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Pág. 1 Problemas de Mecânica Computacional – 2018/2019 Compilados por: Profs. Leonel Fernandes e Miguel Neves

Problemas de Mecânica Computacional – 2005/2006 · b) Obtenha o sistema de equações para os problemas (i) e (iii). c) Considere as condições (ii) e b 0 =0. Qual o valor a atribuir

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Problemas de Mecânica Computacional – 2018/2019

Compilados por:

Profs. Leonel Fernandes e Miguel Neves

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1 Enunciados das aulas Práticas

1.1 Problema 1-A

Mostre que a formulação fraca do problema clássico de valores de fronteira,

0)1()0(

10,´´

uu

xparaxuu

É a seguinte: determinar a função contínua u(x), com u(0)=u(1)=0, tal que

".",´´1

0

1

0admissívelvparaxvdxdxuvvu

Solução exacta: u(x) = x-sinh x/sinh 1

Aspetos a destacar:

-A equação diferencial pode traduzir diferentes princípios de balanço. A incógnita u pode

ter significados físicos diferentes conforme o problema em análise;

-Os “coeficientes” da equação diferencial podem ser funções de x;

-As condições de fronteira podem ser essenciais e naturais no caso geral;

-Esta Formulação fraca é simétrica;

-Há as funções tentativa (u) e as funções de teste (v). Contudo elas possuem propriedades

semelhantes;

-A admissibilidade das funções u,v neste caso obriga a que elas sejam ambas funções

contínuas.

-A solução do problema clássico é também solução da formulação fraca e vice-versa.

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1.2 Problema 2

Obtenha a formulação fraca para o problema de uma barra fixa numa das extremidades,

sujeita a uma força axial distribuída ao longo da barra e a uma força concentrada na

extremidade livre como mostra a figura. Admita as propriedades do material e a secção

constantes ao longo da barra (EA = constante).

Note que o problema de valores de fronteira correspondente é o seguinte:

( ) 0

(0) 0

( )

d duEA q x x L

dx dx

u

duEA L P

dx

Aspectos a destacar:

-Dedução da equação diferencial;

-As condições de fronteira podem ser mistas;

-Lei de Hooke – relação constitutiva;

-Esta Formulação fraca é simétrica;

-A força aplicada na extremidade é uma condição de fronteira natural.

-O termo anulado quando se faz v(0)=0 é a reacção no apoio.

P q(x)

L

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1.3 Problema 3

Obtenha a formulação fraca para o problema seguinte:

1 0 2

(0) 2

(2) 2 3

u x u x x x

u

u u

Aspectos a destacar:

-A distribuição delta de Dirac representa uma força/fonte concentrada que depois de

integrada tem uma intensidade unitária;

-As condições de fronteira podem ser ambas naturais;

-Esta Formulação fraca é simétrica;

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1.4 Problema 6

Pretende-se interpolar a função sinf x x nos pontos ( 1) 4jx j com j = 1,...,5.

Para esse efeito construa uma função interpoladora vh(x) da função sinf x x , ou seja

tome sinh j jv x x sendo h h j j

j

v x v x x e j x as funções de base

utilizadas no método dos elementos finitos. Represente graficamente as funções f, vh, f ’

e vh’ para os dois casos seguintes,

a) Funções de base lineares

b) Funções de base quadráticas

Aspectos a destacar:

-As funções de base estão associadas aos nós da malha e são construídas à custa da reunião

das funções de interpolação polinomial (funções de forma) dos elementos adjacentes a

esses nós;

-As funções de forma de um elemento têm uma numeração local, enquanto que as funções

de base possuem uma numeração global (explicar bem a diferença);

-As funções de interpolação num elemento e as funções de base no domínio, verificam a

propriedade interpolatória: tomam o valor 1 no nó a que estão associadas e o valor zero

nos restantes nós;

-Quando as funções de base verificam a propriedade interpolatória, os graus de liberdade

coincidem com o valor nodal correspondente – isto é vantajoso;

-As aproximações globais construídas desta maneira são funções contínuas porque são

uma combinação linear de funções de base contínuas;

-As funções de base possuem suporte local – este aspecto é importante porque gera

equações baseadas no balanço/equilíbrio local;

-Na interpolação de funções, o erro maior verifica-se na zona central, entre os nós;

-Na interpolação das derivadas da função, o erro é menor na zona central, entre os nós;

-Quando for conveniente, podemos trabalhar localmente, ou seja, ao nível do elemento.

Isto significa que podemos definir as aproximações e os integrais ao nível do elemento e

posteriormente somar as contribuições de todos os elementos para obter o resultado

global.

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1.5 Problema 7

Considere o problema,

( ) ( ) 1 0 1

(0) (1) 0

u x u x x

u u

o qual se pretende resolver pelo método dos elementos finitos.

a) Obtenha a formulação fraca do problema.

b) Escreva as expressões para a matriz de rigidez e o vetor de forças e explique como

são obtidas.

c) Estabeleça o sistema de equações a resolver para uma malha de 4 elementos

lineares.

d) Resolva-o e compare com a solução exata. ( 0.269 0.735 1x x

exactou e e )

e) Resolva o mesmo problema utilizando dois elementos quadráticos. Compare a

solução obtida com as anteriores

Aspetos a destacar:

-A equação diferencial é de segunda ordem. A correspondente formulação fraca, que é

simétrica, obriga a usar funções tentativa e funções de teste contínuas;

-As condições de fronteira são ambas essenciais e homogéneas;

-Os termos anulados quando se faz v(0)=v(1)=0 multiplicariam as condições de

fronteira naturais (reacções nos apoios ou fluxos nos extremos) se aquelas existissem;

-Podemos definir e calcular as matrizes de rigidez e os vetores de forças dos elementos

da malha;

-Somando as contribuições de todos os elementos (assemblagem) podemos formar o

sistema final de equações;

-Para se poder efetuar a assemblagem é conveniente definir a tabela de conectividades

(ou topologia da malha) que é a correspondência entre a numeração local de um

elemento e a numeração global dos nós;

-A matriz de rigidez global é simétrica e tridiagonal;

-A imposição das condições de fronteira essenciais faz-se anulando o primeiro e o

último valores nodais, o que reduz em 2 o número de incógnitas e a dimensão do

sistema a resolver.

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1.6 Problema 8

Considere os problemas de valores de fronteira definidos pela equação diferencial,

0( ) ( ) 10 1 0 2u x b u x x x

Onde b0 é uma constante, e pelos seguintes conjuntos de condições de fronteira,

(i) (0) 1 ; (2) 3u u

(ii) 0(0) 2 ; (2)u u g (g0 é uma constante)

(iii) (0) (0) 1 ; (2) 1u u u

a) Utilizando 4 elementos lineares de igual comprimento, calcule a matriz de rigidez

global e os vetores de carga para os casos em que b0=1 e b0=0. Apresente valores

numéricos para todas as entradas.

b) Obtenha o sistema de equações para os problemas (i) e (iii).

c) Considere as condições (ii) e b0=0. Qual o valor a atribuir à constante g0.

d) Obtenha o sistema de equações para o problema (ii) com b0=0 e g0 a constante

determinada em c.

Aspetos a destacar:

-A equação diferencial é de segunda ordem. Há uma força/fonte concentrada de

intensidade =10 aplicada em x=1. A correspondente formulação fraca obriga a usar

funções tentativa e funções de teste contínuas;

-As condições de fronteira são (i) ambas essenciais, (ii) ambas naturais ou (iii) mistas;

-Esta Formulação fraca é simétrica;

-Podemos definir e calcular as matrizes de rigidez e os vetores de forças dos elementos

da malha;

-Somando as contribuições de todos os elementos (assemblagem) podemos formar o

sistema final de equações;

-A matriz de rigidez global é simétrica e tridiagonal;

-A imposição das condições de fronteira essenciais não homogéneas é algebricamente

mais complicada do que no problema anterior;

-Na alínea c) pode obter-se a constante g0 à custa de um balanço global. Este balanço

também se pode obter como subproduto da formulação fraca tomando v(x)=1.

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1.7 Problema 9

Determine as reacções nos apoios para o seguinte problema:

a) Pelos métodos clássicos.

b) Pelo método dos elementos finitos.

Aspetos a destacar:

-A equação diferencial é de segunda ordem. Há uma força concentrada de intensidade P

aplicada em x=L1. Há dois materiais de propriedades distintas. Em cada um dos materiais,

a solução exata é linear;

-As condições de fronteira são ambas essenciais e homogéneas;

-Pode obter-se a solução exata integrando a equação diferencial separadamente nos dois

materiais e impor, para além das duas condições de fronteira, as duas condições de

compatibilidade na interface, x=L1: continuidade do deslocamento e equilíbrio estático.

O equilíbrio de forças global dá o mesmo resultado que o local;

-No MEF podemos calcular as matrizes de rigidez nas duas barras e assemblar;

-O MEF dá a solução exata neste caso;

-O modelo matemático poderia corresponder a outros problemas físicos como por

exemplo a condução de calor numa parede composta sujeita a uma fonte concentrada de

intensidade P aplicada em x=L1.

P

L1 L2

E2 A2 E1 A1

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1.8 Problema 15

Considere a malha de elementos finitos triangulares apresentada na figura. Todos os

triângulos são isósceles com dois lados iguais de comprimento h. A malha é utilizada para

resolver o seguinte problema:

41

12 25 67 74

56

, ( , )

0,

0, , ,

,

u x y f x y em

u em

uem e

n

upu em

n

a) Obtenha a matriz de rigidez Ke e o vector de cargas Fe para o elemento apresentado

quando , 1f x y .

b) Suponha que as coordenadas dos nós são: 1 1, 0,1x y ; 2 2, 1,2x y ;

3 3, 1,1x y ; 4 4, 0,0x y ; 5 5, 2,2x y ; 6 6, 2,1x y ; 7 7, 1,0x y .

Utilizando os resultados da alínea a) calcule as matrizes de rigidez e os vetores

de carga para os seis elementos da malha.

c) Some as matrizes dos elementos obtidas de modo a obter Kglobal e Fglobal antes de

considerar as condições de fronteira.

d) Considere 561 emp , determine as matrizes Hij e Pi (ver página 460 do

livro) a adicionar à matriz global e vetor de forças obtidos na alínea anterior.

e) Calcule o sistema final a resolver para este problema.

f) Descreva as modificações necessárias para testar as condições de fronteira não

homogéneas em 41 , em particular

(1) descreva a formulação para 1 42 e 3u u

(2) 41emu y

g) Descreva as modificações necessárias na análise deste problema para o caso em

que as condições de fronteira são:

0 41

12 25

1 56

67 74

0em com

0

em

em eus s

emn

em e

Aspectos a destacar:

-Trata-se de uma equação de Poisson sujeita a condições de fronteira mistas. Pode

corresponder a uma membrana, um problema de condução de calor, etc.

-A formulação fraca é simétrica.

-É conveniente definir a conectividade da malha de maneira a que os 6 triângulos

possam ter a mesma matriz de rigidez;

-A assemblagem de elementos finitos triangulares é feita com auxílio da tabela de

conectividade;

-As condições de fronteira naturais são substituídas diretamente no termo de integração

no contorno que resulta da integração por partes;

x

y

h

h

x

y

1

2

3

4

5

6

7

h = 1

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-A imposição da condição de fronteira de Robin em 56 requer a manipulação algébrica

para o primeiro membro de um termo que envolve a incógnita u. É este termo que produz

a matriz H referida na alínea d);

-A imposição de condições de fronteira essenciais não homogéneas requer alguma

manipulação algébrica para manter a simetria da matriz e ao mesmo tempo reduzir a

dimensão do sistema;

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1.9 Problema 16 Considere o elemento de referência de 4 nós e o conjunto de coordenadas seguinte:

(i) 0, 1 ; 0, 2 ; 1,2 ; 1, 1

(ii) 0,0 ; 1, 1 ; 1,1 ; 0,0

(iii) 0,0 ; 1,0 ; 2,0 ; 2,1

a) Esboce os elementos indicando a numeração nodal e os eixos , .

b) Esboce a linha diagonal, , de cada elemento.

c) Calcule as funções de transformação e os Jacobianos. Verifique se as

transformações são invertíveis.

Aspectos a destacar:

-Rectas paralelas aos eixos no plano (,) transformam-se em rectas no plano (x,y). Por

isso, podemos facilmente traçar as imagens dos eixos e no plano (x,y). O eixo

obtém-se unindo por uma recta o ponto médio do lado 1-4 ao ponto médio do lado 2-3. O

eixo obtém-se ligando por uma recta o ponto médio do lado 1-2 ao ponto médio do

lado 3-4.

-Rectas inclinadas, como é o caso de =, transformam-se em quadráticas no plano

(x,y). Isto acontece porque o termo , existente nas funções de forma do elemento, é

quadrático.

-Para que a transformação seja invertível, o jacobiano tem de ser diferente de zero em

todos os pontos do elemento, ou seja, nos lados, vértices e pontos interiores.

1 2

3 4 (1,1)

(-1,-1)

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1.10 Problema 17

Considere o elemento da figura e calcule x

e

y

nos pontos 0.5,0.5 e 0.5,0 do

elemento de referência.

Aspectos a destacar:

-Este problema ilustra o cálculo das derivadas parciais nas variáveis (x,y) que surgem na

expressão da matriz de rigidez de um elemento, obtidas à custa das derivadas parciais

nas variáveis do plano (,). Se tivermos em conta que há vários pontos de integração

numérica por elemento, e milhares de elementos finitos numa malha típica, então

podemos concluir que este cálculo é recorrente no MEF.

-Recorde-se que as funções de forma são polinómios nas variáveis (,) e as derivadas

parciais nestas variáveis são fáceis de se obter. Contudo, as derivadas parciais

pretendidas são as outras, nas variáveis (x,y);

-A relação entre as derivadas parciais é baseada na regra de diferenciação em cadeia do

cálculo diferencial. Nesta relação surgem as derivadas da transformação inversa;

-As derivadas da transformação inversa, por sua vez, podem ser obtidas à custa das

derivadas parciais da transformação de coordenadas (directa) e do jacobiano da

transformação, o qual aparece em denominador;

-Por isso, o jacobiano não pode ser nulo em nenhum ponto (do domínio) do elemento,

ou seja, a transformação de coordenadas tem de ser invertível;

x

y

1 (1,0)

(0,1) 3

4 (0,0)

2 (2,2)

1 2

3 4 (1,1)

(-1,-1)

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1.11 Problema 18

Para o caso de uma equação diferencial de coeficientes constantes e elementos

retangulares, as integrandas da matriz de rigidez são polinómios em x e y. Determine o

número de pontos de Gauss necessários para a integração exata dos seguintes termos nos

elementos de 4, 8 e 9 nós.

e

e ee ej ji i

ijK dxdyx x y y

.e

dxdyM e

j

e

iij