Princípios da intertextualidade

Embed Size (px)

Citation preview

  • 1. O Princpio da Intertextualidade Como Fator de Textualidade The Principle of the Intertextuality as a Factor of Textuality Maria Aparecida Rocha Gouva 1 Resumo Este artigo discute o princpio da intertextualidade como fator de textualidade em textos orais e escritos, determinando a influncia e a importncia do j-dito nas manifestaes discursivas do ser humano. A partir da conceituao de interdiscursi- vidade e de intertextualidade, classifica as formas mais utilizadas desse princpio de textualidade. Abstract This article argues the principle of the intertextuality as a factor of textuality in oral and writing texts, determining the influence and importance of the already-said in the speech manifestations of the human being. From the interspeech and intertextual- ity conceptualization, it classifies the more used forms of this principle of textuality. Keywords: Intertextuality, Textuality, Interspeech. 1 Mestre - Cincias Humanas UniFOA [email protected] 57Cadernos UniFOA - Ano II - n 04 - agosto / 2007

2. 1 . Introduo Atualmente, a linguagem enfocada como fator social, um processo dinmico e vital que est em permanente construo e evoluo e que se coloca como instrumento de identificao, de saber e de po- der do ser humano, j que atravs dela que o homem explicita e impe seu lugar no mundo. A viso de mundo de cada pessoa est direta- mente vinculada linguagem, porque as idias reve- lam a compreenso que cada indivduo tem do contex- to onde est inserido e s possvel de ser transmitida aos outros atravs da expresso verbal ou no-verbal dos pensamentos. Fiorin (2000, p.32) ressalta que assim como uma formao ideolgica impe o que pensar, uma formao discursiva determina o que dizer. Por isso, a formao ideolgica corresponde a uma formao discursiva que leva o homem a construir seus discur- sos, reagindo lingisticamente aos acontecimentos. Dessa forma, o discurso revela quem o sujeito, qual a viso de mundo que ele possui e como se expressa na vida real, no intuito de transformar a sociedade. Brando (1991, p. 62) aborda a noo de su- jeito, citando Benveniste (1974, p. 82). Para o autor, a subjetividade a capacidade de o locutor se propor como sujeito do seu discurso e ela se funda no exerc- cio da lngua. Nesse exerccio, a histria exerce pa- pel fundamental, pois o discurso produzido em um determinado espao e em um determinado tempo, na interao com outros sujeitos, em que a concepo do sujeito histrico articula-se com a concepo do sujei- to ideolgico. Portanto, o sujeito enuncia sua posio no discurso, instituindo um EU e um TU, que no se concebem separadamente, pois so os protagonistas da enunciao. Brando (1991, p. 54) tambm cita Bakhtin Um enunciado vivo, significativamente surgido em um momento histrico e em um meio social determinados, no pode deixar de tocar em milhares de fios dialgicos vi- vos, tecidos pela conscincia socioideol- gica em torno do objeto de tal enunciado e de participar ativamente do dilogo so- cial. Do resto, dele que o enunciado saiu: ele como sua continuao, sua rplica. (BAKHTIN, 1975, p. 100) 2. Texto e Textualidade Val (1999, p. 3) define o texto escrito ou fa- lado como unidade lingstica comunicativa bsica que as pessoas utilizam como conjunto de elementos para se comunicar. Para a autora, um texto ser bem compreendido quando contiver trs aspectos funda- mentais: o pragmtico, que funciona como atuao in- formacional e comunicativa; o semntico-conceitual, que depende de sua coerncia; e o formal, que depen- de da sua coeso. Fvero e Koch (2002, p. 25) conceituam tex- to a partir de duas acepes: em sentido lato e em sen- tido stricto: Texto, em sentido lato, designa toda e qualquer manifestao da capacidade tex- tual do ser humano (quer se trate de um poema, quer de uma msica, uma pintura, um filme, uma escultura etc), isto , qual- quer tipo de comunicao realizado atra- vs de um sistema de signos. Em se tratan- do da linguagem verbal temos o discurso, atividade comunicativa de um falante, numa situao de comunicao dada, en- globando o conjunto de enunciados pro- duzidos pelo locutor (...) e o evento de sua enunciao. O discurso manifestado, lingisticamente, por meio de textos (em sentido estrito). As autoras destacam a importncia da coeso e coerncia