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Seção Sindical dos Docentes da Universidade Federal do Rio Grande nº 445 julho/agosto de 2014 ISSN 2178-3403 Durante três dias, mais de dois mil participantes, vin- do de todas as regiões do Brasil, se reuniram no Rio de Janeiro para discutir ações de luta em resposta ao processo de aprofudamento da precarização e mercan- tilização da educação pública no Brasil. Confira na página 05 . Leia também nesta edição ARTIGO A DÍVIDA SOCIAL E A DÍVIDA PÚBLICA Pág. 03. APOSENTADOS DO REGIME GERAL E SERVIÇO PÚBLICO SE UNEM EM DEFESA DE SEUS DIREITOS Pág. 06. ASSESSORIA JURÍDICA: FURG AINDA NÃO REGULAMENTOU PROMOÇÃO A CLASSE DE PROFESSOR TITULAR Pág. 08. PÓ DE GIZ Encontro Nacional define plataforma de lutas em defesa da Educação Pública

PÓ De GIZ - aprofurg.org.br · - JANAINA FE D. E MEDEIROS BURKERT 30 - IVETE GHINATO DAOUD ... ter sido a brecha para o ci-dadão manifestar, cada um a seu modo, o desconforto, a

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Seção Sindical dos Docentes da Universidade Federal do Rio Grande nº 445 julho/agosto de 2014 ISSN 2178-3403

Durante três dias, mais de dois mil participantes, vin-do de todas as regiões do Brasil, se reuniram no Rio de Janeiro para discutir ações de luta em resposta ao processo de aprofudamento da precarização e mercan-tilização da educação pública no Brasil. Confira na página 05 .

Leia também nesta edição

ARTIGOA DívIDA SOcIAL e A DívIDA PúbLIcAPág. 03.

APOSenTADOS DO ReGIme GeRAL e SeRvIçO PúbLIcO Se unem em DefeSA De SeuS DIReITOSPág. 06.

ASSeSSORIA JuRíDIcA:fuRG AInDA nÃO ReGuLAmenTOu PROmOçÃO A cLASSe De PROfeSSOR TITuLARPág. 08.

PÓ De GIZencontro nacional define plataforma de lutas em defesa da

educação Pública

APROfuRG2

Editorial

Aniversários de julho e agostoJ u L H O

01 -JOAO JOSE REINBRECHT BRAGA 04 - ANGELO FORTINI MAFFISSONI 05 - ALFREDO BRAGA WEBER 05 - JOSE SALOMAO JUNIOR 05 - LUIZ BESSOUAT LAURINO 06 - ATTILA LOUZADA JUNIOR 06 - JOSE ALBERTO LEVY SABAJ 07 - ELIAS JOSE GARCIA OTTONI 08 - BOLIVAR BARBOSA PAIXAO CORTES 08 - CLAUDIO ILSON RAMOS MACIEL 08 - JOSE ANTONIO CARDOSO LOUZADA 09 - CARLOS RENAN VARELLA JULIANO 09 - GUIOMAR FREITAS SOARES 10 - JOAO CARLOS DA SILVA STRAUCH 10 - PAULA REGINA COSTA RIBEIRO 10 - NALU PEREIRA DA COSTA KERBER 12 - JOSE VANDERLEI SILVA BORBA 13 - RAQUEL DA SILVEIRA 14 - IVO MILANEZ GLOEDEN 14 - LUIZ ANTONIO DE ALMEIDA PINTO

14 - MARIA ISABEL QUEIROZ 15 - EDISON DA COSTA MARCHAND 15 - JOSE SAMUEL SAHAGOFF 15 - LIANE FRANCISCA HUNING BIRNFELD 15 - MYRIAM DE LAS MERCEDES S. MELLADO 16 - CRISTINA DIAS DIAZ 16 - JUSSARA MARIA SILVEIRA 17 - MELIK EMILIO CASTANHEIRA CURI 17 - SILVIA FRESTEIRO BARBOSA 18 - SERGIO FERREIRA NUNES 19 - VOLNEI ANDERSSON 21 - JULAINE PALDES DA COSTA 21 - ROGERIO PIVA DA SILVA 22 - JAIME CARLOS BECH NAPPI 22 - ROSEMARY SILVA DA SILVEIRA 23 - LUIZ EDUARDO MAIA NERY 24 - ARTUR ROBERTO DE OLIVEIRA GIBBON 24 - ELIANE MISIAK 24 - RONALDO ORTIZ CUNHA 24 - JOSE ANTONIO VIEIRA FLORES 25 - LEDA DANTAS SILVEIRA

28 - LUIZ ANTONIO MACHADO VERISSIMO 28 - ANA LUIZA MUCCILLO BAISCH 28 - ISA REGINA DE OLIVEIRA BERTRAND 28 - MARIO ROBERTO CHIM FIGUEIREDO 29 - ANA MARIA GAUTERIO CASTELLA 29 - JANAINA FE. DE MEDEIROS BURKERT 30 - IVETE GHINATO DAOUD 30 - PAULO NEVES FIGUEIREDO 31 - ADRIANA ELISA LADEIRA PEREIRA 31 - ANA ZEFERINA FERREIRA MAIO 31 - JOSE ANTONIO ALTMAYER 31 - MARIA ALVES HENRIQUES

A G O S T O01 - MARIA JOSE MARTINS CHAPLIN 01 - PAULO FRANCISCO MARTINS PACHECO 03 - HILARIO DA ROSA MARTINS 03 - HILDA DA SILVEIRA CHIAFFITELLI 04 - MARIA BERNADETE CARVALHO DA ROCHA 04 - WALTER AUGUSTO RUIZ 05 - ERNANI PINHO DE MORAES 05 - MARIA TEREZA SELISTRE

06 - EVA LIZETY RIBES 06 - TIARAJU ALVES DE FREITAS 07 - AMELIA LOPES DA SILVEIRA 07 - MARCIO RAIMUNDO MILANI 08 - ADALTO BIANCHINI 08 - ENRIQUETA GRACIELA DORFMAN CUARTAS 08 - MARIA TEREZA DE ALBERNAZ ALMEIDA 09 - LUIZ AUGUSTO PINTO LEMOS 09 - JOSE ROBERTO MANSUR DAOUD 11 - HELIDA HELENA NEVES PEGAS 11 - SUELI ZAPPAS 12 - MARCOS COSTA FILHO 13 - MARIO SILVEIRA MEDEIROS 14 - ALESSANDRO DE LIMA BICHO 14 - MARA PERAZZOLO DA SILVA 14 - EVA FLORIANA OYARZABAL DALA RIVA 14 - LAURO JULIO CALLIARI 14 - LUIZ ANTONIO CARVALHO DO AMARAL 15 - JOSE FILGUERAS 16 - CILA MILANO VIEIRA 18 - JAIME PRIMO DIAS

18 - ANTONIO SERGIO VARELA JUNIOR 19 - ANTONIO DE PINHO MACADA 21 - VERA ISABEL CABERLON 21 - LEILA MARA BARBOSA COSTA VALLE 22 - CLAUDIA GIONGO 22 - OLGA MARIA VIEIRA DE MIRANDA 24 - MARTA REGINA CEZAR VAZ 25 - TABAJARA LUCAS DE ALMEIDA 25 - LUIS CARLOS DOS SANTOS 26 - NEWTON LUIZ NUMA PEIXOTO PRIMO 26 - SUSANA REGINA SALUM RANGEL 27 - MARIA ELISABETH CARVALHO CESTARI 27 - JOAO ALBERTO DA SILVA 28 - CARMEN HELENA BRAZ MIRCO 29 - JOSE CARLOS VIEIRA RUIVO 29 - LUIZ AUGUSTO ANDREOLI DE MORAES 30 - MARCIA NAOMI KUNIOCHI 30 - MERI ROSANE SANTOS DA SILVA 30 - GERMANO PHONLOR 30 - JUSSEMAR WEISS GONCALVES 31 - CARMEN VIRGINIA PIRES DE LA TORRE

Diretoria biênio 2014/2016Presidente: Elmo SwobodaVice-presidente: Tiarajú Alves de FreitasSecretária Geral: Carla Teresinha do Amaral Rodrigues1ª secretária: Rodnei Valentin Pereira NovoTesoureiro Geral: Humberto Calloni1º tesoureiro: José Carlos Vieira Ruivo1º Suplente: Décio Rodrigues de Oliveira2º Suplente: Oswaldo José de Paula Barbosa3º Suplente: Marlene Teda Pelzer4º suplente: Jovino Mansan

Assessoria de ImprensaJornalista Juliana Rodrigues – MTB/RS 15.625([email protected])

Revisão de Texto: Eliza Braga

Redação: Av. Itália s/nº. sede da APROFURGCampus Carreiros FURGContato: (53) 3230 1939

Impressão: Pluscom Editora – www.editora.pluspropaganda.com

Tiragem: 1000 exemplares

Distribuição gratuita

Impresso em papel imune conforme inciso VI

Artigos assinados são de responsabilidade dos autoreseXP

eDIe

nT

ePÓ De GIZ

Uma das mais cruéis evidências da selva-geria da dominação do capital é o des-

locamento de populações. As re-ferências não são exclusivas dos deslocamentos manus militaris – êxodos –deslocamentos força-dos pelas guerras ou causados por catástrofes naturais. Nesse caso, a relação se dá no encadeamento direto decorrente das relações de produção do capitalismo.

Populações inteiras viviam na África, Ásia e América em estru-turas socioeconômicas grupais ou comunitárias. Produziam co-letivamente, consumiam da mes-ma forma e tinham sempre uma reserva para os anos de vacas ma-gras. Não era uma situação idílica, porém expressava uma maneira autônoma de enfrentar as vicis-situdes da existência. Com a che-gada dos colonizadores e sua nova estrutura de produção, as terras dos ancestrais foram deixando de ser comunitárias passando a proprietários privados. A comu-nidade passou a fornecer mão de obra para a produção exportável agrícola ou mineral, resultando em recursos para a sustentação de estados modernos.

Assim, foram criados estados e fronteiras de conveniência dos colonizadores. Etnias foram sepa-radas ou manipuladas para o con-fronto com etnias rivais.

O caos e a pobreza de muitos estados de hoje é obra do capita-lismo. O maior problema é que a abundância de tempos distantes é substituída pela pobreza, fome e desagregação social. Na lógica do capitalismo, esse imenso exército de reserva é fundamental para o lucro, o poder e o controle social.

Tudo tem limite. Chega-se ao ponto que não dá mais para aguentar. Aí partem em barcos clandestinos, passam por túneis e atravessam rios perigosos ex-pondo-se ao perigo e muitas vezes sucumbindo, em busca do eldora-do para continuar vivendo, ainda que exercendo as funções mais inferiores rejeitadas pelos donos da terra.

Esse é o mundo dos homens que resulta da globalização. Homens, mulheres e crianças são segrega-dos em áreas de identidades so-ciais marcadas pela pobreza, pela educação formal reduzida e a saú-de debilitada, enfim, em um gueto que é a síntese da exploração.

A lembrança desse tema reve-la um quadro estrutural em que prevalece uma falsa democracia e no qual estão ausentes as liber-dades que permitem o exercício autêntico dos atributos humanos sem mensurações de lucros e van-tagens.

Trazer à tona questão tão con-tundente revela, mais uma vez, o propósito de manter um laço

apertado com a conjuntura na-cional e internacional. Os docen-tes não são uma exclusividade da academia. São, sim, integrantes de ações nacionais e internacionais de solidariedade e enfrentamento dos trabalhadores na construção de uma nova perspectiva de vida a se conformar com o humano e o natural.

