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Parte IVPPPPParte IVarte IVarte IVarte IVarte IV

ConservaçãoConservaçãoConservaçãoConservaçãoConservaçãoConservaçãoConservaçãoConservaçãoConservaçãoConservação

Cleber J. R. AlhoUniversidade para o Desenvolvimento do

Estado e da Região do PantanalCampo Grande, MS.

Capítulo 22Capítulo 22Capítulo 22Capítulo 22Capítulo 22

Desafios para aconservação do

Cerrado, em facedas atuais

tendências de usoe ocupação

Capítulo 22Capítulo 22Capítulo 22Capítulo 22Capítulo 22

Desafios para aconservação do

Cerrado, em facedas atuais

tendências de usoe ocupação

Cleber J. R. AlhoUniversidade para o Desenvolvimento do

Estado e da Região do PantanalCampo Grande, MS.

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Desafios para a conservação

INTRODUÇÃO

Este trabalho sobre conservação doCerrado motiva mais uma oportunidadede se concentrar foco nos valores dasociedade brasileira e nas direções quedevem ser tomadas diante danecessidade de progresso e das ameaçasà biodiversidade. O ciclo de vida nanatureza, agora, não apenas muda porcausa dos eventos naturais, comoestações de seca e chuva, ou, numaescala mais ampla, pela força da seleçãonatural, mas, muda drasticamente pelaação do homem, eliminando e reduzindohabitats naturais e suas espéciesassociadas.

A ausência de conhecimentocientífico e de tecnologia para uso eocupação do Cerrado, hoje, estásignificantemente compensada peloavanço e contribuição da pesquisa e daexperimentação. Entretanto, é essencialuma conscientização e uma firme atitudea ser tomada pela implementação depolíticas públicas, para a conservação eo uso sustentável deste bioma. Oconhecimento científico sobre o Cerrado,acumulado nos últimos anos, temoferecido contribuição valiosa para aBiologia da Conservação, ciência que

consiste, em resumo, nas basesbiológicas da conservação da naturezaque prevêem as conseqüências da açãodo homem sobre os ecossistemasnaturais e as espécies do bioma.

AMEAÇAS: A QUESTÃO MAISAMPLA DA EXTINÇÃO DE ESPÉCIES

Na década passada, a questão daconservação do Cerrado foi discutida apartir de argumentos conflitantes, composições de pessoas que defendiam opreservacionismo (meio ambienteintocável), chegando a extremos, comacusações de iniciativas antidesen-volvimentistas. Hoje, a diversidade devisões sobre a conservação da naturezareflete a diversidade de inspirações econvicções em defesa do Cerrado: parauso sustentável de recursos, inclusive,genético e de biotecnologia; pararecreação e turismo; para manter os elosculturais e espirituais de sociedadestradicionais; pelos serviços ecossis-têmicos de água limpa, ar puro e controlede epidemias; pelo valor intrínseco eestético da natureza e suas espécies; porquestões morais e éticas, e por váriasoutras razões.

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Essa diversidade de visões econvicções, também, se consolida entrecientistas, como ocorreu em agosto de2001, na reunião internacional em Hilo,Havaí, organizada pela Society forConservation Biology, onde manifes-tações desesperadas, diante da perda dabiodiversidade, contrastaram comopiniões mais conservadoras (Gibbs,2001). Entre muitos cientistas há umquase desespero, diante do nívelalarmante de espécies que estãodesaparecendo (Levin, 2001; Lomborg,2001; Regan et al., 2001). Contudo, temsido difícil determinar com precisão essataxa de extinção em ambientes de altadiversidade de espécies, como o Cerrado.

O temor manifesto de algunsconservacionistas é que esse “holocaustobiótico”, segundo alguns, estejaeliminando do patrimônio natural,espécies cujo código genético nuncachegaremos a conhecer.

Tem-se considerado, por exemplo, opeso real das espécies de vertebrados eplantas superiores, tão enfatizadas napreocupação de conservação, mas quesão minorias no portfolio da diversidadede vida na natureza. Como cerca de 90%das espécies na natureza (principalmenteorganismos inferiores na escala biológicacomo nematódeos, insetos, crustáceos,vírus, bactérias, fungos, algas e outrasformas de vida) foram sequerinventariadas, fica difícil estimar o exatonível de extinção e a conseqüente perdada biodiversidade. O próprio enfo-que da preocupação em mamíferos (com4.650 espécies conhecidas no mundo,195 no Cerrado, contrastando com maisde 1 milhão de espécies de insetos) e,do mesmo modo, em aves e peixes, temlevado os conservacionistas adeterminarem os chamados “hotspots”para conservação, o que centraliza apreocupação num componente pequeno

do enorme portfolio de espécies nanatureza.

Os “hotspots” identificados debiodiversidade apresentam grandevariedade de espécies e excepcionalperda de habitats . Desse modo, oconceito de “hotspot” se apóia em duasbases: endemismo e ameaça (CI, 2000).As espécies endêmicas são mais restritasem distribuição, mais especializadas emais susceptíveis à extinção, em face dasmudanças ambientais provocadas pelohomem, em comparação com as espéciesque têm distribuição geográfica ampla.O endemismo de plantas é escolhidocomo primeiro critério para definir um“hotspot”, porque plantas dão suportea outras formas de vida. O grau deameaça é a segunda base do conceito de“hotspot” e é, fortemente, definido pelograu de perda de habitat , isto é, quandoa área perdeu pelo menos 70% de suacobertura original onde se abrigavamespécies endêmicas. Segundo o estudocitado da Conservação Internacional, dos1.783.200 km2 originais do Cerrado,restam intactos 356.630 km2, ou 20% dobioma original, justificando acaracterização desses habitats como“hotspots”.

A questão central da conservaçãorecai sobre o tema político e social, ondeo cientista tem participação poucoexpressiva na elaboração das políticaspúblicas. Tem sido difícil persuadir ospolíticos, diante da pressão social, queo combate à pobreza, à miséria, etambém o desejo de desenvolvimentoeconômico e social, pressupõem anecessidade de conservação da natureza.A perda da biodiversidade, alcançadapela extinção irremediável de espéciesde flora e fauna só agrava os problemasda população humana. A prática temdemonstrado que, no caso de destruiçãoda natureza, como desmatamento, sobre-

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pesca, sobre-caça etc., destruindo àsvezes irreversivelmente os habitatsnaturais, a população local pobre é aprimeira que sofre as conseqüências dadegradação da natureza.

Por que a Convenção da Biodiver-sidade, assinada por 178 países durantea conferência mundial Rio 92, ainda nãofoi plenamente implementada? Apesar dehoje haver bom conhecimento dopotencial dos recursos da biodiversidade,com aplicações na biotecnologia, nosalimentos, nos medicamentos e emoutros fins, o principal empecilholevantado é o nível de pobreza daspopulações humanas nos países ricos embiodiversidade.

Além disso, têm-se enfatizado os“serviços ecossistêmicos”, prestadospela biodiversidade, tais como qualidadeda água, do ar, estoques pesqueiros,proteção contra pragas e outros aspectospragmáticos, para persuadir ostomadores de decisão, reservando oenfoque moral da extinção de espécies eo tema estético e ético da conservaçãoda natureza ao âmbito dosconservacionistas.

O grande problema da persuasãosobre a importância da conservação dabiodiversidade está relacionado sempreao aspecto socioeconômico da questão,isto é, ao argumento utilitário. O Governoe os produtores rurais defendem que oavanço da soja no Cerrado temcontribuído substancialmente para ariqueza da região, aumentando asexportações e gerando divisas para opaís. Economistas apontam para o fatode a produção rural ter registradoexpansão mais estável e superior à médiada economia. A safra de grãos de 2003/2004 teve números expressivos: 47,4milhões de hectares de área plantada ecolheita de 119,3 milhões de toneladas,com a soja acusando significativo ganho

de produtividade, principalmente emMato Grosso. Para a safra 2004/2005,está prevista a colheita de cerca de 130,9milhões de toneladas de grãos, segundoo Ministério da Agricultura, Pecuária eAbastecimento (MAPA). Os custos daprodução da soja no Cerrado, com asexperimentações e a tecnologia que aEmpresa Brasileira de PesquisaAgropecuária (EMBRAPA) e o setorprivado conduziram, são cerca de ametade do custo da produção nosEstados Unidos. No ano de 2003, asvendas externas de produtosagropecuários renderam ao Brasil US$36 bilhões, com superavit de US$ 25,8bilhões (MAPA, 2004).

Embora esses dados variem de anopara ano, em função da produção deoutros países e do comércio inter-nacional, o fato inconteste é que aagricultura e a pecuária têm tidoexpressão no Cerrado. Enquanto secelebra esse sucesso econômico, a custoda conversão da vegetação natural emcampos produtivos, por outro lado, aconservação dos diferentes ecossistemasnaturais (campos, Cerrado, Cerradão,mata de galeria etc.) não temacompanhado esse progresso.

A cultura da soja, com a utilizaçãode sementes geneticamente modificadas,tem-se expandido no Brasil, com maiorexpressão entre pequenos e médiosprodutores do estado do Rio Grande doSul. A legislação vigente, preocupadacom as conseqüências dessa prática, fazrecair sobre os produtores a respon-sabilidade de possíveis danos ao meioambiente e a terceiros, devendo elesresponderem, solidariamente, pelaindenização ou reparação integral dodano, independentemente da existênciade culpa (MAPA, 2004).

Outros argumentos econômicos eutilitários, resistentes à necessidade da

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conservação, afunilam para um pontoainda mais radical: por que protegercentenas e milhares de espécies, sesomente cerca de 30 espécies de vegetaiscultivados suprem cerca de 90% dascalorias da dieta do homem e somentecerca de 14 espécies de animaiscontribuem com 90% da dieta deproteína animal?

AMEAÇAS: REDUÇÃO, PERDA,MODIFICAÇÃO OU DEGRADAÇÃODE HABITATS

Há consenso em concluir que temhavido um processo de extirpaçãosignificante da biodiversidade doCerrado pela ação do homem. Esseimpacto adverso é devido à magnitudeda escala da ocupação do bioma pelohomem. É bom lembrar que o conceitode biodiversidade se apóia num tripé:diversidade de espécies (representandoo número de formas de vida no nível deespécies e suas populações), diversidadegenética (representando as diversasvariedades subespecíficas ou genéticasdas formas de vida) e diversidadeecossistêmica (representando as diversaspaisagens naturais como campo, camposujo, campo úmido, cerrado no sentidorestrito, campo-cerrado, cerradão, mata-seca, mata-ciliar e de galeria, veredaetc.). Cada um desses elementos podesofrer influência de pelo menos três tiposde pressão: física (degradação ou perdade habitats), química (ação decontaminantes ambientais e poluição),e biológica (introdução de espéciesexógenas, perturbação na cadeia trófica,eliminação de espécies-chave dacomunidade ecológica) e outros fatores.

Há diversas causas ou fatoresidentificados como ameaças ao Cerrado:fogo (sem controle, ateado durante aépoca de seca para “limpar” o pasto);

desmatamentos para diversos objetivos;expansão da fronteira agrícola e pecuária(sem ordenamento ecológico-econô-mico); contaminantes ambientais(emprego desordenado de pesticidas,herbicidas e outros tóxicos ambientais,provocando a bio-magnificação nacadeia trófica, além da poluição daságuas e do solo); erosão, assoreamentode corpos d’água, lixiviação e perda desolos devido ao emprego de técnicas nãoapropriadas de uso do solo; usopredatório de espécies (sobre-explotaçãode espécies da flora e fauna);implantação de grandes obras de infra-estrutura (impactos causados pelaabertura de rodovias, hidrovias,construção de hidrelétricas e outrasgrandes obras); turismo desorganizadoe predatório e outras causas.

Dois fatores têm sido identificadoscomo empecilhos para a implementaçãoda legislação ambiental: a fragilidadeinstitucional, com a conseqüentedeficiência na fiscalização, e a falta deconscientização sobre a necessidade daproteção do meio ambiente. Dois casospodem ser ressaltados para ilustrar essasdeficiências: a dificuldade de imple-mentar integralmente a chamada Lei deCrimes Ambientais ou Lei da Natureza(Lei n.o 9.605/98) e o cumprimento daLei de Recursos Hídricos (Lei n.o 9.433/97) para, por exemplo, proteção dasnascentes e matas ciliares.

A análise e interpretação dessasameaças merecem um estudo maisrefinado para caracterizar melhor o graue a escala da perda e modificação, doimpacto sobre as espécies locais,inclusive com a introdução de espéciesexógenas e dispersão de doenças. Essaanálise, por exemplo, poderia focar sobreas espécies oficialmente listadas comoameaçadas de extinção, de acordo coma Lista Nacional de Espécies da FaunaBrasileira Ameaçadas de Extinção,

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elaborada pelo MMA (Ministério do MeioAmbiente) e parceiros, publicada em 27de maio de 2003. Igualmente, a Portaria37-N, de 3 de abril de 1992, do IBAMA(Instituto Brasileiro do Meio Ambiente edos Recursos Naturais Renováveis),relaciona 107 espécies da flora brasileiraameaçadas de extinção (IBAMA, 2004).