no processo de construo do texto, en- fatizando que para produzir um texto, necessria a observao de um conjunto de relaes responsveis pela tessitura do texto os critrios ou padres de tex- tualidade, entre os quais merecem destaque especial a coeso e a coerncia. Assim, o texto uma unidade de sentido que independe de sua extenso, com critrios de textuali- dade, citados por Val (1999, p.5), baseados na teoria de Beaugrande e Dressler (1983). Beaugrande e Dressler (1983) apontam sete fatores responsveis pela textualida- de de um discurso qualquer: a coerncia e a coeso, que se relacionam com o ma- terial conceitual e lingstico do texto, e 58 Revista Cientfica do Centro Universitrio de Volta Redonda 3. a intencionalidade, a aceitabilidade, a si- tucionalidade, a informatividade e a inter- textualidade. A autora tambm enfatiza a importncia da coeso e da coerncia textuais, j que so respons- veis pelo sentido do texto. A coerncia envolve as- pectos lgicos, semnticos e cognitivos na partilha de conhecimentos entre os interlocutores, pois o sentido no concebido somente pelo produtor do texto, mas tambm pelo recebedor, que precisa interpret-lo. J a coeso a manifestao lingstica da coerncia, que se constri atravs de mecanismos gramaticais e lexicais. Portanto, a coerncia e a coeso tm a carac- terstica de promover a inter-relao semntica entre os elementos do discurso. A intencionalidade diz respeito ao objetivo que o produtor do texto tem em mente numa deter- minada situao comunicativa. Depende da funo lingstica que ele gostaria de manifestar - informar, impressionar, convencer, pedir, ofender e vai orien- tar toda a produo textual. A aceitabilidade se refere ao receptor da mensagem. O texto possui um conjunto de informa- es que podem ser relevantes, coerentes, teis ou no a quem vai receber. A situacionalidade diz respeito coerncia pragmtica do texto, ou seja, o receptor da mensagem precisa identificar o emprego da linguagem em um de- terminado contexto. A informatividade diz respeito ao grau de in- formaes que o texto possui. Todo texto, para ser me- recedor de ateno, deve conter informaes novas e conter tambm, suficincia de dados. O texto necessita apresentar todas as informaes necessrias para que seja compreendido, como almeja o produtor. A intertextualidade, tema deste artigo, diz respeito aos fatores que fazem um texto se utilizar de outros textos, pois se sabe que todo texto um inter- texto, ou seja, tudo o que falamos ou escrevemos j foi utilizado por outras pessoas em outro momento, j que o processo discursivo se estabelece sempre sobre um discurso prvio. Considerando as reflexes expostas at aqui, podemos abordar as teorias referentes ao tema pro- posto: a intertextualidade. Para isso, necessrio, pri- meiramente, fazermos, tambm, consideraes sobre interdiscursividade. 3. Interdiscursividade / Intertextualidade Brando (1991, p. 54) aborda a noo de in- terdiscursividade, apontando a heterogeneidade como caracterstica importante na interao enunciativa. A autora define interdiscurso a partir de Maingueneau, propondo levar em conta os fundamentos semnticos do discurso, pois os discursos se fundam na relao in- terdiscursiva. Deve-se construir um sistema no qual a definio da rede semntica que circunscreve a es- pecificidade de um discurso coincide com a definio das relaes deste discurso com seu Outro. (MAIN- GUENEAU, 1984, P. 30). Dessa forma, um discurso nunca seria autnomo, porque sempre remete a outros discursos. A formao discursiva ativa uma mem- ria discursiva, circulando informaes anteriores, j enunciadas, como cita a autora: enunciar se situar sempre em relao a um j-dito que se constitui no Outro do discurso. Em Dialogismo, Polifonia e Intertextuali- dade, Fiorin (2003, p.32) define interdiscursividade como o processo em que se incorporam percursos te- mticos e/ou percursos figurativos, temas e/ou figuras de um discurso em outro. O autor (2003, p. 35) enfatiza que a interdis- cursividade no implica a intertextualidade, embora o contrrio seja verdadeiro, pois, ao se referir a um tex- to, o enunciador se refere, tambm, ao discurso que ele manifesta. A partir da noo de interdiscursividade, possvel perceber que intertextualidade no um fe- nmeno essencial para a composio de um texto e a interdiscursividade inerente constituio do dis- curso, j que no nico e discursa sobre outros dis- cursos. Nessa perspectiva o discurso social e visto como um lugar de trocas enunciativas, onde a histria se inscreve. Apontada como um dos fatores de textuali- dade, a intertextualidade est presente em todo e qual- quer texto, j que todo processo discursivo se estabe- lece a partir de um discurso prvio. O conceito de intertextualidade foi constru- do por Kristeva (1974, p. 64). A autora diz que todo texto se constri como mosaico de citaes, todo texto absoro e transformao de um outro texto. Ela defende a teoria de que a palavra espacializada, pois funciona em trs dimenses: sujeito destinatrio 59Cadernos UniFOA - Ano II - n 04 - agosto / 2007 4. contexto. A humanidade, portanto, sempre registrou sua histria baseada nas dimenses descritas por Kris- teva. Fala-se e/ou escreve-se para algum, num deter- minado contexto. E a partir disto, conta-se, reconta-se determinado fato de acordo com o que se pretende co- municar. Portanto, h de se considerar o carter social do sujeito do conhecimento, pois para a convivn- cia social que este sujeito se manifesta, no intuito de transformar a sociedade. Nessa concepo, Bakhtin enfoca o dialogis- mo como condio do sentido do discurso, em que o sujeito perde o papel central e substitudo por dife- rentes vozes sociais, que fazem dele um sujeito hist- rico e ideolgico. Para ele, o dialogismo o princpio constitutivo da linguagem, desdobrado em dois aspec- tos: o da interao verbal entre enunciador e enuncia- trio e o da intertextualidade no interior do discurso. Jenny (1974, p. 6) enfatiza que a intertextu- alidade condiciona o uso do cdigo, como tambm, o contedo formal da obra, dificultando a determinao do grau de explicitao da intertextualidade. Para ela, as obras intertextuais no so sintomas de uma crise cultural, mas o fruto do acaso e do gosto pelo uso da intertextualidade. A autora se baseia nas teorias de Ty- nianov. O terico sugere a hiptese de que toda obra literria se constri como uma rede dupla de relaes diferenciais: com textos literrios pr-existentes e com sistemas de significao no literrios, como as lin- guagens orais. Nessa perspectiva, o que caracteriza a inter- textualidade introduzir a um novo modo de leitura o valor semntico de outro texto. Cabe ao leitor, a partir de sua cultura e memria, identificar o contedo inter- textual. Cada referncia intertextual o lugar duma alternativa: ou prosseguir a leitura, vendo apenas no texto um fragmento como qual- quer outro, que faz parte integrante da sintag- mtica do texto ou ento voltar ao texto ori- gem, procedendo a uma espcie de anamnese intelectual em que a referncia intertextual aparece como um elemento paradigmtico deslocado e originrio duma sintagmtica esquecida. (JENNY, 1974, p. 21) Para Koch (1986, p. 39), possvel dar ao termo intertextualidade um sentido amplo e um senti- do restrito. A intertextualidade em sentido amplo ocor- re sempre de maneira implcita e a intertextualidade em sentido restrito pode ser explcita ou implcita. Segundo a autora, na produo textual h uma relao intertextual com outros textos que, mesmo no apa- recendo na superfcie do novo texto, exercem papel importante na sua produo. Segundo Fiorin (2003, p. 30), a intertextu- alidade o processo de incorporao de um texto em outro, seja para reproduzir o sentido incorporado, seja para transform-lo. O autor identifica trs processos de intertextualidade: citao, a aluso e a estilizao. SantAnna (2002) apresenta uma classifica- o de intertextualidade que difere de Fiorin. Para o autor, h quatro processos de intertextualidade: a pa- rdia, a parfrase, a estilizao e a apropriao. Paulino, Walty e Cury (1997, 25-42) classi- ficam oito formas de intertextualidade: a epgrafe, a citao, a referncia, a aluso, parfrase, a pardia, o pastiche e a traduo. Para eles, a sociedade uma grande rede intertextual, em constante movimento, em que o espao cultural tem um papel importante, pois cada produo dialoga necessariamente com outras. Nesse contexto, os meios de comunicao de massa concretizam esse jogo atravs da diversidade de lin- guagens, caractersticas desse meio. As autoras (1997, p. 14) tambm abordam o objeto da intertextualidade em sentido amplo e sentido mais restrito. Em seu sentido amplo, ela envolve todos os objetos e processos culturais, tomados como texto. Em sentido mais restrito, a in- tertextualidade ter como objeto apenas as produes verbais, orais e escritas. O texto, como objeto cultural, possui uma existncia fsica delimitada pelo olhar e recriao do leitor. Nessa perspectiva, o texto nunca est pronto, pois cada leitor participa desse jogo dialgico com o autor, realizando cortes, recortes, construes e re- construes com a finalidade de atender aos seus inte- resses e as suas necessidades. Apartir dessas consideraes, classificaremos o princpio da intertextualidade, em suas formas mais utili- zadas: pardia, parfrase, estilizao, citao e aluso. 3.1 Pardia/ parfrase e estilizao 60 Revista Cientfica do Centro Universitrio de Volta Redonda 5. Fvero (2003, p.50) conceitua pardia como canto paralelo, incorporando a idia de uma cano cantada ao lado de outra, como uma espcie de contra- canto, relembrando a origem etimolgica da palavra. Para ela, falar de pardia falar de Bakhtin, pois isso se faz necessrio em qualquer estudo que trabalhe o uso no-srio da palavra. Bakhtin v a pardia como elemento in- separvel da stira menipia e de todos os gneros carnavalizados. Ele a coloca ao lado da estilizao e do skaz, pois, apesar das diferenas substanciais, apresentam traos em comum: permitem reconhe- cer explicitamente uma semelhana com aquilo que negam, a palavra tem duplo sentido, voltando-se para o discurso de um outro e para o objeto do discurso como palavra. (FVERO, 2003, P. 53) SantAnna tece consideraes conceituais importantes sobre os termos pardia e parfrase, de modo a estabelecer relaes de oposio entre eles,. O autor relembra, tambm, o sentido histrico da pala- vra pardia uma ode que perverte o sentido de outra ode, portanto, dando a idia de uma cano que era cantada ao lado de outra, uma espcie de contracanto. Portanto a palavra possui uma origem musical. A pardia inova, inaugura um novo paradig- ma e constri a evoluo de um discurso. Santanna (2002, p.28) complementa que a maturidade de um discurso se revela quando o autor, atingindo a pardia, liberta-se do cdigo e do sistema, estabelecendo novos padres de relao das unidades. Portanto, na par- dia, h uma tomada de conscincia crtica, de algo que foi recalcado e posteriormente emergiu. Uma nova maneira de ler o convencional. Aparfrase um discurso em repouso em que algum abre mo de sua voz para deixar a voz do outro falar. No h conflito, pois no h oposio. Funciona como se fosse um espelho que reflete o discurso do outro. Santanna (2002, p. 34) reformula as teorias de Tynianov e Bakhtin sobre o conceito de estilizao e avana propondo trs modelos novos de redefinio desses termos. Esses autores tinham desenvolvido a oposio entre pardia e estilizao, utilizando-a basi- camente para estudos na rea do romance, privilegian- do autores como Dostoisvski e Gogol. No primeiro modelo, o autor aborda o efei- to pr-estilo da parfrase e o efeito contra-estilo da pardia. Segundo ele, quando a estilizao se d na mesma direo do texto anterior, transforma-se numa parfrase; se ela ocorre em sentido contrrio, consti- tui-se numa pardia. Assim a estilizao uma tc- nica geral e a pardia e a parfrase seriam efeitos par- ticulares, ou seja, a estilizao o artifcio utilizado pelo autor e a pardia e a parfrase o resultado. No segundo modelo, Santanna aborda a no- o de desvio, considerando que os jogos estabelecidos nas relaes intra e extratextuais so desvios maiores ou menores em relao a um texto original. Nessa concepo, a estilizao seria um desvio tolervel que ocorreria o mximo de inovao sem ser subvertido, pervertido ou invertido seu sentido. A parfrase traba- lharia com o desvio mnimo e a pardia, com o desvio total. O autor (2002, p. 41) complementa: A pardia deforma o texto original subvertendo sua estrutura ou sentido. J a parfrase reafirma os ingredientes do tex- to primeiro conformando seu sentido. En- quanto a estilizao reforma, esmaecendo, apagando a forma, mas sem modificao essencial da estrutura. Nessa perspectiva, a parfrase e a estilizao fazem parte de um mesmo conjunto em oposio pa- rdia. Para Paulino, Walty e Cury (1995, p. 32), a parfrase pode ter um sentido mais amplo, quando se apropria de um clima ideolgico, como no discurso do milagre brasileiro, em que h uma viso idealiza- da que enfatiza as qualidades da ptria, escamoteando os conflitos sociais. 3.2 Citao Para Fiorin (2003, p.30), a citao pode con- firmar ou alterar o sentido do texto citado, como tam- bm pode ser feita em outra linguagem. Silva (2003, p. 47) lembra que a citao, nos textos cientficos, se apresenta marcada graficamente 61Cadernos UniFOA - Ano II - n 04 - agosto / 2007 6. de alguma forma, normalmente, entre aspas. Nos tex- tos literrios, comumente encontram-se citaes sem os sinais grficos, com os trechos incorporados ao tex- to. A autora utiliza a linguagem potica para se referir citao. Ento, a partir dela, da citao, no h mais quaisquer segredos guardados en- tre o ontem e o agora, ou entre o hoje e o hoje, entre o autor de um novo tempo e os autores de tempos outros, ou de tempos mesmos que, num dilogo sem cerimnia, prosseguem contando juntos uma outra estria, amparando um a voz do outro. 3.3 Aluso Segundo Fiorin (2003, p. 31), a aluso um processo de reproduo de construo sinttica em que certas figuras so substitudas por outras, mantendo-se uma relao hiperonmica. Pode-se afirmar que a aluso um tipo de in- tertextualidade fraca, pois se constitui apenas por uma leve meno a outro texto ou a um fragmento textual. 4. Concluso A linguagem fator determinante para a in- sero social. Atravs dela, o indivduo aceito ou re- jeitado. Como o ser humano tem necessidade de ser aceito, ele busca o aprimoramento lingstico para al- canar esse objetivo. Nesse contexto, o intertexto tem papel im- portante no intuito de persuadir o outro, pois, quando identificado, se estabelece um sentimento de conforto, de auto-estima cultural, que valorizado por quem l ou ouve o texto. Tambm, o intertexto credibiliza o discurso, pois o que se apresenta no totalmente novo. Partindo do conceito de Kristeva, de que todo texto um mosaico de citaes, percebe-se a importncia do j-dito na produo textual, oral ou escrita, pois atravs da utilizao do princpio da in- tertextualidade, demonstramos nossa competncia lin- gstica a cada vez que reproduzimos o conhecimento adquirido ao longo da vida. Implcito ou explicita- mente, o princpio sempre estar presente nos textos que lemos ou ouvimos. 5. Referncias BARROS, Diana L. Pessoa de, FIORIN, Jos Luiz (org). Dialogismo, polifonia, intertextualidade. So Paulo: Edusp, 2003. BRANDO, Helena H. Nagamine. Introduo anlise do discurso. Campinas: Editora da Unicamp, 1991. CITELLI, Adilson. Linguagem e Persuaso. So Paulo: tica, 2001, p. 42-47. FVERO, Leonor Lopes. Coeso e Coerncia textuais. So Paulo: tica, 2000. ______. Pardia e Dialogismo. In: BARROS, Diana L. P., FIORIN, Jos Luiz.(org.) Dialogismo, polifonia e intertextualidade. So Paulo: Edusp, 2003. FAVERO, Leonor Lopes, KOCH, Ingedore G. Villaa. Lingstica textual: introduo. So Paulo: Cortez, 2002. FIORIN, Jos Luiz. Linguagem e ideologia. So Paulo: tica, 2000. ______. Polifonia textual e discursiva. In: BARROS, Diana L. P., FIORIN, Jos Luiz.(org.) Dialogismo, poli- fonia e intertextualidade. So Paulo: Edusp, 2003. JENNY, Laurent. A estratgia da forma. In: JENNY, Laurent et al. Intertextualidades. Coimbra: Livraria Alme- dina, 1979. 62 Revista Cientfica do Centro Universitrio de Volta Redonda 7. KOCH, Ingedore G. V. A intertextualidade como critrio de textualidade. In: FVERO, L. L., PASCHOAL, M.S.Z. Lingstica Textual, Texto e Leitura. So Paulo: EDUC, 1986. KRISTEVA, Jlia. Introduo semanlise. So Paulo: Perspectiva S.A., 1974. MESERANI, Samir. O intertexto escolar sobre leitura, aula e redao. So Paulo: Corts, 1995. PAULINO, Graa, WALTY, Ivete, CURY, Maria Zilda. Intertextualidades: teoria e prtica. Belo Horizonte: Editora L, 2ed, 1997. SANTANNA, Affonso Romano de. Pardia, parfrase e Cia. So Paulo: tica, 2002. SILVA, Cludia Maria Gil. O intertexto em Chapeuzinho: uma releitura das formas de intertextualidade. Rio de Janeiro: UERJ, 2003. VAL, Maria da Graa Costa. Redao e textualidade. So Paulo: Martins Fontes, 1999. 63Cadernos UniFOA - Ano II - n 04 - agosto / 2007 Informaes bibliogrficas: Conforme a NBR 6023:2002 da Associao Brasileira de Normas Tcnicas (ABNT), este texto cientfico publi- cado em peridico eletrnico deve ser citado da seguinte forma: GOUVEIA, M. A. R. O Princpio da Intertextualidade Como Fator de Textualidade. Cadernos UniFOA , Volta Re- donda, ano II, n. 4, agosto. 2007. Disponvel em: