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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO – “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE POC – COMO PLANEJAMENTO CONTÁBIL Por : Renata Rodrigues Reis Orientadora Profª Mary Sue Pereira Rio de Janeiro 2006

POC

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TCC sobre POC

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  • UNIVERSIDADE CNDIDO MENDES

    PS-GRADUAO LATO SENSU

    PROJETO A VEZ DO MESTRE

    POC COMO PLANEJAMENTO CONTBIL

    Por : Renata Rodrigues Reis

    Orientadora

    Prof Mary Sue Pereira

    Rio de Janeiro

    2006

  • 2

    UNIVERSIDADE CNDIDO MENDES

    PS-GRADUAO LATO SENSU

    PROJETO A VEZ DO MESTRE

    POC COMO PLANEJAMENTO CONTBIL

    Apresentao de monografia Universidade

    Candido Mendes como requisito parcial para

    obteno do grau de especialista em Finanas e

    Gesto Corporativa.

    Por: . Renata Rodrigues Reis

  • 3

    AGRADECIMENTOS

    Aos meus pais e irms, que me

    auxiliaram nesta caminhada.

  • 4

    DEDICATRIA

    Dedico este trabalho minha me e

    minhas irms.

  • 5

    RESUMO

    Este trabalho tem como finalidade esclarecer e ajudar a pratica da

    Instruo Normativa 21/79 da Receita Federal que fala dos mtodos e aspectos da

    receita na Construo Civil.

    O presente trabalho apresenta os aspectos especficos que envolvem a

    atividade de Construo Civil que atuando pelo regime de empreitada global, ou seja, as

    diversas formas de cobrar os servios prestados e a responsabilidade pelos custos

    contratados.

    Essa constatao esta descrita na aplicao da IN 21/79 nos sub captulos

    6.11 e 6.12, a qual reconhece os resultados da entidade estudada utilizando ora o critrio

    do andamento da empreitada e ora com base nos custos incorridos.

    A Construo Civil atravs da IN 21/79, utiliza o critrio de Contrato de

    Curto Prazo e Longo Prazo para gerar sua receitas, esses mtodos sendo usados traz

    grandes vantagens as empresas, elas podero postergar o imposto IRPJ e a CSLL como

    tambm as contribuies para o Pis e Cofins quando utiliza o Contrato de Curto Prazo,

    uma vez que o fato gerador destas contribuies o reconhecimento da receita que s se

    dar no final do contrato, no caso do Contrato de Longo Prazo, ao utilizar a

    contabilizao com base na IN 21/79, as empresas obtm um grande vantagem

    financeira, pois a apurao dos resultados a cada perodo se manter uniforme e de

    acordo com o oramento projetado para o empreendimento, evitando desta forma o

    desembolso desnecessrio naquele perodo.

    A proposta a ser apresentada registra os custos como os efetivamente

    incorridos para a percepo da receita gerada, apresentando uma evoluo de seu ativo

    mais prximo do real, culminando em uma avaliao prudente do patrimnio liquido da

    entidade em conformidade com os Princpios Fundamentais de Contabilidade.

    Os princpios Fundamentais de Contabilidade no deixam de ser uma

    prtica legalista, mas padroniza as demonstraes contbeis a ponto de facilitar a

  • 6

    comparao do desempenho patrimonial desse segmento estudado com outros

    segmentos da economia, permitindo aos usurios das informaes contbeis opes em

    investir nesse ou em outro segmento da economia.

    O ideal seria que. Para essa e demais situaes, os registros contbeis e as

    formas de apresentar as demonstraes legais, sejam elaboradas em conformidade com

    os princpios fundamentais de contabilidade e teoria.

    O trabalho pretende, partindo das premissas da cincia contbil, estar

    colaborando com a melhor forma de avaliar e evidenciar o patrimnio da organizao

    em estudo, proporcionando um melhor entendimento, por parte da sociedade como um

    todo, das riquezas geradas pelas organizaes, contribuindo para o processo decisrio e

    sendo til as empresas do ramo de engenharia e construo civil ou outros segmentos

    semelhantes.

    O POC PERCENTAGE OF COMPLETION, esta representado com

    anexo ao longo do trabalho e tem como apresentao um estudo de caso para se torna

    mais esclarecedor, esse mtodo de forma geral essencial para as empresas de

    Construo Civil porque esclarece e orienta a forma mais linear que se pode trabalha

    com a receita faturada dos contratos de longo prazo como de curto prazo, e alocando os

    tributos da melhor forma, dando possibilidade da empresas se organizar financeiramente

    e economicamente.

  • 7

    METODOLOGIA

    Essa monografia foi feita atravs de um estudo de caso para se tornar mais

    esclarecedores e baseada em algumas referncias bibliogrficas conforme

    abaixo:

    CREPALDI. S. Aparecido. Curso Bsico de Contabilidade.

    LEONE G.SEBASTIO. Custos Planejamento, Implantao e Controle.

    HENDRIKSEN E. S. VAN BREDA, M.F. Teoria da Contabilidade, 5 ed. So

    Paulo: Atlas, 2002

    HIGUCHI, Hiromi, HIGUCHI, Celso Hiroyuki.. Imposto de Renda das

    Empresas. 26 ed. So Paulo: Atlas 2001

    IUDCIBUS, s. Martins e GELBCKE, E.R.. Manual de Contabilidade das

    Sociedades por Aes. 4 ed. So Paulo: Atlas 1995

  • 8

    SUMRIO

    INTRODUO 09

    CAPTULO I - Fundamentao Terica 12

    CAPTULO II - Especialidades do POC 31

    (Percentage Of Completion) na Atividade de Construo Civil

    CONCLUSO 46

    BIBLIOGRAFIA 49

    ANEXOS 50

    NDICE 55

    FOLHA DE AVALIAO 57

  • 9

    INTRODUO

    A contabilizao de empreendimentos contratados para

    construo por empreitada e ou de fornecimento de bens e servios que

    tenham com caracterstica o preo predeterminado envolve questes em que

    determina quando a receita deve ser contabilizada ou que momento deve ser

    apurado seu resultado.

    Atravs do POC - PERCENTAGE OF COMPLETION as

    empresas podero fazer um planejamento Contbil utilizando o mtodo de

    reconhecimento de receita, seja nos contratos de Curto Prazo ou de Longo

    Prazo, que possuem uma caracterstica especial, uma vez que existe uma

    contratao para o fornecimento de um bem ou servio cujo prazo foi

    predeterminado. Desta forma as empresas tero uma grande ferramenta para a

    Administrao dos tributos.

    Portanto, a escolha pela utilizao de um adequado Planejamento

    Contbil alm de refletir contabilmente o resultado projetado na poca da

    contratao do empreendimento, trar uma economia significativa para as

    empresas em termos de apurao de resultado fiscal e conseqentemente uns

    recolhimentos dos tributos mais justos para efeito gerenciam.

    Este mtodo tem a preferncia por no necessitar dos recursos

    humanos para obteno do laudo tcnico (medio da apropriao dos

    servios que foram executados no perodo), uma vez que os dados encontram-

    se a disposio no contrato e na planilha de custo orado. Onde no contrato

    com o cliente temos a figura dos servios contratada, ou seja, da receita total

    do empreendimento e na planilha de custo orado temos o custo estimado.

    A Secretria da Receita Federal atravs da Instruo Normativa

    n 21/79 estabeleceu a seguinte frmula para obter a receita acumulada e de

    cada perodo.

  • 10

    a) (preo total do contrato) x (custo incorrido at o perodo) : (custo orado) =

    (receita proporcional acumulada at o perodo base).

    b) (receita proporcional acumulada at o perodo) (receita proporcional

    acumulada anterior) = (receita do perodo base).

    c) (receita do perodo base) (custo incorrido no perodo base) = (resultado

    computvel na determinao do lucro lquido).

    A contabilizao dos custos incorridos nestes contratos, seja de

    construo ou de produo de bens, devero ser lanados nas contas de

    resultado do exerccio. As receitas de faturamento devero tambm ser

    lanadas nas devidas contas de resultado, porm aps aplicar a frmula acima,

    a empresa dever ajustar a receita contabilizada no prprio grupo de contas de

    resultado apurando assim a receita do perodo.

    O POC - PERCENTAGE OF COMPLETION aplicado

    corretamente ao longo do contrato com perodo determinado, e com seu

    oramento aprovado, se torna uma ferramenta de muita utilidade e proporciona

    a viso dos principais focos do contrato, porque ele tem como sua base

    principal o custo incorrido, e este custo incorrido j esta realizado atravs da

    movimentao mensal na contabilidade, portanto registradas fiscalmente,

    dando margem de segurana para as operaes de apurao da receita ao

    longo do contrato.

    O POC - PERCENTAGE OF COMPLETION sendo uma

    ferramenta que tem base segura para apurao da receita, nos deixa em

    duvida, a forma de apurao sobre a medio fsica (Laudo Tcnico), j que

    esse mtodo e frgil porque utiliza recursos humanos para fazer o

    levantamento fsico dos servios executados no contrato, onde o profissional

    faz o levantamento in loco, trazendo as informaes para serem utilizadas no

    laudo tcnico para aprovao.

    O objetivo deste trabalho demonstrar atravs da planilha POC -

    PERCENTAGE OF COMPLETION, apurao da receita de forma linear no

  • 11

    contrato, no deixando margens para distores, a forma de apurao da

    receita demonstrar atravs da planilha os focos mais importantes para o

    contrato, conforme itens abaixo:

    a) Preo Total do Contrato;

    b) Custos incorridos acumulados at o perodo base;

    c) Custo total orado;

    d) Receita Proporcional acumulada at o perodo base;

    e) Receita correspondente a este perodo base;

    f) Custos Incorridos correspondente a este perodo base;

    g) Resultado computvel na determinao do Lucro Lquido;

    h) Faturamento (valor faturado desde o incio do contrato at o ms);

    i) Ajuste IN 21/79

    A planilha POC PERCENTAGE OF COMPLETION uma tima

    ferramenta de gesto, pois atravs desses dados oferecidos acima teremos o

    contrato como um todo organizado e j contando com a sua rentabilidade bruta

    na prpria planilha.

    A delimitao do estudo envolve apurao de receita no mtodo

    POC PERCENTAGE OF COMPLETION atravs do custo incorrido e esse

    custo esta registrado na contabilidade ms a ms, enquanto que a medio

    fsica (Laudo Tcnico) envolve procedimentos que ocasionam duvidas nos

    fatos, esses procedimentos so ocorridos atravs de medio in loco e

    transformados na apurao da receita.

    A justificativa para o estudo necessria devido clareza e a

    simplicidade das operaes da planilha do POC PERCENTAGE OF

    COMPLETION, e servir para esclarecer junto as Empresas de Construo

    civil e Incorporaes necessidade de maior controle nas informaes e

    gesto dos contratos, objetivando a segurana empresarial da organizao.

  • 12

    CAPTULO I

    FUNDAMENTAO TERICA

    1.1 - Introduo Contabilidade

    A Contabilidade uma das cincias mais antigas do mundo.

    Existem diversos registros de que as civilizaes antigas j possuam um

    esboo de tcnicas contbeis. Em termos de registro histrico, importante

    destacar a obra Summa de arithmetica, geomtrica, proportioni et

    proportionalita, do Frei Paccioli, publicado em Veneza, em 1494 (pouco depois

    da inveno da imprensa; um dos primeiros impressos no mundo). Essa obra

    descreve, num de seus captulos, um mtodo empregado por mercadores de

    Veneza no controle de suas operaes, posteriormente denominado mtodo

    das partidas dobradas ou mtodo de Veneza.

    Nos sculos seguintes ao livro de Paccioli, a Contabilidade

    expandiu sua utilizao para instituies como a Igreja e o Estado e foi

    importante instrumento no desenvolvimento do capitalismo.

    Houve um tempo em que a contabilidade era assunto para

    contador! Criou-se at o mito de que contabilidade difcil. No entanto, todo

    executivo, seja ele financeiro ou no, lida continuamente com informaes

    contbeis. So balanos e demonstraes financeiras, oramento e anlises de

    projetos que exigem certo nvel mnimo de compreenso para discusses

    inteligentes e produtivas.

    A delimitao do campo de compreenso de uma cincia o seu

    objeto, tanto nas cincias formais quanto nas factuais, das quais fazem parte

    as cincias sociais. Na Cincia Contbil, o seu objeto de estudo o Patrimnio

  • 13

    das Entidades, definido como o conjunto de bens, direitos e de obrigaes para

    com terceiros, pertencente a uma pessoa fsica, a um conjunto de pessoas,

    como ocorre nas sociedades informais, ou a uma sociedade ou instituio de

    qualquer natureza, independentemente do seu intuito, que pode ser lucrativo

    ou no.

    A aplicao da Cincia Contbil universal, porm dever ser

    respeitada a caracterstica de cada Entidade de seu tipo de negcio por ela

    praticada.

    O objetivo cientfico da contabilidade manifesta-se na correta

    apresentao do patrimnio e na apreenso e anlise das causas das suas

    mutaes. J sob a tica pragmtica, a aplicao da contabilidade a uma

    Entidade particularizada busca prover os usurios com informaes sobre

    aspectos de natureza econmica, financeira e fsica do patrimnio da Entidade

    e suas mutaes.

    Portanto, a contabilidade a cincia que mensura, registra e

    controla as variaes da riqueza no tempo, quer de uma pessoa natural ou de

    uma pessoa jurdica, deixando claro que seu objeto principal o patrimnio.

    Contabilidade um instrumento da funo administrativa que tem

    como finalidade:

    x Controlar o patrimnio das entidades x Apurar o resultado das entidades x Prestar informaes sobre o patrimnio e sobre o resultado

    das entidades aos diversos usurios das informaes

    contbeis.

    Contabilidade pode ser definida de diversas formas. Numa viso

    geral, contabilidade uma cincia, uma disciplina, um ramo de conhecimento

    humano, uma profisso que tem por objeto o estudo dos fenmenos

    patrimoniais.

  • 14

    Contabilidade a cincia que estuda e controla o patrimnio das

    entidades, mediante o registro, a demonstrao expositiva e a interpretao

    dos fatos nele ocorridos, com fim de oferecer informaes sobre sua

    composio e variao, bem como sobre o resultado econmico decorrente da

    gesto da riqueza patrimonial.

    O campo de aplicao da contabilidade o das entidades

    econmico-administrativas, tambm chamadas de aziendas. So aquelas que,

    para atingirem seus objetivos, sejam eles econmicos ou sociais, utilizam bens

    patrimoniais e necessitam de um rgo administrativo, que pratica os atos de

    natureza econmica necessrios a seus fins.

    A contabilidade como cincia tem vasta aplicao para apurao

    de resultados, registro e interpretao destes, sendo utilizada por todas as

    entidades que desejam obter lucro ou no. H um sistema contbil especfico

    para cada tipo de informao que se pretenda obter.

    As principais reas de atuao so:

    x Contabilidade Fiscal x Contabilidade pblica x Contabilidade de Custos x Contabilidade Gerencial x Auditoria x Percia Contbil x Contabilidade Financeira x Anlise Econmico-Financeira x Avaliao de Projetos Alm das reas citadas, importante destacar algumas reas

    emergentes em que existe grande perspectiva de crescimento profissional.

    Essas reas podero vir a ser um grande campo de trabalho:

    x Contabilidade Atuarial x Contabilidade Ambiental

  • 15

    x Contabilidade Social x Contabilidade de Empresas Transacionais

    1.2 - Informao Contbil

    O principal objetivo da divulgao de informaes financeiras

    apoiar os acionistas e outros indivduos na tomada de decises financeiras,

    ajudando-os a predizer os fluxos de caixa da empresa.

    As informaes so teis, possuem relevncia e confiabilidade,

    devem garantir mais benefcio do que custos, serem de fcil compreenso e

    permitir comparaes.

    Outro aspecto da informao contbil de assegurar o controle

    patrimonial e fornecer as informaes sobre a composio e variaes

    patrimoniais, bem como o resultado das atividades econmicas desenvolvidas.

    Objetivos da contabilidade em trs abordagens fundamentais:

    x Abordagem Sinttica, que fixa-se no mtodo contbil como um instrumento para classificar, sumarizar e interpretar os

    resultados, de eventos de carter financeiros ocorridos, ou

    seja, como informar.

    x Abordagem Semntica, traz um enfoque de que a contabilidade deve informar o estoque e a variao de riqueza,

    ou seja, o que informar.

    x Abordagem Pragmtica, parte dos diferentes usurios e suas necessidades na discusso dos objetivos da contabilidade,

    concluindo que podem existir relatrios contbeis para fins

    especficos (para cada usurio ou grupo de usurios) e

    relatrios que tenham finalidades genricas, pressupondo-se

    que usurios significativamente numerosos demandam

  • 16

    informaes semelhantes, assim o objetivo consiste em que os

    relatrios contbeis devem conter informaes de modo a

    atender as necessidades do maior numero possvel de

    usurios. Poderia ser dito, a quem informar.

    1.3 - Atributos da Informao Contbil

    A informao contbil deve apresentar caracterstica de confiana

    e ser justa, de forma a atender um grande numero de usurios, sem privilegiar

    em hiptese alguma, deliberadamente a nenhum dos usurios, considerando

    que os interesses desses nem sempre so convergentes.

    Para materializar essas caractersticas, que devem estar contidas

    nas demonstraes contbeis, e que estejam cobertas da veracidade exigida,

    no contenham erros ou vis, compreendendo todos os elementos relevantes e

    expressivos, sobre o que se almejar divulgar, e que sua denominao esteja de

    acordo com o que se divulgar.

    A tempestividade requer que a informao chegue ao usurio em

    tempo hbil, para que seja utilizada para o seu fim, mantendo sempre a sua

    periodicidade de divulgao, quando houver mudana em sua periodicidade, os

    fatos e as razes devem ser divulgados com a prpria informao.

    Sobre a tempestividade da informao, conclui-se que mesmo se

    a informao estiver em conformidade com os princpios fundamentais de

    Contabilidade, no conter erros ou vis, e no for informada em tempo hbil,

    no ter tanta utilidade para o usurio devido essa informao ter uma

    natureza esttica.

    A compreensibilidade estabelece que a informao seja exposta

    de forma mais inteligvel ou usurio, presumindo que ao usurio possua

  • 17

    conhecimentos suficientes de Contabilidade e dos negcios e atividades da

    Entidade.

    A Compreensibilidade diz respeito clareza e objetividade com

    que a informao contbil divulgada, entende-se por isso a utilizao de

    todos os recursos para representao, a organizao especial, mtodos de

    redao, esttica e ect.

    A informao contbil precisa ser compreensiva, isto completa,

    e retratar todos os aspectos contbeis de determinada operao ou conjunto

    de eventos ou operaes.

    Mesmo que haja eventual dificuldade de compreenso das

    informaes contbeis, por parte do usurio, no ser motivo para a sua no

    divulgao.

    Para que haja compreenso da informao contbil, faz

    necessria a expresso em idioma nacional, sendo admitido a utilizao do

    idioma estrangeiro, quando da inexistncia de palavra com definio igual da

    lngua portuguesa.

    Para que os usurios verifiquem nos demonstrativos contbeis de

    uma entidade, e identifiquem a tendncia de sua situao patrimonial e

    financeira, que se faz necessria comparao dos demonstrativos atravs

    dos anos.

    A comparabilidade no diz respeito apenas a comparar as

    demonstraes no decorrer do tempo, mas tambm, o seu desempenho

    patrimonial e financeiro em relao s diferentes entidades.

  • 18

    1.4 - Princpios Fundamentais de Contabilidade Geralmente

    Aceitos

    Princpios de Contabilidade so as normas que proporcionam

    interpretao uniforme das demonstraes contbeis.

    So os conceitos bsicos que constituem a parte central que deve

    guiar o contabilista na consecuo dos objetivos da Contabilidade, ou seja,

    apresentar a informao de forma estruturada para os usurios para tomada de

    deciso.

    Princpios Fundamentais de Contabilidade significam, ento, as

    regras em que se assenta toda a estrutura terica para escriturao e analise

    contbil.

    A aplicao dos Princpios Fundamentais de Contabilidade h

    situao palpvel, do mundo real, na qual a essncia da transao das

    entidades, deve sempre imperar aos aspectos formais.

    E sobre esse mais novo principio, Iudcibus diz que a finalidade da

    informao contbil de representar com fidelidade as transaes e outros

    acontecimentos, ou seja, as informaes devem espelhar a substncia da

    realidade econmica e no meramente a sua forma legal.

    Para melhor entendimento, do propsito dos Princpios

    Fundamentais de Contabilidade, so classificados em trs conjuntos bsicos, a

    saber:

    x Postulados ambientais da contabilidade x Princpios contbeis propriamente ditos x Restries aos princpios fundamentais Como o objetivo desse trabalho a mensurao da receita e

    despesas em uma organizao que atua no ramo de construo e engenharia

    civil, os princpios contbeis abordados sero os da realizao da receita e

    despesa e o regime de competncia.

  • 19

    1.4.1 - Realizao da Receita

    Em conformidade com este princpio, receita considerada

    realizada no momento em que a venda de bens e direitos da Entidade, o termo

    bem deve ser o mais abrangente em sua definio, considerando,

    mercadorias, produtos (insumos) servios, equipamentos e imveis, com a

    transferncia de sua propriedade para terceiros, efetuando o pagamento em

    espcie ou assumindo o compromisso de fazer.

    A receita considerada realizada e, portanto, passvel de registro

    pela contabilidade, quando produtos ou servios produzidos ou prestados pela

    Entidade so transferidos para outra Entidade ou pessoa fsica com anuncia

    desta e mediante pagamento ou compromisso de pagamento especificando

    perante a Entidade produtora.

    Analisando o enunciado pode-se concluir que as receitas so

    geradas, portanto, passveis de reconhecimento quando houver transaes

    com terceiros.

    A receita de servios deve ser reconhecida de forma proporcional

    aos servios efetivamente prestados.

    Na produo sob encomenda, na qual a execuo de longo

    prazo, surge a dvida se devemos esperar a transferncia do produto no final

    da produo ao cliente para reconhecer a receita, ou se seria apropriado

    reconhecer a receita proporcional, segundo dois critrios a ser estabelecidos

    pela Entidade.

    Critrios a serem estabelecidos:

    x s etapas fsicas de construo complementadas (grau de acabamento)

    x Aos custos incorridos no perodo de apurao.

  • 20

    Para Iudcibus, em termos conceituais, para que a receita possa

    ser reconhecida e ser passvel de registro nos livros prprios da entidade,

    dever satisfazer quatro condies:

    x A transferncia do bem ou servio normalmente se concretiza quando o esforo para obter a receita j foi desenvolvido;

    x Nesse ponto, configura-se com mais objetividade e exatido o valor de mercado (transao) transferncia;

    x No mesmo ponto j se conhecem todos os custos de produo do produto ou servios transferidos (e que pela transferncia,

    se tornam em despesa) e outras despesas ou dedues da

    receita diretamente associveis ao produto ou servio, tais

    como: comisses sobre a venda, despesas com consertos ou

    reformas parciais decorrentes de garantias concedidas.

    x Mas, de qualquer forma, necessrio ainda verificar se est recebendo em troca dinheiro ou direitos com boa garantia de

    efetivo recebimento ou, em ltima instncia, ativos com valor

    de mercado amplamente reconhecido e realizvel.

    1.4.2 - Reconhecimento das Despesas

    As despesas, na maioria das vezes, representam consumo de

    ativos, que tanto podem ter sido pagos em perodos passados, no prprio

    perodo, ao ainda virem a ser pagos no futuro. De outra parte, no necessrio

    que o desaparecimento do ativo seja total, pois muitas vezes o consumo

    somente parcial.

    Toda despesa diretamente delinevel com as receitas

    reconhecidas em determinado perodo, com as mesmas dever ser

    confrontada: os consumos ou sacrifcios de ativos (atuais ou futuros),

  • 21

    realizados em determinado perodo e que no puderem ser associados

    receita do perodo nem dos perodos futuros, devero ser descarregados

    como despesas do perodo em que ocorrem.

    A concluso a que se chega, refletindo sobre o enunciado, que

    a despesa diretamente relacionada a uma receita, ser reconhecida no

    momento em que essa for gerada, e as despesas e ou sacrifcios de ativos que

    no for possvel verificar essa associao, com as receitas do perodo e nem

    dos perodos futuros, devero ser reconhecidas no tempo em que ocorrem.

    1.4.3 - Regime de Competncia

    As receitas e as despesas devem ser includas na apurao do

    resultado do perodo em que ocorrerem, sempre simultaneamente quando se

    correlacionarem, independentemente de recebimento ou pagamento

    1.5 - Receita e Ganhos

    A natureza, a magnitude e o momento de ocorrncia das receitas

    constituem problemas fascinantes na teoria da contabilidade. Na prtica,

    definies de receita so comumente associadas a procedimentos contbeis

    especficos, certos tipos de variao de valor, e regras presumidas ou

    implcitas de determinao do momento no qual uma receita deve ser

    registrada. Essa prtica transforma a separao entre uma definio de

    momento de ocorrncia numa tarefa bastante difcil.

  • 22

    1.5.1 - Natureza de uma Receita

    Em seu nvel mais fundamental, receita um aumento de lucro.

    Tal como o lucro, trata-se de um fluxo a criao de bens ou servios por um

    empresa durante um perodo. Paton e littlefield chamavam essa criao de

    bens e servios de produto da empresa. Note-se que a definio de receita

    como produto da empresa no determina a magnitude ou o momento em que a

    receita deve ser reconhecida.

    As regras gerais de reconhecimento das receitas em

    contabilidade dizem que o item deve corresponder definio do elemento a

    ser mensurvel, relevante e confivel. No presente contexto, um item deve ser

    reconhecido como receita de uma empresa quando parte do produto da

    organizao, quando pode ser medido, quando possui valor produtivo ou valor

    como feedback, e quando pode ser verificado com preciso. O FASB deu

    sugestes especificas para o reconhecimento de receitas. Uma receita no

    deve ser reconhecida at que seja:

    A Obtida.

    B Realizada ou realizvel

    Dado que a receita uma parte do lucro, as regras de

    reconhecimento de receitas fazem parte das regras de reconhecimento do

    lucro. A determinao de quando foi obtida e realizada essencial, portanto,

    para o entendimento de quando o lucro de ser reconhecido.

    A receita e o valor monetrio em um determinado perodo, da

    produo de bens e servios da entidade, em sentido amplo, provocando

    acrscimo no patrimnio liquido e simultaneamente aumentando o ativo, a

    receita, portanto, constituem a recuperao do custo, como produto da

    atividade econmica, do ponto de vista econmico, a obteno de resultado

    um processo continuo, as receitas deve ser reconhecidas continuamente ao

  • 23

    longo do ciclo operacional, sendo o mtodo da porcentagem de acabamento

    um exemplo no qual isto ocorre na prtica.

    A partir dessas consideraes pode-se dimensionar as

    caractersticas bsicas da receita:

    x Estar ligada produo de bens e servios em seu sentido amplo;

    x Embora possa ser perfeitamente estimada pela entidade, seu valor final dever ser validado pelo mercado;

    x Embora se reconhea que o sacrifcio para produzir receita provoca direta ou indiretamente, despesa (diminuio do ativo

    e do patrimnio liquido), no subordina o tempo, o

    reconhecimento da receita ao lanamento da despesa. Tal

    como o termo receita, o termo despesa tambm um conceito

    de fluxo. Porm, as despesas representam, as modificaes

    negativas dos recursos da empresa, ou seja, so as dedues

    de lucro, o fato gerador da despesa o esforo continuo em

    produzir receita, j que despesas e conseqncia de receita e

    vise versa.

    Aceitando-se a definio ampla de receita como produto da

    empresa, ento uma despesa deve ser encarada como custo incorrido para

    gerar tal receita.

    A expresso ganho representa um resultado lquido favorvel

    resultante de transaes ou eventos no relacionados s operaes normais

    do empreendimento sendo o momento de seu reconhecimento o mesmo da

    receita.

  • 24

    1.6 - Despesas e Perdas

    Tal como o termo receita, o termo despesas tambm um

    conceito de fluxo. As despesas, porm, representam as variaes

    desfavorveis dos recursos da empresa, ou seja, so as redues de lucro.

    Entretanto, nem todas as variaes desfavorveis de recursos so despesas.

    Definidas mais precisamente, as despesas constituem o uso ou consumo de

    bens e servios no processo de obteno de receitas. Os economistas falam

    do trabalho, das matrias-primas e do capital que so incorporados aos bens e

    servios como fatores de produo. As despesas indicam o gasto de servios

    de fatores relacionados direta e indiretamente produo e venda do produto

    da empresa.

    Todos os comentrios anteriores a respeito da definio de

    receita aplicam-se igualmente definio de despesas. Por exemplo,

    verdade que as despesas reduzem o patrimnio dos acionistas, e que as

    despesas so comumente definidas nesse contexto. No obstante, no

    soluo satisfatria definir um elemento em termos de outro que , por sua vez,

    indefinido. As despesas, portanto, tal como as receitas, no devem ser

    definidas somente em termos de seu efeito sobre o patrimnio dos acionistas.

    De maneira anloga, as despesas no devem ser definidas em

    termos de vencimento ou locaes de custos. Esses termos so simplesmente

    descries do modelo estrutural de mensurao do lucro contbil; no refletem

    fatos observados no mundo real. Tal como a de receita, a definio de despesa

    no deve ser confundida com a avaliao das despesas. Esses so problemas

    distintos. As despesas so medidas pela avaliao dos bens ou servios

    usados ou consumidos, mas essa mensurao no as define.

    Finalmente, as mesmas crticas podem ser feitas, definio de

    despesas pela FASB, que foram feitas a sua definio de receita. Tal definio

    concentra-se no fluxo de sada de ativos da empresa para pagamento pela

  • 25

    aquisio de fatores de produo. Isto se choca com outras definies de

    despesa que enfatizam a entrada de fatores na empresa para permitir a

    realizao do processo de produo.

    A expresso perda pode ser tratada como o inverso de ganho,

    sendo o efeito lquido desfavorvel que no surge das operaes normais do

    empreendimento.

    O ganho, portanto, no pode ser assemelhado a receita, bem

    como a perda no pode ser assemelhada as despesas.

    1.7 - Classificaes de Custos

    A contabilidade de custos projeta e opera sistemas de custos,

    determina os custos por departamentos, por funo, por centro de

    responsabilidades, por atividades, por produtos, por territrios, por perodos e

    por outros segmentos, faz a estimao de custo, estabelece padres, manipula

    custos histricos, compara custos de diferentes perodos, compara custos reais

    com custos calculados, determina custos de alternativas, interpreta e apresenta

    informaes de custos com um auxlio a gerncia no controle de operaes

    correntes e futuras.

    Uma definio representativa, porm limitada, afirma que a

    contabilidade de custos um conjunto de procedimentos empregados para a

    determinao do custo de um produto e das vrias atividades relacionadas a

    sua fabricao e venda e para auxiliar o planejamento e a mensurao de

    desempenho.

    A contabilidade de custo um ramo da funo financeira que

    coleta, acumula, organiza, analisa, interpreta e informa os custos dos produtos,

    dos servios, dos estoques, dos componentes operacionais e administrativos,

    dos planos operacionais, dos programas, das atividades especiais e dos

  • 26

    segmentos de distribuio para determinar a rentabilidade e avaliar o

    patrimnio da empresa, para controlar os prprios custos e as operaes e

    apara auxiliar o administrador no processo de planejamento e tomada de

    decises.

    Para Eliseu Martins, custo um gasto relativo bem ou servio

    utilizado na produo de outros bens e servios, e acrescenta que O custo

    tambm um gasto, s que reconhecido com tal, isto , como custo, no

    momento da utilizao dos fatores de produo (bens e servios) para a

    fabricao de um produto ou execuo de um servio.

    Existem vrios tipos de custos, tantos quantos forem a

    necessidades gerenciais. O contador de custos estabelece e prepara tipos de

    custos diferentes que vo atender s diferentes finalidades da administrao.

    Essas afirmaes nada mais so do que a constatao da veracidade do

    conceito moderno de custos segundo o qual existem custos diferentes para

    atender finalidades diferentes. Alguns tipos de custos so conhecidos e sua

    determinao pela Contabilidade uma atividade repetitiva corrente. Outros

    tipos somente so levantados ou estabelecidos medida que a Administrao

    necessita deles.

    Por esses motivos que infelizmente no h uniformidade quanto

    ao uso dos termos tcnicos, dos conceitos de custos. Autores diferentes em

    seus estudos e diferentes especialistas, na prtica, usam os termos de modo

    diferente. muito importante que o contador de custos se certifique de que

    tanto ele quanto o pessoal que vai usar as informaes de custos estejam de

    acordo com a nomenclatura, com os tipos de custos e com o mesmo

    significado.

  • 27

    x Custos Diretos e Indiretos

    A classificao dos custos da empresa, dos produtos, das

    operaes, enfim, do objeto que est sendo examinado e analisado, em diretos

    e indiretos destina-se a fornecer informaes para a determinao do montante

    mais real do custo desse objeto. Bem como para o controle dos custos dos

    centros de responsabilidade e, de modo geral, de todos os segmentos que

    tiveram seus custos identificados e acumulados. Em resumo, o que se quer

    dizer que a diferenciao entre custo de qualquer objeto, para a verificao

    da rentabilidade e da eficincia das vrias atividades da empresa.

    Todo o item de custo que identificado naturalmente ao objeto do

    custeio denominado de custo direto.

    Por outro lado, todo o item de custo que precisa de um parmetro

    para ser identificado e debitado ao produto ou objeto do custeio considerado

    um custo indireto.

    Portanto, somente poderemos afirmar que um custo direto ou

    indireto, quando relacionamos essas idias ao objeto que est sendo custeado.

    Adicionalmente, o custo s direto quando para trabalho de sua identificao

    ao objeto do custeio, no necessrio o emprego de nenhum recurso, de

    nenhuma medida de consumo e de nenhum parmetro.

    Todos os custos da empresa so classificados e dois grandes

    grupos: diretos e indiretos. As palavras direto e indireto possuem uma idia

    relativa. Essa dicotomia depende do objeto que se deseja custear. Em nosso

    caso, a administrao deseja apurar os custos de suas obras, sejam estas

    produtivas ou no produtivas.

    1 Custos diretos. So todos os custos que se consegue identificar

    com as obras, do modo mais econmico e lgico.

    2 Custos Indiretos. So todos os outros custos que dependem do

    emprego de recursos de taxas de rateio, de parmetros para o dbito s obras.

