planoestadualsaude20102011_0001

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GOVERNO DO ESTADO DE RORAIMA SECRETARIA DE ESTADO DA SADE

PLANO ESTADUAL DE SADE 2010 2011

Governo do Estado de Roraima Amaznia: Patrimnio dos brasileiros

JOS DE ANCHIETA JNIOR Governo do Estado de Roraima RODOLFO PEREIRA Secretrio de Estado da Sade MIGUEL NGELO TEIXEIRA BRANDO D' ELIA Secretrio Adjunto de Estado da Sade ALEXANDRE SALOMO DE OLIVEIRA Secretrio Adjunto de Estado da Sade ANA PAULA DE MELO Coordenadora Geral de Planejamento MACLISON LEANDRO CARVALHO DAS CHAGAS Coordenador do Fundo Estadual de Sade ROBERTA NOGUEIRA CALANDRINI DE AZEVEDO Coordenadora Geral de Vigilncia em Sade ALCEMIR DE OLIVEIRA Coordenador Geral de Administrao CLAUDETE DA SILVA PRAIA Coordenadora Geral de Assistncia Especializada WILSON MORAES ARANTES Coordenador GeralUrgncia e Emergncia SFORA GOMES FIGUEREDO NETWIG SILVA Coordenadora de Regulao, Avaliao, Auditoria e Controle do SUS MARIA DO PERPTUO SOCORRO DE SOUZA LIMA Coordenadora Geral de Ateno Bsica CONSOLATA FARIAS ALVES Coordenadora Geral do Trabalho de Educao em Sade CARLA CARLON VALIERA Coordenadora Geral de Assistncia Farmacutica

COMISSO DE ELABORAOMaria Elizabeth do Nascimento Ramos Diretora do Departamento de Planejamento Bruno Miranda da Rocha Cirurgio Dentista - Ateno Bsica Daniel Cavalcante Menezes Adminitrador Ateno Especializada Ana Paula Carvalhal Barbosa Diretora do Depto de Epidemiologia Vigilncia em Sade Roosevelt Pontes da Silva Farmacutico Assistncia Farmacutica Rosineide Xavier Paixo Administradora Regulao, Avaliao, Auditoria e Controle do SUS

COORDENAOAna Paula de Melo Coordenadora Geral de Planejamento Maria Elizabeth do Nascimento Ramos Diretora do Departamento de Planejamento

EDIOJawilson da Costa Oliveira Assistente Administrativo Departamento de Planejamento PARTICIPAO Maria do Perptuo Socorro de Souza Lima Coordenadora Geral da Ateno Bsica Maria do Livramento da C. Rego Gerente do Ncleo de aes Programticas de Alimentao e Nutrio Nelma Cavalcante da Costa Gerente do Ncleo de aes Programticas do Adolescente e Jovem Rodrigo Ivo Matoso Gerente do Ncleo de aes Programticas de Sade Bucal Valentina de Arajo Vieira Gerente do Ncleo de aes Programticas de Sade da Criana Joana Lima Salazar Gerente do Ncleo de aes Programticas da Sade da Familia Joseilda do nascimento Bezerra Gerente do Ncleo de aes Programticas de Sade do Idoso Maria Betnia C. Souto Gerente do Ncleo de aes Programticas de Sade Indgena Maria Liduna Camelo de Melo Gerente do Ncleo de aes Programticas de Sade do Homem Cludia Regina de Assis Garcez Gerente do Ncleo de aes Programticas de Sade da Mulher Simone Sibele Schuertz Souza Gerente do Ncleo de aes Programticas de Sade da Pessoa Negra

APRESENTAOA Secretria Estadual de Sade finalizou a construo da Proposta do Plano Estadual de Sade 2010 2011, documento que expressa a situao da Sade no Estado e define as polticas pblicas e compromisso da SES com relao sade da populao roraimense, sendo a base para execuo, monitoramento e avaliao da gesto do sistema de sade . O Plano demonstra as intenes do governo do Estado na gesto do SUS, e servir de guia para os municpios. A Proposta do Plano Estadual de Sade um documento de interveno poltica, de diagnstico, de prioridades e de metas vistos sob uma tica analtica. Trata-se de um instrumento referencial bsico que reflete as diferentes realidades de sade de uma populao para propor estratgias de enfrentamento dos problemas evidenciados. No mbito do Sistema de Planejamento do SUS, define-se como Plano de Sade o instrumento que, a partir de uma anlise situacional, apresenta as intenes e os resultados a serem buscados no perodo de quatro anos, expressa em objetivos, diretrizes e metas. O processo de formulao do Plano de Sade, alm de requisito legal, um dos mecanismos relevantes para assegurar o principio de unicidade do SUS e a participao Social. Aps aprovao do CES, ter publicao e inicia-se a divulgao do instrumento aos municpios e Conselhos de Sade e a conseqente Programao Anual de Sade. Assim as aes, os indicadores e os recursos financeiros que materializam os objetivos, diretrizes e metas, constituem objeto de um novo instrumento de gesto a ser construdo, denominado Programao Anual de Sade. Anualmente a partir da Programao, as polticas propostas pelo PES sero monitoradas e avaliadas atravs do Relatrio Anual de Gesto.

NDICE DE FIGURASFigura 1 - Estado de Roraima ................................................................................................................ 15 Figura 2 Municpios com infestao por Aedes Aegyptie e transmisso de dengue ......................... 24 Figura 3 Municpios com infestao por Aedes Aegypti e transmisso de dengue ........................... 24 Figura 4 Distribuio das equipes da ESF e NASF nos municpios de Roraima .................................. 68 Figura 5 Demonstrativo da prevalncia de anemia ferropriva em crianas de 6 a 59 meses e mulheres no grvidas em idade reprodutiva por regio..................................................................... 75 Figura 6 Organograma da Secretaria de Estado da Sade ............................................................... 129 Figura 7 Regio centro-norte ........................................................................................................... 135 Figura 8 Regio sul............................................................................................................................ 136

NDICE DE QUADROSQuadro 1 Casos confirmados de dengue segundo classificao final Roraima 208 ....................... 22 Quadro 2 Casos notificados de dengue, por faixa etria, incidncia e % de adultos na faixa produtiva em Roraima - 2008 ................................................................................................................................ 23 Quadro 3 Incidncia de casos notificados de dengue por sexo Roraima ano de 2008 ...................... 23 Quadro 4 Classificao final de casos de dengue Roraima - 2008 ..................................................... 23 Quadro 5 Demonstrativo do ndice de infestao predial ................................................................. 25 Quadro 6 Dados epidemiolgicos de malria Roraima / 2007 - 2008 ............................................... 26 Quadro 7 Programao das aes de vigilncia em sade ................................................................ 57 Quadro 8 - Demonstrativo das inspees ............................................................................................ 58 Quadro 9 Atividades contempladas conforme subrea, parmetro e indicador .............................. 59 Quadro 10 Relatrio gerencial de vigilncia da qualidade da gua para consumo humano ............. 59 Quadro 11 Demonstrativo da implantao da Sade da Famlia e Agentes Comunitrios ............... 67 Quadro 12 Relatrio de municpios credenciados EACS/ESF/ESB at a competncia de setembro de 2009.................................................................................................................................................. 67 Quadro 13 - Relatrio estadual de indicadores de monitoramento e avaliao do Pacto pela Sade Prioridades e Objetivos ......................................................................................................................... 69 Quadro 14 Pacto de indicadores da Ateno Bsica, Sade da Criana, 2008 .................................. 79 Quadro 15 Pactuao dos indicadores de monitoramento e avaliao de Sade da Criana ........... 81 Quadro 16 Avaliao do alcance dos indicadores por Municpio ...................................................... 85 Quadro 17 Internaes por gravidez, parto e puerprio em Roraima, no ano de 2008 ................... 89 Quadro 18 - Quantitativo de atendimentos por doenas no Hospital Coronel Mota .......................... 94 Quadro 19 - Quantitativo de atendimentos por doenas no Pronto Socorro Francisco Elesbo ......... 94 Quadro 20 - Quantitativo de atendimentos por doenas na Rede de Ateno Bsica da Secretaria Municipal de Sade de Boa Vista .......................................................................................................... 94 Quadro 21 - Demonstrativo de internao do idoso (60+) por patologia de janeiro a julho de 2009 Hospital Geral de Roraima .................................................................................................................... 95 Quadro 22 Demonstrativo de bitos idosos (60+) patologias diversas de janeiro a junho 2009 ...... 95 Quadro 23 Demonstrativo da cobertura vacinal de Idosos (60+) ...................................................... 95 Quadro 24 Demonstrativo da Cobertura vacinal Idosos (60+)........................................................ 95 Quadro 25 Demonstrativo de atendimento dos idosos (60+) ........................................................... 95

