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PRÁTICAS DE LEITURA E ESCRITA NA PRÁTICAS DE LEITURA E ESCRITA NA ALFABETIZAÇÃO ALFABETIZAÇÃO Prof. Rosália Saraiva Prof. Rosália Saraiva FAPA - 2009 FAPA - 2009

PRÁTICAS DE LEITURA E ESCRITA NA ALFABETIZAÇÃO Prof. Rosália Saraiva FAPA - 2009

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PRÁTICAS DE LEITURA E ESCRITA NA PRÁTICAS DE LEITURA E ESCRITA NA ALFABETIZAÇÃOALFABETIZAÇÃO

Prof. Rosália SaraivaProf. Rosália Saraiva

FAPA - 2009FAPA - 2009

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QUADRO TEÓRICO DE REFERÊNCIA PARA A APRENDIZAGEM DA QUADRO TEÓRICO DE REFERÊNCIA PARA A APRENDIZAGEM DA LEITURA E DA ESCRITALEITURA E DA ESCRITA

Concepção construtivista da aprendizagem e do ensino.Concepção construtivista da aprendizagem e do ensino. Concepção psicogenética e sócioeducativa da criança e de suas Concepção psicogenética e sócioeducativa da criança e de suas

possibilidades.possibilidades. Concepção psicogenética e sociolinguística da construção da Concepção psicogenética e sociolinguística da construção da

linguagem na comunicação e na ação / linguagem na comunicação e na ação / interação interação (grifo meu)(grifo meu) Concepção línguistica da escrita e de sua unidade fundamental – Concepção línguistica da escrita e de sua unidade fundamental –

o texto.o texto. Concepção psicocognitiva dos processos de leitura como Concepção psicocognitiva dos processos de leitura como

compreensão de textos.compreensão de textos. Concepção psicocognitiva das processos de escrita como Concepção psicocognitiva das processos de escrita como

produção de texto.produção de texto.(Jolibert)(Jolibert)

CRIANÇAS LENDO E ESCREVENDO TEXTOS EM SITUAÇÕES REAIS DE USO

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DIFERENTES CONCEPÇÕES DE LINGUAGEM (Koch)DIFERENTES CONCEPÇÕES DE LINGUAGEM (Koch)

1. LINGUAGEM COMO REPRESENTAÇÃO (“espelho”) do 1. LINGUAGEM COMO REPRESENTAÇÃO (“espelho”) do mundo e do pensamento mundo e do pensamento

o homem representa o mundo, para si, através da o homem representa o mundo, para si, através da linguagem e, assim sendo, a função da língua é linguagem e, assim sendo, a função da língua é representar (refletir) seu pensamento e seu conhecimento representar (refletir) seu pensamento e seu conhecimento de mundo;de mundo;

essa concepção corresponde à de um sujeito essa concepção corresponde à de um sujeito psicológico, psicológico, individual,individual, dono de sua vontade e de suas ações – um dono de sua vontade e de suas ações – um sujeito visto como um sujeito visto como um egoego que constrói uma representação que constrói uma representação mental e deseja que ela seja “captada” pelo interlocutor da mental e deseja que ela seja “captada” pelo interlocutor da maneira como foi mentalizada.maneira como foi mentalizada.

O TEXTO É VISTO COMO UM PRODUTO – LÓGICO – DO O TEXTO É VISTO COMO UM PRODUTO – LÓGICO – DO PENSAMENTO DO AUTOR, NADA MAIS CABENDO AO PENSAMENTO DO AUTOR, NADA MAIS CABENDO AO LEITOR SENÃO CAPTAR ESSA REPRESENTAÇÃO LEITOR SENÃO CAPTAR ESSA REPRESENTAÇÃO MENTAL, JUNTAMENTE COM AS INTENÇÕES MENTAL, JUNTAMENTE COM AS INTENÇÕES (PSICOLÓGICAS) DO PRODUTOR, EXERCENDO, POIS, (PSICOLÓGICAS) DO PRODUTOR, EXERCENDO, POIS, UM PAPEL PASSIVO.UM PAPEL PASSIVO.

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2. 2. LINGUAGEM COMO INSTRUMENTO (“FERRAMENTA”) LINGUAGEM COMO INSTRUMENTO (“FERRAMENTA”) DE COMUNICAÇÃODE COMUNICAÇÃO

a língua é um código através do qual um emissor a língua é um código através do qual um emissor comunica a um receptor determinada comunica a um receptor determinada mensagem e, sendo assim, sua função é a mensagem e, sendo assim, sua função é a transmissão de informações;transmissão de informações;

essa concepção estrutural corresponde a um essa concepção estrutural corresponde a um sujeito determinado, “assujeitado” pelo sistema, sujeito determinado, “assujeitado” pelo sistema, caracterizado por uma espécie de “não-caracterizado por uma espécie de “não-consciência”.consciência”.O TEXTO É VISTO COMO UM SIMPLES PRODUTO DA O TEXTO É VISTO COMO UM SIMPLES PRODUTO DA CODIFICAÇÃO DE UM EMISSOR, A SER CODIFICAÇÃO DE UM EMISSOR, A SER DECODIFICADO PELO LEITOR/OUVINTE, BASTANDO A DECODIFICADO PELO LEITOR/OUVINTE, BASTANDO A ESTE, PARA TANTO, O CONHECIMENTO DO CÓDIGO ESTE, PARA TANTO, O CONHECIMENTO DO CÓDIGO UTILIZADO.UTILIZADO.

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3. LINGUAGEM COMO FORMA (“LUGAR”) DE AÇÃO OU3. LINGUAGEM COMO FORMA (“LUGAR”) DE AÇÃO OU

INTERAÇÃO INTERAÇÃO

aborda a linguagem como atividade, como forma de ação, aborda a linguagem como atividade, como forma de ação, ação inter-individual finalisticamente orientada; como lugar ação inter-individual finalisticamente orientada; como lugar de interação que possibilita aos membros de uma de interação que possibilita aos membros de uma sociedade a prática dos mais diversos tipos de atos, que sociedade a prática dos mais diversos tipos de atos, que vão exigir dos semelhantes reações e/ou comportamentos, vão exigir dos semelhantes reações e/ou comportamentos, levando ao estabelecimento de vínculos e compromissos levando ao estabelecimento de vínculos e compromissos anteriormente inexistentes;anteriormente inexistentes;

na concepção interacional, os sujeitos são vistos como na concepção interacional, os sujeitos são vistos como autores/construtores sociais, sujeitos ativos que autores/construtores sociais, sujeitos ativos que dialogicamente se constroem e são construídos no texto, dialogicamente se constroem e são construídos no texto, considerado o próprio lugar da interação e da constituição considerado o próprio lugar da interação e da constituição dos interlocutores.dos interlocutores.O TEXTO É ESPAÇO DE INTERAÇÃO E SEU SENTIDO É O TEXTO É ESPAÇO DE INTERAÇÃO E SEU SENTIDO É CONSTRUÍDO NA INTERAÇÃO ENTRE TEXTO/SUJEITO E NÃO CONSTRUÍDO NA INTERAÇÃO ENTRE TEXTO/SUJEITO E NÃO ALGO QUE PREEXISTA À ESSA INTERAÇÃO. ALGO QUE PREEXISTA À ESSA INTERAÇÃO.

