Problemas de Teoria e Metodo Em Periodicos

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  • 8/16/2019 Problemas de Teoria e Metodo Em Periodicos

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    Memória da pesquisa em educação:

    problemas de teoria e método em periódicos brasileiros Laélia Portela Moreira

    PPGE [email protected]

    Resumo

    Diversos autores do campo da formação de professores, da didática e da filosofia da educaçãotm, rece!teme!te, pu"licado te#tos em $ue tratam do estatuto da Pedagogia, daespecificidade da profissão doce!te e ai!da de pro"lemas de teoria e m%todo da pes$uisaeducacio!al. & co!'ecime!to desses de"ates, sua 'ist(ria, seus pro"lemas, ga!'a import)!cia,!esse co!te#to, e pode possi"ilitar, em espaços de i!terlocução e i!terve!ção formativa,

    difere!tes oportu!idades de apre!di*agem, co!tri"ui!do para a co!solidação da coletividadeacadmica desse dom+!io, especialme!te !um mome!to em $ue se discute a co!cepção do

     professor como pes$uisador e a preparação para essa prática, !o tra"al'o doce!te. A pes$uisatrata das pri!cipais $uestes te(ricas e metodol(gicas aprese!tadas em - artigos pu"licadose!tre as d%cadas de /012 e 3222 em peri(dicos "rasileiros, !os $uais diversos autoresa!alisaram a 4crise de teoria e m%todo5 da i!vestigação educacio!al, al%m de discutiremco!ceitos de pes$uisa e aprese!tarem propostas de es$uemas te(ricos 6ulgados ade$uados

     para a compree!são do fe!7me!o educacio!al e de procedime!tos metodol(gicos compat+veiscom a especificidade do o"6eto.Palavras-Chave8 Pes$uisa educacio!al. 9eoria e m%todo. Educação e epistemologia.

    Memory of research in education:problems of theory and method in brailian !ournals

    "bstract

    Several researc'ers i! teac'er trai!i!g, didactic a!d p'ilosop': of educatio! 'ave rece!tl: pu"lis'ed te#ts deali!g ;it' t'e statute of Pedagog:, t'e specificit: of t'e teac'i!g a!d also pro"lems of t'eor: a!d met'od of educatio!al researc'. 9o

    importa!t. 9'e te#t addresses t'e

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    %ntrodução

    As primeiras avaliaçes amplame!te co!'ecidas so"re a pes$uisa em educação, !o

    =rasil, foram aprese!tadas em /01/ e /01?, !o peri(dico Cadernos de Pesquisa,  por

    Aparecida . Gouveia, e trataram de aspectos i!stitucio!ais e metodol(gicos da i!vestigação,

    em dois per+odos8 de /0? a /012 e de /012 a /01?.

    Aos seus te#tos seguiuse um co!6u!to de artigos BGA99C, /0, /003F 322/F

    EHH&, /03F /0F /0F AHIES, /00/F AHIESAJJ&99C, /00?, 322/F KALDE,

    /002F MUNA, /010F /00/ e KE=EL, /003O $ue focali*aram a pes$uisa vi!culada s

    u!iversidades, pes$uisas de disce!tes e de doce!tes, !os $uais foram a!alisados, al%m de

    aspectos metodol(gicos, a estrutura, o fu!cio!ame!to e a ide!tidade dos programas de p(s

    graduação, e ta!to seus pro"lemas i!ter!os, $ua!to os decorre!tes de suas relaçes com(rgãos de fome!to.

    A i!stitucio!ali*ação da pes$uisa em Educação !o =rasil teve i!+cio !o fi!al da

    d%cada de /02, com a criação do C!stituto Nacio!al de Estudos e Pes$uisas Educacio!ais

    BCNEPO $ue se desdo"rou, a partir da d%cada de /02, !o Me!tro =rasileiro de Pes$uisas

    Educacio!ais BM=PEO, com seus regio!ais, !os $uais se esta"eleceram, segu!do Gatti B3223O,

    as "ases da pes$uisa com fu!dame!to emp+rico !o =rasil. No e!ta!to, % ape!as a partir do

    fi!al dos a!os /0?2 e do deslocame!to das atividades i!vestigativas para a u!iversidade $ue a produção cie!t+fica !essa área começa a se firmar.

    Mu!'a B/010O demarca o a!o de /01/ como o i!+cio da fase em $ue os programas de

     p(sgraduação passam a represe!tar prepo!dera!te papel !a produção da pes$uisa

    educacio!al. Ao lado do crescime!to $ue esse deslocame!to acarretou e da sig!ificativa

    diversificação de a"ordage!s metodol(gicas e de temáticas $ue ocorreu, !otadame!te a partir

    da d%cada de /02, tam"%m se verificou e#pressivo aume!to da produção de te#tos dedicados

    s $uestes de teoria e m%todo.A $uestão metodol(gica re!deu memoráveis discusses e foi amplame!te tratada em

    semi!ários e e!co!tros de educadores, $ue al%m de livros so"re o assu!to tam"%m pu"licaram

    artigos em vários peri(dicos como Cadernos de Pesquisa,  Revista Brasileira de Estudos

     Pedagógicos, e Em Aberto, e!tre outros.