  • 28

    x Custos Imputados

    So custos que no aparecem nas demonstraes contbeis

    convencionais, isto , no esto registrados na Contabilidade tradicional. So

    custos assumidos, decorrentes da medida do valor de uso de um recurso. Os

    custos imputados no envolvem desembolsos de caixa. Eles constam de

    estudos comparativos de custos quando h a necessidade de se tomar uma

    deciso ou de se proceder a planejamento e projetos. Exemplos de custos

    imputados: custo do capital social aplicado s operaes, aluguel de

    instalaes prprias e salrios dos proprietrios da empresa.

    x Custos Funcionais

    Custos funcionais so os custos identificados com as diversas

    funes da Empresa. Podemos dividi-los em custos operacionais e no

    operacionais. Esses tipos de custos constituem o resultado do emprego do

    custeio pela responsabilidade.

    Os custos funcionais so aqueles custos apresentados nas

    Demonstraes de Resultado logo abaixo do Resultado Bruto (Lucro Bruto).

    So referentes aos custos de vrias funes: os custos de administrao, os

    custos comerciais, os custos financeiros e os custos tributveis. Essa na

    realidade a classificao secundaria dos custos.

    x Custos Estimados

    Os custos estimados so custos predeterminados e se destinam a

    resolver certos problemas de controle e planejamento em situaes especiais.

  • 29

    Os custos estimados so preparados para determinadas operaes, levando-

    se em conta o preceito contbil geralmente aceito da relevncia.

    Os custos constantes dos projetos de viabilidade econmica so

    sempre custos estimados. Tambm os oramentos de produtos preparados

    pelas empresas que trabalham dentro do regime de produo por encomenda,

    sejam fabricantes ou firmas de prestao de servios, so constitudos por

    custos estimados. Os oramentos empresariais, do mesmo modo, tm receitas,

    despesas e custos estimados.

    Quando a empresa pretende realizar alguma operao ou

    atividade e deseja prever sua rentabilidade ou a relao custo-benefcio,

    solicita ao contador de custos a estimao dos custos relacionados. Suponha

    que a empresa esteja querendo realizar uma grande promoo de vendas.

    Certamente os especialistas do Departamento Comercial faro as previses do

    trabalho, das dificuldades, dos eventos e das fases de execuo, definindo as

    quantidades e os paramentos relacionados. Nesse momento articula-se com o

    pessoal da Controladoria ou do Departamento de Finanas, para a estimao

    das possveis receitas e dos gastos. Esses gastos sero definidos como custos

    estimados.

    x Custo-Padro

    Os Custos-Padro so custos pr-determinados. Entretanto,

    diferentemente dos custos estimados e apesar de servirem para o controle,

    planejamento e tomada de decises, so calculados com base nos parmetros

    operacionais.

    Os Custos-Padro so aplicados sobre tudo em operaes

    repetitivas, quando os parmetros ou indicadores fsicos esto perfeitamente

    definidos e quando os custos mantm uma relao ntima com a variabilidade

    daqueles dados quantitativos.

  • 30

    Fica muito mais fcil aplicar Custos-padro em fbricas que

    realizam a produo em srie. As prprias operaes, nesses casos,

    encontram-se padronizadas pela sua prpria natureza. Em empresas de

    prestao de servios, cujas atividades sejam realizadas respectivamente, a

    aplicao dos Custos-Padro no difcil, uma vez que os indicadores ou as

    relaes de produtividade, desempenho e rendimento j esto definidos.

    Observa-se, no entanto, que nem todos os tipos de custos sero

    padronizados. Depender sempre da relao estreita e bem-definida entre o

    comportamento do custo e algum parmetro operacional padronizado. Por isso

    os custos de material direto e mo-de-obra direta (nesses casos tambm os

    custos variveis) ou outro tipo qualquer, que seja definido como direto, sero

    aqueles tratados como Custos-Padro.

    x Custos histricos

    Os custos histricos so os custos registrados contabilmente. So

    aos custos realmente incorridos. Em outras palavras, so os custos objetivos,

    porque no sofrem nenhuma influncia de julgamentos subjetivos. De acordo

    com o preceito contbil geralmente aceito do custo histrico, a Contabilidade

    somente considera os custos que constam de documentos hbeis e cujos

    valores foram determinados com objetividade.

  • 31

    CAPTULO II

    ESPECIALIDADES DO POC (PERCENTAGEM OF

    COMPLETION) NA ATIVIDADE DE CONSTRUO

    CIVIL

    As empresas do ramo de construo e engenharia civil, por

    executar atividades de longo prazo, e quando se pretende mensurar e

    demonstrar os resultados obtidos depara-se com a dvida, pois seu ciclo

    operacional no coincide com o ano civil, causando divergncia quanto ao

    momento do reconhecimento do seu resultado.

    Nas obras sob o regime de empreitada, as empresas de

    engenharia e construo civil assumem os custos de execuo e cobram de

    seus clientes sob as seguintes formas.

    x Medio dos servios realizados tendo em vista o progresso fsico da obra;

    x De acordo com o cronograma fsico e financeiro contratado com o cliente, sendo que na apurao do resultado do

    exerccio computado como custo das obras sob empreitada

    o custo de construo incorrido no exerccio, enquanto que a

    receita ser reconhecida segundo um dos seguintes critrios:

    1 relao entre custos incorridos no perodo e o custo

    total estimado da execuo da empreitada, aplicando-

    se o percentual encontrado sobre o valor contratado;

    2 pela medio do progresso fsico da obra, cuja

    porcentagem deve ser aplicada sobre o valor

    contratado.

  • 32

    O contrato tem a opo pelo critrio de avaliao de andamento

    exercida em relao a cada contrato, mas o critrio escolhido dever ser

    praticado uniformemente durante toda a execuo do contrato.

    A sistemtica para apurao dos resultados de servios de longo

    e curto prazo est prevista nos artigos 407 a 409 do Decreto 3000 de 1999.

    Os resultados de contratos de construo por empreitada ou de

    fornecimento de bens e servios, com prazo de execuo superior a um ano,

    devero ser apurados em cada perodo base. Os resultados sero apurados

    pela diferena entre a receita estimada para o perodo-base e o custo

    efetivamente incorrido no mesmo perodo.

    Isto , as receitas devero ser reconhecidas em cada perodo

    base, independentemente de seu recebimento ou faturamento, a partir da

    receita total estimada.

    E nos casos de contrato de produo de curto prazo o mesmo

    Decreto estabelece:

    O disposto no artigo anterior no se aplica s construes ou

    fornecimentos ou contratados com base em preo unitrio de quantidades e

    bens ou servios produzidos em prazo inferior a um ano, cujo resultado dever

    ser reconhecido medida da execuo.

    Significando que nos casos de execuo das obras com prazo de

    durao inferior a um ano, quando o objeto do contrato estiver relacionado a

    unidades terminadas, deve ser controlado o custo alocado a cada unidade e

    somente reconhecer a receita quando a unidade for completada, sendo assim

    irrelevante que a execuo da empreitada inicie em um exerccio e venha ser

    concludo em outro exerccio.

    A legislao prev que, nos contratos de empreitadas firmadas

    com pessoa jurdica de direito pblico, ou empresa sob o controle, entidades

    pblicas, sociedades de economia mista ou suas subsidirias, as empresas de

    engenharia e construo civil, podero diferir a tributao do lucro apurado,

  • 33

    relativamente parcela da receita ainda no realizada financeiramente, no livro

    de apurao do lucro real (Lalur).

    Percebe-se que a legislao fiscal faz uma composio entre o

    regime de competncia e o caixa, nos casos em que haja a contratao com

    rgos pblicos e suas controladas e etc. prevendo que as receitas ainda no

    recebidas devero ser ajustadas em livro prprio, no caso o LALUR, no

    incluindo a apurao do lucro para efeito de tributao, o que ocorrer somente

    no momento da realizao financeira.

    2.1 - Contrato de Longo Prazo

    A contabilizao de empreendimentos contratados para

    construo por empreitada e ou de fornecimento de bens e servios que

    tenham como caracterstica o preo predeterminado envolve questes em que

    determina quando a receita deve ser contabilizada ou que momento deve ser

    apurado seu resultado.

    Considerando que toda contratao, preliminarmente, exige um

    oramento composto de uma planilha de custos e de formao do preo de

    venda, assim como os prazos e datas para o incio e a concluso do

    empreendimento. E ainda estabelecido em contrato o prazo de execuo e o

    preo de venda, predeterminado.

    Considerando ainda que este oramento deve ser acompanhado

    para que mantenha o resultado projetado. Existindo a necessidade de confiar

    nestes dados oramentrios de estimativa de receitas, custos em andamento, e

    o reconhecimento do resultado que poder eventualmente apresentar

    variaes de lucro ou prejuzo em determinado perodo.

