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PRIMEIRA IMPRESSÃO DISTRIBUIÇÃO GRATUITA ANO I - Nº 4 DIRETOR - ALAN QUEIROZ 23 DE AGOSTO / 2014 PRIMEIRA IMPRESSÃO - PÁG 8 O JORNAL DA FAMÍLIA QUATIGUAENSE WWW.MPDIARIO.COM.BR Vereadora denuncia possível uso irregular de veículos; prefeito nega acusações PÁG.6 LEILA SALVI DÍVIDAS 2013 = R$ 550 MIL - No Brasil, mais de 80% dos hospitais filantrópicos operam no vermelho. - Em 2015, hospital de Quatiguá precisará de 1 milhão e 750 mil reais em subvenção, afirma diretoria. PÁG.7 Prefeito Fernando Dolenz não presta conta desde maio de 2013 Quatiguá ficou sem recursos para as obras do Jardim Cristal PÁG.8 Secretaria do Governo afirma que a prefeitura do município tem pendências com o Tribunal de Contas; moradores reclamam do atraso do início das obras de infraestrutura no bairro. Verba de obras do Jardim Cristal é retida Após décadas de rei- vindicações, os morados do bairro Jardim Cristal tive- ram as principais solicitações atendidas. Os moradores re- ceberão toda a estrutura ne- cessária para a condução das águas da chuva e as ruas serão pavimentadas. Porém, devido a uma pendência da prefeitura de Quatiguá com o Tribunal de Contas do Paraná (TCE- PR), o dinheiro das obras está retido pela Secretária Estadu- al de Desenvolvimento Urba- no (Sedu). Em abril, a moradora Aparecida de Fátima, 60, gra- vou a casa de uma vizinha ser invadida por uma enxurrada. “Não temos esgoto nem rede de águas pluviais. Há anos es- peramos algum prefeito resol- ver os problemas do Jardim Cristal. Não aguentamos mais ver nossas casas serem inva- didas por água, barro e lixo. Meu marido teve que abrir uma valeta na frente de casa para a água não entrar”, desa- bafou na época. Duas semanas depois, a Câmara de vereadores anun- ciou o recebimento de verbas que ultrapassam R$ 1 milhão para revitalização do bairro. A única empresa que se inte- ressou pelas obras e partici- pou da licitação foi a Metro- engenharia Construtora, de Siqueira Campos. A primeira fase de obras terá um custo de R$ 370 mil. Desse total, R$ 40 mil são de recursos muni- cipais e o restante são verbas da Sedu. Segundo o crono- grama da Metroengenharia Construtora, as obras deve- riam ser finalizadas em no- vembro. Porém, há um mês as obras estão paradas por falta de pagamento. “Nós fizemos a primeira medição e estamos aguardando o dinheiro. Por precaução, enquanto não for liberada a verba, a obra fica paralisada. Teremos que pre- parar um novo cronograma”, informou o diretor da empre- sa Luís Carlos. Moradores reclamam dos transtornos com as obras paradas “A prefeitura entrou no nosso terreno, quebrou nosso encanamento e foi em- bora. Queremos que a prefei- tura nos ressarça pelas terras ocupadas e por danificarem nossos canos”, diz Ademir Torrecilha, 63. Os moradores acusam a prefeitura de estar desviando a rede de esgo- to para a rede pluvial. “En- quanto não fi- nalizam esse trecho, estão usando in- devidamente pra escoamento dos esgotos domésticos. Qualquer pessoa sabe que isso não é correto”, diz uma moradora. A prefeitura de Qua- tiguá informou que as obras estão paralisadas por falta de verba. “A Sedu não liberou o valor de R$ 13.250 mil da primeira medição. O pedi- do foi feito em 15 de julho e aguarmos a liberação”, afirma o contador Valmir Beltani. Ao Primeira Im- pressão, o departamento fi- nanceiro da Sedu justificou. “Há meses esperamos a emis- são da Certidão Liberatória do Tribunal de Contas . Esse documento é obrigatório, pois comprova a inexistência de pendências junto ao TCE-PR para a liberação de recursos públicos por transferências voluntárias e demais repas- ses. A prefeitu- ra de Quatiguá não está em dia com a docu- mentação. En- quanto não se regularizarem, o dinheiro não será liberado e, consequentemente, as obras ficarão paradas.” O TCE-PR confirmou ao Primeira Impressão que a prefeitura de Quatiguá está com pendências junto ao ór- gão. As prestações de conta de maio até novembro de 2013 não foram entregues. Portan- to, o município fica impedido Alan Junior de Queiroz Prefeitura de Quatiguá não está em dia com o Tribunal de Contas Enquanto não for liberada a verba, a obra fica paralisadade receber a certidão libe- ratória, documento indis- pensável para a obtenção de recursos de convênios com os governos federal e estadual. Nesse ano, a prefeitura está em atra- so com as prestações de contas no Sistema Inte- grado de Transferências (SIT), página online que permiti, tanto ao Tribunal quanto ao cidadão, fazer um acompanhamento detalhado do repasse e da aplicação de recursos transferidos a entidades públicas e privadas que prestam serviços de inte- resse social. Os investimentos no bairro, na visão dos moradores, são inferiores aos prejuízos e transtor- nos já causados ao lon- go de décadas pela falta de infraestrutura. Não existe previsão oficial para retomada das obras. Uma conquista tão perto, tão longe... CASA PRÓPRIA Conheça mais uma família beneficiada pela habitação PÁG. 5 20º MÊS DE MANDATO “Clima de insatisfação com o prefeito Fernando Dolenz” PÁG. 3 ELEIÇÕES 2014 Osmar Bertoldi e Mauro Moraes Juntos para melhorar o Paraná PÁG. 4 Imagens de [tudo] o que foi feito até agora das obras. Exatamente! Nada. EXCLUSIVO

