1
Revisão Técnica 24 Suínos & Cia Ano VII - nº 43/2012 no trato reprodutivo é conhecida. Inclusive os cachaços vasec- tomizados podem ser reservatórios do vírus, o qual se localiza nas tonsilas. Em granjas comercias, as moscas podem ser portado- ras do vírus. Foi demonstrado em um estudo que a transferência de fatores de imunidade via colostro é importante na hora de reduzir a carga viral nos leitões. A prevenção da disseminação entre grupos de animais dentro da granja é básica, para o melhor controle da doença ao longo do tempo. As medidas de biosseguridade estrita demons- tram seu efeito, assim como o uso de certos desinfetantes (Sy- nergize™) e detergentes (Stalosan™), em presença de matéria orgânica. Diferentes métodos de diagnóstico por PCR demons- tram uma elevada variabilidade entre laboratórios, particular- mente quando a concentração viral declina. O vírus pode ser identificado por PCR no pulmão de leitões infectados. O sequenciamento de cepas do virus da PRRS em flui- dos orais é mais bem sucedido se as amostras estão congeladas e quando realizado precocemente. Em provas realizadas com vacinas vivas modificadas, em leitões e reprodutoras, juntamente com a implementação de medidas de biosseguridade, a transmissão viral por via aérea é inferior, em comparação aos casos de suínos não vacinados in- fectados. Nos EUA muitas das vacinas utilizadas são autógenas mortas ou comerciais vivas modificadas, assim como vacinas baseadas em tecnologia de replicações. Numerosos programas de eliminação regional do virus da PRRS estão sendo implementados, com resultados satisfa- tórios. O estado de cada granja, tanto com relação aos leitões, fase de engorda e reprodutoras, precisa ser bem definido (status antigênico e de anticorpos), assim como a estratégia de manejo em granjas de reprodução, com base em seu estado de infecção (positiva não estável, positiva estável, provisoriamente negativa, negativa). www.cac.gov/MMWR/preview/mmwrhtml/su48a7.htm www.pork.org/research www.prrs.org VÍRUS PCV-2 Nos EUA há três vacinas aprovadas para leitões com três ou mais semanas de vida. Foi apresentada uma nova vacina de subunidades inativada (Pfizer) para vacinar leitões aos 5 e aos 21 dias de idade, cujos resultados em termos de resposta imune humoral foram elevados. Houve também uma importante redu- ção da viremia e das lesões, após a infecção com o vírus PCV-2, parvovírus e vírus da PRRS aos 49 dias pós vacinação. As vacinas demonstram sua eficácia sobre a redução da viremia, redução de antígeno em tecidos, redução da excre- ção viral pelas vias nasal e fecal e indução de anticorpos com ação protetora frente aos vírus PCV-2a e PCV-2b. O maior nível de viremia, entre as reprodutoras, geralmente está nas nulíparas de reposição e nas primíparas. Aqui, a dupla vacinação reduz a viremia e ajuda na estabilização da granja. Ensaios com a vacina combinada PCV-2 + Mycoplasma hyopneumoniae (Circumvent™ PCV-M), vacinando leitões entre 3 e 6 semanas de idade e os infectando com 9 semanas demonstram a eficácia da vacina com níveis baixos a moderados de anticorpos, tanto em termos de viremia, antígeno em tecidos, depleição linfóide e lesões pulmonares. Em programas alternativos de vacinacão (1 e 3 ou 1 e 6 semanas de idade), a resposta vacinal e os parâmetros produtivos não variaram. Foram apresentados vários estudos com vacinação conjunta PCV-2 + M. hyo, com uma e duas doses no desmame, tendo sido observadas ligeiras diferenças nos parâmetros produ- tivos (ganho médio de peso diário, consumo médio diário, índice de conversão) e com relação a reações adversas (ponto de inocu- lação, lesões locais). O PCV-2 foi descrito no México pela primeira vez em 2001, havendo alta prevalência. Uma granja de 2.500 reprodu- toras foi vacinada com Circovac™ (2 mL nas porcas, às 5 e 2 semanas antes do parto). Frente ao controle não vacinado, a mor- talidade na lactação foi reduzida em 2,4%. Os níveis de anticor- pos nas porcas foram muito variados. Em outra granja de 1.600 porcas, os leitões foram vacinados com 0,5 mL por via intramus- cular no desmame (3 semanas de idade); nesse caso, obteve-se uma redução significativa da mortalidade, do desmame ao abate (5,67% vs 23,62%), frente ao controle não vacinado. Foi deter- minado que as vacinações das reprodutoras e dos leitões podem ser complementares, em muitos casos. Os anticorpos maternais têm uma vida média de 3 se- manas e, dependendo do título inicial, podem chegar até as 18 semanas de idade. A administração de doses completas de vacina produz melhores resultados, em termos de produção, que o uso de meia dose, no geral. Nem sempre há uma boa correlação, medida por imunofluorescência, entre o grau de viremia e o peso individual dos leitões. Há uma pobre correlação entre a concentração sérica de IgG e o seu título (relação s/p), medido pela prova de ELISA. No Canadá se estima que 60% dos produtores use as vacinas de forma extra-label. Nos EUA, a maioria das marrãs de reposição é vacinada ainda na fase de leitoa e antes da primeira inseminação. O PCV-2 pode ser detectado no soro e nos tecidos de suínos infectados, durante um longo período de tempo (até 140 dias). O vírus é excretado pelo sêmen de cachaços infectados de forma intermitente (diagnóstico via PCR), havendo contradições sobre a quantidade de partículas virais necessárias para produ- Estátua do Homem - Botero

pg_0024

Embed Size (px)

DESCRIPTION

VÍRUS PCV-2 24

Citation preview

Page 1: pg_0024

Revisão Técnica

24Suínos & Cia Ano VII - nº 43/2012

no trato reprodutivo é conhecida. Inclusive os cachaços vasec-tomizados podem ser reservatórios do vírus, o qual se localiza nas tonsilas.

Em granjas comercias, as moscas podem ser portado-•ras do vírus. Foi demonstrado em um estudo que a transferência de fatores de imunidade via colostro é importante na hora de reduzir a carga viral nos leitões.

A prevenção da disseminação entre grupos de animais •dentro da granja é básica, para o melhor controle da doença ao longo do tempo. As medidas de biosseguridade estrita demons-tram seu efeito, assim como o uso de certos desinfetantes (Sy-nergize™) e detergentes (Stalosan™), em presença de matéria orgânica.

Diferentes métodos de diagnóstico por PCR demons-•tram uma elevada variabilidade entre laboratórios, particular-mente quando a concentração viral declina. O vírus pode ser identificado por PCR no pulmão de leitões infectados.

O sequenciamento de cepas do virus da PRRS em flui-•dos orais é mais bem sucedido se as amostras estão congeladas e quando realizado precocemente.

Em provas realizadas com vacinas vivas modificadas, •em leitões e reprodutoras, juntamente com a implementação de medidas de biosseguridade, a transmissão viral por via aérea é inferior, em comparação aos casos de suínos não vacinados in-fectados. Nos EUA muitas das vacinas utilizadas são autógenas mortas ou comerciais vivas modificadas, assim como vacinas baseadas em tecnologia de replicações.

Numerosos programas de eliminação regional do virus •da PRRS estão sendo implementados, com resultados satisfa-tórios. O estado de cada granja, tanto com relação aos leitões, fase de engorda e reprodutoras, precisa ser bem definido (status antigênico e de anticorpos), assim como a estratégia de manejo em granjas de reprodução, com base em seu estado de infecção (positiva não estável, positiva estável, provisoriamente negativa, negativa).

www.cac.gov/MMWR/preview/mmwrhtml/su48a7.htmwww.pork.org/researchwww.prrs.org

VÍRUS PCV-2

Nos EUA há três vacinas aprovadas para leitões com •três ou mais semanas de vida. Foi apresentada uma nova vacina de subunidades inativada (Pfizer) para vacinar leitões aos 5 e aos 21 dias de idade, cujos resultados em termos de resposta imune humoral foram elevados. Houve também uma importante redu-ção da viremia e das lesões, após a infecção com o vírus PCV-2, parvovírus e vírus da PRRS aos 49 dias pós vacinação.

As vacinas demonstram sua eficácia sobre a redução •da viremia, redução de antígeno em tecidos, redução da excre-ção viral pelas vias nasal e fecal e indução de anticorpos com ação protetora frente aos vírus PCV-2a e PCV-2b. O maior nível de viremia, entre as reprodutoras, geralmente está nas nulíparas de reposição e nas primíparas. Aqui, a dupla vacinação reduz a viremia e ajuda na estabilização da granja.

Ensaios com a vacina combinada PCV-2 + • Mycoplasma hyopneumoniae (Circumvent™ PCV-M), vacinando leitões entre 3 e 6 semanas de idade e os infectando com 9 semanas demonstram a eficácia da vacina com níveis baixos a moderados de anticorpos, tanto em termos de viremia, antígeno em tecidos, depleição linfóide e lesões pulmonares. Em programas alternativos de vacinacão (1 e 3 ou 1 e 6 semanas de idade), a resposta vacinal e os parâmetros produtivos não variaram.

Foram apresentados vários estudos com vacinação •conjunta PCV-2 + M. hyo, com uma e duas doses no desmame, tendo sido observadas ligeiras diferenças nos parâmetros produ-tivos (ganho médio de peso diário, consumo médio diário, índice de conversão) e com relação a reações adversas (ponto de inocu-lação, lesões locais).

O PCV-2 foi descrito no México pela primeira vez em •2001, havendo alta prevalência. Uma granja de 2.500 reprodu-toras foi vacinada com Circovac™ (2 mL nas porcas, às 5 e 2 semanas antes do parto). Frente ao controle não vacinado, a mor-talidade na lactação foi reduzida em 2,4%. Os níveis de anticor-pos nas porcas foram muito variados. Em outra granja de 1.600 porcas, os leitões foram vacinados com 0,5 mL por via intramus-cular no desmame (3 semanas de idade); nesse caso, obteve-se uma redução significativa da mortalidade, do desmame ao abate (5,67% vs 23,62%), frente ao controle não vacinado. Foi deter-minado que as vacinações das reprodutoras e dos leitões podem ser complementares, em muitos casos.

Os anticorpos maternais têm uma vida média de 3 se-•manas e, dependendo do título inicial, podem chegar até as 18 semanas de idade.

A administração de doses completas de vacina produz •melhores resultados, em termos de produção, que o uso de meia dose, no geral. Nem sempre há uma boa correlação, medida por imunofluorescência, entre o grau de viremia e o peso individual dos leitões. Há uma pobre correlação entre a concentração sérica de IgG e o seu título (relação s/p), medido pela prova de ELISA. No Canadá se estima que 60% dos produtores use as vacinas de forma extra-label. Nos EUA, a maioria das marrãs de reposição é vacinada ainda na fase de leitoa e antes da primeira inseminação.

O PCV-2 pode ser detectado no soro e nos tecidos de •suínos infectados, durante um longo período de tempo (até 140 dias). O vírus é excretado pelo sêmen de cachaços infectados de forma intermitente (diagnóstico via PCR), havendo contradições sobre a quantidade de partículas virais necessárias para produ-Estátua do Homem - Botero