pdf_lambedor

Embed Size (px)

Citation preview

ISSN 1983-4209 - Volume 02 Numero 01 2008.1

LAMBEDOR: UM CONHECIMENTO POPULAR EM ABORDAGEM CIENTFICA.Thiago Pereira Chaves1, Ivan Coelho Dantas2, Delcio de Castro Felismino3 Vanderlia dosSantos Dantas4, Govinda Deva dos Santos Dantas5.

1 Biolgo [email protected]; 2 MSc UEPB Farmacutico, mestre Sade Coletiva, [email protected]; 3 - Dr. UEPB. 4 Especialista em Educao Ambiental, [email protected] ; 5 Enfermeira. RESUMO As plantas so utilizadas para os mais variados fins, e entre os principais est a sua utilizao como medicamento. Devido a essa propriedade as plantas tm se tornado alvo de estudo dos laboratrios das indstrias farmacuticas e Universidades para o isolamento de novos princpios ativos, os quais podem ser utilizados na produo de novos frmacos. Alm disso, um grande nmero de pessoas utiliza plantas medicinais como recurso teraputico, seja por opo ou porque este o seu nico recurso. Este trabalho teve como objetivo a descrio dos lambedores comercializados pelos raizeiros na cidade de Campina Grande PB, correlacionando as indicaes teraputicas populares com o uso cientfico pela ao dos princpios ativos. Foram utilizados os mtodos de procedimento descritivo e correlacional. Sendo entrevistados 22 raizeiros, localizados nas Arcas Tito e Catedral e nas feiras Central, da Prata e da Liberdade, os quais citaram 60 plantas, entre as quais se destacaram o cumaru e o jatob com 6,6% das citaes cada uma. Com relao s partes das plantas, a mais utilizada a folha com 37% das citaes. Foram catalogados 33 tipos de lambedores, onde foi observado que a maioria dos raizeiros extrapola o tempo de cozimento recomendado pela literatura. Dentre as enfermidades para as quais os lambedores so indicados, destaca-se a tosse com 21,62% das citaes. Concluiu-se que as indicaes teraputicas das plantas comercializadas foram confirmadas cientificamente atravs da presena de princpios ativos que combatem as enfermidades sugeridas pelo uso popular. Palavras-chave: Raizeiros, lambedores, plantas medicinais e princpios ativos.

SYRUP: A POPULAR KNOWLEDGE IN SCIENTIFIC APPROACHABSTRACT A large variety of crops are used by many proposes, among these utilities they are used as medicine. Because of that property plants became a target from pharmaceutical studies by laboratories and universities for the isolation of new active ingredients, which can be used in the production of new drugs. In addition, a large number of people use medicinal plants as a therapeutic recourse, either by choice or because it`s their only choice. This work was aimed at the description of syrups marketed by the rooters in the city of Campina Grande - PB, correlating popular therapeutic indications and scientific use by the action of active ingredients. We used the methods of procedure and descriptive correlational. Was interviewed 22 rooters, located in Arcas Tito, Cathedral and Central fairs, Prata and Liberdade, which cited 60 plants, which highlighted cumaru and jatob with 6.6% of citations each. According to parts of the plants, the most used is the sheet, with 37% of the citations. It where catalogued 33 types of syrups and it was observed that most rooters beyond the time of cooking

ISSN 1983-4209 - Volume 02 Numero 01 2008.1

recommended by the literature. Among the diseases for which syrups are given, there is a cough with 21.62% of the citations. It was concluded that the therapeutic indications of the trade plants where confirmed the presence of active ingredients that combat the disease suggested by popular use. Keywords: Syrups, medicinal plants and active ingredients 1 INTRODUO Desde os primrdios da humanidade, o homem vem buscando alternativas para melhorar suas condies de vida. Inicialmente procurou na natureza recursos para aumentar suas chances de sobrevivncia e acabou encontrando nas plantas fontes de alimento, matria prima para confeco de roupas e ferramentas, alm de combustvel para o fogo (LORENZI E MATOS, 2002) e a partir da, comeou um longo percurso de manuseio, adaptao e modificao dos recursos naturais para o seu prprio benefcio (DI STASI, 1996). Atravs do efeito de algumas plantas por ele ingeridas, o homem, com o passar do tempo, observou que se controlasse a dosagem, essas plantas poderiam ser usadas para outros fins alm da alimentao, como curar e/ou aliviar suas dores e enfermidades, alm disso, o homem tambm observou os animais, as plantas que eles utilizavam para se curar e o efeito que estas causavam neles e em si prprio (LORENZI E MATOS, 2002; DANTAS 2007a). Foi atravs destes processos que o homem selecionou as plantas medicinais. Segundo Arruda (2001), no Brasil, o caminho das plantas medicinais empregadas na medicina popular e prticas mdicas vigentes, foi construdo a partir das relaes culturais que aqui se estabeleceram entre os grupos tnicos formadores do pas: os ndios, os negros e os brancos. Dantas (2007a), Dantas (2007b) e Wikipedia (2007) definem Planta medicinal como sendo aquela cujos constituintes contm um ou mais princpios ativos que lhe conferem atividade teraputica, profiltica ou paliativa. De acordo com Balbach (1971), entre as funes desempenhadas por essas plantas esto a purificao do organismo expelindo as toxinas, neutralizar a acidez do sangue, suprir a falta de certos elementos nutritivos, estimular a ao de certos rgos e normalizar o funcionamento de outros. O conhecimento emprico sobre plantas medicinais foi sendo acumulado atravs dos sculos e passado de gerao em gerao, perdurando at os dias de hoje. O emprego de plantas medicinais continua sendo bastante utilizado principalmente nos pases em desenvolvimento como o Brasil, onde segundo Di Stasi (1996), 20% da populao brasileira consome 63% dos medicamentos disponveis e o restante da populao, encontra nos produtos de origem natural, especialmente as plantas medicinais, a nica fonte de recurso teraputico, j que essas plantas so bastante acessveis. Grande parte da populao que procura nos remdios caseiros a cura para sua enfermidade recorre aos raizeiros para tal fim. Dantas, (2002) e Poel, (2007) definem raizeiros como aqueles que procuram, recomendam e vendem plantas medicinais em mercados pblicos, feiras livres e calades, sendo muitas dessas plantas j conhecidas pelo povo. Para Nogueira et al. (2005), uma das caractersticas dos raizeiros ter curiosidade sobre informaes contidas na Farmacopia Brasileira e achar que os remdios do mato, naturais, so mais substanciosos do que os dos mdicos. Silveira e Jordo (1992) relatam que em Campina Grande 63,9% dos raizeiros encaminham seus clientes aos mdicos quando o tratamento com as plantas no se mostra eficaz, enquanto 9% dos raizeiros afirmam a verso contrria: recebem clientes encaminhados pelos mdicos. importante ressaltar que os raizeiros, apesar de analfabetos ou com pouca escolaridade, passam a vida inteira dedicados experimentao com plantas e ao tratamento de doenas e conhecem os efeitos das ervas no organismo humano (DANTAS, 2006).