O foco a partir de algumas espéciesameaçadas começa a ser feito, com aelaboração de aproximadamente dezplanos de manejo para espécies animaislistadas, como a jaguatirica Leoparduspardalis e o lobo-guará Chrysocyonbrachyurus e de plantas, como a cerejeiraAmburana cearensis e o cedro Cedrelafissilis. Contudo, é necessário o enfoquea partir da visão de grau de ameaça paratentar categorizar a perda e destruiçãode habitats do Cerrado.

A questão histórica das ameaças ede suas tendências atuais estãodocumentadas na literatura (Alho eMartins, 1995). Por outro lado, enquantoa ocupação do Cerrado se intensifica, asmedidas de implantação de áreasprotegidas e mesmo a efetivaparticipação de projetos conserva-cionistas têm sido tênues, de vez que asáreas efetivamente protegidas estão bemaquém do planejado. Lista de Unidadesde Conservação no Cerrado, de acordocom a Diretoria de Ecossistemas doIBAMA, atualizada em 15/6/2004(www.ibama.gov.br) mostra que há1.867.430ha de área protegida nacategoria de Parques Nacionais(PARNAs); 3.461ha de ReservasBiológicas (REBIOs); 502.517ha deEstações Ecológicas (ESECs); 128.521hade Refúgios de Vida Silvestre ();1.516.219ha como Áreas de ProteçãoAmbiental (APAs); 2.329ha como Áreasde Relevante Interesse Ecológico(ARIEs.); 20.172ha como ReservasExtrativistas (RESEXs) e 16.331ha como

Florestas Nacionais (FLONAs),perfazendo um total de 4.056.980ha deáreas protegidas pelo Sistema Nacionalde Unidades de Conservação (SNUC), acargo do IBAMA (excetuando-se aqui asReservas Particulares do PatrimônioNatural – RPPNs). Esse total representa2,06% da área do bioma, o que estámuito longe do alvo indicado peloCongresso Internacional de ÁreasProtegidas ocorrido em Caracas,Venezuela, e adotado pelo GovernoBrasileiro como um alvo a ser atingido.Deve-se ressaltar ainda a carência deimplementação efetiva dessas unidadesde conservação, em particular das APAs,cujo objetivo conservacionista tem sido,na prática, bastante contestado.

O 5° Congresso Internacional sobreParques (Fifth World Parks Congress)que ocorreu em Durban, África do Sul,em setembro de 2003, e o CongressoBrasileiro de Unidades de Conservação,ocorrido este ano de 2004, em Curitiba-PR, mostraram que pouco se alcançouquanto ao objetivo de proteger adiversidade de espécies que ocorre nobioma (Rodrigues et al., 2004)., Emboratenha havido expansão das áreasprotegidas, no sentido de atingir o alvode 10% da área do bioma, estabelecidopelo congresso internacional anterior,ocorrido em Caracas, Venezuela. Quandoos autores cruzam a distribuições deespécies do bioma com a distribuiçãodas unidades de conservação existentes,aplicando análise de vazios (gapanalysis), concluem que as atuais áreasprotegidas não abrigam todas as espéciesdo bioma. Cerca de 20% das espéciesameaçadas são identificadas comoespécies de falhas, isto é, não sãoprotegidas pelas unidades deconservação existentes.

A meta anunciada do Governo temsido proteger pelo menos 10% da área

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do bioma, o que evidentemente, naprática, está longe de ser atingido no casodo Cerrado. Além disso, os chamadosprojetos integrados de conservação edesenvolvimento têm tido dificuldadesde aferir seus resultados efetivos(Salafsky e Margolius, 1999). De talmodo, que há dúvidas se a intervençãoconservacionista, por intermédio doschamados projetos com enfoquesocioeconômicos, está de fatofuncionando. Uma dificuldade naimplementação e monitoramento deprojetos é a falta de definição clara deindicadores ambientais, embora, porexemplo, o Banco Mundial tenhaproposto diretrizes para esse fim(Segnestam, 1999).

AMEAÇAS: ESTUDO DE CASOSOBRE A BACIA DE MANSO, MATOGROSSO.

