Porfirias Final

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PORFIRIASBioqumica Prof. ngela Dutra Alexandre de Almeida Monteiro

Definio Erros Inatos do Metabolismo. Grupo de distrbios causados por anormalidades

da sntese do heme. Podem ser genticas ou adquiridas. So provocadas por deficincias das enzimas implicadas na sntese do heme e que levam superproduo e acumulao de porfirinas. A deficincia de cada uma das oito enzimas necessrias produo do heme origina um tipo particular de porfiria.

Consideraes gerais Todos

os intermedirios da biossntese do heme so potencialmente txicos. Sintomatologia: sintomas cutneos acmulo de porfirinas nas camadas mais

superficiais da pele; sintomas neuroviscerais acmulo de ALA e PBG; Para o diagnstico de porfiria, necessria a dosagem das

profirinas nas fezes e na urina. A solubilidade na gua destes intermedirios determina sua forma de excreo: produtos solveis em gua so excretados na urina; produtos insolveis em gua so excretados nas fezes; produtos com solubilidade intermediria so excretados tanto na urina

quanto nas fezes.

http://www.hepcentro.com.br/porfiria.htm

ClassificaoPorfirias Eritropoiticas Crnica Porfiria eritropoitica congnita Protoporfiria eritropoitica Porfiria cutnea tardia

Crnica Porfirias Hepticas Aguda*

Porfiria ALA desidratase Porfiria aguda intermitente Coproporfiria hereditria Porfiria variegata

*Neste grupo de porfirias, 80% dos carreadores da mutao gentica so assintomticos.

Porfiria Eritropoitica Congnita Primeira porfiria descrita, no ano de 1874. Transtorno

autossmico recessivo caracterizado pela deficincia quase completa da uroporfirinognio III sintase. Como consequncia, h acmulo de Uroporfirinognio I e Coproporfirinognio I. Sintomas: cutneos e hematolgicos. Do ponto de vista hematolgico, h hemlise de leve a moderada, levando a anemia e a esplenomegalia secundria. O quadro cutneo caracterizado por friabilidade cutnea e formao de bolhas nas reas fotoexpostas (sobretudo mos e face). H infeces cutneas secundrias de repetio e cicatrizao exacerbada, podendo levar perda de dgitos. Pacientes fotossensveis.

Outros sintomas: Urina rosada ou avermelhada (pelo acmulo de porfirinas). Hipertricose de face e extremidades. Eritrodontia, que corresponde colorao avermelhada de dentes quando

expostos radiao de 400 nm; Alteraes significativas de arcabouo sseo, decorrentes tanto da expanso medular secundria anemia quanto da deficincia de vitamina D. Cegueira pode ser decorrente de cicatrizes lenticulares. Leso heptica que, apesar de incomum, tambm pode estar presente. Diagnstico: h excreo urinria de porfirinas notoriamente elevada

(50-100mg/d), composta basicamente por uroporfirinognio I, coproporfirinognio I . As porfirinas fecais tambm so elevadas custa de coproporfirinognio.

Protoporfiria Eritropoitica Distrbio autossmico dominante, comum em asiticos. Decorre da deficincia parcial da Ferroquelatase. Clinicamente, a doena caracteriza-se por

fotossensibilidade desde a infncia, atingindo principalmente face e dorso das mos e apresentando-se como reas de eritema e edema difusos, com sensao de queimao local. A insuficincia heptica no incomum, decorre do depsito de protoporfirina txica ao fgado.

Diagnstico:

h aumento de protoporfirina IX nos eritrcitos, no plasma e nas fezes, mas no na urina. Os precursores eritrides ricos em protoporfirina mostram intensa fluorescncia sob a luz de 405nm e so denominados fluorcitos. Tais clulas podem ser visualizadas por mtodos manuais automatizados, contribuindo para a confirmao diagnstica de protoporfiria eritropoitica.

Porfiria Cutnea Tardia a porfiria mais comum. Causada

pela deficincia da uroporfirinognio descarboxilase, por mutao heterozigtica. H trs subtipos principais: Tipo I: apresenta atividade da uroporfirinognio descarboxilase

normal em eritrcitos e casos espordicos. Tipo II: apresenta atividade eritrocitria enzimtica reduzida e casos familiares. Tipo III: apresenta casos familiares e atividade eritrocitria enzimtica normal.

