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PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Hugo Marcondes dos Reis Júnior

PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

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Page 1: PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Hugo Marcondes dos Reis Júnior

Page 2: PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

São regras que servem de interpretação das demais normas jurídicas, apontando os caminhos que devem ser seguidos pelos aplicadores da lei.

Os princípios procuram eliminar lacunas, oferecendo coerência e harmonia para o ordenamento jurídico. (Art. 5º - Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum. - Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro – Decreto-Lei nº 4.657, de 04/09/1942)

Constituem alicerces jurídicos do exercício da função administrativa dos Estados. Todo o exercício da função administrativa, direta ou indiretamente, será sempre por eles influenciados e governado.

1. Conceito de princípios:

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Alguns princípios encontram-se no artigo 37 da Constituição, mas não esgotam a matéria.

Exemplo de princípios que não estão no rol do artigo 37 da Constituição Federal/88: • O Princípio da isonomia, o Princípio da supremacia do

interesse público, o Princípio da proporcionalidade, o Princípio da finalidade, o Princípio da motivação.

O rol do artigo 37 da Constituição Federal é exemplificativo, os Estados podem criar outros quando da elaboração da sua Constituição (poder constituinte derivado), mas observando aqueles previstos na Constituição Federal (art. 25 da CF/88).

2. Localização dos princípios da Administração Pública:

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O artigo 111 da Constituição do Estado de São Paulo determina que a Administração Pública direta, indireta e fundacional de qualquer dos poderes do Estado obedecerá aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, razoabilidade, finalidade, motivação e interesse público.

Os Municípios e o Distrito Federal também têm essa possibilidade quando da elaboração de suas leis orgânicas, desde que observados os previstos na Constituição Federal (art. 29 e 32 da CF).

O legislador infraconstitucional também pode estabelecer outros princípios, desde que não exclua aqueles previstos no artigo 37 da Constituição Federal.

continuação

Page 5: PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Quem deve se submeter aos Princípios do art. 37 da Constituição Federal:

• Administração direta e indireta de qualquer dos

Poderes da União, Estados, Distrito Federal, Municípios.

• As Autarquias, Fundações Públicas, Agências

reguladoras e executivas, Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista também estão submetidas a esses princípios.

3. Princípios previstos no art. 37 da Constituição Federal

Page 6: PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Princípios previstos no artigo 37 da Constituição Federal:

• Legalidade

• Impessoalidade

• Moralidade

• Publicidade

• Eficiência

continuação

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CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DE MINAS GERAIS/89

Art. 13 - A atividade de administração pública dos Poderes do Estado e a de entidade descentralizada se sujeitarão aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, eficiência e razoabilidade. (Redação EC 49/01)

§ 1º - A moralidade e a razoabilidade dos atos do Poder Público serão apuradas, para efeito de controle e invalidação, em face dos dados objetivos de cada caso.

§ 2º - O agente público motivará o ato administrativo que praticar, explicitando-lhe o fundamento legal, o fático e a finalidade.

continuação

Page 8: PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Princípio da Legalidade

1. Importância:

O Princípio da legalidade é fundamento do Estado democrático de direito, tendo por fim combater o poder arbitrário do Estado. Os conflitos devem ser resolvidos pela lei e não mais através da força.

2. Conceito:

“Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei” (art. 5º, II da CF).

Princípio da Legalidade

Page 9: PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

O Princípio da legalidade aparece simultaneamente como um limite e como uma garantia.

Ao mesmo tempo que é um limite à atuação do Poder Público, visto que este só poderá atuar com base na lei, também é uma garantia a nós administrados, visto que só deveremos cumprir as exigências do Estado se estiverem previstas na lei.

Se as exigências não estiverem de acordo com a lei serão inválidas e, portanto, estarão sujeitas a um controle do Poder Judiciário.

O administrador público não pode fazer o que bem entender na busca do interesse público.

Princípio da Legalidade

Page 10: PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Ou seja, tem que agir segundo a lei, só podendo fazer aquilo que a lei expressamente autoriza e no silêncio da lei esta proibido de agir.

Já o administrado pode fazer tudo aquilo que a lei não proíbe e o que silencia a respeito. Portanto, tem uma maior liberdade do que o administrador.

A atividade administrativa deve estar baseada numa relação de subordinação com a lei:

“Administrar é a aplicar a lei de ofício” “É aplicar a lei sempre”

Princípio da Legalidade

Page 11: PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

No campo do direito privado a atividade desenvolvida

pelos particulares deve estar baseada na não contradição com a lei.

Conceito de Lei:

“Lei” refere-se a todos os atos normativos primários que tenham o mesmo nível de eficácia da lei ordinária.

Ex.: Medidas provisórias, resoluções, decretos legislativos. Não se refere aos atos infra legais, pois estes não podem limitar os atos das pessoas, isto é, não podem restringir a liberdade das pessoas.

Princípio da Legalidade

Page 12: PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

A Administração, ao impor unilateralmente obrigações aos administrados por meio de atos infra legais, deverá fazê-lo dentro dos limites estabelecidos por aquela lei à qual pretendem dar execução. “Compete privativamente ao Presidente da República sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução” (art. 84, IV da CF). “Cabe ao Congresso Nacional sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem o poder regulamentar ou dos limites da delegação legislativa” (art. 49, V da CF).

Princípio da Legalidade

Page 13: PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Princípio da legalidade em outros ramos do direito:

No direito penal (Princípio da estrita legalidade): Também aparece como limite à atuação do Estado e como garantia dos administrados contra os abusos do direito de punir, visto que uma conduta só poderá ser considerada como crime e punida, se estiver prevista previamente em lei.

“Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal” (art. 5º, XXIX da Constituição Federal).

Princípio da Legalidade

Page 14: PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Princípio da legalidade em outros ramos do direito:

No direito tributário: Também se apresenta como limite à atuação do Estado.

A União, os Estado, o Distrito Federal e os Municípios não poderão exigir, nem majorar tributos, senão em virtude de lei (art. 150 da CF).

Princípio da Legalidade

Page 15: PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Conceito:

A Administração deve manter-se numa posição de neutralidade em relação aos administrados, ficando proibida de estabelecer discriminações gratuitas. Só pode fazer discriminações que se justifiquem em razão do interesse coletivo, pois as gratuitas caracterizam abuso de poder e desvio de finalidade, que são espécies do gênero ilegalidade.

Princípio da Impessoalidade

Page 16: PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Impessoalidade para ingressar na Administração Pública: O administrador não pode contratar quem quiser, mas somente quem passar no concurso público, respeitando a ordem de classificação. O concurso pode trazer discriminações, mas não gratuitas, devendo assim estar relacionada à natureza do cargo.

Impessoalidade na contratação de serviços ou aquisição

de bens: O administrador só poderá contratar através de licitação. O edital de licitação pode trazer discriminações, mas não gratuitas.

Princípio da Impessoalidade

Page 17: PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Impessoalidade na liquidação de seus débitos: A Administração tem que respeitar a ordem cronológica de apresentação dos precatórios para evitar privilégios. Se for quebrada a ordem pode gerar sequestro de verbas públicas, crime de responsabilidade e intervenção federal.

“À exceção dos créditos de natureza alimentar, os pagamentos devidos pela Fazenda Federal, Estadual ou Municipal, em virtude de sentença judiciária far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim” (art. 100 da CF/88).

Princípio da Impessoalidade

Page 18: PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Teoria do órgão:

Esta Teoria atribui a responsabilidade pelos danos causados a terceiros, em vista de atos administrativos, não ao agente que o praticou, mas à pessoa jurídica por ele representada.

“As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviço público responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa” (art. 37, §6º da CF/88).

Princípio da Impessoalidade

Page 19: PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Publicidade nos meios de comunicação de atos do governo:

“A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo, ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridade ou servidores públicos” (art. 37, §1º da CF).

A publicidade dos atos de governo deve ser impessoal em razão dos interesses que o Poder Público representa quando atua. Tal publicidade é uma obrigação imposta ao administrador, não tendo qualquer relação com a com a propaganda eleitoral gratuita.

Princípio da Impessoalidade

Page 20: PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Conceito:

A Administração deve atuar com moralidade, isto é de acordo com a lei. Tendo em vista que tal princípio integra o conceito de legalidade, decorre a conclusão de que ato imoral é ato ilegal, ato inconstitucional e, portanto, o ato administrativo estará sujeito a um controle do Poder Judiciário.

Princípio da Moralidade

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“Qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má fé, isento de custas judiciais e ônus de sucumbência” (art. 5º, LXXIII da CF). Tendo em vista que só se anula o que é ilegal, confirma-se a idéia de que ato imoral é ato ilegal.