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TEXTOTEXTO é toda a construção cultural que adquire é toda a construção cultural que adquire

significado devido a um sistema de significado devido a um sistema de códigos e convençõescódigos e convenções

não é a soma de orações nem palavras, não é a soma de orações nem palavras, mas sim um todo completo, coeso e mas sim um todo completo, coeso e coerente que transmite a intenção de quem coerente que transmite a intenção de quem escreve de forma a ser compreendido pelo escreve de forma a ser compreendido pelo leitor a partir de seus objetivos de leituraleitor a partir de seus objetivos de leitura

é ponto de partida e de chegada de todo o é ponto de partida e de chegada de todo o processo de aprendizagem da línguaprocesso de aprendizagem da língua

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TEXTO

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LESMOLINAS E GRAMILVOSLESMOLINAS E GRAMILVOSLewis Carrol*Lewis Carrol*

Era briluz. As lesmolinas touvasEra briluz. As lesmolinas touvasRoldavam e relviam nos gramilvosRoldavam e relviam nos gramilvosEstavam mimssicais as pintalouvasEstavam mimssicais as pintalouvasE os momirratos davam grilvos. E os momirratos davam grilvos.

Responda:Responda:1.1. O que as lesmolinas touvas faziam no briluz?O que as lesmolinas touvas faziam no briluz?2.2. Quem estava mimssicais?Quem estava mimssicais?3.3. O que faziam os morrimatos?O que faziam os morrimatos?

*Tradução de Augusto dos Campos, in: Aventuras de Alice.São Paulo:*Tradução de Augusto dos Campos, in: Aventuras de Alice.São Paulo:

Summus, 1980.Summus, 1980.

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O EQUIDNAO EQUIDNA

O equidna é um animal que vive nas regiões da Nova Guiné e O equidna é um animal que vive nas regiões da Nova Guiné e Austrália. Ele tem o corpo coberto de espinhos e uma pelagem crespa que Austrália. Ele tem o corpo coberto de espinhos e uma pelagem crespa que servem como proteção. Os adultos têm um focinho alongado característico, do servem como proteção. Os adultos têm um focinho alongado característico, do qual saem suas presas, e uma boca pequena sem dentes; em compensação, qual saem suas presas, e uma boca pequena sem dentes; em compensação, esses bichinhos espinhosos têm uma língua comprida e pegajosa, com a qual esses bichinhos espinhosos têm uma língua comprida e pegajosa, com a qual apanham as formigas e minhocas que são a sua principal fonte de alimento.apanham as formigas e minhocas que são a sua principal fonte de alimento.

O mais interessante nesse bichinho é que vinte dias após a O mais interessante nesse bichinho é que vinte dias após a fecundação, os filhotes nascem de ovos depositados na bolsa formada por uma fecundação, os filhotes nascem de ovos depositados na bolsa formada por uma “prega” de pele no abdômen. Após cerca de 10 dias, os ovos chocam e os “prega” de pele no abdômen. Após cerca de 10 dias, os ovos chocam e os “bebês equidna” alimentam-se de leite materno, que sugam através dos poros “bebês equidna” alimentam-se de leite materno, que sugam através dos poros da mamãe. Ao contrário dos outros mamíferos, a fêmea do equidna não têm da mamãe. Ao contrário dos outros mamíferos, a fêmea do equidna não têm mamilos definidos. Eles ainda permanecem na bolsa durante mais 2 meses, até mamilos definidos. Eles ainda permanecem na bolsa durante mais 2 meses, até que nasçam os espinhos.que nasçam os espinhos.

O equidna é um animal solitário e de hábitos noturnos. Quando se O equidna é um animal solitário e de hábitos noturnos. Quando se sente em perigo, enrola-se sobre si próprios para proteger a barriga com a parte sente em perigo, enrola-se sobre si próprios para proteger a barriga com a parte espinhosa e pode, também, escavar um buraco com rapidez, conseguindo espinhosa e pode, também, escavar um buraco com rapidez, conseguindo enterrar-se totalmente em pouco tempo. enterrar-se totalmente em pouco tempo.

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Quando percebi, tudo já havia acontecido. O rádio ficou mudo e, apesar Quando percebi, tudo já havia acontecido. O rádio ficou mudo e, apesar de mais pessoas estarem por perto, lá estava eu, sozinho com meus de mais pessoas estarem por perto, lá estava eu, sozinho com meus pensamentos. pensamentos.