Pacientes entre 40 e 50 anos. Clinicamente

caracterizada por leses bolhosas crnicas em reas fotoexpostas. Pacientes fotossensveis. Locais previamente acometidos pelas leses cutneas podem se apresentar atrficos ou com pseudoesclerodermia. Podem ocorrer hipertricose e hiperpigmentao e, em casos graves, fotomutilao, sobretudo se houver infeces de repetio. Presena de hemossiderose heptica, que reflexo da sobrecarga de ferro presente nos pacientes (saturao de ferro e ferritina aumentados).

A maior parte dos portadores da mutao do gene da

uroporfirinognio descarboxilase nunca desenvolve a porfiria cutnea tarda. Aqueles que manifestam a doena o fazem aps exposio a alguns desencadeadores ambientais: lcool, infeco pelo vrus da hepatite C, exposio a estrgenos, infeco pelo HIV, hemodilise, tumores hepticos malignos ou benignos, fatores que aumentam o contedo do ferro no organismo. Diagnstico: observa-se aumento urinrio de uroporfirinognio, que provoca alterao da colorao sob luz natural.

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0365-05962006000600010 http://www.hepcentro.com.br/porfiria.htm

Uroporfirina III

Porfiria Intermitente Aguda Distrbio autossmico dominante caracterizado pela

deficincia da enzima PBG desaminase ou hidroximetilbilanosintase. A prevalncia da doena de 5-10 casos/100.000 habitantes (EUA) e 2/100.000 (Europa). rara em crianas, sendo mais comum aps a puberdade. tambm quatro vezes mais comum em mulheres do que em homens. Caracteriza-se, clinicamente, pela ocorrncia de ataques de dor abdominal, tetraparesia flcida e sintomas neuropsiquitricos. Manifesta-se, geralmente, aps o contato com desencadeantes ambientais. Os ataques tm durao entre horas a dias e mortalidade em torno de 14%.www.dcfmusp.com.br/89-2-8-porfirias.pdf http://www.hepcentro.com.br/porfiria.htm#Porfiria aguda intermitente

H trs subtipos, sendo que h diferenas entre a atividade da

enzima HMB sintase, que a capacidade de exercer a sua funo, e a sua quantidade no interior de clulas diferentes. Os subtipos I e III correspondem a mais de 95% dos portadores: Subtipo I: a atividade e a quantidade esto reduzidas em cerca de 50% em

todos os tecidos; Subtipo II: a atividade e a quantidade esto reduzidas em todas as clulas, com exceo das hemcias, onde esto normais; Subtipo III: a atividade est reduzida em todas as clulas, mas a quantidade est acima de 50%, podendo chegar at a 270% do normal. A dor abdominal muito importante. Ela pode ser acompanhada por taquicardia, hipertenso, constipao

e reteno urinria aguda. Os sintomas neuropsiquitricos so mltiplos: ansiedade, depresso, insnia, desorientao, alucinaes, confuso, psicose, crises convulsivas e acometimento de pares cranianos. importante ressaltar que a ocorrncia dos sintomas psiquitricos pode permanecer entre os ataques.

Alm desses sintomas, os pacientes podem apresentar

anormalidades eletrolticas (hiponatremia), devido tanto presena de vmitos quanto secreo inapropriada de ADH. Por fim, outra caracterstica da doena a presena de urina cor de vinho, decorrente do acmulo de porfobilina, que produto oxidado da PBG. Os principais desencadeantes das crises so drogas, dentre as quais se destacam os barbitricos, a rifampicina, o cido valprico e os anti-inflamatrios no hormonais. Dietas rigorosas com privao alimentar so tambm desencadeantes, bem como o tabaco e o lcool. Tambm podem deflagrar crises: infeces, cirurgias, estresse e hormnios esteroides.

Diagnstico: as crises so marcadas por aumento macio

de ALA e PBG urinrios. Para sua identificao, alguns testes podem ser realizados: teste de Watsom Schwartz: detecta PBG urinrio. mtodo de coluna de Mauzerall e Granick: detecta tanto ALA

quanto PBG. trace PBG Kit: um mtodo semi-quantitativo.

Para confirmao diagnstica, necessrio determinar

os nveis de PBG desaminase eritrocitria. O ltimo passo diagnstico a deteco da mutao da PBG desaminase.

Porfiria ALA desidratase Distrbio raro decorrente da deficincia da ALA

desidratase (10 casos no mundo). Duas situaes clnicas podem causar inibio da ALA desidratase e deflagrar sintomas de porfiria: intoxicao por chumbo. tirosinemia hereditria tipo 1, que aumenta a succinilacetona,

responsvel pela inibio enzimtica.

Clinicamente, a porfiria Doss tem manifestao muito

semelhante da porfiria intermitente aguda, ocorrendo crises intermitentes de paresias, dor em membros e vmitos. Diagnstico: observa-se aumento urinrio de ALA e coproporfirinognio III, alm de aumento fecal deste ltimo.

Porfiria Variegata Distrbio

autossmico dominante caracterizado pela deficincia da protoporfirinognio oxidase. Comum, especialmente entre brancos na frica do Sul. Protoporfirinognio IX e outros precursores acumulam-se na urina. Ataques agudos similares ao da porfiria intermitente aguda, alm de sintomas cutneos. Estes so caracterizados por fragilidade cutnea, vesculas, bolhas, eroses, hiperpigmentao e hipertricose nas reas expostas ao sol, com durao maior do que os ataques neuroviscerais.

Diagnstico: h aumento de protoporfirinognio e

coproporfirinognio fecais, alm de aumento de coproporfirinognio urinrio. Durante os ataques neuroviscerais, h aumento, ainda, de ALA e PBG urinrios. Fora das crises, ALA e PBG se encontram em nveis normais ou apenas discretamente aumentados.

Diagnstico - consideraes As porfirias agudas manifestam-se geralmente por crises

que duram de horas a dias. Dor abdominal o sintoma mais comum. Para a identificao de casos suspeitos o primeiro fator a ser considerado a presena de sintomas (alguns exames s sero vlidos durante a crise). Glicose ou metablito prximal podem inibir a sntese do heme 1 manifestao aps injesta muito baixa de glicose.

Diagnstico Floxograma pag 269 harper

Tratamento

Porfirias e lendas Existem relatos que no passado, antes da descoberta

cientfica da doena, o tratamento bsico para a porfria era feita atravs da Sangria. Outro tipo de tratamento da poca era a ingesto de carne crua e sangue fresco pelos vitimados pela doena. Acreditava-se que ao se consumir grandes quantidades de sangue e carne, a doena seria retardada ou mesmo curada por completo. Pacientes com perturbaes mentais poderiam atacar outras pessoas para tentar beber seu sangue e existem at mesmo casos de canibalismo realizados por pessoas vitimadas pela porfiria.

A urina e a saliva podem tomar colorao vermelha, fazendo

parecer que o doente est sempre com sangue na boca. Em 1964, sugeriu-se num artigo intitulado "On Porphyria and the Aetiology of Werewolves", que a porfria poderia ser responsabilizada pelos relatos de lobisomens devido ao aumento eventual na produo de plos no corpo. Em 1985, numa tese apresentada Associao Americana para o Avano da Cincia, David Dolphin formulou a hiptese de que possvel que pessoas sofrendo de porfria nos sculos anteriores tentassem beber o sangue de outros como uma maneira de aliviar seus sintomas; confundindo-se com os vampiros. Porm nenhuma dessas informaes possui embasamento histrico. A cobertura dada hiptese da porfria na imprensa popular foi um assunto de grande angstia para muitos pacientes que sofriam do mal.

O mito

http://www.teliga.net/2011/09/porfiria-eritropoetica-vampiros-e.html

A realidade

http://arquivos-paranormais.blogspot.com/2011/04/os-vampiros-existem.htmlhttp://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0365-05962006000600010

Referncias Champe, P.C. e Harvey, R.A, Ferrier, D.R. Bioqumica ilustrada. Porto Alegre:

Artes Mdicas Sul Ltda, 4 ed., 2009. Smith, P; Marks, A.D.; Lieberman, M. Bioqumica Mdica Bsica de Marks: Uma Abordagem Clnica. ArtMed, 2007. Murray, R.K.; Granner, D.K. e Rodwell, V.W. Harper Bioqumica Ilustrada. 27 ed. Mc Graw Hill LANGE, 2007. http://www.teliga.net/2011/09/porfiria-eritropoetica-vampiros-e.html http://construindohistoriahoje.blogspot.com/2010/09/porfirias-licantropia-ehematofagia.html http://www.hepcentro.com.br/porfiria.htm http://mutacoesgeneticas.blogs.sapo.pt/4939.html http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S036505962006000600010

Obrigado

Perguntas Como so classificadas as porfirias? De forma geral como feito o diagnstico das porfirias? Cite trs tipos de porfirias.