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1382-(6) DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-B N. o 59 — 10 de Março de 2001 MINISTÉRIO DO TRABALHO E DA SOLIDARIEDADE Portaria n. o 196-A/2001 de 10 de Março O Decreto-Lei n. o 132/99, de 21 de Abril, procedeu à definição dos princípios gerais de enquadramento da política de emprego, visando, entre outras finalidades, emprestar-lhe maior racionalidade e transparência e contrariar, assim, uma prática caracterizada pela com- plexidade e fragmentariedade das medidas destinadas à respectiva execução. Com o diploma em apreço pretende-se dar continui- dade e contribuir para a concretização, no domínio dos incentivos ao emprego, do esforço, inaugurado com o Decreto-Lei n. o 132/99, de 21 de Abril, de ordenar, sis- tematizar e simplificar as medidas de política de emprego. Assim, congregam-se num único diploma medidas que, até ao momento, se encontravam dispersas por diversos instrumentos normativos — Decretos-Leis n. os 34/96 e 189/96, respectivamente de 18 de Abril e de 8 de Outubro, e Portarias n. os 476/94, 414/96 e 247/95, respectivamente de 1 de Julho, de 24 de Agosto e de 29 de Março —, garantindo um seu desenvolvimento mais coerente e eficaz, por forma a potenciar e a facilitar o acesso às mesmas por parte dos seus principais destinatários. Idêntica tarefa de sistematização e de simplificação será desencadeada, a curto prazo, no contexto da pro- moção do mercado social de emprego. Na realidade, o facto de o mercado social de emprego apresentar afi- nidades e de chegar mesmo a tocar algumas das preo- cupações a que se procura dar resposta com o presente diploma não afasta a pertinência de lhe ser dispensado um tratamento particular, tendo em conta a sua natureza de programa destinado, especificamente, à promoção de actividades dirigidas a necessidades sociais não satis- feitas pelo normal funcionamento do mercado, com- batendo, em simultâneo, o desemprego, a pobreza e a exclusão. Sem embargo do que antecede, com este sistema de incentivos intenta-se, desde já, estimular e tornar mais fácil o acesso ao emprego por parte daqueles que, dada a sua situação de desvantagem relativa, têm mais pro- blemas para aceder ao mercado de trabalho: jovens à procura do 1. o emprego, desempregados de longa dura- ção, pessoas com deficiência e pessoas em situação de desvantagem social, designadamente os beneficiários do rendimento mínimo garantido. Desta forma, e a fim de estimular o emprego dos que encontram maiores dificuldades de inserção sócio- -profissional, institui-se um regime centrado na conces- são de apoios técnicos e financeiros dirigidos exclusi- vamente a auxiliar a criação de postos de trabalho para estas categorias de pessoas, seja sob a forma de apoios à sua contratação seja sob a forma de apoios à criação do seu próprio emprego. No quadro dos apoios a atribuir, há que fazer ressaltar dois casos particulares: o prémio de igualdade de opor- tunidades e a majoração sistemática dos apoios para deficientes. Avança-se, neste contexto, no sentido do aprofundamento da transversalidade, quer do combate ao desequilíbrio de participação de género no mercado de trabalho quer da diferenciação positiva dos apoios à criação de postos de trabalho a preencher por deficientes. Com efeito, o prémio de igualdade de oportunidades, ultrapassado um período de expe- rimentação no quadro de medidas particula- res — designadamente no âmbito dos programas de desenvolvimento cooperativo, emprego-formação e rede ajuda —, em que provou constituir um instru- mento adequado de promoção da igualdade de opor- tunidades entre homens e mulheres, é agora esten- dido à generalidade dos apoios ao emprego. Por outro lado, reserva-se, sem prejuízo de disciplina material especial a prever neste domínio, um tra- tamento mais favorável aos apoios a conceder à inserção de pessoas com deficiência no mercado de trabalho. O presente regime de incentivos dedica ainda uma particular atenção aos beneficiários das prestações de desemprego, investindo-os na responsabilidade de aproveitar as oportunidades que surjam para a sua integração, quer por via dos apoios previstos para a sua contratação quer por via dos estabelecidos para estimular a sua capacidade de iniciativa individual ou associada. Procura-se, por esta forma, incitá-los a regressar ao mercado de trabalho, prevenindo, em simultâneo, o risco social que constitui a sua exclusão duradoura do mesmo. No domínio dos apoios ao investimento intenta-se recuperar e reforçar a tradição das iniciativas locais de emprego, na convicção de que uma política eficaz de promoção do emprego não pode bastar-se apenas com a activação de inactivos e com a erradicação de situações de desfavorecimento face ao mercado de trabalho, mas tem de repousar necessariamente no combate a dinâ- micas territoriais adversas que se constituem em obstá- culos à criação de emprego. Em coerência alarga-se a dimensão do investimento elegível no quadro das iniciativas locais de emprego, volvendo micro e pequenas empresas em catalisadores do desenvolvimento local e em factores de animação das economias locais. No que se refere à natureza dos apoios, há que anotar a tentativa de, face à progressiva escassez de recursos financeiros disponíveis, dar passos no sentido de alcan- çar uma equação mais favorável entre subsídios a fundo perdido e subsídios reembolsáveis. Opta-se, para o efeito, pela atribuição de apoios reembolsáveis, em casos contados, o que permitirá, no futuro, com a intensi- ficação desta lógica, para além de uma evidente econo- mia de meios, alargar o espectro de cobertura de ini- ciativas com relevância para a prossecução dos fins da política de emprego. Por fim, cumpre evidenciar a obrigatoriedade de divulgação dos apoios a conceder, através da sua publicação no Diário da República e, bem assim, o enriquecimento do presente diploma pelos contri- butos recolhidos no âmbito da respectiva apreciação pública, promovida por via da sua publicação em separata do Boletim do Trabalho e Emprego de 25 de Janeiro de 2001.