A bacia hidrográfica do rioManso (com 10.880 km2, onde hoje háuma represa hidrelétrica) caracteriza-sepor um mosaico de fitofisionomias deCerrado, com diversos tipos de habitatse fauna silvestre bem representada (Alhoet. al., 2000; Alho et al., 2003). Aexpansão da agricultura e pecuáriareduziu as áreas naturais em 30%, entre1985 e 1997, e a vegetação remanescenteperdeu outros 3% com a implantação dausina hidrelétrica, conforme documentaestudo baseado em imagens de satélitese verificação no campo (Schneider eAlho, no prelo; Schneider et al., noprelo). Dentre os indicadores depaisagem do local, o percentual davegetação natural remanescente foi oindicador que sofreu ação maisdesfavorável, devido ao seu decrescentepercentual, durante os 12 anosanalisados e em virtude da altavulnerabilidade diante da pressão das

ameaças (conversão de habitats naturaispara agricultura e pecuária).

Os estudos consideraramtambém a questão da perda de habitats,no período entre 1985 e 1997, sobre afauna regional, tomando mamíferossilvestres como indicadores. No enfoquedo estudo, a perda de habitats ponderao percentual de habitat potencial de cadaespécie de mamífero silvestre estudadadurante os 12 anos considerados. Foramselecionadas 100 espécies de mamíferossilvestres ocorrendo no local,representadas por nove ordens e 25famílias, dentre as quais há 13 espéciesconsideradas sob algum grau de ameaçade extinção em nível nacional (lista doIBAMA) ou internacional (lista vermelhada UICN e anexos da CITES). Osresultados apontaram para cinco gruposde animais. O primeiro grupo, com 14espécies de mamíferos, sofreu reduçãode habitat superior a 40%, e erarepresentado por espécies que utilizavamprioritariamente ambientes florestados earborizados (matas de galeria e cerradosentido restrito). O segundo grupo demamíferos perdeu entre 30 e 40% dohabitat , representado por espécies quehabitam ambientes florestados,arborizados e campos. O terceiro gruposofreu redução de 8 a 12% do habitatpotencial. O quarto grupo de mamíferos,capazes de explorar habitats alterados,sofreu redução de habitat potencial em4%. E, finalmente, o quinto grupo demamíferos, representado por seisespécies, se beneficiou das alterações,pois são espécies que exploramambientes abertos e modificados.

Dentre as 17 espécies identificadascom maior grau de risco, na área deestudo, estão o tatu-canastra Priodontesmaximus e primatas como Ateles chameke Aotus azarai, para citar somente trêsexemplos. Em síntese, a perda de

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habitats potenciais afetou drasticamente24% das espécies de mamíferossilvestres que ocorrem no local, sendoque 17% das espécies estudadas estãoem situação de risco.

DIVERSIDADE DE ESPÉCIES EMOSAICO DE HABITATS:EVIDÊNCIAS COM VERTEBRADOS

Com o advento da Biologia daConservação, os pesquisadores emEcologia passaram a enfatizar o papelda diversidade e abundância de espéciesda fauna silvestre em seus habitatsnaturais como a expressão de interaçõesecológicas, particularmente competiçãopor recursos alimentares, reprodutivos,de uso de espaço e outros. Os processosecológicos que anualmente - ou emperíodos esporádicos maiores –influenciam nos ciclos de vida da faunasilvestre, como os períodos sazonais deseca e chuva do Cerrado, atuam nasescalas temporal e espacial, estabele-cendo diferenças locais ou regionais,quando comparadas, em larga escalabiogeográfica com os biomas vizinhos(Alho et al., 2002; Alho et al., 2003).

Em Ecologia, há consenso de que adiversidade de espécies é fruto de umavariedade de processos ecológicos eevolutivos, com causas históricas egeográficas. Contudo, o número deespécies coexistindo numa escalaespacial ampla, como no Cerrado, variasignificantemente em abundância local,em função de recursos sazonaisregionais.

A oferta sazonal desses recursos levaa dois fenômenos: (1) associações eagregações de espécies que interagementre si, resultando no compartilhamentode unidades ecológicas, que formam aschamadas guildas, com a característica

de que há forte interação entre essasespécies dentro de cada guilda, mas cominterações fracas entre guildas diferentes;e (2) sincronização na escala de tempode agregação de espécies (abundância)com a oferta de recursos sazonais,notadamente, alimento e nichosreprodutivos.

Há indícios de que a cadeia trófica,nesse caso, faculta maior abundância deespécies da fauna, e no caso devertebrados, principalmente aves,anfíbios e alguns répteis e mamíferos,onde os elos alimentares sazonais atuammais no nível da abundância local, sendomais ou menos independentes dadiversidade (Alho et al., 2003).