ISSN 1983-4209 - Volume 02 Numero 01 2008.1

Entre os medicamentos indicados e comercializados pelos raizeiros esto os lambedores. Estes, so preparaes espessadas com acar, rapadura ou mel e utilizados geralmente para o tratamento de dores de garganta, tosse e bronquite, pois geralmente feito a partir de plantas propcias para problemas respiratrios (MATOS, 1998; LORENZI E MATOS, 2002; BEERENDS et al. 2003; MARTINS, 2003 e LIMA et. al, 2006). Os lambedores apresentam uma grande importncia para a populao devido ao fcil acesso e a eficcia no tratamento de problemas respiratrios. Embora sejam bastante consumidos, os conhecimentos sobre a confeco dos lambedores so basicamente empricos, sendo necessrio um estudo de cunho cientfico sobre tais medicamentos, para que seja feita a comprovao de sua eficcia e a catalogao das plantas utilizadas em seu preparo, j que a nomenclatura das plantas varia a cada regio. De acordo com Silva et. al. (2002), desde 1989 existe no Brasil uma organizao de profissionais de sade vinculados ao servio pblico que vem introduzindo a fitoterapia como terapia de ateno primria sade incentivados pela OMS (Organizao Mundial de Sade), tendo experincias bem sucedidas de Norte a Sul do pas. Entretanto as autoras citando Oliveira (1998) relatam que profissionais da rea de sade que atuam no servio pblico da Paraba pouco utilizam plantas medicinais, devido, principalmente, a falta de conhecimento nessa rea, tanto do profissional, quanto dos prprios pacientes. A partir da comprovao da eficcia dos lambedores, estes podem ser indicados por profissionais de sade que atuam no servio pblico, j que os lambedores so de fcil preparao e baixo custo, sendo, portanto, acessveis a populao em geral. Essa pesquisa tem como objetivo estudar os tipos de garrafadas indicadas e comercializadas pelos raizeiros de Campina Grande-PB; relacionar os tipos de plantas e solventes utilizados pelos raizeiro para cada tipo de garrafada; reconhecer as plantas utilizadas nas garrafadas por nome cientifico; descrever modo de preparar, dose e posologia para cada tipo de garrafada.verificar as enfermidades para quais as garrafadas so indicadas; determinar os princpios ativos das plantas catalogadas, verificando as aes teraputicas dos mesmos e comparar o uso popular com o conhecimento cientfica. 2 MATERIAL E MTODOS 2.1 Cenrio e universo da pesquisa O trabalho foi desenvolvido na cidade de Campina Grande, onde a pesquisa de campo foi realizada in loco, entre 22 raizeiros localizados nas Arcas Tito e Catedral e nas Feiras Central, da Prata e da Liberdade, durante os meses de Abril e Maio de 2007. 2.2 Mtodos de Procedimento Nesse estudo foram adotados como mtodos de procedimentos o descritivo e o correlacional. O mtodo descritivo foi utilizado no estudo dos lambedores junto aos raizeiros, atravs da aplicao de questionrio (Anexo A). O mtodo correlacional foi adotado quando foram estabelecidas as comparaes entre o uso popular e o conhecimento cientfico. Esses mtodos so semelhantes aos utilizados por Dantas (2006). 2.3 Tcnica e instrumentos de coleta de dados Inicialmente, aps manifestao do livre consentimento pelos entrevistados, utilizou-se gravador de voz Sony e ficha (Anexo A) de orientao ao cadastramento bibliogrfico para reconhecimento do uso popular das plantas medicinais utilizadas nos lambedores indicados e comercializados pelos raizeiros. Utilizou-se cmera digital Sony 4,5 megapixels para fotografar as plantas. 2.4 Anlise dos dados

ISSN 1983-4209 - Volume 02 Numero 01 2008.1

Na segunda fase, utilizou-se fichas (Anexo B) para as correlaes entre o conhecimento emprico dos raizeiros e o conhecimento cientfico, verificando o nome popular e o nome cientfico das plantas medicinais comercializadas, bem como, os princpios ativos e uso comprovado dos mesmos, consultando-se bibliografia especializada nas respectivas reas do conhecimento correlato. Para os dados percentuais estatsticos foi utilizado o programa Microsoft Office Excel 2007. 3 RESULTADOS 3.1 Plantas medicinais utilizadas pelos raizeiros na confeco dos lambedores. Observa-se na tabela 01, as 60 plantas citadas pelos 22 raizeiros entrevistados. Sendo o cumaru (6,6%) e o jatob (6,6%) os mais citados, seguido por malva-rosa, eucalipto e angico, representando 6,3% das citaes cada uma e hortel-da-folha-grada (6,0%). As plantas denominadas mar, carrasco e contra-erva no foram identificadas cientificamente. Tabela 01. Relao do nome popular, famlia, nome cientfico, freqncia e porcentagem das plantas citadas pelos raizeiros.NOME POPULAR Abacaxi Acerola Agrio Alcauz-da-praia Alecrim Alho Angico Aroeira Babosa Bananeira Barbatimo Batata-de-purga Cajueiro-roxo Capitozinho Carrasco Catingueira Cebola-branca Cebola-roxa Cebola-xenxm Chachamb Chumbinho Colnia Contra-erva Copaba Coroa-de-frade Cravo-da-ndia Cumaru Espinho-de-cigano Embaba Eucalipto Fedegoso FAMLIA Bromeliaceae Malpighiaceae Brassicaceae Papilionaceae Lamiaceae Liliaceae Mimosaceae Anacardiaceae Liliaceae Musaceae Mimosaceae Convolvulaceae Anacardiaceae Amaranthaceae No identificada Caesalpinaceae Liliaceae Liliaceae Amarylliaceae Acanthaceae Verbenaceae Zingiberaceae No identificada Caesalpinaceae Cactaceae Myrtaceae Fabaceae Asteraceae Moraceae Myrtaceae Boraginaceae NOME CIENTFICO Ananas comosus (L.) Merr Malpighia glabra L. Lepidium virginicum L. Periandra dulcis Mart ex Benth. Rosmarinus officinalis L. Allium sativum L. Anadenanthera macrocarpa (Benth) Brenan. Myracrodruom urundeuva Fr. All. Aloe vera L. Musa paradisiaca L. Stryphnodendron coriaceum Benth Operculina macrocarpa Horgan. Anacardium occidentale L. Gomphrena demissa Mart. No identificada Caesalpinia pyramidalis Tul Allium ascalonium L. Allium cepa L. Amaryllis beladona L. Justicia pectoralis Jacq Lantana camara L. Alpinia speciosa Schum. No identificada Copaifera cearensis Hub Melocactus zehntneri (B ritton ex Rose) Luetzelb. Syzigium aromaticum (L) Merril et Perry. Amburana cearensis (Fr. All.) A. Smith. Acanthospermum hispidum D.C. Cecropia palmata Willd. Eucalyptus globulus Labill Heliotropium indicum L. F1 % 0,30 0,60 0,90 2,40 3,00 0,90 6,30 0,90 0,30 0,90 1,20 0,90 0,60 1,20 0,30 0,30 4,80 0,30 0,30 0,30 0,30 5,70 0,30 0,30 0,30 0,60 6,60 0,90 0,30 6,30 0,30 1 2 3 8 10 3 21 3 1 3 4 3 2 4 1 1 16 1 1 1 1 19 1 1 1 2 22 3 1 21 1

ISSN 1983-4209 - Volume 02 Numero 01 2008.1

Gengibre Hortel-da-folhagrada Hortel-da-folhamida Imburana Jatob Ju Juc Limo Macaba Malva-rosa Mangerioba Mo-fechada

Zingiberaceae Lamiaceae Lamiaceae Burseraceae Caesalpinaceae Rhamnaceae Caesalpinaceae Rutaceae Arecaceae Geraniaceae Caesalpinaceae Selaginellaceae

Zingiber officinalis Rosc. Plectranthus amboinicus Lour Mentha x villosa Huds Commiphora leptophloeos (Mart.) Gillett Hymenaea courbaril L. Zizyphus joazeiro Mart. Caesalpinia ferrea Mart. Ex Tul. Citrus limon (L.) Burm. Acrocomia aculeata Lodd Pelargonium graveolens Art. Senna occidentalis (L). Link. Selaginella convoluta Spring.