O frio que eu sentia era diferente. Entrava pela pele e doía nos ossos, O frio que eu sentia era diferente. Entrava pela pele e doía nos ossos, fazendo meu corpo todo tremer. Desapertei a gravata e tirei o paletó. Tentei fazendo meu corpo todo tremer. Desapertei a gravata e tirei o paletó. Tentei manter a calma e abri lentamente a janela. Com muito esforço saí, mas não manter a calma e abri lentamente a janela. Com muito esforço saí, mas não conseguia perceber exatamente onde eu estava. Meus movimentos eram lentos e conseguia perceber exatamente onde eu estava. Meus movimentos eram lentos e desajeitados...desajeitados...

Já não me importava com coisas materiais...meus documentos, Já não me importava com coisas materiais...meus documentos, dinheiro, meu carro ou qualquer coisa assim. Consegui tirar os sapatos, que me dinheiro, meu carro ou qualquer coisa assim. Consegui tirar os sapatos, que me incomodavam muito, e tentei me dirigir para a única direção onde provavelmente incomodavam muito, e tentei me dirigir para a única direção onde provavelmente encontraria um poste. Foi quando vi a mulher tentando pegar o cachorro: encontraria um poste. Foi quando vi a mulher tentando pegar o cachorro: comecei a rir sem parar e apoiei meu corpo cansado em cima de um muro. comecei a rir sem parar e apoiei meu corpo cansado em cima de um muro. Passou por mim um garoto assustado puxado por seu pai, um guarda com uma Passou por mim um garoto assustado puxado por seu pai, um guarda com uma velhinha e um rapaz tranqüilo que aparentemente me conhecia, pois disse um “oi, velhinha e um rapaz tranqüilo que aparentemente me conhecia, pois disse um “oi, tudo sob controle aí?” e foi embora.tudo sob controle aí?” e foi embora.

Neste momento comecei a entender como o trágico mora perto do Neste momento comecei a entender como o trágico mora perto do cômico! Aos poucos consegui chegar a uma padaria que recebia quase todo cômico! Aos poucos consegui chegar a uma padaria que recebia quase todo mundo que escapava. Tomei um conhaque e, como bom brasileiro, fiquei mundo que escapava. Tomei um conhaque e, como bom brasileiro, fiquei trocando idéias e procurando soluções para os problemas do mundo com meus trocando idéias e procurando soluções para os problemas do mundo com meus novos amigos...novos amigos...

(Cócco e Hailer, Alp 5, SP: FTD,1994, p.82)(Cócco e Hailer, Alp 5, SP: FTD,1994, p.82)

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Como gemas para financiá-lo, nosso herói desafiou todos Como gemas para financiá-lo, nosso herói desafiou todos os risos desdenhosos que tentaram dissuadi-lo de seu os risos desdenhosos que tentaram dissuadi-lo de seu plano. “Os olhos enganam”, disse ele, “um ovo e não plano. “Os olhos enganam”, disse ele, “um ovo e não uma mesa tipificam corretamente esse planeta uma mesa tipificam corretamente esse planeta inexplorado”. Então as três irmãs fortes e resolutas inexplorado”. Então as três irmãs fortes e resolutas saíram à procura de provas, abrindo caminho, às vezes saíram à procura de provas, abrindo caminho, às vezes através de imensidões tranqüilas, mas amiúde através de através de imensidões tranqüilas, mas amiúde através de picos e vales turbulentos. Os dias se tornavam semanas, picos e vales turbulentos. Os dias se tornavam semanas, enquanto os indecisos espalhavam rumores apavorantes enquanto os indecisos espalhavam rumores apavorantes a respeito da beira. Finalmente, sem saber de onde, a respeito da beira. Finalmente, sem saber de onde, criaturas aladas e bem vindas apareceram anunciando criaturas aladas e bem vindas apareceram anunciando um sucesso prodigioso. (Kleiman, 1995)um sucesso prodigioso. (Kleiman, 1995)

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O NOVO __________O NOVO __________

Acaba de ser lançado no mercado mais um __________, Acaba de ser lançado no mercado mais um __________,

com as mesmas características dos outros ____________: chega com as mesmas características dos outros ____________: chega

pontualmente no dia__________ e vem cheio de promessas e esperanças. pontualmente no dia__________ e vem cheio de promessas e esperanças.

Tem o mesmo comprimento e a mesma largura: 365 x 12, salvo Tem o mesmo comprimento e a mesma largura: 365 x 12, salvo

modificações durante o período, coisa que não acontece há centenas de modificações durante o período, coisa que não acontece há centenas de

anos. Vem como todos os outros, com os mesmos defeitos de anos. Vem como todos os outros, com os mesmos defeitos de

__________ : apenas um domingo por __________. Sem contar a maioria __________ : apenas um domingo por __________. Sem contar a maioria

dos feriados, colocados levianamente bem no meio das _______________, dos feriados, colocados levianamente bem no meio das _______________,

e não se aceitam reclamações. Apesar de tudo, tem exatamente e não se aceitam reclamações. Apesar de tudo, tem exatamente

______________ de garantia, às vezes parece mais, às vezes menos. ______________ de garantia, às vezes parece mais, às vezes menos.

É um ___________ bastante acolhedor, com capacidade para É um ___________ bastante acolhedor, com capacidade para

abrigar toda a população do mundo, inclusive a que vai nascer. Seu abrigar toda a população do mundo, inclusive a que vai nascer. Seu

slogan para o consumo é o mesmo que vem sendo utilizado com sucesso slogan para o consumo é o mesmo que vem sendo utilizado com sucesso

desde o início: “Feliz __________”. Se não der certo, vem outro ai.desde o início: “Feliz __________”. Se não der certo, vem outro ai.

(Leon Eliachar, O homem ao meio. SP: Círculo de Livro, s/d, p. 239)(Leon Eliachar, O homem ao meio. SP: Círculo de Livro, s/d, p. 239)

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““(...) não basta estudar a língua como um (...) não basta estudar a língua como um código (conjunto de signos), através do qual código (conjunto de signos), através do qual um emissor transmite mensagens a um um emissor transmite mensagens a um receptor; nem como um sistema formal, receptor; nem como um sistema formal, abstrato, de relações entre elementos de abstrato, de relações entre elementos de vários níveis que permitem estruturar as vários níveis que permitem estruturar as frases de uma língua, nem como um frases de uma língua, nem como um conjunto de enunciados virtuais cujo conjunto de enunciados virtuais cujo “significado” é determinado fora de qualquer “significado” é determinado fora de qualquer contexto”. (Koch, 2003)contexto”. (Koch, 2003)

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RELAÇÃO CONCEPÇÃO DE APRENDIZAGEM/RELAÇÃO CONCEPÇÃO DE APRENDIZAGEM/CONCEPÇÃO DE LINGUAGEM (Jolibert)CONCEPÇÃO DE LINGUAGEM (Jolibert)

Aprendizagem como processo:Aprendizagem como processo: Significativo – sentido da Significativo – sentido da

aprendizagem nova, relação com aprendizagem nova, relação com conhecimentos prévios, valor de conhecimentos prévios, valor de usouso

Ativo – construção inteligente por Ativo – construção inteligente por parte do aprendiz, busca de parte do aprendiz, busca de respostas na ação-interação com respostas na ação-interação com o mundo,estabelecimento de o mundo,estabelecimento de relaçõesrelações

Interativo/social – aprendizagem Interativo/social – aprendizagem na interação com os outros e com na interação com os outros e com as intervenções do professoras intervenções do professor

Reflexivo – aprende-se refletindo-Reflexivo – aprende-se refletindo-se sobre o que se aprende e se sobre o que se aprende e sobre como se aprende sobre como se aprende (metacognição) / sistematização(metacognição) / sistematização

Linguagem como interaçãoLinguagem como interação:: Construída na interação com Construída na interação com

os outros, com múltiplos os outros, com múltiplos interlocutores, em situações interlocutores, em situações reais de usoreais de uso

Prática efetiva: Prática efetiva: aprende-se a ler, lendoaprende-se a ler, lendo aprende-se a escrever, aprende-se a escrever,

escrevendoescrevendo aprende-se a ler, escrevendoaprende-se a ler, escrevendo Aprende-se a escrever, lendoAprende-se a escrever, lendo

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CONCEPÇÕES DO QUE É LER E ESCREVERCONCEPÇÕES DO QUE É LER E ESCREVER

LEITURALEITURA Leitura concebida, desde o Leitura concebida, desde o

começo, como uma busca do começo, como uma busca do significado do texto em função significado do texto em função dos interesses e necessidades dos interesses e necessidades do leitor, que se utiliza de do leitor, que se utiliza de várias categorias de várias categorias de informação (não apenas letras) informação (não apenas letras) e de diversas estratégias.e de diversas estratégias.

Aprender a ler é, desde o Aprender a ler é, desde o início, aprender a procurar início, aprender a procurar significados nos textos significados nos textos completos, em situações reais completos, em situações reais de uso e desejar/ter de uso e desejar/ter necessidade de elaborar seu necessidade de elaborar seu sentido.sentido.

ESCRITAESCRITA Escrita é um processo Escrita é um processo

dinâmico, uma produção de dinâmico, uma produção de textos, concebida como a textos, concebida como a busca da adequação do texto busca da adequação do texto produzido ao destinatário, ao produzido ao destinatário, ao propósito do autor, ao tipo de propósito do autor, ao tipo de texto escolhido.texto escolhido.

Aprender a produzir textos é, Aprender a produzir textos é, desde o início, aprender a desde o início, aprender a elaborar um texto que tenha elaborar um texto que tenha significado para um significado para um destinatário real e por um destinatário real e por um determinado motivo. determinado motivo.

(Jolibert)(Jolibert)

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Ler é compreender textos.Ler é compreender textos.

Escrever é produzir textos.Escrever é produzir textos.

TEXTOS REAIS / SITUAÇÕES REAIS DE USO.

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PROPÓSITO EDUCATIVO DO ENSINO DA PROPÓSITO EDUCATIVO DO ENSINO DA LEITURA E DA ESCRITA NA ESCOLALEITURA E DA ESCRITA NA ESCOLA

Incorporar as crianças à comunidade de leitores e Incorporar as crianças à comunidade de leitores e escritores, formando alunos como cidadãos da escritores, formando alunos como cidadãos da cultura escritacultura escrita

OBJETO DE ENSINOOBJETO DE ENSINO

Práticas Sociais de Leitura e de EscritaPráticas Sociais de Leitura e de Escrita Ênfase nos propósitos de leitura e escrita em Ênfase nos propósitos de leitura e escrita em

diferentes situações e nas razões que levam as diferentes situações e nas razões que levam as pessoas a ler e a escrever.pessoas a ler e a escrever.

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ALFABETIZAÇÃO COMO PROCESSO DISCURSIVOALFABETIZAÇÃO COMO PROCESSO DISCURSIVO

A alfabetização é um processo A alfabetização é um processo discursivo, discursivo,

além de uma atividade cognitiva. Ela além de uma atividade cognitiva. Ela implica, desde a sua gênese, a implica, desde a sua gênese, a

constituição de sentido. A criança constituição de sentido. A criança aprende a ouvir, a entender o outro aprende a ouvir, a entender o outro

pela leitura; aprende a falar a dizer o pela leitura; aprende a falar a dizer o que quer pela escrita. Mas, esse que quer pela escrita. Mas, esse

aprender significa fazer, usar, praticar, aprender significa fazer, usar, praticar, conhecer.conhecer.

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OS SABERES INFANTIS SOBRE A OS SABERES INFANTIS SOBRE A LINGUAGEM ESCRITALINGUAGEM ESCRITA

A crianças, mesmo não sabendo escrever A crianças, mesmo não sabendo escrever de maneira convencional, desde muito de maneira convencional, desde muito cedo produzem textos linguisticamente cedo produzem textos linguisticamente diferenciados, são capazes de produzir diferenciados, são capazes de produzir

mensagens que possuem marcas de mensagens que possuem marcas de diferenciação entre gêneros de textos e diferenciação entre gêneros de textos e

demonstram que a organização sintática demonstram que a organização sintática dos textos também é diferente. Isso dos textos também é diferente. Isso

acontece tanto na produção como na acontece tanto na produção como na interpretação da escrita.interpretação da escrita.

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Não se pode separar o aprender a ler do Não se pode separar o aprender a ler do aprender a produzir. Aprende-se a ler aprender a produzir. Aprende-se a ler

produzindo textos e aprende-se a produzir produzindo textos e aprende-se a produzir textos lendo.textos lendo.

(Jolibert)(Jolibert)

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POR QUE ESCOLARIZAR PRÁTICAS POR QUE ESCOLARIZAR PRÁTICAS SOCIAIS É UM DESAFIO?SOCIAIS É UM DESAFIO?

Aprende-se a ler, lendo.Aprende-se a ler, lendo.

Aprende-se a escrever, escrevendo.Aprende-se a escrever, escrevendo.

PRÁTICAS DE LEITURA E ESCRITA COMO OBJETO PRÁTICAS DE LEITURA E ESCRITA COMO OBJETO DE ENSINODE ENSINO

O que se aprende quando se lê ou se escreve em sala O que se aprende quando se lê ou se escreve em sala de aula?de aula?

Quais são os conteúdos que se estão ensinando e Quais são os conteúdos que se estão ensinando e aprendendo ao ler ou ao escrever?aprendendo ao ler ou ao escrever?

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Comportamentos do leitor e comportamentos Comportamentos do leitor e comportamentos do escritor – conteúdos fundamentais do do escritor – conteúdos fundamentais do

ensinoensino Os comportamentos do leitor e do escritor são conteúdos Os comportamentos do leitor e do escritor são conteúdos

– e não tarefas – porque são aspectos do que se espera – e não tarefas – porque são aspectos do que se espera que os alunos aprendam, porque se fazem presentes em que os alunos aprendam, porque se fazem presentes em sala de aula para que os alunos se apropriem deles e sala de aula para que os alunos se apropriem deles e possam pô-los em ação no futuro, como praticantes da possam pô-los em ação no futuro, como praticantes da leitura e da escrita.leitura e da escrita.

Os conceitos de comportamento do leitor e do escritor Os conceitos de comportamento do leitor e do escritor contempla, de forma não compartimentada, os conteúdos contempla, de forma não compartimentada, os conteúdos conceituais, procedimentais e atitudinais.conceituais, procedimentais e atitudinais.

Ao exercer comportamentos de leitor e de escritor, os Ao exercer comportamentos de leitor e de escritor, os alunos têm a oportunidade de entrar no mundo dos textos, alunos têm a oportunidade de entrar no mundo dos textos, de se apropriar dos traços distintivos de alguns gêneros, de se apropriar dos traços distintivos de alguns gêneros, de ir distinguindo a linguagem que se fala da linguagem de ir distinguindo a linguagem que se fala da linguagem que se escreve, de apelar para recursos linguistícos que se escreve, de apelar para recursos linguistícos necessários para produzir ou interpretar textosnecessários para produzir ou interpretar textos

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Como isso pode acontecer na alfabetização?Como isso pode acontecer na alfabetização?

Como os alunos podem atuar como leitores e escritores Como os alunos podem atuar como leitores e escritores desde o início?desde o início?

Que práticas oportunizam que os conteúdos linguísticos Que práticas oportunizam que os conteúdos linguísticos adquiram sentido?adquiram sentido?

Como as práticas podem se transformar, desde a Como as práticas podem se transformar, desde a alfabetização, em fontes de reflexão metalinguística?alfabetização, em fontes de reflexão metalinguística?

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CONTEÚDOS EM AÇÃO E CONTEÚDOS CONTEÚDOS EM AÇÃO E CONTEÚDOS OBJETO DE REFLEXÃOOBJETO DE REFLEXÃO

Exercer as práticas de leitura e escrita é condição Exercer as práticas de leitura e escrita é condição necessária para poder refletir sobre elas. É fundamental necessária para poder refletir sobre elas. É fundamental evitar que fazer e pensar sobre o fazer sejam evitar que fazer e pensar sobre o fazer sejam substituídos por um simples “falar daquilo” que seria substituídos por um simples “falar daquilo” que seria necessário fazer ou sobre o qual seria necessário necessário fazer ou sobre o qual seria necessário refletir. refletir.

A leitura e a escrita são atos globais e indivisíveis e que A leitura e a escrita são atos globais e indivisíveis e que somente é possível se apropriar dos comportamentos somente é possível se apropriar dos comportamentos que as constituem no quadro de situações semelhantes que as constituem no quadro de situações semelhantes às que têm lugar fora da escola, orientadas em direção às que têm lugar fora da escola, orientadas em direção a propósitos para cuja realização é relevante escrever.a propósitos para cuja realização é relevante escrever.

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No âmbito escolar, as práticas sociais de leitura No âmbito escolar, as práticas sociais de leitura e escrita não podem funcionar da mesma e escrita não podem funcionar da mesma maneira que fora dele, porque na escola a leitura maneira que fora dele, porque na escola a leitura e a escrita funcionam como e a escrita funcionam como objetos de ensino.objetos de ensino.

PRECISAMOS CONSTRUIR CONDIÇÕES PRECISAMOS CONSTRUIR CONDIÇÕES DIDÁTICAS FAVORÁVEIS PARA O DIDÁTICAS FAVORÁVEIS PARA O

DESENVOLVIMNTOS DESSAS PRÁTICAS, DESENVOLVIMNTOS DESSAS PRÁTICAS, TRATANDO OS ALUNOS COMO LEITORES E TRATANDO OS ALUNOS COMO LEITORES E ESCRITORES, PARA QUE POSSAM ATUAR ESCRITORES, PARA QUE POSSAM ATUAR COMO TAIS, APESAR DE SEREM ALUNOSCOMO TAIS, APESAR DE SEREM ALUNOS..

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Como preservar o sentido da leitura e da Como preservar o sentido da leitura e da escrita na escola, desde a Educação Infantil?escrita na escola, desde a Educação Infantil?

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Lendo e escrevendo suas histórias, registrando suas experiências, a criança vai progressivamente incorporando

a escrita à sua atividade cotidiana. A aprendizagem da leitura e da escrita, numa perspectiva dialética, pode

ser entendida como um veículo de emancipação, quando,a partir de seu uso funcional, a expressão da

criança auxilia o desenvolvimento de seus conhecimentos sobre a linguagem escrita e a escrita

a ajuda na expressão de seus sentimentos, pensamentos e experiências sobre e com o mundo. (Perez)

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““Não basta,porém, fazer com que as crianças Não basta,porém, fazer com que as crianças leiam / produzam textos: o papel específico leiam / produzam textos: o papel específico da escola é ENSINAR A LER / PRODUZÍ-LOS, da escola é ENSINAR A LER / PRODUZÍ-LOS, isto é, fazer experimentar e explicitar os isto é, fazer experimentar e explicitar os indícios e as estratégias utilizados, de indícios e as estratégias utilizados, de maneira que cada criança se torne maneira que cada criança se torne capaz decapaz de gerir sozinhagerir sozinha sua tarefa de leitura ou de sua tarefa de leitura ou de produção de um escrito.” produção de um escrito.”

(Jolibert)(Jolibert)