Desse modo, a distribuição deespécies, numa escala ampla, variadesde os limites máximos de onde aespécie ocorre (distribuição geográfica)a uma área de maior ocorrência daespécie (distribuição regional). Já otermo abundância é usado para designaro tamanho (ou densidade) da populaçãolocal. Na prática, o termo “local” serefere sempre à área amostral de umdeterminado estudo.

É bem conhecido que as espéciescapazes de explorar um leque amplo derecursos se tornam, no decorrer de suaevolução, de distribuição geográficaampla e localmente abundante. Algumasespécies de vertebrados do Cerradoparecem seguir essa tendência: têmdistribuição geográfica ampla, ocorrendoem todo o bioma e em outros biomasbrasileiros, mas ocorrem em altasdensidades em certos períodos sazonaisda região. Por exemplo, parece não haverdiferenças interespecíficas de verte-brados entre o Cerrado e o Pantanal (nãoparece haver diferença no grau deespeciação ecológica), mas algumaspopulações que ocorrem no Pantanalusam recursos que são mais abundantes

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ou mais produtivos (Alho et al., 2002 eAlho et al., 2003).

Há evidências documentadas portrabalhos científicos que mostram que avariação da estrutura da fauna doCerrado (composição de espécies ediversidade de aves e pequenosmamíferos) ocorre em escala regional oubiogeográfica, por exemplo, quandoesses estudos comparam diferentesbacias hidrográficas (Silva, 1996; Palma,2002; Alho, no prelo). Essas diferençasem composição de espécies podem estarrelacionadas à penetração faunística quehistoricamente se deu pela malhahidrográfica de outros biomas, como aAmazônia, no caso da bacia do rioManso. Essa penetração faunística pode,ainda, ser explicada pela expansão deflorestas ocorrida no passado sobre aregião do Cerrado (Ledru et al. 1998).

Há, também, diferenças nacomposição das comunidadesecológicas, tanto de animais como deplantas, quando os estudos comparamdiferenças intra-habitat, isto é, nomesmo tipo de habitat, e inter-habitats,ou seja, entre habitats diferentes (Alho,1981; Alho et al. 1986; Silva, 1996;Oliveira-Filho e Ratter, 1995 e Palma,2002).

Segundo levantamento daConservação Internacional (2000) há noCerrado os seguintes números devertebrados: anfíbios - 150 espécies,sendo 45 endêmicas; répteis - 120espécies, sendo 24 endêmicas; aves - 837espécies, sendo 29 endêmicas;mamíferos - 161 espécies, sendo 19endêmicas; perfazendo um total de 1.268espécies de vertebrados terrestres (sendo117 endêmicas). Esse total do Cerrado,comparado com a Mata Atlântica, outrobioma ameaçado (que tem 1.361 espéciesde vertebrados terrestres com 567endêmicas), indica um número bem

menor de espécies endêmicas para oCerrado. Já as plantas vasculares doCerrado contam com cerca de 10 milespécies, sendo 4.400 endêmicas,comparadas com 20 mil espécies da MataAtlântica, sendo 8 mil endêmicas (Eiten,1993).

Outros estudos (MMA, 1999; Alhoet al., 2002) citam para o Brasil 195espécies de mamíferos para o Cerrado(sendo 95 espécies voantes – morcegos,e 96 que dependem de habitatsflorestados ou arborizados, contrasomente 14 espécies que vivem em áreasexclusivamente abertas ou em habitatsaquáticos). Esses números, no Pantanal(que é um bioma com grande influênciade Cerrado, mas com características deuma planície inundável com drásticoregime anual de enchente e vazante),mostram 132 espécies de mamíferos paraa planície inundável (sendo 62 voantes,55 dependentes de habitats florestadose arborizados e 15 de habitats abertos eaquáticos). Estudos mais específicosindicam 144 espécies de morcegos, dasquais 80 são citadas para o Cerrado.Levantamentos feitos localmente, porexemplo, no município de Serranópolis,sudoeste de Goiás (18° 25' S e 52° 00'W), em 758 coletas de morcego foramidentificadas 25 espécies, compredominância de morcegos insetívoros,seguidos de frugívoros (Zortea, 2001).Os índices de diversidade aplicados nosdados desse estudo mostram que o localé de alta diversidade de espécies e altaabundância para Glossophaga soricina.