7 20 4 3 22 1 1 5 1 21 1 1

2,10 6,00 1,20 0,90 6,60 0,30 0,30 1,50 0,30 6,30 0,30 0,30

Continuao da Tabela 01. Relao do nome popular, famlia, nome cientfico, freqncia e porcentagem das plantas citadas pelos raizeiros.NOME POPULAR Mar Mastruz Moror Mussamb Palma Pepaconha Pau-darco-roxo Pico Poejo Quina-quina Quixabeira Rom Sabugueiro Saio Sena Sucupira Umbigo-debezerro FAMLIA No identificada Chenopodiaceae Caesalpinaceae Capparidaceae Cactaceae Violaceae Bignoniaceae Asteraceae Lamiaceae Rubiaceae Sapotaceae Punicaceae Capripholiaceae Crassulaceae Caesalpinaceae Fabaeae Sterculiaceae NOME CIENTFICO No identificada Chenopodium ambrosioides L. Bauhinia cheilantha (Bong.) Steud. Cleome spinosa L Nopalea fcus-indica L. Hybanthus ipecacuanha L. Tabebuia avelanedae Lor. Bidens pilosus L. Mentha pulegium L Coutarea hexandra (Jack). Schum. Sideroxylon obtusifolium (Roem. & Schult.) T. D. Penn Punica granatum L Sambucus australis Cham et Schlecht. Bryophyllum calycinum Salisb. Cassia angustifolia Del. Bowdichia virgilioides H.B.K. Helicteres baruensis Jacq. F1 1 15 4 5 1 18 2 1 1 1 2 7 10 8 7 4 2 338 % 0,30 4,50 1,20 1,45 0,30 5,40 0,60 0,30 0,30 0,30 0,60 2,10 3,00 2,40 2,10 1,20 0,60 100,00

CITAES1. F = Freqncia de vezes que a planta foi citada entre os raizeiros

Foram catalogadas 38 famlias, destacando Caesalpinaceae, com 7 vegetais, Liliaceae e Lamiaceae com 4 plantas cada uma e Mimosaceae, Anacardiaceae, Zingiberaceae, Fabaceae e Asteraceae com 2 plantas cada (Tabela 01). Em relao as partes das plantas utilizadas nos lambedores, observa-se na figura 01 que as partes mais utilizadas so as folhas, com 37% das citaes, em seguida aparece a casca, com 25% e a raiz com 12,6%, enquanto a parte menos utilizada o leo, com 0,3%.

ISSN 1983-4209 - Volume 02 Numero 01 2008.1

Figura 01 Distribuio percentual das partes das plantas utilizadas nos lambedores

3.2 Tipos de Lambedores Foram catalogados 33 tipos de lambedores. Sero transcritos a seguir, dez frmulas de lambedores exatamente como narrados pelos raizeiros. Frmula 01 Lambedor contra cansao, bronquite, asma, gripe e febre reumtica Plantas utilizadas: Cascas: jatob, cumar, angico e rom (casca do fruto). Folhas: malva-rosa, hortel-da-folha-grada, alecrim, sena, eucalipto e colnia. Raiz: alcauz-da-praia e pepaconha. Modo de preparar: Coloca-se em 1,5 litros de gua 30 gramas de cada planta e leva ao fogo, deixando cozinhar por 30 minutos, logo aps, ca, coloca 1 kg de acar e leva de volta ao fogo at dar o ponto de mel. Pode-se adicionar ainda um dente de alho e limo, que alm de enriquecer o lambedor, ainda ajuda a conservar. Dose e posologia: 1 colher de sopa 3 vezes ao dia. Frmula 02 Lambedor contra cansao, pneumonia, bronquite, rouquido, inflamao da garganta, coriza, sinusite, dor de cabea, gripe e resfriado. Plantas utilizadas: Cascas: jatob e cumar. Folhas: malva-rosa, eucalipto, colnia e mastruz. Flor: sabugueiro. Raiz: gengibre e pepaconha. Modo de preparar: Coloca 10 gramas de cada parte de planta em 1,5 litros de gua e leva ao fogo por 30 minutos, logo aps ca e leva ao fogo juntamente com, 1,2 kg de acar at dar o ponto de mel. Nesse lambedor, folhas de mussamb e raiz de alcauz-da-praia podem ser adicionadas. Dose e posologia: Se a enfermidade for forte, toma 4 colheres de sopa ao dia, se estiver mais branda, toma 3 colheres de sopa ao dia. Frmula 03 Lambedor contra tosse e rinite alrgica. Plantas utilizadas: Frutos: agrio, limo e acerola. Modo de preparar: Passa no liquidificador 20 gramas de agrio, 300 gramas de acerola, 3 limes e 1 litro de mel, ca e armazena. Consumir 24 horas depois de preparado. Dose e posologia: 3 colheres de sopa ao dia.

ISSN 1983-4209 - Volume 02 Numero 01 2008.1

Frmula 04 Lambedor contra mau hlito, e inflamaes do estomago, bao e esfago. Plantas utilizadas: Cascas: aroeira e barbatimo. Raiz: gengibre. Fruto: cravo-da-ndia. Bulbo: Cebola-branca (picadinha). Modo de preparar: Colocar 10 gramas de cada parte de planta em 1 litro de mel e deixa por 5 dias. Dose e posologia: 2 colheres de sopa por dia. Frmula 05 Lambedor contra tosse, catarro e problemas respiratrios em geral. Plantas utilizadas: Cascas: cajueiro-roxo, pau-darco-roxo, quixaba, angico, barbatimo, cumar e rom (casca do fruto). Folhas: malva-rosa, colnia, hortel-da-folha-grada, eucalipto, mussamb (folhas e/ou raiz) e mastruz (folhas e/ou raiz). Raiz: pepaconha. Bulbo: cebola-branca e alho. Modo de preparar: Coloca-se 20 gramas de cada parte das plantas juntamente com 1kg de acar em 1,5 litros de gua e coloca para cozinhar junto as cascas e razes e deixa ferver at o ponto de xarope, depois adiciona-se as folhas e bulbos deixa fervendo 5 minutos. O acar pode ser substitudo pelo mel, ou este pode ser adicionado ao lambedor depois de pronto (quando estiver frio). Quando a rapadura preta no substituir o acar, o lambedor ainda serve contra anemia. Dose e posologia: 1 colher de sopa 3 vezes ao dia. Frmula 06 Lambedor contra tosse, catarro no peito e cansao. Plantas utilizadas: Cascas: cumar, jatob e angico. Folhas: malva-rosa, hortel-da-folha-grada, colnia e eucalipto. Raiz: pepaconha e alcauz-da-praia. Fruto: umbigo-de-bezerro e limo. Bulbo: cebola-branca. Modo de preparar: para as folhas so usados 10 gramas, e para as demais partes so usados 30 gramas. Leva tudo ao fogo com 1 litro de gua por 25 minutos, ca e leva de volta ao fogo com 1,1 kg de acar at dar o ponto de mel. Dose e posologia: Adulto: 1 colher de sopa 3 vezes ao dia. Criana: 1 colher de ch 3 vezes ao dia. Frmula 07 Lambedor expectorante, contra cansao e tosse alrgica. Plantas utilizadas: Cascas: cumar, jatob, angico e rom (casca do fruto). Folhas: babosa, eucalipto, colnia, malva-rosa, mastruz e hortel-da-folha-grada. Raiz: pepaconha. Semente: sucupira. utilizado ainda mangar de banana e cupim de cajueiro. Modo de preparar: coloca as partes secas das plantas em 1 litro de gua e leva ao fogo por 30 minutos, ca, adiciona 1 kg de rapadura preta partida, juntamente com as partes verdes e leva de volta ao fogo at dar o ponto de mel. Logo aps ca e armazena. Dose e posologia: Adulto: dois dedos em um copo americano 2 vezes ao dia. Criana: 1 dedo em um copo americano 2 vezes por dia. Frmula 08 Lambedor contra tosse, febre, catarro, rouquido, bronquite, asfixia, coriza, inflamao na garganta por crise de amdala, dor de cabea causada por crise de sinusite. Plantas utilizadas: Folhas: malva-rosa (25 gramas), eucalipto (20 g), colnia (20 g), hortel-dafolha-grada (40 g) e mastruz (20 g). Raiz: pepaconha (20 g) e gengibre (50 g). Flor: sabugueiro (15 g). Fruto: acerola (100 g) e limo (1 banda). Cascas: jatob (50 g) Imburana (20 g). Modo de preparar: Coloca as partes das plantas para cozinhar em 2 litros de gua durante uma hora, ca e leva de volta ao fogo com 1,5 kg de acar mascavo por 20 minutos. Dose e posologia: 1 colher de sopa 3 vezes ao dia. Frmula 09 Lambedor contra tosse, catarro, dor no peito e coqueluche. Plantas utilizadas: Cascas: cumaru (20 g), Jatob (20 g), angico (20 g), e rom (casca do fruto) (20 g). Raiz: pepaconha (20 g) Folhas: malva-rosa (10 g), hortel-da-folha-grada (10 g), mastruz (10 g) e alecrim (10 g). Bulbo: cebola-branca (10 g). Fruto do jatob (1 vagem com fruto e casca).

