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PREFEITURA MUNICIPAL DE LARANJA DA TERRA ESTADO DO ESPÍRITO SANTO Av. Luiz Obermüller Filho, n° 85 Centro Laranja da Terra - ES CEP 29.615-000. Tele fax (27) 3736-1120 : www.laranjadaterra.es.gov.br CNPJ n° 31.796.097/0001-14 1 EDITAL Nº 013/2016 (Recursos) JULGAMENTO DOS RECURSOS DOS GABARITOS , PROVAS OBJETIVA e DISCURSIVA A FUNDAÇÃO DE APOIO “CASSIANO ANTÔNIO MORAES” – FUCAM, com referendo da Comissão Coordenadora torna público o JULGAMENTO DOS RECURSOS impetrados pelos candidatos contra o gabarito , provas objetivas e discursiva, nos termos do item 11.1 e seguintes do Edital nº 001/2016 do Concurso Público de Provas, de caráter eliminatório e classificatório, para o preenchimento de cargos vagos existentes no Quadro de Pessoal da Prefeitura Municipal de Laranja da Terra ES. Os pontos das questões que por ventura forem anuladas neste ato de julgamento de recursos serão atribuídos a todos os candidatos, independentemente de terem recorrido ou não. Cargo : PROCURADOR MUNICIPAL Nº de Inscrição Nome do Candidato 605 João Marcos de Sousa 606 Tadeu Trancoso de Souza 1046 André Carlos Fernandes Ramos 1299 Gilson Gomes Júnior 1634 Cristóvão Oelton Bourguignon 2705 Lorena Lemos Welff 3118 Eriani Zenger 3478 Danilo Alves Duarte QUESTÃO: Nº. 03PROVA ESPECÍFICA Julgamento do Recurso: DEFERIDO Fundamento Didático: O questionamento apresentado pelo(a) candidato(a) requerente é procedente. Assiste razões ao candidato. QUESTÃO ANULADA. Justificava: JUSTIFICATIVA: O candidato afirma que: “Trata-se de recurso em face da questão nº 03 (três) do gabarito preliminar, referente à prova para o cargo procurador municipal, que atestou como sendo correta a alternativa “a”. Sobre a citada questão, há que se dizer que a alternativa tida como correta, letra “a”, também deve ser declarada incorreta. Expliquemos. É que as empresas públicas e as sociedades de economia mista também poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos ao setor privado, desde que elas não explorem atividade econômica. Eis o ponto central! Acontece que o enunciado da letra “a” em momento algum explica se as empresas públicas e as sociedades de economia mista exploram ou não a atividade econômica,

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Av. Luiz Obermüller Filho, n° 85 – Centro – Laranja da Terra - ES – CEP 29.615-000. Tele fax (27) 3736-1120 –: www.laranjadaterra.es.gov.br CNPJ n° 31.796.097/0001-14

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EDITAL Nº 013/2016

(Recursos)

JULGAMENTO DOS RECURSOS DOS GABARITOS , PROVAS OBJETIVA e

DISCURSIVA

A FUNDAÇÃO DE APOIO “CASSIANO ANTÔNIO MORAES” – FUCAM, com

referendo da Comissão Coordenadora torna público o JULGAMENTO DOS RECURSOS

impetrados pelos candidatos contra o gabarito , provas objetivas e discursiva, nos termos do item

11.1 e seguintes do Edital nº 001/2016 do Concurso Público de Provas, de caráter eliminatório e

classificatório, para o preenchimento de cargos vagos existentes no Quadro de Pessoal da

Prefeitura Municipal de Laranja da Terra – ES. Os pontos das questões que por ventura forem

anuladas neste ato de julgamento de recursos serão atribuídos a todos os candidatos,

independentemente de terem recorrido ou não.

Cargo : PROCURADOR MUNICIPAL

Nº de Inscrição Nome do Candidato

605 João Marcos de Sousa

606 Tadeu Trancoso de Souza

1046 André Carlos Fernandes Ramos

1299 Gilson Gomes Júnior

1634 Cristóvão Oelton Bourguignon

2705 Lorena Lemos Welff

3118 Eriani Zenger

3478 Danilo Alves Duarte

QUESTÃO: Nº. 03– PROVA ESPECÍFICA

Julgamento do Recurso: DEFERIDO

Fundamento Didático: O questionamento apresentado pelo(a) candidato(a) requerente

é

procedente. Assiste razões ao candidato. QUESTÃO ANULADA.

Justificava: JUSTIFICATIVA: O candidato afirma que:

“Trata-se de recurso em face da questão nº 03 (três) do gabarito preliminar, referente à prova para o

cargo procurador municipal, que atestou como sendo correta a alternativa “a”. Sobre a citada questão,

há que se dizer que a alternativa tida como correta, letra “a”, também deve ser declarada incorreta.

Expliquemos. É que as empresas públicas e as sociedades de economia mista também poderão gozar

de privilégios fiscais não extensivos ao setor privado, desde que elas não explorem atividade

econômica. Eis o ponto central! Acontece que o enunciado da letra “a” em momento algum explica

se as empresas públicas e as sociedades de economia mista exploram ou não a atividade econômica,

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o que torna a questão passível de nulidade, uma vez que o enunciado deve ser claro e objetivo, não

deixando margens para dúvidas. Há que se esclarecer que o Supremo Tribunal Federal – STF – já

decidiu inúmeras vezes que os privilégios empresas fiscais podem ser estendidos às empresas

públicas e as sociedades de economia mista, para isso basta que tais instituições tenham como

finalidade a prestação de serviço público e não explorem atividade econômica.

Para que não restem dúvidas, segue-se a seguir alguns trechos de decisão da lavra do STF, em sede

do Recurso Extraordinário nº 704.691/SP: “O artigo 150, § 2º, da Constituição estabelece que ‘as

empresas públicas e as sociedades de economia mista expressamente Públicas e as sociedades de

economia mista não poderão gozar de privilégios não extensivos às do setor privado privado’.

Porém, deve-se ponderar que a finalidade dessa sistemática é justamente a de não dar tratamento

diferdiferenciado a empresas que explorem atividades econômicas, para que a livre concorrência

entre elas e as demais empresas privadas não fique prejudicada com concessão de vantagens que as

coloque em situação

muito mais favorável do que as demais. A regra, porém, não se justifica para aquelas empresas

públicas e sociedades de economia mista que tenham como finalidade a prestação de serviço

público (artigo 173 da Constituição Federal), pois, nesse caso, não haverá concorrência com outras

empresas do setor privado, na medida em que tais entidades da administração indireta agirão como

verdadeira longa manus do Estado. [...][ [...].” (STF. RE 704.691/SP. Relatora Ministra Cármen

Lúcia. Julgado em 09/08/2013, grifo nosso).

O que se pretende explicar é que a redação da alternativa “a” deveria trazer em seu bojo a informação

de que as empresas públicas e as sociedades de economia mista, naquele caso, não tinham como

finalidade a prestação de serviço público e nem tampouco exploravam atividade econômica, sob pena

de se generalizar um assunto já pacificado na doutrina e jurisprudência.

Ademais, é certo que a questão não pode exigir do candidato conteúdo que não foi devidamente

explicado em seu enunciado. Assim sendo, é o presente para se requerer a nulidade da questão nº

03 (três) na medida em que todas as alternativas estão em desacordo com a Constituição Federal,

bem como com a jurisprudência e doutrina. ”

Manifestação da banca: Confirmando os argumentos expostos pelo candidato apresenta-se

julgados prolatados pelo Supremo Tribunal Federal e disponíveis em

<http://www.stf.jus.br/portal/constituicao/artigoBd.asp?item=1677> e acessados em

02.nov.2016.

Este Tribunal possui entendimento no sentido de que o art. 173, § 2º, da Constituição não se aplica às empresas públicas prestadoras de serviços públicos. Dessa afirmação, porém, não se pode inferir que a Constituição tenha garantido a estas entidades a isenção de custas processuais ou o privilégio do prazo em dobro para a interposição de recursos.” (RE 596.729-AgR, rel. min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 19-10-2010, Primeira Turma, DJE de 10-11-2010.) Vide: RE 220.906, voto do rel. min. Maurício Corrêa, julgamento em 16-11-2000,

Plenário, DJ de 14-11-2002. Assim, não se aplicam às empresas públicas, às sociedades de economia mista e a outras entidades estatais ou

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Portanto, resta comprovado que a opção dita como correta não se coaduna com a interpretação

constitucional realizada pelo Supremo Tribunal Federal.

Assim, entende-se que os argumentos do candidato devem prosperar.

QUESTÃO: Nº. 06 – PROVA ESPECÍFICA

Julgamento do Recurso: INDEFERIDO

Fundamento Didático: O questionamento apresentado pelo(a) candidato(a) requerente é

IMPROCEDENTE.

A Equipe Elaboradora da Prova de Agente Ambiental reitera que a ALTERNATIVA CORRETA

é a letra B, conforme o Gabarito Oficial divulgado.

A alternativa B do gabarito está correta.

Os argumentos apresentados pelos recorrentes não procedem.

Justificava: “Trata-se de recurso em face da questão nº 06 (seis) do gabarito preliminar,

referente à prova para o cargo procurador municipal, de procurador municipal, que atestou como

sendo correta a alternativa “b”. É preciso esclarecer que a questão, ora atacada, aborda conteúdo

não previsto em edital, vez que trata sobre a evolução histórica de um tema, qual seja,

responsabilidade civil estatal. Quer dizer, o conteúdo abordado não se limita ao instituto da

responsabilidade civil estatal em si, como previsto em edital, vez disso, enfrenta a parte histórica

do instituto, o que, como já dito, não foi previsto em edital. Só para se ter uma ideia do que se

pretende afirmar, o mesmo edital 001/2016 ao estipular os assuntos que poderiam ser cobrados

quanto à disciplina de direito constitucional, nos termos do anexo II, conhecimento específico

para procurador municipal, fez questão de prescrever o tema: “CONSTITUIÇÃO”, dentro desse

tema também estipulou-se o subtema: “HISTÓRICO DAS CONSTITUIÇÃO BRASILEIRAS”.

Note-se que o edital foi claro quanto à disciplina de direito constitucional, na medida em que

prescreveu o tema constituição mas também estipulou o histórico das constituições. E isso não

ocorreu quanto ao tema responsabilidade civil estatal, de sorte que não haveria possibilidade de

exigi-lo.

Outro ponto a registrar é que a mera previsão em edital do tema responsabilidade civil estatal

não supre a necessidade de o edital prescrever o tema evolução histórica da responsabilidade

civil estatal, posto que uma coisa é o instituto da responsabilidade propriamente dito (o que é;

paraestatais que explorem serviços públicos a restrição contida no art. 173, § 1º, da CF, isto é, a submissão ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto às obrigações trabalhistas e tributárias, nem a vedação do gozo de privilégios fiscais não extensivos às do setor privado (CF, artigo 173, § 2º).” (RE 220.906, voto do rel. min. Maurício Corrêa,

julgamento em 16-11-2000, Plenário, DJ de 14-11-2002.) Vide: RE 596.729-AgR, rel. min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 19-10-2010, Primeira

Turma, DJE de 10-11-2010.

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como se aplica; elementos; etc), outra coisa é a evolução histórica do instituto analisado, são

matérias completamente distintas e, por força, do devem ser princípio da publicidade, devem

estar previamente estipulados em edital, para que os candidatos tomem

conhecimento. Ademais, é bom que se diga que a jurisprudência tanto dos Tribunais Superiores

quanto do TJES é firme no sentido de que a banca organizadora do concurso público só pode

exigir conteúdo previamente fixado em edital, sob pena de violar o princípio da vinculação ao

edital.

O STJ já se manifestou da seguinte forma: “havendo flagrante ilegalidade de questão objetiva

de prova de concurso público, bem como ausência de observância às regras previstas no edital,

tem-se admitido sua anulação pelo Judiciário por ofensa ao princípio da legalidade e da

vinculação ao edital.”(STJ. AREsp 244.839 PE, 244.839/PE. Relator Ministro Napoleão Nunes

Maia Filho. Julgado em: 06/11/2014, grifo nosso).

Ante o exposto, é o presente para se requerer a nulidade da questão 06 (seis), tendo em vista que

a citada questão aborda conteúdo não previsto em edital, o que viola o princípio da legalidade, da

publicidade e da vinculação ao edital, conforme jurisprudência pacífica. ”

Manifestação da banca: O conteúdo do edital aborda tópico relacionado à responsabilidade

civil, na parte Direito Civil, item 8, que dispõe:

DIREITO CIVIL 1. Conflito das Leis no Tempo e no Espaço; 2.

Hierarquia, Vigência, Revogação e Interpretação das Leis; 3. Pessoas:

pessoa natural e pessoa jurídica - personalidade e capacidade. 4. Bens:

classificação. 5 .Dos fatos Jurídicos . 6.Do direito das obrigações. 7.

Contratos em geral; Das várias espécies de contrato. 8. Responsabilidade

civil.

Cabe ao candidato ter conhecimento de todos os aspectos referentes ao conteúdo exposto. Ora,

acaso fosse questionado na prova conhecimento jurisprudencial acerca da responsabilidade civil,

o edital deveria prever em subtópico conforme o exemplo: 8.1 Jurisprudência sobre

responsabilidade civil?

Caso assim o fosse, os editais de concursos público deveriam conter um nível de detalhamento

que sobrepõe a razoabilidade.

Portanto, resta comprovado que a questão está de acordo com o edital.

Assim, entende-se que os argumentos do candidato não devem prosperar.

QUESTÃO: Nº. 08 – PROVA ESPECÍFICA

Julgamento do Recurso: INDEFERIDO

Fundamento Didático: O questionamento apresentado pelo(a) candidato(a) requerente é

IMPROCEDENTE.

A Equipe Elaboradora da Prova de Agente Ambiental reitera que a ALTERNATIVA CORRETA

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é a letra B, conforme o Gabarito Oficial divulgado.

A alternativa B do gabarito está correta.

Os argumentos apresentados pelos recorrentes não procedem.

“PROVA OBJETIVA – QUESTÃO N. 08. RECURSO QUANTO AO CONTEÚDO DA

QUESTÃO. PEDIDO DE ANULAÇÃO POR DEFEITO NA FORMULAÇÃO DO

ENUNCIADO. Respeitável Banca Examinadora, a questão objeto do presente recurso, com todo

respeito, merece ser ANULADA, haja vista ter indagado sobre a primeira constituição a adotar o

controle de constitucionalidade sem especificar a natureza de tal controle, isto é, se DIFUSO

(influência do Direito Norte-Americano) ou se CONCENTRADO (Teoria Austríaca). A ausência

de tal especificação implica inquestionável abertura na interpretação, de modo que tanto a

Constituição de 1891 quanto a Constituição de 1934 podem ser entendidas como as primeiras a

“adotar o controle de constitucionalidade”: a de 1891 foi a primeira a adotar o controle de

constitucionalidade na modalidade CONTROLE DIFUSO; e a de 1934 foi pioneira na

adoção do controle de constitucionalidade CONCENTRADO.

Pois bem. Rezava o enunciado da questão recorrida: “08) Primeira constituição a adotar o

controle de constitucionalidade: a) 1824; b) 1891; c) 1988; d) 1934” Como se nota, o enunciado da questão ora recorrida foi redigido de forma vaga, olvidando as

peculiaridades da história do controle de constitucionalidade no Brasil. É dizer: se o Brasil

adotasse apenas uma única espécie de controle de constitucionalidade, não haveria qualquer

óbice à forma como elaborado o enunciado, porém nosso ordenamento contempla DUAS VIAS

DE CONTROLE, sendo atécnico e, decerto, atentatório às literaturas jurídicas que se

debruçaram sobre o tema, olvidar importantíssimo aspecto da origem e formação do sistema de

controle de constitucionalidade brasileiro. Corroborando a argumentação acima expendida, insta transcrever trechos dos ensinamentos de

uma das maiores autoridades em Direito Constitucional da atualidade, o Professor PEDRO

LENZA (Direito Constitucional Esquematizado, 2012, Ed. Saraiva, 16ª edição): “A partir da Constituição Republicana de 1891, sob a influência do direito norte-americano,

consagra-se, no direito brasileiro, mantida até a CF/88, a técnica de controle de

constitucionalidade de lei ou ato com indiscutível caráter normativo (desde que

infraconstitucionais), por qualquer juiz ou tribunal, observadas as regras de competência e

organização judiciária. Trata-se do denominado controle difuso de constitucionalidade,

repressivo, posterior, ou aberto, pela via de exceção ou defesa, pelo qual a declaração de

constitucionalidade se implementa de modo incidental, prejudicialmente ao mérito.” ( grifos do

original) (pág. 247). “A Constituição de 1934, mantendo o sistema de controle difuso, estabeleceu, além da ação

direta de inconstitucionalidade interventiva, a denominada cláusula de reserva de plenário

[...]” (grifos do original) (pág. 247).