    Este te#to trata do tema da 4crise de teoria e m%todo5 da pes$uisa educacio!al,

    recorre!te em peri(dicos "rasileiros, e $ue teve seu auge !o per+odo $ue compree!de do i!+cio

    da d%cada de /02 at% a metade dos a!os /002, "em como das diversas propostas de

    3

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    e!fre!tame!to dos pro"lemas assi!alados pelos diversos estudiosos e!volvidos !essa

    discussão. Para ta!to, selecio!amos artigos relacio!ados ao assu!to pu"licados em Cadernos

    de Pesquisa, do primeiro ao !Qmero //, o !Qmero / do peri(dico  Em Aberto, de /0?,

    i!teirame!te dedicado $uestão da pes$uisa/, e por estarem diretame!te relacio!ados ao

    assu!to, em"ora pu"licados em outros peri(dicos, algu!s te#tos avulsos de Gatti, Gouveia e

    Mu!'a.3

    Em"ora a e#pressão 4pes$uisa educacio!al5 co!ste !a maioria dos t+tulos dos artigos

    selecio!ados, essa apare!te u!idade temática a"riga co!teQdo e#tremame!te diversificado e

    revela uma li!'a de discussão $ue se dese!volve, mas !ão !ecessariame!te progride, por meio

    de diversas a!ti!omias a partir das $uais teori*am seus autores. De!tre estas, uma !uclear8

    4pes$uisa positivista5 versus  4pes$uisa $ualitativa5, e#pressão $ue serve de mote para proposiçes $ue variam de $uadros de refer!cia te(ricos 6ulgados mais apropriados para a

    compree!são do fe!7me!o educacio!al, a orie!taçes so"re procedime!tos de coleta e

    i!terpretação de dados. Assim, categorias gerais foram esta"elecidas para guiar a leitura e a

    coleta de dados !os te#tos. Cde!tificamos, em primeiro lugar, os pri!cipais pro"lemas

    me!cio!ados pelos autores e os agrupamos em tor!o de dois aspectos ce!trais8 a escolha dos

    temas e os problemas de teoria e método. Para al%m das de!Q!cias, prese!tes em gra!de

     parte dos artigos, sistemati*amos, ai!da, as propostas aprese!tadas para o tratame!to dofe!7me!o educacio!al.

    &s 'alanços

    Mo!stituem 4"ala!ços5, al%m das 6á citadas avaliaçes de Gouveia, os tra"al'os de

    Gatti B/0 e /003O e Karde B/002O, $ue a!alisam difere!tes per+odos, em li!'a de

    co!ti!uidade, e ai!da os artigos de Ke"er B/003O e Mu!'a B/010O, possivelme!te, o primeiro

    autor a a!alisar dissertaçes e teses produ*idas !os ai!da i!cipie!tes programas de p(sgraduação, difere!teme!te de Gouveia, $ue tratou da pes$uisa reali*ada em i!stituiçes !ão

    u!iversitárias. Nesses te#tos, al%m de a!alisarem as temáticas predomi!a!tes, ide!tificam

    vieses metodol(gicos, apo!tam modismos te(ricos e criticam o pe$ue!o impacto dos

     produtos da i!vestigação !o pla!e6ame!to da pol+tica !acio!al para a educação.

    / Roram e#clu+dos da seleção te#tos $ue co!stituem relatos de pes$uisas, visto $ue !ão tm como o"6etivo

    discutir a $uestão metodol(gica3 &s te#tos $ue serviram de "ase para a a!álise $ue aprese!tamos e!co!tramse todos !as refer!cias.

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    A co!tri"uição i!icial de Gouveia B/01/, /01?O represe!tou o po!to de partida para

    muitas das avaliaçes de $ue se tem co!'ecime!to so"re o tema. &s autores $ue o retomaram

    BMu!'a, Gatti, ello, Karde, A!dr% e Ke"er O focali*am prioritariame!te a periodi*ação feita

     pela autora,- !o te#to de /01/, $ue a"ra!ge a pes$uisa educacio!al reali*ada !o =rasil a!tes

    da impla!tação da p(sgraduação. Gouveia, !o e!ta!to, 6á apo!tava s%rias defici!cias

    metodol(gicas !os produtos de pes$uisas em Educação, al%m de si!ali*ar a am"iguidade das

    relaçes e!tre este campo e as Mi!cias Sociais, e ai!da pro"lemas de fi!a!ciame!to e de

    formação dos pes$uisadores.

    De!tre outras fragilidades dessa produção, a autora critica a flutuação de temáticas e

    metodologias dos tra"al'os de pes$uisa produ*idos diretame!te !as i!stituiçes oficiais, ou

    so" seus ausp+cios. Na segu!da avaliação, $ue compree!de pes$uisas reali*adas de /012 a/01?, demo!stra $ue, $ua!to temática, o $uadro !ão teria se alterado muito.

    Seguiramse aos tra"al'os de Gouveia dois te#tos de Gatti8 um primeiro, em /0,

    so"re o desempe!'o da p(sgraduação !o per+odo /01 /0/ e  Pesquisa em Educação um

    tema em debate B/003O, $ue retoma a pro"lemática ide!tificada por Gouveia e acompa!'a as

    discusses $ue se dese!volveram a partir do semi!ário  Alternativas Metodológicas Para a

     Pesquisa Educacional Con!ecimento e Realidade, reali*ado em São Paulo, so" os ausp+cios

    do MNP$, em /03. No primeiro artigo, a!alisa uma amostra de dissertaçes e teses, al%m de artigos e

    livros pu"licados por doce!tes e disce!tes dos cursos de p(sgraduação em Educação. No

    segu!do, e#ami!a os te#tos pu"licados em Cadernos de Pesquisa ap(s /01?. Nessa a!álise,

    afirma $ue a discussão de $uestes de teoria, m%todo e o"6eto !a pes$uisa em Educação % uma

    co!sta!te, 4...T $uer so" o )!gulo do produto das pes$uisas, $uer so" o )!gulo de seus

    fu!dame!tos.> BGA99C, /003, p. /20O.

    ello B/0O, Esteves, B/0-O Mampos e Rávero B/0-O, Goerge! B/0?O, ue!*erB/0?O, Mu!'a B/00/O, Alvesa**otti B322/O, A!dr% B322/O e a pr(pria Gatti B322/O retomam

    esses "ala!ços e acatam suas avaliaçes. Mo!tri"uem, dessa ma!eira, para esta"elecer

    i!e$u+voco co!se!so !o $ue se refere aos pro"lemas apo!tados. Discusses certame!te

     Nos te#tos pu"licados, !as datas 6á citadas em passagem a!terior deste tra"al'o.

    - Gouveia ide!tifica, !o te#to 4A pes$uisa educacio!al !o =rasil5 B/01/O, trs te!d!cias predomi!a!tes8 a dosestudos psicopeda(ó(icos, $ue compree!de a d%cada de /0-2 e gra!de parte da d%cada de /02, a dos estudos

    socioló(icos, $ue vai de /0? at% /0?-, e a dos estudos de naturea econ)mica* $ue se este!deria, segu!do aautora at% 4os !ossos dias5.

    -

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    ocorreram !os difere!tes f(ru!s o!de muitos destes tra"al'os foram aprese!tados. &s te#tos,

    co!tudo, e#pressam segurame!te a visão 'egem7!ica do assu!to.

     &s Problemas&s pri!cipais pro"lemas me!cio!ados pelos autores podem ser agrupados em tor!o de

    dois aspectos ce!trais8 a escol'a dos temas e os pro"lemas de teoria e m%todo.

    Vua!to escolha dos temas, tomados os artigos em co!6u!to, são de!u!ciados   o

    modismo, a desco!ti!uidade e dispersão de temáticas e a irrelev)!cia social.

    Do po!to de vista da perspectiva discipli!ar a partir dos $uais os temas de pes$uisa

    são selecio!ados, ello B/0O critica o reducio!ismo ta!to do psicologismo, $ua!to do

    sociologismo. Esse Qltimo vi%s tam"%m % de!u!ciado por Gatti B322/OSo" a ru"rica 4irrelev)!cia social5, e!cai#amse ta!to as dissertaçes e teses $ue são

    co!sideradas meros e#erc+cios acadmicos ou descrição da e#peri!cia do pes$uisador,

    $ua!to as a"ordage!s macrossociol(gicas $ue, segu!do Marval'o B/00-, p. 3?O, limitamse

    corro"oração de teorias tomadas a "riori  como verdadeiras, sem o respectivo tra"al'o

    emp+rico.

    & 4imediatismo5 % assi!alado por Gouveia B/01/O, Karde B/002O, Alvesa**otti

    B322/O, Gatti B322/O, Mu!'a B/00/O e A!dr% B322/O.

    Gouveia B/01/, p. 0O critica os pro6etos $ue se origi!am da prática e são tra!sformados

    diretame!te em t(picos de pes$uisa. & i!teresse pela pes$uisa aplicada, !esse mome!to, pe

    em dQvida a import)!cia da produção propriame!te dita do co!'ecime!to, $ue passa a ser

    su"produto, e !ão a tarefa pri!cipal da atividade de pes$uisa. Essa cr+tica % reforçada

     posteriorme!te por Gatti B322/, p. 1O, $ue sugere cautela !a utili*ação da pes$uisaação,

    su"li!'a!do $ue a pes$uisa !ão pode estar a serviço da solução de pe$ue!os impasses do dia

    adia.

    Mu!'a B/00/, p. ?2O critica o 4populismo pedag(gico5 segu!do o $ual 4...T s( valia a

     pe!a estudar o $ue pudesse ser devolvido Wpara a comu!idadeX, direta e automaticame!te,

    a!tes mesmo da discussão com os pares, de prefer!cia media!te a pes$uisaação5. Karde

    B/002, p. 13O, por seu tur!o, i!daga se o $ue se produ* % ci!cia ou pol+tica de i!terve!ção,

    e $uestio!a o cresce!te a"a!do!o de marcos te(ricos e a aus!cia de um m%todo co!strutor do  Por.Iieira, E. B/0O, Gatti, B/0 e 322/O, Rra!co. e Gold"erg, B/01?O, Gouveia, B/01/, /01? e /0O,=ra!dão B/0?O, B/00-O, Karde, B/002O, Rra!co, B/0-O e Alves a**otti, B322/O e ello, B/0O. Pelo fato deos autores acima citarem um ou mais dos aspectos relacio!ados e ai!da pela gra!de i!cid!cia de remissão e

    corro"oração i!terte#tual, optamos por aprese!tálos de uma ve*, com a fi!alidade, tam"%m, de tor!ar a leiturame!os e!fado!'a.

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    o"6eto e guia de sua i!terpretação. Ao mesmo tempo em $ue se estreitam os temas,

    argume!ta, afrou#amse os m%todos.

    Alvesa**otti B322/O critica a pes$uisa de mestra!dos, $ue por passarem ao largo

    das discusses de sua área de estudo e derivarem seus pro"lemas de pes$uisa diretame!te da

     prática profissio!al, $ual "uscam retor!ar para aplicar imediatame!te os resultados,

    impossi"ilitam a!álises teoricame!te mais co!siste!tes, facilita!do a adesão acr+tica a autores

    da moda.

    Por fim, A!dr% B322/, p. 1O c'ama ate!ção para o surgime!to de estudos $ue

    e!volvem algum tipo de i!terve!ção e critica a supervalori*ação da prática e despre*o pela

    teoria. E!fati*a, e!treta!to, $ue 4...T so"ra espaço para todo tipo de pes$uisa, desde $ue se

    cuide da sistemati*ação e do co!trole dos dados5. No "o6o da cr+tica ao imediatismo, $ue atravessa trs d%cadas, um dos pro"lemas

    te(ricos mais diretame!te im"ricados com o da defi!ição da cie!tificidade da Pedagogia e,

     possivelme!te, um dos mais importa!tes dessa discussão a am"iguidade !a utili*ação do

    co!ceito de pes$uisa, em !osso e!te!der, um pro"lema co!ceitual i!ter!o ao campo. 9al

    am"iguidade, sempre ta!ge!ciada e !u!ca resolvida,? tem represe!tado o m(vel de muitas

    discusses e!tre defe!sores de difere!tes crit%rios de demarcação do sa"er, !o campo da

    Educação. No per+odo a$ui a!alisado, as implicaçes te(ricas do pro"lema são o"scurecidas pelo sloga! 4pes$uisa positivista5 versus # pes$uisa $ualitativa5, $ue esco!de a !egação, !ão

    ape!as de $ual$uer crit%rio de demarcação e!tre ci!cia e outros tipos de discursos so"re a

    realidade, $ua!to das caracter+sticas do empree!dime!to cie!t+fico como gerador de um sa"er

    te(rico $ue pode, ou !ão, ser imediatame!te aplicado+

     No $ue se refere $uestão metodol(gica propriame!te dita, a oposição $ua!tidade

    versus $ualidade represe!tou um dos po!tos ce!trais da discussão metodol(gica !o per+odo

    a!alisado. A e#pressão 4crise de teoria e m%todo5, e!treta!to, parece mais a"ra!ge!te $ueesse co!fro!to, visto $ue sua e#ist!cia % tacitame!te reco!'ecida por defe!sores de am"as as

    corre!tes, 6u!tame!te com a !ecessidade de mel'orar a $ualidade do produto da i!vestigação

    educacio!al.

    ? Duas importa!tes protago!istas desse de"ate, a sa"er, arli A!dr% e e!ga HYd

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     ,uestes de .eoria e Método

     No tratame!to da oposição pes$uisa positivista versus  paradigma $ualitativo,

    e!co!tramos autores $ue apo!tam suas armas co!tra o 4paradigma $ua!titativo5 ou 4pes$uisa

     positivista5, como Rra!co, Damasce!o, ue!*er, A!dr% e HYd

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    movime!to toda a superf+cie da água.5 Assim, a opção por determi!ada metodologia

    assemel'ase mais a adesão de f% ideol(gica do $ue a uma escol'a do cami!'o ade$uado

    e#ploração do o"6eto. Na mesma li!'a, Mu!'a B/00/, p. ??O critica o fetic'ismo de

    determi!ado 4po!to de vista5, $ue !ão se co!fu!de com a !ecessária 4fu!dame!tação te(rico

    metodol(gica5 e fa* prevalecer o cami!'o so"re o desti!o. Iieira B/0, p. O critica o

     proselitismo e de!u!cia os de"ates so"re falsos pro"lemas, 4...T em ra*ão da má utili*ação do

    m%todo, da diverg!cia metodol(gica e, acima de tudo, da ação !ociva da ideologia e da

    alie!ação.5

    Em"ora parte da cr+tica metodol(gica diri6ase s dissertaçes e teses $ue optam, a

     partir dos a!os /02, pelas metodologias $ualitativas, algu!s autores, como Gatti e 9'iolle!t,

    apo!tam defici!cias ta!to em tra"al'os $ua!titativos $ua!to $ualitativos.9'iolle!t B/0-, p. -?O prope evitar o radicalismo $ua!titativista e do mesmo modo

    seu oposto, posição compartil'ada por pes$uisadores $ue, segu!do suas palavras, co!sideram

    $ual$uer preocupação de ordem $ua!titativa !ecessariame!te vi!culada ao positivismo

    e!$ua!to filosofia da ci!cia e ao co!servadorismo, em termos ideol(gicos. Mo!ti!ua!do sua

    a!álise, defi!e como distorçes $ua!titativas8 precariedade das fo!tes, ma!ipulação das

    i!formaçes sociais e ai!da as mesmas dificuldades das a"ordage!s $ualitativas, como, por

    e#emplo, parcialidade !o tratame!to dos dados. Momo pro"lemas espec+ficos da verte!te$ualitativa, o autor apo!ta8 pro"lemas de co!ceituali*ação e i!fer!cias i!devidas, de!tre

    outras.

     No $ue se refere s pes$uisas $ua!titativas, Gatti B322/, p. 1/O lem"ra $ue %

    !ecessário o dom+!io de i!strume!tos e t%c!icas sofisticados, e como pri!cipais pro"lemas

    relacio!a8 'ip(teses mal colocadas, variáveis operacio!ali*adas de modo i!ade$uado, pouca

     preocupação com a validade e fidedig!idade dos i!strume!tos de medida, variáveis tomadas

    como i!depe!de!tes sem o serem e modelos estat+sticos aplicados a medidas $ue !ãosuportam suas e#ig!cias "ásicas. Nas $ualitativas, destaca8 i!terpretaçes empo"recidas pela

    falta de dom+!io do m%todo de a!álise empregado, o"servaçes casu+sticas, a descrição do

    ("vio, o"servaçes de campo mal co!du*idas, a!álises de co!teQdo care!tes de metodologia

    clara, i!capacidade de reco!strução do dado e de percepção cr+tica de vieses situacio!ais,

    desco!'ecime!to !o trato da 'ist(ria e precariedade !a a!álise docume!tal.

    Ai!da so"re a pes$uisa $ualitativa, ma!ifestamse Alves B/00/O, Alvesa**otti

    B322/O e Hu!a B/0O. Alvesa**otti B/00?, p. -O afirma $ue a utili*ação i!ade$uada dessas

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    metodologias tra!sforma muitos estudos $ualitativos em relatos impressio!istas e superficiais,

    $ue pouco co!tri"uem para a co!strução do co!'ecime!to eZou muda!ça de práticas

    corre!tes. Para a autora, a variedade de tradiçes filos(ficas, epistemol(gicas e metodol(gicas

    a"rigadas pelas a"ordage!s $ualitativas, a falta de e#peri!cia acumulada !o $ue se refere

    tra!sposição dessa a"ordagem de outros campos para o da Educação e a escasse* da literatura

    so"re o pla!e6ame!to dessas pes$uisas seriam as pri!cipais causas destes pro"lemas.

    Hu!a B/0O argume!ta $ue a $uestão das difere!ças metodol(gicas tem sido

    formulada em termos imprecisos e $ue a discussão so"re a ade$uação de m%todos $ualitativos

     promoveu 4caça s "ru#as5 aos m%todos $ua!titativos, como se !ão 'ouvesse pro"lemas para

    os $uais esses fossem Qteis ou mesmo i!dispe!sáveis.

    Alvesa**otti B322/O critica ai!da o 4!arcisismo i!vestigativo5, e#presso !a falta dediálogo com os pes$uisadores $ue trataram do mesmo tema, !as dissertaçes, teses e tra"al'os

    aprese!tados em co!gressos, $ue sempre estão 4i!augura!do5 o tema $ue a"ordam.   Seus

    autores, afirma, ig!oram o aspecto coletivo da co!strução do co!'ecime!to, !ão fa*em

    comparaçes cr+ticas e!tre o estudo em $uestão e os a!teriores. Momo co!se$u!cia,

    dificultamse a acumulação de co!'ecime!tos, a tra!sfer!cia e a formulação de teorias.

    & mesmo fe!7me!o % ide!tificado por Mampos e Rávero B/00-O, $ue me!cio!am

    estudo de Karde Bde /00O1

      so"re teses e dissertaçes, !o $ual a autora co!stata $ue amaioria !ão cita os demais tra"al'os 6á e#iste!tes so"re o tema estudado, e ai!da por Iieira

    B/0, p. O, para $uem as pes$uisas u!iversitárias 4em fict+cio vislum"re de i!ovação5 !ão

    co!sideram a co!t+!ua acumulação de co!'ecime!tos.

    "s Propostas

    São dois os tipos de propostas aprese!tadas8 aO as $ue e#pem es$uemas te(ricos a

     partir dos $uais se possa compree!der o fe!7me!o educacio!al e escol'er os m%todos

    ade$uados para tratálo, como as ide!tificadas !os te#tos de ello B/03 e /0O, Rra!co

    B/0- e /0O, Rrigotto B/0O, Esteves B/0-O, Mosta B/00-O e Marval'o B/00-OF e "O as $ue

    aprese!tam procedime!tos metodol(gicos e t%c!icos relacio!ados ou $ue i!cluem algum

    aspecto espec+fico do design da pes$uisa, como os artigos de A!dr% B/0 e /0-O, 9'iolle!t

    B/0-O, HYd

  • 8/16/2019 Problemas de Teoria e Metodo Em Periodicos

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    & primeiro grupo de autores, com e#ceção de Marval'o, aprese!ta em comum a cr+tica

    pes$uisa positivista, al%m da filiação mar#ista. Ape!as de algu!s autores do segu!do grupo

     podese afirmar o mesmoF mais ade$uado, por co!segui!te, seria ide!tificálos pela

    co!tri"uição $ue prete!dem oferecer para aperfeiçoar a pes$uisa $ualitativa.

    Dos te#tos de ello pu"licados em Cadernos de Pesquisa so"re a i!vestigação !a área

    da educação B/03, /0 e /0O, A "esquisa educacional no Brasil  B/0O % o $ue mel'or

    si!teti*a suas ideias acerca dos aspectos te(ricos e metodol(gicos da pes$uisa e permite

    compree!der a i!flu!cia $ue e#erceu so"re vários autores $ue escreveram so"re o mesmo

    assu!to posterior ou co!comita!teme!te pu"licação da$uele artigo. ello adverte para a

    !ecessidade de se e!te!der a !ature*a da educação, das co!cepçes $ue i!spiram as práticas

    de pes$uisa e de captar a estrutura e di!)mica do fe!7me!o educacio!al. Mritica a utili*açãodo modelo metodol(gico o"6etivista, por isolar a su"6etividade do su6eito i!vestigador do

    o"6eto do co!'ecime!to e carregar como uma de suas co!se$u!cias a ideia de !eutralidade.

    Mritica tam"%m os estudos su"6etivistas, $ue !egam a realidade o"6etiva e dei#am de 4...T

    e#plicitar os determi!a!tes mais a"ra!ge!tes da$uilo $ue ocorre !as situaçes de

    apre!di*agem.5 BEHH&, /0, p. O.

    Ava!ça!do em suas co!sideraçes te(ricas, ello co!ce"e todo co!'ecime!to como

    comprometido, sugere uma s+!tese $ue i!corpore os modelos o"6etivista e su"6etivista de pes$uisar e rete!'a o primado do mu!do o"6etivo, dei#a!do, e!treta!to, espaço para a

    su"6etividade 'uma!a. Prope, ai!da, uma redefi!ição de o"6etividade8 !ão mais a e#atidão da

    descrição ou da previsão, mas a ade$uação a uma prática so"re o mu!do social. Prope

    compree!der a educação a partir de uma teoria da totalidade social $ue possi"ilite apree!são

    correta do real, tor!ada poss+vel por meio das cr+ticas aos modelos vige!tes e a proposta de

    um !ovo, $ue te!ta es"oçar !o te#to em $uestão.