ISSN 1983-4209 - Volume 02 Numero 01 2008.1

Modo de preparar: Coloca todas as partes das plantas para cozinhar em 1 litro de gua com 1 kg de acar at dar o ponto de mel. Logo aps ca e armazena. Dose e posologia: Adulto: 2 dedos num copo americano 2 vezes por dia; Criana: 1 colher de ch 2 vezes por dia. Frmula 10 Lambedor expectorante. Plantas utilizadas: Cascas: cumaru, jatob, angico e imburana. Folhas: malva-rosa, alecrim, hortel-da-folha-grada, mastruz, eucalipto e sena. Raiz: capitozinho e pepaconha. Flor: sabugueiro. Bulbo: cebola-branca. Modo de preparar: Cozinha 30 gramas de cada parte de planta por 20 minutos em 1 litro de gua, ca e leva de volta ao fogo com 600 gramas de acar e deixa at dar o ponto de mel. Dose e posologia: 1 colher de sopa 3 vezes ao dia. Frmula 11 Lambedor expectorante contra asma, bronquite, cansao e tosse. Plantas utilizadas: Cascas: jatob (10g), cumaru (10g), angico (10g), moror (10g) e Quina-quina (10g). Folhas: hortel-da-folha-grada (30 a 40g), mastruz (30 a 40g), alecrim (30 a 40g) e sena (1g). Flor: sabugueiro (1g). Raiz: alcauz-da-praia (10g), pepaconha (10g) e espinho-de-cigano (20g). Ainda so utilizadas cebola-branca (20g) e batata-de-purga (20g). Modo de preparar: Aps lavar todas as partes das plantas, leva para cozinhar em 1,5 litros de gua por 20 minutos. Logo aps ca, e leva de volta ao fogo com 1 kg de acar at dar o ponto de mel. Dose e posologia: Adulto: 1 colher de sopa 3 vezes ao dia. Criana de 5 a 8 anos, meia colher de sopa 3 vezes ao dia e criana menor de 5 anos, 1 colher de ch 3 vezes ao dia. Frmula 12 Lambedor para expectorante contra cansao e tosse. Plantas utilizadas: Cascas: jatob (10g), aroeira (10g), angico (10g) e moror (10g). Folhas: hortel-da-folha-grada (30 a 40g), chachamb (30 a 40g), eucalipto (30 a 40g), colnia (30 a 40g), sena (1g), agrio (30 a 40g), malva-rosa (50g), mastruz (30 a 40g) e saio (30 a 40g). Raiz: pepaconha (10g), alcauz-da-praia (10g), gengibre (10g), espinho-de-cigano (20g). So usadas ainda cebola-branca (20g), mangar de bananeira e batata-de-purga (20g). Modo de preparar: Aps lavar todas as partes das plantas, leva para cozinhar em 1,5 litros de gua por 20 minutos. Logo aps ca, e leva de volta ao fogo com 1 kg de acar at dar o ponto de mel. Dose e posologia: Adulto: 1 colher de sopa 3 vezes ao dia. Criana de 5 a 8 anos, meia colher de sopa 3 vezes ao dia e criana menor de 5 anos, 1 colher de ch 3 vezes ao dia. Se a tosse estiver muito forte, tomar 4 vezes ao dia. Frmula 13 Lambedor expectorante contra cansao e tosse. Plantas utilizadas: Cascas: jatob, cumaru, angico e moror. Folhas: hortel-da-folha-grada, saio, malva-rosa, eucalipto e colnia. Raiz: pepaconha, alcauz-da-praia e capitozinho. Bulbo: cebola-branca. Modo de preparar: coloca 20 gramas de cada parte de planta para cozinhar em 2 litros de gua por 30 minutos, ca e leva de volta ao fogo com 1 kg de acar at dar o ponto de mel. Dose e posologia: Adulto: 1 colher de sopa 3 vezes ao dia. Criana: 1 colher de ch 3 vezes ao dia. Frmula 14 - Lambedor contra gripe e expectorante. Plantas utilizadas: Cascas: angico, jatob e cumaru. Raiz: alcauz-da-praia, gengibre e pepaconha. Folhas: malva-rosa e hortel-da-folha-mida. Flor: sabugueiro. Bulbo: cebola-branca. Modo de preparar: Coloca 20 gramas de cada parte de planta para cozinhar em 1 litro de gua juntamente com 1 kg de acar por 30 minutos. Em seguida, ca e armazena. Dose e posologia: 1 colher de sopa 3 vezes ao dia.

ISSN 1983-4209 - Volume 02 Numero 01 2008.1

Frmula 15 Lambedor contra gripe. Plantas utilizadas: Cascas: jatob (20g), angico (20g) e cumaru (20g). Semente: sucupira (3 unidades) Folhas: malva-rosa (30 a 40 g), hortel-da-folha-grada (30 a 40 g), colnia (5g)e eucalipto (5g). Flor: mussamb (3 a 5 cachos). Bulbo: cebola-branca (30 a 40g). Modo de preparar: Aps lavar todas as partes das plantas, quebra as cascas e coloca tudo em uma panela com 1 litro de gua fervendo, abafa por 20 minutos, ca e leva de volta ao fogo com 1 kg de acar at dar o ponto de mel. Dose e posologia: 1 colher de sopa 3 vezes ao dia. Frmula 16 Lambedor contra tosse, tosse alrgica, broncopneumonia e asma. Plantas utilizadas: Cascas: cumaru (20g) e mar (20g). Flor: colnia (10g). Fruto: umbigo-debezerro (3 unidades). Folhas: eucalipto (10g), malva-rosa (seca: 10g, verde : 30g). So utilizados ainda, Cebola-xenxm (1 cabea) e cupim de angico (1 copo americano tirado do interior, com os animais ainda vivos). Modo de preparar: Aps lavar todas as partes das plantas (exceto o cupim de angico), quebra as cascas e coloca tudo em uma panela com 1 litro de gua fervendo, abafa por 20 minutos, ca e leva de volta ao fogo com 1 kg de acar at dar o ponto de mel. Dose e posologia: 1 colher de sopa 3 vezes ao dia. Frmula 17 Lambedor contra catarro. Plantas utilizadas: Razes: espinho-de-cigano (20g) alcauz-da-praia (20g) e pepaconha (10g). Folha: colnia (5g) e saio (20g). utilizado ainda 300 g de coroa-de-frade (aps retirar os espinhos). Modo de preparar: Aps lavar todas as partes das plantas, coloca tudo em uma panela com 1 litro de gua fervendo, abafa por 20 minutos, ca e leva de volta ao fogo com 1 kg de acar at dar o ponto de mel. Dose e posologia: 1 colher de sopa 3 vezes ao dia. Frmula 18 Lambedor contra qualquer tipo de tosse. Plantas utilizadas: macaba (polpa do fruto) e leo de copaba. Modo de preparar: coloca 1 copo americano da polpa de macaba em 1 litro de gua quente e mexe em fogo brando at dissolver, logo aps ca e leva de volta ao fogo com 1 kg de acar mascavo mexendo sempre at apurar. Depois disso leva o produto para um recipiente de vidro e quando estiver morno, adiciona uma colher de sopa do leo de copaba e mistura bem. Dose e posologia: 1 colher de sopa 3 vezes ao dia. Frmula 19 Lambedor contra tosse, cansao, gripe, sinusite, asma, coqueluche e bronquite Plantas utilizadas: Cascas: angico (5g), jatob (5g), cumaru (5g) e rom (casca do fruto: 5g). Raiz: pepaconha (5g) e gengibre (1g). Folhas: malva-rosa (2 a 5g), hortel-da-folha-grada (2 a 5g), saio (2 a 5g), mastruz (2 a 5g), eucalipto (2 a 5g), colnia (2 a 5g), alecrim (2 a 5g) e sena (1g). Semente: sucupira (5 unidades). Flor: sabugueiro (1g). Bulbo: cebola-branca (2g). Modo de preparar: Coloca todas as partes para cozinhar em 2 litros de gua por 25 minutos, ca, adiciona 1 kg de acar e leva de volta ao fogo at dar o ponto de mel. Dose e posologia: 1 colher e sopa 3 vezes ao dia. Frmula 20 Lambedor expectorante contra tosse, coqueluche, cansao, bronquite e asma. Plantas utilizadas: Cascas: cumaru (5g), angico (5g) e jatob (5g). Folhas: eucalipto (5 a 10g), hortel-da-folha-grada (5 a 10g), malva-rosa (5 a 10g), mastruz (5 a 10g) e alecrim (5 a 10g). Flor: sabugueiro (1g). Fruto: limo (1/4). Modo de preparar: Cozinha tudo em 1,5 litros de gua por 15 a 20 minutos, ca adiciona 1,2 kg de acar at dar o ponto de mel.

