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PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS

Princípios Administrativos

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PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS

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Princípio

• Segundo Celso Antônio Bandeira de Mello, princípio é, pois, por definição, mandamento nuclear de um sistema, verdadeiro alicerce dele, disposição fundamental que se irradia sobre diferentes normas, compondo-lhes o espírito e servindo de critério para exata compreensão e inteligência delas, exatamente porque define a lógica e a racionalidade do sistema normativo, conferindo-lhes a tônica que lhe dá sentido harmônico.

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• “Violar um princípio é muito mais grave do que violar uma norma. A desatenção ao princípio implica ofensa não apenas a um específico mandamento obrigatório, mas todo o sistema de comandos. É a mais grave forma de ilegalidade ou inconstitucionalidade, conforme o escalão do princípio violado, porque representa insurgência contra todo o sistema, subversão de seus valores fundamentais”

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Dupla funcionalidade dos princípios

• A) Função hermenêutica: se o aplicador do direito tiver dúvida sobre qual o verdadeiro significado de determinada norma, pode utilizar o princípio como ferramenta de esclarecimento sobre o conteúdo do dispositivo analisado;

• B) Função integrativa: além de facilitar a interpretação de normas, o princípio atende à finalidade de suprir lacunas, funcionando como instrumento para preenchimento de vazios normativos em caso de ausência de expresso regramento sobre determinada matéria.

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Supraprincípios do Direito Administrativo

• Supraprincípio ou superprincípio são os princípios centrais dos quais derivam todos os demais princípios e normas do Direito Administrativo. Conforme ensina Celso Antônio Bandeira de Mello, são dois os supraprincípios:

• A) supremacia do interesse público sobre o privado; e

• B) indisponibilidade do interesse público

• IMPORTANTE: Os dois supraprincípios são princípios relativos, e não absolutos. Assim, não existe supremacia absoluta do interesse público sobre o privado, nem indisponibilidade absoluta dos interesses públicos.

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Princípio da Supremacia do Interesse Público

• A supremacia do interesse público sobre o privado, também chamada simplesmente de princípio do interesse público ou da finalidade pública

• Significa que os interesses da coletividade são mais importantes que os interesses individuais, razão pela qual a Administração, como defensora dos interesses públicos, recebe da lei poderes especiais não extensivos aos particulares

• Em termos práticos cria uma desigualdade jurídica entre a Administração e os administrados.

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Exemplos de prerrogativas especiais conferidas à Administração

• 1) possibilidade de transformar compulsoriamente propriedade privada em pública (desapropriação);

• 2) autorização para usar propriedade privada em situações de iminente perigo público (requisição de bens). Ex.: requisição de veículo particular, pela polícia, para perseguir criminoso);

• 3) poder de convocar particulares para a execução compulsória de atividades públicas (requisição de serviço). Ex.: convocação de mesários para eleição;

• 4) prazos processuais em dobro para recorre e em quádruplo para contestar

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• CUIDADO com a pegadinha: A Fazenda Pública tem prazo em dobro para recorrer e em quádruplo para contestar, mas o prazo para responder aos recursos é simples.

• ATENÇÃO: No âmbito dos juizados especiais federais não se aplicam os prazos processuais diferenciados em favor da Fazenda Pública, nem existe reexame necessário (arts. 9º e 13 da Lei n. 11.259/2001)

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• 5) possibilidade de rescindir unilateralmente contratos administrativos;

• 6) dever de o particular das passagem no trânsito para viaturas sinalizando situação de emergência

• 7) presunção de legitimidade dos atos administrativos;

• 8) impenhorabilidade dos bens públicos• 9) impossibilidade de perda de bens por

usucapião (imprescritibilidade dos bens públicos)• 10) presença de cláusulas exorbitantes nos

contratos administrativos;• 11) possibilidade do exercício pelo Estado, poder

de polícia sobre particulares;• 12) poder para criar unilateralmente obrigações

aos particulares (imperatividade).

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• Por fim, são também desdobramentos da supremacia do interesse público sobre o privado a imperatividade, a exigibilidade e a executoriedade dos atos administrativos, assim como o poder de autotutela de que a Administração Pública é revestida para anular e revogar seus próprios atos sem necessidade de autorização judicial.

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Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público

• O supraprincípio da indisponibilidade do interesse público enuncia que os agentes públicos não são donos do interesse por eles defendido.

• Como decorrência dessa indisponibilidade, não se admite tampouco que os agentes renunciem aos poderes legalmente conferidos ou que transacionem em juízo.

• Todos os princípios do Direito Administrativos são desdobramentos da supremacia do interesse público e da indisponibilidade do interesse público.

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Princípios Constitucionais do Direito Administrativo

• Chamados também de princípios explícitos ou expressos, estão diretamente previstos na Constituição Federal.

Legalidade

Impessoalidade

Moralidade

Publicidade

Eficiência

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• Mas CUIDADO: o rol de princípios constitucionais do Direito Administrativo não se esgota no art. 37, caput.

• Vejamos outros princípios administrativos expressos na CF/88. São eles

1) Princípio da participação (art. 37, § 3º, da CF): a lei deverá estimular as formas de participação do usuário na administração pública direta e indireta, regulando especialmente:

• A) reclamações relativas à prestação de serviços públicos em geral;

• B) o acesso dos usuários a registros administrativos e informações sobre atos de governo

• C) a disciplina da representação contra o exercício negligente ou abusivo do cargo, emprego ou função na administração pública

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2) Princípio da celeridade processual (art. 5º, LXXVIII, da CF): assegura a todos, nos âmbitos judicial e administrativo, a razoável duração dó processo e os meios que garantam celeridade na sua tramitação;

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3) Devido processo legal formal e material (art. 5º, LIV, da CF): prescreve que a privação de liberdade ou de bens só poderá ser aplicada após o devido processo legal

• A) devido processo legal formal: exige o cumprimento de um rito predefinido como condição de validade da decisão

• B) devido processo legal material ou substantivo: além de respeitar o rito, a decisão final deve ser justa e proporcional.

• Obs.: Nos processos administrativos busca-se a verdade real dos fatos, e não simplesmente a verdade formal baseada apenas na prova produzida nos autos.

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• Contraditório (art. 5º, LV, da CF): as decisões administrativas devem ser proferidas somente após ouvir os interessados e contemplar, na decisão, as considerações arguidas

• Ampla defesa (art. 5º, LV, da CF): obriga assegurar aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, a utilização dos meios de prova, dos recursos e dos instrumentos necessários para os interessados defenderem seus interesses perante a Administração

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PRINCÍPIO DA LEGALIDADE

• Inerente ao Estado de Direito, o princípio da legalidade representa a subordinação da Administração Pública à vontade popular.

• O exercício da função administrativa não pode ser pautada pela vontade da Administração ou dos agentes públicos, mas deve obrigatoriamente respeitar a vontade da lei.

• Hely Lopes Meirelles ensina que enquanto os indivíduos no campo privado podem fazer tudo o que a lei não veda, o administrador público só pode atuar onde a lei autoriza.

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Bloco da legalidade e princípio

• O princípio da legalidade não se reduz ao simples cumprimento da lei em sentido estrito. A Lei Federal n. 9.784/99 (Lei do Processo Administrativo), no art. 2º, parágrafo único, I, define a legalidade como o dever de atuação conforme a lei e Direito.

• Princípio da juridicidade – obrigação de os agentes públicos respeitarem a lei e outros instrumentos normativos existentes na ordem jurídica

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Bloco da Legalidad

e

Constituição

Constituições Estaduais

e Leis Orgânicas

Medidas Provisória

s

Tratados e Convenções Internacionai

sCostumes

Atos Administrativ

os Normativos

Princípios Gerais do

Direito

Leis Ordinárias e

Complementares

Decretos Legislativos

e Resoluções

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Tríplice fundamento constitucional

• O princípio da legalidade encontra fundamento em três dispositivos diferentes na Constituição Federal de 1988:

• 1. Art. 37, caput: A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência”.

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• Art. 5º, II: “Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei” – legalidade geral.

• Tal dispositivo deve ser assim compreendido: ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa em virtude de ato administrativo

• A título de ilustração convém recordar dois exemplos verídicos de violação da legalidade geral:

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• Caso 1: foi declarado inconstitucional o decreto do Prefeito de Aparecida do Norte/SP proibindo o uso de minissaia nas ruas do município.

• Caso 2: antes de ser uma imposição prevista no Código Brasileiro de Trânsito, foi considerada nula a obrigatoriedade do uso de cinto de segurança determinada por decreto municipal do Prefeito de São Paulo

• Nas duas situações, deveres e obrigações foram criados mediante ato administrativo desatendendo à norma do art. 5º, II da CF.

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• 3) Art. 84, IV: “ Compete privativamente ao Presidente da República sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução”. Portanto, decretos e regulamentos, assim como todos os atos administrativos em geral, só podem ser expedidos para viabilizar a execução da lei.

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Exceções á legalidade

• A Constituição Federal prevê três institutos que alteram o funcionamento regular do princípio da legalidade por meio da outorga de poderes jurídicos inexistentes em situações de normalidade:

• A) medida provisória (art. 62 da CF)• B) estado de defesa (art. 136 da CF)• C) estado de sítio (arts. 137 a 139 da

CF)

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PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE

• O princípio da impessoalidade estabelece um dever de imparcialidade na defesa do interesse público, impedindo discriminações e privilégios indevidamente dispensados a particulares no exercício da função administrativa

• A Lei do Processo Administrativo explica que trata-se de uma obrigatória “objetividade no atendimento do interesse público, vedada a promoção pessoal de agentes ou autoridades” (art. 2º, Par.Único, inc. III, da Lei n. 9.784/99)

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Subprincípio da vedação da promoção pessoal

• A impessoalidade é caminho de mão dupla. De um lado, o administrado deve receber tratamento sem discriminações ou preferências; de outro, o agente público não pode imprimir pessoalidade associando sua imagem pessoal a uma realização governamental

• .• A presença de nomes, símbolos ou imagens de agentes ou

autoridades nas propagandas governamentais compromete a noção de res publica e a impessoalidade da gestão da coisa pública.

• Pela mesma razão ofende a impessoalidade:

A) batizar logradouro público com nome de parente para eternizar o famoso sobrenome do político

B) imprimir logomarcas em equipamentos públicos ou uniforme escolares

C) Manter a data de inauguração ao lado da obra

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PRINCÍPIO DA MORALIDADE

• O Texto Constitucional de 1988, em pelo menos três oportunidades, impõe aos agentes públicos o dever de observância da moralidade administrativa.

• A moralidade administrativa difere da moral comum. O princípio jurídico da moralidade administrativa não impõe o dever de atendimento à moral comum vigente na sociedade, mas exige respeito a padrões éticos, de boa-fé, decoro, lealdade, honestidade e probidade incorporada pela prática diária ao conceito da boa administração

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Boa-fé subjetiva e boa-fé objetiva

• No Direito privado, a boa-fé, em linhas gerais, está relacionada com a honestidade, a correção e a confiabilidade entre as partes contratantes

• No Direito Administrativo tem ganhado força uma importante diferenciação entre boa-fé subjetiva e boa-fé objetiva.

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• A boa-fé subjetiva, ou boa-fé crença ou boa-fé convicção consiste na investigação sobre vontade e intenção do indivíduo, especialmente para apurar o conhecimento ou o desconhecimento da ilicitude da conduta praticada. Fala-se que o agente atuou “de boa fé”, tendo como noção contraposta a “má-fé”.

• Já a boa fé objetiva ou boa-fé conduta manifesta-se externamente por meio da investigação do comportamento do agente, sendo irrelevante sua intenção. Fala-se que o agente atuou “de boa-fé”, tendo como noção a “ausência de boa-fé”, e não a má-fé.

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Instrumentos para defesa da moralidade

• A legislação brasileira prevê diversos instrumentos de proteção da moralidade administrativa. Merecem destaque os seguintes:

• Ação Popular: a ser proposta por qualquer cidadão contra ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural

• Ação Civil Pública de Improbidade Administrativa: de legitimidade do Ministério Público e demais pessoas jurídicas interessadas, pode ser intentada contra ato de improbidade praticado por qualquer agente público, servidor ou não, contra a administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito, Município e Território, etc.

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• Controle externo exercido pelos Tribunais de Contas: através da fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas.

• Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs): o art. 58, § 3º, da CF/88 autoriza a instauração, mediante requerimento de um terço dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado, em conjunto ou separadamente, de comissão parlamentar de inquérito com poderes de investigação próprios de autoridades judiciais para apuração de fato determinado.

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Lei de Improbidade Administrativa

• Importante progresso na proteção da moralidade administrativa foi alcançado com a promulgação da Lei de Improbidade Administrativa – Lei n. 8.429/92, que trata das sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego o função na administração pública direta, indireta e fundacional.

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Princípio da publicidade

• Dever de divulgação oficial dos atos administrativos (art. 2], parágrafo único, V, da Lei n. 9.784/99).

• Subprincípios:• a) princípio da transparência: abriga o dever

de prestar informações de interesse dos cidadãos e de não praticar condutas sigilosas

• b) princípio da divulgação oficial: exige a publicação do conteúdo dos atos praticados atentando-se para o meio de publicidade definido pelo ordenamento ou consagrado pela prática administrativa.

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Objetivos da publicidade

• A publicidade dos atos administrativos constitui medida voltada ao cumprimento das seguintes finalidades:

• A) exteriorizar a vontade da Administração Pública divulgando seu conteúdo para conhecimento público;

• B) tornar exigível o conteúdo do ato;• C) desencadear a produção de efeitos

do ato administrativo;• D) permitir o controle de legalidade do

comportamento.

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Formas de publicidade

• O modo de dar-se a publicidade varia conforme o tipo de ato. No caso dos atos individuais, que são dirigidos a destinatário certo, ou mesmo para atos internos, a publicidade é garantida pela simples comunicação do interessado. Ex.: autorização para o servidor sair mais cedo.

• Quantos ao atos gerais, isto é, dirigidos a destinatários indeterminados, a publicidade depende de publicação no Diário Oficial. Ex.: edital convocatório para concurso público

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• Também exigem publicação no Diário Oficial os atos individuais de efeitos coletivos, que são aqueles do interesse imediato de um indivíduo, mas com repercussão para um grupo de pessoas. Ex.: deferimento de férias de servidor (implica a redistribuição de tarefas a todos na repartição).

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Exceções à publicidade

• Segurança do Estado (Ex.: Informações militares)

• Segurança da sociedade (Ex. sigilo das informações sobre o interior de uma usina nuclear para evitar atentados terroristas)

• Intimidade dos envolvidos (Ex.: processos administrativos disciplinares).

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PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA

• Economicidade, redução de desperdícios, qualidade, rapidez, produtividade e rendimento funcional são valores encarecidos pelo princípio da eficiência.

• O Conteúdo jurídico do princípio da eficiência consiste em obrigar a Administração a buscar os melhores resultados por meio da aplicação da lei.

• Para o servidor público cabe o dever de atender com presteza o público em geral, zelar pela economia do material.

• Ao dever estatal de atuação eficiente corresponde o direito dos usuários de serviço público a uma prestação com qualidade e rapidez

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NÃO CONFUNDA!

Eficiência

Modo pelo qual se exerce a função administrativa

Eficácia

Meios e instrumentos empregados pelo agente

Efetividade

Resultados da atuação

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EXERCÍCIO• A Prefeitura de Barreiras expediu, em favor de Reinaldo,

Licença para que este construísse em seu imóvel prédio com destinação comercial. Sucede que, antes do início da construção, a Administração Pública Municipal revogou o ato, ao fundamento de que contrariaria o interesse público a edificação comercial em área exclusivamente residencial, atento a que a lei deixou ao administrador o poder de disciplinar a ocupação do solo urbano. Inconformado, Reinaldo impetrou mandado de segurança contra o ato de revogação, para ver tutelado seu direito líquido e certo a erguer o prédio comercial, por entender que a licença, por sua natureza, seria irrevogável. Pergunta-se: a segurança é de ser concedida? Poderá Reinaldo, pela via própria, postular indenização por eventuais prejuízos decorrentes da revogação? Resposta objetivamente justificada.