Adiante, a Direção do ANDES-SN passará a novas mãos. O curso

permanece o mesmo, comprome-tido com a educação pública, a ci-ência, as artes, a cultura e o saber, e na edificação de um outro mundo de seres vivos transformados. Esse é o compromisso permanente do Movimento Docente, do qual o ANDES-SN tem sido porta-voz. Adiante, vamos em frente!

INFORMANDES

Charge

APROfuRG 3

Artigo

A Dívida Social e a Dívida Pública

É inegável a insatisfação do povo brasileiro. As ma-nifestações que se iniciaram em julho de 2013 parecem ter sido a brecha para o ci-dadão manifestar, cada um a seu modo, o desconforto, a decepção e a revolta com a situação do país.

Por um lado, todos sen-tem no bolso a pesada carga tributária. Os funcionários públicos e assalariados já re-cebem o salário líquido com o significativo desconto para o leão, nada manso, do Im-posto de Renda. A venda de um imóvel, a compra de um bem, desde o cafezinho no bar até os eletroeletrônicos e os automóveis, tudo está re-giamente tributado. Alguns serviços essenciais trazem desta-cado na nota fiscal a significativa parcela de imposto, é só observar na conta de luz, de água, etc.

Por outro lado, qual a contra-partida? Para onde vai tanto di-nheiro arrecadado?

Os serviços públicos são preca-ríssimos. Saúde pública, um ver-dadeiro caos: não faltam apenas médicos, faltam leitos, remédios, aparelhagem. Educação Públi-ca? Aqui então falta tudo, desde vagas nas creches até a segurança para o professor, mal remunera-do, exercer a profissão. Transpor-tes? A rodovia só é boa quando privatizada e o cidadão ainda tem que desembolsar mais uma boa quantia para percorrer uns qui-lômetros asfaltados e com algu-ma sinalização. E o que dizer da violência? Certamente o descaso social de muitos anos é uma fábri-

ca cada vez mais produtiva da cri-minalidade colocando em pânico a população.

Mas então, repetimos a pergun-ta que, em última análise, repre-senta a insatisfação da população: para onde vai o seu, o meu, o nos-so dinheiro recolhido pelos mui-tos tributos vigentes no pais? O que é feito de tanto dinheiro?

A primeira resposta possível que vem ao pensamento imedia-tamente é a corrupção. De fato, o Brasil é um país onde especial-mente os desvios são muitíssimo significativos. Todavia, o gran-de ralo por onde escorre a maior parte dos recursos chama-se DÍ-VIDA PÚBLICA. Essa ques-tão essencial para o país é pouco abordada e, quando é discutida, é mal analisada, principalmente pela grande mídia.

Muitos sequer têm ideia de que o nosso país possui uma enorme

dívida pública e que para ela é destinada quase a metade do Or-çamento Público Federal. Sim, isso mesmo, quase metade de to-dos os recursos da União vai para pagamento de dívida, ano após ano, e a dívida só cresce.

Veja no gráfico acima que o Orçamento para 2014 prevê re-cursos no montante de R$ 2,383 TRILHÕES. Desse valor, estão destinados para o serviço da dívi-da 42,42%, isto significa que estão previstos gastos com a dívida em 2014 de R$ 1,002 TRILHÃO!!

Enquanto isso, para Saúde 3,91%, Educação 3,44%, Trans-porte 1,03%, Segurança Pública 0,35%, Energia 0,08% – e tome apagão!

Como é possível dar certo um país que gasta assim as suas recei-tas?

E que dívida é essa que consome tantos recursos do país? Tivemos

em 2009/2010 uma CPI da Dívida Pú-blica, no Senado Fe-deral, ocasião em que a coordenadora na-cional da Auditoria Cidadã, Maria Lucia Fattorelli, esteve pre-sente para coordenar os trabalhos técni-cos. Ficou compro-vado que na maioria dos casos essa dívida é meramente contá-bil, ou seja, apenas um jogo de juros so-bre juros, eivado de inúmeras irregulari-dades e ilegalidades, com o agravante de pagarmos os maiores juros do planeta ! O relatório da CPI foi enviado ao Ministé-rio Público Federal

e aguardamos o encaminhamen-to desse procedimento. Acesso a esses documentos podem obtidos no site www.auditoriacidada.org.br.

É urgente uma auditoria dessa dívida, auditoria aliás prevista no art. 26, das Disposições Transitó-rias, da Constituição Federal de 1988, e que permanece letra mor-ta, até hoje não cumprida. Não se trata de calote da dívida, trata-se de apurar o que realmente temos a pagar, o que já pagamos, e por-que pagamos. Pagar, sim, mas só o que efetivamente devemos.

A auditoria da dívida pública certamente trará ao Brasil uma economia de recursos que poderá ser destinada à outra dívida muito maior e urgente, que a população reivindica: a grande dívida social!

carmen bressane*

PÓ De GIZ

* Carmen Bressane é advogada formada pela USP, no Largo São Francisco. Trabalhou na Receita Federal como auditora entre 1983 a 2012, e atualmente é aposentada. Foi diretora administrativa da Fundação Assefaz (Fundação dos Servidores do Ministério da Fazenda), presidente do Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Federal e é coordenadora do núcleo de Auditoria Cidadã da Dívida – núcleo de São Paulo. Fale com ela: [email protected]

APROfuRG4 PÓ De GIZ

mAIS De 2 mIL PeSSOAS mARcHAm em DefeSA DA eDucAçÃO PúbLIcA

Mais de 2 mil manifestantes ocu-param as ruas do Rio de Janeiro, na sexta-feira (08), na marcha em de-fesa da educação pública, laica e de qualidade. O ato marcou o início do Encontro Nacional de Educa-ção (ENE). A atividade reúne re-presentantes de diversos movimen-tos sindicais, sociais e populares, de todo o Brasil, que militam em de-fesa da educação pública. As vozes que ecoaram entre a Candelária e a Cinelândia denunciaram o desca-so dos governos estaduais e federal com a atual política educacional do país.