ISSN 1983-4209 - Volume 02 Numero 01 2008.1

Dose e posologia: Adulto: 1 colher de sopa 3 vezes ao dia. Criana: 1 colher de ch 2 vezes ao dia. Frmula 21 Lambedor contra tosse, cansao, bronquite, tosse alrgica e coqueluche. Plantas utilizadas: Cascas: cumaru (5g), jatob (5g), aroeira(5g), angico (5g) e moror (5g). Raiz: capitozinho (2g), pepaconha (2g) e alcauz-da-praia (2g). Folhas: malva-rosa (2 a 5g), eucalipto (2 a 5g), colnia (2 a 5g), hortel-da-folha-grada (2 a 5g), alecrim (2 a 5g) e saio (2 a 5g). Flor: sabugueiro (1g). Bulbo: cebola-branca (20g). Modo de preparar: Cozinha tudo em 1,5 litros de gua por 40 minutos, ca, adiciona 1 kg de acar e leva de volta o fogo at dar o ponto de mel. Dose e posologia: Adulto: 1 colher de sopa 3 vezes ao dia. Criana: 1 colher de ch 3 vezes ao dia. Frmula 22 Lambedor contra problemas das vias respiratrias em geral. Plantas utilizadas: jatob, angico, cumaru, pau darco, juc, fedegoso, saio, agrio, mastruz, Cebola-branca, alho, alecrim, Hortel-da-folha-grada de mida, sucupira, eucalipto e mussamb. Obs: so utilizadas todas as partes dessas plantas. Modo de preparar: Para cada 120 litros de lambedor, so utilizados 5 kg de plantas. Coloca as plantas em 120 litros de gua e deixa cozinhar por 24 horas. Aps isso, ca, e para cada litro do preparado adicionado 1 kg de acar. Leva a mistura de volta ao fogo por mais 24 horas. medida que for evaporando a gua, completa com gua quente, sempre mantendo os 10 litros. Dose e posologia: Adulto: 1 colher de sopa 3 vezes ao dia. Criana: 1 colher de ch 3 vezes ao dia. Frmula 23 Lambedor contra gripe. Plantas utilizadas: Cascas: cumaru (50g), angico (50g), barbatimo (50g), jatob (50g), quixaba (50g) e rom (50g) (casca do fruto). Folhas: eucalipto (50g), hortel-da-folha-grada (50g), hortelda-folha-mida (50g), malva-rosa (50g), colnia (50g), alecrim (50g). Bulbo: cebola-branca (20g). Modo de preparar: Quebra as cascas o mximo que puder e coloca pra cozinhar em 400 ml de gua com 1 kg de acar por 20 minutos. Logo aps, adiciona as folhas j lavadas e partidas ao produto, o qual de novo levado de volta ao fogo. Depois de abrir fervura, deixa por 2 minutos, retira do fogo e abafa, quando estiver mais frio, ca e armazena em recipiente de vidro. Dose e posologia: 1 colher de sopa 3 vezes ao dia. Frmula 24 Lambedor contra tosse, gripe e bronquite. Plantas utilizadas: Cascas: jatob (10g), cumaru (10g), angico (10g). Folhas: hortel-da-folhagrada (10g), malva-rosa (10g), eucalipto (10g), colnia (10g) e alecrim (10g). Raiz: pepaconha (10g). Semente: sabugueiro (10g). Modo de preparar: Coloca todas as partes de plantas para cozinhar em 2 litros de gua por uma hora, ca, adiciona 500 g de acar e leva de volta ao fogo para apurar. Dose e posologia: 1 colher de sopa 2 vezes ao dia. Frmula 25 Lambedor contra tosse. Plantas utilizadas: Fruto: Abacaxi. Modo de preparar: Retira o suco de um fruto do abacaxi, e leva ao fogo com a mesma medida de acar. Depois que abrir fervura, deixa por 5 minutos. Pode-se usar algumas unidades de cravo-dandia como conservante. Dose e posologia: Adulto: 1 colher de sopa 3 vezes ao dia. Criana: 1 colher de ch 3 vezes ao dia. Frmula 26 Lambedor contra gripe e tosse. Plantas utilizadas: Folhas: hortel e eucalipto (20g cada). Cascas: cumar, jatob e angico (20g cada). So utilizadas ainda batata-de-purga (20g) e cebola-branca (10g).