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Por fim, caso as razões expostas acima não sejam acolhidas, impende destacar que

TECNICAMENTE o primeiro texto normativo com status de Constituição a prever regras de

controle de constitucionalidade também não foi a Constituição de 1891. Nesse sentido, trilham as

lições de Gilmar Ferreira Mendes (Controle de Constitucionalidade: aspectos jurídicos e

políticos. São Paulo. Ed. Saraiva, 1990): “[…] antes mesmo da Constituição de 1891, o Art.

58, §1.º, 'a' e 'b', da Constituição provisória de 1890 (Dec. 510, de 22.06.1890) e Decreto n.

848, de 11.10.1890, já estabeleciam regras de controle difuso inspiradas no judicial review

do direito norte-americano.[...]” (grifos meus).

Pelo exposto, essa r. Banca, diante do presente recurso, tem, agora, a oportunidade de refletir

sobre a forma como foi estruturada a questão recorrida e, então, em sintonia com os estudiosos

da matéria, corrigir esse verdadeiro desvio da real história do controle de constitucionalidade no

Brasil.”

Manifestação da banca: As razões recursais do candidato colaboram pela exatidão do gabarito

da questão. A Primeira Constituição a adotar o controle de constitucionalidade foi a de 1891.

Este era o objetivo da questão, saber qual a primeira constituição brasileira a tratar do controle de

constitucionalidade.

Portanto, resta comprovado que o gabarito da questão está correto.

Assim, entende-se que os argumentos do candidato não devem prosperar.

QUESTÃO: Nº. 16 – PROVA ESPECÍFICA

Julgamento do Recurso: INDEFERIDO

Fundamento Didático: O questionamento apresentado pelo(a) candidato(a) requerente é

IMPROCEDENTE.

A Equipe Elaboradora da Prova de Agente Ambiental reitera que a ALTERNATIVA CORRETA

é a letra B, conforme o Gabarito Oficial divulgado.

A alternativa B do gabarito está correta.

Os argumentos apresentados pelos recorrentes não procedem.

Trata-se de recurso em face da questão nº 16 (dezesseis) do gabarito preliminar, referente à prova

para o cargo procurador municipal, cargo de procurador municipal, que atestou como sendo

correta a alternativa “b”.

Há que se ressaltar que a questão, aqui atacada, aborda conteúdo não previsto em edital, tendo

em vista que a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, isto é, Decreto-Lei nº

4.657/1942, não foi prevista no edital 001/2016.

O anexo II, na parte concernente aos conhecimentos específicos para o cargo de procurador

municipal, em momento algum estipulou a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro,

não há qualquer referência, o que impede de ser exigida, por força dos princípios da legalidade,

da publicidade e da vinculação ao edital,.

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Ora, o edital prescreve um eixo atinente às LEIS ESPECIAIS, de sorte que neste eixo deveria

estar previsto o Decreto-Lei nº 4.657/1942, vez que se trata de legislação especial.

Sabe-se que a banca organizadora do concurso se vincula ao edital, visto que tal instrumento é a

“lei do concurso”. Assim sendo, não cabe a banca a discricionariedade de exigir conteúdo não

previsto em edital, sob pena de o ato ser declarado nulo pelo Poder Judiciário, em eventual

controle de legalidade.

Ademais, é bom que se diga que a jurisprudência tanto dos Tribunais Superiores quanto do TJES

é firme no sentido de que a banca organizadora do concurso público só pode exigir conteúdo

previamente fixado em edital, sob pena de violar o princípio da vinculação ao edital.

O STJ já se manifestou da seguinte forma: “havendo flagrante ilegalidade de questão objetiva

de prova de concurso público, bem como ausência de observância às regras previstas no edital,

tem-se admitido sua anulação pelo Judiciário por ofensa ao princípio da legalidade e da

vinculação ao edital.”(STJ. AREsp 244.839 PE, 244.839/PE. Relator Ministro Napoleão Nunes

Maia Filho. Julgado em: 06/11/2014, grifo nosso).

Ante o exposto, é o presente para se requerer a nulidade da questão 16 (dezesseis), tendo em

vista que a citada questão aborda conteúdo não previsto em edital, o que viola o princípio da

legalidade, da publicidade e da vinculação ao edital, conforme jurisprudência pacífica.

Manifestação da banca: A questão contestada pelo candidato aborda tópico relacionado no

edital, na parte Direito Civil, itens 1 e 2, que dispõem:

DIREITO CIVIL 1. Conflito das Leis no Tempo e no Espaço; 2.

Hierarquia, Vigência, Revogação e Interpretação das Leis; 3. Pessoas:

pessoa natural e pessoa jurídica - personalidade e capacidade. 4. Bens:

classificação. 5 .Dos fatos Jurídicos . 6.Do direito das obrigações. 7.

Contratos em geral; Das várias espécies de contrato. 8. Responsabilidade

civil.

Cabe ao candidato ter conhecimento de todos os aspectos referentes ao conteúdo exposto,

inclusive a legislação que se refere o citado conteúdo. Assim, a Lei a Lei de Introdução às

Normas do Direito Brasileiro possui o conteúdo normativo acerca do tópico previsto no edital.

QUESTÃO: Nº. 42 – PROVA ESPECÍFICA

Julgamento do Recurso: DEFERIDO

Fundamento Didático: O questionamento apresentado pelo(a) candidato(a) requerente

é

procedente. Assiste razões ao candidato. QUESTÃO ANULADA.

Erro de digitação.

QUESTÃO: Nº. 43 – PROVA ESPECÍFICA

Julgamento do Recurso: DEFERIDO

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Fundamento Didático: O questionamento apresentado pelo(a) candidato(a) requerente

é procedente. Assiste razões ao candidato. QUESTÃO ANULADA.

Erro de digitação.

QUESTÃO: Nº. 49 – PROVA ESPECÍFICA

Julgamento do Recurso: DEFERIDO

Fundamento Didático: O questionamento apresentado pelo(a) candidato(a) requerente

é

procedente. Assiste razões ao candidato. QUESTÃO ANULADA.

Justificativa: No gabarito constou correta a alternativa “c”, contudo, todas as alternativas estão

corretas.

Alternativa “a”: Art. 845 - O reclamante e o reclamado comparecerão à audiência acompanhados

das suas testemunhas, apresentando, nessa ocasião, as demais provas.

Alternativa “b”: Art. 849 - A audiência de julgamento será contínua; mas, se não for possível,

por motivo de força maior, concluí-la no mesmo dia, o juiz ou presidente marcará a sua

continuação para a primeira desimpedida, independentemente de nova notificação.

Alternativa “d”: Art. 846 - Aberta a audiência, o juiz ou presidente proporá a conciliação.

Não se desconhece que o enunciado da questão delimitava ao resposta ao tema “execução

trabalhista”. Porém, na própria execução também há a possibilidade de realização de audiência, à

qual se aplicam os preceitos da fase de conhecimento. Nesse sentido, o art. 884, § 2o da CLT é

outra explicativa:

Art. 884 - Garantida a execução ou penhorados os bens, terá o executado 5 (cinco) dias para

apresentar embargos, cabendo igual prazo ao exeqüente para impugnação. (Vide Medida

Provisória nº 2.180-35, de 2001)

§ 1º - A matéria de defesa será restrita às alegações de cumprimento da decisão ou do acordo,

quitação ou prescrição da divida.

§ 2º - Se na defesa tiverem sido arroladas testemunhas, poderá o Juiz ou o Presidente do

Tribunal, caso julgue necessários seus depoimentos, marcar audiência para a produção das

provas, a qual deverá realizar-se dentro de 5 (cinco) dias.

Assim, requer-se a anulação da questão, atribuindo-se aos candidatos o ponto correspondente.

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Manifestação da banca: Os argumentos apresentados pela candidata comprovam a existência

de mais de uma resposta correta para a questão de número 49, nos termos da Consolidação das

Leis do Trabalho.

Diante do exposto, consideram-se corretos os argumentos da candidata.

RECURSOS PROVA DISCURSIVA

(Peça-Prático-Profissional)

RESPOSTAS AOS RECURSOS - PROVA SUBJETIVA

QUESTÃO ÚNICA

CANDIDATO: ANDRÉ CARLOS FERNANDES RAMOS

Indeferido.

JUSTIFICATIVA: O candidato afirma que:

“Cuida-se de recurso em face do gabarito preliminar referente à prova discursiva para o cargo de

procurador Municipal de Laranja da Terra, disciplinado pelo edital nº 001/2016.

Depreende-se da peça-padrão que determinado servidor público impetrou mandado de segurança

contra ato que determinou a divulgação em site da relação nominal de servidores, bem com de

suas remunerações.

Acontece que o servidor público, utilizou-se de via processual inadequada, o que foi sustentado

em nosso cartão-resposta, na medida em que não há direito líquido e certo e nem indicação de

autoridade coatora.

Sustentou-se que não cabe mandado de segurança em face de ente público, mas tão somente em

face de autoridade pública, consoante art. 5º, inc. LXIX, da CRFB/1988 e Lei nº 12.016/2009.

Outra tese levantada é que no caso concreto não há que se falar em direito líquido e certo.

Mesmo assim, o gabarito chave de correção não traz as citadas teses como critérios de

pontuação. É importante ter em mente que nos termos do art. 5º, inc. LXIX, da CRFB/1988,

“conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, [...], quando o

responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa

jurídica no exercício de atribuições do Poder Público.”

Ora, a peça-padrão-profissional apresenta um claro caso em que há teses preliminares, o que

deveria ser levado em conta bela banca organizadora no momento de correção.

Isso porque, a legislação, bem como a construção jurisprudencial, inadmite a utilização de

mandado de segurança nos moldes utilizado pelo hipotético servidor.

O que se pretende dizer aqui é bem simples: o servidor público do caso concreto utilizou-se de

instrumento processual inadequado, a uma porque não cabe mandado de segurança em face de

ente público, a duas porque não há que se falar em direito líquido e certo no caso narrado.

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ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

Av. Luiz Obermüller Filho, n° 85 – Centro – Laranja da Terra - ES – CEP 29.615-000. Tele fax (27) 3736-1120 –: www.laranjadaterra.es.gov.br CNPJ n° 31.796.097/0001-14

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Assim, tais teses também deveriam ser consideradas para pontuação no momento de correção.

Ante o exposto, é o presente para se requerer que esta banca também considere no momento de

correção as teses preliminares quanto à ausência de requisitos processuais obrigatórios, como

defendido em nosso cartão de resposta.”

Manifestação da banca: O candidato requer que outras questões preliminares sejam

consideradas pela banca como critérios de pontuação.

Ocorre que banca tem a discricionariedade de estabelecer o critério a serem pontuados na

questão discursiva desde que atente ao conteúdo programático do edital.

Assim,entende o STF, conforme notícia pública em sua página na rede mundial de computadores

disponível em http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=29010 e

acessada em 02.nov.2016, que dispõem:

Notícias STF

Quinta-feira, 23 de abril de 2015

Judiciário não pode interferir em critérios fixados por banca

examinadora de concurso

“Os critérios adotados por banca examinadora de concurso não podem ser

revistos pelo Poder Judiciário.” Esta tese de repercussão geral foi fixada

pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal, em sessão nesta quinta-feira

(23), no julgamento do Recurso Extraordinário (RE) 632853. Por maioria

de votos, os ministros reafirmaram jurisprudência do Tribunal e

assentaram que, apenas em casos de flagrante ilegalidade ou

inconstitucionalidade, a Justiça poderá ingressar no mérito administrativo

para rever critérios de correção e de avaliação impostos pela banca

examinadora. A decisão terá efeito em, pelo menos, 196 processos

sobrestados em tribunais de todo o país, que discutem o mesmo tema.

O recurso foi interposto pelo governo cearense contra acórdão proferido

pelo Tribunal de Justiça do Ceará (TJ-CE) que confirmou a anulação de 10

questões de concurso público, realizado em 2005, para preenchimento de

vagas de enfermeiro no Programa Saúde da Família. Os candidatos

alegavam que alguns dos itens impugnados possuíam mais de uma

resposta correta e que existiam respostas baseadas em bibliografia que não

constava do edital.

O relator do RE 632853, ministro Gilmar Mendes, ressaltou que a

jurisprudência do STF é antiga no sentido de que o Poder Judiciário não

pode realizar o controle jurisdicional sobre o mérito de questões de

concurso público. O ministro destacou que a reserva de administração

impede que o Judiciário substitua banca examinadora de concurso, por ser

um espaço que não é suscetível de controle externo, a não ser nos casos de

ilegalidade ou inconstitucionalidade. No entendimento do ministro, a

jurisprudência do STF permite apenas que se verifique se o conteúdo das

questões corresponde ao previsto no edital, sem entrar no mérito. Segundo

ele, no caso dos autos, houve indevido ingresso do Judiciário na correção

das provas.

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Ao acompanhar o voto do relator, o ministro Teori Zavascki observou que

a interferência do Judiciário em concursos públicos deve ser mínima, pois

se os critérios da banca forem modificados com fundamento em

reclamação de uma parcela dos candidatos, todos os outros concorrentes

serão afetados, violando o princípio da isonomia. O ministro ressaltou que,

ao determinar a correção de questões, especialmente em áreas fora do

campo jurídico, o juiz precisaria substituir a banca por pessoa de sua

escolha, pois não é especialista no assunto.

Ficou vencido o ministro Marco Aurélio, que não conhecia do recurso por

entender que as teses sustentadas pelo governo do Ceará – interferência

entre poderes e violação da isonomia – não foram examinadas pelo TJ-CE.

No mérito o ministro também ficou vencido, pois considera ser possível

questionar com maior abrangência a legitimidade de concurso público no

Judiciário.

Diante do exposto, considera-se insubsistentes os argumentos do candidato.

QUESTÃO ÚNICA

CANDIDATO: CRISTOVAO OELTON BOURGUIGNON

Indeferido.

JUSTIFICATIVA: O candidato afirma que:

“A questão discursiva destaca que Marco Polo ingressou com mandado de segurança na comarca

do Municipio X. O gabarito da questão, aponta como resposta para o endereçamento da

contestação, à vara cível da comarca do município X. Ocorre que quando se tem em um dos

polos da ação, ente federativo, a competência é absoluta e hierárquica e nestes casos, em

existindo vara especializada das fazendas, federal, estadual ou municipal, tais ações serão postas

nestas. Como a questão discursiva não informa se há ou não, outras varas na comarca do

município, entendo estar correto o endereçamento da contestação, ou para a vara da fazenda

publica Estadual ou Municipal ou ainda, para Vara Cível. O gabarito da questão, aponta como

resposta para o endereçamento da contestação, à vara cível comum da comarca. Desta forma,

pleiteio a ampliação do endereçamento, abrangendo estas varas especializadas.”

Manifestação da banca: O candidato afirma que o endereçamento do padrão de resposta da

contestação é para vara cível da comarca do município X. Ocorre que em nenhum momento o

padrão de resposta apresentado cita a vara “cível”. Ademais, o candidato não apresentou

fundamentos legais ou jurisprudenciais que possam alterar o padrão de resposta publicado pela

banca.

Diante do exposto, considera-se insubsistentes os argumentos do candidato.

QUESTÃO ÚNICA

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CANDIDATO: ERIANI ZINGER

Deferido

JUSTIFICATIVA: A candidata afirma que:

“Segundo o gabarito apresentado, a peça a ser elaborada seria uma contestação do mandado de

segurança. Entretanto, segundo a lei, que rege o mandado de segurança – lei 12016/09- em seu

art. 7o, inciso I diz que “Ao despachar a inicial, o juiz ordenará: I - que se notifique o coator do

conteúdo da petição inicial, enviando-lhe a segunda via apresentada com as cópias dos

documentos, a fim de que, no prazo de 10 (dez) dias, preste as informações;. Logo, a peça inicial

não é contestação, mas sim as informações da autoridade coatora , nos termos do inciso I, art. 7o

da lei 12016/09.

Em outras palavras, a autoridade coatora é notificada para prestar informações. A pessoa jurídica

é cientificada para, querendo, ingressar no feito. Não há citação e logo não há contestação.

Inexiste a figura do réu. Ou seja, a autoridade impetrada não é citada, portanto não contesta a

inicial. Resumindo, a autoridade coatora é só instada a informar. Assim, o único ato incumbido à

autoridade coatora no mandado de segurança são as informações, sendo o texto legal expresso

neste sentido.

Entretanto, caso não seja esse o entendimento da banca, requer seja a peça elaborada recebida

como se fosse a peça cobrada, já que foi devidamente fundamentada da maneira correta no

sentido padrão da resposta já que no rito especial do mandado de segurança a notificação da

autoridade impetrada equivale a citação, aqui valendo-se as informações desta, por sua vez, à

defesa ou contestação. ”

Manifestação da banca: Nos termos do art. 7o, inciso I da Lei n

o nº 12.016/09, que dispõe:

Art. 7o Ao despachar a inicial, o juiz ordenará:

I - que se notifique o coator do conteúdo da petição inicial, enviando-lhe a

segunda via apresentada com as cópias dos documentos, a fim de que, no

prazo de 10 (dez) dias, preste as informações;

II - que se dê ciência do feito ao órgão de representação judicial da pessoa

jurídica interessada, enviando-lhe cópia da inicial sem documentos, para

que, querendo, ingresse no feito; [...]

Resta evidente que peça apresentada “INFORMAÇÔES” atende também a legislação vigente.

Assim, considera-se que devem ser pontuados os candidatos que escreveram como peça a ser

apresentada uma “Contestação ao mandado de segurança” ou uma peça de “Informações” no

caderno de respostas.

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QUESTÃO ÚNICA

CANDIDATO: GILSON GOMES JUNIOR

Deferido

JUSTIFICATIVA: O candidato afirma que:

O gabarito provisório apresentado pela FUCAM quanto à prova discursiva de Procurador

Municipal está incorreto, pois não há amparo legal na peça CONTESTAÇÃO em Mandado de

Segurança. Segundo a Lei de nº 12.016/09 (Lei do Mandado de Segurança), este remédio

constitucional trata-se de ação mandamental, dependente de prova pré-constituída que discute

somente direito líquido e certo, frente a ato de autoridade coatora (art. 1º) que será intimada,

após despacho do Magistrado, para apresentar INFORMAÇÕES e não CONTESTAR, conforme

inciso I do art. 7º.

Ademais, o Município não é RÉU (nem existe tal figura) em Mandado de Segurança, uma vez

que a pessoa jurídica não comete atos considerados COATORES, passíveis de serem

impugnados pela ação mandamental, mas sim uma autoridade (pessoa física).

Na realidade, o IMPETRADO era o PREFEITO MUNICIPAL, autoridade coatora que deve

prestar as informações, acompanhada ou não pela pessoa jurídica vinculada (in casu, Município

X), ocasião em que este último terá oportunidade para afirmar se tem ou não interesse em

ingressar no feito (inciso II, art. 7º).

Para deixar mais claro, seguem os artigos citados.

Art. 1o Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado

por habeas corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer

pessoa física ou jurídica sofrer violação ou houver justo receio de sofrê-la por parte de

autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem as funções que exerça.

Art. 7o Ao despachar a inicial, o juiz ordenará:

I - que se notifique o coator do conteúdo da petição inicial, enviando-lhe a segunda via

apresentada com as cópias dos documentos, a fim de que, no prazo de 10 (dez) dias, preste as

informações;

II - que se dê ciência do feito ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica interessada,

enviando-lhe cópia da inicial sem documentos, para que, querendo, ingresse no feito;

Assim, requeiro a retificação do Gabarito Provisório apresentado pela FUCAM para que

modifique a peça processual referente a questão discursiva, de CONTESTAÇÃO para

INFORMAÇÕES, em nome do Prefeito Municipal, admitindo tal peça tendo como peticionantes

o Prefeito e o Município.

Manifestação da banca: Nos termos do art. 7o, inciso I da Lei n

o nº 12.016/09, que dispõe:

Art. 7o Ao despachar a inicial, o juiz ordenará:

I - que se notifique o coator do conteúdo da petição inicial, enviando-lhe a

segunda via apresentada com as cópias dos documentos, a fim de que, no

prazo de 10 (dez) dias, preste as informações;

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II - que se dê ciência do feito ao órgão de representação judicial da pessoa

jurídica interessada, enviando-lhe cópia da inicial sem documentos, para

que, querendo, ingresse no feito; [...]

Resta evidente que peça apresentada “INFORMAÇÔES” atende também a legislação vigente.

Assim, considera-se que deve ser pontuado os candidatos que escreveram como peça a ser

apresentada uma “Contestação ao mandado de segurança” ou uma peça de “Informações” no

caderno de respostas.

QUESTÃO ÚNICA

CANDIDATO: JOÃO MARCOS DE SOUSA

Deferido

JUSTIFICATIVA: O candidato afirma que:

RECURSO QUANTO À PEÇA CABÍVEL: Também aceitar como correta a nomenclatura

“INFORMAÇÕES EM MANDADO DE SEGURANÇA” e analisar na SUBSTÂNCIA a peça

elaborada pelo recorrente. RAZÕES: - Da forma como foi redigido o enunciado, não se

afigurava possível identificar o substrato fático definido na Lei n. 12.016/2009, isto é, se se

tratava de oportunidade para a apresentação de INFORMAÇÕES (Art. 7º, I) e o Prefeito havia

solicitado a lavratura de tal peça ou de MOMENTO OPORTUNO PARA O INGRESSO NO

FEITO (Art. 7º, II). Senão vejamos: Lei. 12.016/09, Art. 7o Ao despachar a inicial, o juiz

ordenará: I - que se notifique o coator do conteúdo da petição inicial, enviando-lhe a segunda

via apresentada com as cópias dos documentos, a fim de que, no prazo de 10 (dez) dias, preste

as informações; II - que se dê ciência do feito ao órgão de representação judicial da pessoa

jurídica interessada, enviando-lhe cópia da inicial sem documentos, para que, querendo,

ingresse no feito; (grifos meus) (…).

Pois bem. O enunciado aduz que o Prefeito SOLICITOU ao procurador a lavratura da peça

cabível, ao passo que, consequentemente, a ciência do órgão de representação judicial do

Município X não foi efetivada de conformidade com o que preceitua a Lei n. 12.016/2009.

Ainda que a ciência se desse de forma errada, é fato que a Procuradoria deveria promover a

defesa do município, porém, no caso em análise, essa confusão acabou por induzir o candidato a

erro: como houve uma comunicação judicial sobre o mandado de segurança impetrado e em

seguida o Prefeito solicitou a lavratura da peça cabível, infelizmente a percepção que prevalece

na interpretação do enunciado é a de que o Prefeito (e não a Procuradoria – Órgão de

Representação Judicial do Município) estava sendo cientificado. Portanto, a peça a ser lavrada,

neste caso, seria a de INFORMAÇÕES, prevista no Art. 7º, I, acima transcrito.

Veja-se, pois, como redigido o trecho final do enunciado: “Diante dos fatos apresentados, após

a ciência do município, o Prefeito Municipal solicita a procuradoria

jurídica do citado município que elabore a devida peça judicial para o caso em análise. No

cargo de procurador municipal elabore a devida peça para o caso.”

Ora, concessa maxima venia, resta evidente que somente se poderia ter certeza do cabimento da

peça prevista no Art. 7º, inciso II, da lei referida, e não da peça de informações (Art. 7·º, I), se o

enunciado houvesse prestigiado a prerrogativa que tem os órgãos de representação da Fazenda

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Pública de, em ações de mandado de segurança, receber comunicação processual para, querendo,

ingressar no feito. No caso em análise, resta irretorquível que tal não ocorreu, o que conduziu a

celeuma ora apontada.

Impende destacar, demais disso, que a Lei n. 12.016/2009 não faz menção necessariamente à

peça de CONTESTAÇÃO, apenas diz que “que se dê ciência do feito ao órgão de

representação judicial da pessoa jurídica interessada, enviando-lhe cópia da inicial sem

documentos, para que, querendo, ingresse no feito” (grifos meus), ou seja, a exigência

meramente formal de um “nomem iuris” para a peça do caso em análise não se afigura razoável,

já que a própria LEI não fez tal exigência. Portanto, o “INGRESSO NO FEITO” deve ser visto

em sintonia com o princípio da finalidade/instrumentalidade das fomas, tendo em vista que a

teleologia da lei é assegurar à Pessoa Jurídica cujo ato é questionado o direito ao contraditório e

ampla defesa.

Sobre o referido “INGRESSO NO FEITO”, invoca-se, por oportuno, as lições de ALEXANDRE

FREITAS CÂMARA (Manual do Mandado de Segurança, Ed. Atlas, São Paulo, 2013): “A Lei

n. 12.016/2009 não utiliza o 'nomem iuris' contestação. […] Trata-se de manifestação pela qual a

pessoa jurídica demandada poderá defender o ato impugnado, buscando com isso a extinção do

processo de mandado de segurança sem resolução de mérito ou a improcedência da demanda de

mandado de segurança. Nada impede, porém, que a pessoa jurídica demandada se manifeste pela

procedência do pedido, passando a atuar ao lado do impetrante em busca do acolhimento de sua

pretensão. […] o que se afirma aqui é a existência de zonas de interesse, entre as quais podem os

sujeitos do processo transitar, não havendo necessidade de ser afirmar o caráter estático das

posições ocupadas pelos participantes da relação processual (como se houvesse necessariamente

um ocupante do polo ativo a pedir tutela jurisdicional e a litigar contra um ocupante do polo

passivo que resiste a tal pretensão)[...]”

Em resumo: pugna-se pela aceitação também da peça de INFORMAÇÕES e pela avaliação da

peça em sua SUBSTÂNCIA e não pela mera análise FORMAL do nome atribuído a ela, isto

porque: A) o enunciado não contemplou o substrato fático delineado pelo Art. 7º, inc. II da Lei n.

12.016/2009, não permitindo, assim, uma interpretação segura da peça a ser elaborada, pois tanto

poderia o Procurador elaborar uma peça de RESISTÊNCIA (a exemplo da CONTESTAÇÃO)

como também poderia confeccionar a peça de INFORMAÇÕES; B) a lei que disciplina o

Mandado de Segurança (Lei n. 12.016/2009) não nomenclatura a forma como a pessoa jurídica

interessada deverá “ingressar no feito”, de modo que o rótulo “CONTESTAÇÃO” decorre de

mera praxe, sem conteúdo normativo, portanto. O que se espera dessa r. Banca Examinadora, por

conseguinte, é uma análise responsável do presente recurso, sendo irrefutável que a forma como

redigido o enunciado induziu a erro o candidato que estava atento ao disposto na lei de regência

da ação de mandado de segurança. De qualquer forma, ressalta-se que o CONTEÚDO da peça

elaborada pelo ora recorrente, embora sob outra nomenclatura, coincide com o padrão de

respostas. As razões recursais objetam tão somente a formulação do enunciado diante do

disposto na Lei n. 12.016/2009, já que isso implicou manifesta insegurança na correta escolha da

peça a ser elaborada pelo candidato. Pede deferimento.

Manifestação da banca: Nos termos do art. 7o, inciso I da Lei n

o nº 12.016/09, que dispõe:

Art. 7o Ao despachar a inicial, o juiz ordenará:

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I - que se notifique o coator do conteúdo da petição inicial, enviando-lhe a

segunda via apresentada com as cópias dos documentos, a fim de que, no

prazo de 10 (dez) dias, preste as informações;

II - que se dê ciência do feito ao órgão de representação judicial da pessoa

jurídica interessada, enviando-lhe cópia da inicial sem documentos, para

que, querendo, ingresse no feito; [...]

Resta evidente que peça apresentada “INFORMAÇÔES” atende também a legislação vigente.

Assim, considera-se que devem ser pontuado os candidatos que escreveram como peça a ser

apresentada uma “Contestação ao mandado de segurança” ou uma peça de “Informações” no

caderno de respostas.

Laranja da Terra , 04 de novembro de 2016.

Hélio Storch

Presidente da Comissão de Coordenação e Acompanhamento

HOMOLOGO OS TERMOS DO PRESENTE EDITAL

Joadir Lourenço Marques

Prefeito Municipal