    Para que no exista desvio do resultado projetado, nem embarao

    na programao financeira da empresa, dever o administrador acompanhar

  • 34

    no s os custos dos diversos insumos como matria prima e mo de obra,

    como tambm os desvios causados pelos tributos.

    Com o objetivo de administrar os recolhimentos dos tributos sem

    que haja desembolso a maior ou a menor em determinado perodo, foi

    desenvolvido este trabalho que demonstra as possibilidades da empresa

    atendendo a legislao fiscal e aos princpios contbeis.

    Neste captulo vamos abordar os contratos de longo prazo para

    fornecimento de bens ou servios com preo predeterminado, em que a receita

    dever ser auferida a cada perodo base segundo o progresso de sua

    execuo. Como j foi dito anteriormente, esse progresso pode ser medido por

    dois mtodos. O primeiro seria medir o andamento fsico do empreendimento

    atravs de laudo tcnico de medio subscrito por um ou mais profissionais,

    com ou sem vinculo empregatcio com a empresa, habilitados na rea

    especifica de conhecimento. A outra opo, a percentagem que o custo

    incorrido no perodo-base representa sobre o custo total orado ou estimado,

    reajustado que a mais utilizada, se d obtendo uma relao proporcional

    entre os custos incorridos e o orado.

    Este mtodo tem a preferncia por no necessitar do recurso de

    terceiros para obteno do laudo tcnico, uma vez que os dados encontram-se

    a disposio no contrato e na planilha de custo orado. Onde no contrato com

    o cliente temos a figura do preo de venda, ou seja, da receita total do

    empreendimento e na planilha de custo orado temos o custo estimado.

    De posse desses dados, pode-se encontrar ento a margem de

    lucro projetada, e aplicando esta margem sobre o custo incorrido

    encontraremos a receita de cada perodo.

    A Secretaria da Receita Federal atravs da Instruo Normativa

    n 21/79 estabeleceu a seguinte frmula para obter a receita acumulada e de

    cada perodo.

  • 35

    1 (preo total do contrato) x (custo incorrido at o perodo) :

    (custo orado) = (receita proporcional acumulada at o

    perodo base);

    2 (receita proporcional acumulada at o perodo) (receita

    proporcional acumulada anterior) = (receita do perodo

    base);

    3 (receita do perodo base) (custo incorrido no perodo base) =

    (resultado computvel na determinao do lucro lquido).

    A contabilizao dos custos incorridos nestes contratos, seja de

    construo ou de produo de bens, devero ser lanados nas contas de

    resultado do exerccio. As receitas de faturamento devero tambm ser

    lanadas nas devidas contas de resultado, porm aps aplicar a frmula acima,

    a empresa dever ajustar a receita contabilizada no prprio grupo de contas de

    resultado apurando assim a receita do perodo.

    O contrato tem a opo pelo critrio de avaliao de andamento

    exercida em relao a cada contrato, mas o critrio escolhido dever ser

    praticado uniformemente durante toda a execuo do contrato.

    Os contratos de longo prazo esto definidos pela IN 21/79 da

    Receita Federal, e menciona que o prazo no pode ser menor que 12 meses, o

    anexo I fala dessas informaes que so teis e importantes. O contrato tem

    seu oramento inicial no momento da assinatura com o cliente publico ou

    privado, sem oramento no tem finalidade alguma, e sabemos que a

    finalidade de um bom oramento o retorno que possa trazer para a empresa,

    devido a informaes obtidas na planilha, toda a empresa tem como finalidade

    o lucro, esse lucro tem que ser bem planejado e organizado, para isso a

    planilha do POC PORCENTAGE OF COMPLETION nos trs a viso do

    contrato como um todo.

    Para montagem da planilha do POC PERCENTAGE OF

    COMPLETION usaremos a receita contratada e o oramento apresentado para

  • 36

    o cliente, que em modo geral so os documentos oficiais do contrato, a receita

    contratada s poder ser alterada com aditivos somados ao contrato ou

    reajuste contratual que est especificado em clusula de contrato. Podemos

    dizer que a receita est de modo geral sustentada por documentos oficiais que

    do respaldo a apurao do fisco, sem dar margens manipulao; com

    relao ao oramento, o mesmo pode ser alterado conforme a necessidade do

    contrato pois conforme o andamento do projeto existe alteraes significativas

    que podero mudar o rumo do mesmo e a rentabilidade sendo assim alterado

    a apurao dos imposto.

    O anexo I representado pela planilha de oramento que nos trs

    as informaes da receita, dedues de impostos, custo incorrido, lucro

    operacional, apurao IRPJ e CSLL, Lucro Liquido e Margem de Lucro

    Operacional, essa planilha foi elaborada para analise de um projeto em

    Construo civil, esses dados sero utilizado para a apurao do POC

    PERCENTAGE OF COMPLETION, com isso temos um oramento de um

    projeto que se classifica de Longo Prazo porque tem a data de inicio em

    01/09/2001 e trmino 31/12/2002 tendo um total de 16 meses, nesse

    oramento temos os dados necessrios para o preenchimento da planilha que

    so:

    - Total da Receita

    - Total do custo

    Anexo II tem como apresentao a planilha de POC

    PERCENTAGE OF COMPLETION, que traz os dados conforme a IN 21/79 da

    Receita Federal, esses dados que definem esse trabalho, atravs dos

    dados apurados pela planilha que teremos a receita proporcional ou

    reconhecida a cada perodo e essa receita calculada somente quando for

    lanada o custo incorrido do perodo, para aprofundarmos mais sobre o

    assunto precisamos comentar cada item para melhor clareza.

  • 37

    O item I da planilha trata do preo total do contrato (inclusive

    aditivos e reajustes contratuais), a principio na construo civil todo contrato

    vem com preo fechado, devido a licitao de concorrncia publicas ou

    privadas, por isso o preo do contrato j esta reconhecido em sua clausula

    como preo principal, esse valor ser lanado no item I, coluna (at o ms),

    essa coluna s ter alteraes quando houver aditivos e reajuste contratuais,

    eles sero somados ao principal.

    O item II da planilha fala sobre o custo incorrido acumulado at o

    perodo base (desde o incio do contrato at o ms), essa coluna nos informa o

    custo incorrido operacional acumulado at o ms.

    O item III da planilha fala do custo total orado, esse valores

    sero encontrados na planilha de oramento adotado pelo contrato, que ser o

    total do custo operacional do contrato, onde podemos concluir a rentabilidade

    bruta do contrato, devido aos dois itens principais para execuo da planilha.

    O item IV da planilha fala sobre a receita proporcional acumulada

    at o perodo base, essa receita e estimada pela planilha atravs da

    rentabilidade do contrato, ou seja, ela calcula mensalmente a receita

    proporcional e faz o comparativo com o faturamento para criar o ajuste da

    diferena entre as mesmas e ajustar no ativo ou o passivo, em contra partida

    criando a receita ou at estornando a receita, onde podemos falar sobre os

    impostos que influenciam na receita, com esse mtodo os imposto so

    calculados conforme as alteraes sofridas pela receita, podendo a ser positivo

    ou negativo a tributao do ms.

    O item V da planilha fala sobre a receita correspondente a este

    perodo base, essa receita e o acumulado no perodo do exerccio.

    O item VI da planilha fala sobre custo incorrido correspondente a

    este perodo base, esse valor e o acumulado do ano.

  • 38

    O item VII da planilha fala sobre o resultado Computvel na

    determinao do lucro liquido, atravs dessa leitura teremos a resultado

    operacional do contrato acumulado at a data para analise.

    O item VIII da planilha fala sobre o faturamento (valor do faturado

    desde o inicio do contrato at o ms), a necessidade deste item fundamental

    para estar atualizado com o faturamento acumulado do contrato.

    O item IX da planilha fala sobre o ajuste da IN 21/79 que relativo

    a base do POC PERCENTAGE OF COMPLETION, esse ajuste referente a

    margem da rentabilidade praticada pelo contrato onde podemos esclarecer que

    quando o ajuste for positivo a classificao contbil ser no ativo, que na

    verdade seria o saldo de direitos a faturar, e se o ajuste for negativo teremos

    um adiantamento do cliente que ser classificado no passivo, essas

    classificaes tendem a se compensar na sua flutuao para que nunca tenha

    saldo positivo ou negativo no mesmo ms, essas compensaes so

    equilibradas conforme o faturamento do contrato; atravs do custo incorrido

    podemos saber se o contrato est equilibrado no seu planejamento e

    oramento e quanto precisa ser faturado para equilbrio do mesmo.

    Anexo III tem como apresentao as formulas desenvolvidas para

    o clculo atravs da IN 21/79 da Receita Federal que se denomina MEMRIA

    DE CLCULO.

    Anexo IV representa a planilha de Demonstrao de Resultado

    fazendo a comparao do mtodo tradicional para o mtodo da IN-21/79 da

    Receita Federal.

    Atravs da planilha verificamos que a margem do lucro

    operacional (rentabilidade), se torna constante no mtodo da IN-21/79 da

    receita federal, o que no ocorre no mtodo tradicional, isso se d, devido ao

    ajuste do POC- PERCENTAGE OF COMPLETION da IN-21/79 da Receita

    Federal.

  • 39

    No final apresentamos o anexo V, representada pela planilha de

    oramento ajustado, que trs no seu leayalt os nmeros apresentados pelo

    Demonstrativo de Resultado do exerccio, significa que o realizado vai

    substituindo o previsto no oramento at ser re-orado ou realizado totalmente.

    Na viso gerencial da planilha do POC PERCENTAGE OF

    COMPLETION, podemos ter determinadas informaes que precisariam algum

    tempo para montar, no entanto, temos a disposio os dados para analise na

    configurao da planilha, segue abaixo alguns dados importantes que podero

    ser retirados da planilha atravs da coluna (at o ms):

    1 Qual a porcentagem fsica do contrato j realizada.

    Informao retirada dos itens VIII e I da coluna.

    2 Faturamento acumulado

    Informao retirada no item VIII da coluna.

    3 Rentabilidade operacional

    Informao retirada no itens III e I da coluna.

    4 Custo incorrido no exerccio.

    Informao retirada no item VI

    5 Custo incorrido acumulado

    Informao retirada no item II

    6 - Custo total orado

    Informao retirada no item II

    7 Valor faturar

    Informao retirada no item IX

    8 Resultado operacional acumulado.

    Informao retirada no item VII

    9 Receita proporcional no exerccio e acumulado

    Informao retirada nos itens V e IV

    A Construo civil tem como uma ferramenta de gesto

    empresarial o mtodo apresentado, e que a sua utilizao vem a beneficiar de

  • 40

    todos os modos, inclusive nos impostos, porque a receita se tornando linear faz

    com que o imposto sejam pagos no devido perodo e no sofrendo alteraes

    brusca na antecipao do imposto o no seu pagamento futuro.

    2.2 - Contrato de Curto Prazo

    Segundo a IN-21/79 da Receita Federal, os Contratos de Curto

    Prazo nos empreendimentos de construo por empreitada ou fornecimento de

    bens e servios a preo predeterminados so aqueles cuja execuo se d

    num prazo igual ou inferior a 12 meses.

    Vale salientar que este prazo de execuo compreende somente

    o perodo de contratao, no contando o tempo anteriormente despendido na

    fabricao de qualquer componente que seja mantido em estoque e que venha

    a ser utilizado no empreendimento. A respeito deste tpico, pode-se citar

    como exemplo, a construo de um navio ou uma aeronave em que o

    contratante j tenha produzido e estocado os motores ou outras peas que

    podero ser utilizados na encomenda recentemente contratada.

    Atendendo ao item 2 da IN-21/79 da Receita Federal, nos

    Contratos de Curto Prazo, o resultado deve ser apurado somente quando

    completada sua execuo, tendo ou no sido faturada. Para todos os efeitos

    fiscais e contbeis irrelevante se a empreitada inicia-se num exerccio e

    concluda no exerccio seguinte. Inclusive quando o contrato abranger

    mltiplas construes por empreitada, ou o mltiplo fornecimento de bens ou

    servios com base em preo unitrio e previr o prazo de at um ano para a

    execuo de cada unidade, dever apurar o resultado ao trmino da execuo

    de cada unidade, independente de ser simultnea ou seqencial

    Qualquer que seja o prazo de vigncia do contrato, quando a

    construo por empreitada ou cada unidade dos bens ou servios deva ser

  • 41

    produzida em prazo igual ou inferior a doze meses, a preo unitrio de

    quantidades, o resultado dever ser apurado quando completada a execuo

    de cada unidade, tenha ou no sido faturada.

    O valor das prestaes recebidas antecipadamente, durante a

    produo do bem ou execuo do servio, ser contabilizado no passivo

    Circulante. Assim, por exemplo, o resultado de contrato assinado no dia

    10/08/93 para fornecimento de um bem ou servio a ser entregue no dia

    30/03/94 ser apurado no perodo-base a terminar no dia 31/12/94.

    A apropriao obrigatria da receita, independente de

    faturamento, nos contratos de execuo em prazo superior a doze meses

    uma exceo expressamente prevista no art. 407 do RIR/99, no se

    estendendo aos contratos de execuo em prazo inferior a doze meses.

    Nos contratos de curto prazo que abrangem dois perodos-base,

    no vemos impedimento legal para que a empresa apure o resultado como se

    fosse contrato de longo prazo, porque neste caso uma parte do imposto estar

    sendo antecipada, o que no constitui infrao fiscal. Seria infrao se o

    resultado fosse negativo, porque influiria nos resultados de outros contratos.

    Se num contrato em que a execuo tenha sido prevista de boa-f

    para prazo no superior a um ano se prolongar por mais de doze meses, o

    resultado ser apurado como se fosse de longo prazo. A parte do resultado

    correspondente ao perodo-base em que se iniciou a execuo ser tributada,

    acrescida de juros e multa.

    Uma empreiteira, por exemplo, contratou no dia 10/05/93 a

    construo de uma ponte no prazo de oito meses. Em virtude da escassez de

    cimento, a execuo da obra s pode ser completada em julho de 1994. No

    perodo-base terminado em 31/12/93 a empresa no apurou o resultado dessa

    obra porque o contrato era de produo em curto prazo. O resultado total da

    obra ser computado no perodo-base a terminar em 31/12/94, mas ser

    apurado como se fosse contrato de longo prazo, separando os resultados

  • 42

    correspondentes aos dois perodos-base. Sobre a parcela do resultado

    correspondente ao perodo-base de 31/12/93 o imposto dever ser acrescido

    de juros e multa.

    Para efeitos tributrios, a apurao do resultado somente no final

    da construo do bem ou servio traz grande benefcio para a empresa uma

    vez que a despesa com o Imposto de Renda e a Contribuio Social sobre o

    Lucro Lquido ser igual ao oramento projetado no incio do empreendimento.

    Caso o resultado seja apurado mensalmente, haver distoro na

    apurao dos tributos pois em determinados perodos poder ocorrer lucro,

    enquanto que em outros poder ocorrer prejuzo, que apesar do direito de

    compensao com lucros posteriores, tem a inconvenincia de ser limitada a

    30% dos lucros por exerccio.

    Assim, tomando como exemplo a construo de uma ponte

    contratada por R$6.900.000,00, com prazo de execuo de 8 meses, a ser

    iniciada em setembro de 2001 e que dever ser entregue em abril de 2002,

    cujo oramento estimou uma margem de lucro operacional de 9,4%, e uma

    despesa de IRPJ e da CSLL no total de R$220.495,00, e que durante a fase de

    execuo, de acordo com seu cronograma de obra houveram diversas

    variaes em seu resultado.

  • 43

    Oramento Global Projetado para Contrato de Curto Prazo

    Receita 6.900.000,00

    Dedues da receita (ISS, PIS, Cofins) 596.850,00)

    Custos e despesas operacionais (5.654.635,00)

    Lucro Operacional 648.515,00

    IRPJ e CSLL 220.495,00

    Lucro Lquido do Projeto 428.020,00

    Margem do Lucro Operacional 9,40%

    No quadro abaixo, fica demonstrado de forma comparativa a

    variao da margem do lucro operacional com a apurada no oramento do

    projeto, onde na coluna Total do Projeto demonstra o oramento original do

    empreendimento que serviu de base para o estudo de viabilidade da

    construo, inclusive para demonstrao do preo de venda contratado.

    Nas colunas anteriores, foi demonstrada a movimentao de

    alguns meses utilizando a escriturao mercantil reconhecendo a receita e os

    custos incorridos a cada perodo durante a fase de construo, ficando

    evidente as variaes da margem operacional que ora ficou muito maior que a

    projetada, e em outros meses ficou bem abaixo.

  • 44

    CONTRATOS DE CURTO PRAZO

    Fonte : Obra de Construo Civil

    Nos Contratos de Curto Prazo, ao optar pela contabilizao de acordo

    com a IN-21/79, as empresas devero registrar as receitas e os custos

    incorridos no grupo de contas de Resultado de Exerccios Futuros transferindo

    no final do contrato para as contas de Resultado do Exerccio, reconhecendo

    assim seu resultado.