ISSN 1983-4209 - Volume 02 Numero 01 2008.1

Modo de preparar: Aps lavar todas as partes das plantas, quebra as cascas e coloca tudo em uma panela com 1 litro de gua fervendo, abafa por 20 minutos, ca e leva de volta ao fogo com 1 kg de acar at dar o ponto de mel. Dose e posologia: 1 colher de sopa 3 vezes ao dia. Frmula 27 Lambedor expectorante contra gripe e tosse. Plantas utilizadas: Cascas: angico e cumaru (20g cada). Folha: mastruz (50g). Raiz: mangirioba (raiz de 1 planta). Raspa de ju (5g). Modo de preparar: Aps lavar todas as partes das plantas, quebra as cascas e coloca tudo em uma panela com 1 litro de gua fervendo, abafa por 20 minutos, ca e leva de volta ao fogo com 1 kg de acar at dar o ponto de mel. Dose e posologia: 1 colher de sopa 3 vezes ao dia. Frmula 28 - Lambedor expectorante contra gripe e tosse. Plantas utilizadas: Casca: imburana (20g). Raiz: capitozinho (20g), carrasco (10g). Flor: sabugueiro e colnia (5g cada), mo-fechada (30g). Modo de preparar: Aps lavar todas as partes das plantas, quebra as cascas e coloca tudo em uma panela com 1 litro de gua fervendo, abafa por 20 minutos, ca e leva de volta ao fogo com 1 kg de acar at dar o ponto de mel. Dose e posologia: 1 colher de sopa 3 vezes ao dia. Frmula 29 - Lambedor contra gripe e tosse. Plantas utilizadas: Flor: catingueira (15g) e chumbinho (15g). Raiz: pepaconha e pico (20g cada). utilizado ainda mangar de banana ma (100g). Modo de preparar: Aps lavar todas as partes das plantas, quebra as cascas e coloca tudo em uma panela com 1 litro de gua fervendo, abafa por 20 minutos, ca e leva de volta ao fogo com 1 kg de acar at dar o ponto de mel. Dose e posologia: 1 colher de sopa 3 vezes ao dia. Frmula 30 Lambedor contra bronquite alrgica, gripe e tosse. Plantas utilizadas: casca de embaba (50g), raiz de palma (30g), malva-rosa (30g), poejo (20g) e contra-erva (20g). Modo de preparar: Aps lavar todas as partes das plantas, quebra as cascas e coloca tudo em uma panela com 1 litro de gua fervendo, abafa por 20 minutos, ca e leva de volta ao fogo com 1 kg de acar at dar o ponto de mel. Dose e posologia: 1 colher de sopa 3 vezes ao dia. Frmula 31 - Lambedor expectorante contra tosse, reumatismo e enfermidades nos rins. Plantas utilizadas: Folhas: hortel-da-folha-grada e mida, malva-rosa (20g cada). Cascas: jatob, angico e cajueiro-roxo (30g cada). Modo de preparar: Aps lavar todas as partes das plantas, quebra as cascas e coloca tudo em uma panela com 2 litros de gua, cozinha por 2 horas, ca e leva de volta ao fogo com 0,5 kg de acar at dar o ponto de mel. Dose e posologia: 1 colher de sopa 2 vezes ao dia. OBS: Segundo o raizeiro outras plantas como rom, alecrim, barbatimo, cumaru, colnia, eucalipto, saio, sabugueiro, mussamb, gengibre e mastruz podem ser utilizadas no preparo de lambedores, mas ele utiliza apenas 5 ou 6 plantas. Frmula 32 - Lambedor expectorante contra tosse.

ISSN 1983-4209 - Volume 02 Numero 01 2008.1

Plantas utilizadas: Folhas: malva-rosa (20g), mastruz (20g), hortel-da-folha-grada (20g), eucalipto (10g), saio (10g), colnia (10g) e sena (1g). Cascas: cumaru, angico e jatob (20g cada). Raiz: pepaconha (10g). Bulbo: Cebola-branca (10g). Modo de preparar: Aps lavar todas as partes das plantas, quebra as cascas e coloca tudo em uma panela com 2 litros de gua, cozinha por 1,5 horas, ca e leva de volta ao fogo com 1kg de acar at dar o ponto de mel. Dose e posologia: Adulto: 1 colher de sopa 3 vezes ao dia. Criana: 1 colher de ch 3 vezes ao dia. Frmula 33 - Lambedor contra tosse. Plantas utilizadas: Folhas: eucalipto (5g), colnia (5g) e mastruz (20g). Casca: jatob (20g). Bulbo: cebola-branca (10g) Modo de preparar: Coloca tudo em uma panela com 2 litros de gua, cozinha por 20 minutos, ca e leva de volta ao fogo com 1kg de acar at dar o ponto de mel. Dose e posologia: Adulto: 1 colher de sopa 2 vezes ao dia. Criana: 1 colher de ch 2 vezes ao dia. Observa-se nas frmulas acima variao no tempo de decoco, a mesma variando de 15 minutos a 24 horas. Alguns raizeiros utilizam, alm das plantas, cupim de cajueiro ou cupim de angico. Esse trabalho no ir se detalhar a atividade teraputica de tais componentes por se tratarem de animais. 3.3 Enfermidades para as quais os lambedores so indicados Dentre as enfermidades citadas pelos raizeiros para as quais os lambedores so indicados (Tabela 02), destacam-se a tosse (21,62%), o catarro (14,10%), e gripe (11,30%).

Tabela 02 Valores de frequncia e porcentagem das enfermidades citadas pelos raizeiros. INDICAES FREQUNCIA % Cansao 10 9,50 Continuao Tabela 02 Valores de frequncia e porcentagem das enfermidades citadas pelos raizeiros. Bronquite 8 7,60 Asma 5 4,70 Gripe 12 11,30 Febre reumtica 1 0,94 Pneumonia 1 0,94 Rouquido 2 1,90 Inflamao do aparelho respiratrio 3 2,90 Coriza 1 0,94 Sinusite 3 2,90 Dor de cabea 1 0,94 Resfriado 1 0,94 Tosse 23 21,62 Rinite alrgica 1 0,94 Mau hlito 1 0,94 Inflamao do aparelho digestivo 3 2,90 Catarro 15 14,10

ISSN 1983-4209 - Volume 02 Numero 01 2008.1

Tosse alrgica Asfixia Dor no peito Coqueluche Broncopneumonia Febre Bronquite alrgica Problemas das vias respiratrias em geral Reumatismo Enfermidades nos rins TOTAL

3 1 1 4 1 1 1 1 1 1 106

2,90 0,94 0,94 3,90 0,94 0,94 0,94 0,94 0,94 0,94 100,00

Observa-se na tabela 02, que a grande maioria das indicaes dos lambedores pelos raizeiros para enfermidades no aparelho respiratrio. Porm, so citados outros tipos de enfermidades como enfermidades nos rins, reumatismo, febre reumtica, inflamao do aparelho digestivo, mau hlito e dor de cabea. 4 DISCUSSO 4.1 Plantas utilizadas nos lambedores Dentre as 60 plantas utilizadas na confeco dos lambedores pelos raizeiros da cidade de Campina Grande, foram escolhidas as 5 mais citadas para a correlao entre as indicaes pelos raizeiros com as indicaes teraputicas dos princpios ativos. 1. Anadenanthera macrocarpa (Benth) Brenan. Famlia: Mimosaceae. Nome popular: Angico Princpios ativos: Esta planta possui em sua casca esterides (beta-sitosterol, glicosdeo), flavonides, triterpenides (hiperona, lupeol) (LORENZI E MATOS, 2002; AGRA, 1996). Indicaes dos raizeiros: Cansao, bronquite, asma, gripe, febre reumtica, problemas respiratrios em geral, catarro no peito, tosse alrgica, dor no peito, coqueluche, tosse, sinusite, reumatismo e enfermidades nos rins. Uso cientfico comprovado: O beta-sitosterol possui atividade antibacteriana, antiinflamatria e antiviral; o lupeol apresenta atividade anti-reumtica, antiinflamatria e antiviral (DUKE, 1992) os flavonides possuem atividade antiinflamatria. Os taninos possuem ao anti-sptica, antiviral, bactericida e antimicrobiana. Com base no que foi exposto, o uso da Anadenanthera macrocarpa (Benth) Brenan prescrito pelos raizeiros confirmado pelo conhecimento cientfico exceto para tosse alrgica e catarro no peito. 2. Amburana cearensis Fr All Famlia: Fabaceae. Nome cientfico: Cumar Princpios ativos: Em suas cascas foram encontrados cuamrina, isocampferdeo e traos de outros flavonides (LORENZI e MATOS, 2002). Indicaes dos raizeiros: Cansao, bronquite, asma, gripe, febre reumtica, pneumonia, rouquido, inflamao da garganta, coriza, sinusite, dor de cabea, catarro, problemas respiratrios em geral, broncopneumonia, coqueluche, reumatismo e enfermidades nos rins.