Quadro 26 Populao masculina na faiza etria de 20 a 59 anos ...................................................... 97 Quadro 27 Populao masculina de acordo com os diferentes ciclos de vida .................................. 97 Quadro 28 Populao femenina de acordo com os diferentes ciclos de vida ................................... 98 Quadro 29 Populao masculina por municpio de residncia na faixa etria de 20 a 59 anos ........ 98 Quadro 30 Atendimento ambulatorial (urgncia) em Hospitais, Centros de Sade e Unidades Mistas do Estado populao masculina nos anos de 2005 a 2007 ................................................................ 98 Quadro 31 Internaes por morbidades diversas nas populao masculina de 20 a 59 anos, entre 2005 e 2007 ........................................................................................................................................... 99 Quadro 32 Populao masculina de 20 a 59 anos com diagnstico de cncer por tipo e maior incidncia, nos anos de 2007 a 2009 .................................................................................................... 99 Quadro 33 Populao masculina de 20 a 59 anos que realizaram exames de PSA no trimestre ...... 99 Quadro 34 Populao masculina e feminina de 20 a 59 anos com diagnstico de AIDS ................ 100 Quadro 35 Casos novos de tuberculose por sexo ............................................................................ 100 Quadro 36 Populao masculina de 20 a 59 anos, inscrita Unidade Integrada de Sade Mental .. 100 Quadro 37 Populao masculina de 20 a 59 anos, cadastrados no Programa de Ateno e Preveno s Deficincias no Estado .................................................................................................. 100 Quadro 38 Populao masculina acima de 18 anos que fumante ................................................ 100 Quadro 39 Percentual de homens (18 anos) que nos ltimos 30 dias, consumiram mais do que cinco doses de bebida alcolica em uma mesma ocasio ........................................................................... 100 Quadro 40 - Percentual de homens (18 anos) que nos ltimos 30 dias,em pelo menos uma ocasio, conduziram veculos motorizados aps consumo abusivo de bebida alcolica ................................. 101 Quadro 41 bito na populao masculina no ano de 2006 ............................................................. 101 Quadro 42 - bito na populao masculina no ano de 2007 ............................................................. 101 Quadro 43 - bito na populao masculina no ano de 2008 ............................................................. 101 Quadro 44 Anlise das causas de mortalidade ................................................................................ 102 Quadro 45 bito na populao masculina indgena por municpio nos anos de 2006 a 2008........ 102 Quadro 46 Procedimento hospitalar / vasectomia ambulatorial .................................................... 102 Quadro 47 Procedimento hospitalar de Prostectomia Supra Pubica, por local de residncia ........ 102 Quadro 48 Profissionais cadastrados no CNES ................................................................................ 103 Quadro 49 - Pessoas de 10 anos ou mais de idade e valor do rendimento mdico mensal das pessoas de 10 anos ou mais de idade, por sexo, segundo a situao do domiclio e as classes de rendimento mensal Roraima 2007 .................................................................................................................... 121 Quadro 50 IDH de Roraima de 1970 a 2000..................................................................................... 122 Quadro 51 IDH dos cinco maiores municpios de Roraima .............................................................. 122 Quadro 52 Microrregies da regio centro-norte ........................................................................... 135 Quadro 53 Microrregies da regio sul............................................................................................ 136 Quadro 54 Demonstrativo das despesas prprias com sade perodo ........................................... 138 Quadro 55 - Recursos federais do SUS transferidos para o fundo estadual de Sade de Roraima por bloco de financiamento ...................................................................................................................... 138 Quadro 56 Participao da despesa total empenhada com aes e servios pblicos de sade cassificados nos itens de pessoal e encargos ...................................................................................... 139 Quadro 57 Ajuda de custo mensal para paciente de TFD - 2009 ..................................................... 143 Quadro 58 Demonstrativo do faturamento SAI/SIH/SUS SESAU - 2009 ....................................... 144 Quadro 59 Macroalocao Distribuio dos recursos / SISPPI ..................................................... 145

NDICE DE TABELASTabela 1 Municpios do Estado de Roraima, reas e data de criao ................................................ 16 Tabela 2 Populao Residente por ano (2000/2009) ......................................................................... 17 Tabela 3 Populao residente por faixa etria e sexo (2009) ............................................................ 18 Tabela 4 Taxa de fecundidade total mdia e populao de Roraima no Perodo de 2000 a 2007 .... 19 Tabela 5 Esperana de vida ao nascer no Brasil, Regio Norte e Roraima entre 2005 e 2007 .......... 20 Tabela 6 Nascidos vivos por ano estimados e alcanados no estado de Roraima ............................. 21 Tabela 7 Nascidos vivos por municpio de residncia esperado e alcanado 2008 ........................... 21 Tabela 8 Frequncia de acidentes com animais peonhentos conforme o gnero de serpente ...... 29 Tabela 9 Percentual de cura nos anos das coortes em 2007 e 2008 ................................................. 36 Tabela 10 Faixa etria de cncer ........................................................................................................ 55 Tabela 11 bitos estimados e alcanados ......................................................................................... 63 Tabela 12 Mortalidade por municpio de residncia ......................................................................... 63 Tabela 13 Percentual de bitos no fetais por causas mal definidas ................................................ 64 Tabela 14 Coeficiente de mortalidade infantil por 1.000 nascidos vivos........................................... 65 Tabela 15 Quantitativo de crinaas inseridas no Sistema de Informao de Vigilncia Alimentar e Nutricional SISVAN WEB, de acordo com o ndice altura/idade - 2008 ............................................. 73 Tabela 16 Quantidade de indivduos acompanhados por fase do ciclo de vida inseridos no Sistema de Informao em Vigilncia Alimentar e Nutricional SISVAN WEB .................................................. 74 Tabela 17 Situao por municpio de residncia quanto ao n de bitos infantis e coeficiente de moratalidade infantil dos muncpio com mais de 80.000 habitantes / 2004 - 2008 ............................ 78 Tabela 18 Distribuio dos bitos infantis por causas especficas de mortalidade / 2004 - 2008 .... 78 Tabela 19 Aspectos de Nascimento ................................................................................................... 79 Tabela 20 Mortalidade proporcional (%) em mulheres de 10 a 49 anos, segundo principais grupos de causas / 2007-2008 .......................................................................................................................... 81 Tabela 21 Mortalidade materna por municpio de residncia Coeficientes de mortalidade por 1.000 NV Roraima 2004 a 2008 .......................................................................................................... 83 Tabela 22 Mortalidade por causas externas em Roraima, no ano de 2008....................................... 88 Tabela 23 Abastecimento de gua (Capital e Interior) 2006............................................................ 119 Tabela 24 Ensino fundamental e mdio da rede pblica de ensino/Censo Escolar 2007 ............... 120 Tabela 25 Unidades hospitalares do Estado de Roraima ................................................................. 143 Tabela 26 Nmero de unidades por tipo de prestador, segundo o tipo de estabelecimento ......... 148 Tabela 27 Leitos de acordo com a especialidade ............................................................................. 148 Tabela 28 Tipo de atendimento prestado ........................................................................................ 149 Tabela 29 Quantidade, valor e valor mdio dos procedimentos ambulatoriais 2008 ..................... 149

SUMRIO

INTRODUO ....................................................................................................................................................... 11 PROCESSO DE CONSTRUO DO PLANO ESTADUAL DE SADE................................................................ 12 ESTRUTURA DO PLANO ESTADUAL DE SADE .............................................................................................. 13 1 PARTE

EIXO IPERFIL DOS ASPECTOS DEMOGRFICO ......................................................................................................... 15 CARACTERSTICAS GERAIS DE RORAIMA ..............................................................................................................................15 POPULAO RESIDENTE .......................................................................................................................................................16 PERFIL EPIDEMIOLGICO .................................................................................................................................. 19 VIGILNCIA EM SADE .........................................................................................................................................................19 NATALIDADE ....................................................................................................................................................................19 ESPERANA MDIA DE VIDA AO NASCER .............................................................................................................................20 MORBIDADADE................................................................................................................................................................22 DOENAS IMUNOPREVENVEIS E IMUNIZAO ..............................................................................................................38 DOENAS E AGRAVOS NO TRANSMISSVEIS .................................................................................................................52 VIGILNCIA SANITRIA ....................................................................................................................................................57 VIGILNCIA EM SAUDE AMBIENTAL ................................................................................................................................58 SADE DO TRABALHADOR ..............................................................................................................................................61 MORTALIDADE.................................................................................................................................................................63 ATENO BSICA ............................................................................................................................................... 66 Ncleo de Aes Programticas de Alimentao e Nutrio ...............................................................................................72 Ncleo de Aes Programticas da Sade da Criana ..........................................................................................................76 Ncleo de Aes Programticas da Sade da Mulher ..........................................................................................................81 Ncleo de Aes Programticas da Sade dos Adolescentes e Jovens ................................................................................88 Ncleo de Aes Programticas de Sade da Pessoa Negra ................................................................................................91 Ncleo de Aes Programticas da Sade da Pessoa Idosa .................................................................................................92 Ncleo de Aes Programticas de Sade Bucal ..................................................................................................................96 Ncleo de Aes Programticas da Sade dos Povos Indgenas ..........................................................................................96 Ncleo de Aes Programticas de Sade do Homem ........................................................................................................97 Ncleo de Aes Programticas de Sade da Famlia ........................................................................................................103 ATENO ESPECIALIZADA .............................................................................................................................. 105 DEPARTAMENTO DE POLTICA DE ASSISTNCIA HEMOTERPICA......................................................................................105 Hemoraima - Centro de Hematologia e Hemoterapia de Roraima ...............................................................................105 DEPARTAMENTO DE POLTICA DE SADE MENTAL ...........................................................................................................106 DEPARTAMENTO DE POLTICA DE REABILITAO ..............................................................................................................106 Ncleo Estadual De Reabilitao Fsica 5 De Outubro - NERF .......................................................................................106 DEPARTAMENTO DE POLTICAS SERVIOS AMBULATORIAIS ESPECIALIZADOS .................................................................107 Centro de Referncia e Sade da Mulher CRSM ........................................................................................................108 Hospital Coronel Mota HCM .......................................................................................................................................108 policlnica Cosme e Silva ................................................................................................................................................109 DEPARTAMENTO DE APOIO AO DIAGNSTICO ESPECIALIZADO ........................................................................................110 Laboratrio De Histopatologia ......................................................................................................................................110 Laboratrio de Citopatologia de Colo Uterino ..............................................................................................................110 DEPARTAMENTO DE POLTICA APOIO AO DIAGNSTICO POR IMAGEM ...........................................................................110 Centro de Diagnstico por Imagem - CDI ......................................................................................................................110 DEPARTAMENTO DE POLTICA SADE ITINERANTE ...........................................................................................................111 DEPARTAMENTO DE POLTICA DE ATENO ONCOLOGIA .............................................................................................111 URGNCIA E EMERGNCIA ............................................................................................................................. 114 ASSISTNCIA FARMACUTICA ........................................................................................................................ 115 EIXO II ANLISE DOS DETERMINANTES E CONDICIONANTES DE SADE ............................................................. 118 SANEAMENTO BSICO ..................................................................................................................................... 119 EDUCAO ........................................................................................................................................................ 120 EMPREGO E RENDA.......................................................................................................................................... 121 ENERGIA............................................................................................................................................................. 123 TRANSPORTES .................................................................................................................................................. 125

EIXO III PLANEJAMENTO ................................................................................................................................................ 127 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL ..........................................................................................................................................129 DESCENTRALIZAO/REGIONALIZAO....................................................................................................... 134 Regionalizao da Sade ...............................................................................................................................................134 O Processo de Regionalizao em Roraima ...................................................................................................................134 COMISSO INTERGESTORES BIPARTITE CIB ....................................................................................................................136 O CONSELHO ESTADUAL DE SADE DE RORAIMA - CES ....................................................................................................137 FINANCIAMENTO ............................................................................................................................................... 138 FUNDO ESTADUAL DE SADE .............................................................................................................................................138 GESTO DO TRABALHO EM SADE................................................................................................................ 140 EDUCAO EM SADE .......................................................................................................................................................141 REGULAO, AVALIAO, AUDITORIA E CONTROLE DO SUS .................................................................... 142 A Organizao dos Servios de Mdia e Alta Complexidade .........................................................................................146 O Credenciamento de Servio de Alta Complexidade ...................................................................................................147 INFRAESTRUTURA ............................................................................................................................................ 148 2 PARTE

EIXO IVIGILNCIA EM SADE ..................................................................................................................................... 152 VIGILNCIA EPIDEMIOLGICA ...........................................................................................................................................152 DIRETRIZES ....................................................................................................................................................................152 OBJETIVOS .....................................................................................................................................................................152 VIGILNCIA AMBIENTAL .....................................................................................................................................................160 DIRETRIZ ........................................................................................................................................................................160 OBJETIVOS .....................................................................................................................................................................160 VIGILNCIA EM SADE DO TRABALHADOR .......................................................................................................................162 OBJETIVO .......................................................................................................................................................................162 VIGILNCIA SANITRIA.......................................................................................................................................................162 DIRETRIZES ....................................................................................................................................................................162 OBJETIVOS .....................................................................................................................................................................162 ATENO BSICA ............................................................................................................................................. 167 NCLEO DE AES PROGRAMTICAS DE ALIMENTAO E NUTRIO .............................................................................167 DIRETRIZ ........................................................................................................................................................................167 OBJETIVOS .....................................................................................................................................................................167 METAS ...........................................................................................................................................................................167 NCLEO DE AES PROGRAMTICAS DA SADE DO JOVEM E ADOLESCENTE .................................................................167 DIRETRIZ ........................................................................................................................................................................167 OBJETIVOS .....................................................................................................................................................................167 METAS ...........................................................................................................................................................................168 NCLEO DE AES PROGRAMTICAS DE SADE BUCAL ...................................................................................................168 DIRETRIZ ........................................................................................................................................................................168 OBJETIVOS .....................................................................................................................................................................168 METAS ...........................................................................................................................................................................168 NCLEO DE AES PROGRAMTICAS DE SADE DA CRIANA ..........................................................................................169 DIRETRIZ ........................................................................................................................................................................169 OBJETIVOS .....................................................................................................................................................................169 METAS ...........................................................................................................................................................................169 NCLEO DE ESTRATGIA DE SADE DA FAMLIA ...............................................................................................................169 DIRETRIZ ........................................................................................................................................................................169 OBJETIVO .......................................................................................................................................................................169 METAS ...........................................................................................................................................................................170 NCLEO DE AES PROGRAMTICAS DA SADE DA MULHER ..........................................................................................170 DIRETRIZ ........................................................................................................................................................................170 OBJETIVOS .....................................................................................................................................................................170 METAS ...........................................................................................................................................................................170 NCLEO DE AES PROGRAMTICAS DE SADE INDGENA .............................................................................................171 DIRETRIZ ........................................................................................................................................................................171 OBJETIVOS .....................................................................................................................................................................171 METAS ...........................................................................................................................................................................171

NCLEO DE AES PROGRAMTICAS DA SADE DO HOMEM ..........................................................................................171 DIRETRIZ ........................................................................................................................................................................171 OBJETIVOS .....................................................................................................................................................................172 METAS ...........................................................................................................................................................................172 NCLEO DE AES PROGRAMTICAS DE SADE DA PESSOA IDOSA.................................................................................172 DIRETRIZ ........................................................................................................................................................................172 OBJETIVOS .....................................................................................................................................................................172 METAS ...........................................................................................................................................................................172 NCLEO DE AES PROGRAMTICAS DE SADE DA PESSOA NEGRA ...............................................................................173 DIRETRIZ ........................................................................................................................................................................173 OBJETIVO .......................................................................................................................................................................173 METAS ...........................................................................................................................................................................173 ATENO ESPECIALIZADA .............................................................................................................................. 174 POLTICA DE REABILITAO ...............................................................................................................................................174 DIRETRIZ ........................................................................................................................................................................174 OBJETIVOS .....................................................................................................................................................................174 METAS ...........................................................................................................................................................................174 POLTICAS DE SADE ITINERANTE ......................................................................................................................................174 DIRETRIZ ........................................................................................................................................................................174 OBJETIVOS .....................................................................................................................................................................175 METAS ...........................................................................................................................................................................175 POLTICAS DE SADE ONCOLGICAS .................................................................................................................................175 DIRETRIZ ........................................................................................................................................................................175 OBJETIVOS .....................................................................................................................................................................175 METAS ...........................................................................................................................................................................176 POLTICA DE APOIO AO DIAGNSTIO POR IMAGEM ..........................................................................................................176 DIRETRIZ ........................................................................................................................................................................176 OBJETIVOS .....................................................................................................................................................................176 METAS ...........................................................................................................................................................................177 POLTICAS DE APOIO AO DIAGNSTICO ESPECIALIZADO ...................................................................................................177 DIRETRIZ ........................................................................................................................................................................177 OBJETIVOS .....................................................................................................................................................................177 METAS ...........................................................................................................................................................................177 POLITCAS DE SADE MENTAL ...........................................................................................................................................177 DIRETRIZ ........................................................................................................................................................................177 OBJETIVOS .....................................................................................................................................................................177 METAS ...........................................................................................................................................................................178 POLTICAS DE SERVIOS ESPECIALIZADOS..........................................................................................................................178 DIRETRIZ ........................................................................................................................................................................178 OBJETIVOS .....................................................................................................................................................................178 METAS ...........................................................................................................................................................................179 POLTICAS DE ASSISTNCIA HEMOTERAPICAS....................................................................................................................180 DIRETRIZ ........................................................................................................................................................................180 OBJETIVOS .....................................................................................................................................................................181 METAS ...........................................................................................................................................................................181 URGNCIA E EMERGNCIA ............................................................................................................................. 183 DIRETRIZES ....................................................................................................................................................................183 OBJETIVO .......................................................................................................................................................................183 METAS ...........................................................................................................................................................................183 ASSISTNCIA FARMACUTICA ........................................................................................................................ 185 DIRETRIZ ........................................................................................................................................................................185 OBJETIVOS .....................................................................................................................................................................185 METAS ...........................................................................................................................................................................185 EIXO III PLANEJASUS ..................................................................................................................................................... 187 INCENTIVO FINANCEIRO.....................................................................................................................................................187 DIRETRIZ ........................................................................................................................................................................187 OBJETIVOS .....................................................................................................................................................................187

METAS ...........................................................................................................................................................................187 PARTICIPASUS .................................................................................................................................................. 189 INCENTIVO FINANCEIRO.....................................................................................................................................................189 DIRETRIZES ....................................................................................................................................................................189 OBJETIVO .......................................................................................................................................................................189 METAS ...........................................................................................................................................................................189 REGIONALIZAO/DESCENTRALIZAO ....................................................................................................... 190 DIRETRIZ ........................................................................................................................................................................190 OBEJTIVOS .....................................................................................................................................................................190 METAS ...........................................................................................................................................................................190 EDUCAO EM SADE ..................................................................................................................................... 191 DIRETRIZ ........................................................................................................................................................................191 OBJETIVO .......................................................................................................................................................................191 META .............................................................................................................................................................................191 REGULAO, AVALIAO, AUDITORIA E CONTROLE DO SUS .................................................................... 193 DIRETRIZ ........................................................................................................................................................................193 OBJETIVOS .....................................................................................................................................................................193 METAS ...........................................................................................................................................................................193

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INTRODUOA Constituio Federal de 1988 ampliou a responsabilizao do Estado em relao s aes e servios de sade por meio da universalizao do direito do cidado e da integralidade da ateno sade. Para corresponder amplitude desse empreendimento, se fez necessria a adoo de estratgias capazes de promover mxima eficincia ao processo de gesto. Nesse sentido, a atividade de planejamento assume papel fundamental na racionalizao da organizao, acompanhamento e avaliao da atuao sistmica inscrita na formulao do Sistema nico de Sade (SUS). No processo de elaborao do Plano Nacional de Sade PNS 2004-2007 -, aprovado pelo Conselho Nacional de Sade e publicado no Dirio Nacional da Unio em 4 de dezembro de 2004, ficou evidente a necessidade de se construir um sistema de planejamento do Sistema nico de Sade (SUS). Para definir e aperfeioar as bases de organizao e funcionamento do referido sistema, o Ministrio da Sade promoveu, em 2005 e 2006, oficinas macrorregionais que contaram com a participao de mais de duas centenas de dirigentes e tcnicos que atuam na rea de planejamento nas trs esferas de gesto do SUS. Com esse intuito, foi criado o Sistema de Planejamento do SUS (PlanejaSUS, cuja regulamentao foi aprovada em 9 de novembro de 2006 pela Comisso Intergestores Tripartite (CIT). Esse sistema constitui-se em uma forma de atuao articulada, integrada e solidria das reas de planejamento das trs esferas de gesto, o que creditou atividade de planejamento uma participao tcnica mais efetiva nas decises polticas dos gestores. O planejamento configura-se processo estratgico para a gesto do Sistema nico de Sade, cuja importncia e potencialidade tm sido crescentemente reconhecidas, em especial nos ltimos anos. Os avanos alcanados na construo do SUS e os desafios atuais exigem, todavia, a concentrao de esforos para que o planejamento possa responder oportuna e efetivamente s necessidades deste Sistema e s demandas que se apresentam continuamente aos gestores. Tais esforos devem se traduzir, na prtica, na implantao de processos que permitam a formulao e a aplicao efetiva de instrumentos bsicos de planejamento (Plano de Sade, Programao Anual e Relatrio Anual de Gesto), na conformidade dos princpios e diretrizes que regem o SUS. O processo ascendente de planejamento, definido pela Lei Orgnica da Sade, configura-se relevante desafio para os responsveis por sua conduo, em especial aqueles das esferas estadual e nacional, tendo em conta a complexidade do perfil epidemiolgico brasileiro, aliada quantidade e diversidade dos municpios, alm da grande desigualdade em sade ainda prevalecendo, quer em relao ao acesso, quer no tocante integralidade e qualidade da ateno prestada. Esta Proposta do Plano Estadual de Sade corresponde a um dos instrumentos do Planejamento que a partir da anlise situacional do estado de Roraima, realizada por equipes das reas responsveis pela gesto e servios de sade, expe as estratgias de interveno e os resultados esperados para o perodo de 2010 2011, possibilitando o acompanhamento e a avaliao da gesto do SUS em Roraima.

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PROCESSO DE CONSTRUO DO PLANO ESTADUAL DE SADEA partir do ms de agosto de 2009 a equipe tcnica da Coordenadoria Geral de Planejamento (CGPLAN) da Secretria Estadual de Sade de Roraima construiu estratgias para a elaborao do Pano Estadual de Sade para o perodo 2010 2011. Sendo a CGPLAN gerente do processo de elaborao do referido documento: estruturou Comisso de elaborao do PES, composta por tcnicos da Secretria Estadual de Sade (SES) pertinentes as reas de Planejamento, Ateno Bsica, Ateno Especializada, Urgncia e Emergncia, Vigilncia em Sade, Regulao, Avaliao, Controle e Auditoria e Assistncia Farmacutica, reuniu e analisou insumos indispensveis para iniciar a continuidade do processo de discusses e de propostas realizadas em 2007, atravs da V Conferncia Estadual de Sade (ANEXO 1),Pactuaes celebradas no Termo de Compromisso de Gesto Estadual (ANEXO 2), Cmara Temtica de Sade (ANEXO 3) e o Plano Plurianual 2007-2011 (ANEXO 4). Aps reunidas as informaes foi solicitado para comisso a elaborao, de objetivos, diretrizes e metas claramente definida, a partir da anlise situacional atual da sade do estado de Roraima, finalizando assim, um conjunto de insumos bsicos para a construo da proposta do Plano Estadual de Sade para o binio 2010-2011.

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ESTRUTURA DO PLANO ESTADUAL DE SADEO Plano Estadual de Sade de Roraima para o binio 2010-2011 foi elaborado com base em orientaes extradas dos documentos do Sistema de Planejamento do SUS (PlanejaSUS/MS) sistema regulamentado pela portaria n 3.085de 1 de dezembro de 2006. Este Plano est organizado em duas partes bsicas: 1 PARTE ANLISE SITUACIONAL Nesta parte ocorreu o processo de identificao, formulao e priorizao dos problemas em cada uma das realidades do Setor de Sade. Que em conformidade ao Art. 5 da Portaria N 3.332/06, teve como base trs eixos orientadores: - Condies de Sade da populao (concentra os compromissos e responsabilidades exclusivas do setor de sade); - Determinantes e Condicionantes de Sade (concentra medidas compartilhadas ou sob a coordenao de outros intersetorialidade); e - Gesto em Sade (concentra, entre outras medidas que se configuram essenciais melhoria e/ou ao aperfeioamento da gesto na respectiva esfera). 2 PARTE DIRETRIZES, OBJETIVOS E METAS Nesta parte, os objetivos e metas esto descritos de forma clara e precisos onde facilitar a execuo, monitoramento e avaliao das aes de sade e elaborao da Programao Anual de Sade. Foram formuladas e agregados em consonncia aos mesmos trs eixos adotados na primeira parte, para facilitar a verificao do real impacto da sua implementao sobre a situao iniciada, tambm descrita na anlise situacional.

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1 PARTE ANLISE SITUACIONAL

EIXO I

ANLISE DAS CONDIES DE SADE DA POPULAO

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PERFIL DOS ASPECTOS DEMOGRFICOCARACTERSTICAS GERAIS DE RORAIMAO Estado de Roraima foi criado atravs da Constituio da Repblica Federativa do Brasil de 1988 e sua implantao deu-se em 1 janeiro de 1991, quando instalou-se a Assemblia Legislativa, o Poder Judicirio, o Tribunal de Contas do Estado e o Ministrio Pbico Estadual. Em 31 de dezembro de 1991 a Assemblia Legislativa promulgou a Constituio do Estado de Roraima. Tem como limites, ao Norte a Repblica Bolivariana da Venezuela e a Repblica Cooperativista da Guiana; ao sul, o Estado do Amazonas; a leste, a Repblica Cooperativista da Guiana e o Estado do Par e a Oeste, o Estado do Amazonas e a Venezuela. Seus limites internacionais so de 958 km com a Repblica Bolivariana da Venezuela e 964 km com a Repblica Cooperativista da Guiana, perfazendo um total de 1.922 km de fronteiras com outros pases. Suas fronteiras estaduais so de 1.535 km, sendo 1.375 km com o Estado do Amazonas e 160 km com o Estado do Par. Localizado no extremo Norte do Brasil, possui rea territorial de 224.298,98 Km, distribuda entre os seus 15 municpios: Alto Alegre, Amajar, Boa Vista (capital), Bonfim, Cant, Caracara, Caroebe, Iracema, Mucaja, Normandia, Pacaraima, Rorainpolis, So Joo da Baliza, So Luiz, Uiramut conforme a Figura a seguir:Figura 1 - Estado de RoraimaUIRAMUT

PACARAIMA NORMANDIA

AMAJAR

ALTO ALEGRE

BOA VISTA

BONFIM

MUCAJA

CANT

IRACEMA

CARACARA

SO LUIZ

CAROEBE

S. J DABALIZA

RORAINPOLIS

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Tabela 1 Municpios do Estado de Roraima, reas e data de criao

rea MunicpiosAlto Alegre

Absoluta (Km2)25.566,85

Do Estado (%)11,40

Data da Criao01/07/1982

Lei n7009/BR

AmajarBoa Vista

28.472,225.687,06

12,692,54

17/10/199509/07/1890

097/RR049/AM

BonfimCant

8.095,327.664,80

3,613,42

01/07/198217/10/1995

7009/BR099/RR

CaracaraCaroebe

47.410,8912.065,54

21,145,38

27/05/195504/11/1994

2495/BR082/RR

IracemaMucaja

14.119,4112.751,26

6,295,68

04/11/199401/07/1982

083/RR7009/BR

NormandiaPacaraima

6.966,788.028,43

3,113,58

01/07/198217/10/1995

7009/BR086/RR

RorainpolisSo Joo da Baliza

33.593,894.284,12

14,981,91

17/10/199501/07/1982

100/RR7009/BR

So LuizUiramut

1.526,898.065,52

0,683,59

01/07/198217/10/1995

7009/BR098/RR

Roraima

224.298,98

100

-

-

Fonte: FEMACT - Fundao de Meio Ambiente Cincia e Tecnologia

O clima tropical-mido, a variao da temperatura varia entre 20C 28C. As mnimas localizam-se nas regies de relevo ao norte. A estao das chuvas, ocorre entre abril e setembro, sendo os meses de junho e julho os que mais chovem. A estao seca chamada de vero, que vai de outubro a maro, onde a temperatura chega atingir mais de 30C. Esse estado possuir trs tipos de cobertura vegetais, bem distintas: Na regio norte, nas serras, encontra uma vegetao de rvores mais rarefeitas e de pouca concentrao demogrfica. Na regio central do estado est localizada a regio denominada de lavrado, tecnicamente chamada de Savana. Na regio sul fica situada a Regio do baixo Rio Branco, as florestas tropicais amaznica, densas e midas.

POPULAO RESIDENTEA populao residente estimada de Roraima para 2008 pelo IBGE foi de 412.783 habitantes, crescendo no perodo compreendido entre 2006 a 2009, a uma taxa anual de 1,5%. De acordo com esta estimativa, considerando a variao ano a ano para o perodo (2006/2009), haver um aumento da populao estimada no Estado em torno de 18.000 residentes, o que vai refletir em novas demandas nos servios pblicos. Para 2009, estima-se 421.497 habitantes, com forte concentrao nas zonas urbanas, principalmente em Boa Vista

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(Capital), atingindo aproximadamente 62% desse total; na capital encontra-se o centro mais dinmico do Estado, ofertando maior quantidade de bens e servios pblicos e privados. As implicaes dos movimentos demogrficos ocorridos no perodo recente impem novos desafios ao poder pblico e a outros atores relevantes, acentuando com isso os compromissos das esferas governamentais para o equacionamento de potenciais problemas de sade. A Tabela a seguir faz referncia ao crescimento estimado de residentes acima analisados da populao roraimense no perodo de 2000 a 2009, e sua variao percentual de crescimento destaca, tambm, a populao feminina em idade frtil que corresponder a 128.933 para o ano de 2009, que relativamente representa 64,8% dos nmeros apresentados no perodo conforme abaixo:Tabela 2 Populao Residente por ano (2000/2009)2009 421.497 Estimativa 2008 412.783 Estimativa 2007 415.281 Estimativa 2006 403.340 Estimativa 2005 391.318 Estimativa 2004 367.701 Estimativa 2003 357.296 Estimativa 2002 346.866 Estimativa 2001 337.253 Estimativa 2000 324.397 Censo Taxa de crescimento anual estimada (%) (2006-2009) Mulheres em idade frtil (10-49 anos), 2009 Proporo da pop. feminina em idade frtil, 2009 (%) Fonte: IBGE, Censos e Estimativas

1,5 128.936 64,8

De acordo com a Tabela 03, que trata da estimativa de residentes por grupo de idade e sexo em Roraima para o ano de 2009, os nmeros mais expressivos apontam para a populao na faixa de 20 a 29 e 30 a 39 anos. Considerando o aumento da expectativa de vida, e no desconsiderando as outras faixas etrias no que tange aos desafios particulares, a confirmao desses nmeros significar, a longo prazo, no aumento da populao da melhor idade e consequentemente implicar no preparo especfico dos entes pblicos para o atendimento de tal demanda. Nesse contexto, a regionalizao tende a ser a melhor opo por descongestionar os grandes centros urbanos, pois traz para mais perto da populao os cuidados necessrios que visem a melhoria da qualidade de vida nas localidades envolvidas. Em particular para as mesmas faixas etrias 20-29 e 30-39 anos, percebe-se uma diferena de residentes do sexo masculino relativo ao feminino da ordem de 3.326 e 6.412 respectivamente. Vale ressaltar que os cuidados com a sade do homem tende a ser uma tendncia a ser analisada pelos entes pblicos em Roraima visto que j uma realidade nacional implementada pelo Ministrio da Sade atravs de seus tcnicos pela Poltica Nacional de Ateno Integral a Sade do Homem; a justificativa desse cuidado se consolida pela constatao de indicadores e dados bsicos que assinalam, para o grupo masculino, coeficientes de mortalidade e morbimortalidade consideravelmente maiores ao longo das idades que reflete diretamente na expectativa de vida.

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Tabela 3 Populao residente por faixa etria e sexo (2009)Faixa EtriaMenor 1 1 a4 5 a9 10 a 14 15 a 19 20 a 29 30 a 39 40 a 49 50 a 59 60 a 69 70 a 79 80 e + Ignorada TotalFonte: IBGE, Censos e Estimativas

Ma sculino5.901 22.031 24.577 22.305 22.099 41.398 34.853 25.170 13.858 6.336 2.821 1.097 222.446

Feminino5.645 21.104 23.734 21.815 21.204 38.072 28.441 19.404 10.766 5.103 2.487 1.276 199.051

Total11.546 43.135 48.311 44.120 43.303 79.470 63.294 44.574 24.624 11.439 5.308 2.373 421.497

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PERFIL EPIDEMIOLGICOVIGILNCIA EM SADEA adoo do conceito de Vigilncia em Sade inclui: a vigilncia e controle das doenas transmissveis, a vigilncia das doenas e agravos no transmissveis, a vigilncia da situao de sade, a vigilncia ambiental em sade, a vigilncia da sade do trabalhador e a vigilncia sanitria. Sua finalidade identificar essas doenas e agravos de interesse da sade coletiva e o meio ambiente como tambm de promover o controle da qualidade da gua para consumo humano, do ar, do solo, de produtos, insumos, suporte laboratorial e produtos de uso hospitalar, visando a promoo, preveno, controle e/ou eliminao da morbimortalidade e o esclarecimento da causa mortis. A anlise da condio de sade em Roraima est organizada considerando inicialmente o perfil da natalidade, morbidade e da mortalidade geral segundo os principais grupos de causa, distribuio por faixa etria e por sexo. NATALIDADE A natalidade mede a incidncia de nascimentos numa populao. Em 2008 o coeficiente geral de natalidade de Roraima foi de 22,9 nascimentos por 1.000 habitantes, representando uma queda do coeficiente de 1,3% em relao a 2007 (24,2/1.000 habitantes). Observava-se que o perfil demogrfico da populao roraimense vem se mantendo nos ltimos 10 anos em relao a Taxa de Fecundidade Total Mdia, embora tenha apresentado uma oscilao nesse perodo. Apesar de apresentar em 2007, uma queda, o Estado apontado como uma das maiores Taxa de Fecundidade do Pas, perdendo apenas para o Acre (3,1) e seguidos do Amap (2,6) e Par (2,5). A taxa de fecundidade caiu em todas as regies do Pas. Mas, de acordo com o Instituto de Pesquisa Econmica Aplicada (IPEA), a queda foi desigual. Em 2007, a menor taxa de fecundidade foi observada no Sudeste (1,7 filho por mulher) enquanto a maior foi encontrada no Norte (2,4 filhos por mulher). De acordo com a pesquisa, a fecundidade maior nas camadas de mais baixa renda, mas a distncia entre as classes sociais tambm tem diminudo ao longo dos anos quando o assunto a quantidade de filhos.Tabela 4 Taxa de fecundidade total mdia e populao de Roraima no Perodo de 2000 a 2007 ANO 1998 1999 2000 2001 2002 POPULAO 260.701 266.914 324.397 336.423 346.871 TAXA DE FECUNDIDADE 3,39 3,29 3,66 3,58 3,51

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2003 2004 2005 2006 2007

357.302 381.896 391.317 403.344 395.725

3,45 3,38 3,33 3,27 2,70

FONTE: DATASUS/ Estimativas: IBGE/Projees demogrficas preliminares Dados Diretos: MS/SVS - Sistema de Informaes sobre Nascidos Vivos

ESPERANA MDIA DE VIDA AO NASCERO aumento absoluto e relativo da populao idosa no Brasil conseqncia do crescimento da esperana de vida ao nascer combinado com a queda do nvel geral da fecundidade. De fato, a esperana mdia de vida ao nascer em Roraima era, em 2007, de 69,6 anos de idade. A vida mdia ao nascer, entre 1998 e 2007, cresceu 2,5 anos, com as mulheres em situao bem mais favorvel que a dos homens (69,7 para 72,5 anos, no caso das mulheres, e 64,3 para 67,5 anos, para os homens). Em decorrncia, a taxa bruta de mortalidade que representa a freqncia com que ocorrem os bitos em uma populao, caiu de 6,60 % (mais de 6,6 mortes por mil habitantes), em 1997, para 4,9% (4,9 mortes por mil habitantes), em 2007. A taxa de mortalidade infantil continua em declnio, passando de 18,9 % (18,9 por mil nascidos vivos) para 12,6 %, entre 1998 e 2007.Tabela 5 Esperana de vida ao nascer no Brasil, Regio Norte e Roraima entre 2005 e 2007ANO 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 BRASIL 69,7 70,1 70,4 70,8 71,1 71,4 71,7 71,7 71,9 72,4 REGIO NORTE 69,0 69,3 69,5 69,8 70,1 70,4 70,7 70,7 71,0 71,3 RORAIMA 67,1 67,4 67,6 68,0 68,3 68,6 68,9 69,0 69,3 69,6

FONTE: Pesquisa Nacional por Amostra de Domiclio /IBGE

A cobertura do SINASC calculada a partir da razo entre nascimentos coletados e estimativas de nascimentos obtidos pelo Departamento de Epidemiologia por meio de tcnicas demogrficas. Em 2008, a cobertura do SINASC no estado foi de 65,0%. O Estado vem apresentando uma visvel queda no nmero de nascidos vivos e essa reduo pode esta atribuda ao atraso no envio das declaraes procedentes das reas indgenas aos municpios para incluso no Sistema.

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Tabela 6 Nascidos vivos por ano estimados e alcanados no estado de Roraima Estimativa de Nascidos Vivos Ano % Nascidos Vivos Alcanados 2005 2006 2007 2008 Total 10.125 10.404 12.157 14.510 47.196 9.656 9.591 9.574 9.437 38.258 95,4 92,2 78,8 65,0 81,1

FONTE: SINASC/GSIS/DEPID/SESAU/RR

Tabela 7 Nascidos vivos por municpio de residncia esperado e alcanado 2008 NASCIDOS VIVOS 2008 MUNICPIO ESPERADO ALCANADO % Alto Alegre Amajari Boa Vista Bonfim Cant Caracara Caroebe Iracema Mucaja Normandia Pacaraima Rorainopolis So Joo da Baliza So Luiz Uiramut RoraimaFONTE: SINASC/GSIS/DEPID/SESAU/RR.

832 170 9.488 404 326 597 191 201 377 154 263 900 181 324 192 14.510

229 143 6.120 287 270 353 162 120 310 294 251 332 135 95 336 9.437

27,5 84,1 64,5 71,0 82,8 59,1 84,8 59,7 82,2 190,9 95,4 36,9 74,6 29,3 175,0 65,0

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Quanto distribuio de nascimentos por municpios em 2008, observamos que os municpios de Normandia seguido de Uiramut alcanaram maior proporo de nascimentos no estado, sendo respectivamente 190,9% e 175%. Os municpios com menor proporo de nascimentos no referido ano, foram Alto Alegre (27,5%) e So Luiz com 29,3%. MORBIDADADE Dengue A Dengue constitui atualmente a mais importante arbovirose que afeta o homem e um srio problema de sade pblica no mundo, especialmente nos pases tropicais, onde as condies do meio ambiente favorecem o desenvolvimento e a proliferao do Aedes aegypti, principal mosquito vetor. No Brasil, em 2008, tivemos vrios Estados com epidemias e vrios bitos por dengue hemorrgico. Em 2006 houve a reintroduo do vrus DEN-2 e permanncia do DEN-3 no Estado de Roraima, fato preocupante, uma vez que a circulao concomitante do vrus propicia um risco maior de casos graves da doena. Com circulao simultnea, em 2007, dos trs sorotipos DEN 1, 2 e 3 no Estado, e dada a relevncia da situao, foi solicitado reunio extraordinria na CIB, para a comunicao do fato aos senhores secretrios municipais de sade e representantes objetivando intensificar a deteco precoce de casos graves de dengue com exames laboratoriais em tempo oportuno para todos os casos suspeitos, uma vez que outras medidas de intensificao j foram adotadas, como a aprovao dos Planos de Contingncia nos municpios prioritrios e intensificao das aes nos demais. Neste ano registrou-se 2.280 casos notificados, no perodo de janeiro a dezembro, com uma diminuio de 152 casos em relao ao mesmo perodo do ano anterior e 533 casos confirmados, com uma diminuio de 274 casos em relao ao ano anterior, no mesmo perodo. O Programa Estadual de Controle da Dengue PECD, da Secretaria de Estado de Sade notificou em 2008, 9.275 casos de dengue, sendo confirmados 5.195 casos, um incremento de 406,79 % dos casos notificados. Destes, 56,38% dos notificados e 61,09% dos confirmados encontra-se em trs unidades hospitalares, duas estaduais (HGR e Cosme e Silva) e uma municipal (Hospital da Criana Santo Antonio), onde podemos verificar a necessidade de maior insero das equipes de PACS/ESF nas aes de controle da dengue (vigilncia epidemiolgica, busca ativa, diagnstico, notificao e monitoramento de casos, bem como mobilizao social, educao em sade e garantia do encaminhamento oportuno s referncias quando necessrio) nos municpios do Estado. Os casos confirmados foram assim classificados: 4.818 Dengue Clssica, 275 Dengue com complicaes, 102 Febre Hemorrgica da Dengue FHD, conforme o Quadro abaixo.Quadro 1 Casos confirmados de dengue segundo classificao final Roraima 208DENGUE CLSSICO 4.818 DENGUE COM COMPLICAO 275 FHD 102 TOTAL 5.195

FONTE: SINAN-NET/ COORD. DO PNCD/FA/DEPID/SESAU-RR

A faixa etria mais afetada corresponde aos de 15 foi de 1.285 por 100.000 habitantes, retratando que a populao adulta foi a mais atingida, com 95,52% desse

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percentual em adultos situado na faixa produtiva (15 a 64 anos), acarretando prejuzos tambm no aspecto do absentesmo trabalhista.Quadro 2 Casos notificados de dengue, por faixa etria, incidncia e % de adultos na faixa produtiva em Roraima - 2008FAIXA ETRIA 0 a 14 anos Maiores de 15 anos INCIDNCIA 1285/100.000 habitantes 2643/100.000 habitantes % DE ADULTOS NA FAIXA PRODUTIVA 95,52

FONTE: SINAN-NET/ COORD. DO PNCD/FA/DEPID/SESAU-RR

Em 2008, a incidncia no sexo feminino foi de 2.534 por 100.000 habitantes e no masculino, de 1.931 por 100.000 habitantes, podendo esse fato estar ligado a maior permanncia de mulheres nos domiclios ou ainda a melhor adeso das mesmas aos servios de sade.Quadro 3 Incidncia de casos notificados de dengue por sexo Roraima ano de 2008SEXO Feminino MasculinoFONTE: SINAN-NET/ COORD. DO PNCD/FA/DEPID/SESAU-RR

INCIDNCIA/100.000 HABITANTES 2534 1931

Quanto evoluo final dos casos de FHD, estamos dentro da meta preconizada pelo Ministrio da Sade, com apenas 1 bito confirmado por FHD dos 102 casos encerrados (correspondendo a 0,98% do nmero de casos confirmados de FHD). Quanto aos demais casos confirmados temos: 2 bitos por Dengue com complicaes, que corresponde a 0,72% dos 275 casos encerrados e 4.818 casos com evoluo final para cura, correspondendo a 100% dos casos clssicos.Quadro 4 Classificao final de casos de dengue Roraima - 2008CLASSIFICAO FINAL DENGUE CLSSICO DENGUE COM COMPLICAO FHD CURA BITO PELO AGRAVO NOTIFICADO 0 2 1 % DE CURA % DE LETALIDADE 0 0,72 0,98

4.818 275 102

100 99,28 99,02

FONTE: SINAN-NET/ COORD. DO PNCD/FA/DEPID/SESAU-RR

Em relao aos dados entomolgicos, em 2005 (ano epidmico), tnhamos trs municpios com infestao por Aedes aegypti e transmisso autctone de dengue, enquanto que em 2008 nove dos quinze municpios tiveram infestao por Aedes aegypti (Figura 1 ano de 2005 e 2 ano de 2008), e transmisso autctone de dengue, porm nos dois perodos todos os quinze municpios notificaram casos de dengue. Essa anlise nos mostra que, devido circulao constante da populao entre os municpios, esse aumento do nmero de municpios infestados aumenta o risco, tanto da

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infestao, quanto do recebimento do maior nmero de casos importados nos municpios sem infestao.Figura 2 Municpios com infestao por Aedes Aegyptie e transmisso de dengueUIRAMUT PACARAIMA

AMAJAR NORMANDIA BOA ALTO ALEGRE VISTA BONFIM MUCAJA IRACEMA CANT

S. LUIZ CARACARA RORAINPOLIS

CAROEBE

S. J. BALIZA

COM TRANSMISSO DE DENGUE E INFESTAOO POR AEDES aegyptiI

FONTE: SISFADSINANW/SINAN-NET/COORD. ESTADUAL DO PNCD/FA/DEPID/SESAU-RR

Figura 3 Municpios com infestao por Aedes Aegypti e transmisso de denguePACARAIMA AMAJARI BOA ALTO ALEGRE MUCAJA IRACEMA CARACARA S. LUIZ S. J. BALIZA RORAINOPOLIS CANT VISTA UIRAMUT NORMANDIA BONFIM

CAROEBE

S. J DA BALIZACOM TRANSMISSO DE DENGUE E INFESTAOO POR AEDES aegyptiI

FONTE: SISFADSINANW/SINAN-NET/COORD. ESTADUAL DO PNCD/FA/DEPID/SESAU-RR

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Em 2008 tivemos 4 (quatro) municpios com infestao predial (IP) por Aedes aegypti acima de 1% no ltimo ciclo, e 1 pelo LIRAa, totalizando 5 municpios, ndice que o Ministrio da Sade preconiza como limite para o desencadeamento de possveis epidemias. O LIRAa Nacional Levantamento de ndice Rpido para Aedes aegypti, foi realizado no municpio de Boa Vista, onde a mdia dos estratos foi de 1,6%, sendo que o depsito predominante em todos os municpios foi de lixo, sucatas, entulhos e material de construo (D2), exceto Alto Alegre, onde o depsito predominante foi pneus e materiais rodantes (D1) (Quadro 5).Quadro 5 Demonstrativo do ndice de infestao predialMUNICPIO ALTO ALEGRE BOA VISTA IRACEMA PACARAIMA RORAINPOLIS % DE INFESTAO PREDIAL 2,21 1,6 4,14 1,14 2,32 DEPSITO PREDOMINANTE D1 D2 D2 D2 D2

FONTE: SINAN-NET/ COORD. DO PNCD/FA/DEPID/SESAU-RR

Malria Roraima tem demonstrado uma reduo bastante significativa, em 2007 foram notificados 15.236 casos de malria e em 2008 apenas 9.467 casos, apresentando uma reduo de 37,8% em relao ao ano anterior conforme figura 1. Apesar da reduo obtida em 2008 a incidncia da malria em Roraima ainda muito elevada, necessitando de controle de forma contnua e permanente para melhorar a sade e a possibilidade de desenvolvimento socio-econmico ideal. O ndice Parasitrio Anual IPA, em 2007 foi de 36,7% por mil habitantes e no ano de 2008 foi de 22,8% por mil habitantes alcanando reduo de 13,9% em relao a 2007. Os municpios que ainda representam os maiores ndices de malria no Estado so os de Cant (1.359 casos) com 14,4%; Rorainpolis (1.248 casos) com 14,3%; Caracara (929 casos) com 9,8%; Mucaja (788 casos) com 8,3% e Bonfim (579 casos) com 6,1%. Os cinco municpios notificaram juntos em 2008, mais de 4.903 casos de malria, os quais representam 51,8% do total de casos de malria no Estado.Grfico 1 Nmero dos casos de malria em Roraima nos anos de 2007 a 200816.000 14.000 12.000 10.000 8.000 6.000 4.000 2.000 0 2007FONTE: SIVEP-Malria-Web

15.236

REDUO DE 37,8 %

9.467

N de Casos

2008

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Grfico 2 Nmero de casos de malria por municpio Roraima / 2007 - 20084000 3500 3000

N de Casos

2500 2000 1500 1000 500 0AAL AMJ BVA BNF CTA CCI CRB IRC MCJ NOR PCR ROR SJB SLA UIR 46 39 48

2007 244 519 374 652 174 213 378 710 104 139 455 277 534 113 2008 143 428 301 579 135 929 165 317 788 109 149 124 153

FONTE: SIVEP-Malria-Web

Em nmeros absolutos foram registrados no ano de 2007, 3.285 casos de Malria Falcparum e em 2008 apenas 1.308 casos, alcanando reduo de 60,1%. Em relao aos casos de internao, em 2007 foram notificadas 356 e em 2008 apenas 226 (DATASUS/MS), com uma reduo de 36,5% em relao a 2007. Os casos de bitos ocorridos em 2007 foram 4 (quatro) e em 2008 apenas 1 (um), apresentando reduo de 75% em relao ao ano de 2007.Quadro 6 Dados epidemiolgicos de malria Roraima / 2007 - 2008 EXAME DE SANGUE ANO POPULAO INTERNAES BITOS REALIZADO POSITIVO FALCPARUM 2007 2008 415.281 415.281 153.230 125.112 15.236 9.467 3.285 1.308 356 226 4 1

FONTE: DATASUS/MS

O ndice de Malria por Plasmodium Falcparum em 2007 foi de 22,4%, e em 2008 foi de 14,5% alcanando uma reduo de 7,9% em relao a 2007. No Brasil, h transmisso de trs espcies de Malria: Plasmdium vivax, Plasmdium Falcparum e Plasmdium Malarie, contudo, em Roraima no h registro de casos Malarie. Em 2008 houve uma reduo do nmero de casos de Malria falcparum de 59,7% em relao ao ano de 2007, com exceo dos municpios de Alto alegre, Caroebe e Normandia onde houve aumento do nmero de casos. Nos municpios de Alto Alegre, Caroebe, Normandia, Pacaraima e So Joo da Baliza houve aumento do ndice de Malria falcparum em relao ao ano anterior, os demais municpios obtiveram reduo do nmero de casos deste agravo, principalmente Caracara, Amajar, Rorainpolis, Bonfim, So Luis, e Iracema.

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Grfico 3 ndice de P. falcparum por municpio de Roraima / 2007 - 200870,0 60,0 50,0 40,0 30,0 20,0 10,0 0,0 AAL AMJ BVA BNF CTA CCI CRB IRC MCJ NOR PCR ROR SJB SLA UIR 2007 23, 2008 25, 7,4 1,4 19, 17, 23, 10, 12, 9,6 20, 5,7 7,7 59, 32, 19, 23, 17, 18, 34, 6,4 8,7 29, 9,5 52, 53, 38, 16, 37 28,

Indice

FONTE: SIVEP-Malria-Web

Zoonoses A anlise da distribuio mensal de casos de Leishmaniose Tegumentar Americana mostra que ao longo do ano o nmero de casos notificados possui tendncia para maior no primeiro semestre de 2007 e 2008, possivelmente relacionado a padres de sazonalidade, principalmente aos altos ndices de precipitao pluviomtrica desse perodo. No segundo semestre houve diminuio acentuada dos casos notificados em 2007 e 2008. Em relao totalidade do nmero de casos, no ano de 2008 houve aumento de 9,5% (347 casos) em relao ao ano de 2007 (314 casos).Grfico 4 Notificao mensal dos casos de leishmaniose tegumentar americana Roraima80 60

N

40 20 0 2007 2008

Jan 22 12

Fe v 21 15

Mar 66 43

Abr 66 76

Mai 47 51

Jun 27 57

Jul 24 32

Ago 17 24

Se t 9 11

Out 6 14

Nov 5 10

De z 4 2

FONTE: SINAN/ZOONOSES/DEPID/SESAU-RR.

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Grfico 5 Municpios de Caroeve, Rorainpolis e Pacaraima - 200825 20 15 10 5 0 Caroebe Rorainpolis Pacaraima Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez 1 1 4 1 4 2 20 8 1 22 21 1 10 12 3 22 13 2 3 8 3 5 7 4 0 5 1 0 1 7 2 2 3 0 0 0

FONTE: SINAN/ZOONOSES/DEPID/SESAU-RR.

Os municpios que tiveram o maior nmero de casos notificados de LTA foram Caroebe (86), Rorainpolis (82) e Pacaraima (31). Os municpios de Caroebe e Rorainpolis tiveram a maior quantidade de casos no primeiro semestre de 2008, com tendncia diminuio no segundo semestre. Caroebe se encontra na regio sudeste e Rorainpolis na regio sul do Estado de Roraima, sendo os dois ambientes fitoecologicamente parecidos com cobertura vegetal ombrfila e clima semimido, propiciando um ambiente ideal para desenvolvimento e transmisso da LTA levando em considerao o alto grau de desmatamento, atividades agropecurias e lazer nessas regies. O municpio de Pacaraima manteve uma regularidade do nmero de casos durante todo o ano de 2008, com mdia mensal de 2,6 casos notificados. Os casos de Pacaraima so mais relacionados com a proximidade com a Venezuela, pois a maioria dos pacientes proveniente de reas de garimpo e reas indgenas situadas na fronteira dos dois pases (Brasil-Venezuela). Em relao Leishmaniose Visceral (LV) foram notificados e confirmados 3 casos, destes, 2 (dois) foram de crianas que tiveram problemas no tratamento perpassando pela utilizao do Glucantime (droga de primeira escolha), anfotericina B (droga de segunda escolha), chegando a ser utilizado a anfotericina lipossomal (droga apenas liberada com o aval do Ministrio da Sade atravs da Gerncia Nacional de Leishmanioses). O terceiro caso foi de um homem de 24 anos que trabalhava no municpio de Mucaja, especificamente no Apia, que por causa ainda desconhecida evoluiu a bito. Foi realizada investigao entomolgica no Apia que concluiu no existir o transmissor da LV, a Lutzomyia longipalpis. Em 2007 ocorreram 17 notificaes de Leptospirose, destes, 16 em Boa Vista e 1 em Caroebe. Dos 17 casos suspeitos, 2 foram confirmados como leptospirose aps anlise clnico-laboratorial, os outros 15 foram includos como descartados, ignorados/branco ou inconclusivos. Em 2008 foram notificados 25 casos suspeitos de leptospirose, destes, 3 foram confirmados e os outros 22 foram descartados, ignorados/branco ou inconclusivos. Foram notificados no SINAN, 446 acidentes com Animais Peonhentos em todo o Estado de Roraima em 2008, onde no houve bito relacionado a contato com animais peonhentos. Dentre os casos ocorridos, a maioria ocorreu com homens, na faixa etria

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produtiva e os acidentes estavam relacionados ao contato com serpentes do gnero botrpico. Quando comparado a 2007, houve um aumento de notificaes (418 casos).Tabela 8 Frequncia de acidentes com animais peonhentos conforme o gnero de serpente SERPENTE ANO 2007 ANO 2008 IGN/BRANCO BOTRPICO CROTLICO ELAPDICO LAQUTICO NO PEONHENTA TOTAL 182 185 17 2 28 4 418 231 163 28 2 19 3 446

FONTE: SINAN/ZOONOSES/DEPID/SESAU-RR.

Doenas Diarricas Agudas Foram notificados pela monitorizao das doenas diarricas agudas no ano de 2008, 19.221 casos, todos notificados no SIVEP_DDA. Apresentamos a anlise da srie histrica dos ltimos trs anos (2006, 2007 e 2008), comparando os casos que foram registrados em cada um.Grfico 6 Notificao de doenas diarricas agudas segundo semana epidemiolgica Roraima

FONTE: SIVEP_DDA/MS

O Grfico acima refere-se ao nmero total de casos de doena diarrica aguda no estado de Roraima, segundo semana epidemiolgica. Observa-se que no ano de 2006 o aumento no nmero de casos de diarria ocorreu na semana 7 com 629 casos, seguido de outro aumento ocorrido na semana 21 com 596 casos, o que provavelmente neste perodo tem relao com as chuvas. Em 2007 houve surto em alguns municpios do estado (Caroebe, Pacaraima, Cant, Mucaja e Caracara), nas semanas epidemiolgicas 8 a 21. Foram investigados os surtos ocorridos em Pacaraima, Cant e Caroebe, e devido falta de notificao oportuna por parte dos municpios de Caracara e Mucaja o surto no foi investigado.

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No ano de 2008 a semana epidemiolgica n 2 registrou um total de 475 casos de diarria e neste perodo o municpio de Cant notificou no SINAN-NET 19 casos de DTA ( Doenas de Transmisso Alimentar). Na semana 27 houve um total de 474 casos de diarria. Em Boa Vista na semana epidemiolgica 38 houve um surto aberto de DTA em um restaurante da cidade o que gerou no SINAN-NET um total de 80 casos de diarria aguda. Os dados referentes s semanas 51 a 53 ainda encontram-se em aberto devido ao fato de que alguns municpios no informaram os casos ocorridos. Atravs da leitura do Grfico abaixo observa-se que a faixa etria mais acometida pela doena diarrica aguda no estado de Roraima nos anos de 2006 e 2007 foi a faixa de 1 a 4 anos, ocorrendo uma mudana de faixa etria no ano de 2008 para a de 10 ou + anos. Observa-se tambm que nos ltimos trs anos tem havido um aumento no preenchimento do campo ignorado, o que dificulta a analise epidemiolgica.Grfico 7 Notificao de doenas diarricas agudas segundo a faixa etria10.000 8.000 6.000 N 4.000 2.000 Ano 2006 Ano 2007 Ano 2008