Preço, pra que te quero!

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  • 8/7/2019 Preo, pra que te quero!

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    De olho na pesquisa

    Preo, pra que te quero!

    Luiz Goes ([email protected]), scio-snior e diretor da GS&MD Gouva

    de Souza

    O consumidor brasileiro, informado, multicanal, antenado e ainda com mais

    dinheiro no bolso e ofertas atraentes de crdito, possui um comportamento

    oscilante quando o quesito preo.

    Por um lado as classes emergentes, que tradicionalmente sempre foram

    orientadas pelo preo, comeam a valorizar outros aspectos, tais como algum

    tipo de experincia no seu processo de compra. As classes sociais mais altas,

    para quem o preo sempre foi importante, mas no decisivo; e que sempre se

    envolveram em algum tipo de experincia, comeam agora, em funo do

    incremento de oferta, a avaliar cada vez mais o valor do produto ou do servio

    em uma relao crescente de custo/benefcio.

    Um fato real e exaustivamente verificado em pesquisas: o preo condio

    para entrar no jogo, assim como um fator de pr-seleo dos canais

    destinados a cada tamanho de bolso. Em outras palavras, ter pre

    competitivo, j considerados os servios e a experincia agregados, condio

    sine qua non para permanecer ativo no rol de escolhas do consumidor. Por

    outro lado, o posicionamento de preos define o tipo de consumidor que ser

    atrado para o canal.

    O que resta que o preo compe em maior ou menor escala, na dependncia

    da categoria, a imagem formada de uma marca, de uma loja, enfim, de um

    canal de vendas.

    Um ponto definitivo: preciso estar constantemente atualizado com os

    preos praticados pelo mercado e, para isso, fundamental estabelecer uma

    estratgia clara de coleta de preos e promoes encontrados na concorrncia.

    Essa uma tarefa que exige operaes de monta, principalmente quando se

    pretende cobrir diversos Estados brasileiros, onde as lojas fsicas esto, ou

    ento coletar os preos das lojas online, mas tambm uma tarefa que pode

    mailto:[email protected]:[email protected]
  • 8/7/2019 Preo, pra que te quero!

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    trazer benefcios significativos na disputa pelo consumidor.

    A maioria das empresas mantm algum tipo de estrutura para a coleta de

    preos, algumas com at centenas de pessoas que realizam esse trabalho.

    Outras realizam coletas amostrais em praas e lojas. O que certo que a

    maioria trata essa questo de maneira informal, com gerentes e funcionrios

    percorrendo algumas lojas de vez em quando e palpitando sobre

    posicionamento de preo da concorrncia. importante destacar que esse

    raciocnio vlido, seja para varejistas ou prestadores de servios que podem

    montar suas estratgias de preos; seja para fabricantes que podem identificar

    os efeitos que impactam sua marca a partir da precificao feita por um

    varejista ou atacadista.

    Existem no mercado algumas empresas que realizam coletas de preos em

    lojas em diversas categorias, mas poucas conseguem integrar uma viso de

    preo x promoo, ou ainda de preo x exposio de produtos. Assim, ao

    varejista ou ao fabricante restam poucas oportunidades de utilizar ferramentas

    que permitam a utilizao estratgica e no apenas ttica dos preos.

    Seja de um jeito, seja de outro, varejo, atacado e indstrias precisam comear

    a se movimentar nesse sentido, pois o preo comea, de forma diferente para

    cada categoria ou para fatias scio-econmicas do mercado, a fazer a

    diferena. Receber um preo da indstria e definir um preo de gndola ou de

    promoo a partir de margens e clusulas contratuais pode no ser o melhor

    modelo a ser seguido daqui em diante. Gerir estrategicamente preos passa a

    ser mais uma atividade no complexo rol de aes que transitam nas relaes

    to delicadas da indstria com o varejo e dele com o consumidor. Este, o trofu

    final a ser conquistado.