ISSN 1983-4209 - Volume 02 Numero 01 2008.1

Uso cientfico comprovado: o principal componente qumico da planta a cumarina, a qual juntamente com outras substncias, so responsveis pelas atividades analgsica, antiinflamatria e broncodilatadora determinadas experimentalmente. Tais aes confirmam cientificamente a validade do seu uso popular no tratamento caseiro dos problemas respiratrios (MATOS, 1998; DINIZ, 1998; LORENZI E MATOS, 2002). Dessa forma, a indicao medicinal do cumaru pelos raizeiros est plenamente validada pela literatura especializada. 3. Eucalyptus globolus Labill. Famlia: Myrtaceae. Nome popular: Eucalipto Princpios ativos: O principal componente das folhas leo essencial que contm at 80% de 1,8 cineol ou eucaliptol, alm de -pineno, canfeno, limoneno, borneol, -terpineol, As folhas ainda contm taninos, cidos (glico, gliclico, glicrico), compostos flavnicos, um derivado da cumarina, substncias triterpnicas como cido olenlico e cido maslnico, resina, cido gentsico e cera (CONCEIO, 1980; SIMES et al. 1988; SOUSA et al. 1991; VIEIRA, 1992; COIMBRA, 1994; ALONSO, 1998; PANIZZA, 1998; LORENZI E MATOS, 2002). Indicaes dos raizeiros: Cansao, bronquite, asma, gripe, febre reumtica, pneumonia, rouquido, inflamao da garganta, problemas respiratrios em geral, coriza, sinusite, dor de cabea, resfriado, tosse alrgica, broncopneumonia, reumatismo e enfermidades nos rins. Uso cientfico comprovado: O leo e o eucaliptol isolados possuem propriedades anti-sptica e expectorante comprovadas, tambm possuem atividade antigripal (SIMES et al. 1988; MATOS, 1989; MATOS, 1998; LORENZI E MATOS, 2002). O eucalipto possui propriedades anti-sptica pulmonar e febrfuga. Trabalhos experimentais demonstraram alguma atividade antibacteriana (SOUSA et al. 1991; ALONSO, 1998). De acordo com Duke (1992), o 1,8 cineol possui as seguintes atividades: antibacteriana, antialrgica, antibronquite, anticatarral, antiinflamatria, antissptica, anti-reumtica, antitussiva, descongestionante, expectorante; o limoneno possui atividade antibacteriana, antiasmtica, antiinflamatria, anti-sptica, antiviral e expectorante; o borneol possui ao analgsica, antibronqutica, antibacteriana e antiinflamatria; o canfeno expectorante; o -pineno possui atividade antibacteriana, antiinflamatria, antipneumonia, antisptica, antiviral, expectorante; o alfa terpineol possui atividade antibacteriana e anti-sptica; o pineno possui atividade antibacteriana, anti-sptica e expectorante o cido cafico analgsico, antibacteriano, antiinflamatrio, anti-sptico, antiviral e imunoestimulante. O cido glico analgsico, antiasmtico, antibacteriano, antibronquite, antiinflamatrio, anti-sptico, antiviral, broncodilatador e imunoestimulante. O cido gentsico analgsico, antiinflamatrio, antireumtico, antiviral e antibacteriano. Desta forma, confirma-se o uso popular do eucalipto devido a presena dos compostos bioativos existentes na planta. 4. Hymenaea courbaril L. Famlia: Caesalpinaceae. Nome popular: Jatob Princpios ativos: leo essencial, taninos, substncias amargas, matrias resinosas e pcticas. As folhas e a casca desta planta possuem um grupo de fotoqumicos denominados terpenos e fenlicos. Apresenta ainda resinas, cido benzico, cido cinmico (VIEIRA, 1992; COIMBRA, 1994; PANIZZA, 1998; LORENZI E MATOS, 2002). Indicaes dos raizeiros: Cansao, bronquite, asma, gripe, febre reumtica, pneumonia, rouquido, inflamao da garganta, coriza, sinusite, dor de cabea, catarro no peito, tosse alrgica, febre, asfixia, dor no peito, reumatismo e enfermidades nos rins.

ISSN 1983-4209 - Volume 02 Numero 01 2008.1

Uso cientfico comprovado: Os terpenos e fenlicos presentes nas folhas e na casca possuem propriedades antimicrobianas. A pectina antibacteriana e antitussiva. Os taninos possuem ao anti-sptica, antiviral, bactericida e antimicrobiana. As resinas possuem atividade antibacteriana, expectorante e anti-sptica. O cido benzico antibacteriano, antipirtico, anti-sptico e expectorante. O cido cinmico possui ao antibacteriana e antiinflamatria (DUKE, 1992; ALONSO, 1998; LORENZI E MATOS, 2002). Dessa forma confirma-se o uso do jatob indicado pelos raizeiros, exceto os usos contra dor de cabea, dor no peito e asma. 5. Pelargonuim graveolens Art. Famlia: Geraniaceae. Nome popular: Malva-rosa Princpios ativos: Esta planta, segundo Duke (1992) possui essncia, cido actico; alfafelandreno, alfa-pineno, alfa-terpineol, beta-bisaboleno, beta-bourbonano, beta-elemeno, betafelandreno, borneol, cariofileno, citral, citronelal, eugenol, geraniol, limoneno e mentol. Indicaes dos raizeiros: Cansao, bronquite, asma, gripe, febre reumtica, pneumonia, rouquido, inflamao da garganta, problemas respiratrios em geral, sinusite, coriza, dor de cabea, resfriado, catarro no peito, tosse alrgica, broncopneumonia, reumatismo e enfermidades nos rins. Uso cientfico comprovado: O cido actico possui atividade antibacteriana, expectorante e mucoltica; o alfa pineno possui atividade antibacteriana, antiinflamatria, antipneumonia, antisptica, antiviral, expectorante; o alfa terpineol possui atividade antibacteriana e anti-sptica; o beta-bisaboleno possui atividade antiviral; o beta-felandreno expectorante; o borneol possui ao analgsica, antibronquite, antibacteriana e antiinflamatria; o cariofileno analgsico, antiasmtico, antiinflamatrio e antibacteriano; o citral antialrgico, antibacteriano, anti-sptico, expectorante; o citronelal antibacteriano e anti-sptico; o etanol antibacteriano e expectorante; o eugenol antiinflamatrio, anti-sptico e antibacteriano; o geraniol possui atividade antibacteriana, antisptica e expectorante; o limoneno possui atividade antibacteriana, antiasmtica, antiinflamatria, anti-sptica, antiviral, expectorante; o mentol analgsico, antiasmtico, antialrgico, antiasmtico, anti-reumtico, antibacteriano, antibronquite, antiinflamatrio, anti-sptico e expectorante (DUKE, 1992). Desta forma, confirma-se cientificamente o uso popular desta planta. 6.2 Modo de preparo dos lambedores A maioria dos raizeiros, no preparo dos lambedores, indica o cozimento de todas as partes de plantas por um perodo de tempo que varia entre 15 minutos e 24 horas. Essas tcnicas entram em desacordo com Farmacopia Brasileira (1955) e Prista et al. (1983), os quais citam a fixao de 15 minutos como tempo de aquecimento. Prista (op. cit.) acrescenta que os princpios ativos existentes nas plantas so desfigurados por um perodo de aquecimento prolongado, o que pode alterar a ao do medicamento. Dantas (2007b) define decoco ou cozimento como uma preparao normalmente utilizada para ervas no aromticas (que contm princpios estveis ao calor) e para as drogas vegetais constitudas por sementes, razes, cascas e outras partes de maior resistncia ao da gua quente. Segundo Dantas (op. cit.) infuses so preparaes aquosas, normalmente a 5%, utilizadas especialmente com as partes tenras da planta, como folhas, flores e inflorescncias, bem como para todas as partes de plantas medicinais ricas em componentes volteis, aromas delicados e princpios ativos que se degradam pela ao combinada de gua e do calor. O modo correto de preparao dos lambedores cozinhar as partes duras juntamente com o acar por at 15 minutos e logo aps adicionar as partes verdes, quando voltar a abrir fervura, retira do fogo e abafa.

