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Princípios do Direito Administrativo. Aula-Palestra
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PRINCÍPIOS DO DIREITO ADMINISTRATIVO
André Laubenstein Pereira
UM OUTRO CONCEITO
Princípio é uma norma com alto grau de abstração que expressa um valor fundamental de uma dada sociedade e, servindo de base para o ordenamento jurídico, limita as regras que se relacionam com ele, integra as lacunas normativas, serve de parâmetro para a atividade interpretativa e, por possuir eficácia, pode ser concretizado e gerar direitos subjetivos.
ONDE ESTÃO ESCRITOS OS PRINCÍPIOS DO DIREITO
PÚBLICO,
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA?
CONSTITUIÇÃO FEDERALArt. 37. A administração pública direta e indireta de
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (…)
LLegalidade
IImpessoalidade
MMoralidade
PPublicidade
EEficiência
Constituição do Estado de SP
Artigo 111 - A administração pública direta, indireta ou fundacional, de qualquer dos Poderes do Estado, obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, razoabilidade, finalidade, motivação, interesse público e eficiência
Lei 9.784/1999Lei do Processo Administrativo
Artigo 2º A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.
Princípios do Direito Administrativo
• Supremacia do interesse público
• Indisponibilidade do interesse público
• Segurança jurídica
• Continuidade
• Autotutela
• Finalidade
• Presunção de legitimidade atos administrativos
• Razoabilidade
• Proporcionalidade
• Motivação
• Contraditório e ampla defesa
Princípio da Supremacia do interesse público
Do confronto entre os interesses particulares e o interesse público, prevalece o interesse público
Exemplos:
desapropriação x direito de propriedade;
poder de polícia (poder de fiscalizar) x direito de
livre iniciativa.
Princípio da Indisponibilidade do interesse público
O interesse público é indisponível, ou seja, o administrador não pode abrir mão dos bens e interesses públicos confiados à sua guarda, sem lei que preveja isso.
Princípio da Segurança jurídica
Determina a estabilidade das relações. É uma necessidade social.
Todo o impulso para criar ou produzir alguma coisa repousa na
crença de o que se fará vai perdurar.
Nenhuma lei nova pode nos pegar de assalto, dizendo que o que já
fizemos e praticamos não vale mais, ou que precisa ser refeito.
É possível mudança de interpretação?
“O homem necessita de segurança para conduzir, planificar e conformar autónoma e responsavelmente sua vida. Por isso, desde cedo se consideravam os princípios da segurança jurídica e da protecção da confiança como elementos constitutivos do Estado de direito.” CANOTILHO, J.J. Gomes. Direito constitucional. 4. ed. Coimbra: Almedina, 2000. p. 256.
Princípio da Continuidade• O serviço público deve estar disponível
continuamente para a coletividade;
• O direito de greve é restrito no âmbito público;
• Os contratos administrativos não podem ser
interrompidos por falta de pagamento;
• Interrupção de programas de governos anteriores
deve ter cautela.
Princípio da Autotutela
É o poder-dever de anular ato ilegal quando contrário aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
Súmula 473 do STF
Princípio da finalidadeO princípio da finalidade impõe ao administrador que
sua atuação vise sempre ao objetivo da norma, cingindo-se a ela.
É intimamente ligado ao princípio da legalidade.
Celso Antonio Bandeira de Mello:"Por isso se pode dizer que tomar uma lei como
suporte para a prática de ato desconforme com sua finalidade não é aplicar a lei; é desviá-la; é burlar a lei sob pretexto de cumpri-la. Daí porque os atos incursos neste vício - denominado "desvio de poder" ou "desvio de finalidade" - são nulos. Quem desatende o fim legal desatende a própria lei".
Presunção de legitimidade dos atos administrativos
• Presunção de atos compatíveis com a lei e com a moral e de veracidade (verdadeiros);
• Pode ser contestada por prova em contrário;
• Dele decorre a auto-executoriedade dos atos
administrativos, característica segundo a qual a
Administração não precisa de autorização judicial para
impor penalidades, restrições de direitos. Exemplos:
– embargo e demolição de obras irregulares;
– lacração de estabelecimentos comerciais etc.
Princípio da RazoabilidadeSerão inválidos os atos desarrazoados, bizarros, incoerentes ou praticados em desconsideração às situações e circunstâncias que seriam atendidas por quem tivesse atributos normais de prudência, sensatez e disposição de acatamento às finalidades da lei. Assim:
um ato não é razoável quando não existiram os fatos em que se embasou;
quando os fatos, embora existentes, não guardam relação lógica com a medida tomada;
quando mesmo existente alguma relação lógica, não há adequada proporção entre uns e outros;
quando se assentou em argumentos ou em premissas, explicitas ou implícitas que não autorizam do ponto de vista lógico, a conclusão deles extraída.
Princípio da Proporcionalidade
Segundo Juarez de Freitas, o Administrador Público deve sacrificar o mínimo para preservar o máximo de direitos.
É necessária uma adequação entre os meios e os fins.
Exemplos: proibição de excesso da lei relativamente ao seu
fim;equivalência entre custo do serviço e taxa
cobrada.
Princípio da Motivação
Todo ato administrativo tem que ser motivado, baseado em razões jurídicas e fáticas que indiquem a existência de interesse público na prática da atividade.
Contraditório e ampla defesa
Os Princípios do Contraditório e da Ampla Defesa são assegurados pelo artigo 5º, inciso LV da Constituição Federal:
“aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla
defesa, com os meios e recursos a ela inerentes” Pode ser definido pela expressão “ouça-se também a outra
parte”.É decorrência do princípio do devido processo legal:
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;
Contraditório e ampla defesa
O Princípio do Contraditório exige:
a) a notificação dos atos administrativos à parte interessada;
b) possibilidade de exame das provas constantes do processo administrativos;
c) direito de assistir à inquirição de testemunhas;
d) direito de apresentar defesa escrita.
Ampla defesa deve abranger a defesa técnica, ou seja, o defensor deve estar devidamente habilitado, e a defesa efetiva, ou seja, a garantia e a efetividade de participação da defesa em todos os momentos do processo.
Consequências da Violação dos Princípios
• A violação dos princípios implica na nulidade do ato administrativo que o contrariar.
• O ato deve ser repetido.• A Administração Pública pode sofrer ações indenizatórias.• Servidor está sujeito a sanção disciplinar e a
responsabilidade por Improbidade Administrativa;• Ministério Público pode ajuizar Ação Civil Pública;• Cidadão pode ajuizar Ação Popular.
CONSEQUÊNCIA DA VIOLAÇÃO DOS PRINCÍPIOS
Lei 8.429/92 – Lei de Improbidade Administrativa:
Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente (…)