Portaria 196-A-2001

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  • 1382-(6) DIRIO DA REPBLICA I SRIE-B N.o 59 10 de Maro de 2001

    MINISTRIO DO TRABALHO E DA SOLIDARIEDADE

    Portaria n.o 196-A/2001

    de 10 de Maro

    O Decreto-Lei n.o 132/99, de 21 de Abril, procedeu definio dos princpios gerais de enquadramento dapoltica de emprego, visando, entre outras finalidades,emprestar-lhe maior racionalidade e transparncia econtrariar, assim, uma prtica caracterizada pela com-plexidade e fragmentariedade das medidas destinadas respectiva execuo.

    Com o diploma em apreo pretende-se dar continui-dade e contribuir para a concretizao, no domnio dosincentivos ao emprego, do esforo, inaugurado com oDecreto-Lei n.o 132/99, de 21 de Abril, de ordenar, sis-tematizar e simplificar as medidas de poltica deemprego. Assim, congregam-se num nico diplomamedidas que, at ao momento, se encontravam dispersaspor diversos instrumentos normativos Decretos-Leisn.os 34/96 e 189/96, respectivamente de 18 de Abril ede 8 de Outubro, e Portarias n.os 476/94, 414/96 e 247/95,respectivamente de 1 de Julho, de 24 de Agosto e de29 de Maro , garantindo um seu desenvolvimentomais coerente e eficaz, por forma a potenciar e a facilitaro acesso s mesmas por parte dos seus principaisdestinatrios.

    Idntica tarefa de sistematizao e de simplificaoser desencadeada, a curto prazo, no contexto da pro-moo do mercado social de emprego. Na realidade,o facto de o mercado social de emprego apresentar afi-nidades e de chegar mesmo a tocar algumas das preo-cupaes a que se procura dar resposta com o presentediploma no afasta a pertinncia de lhe ser dispensadoum tratamento particular, tendo em conta a sua naturezade programa destinado, especificamente, promoode actividades dirigidas a necessidades sociais no satis-feitas pelo normal funcionamento do mercado, com-batendo, em simultneo, o desemprego, a pobreza ea excluso.

    Sem embargo do que antecede, com este sistema deincentivos intenta-se, desde j, estimular e tornar maisfcil o acesso ao emprego por parte daqueles que, dadaa sua situao de desvantagem relativa, tm mais pro-blemas para aceder ao mercado de trabalho: jovens procura do 1.o emprego, desempregados de longa dura-o, pessoas com deficincia e pessoas em situao dedesvantagem social, designadamente os beneficirios dorendimento mnimo garantido.

    Desta forma, e a fim de estimular o emprego dosque encontram maiores dificuldades de insero scio--profissional, institui-se um regime centrado na conces-so de apoios tcnicos e financeiros dirigidos exclusi-vamente a auxiliar a criao de postos de trabalho paraestas categorias de pessoas, seja sob a forma de apoios sua contratao seja sob a forma de apoios criaodo seu prprio emprego.

    No quadro dos apoios a atribuir, h que fazer ressaltardois casos particulares: o prmio de igualdade de opor-tunidades e a majorao sistemtica dos apoios paradeficientes. Avana-se, neste contexto, no sentido doaprofundamento da transversalidade, quer do combateao desequilbrio de participao de gnero no mercado

    de trabalho quer da diferenciao positiva dosapoios criao de postos de trabalho a preencherpor deficientes. Com efeito, o prmio de igualdadede oportunidades, ultrapassado um perodo de expe-rimentao no quadro de medidas particula-res designadamente no mbito dos programas dedesenvolvimento cooperativo, emprego-formao erede ajuda , em que provou constituir um instru-mento adequado de promoo da igualdade de opor-tunidades entre homens e mulheres, agora esten-dido generalidade dos apoios ao emprego. Poroutro lado, reserva-se, sem prejuzo de disciplinamaterial especial a prever neste domnio, um tra-tamento mais favorvel aos apoios a conceder insero de pessoas com deficincia no mercado detrabalho.

    O presente regime de incentivos dedica ainda umaparticular ateno aos beneficirios das prestaesde desemprego, investindo-os na responsabilidade deaproveitar as oportunidades que surjam para a suaintegrao, quer por via dos apoios previstos paraa sua contratao quer por via dos estabelecidos paraestimular a sua capacidade de iniciativa individualou associada. Procura-se, por esta forma, incit-losa regressar ao mercado de trabalho, prevenindo, emsimultneo, o risco social que constitui a sua exclusoduradoura do mesmo.

    No domnio dos apoios ao investimento intenta-serecuperar e reforar a tradio das iniciativas locais deemprego, na convico de que uma poltica eficaz depromoo do emprego no pode bastar-se apenas coma activao de inactivos e com a erradicao de situaesde desfavorecimento face ao mercado de trabalho, mastem de repousar necessariamente no combate a din-micas territoriais adversas que se constituem em obst-culos criao de emprego.

    Em coerncia alarga-se a dimenso do investimentoelegvel no quadro das iniciativas locais de emprego,volvendo micro e pequenas empresas em catalisadoresdo desenvolvimento local e em factores de animaodas economias locais.

    No que se refere natureza dos apoios, h que anotara tentativa de, face progressiva escassez de recursosfinanceiros disponveis, dar passos no sentido de alcan-ar uma equao mais favorvel entre subsdios a fundoperdido e subsdios reembolsveis. Opta-se, para oefeito, pela atribuio de apoios reembolsveis, em casoscontados, o que permitir, no futuro, com a intensi-ficao desta lgica, para alm de uma evidente econo-mia de meios, alargar o espectro de cobertura de ini-ciativas com relevncia para a prossecuo dos fins dapoltica de emprego.

    Por fim, cumpre evidenciar a obrigatoriedade dedivulgao dos apoios a conceder, atravs da suapublicao no Dirio da Repblica e, bem assim, oenriquecimento do presente diploma pelos contri-butos recolhidos no mbito da respectiva apreciaopblica, promovida por via da sua publicao emseparata do Boletim do Trabalho e Emprego de 25 deJaneiro de 2001.

  • N.o 59 10 de Maro de 2001 DIRIO DA REPBLICA I SRIE-B 1382-(7)

    Assim, nos termos do disposto nas alneas b) a e)do artigo 11.o do Decreto-Lei n.o 132/99, de 21 de Abril:

    Manda o Governo, pelo Ministro do Trabalho e daSolidariedade, o seguinte:

    CAPTULO I

    Disposies gerais

    1.o

    Objecto

    O presente diploma regulamenta as modalidadesespecficas de interveno do programa de estmulo oferta de emprego, na sua componente de criao deemprego, nos termos das alneas b) a e) do artigo 11.odo Decreto-Lei n.o 132/99, de 21 de Abril.

    2.o

    mbito de aplicao pessoal

    1 Podem candidatar-se aos apoios previstos no pre-sente diploma pessoas singulares, com idade igual ousuperior a 18 anos, ou pessoas colectivas de direito pri-vado que renam cumulativamente os seguintes requi-sitos:

    a) Encontrarem-se regularmente constitudas, licen-ciadas para o exerccio da actividade e, se legal-mente exigido, registadas;

    b) Terem a sua situao regularizada perante aadministrao fiscal e a segurana social;

    c) No se encontrarem em situao de incumpri-mento no que respeita a apoios comunitriosou nacionais, independentemente da sua natu-reza e objectivos, designadamente os concedidospelo IEFP, pelos gestores de intervenes ope-racionais ou por entidades gestoras de regimesde incentivos;

    d) No se encontrarem em situao de no paga-mento pontual da retribuio devida aos seustrabalhadores;

    e) Cumprir as disposies, de natureza legal ouconvencional, aplicveis ao trabalho de menorese no discriminao no trabalho e no emprego,nomeadamente em funo do sexo;

    f) Cumprir as condies ambientais e de higienee segurana no trabalho, designadamente as obri-gaes previstas no Decreto-Lei n.o 109/2000, de30 de Junho;

    g) Disporem de contabilidade organizada, desdeque legalmente exigvel, de acordo com as regrasdo Plano Oficial de Contabilidade (POC);

    h) Terem a situao econmico-financeira equi-librada.

    2 As entidades que no cumpram os requisitos pre-vistos no nmero anterior devem declarar, sob com-promisso de honra, que se obrigam respectiva obser-vncia, at data de assinatura do contrato de concessode incentivos previsto no n.o 25.o

    3 A deciso de aprovao da candidatura aosapoios previstos no presente diploma caduca automa-ticamente sempre que, at data de assinatura do con-trato de concesso de incentivos, no sejam preenchidosos requisitos em falta em conformidade com o previstono nmero anterior.

    4 Sempre que se trate de projectos de iniciativaslocais de emprego ou de projectos de emprego pro-movidos por beneficirios das prestaes de desem-prego, os respectivos promotores devem obrigatoria-mente proceder constituio e registo da entidade acriar, nos termos legalmente exigidos, no prazo mximode seis meses a contar da data de aprovao dacandidatura.

    3.o

    mbito de aplicao material

    O presente diploma aplica-se a projectos que, ori-ginando a criao lquida de postos de trabalho, a preen-cher por trabalhadores que se encontrem numa dassituaes previstas nos n.os 6.o e 7.o, se enquadrem, pelomenos, numa das seguintes modalidades:

    a) Apoios contratao;b) Apoios a iniciativas locais de emprego;c) Apoios a projectos de emprego promovidos por

    beneficirios das prestaes de desemprego.

    4.o

    Criao lquida de postos de trabalho

    1 Para efeitos do disposto no presente diploma,apenas sero apoiados os projectos que assegurem acriao lquida de postos de trabalho.

    2 Considera-se criao lquida de postos de tra-balho, para efeitos do presente diploma, o aumento efec-tivo do nmero de trabalhadores vinculados, mediantea celebrao de contrato de trabalho sem termo, enti-dade empregadora, em resultado, designadamente, deum novo projecto de investimento.

    3 A criao lquida de postos de trabalho aferidapela diferena entre o nmero total de trabalhadoresvinculados entidade antes de ter sido dado incio execuo do projecto e 12 meses aps a assinatura docontrato de concesso de incentivos previsto no n.o 25.o

    4 Para efeitos do disposto no nmero anterior, onmero total de postos de trabalho existentes antes dese ter dado incio ao projecto corresponde ao nvel maiselevado verificado durante os meses de Janeiro, Julhoe Dezembro do ano anterior e no ms anterior ao darealizao do projecto ou no ms anterior ao da apre-sentao da candidatura, caso no tenha havido lugarao incio do projecto.

    5 Nos casos em que a actividade principal do pro-motor seja de natureza essencialmente sazonal, podemno ser considerados, para efeitos do disposto nos nme-ros anteriores, os acrscimos no volume de emprego,em sectores e regies a definir por deliberao da comis-so executiva do IEFP, que, manifestamente, decorramde necessidades sazonais de mo-de-obra.

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    5.o

    Manuteno do nvel de emprego

    Os promotores, sem prejuzo das obrigaes espe-cficas que venham a ser estabelecidas atravs do con-trato de concesso de incentivos, obrigam-se a mantero nvel de emprego atingido por via do apoio concedidopelo prazo mnimo de quatro anos contados a partirda data da concesso dos apoios.

    6.o

    Desempregado

    1 Consideram-se desempregados, para efeitos dodisposto no presente diploma, os trabalhadores, inscritosnos centros de emprego, que se encontrem numa situa-o de desemprego involuntrio e que revelem capa-cidade e disponibilidade para o trabalho.

    2 Consideram-se igualmente desempregados, paraefeitos do disposto no presente diploma, os trabalha-dores que se encontrem numa das seguintes situaes:

    a) Inexistncia anterior de prestao de actividadeprofissional por conta de outrem ou por contaprpria;

    b) Cessao de actividade por conta prpria, deter-minada por causas manifestamente no impu-tveis ao trabalhador.

    3 Consideram-se ainda desempregados os traba-lhadores que se encontrem contratualmente vinculadosa:

    a) Empresa enquadrada em sector de actividadedeclarado em reestruturao, nos termos legais;

    b) Empresa em processo administrativo ou judicialde recuperao, nos termos legais.

    4 Consideram-se desempregados de longa dura-o, para efeitos do disposto no presente diploma, ostrabalhadores que se encontrem inscritos nos centrosde emprego h mais de 12 meses, independentementede terem celebrado contratos de trabalho a termo, cujadurao conjunta, seguida ou interpolada, no ultra-passe os 12 meses.

    5 Os benefcios previstos no presente diplomapodem ainda ser concedidos a pessoas que se encontremem situao de particular desfavorecimento face ao mer-cado de trabalho, nos termos a definir por despachodo Ministro do Trabalho e da Solidariedade.

    7.o

    Jovem procura do 1.o emprego

    1 Consideram-se jovens procura do 1.o emprego,para efeitos do disposto no presente diploma, os tra-balhadores, com idade compreendida entre os 16 e os30 anos, que se encontrem inscritos nos centros deemprego e que nunca hajam prestado a sua actividadeno quadro de uma relao de trabalho subordinado,cuja durao, seguida ou interpolada, ultrapasse osseis meses.

    2 A idade dos trabalhadores, para efeitos do dis-posto no nmero anterior, afere-se data do incio docontrato de trabalho sem termo.

    CAPTULO II

    Apoios

    SECO I

    Apoios criao de postos de trabalho

    8.o

    Apoios contratao

    1 Por cada posto de trabalho criado, mediante acelebrao de um contrato de trabalho sem termo, poruma entidade de dimenso at 50 trabalhadores, con-cedido um apoio financeiro, sob a forma de subsdiono reembolsvel, de montante correspondente a:

    a) 12 vezes a remunerao mnima mensal maiselevada garantida por lei, desde que os mesmossejam preenchidos por desempregados de longadurao, jovens procura do 1.o emprego,desempregados com idade igual ou superior a45 anos e beneficirios do rendimento mnimogarantido;

    b) 18 vezes a remunerao mnima mensal maiselevada garantida por lei, desde que os mesmossejam preenchidos por pessoas com deficincia.

    2 O apoio financeiro previsto no nmero anterior igualmente concedido a entidades de dimenso supe-rior a 50 trabalhadores, desde que os postos de trabalhoa criar sejam preenchidos por:

    a) Pessoas com deficincia;b) Beneficirios do rendimento mnimo garantido;c) Desempregados com idade igual ou superior a

    45 anos, que se encontrem inscritos nos centrosde emprego h mais de 18 meses.

    3 Os apoios previstos neste nmero no so cumu-lveis com os previstos para projectos de iniciativas locaisde emprego e para projectos de emprego promovidospor beneficirios das prestaes de desemprego.

    SECO II

    Iniciativas locais de emprego

    9.o

    Noo

    Consideram-se iniciativas locais de emprego, paraefeitos do disposto no presente diploma, os projectosque dem lugar criao de novas entidades, indepen-dentemente da respectiva forma jurdica e que originema criao lquida de postos de trabalho, contribuindopara a dinamizao das economias locais, mediante arealizao de investimentos de pequena dimenso.

    10.o

    Apoios criao de postos de trabalho em iniciativas locaisde emprego

    1 Aos projectos de iniciativas locais de empregoque obedeam ao disposto no n.o 13.o atribudo umapoio financeiro, sob a forma de subsdio no reem-

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    bolsvel, de montante correspondente a 18 vezes a remu-nerao mnima mensal mais elevada garantida por lei,por cada posto de trabalho criado.

    2 O apoio financeiro criao de postos de tra-balho previsto no nmero anterior objecto das majo-raes, cumulveis entre si, a seguir especificadas:

    a) 20 %, quando o posto de trabalho seja preen-chido por desempregado de longa durao,desempregado com idade igual ou superior a45 anos, jovem procura do 1.o emprego oubeneficirio do rendimento mnimo garantido;

    b) 25 %, quando o posto de trabalho seja preen-chido por pessoa com deficincia.

    3 Sem prejuzo do disposto no n.o 6 do n.o 11.o,caso o promotor no proceda ao preenchimento da tota-lidade dos postos de trabalho a que se obrigou nos ter-mos do contrato de concesso de incentivos, no prazoprevisto no n.o 3 do n.o 13.o, apenas ter direito atri-buio dos apoios correspondentes aos postos de tra-balho efectivamente criados.

    11.o

    Apoios ao investimento em iniciativas locais de emprego

    1 Aos projectos de iniciativas locais de empregoque obedeam ao disposto no n.o 13.o atribudo umapoio financeiro, sob a forma de subsdio no reem-bolsvel, at ao montante limite de 40 % do investimentototal admissvel, nos termos previstos na alnea f) non.o 1 do referido preceito.

    2 Para efeitos do disposto no nmero anterior, ape-nas sero elegveis os projectos que tenham viabilidadeeconmica e financeira e em que se demonstre que seencontram asseguradas as respectivas fontes de finan-ciamento, incluindo, pelo menos, 5 % do montante doinvestimento elegvel em capitais prprios.

    3 Sempre que os promotores dos projectos no dis-ponham, manifestamente, de meios que lhes permitamassegurar o cumprimento do disposto na 2.a parte don.o 2, podem solicitar, mediante requerimento a apre-sentar ao IEFP, a dispensa, total ou parcial, da respectivaaplicao.

    4 O apoio financeiro a atribuir no pode corres-ponder, em caso algum, a um valor superior a 2500 con-tos por cada posto de trabalho criado e preenchido portrabalhadores que se encontrem numa das situaes pre-vistas nos n.os 6.o e 7.o

    5 Sem prejuzo do disposto no nmero seguinte,a no execuo do projecto nos termos constantes docontrato de concesso de incentivos e no prazo previstono n.o 3 do n.o 13.o fundamento bastante para a res-pectiva resoluo unilateral, com a consequente resti-tuio dos apoios atribudos pelo IEFP.

    6 Caso haja lugar execuo parcial do projecto,o respectivo promotor pode solicitar, mediante reque-rimento a apresentar ao IEFP, a restituio parcial doapoio concedido ao abrigo do n.o 1, desde que a parteno executada no ponha em causa a respectiva via-bilidade econmico-financeira.

    12.o

    Despesas elegveis

    1 Para efeitos de clculo dos apoios financeirosa atribuir ao abrigo dos n.os 11.o e 15.o e da definiodo investimento total elegvel, sero consideradas, desdeque fundamentada a respectiva relevncia para a rea-lizao do projecto, as seguintes despesas de investi-mento em activo fixo corpreo e incorpreo:

    a) Trespasses, desde que seja garantido que o esta-belecimento permanece na titularidade do seuadquirente pelo perodo mnimo de quatro anos;

    b) Obras de remodelao e ampliao;c) Equipamento bsico;d) Equipamento administrativo e social;e) Equipamento informtico;f) Ferramentas e utenslios;g) Material de carga e transporte;h) Estudos e projectos, desde que se encontrem

    directamente ligados realizao do investi-mento;

    i) Viaturas mistas, desde que correspondam aequipamento bsico da actividade;

    j) Bens adquiridos em estado de uso, desde quea respectiva aquisio no tenha sido apoiadapor fundos pblicos.

    2 As despesas elegveis previstas no nmero ante-rior sero consideradas at aos seguintes limites mxi-mos em termos de investimento elegvel:

    a) Obras de remodelao e ampliao, at ao limitede 40 % do investimento elegvel;

    b) Equipamento administrativo e social, at aolimite de 30 % do investimento elegvel;

    c) Equipamento informtico, at ao limite de 30 %do investimento elegvel;

    d) Material de carga e transporte, at ao limitede 40 % do investimento elegvel;

    e) Estudos e projectos, at ao limite de 15 % doinvestimento elegvel.

    3 No se consideram despesas de investimento ele-gveis, para efeitos de aplicao do presente diploma,as seguintes:

    a) Aquisio do direito de propriedade ou deoutros direitos reais sobre imveis;

    b) Construo de edifcios;c) Viaturas ligeiras de passageiros.

    4 Os investimentos elegveis so calculados a pre-os correntes, deduzindo-se o imposto sobre o valoracrescentado (IVA) sempre que a entidade candidataseja sujeito passivo do mesmo e possa proceder res-pectiva deduo.

    13.o

    Requisitos

    1 Os apoios previstos nos termos dos n.os 10.o e11.o sero atribudos aos projectos de iniciativas locaisde emprego em que:

    a) Pelo menos metade dos respectivos promotores,sem prejuzo do disposto no n.o 1 do n.o 2.o,tm de se encontrar numa das situaes pre-vistas nos n.os 6.o e 7.o;

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    b) A respectiva execuo no pode ter sido ini-ciada, data de apresentao da candidatura,h mais de 60 dias teis nem encontrar-se inte-gralmente concluda mesma data;

    c) As entidades a constituir no podem ter dimen-so superior a 20 trabalhadores;

    d) Os postos de trabalho a criar tm de ser obri-gatoriamente preenchidos por trabalhadoresque se encontrem numa das situaes previstasnos n.os 6.o e 7.o do presente diploma, mediantea celebrao de contratos de trabalho semtermo, que assegurem o respectivo emprego atempo inteiro;

    e) A respectiva rea de actividade tem de se ins-crever, imperativamente, na listagem constantedo n.o 14.o do presente diploma;

    f) O investimento total no exceda os 30 milcontos.

    2 A data de incio do projecto, para efeitos dodisposto na alnea b) do nmero anterior, determinadapor referncia data da factura mais antiga relativaa investimentos elegveis em activos corpreos.

    3 O projecto deve ser executado no prazo de umano a contar da data de assinatura do contrato de con-cesso de incentivos previsto no n.o 25.o

    4 Aos projectos de iniciativas locais de empregoque no cumpram os requisitos previstos nas alneas a)ou e) do n.o 1 podem ser atribudos os apoios previstosno n.o 15.o do presente diploma.

    14.o

    reas de actividade elegveis

    1 Os apoios previstos nos n.os 10.o e 11.o apenasso atribudos aos projectos de iniciativas locais deemprego que, de acordo com a Classificao Portuguesade Actividades Econmicas (CAE), revista nos termosdo Decreto-Lei n.o 182/93, de 14 de Maio, se inscrevamnas seguintes reas de actividade:

    a) Seco A classe 0125, com excepo da sub-classe 01 252;

    b) Subseco DA grupos 151 a 153 e 158 e 159;c) Subseco DB divises 17 e 18;d) Subseco DC diviso 19;e) Subseco DD diviso 20;f) Subseco DE diviso 22;g) Subseco DG subclasse 24 142;h) Subseco DH subclasse 25 120;i) Subseco DI grupos 261 a 264 e 267;j) Subseco DJ grupos 281 a 285;k) Subseco DM subclasse 35 120;l) Subseco DN divises 36 e 37;

    m) Seco F grupos 451, 453 e 454;n) Seco G diviso 52;o) Seco H grupos 553 a 555;p) Seco K divises 72 e 74;q) Seco N grupo 853;r) Seco O divises 92 e 93.

    2 So ainda considerados elegveis, sem prejuzodo disposto no nmero anterior, os projectos que seinscrevam nas seguintes reas de actividade:

    a) Transformao e comercializao de bens, pro-duzidos em sistema de agricultura biolgica,certificados;

    b) Ocupao de tempos livres da populao escolare da terceira idade;

    c) Conservao, restauro e divulgao do patrim-nio cultural;

    d) Conservao e divulgao do patrimnio ambien-tal e paisagstico;

    e) Prtica de desporto e actividade de lazer emsinergia com a explorao de desportos da natu-reza e com o desenvolvimento da actividadeturstica local;

    f) Instalao e manuteno de dispositivos de com-bate poluio;

    g) Produo e comercializao de bens derivadosda aplicao das artes e ofcios tradicionais.

    3 Por despacho do Ministro do Trabalho e da Soli-dariedade, podem ainda ser atribudos os apoios pre-vistos nos n.os 10.o e 11.o, a ttulo excepcional, e atentaa sua relevncia estratgica para a prossecuo dosobjectivos da poltica de desenvolvimento local doemprego, a projectos que se inscrevam em reas de acti-vidade que no as previstas no nmero anterior.

    15.o

    Apoios especiais a outras iniciativas locais de emprego

    1 Aos projectos de iniciativas locais de emprego,previstos no n.o 4 do n.o 13.o, que sejam excepcional-mente relevantes para a prossecuo dos objectivos dapoltica de emprego e que demonstrem particular difi-culdade de aceder a formas de financiamento alterna-tivas, pode ser atribudo um apoio financeiro, at aomontante limite de 40 % do investimento total admis-svel, nos termos previstos na alnea f) do n.o 1 do n.o 13.o

    2 O apoio financeiro referido no nmero anterior atribudo por deliberao da comisso executiva, arequerimento do respectivo promotor, e reveste a formade emprstimo sem juros, por um perodo de cinco anos,nos quais se incluem dois de carncia.

    3 Haver lugar a um abatimento de 5 % sobre omontante de capital em dvida, sem que se exceda emcaso algum o limite mximo de 10 %, por cada anode reduo do prazo de pagamento.

    4 Aos projectos de iniciativas locais de empregoprevistos neste nmero aplicvel o disposto nosn.os 11.o, n.os 2 a 6, e 12.o do presente diploma.

    5 Os projectos de iniciativas locais de empregoapoiados nos termos previstos no n.o 1 beneficiaroigualmente dos apoios criao de postos de trabalho,em conformidade com o disposto no n.o 10.o do presentediploma.

    SECO III

    Apoio a projectos de emprego promovidos por beneficiriosdas prestaes de desemprego

    16.o

    Apoios a projectos de emprego

    1 Sempre que o beneficirio das prestaes dedesemprego apresente um projecto que assegure o seuemprego a tempo inteiro, haver lugar ao pagamento,por uma s vez, do respectivo montante global, deduzidodas importncias eventualmente j recebidas pelomesmo.

  • N.o 59 10 de Maro de 2001 DIRIO DA REPBLICA I SRIE-B 1382-(11)

    2 Considera-se ainda projecto de emprego, paraefeitos do disposto no nmero anterior, a adeso dobeneficirio a qualquer entidade que revista a formaassociativa, bem como a sua participao no capitalsocial de sociedades j constitudas, desde que as mes-mas se obriguem a assegurar o seu emprego a tempointeiro e demonstrem capacidade econmico-financeirapara o efeito.

    3 Os projectos de emprego apresentados ao abrigodo disposto no n.o 1, que obedeam ao disposto nosn.os 9.o e 13.o, so equiparados a iniciativas locais deemprego, para os seguintes efeitos:

    a) Apoios criao de postos de trabalho, nos ter-mos do n.o 10.o;

    b) Apoios ao investimento, sempre que obedeamaos respectivos requisitos, nos termos do n.o 11.o

    4 Aos projectos de emprego apresentados porbeneficirios a quem tenha sido pago o montante globaldas prestaes de desemprego, nos termos previstos nonmero anterior, que no cumpram os requisitos defi-nidos para o acesso aos apoios ao investimento, nostermos dos n.os 11.o e 13.o, alnea e), do presentediploma, pode ser concedido um apoio financeiro, soba forma de subsdio a fundo perdido, at ao montantede 12 vezes a remunerao mnima mensal mais elevadagarantida por lei, a fim de custear, na medida do neces-srio, as despesas envolvidas na respectiva concreti-zao.

    5 O apoio previsto no nmero anterior pode sermajorado em 20 %, sempre que se trate de beneficirioscom idade igual ou superior a 45 anos que se encontremem situao de desemprego h mais de 12 meses.

    17.o

    Procedimento

    O procedimento aplicvel ao pagamento, por umas vez, das prestaes de desemprego definido pordespacho do Ministro do Trabalho e da Solidariedade.

    SECO IV

    Outros apoios

    18.o

    Prmios de igualdade de oportunidades

    1 Quando haja lugar criao de um nmeromnimo de cinco postos de trabalho e os mesmos nosejam preenchidos, em mais de 60 %, por pessoas domesmo sexo, concedido um prmio de igualdade deoportunidades entre os sexos, de montante correspon-dente a 10 % do valor total do apoio concedido, exclu-das as majoraes.

    2 Sempre que, respeitadas as demais condiesprevistas no nmero anterior, os postos de trabalhosejam preenchidos, em mais de 40 %, por pessoas comdeficincia, haver lugar atribuio de um prmio deigualdade de oportunidades para pessoas com deficin-cia, de montante correspondente a 10 % do valor totaldo apoio concedido, excludas as majoraes.

    3 Os prmios de igualdade de oportunidades entreos sexos e para pessoas com deficincia, previstos, res-pectivamente, nos n.os 1 e 2, so cumulveis entre si.

    19.o

    Apoios tcnicos

    Os promotores de projectos podem beneficiar doapoio tcnico que se vier a demonstrar necessrio concretizao do respectivo projecto, que ser, prefe-rencialmente, prestado directamente pelo IEFP, desig-nadamente nas seguintes reas:

    a) Formao na rea empresarial para dirigentes;b) Seleco e recrutamento de trabalhadores desem-

    pregados;c) Consultoria especializada, designadamente nas

    reas financeira, comercial, de recursos huma-nos, marketing, publicidade e de gesto daproduo.

    20.o

    Apoios subsidirios

    1 Subsidiariamente aos apoios tcnicos previstosnos termos do n.o 19.o, pode ser concedido um apoiodestinado a custear a contratao daqueles servios aoutras entidades, sob a forma de subsdio no reem-bolsvel, at ao limite mximo de 5 % do investimentoelegvel.

    2 Em caso de aprovao do projecto, pode igual-mente ser concedido um apoio aos promotores, durantea frequncia da formao na rea empresarial previstana alnea a) do n.o 19.o, em conformidade com as normasaplicveis aos apoios concedidos no mbito do FundoSocial Europeu (FSE).

    21.o

    Acumulao de apoios

    1 Os apoios financeiros previstos e concedidos nombito do presente diploma no so cumulveis comquaisquer outros que revistam a mesma natureza efinalidade.

    2 Consideram-se apoios com a mesma natureza efinalidade, designadamente, a dispensa de contribuiespara a segurana social, nos termos do Decreto-Lein.o 89/95, de 6 de Maio, e qualquer tipo de apoios finan-ceiros, independentemente da respectiva forma, desti-nados a incentivar a criao de postos de trabalho.

    3 Sem prejuzo dos nmeros anteriores, o presenteregime cumulvel com apoios de natureza fiscal.

    22.o

    Valor mximo dos apoios

    O valor dos apoios financeiros a conceder ao abrigodo presente regime no pode exceder, por entidade,o montante mximo total do auxlio de minimis, nascondies definidas pela Comisso Europeia.

    CAPTULO III

    Procedimento de candidatura aos apoiose seu pagamento

    23.o

    Apresentao de candidaturas

    1 As candidaturas concesso dos apoios previstosno presente diploma devem ser apresentadas nos centrosde emprego do IEFP da rea de residncia do promotor

  • 1382-(12) DIRIO DA REPBLICA I SRIE-B N.o 59 10 de Maro de 2001

    ou de implementao do projecto, os quais facultarotodas as informaes e documentos necessrios res-pectiva formalizao.

    2 As candidaturas podero ser apresentadas emqualquer altura do ano, salvo em situaes excepcionais,devidamente justificadas, a definir por despacho doMinistro do Trabalho e da Solidariedade.

    24.o

    Anlise e deciso

    1 Compete ao IEFP proceder instruo, anlisee deciso dos procedimentos de candidatura ao presenteprograma.

    2 Ao IEFP cumpre, para efeitos do disposto nonmero anterior e sempre que estejam em causa pro-jectos apresentados nos termos dos n.os 10.o, 11.o e 15.odo presente diploma, designadamente, o seguinte:

    a) Solicitar parecer sobre o projecto cmaramunicipal em cuja rea o mesmo se localizae comisso de coordenao regional, consi-derando-se os mesmos favorveis, caso nosejam emitidos no prazo de 15 dias teis;

    b) Efectuar visita prvia s instalaes do promo-tor, por forma a aferir da existncia de condiespara o desenvolvimento deste ltimo.

    3 O disposto no nmero anterior no prejudicaa responsabilidade do promotor pelo cumprimento dasnormas genericamente aplicveis execuo do pro-jecto, bem como s autoridades competentes para oefeito de garantirem a respectiva observncia.

    4 As candidaturas previstas no presente diplomatero de ser objecto de deciso no prazo de 60 diasteis, aps a sua entrega, no podendo, em caso algum,exceder-se o prazo mximo de 90 dias teis, ainda quehaja lugar solicitao e entrega de elementos instru-trios adicionais.

    5 Apenas podero ser aprovadas candidaturas atao limite da dotao oramental aprovada anualmentepara o programa, em conformidade com o disposto non.o 28.o

    25.o

    Contrato de concesso de incentivos

    1 A concesso de apoios ao abrigo do disposto nopresente diploma precedida da assinatura de um con-trato de concesso de incentivos entre os promotorese o IEFP, conforme modelo e contedo a aprovar pordespacho do Ministro do Trabalho e da Solidariedade.

    2 O contrato de concesso de incentivos previstono nmero anterior deve conter, sempre que for casodisso, uma meno expressa ao co-financiamento comu-nitrio dos apoios atribudos nos termos do presentediploma.

    3 Em caso de incumprimento injustificado dasobrigaes assumidas atravs do contrato de concessode incentivos, o promotor obrigado a reembolsar oIEFP, nos termos do Decreto-Lei n.o 437/78, de 28 deDezembro.

    26.o

    Pagamento dos apoios

    1 O pagamento dos apoios financeiros devidos pelacriao directa de postos de trabalho, em conformidadecom o disposto nos n.os 8.o e 10.o, feito mediantea apresentao de cpias dos contratos de trabalho semtermo dos trabalhadores admitidos.

    2 No caso de se tratar de apoios ao investimentoem iniciativas locais de emprego, o pagamento dosapoios far-se- nos seguintes termos:

    a) Um adiantamento, correspondente a 15% domontante total do apoio aprovado, aps o incioda execuo do investimento;

    b) Reembolsos, com periodicidade mensal ou bimes-tral, das despesas efectuadas e pagas, contra aapresentao de documentos justificativos dasmesmas e aps comprovao documental dopreenchimento, conforme previsto em sede decandidatura, dos postos de trabalho, at ao valorlimite de 85 % do montante total aprovado, con-siderando, para o efeito, o somatrio do adian-tamento com os reembolsos efectuados;

    c) Os restantes 15 %, aps a verificao fsica,documental e contabilstica da totalidade dasdespesas de investimento.

    3 No caso de se tratar de apoios ao investimentoem iniciativas locais de emprego e desde que mais demetade dos postos de trabalho a criar sejam preenchidospor pessoas com deficincia, o pagamento dos apoiosfar-se- nos seguintes termos:

    a) Um primeiro adiantamento, correspondente a40% do montante total do apoio aprovado, apso incio da execuo do investimento;

    b) Um segundo adiantamento de valor idntico aoreferido no nmero anterior, quando a entidadecomprovar documentalmente as despesas rela-tivas ao primeiro adiantamento e, bem assim,o preenchimento dos postos de trabalho con-forme previsto em sede de candidatura;

    c) Os restantes 20 %, aps a verificao fsica,documental e contabilstica da totalidade dasdespesas de investimento.

    27.o

    Divulgao dos apoios

    Os apoios financeiros concedidos no mbito do pre-sente diploma sero objecto de publicao, com perio-dicidade semestral, no Dirio da Repblica, nos termosa definir por despacho do Ministro do Trabalho e daSolidariedade.

    28.o

    Fundos estruturais

    1 O IEFP deve promover o co-financiamentocomunitrio do presente programa, no mbito dos fun-dos estruturais, durante a vigncia do QCA III, em con-formidade com a legislao nacional e comunitria apli-cvel, designadamente ao FSE e ao Fundo Europeude Desenvolvimento Regional (FEDER).

    2 Para efeitos do disposto no nmero anterior, oIEFP deve, designadamente, proceder, sob as suas insg-nias e as da Comisso Europeia, bem como do logtipo

  • N.o 59 10 de Maro de 2001 DIRIO DA REPBLICA I SRIE-B 1382-(13)

    da interveno operacional respectiva, divulgaonacional do presente programa em meios de comuni-cao adequados e junto das pessoas individuais e colec-tivas que se candidatem aos apoios nele previstos.

    29.o

    Financiamento do programa

    O financiamento do presente programa garantidoatravs de dotao anual, a inscrever, para o efeito, nooramento do IEFP.

    CAPTULO IV

    Acompanhamento dos projectos e avaliao do regime

    30.o

    Acompanhamento dos projectos

    1 Os projectos financiados sero objecto de visitasde acompanhamento e de controlo, por parte do lEFP,entre a data de aprovao da candidatura e a de extinodas obrigaes constantes do contrato de concesso deincentivos, tendo em vista a sua viabilizao e conso-lidao e, igualmente, a verificao do cumprimento dasnormas aplicveis e obrigaes assumidas, nomeada-mente a obrigao de manuteno dos postos detrabalho.

    2 Sempre que os projectos previstos no nmeroanterior sejam co-financiados por fundos comunitrios,podem igualmente ser objecto de visitas, nos termose com a finalidade prevista no n.o 1, por parte das enti-dades competentes para o efeito, devendo os promotoresdisponibilizar e manter devidamente organizados todosos elementos exigveis nos termos da legislao nacionale comunitria aplicvel.

    31.o

    Avaliao do regime

    O presente programa ser objecto de avaliao porparte de uma entidade externa, de reconhecida com-petncia, no prazo de trs anos a contar da data dasua aprovao.

    CAPTULO V

    Disposies finais e transitrias

    32.o

    Regimes especiais

    O fomento do cooperativismo e os apoios ao desen-volvimento do artesanato previstos, respectivamente,nas alneas c) e e) do artigo 11.o do Decreto-Lein.o 132/99, de 21 de Abril, podem ainda beneficiar deregimes mais favorveis, a definir por diploma prprio.

    33.o

    Norma revogatria

    1 So revogados os Decretos-Leis n.os 34/96 e189/96, respectivamente de 18 de Abril e de 8 de Outu-bro, a Portaria n.o 476/94, de 1 de Julho, os n.os 3.o,17.o e 18.o da Portaria n.o 247/95, de 29 de Maro, eos n.os 18.o a 20.o da Portaria n.o 414/96, de 24 de Agosto,sem prejuzo das situaes jurdicas constitudas aoabrigo daqueles diplomas e preceitos, at sua integralexecuo.

    2 O presente diploma aplica-se, com excepo dodisposto n.o 14.o, aos processos de candidatura penden-tes, apresentados ao abrigo dos diplomas e preceitosora revogados, que ainda no tenham sido objecto dedeciso final, os quais podero ser reformulados, sendocaso disso, dentro de 60 dias a contar da data de pro-duo de efeitos deste diploma, sendo os promotoresnotificados para o efeito.

    3 Sem prejuzo do disposto no nmero anterior,os titulares de candidaturas pendentes nos termos donmero anterior podem requerer expressamente, noprazo de 90 dias a contar da data de produo de efeitosdo presente diploma, a aplicao dos regimes contidosnos diplomas e preceitos ora revogados apreciaodas respectivas candidaturas.

    34.o

    Vigncia

    O presente diploma produz efeitos no dia imediatoao da sua publicao.

    O Ministro do Trabalho e da Solidariedade, PauloJos Fernandes Pedroso, em 10 de Maro de 2001.