Quando se compara a distribuiçãode anfíbios, répteis, aves e mamíferosdo Cerrado com a do Pantanal, e deoutros biomas vizinhos, as seguintesconclusões são ressaltadas (Alho et al.,2002):

1. Há 85 espécies de répteisocorrentes na planície inundável

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do Pantanal (sem seremexclusivas da região) e outras 94somente registradas, até omomento, em áreas do entorno,num total de 179 espécies derépteis para a bacia do AltoParaguai, isto é, região deCerrado. Quanto aos anfíbios(anurofauna), são conhecidaspelo menos 45 espécies naplanície e 80 no entorno(Cerrado). Apresentando menorheterogeneidade de habitats emaior disponibilidade de corposd’água permanentes (menornúmero de habitats comcondições ecológicas contras-tantes), a planície inundávelabriga espécies de anfíbios emgeral abundantes e de ampladistribuição. Já as áreas deentorno da bacia do alto Paraguai,especialmente as altas cabeceirasem área de Cerrado, sãovirtualmente desconhecidas doponto de vista de sua anurofauna.Os poucos inventários existentesindicam haver, aí, maior númerode espécies num dado sítio emaior “turnover” de espéciesentre sítios;

2. Na planície, formas exclusivas debiomas abertos representam cercade 54% da fauna total de répteis,enquanto que, no planalto, essacontribuição equivale a apenas42%. Já o número de formas“amazônicas”, por exemplo, éduas vezes maior na fauna derépteis de localidade no planalto(Cerrado) do que entre os répteisregistrados para o Pantanal;

3. A importância relativa de formascom hábitos aquáticos ou semi-aquáticos e de formas comhábitos fossoriais distingue a

herpetofauna da porção norte doPantanal e da localidade noplanalto. Enquanto na primeira arepresentatividade de anfíbios ede répteis com hábitos aquáticosou semi-aquáticos é superior à deformas fossoriais, no planaltoocorre o inverso, sendo as formasde hábitos fossoriais relativa-mente mais numerosas do que naplanície;

4. Há 837 espécies de avesocorrendo no Cerrado (das quais759 ou cerca de 90%, sereproduzem no bioma, Silva,1995) contra 444 espéciesdistribuídas no Pantanal. Cerca de80% das aves do Cerradodependem de habitats florestadosou arborizados. A grande abun-dância documentada da avifaunado Pantanal é composta por avespaludícolas que se agregam emtorno de recursos sazonaisalimentares ou reprodutivos,formando, em muitos casos,guildas de espécies.

5. O comportamento reprodutivo dealgumas espécies mostra sincro-nismo entre o regime de enchentee vazante, com reflexos nosucesso reprodutivo.

6. Há deslocamento sazonal dasaves paludícolas entre a planíciee o planalto, ou mesmo entrediferentes sub-regiões da planície,embora esses dados ainda sejamincipientes para muitas espéciese contenham evidências paraoutras, como é o caso do tuiuiú.

7. Tanto no Pantanal quanto noCerrado, a grande diversidade deespécies resulta da presença deambientes florestados nesses doisbiomas, tais como matas ciliares,

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matas de galeria, cerradão edemais formações arborizadas.

8. A ampla distribuição de mamí-feros no bioma Cerrado encontrana planície pantaneira ambientespropícios de oferta de nichosalimentares e reprodutivos,dentre outros, que favorecem aabundância, principalmente emáreas abertas, próximas a áreasarbóreas, como é o caso dacapivara Hydrochaeris hydro-cheris e do cervo Blastocerusdichotomus;

9. As análises que mostram asespécies de mamíferos maisdependentes de ambientesflorestados podem sugerirespécies indicadoras ou espécies-chave para esse tipo de ambiente,como é o caso do bugio Alouattacaraya para as matas ciliares aolongo dos rios do Pantanal. Poroutro lado, as espécies indica-doras de ambientes abertos,como a capivara e o cervo, têmgrande apelo para o ecoturismoda região.

AÇÃO PARA POLÍTICA PÚBLICA:DOCUMENTOS RELEVANTES

Iniciativas do Ministério do MeioAmbiente visando estabelecer diretrizespara a conservação e o uso sustentáveldo Cerrado/Pantanal resultaram napromoção das “Ações Prioritárias para aConservação da Biodiversidade doCerrado e Pantanal”, (MMA, 1999)representando a contribuição oriundadas atividades promovidas em 1997/1998, com a participação de váriasinstituições. Em prosseguimento, oMinistério criou, pela Portaria nº 298 de11 de agosto de 1999, um Grupo de

Trabalho, estabelecido em cumprimentoao Termo de Compromisso assinado peloMinistro, por seus Secretários e outrasautoridades, para propor subsídios paraessas diretrizes e ações.