Com palavras de ordem como “Educação não dá pra esperar, é 10% do PIB já!”, professores, estu-dantes, técnicos, funcionários e ou-tras categorias que atuam no setor da educação, marcaram presença no ato. Com faixas, cartazes e ban-deiras, percorreram a Avenida Rio Branco e receberam apoio da popu-lação por onde passavam.

Segundo os organizadores da ati-vidade, trabalhadores e estudantes do Brasil inteiro aderiram à ativida-de e deram ainda mais credibilida-de à marcha. Liderança nacional da CSP-Conlutas, Mauro Puerro, co-mentou a importância do ENE na construção da unidade de luta pela educação pública. “Há 15 anos não tínhamos um evento similar. Parte das entidades do setor da educação, que lutavam por 10% do PIB foram cooptadas pelo governo. Juntar tan-tas entidades, desde profissionais do ciclo básico até os que atuam nas universidades, passando por movi-mentos sociais e populares, mostra a força da classe trabalhadora e des-sa luta”, declarou Puerro.

Também representante de uma das entidades organizadoras da marcha, a presidente do ANDES-SN, Marinalva Oliveira, fez crítica a propaganda enganosa do governo federal sobre o Plano Nacional de Educação (PNE). “Defendemos 10% do PIB já, exclusivamente para a educação pública. O governo faz um engodo. Fala em 10% do PIB, mas não cita que o recurso também é destinado às instituições priva-das de ensino. Da mesma maneira também não explica de onde virá o dinheiro. Apenas informa que par-te sairá do pré-sal”, denuncia Mari-nalva.

A luta contra a precarização do

trabalho foi uma das bandeiras rei-vindicadas na atividade. Dirigente nacional do Sinasefe, Samanta Ma-ciel, afirmou ser necessária a aten-ção especial às péssimas condições de funcionamento das escolas, que não garantem condições de traba-lho aos profissionais e precarizam o ensino.

A representante da Assembleia Nacional dos Estudantes – Livre (Anel), Janaína Oliveira, resgatou a história de luta da entidade, “que se confunde com a luta contra o Reu-ni”, e denunciou a dificuldade dos jovens de entrarem nas universida-des públicas. “Muitos de nós somos, principalmente estudantes negros obrigados a estudar nas universida-des privadas onde a educação é tra-tada como mercadoria. Queremos o acesso à universidade pública”.

Pela Esquerda da UNE, Débora Cavalcanti também denunciou a falta de acesso dos jovens negros e

da periferia à universidade e refor-çou a importância da luta pela ma-nutenção dos jovens que entram na universidade. “Além do acesso, é necessário defender a permanência desses jovens na universidade, pois muitas vezes o trabalho, a necessi-dade do sustento da família impe-dem que continuem estudando, lhes tirando o direito fundamental à educação”, disse.

A dirigente da Executiva Nacio-nal de Estudantes de Educação Fí-sica (EXNEEF), Caroline Raquel, reafirmou a necessidade da unidade na luta pela educação pública gra-tuita e de qualidade. “Somente com a unidade dos que lutam por essa bandeira, podemos dar uma respos-ta aos ataques que vêm sofrendo a educação”.

Segundo Elernia Sobral, do Con-selho Federal de Serviço Social (CFESS), “os assistentes sociais fazem parte do ENE. Estamos na

resistência a esse governo que le-gitima a visão de educação como mercadoria. Só a aliança da classe trabalhadora na luta pode mudar essa situação”.

A construção da unificação da luta em defesa da educação públi-ca de qualidade tem abrangência internacional. A ação desta sexta-feira contou com a participação do secretário geral do Sindicato de Educadores da Cisjordânia, Ah-mad Mohamed, que parabenizou a luta dos professores pela educação, relatou as dificuldades atuais en-frentadas pelos palestinos e pediu apoio contra o genocídio cometido pelo exercito de Israel.

Outra presença internacional marcante foi a da professora Uni-versidade Autônoma do México, Maria de La Luz Arriaga. A docen-te falou sobre a luta de estudantes e professores pela educação pública em seu país. “Enfrentamos os ata-ques daqueles que querem trans-formar a educação em mercadoria. Lutamos porque sabemos que a educação pública é um direito so-cial”, afirmou.

Falaram também Cibele David e Nara Cladeira, duas representan-tes do SUD (Sindicato Unitário da Educação), entidade francesa de trabalhadores da área da Educação, ligada à União Sindical de Solida-riedade, o Solidaires.

Estavam presentes diversas enti-dades que compõem outras lutas e categorias, mas que também têm a bandeira pela educação como uma de suas reivindicações. Entre elas, o MST, o MTST, Fasubra, ASSIB-GE-SN e outras. Saudaram o ENE os candidatos nas eleições dos par-tidos PCB, PSOL e PSTU.

Já na Cinelândia, onde houve o ato final, o encerramento contou com atrações musicais, dando um toque cultural e de descontração à abertura do ENE, com apresenta-ções de artistas e grupos musicais, tais como MC PH Lima, O Le-vante, Roda de Funk Fundamento, Samba do Buraco do Galo, entre outros grupos.

encontro nacional de educaçãoO Encontro Nacional da Edu-

cação é organizado pelo Comitê Executivo Nacional da Campanha pelos 10% do PIB para a Educação

Manifestação marcou a abertura do Encontro Nacional de Educação

APROfuRG 5PÓ De GIZ

Encontro Nacional define plataforma de lutas em defesa da Educação Pública

Os gritos uníssonos de “10% do PIB para a Educação Pública, Já!” marcaram o término do Encontro Nacional de Educação (ENE), rea-lizado no Rio de Janeiro, neste final de semana (8 a 10). Durante três dias, mais de dois mil participantes, vindo de todas as regiões do Brasil, se reuniram no Rio de Janeiro para discutir ações de luta em resposta ao processo de aprofudamento da precarização e mercantilização da educação pública no Brasil.

