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Por quê Competitividade Industrial? Jorge Arbache Universidade de Brasília FIEMG - Lançamento do Plano de Competitividade Industrial de Minas Gerais, 2 de dezembro de 2015

Por quê Competitividade Industrial? Jorge Arbache Universidade de Brasília FIEMG - Lançamento do Plano de Competitividade Industrial de Minas Gerais, 2

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Page 1: Por quê Competitividade Industrial? Jorge Arbache Universidade de Brasília FIEMG - Lançamento do Plano de Competitividade Industrial de Minas Gerais, 2

Por quê Competitividade Industrial?

Jorge ArbacheUniversidade de Brasília

FIEMG - Lançamento do Plano de Competitividade Industrial de Minas Gerais, 2 de dezembro de 2015

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A indústria ainda é relevante?

• Indicadores mostram que a participação da indústria na economia mundial vem caindo:

% PIB% no emprego total% nas exportações% investimento direto estrangeiro

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Participação da indústria no PIB (%)

Aleman

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30

35

1997 2013

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O debate no Brasil• De um lado estão os eufóricos com relação à indústria, que

se valem do tamanho do setor como prova da sua relevância, e que hoje se lamentam da desindustrialização

• De outro lado estão os céticos com relação ao papel da indústria no desenvolvimento econômico – muitas vezes tomam os Estados Unidos e outros países avançados como referência

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Enquanto os eufóricos se lamentam...

Brasil – Part. Indústria no PIB (%)

19601962

19641966

19681970

19721974

19761978

19801982

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19881990

19921994

19961998

20002002

20042006

20082010

20122014

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35

40

Page 6: Por quê Competitividade Industrial? Jorge Arbache Universidade de Brasília FIEMG - Lançamento do Plano de Competitividade Industrial de Minas Gerais, 2

...os céticos acham a desindustrialização normal Estados Unidos – Part. Indústria no PIB (%)

1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 20130

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10

12

14

16

18

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Mas o debate está mal colocado• As evidências para Estados Unidos e outros países

avançados mostram que a indústria é muito mais importante do que os próprios eufóricos apontam

• Não a convencional, mas a “nova” indústria

• O que importa cada vez mais é a densidade industrial e não a participação da indústria no PIB ou no emprego

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A dinâmica do crescimento e a densidade industrial

R4 R3

R1 R2

Participação da indústria no PIB (%) - D1

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R$) -

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Parti

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PIB

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D3

Espaço-indústria - a dinâmica do desenvolvimento industrialFonte: Arbache(2012a)

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O que nos diz o caso dos Estados Unidos?

BRA

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O que nos diz o caso dos Estados Unidos?

• A cadeia de produção da indústria corresponde a 39% e não a 12% do PIB!

• Não por acaso, a indústria financia 70% do P&D privado nos EUA e emprega 42% dos engenheiros

• Indústria e serviços: relação sinergética e simbiótica para criar valor

• Os modelos de negócios da Google, Apple e Microsoft rumam cada vez mais para o desenvolvimento de produtos industriais

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O que nos dia a história? A armadilha da renda média foi rompida pela densidade industrial

• Japão• Cingapura• Taiwan• Coreia...

Page 12: Por quê Competitividade Industrial? Jorge Arbache Universidade de Brasília FIEMG - Lançamento do Plano de Competitividade Industrial de Minas Gerais, 2

A armadilha da renda média foi rompida pelo aumento da

densidade industrial

• Japão• Cingapura• Taiwan• Coreia...• ...China a

caminho

Altas taxas de crescimento da densidade industrialAumento da renda média

Page 13: Por quê Competitividade Industrial? Jorge Arbache Universidade de Brasília FIEMG - Lançamento do Plano de Competitividade Industrial de Minas Gerais, 2

O que nos diz o caso da China?

• Reestruturação rumo à indústrias de mais alto valor adicionado

• Ampliação e modernização dos serviços voltados para a indústria

• P&D, tecnologias, inovação, capital humano, gestão, marcas

Page 14: Por quê Competitividade Industrial? Jorge Arbache Universidade de Brasília FIEMG - Lançamento do Plano de Competitividade Industrial de Minas Gerais, 2

O que nos diz o caso da China?

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 20130

200

400

600

800

1000

1200

Densidade industrial – US$

Brasil China

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Densidade industrial é o espelho do desenvolvimento

Índia

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o Sul

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Países

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0100020003000400050006000700080009000

Densidade industrial (US$) - média 2000-2013

Page 16: Por quê Competitividade Industrial? Jorge Arbache Universidade de Brasília FIEMG - Lançamento do Plano de Competitividade Industrial de Minas Gerais, 2

A pergunta crítica:Como elevar a densidade

industrial?

Através do aumento da competitividade e da produtividade

Page 17: Por quê Competitividade Industrial? Jorge Arbache Universidade de Brasília FIEMG - Lançamento do Plano de Competitividade Industrial de Minas Gerais, 2

A nossa competitividade internacional requer mais atenção

BEL

LUX

NLD

DEU FR

AAU

TSW

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AUS

ITA

ESP

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POL

GBR

DN

KG

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Índice de competitividade internacional - quanto maior, pior - (produtividade relativa / preço relativo)Fonte: Arbache (2015)

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Evolução da produtividade

19501952

19541956

19581960

19621964

19661968

19701972

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20102012

20140

5,000

10,000

15,000

20,000

25,000

30,000

35,000

Produtividade por pessoa empregada US$ de 2014 (PPP de 2011) - BrasilFonte: Conference Board

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Produtividade comparada

19501952

19541956

19581960

19621964

19661968

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19741976

19781980

19821984

19861988

19901992

19941996

19982000

20022004

20062008

20102012

20140

20,00040,00060,00080,000

100,000120,000140,000

Produtividade por pessoa empregada US$ de 2014 (PPP de 2011) – países se-lecionados

Fonte: Conference Board

Brasil Estados Unidos Coreia China Malaysia

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O desafio da competitividade e da produtividade é um esforço

coletivo• “Porteira para dentro”: tudo o que impacta a atratividade

dos produtos e serviços da empresa, o desempenho dos trabalhadores e o desempenho do capital instalado

• Incluem treinamento profissional, saúde e segurança do trabalhador, P&D, tecnologias, inovação, gestão, distribuição, pós-vendas e marcas

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O desafio da competitividade e da produtividade é um esforço

coletivo• “Porteira para fora”: tudo o que impacta o ambiente em

que se opera, incluindo capital humano, infraestrutura, estoque de capital da economia, estrutura de competição, disponibilidade e acesso à tecnologia, inovação, carga tributária, burocracia, insumos e qualidade dos fornecedores e instituições

Page 22: Por quê Competitividade Industrial? Jorge Arbache Universidade de Brasília FIEMG - Lançamento do Plano de Competitividade Industrial de Minas Gerais, 2

O desafio da competitividade e da produtividade

Fazer mais com o mesmo e fazer o novo!

Page 23: Por quê Competitividade Industrial? Jorge Arbache Universidade de Brasília FIEMG - Lançamento do Plano de Competitividade Industrial de Minas Gerais, 2

O que fazer?

• Políticas públicas e privadas e instrumentos coordenados de curto, médio e longo prazos complementariedade e sinergia

• Voltados e adaptados para empresas de todos os tamanhos

Page 24: Por quê Competitividade Industrial? Jorge Arbache Universidade de Brasília FIEMG - Lançamento do Plano de Competitividade Industrial de Minas Gerais, 2

No curto/médio prazos – muito a fazer, mas muito a ganhar!

• Remoção de gargalos para apagar incêndios

• Muitos ganhos de produtividade e queda de custos com ações relativamente simples como:• melhorias pontuais da gestão• reorganização do layout do chão de fábrica• treinamentos cirúrgicos da mão de obra

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No curto/médio prazos – muito a fazer, mas muito a ganhar!

• maior coordenação e proximidade com os fornecedores• maior conhecimento dos clientes e das suas

necessidades• introdução de tecnologias simples, baratas e já

disponíveis, incluindo em TI• explorar adequadamente as potencialidades locais e

regionais

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No médio/longo prazos – realocação de recursos para setores mais promissores

• Setores de mais elevada densidade industrial

• Produtos e serviços de consumo associados à economia compartilhada, funcionalidades digitais e novas soluções para problemas novos e antigos

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No médio/longo prazos – realocação de recursos para setores mais promissores

• Produtos e serviços associados aos novos modelos de negócios das empresas em favor da terceirização e da servicificação da produção

• Industrialização das vantagens comparativas, indústria 4.0, biodiversidade, saúde, novas energias

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Sim, tempos difíceis, mas muitas novas fronteiras

emergindo para a indústria

• Ciclo de vida dos produtos e serviços encolhendo• Muitas novas necessidades dos consumidores• Novas soluções para problemas novos e antigos• Mudanças demográficas; ex. saúde, turismo,

equipamentos e serviços para idosos

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Sim, tempos difíceis, mas muitas novas fronteiras

emergindo para a indústria

• Desaceleração das importações• Aumento das classes C, D e E: novos produtos e

serviços• Áreas de alto rendimento, ex.: regiões agrícolas• Investimentos públicos de vulto represados

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Muito [email protected]