Esse Grupo de Trabalho, formadopor representantes dos Estados, dasinstituições acadêmicas e de pesquisacientífica, das ONGs, em conjunto coma equipe do Ministério, numa feiçãomultidisciplinar e interinstitucional,trabalhou de fevereiro a novembro de2000, com reuniões mensais em Brasília,sob os auspícios do Ministério do MeioAmbiente, produzindo o documento“Diretrizes para uma política integradade conservação e uso sustentável para oCerrado/Pantanal”, (MMA, 2000a).

As diretrizes identificadas peloGrupo de Trabalho (tomando por basetambém os tópicos ressaltados nosdocumentos “Subsídios à elaboração daAgenda 21 Brasileira”) convergem paraações dos governos federal, estaduais emunicipais, da pesquisa científica, dosetor privado, mormente da área rural,das ONGs, dos povos locais, enfatizandosuas tradições e culturas, enfim, dasociedade (MMA, 2000b). Estasdiretrizes dão, ainda, destaque aocompromisso do Governo, no que tangeestabelecer áreas protegidas represen-tativas dos ambientes focais do bioma,bem como da implementação no campoda legislação recente, como a de recursoshídricos. As dimensões ambientais,econômicas e sociais do documentoorientam as diretrizes e metas para aconservação do Cerrado/Pantanal, aomesmo tempo em que se inserem nocompromisso de repensar e agir comnovas ações para o uso do ambiente, emdireção do desenvolvimento, para asvárias atividades humanas, incluindo omeio urbano e metropolitano e suadependência do campo.

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Desafios para a conservação

O impacto dramático das ameaças àbiodiversidade e outros recursosnaturais, como a água, está bemdocumentado na literatura (ANA, 2004).Este documento inspira o desejo deexpansão, de progresso, de demanda derecursos da natureza, sem se sobreporao fato de que há meios identificadosque podem conciliar o desenvolvimento,de maneira sustentável, com ocompromisso de proteger parcelasrepresentativas da biodiversidade. Odesafio não é desmobilizar o conflito,mas indicar o caminho conciliado embusca de necessidades competitivas, pormeio da intervenção, da gestão, domanejo, com a aceitação de que tudoisso é para benefício de todos.

O documento mantém a preocu-pação em conciliar o desenvolvimentoeconômico e social com os compro-missos de conservação e uso sustentávelde recursos. Enfoca, ainda, o processode conscientização e educação ambien-tal, os temas de biossegurança, oprocesso participativo e de integração doCerrado/Pantanal com os outros biomasbrasileiros e o contexto dos acordos,tratados e convenções internacionaisassumidos pelo País.

Há, portanto, informações consisten-tes para um plano de ação que se esperapossa ser implementado. O IBAMA tem,ainda, identificado novas áreaspotenciais para serem protegidas porunidades de conservação. A conversãoou modificação da cobertura natural docomplexo Cerrado do país, para diversosusos, tem sido drástica, conformeressaltado em trabalhos apresentadosneste Simpósio. Por outro lado, aliteratura científica especializada tem

demonstrado a importância do bioma emdiversidade de espécies e riquezagenética e ecossistêmica, no mosaico deambientes que contém essa coberturanatural.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Grupo de Trabalho multidis-ciplinar interinstitucional, que atuou sobo patrocínio do Ministério do MeioAmbiente, propôs diretrizes prioritáriasde políticas públicas para conservaçãoe uso sustentável do Cerrado, as quaisdevem ser resgatadas para imple-mentação.

Embora se tenha avançado naquestão conceitual da conservação doCerrado, há ainda um longo caminho apercorrer para a implementaçãoconcreta, e de fato, de medidas efetivas,em todos os enfoques. Dois exemplosilustram essa distância entre o ideal e arealidade de ocupação e uso: primeiro,a dificuldade de se aplicar o quedetermina o código florestal brasileiro,particularmente, a proteção de matasciliares e de galerias, nos campos ondeavançam o cultivo de grãos; segundo,embora o percentual de áreas protegidasno Cerrado ainda esteja bem aquém donível de compromisso do Governo(idealmente 10% do bioma), muitasunidades de conservação, oficialmentedeclaradas como tal, não estãoapropriadamente implementadas, sendoo que se denomina de “parques depapel”. O grau de vulnerabilidade dos“parques de papel” depende do grau deimplementação que a área, oficialmenteprotegida, de uso indireto, temexperimentado (WWF, 1999).

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Alho

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