Poderes Administrativos Np2

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    PODER, em sentido amplo, significa capacidade geral para agir, ou ainda, no mbito das relaes entre osrgos pblicos e tambm entre agentes pblicos, como o predomnio hierrquico de uns sobre outros. Todos osagentes pblicos, na condio de gestores da coisa pblica, so investidos com os poderes especficos do cargo oufuno que ocupam, assim para que possam eficientemente desempenhar suas atribuies em prol da satisfao dasnecessidades coletivas. Tais poderes atributos do cargo ou funo no podem ser utilizados como privilgiosdaquele que os detm, devendo, e em sentido diametralmente oposto, ser sempre reconhecidos como uma decorrnciado DEVER geral de agir, cujo cumprimento impe-se sempre obrigatrio ao agente pblico, como exigncia legal, morale do interesse pblico (vide princpio da indisponibilidade do interesse pblico).

    PODER-DEVER (ou ainda DEVER-PODER, consoante CABM) DE AGIR : O poder para o agente pblico sempreter o significado de dever para com a comunidade e administrados, os quais tem direito prestao pblicacorrespondente. Esse dever de administrar, de exercer as competncias pblicas, sempre haver de se manifestardiligente e tempestivo, probo, impessoal, legal, razovel e proporcional, sendo irrenuncivel pelo agente pblico. Comefeito, o direito dos administrados no d margem liberalidades pelo administrador.

    A par desse, o primeiro, emergem tambm como dev eres bsi co sde todos os agentes pblicos :Dever de EFICINCIA:lembremo-nos do princpio da eficincia, inserto no caput do art. 37 da CF. Alude, pois,

    produtividade (rendimento), perfeio, desembarao, rapidez e adequao tcnica com que o agente desempenha a suafuno, consoante parmetros legalmente estabelecidos. Poder a AP poder dispensar o servidor, em face de suaineficincia, mediante procedimento avaliatrio peridico de desempenho (arts. 41, III, 169, 4, e 247 da CF), na formada lei complementar, geralmente consignando os Estatutos pena demissria para a ineficincia intencional e reiterada.

    Dever de PROBIDADE:decorrente do princpio da moralidade, identifica-se com a atuao ao bom administrador,justo e honesto, de proceder leal e de boa f. A Lei n 8.429/92 elenca vrias figuras correspondentes a atos deimprobidade administrativa, dando-lhes a seguinte classificao: a) os que importam enriquecimento ilcito; b) os quecausam prejuzo ao Errio; c) os que atentam ontra os princpios da Administrao Pblica (dispe, em seu art. 4, queos agentes pblicos de qualquer nve l ou hierarquia so obrigados a velar pela estrita observncia dos princpios delegalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade no trata dos assuntos que lhe so afetos ), declarando, em seuart. 11, que constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princpios da Administrao Pblicaqualquer ao ou omisso que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade e lealdade s instituies,alinhando, na seqncia, uma sria de condutas.

    Dever de PRESTAR CONTAS : Trata-se, sem dvida, de dever correlato moralidade, prprio do regimerepublicano e, consequentemente, do sistema representativo, onde o governante administra a res publica como meromandatrio, devendo, portanto, prestar constas de seus atos. Decorre naturalmente, pois, como encargo de quemadministra bens e interesses alheios (todos, no s dinheiro), segundo mandato que o obriga a atuar com zelo e

    eficincia na conservao correlata. Abrange os integrantes da AP direta e indireta, e ainda aos particularessubvencionados pelo Estado.

    USO E ABUSO DE PODER: Os poderes administrativos tem limites certos e forma legal de utilizao, de maneiraque jamais podero ser exercidos em dissonncia aos princpios e normas do Direito Administrativo, sob pena deinvalidade, geradora de conseqncias e responsabilidades civil, penal (ver Lei de Abuso de Autoridade) eadministrativo-disciplinar. O USO DO PODER corresponde, na realidade, a um dever de todo administrador, eis queconfigura em indispensvel instrumento para a consecuo do bem-estar social. No , pois, ilimitado ou incondicional.Deve estar subordinado lei, moralidade e ao interesse pblico, sob pena de ilegitimidade. O ABUSO DE PODERocorre quando a autoridade, decerto que competente para praticar o ato (regularmente investida de poder para pratic-lo): ultrapassa os limites de suas atribuies (estabelecidas na lei ou no regulamento) ou se desvia das finalidadespblicas. Isso ocorrendo estaremos sempre diante de um ato ilcito e, portanto, nulo. Ao Estado sempre caber indenizar(art. 37, 6, da CF) todos os atos cometidos com abuso de poder que causar danos materiais ou morais. Para adoutrina tradicional manifesta-se nas seguintes formas :

    Excesso ou Abuso de Poder: o caso da autoridade competente que exorbita em seus poderesadministrativos, exercendo-os alm do que a lei lhe permite. Recordemo-nos da Lei n 4.898/65, que visando preservaras liberdades individuais disciplina os crime cometidos com Abuso de Autoridade ou de Poder. Sempre invalida o ato egera responsabilidade para o seu autor.Desvio de Final idade ou de Poder:aqui a autoridade atua nos limites de sua competncia, mas pratica o ato pormotivos ou fins diversos dos objetivados pela lei ou pelo interesse pblico (casos de perseguio ou favoritismos comaparncia legal). Atuao conforme a lei, mas no de acordo com o Direito, pois o interesse pblico substitudo peloparticular. Ex. transferncia do servidor, como forma de punio, a pretexto de satisfazer o interesse do servio pblico.Desapropriao com finalidade privada. LPA/SP - Da Invalidade dos Atos: artigo 8 - So invlidos os atosadministrativos que desatendam os pressupostos legais e regulamentares de sua edio, ou os princpios daAdministrao, especialmente nos casos de:V - desvio de poder.A Lei da Ao Popular tambm consigga o desvio definalidade como vcio nulificador do ato jurdico.

    Om is so da Adm in is tr ao: trata-se da negativa do cumprimento do dever-poder de agir. O silncio daAdministrao, a priori, no possui nenhuma significao, redundando apenas em omisso. Por vezes, raras, a normapode indicar que o silncio, aps certo prazo, implica aprovao ou denegao de um determinado pedido. Porm,inexistindo previso dessa espcie, o silncio da Administrao caracterizar Abuso de Poder, corrigvel pela viaadministrativa ou judicial. Ao Poder Judicirio caber impor Administrao o exerccio do ato omitido ou suprir os seus

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    efeitos. De se ressaltar, portanto, que diversamente do Direito Privado, o silncio no pode ser entendido, de regra,como qualquer espcie de concordncia. O retardamento do ato tambm importa em abuso de poder, uma vez que,como ocorre com a omisso plena, lesa o patrimnio jurdico individual. Obs.: vide crime de prevaricao e outros contraa AP.

    O SILNCIO da Administrao: No possui, em princpio, nenhum significado, tratando-se de consumadaomisso. Vide:

    LPA federal Lei n 9.784/99:Art. 2

    o, p.u. Nos processos administrativos sero observados, entre outros, os critrios de:II - atendimento a fins de interesse geral, vedada a renncia to tal ou parcial de p oderes ou comp etncias,

    salvo autorizao em lei;Art. 11. A comp etnc ia irr enu nc ivel e se exerce pelos rgos administrativos a que foi atribuda como

    prpria, salvo os casos de delegao e avocao legalmente admitidos.CAPTULO XI - DO DEVER DE DECIDIR - Art. 48. A Administrao tem o dever de explic itamente emit ir

    dec iso nos processos administrativos e sobre solicitaes ou reclamaes, em matria de sua competncia. LPA So Paulo:Art igo 24 - Em nenhuma hiptese, a Administrao poder recusar - se a protocolar a petio, sob pena de

    responsabilidade do agente.Art igo 33- O prazo mximo para deciso de requerimentos de qualquer espcie apresentados Administrao

    ser de 120 (cento e vinte) dias, se outro no for legalmente estabelecido. 1 - Ultrapassado o prazo sem deciso, o in teressado p oder con siderar rejeitado o requerim ento n a esfera

    administ rat iva, salvo previso legal ou regulamentar em contrrio.

    3 - O disposto no 1 deste artigo no d esonera a autorid ade do dever de apreciar o requ erimento .Ar t igo 50idem quanto a recursos administrativos.

    PODERES EM ESPCIE: tratam-se dos atributos do cargo ou da funo que capacitam o agente pblico adesempenhar as atividades compatveis aos encargos que lhe so atribudos, os quais sempre se identificaro com asexigncias do servio pblico e a satisfao dos interesses da coletividade. Obedecem seguinte classificao:

    PODER VINCULADO OU REGRADO : o correto seria aludir competncia vinculada ou regrada, pois nestecaso o agente pblico somente pode e deve agir em conformidade s imposies do Direito Positivo, ou seja, a leidetermina os elementos e requisitos para a prtica de um ato, vinculando totalmente o agente pblico ao seu texto. Ainobservncia de qualquer requisito legal caracterizar o ato como nulo. HLM salienta que dificilmente se encontrar umato totalmente vinculado. Portanto, chamaremos de vinculado o ato que apresentar, PREPONDERANTEMENTE,

    elementos vinculados, isto , em maior nmero do que aqueles deixados ao alvedrio do administrador. Sero semprevinculados os seguintes elementos: a competncia; a finalidade; a forma; outros que a norma legal indicar. Ex. aaposentaria compulsria do servidor pblico que atingir os 70 anos de idade.

    Lei Complementar n 734/93SP - Institui a Lei Orgnica do Ministrio Pblico e d outras providncias. Art igo 122 - O ingresso nos cargos iniciais da carreira depender da aprovao prvia em concurso pblico de

    provas e ttulos, organizado e realizado pela Procuradoria-Geral de Justia. 3 - So requisitos para o ingresso na carreira: I - ser brasileiro; II - ter concludo o curso de bacharelado em

    Direito, em escola oficial ou reconhecida; III - estar quite com o servio militar; IV - estar no gozo dos direitos polticos; V- ter idade inferior a 40 (quarenta) anos, ou a 45 (quarenta e cinco) anos, se funcionrio pblico; VI - gozar de boa sade,fsica e mental; VII - ter boa conduta social e no registrar antecedentes criminais incompatveis com o exerccio dafuno.

    PODER DISCRICIONRIO: observa-se a competncia discricionria naquelas hipteses em que o Direito

    concede Administrao, de modo explcito ou implcito, alguma liberdade para a prtica do ato no tocante suaoportunidade, convenincia ou contedo. O ato, assim, jamais ser contrrio lei (arbitrariedade), pois a liberdade a quese reporta se d quanto a ao realizada dentro da lei. Perceba-se que o campo de liberdade a que se encontralimitado o exerccio do Poder Discricionrio resume-se ao chamado mrito do ato, ou seja, possibilidade de valoraodos motivos e da escolha do objeto do ato pela Administrao, quando legalmente autorizada a decidir sobre aconvenincia, a oportunidade e justia do ato a realizar.

    Nessa linha, JCSF conceitua esse poder (competncia) como prerrogativa concedida aos agentesadministrativos de elegerem, entre vrias condutas possveis, a que traduz maior convenincia e oportunidade para ointeresse pblico. Vale esclarecer que a convenincia refere-se quilo que convm (apropriado, adequado) para asatisfazer o interesse pblico, enquanto a oportunidade alude ao momento certo para a prtica do ato. E nessa esteiracompleta CABM, identificando a discricionariedade como a margem de liberdade que remanesa ao administrador paraeleger, segundo critrios consistentes de razoabilidade, um, dentre pelo menos dois comportamentos, cabveis perantecada caso concreto, a fim de cumprir o dever de adotar a soluo mais adequada satisfao da finalidade legal.

    Lei Federal no

    10.826/03.Art. 4oPara adquirir arma de fogo de uso permitido o interessado dever, alm de declarar a efetiva necessid ade,atender aos seguintes requisitos:

    http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2010.826-2003?OpenDocumenthttp://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2010.826-2003?OpenDocumenthttp://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2010.826-2003?OpenDocumenthttp://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2010.826-2003?OpenDocumenthttp://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2010.826-2003?OpenDocumenthttp://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2010.826-2003?OpenDocumenthttp://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2010.826-2003?OpenDocumenthttp://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2010.826-2003?OpenDocument
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    I - comprovao de idoneidade, com a apresentao de certides negativas de antecedentes criminais fornecidaspela Justia Federal, Estadual, Militar e Eleitoral e de no estar respondendo a inqurito policial ou a processo criminal,que podero ser fornecidas por meios eletrnicos;

    IIapresentao de documento comprobatrio de ocupao lcita e de residncia certa;IIIcomprovao de capacidade tcnica e de aptido psicolgica para o manuseio de arma de fogo, atestadas na

    forma disposta no regulamento desta Lei.Lei n 1.437, de 21 de novembro de 1966Aprova o CDIGO DE OBRAS do Municpio de SorocabaArtigo 346 - Qualquer edificao s poder ser iniciada se o interessado possuir o "alvar de construo".Artigo 359, pargrafo nico - O rgo competente possui o direito de indagar e constatar os destinos das obras em

    seu conjunto e seus elementos competentes e recusando aqules que forem julgados inadequados ouinconvenientes sob os pontos legislados por ste Cdigo.

    A discricionariedade ser sempre relativa e parcial, posto que o agente pblico sempre estar vinculado lei noque pertine competncia, forma e finalidade, sobre as quais nunca haver possibilidade de escolha. V-se, pois, quetambm inexiste ato absolutamente discricionrio. A discricionariedade pura, adverte LVF, somente haver nos atospolticos (portanto estranhos atividade administrativa). A discricionariedade encontra plena justificativa naimpossibilidade de previso legal de todas as atividades inerentes ao cotidiano administrativo. Alm disso, visando a realsatisfao do interesse pblico, impe-se que ao administradorsempre prximo da realidade e diante do caso concreto sejam viabilizadas as condies para que melhor atue (respeitados os critrios de razoabilidade, proporcionalidade,boa-f, lealdade, igualdade, impessoalidade etc.) em busca dos fins (sempre concernentes utilidade pblica) almejadospela norma.

    CONCEITO JURDICO INDETERMINADO(vago, impreciso, fludo): reporta-se a expresses vocabulares quecomportam indeterminao de sentido, o que exige que o aplicador produza sua delimitao no caso concreto (MJF). Conceitos tcnicos: aposentadoria por invalidez, bens de valor histrico (vinculao a parecer tcnico). Conceitos de experincia: bons antecedentes, jogo de azar (interpretao luz do sentido usual). Conceitos de valor: notrio saber jurdico, falta grave, procedimento indecoroso (hipteses passveis dediscricionariedade).

    LPA Federal:Art. 2

    o A Administrao Pblica obedecer, dentre outros, aos princpios da legalidade, finalidade, motivao,razoabil idade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditrio, segurana jurdica, interesse pblico eeficincia.

    Pargrafo nico. Nos processos administrativos sero observados, entre outros, os critrios de:XIII - int erpretao da no rma adm ini str ativada forma que melhor garanta o atendimento do fim pblico a que se

    dirige, vedada aplicao retroativa de nova interpretao. LPA So Paulo:Art igo 4 - A Administrao Pblica atuar em obedincia aos princpios da legalidade, impessoalidade,

    moralidade, publicidade, razoabil idade, finalidade, interesse pblico e motivao dos atos administrativos.Art igo 5- A norma administrativa deve ser interpretada e aplicada da forma que melhor garanta a realizao do

    fim pblico a que se dirige.

    CONTROLE DOS ATOS DISCRICIONRIOS PELO PODER JUDICIRIO:CF, art. 5, XXXV- a le i no exc lu ir da ap rec iao do Poder J ud ic irio leso ou am eaa a d ireit o;Neste controle o Juiz no dever realizar o papel que cabe exclusivamente ao administrador, procedendo,

    mediante juzo de convenincia e oportunidade, a avaliao se o ato atende ou no o interesse pblico. Haver desindicar todos os aspectos de legalidade do ato administrativo (notadamente a razoabilidade e a proporcionalidade), semimiscuir-se em juzos puramente administrativos.

    4. Cabe ao Poder Judicirio, no Estado Democrtico de Direito, zelar, quando provocado, para que oadministrador atue nos limites da juridicidade, competncia que no se resume ao exame d os asp ectos fo rmais d oato, mas vai alm, ab rangendo a aferio da c om patib ilid ade de s eu co ntedo com o s p rin cpio s c on stit uc ion ais,com o pro porcional idade e razoabi l idade. 7. No que tange ao controle jurisdicional de atos impositivos de sano aservidor pblico, a jurisprudncia do Superior Tribunal de Justia evoluiu no sentido de que, diante dos princpios quevinculam o regime jurdico disciplinar, no h falar em dis cric io naried ade d a Adm inis trao, devend o o con tro leexercido p elo Poder Jud icirio incid ir sobre tod os os asp ectos do ato. Precedente. MS 12.988/DF, Rel. Min. FELIXFISCHER, DJ 12/2/08. (STJ. REsp 1001673 / DF, 2007/0254568-0. Relator Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA. T5 -QUINTA TURMA. J. 06/05/2008. DJe 23/06/2008).

    PODER REGULAMENTAR OU NORMATIVO: Poderdever ou dever-poder de editar normas que assegurem afiel execuo da lei, crian do os mec anismo s d e comp lemen tao i nd isp ensveis sua apli cab ilid ade. (JSCF).

    Remanesce ao administrador pblico a obrigao de respeito lei, sendo vedado contrari-la, ampli-la ou inov-

    la. Desserve o vertente instrumento para fazer d ireito novo, tarefa essa confiada com exclusividade ao PoderLegislativo: CF, art. 5, II:nin gum ser ob rigad o a fazer ou deix ar de fazer al guma co isa s eno em virt ud e de l ei.LPA/SP,artigo 6- Somente a lei poder: I - criar condic ionamentos aos d ireitos do s part icu lares ou impo r - lhesdev eres d e qualque r espci e; e II - prev er in fraes ou p rescr ever s anes.

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    Ao agente pblico socorre unicamente a possibilidade de fixar obrigaes subsidirias ou derivadas, quais sejamaquelas que possuam absoluta correspondncia e adequao s obrigaes legalmente impostas. Ex.: indicao darelao de documentos que o interessado deve apresentar para comprovar fato jurdico previsto na lei.

    Fundamento constitucional: Art. 84. Compete privativamente ao Presidente d a Repblica: IV - sancionar,promulgar e fazer publicar as leis, bem como exp edir d ecreto s e regu lamen to s para sua fi el execuo;

    Art. 87, p.u.. Compete ao Minist ro de Estado, alm de outras atribuies estabelecidas nesta Constituio e nalei: II - exp edir i ns trues p ara a execuo d as l eis, d ecreto s e r egu lamen tos;

    Art. 49. da competncia exclusiva do Congresso Nacional:V - sustar os atos no rmat ivos do Poder Execut ivo q ue exorbi tem do pod er regulamentar ou dos limites de

    delegao legislativa;Lei complementar n 1.195 , de 17 de janeiro de 2013Transforma o Departamento Estadual de Trnsito - DETRAN em autarquia,Artigo 47 - O detalhamentoda organizao e atribuies do DETRAN-SP, e de seus rgos, sero estabelecidos

    no Regulamentoda Autarquia, que dever ser aprovado por decreto.Artigo 48 - Dentro do prazo de 90 (noventa) dias, contados da data da vigncia desta lei complementar, ser

    editado decreto que aprovar o Regulamento do DETRAN-SP.Decreto n 59.055, de 9 de abril de 2013Artigo 1 -Fica aprovado o Regulamentodo Departamento Estadual de Trnsito - DETRAN-SP, transformado em

    autarquia pela Lei Complementar n 1.195, de 17 de janeiro de 2013, constante do anexo que faz parte integrante destedecreto.

    ANEXO a que se refere o artigo 1 do Decreto n 59.055, de 9 de abril de 2013 Regulamento doDepartamento Estadual de Trnsito - DETRAN-SP

    CAPTULO I - Do rgo e de suas Finalidades at CAPTULO VIII - Disposies Gerais e Finais

    PODER REGULAMENTAR E PODER REGULADORLei n 9.472/97.Art. 8 Fica criada a Agnc ia Nacio na l de Telecomun icaes, entidade integrante da Administrao Pblica

    Federal indireta, submetida a regime autrquico especial e vinculada ao Ministrio das Comunicaes, com a funo dergo reg u lad o r das telec omun icaes(...).

    Art. 19. Agncia compete adotar as medid as n ecessrias para o atendim ento d o int eresse pblicoe para odesenvolvimento das telecomunicaes brasileiras, atuando com independncia, imparcialidade, legalidade,impessoalidade e publicidade, e especialmente:

    IV - expedir normasquanto outorga, prestao e fruio dos servios de telecomunicaes no regime pblico;

    X - expedir normassobre prestao de servios de telecomunicaes no regime privado;XII - expedir no rmas e padres a serem cumpridos pelas prestadoras de servios de telecomunicaes quantoaos equipamentos que utilizarem;

    XIV - expedir n orm as e padres que assegurem a compatibilidade, a operao integrada e a interconexo entreas redes, abrangendo inclusive os equipamentos terminais;

    Portanto, como resta fcil concluir, o exerccio do poder regulamentar ou normativo da Administrao Pblica visaa realizao do interesse pblico, mediante a criao de condies para que as lei venham a ser efetiva, eficaz efielmente executadas, abe ao Tais normas objetivaro preparar os rgos da Administrao para dar adequado eeficiente cumprimento lei, explicando-a e viabilizando a aplicao de seus comandos. CABM reala sua utilidadeprocedimental e uniformizante, estabelecendo critrios limitadores da discricionariedade administrativa, bem como dedetalhamento e esclarecimento da lei, assim ensejando interpretao padro e afinada ao interesse pblico. Frise-seuma vez mais: no pode o agente pblico, no exerccio deste poder, modificar ou contrariar a lei, nem dispor sobrematria constitucionalmente reservada lei. As regras de edio do regulamento devem, conforme o precitado autor,

    ser necessariamente observadas igualmente em relao a todos os demais atos gerais do Poder Executivo (resolues,instrues, portarias, regimentos etc.), de edio prpria a outras autoridades que no o Chefe do Poder Executivo. LPA So Paulo:Art igo 12- So atos administrativos:I - de c om petnc ia pri vativ a:a) do Governador do Estado, o Decreto;b) dos Secretrios de Estado, do Procurador Geral do Estado e dos Reitores das Universidades, a Res o luo;c) dos rgos colegiados, a De l ib er ao;II - de comp etnc ia com um :a) a todas as autoridades, at o nvel de Diretor de Servio; s autoridades policiais; aos dirigentes das entidades

    descentralizadas, bem como, quando estabelecido em norma legal especfica, a outras autoridades administrativas, aPortar ia;

    b) a tod as as auto rid ades ou agentes da Admi nis trao, os demais atos administrativos, tais como Ofc io s ,

    Orden s d e Serv io, Ins trues e ou tro s.

    ATO REGULAMENTAR OU NORMATIVO AUTNOMO: sob esta denominao encontramos os de atosadministrativos que regulamentam ou normatizam determinadas situaes, inclusive prevendo direitos e obrigaes, semsem, como j vimos (CF, arts. 5, II, e 84, IV), o necessrio lastro legal, ou seja, de forma autnoma. Registrando-se

    http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%209.472-1997?OpenDocumenthttp://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%209.472-1997?OpenDocumenthttp://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%209.472-1997?OpenDocument
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    raras, mas honrosas excees, inclina-se maciamente a doutrina a apontar a inconstitucionalidade da hiptese, posioreferendada pela nossa Suprema Corte.

    Para que ficasse caracterizada a ofensa direta ao art. 5, II da Constituio, seria necessrio apontar ainexistncia de lei imprescindvel fundamentao de validade do decreto (hiptese de inconst i tucion al decretoautnomo), ou, ento, que algum ponto do decreto fosse incompatvel com o texto da lei que lhe deveria servir comofundamento de validade, interpretada conforme a Constituio, ou declarado inconstitucional, ainda que sem reduo detexto (STF. AI 737543 AgR/SP - Relator Min. JOAQUIM BARBOSA - 28/08/2012 - Segunda Turma - DJe-183,18-09-2012).

    1. INCONSTITUCIONALIDADE. Ao direta. Objeto. Admissibilidade. Imp ug nao de decr eto autnomo, queinstitui benefcios fiscais. Carter no meramente regulamentar. Introduo de novidade normativa. Preliminar repelida.Precedentes. Decreto que, no se lim itand o a regu lamen tar lei, inst itu a benefcio fisc al ou i ntro du za outr anov idade norm ativa, reputa-se autnom o e, c om o tal, sus cetvel de con trole con centrado deconst i tucional idade. 2. INCONSTITUCIONALIDADE. Ao direta. Decreto n 27.427/00, do Estado do Rio de Janeiro.Tributo. Imposto sobre Circulao de Mercadorias e Servios ICMS. Benefcios fiscais. Reduo de alquota econcesso de crdito presumido, por Estado-membro, mediante decreto. Inexistncia de suporte em convnio celebradono mbito do CONFAZ, nos termos da LC 24/75. Expresso da chamada guerra fiscal. Inadmissibilidade. Ofensa aosarts. 150, 6, 152 e 155, 2, inc. XII, letra g, da CF. Ao julgada procedente. Precedentes. No pode o Estado -membro conceder iseno, incentivo ou benefcio fiscal, relativos ao Imposto sobre Circulao de Mercadorias eServios ICMS, de modo unilateral, mediante decreto ou outro ato normativo, sem prvia celebrao de convniointergovernamental no mbito do CONFAZ (STF. ADI 3664/RJ - Relator Min. CEZAR PELUSO - 01/06/2011 -Tribunal Pleno - DJe-181, 21-09-2011).

    Em certa e limitadssima medida figurando como exceo regra, mas servindo exatamente para confirm-la, algunsautores apontam para o inciso VI do art. 84 da CF (redao dada pela EC 32), que assim dispe:

    Compete privativamente ao Presidente da Repblica:VI - dispor , m ediante d ecreto, sobre:a) org anizao e fu nc ion amen to da adm inis trao federal, q uand o no impli car aumen to de desp esa n em

    cri ao ou ex ti no de r gos pb li co s ;b) ex tin o d e fu nes o u c arg os pbl ico s, q uando vagos;

    PODER HIERRQUICO (de ordenao) ou PODERES DECORRENTES DA HIERARQUIA (MSZDP):Hierarquia, para o nosso corrente estudo, pode ser conceituada como a relao de subordinao entre os vrios rgo eagentes do Poder Executivo (tpica da funo administrativa), com a distribuio de atribuies e gradao de autoridadede cada nvel

    Objetivos do Poder Hierrquico: ORDENAR as atividades da Administrao, repartindo e escalonando as funes entre os agentes de seus

    rgo, de modo que cada um possa exercer convenientemente o seu encargo. O Poder Hierrquico impe o DEVER DEOBEDINCIA aos agentes inferiores em relao s ordens e instrues legais (emitidas de acordo com a lei e afinalidade pblica) emanadas dos superiores. Aos subordinados descabe o cumprimento de ordens manifestamenteilegais, no lhes sendo lcito, no entanto, proceder apreciao da oportunidade e da convenincia das determinaessuperiores.

    COORDENAR essas atribuies com vistas ao engrossamento e funcionamento harmnico de todos osservios a cargo de seus rgos;

    CONTROLAR o cumprimento das leis e das normas administrativas, a conduta e o rendimento funcional decada servidor;

    CORRIGIR os erros administrativos pela ao revisora dos superiores hierrquicos.Poderes decorrentes da hierarquia:

    DAR ORDENS : orientando os subalternos nos casos concretos. Contrapartida : o dever de obedecer. FISCALIZAR ou CONTROLAR : vigilncia permanente sobre os atos praticados pelos subalternos, com o

    escopo de mante-los dentro das exigncias da legalidade e da moralidade;REVER ou CORRIGIR: vide princpio da autotutela, j estudado. A cargo dos superiores, que apreciaro os

    atos realizados pelos inferiores em todos os seus aspectos (competncia, forma, finalidade, convenincia, oportunidade,justia, moralidade e finalidade), para mant-los ou invalid-los

    LPA Federal:Art. 53.A Administrao deve anularseus prprios atos, quando eivados de vcio de legalidade, e pode revog-

    lospor motivo de convenincia ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos. LPA So Paulo:Art igo 10 - A Administrao anularseus atos invlidos, de ofcio ou por provocao de pessoa interessada,

    salvo quando: I - ultrapassado o prazo de 10 (dez) anos contado de sua produo; II - da irregularidade no resultarqualquer prejuzo; III - forem passveis de convalidao.

    DELEGAR: conferir a outrem (geralmente um subordinado) competncia que originalmente lhe pertencia.Somente poder ser recusada se o subordinado no possuir condies de bem cumpri-la. OM ressalta que o ato dedelegao, escrito, especifica as competncias delegadas, os limites da atuao da autoridade que recebe a delegao,sua durao e objetivos. Este instituto justifica-se ante a necessidade de conferir maior agilidade e celeridade a certasdecises, que podero ser tomadas com maior justia por aquele mais prximo ao problema.

  • 7/23/2019 Poderes Administrativos Np2

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    PODERES DA ADMINISTRA O PBL ICA p . 6/6

    LPA Federal:Art. 12.Um rgo administrativo e seu titular podero, se no houver impedimento legal, delegar parte da sua

    comp etnc ia a outr os rgos ou titu lares, ainda que estes no lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando forconveniente, em razo de circunstncias de ndole tcnica, social, econmica, jurdica ou territorial.

    Pargrafo nico. O disposto no caput deste artigo aplica-se delegao de competncia dos rgos colegiados aosrespectivos presidentes.

    Art. 13.No podem ser objeto de delegao:I - a edio de atos de carter normativo;II - a deciso de recursos administrativos;III - as matrias de competncia exclusiva do rgo ou autoridade.Art. 14.O ato de d elegao e s ua r evogao devero ser publicados no meio oficial.1o O ato de delegao especificar as matrias e poderes transferidos, os limites da atuao do delegado, a

    durao e os objetivos da delegao e o recurso cabvel, podendo conter ressalva de exerccio da atribuio delegada. 2oO ato de delegao revogvel a qualquer tempo pela autoridade delegante. 3o As decises adotadas por delegao devem mencionar explicitamente esta qualidade e considerar-se-o

    editadas pelo delegado. LPA So Paulo:Artigo 19- Salvo vedao legal, as autoridades superiores podero delegar a seus subord inados a prtica de

    atos de sua competncia ou avocar o s d e com petncia destes.Artigo 20- So in delegvei s, entre outras hipteses decorrentes de normas especficas:I - a competncia para a edio de atos normativos que regulem direitos e deveres dos administrados;II - as atribuies inerentes ao carter poltico da autoridade;III - as atribuies recebidas por delegao, salvo autorizao expressa e na forma por ela determinada;IV - a totalidade da competncia do rgo;V - as competncias essenciais do rgo, que justifiquem sua existncia.Pargrafo nico - O rgo colegiado no pode delegar suas funes, mas apenas a execuo material de suas

    deliberaes.AVOCAR: o chamar para si atribuies inerentes ao subordinado. Trata-se de medida excepcional e que,

    portanto, depende de adequada justificativa. Jamais poder ser realizada de modo a esvaziar as competncias dorgo inferior.

    LPA Federal:Art. 15.Ser permitida, em carter excepcional e por motivos relevantes devidamente justificados, a av ocao

    tem porria de competncia atribuda a rgo hierarquicamente inferior. LPA So Paulo:

    Artigo 19- Salvo vedao legal, as autoridades superiores podero delegar a seus subord inados a prtica deatos de sua competncia ou avocar o s d e com petncia d estes.

    PODER DISCIPLINAR: o que a Administrao dispe para punir internamente as infraes funcionais dosservidores e demais pessoas sujeitas aos rgos e servios que lhe so prprios. Abrange o poder de apurao dasinfraes e de aplicao de penalidade administrativas a e particulares legal ou contratualmente submetidos suadisciplina.

    correlato ao Poder Hierrquico, mas com ele no se confunde (existente nos Poderes Legislativo e Judicirio,onde no h relaes de subordinao entre seus membros). Tem sua razo de ser na moralidade, na eficincia e noaperfeioamento do servio pblico. Sua aplicao sempre estar vinculada ao respeito aos princpios constitucionais dodevido processo legal e da ampla defesa.

    Trata-se de poder-dever: vide crime de condescendncia criminosa (CP, art. 320 - Deixar o funcionrio, por

    indulgncia, de responsabilizar subordinado que cometeu infrao no exerccio do cargo ou, quando lhe faltecompetncia, no levar o fato ao conhecimento da autoridade competente: Pena - deteno, de quinze dias a um ms,ou multa).

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