“Pessoa jurídica não tem legitimidade para propor ação popular” (súmula 365 do STF).

O prazo prescricional para propositura da ação de improbidade administrativa é de 5 anos a contar do término do exercício do mandato, cargo em comissão ou função de confiança (art. 23, I, da Lei 8429/92)

Princípio da Moralidade

Page 22: PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Hipóteses exemplificativas de imoralidade administrativa: Atos de improbidade administrativa que importem em enriquecimento ilícito (art. 9º da Lei 8429/92). Ex: Utilização em obra ou serviço particular, de veículos, materiais ou equipamentos públicos. Atos de improbidade administrativa que importem em prejuízo ao erário (art. 10 da Lei 8429/92). Ex: Aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preço superior ao do mercado.

Princípio da Moralidade

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Atos de improbidade administrativa que atentem contra os princípios da Administração (art. 11 da Lei 8429/92). Ex: Fraude à licitude de concurso público.

É crime de responsabilidade o ato do Presidente da República que atente contra a Constituição Federal, especialmente contra probidade administrativa (art. 85, V da CF).

Princípio da Moralidade

Page 24: PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Sanções aos agentes públicos que pratiquem atos imorais: “Os atos de improbidade administrativa importarão na suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e ressarcimento ao erário (cofres públicos), na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível” (art. 37, §4º da CF).

Estas sanções podem ser aplicadas simultaneamente, precedendo de instrumentos que apurem as irregularidades praticadas pelo servidor, ou seja, de processo administrativo disciplinar ou sindicância, garantindo o contraditório e a ampla defesa.

Princípio da Moralidade

Page 25: PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Cominações previstas na Lei 8429/92:

Na hipótese dos atos de improbidade administrativa que importem em enriquecimento ilícito (art. 12, I da Lei 8429/92): • Perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao

patrimônio

• Ressarcimento integral do dano, quando houver

• Perda da função pública

• Suspensão dos direitos políticos de 8 a 10 anos

• Pagamento de multa de até 3 vezes o valor do acréscimo patrimonial

Princípio da Moralidade

Page 26: PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

• Proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de 10 anos

Princípio da Moralidade

Page 27: PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Na hipótese dos atos de improbidade administrativa que causem prejuízo ao erário (art. 12, II da Lei 8429/92):

• Ressarcimento integral do dano.

• Perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta circunstância.

• Perda da função pública.

• Suspensão dos direitos políticos de 5 a 8 anos.

• Pagamento de multa civil de até 2 vezes o valor do dano.

• Proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de 5 anos.

Princípio da Moralidade

Page 28: PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Na hipótese dos atos de improbidade administrativa que atentem contra os princípios da Administração Pública (art. 12, III da Lei 8429/92):

• Ressarcimento integral do dano, se houver.

• Perda da função pública.

• Suspensão dos direitos políticos de 3 a 5 anos.

• Pagamento de multa civil de até 100 vezes o valor da remuneração percebida pelo agente.

• Proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de 3 anos.

Princípio da Moralidade

Page 29: PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Conceito: A Administração tem o dever de manter plena transparência de todos os seus comportamentos, inclusive de oferecer informações que estejam armazenadas em seus bancos de dados, quando sejam solicitadas, em razão dos interesses que ela representa quando atua. “Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado” (art. 5º, XXXIII da CF). O prazo para que as informações sejam prestadas é de 15 dias (Lei 9051/95).

Princípio da Publicidade

Page 30: PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

“A lei disciplinará as formas de participação do usuário na Administração direta e indireta, regulando especialmente o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X e XXXIII” (art. 37, §3º, II da CF).

Princípio da Publicidade

Page 31: PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Exceções ao princípio da publicidade: Tendo em vista que algumas informações deverão permanecer em sigilo, podemos concluir que o princípio da publicidade não é absoluto.

Informações que comprometam o direito a intimidade das pessoas (art. 37, §3º, II da CF): “São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação” (art. 5º, X da CF). Informações de interesse particular ou coletivo quando imprescindíveis para a segurança da sociedade ou do Estado (art. 5º, XXXIII da CF).

Princípio da Publicidade

Page 32: PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Garantias contra a negativa injustificada de oferecimento pelo Poder Público:

“Habeas data”: Tem cabimento quando a informação negada injustificadamente é personalíssima (a respeito do requerente). Toda informação ao meu respeito é de meu interesse particular, mas nem toda informação de meu interesse particular é ao meu respeito. Mandado de segurança: Tem cabimento quando a informação negada injustificadamente é de meu interesse privado ou coletivo ou geral.

Princípio da Publicidade

Page 33: PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

A negativa de publicidade aos atos oficiais caracteriza improbidade administrativa. Improbidade administrativa que atenta contra os princípios da Administração Pública (art. 11, IV da Lei 8429/92).

O não oferecimento de certidões de atos ou contratos

municipais, dentro do prazo estabelecido em lei, gera como consequência a caracterização de crime de responsabilidade do prefeito (art.1º, XV do Decreto-lei 201/67 - Dispõe sobre a responsabilidade dos Prefeitos e Vereadores, e dá outras providências).

Princípio da Publicidade

Page 34: PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Conceito:

A Administração Pública deve buscar um aperfeiçoamento na prestação dos serviços públicos, mantendo ou melhorando a qualidade dos serviços, com economia de despesas. - Binômio: qualidade nos serviços + racionalidade de gastos. Introduzido à CF/88 pela Emenda Constitucional nº 19/98. É relevante lembrar que mesmo antes da inclusão deste princípio na Constituição com a emenda constitucional 19/98, a Administração já tinha a obrigação de ser eficiente na prestação de serviços. Ex: Lei 8078/90; Lei 8987/95.

Princípio da Eficiência

Page 35: PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

O princípio da eficiência apresenta dupla necessidade: • Relativamente à forma de atuação do agente público,

espera-se o melhor desempenho possível de suas atribuições, a fim de obter os melhores resultados;

• Quanto ao modo de organizar, estruturar e disciplinar a Administração Pública, exige-se que este seja o mais racional possível, no intuito de alcançar melhores resultados na prestação dos serviços públicos.

Princípio da Eficiência

Page 36: PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Tese da eficiência como dever da Administração: Dever da eficiência é o que impõe a todo agente público de realizar suas atribuições com presteza, perfeição e rendimento funcional. É o mais moderno princípio da função administrativa, que já não se contenta em ser desempenhada apenas com legalidade, exigindo resultados positivos para o serviço público e satisfatório atendimento das necessidades da comunidade e de seus membros. (MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. São Paulo: RT, 1989, p. 86)

Princípio da Eficiência

Page 37: PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Princípios da Administração Pública não previstos no art. 37 da Constituição Federal/88:

Princípio da isonomia ou igualdade formal

Conceito: Aristóteles afirmava que a lei tinha que dar tratamento desigual às pessoas que são desiguais e igual aos iguais. A igualdade não exclui a desigualdade de tratamento indispensável em face da particularidade da situação.

A lei só poderá estabelecer discriminações se o fator de descriminação utilizado no caso concreto estiver relacionado com o objetivo da norma, pois caso contrário ofenderá o princípio da isonomia.

Princípios não previstos no art. 37 da CF/88

Page 38: PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Princípio da isonomia na Constituição: “Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: promover o bem de todos sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor idade e qualquer outras formas de discriminação” (art. 3º, IV da Constituição Federal). “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza.” (art. 5º da Constituição Federal). “São direitos dos trabalhadores: Proibição de diferença de salário, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil” (art. 7º, XXX da Constituição Federal).

Princípios não previstos no art. 37 da CF/88

Page 39: PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Princípio da Motivação

Conceito: A Administração está obrigada a motivar todos os atos que edita, pois quando atua representa interesses da coletividade. É preciso dar motivação dos atos ao povo, pois ele é o titular da “res publica” (coisa pública).

O administrador deve motivar até mesmo os atos discricionários (aqueles que envolvem juízo de conveniência e oportunidade), pois só com ela o cidadão terá condições de saber se o Estado esta agindo de acordo com a lei. Para Hely Lopes Meirelles, a motivação só é obrigatória nos atos vinculados.

Princípios não previstos no art. 37 da CF/88

Page 40: PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Motivação segundo o Estatuto do servidor público da União (Lei 8112/90):

Segundo o artigo 140 da Lei 8112/90, motivar tem duplo significado. Assim, o ato de imposição de penalidade sempre mencionará o fundamento legal (dispositivos em que o administrador baseou sua decisão) e causa da sanção disciplinar (fatos que levarão o administrador a aplicar o dispositivo legal para àquela situação concreta).

Princípios não previstos no art. 37 da CF/88

Page 41: PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Motivação segundo a Lei Estadual nº 14.184/02 (dispõe sobre o processo administrativo no âmbito da administração pública estadual):

Art. 2º - A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, finalidade, motivação, razoabilidade, eficiência, ampla defesa, do contraditório e da transparência.

Princípios não previstos no art. 37 da CF/88

Page 42: PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Art. 5º - Em processo administrativo serão observados, dentre outros, os seguintes critérios: (...) V - indicação dos pressupostos de fato e de direito que embasem a decisão; VI - observância das formalidades essenciais à garantia dos direitos dos postulantes e dos destinatários do processo; VII - adoção de forma que garanta o adequado grau de certeza, segurança e respeito aos direitos das pessoas;”

Princípios não previstos no art. 37 da CF/88

Page 43: PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Art. 46 - A Administração tem o dever de emitir decisão motivada nos processos, bem como em solicitação ou reclamação em matéria de sua competência.

§ 1º - A motivação será clara, suficiente e coerente com os fatos e fundamentos apresentados.

§ 2º - Em decisões reiteradas sobre a mesma matéria, poderão ser reproduzidos os fundamentos de uma decisão, desde que não se prejudique direito ou garantia do interessado.

§ 3º - A motivação de decisão de órgão colegiado ou comissão, ou de decisão oral, constará em ata ou em termo escrito.

Princípios não previstos no art. 37 da CF/88

Page 44: PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Motivação nas decisões proferidas pelo Poder Judiciário:

Se até mesmo no exercício de funções típicas pelo Judiciário, a Constituição exige fundamentação, a mesma conclusão e por muito maior razão se aplica para a Administração quando da sua função atípica ou principal.

“Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei, se o interesse público o exigir, limitar em determinados atos às próprias partes e seus advogados, ou somente a estes” (art. 93, IX da CF).

“As decisões administrativas dos tribunais serão motivadas, sendo as disciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus membros” (art. 93, X da CF).

Princípios não previstos no art. 37 da CF/88

Page 45: PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Falta de motivação:

A falta de motivação leva à invalidação, à ilegitimidade do ato, pois não há o que falar em ampla defesa e contraditório se não há motivação. Os atos inválidos por falta de motivação estarão sujeitos também a um controle pelo Poder Judiciário.

Princípios não previstos no art. 37 da CF/88

Page 46: PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Princípio da Autotutela

Conceito: A Administração Pública tem possibilidade de revisar (rever) seus próprios atos, devendo anulá-los por razões de ilegalidade (quando nulos) e podendo revogá-los por razões de conveniência ou oportunidade (quando inoportunos ou inconvenientes).

Anulação: Tanto a Administração como o Judiciário podem anular um ato administrativo. A anulação gera efeitos “ex tunc”, isto é, retroage até o momento em que o ato foi editado, com a finalidade de eliminar todos os seus efeitos até então.

Princípios não previstos no art. 37 da CF/88

Page 47: PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

“A Administração pode declarar a nulidade dos seus próprios atos” (Súmula 346 STF).

“A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.” (Súmula 473 STF)

Revogação: Somente a Administração pode fazê-la. Caso o Judiciário pudesse rever os atos por razões de conveniência ou oportunidade estaria ofendendo a separação dos poderes. A revogação gera efeitos “ex nunc”, pois até o momento da revogação o ato era válido.

Princípios não previstos no art. 37 da CF/88

Page 48: PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Princípio da Continuidade da Prestação do Serviço Público

Conceito: A execução de um serviço público não pode vir a ser interrompida. Assim, a greve dos servidores públicos não pode implicar em paralisação total da atividade, caso contrário será inconstitucional (art. 37, VII da CF).

Princípios não previstos no art. 37 da CF/88

Page 49: PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Não será descontinuidade do serviço público:

• Serviço público interrompido por situação emergencial (art. 6º, §3º da lei 8987/95): Interrupção resultante de uma imprevisibilidade. A situação emergencial deve ser motivada, pois resulta de ato administrativo.

• Se a situação emergencial decorrer de negligência do fornecedor, o serviço público não poderá ser interrompido.

• Serviço público interrompido, após aviso prévio, por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações (art. 6º, §3º, I da lei 8987/95).

Princípios não previstos no art. 37 da CF/88

Page 50: PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

• Serviço público interrompido, após aviso prévio, no caso de inadimplência do usuário, considerado o interesse da coletividade (art. 6º, §3º, II da lei 8987/95)

Princípios não previstos no art. 37 da CF/88

Page 51: PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Princípio da Razoabilidade

Conceito: O Poder Público está obrigado, a cada ato que edita, a mostrar a pertinência (correspondência) em relação à previsão abstrata em lei e os fatos em concreto que foram trazidos à sua apreciação. Este princípio tem relação com o princípio da motivação.

Se não houver correspondência entre a lei o fato, o ato não será proporcional. Ex: Servidor chegou atrasado no serviço. Embora nunca tenha faltado, o administrador, por não gostar dele, o demitiu. Há previsão legal para a demissão, mas falta correspondência para com a única falta apresentada ao administrador.

Princípios não previstos no art. 37 da CF/88

Page 52: PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Princípio da Licitação

Licitação é um procedimento administrativo destinado a provocar propostas e a escolher proponentes de contratos de execução de obras, serviços, compras ou de alienações do Poder Público.

“A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos. (art. 3º, Lei 8666/93)

Princípios não previstos no art. 37 da CF/88

Page 53: PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

O art. 37, XXI da CF/88 alberga o princípio nos termos seguintes: "ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações".

Princípios não previstos no art. 37 da CF/88

Page 54: PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Princípios típicos do instituto da Licitação:

Princípio da Vinculação ao Instrumento Convocatório Obriga a Administração e o licitante a observarem as normas e condições estabelecidas no ato convocatório. Nada poderá ser criado ou feito sem que haja previsão no ato convocatório.

Princípio do Julgamento Objetivo Esse princípio significa que o administrador deve observar critérios objetivos definidos no ato convocatório para o julgamento das propostas. Afasta a possibilidade de o julgador utilizar-se de fatores subjetivos ou de critérios não previstos no ato convocatório, mesmo que em benefício da própria Administração.

Princípios não previstos no art. 37 da CF/88

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Princípio da Celeridade O princípio da celeridade, consagrado pela Lei nº 10.520, de 2002 (Pregão), como um dos norteadores de licitações na modalidade pregão, busca simplificar procedimentos, de rigorismos excessivos e de formalidades desnecessárias. As decisões, sempre que possível, devem ser tomadas no momento da sessão.

Princípio da Vantajosidade A licitação destina-se a selecionar o contratante e a proposta mais vantajosa para a Administração Pública, ou seja, aquela que apresente a melhor condição para atender ao interesse coletivo (preço, qualidade, capacitação técnica).

Princípios não previstos no art. 37 da CF/88

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Princípio da Economicidade É a utilização dos recursos públicos visando a produção dos melhores resultados econômicos, do ponto de vista quantitativo e qualitativo. Conjuga-se com o dever do agente público de eficiência no exercício da função gerencial.

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Princípio da Prescritibilidade dos Ilícitos Administrativos

A prescritibilidade, como forma de perda da exigibilidade de direito, pela inércia de seu titular, é um princípio geral do direito. Logo, não é de se estranhar que ocorram prescrições administrativas sob vários aspectos, quer quanto às pretensões de interessados em face da Administração, quer tanto às desta em face de administrados. Assim é especialmente em relação aos ilícitos administrativos. Se a Administração não toma providência à sua apuração e à responsabilização do agente, a sua inércia gera a perda do seu ius persequendi.

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Desta maneira, o art. 37, § 5.º da CF/88 dispõe sobre este princípio: "A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento".

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Princípio da Responsabilidade da Administração O princípio em estudo encontra amparo no art. 37, § 6.º, da Constituição Federal, cuja compostura verifica-se que: "As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadores de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa".

Princípios não previstos no art. 37 da CF/88

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Princípio Da Participação

O princípio da participação do usuário na Administração Pública foi introduzido pela EC-19/98, com o novo enunciado do § 3.º do art. 37, CF/88, que será apenas reproduzido devido à sua efetivação ser dependente de lei.

Art. 37, § 3.º .A lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração pública direta e indireta, regulando especialmente: I. – as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral, asseguradas a manutenção de serviços de atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade dos serviços;

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II – o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre atos de governo, observando o disposto no art. 5.º, X (respeito à privacidade) e XXXIII (direito de receber dos órgãos públicos informações de seu interesse ou de interesse coletivo em geral); III – a disciplina da representação contra o exercício negligente ou abusivo de cargo, emprego ou função na administração pública.

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Princípio da Autonomia Gerencial O princípio da autonomia gerencial é regido pelo § 8.º do art. 37, da Constituição Federal, introduzido pela EC-19/98. Assim estabelece este dispositivo: Art. 37, § 8.º. A Autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre:

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I – o prazo de duração do contrato; II – os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes; III – a remuneração do pessoal.

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Princípio da supremacia do interesse público sobre o privado O princípio da supremacia do interesse público sobre o privado, coloca os interesses da Administração Pública em sobreposição aos interesses particulares que com os dela venham eventualmente colidir. Com fundamento nesse princípio é que estabelece, por exemplo, a autotutela administrativa, vale dizer, o poder da administração de anular os atos praticados em desrespeito à lei, bem como a prerrogativa administrativa de revogação de atos administrativos com base em juízo discricionário de conveniência e oportunidade.

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Princípio da Finalidade Esse princípio impõe que o administrador, ao manejar as competências postas a seu encargo, atue com rigorosa obediência à finalidade de cada qual. Isto é, cumpre-lhe cingir-se não apenas à finalidade própria de todas as leis, que é o interesse público, mas também à finalidade específica obrigada na lei a que esteja dando execução.

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Princípio da Proporcionalidade

Trata-se da ideia de que as consequências administrativas só podem ser validamente exercidas na extensão e intensidades proporcionais ao que realmente seja demandado para cumprimento da finalidade de interesse público a que estão atreladas. Em outras palavras: os meios utilizados ao longo do exercício da atividade administrativa devem ser logicamente adequados aos fins que se pretendem alcançar, com base em padrões aceitos pela sociedade e no que determina o caso concreto

Princípios não previstos no art. 37 da CF/88

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Pressupostos:

• Conformidade ou adequação dos meios, ou seja, o ato administrativo deve ser adequado aos fins que pretende realizar;

• Necessidade, vale dizer, possuindo o agente público mais de um meio para atingir a mesma finalidade, deve optar pelo menos gravoso à esfera individual;

• Proporcionalidade estrita entre o resultado obtido e a carga empregada para a consecução desse resultado.

O administrador público não pode utilizar instrumentos que fiquem aquém ou se coloquem além do que seja estritamente necessário para o fiel cumprimento da lei.

Princípios não previstos no art. 37 da CF/88

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Código de Conduta Ética do Servidor Público e da Alta Administração Estadual (Decreto nº 43885, de 04/10/2004) Art. 1º - A conduta do servidor público reger-se-á, especialmente, pelos seguintes princípios: I - boa-fé;

II - honestidade;

III - fidelidade ao interesse público;

IV - impessoalidade;

V - dignidade e decoro no exercício de suas funções;

VI - lealdade às instituições;

CÓDIGO DE CONDUTA ÉTICA DO SERVIDOR PÚBLICO/MG

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VII - cortesia;

VIII - transparência;

IX - eficiência;

X - presteza e tempestividade;

XI - respeito à hierarquia administrativa;

XII - assiduidade; e

XIII - pontualidade.

CÓDIGO DE CONDUTA ÉTICA DO SERVIDOR PÚBLICO/MG

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Lei nº 869/52

Art. 216 - São deveres do funcionário:

I - assiduidade;

II - pontualidade;

III - discrição;

IV - urbanidade;

V - lealdade às instituições constitucionais e administrativas a que servir;

VI - observância das normas legais e regulamentares;

VII - obediência às ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais;

ESTATUTO DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS CIVÍS/MG

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VIII - levar ao conhecimento da autoridade superior irregularidade de que tiver ciência em razão do cargo;

IX - zelar pela economia e conservação do material que lhe for confiado;

X - providenciar para que esteja sempre em ordem no assentamento individual a sua declaração de família;

XI - atender prontamente:

a) às requisições para a defesa da Fazenda Pública;

b) à expedição das certidões requeridas para a defesa de direito.

ESTATUTO DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS CIVÍS/MG

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Referência bibliográficas:

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CÓDIGO DE CONDUTA ÉTICA DO SERVIDOR PÚBLICO/MG

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COELHO MOTTA, Carlos Pinto. Eficácia nas licitações e contratos. 12 ed. Belo Horizonte: Del Rey, 2011.

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