    Perpassa o te#to de ello a !fase !os temas da tra!sformação e da vi!culação daEducação com um pro6eto de sociedade, aspectos tam"%m prese!tes !o tra"al'o de Rra!co

    B/0-O, $ue retoma a cr+tica de ello aos modelos o"6etivistas e su"6etivistas  e afirma sua

    co!vicção de $ue o pes$uisador deve co!tri"uir para a pro"lemati*ação e leva!tame!to de

    $uestes cr+ticas da prática social, por meio da apree!são da rede de relaçes sociais e de

    co!flitos de i!teresses $ue co!stituem a sociedade. Lessalta ai!da a import)!cia do

     & assu!to tam"%m % come!tado por Karde B/002O.

    /2

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    comprometime!to do pes$uisador, cu6a tarefa 4...T !ão % ape!as cie!t+fica, mas tam"%m

     pol+tica5 BRLANM&, /0-, p. ?1O.

    & te#to de Rra!co reitera, assim, a import)!cia do comprometime!to pol+tico do

     pes$uisador, 4uma s+!tese e!tre o milita!te de "ase e o cie!tista social5 BRLANM&./0-, p.

    1O, !a perspectiva da tra!sformação da sociedade, ideia tam"%m prese!te !os te#tos de

    outros autores i!clu+dos !este mesmo grupo.

     Na mesma direção te(rica, i!cluise a proposta de Rrigotto B/0O !o $ual a!alisa o

    $ue de!omi!a pro"lema 4de fu!do te(ricometodol(gico5 da pes$uisa educacio!al.

    Amparado em a!álise mar#ista, o autor tra"al'a com a segui!te !oção pri!cipal8 visto $ue a

    !eutralidade e a o"6etividade s( são poss+veis em uma perspectiva positivista da Mi!cia, em

    geral, e das Mi!cias Sociais, em particular, o pes$uisador ide!tificado com os domi!adosdeve evitar o ecletismo e "uscar coer!cia e co!sist!cia te(ricometodol(gica, desvia!dose,

    a um s( tempo, do relativismo, do idealismo e da ci!cia 'egem7!ica, por meio de uma cr+tica

    radical ideologia domi!a!te. Lessalta, ai!da, $ue a perspectiva $ue cie!tificame!te tem mais

     possi"ilidade de apro#imarse o"6etivame!te do real % a $ue parte da visão de totalidade da

    realidade social BRLCG&99&, /0, p. 1/O.

    So" o sig!o da crise e com a prete!são de aprese!tar algumas sa+das, Esteves B/0-O

     prope um redirecio!ame!to da pes$uisa educacio!al !o cami!'o da co!strução de uma4pra#iologia educacio!al5. Para a autora, a i!termi!ável discussão metodol(gica !a pes$uisa

    educacio!al % e#plicável pela i!compree!são da !ature*a filos(fica do pro"lema

    metodol(gico e das caracter+sticas das Mi!cias Sociais, !as $uais se i!clui a Educação.

    Esteves de!u!cia a i!filtração da ideologia positivista !a prática e !a pes$uisa educacio!al e

    os estudos dos cie!tistas sociais $ue prescrevem soluçes para os pro"lemas educacio!ais,

    como resultado da falta de defi!ição, por parte dos educadores, das $uestes $ue co!stituem

    seu campo pr(prio de pes$uisa. A autora sugere $ue se disti!gam as pes$uisas estritame!teeducacio!ais da$uelas reali*adas pelos cie!tistas sociais e $ue a pes$uisa participa!te, pela

    utili*ação $ue fa* do m%todo dial%tico, pelo e!fo$ue $ue dá aos pro"lemas de !ature*a

    diverge!te, e ai!da por seu caráter aplicado e participativo poderia co!tri"uir para o

    dese!volvime!to de uma teoria da educação.

    & te#to de ue!*er, como os demais 6á citados, parte da cr+tica pes$uisa positivista e

    e!fati*a o caráter 4desarticulado do real da produção5 e o 4redu*ido pote!cial tra!sformador5

    desse tipo de pes$uisa e, da mesma forma, a pes$uisa "aseada !as teorias cr+tico

    //

    //

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    reprodutivistas. Prope $ue se tome a realidade do ser social como po!to de partida e a prática

    como crit%rio de verdade da ci!cia. Csso sig!ifica, afirma, romper com a clássica dicotomia

    e!tre teoria e prática, e!tre ci!cia "ásica e ci!cia aplicada. BUENJEL, /0?, p. 33O

    &s artigos de ello, Rra!co, Rrigotto, Esteves e ue!*er, como se pode verificar,

    datam da d%cada de /02, per+odo em $ue, como lem"ram Mampos e Rávero B/00-O a

     preocupação com as desigualdades sociais e seus refle#os !a escola e o ressurgime!to dos

    movime!tos sociais, muitos deles ligados a e#peri!cias de educação popular, fortaleceram as

    a"ordage!s cr+ticas de i!spiração mar#istas, em particular gramscia!as.

    Ke"er B/003, p. 3-O, como Mampos e Rávero, ide!tifica a prese!ça de refere!ciais

     "aseados em ideias de Gramsci, a vi!culação e!tre teoria e prática e o e!te!dime!to da

    educação escolar como lócus privilegiado de tra!sformação, $ue teria como pri!cipal o"6etivofavorecer a critica so"re a realidade e o processo de dese!volvime!to da co!sci!cia social.

    &s artigos de Mosta e Marval'o foram produ*idos, como os de Ke"er e Mampos e

    Rávero, !a primeira metade dos a!os /002. E#pressam, assim, uma visão 6á dista!ciada

    da$uela predomi!a!te !a d%cada a!terior e partem de difere!tes refere!ciais te(ricos. Mosta,

    de!tre outras refer!cias, i!trodu* o co!ceito de paradigma, de u'!, e Marval'o prope a

    utili*ação do co!struto 4tipo ideal5 de a# Ke"er, !o campo da Educação.

    Mosta B/00-O a!alisa algumas co!se$u!cias da utili*ação de pressupostos te(ricos !ocampo da formação de professores, $ue teriam se revelado, segu!do sua avaliação,

    mistificadores, em"ora prete!dessem 4desmistificar o real e c'egar mais pr(#imo de seu

    verdadeiro se!tido5.

    9rs 4co!strutos te(ricos5, prese!tes, segu!do a autora, !as refer!cias e práticas

    i!vestigativas são e#ami!ados8 a i!dissocia"ilidade e!tre teoria e prática, o sa"er como

    co!strução coletiva e o professor como pes$uisador. Ap(s reco!'ecer a i!flu!cia da teoria

    cr+tica e do pe!same!to de Paulo Rreire !essa área, Mosta afirma $ue algu!s pes$uisadores,apesar de utili*arem uma li!guagem afi!ada com a teoria cr+tica revelam co!duta positivista,

    !a medida em $ue te!tam e!cai#ar a realidade em um modelo.

    Ielloso B/003, p. ?O lem"ra $ue 4...T o co!ceito de paradigma i!dica a pes$uisa

    solidame!te a!corada em a$uisiçes cie!t+ficas a!teriores, reco!'ecida por uma comu!idade

    cie!t+fica como a "ase para sua prática por um certo per+odo de tempo.5 e i!cluiT 4como

    u'! o defi!e, simulta!eame!te lei, teoria, aplicação e i!strume!tação5. Hem"ra ai!da $ue

    falar de paradigmas !a pes$uisa educacio!al lati!oamerica!a implica aceitar a !oção de $ue

    /3

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    o dese!volvime!to de uma ci!cia !ormal da Educação cristali*ou modelos $ue guiam

    tradiçes coere!tes !a produção do co!'ecime!to da área.

    A proposta de Marval'o B/00/O i!ova, !a medida em $ue prope $ue se i!vestigue a

    fecu!didade da metodologia ;e"eria!a para a educação, como forma de superar o

    a"stracio!ismo pedag(gico. Marval'o acredita $ue as a"ordage!s a"ra!ge!tes e vagas, em $ue

    f(rmulas gerais "uscam elucidar a sig!ificação do processo educativo, lo!ge de co!stitu+rem

    se e#emplos isolados são comu!s !o campo. & autor aprese!ta os pri!cipais pro"lemas

    metodol(gicos e!fre!tados por a# Ke"er e o recurso ao 4tipo ideal5 como i!strume!to para

    a i!vestigação !a área da educação. Destaca o papel emi!e!teme!te 'eur+stico desta

    metodologia, $ue cumpre a fu!ção de uma 'ip(tese a ser co!fro!tada com a realidade

    emp+rica. 9ratase de i!strume!to de i!teligi"ilidade, sem a prete!são de passar por lei>i!e#orável> como aco!tece, segu!do sua i!terpretação, !as a!álises metodol(gicas

     positivistas e materialistasdial%ticas. BMALIAH&, /00/, p. -O Ao lado da cr+tica aos

    modelos vagos e a"stratos, o autor tam"%m critica as pes$uisas $ue ape!as descrevem o

    cotidia!o sem o apoio de teorias e co!ceitos claros $ue possi"ilitem ao pes$uisador uma

    reco!stituição de parcelas da realidade. Ri!alme!te, di*se co!scie!te da comple#idade do

    cami!'o $ue prope e da falta de gara!tias relativas superioridade de um refere!cial so"re

    outro. as, se !ão 'á cami!'o seguro, afirma, 'á pelo me!os precauçes i!teressa!tes.

    Consideraçes 0inais

    A preocupação mais sistemática com a $ualidade da pes$uisa reali*ada !a área da

    Educação, !o =rasil, !asceu praticame!te em co!6u!to com o peri(dico Cadernos de

     Pesquisa. No primeiro !Qmero da revista foi pu"licado o artigo de Gouveia  A Pesquisa

     Educacional no Brasil, co!'ecido pela periodi*ação proposta pela autora e amplame!te

    aceita e reprodu*ida da pes$uisa a!terior ao seu deslocame!to para a u!iversidade. Gouveia,!o e!ta!to, i!augurou, !este mesmo artigo, uma li!'a de te#tos cr+ticos so"re a prática

    i!vestigativa !a área da Educação $ue, sem dQvida, tm represe!tado i!estimável

    co!tri"uição ao esforço de aprimorame!to dos processos de i!vestigação, com vistas

    o"te!ção de uma produção cie!t+fica mais $ualificada !a área da Educação.

    & tra"al'o i!iciado por Gouveia tem prosseguido em vários f(ru!s de discussão $ue

    tm a"ordado os pro"lemas muitos ai!da sem solução da pes$uisa educacio!al e tam"%m

     por meio do tra"al'o de Gatti e outros autores, co!sta!teme!te empe!'ados em acompa!'ar,

    /

    /

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    registrar e sistemati*ar as discusses, mapea!do temas e pro"lemas. Não se pode ig!orar $ue

    a ("via e#pa!são $ua!titativa tor!ou mais vis+veis as dificuldades metodol(gicas $ue

    e!fre!tam os pes$uisadores da área educacio!al e mais comple#as as avaliaçes da sua

     produção. Nessa perspectiva, a!álises mais rece!tes, da pr(pria Gatti B322/O, de Alves

    a**otti B322/O e A!dr% B322/O tm focali*ado, al%m de aspectos relacio!ados ao

    aperfeiçoame!to da pes$uisa dita $ualitativa, a import)!cia do rigor e da ade$uada utili*ação

    de i!strume!tos $ua!titativos.

     No $ue se refere co!tri"uição dos vários autores tratados !os ite!s a!teriores, %

     poss+vel perce"er a prese!ça de uma li!'a de discussão mais estritame!te metodol(gica

    represe!tada pelos tra"al'os de Gatti, Hu!a, Gouveia, Alvesa**otti e 9'iolle!t. ello,

    Rra!co, ue!*er e Rrigotto, por outro lado, em"ora tam"%m tratem de aspectosmetodol(gicos, ce!tram suas co!tri"uiçes !a proposta de um m%todo, o dial%tico, $ue

     6ulgam o mais ade$uado para i!terpretar a realidade.

    Seria importa!te i!vestigar, dada a !fase com $ue este Qltimo grupo de autores

    vi!culou pes$uisa em educação e tra!sformação da realidade, a relação e!tre suas ideias e a

    dissemi!ação i!discrimi!ada, apo!tada ta!to por Gatti B322/O $ua!to por Alvesa**otti

    B322/O, da prática de pes$uisa voltada para a aplicação imediata dos resultados, o $ue termi!a

     por favorecer o empo"recime!to te(rico de!u!ciado por diversos autores ai!da !a d%cada de/02.

    E!te!demos, por fim, $ue as diversas sugestes aprese!tadas !as seçes a!teriores

    relacio!amse, mesmo $ue i!diretame!te, possi"ilidade de co!stituição de uma ci!cia da

    educação. Nesse se!tido, seria importa!te o esta"elecime!to de um diálogo e!tre os

     pri!cipais autores $ue tratam da pes$uisa educacio!al e a$ueles $ue tm como o"6etivo

     pri!cipal defi!ir o estatuto epistemol(gico da educação. Notase $ue, !o caso "rasileiro, tais

    discusses evoluem de forma i!depe!de!te, com refere!ciais e i!terlocutores diversos, o $uecausa certa perple#idade !a medida em $ue, mesmo dete!toras de caracter+sticas pr(prias,

    tm como pa!o de fu!do a preocupação comum com a co!fia"ilidade dos co!'ecime!tos

     produ*idos !essa área da Educação.

    /-

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    Refer/ncias

    AHIES, Alda udit'. & pla!e6ame!to das pes$uisas $ualitativas em educação. Cadernos de "esquisa, São Paulo, !. 11, p. ?/, maio, /00/.

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     [[[[[[. Alda udit'. Lelev)!cia e aplica"ilidade da pes$uisa em educação. Cadernos de "esquisa, São Paulo, !. //, p. 0-0, 6ul. 322/.

    ANDL\, arli. Pes$uisa em educação8 "usca!do rigor e $ualidade. Cadernos de "esquisa,São Paulo, !. //, p. /?, 6ul. 322/.

    =LAND]&, Jaia. A pes$uisa em educação e o impacto do crescime!to da p(sgraduação !o

    =rasil. =ras+lia, Em Aberto, !. /, p. 32, 6ul.Zset. /0?.

    MAP&S, aria altaF R^IEL&, &smar. A pes$uisa em educação !o =rasil. Cadernos de Pesquisa. São Paulo, ! , p. /1, fev. /00-.

    MAP&S, aria alta. Pes$uisa participa!te8 possi"ilidades para o estudo da escola.Cadernos de Pesquisa, São Paulo, !. -0, p. ???, maio. /0-.

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    M&S9A, arisa M. Iorra"er. Pes$uisa em educação8 co!cepçes de ci!cia, paradigmaste(ricos e produção de co!'ecime!tos. Cadernos de Pesquisa. São Paulo, !. 02, /00-.

    MUNA, Hui* A!to!io. P(sGraduação em educação8 !o po!to de i!fle#ão%  Cadernos de Pesquisa. São Paulo, Ru!dação Marlos M'agasZ Morte* B11O8 ??1, maio /00/.

     [[[[[. &s BdesO cami!'os da pes$uisa !a p(sgraduação. C!8 SECN^LC& S&=LE APL&DU_]& MCEN9`RCMA N&S PL&GLAAS DE PSGLADUA_]& EEDUMA_]&, =ras+lia, MAPESZEM, /010.

    ES9EIES, &:ara Peterse!. Pes$uisa educacio!al em crise8 o!tem, 'o6e b $ue cami!'otomar Cadernos de Pesquisa, São Paulo, !. 2, p. /-, ago. /0-.

    ES9EIES, &:ara Peterse!. Pes$uisa educacio!al em crise8 o!tem, 'o6e b $ue cami!'otomar Cadernos de Pesquisa, São Paulo, !. 2, p. /-, ago. /0-.

    RLANM&, aria Haura P. =ar"osa. Pes$uisa educacio!al8 algumas refle#es. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, !. /, p. -1, !ov. /0-.

     [[[[[[. Por$ue o co!flito e!tre te!d!cias metodol(gicas !ão % falso. Cadernos de Pesquisa,São Paulo, !. ??, p. 12, ago. /0.

    /

    /

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    GA99C, =er!adete. Pes$uisa em educação8 um tema em de"ate. Cadernos de Pesquisa, São

    Paulo, !. 2, p. /2?///, fev. /003.

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    GA99C, =er!adete A. A construção da "esquisa em educação no Brasil . =ras+lia8 Pla!o,3223.

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    G&UIECA, Aparecida ol:. A pes$uisa educacio!al !o =rasil. Cadernos de Pesquisa, SãoPaulo , !. /, p. /-, 6ul. /01/.

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    UENJEL, Acácia. J. A pes$uisa em educação !o =rasil8 algumas co!sideraçes. Em Aberto, !. /, p. /03, 6ul.Zset. /0?.

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    /?

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    KE=EL, Sil