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OAB 1ª FASE – MODULAR II - NOTURNO Disciplina: Direito Penal Prof. Patrícia Vanzolini Data: 08.07.2009 Aula 03 _________________________________________________________________________________ 1 TEMAS TRATADOS EM AULA NEXO CAUSAL 1) TEORIA (art. 13) É a teoria adotada pelo Brasil Conditio sine qua non ou equivalência dos antecedentes causais. O resultado do qual depende a existência do crime (material) somente é imputável a quem lhe deu causa Considera-se causa tudo aquilo que contribuiu para a geração de um resultado. 2) MÉTODO DE VERIFICAÇÃO Método de eliminação hipotética 3) EXCEÇÃO Causa superveniente relativamente independente exclui a imputação quando por si só tiver produzido o resultado.Os atos anteriores, no entanto, imputam-se a quem os praticou. Ex: acidente na ambulância, incêndio no hospital, erro médico. TIPICIDADE Tipicidade penal é a perfeita adequação entre o fato concreto e o tipo incriminador (modelo abstrato) A tipicidade penal pode ser dolosa, quando presente no tipo o elemento subjetivo do tipo dolo. Pode também ser culposa, quando necessário tão somente o elemento normativo culpa. Sem dolo ou culpa, não há crime. a) Dolosa (Art. 18, CP) Costuma-se designar dolo como intenção, vontade. a.1)Espécies de dolo 1º Grau Dolo direto 2º Grau alternativo Dolo indireto eventual Dolo direto de 1º grau: é a consciência de estarem presentes os elementos do tipo e a vontade dirigida para sua realização Dolo alternativo: o agente deseja um ou outro resultado Dolo eventual: quando o agente faz previsão do resultado, mas traz a possibilidade de sua ocorrência e assume o risco de produzi-lo (Teoria da Assunção) Teoria da Assunção: segundo o STF, acidente resultante de racha configura homicídio com dolo eventual. a.2) Dolo específico ou elemento subjetivo especial: Trata-se de intenção especial para a ação especial para a ação exigida por determinados tipos penais. Ex: crime de abandono de recém nascido (Art. 134) x crime de abandono de incapaz

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TEMAS TRATADOS EM AULA NEXO CAUSAL 1) TEORIA (art. 13) É a teoria adotada pelo Brasil Conditio sine qua non ou equivalência dos antecedentes causais. O resultado do qual depende a existência do crime (material) somente é imputável a quem lhe deu causa Considera-se causa tudo aquilo que contribuiu para a geração de um resultado. 2) MÉTODO DE VERIFICAÇÃO Método de eliminação hipotética 3) EXCEÇÃO Causa superveniente relativamente independente exclui a imputação quando por si só tiver produzido o resultado.Os atos anteriores, no entanto, imputam-se a quem os praticou. Ex: acidente na ambulância, incêndio no hospital, erro médico. TIPICIDADE Tipicidade penal é a perfeita adequação entre o fato concreto e o tipo incriminador (modelo abstrato) A tipicidade penal pode ser dolosa, quando presente no tipo o elemento subjetivo do tipo dolo. Pode também ser culposa, quando necessário tão somente o elemento normativo culpa. Sem dolo ou culpa, não há crime. a) Dolosa (Art. 18, CP) Costuma-se designar dolo como intenção, vontade. a.1)Espécies de dolo 1º Grau Dolo direto 2º Grau alternativo Dolo indireto eventual

� Dolo direto de 1º grau: é a consciência de estarem presentes os elementos do tipo e a vontade dirigida para sua realização � Dolo alternativo: o agente deseja um ou outro resultado � Dolo eventual: quando o agente faz previsão do resultado, mas traz a possibilidade de sua ocorrência e assume o risco de produzi-lo (Teoria da Assunção) Teoria da Assunção: segundo o STF, acidente resultante de racha configura homicídio com dolo eventual. a.2) Dolo específico ou elemento subjetivo especial: Trata-se de intenção especial para a ação especial para a ação exigida por determinados tipos penais. Ex: crime de abandono de recém nascido (Art. 134) x crime de abandono de incapaz

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Crime de abandono de recém nascido

Crime de abandono de incapaz

Art. 134 Art 133 Pena 6 meses a 2 anos 6 meses a 03 anos Expor ou abandonar recém nascido Expor ou abndonar pessoa

incapaz de defender-se dos riscos do abandono

Elemento subjetivo: com intenção de ocultar desonra própria

São indicativos de dolo específico as expressões: “para o fim de” , “com intenção de”, “com a finalidade”.

a.3) Dolo natural ou psicológico � Causalismo:

Também chamado de dolo normativo. Não é adotado no Brasil � Finalismo Adotada no Brasil. Também chamado de dolo natural. Conhecimento da ilicitude não faz parte do dolo. b) Culposa No Brasil, é dada grande importância para a diferenciação entre negligência, imprudência e imperícia, classificadas como modalidades de culpa. b.1) Excepcionalidade do crime culposo Salvo quando previsto expressamente na lei, só responde por crime quem tiver agido dolosamente Ex: no título I (arts. 121 a 154, CP) apenas 02 crimes tem previsão culposa (arts. 121 e 129, CP) b.2) Elementos - Conduta voluntária - Inobservância de dever de cuidado objetivo - Resultado - Previsibilidade objetiva do resultado - Nexo causal - Tipicidade c) Espécies de culpa Inconsciente: o agente não prevê o resultado que era previsível Consciente: o agente prevê o resultado, mas espera sinceramente que ele não ocorra Preterdoloso: é aquele composto por dolo no antecedente e culpa no conseqüente, ou seja, o resultado alcançado é mais grave do que o pretendido.

Dolo = intenção + conhecimento da ilicitude

Dolo = intenção

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QUESTÕES SOBRE O TEMA:

1. (OAB/CESPE – 2007.3.SP) O Código Penal brasileiro,

A) quanto ao lugar do crime, adotou a teoria mista ou da ubiqüidade.

B) quanto ao lugar do crime, adotou a teoria da atividade ou da ação.

C) quanto ao tempo do crime, adotou a teoria mista ou da ubiqüidade.

D) quanto ao tempo do crime, adotou a teoria do resultado.

2. (OAB/CESPE – 2004.ES) Com relação à aplicação da lei penal, assinale a opção incorreta.

A) Quanto ao tempo do crime, o Código Penal adotou a teoria da ubiqüidade, pela qual considera-se

praticado o crime no momento da ação ou do resultado.

B) A lei posterior, que de qualquer modo favoreça o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que

decididos por sentença condenatória transitada em julgado.

C) Ocorre a abolitio criminis quando a lei nova deixa de considerar determinado fato como crime,

ocasionando a extinção da punibilidade dos fatos ocorridos anteriormente à edição da lei nova.

D) Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro, os crimes contra a administração

pública, por quem estiver a seu serviço.

GABARITO: 1. A, 2. A