonçalves, segundo classificado do Dakar 2015, e que em Alcoutim, juntamente com Hélder Rodrigues, conseguiu a mesma classificação para a Honda, António Maio, Artur Cotrim, o algarvio Ruben Faria, entre outros.

Para os motociclistas do concelho, o saldo desta prova foi bastante positivo. Para além da conquista do alcoutenejo Luís Teixeira, Campeão Nacional em TT3, que juntamente com António Maio, arrebatou para a Yamaha o 1º lugar da geral e ganhou a classe 2, a dupla Óscar Pedro e Bruno Afonso

No passado dia 22 de Fevereiro o atleta João Fernandes parti-cipou no campeonato de Cross realizado na Aldeia das Açoteias (Albufeira). “O Padel Clube de V.R.S.A tem todo o gosto em destacar a prestação do nosso atleta que, com muito esforço, terminou a prova em 1º lugar de sub-23. Apesar de terem existido alguns contratempos físicos, é de destacar todo o empenho e dedicação que, mais uma vez este atleta demonstra ter na execu-ção da modalidade”, lê-se numa nota enviada ao Jornal do Baixo Guadiana.

Os praticantes de capoeira filiados na Companhia de Capoeira Contemporâ-nea, fundada em 2003 em Faro, vão reunir-se em Vila Real de Santo António nos próximos dias 7 e 8 de março no denominado «Estágio Internacional de Capoeira 2015».

São esperados cerca de 70 praticamentes, distribuídos por uma dezena de nacionalidades, todos filiados naquele grupo de capoeira. A organização garante que será um fim de semana “repleto de treinos e actividades ligadas à cultura afro-brasileira”. Este estágio culminará numa apresentação pública: uma roda de capoeira com todos os elementos da Companhia de Capoeira Contemporânea, em pleno centro da cidade. Este evento está agendado para as 17h00 do dia 7 (sábado), na Praça Marquês de Pombal.

A capoeira foi recentemente reconhecida pela UNESCO como “Património Cultural Imaterial da Humanidade”. A Companhia de Capoeira Contemporânea é uma das mais conceituadas representantes da arte brasileira na região sul do país. O seu mentor, Alexandre Batata, mestre de capoeira há 30 anos, recebe este ano o mais elevado grau da capoeira (a corda “branca”).

1ºMasculino - Edgar Da Silva Rodri-gues - 3ºGustavo Mestre - 4ºIniciados: Feminino - Joana Ramos - Campeã RegionalAna Lucia - 2ºInfantis:Feminino - Daniela Mestre- Campeã Regional Beatriz Ribeiros -2º Daniela Teixeira - 3ºBarbara Teixeira - 4ºMasculino - Pedro Lourenco 4ºAngelo Palma - 8ºMiguel Agostinho - 7ºCadetes: Feminino - Joana Mestre - 2º Soraia Marques - 4º

conseguiu para o Clube Desportivo de Vaqueiros o 6º lugar da sua classe e o 8º da geral. Já Fábio Vilão, natural de Pereiro, alcançou, juntamente com Pedro Agostinho, um honroso 12º da geral.

O presidente da Câmara de Alcoutim, Osvaldo dos Santos Gonçalves, destaca a importância da realização de eventos desta natureza no concelho e considera que dada a excelente organização da “4 Horas TT Pereiro-Alcoutim” a mesma poderá vir a tornar-se uma prova de referência nacional ou até mesmo internacional.

A organização do evento esteve a cargo da Associação Inter-Vivos, do Grupo Desportivo de Alcoutim e do Município de Alcoutim com a colaboração da Asso-ciação “A Moira”, dos Bombeiros Voluntários e da GNR de Alcoutim e contou com os apoios da União de Freguesias de Alcoutim e Pereiro e do Grupo Motard da Serra do Caldeirão.

Masculino - Bruno Ramos - Cam-peão RegionalJoão Luis - 2ºRicardo Martins - 3ºC1 - Luís Simão - Campeão Regio-nalAndre Madeira - 3ºJuniores: Masculino - Joao Domin-gues - Campeão Regional Pedro Jeremias - 2ºMicael Marques - 3ºRodrigo Romão - 7ºFabio Galrito - 19ºSéniores: Feminino - Rute Rita - 3ºMasculino - Hugo Carmo - 4ºJoão Rodrigues - 9ºDaniel Cavaco -14º

C1 - João Simão - Campeão RegionalVeteranos C:Masculino - Helder Tomás - Campeão Regional

João Fernandes ficou em 1º lugar de sub-23

Atletas do Dakar marcaram presença nesta prova

Os atletas de canoagem do GDA somam vitórias

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | MARÇO 2015 | 27

DESPORTO

Nelson Mestre sagrou-se campeão nacional de Duatlo

O triatleta Nelson Mestre honrou mais uma vez a camisola do clube Leões do Sul, clube onde o Triatlo ganhou vida há quatro anos. Desta vez em prova de Duatlo Nelson Mestre mostrou a sua capacidade vencedora e apesar de ser 10.º na geral foi na sua categoria o primeiro a chegar e por isso ganhou o primeiro lugar no pódio.

Desde esse dia o apoio demons-trado a este atleta não tem parado de crescer numa afirmação clara que Duatlo e Triatlo são modalidades com cada vez mais adeptos.

Ao JBG Nelson Mestre explicou que no Algarve “há quatro anos atrás apenas havia Triatlo no Loule-tano”, sendo que nesta altura existe 13 clubes num total de 92 atletas na região. Por ano contam-se já 10

provas regionais da modalidade, sendo que no Baixo Guadiana existem provas em Altura e Monte Gordo.

Sabor especial de vitória

De acordo com Nelson Mestre esta foi uma vitória bem suada, pois nos últimos 200 metros teve de “ir buscar forças” nem sabe bem onde para não ser derrotado por um adversário que o alcançou nesse final derradeiro. Um vitória “com sabor especial” que, frisa, é resultado de trabalho de vários anos.

Os agradecimentos são muitos, a todos os que o acompanham, mas é de sublinhar que é a paixão pela modalidade que engrandece Nelson Mestre no Triatlo.

O atleta do Clube Leões do Sul, da localidade de São Bartolomeu do Sul, de Castro Marim, sagrou-se campeão nacional de Duatlo, no Campeonato Nacional, tendo a prova decorrido em Alcoentre. Foi o melhor em corrida e ciclismo na categoria dos 35-39 anos.

Nelson Mestre no primeiro lugar do pódio

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28 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |MARÇO 2015

Já se deu conta que ir ao supermercado sem levar sacos de plástico que tem em casa e, seguramente, em grande quantidade, sai caro. É uma despesa adicional para a sua carteira e uma negativa pegada no ambiente. Adote novos hábitos transportando consigo os sacos de plástico reutilizáveis.

A Associação de Apoio à Vítima (APAV) apre-sentou uma nova campanha de sensibilização sobre os direitos das vítimas de crime, assina-lando o Dia Europeu da Vítima de Crime, a 23 de Fevereiro. Esta campanha tem como eixo central o site infovitimas.pt, site que pretende informar de forma dinâmica e interativa sobre os direitos das vítimas de crime, abordando o funciona-mento do sistema judicial. Foi apresentada uma nova aplicação para dispositivos móveis, gratuita, que vai facilitar o acesso à informa-ção. Nesta aplicação poderá encontrar infor-mação sobre o processo crime, os seus direitos e os serviços que lhe podem prestar apoio.A campanha de sensibilização foi desenvolvida pela agência Último Take, decorre das ativida-des do Projecto Infovictims II e foi promovido pela APAV e co-financiado pelo Programa Jus-tiça Penal da Comissão Europeia.Na mesma sessão foram apresentados os resul-tados da sexta edição do Barómetro APAV/Intercampus, que analisou a percepção da população sobre os direitos das vítimas de crime. A reter deste documento que existe uma tendência para o reconhecimento generalizado dos direitos das vítimas de crime, mas uma per-ceção um pouco menos elevada sobre a aplica-ção, na prática, desses mesmos direitos.

ECOdica

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Fevereiro marcou apresentação de site para auxiliar as vítimas de crime

-DR