PRIMEIRA IMPRESSÃO - 4ªed

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Primeira Impressão: "O Jornal da Família Quatiguaense" Pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

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PRIMEIRA IMPRESSÃODISTRIBUIÇÃO GRATUITA

ANO I - Nº 4DIRETOR - ALAN QUEIROZ 23 DE AGOSTO / 2014

PRIMEIRA IMPRESSÃO - PÁG 8

O JORNAL DA FAMÍLIA QUATIGUAENSE WWW.MPDIARIO.COM.BR

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Vereadora denuncia possível uso irregular de veículos;

prefeito nega acusações PÁG.6

LEILA SALVIDÍVIDAS 2013 = R$ 550 MIL - No Brasil, mais de 80% dos hospitais filantrópicos operam no vermelho.- Em 2015, hospital de Quatiguá precisará de 1 milhão e 750 mil reais

em subvenção, afirma diretoria. PÁG.7

Prefeito Fernando Dolenz não presta conta desde maio de 2013 Quatiguá ficou sem recursos para as obras do Jardim Cristal PÁG.8

Secretaria do Governo afirma que a prefeitura do município tem pendências com o Tribunal de Contas; moradores reclamam do atraso do início das obras de infraestrutura no bairro.

Verba de obras do Jardim Cristal é retida

Após décadas de rei-vindicações, os morados do bairro Jardim Cristal tive-ram as principais solicitações atendidas. Os moradores re-ceberão toda a estrutura ne-cessária para a condução das águas da chuva e as ruas serão pavimentadas. Porém, devido a uma pendência da prefeitura de Quatiguá com o Tribunal de Contas do Paraná (TCE-PR), o dinheiro das obras está retido pela Secretária Estadu-al de Desenvolvimento Urba-no (Sedu). Em abril, a moradora Aparecida de Fátima, 60, gra-vou a casa de uma vizinha ser invadida por uma enxurrada. “Não temos esgoto nem rede de águas pluviais. Há anos es-peramos algum prefeito resol-ver os problemas do Jardim Cristal. Não aguentamos mais ver nossas casas serem inva-didas por água, barro e lixo. Meu marido teve que abrir uma valeta na frente de casa

para a água não entrar”, desa-bafou na época. Duas semanas depois, a Câmara de vereadores anun-ciou o recebimento de verbas que ultrapassam R$ 1 milhão para revitalização do bairro. A única empresa que se inte-ressou pelas obras e partici-pou da licitação foi a Metro-engenharia Construtora, de Siqueira Campos. A primeira fase de obras terá um custo de R$ 370 mil. Desse total, R$ 40 mil são de recursos muni-cipais e o restante são verbas da Sedu. Segundo o crono-grama da Metroengenharia Construtora, as obras deve-riam ser fi nalizadas em no-vembro. Porém, há um mês as obras estão paradas por falta de pagamento. “Nós fi zemos a primeira medição e estamos aguardando o dinheiro. Por precaução, enquanto não for liberada a verba, a obra fi ca paralisada. Teremos que pre-parar um novo cronograma”, informou o diretor da empre-sa Luís Carlos.

Moradores reclamam dos transtornos com as obras paradas “A prefeitura entrou no nosso terreno, quebrou nosso encanamento e foi em-bora. Queremos que a prefei-tura nos ressarça pelas terras ocupadas e por danifi carem nossos canos”, diz Ademir Torrecilha, 63. Os moradores acusam a prefeitura de estar desviando a rede de esgo-to para a rede pluvial. “En-quanto não fi -nalizam esse trecho, estão usando in-devidamente pra escoamento dos esgotos domésticos. Qualquer pessoa sabe que isso não é correto”, diz uma moradora. A prefeitura de Qua-tiguá informou que as obras estão paralisadas por falta de verba. “A Sedu não liberou o valor de R$ 13.250 mil da primeira medição. O pedi-do foi feito em 15 de julho e aguarmos a liberação”, afi rma

o contador Valmir Beltani. Ao Primeira Im-pressão, o departamento fi -nanceiro da Sedu justifi cou. “Há meses esperamos a emis-são da Certidão Liberatória do Tribunal de Contas . Esse documento é obrigatório, pois comprova a inexistência de pendências junto ao TCE-PR para a liberação de recursos

públicos por transferências voluntárias e demais repas-ses. A prefeitu-ra de Quatiguá não está em dia com a docu-mentação. En-

quanto não se regularizarem, o dinheiro não será liberado e, consequentemente, as obras fi carão paradas.” O TCE-PR confi rmou ao Primeira Impressão que a prefeitura de Quatiguá está com pendências junto ao ór-gão. As prestações de conta de maio até novembro de 2013 não foram entregues. Portan-to, o município fi ca impedido

Alan Junior de Queiroz

Prefeitura de Quatiguá não está em dia com o Tribunal de Contas

“Enquanto não for liberada a verba, a obra

fi ca paralisada”

de receber a certidão libe-ratória, documento indis-pensável para a obtenção de recursos de convênios com os governos federal e estadual. Nesse ano, a prefeitura está em atra-so com as prestações de contas no Sistema Inte-grado de Transferências (SIT), página online que permiti, tanto ao Tribunal quanto ao cidadão, fazer um acompanhamento detalhado do repasse e da aplicação de recursos transferidos a entidades públicas e privadas que prestam serviços de inte-resse social. Os investimentos no bairro, na visão dos moradores, são inferiores aos prejuízos e transtor-nos já causados ao lon-go de décadas pela falta de infraestrutura. Não existe previsão ofi cial para retomada das obras. Uma conquista tão perto, tão longe...

CASA PRÓPRIAConheça mais uma família beneficiada

pela habitação PÁG. 5

20º MÊS DE MANDATO“Clima de insatisfação com o

prefeito Fernando Dolenz” PÁG. 3

ELEIÇÕES 2014Osmar Bertoldi e Mauro Moraes

Juntos para melhorar o Paraná PÁG. 4

Imagens de [tudo] o que foi feito até agora das obras. Exatamente! Nada.

EXCLUSIVO

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PRIMEIRA IMPRESSÃO - PÁG 2 PRIMEIRA IMPRESSÃO - PÁG 7

EDITORIAL EDITORIAL

PRIMEIRA IMPRESSÃO Avenida Drº João Pessoa, nº 1544, centroQuatiguá (Paraná)

Telefone- (43) 9915-3240

“A ética do jornalista não pode variar conforme a ética da fonte que está lhe dando informações. Entrevistar o papa não nos faz santos. Ter um corrupto como informante não nos corrompe.” (Eurípedes Alcântara, Diretor de Redação de VEJA)

Prefeitura de Quati guá......................3564 1381Hospital São Vicente de Paulo...........3564 1276Posto de Saúde..................................3564 1814Delegacia de Polícia Cívil....................3564 1272Escola Municipal Bom Pastor.............3564 1323Colegial Est. João M. da Silveira.........3564 1111CRAS..................................................3564 2418Provopar........................................... 9921 6583Rodoviária.........................................3564 1254Apae..................................................3564 1176Correio..............................................3564 1655Asilo: Lar dos Idosos..........................3564 1467Conselho Tutelar................................3564 2080

CHARGECHARGE

TELEFONES PÚBLICOSTELEFONES PÚBLICOS

PIADA

SAÚDE

CNPJ - 19.895.966/0001-62

Tiragem: 4.000 exemplares Circulação: Quatiguá, Joaquim Távora,

Guapirama e Siqueira Campos

Jornalista Responsável e Diagramação: Alan Junior de Queiroz (MTB 0010101/PR.........

Quati

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Apae..................................................3564 1176

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Correio..............................................3564 1655Asilo: Lar dos Idosos..........................3564 1467Qu

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Asilo: Lar dos Idosos..........................3564 1467Conselho Tutelar................................3564 2080Qu

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Conselho Tutelar................................3564 2080Quati

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Quati

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Fundado no início de 2014, o Primeira Impressão tem como princípios editoriais pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

Um político ladrão vai preso depois de ser acusa-do de coagir testemunhas, desviar verbas públicas e rou-bar algum dinheiro público. Já no xadrez, a velha raposa passa mal do coração e é levada às pressas pra um hospi-tal. Depois de todos os exames, o médico explica, com ar grave:— Não chegou a ser um enfarte, mas terei que fazer uma ponte de safena no senhor. O político olha pra um lado, olha pro outro, puxa o médico pelo colarinho e diz baixinho no ouvido dele:— Uma ponte não, doutor... Faça logo três, superfatura-das: uma pra mim, uma pra minha família e a terceira o senhor divide com sua equipe.

Sofremos com os re-sultados ruins da economia, das constantes denúncias de corrupção, com a impunidade dos culpados, com a falência do nosso sistema político e a falta de horizontes aos jovens que estudam e, não conse-guem emprego. Não existe uma receita mirabolante para resolver esses males. O voto é a única “arma” contra políti-cos incompetentes - coisa que Quatiguá está infestada. Não estamos generalizando. O prefeito age como um covarde e os vereadores parecem carros no atoleiro. O chefe do poder executivo municipal não dá uma satis-fação sobre a CPI do Hospi-tal. Afi nal, a “ingênua” nutri-cionista (e fi lha do prefeito) participou ou não da possível

Inércia contaminou a administração pública - e os políticos de Quatiguá

roubalheira? Quem mais está envolvido? Por que em Quati-guá a poeira levanta e depois se assenta - e volta tudo como estava? Sempre que a popula-ção fi ca agitada, os mandatá-rios da vez fi cam apavorados e querem mostrar serviço, mas nada tem continuidade. Che-ga! Acabou! Alguns políticos, por exemplo, não têm mais futuro a oferecer. Tem verea-dores criando raízes no cargo e outros nem sabe o que estão fazendo na Câmara. Podería-mos até citar nomes, mas, por enquanto, vamos poupá-los. O repertório se esgotou. A re-alidade se tornou perversa e descompensada. Se o prefeito tiver a ousadia de concorrer e tiver mais um mandato, o que espe-

ramos que não aconteça, vai se arrastar no poder por mais longos quatro anos, como um cadáver adiado. Não tem mais nada a oferecer à Quatiguá. Restará torcer para ele termi-nar o mandato sem uma cri-se de proporções gigantescas (igual a atual). Demonizar o ex-prefeito não apaga as lam-banças da atual gestão. Nenhuma preocupa-ção é em vão. Viva a inércia política. Lembrem-se: quem faz o trabalho bem feito tem direito de falar e ser ouvido. E o prefeito continua distribuin-do entrevistas forjadas. Enquato a CPI do Hospital não é concluída, a população fi ca na ansiedade do relatório fi nal. Que cheiro é esse? Alguém vai querer um pedaço de pizza?

Mais de 80% dos hospitais fi lantrópicos no país operam no vermelho

O acúmulo de dí-vidas não é exclusividade do Hospital de Caridade São Vicente de Paulo, de Quatiguá. Pelo menos 83% dos 2.100 hospitais fi lantrópicos brasileiros operam no vermelho, segundo estimativas da Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Fi-lantrópicas (CMB). A dí-vida total das instituições já supera os 17 bilhões de reais, de acordo com José Luiz Spigolon, di-retor-geral da CMB. Ele afi rma que, mesmo com o aumento dos incenti-vos governamentais nos últimos anos, as unidades

de saúde ainda não recebem o valor que gastam ao realizar procedimentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “Em média, a tabela SUS só cobre 60% do gasto real do procedimento”, diz ele. “É verdade que temos in-centivos governamentais. O problema é que os incentivos não estão disponíveis para todos os tipos de hospitais e, além disso, quando o hospital faz mais procedimentos do que o previsto em contrato, ele difi cilmente recebe por eles”, explica o diretor. De acordo com Spigolon, isso acontece porque os hospitais fi lantró-picos ganham por produção, mas têm um número limite de procedimentos pelos quais são remunerados. Se realizam mais procedimentos do que o previsto, podem fi car sem

Fabiana Cambricoli, Zuleide de Barros e Alan Junior de Queiroz

Dívidas chegam a 17 bilhões de reais. Tabela do SUS não cobre procedimentos, alega CMB

pagamento porque os valores ultrapassam o teto de verbas do gestor público. “Em 2012, os governos deixaram de pa-gar 334 milhões de reais em internações”, diz. Aos 62 anos e com uma dívida de apro-ximadamente 2 milhões re-ais, o Hospital São Vicente de Paulo, o único de Quatiguá, é uma das fi lan-trópicas que passam por crise. “Temos uma dívida milioná-ria com o INSS. Devido a essa dívida, por enquanto, perde-mos o título de fi lantrópico. Só de 2013, o Hospital ainda deve 550 mil reais a médicos, INSS, escritório de contabili-dade e utensílios básicos”, diz

Com informações do jornal O Estado de S.Paulo.

a diretora da casa de saúde Vânia Cristina da Silva. Dona de um patrimô-nio não calculado, quatro mé-dicos e 28 funcionários o Hos-pital São Vicente de Paulo já

informou aos vere-adores de Quatiguá o valor que será necessário ser repas-sado em

subvenção no próximo ano. Pra suprir a demanda e pagar as dívidas antigas serão ne-cessários 1 milhão de 750 mil reais. “Atualmente, temos 128 leitos disponíveis. Em média, são de 80 a 100 internações por mês. O SUS só paga 40 dessas internações, o resto quem paga? Ninguém. Vamos

engavetando essa dívida”, afi rma Vânia. Para Spigolon, a solu-ção para o endividamento dos fi lantrópicos passa por mu-danças na gestão das entida-des e aumento dos repasses. “Tem de acabar com o subfi -nanciamento. É preciso que o projeto de lei que prevê uso de 10% da receita bruta do país para a saúde seja apro-vado. Com isso, o orçamento da saúde fi caria 30% maior”, diz. No aspecto da gestão, ele diz que as entidades “devem entender” que nem sempre é possível que o atendimento seja totalmente público. “É preciso separar leitos para planos de saúde porque é o que vai ajudar a garantir as fi -nanças.”

“Só de 2013, temos uma dívida de

R$ 550 mil”

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Envididado, Hospital de Quatiguá perdeu a fi lantropia e passa por crise fi nanceira

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PRIMEIRA IMPRESSÃO - PÁG 6 PRIMEIRA IMPRESSÃO - PÁG 3GERAL GERAL

NOTAS

Este artigo é opinitivo e não necessariamente representa a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor do texto

ELEIÇÕES 2014Quase oito milhões de pessoas estão aptas a votar no Paraná nas eleições de 2014. Os dados, divulgados pelo Tribunal Su-perior Eleitoral (TSE), mostram que 7 milhões 865 mil e 950 eleitores poderão ir às urnas em outubro, o que representa um aumento de 3,48% em relação ao pleito de 2010. As estatís-ticas ainda mostram que as mulheres são maioria, bem como os eleitores entre 45 e 49 anos.

CONSUMO DE SALEstima-se que o consumo médio do brasileiro seja de 12 gra-mas de sal por dia, mais do que o dobro dos 5 gramas diá-rios recomendados pela OMS. Os altos índices de presença de sódio - elemento contido no sal - preocupam o governo. O excesso de sal na alimentação está ligado ao aumento no risco de doenças como hipertensão, doenças cardiovasculares e doenças renais.

OPERADORAS DIFERENTESAnatel aprovou a proposta que reduz valor de ligações de ce-lular entre operadoras diferentes. Até 2019, a tarifa estipulada pela agência deverá ser reduzida em mais de 90%, passando dos atuais R$ 0,23 para R$ 0,02 por minuto. A intenção da agência é de que o preço das chamadas entre operadoras con-correntes seja mais próximo daquele quando o consumidor liga para outro número da mesma operadora.FALANDO NISSO...Brasil possui 275 milhões de linhas ativas de telefonia móvel. O relatório da Anatel aponta que existem no país 136 linhas de celular para cada grupo de 100 habitantes.

ENEM 2014MEC reprovou 12% dos profi ssionais que corrigiram as reda-ções da última edição do Enem. Ao menos 845 pessoas foram excluídas do processo, segundo dados publicados pelo jornal O Estado de S. Paulo. O número corresponde aos professores que apresentaram notas de desempenho inferiores a sete.

CANCÊR DE PULMÃOPesquisa aponta que 8 em cada 10 pessoas sobreviventes ao câncer continuam fumando. Realizado nos EUA, estudo mos-tra que 83% dos pacientes que resistiram ao tumor fumam, em média, 15 cigarros por dia. Prática aumenta chance de retorno da doença e diminui efi cácia dos tratamentos.

ATENÇÃO CONSUMIDORA lei que obriga a presença de um farmacêutico em drogarias durante todo o horário de funcionamento entra em vigor no dia 25 de setembro. O texto foi publicado no Diário Ofi cial da União nesta segunda-feira. Com a norma, as farmácias deixarão de ser estabelecimentos comerciais e passarão à condição de prestadoras de serviços de assistência à saúde.

Os porquês de não abrir mão da crítica

No dia 7 de outubro de 2012, 5.370 quatiguaenses foram às urnas decidirem o futuro da cidade. Às 18:30h a vitória de Fernando Dolenz já era certa e um silêncio ensur-decedor foi ouvido em todos os cantos da cidade. O que pa-recia impossível aconteceu. A maioria da popula-ção comemorou, vibrou e des-fi lou. Foram meses de alegria. Os adversários tiveram que engolir a derrota e aceitar as piadas. O novo personagem principal da história, Fernan-do Dolenz (PSDB), 54, falou, ora vejam, da necessidade de uma reforma que moralize a política da cidade e enfatizou suas propostas de campanha, principalmente na Sáude. No 20º mês de man-dato, àquela bela e colorida história de esperança se trans-formou num jardim seco e es-pinhoso. Nesse jardim vive os animais mais despreparados, perigosos e peçonhentos. Estamos vivemos em um cenário onde predomi-na um clima de insatisfação com a gestão e a covardia de Fernando. Hoje, o prefeito e a sua equipe simbolizam des-preparado.

Em todas as entrevis-tas, o prefeito Fernando pare-ce viver num sonho e que po-deria até se transformar num livro: “O Fantástico Mundo de Fernando Dolenz”. Fugindo, ocasionalmente, das formas livres às quais pertenciam, as versões do maior representan-te do povo parecem literatura em diversas ocasiões. Nas entrevistas, o prefeito dá a impressão de que Quatiguá é uma cidade privilegiadas pelos deuses. Assume todos os (pequenos) avanços da cidade. Tira van-tagem de obras e recursos que são conquistas do governo anterior. Moralmente falando, isso não é correto. A corrupção dos (que deviam ser os) melhores é a pior de todas. O prefeito Fernando Dolenz conseguiu instalar na máquina pública um bando de parasitas inú-teis, nocivos e caríssimos. E a vice? Juntos, os dois estão dando um show de amadoris-mo. Podemos se preparar para um futuro nada promissor. Ao entrar política tem de se acostumar a ser vigiado, cobrado e receber eventuais críticas dos meios de comuni-

cação. O lombo tem que ser grosso pra aguentar as chiba-tadas. É bom que os lombos do prefeito Fernando e da Vilma sejam assim. Ninguém está aqui pra passar a mão na cabeça de político. Nos bastidores, ouviu-se uma variedade de recla-mações desde que o Primeira Impressão publicou o possível esquema de dinheiro envol-vendo a nutricionista (e fi lha do prefeito) Isabella Dolenz e empresas do comércios quati-guaense. Como dever jorna-listico, fomos atrás da “loura”, do prefeito e da direção do Hospital. Ninguém quis falar. Entretanto, fi ca difícil enten-der como a equipe do prefeito pode reclamar de “persegui-ção da imprensa”. As críticas ao prefeito e sua vice são críticas justas que não podem ser condena-das e nem silenciadas. Não podemos correr o risco de virar as costas à população e àqueles que já foram oprimi-dos pelo contexto perverso desses meses. Por outro lado: quem entende o mínimo de política (me perdoe os lei-gos) consegue se envergonhar com a falta de respeito entre os vereadores dentro da Câ-mara. Um grupo desunido e despreparado. Aparentemen-te, ninguém está ali porque se preocupa com Quatiguá e a população. E quem disser isso é mentira. Estão lá APENAS pelo dinheiro. Pra alguns, ser vereador é hobby. Quem concorre a um cargo público precisa se acos-tumar a dar explicações sem, necessariamente, achar que o jornalista ou o jornal tem uma agenda outra que não seja in-formar seu leitor.

Alan Junior de Queiroz

Vilma Negrini (vice) e Prefeito Fernando Dolenz: um show de amadorismo

MORTALIDADE MATERNATaxa de mortes no Brasil apresenta queda anual média de 1,7% nos últimos 13 anos. Segundo relatório divulgado pela Organização Mundial de Saúde, o número fi cou abaixo da baixa mundial de 3,1% ao ano. A cada cem mil nascimentos, 69 brasileiras morreram de gestação ou durante o parto. Índi-ce representa o dobro da meta estipulada para o período.RETRATAÇÃO PÚBLICA

Eu, Darci Valério de Matos, venho, através deste meio de comunicação, retratar-me das calúnias que proferi contra o vereador Julio Cezar Zanlorenzi. Nos dias 20 e 27 de março, deste ano, durante o programa Voz da Comunidade da Rádio Matinal Fm 87.9, afi rmei que Zanlorenzi estava envolvido “até o pescoço” na venda dos terrenos e, também, que ele havia recebido diárias da Câmara de Quatiguá para realização de um curso, quando na verdade ele estava acompanhando a sua esposa, Michela, numa cirurgia em Curitiba. Prezados leitores, hoje, levo ao conhecimento público que as notícias por mim propagadas são caluniosas. Não são verdadeiras. A respeito da venda de terreno, Zanlorenzi não está envolvido e, também, não recebeu diárias da Câmara. Diantes dessas afi rmações caluniosas, foram movidas duas ações judiciais contra mim (nº dos processos: 719-58.2014 / 721-28.2014). As duas ações tramitaram no Juizado Especial Civil da comarca de Joaquim Távora-PR. Na audiência de Conciliação, para encerrar o processo, houve um acordo entre nós. Comprometi-me em respeitar Zanlorenzi e não voltar a caluniá-lo. Comprometi-me, também, em fazer uma retratação pública na rádio Matinal Fm e nos jornais Primeira Impressão e, JR Diário.

A vereadora Leila Sal-vi (PSD), 34, denunciou ao Ministério Público o possível uso irregular de um caminhão da prefeitura de Quatiguá pelo secretário de Obras Ney Acosta Rodrigues. Com autorização do Ministério Público, o Primeira Impressão teve acesso a toda a documentação da ação. Se-gundo um documento assi-nado pela vereadora Leila, a informação veio do vereador

Alan Junior de Queiroz

Caminhão da prefeitura é fl agrada dentro de ofi cina em Ourinhos

Hideraldo Estevam (DEM), 50. “Há comentários de que um caminhão de Quatiguá estaria prestando serviços ao município de Jaboti, em ple-no domingo (22/06). Sendo do conhecimento de todos, qualquer veículo ou maquiná-rio não pode sair sem a prévia autorização da Câmara”, afi r-ma. Os vereadores afi rmam que o secretário de obras Ney Rodrigues, também, teria tombado o veículo carregado de pedras durante a realização das obras e tentou esconder o ocorrido.

No dia 25 de junho, o portal MP Diário divulgou fotos de um caminhão da pre-feitura de Quatiguá dentro de uma ofi cina em Ourinhos-SP. Ao Primeira Impressão, a Mecânica Cabeção confi rmou que fez reparos no veículo da prefeitura, mas optou por não informar detalhes nem comentar sobre o assunto. A vereadora Leila quer que o Ministério Público investigue o caso e acusa o secretário de obras de improbidade admi-nistrativa. “Quero que seja averiguado o porquê do cami-

nhão estar sendo usado num fi nal semana, sem autorização dos vereadores, e quem irá ressarcir os danos ocorridos. O veículo foi para reparos e há suspeita que serão à custa do município”, afi rma. Em resposta à solici-tação de esclarecimento do promotor Fabrício Muniz Sa-bage, o prefeito Luis Fernan-do Dolenz (PSDB), 55, negou a acusação de que o caminhão esteve em Jaboti. A prefeitura de Quatiguá enviou à Justiça uma cópia de um documento assinado pelo prefeito de To-

mazina Guilherme Cury Saliba Costa, onde pede a Dolenz “a liberação de três caminhões basculan-tes de Quatiguá, para um mutirão de cascalhamen-to de estradas rurais que ligam os municípios”. A solicitação e a liberação foram feitos no mesmo dia, 20 de junho, sexta-feira. Não existe previ-são para a conclusão dos trabalhos do Ministério Público. O prefeito Do-lenz, também, enviou à Justiça uma cópia da lei municipal nº 1.269 de 2005, que autoriza o Poder Executivo a utili-zar veículos públicos ou terceirizados em mutirão com Tomazina. “Nenhum dano resultou ao erário quatiguaense, vez que, na realidade o caminhão [apenas] ‘encalhou’, mas como estava carregado e, portanto, bastante pesado (25 toneladas), houve um pequeno desalinhamento da caçamba”, afi rma. Qual dos municí-pios será responsável em pagar a conta da ofi cina? O caminhão poderia ter ido para o conserto sem licitação? Quem dirigia o veículo na hora do “en-calhamento”? São exem-plos de questões que o Ministério Público terá que investigar nos próxi-mos dias.

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Vereadora acusa secretário de obra de improbidade administrativaPrefeito justifi ca saída de veículos; caso não tem previsão para ser concluído

ENDIVIDADOSDe acordo com levantamento divulgado pelo SCPC, quatro em cada 10 consumidores inadimplentes não pretendem pa-gar as dívidas nos próximos três meses por não terem condi-ções. Quase metade dos entrevistados afi rmou que considera as cobranças abusivas e não vai tentar negociar a dívida.

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PRIMEIRA IMPRESSÃO - PÁG 4 PRIMEIRA IMPRESSÃO - PÁG 5GERAL

Alan Junior de Queiroz

Pastor Eduardo

Alan Junior de Q

ueiroz

Um ano se passou... E o Primeira Impressão está acompanhando as primeiras famílias benefi ciadas pela Associa-ção de Moradores Sem Teto de Quatiguá. “Desde o inicio, fomos guerreiros, batalhamos com muita vontade e acredita-mos que um dia as coisas fossem mudar. Foram anos de luta, empenho e dedicação e esperança em uma vida melhor à muitas famílias. Hoje, está aí a realidade pra quem quiser ver. Temos centenas de pessoas felizes em suas casas”, disse o presidente Eduardo Molina, mais conhecido como Pastor Eduardo. O caminhoneiro Genival dos Santos Rodrigues, 32, e Thaysa da Silva Rodrigues, 26, foram uma das 40 famílias benefi ciadas pela iniciativa. Casados há 8 anos, sempre moraram de aluguel. “Não teríamos condição de comprar um terreno nem construir uma casa. Antes de nós ganharmos a casa, moravamos em casas que entravam ventos e chuva”, afi rma Rodrigues. Há uma década, eles se conheceram enquanto trabalhavam nas eleições para prefeito e vereadores de Quatiguá. Namoraram durante dois anos até casarem. Hoje, o casal tem uma fi lha, Maria Eduarda da Silva Rodrigues, sete anos. “Já passamos por difi culdades fi nancei-ras. O dinheiro do aluguel sempre fazia falta. Todo o mês deixávamos de pagar alguma conta. Teve mês que faltou dinheiro para pagar o mercado e até mesmo o aluguel”, recorda Thaysa. Eles já planejam construir uma área, outro cômodo e ladrilhar o quintal. A Associação quer construir mais moradias e, segundo o presidente, já existe novos planos de construção de um segundo conjunto habitacional através do programa federal Mi-

Genival Rodrigues e Thaysa da Silva com a fi lha Maria Eduarda

Alan Junior de Queiroz

É real! O sonho da casa própria completa um ano

Pastor Eduardo

terreno nem construir uma casa. Antes de nós ganharmos a casa, moravamos em casas que

Há uma década, eles se conheceram enquanto trabalhavam nas eleições para prefeito e vereadores de Quatiguá. Namoraram durante dois anos até casarem. Hoje, o casal tem uma fi lha, Maria Eduarda da Silva Rodrigues, sete anos. “Já passamos por difi culdades fi nancei-ras. O dinheiro do aluguel sempre fazia falta. Todo o mês deixávamos de pagar alguma conta. Teve mês que faltou dinheiro para pagar o mercado e até mesmo o aluguel”, recorda Thaysa.

A Associação quer construir mais moradias e, segundo o presidente, já existe novos planos de construção de um segundo conjunto habitacional através do programa federal Mi-

Alan Junior de Q

ueiroz

nha Casa, Minha Vida. “Ainda temos uma demanda grande a ser atendida. Nossa intenção sempre foi priorizar as famílias grandes que pagam alugueis com valo-res expressivos”, afi rma Pastor Eduardo.