ISSN 1983-4209 - Volume 02 Numero 01 2008.1

Nesse caso, as partes duras ficam mais tempo expostos ao calor do que as partes verdes como recomenda a literatura. O mtodo correto de preparao de lambedores est descrito a seguir: MODELO 1 : Lambedor peitoral, expectorante, para combater tosse, catarro, bronquite e cansao. Plantas utilizadas: Cascas: jatob (100g), cumaru (100g), angico (50g); raiz de carrapicho-decigano (150g); Folhas: eucalipto (50g), alecrim (50g), malva-rosa (100g). Para um litro de lambedor utiliza-se 1 kg de acar e 400 ml de gua. Modo de preparar: Quebrar as rapaduras; Partir o mximo as cascas e razes; Colocar para cozinhar as cascas, razes e a rapadura em fogo brando. Deixar ferver at dissolver a rapadura por completo, mexendo constantemente. Este processo demora mais ou menos uns 15 minutos; Enquanto isso cortar as folhas em pequenos pedaos; Depois de dissolvida a rapadura e passados os 15 minutos, acrescentar as folhas e quando voltar a abrir fervura, retirar do fogo, mexer e abafar; Quando esfriar completamente, coar espremendo, at retirar completamente o lambedor; Adicionar 5% de prpolis para melhor conservao. Modo de tomar: Tomar trs colheres de sopa ao dia. Modo de conservar. Conserve na geladeira, retirando o de consumir apenas para dois dias. MODELO 2 : Lambedor peitoral, expectorante. Plantas utilizadas: beterraba (50g), cebola-branca (20g). Acar mascavo ou branco: 200g Modo de preparar: Cortar em rodelas a beterraba e as cebolas e colocar em um prato uma camada de acar e cobrir com uma camada de rodelas das plantas. Seguir intercalando plantas e acar e no final cobrir com uma camada de acar. Deixar no sereno em um local protegido, coberto com uma peneira. No dia seguinte de manh cedo recolher, coar e guardar em recipiente adequado. Modo de tomar: Tomar trs colheres de sopa ao dia. Modo de conservar. Conserve na geladeira, retirando o de consumir apenas para dois dias. Sugere-se colocar no recipiente um rtulo com todas as informaes relativas a forma e a frmula, onde dever constar: a) Nome do produto; b) Ingredientes; c)Indicao clnica; d) Contra indicao; e) dose e posologia; f) responsvel; g) data.

ISSN 1983-4209 - Volume 02 Numero 01 2008.1

6.3 Estudo comparativo entre as indicaes dos raizeiros e os princpios ativos. Com base no exposto, verifica-se que as indicaes dos raizeiros so compatveis com o uso cientfico, j que todas as plantas estudadas apresentam princpios ativos que justificam o seu uso como medicamento para as vias respiratrias. A tabela 03 mostra que das 284 citaes, 268 foram confirmadas pela bibliografia consultada. Tabela 03 Freqncia das indicaes das plantas pelos raizeiros e suas respectivas confirmaes atravs da literatura pesquisada. PLANTA NOME CIENTFICO FREQ CONF. Cebola-branca Allium ascalonium L. 11 10 Colnia Alpinia speciosa Schum. 18 17 Cumaru Amburana cearensis (Fr. All.) A. Smith. 17 17 Angico Anadenanthera colubrina (Benth) Brenan. 14 12 Saio Bryophyllum calycinum Salisb. 9 9 Mastruz Chenopodium ambrosioides L. 18 18 Limo Citrus limon (L.) Burm. 15 15 Mussamb Cleome spinosa L 13 13 Eucalipto Eucalyptus globulus Labill 17 17 Pepaconha Hybanthus ipecacuanha L. 16 15 Jatob Hymenaea courbaril L. 18 15 Hortel-dafolha-mida Mentha x villosa Huds L. 5 5 Malva-rosa Pelargonium graveolens Art. 19 19 Alcauz-da-praia Periandra dulcis Mart ex Benth. 13 5 Hortel-daPlectranthus amboinicus Lour folha-grada 18 18 Rom Punica granatum L 9 9 Alecrim Rosmarinus officinalis L. 10 10 Sabugueiro Sambucus australis Cham et Schlecht. 17 17 Sena Senna alexandrina P. MILLER. 9 9 Gengibre Zingiber officinalis Rosc. 18 18 TOTAL 284 268 Desta forma, observa-se que 94,5% das indicaes das plantas utilizadas por parte dos raizeiros para o preparo dos lambedores combatem a enfermidades para as quais so indicadas. Este percentual pode ser ainda maior, visto que no foram encontrados todos os princpios ativos pertencentes s plantas estudadas. Salienta-se ainda que no preparo dos lambedores foi usada mais de uma planta. E como se constatou que nas plantas citadas na fabricao de lambedores existem princpios ativos que justificam o seu uso para as indicaes relatadas, verifica-se que os lambedores realmente apresentam ao teraputica.

ISSN 1983-4209 - Volume 02 Numero 01 2008.1

5 CONCLUSES Com base na descrio dos lambedores indicados e comercializados pelos raizeiros na cidade de Campina Grande PB, conclui-se que: Foram citadas 60 plantas diferentes para o preparo dos lambedores; As folhas so as partes mais usadas no preparo dos lambedores; Na preparao dos lambedores, a maioria dos raizeiros extrapola o tempo de cozimento recomendado pela literatura; Dentre as enfermidades para as quais os lambedores so indicados, a mais citada tosse; As indicaes teraputicas dos raizeiros foram confirmadas pela presena de substncias farmacologicamente ativas.

6 REFERNCIAS ARRUDA, T. A. de. Estudo etnofarmacobotnico e atividade antimicrobiana de plantas medicinais. Campina Grande, 2001. 102f. Dissertao (Mestrado Interdisciplinar em Sade Coletiva) Universidade Estadual da Paraba. BALBACH, A. As plantas curam. 28 ed. So Paulo: Editora M.V.P. 1971. BEERENDS, C.; MATTOS, R. F.; SOUZA, R. C. de. Curso de fitoterapia: Utilizando Adequadamente as Plantas Medicinais. Colombo PR: Fundao Herbarium, 2003. DANTAS, I. C. O raizeiro e suas razes: um novo olhar sobre o saber popular. Campina Grande, 2002. 134 f. Dissertao (Mestrado em Sade Coletiva) Centro de Ps-Graduao, Universidade Estadual da Paraba. DANTAS, I. C. O raizeiro. Campina Grande, Encarte. 2007a. DANTAS, I. C. Fitoterapia. Campina Grande: Encarte, 2007b. DANTAS, V. S. Anlise das garrafadas indicadas e comercializadas pelos raizeiros na cidade de Campina Grande - PB. Campina Grande, 2006. 59 f. Monografia (Especializao em Educao Ambiental), Universidade Estadual da Paraba. DI STASI, L. C. Plantas medicinais: arte e cincia. Um guia de estudo interdisciplinar. So Paulo: UNEP, 1996. LIMA, J. L. S. de; FURTADO, D. A.; PEREIRA, J. P. G.; BARACUHY, J. G. V.; XAVIER, H. S. Plantas Medicinais de uso comum no Nordeste do Brasil. Campina Grande: Ludigraf editora e grfica, 2006. LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas medicinais no Brasil: nativas e exticas. So Paulo: Nova Odessa/ Editora Plantarum, 2002. MARTINS, E. R., CASTRO, D. M. de., CASTELLIANI, D. C., DIAS, J. E. Plantas Medicinais. 5 reimpresso. Viosa: UFV, 2003.

ISSN 1983-4209 - Volume 02 Numero 01 2008.1

MATOS, F. J. Farmcias Vivas. 3ed. Fortaleza: EUFC, 1998. NOGUEIRA, A. J. Medicina Popular. Rio de Janeiro: Prefeitura Municipal. 2005. POEL, Francisco van der. Medicina popular. Disponvel na Internet Acesso maro 2007. em:

SILVA, M. G.; DINIZ, M. F. F. M.; OLIVEIRA, R. A. G. de. Fitoterpicos: Guia do profissional de sade. Joo Pessoa: Secretaria de Estado da Sade da Paraba, 2002 SILVEIRA, F.; JORDO, L. Das razes resistncia: repensando a medicina popular. 1ed. Campina Grande: UEPB/CENTRAC, 1992.