A plenária de encerramento do ENE teve início com a leitura dos resultados dos grupos de discussão, realizados durante a tarde de sába-do, e apresentados pelos relatores. Todas as propostas apresentadas serão incluídas nos anais do Encon-tro e servirão de base para as dis-cussões dos próximos encontros e debates. Segundo informe da mesa, coordenada por Paulo Rizzo, dire-tor do ANDES-SN, após o ENE será elaborada uma cartilha com a plataforma de lutas em defesa da educação apontada pelo encontro.

Moções de apoio à luta dos traba-lhadores da educação no México, ao povo palestino, à greve das uni-versidades estaduais de São Paulo, que neste domingo completa 75 dias, à greve dos trabalhadores da educação do Piauí, contra a crimi-

nalização dos movimentos sociais, entre outras, foram apresentadas durante a plenária.

Ao final, foi feita a leitura da car-ta do Rio de Janeiro, manifesto do Encontro Nacional de Educação, que traz a sistematização dos sete eixos que nortearam os debates tan-to do evento nacional quanto dos encontros preparatórios, realizados no primeiro semestre deste ano. No documento, aclamado pela ple-nária, os participantes indicaram a constituição de comitês estaduais em defesa da escola pública, a re-alização, nos estados, na segunda quinzena de outubro, de um dia de luta em defesa da educação pública e a realização, em 2016, do II En-contro Nacional de Educação, pre-cedido de encontros estaduais.

Para Samantha Lopes, coorde-nadora-geral do Sinasefe, que fez a leitura do manifesto, o documento inaugura um novo marco de agluti-nação dos trabalhadores da educa-ção e dos estudantes na perspectiva de pautar a construção de um pro-jeto de educação construído pelos trabalhadores e para os trabalha-dores. “Agora é dar continuidade nesse espaço de unidade e começar a materializar um projeto de educa-ção do povo brasileiro, construído nesses moldes”, apontou.

Na avaliação de Paulo Rizzo, o ENE foi, em todos os sentidos, uma vitória, porque é resultado de um processo de discussão que envolveu milhares de pessoas pelo Brasil afo-ra, sobretudo no último mês, de-batendo as demandas da educação pública, buscando se contrapor às lógicas privatizantes da educação no país.

“Ao reunir mais de duas mil pes-soas, dois mil lutadores em defesa da educação pública, o encontro teve uma unidade muito grande nas discussões e expressou maturidade

na aglutinação de forças. Foi um espaço de unidade na ação, no qual as divergências existem, mas são trabalhadas, e se priorizou o que é unitário para construir o enfrenta-mento às políticas governamentais e à visão privada da educação. Creio que, a partir de agora, vamos ter a possibilidade de repercutir muito mais as lutas em defesa da educa-ção pública, gratuita, de qualidade, laica e socialmente referenciada”, destacou o coordenador da mesa da plenária final.

Durante três dias, mais de dois mil representantes de movimentos sociais, sindicais e populares de todo o país debateram os rumos da educação no Brasil

Pública, Já!, que reúne entidades como o ANDES-SN, o Sinasefe, a CSP-Conlutas, a Anel, a Oposição de Esquerda da União Nacional dos Estudantes (UNE), a EXNE-EF, o CFESS, entre outras entida-des e movimentos sociais.

Segundo a comissão organizado-ra, o Encontro Nacional de Edu-cação foi construído como uma alternativa a Conferência Nacional de Educação (Conae). As discus-sões têm como eixo central a críti-ca ao Plano Nacional de Educação (PNE), sancionado pela presidente Dilma Rousseff, em junho deste ano. O documento reforça a polí-tica governista de privatização da educação que, invés repassar 10% do PIB exclusivamente para o ensi-

no público, destina o recurso tam-bém para as empresas privadas. As-sim, favorecendo a mercantilização da educação e a lógica do capital.

Etapas PreparatóriasDesde o início do ano, as entida-

des que promovem o ENE vêm re-alizando etapas regionais, estaduais ou municipais preparatórias, que tiveram como objetivo promover a discussão ampliada sobre a edu-cação pública e os eixos propostos pelo Encontro, e sistematizar as questões locais para fomentar os debates durante o ENE.

Temáticas de discussãoA partir deste sábado (09), a pro-

gramação do ENE prevê, a partir das 8h30, mesa redonda e grupos de discussão, que terão como temas centrais a avaliação da conjuntura, lutas sociais, financiamen-to da educação, passe livre e transporte pú-blico, democratização da educação, avaliação e meritocracia, priva-tização e mercantili-zação da educação, a precarização das con-dições de trabalho, acesso e permanência.

Fonte: ene

(Continuação)

APROfuRG6 PÓ De GIZ

Dezenas de entidades protago-nistas na defesa dos direitos na aposentadoria do serviço público, entre elas o ANDES-SN, e dos trabalhadores do regime geral do país, estiveram reunidas, na manhã desta terça-feira (5) no Congresso Nacional, no lançamento do Mo-vimento Unificado dos Idosos, Aposentados e Pensionistas do Serviço Público e do INSS (UNA-SE), que oficializa a unificação das ações empreendidas pelo Instituto Mosap - Movimento dos Servido-res Públicos Aposentados e Pen-sionistas - e pela Cobap - Confe-deração Brasileira de Aposentados, Pensionistas e Idosos.

Duas grandes bandeiras são prio-ritárias para o UNA-SE neste mo-mento, que já fazem parte da luta das entidades que representam os servidores públicos e os trabalhado-res do regime geral que compõem o Movimento: a aprovação imediata da PEC 555/2006, que prevê a ex-tinção da contribuição previdenci-ária dos proventos de aposentados e pensionistas do setor público, e há quatro anos aguarda delibe-ração do Plenário da Câmara dos Deputados, e do PL 4434/2008, que prevê o reajuste dos benefí-cios mantidos pelo Regime Geral da Previdência Social e o índice de correção previdenciária.

A criação do UNA-SE tem como objetivo fortalecer as ações na de-fesa dos direitos na aposentadoria, independente do vínculo empre-gatício, por meio da união das en-tidades na defesa dos diretos das categorias. Segundo o Movimento, a iniciativa já conta com o apoio de 40 milhões de pessoas.

O lançamento, realizado na Câ-mara dos Deputados, contou com a participação de dezenas de par-lamentares, que mais uma vez ma-nifestaram apoio à luta das entida-des e ressaltaram a importância de se corrigir as injustiças cometidas

com os aposentados e pensionis-tas do país, com a aprovação do PL 4434/2008 e da PEC 555/2006, e com o fim do fator previdenciário. Os deputados e senadores também destacaram a iniciativa de unifi-car as lutas a partir da criação do UNA-SE, e reforçaram a impor-tância da integração e união para ampliar a força dos trabalhadores, pressionar o governo e avançar na luta pela defesa dos direitos dos aposentados e pensionistas.

Na ocasião, os representantes do Mosap e da Cobap fizeram pressão para que as entidades fossem rece-bidas pelo presidente do Senado Federal, Renan Calheiros, e pelo presidente da Câmara dos Depu-tados, Henrique Alves. A previsão é que uma comissão seja recebida por Alves no início da noite desta terça (5).

“É importantíssima essa unida-de para a luta dos aposentados e pensionistas do serviço público e do INSS. Apesar de terem algumas características que os diferenciam, a luta é em defesa dos direitos na aposentadoria, independente do local onde eles estão. Esta é uma unificação inédita e acredito que, com esta integração, se consiga realmente aprovar projetos de interesses dos trabalhadores apo-sentados”, afirma o encarregado de Assuntos de Aposentadoria do ANDES-SN, Almir Menezes Fi-lho.

O diretor do Sindicato Nacional acredita que a unificação das ações, a partir da luta pela aprovação das duas matérias – PEC 555/2006 e PL 4434/2008 – contribuirão para ampliar a defesa dos direitos dos aposentados. “A PEC 555 é de 2006 e já estamos há dois anos aguardando para que ela seja vota-da, e não temos conseguido ter for-ça para pressionar a votação, que está sendo barrada principalmen-te pelo presidente da Câmara. Os

trabalhadores do regime geral tam-bém aguardam há anos a aprovação do PL 4434, de grande importân-cia para esta categoria. Com este esforço concentrado para agosto e setembro, buscaremos intensifi-car a mobilização para a aprovação destes projetos, momento em que o governo também tem tentado aprovar projetos de seu interesse”, contextualiza Menezes Filho.

“Este momento que antecede o período das eleições e importante para pressionar e forçar a aprova-ção desses projetos. O ANDES-SN está na luta desde o início para fortalecer esta mobilização na de-fesa dos direitos dos aposentados e pensionistas”, acrescenta o diretor do ANDES-SN, Antônio Libério de Borba.

O presidente do Mosap, Edison Guilherme Haubert, ressaltou a

importância da unidade da luta. “A finalidade hoje é convencermos a nós, servidores públicos e traba-lhadores do regime geral, que so-mos uma única força, e que daqui para frente seremos uma única for-ça. Queremos a aprovação imedia-ta dessas duas matérias para fazer justiça, e também derrubar o fator previdenciário, que atinge a todos nós”.

mobilizaçãoAlém da atividade realizada em

Brasília nesta terça-feira (5), uma agenda de mobilizações prevê ações no Rio de Janeiro (16 de agosto), Porto Alegre (21 de agosto), São Paulo (28 de agosto) e Natal (19 de setembro).

Fonte: AnDeS-Sn

Aposentados do regime geral e serviço público se unem em defesa de seus direitos

APROfuRG 7PÓ De GIZ

Argentina não paga dívida pública a “abutres”

Axel Kicillof, ministro da eco-nomia da Argentina, anunciou em Nova Iorque na noite desta quarta-feira (30) que a Argenti-na não pagará parte de sua dívida pública por considerar o pedido dos credores abusivo. Depois de meses negociando com os chama-dos Fundos Abutres, detentores de 1% das ações da dívida do país, o governo argentino recusou o pa-gamento pedido pelos fundos, que geraria aos especuladores um lucro de 1800%. O mercado financeiro e as agências de classificação de risco já declararam que o país entra em “default técnico”, ou seja, que há risco dos argentinos não honrarem seus compromissos econômicos.

Apesar de não pagar a dívida, o governo parece também não de-monstrar interesse em ir à raiz do problema, realizando uma audito-ria da dívida pública que poderia comprovar a ilegalidade na aquisi-ção da dívida. Quem afirma isso é Rodrigo Ávila, economista e mem-bro da Auditoria Cidadã da Dívida do Brasil.

“A decisão do governo argentino é contraditória”, afirma Ávila. “É positivo o fato de eles se negarem a pagar os abutres nessas condições, porém eles seguem reconhecendo a dívida pública como legítima, e ela não é”, continua. Para o economista, a dívida pública argentina é ilegíti-ma em sua totalidade, e não deveria ser paga nem aos Fundos Abutres, nem ao restante dos credores.

“O problema é que o governo ar-gentino quer pagar a dívida, inclu-sive para os abutres. Eles deveriam seguir o exemplo do Equador, can-celando o pagamento de toda a dívi-da, e realizando uma auditoria que comprovaria a total ilegalidade do processo” ressalta o economista.

Movimentos sociais, sindicais e partidos políticos de oposição ao governo de Cristina Kirchner tam-bém deram declarações afirmando que esse é o momento para parar o pagamento da dívida e realizar

uma auditoria que, ao fim, poderia fazer com o que o orçamento para investimento em áreas sociais fos-se aumentado em detrimento do pagamento de dinheiro público a banqueiros e especuladores.

entenda o caso da dívida argentina

Assim como o Brasil e muitos outros países, a Argentina adquiriu grande parte de sua dívida pública durante sua ditadura militar (1976-1983), de forma não transparente. Nesse processo, o estado também assumiu dívidas de grandes empre-sas e bancos como suas dívidas, e as submeteu a taxas de juros interna-cionais e irreais.

Seguindo a lógica dos estados vizinhos, a Argentina foi pagando sua dívida sem contestá-la, deixan-do de investir em áreas sociais para enriquecer banqueiros e especu-ladores. Na década de 1990, com o neoliberalismo e suas privatiza-ções, a dívida cresce ainda mais. Em 2001, com a dívida perto dos US$ 100 bilhões, o país explode em uma de suas maiores crises eco-nômicas.

A Argentina, que teve cinco pre-sidentes entre 21 de dezembro de 2001 e 2 de janeiro de 2002, decla-ra então o não pagamento da dívi-da pública, usualmente chamado de calote. Isso facilitou a pequena recuperação econômica do país, pois possibilitou o investimento do dinheiro anteriormente desti-nado à dívida em outras áreas.

Em 2005, o presidente Néstor Kirchner anunciou um plano de renegociação da dívida, com a in-tenção de pagar aqueles que não recebiam seus dividendos há qua-tro anos. A forma de pagamento - aceita por 92,4% dos credores - apresentava descontos de 70% em relação ao valor das ações anterior à crise, parcelados em 30 anos.

Entre os 7,6% dos credores que não aceitaram a reestruturação está um grupo de investidores sediado

nas Ilhas Cayman, que comprou o equivalente a 1% dos títulos da dívida argentina no momento de maior crise econômica em 2001, ou seja, quando as ações estavam extremamente baratas. O gover-no argentino passou a chamar esse grupo de “Fundos Abutres”, pela semelhança de sua ganância com a dos pássaros por alimentos podres.

Os Fundos Abutres resolveram então entrar na justiça para tentar reaver seus pagamentos com a taxa de lucros anterior à crise de 2001, ou seja, exigindo um pagamento superior ao realizado àqueles cre-dores que aceitaram a renegociação de 2005. Os contratos de aquisição da dívida argentina explicita que a comarca com jurisdição para julgar casos referentes a essas ações é a de Nova Iorque, nos Estados Unidos, e foi lá que os Fundos Abutres re-correram à justiça para tentar rea-ver seus pagamentos.

Em 2012 o juiz nova-iorquino Thomas Griesa deu uma sentença favorável aos fundos, exigindo que a Argentina pagasse a eles mais de US$ 1,3 bilhão. O governo argenti-no recorreu em todas as instâncias possíveis, até que o caso chegasse à Suprema Corte dos EUA, no dia 19 de maio desse ano. A decisão judicial foi mantida, e a corte esta-dunidense decidiu que a Argentina está proibida de pagar os 92,4% dos credores que aceitaram a re-negociação até que o pagamento aos Fundos Abutres seja realizado. Com isso, o depósito referente ao pagamento de julho da dívida rene-

gociada foi bloqueado pela justiça.A decisão judicial estadunidense

levou o governo argentino a uma encruzilhada. Não pagando os Fundos Abutres, o dinheiro dos demais credores seguiria bloque-ado, o que colocaria o país em si-tuação de calote. Porém, pagando aos Fundos Abutres o que eles exi-gem (um ganho de 1800%, contra os 300% que eles ganhariam caso aderissem à reestruturação), essa mesma taxa deveria ser paga retro-ativamente aos demais credores, o que geraria um enorme rombo nas contas do país.

A dívida brasileiraO Brasil sofre de problemas pare-

cidos em relação à sua dívida públi-ca. Em 2013, segundo a Auditoria Cidadã da Dívida, R$ 718 bilhões (40,3% do orçamento) foram des-tinados ao pagamento de juros e amortizações da dívida pública, en-quanto apenas 25% foi distribuído entre todos os estados e munícipios da União.

O ANDES-SN é parte da luta pela auditoria da dívida brasileira por considerar que ela foi criada de forma ilegal durante a ditadu-ra empresarial-militar e que, ao auditá-la, o Brasil poderia inverter a lógica de investimentos orçamen-tários - fortalecendo a educação e a saúde públicas, entre outras áreas sociais.

Com informações de Auditoria Cidadã da Dívida, TV Pública da Argentina e Jornal Clarín.

Fonte: AnDeS-Sn

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Saúde Profa. Dra. Enfa. marlene Teda PelzerEscola de Enfermagem

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Assessoria Jurídica

HeLIOTeRAPIA

A Aprofurg ingressou recente-mente com pedido administrati-vo junto a FURG, requerendo a regulamentação do direito a pro-moção funcional a classe de pro-fessor titular, nos termos do art. 12, IV da Lei 12772/2012.

Atualmente, a promoção para

a classe E, denominada de Pro-fessor Titular, não é possível de ser atingida. A sua efetivação depende de regulamentação por parte do Conselho de Ensino, Pesquisa, Extensão e Adminis-tração – COEPEA.

Em reposta ao requerimento

da Aprofurg antes mencionado, a FURG informou através do ofício 324/Gab-FURG datado de 26/06/2014, que “a Comissão Permanente de Pessoal Docen-te – CPPD está encaminhando ao Conselho de Ensino, Pesquisa, Extensão e Administração – CO-EPEA nova regulamentação so-bre o assunto”.

Independentemente da regu-lamentação que está por vir, é possível afirmar que o professor

somente poderá se submeter a promoção se possuir o título de doutor, for aprovado em proces-so de avaliação de desempenho, e lograr aprovação de memorial que deverá considerar as ativida-des de ensino, pesquisa, exten-são, gestão acadêmica e produção profissional relevante, ou defesa de tese acadêmica inédita.

fuRG AInDA nÃO ReGuLAmenTOu PROmOçÃO A cLASSe De PROfeSSOR TITuLAR

A Helioterapia, que tem inúmeros benefícios comprovados, consiste em colocar-se sob expo-sição ao sol praticando alguns exercícios leves e relaxantes.

Entre seus múltiplos efeitos benéficos, pode-se enumerar:

Ativação das funções metabólicas, com um in-cremento do anabolismo (nascimento de célu-las) e da produção de vitamina D, fundamental para o fortalecimento dos ossos.

Estimula as glândulas endócrinas, em particu-lar a tireoide e as glândulas sexuais. Esta ação so-bre o sistema endócrino se converte numa ação efetiva para tratar enfermidades hormonais, tanto da tireoide quanto das alterações do ciclo menstrual.

Sobre o Sistema Nervoso, as radiações solares estimulam suas terminações periféricas, origi-nando reflexos reguladores sobre numerosos órgãos e glândulas, com decorrências reflexas gerais no organismo, com o aumento das fun-ções secretórias, circulatórias, metabólicas, pig-mentarias etc.

Há uma estimulação psíquica, já devidamente comprovada, daí ser considerado um poderoso antidepressivo e facilitador das funções intelec-tuais.

O aumento do dinamismo, da capacidade de trabalho, a sensação de tranquilidade, da vita-lidade e do entusiasmo geral também são carac-terísticos da ação da Helioterapia. Parte desses efeitos se deve à ação de um pigmento da retina, chamado criptocromo, que atua como regula-dor não só do ritmo circadiano, como também da temperatura corporal, da pressão arterial e da potência intelectual.

Os Neurotransmissores e os hormônios são in-fluenciados diretamente pela luz solar, que atua com ação reguladora sobre a melatonina, os hormônios da tireoide, o cortisol e as endorfi-

nas (que influenciam sobre o estado de ânimo e a sensação de prazer).

É excelente para os olhos. Não podemos es-quecer que sem a luz a visão não existe.

A ação cromoterapêutica do amanhecer é re-conhecida. Quando o azul profundo da noite dá lugar a uma ampla gama de cores, este espectro exerce uma influência direta sobre nossa pele e nossos olhos, como uma cromoterapia natural. (Na verdade esta ação desabrochadora acontece com toda a natureza). O organismo se revigora e o estado de ânimo - o astral - naturalmente fica mais alto.

como se realizaA Helioterapia pode ser realizada quando o

sol esquenta agradavelmente no inverno ou, enquanto ele não esquenta desagradavelmente no verão. Ou seja, para nós, dos trópicos, os ho-rários recomendados são no amanhecer, até 8h da manhã (horário normal) no verão. Também no final da tarde é possível de ser praticada, mas seus efeitos são menores.

Deve-se sentar ou deitar confortavelmente, alternando os olhos fechados (com a luz inci-dindo diretamente sobre as pálpebras) com os olhos abertos, olhando para a parte clara do céu azul. Exercícios vitalizantes e não extenuantes são também recomendados, como o Yoga, o Tai Chi, as caminhadas etc.

A respiração compassada e mais profunda é es-sencial, também pelo fato que no amanhecer as plantas absorvem mais gás carbônico da atmos-fera e produzem mais oxigênio. Nossas células cerebrais percebem isto e provocam reações em cadeia de liberação de neurotransmissores.

A atitude mental - a intencionalidade - ajuda bastante para potencializar os efeitos da ação solar. Práticas meditativas, pensamentos sobre situações agradáveis ou visualizações criativas

sobre a ação do sol sobre o organismo, trazem relaxamento e sensações de prazer.

É importante lembrar que a exposição ao sol deve ser sempre progressiva, começando por 10-15 minutos diários (para as pessoas de pele mais clara) e nunca ultrapassando os horários ditos saudáveis.

RecomendaçõesA Helioterapia, em essência, é a utilização da

radiação solar com fins terapêuticos. É reco-mendada em casos de astenia física e psíquica, reumatismo, psoríase, recuperação de fratu-ras, raquitismo, tratamento de queimaduras e icterícia neonatal. Pode também ser utilizada com fins preventivos, pois é comprovado que aumenta o rendimento e diminui a aparição de lesões esportivas, gripes e resfriados.

É claro que nesta terapia é necessário se con-siderar o meio ambiente em que é praticada. O clima de montanha é rico em radiações diretas e ultravioletas; à borda do mar predominam as radiações reflexas e as difusas, ambas também ricas em ultravioletas e pobres em infraverme-lhas. A atmosfera também interfere: quanto mais poluído o ar, mais dificuldades terão as radiações de chegar até nós de maneira pura e direta.

A Helioterapia pode ser praticada o ano todo, sendo que sua eficácia maior é no inverno, por ser o organismo mais receptivo e a atmosfera mais rica em radiações difusas. Praticá-la com constância constitui-se num dos hábitos mais saudáveis que se pode experimentar, tanto por sua ação preventiva quanto curativa. Incorpore um simples banho de sol matutino diariamente e você sentirá a diferença em sua vida.

Fonte: Dr. Pablo Saz, médico, autor de inúmeros livros. Trabalha como pesquisador e professor da Universidade de Zaragoza, Espanha.

Quando o sol é um aliado para nossa saúde