    Setembro Dezembro Maro Abril Total de 2001 2001 2002 2002 Projeto

    Receita Bruta 700 900 950 800 6.900

    (-) Dedues da Receita 61 78 82 69 597

    Receita Lquida 639 822 868 731 6.303

    (-) Custos e Depesas (500) (642) (918) (773) (5.655) Mo de obra (175) (225) (333) (280) (1.908) Materiais (210) (270) (380) (320) (2.253) Subcontratados (70) (90) (143) (120) (873) Depreciao (1) (1) (1) (1) (5) Administrativos (33) (43) (48) (40) (336) Outros (11) (14) (14) (12) (104)

    Lucro Operacional 140 180 (50) (42) 649

    (-) IRPJ e CSLL 48 61 (17) (14) 220

    Lucro Lquido 92 119 (33) (28) 75

    Margem Operacional 19,96% 20,02% -5,24% -5,26% 9,40%

  • 45

    Desta forma, o resultado s ser reconhecido ao final da

    construo, quando dever apurar e recolher o Imposto de Renda e a

    Contribuio Social sobre o Lucro Lquido que ter a mesma base da margem

    de lucro do oramento projetado, levando as empresas a uma vantagem

    financeira face no s pelo fato de postergar o recolhimento do IRPJ e da

    CSLL como tambm recolher com base na margem orada.

    Outra grande vantagem para os Contratos de Curto Prazo que

    utilizem a IN-21/79, o recolhimento das contribuies para o PIS e COFINS,

    uma vez que o fato gerador destes tributos o reconhecimento da receita

    operacional, e como nestes contratos a receita s reconhecida no final da sua

    execuo, o fato gerador fica tambm postergado para esta data. Desta forma,

    as empresas deixariam de recolher mensalmente as contribuies para

    recolherem apenas no final do contrato.

  • 46

    CONCLUSO

    Pelos aspectos relatados pode-se afirmar que ao fazer um

    Planejamento Contbil utilizando um mtodo de reconhecimento da receita,

    seja nos Contratos de Curto ou de Longo Prazo, que possuem uma

    caracterstica especial, uma vez que existe uma contratao para o

    fornecimento de um bem ou servio cujo prazo e preo foram predeterminados,

    as empresas tero uma grande ferramenta para a Administrao dos Tributos.

    Por outro lado, a legislao fiscal deixa opo das empresas a

    escolha do mtodo de reconhecimento do resultado, desde que o

    empreendimento preencha todas as caractersticas exigidas na IN-21/79.

    Portanto, a escolha pela utilizao de um adequado Planejamento

    Contbil alm de refletir contabilmente o resultado projetado na poca da

    contratao do empreendimento, trar uma economia significativa para as

    empresas em termos de apurao do resultado fiscal e conseqentemente um

    recolhimento dos tributos mais justo para efeito gerenciais.

    Uma vez que nos Contratos de Curto Prazo o reconhecimento das

    receitas e dos custos incorridos s se dar no final da sua execuo, fazendo

    com que a despesa com o Imposto de Renda e com a Contribuio Social

    sobre o Lucro Lquido acompanhe o oramento inicial do empreendimento,

    permitir a postergao dos tributos, sem acrscimos moratrios, facilitando a

    administrao do oramento de caixa, que muitas vezes ser uma soluo para

    aquelas empresas que operam com recursos de terceiros, ou at mesmo para

    as que utilizam capital prprio, pois o desembolso s se dar no final do

    empreendimento.

    Conforme comentado anteriormente, ao optar por utilizar a

    contabilizao com base na IN-21/79 para os Contratos de Curto Prazo, as

  • 47

    empresas podero postergar no s o IRPJ e a CSLL como tambm as

    contribuies para o PIS e COFINS, uma vez que o fato gerador destas

    contribuies o reconhecimento da receita que s se dar no final do

    contrato, mas precisamos ficar atentos com relao aos contratos de curto

    prazo porque o seu perodo de execuo pem em risco todos os beneficio

    caso no seja bem planejado e passar desse prazo de execuo.

    Em se tratando de Contratos de Longo Prazo, ao utilizar a

    contabilizao com base na IN-21/79, as empresas obtm uma grande

    vantagem financeira, pois a apurao dos resultados a cada perodo se

    manter uniforme e de acordo com o oramento projetado para o

    empreendimento. Evitando desta forma, o desembolso desnecessrio

    naqueles perodos em que se apure lucro cuja margem operacional seja

    superior quela orada.

    Desta forma, a utilizao deste mtodo para o Contrato de Longo

    Prazo, em se tratando de apurao e recolhimento de tributos, tambm

    facilitar o cumprimento mais adequado do oramento de caixa, uma vez que

    ao acompanhar a margem de lucro definida nos estudos aprovados do projeto,

    no sofrer com as variaes do cronograma de obra que muitas vezes podem

    ter um forte impacto negativo.

    Nos Contratos de Longo Prazo a equalizao na apurao dos

    tributos, se dar, no s para o IRPJ e CSLL como tambm para a apurao

    do PIS e COFINS, pois como j foi dito anteriormente, o fato gerador destas

    contribuies o reconhecimento da receita operacional, e neste caso, a

    apurao da base de clculo para o recolhimento do PIS e da COFINS ser a

    receita reconhecida aps o ajuste permitido da IN-21/79.

    Portanto, ao utilizar as opes dadas pela Instruo Normativa da

    Secretaria da Receita Federal n 21/79 para contabilizao dos contratos por

    empreitada ou de fornecimento de bens ou servios a preos predeterminados,

    sejam eles de curto ou de longo prazo, as empresas podem administrar a

  • 48

    apurao dos tributos fazendo com que recolham o valor previamente

    projetado em seus oramentos.

    A importncia da Cincia Contbil para esse setor da economia,

    bem como para outros setores, est diretamente relacionado informao a

    ser prestada sociedade.

    A inteno do trabalho foi de evidenciar que as prticas contbeis

    embasadas na legislao fiscal, apresentam distores relevantes em suas

    demonstraes, que acabam inflando o ativo da empresa.

    A regulamentao fiscal vigente datada de 1979, desta data

    para os dias de hoje ocorreram vrias transformaes econmicas que

    atribuindo prtica fiscal acaba acarretando prejuzos financeiros s entidades,

    por antecipar imposto sobre um lucro que ainda no ocorreu ou quem sabe

    nem ir ocorrer.

  • 49

    BIBLIOGRAFIA

    CREPALDI. S. Aparecido. Curso Bsico de Contabilidade.

    LEONE G.SEBASTIO. Custos Planejamento, Implantao e Controle

    HENDRIKSEN E. S. VAN BREDA, M.F. Teoria da Contabilidade, 5 ed. So

    Paulo: Atlas, 2002

    HIGUCHI, Hiromi, HIGUCHI, Celso Hiroyuki.. Imposto de Renda das

    Empresas. 26 ed. So Paulo: Atlas 2001

    IUDCIBUS, s. Martins e GELBCKE, E.R.. Manual de Contabilidade das

    Sociedades por Aes. 4 ed. So Paulo: Atlas 1995

    IUDICIBUS, S. de Martins, Teoria da Contabilidade 3 ed. So Paulo: Atlas,

    1993

    MARION, j. c. Contabilidade Bsica 4 ed. So Paulo: Atlas, 1996.

    TEBECHRANI, A. CAMPOS F. B. MACHADO J. L. R. Novo Regulamento do

    Imposto de Renda. So Paulo: Resenha. 2000

    BRASIL, Secretaria da Receita Federal, Instruo Normativa 21, de 13 de

    maro de 1979

    Procedimento de apurao de resultado de contratos, com prazo de

    execuo superior a um ano de construo por empreitada e bens e

    servios.

  • 50

    NDICE

    FOLHA DE ROSTO 02

    AGRADECIMENTO 03

    DEDICATRIA 04

    RESUMO 05

    METODOLOGIA 07

    SUMRIO 08

    INTRODUO 09

    CAPTULO I - FUNDAMENTAO TERICA

    1.1 Introduo Contabilidade 12

    1.2 Informao Contbil 15

    1.3 Atributos da Informao Contbil 16

    1.4 Princpios Fundamentais de Contabilidade

    Geralmente Aceitos 18

    1.4.1 Realizao da Receita 19

    1.4.2 Reconhecimento das Despesas 20

    1.4.3 Regime de Competncia 21

    1.5 Receita e Ganhos 21

    1.5.1 Natureza de uma Receita 22

    1.6 Despesas e Perdas 24

    1.7 Classificaes de Custos 25

  • 51

    CAPTULO II ESPECIALIDADES DO POC

    (Percentagem of Completion) na Atividade de Construo Civil

    2.1 Contrato de Longo Prazo 33

    2.2 Contrato de Curto Prazo 40

    CONCLUSO 46

    BIBLIOGRAFIA 49

    ANEXOS 50

    NDICE 55

    FOLHA DE AVALIAO 57

  • 52

    FOLHA DE AVALIAO

    Nome da Instituio: Universidade Cndido Mendes

    Ttulo da Monografia: POC COMO PLANEJAMENTO CONTBIL

    Autor: Renata Rodrigues Reis

    Data da entrega: 29/09/2006

    Avaliado por: Mary Sue Pereira Conceito: