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PODER DE POLÍCIA 1- CONCEITO : capacidade que dispõe a Administração Pública de condicionar e restringir o uso e gozo (exercício) de bens, direitos e atividades individuais em benefício da coletividade . 2- DEFINIÇÃO LEGAL : art. 78, “caput”, do Código Tributá rio Nacional: Considera-se PODER DE POLÍCIA a atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos . SETORES DE APLICAÇÃO : abrange todas as áreas de atuação do Poder Público. Polícia Administrativa e organismos “policiais” : relação de gênero e espécie. Os organismos responsáveis pela segurança público, generalizadamente denominados “Polícia”, exercem apenas parte do Poder de Polícia, no setor específico da manutenção da ordem público. Incidente, pois, em regra, sobre pessoas, enquanto que os demais ramos da Polícia Administrativam atua sobre bens, direitos e atividades. Exemplos: recuo de alguns metros nas construções urbanas, limitação de altura das edificações, proibição de desmatamento de parte da área florestada nos imóveis rurais, adotar medidas de segurança contra incêndios; a obrigação de adequado aproveitamento do solo urbano através da imposição de determinação compulsória etc. Distinguem-se três MODALIDADES DE LIMITAÇÕES , consoante a forma de obrigação imposta: a) POSITIVAS : corresponde à obrigação de fazer. Ex.: manter imóvel urbano limpo, construir muro limítrofe com o passeio público etc.; b) NEGATIVAS : diz da obrigação de não fazer. Ex.: não construir acima de certo número de pavimentos, não desmatar determinado percentual de área florestada etc.; e, c) PERMISSIVAS : obrigação de deixar fazer (ou permitir que se faça). Ex: permitir o ingresso de agentes públicos vistoriadores em sua propriedade, tais como os sanitários. 4 FUNDAMENTO : a supremacia do interesse público sobre o interesse privado. Constituição da República: art. 5°, II (liberdade); e, arts. 5°, XXIII, e 170, III. 5 OBJETO : os bens, direitos e atividades individuais nocivos ou passíveis de oferecer riscos à sociedade. 6 FINALIDADE : a satisfação do interesse público mediante a promoção do bem-estar da sociedade. 7 LIMITE : a dignidade da pessoa humana. Os condicionamentos e restrições operados pelo Poder de Polícia devem recair sempre sobre o exercício dos direitos individuais e não sobre o próprio direito, e assim ainda em escala a não fazer deles letra morta. 8 FORMAS DE ATUAÇÃO : atividade legislativa e executiva, a saber: LEIS : normas limitadoras e sancionadoras exclusividade do PODER LEGISLATIVO. ORDENS E PROIBIÇÕES: atos administrativos negociais (licenças e autorizações) e punitivos (multas e interdição de atividades) e operações materiais (fiscalização) POLÍCIA ADMINISTRATIVA (todos os setores da Administração Pública). 9 EXERCÍCIO LEGÍTIMO : Art. 78, parágrafo único, do CTN : Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder . ( competência, legalidade, devido processo legal e proporcionalidade. LEGALIDADE :CF, art. 5º, II : ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei . Lei Paulista n 10.177/98, art. 6º - Somente a lei poderá:I - criar condicionamentos aos direitos dos particulares ou impor-lhes deveres de qualquer espécie; e II - prever infrações ou prescrever sanções . As normas de polícia são instituídas por leis das entidades políticas (União, Estados, DF e Municípios), editadas de acordo com as respectivas competências constitucionais . Tais normas se impõe diante das demais esferas federativas, cujos representantes ficam obrigados aos seus termos. 10 CRÍTIC AS À EXPRESSÃO “PODER DE POLÍCIA” : limitações administrativas à liberdade e à propriedade trata-se de denominação mais apropriada para esta função administrativa, consoante seu exercício no Estado de Direito.

Poder de Policia Np2

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PODER DE POLÍCIA

1- CONCEITO : capacidade que dispõe a Administração Pública de condicionar e

restring ir o uso e gozo (exercíc io) de bens, direitos e ativ idades indiv iduais em

benefíc io da coletiv idade .

2- DEFINIÇÃO LEGAL : art . 78, “caput”, do Código Tr ibutá r io Nac ional : “Considera-se PODER

DE POLÍCIA a at iv idade da adminis tração públ ica que, l im itando ou discip l inando dire ito, interesse ou l iberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse públ ico concernente à segurança, à h ig iene, à ordem, aos costumes, à d isc ip l ina da produção e do mercado, ao exercíc io de at iv idades econômicas dependentes de concessão ou autor ização do Poder Públ ico, à t ranqu il idade públ ica ou ao respeito à propr iedade e aos dire itos ind iv idua is ou colet ivos ”.

SETORES DE APLICAÇÃO : abrange todas as áreas de atuação do Poder Público.

Polícia Administrat iva e organismos “policiais” : re lação de gênero e espécie. Os organismos responsáveis pela segurança públ ico, general izadamente denominados “Políc i a ”, exercem apenas par te do Poder de Políc ia, no setor específ ico da manutenção da ordem públ ico. Incidente, pois, em regra, sobre pessoas, enquanto que os demais ramos da Políc ia Admin istrat ivam atua sobre bens, d ire itos e at iv idades.

Exemplos: recuo de alguns metros nas construções urbanas , l imitação de al tura das edif icações, proib ição de desmatamento de par te da ár ea f lorestada nos imóve is rurais, adotar medidas de segurança contra incêndios; a obr igação de adequado aproveitamento do solo urbano através da imposição de determinação compulsór ia etc.

Dist inguem-se três MODALIDADES DE LIMITAÇÕES , consoante a forma de obr igação imposta: a) POSIT IVAS : corresponde à obrigação de fazer . Ex. : manter imóvel urbano l impo,

constru ir muro l imítrofe com o passeio públ ico etc. ; b) NEGATIVAS : d iz da obrigação de não fazer . Ex.: não constru ir acima de cer to número de

pavimentos, não desmatar determinado percentual de área f lorestada etc. ; e, c) PERMISSIVAS : obrigação de deixar fazer (ou permit ir que se faça) . Ex: permit ir o

ingresso de agentes públ icos vistor iadores em sua propr iedade, ta is como os sanitár ios.

4 – FUNDAMENTO : a supremacia do interesse públ ico sobre o interesse pr ivado.

Const itu ição da Repúbl ica: art . 5°, I I ( l iberdade); e, arts. 5°, XXII I , e 170, I II .

5 – OBJETO : os bens, d ire itos e at iv idades ind iv idua is noc ivos ou passíveis de oferecer r iscos

à sociedade.

6 – FINALIDADE : a sat isfação do interesse públ ico mediante a promoção do bem -estar da

sociedade.

7 – LIMITE : a dignidade da pessoa humana. Os condicionamentos e restr ições operados pelo

Poder de Políc ia devem recair sempre sobre o exercíc io dos dire itos ind iv idua is e não sobre o própr io d ire ito, e assim a inda em escala a não fazer deles letra morta.

8 – FORMAS DE ATUAÇÃO: at iv idade legis lativa e executiva, a saber : LEIS : normas l imitadoras e sancionadoras –exclusiv idade do PODER LEGISLATIVO .

ORDENS E PROIBIÇÕES: atos adminis trat ivos negocia is ( l icenças e autor izações) e punit ivos (multas e interdição de at iv idades) e operações mater ia is ( f iscal ização) – POLÍCIA ADMINISTRATIVA ( todos os setores da Administração Públ ica) .

9 – EXERCÍCIO LEGÍTIMO : Art. 78, parágrafo único, do CTN : Considera-se regular o

exercício do poder de polícia quando desempenhado pelo órgão competente nos l imites da lei apl icável, com observância do processo legal e, tratando-se de at iv idade que a le i tenha como discr ic ionár ia, sem abuso ou desvio de poder . (competência, legal idade, devido processo legal e proporcional idade . LEGALIDADE:CF, ar t . 5º, I I : “ninguém será obr igado a fazer ou deixar de fazer a lguma coisa senão em vir tude de le i ”. Lei Paul ista n 10.177/98, ar t . 6º - “Somente a le i poderá: I - cr iar condic ionamentos aos dire itos dos par t iculares ou impor - lhes deveres de qualquer espécie; e I I - prever infrações ou prescrever sanções ”. As “normas de políc ia ” são inst ituídas por leis das entidades polít icas (União, Estados, DF e Municíp ios) , editadas de acordo com as respectivas competências constitucionais . Tais normas se impõe diante das demais esferas federat ivas , cujos representantes f icam obr igados aos seus termos.

10 – CRÍTICAS À EXPRESSÃO “PODER DE POLÍCIA” : l im itações administrat ivas à

l iberdade e à propr iedade trata-se de denominação mais apropr iada para esta função administrat iva , consoante seu exercíc io no Estado de Dire ito.

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